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Questões de Concurso – CRIMINOLOGIA Atualização: 03/07/2023. Controle site Qconcursos: i) Questões resolvidas: 580; ii) Questões pendentes: 100. Fonte utilizada: Site Qconcursos + seleção dos melhores comentários #Atenção: As questões que foram consideradas ERRADAS pelo gabarito oficial constam ao final da questão a palavra [CORRIGIDA] #Atenção: Foram analisadas todas as questões de concurso das carreiras do Ministério Público Estadual e Magistratura Estadual. Material confeccionado por Eduardo Belisário S. Teixeira. PONTO 1: Conceito, Objeto (Delito, Delinquente e Vítima), Método, Origem e História da Criminologia. (TJMG-2022-FGV): Considerando os tipos psicológicos de vítimas para Hans Von Hentig, analise o seguinte fragmento: “É o indivíduo que se encontra em situação tão perdida que movimentos defensivos parecem impossíveis ou mais danosos que a lesão provocada pelo criminoso.” O fragmento refere-se ao tipo psicológico bloqueado. #Atenção: Classificação das vítimas, segundo Hans von Hentig, na obra The Criminal and His Victim (1948): - Solitário: São indivíduos que vivem na solidão, não se relacionando com outras pessoas. Em decorrência desse meio de vida, acabam se colocando em situações de risco. (geralmente tal circunstância é associada a pessoas com depressão) - Depressivo: Pessoas com várias doenças psicológicas. Ao atingir um determinado nível, a depressão poderá ocasionar a vitimização do indivíduo, pois poderá levar a pessoa à sua autodestruição. Além disso, o seu estado mental fragilizado faz com que eles não reconheçam o perigo, o que potencializa a diminuição da resistência às investidas criminosas. - Bloqueado: São indivíduos que podem não entender o que está acontecendo ao seu redor ou podem ser incapazes de resistir. São indivíduos que estão cercados por más decisões e são incapazes de se defender ou buscar assistência. Relaciona-se também com pessoas que sofreram chantagem e extorsão. - Tormentoso: São indivíduos que, por sua própria desejos, ou estão diretamente envolvidos no ato criminoso ou se colocam em situações em que existe um claro potencial de vitimização. São pessoas que provocam sua própria vitimização por meio de violência e agressão a outros. Relaciona-se também com pessoas que tiveram pais abusivos. (MPSC-2021-CESPE): Com referência à origem e às funções da dogmática penal, julgue o seguinte item: Um dos principais pilares da dogmática jurídico-penal é a ideia de completude lógica, ou seja, as suas proposições não podem ser internamente contraditórias entre si, além da compatibilidade legal, ou seja, as proposições não devem se opor imotivadamente à literalidade da lei, embora pontualmente ela possa ser afastada por meio de mecanismos de controle de constitucionalidade. #Atenção: O método dogmático jurídico temos de conservá-lo, somente temos de usá-lo bem. A dogmática é um instrumento, não é um objeto nem um fim em si mesmo. A dogmática como um fim em si mesmo se perverte se nós entendemos que o valor da verdade de um sistema está em sua completude lógica, em que feche, em que seja perfeitamente coerente [...]. O valor de verdade de uma construção dogmática depende de sua função política. Se a função política do direito penal é a redução do poder punitivo, a contenção do exercício do poder punitivo, a melhor construção dogmática é a que melhor sirva a esses objetivos (ZAFFARONI, 2000, p. 57). O núcleo da Ciência do Direito Penal é a dogmática jurídico-penal (teoria do Direito Penal), que, partindo da lei penal que constitui seu fundamento e limite, elabora o conteúdo conceitual e a estrutura das proposições jurídicas; ordena o material jurídico em um sistema no qual também têm capacidade as sentenças dos Tribunais e as opiniões da ciência e intenta descobrir novos caminhos de elaboração conceitual e de sistemática. Mediante a interpretação progressiva do direito vigente, com base em um exame crítico, da comparação e da classificação da jurisprudência, a dogmática do Direito Penal, como ponte entre a lei e a prática, serve a uma aplicação do Direito Penal pelos Tribunais igualitária e em constante renovação, contribuindo assim para um alto grau de justiça (JESCHEK, 1981, p.58). (MPSC-2021-CESPE): Com referência à origem e às funções da dogmática penal, julgue o seguinte item: A dogmática penal é a sistematização normativa dos textos legais, com importantes ganhos de racionalidade e de segurança jurídica para as decisões legislativas e jurisdicionais, principalmente por meio de definições operacionais que indiquem as condições de punibilidade de uma conduta descrita abstratamente como crime pela legislação penal, como os conceitos de tipo de injusto e de culpabilidade. #Atenção: Sobre o tema, orienta a doutrina: “A dogmática penal tem a missão de conhecer o sentido das normas e princípios jurídico-penais positivos e desenvolver de modo sistemático o conteúdo do Direito Penal. Tem as normas positivas como ponto de partida para solução dos problemas. O direito é parte componente da cultura humana e deve ser interpretado de modo que lhe permita cumprir as tarefas éticas, sociais e econômicas da atualidade. Nesse sentido, a dogmática penal é a interpretação sistematização e aplicação lógico-racional do Direito Penal. Não deve, entretanto, ser confundida com o dogmatismo, é dizer, aceitação cega e sem críticas de uma verdade absoluta e imutável, incompatível com a própria ideia de ciência." (MASSON, Cleber. Direito penal: parte geral. 15 ed. Rio de Janeiro: Forense; Método, 2021, p. 10). A dogmática penal, portanto, desempenha relevante papel para a racionalidade e a segurança jurídica, no que tange à elaboração e à aplicação das leis, valendo salientar, em contrapartida, que não se pode confundir a dogmática penal com o dogmatismo, que consiste na aceitação das leis como verdades absolutas, imutáveis e impassíveis de críticas, o que é, inclusive, incompatível com a ciência do Direito. (Cartórios/TJDFT-2019-CESPE): Acerca dos pensamentos criminológicos e das bases históricas, filosóficas e teóricas do direito penal, assinale a opção correta: O Código Criminal do Império foi criado, em 1830, com vistas ao estabelecimento de um ordenamento jurídico penal brasileiro próprio, embora não tenha conseguido seu intento liberal, diante de obstáculos socioeconômicos enraizados na sociedade agrária, escravista e patriarcal existente à época. #Atenção: Juristas de diversos países consideraram, na época, o Código Criminal de 1830, quer pelas disposições práticas de seus artigos ou pela atualidade de seus princípios, um notável trabalho do Direito no Brasil. No dizer do historiador Américo Jacobina Lacombe, "foi o primeiro código penal autônomo na América Latina e sua influência sobre os que lhe seguiram é incontestável’. (PCSP-2014-VUNESP): Assinale a alternativa que contém os nomes dos precursores da vitimologia do século XX: Hans von Hentig e Benjamin Mendelsohn. #Atenção: #PCSP-2013/2014/2018: #PCPI-2018: #PCES-2019: #VUNESP: O estudo das vítimas teve início em 1901 na figura de Hans Gross, todavia, somente na década de 1940, que o estudo passou a ganhar uma sistemática com Von Hentig e Benjamim Mendelsohn. Portanto, a vitimologia com a finalidade de estudar a relação vítima-criminoso no fenômeno da criminalidade, surgiu à partir de 1947. Benjamim Mendelsohn, advogado israelense, e Hans Von Hentig, professor alemão, quando exilado nos EUA são considerados os pioneiros da Vitimologia. O termo “vitimologia” foi criado por Benjamin Mendelsohn, em 1945, em seus primeiros estudos feitos sobre a matéria. Entretanto, na doutrina há profunda divergência sobre quem realmente tenha sido o pai da Vitimologia (rectius: movimento vitimológico). Mendelsohn foi o primeiro a cunhar a expressão vitimologia. Von hentig, professor alemão radicado nos Estados Unidos, já vinha aprofundando seu conhecimento com a problemática da vítima. Em 1941 publicou trabalho em que propôs uma concepção dinâmica e interacionista da vítima, não só como sujeito passivo do delito, mas também como sujeitoativo, que contribui para a gênese e execução do crime “The Criminal and his victim” escrito em 1948, ao invés de falar em Vitimologia, usou o termo Vitimogênese. Após este passo inaugural, o estudo da relação criminoso- vítima tomou grande impulso. É com este estudo, entretanto, que von Hentig desenvolve a relação criminoso-vítima, colocando esta como elemento preponderante e decisivo na realização do delito, em que, consciente ou não, coopera, provoca ou conspira na ocorrência do crime a noção de vítima e vitimologia de Mendelsohn supera a de Von Hentig, embora não tenha ficado imune às críticas, porquanto discorrera sobre sua concepção ampla e abrangente, não se restringindo à vítima do crime, apenas Mendelsohn buscou levar a vitimologia como um ramo independente da criminologia, com investigação e objeto próprio, por isso que a parte substancial da doutrina o considera como o pai da vitimologia. (Fonte: http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=4400&revista_caderno=3) (PCSP-2014-VUNESP): Uma das primeiras classificações, de forma sintética, da vítima em grupos, quanto à sua participação ou provocação no crime foi: vítima inocente, vítima provocadora e vítima agressora, simuladora ou imaginária. Essa classificação é atribuída a: Benjamim Mendelsohn. #Atenção: Benjamin Mendelsohn classifica-as na seguinte ordem: a) vítimas completamente inocentes, denominadas “vítimas ideais”; b) vítimas menos culpadas que o delinquente, grupo que agrega as chamadas “vítimas ex ignorantia”; c) vítimas tão culpadas quanto o criminoso; d) vítimas mais culpadas do que o delinquente; e) vítima como única culpada. Como resultado dessa classificação, Mendelsohn sintetiza três grupos de vítimas: a) vítima inocente, que não concorreu, de qualquer forma, para o evento criminoso; b) vítima provocadora, que, voluntária, imprudente ou negligentemente, colabora com os fins pretendidos ou alcançados pelo delinquente. Tem-se, como exemplo de vítima provocadora, aquela que deixa sua carteira com documentos, numerário em dinheiro e talão de cheques em cima do painel de seu veículo. A ação negligente da vítima desperta a intenção em praticar o delito no delinquente; c) vítima agressora, simuladora ou imaginária, que, na verdade, não é vítima, mas pseudovítima. Ocorre quando a esposa, no intuito de se vingar do marido, por motivo de ciúmes, se auto-lesiona e aciona a polícia arguindo ter sido vítima de violência familiar. (Fonte: http://jus.com.br/artigos/21607/vitimologia-e-direitos-humanos#ixzz35mENvzCc). #Atenção: #PCPI-2018: #PCSP-2013/2014/2018/2022: #VUNESP: CLASSIFICAÇÃO DE VÍTIMA SEGUNDO OS AUTORES: I) BENJAMIN MENDELSOHN: a) Inocente (ideal): Sem colaboração para o crime, isto é, não concorre de forma alguma para o injusto típico. Trata-se da vítima completamente estranha à ação do criminoso, não provocando nem colaborando de forma nenhuma para o delito. Exemplo: uma senhora que tem sua bolsa arrancada pelo bandido na rua. b) Menos Culpada (por ignorância): Indivíduo que age de maneira inadequada, desencadeando o crime (ex.: fulano que anda na rua moscando, com relógio de ouro no pulso). Ocorre quando há um impulso não voluntário ao delito, mas a vítima, de certa forma, contribui para realização do delito. Exemplo: um casal de namorados que mantém relação sexual na varanda do vizinho e lá são atacados por ele, por não aceitar esta falta de pudor. c) Tão culpada quanto (voluntária): Participa na mesma proporção que o criminoso (ex.: estelionato, vítima do bilhete premiado, é o malandro enganando o malandro). d) Mais Culpada (provocadora): Comportamento provocativo ao criminoso (ex.: estuprador que é morto pelo pai da menina estuprada). e) Única Culpada (exclusivamente culpada), agressora ou imaginária: Acaba justificando a legítima defesa de seu agressor. ex.: roleta russa, vítimas que sofrem algo por legítima defesa do agressor. II) HANS VON HETING: a) Vítima isolada: A vítima isolada a própria sorte (ex.: roubado, assassinado, lesionado). b) Vítima por proximidade (espacial, familiar, profissional): A vítima é próxima do criminoso, não espera o crime (exemplo clássico: estupro dentro da residência da vítima). c) Vítimas com ânimo de lucro: A vítima de estelionato. d) Vítima com ânsia de viver: A vítima que potencializa a situação de risco, que quer "meter o louco". e) Vítima agressora: ex.: mulher que mata o marido depois de muito apanhar (vítima e agressora ao mesmo tempo). f) Vítimas perversas: O estuprador que é linchado pela população. (PCSP-2022-VUNESP): No que se refere à vitimologia, leva em conta a participação ou provocação da vítima: a) vítimas ideais; b) vítimas menos culpadas que os criminosos; c) vítimas tão culpadas quanto os criminosos; d) vítimas mais culpadas que os criminosos e e) vítimas como únicas culpadas. É correto afirmar que a classificação contida no enunciado é atribuída a Benjamin Mendelsohn. (PCSP-2018-VUNESP): Com relação às classificações de vítimas, apresentadas por Benjamim Mendelsohn, em relação aos estudos de vitimologia, vítima como única culpada pode ser exemplificada pelo indivíduo embriagado que atravessa avenida movimentada vindo a falecer atropelado. (PCSP-2018-VUNESP): As vítimas podem ser classificadas da seguinte maneira: vítima completamente inocente ou vítima ideal; vítima de culpabilidade menor ou por ignorância; vítima voluntária ou tão culpada quanto o infrator; vítima mais culpada que o infrator e vítima unicamente culpada. No estudo da vitimologia, essa classificação é atribuída a Benjamin Mendelsohn. (PCSP-2014-VUNESP): O indivíduo que é lesado por um estelionatário, o qual aplica-lhe o clássico golpe do “bilhete premiado”, é considerado, de acordo com a classificação proposta por Mendelsohn, vítima: tão culpada quanto o criminoso. (PCSP-2014-VUNESP): Um dos primeiros autores a classificar as vítimas de um crime foi Benjamin Mendelsohn, que levou em conta a participação das vítimas no delito. Segundo esse autor, as vítimas classificam-se em vítimas ideais; vítimas menos culpadas que os criminosos; vítimas tão culpadas quanto os criminosos; vítimas mais culpadas que os criminosos e vítimas como únicas culpadas. (PCSP-2013-VUNESP): A vitimologia é uma ciência que se ocupa do estudo da vítima e da vitimização, dessa forma, a classificação das vítimas em “vítima ideal ou inocente; provocadora; e, agressora ou imaginária” foi proposta por Benjamim Mendelsohn. (PCSP-2013-VUNESP): Um indivíduo que, ao abrir a porta de seu veículo automotor, a fim de sair do estacionamento de um shopping center, é surpreendido por bandido armado que estava homiziado em local próximo, aguardando a primeira pessoa a quem pudesse roubar, é: vítima ideal. (PCSP-2013-VUNESP): Assinale a alternativa correta, a respeito da Vitimologia: A Vitimologia estuda o papel da vítima no episódio danoso, o modo pelo qual participa, bem como sua contribuição na ocorrência do delito. #Atenção: #PCSP-2013/2014/2018: #PCES-2019: #VUNESP: Vitimologia pode ser definida como o estudo científico da extensão, natureza e causas da vitimização criminal, suas consequências para as pessoas envolvidas e as reações àquela pela sociedade, em particular pela polícia e pelo sistema de justiça criminal, assim como pelos trabalhadores voluntários e colaboradores profissionais. A definição abrange tanto a vitimologia penal quanto a geral ou vitimologia orientada para a assistência. O termo "vitimologia" foi utilizado por primeiro pelo psiquiatra americano FREDERICK WERTHAM, mas ganhou notoriedade com o trabalho de HANS VON HENTIG "The Criminal an his Victim", de 1948. HENTIG propôs uma abordagem dinâmica, interacionista, desafiando a concepção de vítima como ator passivo. Salientou que poderia haver algumas características das vítimas que poderiam precipitar os fatos ou condutas delituosas. Sobretudo, realçou a necessidade de analisar as relações existentes entre vítima e agressor. A vitimologia é hoje um campo de estudo orientado para a ação ou formulação de políticas públicas. Vitimologiaé o estudo do comportamento da vítima com a avaliação das causas e dos efeitos da ação delitiva sobre o prisma da interação criminoso-vítima (dupla penal) e o incremento do risco da ocorrência do delito. Esta ideia de que o comportamento da vítima pode até fazer o crime surgir, fez surgir uma ciência paralela, qual seja: vitimo-dogmática, que estuda a participação da vítima no incremento do risco da ocorrência do delito. Muitas vezes a vítima cria a situação para que o delito ocorra. (PCSP-2018-VUNESP): Assinale a alternativa correta no que diz respeito à vitimologia: Na década de 80 do século XX, a ONU promulgou um dos principais diplomas internacionais no que diz respeito aos direitos das vítimas. #Atenção: Declaração dos Princípios Básicos de Justiça Relativos às Vítimas da Criminalidade e de Abuso de Poder – 1985 (Adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas na sua resolução 40/34, de 29 de Novembro de 1985.) 1. Afirma a necessidade de adoção, a nível nacional e internacional, de medidas que visem garantir o reconhecimento universal e eficaz dos direitos das vítimas da criminalidade e de abuso de poder; 2. Sublinha a necessidade de encorajar todos os Estados a desenvolverem os esforços feitos com esse objetivo, sem prejuízo dos direitos dos suspeitos ou dos delinquentes; 3. Adota a Declaração dos Princípios Básicos de Justiça Relativos às Vítimas da Criminalidade e de Abuso de Poder, que consta em anexo à presente resolução, e que visa ajudar os Governos e a comunidade internacional nos esforços desenvolvidos, no sentido de fazer justiça às vítimas da criminalidade e de abuso de poder e no sentido de lhes proporcionar a necessária assistência; 4. Solicita aos Estados membros que tomem as medidas necessárias para tornar efetivas as disposições da Declaração e que, a fim de reduzir a vitimização; (DPERJ-2021-FGV): “Em março de 2021, foi tornado público o Relatório ‘Mulheres nas audiências de custódia no Rio de Janeiro’, com os dados referentes ao ano de 2019 recolhidos e analisados pela Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro”. “De acordo com a pesquisa, considerando os 533 casos das mulheres que, no momento da audiência de custódia, atendiam aos critérios objetivos para prisão domiciliar, foi possível observar que 25% das mulheres, apesar de cumprir os requisitos legais, permaneceram presas preventivamente. Verificou-se também que, em decisões judiciais que aplicaram prisão preventiva para mulheres que atendiam aos critérios objetivos para prisão domiciliar, aproximadamente 65,5% contêm alguma referência à prisão domiciliar. Ou seja, essa questão foi de alguma forma introduzida no curso da audiência de custódia e, mesmo assim, essas custodiadas continuaram presas.” Fonte: Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, Diretoria de Estudos e Pesquisas de Acesso à Justiça, Relatório “Mulheres nas audiências de custódia no Rio de Janeiro”, 2019. Disponível em: https://www.defensoria.rj.def.br/uploads/a rquivos/153960d0ac82483580bc117104cac177.pdf. Em linha com o pensamento criminológico feminista brasileiro contemporâneo, é correto afirmar que o lastro epistemológico para análise do processo de criminalização de mulheres parte: da impossibilidade de uma etiologia criminal, pois cada caso traz consigo as peculiaridades das histórias de vida e das experiências das mulheres e, com estas, as razões que impulsionaram as práticas criminosas, que podem tanto ser relativas à subsistência da mulher e de sua família ou a situações específicas de violências das mais diversas ordens. (E. Pimentel). #Atenção: Primeiramente, vamos entender a pergunta. A questão pergunta de onde parte o lastro epistemológico do processo de criminalização da mulher. Portanto, o candidato deveria saber que a criminologia feminista desdobra-se em duas vertentes: a epistemológica (tem a ver com a inquirição da realidade) e a analítica (tem a ver com os temas centrais da Criminologia, trata da criminologia feminista de forma objetiva, como por exemplo: "as mulheres só cometem crimes domésticos"). Uma das grandes defesas das epistemologias feministas apontadas por Alcoff e Potter (1993) é que a autoridade cognitiva atravessa não somente o gênero, mas também raça, classe social, sexualidade, cultura e idade; dessa forma, uma das marcas da teoria feminista é a de contextualizar o conteúdo que se analisa. Isso justifica o porquê gênero não deve ser analisado isoladamente, dadas as complexidades dessas interseccionalidades. Se compararmos o teor do enunciado da questão, veremos que é aquele que melhor exemplifica a relação da mulher com o seu contexto social, ou seja, a que mais se assemelha à ideia de “criminologia feminista na perspectiva epistemológica”. A questão aborda o desafio da criminologia em estabelecer um estudo epistemológico específico relativo aos crimes praticados por mulheres. #Atenção: Há uma tendência de se pensar os crimes praticados por mulheres apenas pelo viés biopsíquico, negando-se as dimensões socioculturais. Nesse diapasão, Elaine Pimentel, ao abordar a relação entre criminologia e feminismo, verificou um empobrecimento do estudo relativo às mulheres, uma vez que o estudo criminológico tem uma perspectiva preponderantemente masculina, o qual deixou em segundo plano os aspectos típicos dos sujeitos femininos, bem como questões de gênero. Essa lacuna no campo dos estudos criminológicos só se tornou visível com o surgimento dos movimentos feministas nas décadas de 1960 e 1970 do século XX, os quais trouxeram conceitos importantes no campo da criminologia, tais como, patriarcado, dominação, opressão entre outros. A criminologia feminista surge, portanto, como uma resposta crítica sobre o processo de vitimização e criminalização da mulher dentro de uma realidade sociocultural de opressão compartilhada por mulheres em todo o mundo. Desse modo, a criminologia feminista ressalta a impossibilidade de aplicar um estudo geral sobre a causa da prática de crimes cometidos por mulheres, sem considerar a importância de um estudo empírico que busque conhecer e explicar aspectos das práticas cotidianas mediadas por relações de gênero e relativas a realidade de cada mulher. (MPGO-2019): Assinale a alternativa correta: Na medida em que o Direito Penal nazista era entendido como um instrumento de luta contra os infiéis à com unidade do povo e que a violação de um dever era o conteúdo material do crime, era lógico que o centro de gravidade para o exercício do poder punitivo tinha de passar a ser a “vontade contrária ao Direito”, e não mais o “resultado proibido”. Nesse contexto foi concebido o “Direito Penal da vontade”, construção teórica marcante do Direito Penal nazista, sendo Roland Freisler um de seus principais expoentes. Essa concepção baseada na vontade permitiu a expansão do poder punitivo a níveis que um a dogmática atrelada a resultados de dano a bens jurídicos não admitia, já que ensejou uma profusa criminalização dos perigos abstratos. Além do mais, tal concepção também defendia que a tentativa tivesse a mesma pena do crime consumado. #Atenção: Roland Freisler foi Ministro da Justiça de Hitler. Ele pretendia estabelecer um “conceito geral de empreendimento”, que substituiria o conceito de ação e tornaria “a distinção entre tentativa e consumação sem importância”. O conceito de empreendimento se originara do delito de alta traição, pois esta infração, caso consumada, estaria impune, já que o traidor da véspera teria hoje o poder punitivo em suas mãos. Nestas infrações de empreendimento, há uma equivalência entre tentativa e consumação, impedindo qualquer mitigação obrigatória da pena quando o resultado se frustrasse. Por isso, há sim uma expansão do poder punitivo estatal. (DPEDF-2019-CESPE): A criminologia, diante do fenômeno do delito, na busca de conhecer fatores criminógenos, traça um paralelo entre vítima e criminoso. Partindo dessa premissa dual, chamada por Mendelsohn de “dupla-penal”, extraem-se importantes situações fenomenológicas. Acerca desses estudos, julgue o item seguinte: A criminologiaclassifica como vitimização secundária a coisificação, pelas esferas de controle formal do delito, da pessoa ofendida, ao tratá-la como mero objeto e com desdém durante a persecução criminal. #Atenção: #DPEPR-2012: #MPBA-2015: #DPESP-2015: #PCCE-2015: #DPESC-2017: #PCMS-2017: #PCBA-2008/2018: #PCSP-2013/2014/2018: #PCPI-2018: #PCSE-2018: #DPEDF-2019: #PCES-2019: #PCMG-2021: #PCPA-2021: #PCRN-2021: #PCGO-2022: #AOCP: #CESPE: #FAPEMS: #FCC: #FGV: #Fumarc: #VUNESP: Conforme Antonio García-Pablos de Molina e Luiz Flávio Gomes, também chamada de sobrevitimização, a vitimização secundária pode ser entendida como aquela causada pelas instâncias formais que detêm o controle sobre o âmbito social (delegacias, Ministério Público etc.) abrangendo os custos pessoais derivados da intervenção do sistema legal que incrementam os padecimentos da vítima. É, portanto, o desrespeito às garantias e aos direitos fundamentais das vítimas de crime no curso do processo penal, ao tratá-las com desdém e como simples objeto da persecução criminal. (Fonte: CESPE). A falta de atenção do processo penal para com a vítima (o abandono) causa o fenômeno conhecido por “sobrevitimização” ou “vitimização secundária” que é o dano adicional causado à vítima de crime ocasionado pela própria mecânica da justiça penal formal. #Atenção: #DPEPR-2012: #PCSC-2014: #MPBA-2015: #DPESP-2015: #PCCE-2015: #DPESC-2017: #PCMS-2017: #PCBA-2008/2018: #PCPI-2018: #PCSE-2018: #PCES-2019: #PCMG-2021: #PCPA-2021: #PCRN-2021: #PCSP-2013/2014/2018/2022: #PCCO-2022: #ACAFE: #AOCP: #FAPEMS: #FCC: #FGV: #Fumarc: #VUNESP: TIPOS DE VITIMIZAÇÃO: i) PRIMÁRIA: A vitimização primária pode ser entendida como aquela que acontece na prática do crime, através da conduta delituosa do agente que viola os direitos da vítima. Em outras palavras, é aquela que decorre do cometimento do delito que provoca danos de ordem física, psíquica e materiais à vítima. Relação: criminoso vítima. ii) SECUNDÁRIA: Logo após a prática do fato delitivo, inicia-se o drama da vítima. Além da dor física, psicológica, material e moral decorrente do crime, a vítima é posta diante de uma crucial questão: expor o fato ao judiciário ou deixá-lo de lado? Tal espécie de vitimização é consubstanciada pela falta de atenção do processo penal para com a vítima (o abandono) e causa o fenômeno conhecido por "sobrevitimização", que é o dano adicional causado à vítima de crime ocasionado pela própria mecânica da justiça penal formal. Ocorre após o cometimento do crime, já na fase em que problemas psicológicos passam a se agravar na vítima, tornando, assim, mais agudos os problemas físicos e materiais por ela já suportado na fase anterior da vitimização. A “sobrevitimização” é mais sensível em crimes contra os costumes, crimes sexuais, crimes contra criança e adolescente, crimes contra a mulher, pois afetam a reputação e auto-estima dessas pessoas. Relação: Estado (MP, polícia e etc) vítima. iii) TERCIÁRIA: Quando em contato com o grupo familiar ou em seu meio ambiente social como trabalho, escola, vizinhança, igreja etc. Em que a vítima vive ela for vitimada pelos que a cercam, estaremos diante da vitimização terciária. Tal espécie de vitimização compreende aquela provocada pelo meio social na qual a vítima convive. Esse último tipo de vitimização, pelo mesmo motivo encontrado na Secundária, ocorre por ocasião da prática de crimes contra os costumes, crimes sexuais e crimes praticados contra mulheres e vulneráveis. Essa vitimização perpassa por todos os círculos sociais, seja familiar, de amigos, de colegas de trabalho etc. Caracteriza-se quando os demais integrantes desses círculos se afastam das vítimas, fazem comentários degradantes, debocham e, enfim, tratam-nas discriminatoriamente agravando o processo de vitimização. Em casos mais agudos, a vítima encontra mais reprovabilidade que o próprio delinquente. É, nesse sentido que, tanto a Vitimização Secundária quanto a Terciária, de modo frequente provocam o distanciamento da vítima da Justiça, uma vez que o sofrimento causado por essa exposição pode ser maior que a reparação que a Justiça poderia oferecer. Relação: Sociedade vítima. iv) Quaternária: Decorre do medo incutido sobre as pessoas em se tornarem vítimas, seja por sensacionalismo midiático, seja por já ter sido vítima ou próximo de alguma vítima de crime. Caio Abou Haidar e Isabela Bossolani Rossino explicam que a vitimização quaternária “é, portanto, o medo de se converter em vítima –manifestação da vitimização subjetiva –que se internaliza pela falsa percepção da realidade a partir das informações levantadas pela mídia –os tais “forjadores de opinião pública” –que apresenta a criminalidade de acordo com uma série de interesses particulares (econômico-políticos), sem preocupar com uma visão criminológica crítica. Até por essa razão, afirma-se que, em geral, nem sempre se temem realmente as pessoas mais perigosas, nem se tem noção dos índices reais da criminalidade dentro do contexto de cada lugar.” (Fonte: http://www.hu.usp.br/wp-content/uploads/sites/180/2017/01/caio-haidar.pdf). (PCGO-2022-AOCP): Carlos Roberto é Delegado de Polícia em Goianésia-GO e se depara com a seguinte estatística: cerca de 10% (dez por cento) da população local alegou ter sofrido crime de roubo no ano anterior. Contudo, ao consultar o acervo da Delegacia, Carlos Roberto constatou que, no mesmo ano pesquisado, um número ínfimo de inquéritos policiais sobre crimes patrimoniais foi autuado naquela divisão policial. Tal fenômeno de subnotificação pode ser explicado pela vitimização secundária, como um derivativo das relações existentes entre as vítimas primárias e o Estado em face do aparato repressivo (burocratização do sistema policial, morosidade na solução da ocorrência, insensibilidade dos aplicadores jurídicos, reexposição do fato em diversos procedimentos etc.). (PCSP-2022-VUNESP): A própria sociedade não acolhe a vítima e muitas vezes a incentiva a não denunciar o delito às autoridades, ocorrendo o que se chama de cifra negra. É correto afirmar que o enunciado refere-se à: Vitimização terciária. (PCRN-2021-FGV): Após ser agredida por seu marido, Ana Cláudia busca auxílio em delegacia policial próxima a sua residência. Após narrar todo o ocorrido ao servidor responsável, ele afirmou que não parecia ser nada grave porque ela não apresentava nenhuma marca de lesão, sugerindo, em tom jocoso, que ela deveria voltar logo para casa porque “marido está difícil de encontrar”. Diante disso na Cláudia deixa a delegacia de polícia sem realizar o registro de ocorrência pretendido. Dentro de uma perspectiva criminológica, os fatos hipotéticos acima narrados descrevem, respectivamente, as noções de: vitimização primária e vitimização secundária. (PCES-2019): A dor causada à vítima, ao ter que reviver a cena do crime, ao ter que declarar ao juiz o sentimento de humilhação experimentado, quando os advogados do acusado culpam a vítima, argumentando que foi ela própria que, com sua conduta, provocou o delito. Os traumas que podem ser causados pelo exame médico-forense, pelo interrogatório policial ou pelo reencontro com o agressor em juízo, e outros, são exemplos da chamada vitimização: secundária. #Atenção: Como exemplos de vitimização secundária pode-se citar o mau atendimento que eventualmente receba a vítima em delegacias de polícia, institutos médico-legais, fóruns e varas criminais. Também o preconceito da sociedade, amigos e pessoas da família em relação à vitimização primária. Na maioria dos casos, a vítima comparece sozinha e às suas expensas às repartições policiais e fóruns, enfrentando toda a sorte de dificuldades, não tendo geralmente um advogado a acompanhá-la, aconselhá-la ou instruí-la. (ANDREUCCI, 2016, s.p). (PCBA-2018-VUNESP): No que diz respeito aos estudos desenvolvidos no âmbito da vitimologia, assinale a alternativa correta: A chamada da vítima na fase processual da persecução penal para ser ouvida sobre o crime, por inúmeras vezes, é denominada de vitimização secundária. (PCPI-2018): Sobre a Vitimologia,assinale a alternativa correta: É denominada secundária a vitimização causada pelas instâncias formais de controle social, no decorrer do processo de registro e apuração do crime. (PCMS-2017-FAPEMS): Dentro da criminologia, tem-se a vertente da vitimologia, que estuda de forma ampla os aspectos da vítima na criminalidade, e é dividida em primária, secundária e terciária. Da análise dessa divisão, pode-se afirmar que a vitimização terciária ocorre, quando a vítima é abandonada pelo estado e estigmatizada pela sociedade. (DPESP-2015-FCC): Sobre a relação entre sistema penal e pobreza é correto afirmar que tal qual o processo de criminalização, a vitimização também é um processo seletivo que tem como alvo preferencial os mais pobres. #Atenção: #PCSC-2014: #DPESP-2015: #PCMS-2017: #PCBA-2018: #PCSE-2018: #PCSP-2018: #PCES-2019: #PCGO-2022: #ACAFE: #AOCP: #CESPE: #FAPEMS: #FCC: #VUNESP: Dada a seletividade do sistema penal, o processo de vitimização também é seletivo, na medida em que os próprios mecanismos de persecução penal e judiciais negam atenção às vítimas pertencentes às classes pobres e marginalizadas. A esse fenômeno se dá o nome de “vitimização secundária”. Segundo Antônio García-Pablos de Molina, “se o risco de vitimização se configura, segundo as estatísticas, como um risco diferenciado (isto é, risco que se distribui não de forma igual e uniforme – nem caprichosa – senão de forma muito discriminatória e seletiva, tendo em vista as variáveis -, parece, então, razoável a possibilidade de evitar com eficácia muitos delitos dirigindo específicos programas de prevenção aos grupos ou subgrupos humanos que possuem maiores riscos de vitimização. Detectados os indicadores que convertem certas pessoas ou grupos de pessoas em candidatos qualificados ou propícios ao status de vítima, um meticuloso programa, cientificamente desenhado, de conscientização, informação e tutela orientado para os mesmos, pode e deve ser mais positivo em termos de prevenção que o clássico recurso à ameaça da pena ou a mensagem indiscriminada e abstrata a um hipotético infrator potencial”. (GARCÍA-PABLOS DE MOLINA, Antonio, O que é Criminologia? 2006, p.77). (PCCE-2015-VUNESP): Quando a vítima, em decorrência do crime sofrido, não encontra amparo adequado por parte dos órgãos oficiais do Estado, durante o processo de registro e apuração do crime, como, por exemplo, o mau atendimento por um policial, levando a vítima a se sentir como um “objeto” do direito e não como sujeito de direitos, caracteriza vitimização secundária. (PCSP-2014-VUNESP): Quando ocorre a falta de amparo da família, dos colegas de trabalho e dos amigos, e a própria sociedade não acolhe a vítima, incentivando-a a não denunciar o delito às autoridades, ocorrendo o que se chama de cifra negra, está-se diante da vitimização terciária. (PCSP-2014-VUNESP): Uma vítima que, ao querer registrar uma ocorrência, encontra resistência ou desamparo da família, dos colegas de trabalho e dos amigos, resultando num desestímulo para a formalização do registro, ocasiona o que é chamado de “cifra negra”. Neste caso, estamos diante da vitimização: terciária. (PCSP-2013-VUNESP): Entende(m)-se por vitimização terciária a discriminação que a vítima recebe de seus familiares, amigos e colegas de trabalho, em forma de segregação e humilhação, por conta do delito por ela sofrido. (PCSP-2013-VUNESP): Entende-se por sobrevitimização: a vitimização secundária, a qual consiste em sofrimento causado à vítima pelas instâncias formais da justiça criminal. (DPEPR-2012-FCC): Considere os seguintes acontecimentos: I. No dia 16 de outubro, após um dia exaustivo de trabalho, quando chegava em sua casa, às 23:00 horas, em um bairro afastado da cidade, Maria foi estuprada. Naquela mesma data, fora acionada a polícia, quando então foi lavrado boletim de ocorrência e tomadas as providências médico-legais, que constatou as lesões sofridas. II. Após o fato, Maria passou a perceber que seus vizinhos, que já sabiam do ocorrido, a olhavam de forma sarcástica, como se ela tivesse dado causa ao fato e até tomou conhecimento de comentários maldosos, tais como: “também com as roupas que usa (...)”, “também como anda, rebolando para cima e para baixo” e etc., o que a deixou profundamente magoada, humilhada e indignada. III. Em novembro, fora à Delegacia de Polícia prestar informações, quando relatou o ocorrido, relembrando todo o drama vivido. Em dezembro fora ao fórum da Comarca, onde mais uma vez, Maria foi questionada sobre os fatos, revivendo mais uma vez o trauma do ocorrido. Os acontecimentos I, II e III relatam, respectivamente processos de vitimização: primária, terciária e secundária. #Atenção: O processo de vitimização se caracteriza pela condição de vítima na qual se encontram determinados indivíduos ou grupamentos. Há, segundo a doutrina, três categorias de vitimização: i) Vitimização Primária: é aquela que decorre diretamente do cometimento do delito que provoca danos de ordem física, psíquica e materiais à vítima. O item I da questão é o que descreve essa modalidade de vitimização; ii) Vitimização Secundária: é consubstanciada pela falta de atenção dos órgãos responsáveis pela persecução penal em relação à vítima (o abandono). Disso decorre o fenômeno conhecido por "sobrevitimização", que é o dano adicional causado à vítima de crime provocado pela própria mecânica da justiça penal formal. Ocorre após o cometimento do crime, já na fase em que problemas psicológicos passam a se agravar na vítima, tornando, assim, mais agudos os problemas físicos e materiais por ela já suportados na fase anterior da vitimização. A “sobrevitimização" é mais sensível em crimes contra os costumes, crimes sexuais, crimes contra criança e adolescente, crimes contra a mulher etc, pois afetam a reputação e auto-estima dessas pessoas. O item III da questão refere-se, com efeito, a essa categoria de vitimização; e iii) Vitimização Terciária: é aquela provocada pelo meio social na qual a vítima convive. Esse último tipo de vitimização, pelo mesmo motivo encontrado na Secundária, ocorre normalmente por ocasião da prática de crimes contra os costumes, crimes sexuais e crimes praticados contra mulheres e demais segmentos vulneráveis. Essa vitimização perpassa por todos os círculos sociais, seja familiar, de amigos, de colegas de trabalho etc. Caracteriza-se quando os demais integrantes desses círculos se afastam das vítimas, fazem comentários degradantes, debocham e, enfim, tratam-nas discriminatoriamente, agravando o processo de vitimização. Em casos mais agudos, a vítima encontra mais reprovabilidade que o próprio delinquente. É, nesse sentido, que, tanto a Vitimização Secundária quanto a Terciária, de modo frequente provocam o distanciamento da vítima da Justiça, uma vez que o sofrimento causado por essa exposição pode ser maior que a reparação que a Justiça poderia oferecer. Os fatos narrados no item II da questão se enquadram perfeitamente na categoria tratada neste parágrafo. (PCSP-2018-VUNESP): A heterovitimização é a autorrecriminação da vítima pela ocorrência do crime contra si, buscando razões que, possivelmente, tornaram-na responsável pelo delito. #Atenção: #PCSP-2014/2018: #VUNESP: De acordo com Heitor Piedade Júnior, em sua obra “Vitimologia: evolução no tempo e no espaço”, explica que HETEROVITIMIZAÇÃO ou AUTOVITIMIZAÇÃO é “a ação ou efeito de alguém se autovitimizar ou vitimizar outrem (...)". Em outras palavras, corresponde à “autorecriminação da vítima” diante de um crime cometido, por meio da busca pelas razões que a tornaram, de modo provável, responsável pela prática delitiva, Exemplo: Ter deixado a porta de um automóvel sem a trava ou ter assinado uma folha de cheque que estava em branco. (PCSP-2014-VUNESP): A autorrecriminação da vítima pela ocorrência de um crime, por meio da busca por causas que, eventualmente, tornaram-na responsável pelo delito, é denominada heterovitimização. (PCSP-2014-VUNESP): O estudo da contribuição da vítima na ocorrência de um crime, e a influência dessa participaçãona dosimetria da pena, é denominado: vitimodogmática. #Atenção: Conceito de Vitimodogmática: É o ramo da Vitimologia que estuda a participação da vítima no crime, analisando a real contribuição desta no fato. Por meio desses estudos se percebeu que a vítima não pode mais ser tratada como um ser inerte face ao crime, pois ela interage com o seu agressor, e, em alguns casos, cria situações de risco para si própria, influenciado no resultado danoso. Na prática penal, esse enfoque vitimodgmático tem grande relevância, pois é dele que se originam institutos como o consentimento do ofendido, a concorrência de culpas e a provocação da vítima. Esses estudos podem levar a uma falsa ideia de existência de uma co-culpabilização do lesado diante de um fato criminoso, mas o que realmente se visa é uma punição mais justa ao autor do fato quando se for comprovado um comportamento inadequado e instigador por parte da vítima. (Fonte: http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7113). Em resumo, a vitimodogmática corresponde ao estudo do comportamento da vítima de modo tal que possa contribuir para a ocorrência do crime, interagindo de alguma forma com o delinquente que lhe causa dano em seu bem jurídico. Para a vitimodogmática, o comportamento da vítima é relevante para o crime do qual padece. (DPEDF-2019-CESPE): A criminologia, diante do fenômeno do delito, na busca de conhecer fatores criminógenos, traça um paralelo entre vítima e criminoso. Partindo dessa premissa dual, chamada por Mendelsohn de “dupla-penal”, extraem-se importantes situações fenomenológicas. Acerca desses estudos, julgue o item seguinte: Na visão do marxismo, a responsabilidade pelo crime recai sobre a sociedade, tornando o infrator vítima do determinismo social e econômico. #Atenção: #DPEPR-2012: #MPDFT-2015: #PCPE-2016: #PCBA-2018: #PCGO-2018: #PCMA-2018: #PCMG-2018: #PCRS-2018: #PCSE-2018: #PCSP-2018: #PCES-2019: #DPESP-2012/2013/2015/2019: #MPGO-2019: #PCES-2019: #PCRN-2021: #CESPE: #FCC: #FGV: #Fumarc: #Fundatec: #UEG: #VUNESP: Segundo consta na obra "Criminologia", de Shecaira (pág. 48, da 4.ª edição, RT), a visão da criminalidade concebida pelo marxismo considera a responsabilidade pelo crime como uma decorrência natural de certas estruturas econômicas, de maneira que o infrator se torna vítima daquelas. Quem é culpável é a sociedade. Cria-se, pois, uma espécie de determinismo social e econômico. (Fonte: CESPE). #Atenção: "O crime é analisado como o produto da sociedade de classes. Em “A condição da classe trabalhadora na Inglaterra”, Engels argumenta que a degradação dos trabalhadores ingleses, acarretada pela expansão da produção fabril, despojava-os de vontade própria, conduzindo-os inevitavelmente para o crime". (Fonte: http://www.justificando.com/2015/05/28/o-pensamento-marxista-sobre-crime-e-criminalidade/) (TJCE-2018-CESPE): A política criminal constitui a sistematização de estratégias, táticas e meios de controle social da criminalidade, com o propósito de sugerir e orientar reformas na legislação positivada. #Atenção: #MPDFT-2004: #PCSP-2012: #PCMS-2017: #PCGO-2017/2018: #TJCE-2018: #MPBA-2018: #PCBA-2018: #PCMA-2018: #PCSE-2018: #PCSP-2018: #PCES-2019: #PCPA-2021: #AOCP: #CESPE: #FAPEMS: #UEG: #VUNESP: Política criminal: Cuida-se de ciência independente, que tem por objeto a apresentação de críticas e propostas para a reforma do Direito Penal em vigor. É um filtro entre a letra fria da lei e a realidade social. Em outras palavras, a política criminal permite adaptar uma lei editada no passado a realidade dos dias atuais. É por causa dela que existem leis que pegam e leis não pegam. Para Basileu Garcia, “constitui uma ponte entre a teoria jurídico-penal e a realidade”. Encontra-se intimamente relacionada com a dogmática, uma vez que na interpretação e aplicação da lei penal interferem critérios de política criminal. Baseia-se em considerações filosóficas, sociológicas e políticas, e também de oportunidade, em sintonia com a realidade social, para propor modificações no sistema penal vigente. Para Franz von Liszt, compete à Política Criminal fornecer e avaliar os critérios para se apreciar o valor do Direito vigente e revelar qual deve vigorar. Cabe também a ela ensinar-nos a compreender o Direito à luz de considerações extraídas dos fins a que ele se dirige e a aplicá-lo nos casos singulares em atenção a esses fins. (PCBA-2018-VUNESP): A Política Criminal é uma disciplina que estuda estratégias estatais para atuação preventiva sobre a criminalidade, e que tem como uma das principais finalidades o estabelecimento de uma ponte eficaz entre a criminologia, enquanto ciência empírica, e o direito penal, enquanto ciência axiológica. (MPBA-2018): Assinale a alternativa correta: A Política Criminal é a sabedoria legislativa do Estado na luta contra as infrações penais tendo em conta a transformação da realidade social e humana. (PCGO-2018-UEG): “Ciência ou a arte de selecionar os bens (ou direitos), que devem ser tutelados jurídica e penalmente, e escolher os caminhos para efetivar tal tutela, o que iniludivelmente implica a crítica dos valores e caminhos já eleitos.” (ZAFFARONI, E. R.; PIERANGELI, J. H. Manual de Direito Penal Brasileiro. 12. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2018. p. 128). A descrição apresentada acima se refere a um conceito de política criminal. (PCMA-2018-CESPE): Texto 1A14AAA: João nutria grande desejo por sua colega de turma, Estela, mas não era correspondido. Esse desejo transformou-se em ódio e fez que João planejasse o estupro e o homicídio da colega. Para isso, ele passou a observar a rotina de Estela, que trabalhava durante o dia e estudava com João à noite. Determinado dia, após a aula, em uma rua escura no caminho de Estela para casa, João realizou seus intentos criminosos, certo de que ficaria impune, mas acabou sendo descoberto e preso. Com relação à situação hipotética descrita no texto 1A14AAA e às funções da criminologia, da política criminal e do direito penal, assinale a opção correta: A política criminal tem a função de propor medidas para a redução das condições que facilitaram o cometimento do crime por João, como a urbanização e a iluminação de ruas. #Atenção: A Política Criminal tem por objetivo criar estratégias concretas de controle da criminalidade, a fim de manter seus índices em níveis toleráveis. Toma como base o fundamento científico fornecido pela criminologia, e por meio de juízo de valor busca criticar e apresentar propostas para a reforma do Direito Penal. Nesse sentido, representa uma ponte entre a criminologia e o Direito penal. (MPDFT-2004): A Política Criminal orienta a evolução da legislação penal e a sua aplicação conforme as finalidades materiais do Direito Penal. (DPEPE-2018-CESPE): Assinale a opção correta, a respeito da política criminal no Brasil: A reforma do Código Penal e a revisão de toda a legislação especial são exemplos de sugestões apresentadas pelos doutrinadores criminalistas para a melhoria da política criminal. (DPERR-2021-FCC): João foi condenado por tráfico de drogas. Sua pena-base foi exasperada ao fundamento de que ele possui personalidade voltada para o crime. A valoração negativa da personalidade de João é expressão do Direito Penal: do autor. #Atenção: #MPMG-2013: #PF-2013: #DPEMA-2015: #DPEPE-2015: #DPEBA-2016: #PCMA-2018: #DPERR-2021: #CESPE: #FCC: O que verdadeiramente configura o delito é o modo de ser do agente, como sintoma de sua personalidade: a essência do delito radica em uma característica do autor que explica a pena. Ou seja, “a pena se associa de modo imediato à periculosidade do autor, pelo que para a justificação da sanção aquela deve ser atribuível à. Por esta concepção o Direito Penal não deve castigar o ato, que em si mesmo não expressa muito valor, mas sim a atitude interna jurídica corrompida do agente. Com o Direito Penal de autor surge o denominado tipo de autor, pelo qual o criminalizado é a personalidade, e não a conduta. Por outro lado, a expressão Direito Penaldo fato significa que as leis penais somente devem punir fatos causados pelo homem e lesivos a bens jurídicos de terceiro. Não se pune o pensamento, mas sim as manifestações exteriores do ser humano. O direito penal do fato se contrapõe ao direito penal do autor pelo simples fato da analise da infração cometida se a ter somente a infração em si, e não no agente que cometeu determinado delito ou tipo penal. Vejamos as seguintes diferenças entre direito penal do autor e do fato: · direito penal do autor: deve ser punido pelo que é. É usado em nosso Direito Penal (art. 59) para a fixação da pena, regime de cumprimento da pena, espécie de sanção, entre outros. · direito penal do fato ou da culpa: deve ser punido pelo que fez, foi adotado pelo nosso Direito Penal para caracterizar o crime, o direito penal do fato. Nessa perspectiva não interessa o histórico ou antecedente do investigado ou suspeito. Para a sua condenação obedece-se aos princípios constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, por meios lícitos, provar cabalmente o seu envolvimento. #Atenção: #MPMG-2013: #DPEMA-2015: #DPEPE-2015: #DPEBA-2016: #PCMA-2018: #CESPE: #FCC: Trecho extraído da obra Direito Penal Brasileiro – Teoria Geral do Direito Penal: “Este direito penal supõe que o delito seja sintoma de um estado do autor, sempre inferior ao das demais pessoas consideradas normais. Tal inferioridade é para uns de natureza moral e, por conseguinte, trata-se de uma versão secularizada de um estado de pecado jurídico; para outros, de natureza mecânica e, portanto, trata-se de um estado perigoso. Os primeiros assumem, expressa ou tacitamente, a função de divindade pessoal e, os segundos, a de divindade impessoal e mecânica.” in Zaffaroni, E. Raúl, Batista, Nilo et all. Direito Penal Brasileiro: primeiro volume – Teoria Geral do Direito Penal. Rio de Janeiro: Revan, 2003, 2ª. edição, p. 131. #Atenção: #PF-2013: #CESPE: Diferença entre culpabilidade de ato e culpabilidade de autor: A doutrina distingue o chamado Direito Penal do Autor e o Direito Penal do Fato. No Direito Penal do Autor, julga-se o indivíduo por aquilo que ele é. No Direito Penal do Fato, o que se busca é o julgamento dos fatos que o indivíduo teria cometido. Não se adota no Brasil de forma irrestrita o Direito Penal do Autor, por ser odioso, ao buscar o julgamento do indivíduo por sua personalidade, e não por aquilo que fez. Dentre deste enfoque, a doutrina distingue a culpabilidade pelo fato individual e a culpabilidade do autor. A culpabilidade pelo fato individual se volta ao desvalor do fato praticado, analisando-se o modo de execução e as circunstâncias do crime, por exemplo. Já a culpabilidade do autor valora o sujeito ativo do delito, em razão de sua conduta social, personalidade e antecedentes. Na dosimetria da pena adotada pelo Código Penal, encontramos a adoção de ambas as espécies de culpabilidade, com análise das duas para fixação da sanção penal. (PCMA-2018-CESPE): Acerca do direito penal e do poder punitivo, assinale a opção correta: O direito penal do autor poderá servir de fundamento para a redução da pena quando existirem circunstâncias pessoais favoráveis ao acusado. #Atenção: O direito penal adota tanto o direito penal do fato, para responsabilizar o indivíduo (suspeito) de forma “abstrata”, quanto o direito penal do autor, para aplicar a pena, analisando os requisitos do determinado caso concreto (ex.: art. 59, CP). (DPEPE-2015-CESPE): A respeito do objeto de estudo do direito penal, do direito penal do autor e das teorias da pena, julgue o item seguinte: No direito penal do autor, o delito é visto como um sintoma de um estado do autor, mecânica ou moralmente inferior ao das pessoas consideradas normais. #Parêntese: #Atenção: #DPERR-2021: #FCC: Direito Penal Periférico: Direito Penal de segunda velocidade: ao lado do Direito Penal nuclear, em uma zona periférica, admitir-se-ia a segunda expansão do Direito Penal, dirigido à proteção dos novos e grandes riscos da sociedade, com a possibilidade de flexibilização de garantias penais e processuais penais (Direito Penal periférico). Confere proteção aos bens jurídicos supraindividuais, possibilitando a antecipação da tutela penal (tipificação de condutas presumivelmente perigosas – crimes de perigo presumido) e a criação de crimes de acumulação (a lesão ao bem jurídico pressupõe a soma de várias condutas praticadas individualmente). Porém, diante dessa flexibilização, não admite a aplicação da pena de prisão, mas somente as penas restritivas de direitos e pecuniárias. #Parêntese: #Atenção: #DPERR-2021: #FCC: Direito Penal Nuclear: Direito Penal de primeira velocidade: assegura todos os critérios clássicos de imputação e os princípios penais e processuais penais tradicionais (ex.: princípios da subsidiariedade e ofensividade), mas permite a aplicação da pena de prisão. Trata-se do Direito Penal clássico, que protege bens jurídicos individuais e, eventualmente, supraindividuais, sempre que efetivamente houver lesão ou perigo concreto de lesão. Nesse nível de intensidade, o Direito Penal é reduzido ao seu núcleo duro (Direito Penal nuclear). #Parêntese: #Atenção: #DPERR-2021: #FCC: O Direito Penal primário (clássico) é aquele contido nos Códigos Penais. O Direito Penal secundário (extravagante ou penal administrativo) é o contido nas leis especiais não integrantes do Código Penal. (DPERO-2023-CESPE): Considera-se um objeto da criminologia a vítima. #Atenção: #DPEPR-2012: #PCSC-2014: #MPBA-2015: #DPESP-2015: #PCCE-2015: #PCPE-2016: #DPU-2017: #PCGO-2017: #PCBA-2018: #PCMA-2018: #PCMG-2018: #PCPI-2018: #PCRS-2018: #PCSE-2018: #PCES-2019: #PCMS-2017/2021: #PCPA-2021: #PF-2021: #PCSP-2010/2012/2013/2014/2018/2022: #DPERO-2023: #ACAFE: #AOCP: #CESPE: #FAPEC: #FAPEMS: #FCC: #Fumarc: #Fundatec: #VUNESP: Objeto de estudo da Criminologia Moderna: Embora o objeto da criminologia seja uma questão bastante controvertida, há um consenso de que tem por objeto de estudo ao menos quatro pontos fundamentais: o delito, o delinquente, a vítima e o controle social. (PCSP-2022-VUNESP): Com relação ao objeto da criminologia, é correto afirmar que atualmente ele está dividido nas seguintes vertentes: delito, delinquente, vítima e controle social. (PCSP-2018-VUNESP): É correto afirmar que atualmente o objeto da criminologia está dividido em quatro vertentes, a saber: crime, criminoso, vítima e controle social. (PCGO-2017-CESPE): A respeito do conceito e das funções da criminologia, assinale a opção correta: A criminologia é a ciência que, entre outros aspectos, estuda as causas e as concausas da criminalidade e da periculosidade preparatória da criminalidade. #Atenção: De acordo com o que é assente na doutrina, o objeto da criminologia se ocupa do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social. No que toca ao infrator, a criminologia se detém na periculosidade preparatória da criminalidade, ou seja, nos fatores que propendem o infrator a delinquir. (PCCE-2015-VUNESP): Os objetos de estudo da moderna criminologia estão divididos em quatro vertentes: delito, delinquente, vítima e controle social. (PCSP-2013-VUNESP): Os objetos de estudo da moderna Criminologia são: o crime, o criminoso, a vítima e o controle social. (PCSP-2012): Constituem objeto de estudo da Criminologia o delito, o delinquente, a vítima e o controle social. (PCSP-2010): Atualmente, são objetos de estudo da Criminologia: o delito, o delinquente, a vítima e o controle social. #Atenção: #PCPE-2016: #PCSE-2018: #PCMS-2021: #CESPE: #FAPEC: Embora tanto o direito penal quanto a criminologia se ocupem de estudar o crime, ambos dedicam enfoques diferentes para o fenômeno criminal. O direito penal é ciência normativa, visualizando o crime como conduta anormal para a qual fixa uma punição. Por seu turno, a criminologia vê o crime como um problema social, um verdadeiro fenômeno comunitário. Sobre o tema, Sérgio Salomão Shecaira explica: “Diferentemente do direito penal, a criminologia pretende conhecer a realidade para explicá-la,enquanto aquela ciência valora, ordena e orienta a realidade, com o apoio de uma série de critérios axiológicos. A criminologia aproxima-se do fenômeno delitivo sem prejuízos, sem mediações, procurando obter uma informação direta deste fenômeno. Já o direito limita interessadamente a realidade criminal, mediante os princípios da fragmentariedade e seletividade, observando a realidade sempre sob o prisma do modelo típico. Se à criminologia interessa saber como é a realidade, para explicá-la e compreender o problema criminal, bem como transformá-la, ao direito penal só lhe preocupa o crime enquanto fato descrito na norma legal, para descobrir sua adequação típica. O direito penal versa sobre normas que interpretam em suas conexões internas, sistematicamente. Interpretar a norma e aplicá-la ao caso concreto, a partir de seu sistema, são os momentos centrais da tarefa jurídica. Por isso, ao contrário da criminologia, que é uma ciência empírica, o direito penal tem um método jurídico-dogmático e seu proceder é dedutivo sistemático. O direito penal tem natureza formal e normativa.” (Fonte: CRIMINOLOGIA. Sérgio Salomão SHECAIRA. Revista dos Tribunais. p. 51, 2020.) (PCMG-2021-Fumarc): No que diz respeito aos objetos da Criminologia, assinale a alternativa correta: Para o Direito Penal, o delito é uma ação ou omissão típica, ilícita e culpável, centrando-se a análise no comportamento do indivíduo. (PCMS-2021-FAPEC): Considerando os conceitos doutrinários de Direito Penal, de Criminologia e de Política Criminal, assinale a alternativa correta: O Direito Penal é o conjunto de normas jurídicas que preveem os crimes e lhes cominam sanções, bem como disciplinam a incidência e a validade de tais normas, a estrutura geral do crime e a aplicação e a execução das sanções cominadas. (PCMS-2021-FAPEC): Considerando os conceitos doutrinários de Direito Penal, de Criminologia e de Política Criminal, assinale a alternativa correta: A Criminologia reúne uma informação válida e confiável sobre o problema criminal, que se baseia em um método empírico de análise e de observação da realidade. (PCMS-2021-FAPEC): Considerando os conceitos doutrinários de Direito Penal, de Criminologia e de Política Criminal, assinale a alternativa correta: Diferentemente do Direito Penal, a Criminologia pretende conhecer a realidade para explicá-la, enquanto aquela ciência valora, ordena e orienta a realidade, com o apoio de uma série de critérios axiológicos. (PCMS-2021-FAPEC): Considerando os conceitos doutrinários de Direito Penal, de Criminologia e de Política Criminal, assinale a alternativa correta: Em sua obra, Franz von Lizst formulou um modelo tripartido de “ciência conjunta”, que reunia as ramificações do saber que constituem objeto de estudo do Direito Penal, Criminologia e Política Criminal. #Atenção: Mário Lúcio Garcez Calil e José Eduardo Lourenço dos Santos explicam que “Franz Von Liszt foi o primeiro a pensar nas interrelações entre as bases do direito criminal, em um modelo tripartido, que chamou de “ciência conjunta do direito penal” (gesamte Strafrechtwissenschaft), compreendendo a ciência direito penal, a criminologia e a política criminal”. (Fonte: A formulação da agenda político-criminal com base no modelo de ciência conjunta do direito penal, in: https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/RBPP/article/viewFile/5244/pdf.). (PCPE-2016-CESPE): A criminologia moderna ocupa-se com a pesquisa científica do fenômeno criminal — suas causas, características, sua prevenção e o controle de sua incidência —, sendo uma ciência causal-explicativa do delito como fenômeno social e individual. #Atenção: Segundo Alfonso Serrando Maíllo e Luiz Regis Prado em sua obra conjunta denominada Curso de Criminologia, é “uma ciência empírica de cunho interdisciplinar, que estuda o fenômeno criminal utilizando-se principalmente do método causa- explicativo. Ocupa-se das circunstâncias humanas e sociais relacionadas com o surgimento, a prática e a maneira de evitar o crime, assim como o tratamento dos criminosos”. De acordo com os autores mencionados, “a criminologia tem como principal função o estudo das causas do delito e, secundariamente, busca alternativa para responder ao fenômeno criminal, no sentido de preveni-lo ou controlá-lo" e, ainda que à criminologia "interessam os aspectos sintomáticos, individuais e sociais do delito e da delinquência”. #Atenção: #PCPE-2016: #PCBA-2018: #PCMG-2018: #PCSE-2018: #PCMS-2017/2021: #PCSP-2018/2022: #CESPE: #FAPEC: #Fumarc: #VUNESP: Criminologia Científica Moderna: a) Definição (Molina e Calhau): “A criminologia científica é ciência empírica e interdisciplinar, com informação válida e segura, relacionada ao fenômeno delitivo, entendido sob o prisma individual e de problema social, como também formas de preveni-lo. Concebe o crime como fenômeno humano, cultural e complexo”. b) Postulados: -Tem como objeto o estudo do crime, do delinquente, da vítima e do controle social. -Tem como objetivos a prevenção do delito, daí, diagnosticar o fenômeno criminal, acompanhá-lo com estratégias de intervenção por programas de prevenção do crime pela eficácia do seu controle e custos sociais. - Método: Empírico e Interdisciplinar. - A Criminologia Científica Moderna possui orientação prevencionista, em detrimento da repressiva. Analisa e avalia os modelos de reação ao delito. - Tem como objetivos a prevenção do delito, daí, diagnosticar o fenômeno criminal, acompanhá-lo com estratégias de intervenção por programas de prevenção do crime pela eficácia do seu controle e custos sociais. Métodos: Empirismo e Interdisciplinaridade - O empirismo consiste em uma doutrina que busca extrair o conhecimento a partir da experiência, mesmo negando princípios de racionalidade. c) Os objetos para a Criminologia Moderna Científica, segundo Molina e Calhau são quatro: - Crime; - Delinquente; - Vítima; - Controle Social. (PCSE-2018-CESPE): Acerca do conceito e das funções da criminologia, julgue o item seguinte: A pesquisa criminológica científica visa evitar o emprego da intuição ou de subjetivismos no que se refere ao ilícito criminal, haja vista sua função de apresentar um diagnóstico qualificado e conjuntural sobre o delito. #Atenção: Segundo Nestor Sampaio Penteado Filho: “Pode-se dizer com acerto que é função da criminologia desenhar um diagnóstico qualificado e conjuntural sobre o delito, entretanto convém esclarecer que ela não é uma ciência exata, capaz de traçar regras precisas e indiscutíveis sobre as causas e efeitos do ilícito criminal. Assim, a pesquisa criminológica científica, ao usar dados empíricos de maneira criteriosa, afasta a possibilidade de emprego da intuição ou de subjetivismos.” (Fonte: Manual Esquemático de Criminologia - Nestor Sampaio Penteado Filho, 2018). (MPSC-2016): Enquanto a criminologia pode ser identificada como a ciência que se dedica ao estudo do crime, do criminoso e dos fatores da criminalidade, a vitimologia tem por objeto o estudo da vítima e de suas peculiaridades, sendo considerada por alguns autores como ciência autônoma. #Atenção: #PCSC-2014: #MPSC-2016: #PCPE-2016: #PCGO-2017: #PCBA-2018: #PCMA-2018: #PCMG-2018: #PCPI-2018: #PCRS-2018: #PCSE-2018: #PCES-2019: #PCMS-2017/2021: #PCPA-2021: #PF-2021: #PCSP-2012/2013/2014/2018/2022: #ACAFE: #AOCP: #CESPE: #FAPEC: #FAPEMS: #Fumarc: #Fundatec: #VUNESP: As definições atribuídas à Criminologia são diversas na doutrina, vez que sendo uma ciência que investiga o crime do ponto de vista não normativo, os autores abordam-na com diferentes enfoques em suas obras. Ao definir criminologia, ANTONIO GARCÍA-PABLOS DE MOLINA explica: “... é uma ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa de estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento delitivo, e que trata de subministrar uma informação válida, contrastada, sobre a gênese, dinâmica e variáveis principais do crime - contemplado este problema individual e como problema social -, assim como sobre programas de prevenção eficaz do mesmo e técnicas de intervençãopositiva no homem do delinquente e nos diversos modelos ou sistemas de resposta ao delito”. Mais do que o estudo da criminalidade, a criminologia é a ciência que analisa os crimes em seu contexto causal, tratando não somente do sujeito que pratica o delito, mas das razões sociais que o levam a tal prática, bem como dos efeitos do cometimento da conduta antissocial. Portanto, pelo conceito citado, ela é uma ciência, ou seja, possui objeto, método e função próprios. Não é dogmática e normativa, pois seu objeto não é a norma; sendo, portanto, a ciência do fato, do “ser”. O Conceito de Vitimologia: Anteriormente considerada apenas um ramo da criminologia, atualmente a vitimologia tem sido aceita por alguns autores como ciência autônoma. Fato é que a vitimologia tem por objeto o estudo da vítima e suas peculiaridades, o que, se consideradas as explanações anteriormente expostas, a classificaria como ramo da criminologia. Entretanto, mister se faz destacar que nos dias atuais a figura da vítima ganhou tamanha importância, não somente sob o ponto de vista do seu estudo como componente do crime, mas principalmente sob o prisma da sua proteção, que se faz necessário estudá-la separadamente. GUGLIELMO GULOTTA descreve criminologia como uma disciplina que tem por objeto o estudo da vítima, de sua personalidade, de suas características, de suas relações com o delinquente e do papel que assumiu na gênese do delito. (PCPA-2021-AOCP): Assinale a alternativa que NÃO engloba um objeto de estudo criminológico: O “dever-ser”. (PCSP-2018-VUNESP): A Criminologia é a ciência empírica (baseada na observação e na experiência) e interdisciplinar que tem por objeto de análise o crime, a personalidade do autor do comportamento delitivo, a vítima e o controle social das condutas criminosas. (PCSP-2018-VUNESP): Com relação ao método, é correto afirmar que a criminologia é uma ciência do ser, empírica (observação da realidade), que se vale do método indutivo, utilizando-se de métodos biológico e sociológico. (PCSP-2018-VUNESP): Assinale a alternativa correta em relação ao conceito, método, objeto ou finalidade da Criminologia: Uma das finalidades da Criminologia, no seu atual estágio de desenvolvimento, é questionar a própria existência de alguns tipos de crimes. (PCMS-2017-FAPEMS): A atividade policial dentre suas finalidades deve prevenir e reprimir o crime. Em particular, à polícia judiciária cabe investigar, com o fim de esclarecer fatos delitivos que causaram danos a bens jurídicos relevantes tutelados pelo direito penal. A criminologia dada a sua interdisciplinaridade constitui ciência de suma importância na atividade policial por socorrer-se de outras ciências para compreender a prática delitiva, o infrator e a vítima, possuindo métodos de investigação que visam a atender sua finalidade. Diante do exposto, assinale a alternativa correta sobre a criminologia como ciência e seus métodos: Os métodos biológico e sociológico são utilizados pela criminologia, que, por meio do empirismo e da experimentação, estuda a motivação criminosa do sujeito. (PCSP-2014-VUNESP): Conceitua-se a criminologia, por ser baseada na experiência e por ter mais de um objeto de estudo, como uma ciência: empírica e interdisciplinar. (PCSP-2014-VUNESP): A criminologia pode ser conceituada como uma ciência empírica, baseada na observação e na experiência, e interdisciplinar que tem por objeto de análise o crime, o criminoso, a vítima e o controle social. (PCSP-2014-VUNESP): A Criminologia é uma ciência empírica e interdisciplinar, fática do “ser”; o Direito Penal é uma ciência jurídica, cultural e normativa, do “dever ser”. #Atenção: Na obra “Curso de Criminologia” escrita em conjunto por Alfonso Serrano Maíllo e Luiz Regis Prado, os autores consignam que, “na busca de uma distinção entre Direito Penal e criminologia, afirma-se que aquele vem a ser uma disciplina normativa que declara 'o que deve ser', ao passo que a criminologia é uma ciência empírica que diz "o que é". Daí, a grande diferença de seus métodos, embora tenham o mesmo objeto: enquanto o primeiro se utiliza de métodos característicos da ciência do Direito (análise interpretativa das fontes do Direito e síntese teórica de seus dados), a segunda recorre aos métodos empíricos específicos das ciências sociais, adaptando-os à complexidade particular de seu objeto”. (DPERS-2018-FCC): O trecho abaixo integra uma letra musical do grupo Facção Central. Dentre as várias formas de interpretação desse fragmento escrito, pode-se dizer que ele suscita a reflexão sobre as técnicas de prevenção dos delitos e as formas alternativas de solução de conflitos. “(...) Ocupamos os bondes dos 157 em transferência Porque não fomos convidados pras feiras de ciência Pela indução diária a trilha dos para-fal Em vez de pena merecíamos perdão judicial.” Com relação às funções da criminologia, e com base no trecho apresentado acima, é correto afirmar que a reflexão suscitada é uma das funções da criminologia. #Atenção: #PCSC-2014: #PCPE-2016: #PCGO-2017: #DPERS-2018: #PCBA-2018: #PCMA-2018: #PCMG-2018: #PCPI-2018: #PCRS-2018: #PCSE-2018: #PCES-2019: #PCMS-2017/2021: #PCPA-2021: #PF-2021: #PCSP-2010/2012/2013/2014/2018/2022: #ACAFE: #AOCP: #CESPE: #FAPEC: #FAPEMS: #FCC: #Fumarc: #Fundatec: #VUNESP: Temos que a criminologia é uma ciência do “ser”, empírica, na medida em que seu objeto (crime, criminoso, vítima e controle social) é visível no mundo real e não no mundo dos valores, como ocorre com o direito, que é uma ciência do “dever-ser”, portanto, normativa e valorativa. #Atenção: #DPEPE-2015: #PCBA-2018: #PCMA-2018: #PCMG-2018: #PCSE-2018: #PCMS-2017/2021: #PCSP-2013/2014/2018/2022: #CESPE: #FAPEC: #Fumarc: #VUNESP: Diferenças entre os Institutos “Direito Penal, Criminologia e Política Criminal”: Direito Penal Criminologia Política Criminal Ciência axiológica – valoriza condutas específicas para normatizá-las – que analisa os fatos humanos indesejados, define quais devem ser rotulados como crime ou contravenção e anuncia as penas. Ciência empírica que estuda o crime, o criminoso, a vítima e o comportamento da sociedade. Trabalha estratégias e meios de controle social para a criminalidade. Estabelece uma ponte eficaz entre a criminologia e o direito penal. Ocupa-se do crime enquanto NORMA. Ocupa-se do crime enquanto FATO. Ocupa-se do crime enquanto VALOR. Exemplo: define crime no ambiente doméstico e familiar. Exemplo: quais fatores contribuem para a violência doméstica e familiar. Exemplo: estuda com diminuir a violência doméstica e familiar. #Em resumo: -Criminologia (investiga as causas do delito); -Direito Penal (tipifica criminalmente as condutas indevidas, por meio de normas penais, no plano do dever ser) -Política Criminal (estratégias para controle da criminalidade); #Em resumo: -A Criminologia sempre tem um cunho opinativo, ou seja, ela subministra informações verificadas empiricamente à Política Criminal, a qual tem um cunho decisivo que, por sua vez, decide as políticas criminais a serem seguidas, as quais são transformadas em leis e executadas pelo Direito Penal, que teria um cunho operativo. 1) Criminologia: Etapa Explicativa; 2) Política Criminal: Etapa Decisiva; 3) Direito Penal: Etapa instrumental. -Política Criminal é uma disciplina que estuda estratégias estatais para atuação preventiva sobre a criminalidade, e que tem como uma das principais finalidades o estabelecimento de uma ponte eficaz entre a criminologia, enquanto ciência empírica, e o direito penal, enquanto ciência axiológica. (PCMG-2021-Fumarc): Sobre a perspectiva crítica defendida por Thiago Fabres de Carvalho em “Criminologia, (in)visibilidade e reconhecimento: o controle penal da subcidadania no Brasil”, analise as assertivas abaixo: I. As relações entre a criminologia e a noção moderna de dignidade humana são tão profundas quanto paradoxais. A emergência do saber sobre o crime e o criminoso na era moderna é marcada por profundas contradições atreladas às demandas de ordem inerentes à constituição do mundosocial. PORQUE II. Se, de um lado, a noção de dignidade humana produzida pelos discursos filosóficos, políticos e jurídicos da modernidade expressa os anseios de emancipação dos laços da tradição; por outro lado, a criminologia emerge como um poderoso discurso científico de justificação do controle social requerido pelas exigências de ordem da sociedade burguesa em ascensão. Está CORRETO o que se afirma em: I e II são proposições verdadeiras e II é uma justificativa correta da I. #Atenção: Ipsis litteris da obra do Thiago Fabres, inclusive é o primeiro parágrafo da introdução do livro: · “(...) As relações entre a criminologia e a noção moderna de dignidade humana são tão profundas quanto paradoxais. A emergência desse novo saber sobre o crime e o criminoso na era moderna é marcada por profundas contradições atreladas às demandas de ordem inerentes à constituição do mundo social. Se, de um lado, a noção de dignidade humana produzida pelos discursos filosóficos, políticos e jurídicos da modernidade expressa os anseios de emancipação dos laços da tradição, por outro lado, a criminologia emerge como um poderoso discurso científico de justificação do controle social requerido pelas exigências de ordem da sociedade burguesa em ascensão. · Nesse sentido, a dignidade humana expressa, na sociedade moderna, a necessidade de um tratamento igual, calcado na afirmação do reconhecimento de cada singularidade enquanto autenticidade. Isso quer dizer, pois, que, do ponto de vista dos novos discursos da filosofia política e jurídica, o sistema de justiça penal deveria conter, desde sua gênese, um tratamento condizente com a própria condição do homem como ser racional, livre e igual. Assim, sob o rótulo do "princípio da humanidade", que deita suas raízes nas obras dos reformadores clássicos, ao sistema penal caberia: a) a eliminação da inflição de castigos cruéis, desumanos ou degradantes, consubstanciados nas práticas aflitivas dos suplícios no Estado Absolutista; b) a delimitação de seu desempenho, por meio da contenção jurídica do poder punitivo; c) a supressão de toda e qualquer discriminação jurídica a partir da condição social do desviante, reforçando o princípio da igualdade. (...) (Carvalho, Thiago Fabres de. Criminologia, (in)visibilidade, reconhecimento: o controle penal da subcidadania no Brasil. Rio de Janeiro: Revan, 2014. fl. 11) (PCSP-2014-VUNESP): Criminologicamente falando, entende-se por mimetismo a reprodução de um comportamento delituoso, por meio de imitação. #Atenção: #PCSP-2013/2014: #VUNESP: O mimetismo, em termos criminológicos, é a reprodução de um comportamento delitivo por parte do indivíduo que quer imitar o exemplo dos criminosos que gozam de determinado prestígio e usufruem, com ostentação, do produto de seus crimes. Assim, o delinquente, em um meio em que criminosos gozam de destaque, tende a se tornar um imitador, tanto na aparência como nos hábitos dos criminosos famigerados. (DPEPE-2015-CESPE): A respeito do objeto de estudo do direito penal, do direito penal do autor e das teorias da pena, julgue o item seguinte: O direito penal, mediante a interpretação das leis penais, proporciona aos juízes um sistema orientador de decisões que contém e reduz o poder punitivo, para impulsionar o progresso do estado constitucional de direito. #Atenção: #DPEPE-2015: #PCMA-2018: #CESPE: Nessa nuance, o direito penal seria como afirma Zaffaroni, “(...) ramo do saber jurídico que, mediante a interpretação das leis penais, propõe aos juízes um sistema orientador de decisões que contém e reduz o poder punitivo para impulsionar o progresso do estado constitucional do direito”. Conceito extraído da melhor doutrina. (ZAFFARONI, Eugênio Raúl. et. al. Direito Penal Brasileiro – 1. Rio de Janeiro: Editora Revan, 2006, p. 40.) (DPEMA-2015-FCC): A “reintrodução da vítima no bojo do discurso jurídico-penal representa um grave retrocesso, dado que os interesses das vítimas, vingativos por excelência, são instrumentalizados para encabeçar campanhas de Lei e Ordem em detrimento de garantias penais e processuais penais do Direito Penal liberal". (Callegari; Wermuth, 2010, p. 77). O autor faz referência à lei “Maria da Penha”. #Atenção: Em margem para discussões de cunho acadêmico, sabe-se o atual momento do direito penal brasileiro, é o da busca pela evolução dos seus institutos, primados, princípios e propostas. O Direito penal é observado, atualmente, pela ótica da intervenção mínima, e encontra-se no ritmo do movimento do direito penal mínimo. Nessa tônica, a lei penal não deve procurar realizar a justiça concebida no passado - o direito penal do autor, ou mesmo o direito penal da vítima. Há necessidade de uma maior abstração, de modo que toda e qualquer sanção penal tenha, em sua própria razão de ser, a missão de proteção de um bem maior, de natureza difusa. O movimento de Lei e Ordem, citado pelo autor, é justamente o completo oposto do direito penal mínimo. Seu maior idealizador - Gunther Jakobs, afirma, em apertada síntese, que o direito penal deve se efetivar, antes mesmo que os bens jurídicos tutelados pela norma penal sofram dano. Afirma que o criminoso bárbaro não é sequer um ser digno, e que, portanto, a ele não devem ser garantidos direitos fundamentais. Assim, tem-se que o direito penal não pode colocar a vítima no epicentro motivador da sanção penal, sob pena de haver um retrocesso nesse fenômeno evolutivo.[footnoteRef:1] [1: #Atenção: #Cartórios/TJRN-2012: Acerca do Direito Penal Máximo, José Carlos de Oliveira Robaldo explica: “A metodologia do Direito Penal máximo está estruturada basicamente em sete eixos, a saber: a) ampliação das leis penais; b) ampliação das penas de prisão e com longa duração; c) regime de execução mais rígido; d) tolerância zero; e) redução da maioridade penal; f) pena de prisão para usuários de drogas e: g) direito penal do inimigo. Nessa linha, defende-se que para conter a violência se torna imperiosa a ampliação de bens jurídicos tutelados e consequentemente o rol de novas leis penais, o que significa um Direito Penal mais abrangente.” (FONTE: ROBALDO, José Carlos de Oliveira. Direito Penal Máximo e o Controle Social.).] (PCSP-2014-VUNESP): Do ponto de vista criminológico, o criminoso fronteiriço é aquele que é considerado semi-imputável pela lei penal, pois seu estado psicológico situa-se na zona limítrofe entre a higidez e a insanidade mental. #Atenção: Os criminosos fronteiriços não são propriamente doentes mentais, mas também não são normais. Apresentam permanentes deformidades do senso ético-moral, distúrbio de afeto e de sensibilidade cujas alterações psíquicas os levam ao delito. Segundo Paulo José da Costa Jr., o entendimento da psiquiatria moderna, entre a plena capacidade mental e a total insanidade psíquica, existe uma zona cinzenta, onde se localizam os chamados "fronteiriços" ou semi-imputáveis. Estão incluídos nessa faixa intermediária "os estados atenuados incipientes e residuais de psicoses, certos graus de oligofrenias e em maior número as chamadas personalidades psicopáticas e os transtornos mentais transitórios quando afetam, sem excluir, a capacidade de entender e de querer". Vale registrar as considerações esclarecedoras da Exposição de Motivos nº 22 da parte geral do Código Penal, in verbis: “[...] Nos casos fronteiriços em que predominar o quadro mórbido, optará o juiz pela medida de segurança. Em casos opostos, pela pena reduzida. Adotada, porém, a medida de segurança, dela se extrairão todas as consequências, passando o agente à condição de inimputável e, portanto, submetido às regras do Título VI, onde se situa o art. 98, objeto da remissão contida no mencionado parágrafo único do art. 26." (PCPR-2021-UFPR): Sobre os discursos punitivos criminológicos elaborados nos últimos anos, assinale a alternativa correta: As doutrinas atuariais referem-se a práticas administrativas de funcionamento do sistema penal e têm como objetivo o gerenciamento de grupos classificados como perigosos. #Atenção: #DPEPR-2017: #PCPR-2021: #FCC: #UFPR: Atualmente,constata-se a forte tendência da política criminal norte-americana em adotar a lógica atuarial como ferramenta de gestão eficiente de grupos sociais indesejados. A lógica atuarial consiste na “adoção sistemática do cálculo atuarial como critério de racionalidade de uma ação, definindo-se como tal a ponderação matemática de dados – normalmente aferidos a partir de amostragens – para determinar a probabilidade de fatos futuros concretos”. O modelo atuarial, de acordo com Maurício Dieter, torna-se a mais impressionante tendência das estratégias de definição das formas de prevenção e controle da criminalidade na virada do séc. XXI. Não se trata apenas de ficar restrito ao campo da execução penal, do qual se originou no final dos anos vinte do século passado. Essa técnica dissemina-se por todo o sistema de justiça criminal. Desvinculada dos ideais humanistas de regeneração disciplinar, apresenta-se como uma prática de inocuização dos considerados irrecuperáveis. O processo de medição de risco de um dado criminoso tem por foco a atribuição de um valor numérico às suas diversas características individuais e sociais a fim de, posteriormente, compará-las com as informações dos indivíduos já criminalizados, permitindo-se decidir sobre possíveis acontecimentos futuros. É justamente a retórica do risco que permite a utilização de instrumentos como o cálculo atuarial, incidindo sobre grupos sociais abstratos, não sobre pessoas concretas. Passa-se a gerir a criminalidade segundo o critério de classificação de indivíduos em perfis de risco (risk profiles): reincidentes, traficantes, “predadores sexuais”, etc. O objetivo é identificar os ofensores de alto risco, mantê-lo presos por um longo período e julgá-los rapidamente, enquanto que para os ofensores de baixo risco a investida do controle é menos intrusiva. Para os operadores atuariais, a depender do nível de risco oferecido, a incapacitação seletiva terá a função de reduzir taxas de criminalidade. O que se pretende, com isso, é gerir um segmento da população por meio da prisão. Não é por acaso que as prisões são classificadas de acordo com o seu nível de segurança. As sanções são baseadas, portanto, em termos de gestão eficiente do risco. (FONTE: https://canalcienciascriminais.com.br/politica-criminal-atuarial-o-ocaso-humanista/#_ftn2). A lógica atuarial consiste na “adoção sistemática do cálculo atuarial como critério de racionalidade de uma ação, definindo-se como tal a ponderação matemática de dados – normalmente aferidos a partir de amostragens – para determinar a probabilidade de fatos futuros concretos”. Passa-se a gerir a criminalidade segundo o critério de classificação de indivíduos em perfis de risco (risk profiles): reincidentes, traficantes, “predadores sexuais”, etc. O que se pretende, com isso, é gerir um segmento da população por meio da prisão. Não é por acaso que as prisões são classificadas de acordo com o seu nível de segurança. (...). A Criminologia Atuarial, nesse sentido, aplica aos comportamentos humanos as técnicas estatísticas desenvolvidas para as finanças e os seguros para calcular os riscos (BRANDARIZ GARCÍA, 2007; GARAPON, 2010). A ideia é viabilizar a neutralização eficiente dos grupos considerados perigosos, ou seja, “os violentos com forte tendência à reincidência”, que passam a ser considerados – novamente na léxica norteamericana – “predadores sociais” e que se transformam, em razão disso, em “alvo prioritário de todo o aparelho punitivo.” (DIETER, 2013, p. 113-114). (DPEPR-2017-FCC): A política criminal atuarial indica que os presos devem ser organizados de acordo com seu nível de risco. (DPEPR-2017-FCC): “As condições de vida no cárcere devem ser necessariamente piores do que as condições de vida dos trabalhadores livres.” O princípio correspondente à assertiva acima é less eligibity. #Atenção: O princípio da “less elibigility” nasceu na Inglaterra, em 1834, com a “Poor Law Amendment Act” (lei do alívio dos pobres). Seu significado original era o seguinte: as condições de trabalho nas prisões (nas “workhouses”) deveriam ser piores que o pior emprego fora desses reformatórios. A condição do mendigo no reformatório não pode ser mais atraente que a de um trabalhador da classe mais baixa fora dele. As razões desse princípio: (a) não estimular o trabalhador a querer ingressar nesses reformatórios (a ambiência dentro dos reformatórios tem que ser a “menos elegível” pelas classes pobres); (b) impedir que as pessoas reivindicassem mais assistência aos pobres dentro dos reformatórios (se fora tem gente em pior condição, por que reivindicar melhores vivências para os que estão dentro dos reformatórios). Seu significado cultural dentro do discurso punitivista (e desumano), que passou a ser difundido amplamente, sobretudo em países que vivem permanentemente o clima selvagem da guerra civil, é o seguinte: as condições de vivência na prisão assim como o tratamento dos presos têm que ser piores do que as condições de vida da classe trabalhadora externa mais baixa e mais depauperada. (Fonte: https://professorlfg.jusbrasil.com.br/artigos/121924634/a-menor-elegibilidade-less-eligibility-da-prisao). #Atenção: O que é o princípio do Less Eligibility? Desenvolvido no Reino Unido, a partir do ‘Poor Law Amendmend Act’ de 1834, o princípio da ‘less eligibility’ determina que as condições de vida no cárcere devem ser acentuadamente piores que condições de vida dos mais precários trabalhadores livres para que preserve seu caráter punitivo e se mantenha devidamente dissuador diante do custo da opção de delinquir.” Nota-se assim que tal princípio demonstra que as situações de precariedade do cárcere não decorrem de uma mera questão de descaso, mas um discurso político ideológico pensado e formatado para criar tais situações. Nota-se assim que, por trás desse caos, há uma ideologia de poder de um sistema econômico que segrega aqueles que não se amoldam a seus interesses, o que é constatável pelas questões raciais e sociais características do cárcere, que foi, ao longo do tempo, naturalizando a prisão como um “depósito” para pessoas negras, jovens e pobres, além de tratar a prisão como uma simples questão de autonomia da vontade, como se não existissem fatores sociais, familiares e pessoais que estimulam ou levam a situações de vulnerabilidade que facilitam o aliciamento pelo crime. Nota-se assim que esse princípio da ‘less eligibility’, apesar de generalizado na cultura brasileira, é totalmente incompatível com a ordem constitucional de 1988, posto que o preso somente deve ser privado dos direitos de liberdade necessários ao cumprimento da pena e não despojado de todos os seus direitos inerentes à humanidade. (Fonte: @ousesaber). #Parêntese: #Atenção: #DPEPR-2017: #FCC: “Mark System”: "A adoção, no ordenamento jurídico penal brasileiro, do sistema progressivo fica evidente no disposto no art. 33, §2º, do Código Penal brasileiro, que dispõe que “as penas privativas de liberdade deverão ser executadas de forma progressiva, segundo o mérito do condenado (...)”. Este sistema progressivo, abraçado hoje pela legislação penal brasileira, tem sua origem na experiência desenvolvida por Alexander Maconochie na prisão de ilha de Norfolk, na Austrália, ainda na primeira metade do século XIX. Este modelo, denominado de sistema progressivo inglês, ou mark system, vinculava a execução da pena a um sistema de prêmios (marks) adquiridos pelo apenado conforme seus méritos dentro do estabelecimento penal, e eventualmente perdidos a título de multa em caso de infrações ou violações disciplinares. A partir do acúmulo de saldo positivo nestas “marcas”, o condenado estaria apto a ser transferido para uma nova etapa do cumprimento da pena, em direção à reconquista de sua liberdade." (Fonte: www.sistemacriminal.org/site/files). (DPEES-2016-FCC): Considerando a atual conjuntura da política criminal brasileira, é correto afirmar que o processo de encarceramento em massa no Brasil alavancou-se no período de vigência da Constituição Federal de 1988, apesar desta ter comoseus fundamentos a cidadania e a dignidade da pessoa humana. #Atenção: O Brasil experimentou um crescimento populacional carcerário poucas vezes visto. Em junho de 1992 o Brasil possuía um total de 114.377 presos, o que equivale a 74 presos por 100.000 habitantes. Em 2012, com 548.003 presos, esta proporção aumentou para 287,31 presos por 100.000 habitantes (Dados obtidos no sítio eletrônico do DEPEN-Ministério da Justiça). (Comentado em apostila do Estratégia Concursos, curso de Criminologia, para DPE-ES). (PCSP-2014-VUNESP): Fruto da tendência atual da política penal brasileira, verifica-se que as tradicionais penas privativas de liberdade vêm sendo substituídas por medidas alternativas, tais como multa e obrigação de prestação de serviços à comunidade. O fenômeno mencionado é denominado descarcerização. #Atenção: O fenômeno da descarcerização é uma tendência político-criminal brasileira que busca evitar a cominação ou a aplicação de pena privativa de liberdade ao infrator, substituindo-a, quando atendidas as condições legais, por penas restritivas de direitos, tais como proibição de frequentar determinados lugares, prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas, prestação pecuniária, perda de bens ou valores, limitação de final de semana, interdição temporária de direitos e, ainda, a aplicação de multa. (MPSC-2010): Considerando o modelo tradicional da arquitetura prisional, destaca-se em Santa Catarina, fugindo do convencional, a técnica denominada "cela prisional móvel", consistente no reaproveitamento de "conteiners" adaptados para uso na condição unidades celulares. #Atenção: "Módulos de aço com capacidade para oito detentos estão sendo adotados como celas no sistema prisional de Santa Catarina. A medida está causando polêmica, e a OAB local entrou na Justiça para pedir a interdição do que o órgão considera um "contêiner desumano". (Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u50351.shtml). (MPGO-2016): No que concerne à Teoria da Imputação Objetiva, é correto afirmar: Sustenta-se em sede doutrinária a íntima relação, no campo da causalidade, da teoria da imputação objetiva com as regras da física quântica, falando-se, por essa razão, em direito penal quântico. #Atenção: Vem sendo denominada de “direito penal quântico” a concepção que se afasta da visão clássica do direito de cunho mecanicista, notadamente no que tange à questão do nexo de causalidade, que era vista tradicionalmente apenas sobre o prisma físico da relação de causa e efeito. De acordo com essa concepção quântica, há no direito penal relações mais complexas e de difícil determinação, em razão da relativização e das incertezas dos fenômenos. No caso dos antecedentes causais e especificamente no que toca à teoria da imputação objetiva, a relação física de causalidade não é preponderante para a imputação do resultado, existindo uma relação mais difícil de ser determinada, em razão do que foi dito e que corresponde a um nexo causal normativo e não apenas naturalístico. Neste sentido, afirma Cleber Masson, em seu livro Direito Penal, Parte Geral Volume 1: "Conclui-se que a proposta dos defensores da teoria da imputação objetiva é a inclusão de novas elementares no tipo objetivo, criando-se o conceito de causalidade normativa, em oposição à causalidade natural presente na teoria finalista. Consequentemente, algumas vozes sustentam a íntima relação, no campo da causalidade, da teoria da imputação objetiva com as regras da física quântica. Não basta a mera relação de causa e efeito (causalidade física) entre conduta e resultado naturalístico. Fala-se, por essa razão, em 'direito penal quântico', caracterizado pela presença da relação de causalidade normativa e da tipicidade material.” (MPMG-2010): Sobre um Direito Penal Quântico, que seria fruto da influência do paradigma quântico nas ciências criminais, é correto afirmar que, tomando como base o princípio da incerteza ou indeterminação, estuda a causalidade a partir de critérios de probabilidade, relacionando-se, nesse aspecto, com a moderna teoria da imputação objetiva. #Atenção: O imortal professor Dr. Goffredo Telles Junior explicava a teoria do direito quântico, exemplificando o ser humano como se fosse um átomo no meio social onde cada um na sua esfera conteria as cargas de energias positivas, negativas e neutras, quando então tocando-se uns aos outros (um átomo ao outro) poderiam surgir os possíveis conflitos sociais. Assinala o douto Professor que: “O direito, na sua maior parte, não deve ser procurado nem na lei, nem na jurisprudência, nem na doutrina, mas na própria sociedade.” (TELLES JR., Godofredo. A criação do Direito, p. 466, 2004). E mais: “[...] Modernamente, em especial após o enunciado de Heisemberg e do Princípio da Indeterminação, a filosofia e a ciência põem em dúvida a noção de causa, substituindo-a pela de condição, segundo critérios probabilísticos. É nesse contexto de queda do império do dogma causal que desponta a teoria da imputação objetiva. Todavia, sabe-se que o direito penal, por perseguir a responsabilidade pessoal, não prescinde, num primeiro momento, de uma noção de causalidade fundada numa relação de certeza e necessidade, mesmo que isso só se alcance após a verificação do fato (porque antes dele somente há probabilidade e indeterminação)”. Como se vê, o memorável Professor partia de uma metodologia da física quântica para explicar o fenômeno dos conflitos jurídicos. Assim, o Direito Penal Quântico seria o Direito Penal que não se contenta com a mera relação de causalidade (relação física de causa e efeito), mas também com elementos indeterminados, como o chamado nexo normativo e a denominada tipicidade material, a serem aferidos pelos operadores do Direito diante da análise do caso. Dessa maneira, pode-se conceituar o Direito Penal Quântico na existência de uma imprecisão no Direito que se afasta da dogmática penal e se aproxima da política criminal. Com isso, há uma nítida exigência da tipicidade material, afastando da esfera penal condutas socialmente aceitas e que não tragam uma carga mínima de lesão ao bem jurídico (sendo que o direito penal quântico se agarra também na teoria da imputação objetiva). (Fonte: Bibliografia: GONDIM, Reno Feitosa. Epistemologia Quântica & Direito Penal - Fundamentos para uma Teoria da Imputação Objetiva do Direito Penal. 222 pgs. Publicado em: 30/6/2005, Editora: Juruá Editora). (MPGO-2014): O Procurador de Justiça Rogério Greco preconiza que “no que diz respeito às ciências criminais propriamente ditas, serve a criminologia como mais um instrumento de análise do comportamento delitivo, das suas origens, dos motivos pelos quais se delinque, quem determina o que se punir, quando punir, como punir, bem como se pretende, com ela, buscar soluções que evitem ou mesmo diminuam o cometimento das infrações penais”. No contexto da seara criminológica, aponte a alternativa correta: Stalking é um termo que designa a forma de violência na qual o sujeito ativo invade repetidamente a esfera de privacidade da vítima, empregando táticas de perseguição e meios diversos de atuação, resultando dano à sua integridade psicológica e emocional, restrição à sua liberdade de locomoção ou lesão à sua reputação, configurando, deste modo, uma modalidade de assédio moral. #Atenção: #PCSP-2012: #MPGO-2014: Segundo definição contida na Wikipedia, stalking “é um termo inglês que designa uma forma de violência na qual o sujeito ativo invade repetidamente a esfera de privacidade da vítima, empregando táticas de perseguição e meios diversos, tais como ligações telefônicas, envio de mensagens SMS ou através de correio eletrônico ou publicação de fatos ou boatos em sites da Internet (cyberstalking), remessa de presentes, espera de sua passagem nos lugares que freqüenta, etc. – resultando dano à sua integridade psicológica e emocional, restrição à sua liberdade de locomoção ou lesão à sua reputação.” (PCSP-2022-VUNESP): Na evolução do direito processual penal, percebe-se a influência de outros ramos do direito. O DireitoCanônico deu uma atenção ao aspecto subjetivo do crime, combateu a vingança privada, humanizou as penas, reprimiu o uso de ordálias e introduziu as penas privativas de liberdade em substituição às patrimoniais. #Atenção: Direito Canônico: Delitos divididos em três categorias: delicta eclesiastica (ofendiam direito divino, sujeitavam a penitência, julgados por tribunais eclesiásticos); delicta mera secularia (ofendiam direito comum e eram aplicadas penas comuns, julgados por tribunais comuns); e delicta mixta (ofendiam direito divino e direito comum, sujeitos a penas divinas e penas comuns, julgados por tribunais eclesiásticos ou tribunais comuns). Devido a visão do homem como "imagem e semelhança de deus", houve uma relativa humanização das penas, promovendo a igualdade entre os homens e combatendo as ordálias divinas. (Fonte: Manual de Direito Penal - Miguel Chaim Alves, p. 98-99). O Direito Canônico deu uma atenção ao aspecto subjetivo do crime, combateu a vingança privada com o direito de asilo e as tréguas de Deus, humanizou as penas, reprimiu o uso das ordálias e introduziu as penas privativas de liberdade (ocorriam nos monastérios em celas) em substituição às patrimoniais. (...) (A evolução histórica da Pena - Horta Advocacia - JurisWay 22/08/2009 - https://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=2344). Aparentemente o trecho do artigo se fundamenta na obra de José Reinaldo Lopes: “(...) Dentro do processo penal canônico, surgiram também as novas penas que não eram simples reparações de danos, ou multas, ou banimentos ou perdas de títulos. Para os clérigos, elas poderiam ser perda de função, confinamento num mosteiro, prisão e prática de obras de caridade. (...) (fl. 81) (...) No processo canônico, tentam-se abolir as provas irracionais, que existiam no direito medieval, ressalvando-se, claro, a Inquisição. A prova irracional era constituída pelos ordálios (do alemão Urteil, sentença) ou juízos de Deus. O ordálio tinha um caráter mágico e não investigativo: era a prova pela qual se invocava a divina providência para intervir. (...) (fl. 100) (...) Quais os meios de prova existentes antes da racionalização canônica? Em primeiro lugar, os ordálios unilaterais: o acusado submetia-se à prova e passar pela prova equivalia a uma declaração de inocência. Eram dessa natureza a prova do ferro em brasa, da água fervendo, água fia (ou do afundamento), do cadáver (conseguia cortá-lo sem fazê-lo sangrar). Eram aquilo que se chama passar pela prova de fogo. Havia também os ordálios bilaterais, em que as duas partes litigantes se submetiam à prova. Entre estes ordálios bilaterais estavam o judicium crucis (o litigante que primeiro deixasse cair os braços era considerado culpado) e o duelo propriamente dito, que às vezes começava com a invocação: Deus e meu direito! (God and my right, Dieu et mon droit). Finalmente, poderia haver os ordálios purgatórios como a automaldição ou imprecação e o juramento de inocência. (...) (fl. 101) (Fonte: Lopes, José Reinaldo de Lima. O direito na história: lições introdutórias. – 6. ed. São Paulo: Atlas, 2019.). (PCMG-2021-Fumarc): Ao conduzir sua argumentação tendo como ponto de referência a criminologia crítica e a genealogia do poder desenvolvida por Michel Foucault, Thiago Fabres de Carvalho assume a dignidade humana como “condição antropológica existencial da comunidade política”, eixo central das reflexões criminológicas sobre o controle penal da subcidadania no Brasil. Nesse sentido, avalie a assertiva a seguir: A visão da condição humana apresentada por Hannah Arendt, formada pelo conjunto da vita activa, é absolutamente apropriada para se apreender o inicial significado da dignidade humana como elemento existencial instituinte da comunidade política, pois a condição humana não se confunde com a busca de uma natureza humana universal, intrínseca, o que remeteria a uma espécie de deidade. #Atenção: “(...) Daquilo que Arendt (2010) designa vita activa. Por esse termo, a filósofa compreende a própria condição humana, composta de três atividades fundamentais: trabalho, obra e ação. Cada uma delas corresponde a uma das condições básicas mediante as quais a vida foi dada ao homem na Terra. Para a autora, o trabalho (labor) é a atividade que corresponde ao processo biológico do corpo humano e, por essa razão, a condição humana do trabalho é a própria vida. A obra (work), por sua vez, é a atividade correspondente ao artificialismo da existência humana, capaz de produzir um mundo artificial de coisas. Em vista disso, a condição humana do trabalho é a mundanidade. Finalmente, a ação (action) é a atividade exercida diretamente entre os homens sem a mediação das coisas ou da matéria, correspondente à condição humana da pluralidade, ao fato de que os homens, e não o Homem, vivem na Terra e habitam o mundo. Com efeito, a visão da condição humana apresentada por Hannah Arendt, formada pelo conjunto da vita activa, é absolutamente apropriada para se apreender o inicial significado da dignidade humana como elemento existencial instituinte da comunidade política. Nesse propósito, Arendt assinala de plano a convicção de que a condição humana não se confunde com a busca de uma natureza humana universal intrínseca, o que remeteria, segundo sugere, a uma espécie de "deidade", isto é, "ao deus dos filósofos que, desde Platão, não passa em uma análise mais profunda, de uma espécie de ideia platônica de homem". Essa questão parece clara quando a autora assevera que "as condições da existência humana - a própria vida, a natalidade e a mortalidade, a mundanidade, a pluralidade e o Planeta Terra - jamais podem 'explicar' o que somos ou responder à pergunta sobre o que somos, pela simples razão de que jamais nos condicionam de modo absoluto". (...) (Carvalho, Thiago Fabres de. Criminologia, (in)visibilidade, reconhecimento: o controle penal da subcidadania no Brasil. Rio de Janeiro: Revan, 2014, fl. 31) (PCMG-2021-Fumarc): Ao conduzir sua argumentação tendo como ponto de referência a criminologia crítica e a genealogia do poder desenvolvida por Michel Foucault, Thiago Fabres de Carvalho assume a dignidade humana como “condição antropológica existencial da comunidade política”, eixo central das reflexões criminológicas sobre o controle penal da subcidadania no Brasil. Nesse sentido, avalie a assertiva a seguir: A partir das reflexões de Axel Honneth, a dignidade humana determina a condição de pluralidade da comunidade política, de modo que a construção da realidade social, costurada, sobretudo, na esfera pública, é engendrada a partir da necessidade da manifestação da diversidade e, por conseguinte, da luta por reconhecimento. #Atenção: “(...) Parece igualmente claro que a dignidade humana, tal como hoje percebida, no arcabouço jurídico-político das democracias constitucionais, não apenas apresenta o eixo das ficções operatórias, o qual assegura a unidade e a legitimidade da comunidade política, mas acima de tudo determina a condição da pluralidade. A construção da realidade social, costurada, sobretudo, na esfera pública, é engendrada a partir da necessidade da manifestação das diferenças e, por conseguinte, da luta por reconhecimento. A edificação desse sentido subjetivo e social da dignidade, possibilitada pelas experiências de reconhecimento, assume uma importância decisiva, visto que a valorização negativa de determinados indivíduos ou grupos, isto é, a produção social da invisibilidade, converte-se em gravíssimos problemas de integração social. (...)” (Carvalho, Thiago Fabres de. Criminologia, (in)visibilidade, reconhecimento: o controle penal da subcidadania no Brasil. Rio de Janeiro: Revan, 2014. fl. 37) (PCMG-2021-Fumarc): Ao conduzir sua argumentação tendo como ponto de referência a criminologia crítica e a genealogia do poder desenvolvida por Michel Foucault, Thiago Fabres de Carvalho assume a dignidade humana como “condição antropológica existencial da comunidade política”, eixo central das reflexões criminológicas sobre o controle penal da subcidadania no Brasil. Nesse sentido,avalie a assertiva a seguir: A construção do sentido subjetivo e social da dignidade, possibilitada pelas experiências de reconhecimento, assume uma importância decisiva na reflexão criminológica, uma vez que a valorização negativa de determinados indivíduos ou grupos, isto é, a produção social da invisibilidade, converte-se em gravíssimos problemas de integração social. #Atenção: “(...) Parece igualmente claro que a dignidade humana, tal como hoje percebida, no arcabouço jurídico-político das democracias constitucionais, não apenas apresenta o eixo das ficções operatórias, o qual assegura a unidade e a legitimidade da comunidade política, mas acima de tudo determina a condição da pluralidade. A construção da realidade social, costurada, sobretudo, na esfera pública, é engendrada a partir da necessidade da manifestação das diferenças e, por conseguinte, da luta por reconhecimento. A edificação desse sentido subjetivo e social da dignidade, possibilitada pelas experiências de reconhecimento, assume uma importância decisiva, visto que a valorização negativa de determinados indivíduos ou grupos, isto é, a produção social da invisibilidade, converte-se em gravíssimos problemas de integração social. (...)” (Carvalho, Thiago Fabres de. Criminologia, (in)visibilidade, reconhecimento: o controle penal da subcidadania no Brasil. Rio de Janeiro: Revan, 2014. fl. 37) (DPESP-2019-FCC): A partir da leitura da tragédia Édipo-Rei, segundo Michel Foucault, em A Verdade e as formas jurídicas, o inquérito, considerado como um procedimento de produção da verdade judiciária na Antiguidade, inclui, necessariamente, a figura da testemunha. #Atenção: A história de Édipo significa, para Michel Foucault, o momento de surgimento da prática jurídica do inquérito. Para ele, com o passar do tempo, tal prática foi racionalizada até se tornar decisiva para a história do Ocidente, seja para a criação dos modelos judiciários que se seguiram, seja para o nascimento de outros saberes, tais como os filosóficos, os retóricos e os empíricos (Foucault, 2002, FOUCAULT, M. "A verdade e as formas jurídicas". Trad. Roberto Cabral de Melo Machado e Eduardo Jardim Morais. Rio de Janeiro: Nau Editora, 2002., p. 54). Diferentemente da prova , que se fundamenta no desafio lançado de um guerreiro a outro e na qual a verdade é definida de maneira mecânica, seguindo métodos ordálicos, o inquérito tem sua base no testemunho; na presença de alguém capaz de relatar o fato e confirmar, a partir de sua própria memória, a verdade. Foucault fala de pelo menos quatro consequências diretas, no interior da democracia grega, advindas da possibilidade de testemunhar:[footnoteRef:2] [2: https://www.scielo.br/j/kr/a/D67Qv7Zf7n4hrFvgCDb5Q9v/?lang=pt ] 1) a modificação nas relações de poder, na medida em que o testemunho transforma-se na possibilidade de opor a verdade ao poder estabelecido; 2) a elaboração e o aprimoramento das formas tradicionais de prova e demonstração, que implicam, em suma, o como, em que condições e com quais regras se produz a verdade; 3) o desenvolvimento da retórica, ou seja, da arte de persuadir; 4) o desenvolvimento de um novo modelo de conhecimento que tem seu fundamento na memória e na investigação. (DPEAM-2018-FCC): Michel Foucault, na obra Vigiar e punir, discute três formas punitivas históricas e relaciona, cada uma dessas formas punitivas, a uma determinada “economia de poder”. As formas punitivas estudadas pelo filósofo, segundo a ordem cronológica de sua efetivação na história do direito penal ocidental, a partir do século XVII até o século XX, são, respectivamente, penas físicas – penas proporcionais aos crimes – prisão. #Atenção: Na Inglaterra do século XVIII a classe trabalhadora vivia o pior estado de miséria de todos os tempos, sendo que com o “exército industrial de reserva” sequer se faziam necessárias as penas, já que o mercado, sozinho, encarregava-se da opressão e diminuição dos salários. Mas a partir de meados do século XVIII há o aumento geral da riqueza, bem como o grande crescimento demográfico, que fazem com que o alvo principal das ilegalidades populares estivesse não mais nos direitos, mas sim nos bens. Afirmou-se a necessidade em se desmantelar da antiga economia do poder de punir caracterizada pela lacuna nas instâncias e concentração de poder correlato a uma inevitável tolerância, além de castigos ostensivos e incertos, e definir estratégias e técnicas punitivas contínuas e permanentes. No fim do século XVIII e começo do século XIX, assim, a punição em forma de encenação vai se extinguindo, sendo eliminada em toda parte na primeira metade do século XIX, e tudo o que associasse punição a espetáculo passa a ter cunho negativo, revoltante. Assim, se, em um primeiro momento, a punição era dirigida aos corpos, em forma de esquartejamento, amputação, pelourinho ou outra forma teatral, a nova justificação moral ou política do direito de punir faz com que a punição vá se tornando, décadas depois, a parte mais velada do processo penal, deixando a percepção visível e entrando no campo da consciência abstrata. A concepção era de que a certeza da punição é que desviaria o homem do delito, e não mais o suplício teatral. Por isso, a justiça não mais assume publicamente a violência que produz, estabelecendo um sistema duplo entre si e o castigo imposto: públicos são os debates e a sentença, enquanto a execução era tida como algo suplementar que a justiça tinha vergonha de impor ao condenado. Destarte, “a execução da pena vai se tornando um setor autônomo, em que um mecanismo administrativo desonera a justiça, que se livra desse secreto mal-estar por um enterramento burocrático da pena”. O século XIX consolidou a difusão do isolamento celular na Europa, elemento valioso da disciplina pretendida. Foi o momento também da máxima expressão da filosofia punitivista, influenciada por Von Lizst, com a consolidação da independência do poder judiciário e racionalização do direito penal. As reformas, entretanto, mantiveram a antiga noção segundo a qual o nível de vida nas prisões deveria ser inferior ao nível mínimo da população livre. O Estado aumenta sua esfera de intervenção na vida individual, sendo marcada pela intensa vigilância. “Como nos tempos das mutilações, a prisão marca o excluído que ao nela entrar foi duplamente excluído, criando um círculo vicioso retificador da segregação e estigmatização”. (Trechos de fichamento da obra VIgiar e Punir, de FOUCAULT). (DPESP-2015-FCC): “O atestado de que a prisão fracassa em reduzir os crimes deve talvez ser substituído pela hipótese de que a prisão conseguiu muito bem produzir a delinquência, tipo especificado, forma política ou economicamente menos perigosa − talvez até utilizável − de ilegalidade; produzir delinquentes, meio aparentemente marginalizado mas centralmente controlado; produzir o delinquente como sujeito patologizado”. O trecho acima, extraído de Vigiar e Punir, sintetiza uma importante conclusão de Michel Foucault decorrente de suas análises sobre a prisão como uma instituição disciplinar moderna. Para o autor, a prisão permite objetivar a delinquência por trás da infração e consolidar a delinquência no movimento das ilegalidades. #Atenção: “O atestado de que a prisão fracassa em reduzir os crimes deve talvez ser substituído pela hipótese de que a prisão conseguiu muito bem produzir a delinquência, tipo especificado, forma política ou economicamente menos perigosa — talvez até utilizável — de ilegalidade; produzir os delinquentes, meio aparentemente marginalizado mas centralmente controlado; produzir o delinquente como sujeito patologizado. O sucesso da prisão: nas lutas em torno da lei e das ilegalidades, especificar uma “delinquência”. Vimos como o sistema carcerário substituiu o infrator pelo “delinquente”. E afixou também sobre a prática jurídica todo um horizonte de conhecimento possível. Ora, esse processo de constituição da delinquência-objeto se une à operação política que dissocia as ilegalidades e delas isola a delinquência. A prisão é o elo dessesdois mecanismos; permite-lhes se reforçarem perpetuamente um ao outro, objetivar a delinquência por trás da infração, consolidar a delinquência no movimento das ilegalidades. O sucesso é tal que, depois de um século e meio de “fracasso”, a prisão continua a existir, produzindo os mesmos efeitos e que se têm os maiores escrúpulos em derrubá-la.”. (Fonte: MICHEL FOUCAULT. Vigiar e punir – nascimento da prisão. Trad.: Raquel Ramalhete. 20a. ed. Petrópolis: Vozes, 1987. IV Parte: Prisão, II Capítulo: Ilegalidade e delinquência, pp. 230-231. (DPEPR-2014-UFPR): “Deveríamos então supor que a prisão e de uma maneira geral, sem dúvida, os castigos, não se destinam a suprimir as infrações; mas antes a distingui-las, a distribuí-las, a utilizá-las; que visam, não tanto tornar dóceis os que estão prontos a transgredir as leis, mas que tendem a organizar a transgressão das leis numa tática geral de sujeições [...] Em resumo, a penalidade não reprimiria pura e simplesmente as ilegalidades; ela as diferenciaria, faria sua economia geral”. (FOUCAULT, Michel, Vigiar e punir). Pode-se afirmar que, de modo coerente com o pensamento foucaultiano, o tema central em Vigiar e punir é a descrição de uma alteração nas práticas históricas que culminaria na construção histórica das ciências humanas e de um novo sujeito, sob a égide de uma tecnologia de exame constante e estudo de “casos”. #Atenção: “Vigiar e Punir” é, de fato, um estudo de caso humano (foi realizado em uma prisão francesa), o qual ficou marcado na história. Conforme o próprio FOUCAULT (1999, p. 26), o objetivo de vigiar e punir é “apresentar uma história correlativa da alma moderna e de um novo poder de julgar; uma genealogia do atual complexo científico-judiciário onde o poder de punir se apóia, recebe suas justificações e suas regras, estende seus efeitos e mascara sua exorbitante singularidade”. Destaca-se que Foucault utiliza a terminologia “alma” justamente para enfatizar a questão da subjetividade, da personalidade e, portanto, do próprio sujeito. Nesse sentido, Foucault diz que “Vigiar e Punir” tem por escopo “estudar a metamorfose dos métodos punitivos a partir de uma tecnologia política do corpo onde se poderia ler uma história comum das relações de poder e das relações de objeto. De maneira que, pela análise da suavidade penal como técnica de poder, poderíamos compreender ao mesmo tempo como o homem, a alma, o indivíduo normal ou anormal vieram fazer a dublagem do crime como objetos da intervenção penal; e de que maneira um modo específico de sujeição pôde dar origem ao homem como objeto de saber para um discurso com status “científico”” (FOUCAULT, 1999, p. 27). (Fonte: FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: Nascimento da Prisão. Petrópolis, 1999: editora vozes. 20ª edição). (DPESP-2015-FCC): Segundo as análises de Michel Foucault em seu livro Vigiar e punir, a necessidade de uma classificação paralela dos crimes e dos castigos, assim como a necessidade de uma individualização das penas em conformidade com as características singulares de cada criminoso são elementos que se referem à reforma humanista do Direito penal, no século XVIII. (DPESP-2013-FCC): Para Michel Foucault, em Vigiar e punir, as razões de ser essenciais da reforma penal no século XVIII, também denominada Reforma Humanista do Direito penal, são constituir uma nova economia e uma nova tecnologia do poder de: punir. #Atenção: A reforma penal no século XVIII (Reforma Humanista), segundo Michel Foucalt, constitui uma nova tecnologia do poder de punir. A humanização no poder de punir foi decorrência do movimento denominado “humanismo", o qual pregava o livre exercício das capacidades humanas, a liberdade e o abrandamento das penas. Segundo o próprio autor, na obra “Vigiar e punir", “o protesto contra os suplícios é encontrado em toda parte na segunda metade do século XVIII: entre os filósofos e os teóricos do direito; entre juristas, magistrados, parlamentares; nos chaiers de doléances e entre os legisladores das assembleias. É preciso punir de outro modo: eliminar essa confrontação física entre soberano e condenado; esse conflito frontal entre a vingança do príncipe e a cólera contida do povo, por intermédio do supliciado e do carrasco. O suplício tornou-se rapidamente intolerável. Revoltante, visto da perspectiva do povo, onde ele revela a tirania, o excesso, a sede de vingança e o “cruel prazer de punir". Vergonhoso, considerado da perspectiva da vítima, reduzida ao desespero e da qual ainda se espera que bendiga “o céu e seus juízes por quem parece abandonada". Perigoso de qualquer modo, pelo apoio que nele encontram, uma contra a outra, a violência do rei e a do povo. Como se o poder soberano não visse, nessa emulação de atrocidades, um desafio que ele mesmo lança e que poderá ser aceito um dia: acostumado a “ver correr sangue", o povo aprende rápido que “só pode se vingar com sangue" (Foucault, vigiar e Punir, 2009, p. 71). #Atenção: A "humanização" do poder de punir" é atribuída por Foucault à diversos fatores, mas jamais ao movimento denominado "humanismo". É justamente esta ilusão que Foucault empreende esforços em desmistificar em sua obra "Vigiar e Punir". Com lastro em obras como "Punição e Estrutura Social" de Rusche Kirchheimer, Foucault demonstra que o abrandamento das penas estava diretamente ligado à questões econômicas e não "humanistas". No absolutismo, o corpo não tem utilidade, nem valor de mercado. No entanto, com a sociedade industrial este quadro muda. Cresce a demanda por mão de obra, e o corpo já não pode ser mutilado. Assim, muda-se também a forma de punição, e o suplício é substituído pelo correcionalismo, a fim de requalificar o criminoso em um operário dócil, por meio das técnicas disciplinares, possibilitando a sua submissão e exploração. Dentro os motivos da "reforma humanista" estão: 1) os crimes perdem a violência (diminuição dos crimes de sangue e aumento dos crimes contra o patrimônio); 2) medo político da revolta; 3)utilidade do corpo na sociedade industrial; 4) nova economia do poder de punir (não punir menos, mas punir melhor); 5) aumento demográfico; 6) crise das ilegalidades (mudança da ilegalidade de direitos, para ilegalidade de bens). Desta forma, percebe-se que para Foucault, a superação do suplício está diretamente ligada à questões econômicas e políticas, e não ao humanismo. (PCGO-2018-UEG): Em Vigiar e Punir, Michel Foucault (1926-1984) aborda a transformação dos métodos punitivos a partir de uma tecnologia do corpo, dentre cujos aspectos fundamentais destaca-se o pensamento criminológico centrado na figura do homem delinquente, o que constitui a força motriz para o surgimento e consolidação da prisão como mecanismo de controle. #Atenção: A obra “Vigiar e Punir- Nascimento da Prisão”, de Michel Foucault retrata uma análise histórica sobre a pena como meio de coerção, de obediência e de aprisionamento do ser humano. A prisão é peça essencial no conjunto de mecanismos disciplinares que o poder de classe nascente em finais do século XVIII estava desenvolvendo, e que perdura até nossos dias. (DPESP-2013-FCC): “Levado pela onipresença dos dispositivos de disciplina, apoiando-se em todas as aparelhagens carcerárias, este poder se tornou uma das funções mais importantes de nossa sociedade. Nela há juízes da normalidade em toda parte. Estamos na sociedade do professor-juiz, do médico-juiz, do educador-juiz, do ‘assistente social-juiz; todos fazem reinar a universalidade do normativo; e cada um no ponto em que se encontra, aí submete o corpo, os gestos, os comportamentos, as condutas, as aptidões, os desempenhos”. No trecho acima, extraído da obra Vigiar e punir, Michel Foucault refere-se ao tipo de poder cujo grande apoio, na sociedade moderna, foi a rede carcerária, em suas formas concentradas ou disseminadas, com seus sistemas de inserção, distribuição, vigilância, observação. Este poder é denominado pelo filósofo de poder normalizador. #Atenção: #MPSC-2010: #DPESP-2012/2013: #FCC: Para, Michel Foucalt, “O sucesso do poder disciplinar se devesem dúvida ao uso de instrumentos simples: o olhar hierárquico, a sanção normalizadora e sua combinação num procedimento que lhe é específico, o exame" (FOUCALT, Michel. Vigiar e Punir). Em relação à sanção normalizadora, esta pode ser considerada, conforme Rafael Trindade (2014), como todo um mecanismo penal para os comportamentos. Uma aparelho de micropenalidades se forma em torno do indivíduo sujeito às instituições disciplinares: “castigo físico leve, privações ligeiras e pequenas humilhações morais" (Foucault, Vigiar e Punir). É preciso atenção para qualquer desvio: atraso, negligência, grosseria, desobediência, conversas paralelas, sujeira, indecência. O modelo ideal de aluno, soldado, trabalhador é estipulado, uma dívida eterna para aquele que nunca poderá enquadrar-se em um modelo ideal e inexistente. A avaliação é dos atos, mas a nota é para o indivíduo como um todo. O castigo é essencialmente corretivo, e portanto repetitivo, “castigar é exercitar" (Foucault, Vigiar e Punir). Duas são as consequências: distribuição segundo as aptidões (pontos positivos e negativos para os alunos, condecorações e medalhas para soldados), e submissão ao modelo. Os efeitos se dão por etapas: comparar os indivíduos, diferenciá-los de acordo com suas aptidões, medir e hierarquizar, coagir os que não se enquadram, traçar limites entre o aceitável e inaceitável, normal e anormal, saudável e doente. (Fonte: TRINDADE, Rafael. FOUCAULT – OS RECURSOS PARA O BOM ADESTRAMENTO. 2014. Disponível em: <http://razaoinadequada.com/2014/02/02/foucault-os-... adestramento/>. Acesso em: 14 mar. 2016.; FOUCAULT, Michel. VIGIAR E PUNIR: NASCIMENTO DA PRISÃO. 29. ed. Petrópolis: Vozes, 2004. p. 141). Segundo Foucault desde seu nascimento a prisão deveria ser um instrumento tão aperfeiçoado de transformação e ação sobre os indivíduos como a escola, o exército ou o hospital. Foucault chama-as de "instituições de seqüestro", em razão de que a reclusão submetida, não pretende propriamente "excluir" o indivíduo recluso, mas, sobretudo, "incluí-lo" num sistema normalizador. (Fonte: https://jaderresende.blogspot.com/2011/10/michel-foucault-principais-ideias.html). (DPESP-2012-FCC): Um dos instrumentos do poder disciplinar, caracterizado por Michel Foucault em seu livro Vigiar e Punir, consiste em uma forma de punição que é, ao mesmo tempo, um exercício das condutas dos indivíduos. Este instrumento da disciplina é denominado, pelo autor, sanção normalizadora. (MPSC-2010): Sustentando que a prisão poderia se constituir num instrumento de transformação dos indivíduos a ela submetidos, Michel Foucalt (Vigiar e Punir, 1975) a considerou um "mal necessário". (DPESP-2012-FCC): Em Vigiar e Punir, Michel Foucault explicita os mecanismos disciplinares de poder que, segundo o filósofo, caracterizam a forma institucional da prisão do início do século XIX. De acordo com as análises deste autor, pode-se afirmar que a modalidade panóptica do poder disciplinar não está na dependência imediata nem é o prolongamento direto das estruturas jurídico-políticas de uma sociedade e, entretanto, não é absolutamente independente destas estruturas. #Atenção: #DPESP-2012: #DPEPR-2017: #DPESC-2017: #FCC: “A modalidade panóptica do poder - ao nível elementar, técnico, humildemente físico em que se situa - não está na dependência imediata nem no prolongamento direto das grandes estruturas jurídico-políticas de uma sociedade; ela não é entretanto absolutamente independente." (FOUCAULT, 1975, p. 194). Na sequência, Foucault fala sobre o fato de que o processo mediante o qual a burguesia conseguiu, no decorrer do século XVII, tornar-se a classe politicamente dominante, abrigou-se atrás da instalação de um quadro jurídico explícito, codificado, formalmente igualitário. O desenvolvimento e a generalização de dispositivos disciplinares constituíram, entretanto, a outra vertente deste processo de ascensão da burguesia. Ademais, “a forma jurídica geral que garantia um sistema de direitos em princípio igualitários era sustentada por esses mecanismos miúdos, cotidianos e físicos, por todos esses sistemas de micropoder essencialmente inigualitários e assimétricos que constituem as disciplinas.” (FOUCAULT, 1975, p. 194-195). (Fonte: FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: o nascimento da prisão. Tradução de Ligia M. Pondé Vassallo. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1975). (...) Em cada uma de suas aplicações, permite aperfeiçoar o exercício do poder. E isto de várias maneiras: porque pode reduzir o número dos que o exercem, ao mesmo tempo em que multiplica o número daqueles sobre os quais é exercido. Porque permite intervir a cada momento e a pressão constante age antes mesmo que as faltas, os erros, os crimes sejam cometidos. Porque, nessas condições, sua força é nunca intervir, é se exercer espontaneamente e sem ruído, é constituir um mecanismo de efeitos em cadeia. Porque sem outro instrumento físico que uma arquitetura e uma geometria, ele age diretamente sobre os indivíduos; "dá ao espírito poder sobre o espírito". O esquema panóptico é um intensificador para qualquer aparelho de poder: assegura sua economia (em material, em pessoal, em tempo); assegura sua eficácia por seu caráter preventivo, seu funcionamento contínuo e seus mecanismos automáticos…” (FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir nascimento da prisão. 14º. ed. tradução de Raquel Ramalhete. Petrópolis Vozes 1996, p. 182-183). #Atenção: #DPESP-2012: #DPEPR-2017: #DPESC-2017: #FCC: O que é o Sistema Panóptico? O panóptico é uma estrutura arquitetônica resultado de uma ideologia política e uma estrutura política de expressão arquitetônica. Maravilhou pensadores importantes do século XVIII, como Jeremy Bentham. As estruturas panópticas são aquelas que permitem a um observador (detentor de poder) observar e consequentemente vigiar alguém sob sua "supervisão". A imagem clássica do panóptico é a das cadeias circulares com uma torre de observação no centro, como na primeira imagem acima, o que garante ao observador a visão de todos os presos, não permitindo a estes saber quando estão sendo observados ou não. O efeito mais importante do panóptico é induzir no observado (no detento, no caso de uma prisão, p. ex.) um estado consciente e permanente de visibilidade que assegura o funcionamento automático do poder. Trata-se de fazer com que a vigilância seja permanente em seus efeitos, mesmo se é descontínua em sua ação; que a perfeição do poder tenda a tornar inútil a atualidade do seu exercício. Em síntese, automatiza o indivíduo e desindividualiza o poder. Vale observar que as prisões foram as instituições por excelência do sistema panóptico. No entanto, tal expressão arquitetônica também foi e é usada em Escolas, Universidades, Fábricas, Hospitais etc. Nota-se assim que o sistema panóptico merece atenção pelo papel de "domesticação" dos indivíduos, de dominação mental e imposição silenciosa e invisível da força, gerando o que Foucault chamou de docilização dos corpos. Por fim, pode-se afirmar sem nenhum exagero que o sistema panóptico é um “zoológico real” em que o animal é substituído pelo homem. (Fonte: @ousesaber). (DPEPR-2017-FCC): Com fundamento no ensinamento de Michel Foucault sobre panoptismo, é correto afirmar: O monitoramento eletrônico de presos, via colocação de tornozeleiras eletrônicas com SIM Cards, é exemplo de panoptismo, cuja função de vigilância é exercida com auxílio de um software de georrastreamento. (DPESC-2017-FCC): O “Panóptico de Bentham”, descrito por Foucault em “Vigiar e Punir”, tem por efeito importante assegurar o funcionamento automático do poder. #Atenção: O panóptico trata-se de uma estrutura arquitetônica de contexto político, e uma estrutura política de expressão arquitetônica. Maravilhou pensadores importantes do século XVIII, como Jeremy Bentham. Seu efeito mais importante seria induzir no observado (no detento, no caso de uma prisão) um estado consciente e permanente de visibilidade que assegura o funcionamento automático do poder. Trata-se de fazer com que a vigilância seja permanente em seus efeitos,mesmo se é descontínua em sua ação; que a perfeição do poder tenda a tornar inútil a atualidade do seu exercício. Em síntese, automatiza o indivíduo e desindividualiza o poder. Sujeição real que nasce mecanicamente de uma relação fictícia. Ressalta-se que as instituições panópticas são leves: sem grades ou jaulas; os espaços amplos e visíveis que são sua marca distintiva. O panóptico, enfim, é um “zoológico real”, em que o animal é substituído pelo homem. (Fonte: Material OUSESABER) PONTO 2: Modelos Teóricos da Criminologia: Clássico, Neoclássico, Positivista e Moderno. Escolas da Criminologia: Clássica, Positiva, “Terza Scuola” Italiana, Técnico-Jurídica e Sociológica Alemã. (DPERJ-2021-FGV): O reconhecimento de que a categoria “mulher” não é (e não pode ser) tomada como um sujeito universal na medida em que abre espaço para assimetrias entre as próprias mulheres que se desdobram em silenciamento, colonização e assimilação de umas pelas outras, levou à construção de diferentes perspectivas criminológicas, dentre as quais é possível identificar: a criminologia queer e a criminologia feminista negra. #Atenção: #PCRS-2018: #DPERJ-2021: #PCRN-2021: #PCSP-2022: #FGV: #Fundatec: #VUNESP: “Os estudos feministas começaram a ter base no pós-colonialismo, criticando a universalização da criminologia feminista e fazendo uma crítica à falta de representação das diversidades dentro do próprio gênero feminino, dando espaço para as discussões acerca da interseccionalidade. Os estudos de gênero são base na teoria feminista, entretanto eles ainda trazem as mulheres brancas como paradigma, revelando um caráter colonialista. A partir da universalização, surgiram outras análises das criminologias feministas em diferentes vieses, dando espaço para novas abordagens criminológicas, tais como as teorias feministas negras (black feminist criminology), a teoria queer (queer criminology) e a teoria latino-americana (criminologia marginal).” A análise de gênero não deve ser colocada de forma isolada nos estudos criminológicos, visto que a discriminação não é a mesma para todas, mas perpassa por variados âmbitos dentro das próprias questões de gênero, dando espaço para novos paradigmas criminológicos com a inclusão de marcadores sociais no campo da criminologia. A criminologia feminista não só incluiu as mulheres na discussão das teorias criminológicas como, em seu desenvolvimento, trouxe a importância de discutir pautas para além das questões isoladamente de gênero, reconhecendo os novos e diferenciados sujeitos do feminismo. (Fonte: https://www.crimlab.com/dicionario-criminologico/criminologia-feminista/34). #Atenção: #PCRS-2018: #DPERJ-2021: #PCRN-2021: #PCSP-2022: #FGV: #Fundatec: #VUNESP: A criminologia queer e a criminologia feminista negra são expressões dos desafios que a criminologia contemporânea atravessa, pois visam compreender os múltiplos fatores que tornam as pessoas vulneráveis aos processos de vitimização e criminalização, sobretudo no contexto racial e de orientação sexual e/ou de identidade de gênero. Desse modo, tanto a criminologia queer quanto a criminologia feminista negra criticam os estudos da criminologia feminista clássica por deixar de lado as questões relativas à raça e à identidade de gênero e/ou orientação sexual da vulnerabilidade das mulheres no âmbito do patriarcado e da heteronormatividade (e as suas formas de manifestação). É preciso, portanto, estar atento à interseccionalidade de fatores de vulnerabilidade (raça, orientação sexual, identidade de gênero, renda, religião etc.) para que se possa alcançar estudos mais completos e coerentes. A investigação relativa a grupos sociais vulneráveis se opera à base do conceito de interseccionalidade, pois as diferentes formas de discriminação clássicas numa sociedade não atuam independentemente uma das outras, mas se interconectam (se interseccionam) em formas plúrimas de discriminação. Um estudo criminológico que desconsidera a interseccionalidade de fatores de vulnerabilidade, isto é, indivíduos que estão em situação de duplos/triplos/quádruplos sistemas de opressão e de criminalização por sua condição de gênero, de raça e de orientação sexual (ex.: mulheres negras pobres, homens negros gays, mulher negra lésbica não cristã, mulher indígena etc.) gera um retrato reducionista e distante da realidade social. Obs.: Para entenderem mais a ideia sobre interseccionalidade, sugere-se os vídeos das Professoras Thula Pires e Djamila Ribeiro, que podem ser encontrados no youtube ("o que é feminismo interseccional? Djamila Ribeiro"). #Atenção: #PCRS-2018: #DPERJ-2021: #PCRN-2021: #PCSP-2022: #FGV: #Fundatec: #VUNESP: Criminologia Queer: Abordagem teórica e prática que visa a ressaltar e colocar em discussão a estigmatização, a criminalização e as diversas formas de rejeição enfrentadas pela população queer no sistema penal, tanto no papel de vítimas como no papel de agressoras. O termo queer é palavra oriunda da língua inglesa, cuja tradução literal significa estranho e é geralmente utilizada para fazer referência a lésbicas, gays, bissexuais e transexuais, ou ainda a qualquer pessoa que não segue ou contesta o padrão normativo vigente. Um dos maiores desafios da criminologia queer é provocar uma mudança na criminologia, de modo que os estudiosos levem em consideração a orientação sexual e a identidade de gênero sem a influência da estigmatização. Propõe estudos que tenham por objetivo equipar os criminologistas com ferramentas para explorar as diversas circunstâncias que moldam as experiências do grupo queer, sem, contudo, rotular os seus integrantes como vítimas ou criminosos, a partir de um mero estereótipo que as considera e define com base unicamente em sua conduta sexual e identidade de gênero. (Fonte: Livro Criminologia, Henrique Hoffman e Eduardo Fontes, Ed. Juspodvm, 2020). (PCSP-2022-VUNESP): Surgida no final dos anos 80, é baseada em textos de uma série de pesquisadores e ativistas de movimentos que promoviam discussões quanto à “identidade de gênero” e “heteronormatividade”. Vem acrescentando seu discurso a uma possível explicação do posicionamento da sociedade diante das variações comportamentais, principalmente quanto à “identidade de gênero” e suas consequências no âmbito criminal. É correto afirmar que o enunciado se refere à Teoria Queer. #Atenção: Teoria “Queer”. Teoria surgida no final dos anos 80, é baseada em textos de uma série de pesquisadores e ativistas de movimentos que promoviam discussões quanto “identidade de gênero” e “heteronormatividade”. Tais movimentos trouxeram à tona as consequências da imposição do binômio “macho/fêmea” como formas coercitivas de se viver a identidade. Os teóricos (Judith Butler, Eve Kosofsky Sedgwick, Guacira Lopes Louro, Joshua Gamson, dentre outros) apontam a sexualidade (assim como, a identificação humana com a própria sexualidade) como meramente perfomática, mas que, adotada ritualisticamente como parte da nossa cultura acaba por cingir-se de normatividade moral agregando valor punitivo àqueles que a ela não se adéquam. A Teoria “Queer” vem acrescentando seu discurso a uma possível explicação do posicionamento da sociedade diante das variações comportamentais, principalmente quanto à “identidade gênero” e suas consequências no âmbito criminal. Para essa teoria a repetição das normas que encarnam arquétipos limitados à tradicional ideia de masculinidade e feminilidade estão ligados à estrutura heterossexual de relações “aceitáveis” na sociedade de onde poderíamos presumir que a “homofobia” seria uma reação a toda manifestação comportamental alheia a tais modelos. (https://jus.com.br/artigos/33004/teoria-queer-e-a-vitimizacao-do-diferente) (PCRS-2018-Fundatec): Observe os seguintes casos e responda ao comando da questão: • Amanda, adolescente negra, vive com medo e deixou de adicionar amigos em seu perfil nas redes sociais. Mesmo assim, sofre agressões de outras jovens que enviam mensagens adjetivando-a como “nojenta, nerd e lésbica”. • Pedro, 20 anos, transgênero, teve uma foto sua publicadasem autorização na internet. A imagem resultou em uma montagem depreciativa do seu corpo e acabou “viralizando” na rede. Muitas pessoas postaram mensagens dizendo que se fosse com elas, se matariam. Sob influência da grande repercussão e das mensagens enviadas até por desconhecidos, Pedro praticou suicídio. O ato foi transmitido ao vivo pelas redes sociais e, também, noticiado por outros veículos de mídia. Uma investigação desses acontecimentos orientada pelos saberes criminológicos contemporâneos, levaria em consideração: I. Os padrões da heteronormatividade e da cultura homofóbica. II. As maneiras como as pessoas transgêneros são tratadas pelo sistema de justiça criminal. III. As diferentes ordens normativas que influenciam a vida das pessoas. IV. O contexto global, a política e as relações de poder sobre todas as pessoas. V. A construção dos homens como violentos e das mulheres como vítimas. Quais estão corretas? As assertivas I, II, III, IV e V, posto que se referem às criminologias queer e feminista. (DPEDF-2019-CESPE): A escola correcionalista, e não a positivista, afirma que o criminoso é um ser inferior, incapaz de guiar livremente a sua conduta, por haver debilidade em sua vontade, de modo a merecer intervenção estatal para corrigi-la. Para a escola correcionalista, o criminoso não é um ser forte e embrutecido, como diziam os positivistas, mas sim um débil, cujo ato precisa ser compreendido e cuja vontade necessita ser direcionada. A escola positivista afirma que o criminoso é um prisioneiro de sua própria patologia (determinismo biológico) ou de processos causais alheios (determinismo social). Não aceitaram a tese da Escola clássica do livre-arbítrio, mas sim a ideia do criminoso nato (determinismo biológico de Lombroso) e do determinismo social de Ferri e Garófalo. [CORRIGIDA] (Fonte: CESPE)[footnoteRef:3][footnoteRef:4] [3: #Atenção: Tema cobrado nas provas: i) MPDFT-2015; ii) DPEES-2016 (CESPE); iii) PCPE-2016 (CESPE); iv) DPEPR-2012/2017 (FCC); v) DPERO-2017 (VUNESP); vi) DPESC-2017 (FCC); vii) DPU-2017 (CESPE); viii) DPEAM-2018 (FCC); ix) DPEAP-2018 (FCC); x) DPEPE-2018 (CESPE); xi) PCMA-2018 (CESPE); xii) PCRS-2018 (Fundatec); xiii) MPSC-2021 (CESPE). xiv) PCMS-2021 (FAPEC); xv) PCPR-2021 (UFPR); xvi) PCSP-2010/2012/2014/2018/2022 (VUNESP);] [4: (PCMG-2021-Fumarc): No que diz respeito aos objetos da Criminologia, assinale a alternativa correta: Críticos do livre-arbítrio como ilusão subjetiva, os autores positivistas compreendiam o infrator como um prisioneiro da sua patologia (determinismo biológico), ou de processo causais alheios (determinismo social).] #Atenção: #MPGO-2010: #PCPE-2016: #PCGO-2017/2018: #PCMA-2018: #PCRS-2018: #TJRO-2019: #PCES-2019: #PCMG-2018/2021: #PCPR-2021: #PCSP-2010/2012/2014/2018/2022: #CESPE: #Fumarc: #Fundatec: #UEG: #UFPR: #VUNESP: ESCOLA CORRECIONALISTA, também chamada de Correcionalismo Penal, surgiu na Alemanha, em 1839, com Karl David August Röeder. Ela surgiu de forma inovadora e revolucionária, afirmando que a pena tem a finalidade de corrigir a injusta e perversa vontade do criminoso e, assim, não pode ser fixa e determinada. A pena deve ser indeterminada e passível de cessação somente quando tornar-se prescindível. O fim da pena seria a prevenção especial. O direito de punir os delitos deveria ser utilizado pelo Estado com fins terapêuticos, reprimindo e curando. Em outras palavras, a função principal, e única, da pena era a correção do indivíduo, isto é, a aplicação da pena tinha como principal propósito a aplicação da pena com a finalidade única de corrigir o delinquente. A finalidade da pena é trabalhar sobre a causa do delito, isto é, a vontade defeituosa, procurando convertê-la segundo os ditames do direito. Com efeito, a pena seria instrumental, prestando-se, tão somente, para emendar o delinquente, fazendo cessar nele o impulso criminoso e tornando-o apto a voltar ao convívio social. O criminoso é um ser limitado por uma anomalia de vontade, encontrando no delito o seu sintoma mais evidente, e, por isso, a sanção penal é vista como um bem. O importante não é a punição do delito, mas sim a cura ou emenda do delinquente. A pena serve como meio de controle social, e não mais uma mera retribuição ao crime praticado. Portanto, temos que a pena idônea, para essa escola, é a privação de liberdade. A função do direito penal é preventiva e de controle social e a responsabilidade penal deve ser entendida como uma responsabilidade coletiva, solidária e difusa. O professor Cezar Bitencourt explica, de forma didática, a escola correcionalista (2010, p.95): “A principal característica da escola correcionalista diz respeito ao fim único da pena: emenda ou correção. De conseguinte, tem-se que: a) a pena idônea é a privação de liberdade; b) a pena deve ser indeterminada – sem prévia fixação do tempo de sua duração; c) o arbítrio judicial deve ser ampliado no que se refere à individualização da pena; d) a função penal deve ser vista como preventiva e de tutela social; e e) a responsabilidade penal deve ser entendia como responsabilidade coletiva, solidária e difusa.” (PCPE-2016-CESPE): Os objetos de investigação da criminologia incluem o delito, o infrator, a vítima e o controle social. Acerca do delito e do delinquente, assinale a opção correta: Para os correcionalistas, criminoso é um ser inferior, incapaz de dirigir livremente os seus atos: ele necessita ser compreendido e direcionado, por meio de medidas educativas. #Atenção: Para a Escola Correicionista, o criminoso era um ser incapaz de se governar por si próprio, merecendo do Estado uma atitude pedagógica e de piedade. Desse modo, a correção faz com que o crime desenvolva repulsa pela prática delitiva (como se fosse animal irracional, que se adapta por meio da punição). #Parêntese: #Atenção: #PCSP-2014: #TJRO-2019: #VUNESP: Escola Técnico-jurídica (de Vicenzo Manzini): aponta o fenômeno do crime como sendo o verdadeiro objeto do Direito Penal. Para essa Escola: a) o delito é pura relação jurídica, de conteúdo individual e social; b) a pena constitui uma reação e uma consequência do crime (tutela jurídica), com função preventiva geral e especial, aplicável aos imputáveis; c) a medida de segurança – preventiva – deve ser aplicada aos inimputáveis; d) responsabilidade moral (vontade livre); e) método tecno-jurídico; e f) recusa o emprego da filosofia no campo penal. (PCBA-2018-VUNESP): Assinale a alternativa correta no que diz respeito à criminologia e ao controle social: A esterilização eugenista aplicada a criminosos contumazes e estupradores com o objetivo de evitar a procriação foi sustentada, no início do século XX, como forma de controle social por correntes criminológicas derivadas do pensamento positivista. #Atenção: A Escola Positivista defendia a tese do criminoso nato, ou seja, o delinquente já nascia com predisposição genética à prática de crimes. Em sua obra, Sérgio Salomão Schecaira estabelece que “(...) nos anos 40, vinte e sete dos quarenta e oito Estados norte-americanos autorizavam ou impunham medidas de castração ou de esterilização de loucos e delinquentes, sendo a primeira dessas leis do Estado de Michigan. Na Alemanha, desde os idos de 1933/1934, havia normas autorizadoras de castração de delinquentes sexuais e 'degenerados'.” (DPESC-2017-FCC): Sobre a criminologia positivista: No Brasil seu desenvolvimento reforçou cientificamente o racismo. #Atenção: #PCSC-2014: #DPEES-2016: #PCPE-2016: #DPESC-2017: #PCBA-2008/2018: #PCGO-2017/2018: #PCMA-2018: #PCPI-2018: #PCRS-2018: #PF-2018: #PCES-2019: #PCMG-2018/2021: #PCMS-2021: #PCPR-2021: #PCRN-2021: #PCSP-2012/2014/2018/2022: #ACAFE: #CESPE: #FAPEC: #FCC: #FGV: #Fumarc: #Fundatec: #UEG: #UFPR: #VUNESP: Dentre as escolas criminológicas tradicionais, tem-se a escola positivista, a qual buscava analisar o fenômeno da criminalidade a partir do método das ciências naturais. Para a criminologia positivista, não se deve supor que o indivíduo pratica um delito através de ato proveniente de seu livre arbítrio. Pelo contrário,o determinismo imporia ao homem certas condições, sejam elas biológicas, psicológicas ou mesmo sociais, tornando inescapável o cometimento de crimes. O principal expoente dessa corrente é o conhecido Lombroso, representante da vertente biológica do determinismo. Através de tese em torno do criminoso atávico, sustentava que certas características biológicas de cada um já consistiriam num indicativo para a prática de delitos. A criminologia positivista parte de uma ideologia da defesa social baseada na tese de que o indivíduo que comete um delito atenta contra os valores básicos do contrato social, merecendo uma resposta estatal adequada a tal afronta. A defesa social, assim, seria o principal papel do Direito Penal o qual, segundo eles: 1) teria no Estado o ente legítimo para exercício da violência oficial; 2) estaria baseado na igualdade, pois a lei penal, uma vez gerada a partir do consenso, teria aplicação uniforme para todos os que infringissem tais valores; 3) os criminosos seriam uma parcela ínfima da sociedade, a qual seria formada, majoritariamente, por pessoas que respeitariam o pacto social. A criminologia positivista, pretendeu considerar “raça” como um fator criminógeno. (...). Os criminólogos dos países centrais e, especialmente, os brasileiros adotaram este modelo. Defende-se que a aceitação do modelo criminológico racista era compatível com as práticas e os discursos racistas presentes na sociedade brasileira desde o período colonial; que tais práticas são constitutivas da forma de organização do controle social no Brasil; que o novo discurso científico colaborava na permanência do caráter “arcaico” desse controle; que tais fenômenos permitiram o surgimento de um modelo de intervenção penal autoritário ainda vigente na sociedade brasileira contemporânea. (Fontes: https://constituicaoedemocracia.com/2014/04/19/a-criminologia-positivista-e-sua-relacao-com-o-direito-penal/ e file:///C:/Users/PC/Downloads/139612.pdf).[footnoteRef:5] [5: (PCBA-2008): Na concepção positivista, o crime é entendido como uma realidade ontológica. #Atenção: Para o avanço do estudo da criminologia, é primordial entender que o crime NÃO é um conceito ontológico! Ontologia é a parte da metafísica que trata da natureza, realidade e existência dos entes. A ontologia trata do ser enquanto ser, isto é, do ser concebido como tendo uma natureza comum que é inerente a todos e a cada um dos seres que gosta de estudar. Quando falamos que o crime é um conceito ontológico, estamos dizendo que por sua própria natureza aquela conduta é uma conduta má! É como se estivéssemos afirmando que todas as condutas previstas como crime são coisas naturalmente maléficas, por sua própria natureza. De outra banda, quando dizemos que o crime não é um conceito ontológico, estamos dizendo que aquela conduta não é algo mal em si, em sua essência, mas foi tida, em determinado momento-temporal, local e sociedade como algo que deve ser taxado como crime. (Fonte: Material de Criminologia - Curso Método Ciclos.)] #Atenção: #PCMG-2021: #Fumarc: Nina Rodrigues defendeu ideias que hoje podem ser qualificadas como racistas, mas, à época, eram consideradas científicas e avançadas. Ele foi fortemente influenciado pelas ideias do criminólogo italiano Cesare Lombroso. No ano da abolição da escravatura, escreveu: “A igualdade é falsa, a igualdade só existe nas mãos dos juristas”. Em 1894, publicou um ensaio no qual defendeu a tese de que deveriam existir códigos penais diferentes para raças diferentes. Segundo Nina, a inferioridade do negro – e dos não brancos – seria “um fenômeno de ordem perfeitamente natural, produto da marcha desigual do desenvolvimento filogenético da humanidade nas suas diversas divisões e seções. No Brasil os arianos deveriam cumprir a missão de não permitir que as massas de negros e mestiços pudessem interferir nos destinos do país.” (Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Nina_Rodrigues). (DPEES-2016-FCC): Sobre a escola positivista da criminologia, é correto afirmar: Sua recepção no Brasil recebeu contornos racistas, notadamente no trabalho antropológico de Nina Rodrigues. #Atenção: #PCSC-2014: #DPEES-2016: #PCMG-2021: #ACAFE: #FCC: #Fumarc: Acerca do tema, Sérgio Salomão Shecaira explica: “Parece difícil não concordar com François Jacob, prêmio Nobel de Biologia, quando afirma que o conceito de raça e, para nossa espécie, não operacional (o que significa dizer que não existe "raça" branca ou negra); no entanto, convivemos muito tempo com o racismo apesar de não existirem meios científicos que consigam demonstrar a presença de diferentes raças no seio da espécie humana. Tais estudos eugênicos repercutiram no Brasil produzindo uma cultura racista -aqui não dissimulada - em que negros e brancos passam a ser declarados distintos por sua condição de raça. O importante estudioso do direito penal e da criminologia, autor que influenciou um sem-número de seguidores no Brasil, Raimundo Nina Rodrigues, com grande naturalidade afirmava que "o critério cientifico da inferioridade da raça negra nada tem de comum com a revoltante exploração que dela fizeram os interesses escravistas dos norte-americanos. Para a ciência não é essa inferioridade mais do que um fenômeno de ordem perfeitamente natural, produto na marcha desigual do desenvolvimento filogenético da humanidade nas suas diversas divisões ou seções". E mais adiante arrematava: "o estudo das raças inferiores tem fornecido a ciência exemplos bem observados dessa incapacidade orgânica, cerebral. (...)” (Fonte: Sérgio Salomão Shecaira-pg 111 e ss.) #Atenção: Para efeitos de memorização, vale a pena elucidar importantes apontamentos feitos por Nina Rodrigues a respeito da Escola Positivista no Brasil:[footnoteRef:6] [6: FONTE: ______. Mestiçagem, degenerescência e crime. In: História, Ciências, Saúde-Manguinhos. vol. 15, n. 4, Rio de Janeiro, out./dez. 2008.] - A criminologia no Brasil foi responsável por estabelecer critérios científicos para a manutenção das desigualdades sociais. Colocou o negro como objeto de ciência e tentou criar mecanismos de diferenciação, de separação, no sentido de manter as barreiras biológicas que a Abolição (jurídica) destruiu. - Ocorreu durante o séc. XIX e início do XX, com a libertação da mão-de-obra escrava e a possibilidade de acesso a alguns direitos. Assim, iniciou-se um debate que tinha como centro de discussão justamente a troca de status jurídico do negro e a possibilidade do exercício da cidadania. - As classes dominantes da elite viram ameaçadas a sua posição social, o que impulsionou a recepção das teorias da Escola Positiva como tentativa de manutenção da ordem anterior. - A Abolição da escravatura, ao mesmo tempo em que gerou um enorme movimento de apoio e comoção social, também resultou num mal-estar das classes dominantes quanto à forma com que as relações seriam estabelecidas. - Atuou no sentido de tratar desigualmente os desiguais. - Deu-se, inicialmente, pela Faculdade de Direito de Recife, onde se desenvolveu uma formação voltada ao cientificismo e ao evolucionismo. - A compreensão sobre a Criminologia e a questão criminal nos alerta sobre a necessidade de fazermos uma revisão sobre as permanências, hoje, da aplicação do direito penal de autor e sobre as consequências drásticas da aceitação da diferença como elemento de negação de direitos e de naturalização de desigualdades sociais. (PCMG-2021-Fumarc): Sobre o pensamento de Raimundo Nina Rodrigues, na escola criminológica brasileira do final do século XIX e início do século XX, pode-se afirmar: Raimundo Nina Rodrigues reconheceu que a raça negra, no Brasil, constituiu um dos fatores da inferioridade do povo brasileiro. #Atenção: “Nina Rodrigues defendeu ideias que hoje podem ser qualificadas como racistas, mas, à época, eram consideradas científicas e avançadas. Ele foi fortemente influenciado pelas ideias do criminólogo italiano Cesare Lombroso. No ano da abolição da escravatura, escreveu: "A igualdade é falsa, a igualdade só existe nas mãos dos juristas". Em 1894, publicou umensaio no qual defendeu a tese de que deveriam existir códigos penais diferentes para raças diferentes. Nina Rodrigues foi um dos introdutores da antropologia criminal, da antropometria e da frenologia no país. Em 1899 publicou Mestiçagem, Degenerescência e Crime, procurando provar suas teses sobre a degenerescência e as tendências ao crime dos negros e mestiços. Os demais títulos publicados também não deixam dúvidas sobre seus objetivos: "Antropologia patológica: os mestiços", "Degenerescência física e mental entre os mestiços nas terras quentes". Para ele, negros e os mestiços se constituíam na causa da inferioridade do Brasil. Na sua grande obra, Os Africanos no Brasil, escreveu: "Para dar-lhe [a escravidão] esta feição impressionante foi necessário ou conveniente emprestar ao negro a organização psíquica dos povos brancos mais cultos (…) O sentimento nobilíssimo de simpatia e piedade, ampliado nas proporções duma avalanche enorme na sugestão coletiva de todo um povo, ao negro havia conferido (…) qualidades, sentimentos, dotes morais ou ideias que ele não tinha e que não podia ter; e naquela emergência não havia que apelar de tal sentença, pois a exaltação sentimental não dava tempo nem calma para reflexões e raciocínios". Segundo Nina, a inferioridade do negro – e dos não brancos – seria "um fenômeno de ordem perfeitamente natural, produto da marcha desigual do desenvolvimento filogenético da humanidade nas suas diversas divisões e seções". No Brasil os arianos deveriam cumprir a missão de não permitir que as massas de negros e mestiços pudessem interferir nos destinos do país. "A civilização ariana está representada no Brasil por uma fraca minoria da raça branca a quem ficou o encargo de defendê-la (…) (dos) atos antissociais das raças inferiores, sejam estes verdadeiros crimes no conceito dessas raças, sejam, ao contrário, manifestações do conflito, da luta pela existência entre a civilização superior da raça branca e os esboços de civilização das raças conquistadas ou submetidas". (https://pt.wikipedia.org/wiki/Nina_Rodrigues). (PCMG-2021-Fumarc): Sobre o pensamento de Raimundo Nina Rodrigues, na escola criminológica brasileira do final do século XIX e início do século XX, pode-se afirmar: Raimundo Nina Rodrigues acaba por justificar a existência de um controle social orientado pelo criminoso e não pelo crime. (PCMG-2021-Fumarc): Sobre o pensamento de Raimundo Nina Rodrigues, na escola criminológica brasileira do final do século XIX e início do século XX, pode-se afirmar: Raimundo Nina Rodrigues foi influenciado pela escola criminológica italiana, em especial os estudos de Cesare Lombroso. #Atenção: Nina Rodrigues defendia a existência de diferenças intelectuais e cognitivas entre raças. Aduzia que negros, mestiços brasileiros e índios formavam um bloco de seres inferiores mental e fisicamente. Apesar das ideias flagrantemente preconceituosas, as ideias de Nina Rodrigues gozaram de muito prestígio à época, especialmente considerando o contexto histórico em que o país vivia. Por ter nascido no Maranhão, bem como por ter sido um grande defensor das ideias do médico italiano Cesare Lombroso, Raimundo Nina Rodrigues era conhecido como “Lombroso dos Trópicos”. (DPERJ-2021-FGV): Considerando os postulados da Criminologia Crítica, a partir do pensamento de Alessandro Baratta, é correto afirmar que: a Escola Clássica e a Escola Positiva partem do paradigma de uma ciência penal integrada na qual está abarcada tanto a ciência jurídica propriamente dita, quanto a concepção geral do ser humano em sociedade, o que conflui para o que se chama de ideologia da defesa social. #Atenção: #DPERJ-2021: #PCMG-2021: #FGV: #Fumarc: A Escola Positivista afirma que o criminoso é um prisioneiro de sua própria patologia (determinismo biológico) ou de processos causais alheios (determinismo social). Não aceitaram a tese da Escola Clássica do livre-arbítrio, mas sim a ideia do criminoso nato (determinismo biológico de Lombroso) e do determinismo social de Ferri e Garófalo. A Escola Positiva, com origens no início do século XIX, inaugurou o período científico da criminologia. Divide-se em três fases marcadas pelos seus precursores, são elas: i) Antropológica (Lambroso); ii) Sociológica (Ferri) e; iii) Jurídica (Garófalo). A Escola Positivista (método empírico indutivo, baseado na observação dos fatos e dados) surge contrapondo-se à Escola Clássica (método abstrato e dedutivo, baseado no silogismo). Há nessa escola superação do individualismo clássico para uma defesa da ordem social, essa sim, a razão de punir, traduzindo, abandona-se a ideia de punir o criminoso para retribuir o mal provocado à vítima e passa-se a punir o crime em razão do abalo à ordem social e do risco social criado. (Fonte: Fábio Eduardo Lopes Monteiro (2020, pg. 17-18). Ainda sobre o tema, Alessandro Bartta explica: ‘Seja qual for a tese aceita, um fato é certo: tanto a escola clássica quanto as escolas positivistas realizam um modelo de ciência penal integrada, ou seja, um modelo no qual a ciência jurídica e concepção geral do homem e da sociedade estão estreitamente ligadas. Ainda que suas respectivas concepções do homem e da sociedade sejam profundamente diferentes, em ambos os casos nos encontramos, salvo exceções, em presença da afirmação de uma ideologia da defesa social, como nó teórico e político fundamental do sistema científico.” (Fonte: Alessandro Baratta - Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal (Introdução à sociologia do direito penal) Editora Revan. Tradução: Juarez Cirino dos Santos. PÁGINA 41. CAPÍTULO II.). Tal ideologia surgiu no século XIX, a partir da revolução burguesa. A defesa social visa a proteção social contra o crime e adaptação do indivíduo à ordem social, de modo que prega a reação social contra o membro da sociedade que transgride as regras de convivência social. (PCMG-2021-Fumarc): No que diz respeito aos objetos da Criminologia, assinale a alternativa correta: Críticos do livre-arbítrio como ilusão subjetiva, os autores positivistas compreendiam o infrator como um prisioneiro da sua patologia (determinismo biológico), ou de processo causais alheios (determinismo social). (PCBA-2018-VUNESP): Em relação ao conceito de crime, de criminoso e de pena nas diversas correntes do pensamento criminológico e ao desenvolvimento científico de seus modelos teóricos, é correto afirmar: No pensamento criminológico das escolas clássicas, identifica-se uma grande preocupação com os conceitos de crime e pena como entidades jurídicas e abstratas de modo a estabelecer a razão e limitar o poder de punir do Estado. #Resumo do material do Gran Cursos: #Atenção: #PCGO-2017/2018: #PCBA-2018: #PCMG-2018: #PCSP-2018: #MPGO-2019: #PCMS-2021: #PCPR-2021: #PCRN-2021: #FAPEC: #FGV: #Fumarc: #UEG: #UFPR: #VUNESP: Na esfera penal, o Antigo Regime contava com práticas punitivas bárbaras, aleatórias, desproporcionais. No século XVIII, com o advento do Iluminismo, novos códigos penais entram em cena, com técnicas mais humanas e racionais de punição. Nasce, então, um Direito Penal como conhecemos hoje, com elaboradas racionalizações e construções dogmáticas. O fundador da moderna dogmática penal foi o alemão Paul Johann Anselm von Feuerbach, mais conhecido nos estudos penais pelo último sobrenome. A Escola Clássica é uma escola do Direito Penal. Nela, ainda são utilizados métodos jurídicos, como a dedução (raciocínio que parte de um comando genérico – a norma –, a ser aplicado a um caso concreto), o dogmatismo e a abstração. Essa fase é considerada, portanto, uma etapa pré-científica da Criminologia. Os autores clássicos reconhecem que as pessoas são seres racionais, que possuem livre-arbítrio, ou seja, podem fazer escolhas. O cometimento de um crime é fruto de uma decisão que implica quebra do pacto social de convivência pacífica. O delinquente deve ser punido pelo mal que causou com a sua escolha. A ele, então, são aplicáveis as penas previstas no ordenamento jurídico, utilizando-se a técnica dedutiva de subsumir uma conduta a uma normapenal incriminadora (a dedução é típica do Direito, lembre-se! A Criminologia usa técnica indutiva, mas nessa época a Criminologia ainda não havia nascido propriamente como ciência, de modo que os clássicos são, sobretudo, juristas da área penal). A Escola Clássica teve na Itália grande epicentro. Os clássicos consideram que o crime é, antes de tudo, um ente jurídico. É necessário que haja uma previsão legal para que uma conduta seja considerada criminosa. O enfoque clássico, portanto, se vale de um método dedutivo: parte da regra geral (normas jurídicas por exemplo) para analisar o fenômeno criminal. O método é também abstrato, pois baseia-se sobretudo na lei, um comando genérico. A lei é justa e deve ser aplicada de maneira racional e igualitária para todos. A Escola Clássica não estava tão interessada em entender a razão pela qual alguém decide cometer um crime. ##DICA: As bancas gostam de utilizar o termo etiologia. Se refere à busca de explicações das causas do comportamento criminoso. A Escola Clássica não estava, portanto, preocupada com a etiologia dos delitos. Assim, a Escola Clássica pouco contribuiu com a etiologia. Porém, foi a Escola Clássica que se preocupou, pela primeira vez, em fundamentar, delimitar e legitimar a pena. Em substituição ao sistema penal caótico e desumano do Antigo Regime, a Escola Clássica forneceu um panorama legislativo humanitário e racional, mostrando que a pena poderia e deveria ser útil, justa e proporcional. A pena, para os clássicos, deve ter nítido caráter de retribuição pela responsabilidade moral do delinquente (imputabilidade moral), de modo a restaurar a ordem externa social. Os principais autores clássicos relembrados por terem contribuído para a Criminologia são os seguintes: · Feuerbach: Feuerbach foi o principal redator do Código Bávaro de 1813. Lá, situou o Direito Penal dentro do Direito Público e o separou do processo penal. Fez a distinção entre crime e outros tipos de ilícitos. Desenhou a autonomia da disciplina (Direito Penal) e colocou a tarefa de criar delitos e impor penas nas mãos do soberano, entregando ao Estado a exclusividade do poder criminal. Defendeu a separação entre direito e moral. Especificou que as penas deviam estar previamente declaradas em leis e que somente com observância dessas leis o Direito Penal podia ser aplicado, dando forte ênfase ao direito positivado, ao princípio da legalidade e, portanto, à proteção das liberdades individuais do cidadão. · Marquês de Beccaria: Cesare Bonesana, conhecido como Marquês de Beccaria, é o maior expoente dessa Escola. Publicou, em 1764, “Dos Delitos e Das Penas”, que serviu de base para a valorização da dignidade das pessoas e para a consequente humanização das penas, em contraposição à crueldade das sanções existentes até a primeira metade do século XVIII. Para Beccaria, o indivíduo escolhe ou não obedecer às leis, mas o Estado não poderia escolher tratamentos cruéis e desumanos. As leis, para ele, deveriam ser simples, conhecidas pelo povo. E as penas deveriam estar previstas nessas leis. Ele criticava o sistema de provas que não admitia o testemunho da mulher, não dava atenção ao depoimento do condenado e era complacente com a tortura. Preocupava-se com a situação deplorável das prisões e defendia a necessidade de provas robustas para a condenação de alguém. A obra de Cesare Bonesana é considerada fundamental para o Direito Penal liberal e para a Criminologia clássica. Veja alguns trechos: “O juiz deve fazer um silogismo perfeito. A premissa maior deve ser a lei geral; a menor, a ação conforme ou não à lei; a consequência, a liberdade ou a pena. Se o juiz for obrigado a elaborar um raciocínio a mais, ou se o fizer por sua conta, tudo se torna incerto e obscuro. (...) Quando as leis forem fixas e literais, quando apenas confiarem ao magistrado a missão de examinar os atos dos cidadãos, para indicar se esses atos são conforme a lei escrita, ou se a contrariam (...) então não se verão mais os cidadãos submetidos ao poder de uma multidão de ínfimos tiranos (...). À proporção que as penas forem mais suaves, quando as prisões deixarem de ser a horrível mansão do desespero e da fome (...) as leis poderão satisfazer-se com provas mais fracas para pedir a prisão.”[footnoteRef:7] [7: BECCARIA, Cesare Bonesana, Marches di. Dos delitos e das penas. São Paulo: Martin Claret, 2014, p. 24.] · Francesco Carrara: Escreveu o Programa de Direito Criminal, de 1859. Para ele, o crime não é um ente de fato, mas sim um ente jurídico. Ou seja, só existe crime porque há uma norma dizendo que tal fato é um crime. Os indivíduos possuem livre-arbítrio e decidem se comportar de maneira contrária à lei, sendo a pena uma retribuição jurídica que pretende restabelecer a ordem externa violada. Se o crime é um ente jurídico, deve ser estudado a partir das normas, em obediência a um método dedutivo, lógico-abstrato. · Giovanni Carmignani: Foi um jurista italiano igualmente preocupado em fundamentar o direito de castigar. Para ele, o direito de punir se fundamentava na necessidade de manter a paz social. A pena não deve se preocupar tanto em castigar, mas sim em evitar delitos futuros. #DICA: Recurso Mnemônico: Ao falar em Escola Clássica, pense em música clássica. Para ouvir música clássica, você vai a um ambiente classudo, com parede de mármore Carrara (Francesco Carrara) e lareira (fogo em alemão é Feuer), onde vai ouvir Bach (Feuerbach). Você irá bem-vestido, na beca (Beccaria) e quem vai te acompanhar é a Carminha (Carmignani) da novela Avenida Brasil. (PCMS-2021-FAPEC): Sobre o movimento intelectual que ficou conhecido como Escola Clássica da Criminologia, assinale a alternativa correta: A consideração do crime como um comportamento definido pelo direito e o repúdio à abordagem patológica do criminoso como um ser diferente são traços da Escola Liberal Clássica, que, contudo, não rompeu definitivamente com o paradigma etiológico da Criminologia. #Atenção: #PCMG-2018: #PCMS-2021: #PCPR-2021: #FAPEC: #Fumarc: #UFPR: Para Alessandro Baratta, “de fato, a escola liberal clássica não considerava o delinqüente como um ser diferente dos outros, não partia da hipótese de um rígido determinismo, sobre a base do qual a ciência tivesse por tarefa uma pesquisa etiológica sobre a criminalidade, e se detinha principalmente sobre o delito, entendido como conceito jurídico, isto é, como violação do direito e, também, daquele pacto social que estava, segundo a filosofia política do liberalismo clássico, na base do Estado e do direito” (Fonte: Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal. Alessandro Baratta.). (PCPR-2021-UFPR): A respeito das escolas criminológicas, é correto afirmar: Cesare Beccaria, cujo pensamento é apontado como uma das mais influentes bases da escola clássica, fez uma forte crítica ao sistema penal do Antigo Regime e lançou bases filosóficas limitadoras do poder punitivo estatal. #Atenção: Pautada nos ideais iluministas, a Escola Clássica foi forjada em meio a um ambiente de contestações às ideias e práticas penais vigentes ao longo de toda a Idade Média. Beccaria (“Dos delitos e das penas”) desenvolveu sua tese com base na ideias de Rousseau e de Montesquieu, construindo um sistema baseado na legalidade, onde o Estado deveria punir os delinquentes mas tinha de se submeter às limitações da lei. (MPGO-2019): Assinale a alternativa correta: A chamada Escola Clássica do Direito Penal tem como caracteres, dentre outros, os seguintes: o Direito tem uma natureza transcendente, segue a ordem imutável da lei natural; o delinquente é, em regra, um homem normal, que se sente livre para optar entre o bem e o mal, e preferiu o último; os objetos de estudo do Direito Penal são o delito, a pena e o processo. Um importante autor dessa época é Carrara. (MPSC-2016): O italiano Cesare Lombroso, autor da obra “L’Uomo delinquente”, foi um dos precursores da Escola Positiva de Criminologia, a qual admitia a ideia de que o crime é um ente jurídico - infração - e não ação. #Atenção: #PCSC-2014: #MPDFT-2015:#DPEES-2016: #PCPE-2016: #DPEPR-2017: #DPERO-2017: #DPESC-2017: #DPU-2017: #PCBA-2008/2018: #PF-2013/2018: #PCGO-2017/2018: #DPEAM-2018: #DPEAP-2018: #DPEPE-2018: #PCMA-2018: #PCPI-2018: #PCRS-2018: #DPESP-2012/2019: #TJRO-2019: #MPGO-2019: #PCES-2019: #MPSC-2016/2021: #PCMG-2018/2021: #PCMS-2021: #PCPR-2021: #PCRN-2021: #PCSP-2010/2012/2013/2014/2018/2022: #ACAFE: #CESPE: #FAPEC: #FCC: #FGV: #Fumarc: #Fundatec: #UEG: #UFPR: #VUNESP: ESCOLA POSITIVA: o direito penal é obra humana; a responsabilidade social decorre do determinismo social; o delito é um fenômeno natural e social (fatores biológicos, físicos e sociais); a pena é um instrumento de defesa social (prevenção geral); método indutivo-experimental; os objetos de estudo da ciência penal são o crime, o criminoso, a pena e o processo; justifica-se a intervenção estatal em razão da periculosidade do indivíduo; a medida decorrente de um crime não possui um prazo determinado, pois deve perdurar enquanto não cessada a periculosidade. #Atenção: #PCSC-2014: #MPDFT-2015: #DPEES-2016: #PCPE-2016: #DPEPR-2017: #DPERO-2017: #DPESC-2017: #DPU-2017: #PCBA-2008/2018: #PF-2013/2018: #PCGO-2017/2018: #DPEAM-2018: #DPEAP-2018: #DPEPE-2018: #PCMA-2018: #PCPI-2018: #PCRS-2018: #DPESP-2012/2019: #TJRO-2019: #MPGO-2019: #PCES-2019: #MPSC-2016/2021: #PCMG-2018/2021: #PCMS-2021: #PCPR-2021: #PCRN-2021: #PCSP-2010/2012/2013/2014/2018/2022: #ACAFE: #CESPE: #FAPEC: #FCC: #FGV: #Fumarc: #Fundatec: #UEG: #UFPR: #VUNESP: A escola criminológica Positivista do final do século XIX, que tem como principal representante Cesare Lombroso, mas também conta com a contribuição de expoentes como Enrico Ferri e Garofalo, critica os pensadores da escola criminológica Clássica, como Beccaria e Bentham, no que diz respeito à utilização de metodologias lógico-dedutiva, metafísica, onde não existia a observação empírica dos fatos. As características principais da escola criminológica Positivista apresentam-se em três aspectos: 1- Empirismo: cientificidade, observação e experimentação dos fatos, negando-se uma visão dedutiva e abstrata; 2 - O Criminoso como objeto de estudo: importância do estudo do criminoso como autor do crime. A delinquência é vista como um mero sintoma dos instintos criminogêneos do sujeito. Deve-se procurar trabalhar com estes instintos por forma a evitar o crime; 3 - Determinismo: aborda o delinquente através de um caráter múltiplo. Para ele, o indivíduo é compelido a delinquir por causas externas, inexoráveis. Com efeito, as penas teriam o objetivo de proteção da sociedade e de [reeducação] do delinquente. (MPSC-2014): Contrariamente ao classicismo, que não visualizou no criminoso nenhuma anormalidade - e dele não se ocupou - o positivismo reconduziu-o para o centro de suas análises, apreendendo nele estigmas decisivos da criminalidade. #Atenção: #PCSC-2014: #MPBA-2015: #MPDFT-2015: #DPEES-2016: #PCPE-2016: #DPEPR-2012/2017: #DPERO-2017: #DPESC-2017: #DPU-2017: #PCBA-2008/2018: #PF-2013/2018: #PCGO-2017/2018: #TJCE-2018: #DPEAM-2018: #DPEAP-2018: #DPEPE-2018: #PCMA-2018: #PCPI-2018: #PCRS-2018: #TJRO-2019: #PCES-2019: #MPSC-2010/2014/2021: #PCMG-2018/2021: #PCMS-2021: #PCPR-2021: #PCRN-2021: #PCSP-2010/2012/2013/2014/2018/2022: #DPERS-2022: #ACAFE: #CESPE: #FAPEC: #FCC: #FGV: #Fumarc: #Fundatec: #UEG: #UFPR: #VUNESP: A Escola Positiva surge, então, em meados do Século XIX, como uma alternativa crítica à Filosofia Clássica do Século XVIII. Ao contrário da Escola Clássica, centra suas ideologias na figura do criminoso. Desloca o objeto de estudo para o desviante, tendo por objetivo precípuo descobrir as motivações do crime, com a finalidade última de atuar sobre elas na busca da diminuição da criminalidade. O primeiro que tenta identificar o criminoso é Lombroso, em sua obra “O Homem Delinquente”, na qual sustenta a tese do criminoso nato, baseando suas teorias no estereótipo do criminoso. Para esse autor, o criminoso já nasce com essa característica. Nesse momento, há o surgimento da Criminologia como ciência, que nasce como antropologia criminal. Nasce aqui, também, o Paradigma Etiológico, que domina o pensamento criminológico até da primeira metade do Século XX, o qual aduz a divisão dos indivíduos em normais e anormais. Contrariamente, pois ao classicismo, que não visualizou no criminoso nenhuma anormalidade – e dele não se ocupou – o positivismo reconduziu-o para o centro de suas análises, apreendendo nele, estigmas decisivos da criminalidade. (DPERS-2022-CESPE): Um homem branco, de 29 anos de idade, e um homem negro, de 21 anos de idade, foram presos por terem pichado, juntos, um prédio. Na posse deles, foram encontradas as tintas usadas no ato, além de um cigarro de maconha. O indivíduo branco assinou termo circunstanciado e foi liberado, enquanto o outro homem foi mantido preso. Considerando essa situação hipotética e as perspectivas da criminologia, julgue o item a seguir: Segundo a antropologia criminal de Lombroso, a manutenção da prisão do homem negro seria justificada por seu tipo racial e sua condição de criminoso na situação narrada. (PCSP-2022-VUNESP): No que concerne às Escolas Penais, Cesare Lombroso, autor italiano, é apontado como um dos principais expoentes da Escola Positivista. (MPBA-2015): Analise a seguinte assertiva acerca da criminologia: Lombroso desenvolveu a teoria do criminoso nato, indivíduo que seria predisposto à prática delituosa em razão de características antropológicas. Ferri fundamentava a responsabilidade penal na convivência social, afastando a tese do livre arbítrio. Garofalo idealizou a teoria da seleção natural, segundo a qual os criminosos irrecuperáveis deveriam ser afastados do convívio social pela deportação ou pela morte. (PCSP-2014-VUNESP): A obra O homem delinquente, publicada em 1876, foi escrita por Cesare Lombroso. (MPSC-2010): Lombroso (O Homem Delinqüente, 1876), como estudioso de formação médica, promoveu análises craniométricas em criminosos, com o objetivo de comprovar uma das bases de sua teoria, qual seja, a "regressão atávica" do delinquente (retrocesso ao homem primitivo). Seus estudos, despidos da necessária abordagem científica, tiveram como mérito incontestável o questionamento ao "livre arbítrio" na apuração da responsabilidade penal (marco teórico da escola clássica do direito penal).[footnoteRef:8] [8: #Atenção: Tema cobrado nas provas i) PCSP-2010; ii) MPDFT-2015; iii) DPEPR-2017 (FCC); iv) DPERO-2017 (VUNESP); v) DPESC-2017 (FCC); vi) DPU-2017 (CESPE); vii) DPEAP-2018 (FCC); viii) DPEPE-2018 (CESPE); ix) MPSC-2021 (CESPE).] (MPSC-2010): Segundo a posição de Garófalo (Criminologia, 1885) o delito é fenômeno natural, e não um ente jurídico, devendo ser estudado precipuamente pela antropologia e pela sociologia criminal. (PCSP-2010): A Escola Positiva: crê no determinismo e defende o tratamento do criminoso. (PCPI-2018-NUCEPE): Marque a alternativa correta, no que diz respeito à classificação do criminoso, segundo Lombroso: Criminoso por paixão: aquele que utiliza de violência para resolver problemas passionais, geralmente é nervoso, irritado e leviano. #Atenção: #PCGO-2018: #PCPI-2018: #NUCEPE: #UEG: Classificação dos criminosos para Lombroso: • Criminoso Nato: influência biológica, estigmas, instinto criminoso, um selvagem da sociedade, o degenerado (cabeça pequena, deformada, fronte fugidia, sobrancelhas salientes, maças afastadas, orelhas malformadas, braços cumpridos, face enorme, tatuado, impulsivo, mentiroso e falador de gírias etc.) Fatores genéticos e hereditários. Regressão atávica. (biológico); • Criminoso Louco Moral: Inteligência intacta, mas perversos, egoístas, falta de senso moral, influências hereditárias e genéticas (biológico), mas o meio pode fazer aflorar a predisposição; • Criminoso Epilético: Epilepsia ataca os centros nervosos, lesões cerebrais, parte dos sentimentos e das emoções. Dependendo do meio, conduz à criminalidade, pois as funções cerebrais, emoções e sentimentos sucateados; • Criminoso louco propriamente dito: Alienados mentais que devem permanecer no hospício;• Criminoso de Ocasião: Predisposto hereditariamente, são pseudocriminosos; "a ocasião faz o ladrão"; assumem hábitos criminosos influenciados por circunstâncias; • Criminoso por Paixão: Sanguíneos, nervosos, irrefletidos, usam da violência para solucionar questões passionais. exaltados. (PCGO-2018-UEG): Para a criminologia positivista, a criminalidade é uma realidade ontológica, pré-constituída ao direito penal, ao qual cabe tão somente reconhecê-la e positivá-la. Neste sentido, tem-se o seguinte: Para Raffaele Garófalo (1851-1934), a defesa social era a luta contra seus inimigos naturais carecedores dos sentimentos de piedade e probidade. #Atenção: Para o autor, “a defesa social era a luta contra os inimigos naturais, praticado pelos delinquentes naturais. O delito natural variava de uma sociedade para a outra, identificando como delito tudo aquilo que viola os sentimentos valorizados por essa sociedade; como sentimentos altruísticos fundamentais, estão a probidade e a piedade” (ANITUA, 2008, p. 314). (TJPR-2019-CESPE): Com relação às escolas e tendências penais, julgue o item seguinte: De acordo com a escola clássica, a responsabilidade penal é lastreada na imputabilidade moral e no livre-arbítrio humano. #Atenção: #DPESP-2012: #MPDFT-2015: #DPEBA-2016: #DPEES-2016: #PCPE-2016: #DPEPR-2012/2017: #DPERO-2017: #DPESC-2017: #DPU-2017: #PCBA-2008/2018: #PF-2013/2018: #PCSP-2010/2012/2013/2014/2018: #PCGO-2017/2018: #TJCE-2018: #DPEAP-2018: #DPEPE-2018: #PCMG-2018: #PCPI-2018: #PCRS-2018: #TJRO-2019: #MPSC-2010/2021: #PCMS-2021: #PCPR-2021: #CESPE: #FAPEC: #FCC: #Fumarc: #Fundatec: #UEG: #UFPR: #VUNESP: A Escola Clássica teve como seus principais adeptos Paul Feuerbach e Francesco Carrara. Tinha o livre arbítrio como seu fundamento indeclinável, sendo o homem moralmente imputável em razão dos seus atos externos, que podem ser praticados por ação ou omissão. Para esta Escola, o crime é um ente jurídico; não é uma ação, mas sim uma infração (Carrara) – é uma criação jurídica; a punibilidade deve ser baseada no livre-arbítrio; a pena deve ter nítido caráter de retribuição pela culpa moral do delinquente (maldade), de modo a prevenir o delito com certeza, rapidez e severidade e a restaurar a ordem externa social; método e raciocínio lógico-dedutivo (em que se partia de algumas premissas para chegar a determinadas conclusões). Alessandro Baratta destaca um ponto importante acerca da Escola Clássica em relação aos estudos de Francesco Carrara: "A distinção entre consideração jurídica do delito e consideração ética do indivíduo torna-se, pois, a base da qual parte Carrara para proceder a uma nova afirmação da tese de que a função da pena é, essencialmente, a defesa social. O fim da pena não é a retribuição - afirma Carrara - nem a emenda, mas a eliminação do perigo social que sobreviria da impunidade do delito”. (Fonte: Fonte: Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal. Alessandro Baratta.). #Atenção: #DPESP-2012: #MPDFT-2015: #DPEBA-2016: #DPEES-2016: #PCPE-2016: #DPEPR-2012/2017: #DPERO-2017: #DPESC-2017: #DPU-2017: #PCBA-2008/2018: #PF-2013/2018: #PCGO-2017/2018: #TJCE-2018: #DPEAP-2018: #DPEPE-2018: #PCMG-2018: #PCPI-2018: #PCRS-2018: #TJRO-2019: #PCES-2019: #MPSC-2010/2021: #PCMS-2021: #PCPR-2021: #PCSP-2010/2012/2013/2014/2018/2022: #CESPE: #FAPEC: #FCC: #Fumarc: #Fundatec: #UEG: #UFPR: #VUNESP: A teoria retributiva dos fins da pena emana da Escola Clássica, também chamada idealista, filosófico-jurídica, crítico-forense etc. E que é livre-arbitrista, individualista e liberal, considerando o crime um fenômeno jurídico e a pena um meio retributivo. Os clássicos são contratualistas e racionalistas; e foram, via de regra, jusnaturalistas, aceitando o predomínio de normas absolutas e eternas sobre as leis positivas. Para a Escola Clássica, a pena é um mal imposto ao indivíduo que merece um castigo em vista de uma falta considerada crime que, voluntária ou conscientemente, cometeu. Garofalo e Lombroso, juntamente com Enrico Ferri, todos italianos, seriam representantes da Escola Positivista. (MPGO-2019): Assinale a alternativa correta: A chamada Escola Clássica do Direito Penal tem como caracteres, dentre outros, os seguintes: o Direito tem uma natureza transcendente, segue a ordem imutável da lei natural; o delinquente é, em regra, um homem normal, que se sente livre para optar entre o bem e o mal, e preferiu o último; os objetos de estudo do Direito Penal são o delito, a pena e o processo. Um importante autor dessa época é Carrara. (PCSP-2018-VUNESP): No que concerne às Escolas Penais, é correto afirmar que a Clássica” funda-se no livre-arbítrio e tem em Carrara um de seus maiores expoentes. (DPEMA-2015-FCC): As escolas penais são as diversas correntes filosófico-jurídicas sobre crimes e punições surgidas no período moderno. Na compreensão da filosofia e dos princípios que regem o direito penal contemporâneo é preciso que se tenha uma visão do processo histórico que os precedeu. Considere a assertiva a seguir: A Escola Clássica propugna uma restauração da dignidade humana e o direito do cidadão perante o Estado, fundamentando-se no individualismo. Destaca-se pela aproximação do jusnaturalismo e contratualismo. #Atenção: #PCSC-2014: #DPEMA-2015: #PCPE-2016: #DPERO-2017: #DPU-2017: #PCBA-2008/2018: #PCSP-2010/2012/2013/2014/2018: #PCGO-2017/2018: #DPEPE-2018: #DPEAP-2018: #PCMG-2018: #MPSC-2021: #PCMS-2021: #PCPR-2021: #ACAFE: #CESPE: #FAPEC: #FCC: #Fumarc: #UEG: #UFPR: #VUNESP: A Escola Clássica teve como maior expoente Cesare Bonesana, o Marquês de Beccaria, tendo escrito a obra Dos Delitos e Das Penas e que pode ser considerada o marco da Escola Clássica de Criminologia. A obra basicamente reflete o pensamento de Rousseau do contrato social e sustenta que o crime constitui uma violação do pacto social pelo agente infrator. A Escola Clássica tem como fundamento o racionalismo decorrente dos ideais iluministas, e devotava grande apreço para os direitos do homem, notadamente o do individualismo. Para essa Escola, o indivíduo só poderia ser punido por uma conduta faltosa considerada previamente por lei como crime. Sendo assim, protege-se o indivíduo contra o arbítrio do estado, que deve se submeter ao primado do direito e salvaguardar os direitos naturais do homem. Cezar Bitencourt (2010, p.81) aponta: “Representavam, na verdade, doutrinas opostas, uma vez que para a primeira - jusnaturalista – o Direito decorria da eterna razão e, para a segunda – contratualista -, tinha como fundamento o acordo de vontades. No entanto, coincidiam no fundamental: na existência de um sistema de normas jurídicas anterior e superior ao Estado, contestando dessa forma, a legitimidade da tirania estatal. Propugnavam pela restauração da dignidade humana e o direito do cidadão perante o Estado, fundamentando ambas, dessa forma, o individualismo, que acabaria inspirando o surgimento da escola clássica.” (PCSP-2014-VUNESP): A obra Dos Delitos e Das Penas de 1764 foi escrita por: Cesare Bonesana (DPEMA-2015-FCC): As escolas penais são as diversas correntes filosófico-jurídicas sobre crimes e punições surgidas no período moderno. Na compreensão da filosofia e dos princípios que regem o direito penal contemporâneo é preciso que se tenha uma visão do processo histórico que os precedeu. Considere a assertiva a seguir: A Escola Positiva é uma reação à Escola Clássica e reorienta estudos criminológicos. Opondo-se ao individualismo da Escola Clássica, defende o corpo social contra a ação do agente criminoso, priorizando os interesses sociais em relação aos individuais. #Atenção: #PCSC-2014: #MPDFT-2015: #DPEMA-2015: #DPEES-2016: #PCPE-2016: #DPEPR-2017: #DPERO-2017: #DPESC-2017: #DPU-2017: #PCBA-2008/2018: #PF-2013/2018: #PCGO-2017/2018: #DPEAP-2018: #DPEPE-2018: #PCMA-2018: #PCMG-2018: #PCPI-2018: #PCRS-2018: #PCES-2019: #MPSC-2010/2021: #PCMS-2021: #PCPR-2021: #PCSP-2010/2012/2013/2014/2018/2022: #ACAFE: #CESPE: #FAPEC: #FCC: #Fumarc: #Fundatec: #UEG: #UFPR: #VUNESP: A Escola Positiva sucedeu a Escola Clássica e passoua ver o crime como um fenômeno sociológico. Ao abstrato individualismo da Escola Clássica, a Escola Positiva opôs a necessidade de se proteger mais enfaticamente o corpo social contra a ação do delinquente, priorizando os interesses sociais em relação aos do indivíduo. César Bitencourt explica (2010, p.86): “A Escola Positiva surgiu no contexto de um acelerado desenvolvimento das ciências sociais (Antropologia, Psiquiatria, Psicologia, Sociologia, Estatística etc.) Esse fato determinou de forma significativa uma nova orientação nos estudos criminológicos. Ao abstrato individualismo da Escola Clássica, a Escola Positiva opôs a necessidade de defender mais enfaticamente o corpo social contra a ação do delinquente, priorizando os interesses sociais em relação aos individuais”. A Escola Positiva apresenta três fases, distintas, predominando em cada uma determinado aspecto, tendo também um expoente máximo. São elas: a) fase antropológica: Cesare Lombroso; b) fase sociológica: Enrico Ferri; e c) fase jurídica: Rafael Garofalo (Criminologia).” (MPGO-2019): Assinale a alternativa correta: Dentre outros, são caracteres da Escola Positiva: o entendimento do Direito Penal como um produto social, obra humana; o delito é um fenômeno natural e social (fatores individuais, físicos e sociais); a pena é um meio de defesa social, com função preventiva. Podem ser citados como importantes expoentes da Escola Positiva Cesar Lombroso e Enrico Ferri. (DPERO-2017-VUNESP): Considerando o estudo da Criminologia, assinale a alternativa correta: Raffaele Garofalo está ligado à Escola Criminal Positiva. (PCSP-2014-VUNESP): A escola criminológica que surgiu no século XIX, tendo, entre seus principais autores, Rafaelle Garofalo, e que pode ser dividida em três fases (antropológica, sociológica e jurídica) é a: Escola Positiva. (PCSP-2012): Assinale a alternativa correta: Cesare Lombroso e Raffaelle Garofalo pertencem à Escola Positiva. (PCSP-2012): O Positivismo Criminológico, com a Scuola Positiva italiana, foi encabeçado por Lombroso, Garofolo e Ferri. (MPSC-2010): Segundo a posição de Garófalo (Criminologia, 1885) o delito é fenômeno natural, e não um ente jurídico, devendo ser estudado precipuamente pela antropologia e pela sociologia criminal. #Atenção: #PF-2013: #PCSP-2014: #PCBA-2018: #CESPE: #VUNESP: Há três dogmas do positivismo criminológico: 1) a subordinação dos fenômenos sociais às leis inflexíveis da natureza; 2) a relevância absoluta da observação; e 3) a previsão racional de acordo com as leis positivas. A característica do positivismo criminológico reside notadamente no método. O método positivo empírico-indutivo consiste na observação dos fenômenos sociais e das leis inflexíveis da natureza. Pelo método indutivo-experimental, verifica-se que o homem delinquente tem suas características próprias e está predeterminado a cometer delitos (ideia do criminoso nato de Cesare Lombroso). O método indutivo-quantitativo consiste na colheita de todos os dados que possam ser quantificáveis, de modo a traduzir esses dados em números e informações que possam ser classificadas e analisadas. (DPEMA-2015-FCC): As escolas penais são as diversas correntes filosófico-jurídicas sobre crimes e punições surgidas no período moderno. Na compreensão da filosofia e dos princípios que regem o direito penal contemporâneo é preciso que se tenha uma visão do processo histórico que os precedeu. Considere a assertiva a seguir: A Escola Alemã destaca-se pelo estudo do delito como um fenômeno humano-social e fato jurídico. A pena para esta teoria é finalística, coexistindo o caráter retributivo e preventivo. #Atenção: #DPEMA-2015: #DPEAP-2018: #FCC: A Escola Alemã tem como seu principal expoente F. Von Liszt. O pensador alemão e os seguidores dessa Escola rechaçaram os pressupostos metafísicos e filosóficos da criminologia. Segundo Cezar Roberto Bitencourt, dentre as características desta Escola está a concepção do crime um fenômeno humano-social sem deixar de ser visto concomitantemente como um fato jurídico. Outra característica desta Escola, ainda de acordo com o referido autor, é concepção finalística da pena, vale dizer, a pena “mesmo sem perder o caráter retributivo, prioriza a finalidade preventiva, particularmente a prevenção especial”. (Cezar Roberto Bitencourt, Tratado de Direito Penal, Parte Geral). (PCSP-2014-VUNESP): A distinção entre imputáveis e inimputáveis, a responsabilidade moral baseada no determinismo, o crime como fenômeno social e individual e a pena com caráter aflitivo, cuja finalidade é a defesa social, são características da: Terza Scuola Italiana. #Atenção: #PCSP-2014: #PCPR-2021: #UFPR: #VUNESP: A Terza Scuola italiana, também denominada de Escola Crítica ou Eclética, surgiu na Itália em 1891 e teve como maior expoente Manuel Carnavale. Sua criação dá ensejo ao surgimento do chamado positivismo crítico. Tem como características marcantes, de acordo com Luiz Regis Prado, a noção de que a responsabilidade penal tem por base a imputabilidade moral, substituindo-se o livre-arbítrio pelo determinismo psicológico; a distinção entre o imputável e o inimputável se dá pela capacidade ou não do indivíduo de se levar pelo motivo mais forte, o que é determinado psicologicamente ao homem e não decorre de seu livre-arbítrio; o crime é contemplado no seu aspecto real - fenômeno natural e social; a pena tem função defensiva ou preservadora da sociedade e somente pode ser aplicada aos imputáveis, ao passo que aos inimputáveis se aplica a medida de segurança. #Atenção: #PCSP-2014: #PCPR-2021: #UFPR: #VUNESP: #Resumo sobre a Terza Scuola italiana: A Terza Scuola Italiana, cujos expoentes foram Manuel Carnevale, Bernardino Alimena e João Impallomeni, fixou os seguintes postulados criminológicos: a) distinção entre imputáveis e inimputáveis; b) responsabilidade moral baseada no determinismo (quem não tiver a capacidade de se levar pelos motivos deverá receber uma medida de segurança); c) crime como fenômeno social e individual; d) pena com caráter aflitivo, cuja finalidade é a defesa social. (DPEDF-2019-CESPE): Acerca dos modelos teóricos da criminologia, julgue o item que se segue: Segundo a teoria do enraizamento social de Hirschi, o delito, como um comportamento natural do ser humano, é inibido pelo processo de assunção de normas sociais, pelo apego e afeto às pessoas e pelo medo de dano irreparável a essas relações interpessoais. #Atenção: A teoria do enraizamento social de Hirschi afirma que o crime decorre de uma conduta natural do homem, mas inibido pela afetividade, pelos compromissos, pelos envolvimentos e pelas crenças nas relações entre as pessoas. Dessa forma, o medo da perda ou deterioração dessas relações interpessoais é fator inibitório da conduta criminal. #Atenção: #Dica: - Teoria da conformidade diferencial – conforme status e imagem - Teoria da contenção – contenção entre impulsos: impelem x isolam - Teoria da associação diferencial ou Teoria do aprendizado social – associa/aprende com comportamentos - Teoria do enraizamento social – medo interpessoais inibe (Cartórios/TJDFT-2019-CESPE): Segundo a teoria relativa especial negativa, a pena tem finalidade social, com aplicação de medidas restritivas de direitos do apenado, de forma a neutralizá-lo. #Atenção: #MPMG-2013: #DPEPR-2014: #MPDFT-2011/2013/2015: #DPEBA-2016: #PCPE-2016: #PCGO-2017: #DPEAM-2018: #DPEAP-2018: #PCBA-2018: #PCMA-2018: #MPSC-2012/2014/2019: #DPESP-2009/2013/2015/2019: #DPEMG-2019: #Cartórios/TJDFT-2019: #DPESC-2017/2021: #DPEGO-2021: #PCSP-2013/2014/2022: #CESPE: #FCC: #UFPR: #VUNESP: Eduardo Viana explica: “(...) Lizst, em seu famoso programa de Marburgo (1882) sustentou ele a seguinte diretriz político criminal: 1) A pena correta, a justa, é a pena necessária; 2) A finalidade preventiva da pena se cumpre conforme três tipos de delinquentes que mostra a criminologia: a) ao delinquente ocasional, a pena é uma recordação para que não cometa crimes futuros; b) ao delinquente corrigível, deve perseguir-se a ressocialização; c) para o delinquentehabitual, a pena há de servir como inocuização, para que o isolamento o impeça de cometer novos crimes. (...)” (Fonte: Viana, Eduardo. Criminologia - 7. ed. Salvador: JusPODIVM, 2019. fl. 407/408). Nestor Sampaio leciona: “(...) A prevenção geral da pena pode ser estudada sob dois ângulos: negativo e positivo. Pela prevenção geral negativa (prevenção por intimidação), a pena aplicada ao autor do delito reflete na comunidade, levando os demais membros do grupo social, ao observar a condenação, a repensar antes da prática delituosa. A prevenção geral positiva ou integradora direciona-se a atingir a consciência geral, incutindo a necessidade de respeito aos valores mais importantes da comunidade e, por conseguinte, à ordem jurídica. A prevenção especial, por seu turno, também pode ser vista sob as formas negativa e positiva. Na prevenção especial negativa existe uma espécie de neutralização do autor do delito, que se materializa com a segregação no cárcere. Essa retirada provisória do autor do fato do convívio social impede que ele cometa novos delitos, pelo menos no ambiente social do qual foi privado. Por meio da prevenção especial positiva, a finalidade da pena consiste em fazer com que o autor desista de cometer novas infrações, assumindo caráter ressocializador e pedagógico. (...)” (Fonte: Penteado Filho, Nestor Sampaio. Manual Esquemático de Criminologia. 8. ed. São Paulo: Saraiva. 2018. capítulo 10.7 /10.8). Em síntese: - PREVENÇÃO GERAL NEGATIVA: a pena como instrumento de coação psicológica coletiva (temor de ter a liberdade restringida). - PREVENÇÃO GERAL POSITIVA: a pena como forma de estímulo à valorização dos bens jurídicos. - PREVENÇÃO ESPECIAL NEGATIVA: a pena como forma de neutralizar o criminoso, a fim de que não cometa novas infrações. - PREVENÇÃO ESPECIAL POSITIVA: a pena atuando como medida ressocializadora. (PCSP-2022-VUNESP): Direciona-se a atingir a consciência de todos, incutindo a necessidade de respeito aos valores mais importantes da comunidade e, por conseguinte, à ordem jurídica. É correto afirmar que o enunciado refere-se à prevenção geral positiva ou integradora. (DPESC-2021-FCC): “O novato chega ao estabelecimento com uma concepção de si mesmo que se tornou possível por algumas disposições sociais estáveis no seu mundo doméstico. Ao entrar, é imediatamente despido do apoio dado por tais disposições. Na linguagem exata de algumas de nossas mais antigas instituições totais, começa uma série de rebaixamentos, degradações, humilhações e profanações do eu.” (GOFFMAN, Erving. Manicômios, Prisões e Conventos. Tradução de Dante Moreira Leite. São Paulo: Perspectiva, 1974, p. 24). Os efeitos deteriorantes do encarceramento relacionam-se à deslegitimação da função da pena de prevenção especial positiva. #Atenção: Note que a questão fala em deslegitimação da função da pena de prevenção... Os procedimentos degradantes, assim, deslegitimam a prevenção especial positiva (de ressocialização). (Cartórios/TJDFT-2019-CESPE): As teorias da pena buscam explicar a finalidade a ser alcançada por meio das sanções penais. Acerca dessas teorias, assinale a opção correta: De acordo com a teoria da prevenção geral positiva, a finalidade da pena é levar à comunidade os valores das normas e dos bens jurídicos tutelados pela lei penal. (DPEMG-2019): Analise a afirmativas a seguir sobre penologia: A prevenção geral negativa ou intimidatória assume a função de dissuadir os possíveis delinquentes da prática de delitos futuros por meio da ameaça de pena, ou predicando com o exemplo do castigo eficaz; a prevenção geral positiva assume a função de reforçar a fidelidade dos cidadãos à ordem social a que pertencem. (PCMA-2018-CESPE): A respeito das teorias que tratam das funções da pena, assinale a opção correta: A teoria preventiva geral positiva considera que a pena tem a função de inibir comportamentos antissociais e moldar comportamentos socialmente aceitos. (DPESC-2017-FCC): Sobre a teorias da pena, é correto afirmar: A prevenção especial positiva relaciona-se com a concepção etiológica de crime. #Atenção: A prevenção especial positiva está ligada à ideia de ressocialização. Prevenção especial = focada no infrator. Positiva = objetiva a ressocialização. Ela está ligada à concepção etiológica de crime, ou seja, de que o sujeito tem, dentro de si, a característica do criminoso e que a pena deve entrar na sua mente e modificá-la. Ideia de que o criminoso tem que ser consertado. (DPEPR-2014-UFPR): Na Criminologia, é frequente o debate a respeito das funções da pena. Segundo a ideia de prevenção especial negativa, a pena teria a função de: neutralizar ou segregar o condenado do meio social, impedindo-o de cometer novas infrações penais. #Atenção: A ideia da prevenção especial negativa compreende a pena (intimidação ou segregação) como o meio de neutralizar a superveniência de eventual ação delitiva por parte daquele que delinquiu anteriormente. Seu escopo é, portanto, o de prevenir a reincidência delitiva. (MPSC-2014): Conforme a teoria da prevenção especial, a finalidade da pena consiste em fazer com que o autor desista de cometer novas infrações (prevenção especial negativa), assumindo assim caráter ressocializador e pedagógico (prevenção especial positiva). (MPDFT-2013): Assinale a alternativa correta: A teoria da prevenção especial negativa tem por finalidade essencial evitar a reincidência do agente. (MPMG-2013): Constituem críticas deslegitimadoras do sistema penal em sua dogmática clássica: A reificação delitiva, com a neutralização da vítima pelo sistema. #Atenção: O sistema penal age de modo abstrato sem se atentar quanto às singularidades dos envolvidos, agente e vítima, o que se afasta da efetiva realização da justiça. Com efeito, a assertiva contida neste item está em consonância com o discurso deslegitimador do sistema penal. Em outras palavras, o sistema não leva em conta as pessoas em sua singularidade, opera em abstrato, causando dano a quem deveria proteger. Argumenta-se que passando às mãos do Estado toda a responsabilidade e direitos de solucionar o problema, estaria se evitando atitudes vingativas da vítima. É como se o Estado roubasse da vítima o direito de participação em seu próprio conflito, sendo assim (a vítima) um perdedor duplo, em face de ofensor e em face do Estado. (PCSP-2013-VUNESP): Para a Criminologia, a prevenção geral positiva, como uma finalidade da pena, é: também chamada de integradora, pois tem por objetivo a formação e o fortalecimento da consciência social, mediante o estímulo ao culto dos valores mais caros à comunidade. (MPSC-2012): FRANZ VON LISZT, ao desenvolver o Programa de Marburgo (1882), criou um modelo integrado e relativamente harmônico entre dogmática e política criminal, postulando ser tarefa da ciência jurídica estabelecer instrumentos flexíveis e multifuncionais, com escopo de ressocializar e intimidar as mais diversas classes de delinquentes. #Atenção: #MPF-2012: A teoria defendida por Von Liszt é a da prevenção especial ou individual, direcionada à pessoa do condenado e aplicada de acordo com as características de sua personalidade. (MPDFT-2011): Assinale a alternativa correta: A prevenção geral negativa, por meio da punição do autor do delito, tem por propósito desmotivar outros membros da sociedade a realizarem condutas similares. #Atenção: A prevenção geral negativa trabalha com a noção de coação psicológica (FEUERBACH). Visa, com a aplicação da pena, desestimular os demais membros da sociedade, para fazer com que não pratiquem delitos. (DPESP-2009-FCC): Considere a seguinte afirmação: É com base na teoria da prevenção geral negativa que o legislador aumenta penas na crença de conter a criminalidade com a ajuda do Código Penal. (DPESP-2009-FCC): Considere a seguinte afirmação: Além de atribuir à pena privativa de liberdade a inalcançável finalidade reeducadora, atrás das ideias utilitárias da prevenção especial sempre há uma confusão entre direito e moral e entre crime e pecado. (DPESP-2019-FCC): Com relação às críticas feitas por parteda doutrina às teorias preventivas da pena, é correto afirmar: A teoria da prevenção geral positiva, na sua versão eticizada, parte do falso pressuposto de que todo delito afeta valores ético-sociais comuns à coletividade, desconsiderando o fato de que nas sociedades modernas multiculturais não há um sistema de valores único, o que enseja uma ditadura ética. #Atenção: A assertiva está correta, porque na teoria da prevenção geral positiva os valores são considerados unânimes na sociedade, negligenciando que cada cultura possui seu próprio conjunto de valores. Na versão eticizante de Welzel na prevenção geral positiva, ele sustenta que a lei penal enfatiza certos valores éticos-sociais a atitude de respeito à vigência da norma (conscientização jurídica da população), promovendo, assim, uma integração social. Como consequência do fortalecimento da consciência jurídica estar-se-ia protegendo bens jurídicos relevantes. Por outro lado, na teoria da prevenção especial negativa não há ideologia ressocializadora, uma vez que visa apenas ao delinquente como sujeito determinado, buscando que este não volte a praticar novos delitos. Destarte, não se direciona à sociedade, tampouco à retribuição do fato passado. (DPEMG-2019): Analise a afirmativa a seguir sobre penologia: De acordo com a classificação sugerida por Ferrajoli, as teorias da prevenção especial podem ser formalmente divididas em teorias da prevenção especial positiva, dirigidas à reeducação do delinquente, e teorias da prevenção especial negativa, voltadas à eliminação ou neutralização do delinquente perigoso. #Atenção: A teoria da prevenção especial se divide em especial negativa e positiva, sendo que esta visa reeducar o delinquente, enquanto naquela o que se objetiva é eliminar o indivíduo que delinquiu. Em outras palavras, a prevenção especial positiva visa ressocializar o condenado, enquanto a prevenção especial negativa busca impedir que o agente pratique novos crimes e, portanto, evitar a reincidência. (MPF-2012): Na discussão sobre a finalidade da pena, qualifica-se como teoria exclusiva de prevenção geral negativa: a teoria de Ferrajoli para quem "a pena não serve apenas para prevenir os delitos injustos, mas, igualmente, as injustas punições". #Atenção: Segundo Ferrajoli, o direito penal possui dupla função preventiva de natureza negativa: a prevenção geral dos delitos e a prevenção geral das penas arbitrárias ou desproporcionais. (DPEAM-2018-FCC): A teoria da prevenção geral negativa é utilizada como discurso legitimador de novas incriminações, a despeito de dificuldades empíricas de sua comprovação na realidade brasileira. #Atenção: #PCSC-2014: #DPEPE-2015: #DPEBA-2016: #DPESC-2017: #DPEAM-2018: #DPEAP-2018: #PCBA-2018: #DPESP-2013/2015/2019: #DPEMG-2019: #Cartórios/TJDFT-2019: #PCES-2019: #ACAFE: #CESPE: #FCC: A teoria da prevenção geral negativa, defendida dentre outros por Paul Johann Feuerbach, concebe o direito penal como solução do problema da criminalidade. Segundo essa teoria, não somente a pena, mas a coação psicológica que a sua aplicação impõe aos diversos membros da sociedade, que eventualmente pensem em delinquir, determinaria o seu bom comportamento. Por essa teoria, a lei penal serve como fonte de intimidação aos indivíduos de modo que sejam desestimulados a delinquir. A crítica que se faz a essa teoria é a de que atribuiria ao direito penal e, via de consequência, à pena/punição como elemento que lhe é central, toda a função ético-social a viger na sociedade, o que seria, segundo seus detratores, apenas um elemento de controle social exercido pelas classes dominantes. Nesse sentido seria uma teoria que agride a dignidade da pessoa humana notadamente por tornar os indivíduos, a partir de sua intimidação, em meros instrumentos de controle social. (DPEPE-2015-CESPE): A respeito do objeto de estudo do direito penal, do direito penal do autor e das teorias da pena, julgue o item seguinte: O discurso da teoria da prevenção geral negativa é criticado porque confunde o direito em geral e toda a ética social com o poder punitivo. (TJSC-2019-CESPE): O estudo das teorias relaciona-se intimamente com as finalidades da pena. Nesse sentido, a teoria que sustenta que a única função efetivamente desempenhada pela pena seria a neutralização do condenado, especialmente quando a prisão acarreta seu afastamento da sociedade, é a teoria agnóstica. #Atenção: #DPESP-2015: #DPEBA-2016: #PCPE-2016: #TJSC-2019: #CESPE: #FCC: A teoria agnóstica, que tem como precursor Eugenio Raul Zaffaroni, indica que a pena não tem nenhum efeito ressocializador, tendo como objetivo único a neutralização do indivíduo. A teoria agnóstica, também chamada de teoria negativa, coloca em destaque a descrença nas finalidades da pena e no poder punitivo do Estado, notadamente na ressocialização (prevenção especial positiva), a qual jamais pode ser efetivamente alcançada em nosso sistema penal. Essa teoria, portanto, sustenta que a única função efetivamente desempenhada pela pena seria a NEUTRALIZAÇÃO do condenado, especialmente quando a prisão acarreta em seu afastamento da sociedade. (DPEBA-2016-FCC): “Ao nível teórico, a ideia de uma sanção jurídica é incompatível com a criação de um mero obstáculo mecânico ou físico, porque este não motiva o comportamento, mas apenas o impede, o que fere o conceito de pessoa (...) por isso, a mera neutralização física está fora do conceito de direito, pelo menos no nosso atual horizonte cultural. (...) A defesa social é comum a todos os discursos legitimantes, mas se expressa mais cruamente nessa perspectiva, porque tem a peculiaridade de expô-la de modo mais grosseiro, ainda que também mais coerente (...).” (ZAFFARONI, Eugenio Raúl; BATISTA, Nilo; ALAGIA, Alejandro; SLOKAR, Alejandro. Direito Penal Brasileiro I. Rio de Janeiro: Revan, 2003). A teoria da pena criticada na passagem acima é: prevenção especial negativa. #Atenção: #MPMG-2013: #DPEBA-2016: #PCMS-2017: #DPEAM-2018: #DPEAP-2018: #PCBA-2018: #PCMA-2018: #DPEMG-2019: #DPESP-2019: #Cartórios/TJDFT-2019: #MPSC-2023: #CESPE: #FCC: #VUNESP: A teoria da prevenção especial negativa tem por objeto a segregação do delinquente com o propósito de neutralizá-lo, o que vai ao encontro da doutrina do direito penal do inimigo de Günther Jakobs. É contra essa teoria que a passagem transcrita se insurgiu. (MPSP-2010): A exposição de motivos da Parte Geral do CP Brasileiro, ao referir-se à finalidade da individualização da pena, à vista de sua necessidade e eficácia para reprovação e prevenção do crime, afirma que “nesse conceito se define a Política Criminal preconizada no Projeto, da qual se deverão extrair todas as suas lógicas consequências”. A partir de tal afirmativa, assinale a alternativa correta: o CP adotou como um dos fundamentos da aplicação da pena o princípio da prevenção geral (art. 59), preconizado pelas teorias relativas. #Atenção: #MPSP-2010: #DPEAP-2018: #PCBA-2018: #DPEMG-2019: #Cartórios/TJDFT-2019: #DPEGO-2021: #CESPE: #FCC: #VUNESP: A individualização da pena, segundo Guilherme de Souza Nucci, em sua obra Individualização da Pena, “tem o significado de eleger a justa e adequada sanção penal, quanto ao montante, ao perfil e aos efeitos pendentes sobre o sentenciado, tornando-o únicos e distintos dos demais infratores, ainda que co-autores ou mesmo co-réus”. O procedimento de individualização da pena, levado a efeito pelo juiz, não permite que se extrapolem os limites mínimo e máximo previstos em lei, cabendo ao magistrado respeitá-los e estabelecer, com base nos critérios legais e nas circunstâncias objetivas e subjetivas do caso concreto, o seu quantum. A individualização da pena não se despe do caráter retributivo da sanção, uma vez que jamais pode perder-se de vista a proporção entre o quantum pena e a gravidade da conduta do agente. Por outro lado, não há falar-se em afastamento desse caráter retributivo por expressa definição legal. (DPEGO-2021-FCC): O princípio da individualização da pena permite, por meio do exercício de direitos subjetivos na execuçãopenal, que duas pessoas iniciem no mesmo dia uma pena idêntica, mas um tenha a pena extinta antes do outro. #Atenção: O enunciado da questão está CORRETO, uma vez que, conforme o princípio da individualização da pena cada delinquente deve receber do Estado-juiz a pena exata e merecida, evitando-se uma pena padrão, de modo que seja considerado tanto o FATO como seu AGENTE. Esse princípio incide em três etapas distintas, quais sejam, legislativa, judicial e administrativa. Nesta última fase administrativa, que é a fase da execução penal, a individualização da pena irá incidir nas questões de progressão e regressão do regime prisional, como também nas concessões de outros benefícios para o preso condenado. Também se considera o mérito do apenado, de forma que ainda que duas pessoas tenham iniciado uma pena idêntica, no mesmo dia, pode acontecer de um ter bom comportamento e o outro não, que um trabalhe, e o outro não, de forma que os benefícios usufruídos durante a execução penal irão refletir na extinção da pena. (MPGO-2019): Sobre a questão da pena, assinale a alternativa correta: No pensamento kantiano a pena não pode servir para o bem próprio do delinquente ou da sociedade, mas para realizar a Justiça - que é um imperativo categórico. A pena serve, portanto, para retribuir a culpa de um fato passado. Kant ilustra seu pensamento no famoso exemplo da ilha. Ele imagina uma sociedade que está ponto de se desfazer - os habitantes decidem abandonar a ilha e espalhar-se pelo mundo. Mesmo nesse caso, argumenta, ainda que a sociedade deixe de existir, permanece a necessidade de infligir a pena ao último criminoso. #Atenção: #PCSP-2013: #PCPA-2016: #MPGO-2019: #VUNESP: Kant é um notório retributivista no que tange ao fundamento da reprimenda penal e podemos apontar ao menos duas razões em sua filosofia. A uma, Kant entendia a obediência à lei como um imperativo categórico, isto é, aquilo que deve ser praticado segundo uma máxima tal que se possa querer ao mesmo tempo que se torne uma lei universal. Assim, a aplicação da pena a quem delinquiu era uma máxima moral, uma vez que o cumprimento da lei é desejável como uma norma universal. Ao infrator, portanto, é suficiente que a pena deva ser imposta em razão de ter delinquido. O filósofo chega a afirmar, assim como lembra a alternativa desta questão, que caso uma sociedade civil se dissolva, deveria ocorrer a execução do último assassino que se encontrasse no cárcere, para que cada pessoa receba o que merecem seus atos e o homicídio não recaia sobre aqueles que não exigiram o castigo: podem ser considerados cúmplices da violação pública da justiça (KANT, 1989, p. 166). A segunda razão diz respeito ao fato de que Kant afirmava que o indivíduo nunca deve ser tratado como um instrumento para qualquer fim, mas apenas como um fim em si mesmo. Assim, para o filósofo, qualquer propósito preventivo da pena era completamente inaceitável (CARVALHO, 2015, p. 58). (PCPA-2016): Immanuel Kant, em sua obra Metafísica dos Costumes, elaborou estudos sobre a teoria da pena. Acerca de sua formulação, é correto afirmar que: Kant funda sua teoria no terreno de moralidade humana, sustentando que a pena não visa a realizar objetivos sociais ou qualquer outro bem, de modo que deve ser aplicada simplesmente porque o criminoso cometeu um crime; vislumbrar finalidades na pena, para o filósofo, seria tratar o homem como um meio, o que repudia, concedendo ao seu pensamento caráter retributivo. (DPEAP-2018-FCC): Sobre a finalidade da pena e sua aplicação, é correto afirmar que as teorias absolutas da pena tiveram aspectos positivos, como no idealismo alemão, no qual serviram para defender o cidadão da arbitrariedade do poder do monarca. Mas, mesmo atualmente gozando de baixa reputação, por não levarem em consideração o homem como um ser social, possuem previsão legal. #Atenção: #MPAM-2007: #PCSP-2013/2014: #PCSC-2014: #PCPA-2016: #PCPE-2016: #PCGO-2017: #PCMT-2017: #DPEAP-2018: #PCBA-2018: #DPEMG-2019: #Cartórios/TJDFT-2019: #ACAFE: #CESPE: #FCC: #VUNESP: As teorias absolutas da pena ou teorias retributivistas da pena buscam punir o criminoso impingindo-lhe um mal na mesma proporção do mal por ele causado à vítima de seu delito. Essas teorias se prestaram para defender o cidadão da arbitrariedade do poder do monarca, uma vez que o impede de aplicar uma pena desproporcional ao delito cometido. Com efeito, essas teorias têm o mérito de justificar a sanção penal apenas quando essa se mantiver nos justos limites da justa retribuição. Essas teorias têm forte ligação com o idealismo alemão, uma vez que teve em Kant e em Hegel seus principais apolegetas. Essas teorias caíram em desuso, na medida em que cederam lugar para teorias que veem na pena, não apenas a retribuição de um mal por outro mal, mas também um aspecto pedagógico, não apenas para o apenado, mas também para toda a coletividade. Acerca do tema, Rogério Greco explica: “Se fala aqui de uma teoria ‘absoluta’ porque para ela o fim da pena é independente, ‘desvinculado’ de seu efeito social. A concepção da pena como retribuição compensatória realmente já é conhecida desde a antiguidade e permanece viva na consciência dos profanos com uma certa naturalidade: a pena deve ser justa e isso pressupõe que se corresponda em sua duração e intensidade com a gravidade do delito, que o compense” (grifei) (GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal Parte Geral). (PCBA-2018-VUNESP): A respeito da Teoria das Penas, assinale a alternativa correta: A finalidade da pena, na teoria absoluta, é castigar o criminoso, pelo mal praticado. O mérito dessa teoria foi introduzir, no Direito Penal, o princípio da proporcionalidade de pena ao delito praticado. (MPAM-2007-CESPE): À luz das teorias das penas, julgue o seguinte item: Kant, que era adepto da teoria absoluta da pena, asseverava que, ainda que a sociedade civil acordasse em se dissolver, o último assassino que estivesse no cárcere deveria ser executado, a fim de que cada um sofresse o que efetivamente merecia por seus feitos. #Atenção: Eis a compreensão Kantiana: “O que se deve acrescer é que se a sociedade civil chega a dissolver-se por consentimento de todos os seus membros, como se, por exemplo, um povo que habitasse uma ilha se decidisse a abandoná-la e se dispersar, o último assassino preso deveria ser morto antes da dissolução a fim de que cada um sofresse a pena de seu crime e para que o crime de homicídio não recaísse sobre o povo que descuidasse da imposição dessa punição; porque então poderia ser considerada como cúmplice de tal violação pública da Justiça” (KANT, Emmanuel. Doutrina do direito. São Paulo: Ícone, 1993. p. 178-179). #Atenção: #MPAM-2007: #TRF1-2009: #MPSP-2010: #TRF3-2011: #MPMG-2013: #PCSP-2013/2014: #DPEPR-2014: #PCSC-2014: #PCSP-2014: #DPESP-2009/2015: #MPDFT-2015: #DPEBA-2016: #PCPA-2016: #PCPE-2016: #PCGO-2017: #PCMT-2017: #DPEAP-2018: #PCBA-2018: #PCMA-2018: #DPEMG-2019: #Cartórios/TJDFT-2019: #Cartórios/TJPR-2019: #PCES-2019: #DPEGO-2021: #Anal. Judic./TJES-2023: #ACAFE: #CESPE: #FCC: #UFPR: #VUNESP: Há uma série de teorias justificadoras da pena. A primeira é a teoria absoluta, segundo a qual a pena serve, apenas, para retribuir o mal causado; para punir. Como, na visão de Kant, o homem não se presta como meio, mas, apenas, como fim em si mesmo, não pode ser utilizado como instrumento estatal. Ademais, a pena, de acordo com essa teoria, a pena seria a “negação da negação do direito”. É que, ao infringir a lei, há uma negação do direito, a qual é restaurada com a pena, ou seja, a negação da ofensa. De mais a mais, a teoria relativa traz a ideia de que a pena tem funções além da punição. A prevenção pode ser, primeiramente, geral, isto é, direcionada para a sociedade. Nesse viés, pode ser positiva (reafirmação da norma) ou negativa (inibir comportamentos contrários à lei). Nesse rumo, a prevenção pode ser, também, especial, quando direcionada a um sujeito específico. Se positiva, visa a ressocialização; já se negativa, visa neutralizar o sujeito, evitando a reincidência.Nessa linha, deve ser dito que o Código Penal brasileiro deixou expresso, em seu artigo 59 que o juiz, ao fixar a pena, a colocará num patamar que seja necessário e suficiente para reprovar e prevenir o crime. Há, portanto, a aplicação das teorias relativa e absoluta. A teoria adotada em nosso Código Penal foi a teoria eclética ou mista, nos termos da parte final do seu art. 59, uma vez que, na aplicação da pena, o juiz deve fixar a pena de modo que seja necessária e suficiente “para reprovação e prevenção do crime”. A teoria eclética tenta unir a teoria absoluta - para ela a pena é castigo pelo crime - à teoria relativa, que busca a prevenção de novos delitos. #Atenção: #Parêntese: #DPESP-2015: #FCC: A base da teoria unificadora dialética da pena, esposada por Claus Roxin, lastreia-se apenas nos efeitos preventivos da pena, afastando o caráter retributivo da pena que, segundo o autor, vai de encontro à dignidade humana. Neste sentido, é oportuno transcrever trecho do artigo de Álvaro Mayrink da Costa, denominado Pena Privativa de Liberdade (Passado, Presente e Futuro), publicado em 2008, no volume 11, nº 44, da Revista da Emerj, in verbis: “A teoria unificadora dialética é desenvolvida por Roxin (prevenção geral positiva de natureza relativa), para quem são fins da pena, simultaneamente, a prevenção geral e a prevenção especial, devendo excluir-se a retribuição como objetivo-alvo da pena (nivela os pontos de partida individuais mediante um procedimento de limitação mútua).”. Trata-se de uma síntese das teorias Absoluta e Relativa. Busca, a um só tempo, que a pena seja capaz de retribuir ao condenado o mal por ele praticado (retribuição), sem prejuízo de desestimular a prática de novos ilícitos penais (prevenção). Para a referida teoria, há uma tríplice finalidade das penas: retribuição, prevenção e ressocialização. (DPEAL-2009-CESPE): Julgue o item subsequente, acerca do instituto da pena: Quanto às suas finalidades, segundo a teoria eclética ou conciliatória, a pena tem dupla função: punir o criminoso e prevenir a prática do crime. #Atenção: #MPAM-2007: #DPEAL-2009: #TRF1-2009: #MPSP-2010: #TRF3-2011: #PCSP-2013/2014: #DPEPR-2014: #PCSC-2014: #MPDFT-2009/2015: #DPEBA-2016: #PCPA-2016: #PCPE-2016: #PCGO-2017: #PCMT-2017: #DPEAM-2018: #DPEAP-2018: #PCBA-2018: #PCMA-2018: #DPESP-2009/2015/2019: #DPEMG-2019: #Cartórios/TJDFT-2019: #Cartórios/TJPR-2019: #PCES-2019: #DPESC-2017/2021: #DPEGO-2021: #Anal. Judic./TJES-2023: #ACAFE: #CESPE: #FCC: #UFPR: #VUNESP: Teorias da Pena: i) Teoria absoluta: Como o próprio nome sugere, a teoria absoluta traz como ponto principal das penas a retribuição, vale dizer, ao Estado caberá impor a pena como uma forma de retribuir ao agente o mal praticado. Ao que se vê, por essa teoria, a pena configura mais um instrumento de vingança do que de justiça efetiva.; ii) Teoria relativa: Diversamente da anterior, a teoria relativa tem por escopo prevenir a ocorrência de novas infrações penais. Para ela, pouco importa a punição (retribuição); A prevenção opera-se de duas formas: a) prevenção geral (em relação à sociedade): destina-se ao controle da violência, buscando diminui-la ou evitá-la (MASSON, 2009). Pode ser negativa ou positiva. A prevenção geral positiva tem por objetivo demonstras que a lei penal é vigente e está pronta para incidir diante de casos concretos. Já a prevenção geral negativa objetiva, no sentir de Feuerbach (o pai do Direito penal moderno), cria no ânimo do agente uma espécie de “coação psicológica”, desestimulando-o a delinquir; e b) prevenção especial (em relação ao indivíduo): destina-se diretamente ao condenado, diversamente da prevenção geral, cujo destinatário é a coletividade. Pela chamada prevenção especial negativa, busca-se intimidar o condenado a não mais praticar ilícitos penais (evitar-se, assim, a reincidência). Já a prevenção especial positiva busca a ressocialização do condenado, que, após o cumprimento da pena, deverá estar apto ao pleno convívio social (utopia, segundo entendemos!). Em resumo, a teoria relativa traz a prevenção geral (em relação à sociedade) e a especial (em relação ao indivíduo), onde a função da pena não é mais retribuir o mal com o mal, mas buscar prevenir futuros delitos (prevenção negativa) e ressocializar o delinquente (prevenção positiva). iii) Teoria mista, eclética ou unificadora: Trata-se de uma síntese das duas teorias anteriormente referidas. Busca, a um só tempo, que a pena seja capaz de retribuir ao condenado o mal por ele praticado (retribuição), sem prejuízo de desestimular a prática de novos ilícitos penais (prevenção). Assim, para a teoria em comento, há uma tríplice finalidade das penas: retribuição, prevenção e ressocialização. Não há dúvidas de que nossa legislação adotou essa posição intermediária (vide art. 59, caput, do CP).[footnoteRef:9] [9: http://arthurtrigueiros.jusbrasil.com.br/artigos/121940213/voce-sabe-a-diferenca-entre-as-teorias-absoluta-relativa-e-ecletica-referentes-as-penas ] (PCSP-2014-VUNESP): Uma das formas que o Estado Brasileiro adota como controle e inibição criminal é a pena prevista para cada crime, cuja teoria adotada pelo Código Penal Brasileiro é a mista, de acordo com o artigo 59 do Código Penal, que tem como finalidade a: prevenção e a retribuição. (PCSP-2013-VUNESP): Assinale a alternativa que apresenta corretamente uma das características da função retributiva da pena, segundo a Teoria Absoluta: Responsabilidade penal individual: a pena não passará da pessoa do condenado. #Atenção: A função retributiva consiste na retribuição, por parte do Estado, pelo mal (crime) que o agente cometeu. Se você cometeu um crime, você violou um bem jurídico e, como resposta estatal, vou te retribuir com um mal chamado pena. “Pagar com um mal um outro mal causado.” É como se fosse um castigo. De toda sorte, não transpassa os limites constitucionais e legais contemporâneos ligados à teoria da pena, que deve, portanto, ser determinada, proporcional ao crime cometido, não causar sofrimento corporal, além do que é inerente ao cumprimento das penas e, com toda a evidência deve ser justa e não transcender a pessoa do apenado. Além disso, o mal deve ser atribuído individualmente, segundo os teóricos Hegel e Kant. (MPSP-2010): A exposição de motivos da Parte Geral do CP Brasileiro, ao referir-se à finalidade da individualização da pena, à vista de sua necessidade e eficácia para reprovação e prevenção do crime, afirma que “nesse conceito se define a Política Criminal preconizada no Projeto, da qual se deverão extrair todas as suas lógicas consequências”. A partir de tal afirmativa, assinale a alternativa correta: o CP adotou como um dos fundamentos da aplicação da pena o princípio da prevenção geral (art. 59), preconizado pelas teorias relativas. (MPAM-2007-CESPE): À luz das teorias das penas, julgue o seguinte item: De acordo com as teorias relativas da pena, esta se justifica para a prevenção geral e especial do delito, partindo-se de uma concepção utilitarista da pena. #Atenção: #MPAM-2007: #TRF1-2009: #MPSP-2010: #TRF3-2011: #DPEPR-2014: #PCSP-2014: #MPDFT-2015: #DPEBA-2016: #PCPE-2016: #PCGO-2017: #PCMT-2017: #DPEAM-2018: #DPEAP-2018: #PCBA-2018: #PCMA-2018: #DPESP-2009/2015/2019: #DPEMG-2019: #Cartórios/TJDFT-2019: #Cartórios/TJPR-2019: #DPEGO-2021: #CESPE: #FCC: #UFPR: #VUNESP: As teorias relativas trazem a prevenção geral (em relação à sociedade) e a especial (em relação ao indivíduo), onde a função da pena não é mais retribuir o mal com o mal, mas buscar prevenir futuros delitos (prevenção negativa) e ressocializar o delinquente (prevenção positiva). (MPAC-2014-CESPE): Em relação às possibilidades de controle social formal, informal a alternativo, assinale a opção correta: A educação representa forma de controle social informal. #Atenção: #MPAC-2014: #DPESP-2015: #DPU-2017: #PCBA-2008/2018: #PCGO-2018: #PF-2018: #PCES-2019: #PCMG-2021: #PCRN-2021: #PF-2021: #PCSP-2010/2014/2018/2022: #CESPE: #FCC: #FGV: #Fumarc: #UEG: #VUNESP: A noção de “controle social" tornou-se popularno cenário acadêmico entre os anos de 1896 e 1898 após a publicação, por Edward Alsworth Ross, no American Journal of Sociology, de vários artigos que foram reunidos, em 1901, no livro Social Control: A Survey of The Formation of Order (Gurvitch, 1965, pág. 243 e Ross, 1939). Neste livro, o autor indaga sobre a construção e manutenção da “ordem", entendida aqui como a forma como qualquer sociedade se organiza, tornando-se assim viável. Ross, ao questionar sobre os fundamentos e os meios de controle que permitem a vida em comum, argumenta que eles são sociais e encontram-se distribuídos entre diferentes instituições, práticas e atributos. Eles se formam à medida que os próprios indivíduos e a sociedade se constituem. O controle social não é, portanto, algo natural, no sentido de biológico e/ou pré-existente aos indivíduos e à sociedade, mas é algo artificial, isto é, socialmente construído (MORAES, Pedro Rodolfo Bodê de; BERLATTO, Fábia). Conforme os penalistas Alice Bianchini e Luiz Flávio Gomes, O controle social compreende o conjunto de instituições, estratégias e sanções (legais e/ou sociais), cuja função é promover e garantir a submissão do indivíduo aos modelos e normas sociais. Para Alice Bianchini e Luiz Flávio Gomes (2013), o controle social pode ser formal ou informal. Eles diferem entre si por conta do modus operandi e das sanções por eles preconizadas. Estas últimas, quando decorrentes do controle social formal, são sempre negativas e, frequentemente, também, estigmatizantes. Quando o controle social é realizado por meio de normas legais, ele é tido por controle social formal. No informal, de outro lado, o controle é realizado por intermédio de outras formas, ou seja, não há aplicação de normas legais para concretizar o controle social, pois outros mecanismos como educação, escola, medicina, trabalho, igreja e mídia, atuam na manutenção e regulação das relações sociais. (Fontes: BIANCHINI, Alice; GOMES, Luiz Flávio. Controle social e direito penal. 2013. Disponível em: <http://professoraalice.jusbrasil.com.br/artigos/12...>. Acesso em: 08 mar. 2016.; MORAES, Pedro Rodolfo Bodê de; BERLATTO, Fábia. Controle Social. Disponível em: <www.humanas.ufpr.br/portal/.../05/CONTROLE-SOCIAL-...ão1.doc>. Acesso em: 08 mar. 2016.) #Atenção: #MPAC-2014: #DPESP-2015: #DPU-2017: #PCBA-2008/2018: #PCGO-2018: #PCES-2019: #PCMG-2021: #PCRN-2021: #PF-2021: #PCSP-2010/2014/2018/2022: #CESPE: #FCC: #FGV: #Fumarc: #UEG: #VUNESP: Controle Social: trata-se de um conjunto de mecanismos e sanções sociais que pretendem submeter o indivíduo aos modelos e normas comunitários, podendo ser dividido em: i) Formal: como sendo aquele controle exercido por órgãos oficiais, ou seja, de atuação do aparelho político Estatal, tais como: polícia, justiça, Ministério Público e outros; ii) Informal: são mecanismos de controle casuais, tais como: escola, família, profissão, igreja, opinião pública e outros. É importante se ater ao fato de que o controle social formal só é utilizado quando todas as formas de controles sociais informais não chegam ao êxito esperado, atuando assim de modo coercitivo e impondo sanções. (PCSP-2022-VUNESP): Assinale a alternativa que contempla apenas hipóteses de controle social informal: Família, Escola e Religião. (PCRN-2021-FGV): Dentro da perspectiva criminológica, os órgãos de polícia e justiça se referem a instâncias de: controle social formal. (PF-2021-CESPE): No que se refere à criminologia, julgue o item a seguir: A polícia, o Poder Judiciário e o sistema penitenciário exercem o controle social formal. (PCMG-2021-Fumarc): No que diz respeito aos objetos da Criminologia, assinale a alternativa correta: Se, de um lado, o controle social informal passa pela instância da sociedade civil: família, escola, profissão, opinião pública, grupos de pressão, clubes de serviço etc., o controle social formal evidencia a atuação do aparelho político do Estado, realizado por meio da Polícia, da Justiça, do Ministério Público, da Administração Penitenciária e de todos os consectários de tais agências. (PCSP-2018-VUNESP): É correto afirmar que a Polícia Civil é uma Polícia Judiciária, que integra o controle social formal. (PCSP-2018-VUNESP): O objeto de estudo da Criminologia que mais traduz a função exercida pela polícia judiciária é: o controle social. (PCSP-2014-VUNESP): Entende-se como controle social o conjunto de mecanismos e sanções sociais que visam submeter o homem aos modelos e normas do convívio comunitário. Desta forma, são exemplos de influências no controle social informal: Família, Escola e Igrejas. (PCSP-2010): Atua como agente informal de controle social a opinião pública. (PCBA-2008): No âmbito da criminologia da reação social, o trabalho da Polícia Civil pode ser considerado como a contribuição de uma agência do controle social formal. (PCSP-2014-VUNESP): É órgão da segunda seleção da instância formal de controle social: Ministério Público. #Atenção: Temos as seguintes seleções na instância formal de controle social: · Primeira seleção: Fala-se em primeira seleção do controle social formal em face da atuação de seus órgãos de repressão jurídica, isto é, da atuação da polícia judiciária. (palavra-chave: investigação) · Segunda seleção: Na segunda seleção insere-se a atuação do Ministério Público, não apenas com a propositura da ação penal e consequente instauração da instância judicial, mas também por meio de outros instrumentais de sua alçada, como o inquérito civil, a ação civil pública e o termo de ajustamento de conduta. (palavra-chave: acusação). · Terceira seleção: A denominada terceira seleção decorre do processo judicial, culminando com a sentença condenatória transitada em julgado. Mas não apenas. As hipóteses de prisão cautelar simbolizam a restrição da liberdade, quer no aspecto repressivo ou ainda no preventivo. (palavra-chave: julgamento). (MPDFT-2011): Assinale a alternativa correta: A teoria da prevenção geral positiva limitadora concebe o direito penal como um instrumento a mais de controle social, caracterizado pela sua formalização. #Atenção: #PCBA-2008: #MPDFT-2011/2015: #DPEBA-2016: #DPU-2017: #PCMS-2017: #DPEAM-2018: #DPEAP-2018: #DPESP-2013/2015/2019: #DPEMG-2019: #PCES-2019: #CESPE: #FCC: A teoria da prevenção geral positiva limitadora (HASSEMER) concebe o direito penal como um instrumento a mais de controle social, o chamado controle social formal, que visa, além de estabelecer uma forma de controle sob os membros da coletividade, também visa a limitação do poder punitivo estatal. A outra vertente da prevenção geral positiva, chamada de fundamentadora (JAKOBS), entende a pena como um instituto que reafirma a vigência do direito, uma vez que o crime é uma negação ao direito (a pena seria uma espécie de negação da negação). Esta teoria se aproxima muito da teoria da pena de HEGEL). (MPGO-2010): Assinale a alternativa correta: O controle social pode ser difuso ou institucionalizado. O sistema penal compõe o controle social punitivo institucionalizado e formalmente punitivo. #Atenção: #PCBA-2008: #MPGO-2010: #MPF-2013: #DPU-2017: #CESPE: O controle social deve ser compreendido como um conjunto de instituições, estratégias e sanções (legais e/ou sociais), cuja função principal é promover e garantir a submissão do indivíduo aos modelos e normas sociais. O controle social poderá ser: i) difuso ou informal ou; ii) institucionalizado ou formal. Denomina-se de controle social difuso ou informal aquele de conteúdo não punitivo, oriundo da própria coletividade, até mesmo, da educação formal que recebemos. Por outro lado, o controle social institucionalizado ou formal é aquele previamente constituído para ter um caráter punitivo. Concretiza-se, por exemplo, pela criação de regras de Direito Penal e das instituições policiais. Perceba que eles diferem entre si em razão do modus operandi e das sanções por eles preconizadas. Estas últimas, quando decorrentes do controle social formal, são sempre negativas e, frequentemente, também, estigmatizantes. (DPEES-2016-FCC): Na históriada administração penal, várias épocas podem ser destacadas, durante as quais vigoraram sistemas de punição completamente diferentes. Indenização (penance) e fiança foram os métodos de punição preferidos na Idade Média. Eles foram sendo gradativamente substituídos por um duro sistema de punição corporal e capital que, por sua vez, abriu caminho para o aprisionamento, em torno do século XVII. (RUSCHE, Georg; KIRCHHEIMER, Otto. Punição e estrutura social. 2.ed. Rio de Janeiro: Revan, 2004, p. 23). De acordo com o clássico trabalho de Rusche e de Kirchheimer de 1939, é correto afirmar: A pena de prisão é relacionada ao surgimento do capitalismo mercantil, com a consequente necessidade de disciplina da mão de obra para beneficiar interesses econômicos. #Atenção: A obra Punição e estrutura social (Punishment and Social Structure), de Rusche e Kirchheimer, se consolidou como clássico da Criminologia Crítica. Objeto da obra é o nascimento das prisões – “forma especificamente burguesa de punição, na passagem ao capitalismo”. Menos o cárcere, e mais o “processo de ideologização subjacente à problemática da punição”. Alguns pontos a serem destacados da obra:[footnoteRef:10] [10: Fonte: https://canalcienciascriminais.com.br/punicao-estrutura-social/ ] 1) A pena não existe. Existem sistemas de punição e práticas penais. A pena em suas manifestações específicas, as causas, as bases, os métodos penais específicos em períodos históricos também específicos. As práticas penais são determinadas por forças sociais e, sobretudo, econômicas. 2) Os sistemas penais e suas variações estão relacionados às fases do desenvolvimento econômico. #Atenção: Punição e estrutura social, publicada em 1939, por Georg Rusche e Otto Kirchheimer, é considerada a obra inaugural da criminologia marxista. Tal contribuição também pode ser situada no campo do que se convencionou chamar de criminologia radical, isto é, de uma criminologia que se propõe a fazer uma análise da questão criminal dentro de uma crítica ampla da sociedade e que reivindica mudanças sociais profundas. A proposta feita por Rusche e Kirchheimer foi inovadora por relacionar a punição ao contexto econômico, mostrando que os castigos variam conforme o meio de produção no qual uma sociedade se insere e, também, por ter um caráter abertamente deslegitimante do sistema penal. (Fonte: Revista Brasileira de Sociologia do Direito). #Atenção: Como origem mediata da CRIMINOLOGIA CRÍTICA/MARXISTA, pode-se citar o livro "Punishment and Social Structure" (Punição e Estrutura Social, 1939) de George Rusche e Otto Kirchheimer, que relaciona o nascimento da prisão ao surgimento do capitalismo mercantil, considerando-a uma forma específica de punição burguesa, ante a necessidade de disciplina da mão-de-obra em benefício dos interesses econômicos. Assim, baseia sua análise na ideia de que as condições de vida no cárcere devem ser inferiores às das categorias mais baixas dos trabalhadores livres ("less eligibility"), de modo a constranger ao trabalho e garantir os efeitos dissuasivos da pena. (Fonte: Natacha Alves de Oliveira, Criminologia, Juspodivm). (PCSP-2014-VUNESP): Segundo a doutrina dominante, a criminologia é uma ciência aplicada que se subdivide em dois ramos: a criminologia geral que consiste na sistematização, comparação e classificação dos resultados obtidos no âmbito das ciências criminais acerca do seu objeto; e a criminologia clínica que consiste na aplicação dos conheci- mentos teóricos daquela para o tratamento dos criminosos. #Atenção: #PCSP-2013/2014: #PF-2013/2018: #PCGO-2018: #DPERJ-2021: #CESPE: #FGV: #UEG: #VUNESP: O termo microcrimonologia é sinônimo de criminologia clínica destina-se ao estudo dos casos particulares com o fim de estabelecer diagnósticos e prognósticos de tratamento, numa analogia entre delinquência e doença, ou seja o aspecto biopsíquico da criminologia que ao lado das outras duas facetas, ou seja, a criminologia ecológico-social (criminologia sociológica ou macrocriminologia) e a jurídica formam a síntese criminológica. Mônica Gâmboa explica que a microcriminologia ou criminologia clínica consiste no trabalho de prevenção TERCIÁRIA é feito através de laboraterapia prisional, que é o ensinamento de um ofício durante o cumprimento da pena, voltado à ressocialização do preso. (Fonte: Profa. Mônica Gâmboa). Atenção: #PCSP-2013/2014: #PF-2013/2018: #PCGO-2018: #DPERJ-2021: #CESPE: #FGV: #UEG: #VUNESP: A doutrina dominante entende que a criminologia é uma ciência aplicada que se subdivide em dois ramos: criminologia geral e criminologia clínica. Os eminentes criminólogos Newton e Valter Fernandes (2002, p. 38) afirmam: “em reunião internacional da Unesco, em Londres, logrou-se desmembrar a Criminologia em dois ramos: a Criminologia Geral e a Criminologia Clínica”. A criminologia GERAL consiste na sistematização, comparação e classificação dos resultados obtidos no âmbito das ciências criminais acerca do crime, criminoso, vítima, controle social e criminalidade. A criminologia CLÍNICA consiste na aplicação dos conhecimentos teóricos daquela para o tratamento dos criminosos. Por derradeiro, ensina-se que a criminologia pode ser dividida em: * criminologia científica (conceitos e métodos sobre a criminalidade, o crime e o criminoso, além da vítima e da justiça penal); * criminologia aplicada (abrange a porção científica e a prática dos operadores do direito); * criminologia acadêmica (sistematização de princípios para fins pedagógicos); * criminologia analítica (verificação do cumprimento do papel das ciências criminais e da política criminal) e * criminologia crítica ou radical (negação do capitalismo e apresentação do delinquente como vítima da sociedade, tem no marxismo suas bases). (Fonte: Manual Esquemático de Criminologia, Nestor Sampaio Penteado Filho, 2a. Edição, 2012, páginas 23 e 24.). (PCSP-2013-VUNESP): A microcriminologia, também conhecida por criminologia clínica, estuda a pessoa do criminoso, em busca de sua ressocialização. PONTO 3: Teorias Criminológicas: Escola de Chicago - explicação ecológica do crime, Estrutural-funcionalistas, Associação Diferencial, Anomia, Subcultura Delinquente, Crítica ou Radical, Etiquetamento ou “Labelling Approach”. (PCMG-2018-Fumarc): Sobre o sistema penal e a reprodução da realidade social, segundo Alessandro Baratta, é correto afirmar: A homogeneidade do sistema escolar e do sistema penal corresponde ao fato de que realizam, essencialmente, a mesma função de reprodução das relações sociais e de manutenção da estrutura vertical da sociedade. #Atenção: #PCMG-2018: #Fumarc: "AS FUNÇÕES, SELETIVAS E CLASSISTAS DA JUSTIÇA PENAL: A homogeneidade do sistema escolar e do sistema penal corresponde ao fato de que realizam, essencialmente, a mesma função de reprodução das relações sociais e de manutenção da estrutura vertical da sociedade, criando, em particular, eficazes contra estímulos à integração dos setores mais baixos e marginalizados do proletariado, ou colocando diretamente em ação processos marginalizadores. Por isso, encontramos no sistema penal, em face dos indivíduos provenientes dos estratos sociais mais fracos, os mesmos mecanismos de discrimínação presentes no sistema escolar.” (Fonte: Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal: introdução à sociologiado direito penal / Alessandro Baratta). #Parêntese: #PCMG-2018: #Fumarc: Há uma crítica (segundo às teorias do conflito, especificamente etiquetamento) por parte do autor indicado (BARATTA) a respeito das instâncias oficiais de assistência e de controle social: “De fato a cada sucessiva recomendação do menor às instâncias oficiais de assistência e de controle social, a cada sucessiva ação desta sobre o menor, corresponde um aumento, em lugar de uma diminuição das chances de ser selecionado para uma “carreira criminosa”. (Fonte: Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal: introdução à sociologiado direito penal / Alessandro Baratta). #Parêntese: #PCMG-2018: #Fumarc: “A teoria das carreiras desviantes e do recrutamento dos "criminosos"nas zonas sociais mais débeis encontra uma confirmação inequívoca na análise da população carcerária, que demonstra a extração social da maioria dos detidos dos estratos sociais inferiores e o elevadíssimo percentual que, na população carcerária, é representada pelos reincidentes.” (p. 179-180). (Fonte: Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal: introdução à sociologiado direito penal / Alessandro Baratta). #Atenção: #DPERO-2017: #VUNESP: Alessandro Baratta é considerado um dos percursores da corrente da criminologia crítica. No Brasil, diversos centros de estudos e atores mantiveram contato e parceria com Baratta, como a Sociedade Brasileira de Vitimologia, o Instituto Carioca de Criminologia (dirigido por Nilo Batista), o Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, de São Paulo, entre outros. Foi professor visitante, no ano de 1995, no Curso de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis. (Fonte: Wikipédia). (MPSC-2021-CESPE): Acerca dos princípios constitucionais penais, julgue o item subsequente: Conforme o princípio da culpabilidade, a pessoa somente pode ser apenada por fato pelo qual possa ser reprovada. Assim, tendo o Código Penal brasileiro, após a reforma de 1984, adotado, em larga medida, a teoria finalista do delito, essa reprovabilidade funciona como principal fundamento e critério de medida da pena. #Atenção: #DPESP-2006: #PCMG-2018: #MPSC-2021: #CESPE: #FCC: #Fumarc: A solução da questão exige o conhecimento acerca da teoria geral do delito, o princípio da culpabilidade está consagrado pelo direito penal brasileiro, apesar de não previsto expressamente, e significa que a ninguém poderá ser imputado um crime sem que a conduta seja reprovada ao menos a título de culpa. Ou seja, deve se provar que o agente agiu com dolo ou culpa (que deve estar expressa no tipo). O princípio da culpabilidade possui três sentidos de acordo com Bitencourt (2020): 1. A culpabilidade como fundamento da pena: De fato, o CP adota a teoria finalista do delito: a culpabilidade, a consciência da ilicitude, este juízo de valor feito é que irá atribuir a responsabilidade da prática do fato ao autor, todos vão ser levados em conta para a aplicação da sanção penal; 2. Culpabilidade como elemento de medição da pena: a culpabilidade irá influenciar no limite da pena, de acordo com a gravidade do delito; 3. Contrário à responsabilidade objetiva: ninguém pode responder por um resultado em que não se agiu com dolo ou culpa. (MPSC-2019): A criminologia crítica é elaborada com base em uma interpretação da realidade realizada a partir de um ponto de vista marxista. Trata-se de uma proposta política que considera que o sistema penal é ilegítimo, e seu objetivo é a desconstrução desse sistema. #Atenção: #MPMG-2013: #MPF-2013: #PF-2013: #PCSP-2010/2013/2014: #DPEMS-2014: #PCSC-2014: #DPESP-2012/2013/2015: #PCPE-2016: #DPEPR-2012/2017: #DPU-2015/2017: #DPESC-2017: #DPEAM-2018: #DPEMA-2018: #DPEAP-2018: #DPEPE-2018: #PCBA-2018: #PCGO-2018: #PCMA-2018: #PCRS-2018: #PCSE-2018: #MPGO-2019: #MPSC-2019: #PCES-2019: #DPERJ-2021: #PCRN-2021: #DPEMT-2022: #ACAFE: #CESPE: #FCC: #FGV: #Fundatec: #UEG: #VUNESP: Teoria crítica ou radical ou “nova criminologia”: A origem histórica dessa teoria de conflito se encontra no início do século XX, com o trabalho do holandês Bonger, que, inspirado pelo marxismo, entende ser o capitalismo a base da criminalidade, na medida em que promove o egoísmo; este, por seu turno, leva os homens a delinquir. Afirma ainda que as condutas delitivas dos menos favorecidos são as efetivamente perseguidas, ao contrário do que acontece com a criminalidade dos poderosos. Portanto, essa teoria, de origem marxista, entende que a realidade não é neutra, de modo que se vê todo o processo de estigmatizacão da população marginalizada, que se estende à classe trabalhadora, alvo preferencial do sistema punitivo, e que visa criar um temor da criminalização e da prisão para manter a estabilidade da produção e da ordem social. As principais características da corrente crítica são: a) a concepção conflitual da sociedade e do direito (o direito penal se ocupa de proteger os interesses do grupo social dominante); b) reclama compreensão e até apreço pelo criminoso; c) critica severamente a criminologia tradicional; d) o capitalismo é a base da criminalidade; e) propõe reformas estruturais na sociedade para redução das desigualdades e consequentemente da criminalidade. Por outro lado, essa teoria é criticada por apontar problemas nos Estados capitalistas, não analisando o crime nos países socialistas. Destacam-se as correntes do neorrealismo de esquerda; do direito penal mínimo e do abolicionismo penal, que, no fundo, apregoam a reestruturação da sociedade, extinguindo o sistema de exploração econômica. (Fonte: Comentários do Site Qconcursos). #Atenção: #DPEPR-2012: #MPMG-2013: #MPF-2013: #PF-2013: #PCSP-2010/2013/2014: #PCSC-2014: #DPESP-2012/2013/2015: #PCPE-2016: #DPU-2015/2017: #DPESC-2017: #DPEAM-2018: #DPEMA-2018: #PCBA-2018: #PCGO-2018: #PCMA-2018: #PCRS-2018: #PCSE-2018: #MPGO-2019: #MPSC-2019: #PCES-2019: #DPERJ-2021: #PCRN-2021: #DPEMT-2022: #ACAFE: #CESPE: #FCC: #FGV: #Fundatec: #UEG: #VUNESP: Com o advento do “Criminologia Crítica", abandona-se o modelo etiológico de pesquisa. O fenômeno criminal passa a ser perquirido como criação da própria organização social e não mais como um ente preexistente, passível de compreensão e apreensão pela aplicação isolada do método das ciências naturais. Põe-se a descoberto, portanto, a insistência da criminologia em encontrar nas causas endógenas os motivos da criminalidade, passando a buscar, em influências ambientais ou exógenas, a gênese do crime. Aliás, para os defensores da "Criminologia Crítica", as causas preponderantes da criminalidade seriam mesmo ambientais ou exógenas, de forma que mais relevante do que perquirir as características do homem criminoso, seria identificar o meio criminógeno em que ele se encontra. A “Criminologia Crítica” deve ser entendida num contexto marxista, que procura, no conceito de classe, a origem da criminalização, sendo, portanto, uma “ciência” altamente influenciada por um viés ideológico, hoje em dia muito utilizado por expoentes da criminologia, dentre os quais, Eugenio Raúl Zaffaroni e Nilo Batista. (MPMG-2013): Constituem críticas deslegitimadoras do sistema penal em sua dogmática clássica: O caráter consequencial (sintomatológico) e não causal (etiológico) da intervenção penal. #Atenção: As teorias deslegitimadoras do direito penal encontram-se no seio da criminologia crítica, que nega os pressupostos legitimantes do direito penal na sua acepção clássica. O direito penal, portanto, não teria legitimidade pois não cumpre a sua função de pacificação social, visto que só atua depois do dano ocorrido, combatendo apenas os sintomas e consequências (caráter consequencial) e não as causas da violência (caráter etiológico). Assim sendo, a assertiva contida neste item constitui uma crítica deslegitimadora do sistema penal. (PCMA-2018-CESPE): Texto 1A14AAA: João nutria grande desejo por sua colega de turma, Estela, mas não era correspondido. Esse desejo transformou-se em ódio e fez que João planejasse o estupro e o homicídio da colega. Para isso, ele passou a observar a rotina de Estela, que trabalhava durante o dia e estudava com João à noite. Determinado dia, após a aula, em uma rua escura no caminho de Estela para casa, João realizou seus intentos criminosos, certo de que ficaria impune, mas acabou sendo descoberto e preso. Conforme a criminologia crítica, o crime praticado contra Estela, descrito no texto 1A14AAA, pode ser explicado por multifatores, como uma cultura misógina que desvaloriza as mulheres e que legitima a sua punição quando não forem atendidos os interesses e os desejos masculinos. #Atenção: O enunciado da questão refere-se à possível explicação para os crimes praticados contra Estela conforme a Criminologia Crítica. Desse modo, parte-se, no pensamento criminológico contemporâneo,da ideia de que a delinquência é fruto de muitas variáveis. Dentre elas, encontra-se a cultura misógina, machista ou sexista. A misoginia é um termo empregado para descrever as relações nocivas de ódio e desprezo dos homens em relação às mulheres. Na base dessa cultura reside a ideia de hierarquia entre os sexos, com os homens ocupando um lugar de ascendência e superioridade sobre as mulheres. Esse tipo de pensamento justifica crimes como estupro, violência doméstica, feminicídio etc. (MPMG-2013): É característica da chamada “nova criminologia”: O deslocamento do interesse cognoscitivo das causas do desvio criminal para os mecanismos sociais e institucionais através dos quais é construída a “realidade social” do desvio. #Atenção: #MPMG-2013: #PF-2013: #PCSC-2014: #PCPE-2016: #DPESC-2017: #DPU-2017: #PCBA-2018: #PCGO-2018: #PCMA-2018: #PCRS-2018: #PCSE-2018: #PCES-2019: #DPERJ-2021: #PCRN-2021: #DPEMT-2022: #ACAFE: #CESPE: #FCC: #FGV: #Fundatec: #UEG: #VUNESP: Criminologia Critica, também conhecida como Nova Criminologia, é o movimento criminológico que se levantou, na segunda metade do século XX, contra o romantismo da Criminologia Tradicional, que prosperou a partir do século XIX. As legiões de conflitos e os recém-chegados modos de comportamento registrados no mundo, ao longo da década de sessenta, mormente nos Estados Unidos e na Europa Ocidental, são as marcas dos abalos sociais que estimularam o aparecimento da Criminologia Critica. São memoráveis, nesse quadro, as mudanças nas formas de Governo, as campanhas dos direitos cívicos, as desavenças raciais, a revolta estudantil contra as mazelas do ensino, a proliferação do uso das drogas, a guerra do Vietnã̃, a revolução da música jovem e o surgimento de um novo estilo de conduta, como a afluência dos Hippies. Em todos esses acontecimentos foram detectadas fontes de antagonismos a exigir não só́ respostas satisfatórias à sociedade por parte do Estado, como a tomada de inusitados posicionamentos do homem, nos vários setores da vida comunitária. A obra The New Criminology: For a Social Theory of Deviance, publicada em primeira edição na Inglaterra, em 1973, por IAN TAYLOR, PAUL WALTON e JOCK YOUNG, simboliza a inauguração do movimento critico no campo criminológico, porque abriu a discussão sobre pioneiras vertentes em torno do processo de criminalização e sobre a legitimação e funcionamento da Justiça Penal, como sistema dinâmico do controle social. Assim, imediatamente, floresceram as teses progressistas com delineamentos ideológicos e indicações metodológicas que constituíram um agrupamento de críticas ao tradicionalismo criminológico, em face da indispensável criação de uma cultura de política criminal com apropriadas medidas alternativas. (MPGO-2019): Em sua obra "Criminologia" o insigne Professor Sérgio Salomão Shecaira discorre sobre duas visões principais da macrossociologia que influenciaram o pensamento criminológico. À primeira delas, de corte funcionalista, ele as denomina de teorias de consenso (escola de Chicago, teoria da associação diferencial, teoria da anomia e teoria da subcultura delinquente). Por seu turno, a segunda visão, argumentativa, foi conceituada como teorias do conflito (teorias do labelling approach e crítica). De acordo com as lições do referido autor acerca das escolas sociológicas do crime, analise as proposições abaixo e marque a alternativa correta: Para a teoria crítica, o fundamento imediato do ato desviado é a ocasião, a experiência ou o desenvolvimento estrutural que fazem precipitar esse ato não em um sentido determinista, mas no sentido de eleger, com plena consciência, o caminho da desviação como solução dos problemas impostos pelo fato de viver em uma sociedade caracterizada por contradições. #Atenção: #DPEPR-2012: #MPF-2013: #PF-2013: #PCSP-2010/2013/2014: #DPEMS-2014: #PCSC-2014: #MPDFT-2015: #PCPE-2016: #DPESC-2017: #DPEAM-2018: #DPEMA-2018: #DPEAP-2018: #PCBA-2018: #PCGO-2018: #PCMA-2018: #PCRS-2018: #PCSE-2018: #DPESP-2012/2013/2015/2019: #MPGO-2019: #PCES-2019: #DPERJ-2021: #PCPR-2021: #PCRN-2021: #DPEMT-2022: #ACAFE: #FCC: #FGV: #Fundatec: #UEG: #UFPR: #VUNESP: Teoria crítica: Pensamento marxista, partia do pressuposto de que existe uma sociedade de classes, e de que o sistema punitivo se organiza ideologicamente para proteger os interesses próprios da classe dominante. O Direito Penal pune de maneira mais rigorosa as condutas típicas de grupos marginalizados, deixando livres crimes como os econômicos, pois seus autores pertencem às classes dominantes e em razão disso devem ficar imunes ao processo de criminalização. Ex: insignificância para crimes tributários e para crimes patrimoniais, como o furto, possui conceitos bem distintos. Destacam-se as correntes do neorrealismo de esquerda; do direito penal mínimo e do abolicionismo penal, que, no fundo, apregoam a reestruturação da sociedade, extinguindo o sistema de exploração econômica. (MPF-2013): Para a teoria crítica, não há uma causa ontológica do crime, decorrendo o status de criminoso de um atributo imposto pelas classes dominantes com o objetivo de subjugar indivíduos integrantes dos baixos estratos sociais, por intermédio, dentre outros mecanismos opressivos, da manipulação das leis penais por parte dos detentores do poder econômico, o que é característico de um modelo capitalista de sociedade. #Parêntese: #Atenção: #PCRN-2021: #FGV: Criminologia Verde: Pode ser considerada como uma “vertente” ou “ampliação da teoria crítica”. Suas origens remontam à década de 1990, sobretudo a partir do trabalho de Lynch. Tal vertente busca prover um espectro de estudos voltados à análise entre os danos ambientais e definição de crimes e suas vítimas. O objeto de estudo abrange os danos causados aos animais, considerados partes integrantes do sistema ambiental (tal qual os humanos e os recursos naturais). #Parêntese: #Atenção: #PCRN-2021: #FGV: Criminologia dos poderosos (crimes of the powerful): Pode ser considerada como uma “vertente” ou “ampliação da teoria crítica”. De acordo com Gregg Barak (2015) tais delitos, referem-se aos crimes da economia ou aos crimes de acumulação e reprodução de capital, dizem respeito àquelas transgressões que normalizam a vitimização como o preço a se pagar pelo risco do negócio. (MPSC-2023-CESPE): No que se refere às teorias macrossociológicas da criminalidade e aos movimentos atuais de política criminal, julgue o item a seguir: Albert Cohen, um dos precursores da teoria da subcultura delinquente, assinala como características do fenômeno da delinquência juvenil a versatilidade, o hedonismo-imediatista e a autonomia do grupo. #Atenção: #PCBA-2018: #PCRS-2018: #DPERJ-2021: #PCPR-2021: #PCRN-2021: #DPEMT-2022: #MPSC-2023: #DPERO-2023: #CESPE: #FCC: #Fundatec: #FGV: #UFPR: #VUNESP: As três principais características do crime para a Teoria da Subcultura Delinquente são: 1) Não utilitarismos da ação: A ação não tem utilidade, é um ato de contestação. Se estivermos estudando um furto, por exemplo, o objeto furtado não será usado para comprar coisas ou será consumido. O furto não foi realizado porque o grupo queria ter aquele bem e não podia comprá-lo, ou para vendê-lo e compra outras coisas. De acordo com a Subcultura Delinquente, a intenção com esse furto não era o aproveitamento material e sim a contestação do modelo de sociedade que valoriza sobremaneira o “ter”; 2) Malícia da conduta: Prazer em ver o outro sofrer. É um sadismo. Se roubarem a bolsa de uma velhinha, por exemplo, é pela graça de ver a velhinha sem rumo e não pelo valor que tem a bolsa; 3) Negativismo: Nega o valor dominante, baseia-se em outros valores. A conduta criminosa nega a conduta dominante na sociedade, é baseada nos valores do grupo. Como um grupo de jovens pichadores que escrevem em edifícios e monumentos da cidade. É uma contraposição à ordem majoritária, realizam atos de contestação. E além das três características já citadas, Albert K. Cohen, ainda acrescenta a versatilidade, o hedonismo-imediatista e a autonomia do grupo como característicassecundárias. Vejamos cada uma delas: 1) Versatilidade: Capacidade de cometer diferentes tipos de delitos, sem se especializar em um único tipo de crime. Eles podem roubar, vandalizar, usar drogas, entre outras atividades ilegais. 2) Hedonismo-imediatista: Busca do prazer imediato, sem se preocupar com as consequências a longo prazo. Há uma forte valorização da emoção do momento, em vez de pensar nas possíveis consequências futuras de seus atos. 3) Autonomia do grupo: o grupo é visto como sua principal fonte de identidade e apoio, em vez de depender de suas famílias ou da sociedade em geral. Eles se sentem mais confortáveis com outros membros da subcultura delinquente e tendem a buscar a aprovação do grupo em vez da sociedade em geral. (DPEMT-2022-FCC): A teoria da subcultura delinquente tem na construção de Albert Cohen o negativismo da conduta como um de seus elementos caracterizadores. (MPGO-2019): Em sua obra "Criminologia" o insigne Professor Sérgio Salomão Shecaira discorre sobre duas visões principais da macrossociologia que influenciaram o pensamento criminológico. À primeira delas, de corte funcionalista, ele as denomina de teorias de consenso (escola de Chicago, teoria da associação diferencial, teoria da anomia e teoria da subcultura delinquente). Por seu turno, a segunda visão, argumentativa, foi conceituada como teorias do conflito (teorias do labelling approach e crítica). De acordo com as lições do referido autor acerca das escolas sociológicas do crime, analise as proposições abaixo e marque a alternativa correta: A subcultura delinquente pode ser definida como um comportamento de transgressão que é determinado por um subsistema de conhecimento, crenças e atitudes que possibilitam, permitem ou determinam formas particulares de comportamento transgressor em situações específicas. #Atenção: #PF-2013: #MPDFT-2015: #DPEES-2016: #DPEPR-2012/2014/2017: #DPESC-2017: #PCSP-2013/2014/2018: #DPEAM-2018: #PCBA-2018: #PCGO-2018: #PCRS-2018: #PCSE-2018: #MPGO-2019: #PCES-2019: #DPERJ-2021: #PCPR-2021: #PCRN-2021: #DPEMT-2022: #MPSC-2016/2023: #DPERO-2017/2023: #CESPE: #FCC: #FGV: #Fundatec: #UEG: #UFPR: #VUNESP: Subcultura delinquente: A ideia de subcultura delinquente foi consagrada por Albert Cohen, e pode ser resumida como um comportamento de transgressão que é determinado por um subsistema de conhecimento, crenças e atitudes que possibilitam, permitem ou determinam formas particulares de comportamento transgressor. Ou seja, os indivíduos que não possuem modelos morais tradicionais na família ou na comunidade em que vivem tendem a ser “contagiados” culturalmente por um grupo desviado, as chamadas “gangues”, sendo que estas irão impor seu próprio padrão moral. Assim, pode-se dizer que essas “gangues” formam subculturas criminais, sendo uma reação necessária de algumas minorias altamente desfavorecidas diante da exigência de sobreviver, de orientar-se dentro de uma estrutura social, apesar das limitadíssimas possibilidades legitimas de atuar. Segundo Albert Cohen, a subcultura delinquente caracteriza-se por três fatores: A) não utilitarismo da ação (condutas sem finalidade. Cometidas só pelo puro prazer as vezes); b) malícia da conduta (condutas são praticadas pela sensação de desafio); c) negativismo (significa a polaridade negativa ao conjunto de valores da sociedade obediente às normas sociais. Ou seja, as condutas delinquentes são corretas exatamente por serem contrárias às normas da cultura mais gerais). (PCPR-2021-UFPR): A teoria das subculturas criminais explica a criminalidade: pela transmissão de valores subculturais, que pressupõe um processo de interação e aprendizagem, e pela interiorização de técnicas de neutralização, por meio das quais os jovens justificam o seu comportamento desviante. #Atenção: Alessandro Baratta aponta que Sutherland influenciou a Teoria das Subculturas Delinquentes (calcada por Cohen). Nas palavras do autor: “"Edwin H. Sutherland contribuiu para a teoria das subculturas criminais, principalmente com a análise das formas de aprendizagem das várias associações diferenciais que o indivíduo tem com outros indivíduos ou grupos. [...]". De certa forma, não há como negar que o comportamento dos jovens pertencentes às subculturas delinquentes age de forma desviante com o fim de contrariar os ideais sociais dominantes, mas também é ínsito aos pequenos grupos que haja uma espécie de "doutrina", isto é, um "manual" de como se deve atuar para pertencer ao grupo. Portanto, a aprendizagem, pressuposto básico da Teoria da Associação Diferencial, também se encaixa na Teoria das Subculturas Criminais. Em resumo, a subcultura delinquente consiste em uma cultura inserida dentro da cultura dominante. Essa subcultura adere alguns valores da cultura predominante, rejeita outros. Essa subcultura pressupõe de fato interação e aprendizagem (como toda e qualquer cultura ou forma de conhecimento humano). Essa interação e aprendizagem é mais ampla do que a associação diferencial pois esta diz respeito tão somente ao modus operandi do crime. (MPSC-2016): No âmbito das teorias criminológicas, a teoria da subcultura delinquente, desenvolvida por Wolfgang e Ferracuti (1967), defende a existência de uma subcultura da violência, que faz com que alguns grupos passem a aceitar a violência como um modo normal de resolver os conflitos sociais. Mais que isso, sustenta que algumas subculturas, na verdade, valorizam a violência, e, assim como a sociedade dominante impõe sanções àqueles que deixam de cumprir as leis, a subcultura violenta pune com o ostracismo, o desdém ou a indiferença os indivíduos que não se adaptam aos padrões do grupo. [CORRIGIDA] (PCSP-2014-VUNESP): Do ponto de vista criminológico, a conduta dos membros de facções criminosas, das gangues urbanas e das tribos de pichadores são exemplos da teoria sociológica da(o): subcultura delinquente. (PCSP-2013-VUNESP): Veículos de comunicação em massa de todo o país noticiaram, em 12 de junho de 2012, que a região dorsal da estátua do Cristo Redentor de Belo Horizonte foi pichado naquela madrugada por dois homens, com a inscrição “...... RONADINHO 49” (sic), em homenagem ao novo craque do Clube Atlético Mineiro. O comportamento desses indivíduos é relacionado à teoria sociológica da subcultura delinquente. (MPGO-2019): Em sua obra "Criminologia" o insigne Professor Sérgio Salomão Shecaira discorre sobre duas visões principais da macrossociologia que influenciaram o pensamento criminológico. À primeira delas, de corte funcionalista, ele as denomina de teorias de consenso (escola de Chicago, teoria da associação diferencial, teoria da anomia e teoria da subcultura delinquente). Por seu turno, a segunda visão, argumentativa, foi conceituada como teorias do conflito (teorias do labelling approach e crítica). De acordo com as lições do referido autor acerca das escolas sociológicas do crime, analise as proposições abaixo e marque a alternativa correta: Para a teoria da anomia, o crime é visto como um fenômeno normal da sociedade e não necessariamente ruim. Isto porque o criminoso pode desenvolver um útil papel para a sociedade, seja quando contribuiu para o progresso social, criando impulsos para a mudança das regras sociais, seja quando os seus atos oferecem a ocasião de afirmar a validade destas regras, mobilizando a sociedade em torno dos valores coletivos. #Atenção: #DPEPR-2012/2014: #MPDFT-2015: #PCCE-2015: #PCPE-2016: #DPESC-2017: #PCMS-2017: #PF-2013/2018: #PCSP-2012/2013/2014/2018: #DPEAM-2018: #PCMG-2018: #PCRS-2018: #PCSE-2018: #MPGO-2019: #DPESP-2019: #PCES-2019: #DPERJ-2021: #PCPR-2021: #PCRN-2021: #PCPB-2022: #MPSC-2012/2023: #DPERO-2017/2023: #CESPE: #FAPEMS: #FCC: #FGV: #Fumarc: #Fundatec: #UFPR: #VUNESP: Teoria da anomia: De cunho funcionalista, teve dois grandes pensadores: Émile Durkheim e Robert Merton, cada um com sua própria concepção. Para Durkheim, anomia representa a ausência ou desintegração das normas sociais, que acarreta uma ruptura dos padrões sociais de conduta, produzindo uma situação de pouca coesão social.Para ele, haverá anomia sempre que os mecanismos institucionais não estiverem cumprindo o seu papel. Exemplo: a ideia de impunidade favorece a criminalidade. Nessas hipóteses, o indivíduo começa a flexibilizar as regras socialmente aceitas (Ex: é proibido roubar) e começa a praticar comportamentos delituosos. Para Durkheim, o crime, até certo ponto, seria um fenômeno normal e útil, tendo a pena a função de reforçar a consciência coletiva a respeito dos valores que devem ser preservados. É justamente por conta dessa ideia de que o crime exerceria um papel funcional na sociedade que a teoria da anomia é caracterizada de funcionalista. Contudo, a partir do momento em que os mecanismos institucionais não mais cumprem seu papel, ou seja, no nosso exemplo, a partir do momento em que o Estado não mais puna o indivíduo que rouba, os cidadãos recebem a mensagem de que o patrimônio não é mais um bem jurídico importante e tutelado pelo Estado, e é justamente nessa situação que surge a anomia, pois tal os indivíduos não se veem mais obrigados a seguir padrões sociais de conduta. (DPERO-2023-CESPE): O crime como resultado do inadequado funcionamento da sociedade, em razão, especialmente, de uma situação social desprovida de regras ou lei, não se vislumbrando o delito como uma anomalia e considerando-se a sociedade um todo orgânico, é característica da teoria sociológica: anomia. (PCRN-2021-FGV): Em sua obra “História dos pensamentos criminológicos” Gabriel Anitua explica que, para determinada corrente de pensamento, “o problema do desvio (... encontra-se (...) na estrutura social. A estrutura social não permite a todos os indivíduos que seu comportamento se oriente de acordo com as metas e meios culturalmente compartilhados”. O trecho do citado autor se refere à perspectiva da teoria: funcionalista da anomia, desenvolvida por Robert Merton. #Atenção: Teoria da Anomia (Consenso): 1) E. Durkheim: também chamada de Estrutural-Funcionalista, dizia que o crime tem uma natureza funcional à sociedade, pois reforça os laços de solidariedade entre os indivíduos com o fim de repudiar aquela conduta desviada, ou seja, em palavras simples, o crime serve para a sociedade identificar que aquela conduta não é boa para todos. 2) Robert Merton: trouxe o pensamento de Durkheim para a criminologia crítica e desenvolveu o seu pensamento de Anomia, o qual era traduzido como o descompasso entre as metas institucionalizadas e os meios culturais de determinada sociedade. Em palavras simples, a sociedade estabelecia metas, como, por exemplo, ter uma família, ir à igreja, ter um bom carro, ser formado etc, mas a sociedade, bem como o Estado não disponibilizavam meios capazes de possibilitar que todos alcançassem todas as metas, pois nem todos teriam acesso a um estudo de qualidade, a um bom emprego etc. (PCPR-2021-UFPR): A teoria estrutural-funcionalista do desvio e da anomia foi desenvolvida por: Robert Merton. (PF-2018-CESPE): Julgue o item a seguir, relativos a modelos teóricos da criminologia: De acordo com a teoria da anomia, o crime se origina da impossibilidade social do indivíduo de atingir suas metas pessoais, o que o faz negar a norma imposta e criar suas próprias regras, conforme o seu próprio interesse. #Atenção: Em outras palavras, para tal teoria, a sociedade impõe objetivos e metas inalcançáveis para a maioria dos indivíduos (sucesso, poder, status), e como tais metas são inatingíveis, a dissociação entre os objetivos e os instrumentos para seu alcance geraria a ANOMIA, que seria uma situação de renúncia às normas sociais. (PCSP-2018-VUNESP): Com relação às teorias sociológicas da criminalidade, é correto afirmar que a teoria da anomia vê o delito como um fenômeno normal da sociedade e não como algo necessariamente ruim. (PCMS-2017-FAPEMS): Tendo como premissa o estudo da Teoria Criminológica da Anomia, analise o problema a seguir: “O senhor X, 55 anos, bancário desempregado, encontrou, como forma de subsistência própria e da família, trabalho na contravenção (apontador do jogo do bicho em frente à rodoviária da cidade). Por lá permaneceu vários meses, sempre assustado com a presença da polícia, mas como nunca sofreu qualquer repreensão, inclusive tendo alguns agentes como clientes dentre outras autoridades da cidade, continuou sua labuta diária. Y, delegado de polícia, recém-chegado à cidade, ao perceber a prática contravencional, a despeito da tolerância de seus colegas, prende X em flagrante. No entanto, apenas algumas horas após sua soltura, X retornou ao antigo ponto continuando a receber apostas diárias de centenas de pessoas da comunidade.” Assinale a alternativa correta correspondente a esse caso: A anomia, no contexto do problema, dá-se pelo enfraquecimento da norma, que já não influencia o comportamento social de reprovação da conduta, quando a sociedade passa a aceitá-la como normal. (PCCE-2015-VUNESP): Sobre a teoria da “anomia”, é correto afirmar: iniciou-se com as obras de Émile Durkheim e Robert King Merton, e significa ausência de lei. (PF-2013-CESPE): Julgue o item a seguir, relacionado aos modelos teóricos da criminologia: A teoria funcionalista da anomia e da criminalidade, introduzida por Emile Durkheim no século XIX, contrapunha à ideia da propensão ao crime como patologia a noção da normalidade do desvio como fenômeno social, podendo ser situada no contexto da guinada sociológica da criminologia, em que se origina uma concepção alternativa às teorias de orientação biológica e caracterológica do delinquente. #Atenção: A partir do sociólogo Emile Durkheim, que empreendeu a virada sociológica da criminologia (alternativa à criminologia clássica e à positivista), o crime passou a ser visto não como uma patologia. Durkheim aponta a funcionalidade do crime e da pena que passam a ser concebidos como fundamentais à evolução normal da moral e do direito. É fator de saúde pública. Durkheim atribui ao fenômeno criminal a reafirmação da ordem social violada e, portanto, a legitimação da sua existência. Toda vez que acontece um crime, a reação desencadeada contra ele reafirma os liames sociais e ratifica a validade e a vigência das normas legais. Portanto, o desvio é funcional, somente tornando-se perigoso ao exceder certos limites toleráveis. Em tais circunstâncias pode eclodir um estado de desorganização e anarquia, no qual todo o ordenamento normativo perde sua efetividade. Não emergindo disso um novo ordenamento a substituir aquele que ruiu, passa-se a uma situação de carência absoluta de normas ou regras, ficando a conduta humana à margem de qualquer orientação. A isso Durkheim dá o nome de "anomia", que seira a causadora efetiva da desagregação e da deterioração social. O conceito de "anomia" e o reconhecimento da funcionalidade do crime no meio social produzem uma revolução quanto às finalidades e aos fundamentos da pena, uma vez que estes já não devem mais ser considerados como fantasiosa profilaxia de um suposto mal. #Justificativa da Banca: “É consenso entre os autores contemporâneos que a obra de Durkheim (denominada de funcionalista ou mesmo de estrutural-funcionalista, também conhecida simplesmente como teoria da anomia) está inserida no período em que tem início o predomínio das teorias sociológicas na criminologia, o que se dá no século XIX, sobretudo a partir do 3º Congresso Internacional de Antropologia Criminal, em Bruxelas (1892). A “virada sociológica’ tem esse sentido de ruptura com o modelo anterior de orientação biológica ou biopsicológica ou caracterológica, nos quais as causas do desvio tinham explicações nos fatores biológicos e suas variáveis (biopsicológicas, bioantropológicas etc). Dentre as afirmativas de Durkheim, é famosa a concepção da normalidade do crime como fenômeno social em oposição à ideia do crime como patologia. A expressão desvio aparece nas “Regras do método sociológico” (1895) de Durkheim. Vê-se, pela afirmativa, que não há preocupação em situar o “nascimento” da teoria sociológica criminal, mas verificar o conhecimento do candidato sobre dados importantes, emborasem profundidade, sobre o início da virada sociológica e sobre a obra de Durkheim”. (MPSC-2012): A Teoria da Anomia trata da ausência de reconhecimento dos valores inerentes a uma norma, fazendo com que esta perca sua coercibilidade quando o agente não reconhece legitimidade na sua imposição. Ela considera o crime como um fenômeno normal na sociedade, pois sempre, em determinado momento, haverá alguém que não conheça a autoridade da norma. Isto acaba sendo funcional, pois é necessário constantemente se analisar e refletir sobre os valores normatizados face às mudanças sociais. [CORRIGIDA] (DPEPR-2012-FCC): Paulo, executivo do mercado financeiro, após um dia estressante de trabalho, foi demitido. O mundo desabara sobre sua cabeça. Pegou seu carro e o que mais queria era chegar em casa. Mas o horário era de rush e o trânsito estava caótico, ainda chovia. No interior de seu carro sentiu o trauma da demissão e só pensava nas dívidas que já estavam para vencer, quando fora acometido de uma sensação terrível: uma mistura de fracasso, com frustração, impotência, medo e etc. Neste instante, sem quê nem porque, apenas querendo chegar em casa, jogou seu carro para o acostamento, onde atropelou um ciclista que por ali trafegava, subiu no passeio onde atropelou um casal que ali se encontrava, andou por mais de 200 metros até bater num poste, desceu do carro meio tonto e não hesitou, agrediu um motoqueiro e subtraiu a motocicleta, evadindo- se em desabalada carreira, rumo à sua casa. Naquele dia, Paulo, um pacato cidadão, pagador de impostos, bom pai de família, representante da classe média-alta daquela metrópole, transformou-se num criminoso perigoso, uma fera que ocupara as notícias dos principais telejornais. Diante do caso narrado, identifique dentre as Teorias abaixo, a que melhor analisa (estuda/explica) o caso: Teoria da anomia. #Atenção: A teoria da Anomia compõe o ramo da criminologia tradicional e foi concebida em 1938 por Robert Merton. Segundo essa abordagem, a motivação para a delinquência decorreria da impossibilidade de o indivíduo atingir as metas desejadas por ele (por exigência, ainda que velada, da sociedade), como sucesso econômico., poder, prestígio, reconhecimento, popularidade, status social etc. (PCBA-2018-VUNESP): No tocante às teorias da subcultura delinquente e da anomia, assinale a alternativa correta: Uma das principais críticas às teorias da subcultura delinquente é a de que ela não consegue oferecer uma explicação generalizadora da criminalidade, havendo um apego exclusivo a determinado tipo de criminalidade, sem que se tenha uma abordagem do todo. #Atenção: A Teoria da Subcultura Delinquente teve o grande mérito de marcar uma nova visão sobre a criminalidade. Até então predominava nos Estados Unidos a visão ecológica do crime, baseada na ideia da escola de Chicago. Essa escola demonstra que o controle dessa criminalidade, da Subcultura Delinquente, não se pode fazer por meio dos mecanismos tradicionais de combate ao crime. A ideia central dessa forma delituosa, da Subcultura Delinquente, tem particularidades e diferenças com a criminalidade mais comum. Algumas dessa manifestação não se combatem com pura repressão, mas sim com um processo de cooptação, integração dos grupos juvenis, envolvendo-os no mercado de trabalho, ou por meio de uma ação de inteligência da polícia, com delegacias especializadas (por exemplo, para prevenir crimes cometidos pelas gangs punks). Por outro lado, uma crítica que essa teoria recebe é que não fornece um modelo explicativo generalizado da criminalidade, trata apenas de uma criminalidade com características bastante específicas. Desse modo, a assertiva acima está correta, porque uma das críticas à teoria das subculturas foi justamente sua pretensão generalizadora, todavia focada apenas nas experiências da delinquência juvenil nos grandes centros urbanos, não justificando a delinquência que se produz à margem das correspondentes subculturas nem os comportamentos regulares que também têm lugar no seio daquelas. (MPGO-2019): Em sua obra "Criminologia" o insigne Professor Sérgio Salomão Shecaira discorre sobre duas visões principais da macrossociologia que influenciaram o pensamento criminológico. À primeira delas, de corte funcionalista, ele as denomina de teorias de consenso (escola de Chicago, teoria da associação diferencial, teoria da anomia e teoria da subcultura delinquente). Por seu turno, a segunda visão, argumentativa, foi conceituada como teorias do conflito (teorias do labelling approach e crítica). De acordo com as lições do referido autor acerca das escolas sociológicas do crime, analise as proposições abaixo e marque a alternativa correta: A teoria da associação diferencial sugere que o crime não pode ser definido simplesmente como disfunção ou inadaptação de pessoas de classes menos favorecidas, não sendo ele exclusividade destas. Essa teoria assenta-se na consideração de que o processo de Comunicação é determinante para a prática delitiva. Para ela, o comportamento criminal é um comportamento aprendido. #Atenção: #DPESP-2013: #PF-2013: #MPBA-2015: #MPDFT-2015: #PCPE-2016: #DPEPR-2012/2014/2017: #DPESC-2017: #PCGO-2017: #PCSP-2013/2014/2018: #DPEAM-2018: #PCRS-2018: #MPGO-2019: #DPEMG-2019: #PCES-2019: #PCSE-2018/2020: #DPERJ-2021: #PCMG-2021: #PCPA-2021: #PCPR-2021: #PCRN-2021: #PCPB-2022: #DPERO-2017/2023: #MPSC-2021/2023: #AOCP: #CESPE: #FCC: #FGV: #Fumarc: #Fundatec: #UFPR: #VUNESP: Teoria da associação diferencial ou Teoria da Aprendizagem: O pressuposto inicial é de que o crime é um comportamento que se aprende, já que ninguém nasce criminoso. Não há, portanto, herança biológica do crime, mas sim um processo de aprendizagem que conduz o homem à prática dos atos socialmente reprováveis. A parte decisiva do processo de aprendizagem ocorreria nas relações sociais mais íntimas. Ou seja, a influência criminógena dependeria do grau de proximidade do contato entre as pessoas. Pela teoria da associação diferencial, a pessoa se encontra na constante presença de estímulos favoráveis e desfavoráveis à prática criminosa. Ou seja, em constante choque de valores. A pessoa se converteria em delinquente quando os estímulos favoráveis à violação da lei superam os desfavoráveis. #Critica: Não explica o fato de que muitas vezes alguém convive diariamente com um criminoso e, mesmo assim, não adere à prática delitiva. Em outras palavras, a teoria desconsidera a incidência de fatores individuais de personalidade, ocultos e até inconscientes. (MPSC-2023-CESPE): No que se refere às teorias macrossociológicas da criminalidade e aos movimentos atuais de política criminal, julgue o item a seguir: De acordo com a teoria da associação diferencial, o comportamento delituoso é aprendido mediante o contato com valores, atitudes, definições e pautas de condutas criminais no curso normal de uma variedade de relações recíprocas desenvolvidas ao longo do tempo. [CORRIGIDA] (PCMG-2021-Fumarc): Sobre a teoria criminológica da associação diferencial, analise a assertiva a seguir: O comportamento delituoso se aprende do mesmo modo que o indivíduo aprende também outras condutas e atividades lícitas, em sua interação com pessoas e grupos e mediante um complexo processo de comunicação. (PCMG-2021-Fumarc): Sobre a teoria criminológica da associação diferencial, analise a assertiva a seguir: O delito não é algo anormal nem sinal de uma personalidade imatura, senão um comportamento ou hábito adquirido, isto é, uma resposta a situações reais que o sujeito aprende. (PCMG-2021-Fumarc): Sobre a teoria criminológica da associação diferencial, analise a assertiva a seguir: O indivíduo aprende assim não só a conduta delitiva, senão também os próprios valores criminais, as técnicas comissivas e os mecanismos subjetivos de racionalização (justificação ou autojustificação) do comportamento desviado. (PCSP-2013-VUNESP): A corrente de pensamento criminológico que critica a exibição de cenas em televisão e cinema, de abuso de drogas ilícitas, prática de roubos, sequestros, bem comooutras condutas delituosas, alçando seus protagonistas a status de “heróis” ou “justiceiros”, fomentando sua imitação pelas pessoas, principalmente jovens, é a Teoria da Identificação Diferencial. #Atenção: #PCSP-2013: #PCES-2019: #VUNESP: A teoria da identificação diferencial de Glaser constitui variante ou submodelo da teoria da aprendizagem social. Este autor tem o mérito de ter incorporado ao conceito de aprendizagem a teoria dos papéis e de ter sublinhado a importância que os meios de comunicação de massa exercem na conduta do indivíduo, questão muito minimizada por Sutherland.[ ] Conforme Glaser, a aprendizagem da conduta delitiva não ocorre pela via da comunicação ou interação pessoal, senão pela da identificação; uma pessoa inicia ou segue uma carreira criminal na medida em que se identifica com outras pessoas reais ou fictícias, desde as perspectivas das quais sua própria conduta delitiva parece aceitável. Glaser ressalta a possibilidade de uma identificação do indivíduo com delinquentes, seja mediante uma relação positiva com os papéis representados pelos delinquentes (por exemplo, a identificação com delinquentes nos mass media – mídia de massa), seja como reação negativa contra as forças que se opõem à criminalidade. De modo que na eleição do comportamento haveria dois dados básicos: por uma parte, o grupo de referência do qual se toma a pauta ou modelo de conduta; de outra, um mecanismo de racionalização que é posto em ação pelo próprio indivíduo para justificar sua decisão. O ponto mais débil da teoria de Glaser consiste em sua notória carga especulativa, na suposição, não sempre adequada à realidade, de que a conduta delitiva é, em todo caso, produto de uma decisão prévia que é aprovada de antemão ou um modelo previamente analisado, sob o ponto de vista intelectual, e valorado de forma positiva pelo infrator. #Atenção: #Dica: -Na Associação Diferencial - "carinha" aprende! - Para aprender o crime, precisa de contato direto com o criminoso; -Na Identificação Diferencial - "carinha" identifica! - Para aprender o crime, não precisa de contato direto com o criminoso. Ex.: filmes, novelas etc. (MPGO-2019): Assinale a alternativa correta: Podem ser citados como caracteres da Escola Moderna Alemã: a distinção entre o Direito Penal e as demais ciências criminais - criminologia; o delito como um fenômeno humano-social e fato jurídico; a imputabilidade e a periculosidade; a pena com caráter defensivo, orientada conforme a personalidade do delinquente. #Atenção: #PF-2013: #PCSP-2013/2014: #MPGO-2019: #MPSC-2021: #CESPE: #VUNESP: ESCOLA MODERNA ALEMÃ: Faz distinção entre imputáveis e inimputáveis - prevendo pena para os "normais" e medida de segurança para os "perigosos" - e a eliminação ou substituição das penas privativas de liberdade de curta duração. Surgiu na Alemanha por iniciativa de Franz Von Liszt. #Atenção: #PF-2013: #PCSP-2013/2014: #MPGO-2019: #MPSC-2021: #CESPE: #VUNESP: A Escola Moderna Alemã tem íntima relação com a criação da União Internacional do Direito Penal (que existiu até a Primeira Guerra Mundial). Formado o pensamento por correntes ecléticas que buscavam conciliar princípios de vários movimentos, tais como os da Escola Clássica, do Tecnicismo Jurídico e a Escola Positiva. Algo que também foi tentado pelo positivismo crítico da Terceira Escola Italiana. Von Liszt experimentou uma espécie de segunda versão do positivismo jurídico, dividindo a utilização de um método descritivo/classificatório que, em razão da pretensa cientificidade, excluía juízos de valor, mas se diferenciou do positivismo ao apresentar ligações à consideração da realidade empírica não jurídica – o esvaziamento do direito das questões reais – e, portanto, foi um positivismo jurídico com nuances naturalísticas. O pensamento em si da Escola Moderna Alemã é um pouco menos exato quanto as demais, mas teve certa influência. Primeiro, Von Liszt apresentou em seu “Programa de Marburgo – A ideia do fim no Direito Penal” a necessidade de uma modernização do direito penal positivo. Elaborando seu raciocínio com muita base dogmática, sistematizou o Direito Penal com um formato complexo e uma estrutura muito completa, fazendo nascer a moderna teoria do delito como conhecemos hoje. Para Liszt, a orientação que o Direito Penal deveria assumir era segundo o fim, o objetivo a que o mesmo se destina. Beirando o utilitarismo, a escola alemã disse que o Direito Penal deve possuir um efeito útil “[...] que seja capaz de ser registrado e captado pela estatística criminal” (BITENCOURT, 2011). A pena justa é a pena necessária. Basicamente esse era o conceito chave desse aspecto da escola alemã. (PCPA-2021-AOCP): A respeito da Escola de Chicago e das teorias que dela decorrem, assinale a alternativa correta: A teoria ecológica entende a cidade como produtora de delinquência, havendo zonas em que a criminalidade seria maior e outras com índices menores de criminalidade. #Atenção: #PCSP-2012: #DPEPR-2014: #DPESP-2015: #PCPE-2016: #DPESC-2017: #DPU-2017: #PF-2013/2018: #DPEAM-2018: #DPEPE-2018: #PCSE-2018: #PCES-2019: #MPSC-2021: #PCPA-2021: #PCPR-2021: #DPEMT-2022: #DPERO-2017/2023: #AOCP: #CESPE: #FCC: #UFPR: #VUNESP: Teoria da ecologia criminal ou Teoria da desorganização social: São baseados na existência de áreas de maior concentração da criminalidade, que geralmente são áreas deterioradas, sem estrutura e de grupos humanos conflitivos (Escola de Chicago). Portanto, a Teoria Ecológica é decorrente da Escola de Chicago. Segundo tal teoria, a grande cidade é uma unidade ecológica responsável pela delinquência. Chama-se a atenção para o impacto criminógeno do desenvolvimento urbano. A cidade é que produz delinquência, havendo um paralelismo entre o crescimento da cidade e da criminalidade. Em outras palavras, a teoria ecológica ou da desorganização social (Escola de Chicago), foi desenvolvida por Robert Park entre as décadas de 1920 e 1930. Leva em conta o incremento de determinados crimes em determinadas regiões da cidade ("Teoria dos Guetos") e procura delinear como causas de maior incidência de determinados crimes em determinados nichos ambientais em fatores como, por exemplo, a expansão industrial, a urbanização desenfreada, precarização dos serviços públicos motivados pela concentração desproporcional de determinados núcleos urbanos etc. De acordo com essa teoria, o crescimento da criminalidade se dá a partir do agravamento da crise econômica em determinados ambientes, gerando, desta feita uma desorganização social e uma lassidão no controle social em determinado "bioma" social dando azo, com efeito, à proliferação da criminalidade desenfreada. (PCSP-2012): O efeito criminógeno da grande cidade, valendo-se dos conceitos de desorganização e contágio inerentes aos modernos núcleos urbanos, é explicado pela Teoria Ecológica. #Parêntese: #Atenção: #PCPA-2021: #AOCP: Teoria das Zonas Concêntricas: Robert Park e Ernst Burgess desenvolveram a teoria das zonas concêntricas em que sobretudo nas áreas centrais haveria muita heterogeneidade cultural, mobilidade e pobreza, onde se haveria um “afrouxamento” nos valores e regras de conduta (desorganização social), levando a maior possibilidade de problemas sociais, dentre eles divórcios, evasão escolar, uso de drogas e também criminalidade e delinquência juvenil. Segundo eles, em um local onde ninguém quer permanecer, fixar-se, aumenta-se o anonimato, diminui-se o grau de preocupação das pessoas com o local, implicando-se em maior deterioração e controle social. (DPERO-2017-VUNESP): Assinale a alternativa que contém somente teorias consagradas na Sociologia Criminal: Teorias Multifatoriais e Teoria “ecológica da escola de Chicago”. #Atenção: #DPERO-2017: #PCSE-2018: #PCPA-2021: #AOCP: #CESPE: #VUNESP: A teoria multifatorial ou eclética do padrão delitivo, de Brantingham e Brantingham trata de integrar as teorias do ambiente físico (é, definitivamente, uma teoria meio ambiental) e a motivação do delinquente. Insere no março das teorias situacionais e meio ambientais, os autores,sem depreciar a relevância de outros muitos fatores na gênese do delito, colocam especial ênfase em explicar por que o entorno físico-espacial, as pautas sociais e o comportamento das próprias vítimas incrementam as oportunidades de delinquir. Para Brantingham e Brantingham, dado que a maior parte dos delitos são produto de uma decisão racional, os fatores situacionais tornam-se determinantes para a opção delitiva. Por isso, as atividades rotineiras da população (estilo de vida, organização do trabalho, do ócio, das atividades cotidianas) permitem explicar o nível e perfil da criminalidade de que esta padece. A mera disposição ou motivação do indivíduo constitui o ponto de partida, mas não é suficiente se o infrator não conta com a oportunidade idônea para delinquir. Suas atividades rotineiras, cotidianas, o depararão com esta; e sua experiência, o roteiro necessário para buscar a vítima propícia e o modus operandi. .....O que sublinha a teoria do entorno físico de Brantingham e Brantingham é que na decisão criminal (que não se toma no momento ou instante, senão que é produto de um verdadeiro processo) certos lugares e espaços propiciam a oportunidade que o infrator percebe como idônea para atuar. Os autores se referem, por isso, a uma "interação entre a oportunidade e a motivação", no sentido de que esta última não basta para que o delito chegue a ser cometido: o delito não seria resultado direto e imediato da motivação do infrator. Seguindo estas premissas, Brantingham e Brantingham concluem que os lugares mais idôneos podem ser os próximos à residência do infrator; aqueles pelos quais este passa muitas vezes e conhece bem ou com os que está mais familiarizado; os mais transitados e concorridos, que trazem melhores oportunidades (centro das cidades, complexos de ócio, bairros chineses etc.). (Fonte: https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/78061/modelos-sociologicos-sociologia-criminal-parte-xix). (DPEDF-2019-CESPE): Acerca dos modelos teóricos da criminologia, julgue o item que se segue: A Teoria da contenção preceitua que a sociedade produz uma série de estímulos e pressões que impulsionam o indivíduo para uma conduta criminal, mas impedido por fatores internos, como a personalidade forte, e externo, como a coação normativa exercida pela sociedade. Por sua vez, a Teoria da conformidade diferencial, conforme Briar e Piliavin, defende a existência de um grau variável de compromisso e aceitação dos valores convencionais que se estende desde o mero medo do castigo até a representação das consequências do delito na própria imagem, nas relações interpessoais, no status e nas atividades presentes e futuras. Isso significa que, em situações equiparáveis, uma pessoa com elevado grau de compromisso ou conformidade com os valores convencionais é menos provável que assuma comportamentos delitivos, em comparação com outra de inferior nível de conformidade, e vice-versa. #Atenção: #DPESP-2013/2015: #DPEDF-2019: #CESPE: #FCC: Em resumo, pode-se afirmar que na Teoria da Conformidade Diferencial tem-se dois indivíduos, em situações equiparáveis, que podem agir de forma DIFERENTE CONFORME seu grau de compromisso com valores sociais (Briar e Piliavin). Já em relação à Teoria da Contenção, tem-se que a sociedade produz uma série de estímulos, de pressões, que impelem o indivíduo para a conduta desviada. Todavia, tais impulsos são impedidos por certos mecanismos, internos ou externos, de contenção que lhes isolam positivamente. #Atenção: #MPGO-2010: #MPF-2013: #DPEPR-2012/2014: #DPESP-2013/2015: #DPESC-2017: #DPEAM-2018: #DPEMG-2019: #PCES-2019: #DPERJ-2021: #FCC: #FGV: Vejamos outras teorias sobre o controle social (control theorie): a) Teoria do enraizamento social: De Travis Hirschi (1935) em que todo indivíduo é um infrator potencial e só o medo do dano irreparável em suas relações interpessoais funciona como freio; b) Teoria do controle interior: Sustentada por Reiss e tem inequívocas conexões com a psicanálise e com a cibernética. Para o autor a delinquência é o resultado de uma relativa falta de normas e regras internalizadas, do desmoronar de controles existentes com anterioridade e/ou de um conflito entre regras e técnicas sociais. A desviação social é vista como a consequência funcional de controles pessoais e sociais débeis (fundamentalmente pelo fracasso dos grupos primários); c) Teoria da antecipação diferencial: para Glaser a decisão de cometer ou não um delito vem determinada pelas consequências que o autor antecipa, pelas expectativas que derivam de sua execução ou não-execução. O indivíduo se inclinaria pelo comportar delitivo quando de seu cometer derivar mais vantagens do que desvantagens, de forma a considerar seus vínculos com a ordem social, com outras pessoas ou suas experiências precedentes. E tais expectativas, por sua vez, dependeriam do maior ou menor contato de cada indivíduo com os modelos delitivos, isto é, da aprendizagem ou associação diferencial. (MPGO-2014): O Procurador de Justiça Rogério Greco preconiza que “no que diz respeito às ciências criminais propriamente ditas, serve a criminologia como mais um instrumento de análise do comportamento delitivo, das suas origens, dos motivos pelos quais se delinque, quem determina o que se punir, quando punir, como punir, bem como se pretende, com ela, buscar soluções que evitem ou mesmo diminuam o cometimento das infrações penais”. No contexto da seara criminológica, aponte a alternativa correta: A teoria de anomia, a teoria da associação diferencial e a escola de Chicago são consideradas teorias de consenso. #Atenção: #MPDFT-2011: #MPPR-2011: #MPGO-2014: #PCSC-2014: #DPESP-2012/2013/2015: #PCCE-2015: #PCPE-2016: #DPEPR-2012/2014/2017: #DPESC-2017: #DPU-2017: #PCMS-2017: #PF-2013/2018: #PCSP-2012/2013/2014/2018: #PCGO-2017/2018: #DPEAM-2018: #DPEMA-2018: #DPEPE-2018: #PCBA-2018: #PCRS-2018: #PCMA-2018: #PCSE-2018: #DPEMG-2019: #PCES-2019: #PCSE-2018/2020: #PCMG-2018/2021: #DPERJ-2021: #PCPA-2021: #PCPR-2021: #PCRN-2021: #DPEMT-2022: #PCPB-2022: #MPSC-2021/2023: #DPERO-2017/2023: #ACAFE: #AOCP: #CESPE: #FAPEMS: #FCC: #FGV: #Fumarc: #Fundatec: #UEG: #UFPR: #VUNESP: As teorias do consenso partem da premissa de que há uma universalidade de valores comungada por todos os componentes de uma sociedade, de tal sorte que as normas que tutelam tais valores consensuais são necessariamente justas e, dessa feita, aceitas por todos. Em outras palavras, as regras que determinam o convívio social representam a vontade da coletividade. As teorias do consenso também recebem o nome de teorias da integração e teorias funcionalistas, uma vez que partem da visão do funcionamento harmônico (funcionalismo) da sociedade, como se fosse uma máquina ou um organismo único (integração). Já as teorias do conflito pregam que a coesão e a ordem na sociedade são fundadas na força e na coerção. Na dominação por alguns e na sujeição de outros. Ignora-se a existência de acordos em torno de valores comuns. Têm inspiração marxista, na medida em que renegam a existência do consenso social, afirmando, ao contrário, que a sociedade está marcada pelo conflito de classes e que as normas vigentes são produto da imposição de classes dominantes que detêm o poder. Assim, a norma perde o caráter de vontade geral do povo e passa a representar a tradução jurídica da vontade da classe dominante que explora e oprime as outras classes. As escolas de matriz consensual têm as seguintes características: i) Escola de Chicago: essa escola desenvolveu as denominadas teorias ecológicas ou da desorganização social. Teve maior visibilidade nos anos 1920/1940, quando o processo acelerado de urbanização das grandes cidades estava proporcionando uma modificação considerável na realidade criminal. Segundo esta teoria, ordem social, estabilidade e integração contribuem para o controle social e a conformidade com as leis, enquanto a desordem e a má integração conduzem ao crime e à delinquência. Tal teoria propõe ainda que quanto menor a coesão e o sentimento de solidariedade entre o grupo, a comunidadeou a sociedade, maiores serão os índices de criminalidade; ii) Teoria da Anomia: Uma das mais tradicionais explicações de cunho sociológico acerca da criminalidade é a teoria da Anomia, de Merton (1938). Segundo essa abordagem, a motivação para a delinquência decorreria da impossibilidade de o indivíduo atingir metas desejadas por ele, como sucesso econômico ou status social; iii) Teoria da Associação Diferencial: É fundamental para uma compreensão mais abrangente e específica dos crimes associativos e, mais importante, do fenômeno do crime organizado. Foi introduzida pelo autor na edição de 1939 do livro "Principles of Criminology", criminologista norte-americano Edwin Sutherland, sofrendo modificação na edição de 1947, o qual se tornaria, segundo Sutherland, o mais influente manual em história de criminologia. Essa teoria esposa que uma razão fundamental auto-justificante (uma ideologia), tem dentre suas funções fornecer ao indivíduo razões que pareçam ser justas e justifiquem a continuidade da linha de atividade por ele iniciada. Edwin Sutherland defende que o crime decorre de um aprendizado por meio de comunicação entre as pessoas. Portanto, se um determinado indivíduo conviver em um ambiente hostil ou estiver exposto a uma atmosfera tendenciosa às práticas de ações ilícitas, é provável que ele venha a delinquir. Isso acontece porque um dos fatos geradores para que um crime seja cometido é, exatamente, a imitação de um comportamento. Portanto, as práticas delituosas são aprendidas e lapidadas. No entanto, o autor expõe que os crimes não são exclusivamente cometidos por uma determinada classe social. Pensa-se equivocadamente, portanto, que os crimes por associação aconteçam apenas a partir das classes localizadas na base da pirâmide social, uma vez que atos delituosos também são aprendidos e imitados pelas classes sociais mais altas. O que faz com que a incidência de crimes seja menor entre as classes mais abonadas é, entre outros fatores, o ambiente menos propício a ilicitudes. Por fim, conclui-se que o meio favorece ou desfavorece a prática de atos delituosos. iv) Subcultura delinquente: A ideia de subcultura delinquente foi consagrada por Albert Cohen, e pode ser resumida como um comportamento de transgressão que é determinado por um subsistema de conhecimento, crenças e atitudes que possibilitam, permitem ou determinam formas particulares de comportamento transgressor. Ou seja, os indivíduos que não possuem modelos morais tradicionais na família ou na comunidade em que vivem tendem a ser “contagiados” culturalmente por um grupo desviado, as chamadas “gangues”, sendo que estas irão impor seu próprio padrão moral. Assim, pode-se dizer que essas “gangues” formam subculturas criminais, sendo uma reação necessária de algumas minorias altamente desfavorecidas diante da exigência de sobreviver, de orientar-se dentro de uma estrutura social, apesar das limitadíssimas possibilidades legitimas de atuar. Segundo Albert Cohen, a subcultura delinquente caracteriza-se por três fatores: A) não utilitarismo da ação (condutas sem finalidade. Cometidas só pelo puro prazer as vezes); b) malícia da conduta (condutas são praticadas pela sensação de desafio); c) negativismo (significa a polaridade negativa ao conjunto de valores da sociedade obediente às normas sociais. Ou seja, as condutas delinquentes são corretas exatamente por serem contrárias às normas da cultura mais gerais). (MPSC-2021-CESPE): Com relação aos conceitos básicos das teorias criminológicas e aos movimentos atuais de política criminal, julgue o item a seguir: O fenômeno do crime organizado se ajusta aos fundamentos da teoria da associação diferencial, para a qual a conduta delitiva não é intrínseca às condições sociais ou a fatores outros como gênero, raça e idade do agente. #Atenção: A teoria da associação diferencial entende que o crime decorre do aprendizado e por esse motivo não tem relação (“intrínseca”) com os fatores apresentados no enunciado da questão (“gênero, raça e idade do agente”), pois qualquer pessoa pode aprender (por isso o nome da teoria). “Diga-me com quem andas e eu te direi quem tu és”. (MPSC-2021-CESPE): Com relação ao comportamento criminoso para as diferentes escolas criminais, julgue o item seguinte: A crise dos valores tradicionais e familiares, a alta mobilidade, a explosão demográfica e o enfraquecimento do controle social são considerados fatores criminógenos pela escola de Chicago. #Atenção: No contexto da Revolução Industrial, com o crescimento desordenado da cidade de Chicago e a expansão do centro para a periferia, a escola de Chicago começa a estudar os problemas sociais que vão surgindo. Nessa lógica, como as cidades estão maiores e cheias de gente, o controle social informal desaparece: como ninguém conhece o indivíduo em uma cidade grande, ele seria mais "livre" para praticar delitos, sem medo do julgamento social. Também se percebeu naquela época uma crise de valores tradicionais, assim como exposto no enunciado. #Atenção: Méritos da Escola de Chicago: Abriu um novo campo para a criminologia, que até então se preocupava com a pessoa do criminoso, rompendo com o positivismo criminológico. Até a Escola de Chicago, a solução proposta para o combate da criminalidade era centrada na pena. Aqui, por outro lado, já se verificam ideias de planejamento urbano, com políticas públicas de integração dos indivíduos marginalizados à sociedade. #Atenção: Críticas à Escola de Chicago: Se por um lado rompe com o positivismo, por outro traz um forte determinismo na análise da criminalidade com base em cada uma das zonas da cidade. (PCSE-2020-CESPE): No que se refere a criminologia, julgue o item a seguir: A teoria da associação diferencial, segundo a qual o indivíduo desenvolve seu comportamento individual com base nos exemplos e nas influências que possui, explica, de certa forma, o denominado crime de colarinho-branco. (PCMA-2018-CESPE): De acordo com a teoria de Sutherland, os crimes são cometidos por pessoas que convivem em grupos que realizam e legitimam ações criminosas. #Atenção: #PCMA-2018: #PCMG-2018/2021: #PCPA-2021: #PCPR-2021: #PCRN-2021: #AOCP: #FGV: #Fumarc: #CESPE: #UFPR: A associação diferencial é uma teoria criada no final da década de 30, pelo sociólogo Edwin H. Sutherland em apoio à lei “antitruste”, verificou que o crime não pode ser definido apenas como disfunção ou inadaptação das pessoas de classe menos favorecidas, pois, alguns comportamentos desviantes requerem conhecimento especializado, ou ainda habilidade de seu agente, o qual aprende tal conduta desviada e associa-se a ela. Para o sociólogo, o comportamento criminal é aprendido e não fruto da carga hereditária. Gangues urbanas ou grupos empresariais que fecham os olhos a fraudes, sonegação fiscal ou ao uso de informações privilegiadas do Mercado de Capitais, tirando proveito para si próprios, devem ser inseridos nesta categoria de criminosos. Assim, em 1939 cunha-se a expressão bite collar crimes (ou white collar crimes), identificadora dos crimes cometidos (com caráter inovador) no âmbito profissional de seus autores “diferenciados”, uma vez que apresentam pontos acentuados de divergência com os criminosos chamados comuns. Geralmente são pessoas abastadas financeiramente. - Portanto, não se pode dizer que o crime é uma forma de comportamento inadaptado das classes menos favorecidas. Não é exclusividade delas, porque assistimos a uma série de crimes de colarinho branco (sonegações, fraudes etc.), que são delitos praticados por pessoas de elevada estatura social e respeitadas no ambiente profissional (empresários, políticos, industriais etc.). (DPEAM-2018-FCC): Sobre as escolas criminológicas, é correto afirmar: A Escola de Chicago fomentou a utilização de métodos de pesquisa que propiciou o conhecimento da realidade da cidade antes de se estabelecer a política criminal adequada para intervenção estatal. #Atenção: É exatamente isso: A Escola de Chicago fez um estudo sociológico da cidade. Chicago era a terceira maior cidade dos Estados Unidosna época. Havia grande crescimento da população, da produção industrial, etc. Tudo isso foi levado em consideração antes de ser estabelecida a política criminal adequada para o local. (DPEAM-2018-FCC): O funcionalismo na criminologia defende que a pena tem como função a manutenção da coesão e harmonia social em um quadro social caracterizado pelo consenso. #Atenção: #PCMS-2017: #PF-2013/2018: #DPEAM-2018: #PCBA-2018: #PCRS-2018: #PCSE-2018: #PCSP-2018: #PCES-2019: #PCSE-2018/2020: #PCPA-2021: #PCPR-2021: #PCRN-2021: #AOCP: #FAPEMS: #CESPE: #FCC: #FGV: #Fundatec: #UFPR: #VUNESP: Sob a ótica da Criminologia, a Teoria do Consenso/Funcionalista/de Integração centra sua análise nas consequências do delito e defendem que a finalidade da sociedade é atingida quando as pessoas partilham objetivos comuns e aceitam as normas vigentes na sociedade, havendo o perfeito funcionamento das instituições. Assim, por meio do consenso, a sociedade se estrutura em elementos integrados, funcionais ou perenes, que asseguram a harmonia social. São exemplos da Teoria Funcionalista: Escola de Chicago, Teoria da Associação Diferencial, Teoria da Subcultura Delinquente, Teoria da Anomia. (PCSE-2018-CESPE): Em seu início, a sociologia criminal buscava associar a gênese delituosa a fatores biológicos. Posteriormente, ela passou a englobar as chamadas teorias macrossociológicas, que não se limitavam à análise do delito segundo uma visão do indivíduo ou de pequenos grupos, mas consideravam a sociedade como um todo. Tendo esse fragmento de texto como referência inicial, julgue o item a seguir, relativo a teorias sociológicas em criminologia: Na perspectiva macrossociológica, o pensamento criminológico moderno é influenciado por duas visões: a das teorias de consenso e a das teorias de conflito. (PCSP-2018-VUNESP): É considerada como teoria de consenso, criada pelo sociólogo Albert Cohen. Segundo Cohen, esta teoria se caracteriza por três fatores: não utilitarismo da ação; malícia da conduta e negativismo. Trata-se da seguinte teoria sociológica da criminalidade: subcultura delinquente. (PCSP-2018-VUNESP): É correto afirmar que Edwin H. Sutherland desenvolveu a teoria da associação diferencial. (DPERO-2017-VUNESP): É possível encontrar relatos em reportagens jornalísticas e em investigações criminais de situações em que teoricamente o poder do Estado não alcança, exemplo é a teoria de que organizações criminosas mantêm “códigos de condutas” próprios e que execuções de integrantes das facções são consideradas “justas” dada a gravidade das “infrações” praticadas dentro das citadas “regras”. Também é possível, ao ouvir uma música com a expressão “é melhor viver pouco como um rei do que muito como um Zé”, ter a ideia de que o crime compensaria, pois se fossem respeitadas as regras sociais, a maioria dos jovens não conseguiria alcançar uma condição de vida satisfatória diante da falta de oportunidades para a ascensão social. Os fatos sugeridos podem ser usados como exemplos de quais teorias criminológicas, também chamadas de teorias do consenso? Subcultura Delinquente e Anomia. (PCPE-2016-CESPE): Considerando que, conforme a doutrina, a moderna sociologia criminal apresenta teorias e esquemas explicativos do crime, assinale a opção correta acerca dos modelos sociológicos explicativos do delito: A Escola de Chicago, ao atentar para a mutação social das grandes cidades na análise empírica do delito, interessa-se em conhecer os mecanismos de aprendizagem e transmissão das culturas consideradas desviadas, por reconhecê-las como fatores de criminalidade. #Atenção: A Escola de Chicago, que alvorece no início do século XX, passa a mapear a incorrência de certas modalidades de criminalidade, tendo como referência os setores geográficos dos centros urbanos: é nos núcleos urbanos industrializados que se identifica a concentração dos mais elevados índices de criminalidade, por serem áreas muito deterioradas, pobres de infraestrutura, e com significativos níveis de desorganização social. E com base na Escola de Chicago que se faz uma análise sobre a expansão das cidades e o fenômeno da industrialização, de onde emergem novos fenômenos sociais, a partir das provocadas mudanças na ordem econômica, demográfica e espacial. Essa teoria tem na vida coletiva um processo adaptativo consistente de uma interação entre meio-ambiente, população e organização. Com efeito, conclui-se que o ser humano se comporta de acordo com as condições socioambientais que lhes são apresentadas. Com efeito, o crime não é considerado um fenômeno individual, mas ecológico/ambiental, no sentido de que o ambiente compreende os aspectos físico, social e cultural da atividade humana. Sugere-se, a partir daí que os poderes públicos devem intervir nessas áreas marginalizadas, por meio com programas de reordenação urbana, melhoria de infraestrutura e disponibilizando serviços públicos básicos. A prevenção do delito (de caráter secundário) também deve se dar por meio da reestruturação urbana dos bairros a fim de neutralizar o risco criminógeno ou vitimário dos habitantes de certos por meio de medidas de melhoramento da mobilidade às residências e locais de trabalho, melhorias na iluminação, no sistema de transporte público e da criação de pontos de policiamento. Essas medidas, além de refrear o crime, pois possibilitariam alternativa de florescimento aos habitantes de áreas antes deterioradas. também criam barreiras e riscos ao potencial delinquente. (PCSP-2014-VUNESP): Pode-se afirmar que o pensamento criminológico moderno é influenciado por uma visão de cunho funcionalista e uma de cunho argumentativo, que possuem, como exemplos, a Escola de Chicago e a Teoria Crítica, respectivamente. Essas visões também são conhecidas como teorias do consenso e do conflito. (DPEPR-2012-FCC): Com o surgimento das Teorias Sociológicas da Criminalidade (ou Teorias Macrossociológicas da Criminalidade), houve uma repartição marcante das pesquisas criminológicas em dois grupos principais. Essa divisão leva em consideração, principalmente, a forma como os sociólogos encaram a composição da sociedade: Consensual (Teorias do consenso, funcionalistas ou da integração) ou Conflitual (Teorias do conflito social). Neste contexto são consideradas Teorias Consensuais: Escola de Chicago, Teoria da Anomia e Teoria da Associação Diferencial. (MPDFT-2011): Assinale a alternativa correta: A teoria da anomia e a teoria da subcultura representam exemplos do paradigma criminológico etiológico sociocultural. #Atenção: Compreendem teorias que buscam explicar a criminalidade a partir da compreensão da organização sociocultural e a influência desta perante àquela. (MPPR-2011): No entendimento dos doutrinadores da criminologia crítica, o princípio da culpabilidade é questionado a partir da teoria das subculturas, segundo a qual o comportamento humano não representa a expressão de uma atitude interior dirigida contra o valor que tutela a norma penal, pois não existe apenas o sistema de valor oficial, mas uma série de subsistemas de valores decorrentes dos mecanismos de socialização e de aprendizagem dos grupos e do ambiente em que o indivíduo se encontra inserto. (PCSP-2014-VUNESP): A moderna Sociologia Criminal possui visão bipartida do pensamento criminológico atual, sendo uma de cunho funcionalista e outra de cunho argumentativo. Trata-se das teorias do consenso e do conflito. #Atenção: #PCSP-2013/2014: #PCPE-2016: #PCBA-2018: #PCGO-2018: #PCMA-2018: #PCMG-2018: #PCPI-2018: #PCRS-2018: #PCSE-2018: #PCES-2019: #PCPR-2021: #PCRN-2021: #CESPE: #FGV: #Fumarc: #Fundatec: #UEG: #UFPR: #VUNESP: Segundo Nestor Sampaio Penteado Filho em seu Manual Esquemático de Criminologia (São Paulo: Saraiva, 2010, p. 50), a moderna Sociologia Criminal influencia-se por duas visões distintas: as teorias do consenso, de cunho funcionalista, denominada teoria de integração; e as teorias do conflito, de cunho argumentativo. A criminologia tradicional tinha por base o consenso: o conceito legal de delito, não é questionado; as teorias etiológicasda criminalidade; o princípio da diversidade (patológica) do homem delinquente (e da disfuncionalidade do comportamento criminal) e os fins conferidos à pena, como resposta justa e útil ao delito. Estes constituíam os quatros pilares mais destacados desse modelo criminológico. A Nova Criminologia, no entanto, põe em xeque a ideia de que as normas de convívio social derivam de certo consenso em torno de valores e objetivos comuns. Daí surge a "Sociologia do Conflito", que apregoa que a “Sociologia do Consenso” seria uma mera ficção erigida com a finalidade de legitimar a ordem social. Na realidade, essa ordem social seria produto não de consenso, mas do conflito de interesses de grupos antagônicos, prevalecendo a vontade daqueles que lograram exercer maior dominação. (PCSE-2018-CESPE): Em seu início, a sociologia criminal buscava associar a gênese delituosa a fatores biológicos. Posteriormente, ela passou a englobar as chamadas teorias macrossociológicas, que não se limitavam à análise do delito segundo uma visão do indivíduo ou de pequenos grupos, mas consideravam a sociedade como um todo. Tendo esse fragmento de texto como referência inicial, julgue o item a seguir, relativo a teorias sociológicas em criminologia: Na perspectiva macrossociológica, o pensamento criminológico moderno é influenciado por duas visões: a das teorias de consenso e a das teorias de conflito. (MPF-2013): Para a moderna vitimologia, nem sempre a vítima possui um papel neutro ou involuntário na dinâmica do fato criminoso, razão pela qual existiriam fatores de predisposição vitimal, podendo- se, através de estudos empíricos, efetuar uma melhor prevenção do crime, não por intermédio da abstenção do infrator, mas por uma mudança de atitude da vítima em potencial. (PCGO-2018-UEG): Sobre a Criminologia, desde a perspectiva de seu conceito, métodos e objetos, tem-se o seguinte: A primeira referência teórica e metodológica para a realização de estudos criminológicos sobre formas de ativismo político urbano identificados com o chamado movimento punk é a obra Outsiders: studies in the sociology of deviance (Outsiders: estudo de sociologia do desvio), de Howard Becker, a partir dos estudos que realiza entre grupos consumidores de maconha e músicos de jazz, na década de 50, nos Estados Unidos. #Atenção: Apontamentos sobre o tema exigido na questão acima: – OUTSIDERS em português significa: Indivíduo que não pertence a um grupo determinado – O livro escrito por Howard Becker dá uma nova interpretação sobre o "COMPORTAMENTO SOCIAL PATOLÓGICO". – Uma pesquisa feita entre usuários de maconha e músico de jazz, o autor introduz a noção de OUTSIDERS para abranger uma série de grupos, cujo o comportamento é considerado desviante pela sociedade "normal". – Escrito com paixão e habilidade, THE OUTSIDERS propunha a existência, entre nós, de um determinado tipo de indivíduo, cuja principal característica seria o fato de possuir a sensação íntima de que seus valores não correspondiam aos de nossa sociedade, de que se encontrava desconectado do mundo moderno e de que a vida era muito mais fascinante do que seus contemporâneos demonstravam perceber. – Descontentes com os caminhos tradicionais estabelecidos pela sociedade, tais pessoas tentariam, não sem riscos, construir seus próprios caminhos de forma criativa, produzindo arte e ideias pouco usuais durante sua trajetória pessoal. (PCRN-2021-FGV): Vários estudos indicam que a população carcerária brasileira é formada essencialmente por jovens pretos e pardos, com baixa escolaridade e processados por delitos patrimoniais e relacionados ao tráfico de drogas. Parte da criminologia analisa essa dinâmica através das noções: de criminalização primária, criminalização secundária e seletividade do sistema penal, propostas pela criminologia crítica. #Atenção: A Labelling Approach (etiquetamento, rotulação, interacionismo simbólico) e a Teoria Crítica (radical) são teorias críticas, com fundamentos Marxistas que entendem que a harmonização da sociedade decorre da força e da coerção, da relação entre dominante e dominado. Enquanto a Labelling Approach diz que a sociedade estipula quais são as condutas desviantes e enquadra quem pratica tais atos em etiquetas sociais, que fazem com que a pessoa "assuma aquele papel" a evolução dessa teoria (que é a teoria radical) diz que o problema é o capitalismo e o direito penal e sua relação com a sociedade, por apenas investigar e punir apenas aqueles que estão na posição base da pirâmide social. Agora passo a explicação da questão acima: Trata-se, então, de teorias com bases críticas - não tem base nas teorias do consenso - e decorre do processo de criminalização primária (o legislador escolhendo quais condutas incriminar, segundo Zaffaroni), criminalização secundária (o efetivo exercício do direito de punir em pessoas concretas) e da seletividade penal (que Zaffaroni também entende ser um processo de violência, criminalização de classes menos favorecidas, notadamente pretos e pobres...). Sobre o tema, Eduardo Viana explica: “(...) Teoria da criminalização secundária (Zaffaroni, Alagia e Slokar): O sistema de Administração de Justiça atuaria de forma altamente seletiva no sentido de que nem todo mundo e nem todos os delitos têm as mesmas possibilidades de ser etiquetados como criminosos, ainda que se trate de atos de criminalização primária. O programa punitivo estabelecido pela criminalização primária é tão extenso que simplesmente não é possível a persecução de todos os delitos que se cometem: "a imunidade é a regra, a criminalização secundária a exceção". A consequência, portanto, é que a criminalização secundária é altamente seletiva. Isto significa que a criminalização secundária se concentraria sobretudo nos delitos mais simples e, portanto, mais fáceis de se detectar e processar; além disso, os aparatados do controle social focam nos indivíduos com menos poder, pois são mais vulneráveis e com menos possibilidades de proteger-se e evitar o seu etiquetamento. Isso explicaria por que os delitos sofisticados e realizados por pessoas com poder econômico tendem a não ser perseguidos. A criminalização secundária, portanto, é responsável por construir o estereotipo de quem é o delinquente e dito estereótipo se impõe em uma comunidade. (...)” (Fonte: Viana, Eduardo. Criminologia - 6. ed. Salvador: JusPODIVM, 2018. fl. 358). Ainda sobre o assunto, Raúl Zaffaroni leciona: “(...) 1. Los hechos más groseros cometidos por personas sin acceso positivo a la comunicación terminan siendo proyectados por ésta como los únicos delitos y las personas seleccionadas como los únicos delincuentes. Esto último les proporciona una imagen comunicacional negativa, que contribuye a crear un estereotipo en el imaginario colectivo. Por tratarse de personas desvaloradas, es posible asociarles todas las cargas negativas que existen en la sociedad en forma de. prejuicio, lo que termina fijando una imagen pública del delincuente, con componentes clasistas, racistas, etarios, de género y estéticos. El estereotipo acaba siendo el principal criterio selectivo de criminalización secundaria, por lo cual son observables ciertas regularidades de la población penitenciaria asociadas a desvalores estéticos (personas feas) que el biologismo criminológico consideró como causas del delito, cuando en realidad son causas de la criminalización, aunque terminen siendo causa del delito cuando la persona acaba asumiendo el rol asociado al estereotipo (en el llamado efecto reproductor de la criminalización o desviación secundaria) (...) (...) La comunicación social proyecta una imagen particular del resultado más notorio de la criminalización secundaria -la prisionización-, dando lugar a que en el imaginario público las prisiones se hallen pobladas por autores de hechos graves, como homicidios, violaciones, etc. (los llamados delitos naturales), cuando en realidad la gran mayoría de los prisionizados lo son por delitos groseros cometidos con fin lucrativo (delitos burdos contra la propiedad y tráfico minoristade tóxicos, es decir, operas toscas de la criminalidad). (...)” (Zaffaroni, Eugenio Raúl. Derecho Penal: parte general. 2ª ed. Buenos aires: Ediar Editora, 2002. fl. 9) (DPESC-2017-FCC): A teoria do labelling approach tem o interacionismo simbólico na sociologia como forte influência para seu desenvolvimento em ruptura aos modelos de consenso até então imperantes na criminologia. #Atenção: #DPEPR-2012/2014: #PCSP-2010/2012/2014: #PCSC-2014: #DPESP-2013/2015: #MPDFT-2015: #PCPE-2016: #DPESC-2017: #PF-2013/2018: #PCGO-2017/2018: #DPEAM-2018: #DPEPE-2018: #PCBA-2018: #PCMA-2018: #PCMG-2018: #PCPI-2018: #PCRS-2018: #PCSE-2018: #DPEMG-2019: #PCES-2019: #MPSC-2013/2021: #PCMS-2021: #PCPA-2021: #PCPR-2021: #PCRN-2021: #DPEMT-2022: #DPERO-2017/2023: #ACAFE: #AOCP: #CESPE: #FAPEC: #FCC: #FGV: #Fumarc: #Fundatec: #UEG: #UFPR: #VUNESP: Os principais postulados do labelling aproach são: 1) Interacionismo simbólico e construtivismo social (o conceito que um indivíduo tem de si mesmo, de sua sociedade e da situação que nela representa, é ponto importante do significado genuíno da conduta criminal); 2) Introspecção simpatizante como técnica de aproximação da realidade criminal para compreendê-la a partir do mundo do desviado e captar o verdadeiro sentido que ele atribui a sua conduta; 3) Natureza “definitorial” do delito (o caráter delitivo de uma conduta e de seu autor depende de certos processos sociais de definição, que lhe atribuem tal caráter, e de seleção, que etiquetaram o autor como delinquente); 4) Caráter constitutivo do controle social (a criminalidade é criada pelo controle social); 5) Seletividade e discriminatoriedade do controle social (o controle social é altamente discriminatório e seletivo); 6) Efeito criminógeno da pena (potencializa e perpetua a desviação, consolidando o desviado em um status de delinquente, gerando estereótipos e etiologias que se supõe que pretende evitar. O condenado assume uma nova imagem de si mesmo, redefinindo sua personalidade em torno do papel de desviado, desencadeando-se a denominada desviação secundária. 7) Paradigma de controle (processo de definição e seleção que atribui a etiqueta de delinquente a um indivíduo)." (Fonte: http://www.investidura.com.br/sobre-investidura/3368) (MPSC-2013): Os principais postulados do labelling approach são o interacionismo simbólico e construtivismo social; a introspecção simpatizante como técnica de aproximação da realidade criminal para compreendê-la a partir do mundo do desviado e captar o verdadeiro sentido que ele atribui a sua conduta; a natureza “definitorial” do delito; o caráter constitutivo do controle social; a seletividade e discriminatoriedade do controle social; o efeito criminógeno da pena e o paradigma do controle. #Atenção: #MPPR-2012: #DPESP-2013: #PCSP-2010/2012/2014: #DPEPR-2012/2014: #PCSC-2014: #PCCE-2015: #PCPE-2016: #DPESC-2017: #PF-2013/2018: #PCGO-2017/2018: #DPEAM-2018: #DPEPE-2018: #PCBA-2018: #PCMA-2018: #PCMG-2018: #PCPI-2018: #PCRS-2018: #PCSE-2018: #DPEMG-2019: #PCES-2019: #MPSC-2013/2021: #PCPA-2021: #PCPR-2021: #PCRN-2021: #DPEMT-2022: #DPERO-2017/2023: #ACAFE: #AOCP: #CESPE: #FCC: #FGV: #Fumarc: #Fundatec: #UEG: #UFPR: #VUNESP: “Em 1984, as leis 7.209/84 e 7.210/84 operaram modificações sensíveis na parte geral do código penal, reformulando-a. No tocante à introdução de institutos com fundamentos na principiologia do labelling, a medida mais importante foi a instituição do regime progressivo de cumprimento da pena privativa de liberdade previsto no § 2º do art. 33 do código penal. A lei 7.210/8437, com redação modificada pela lei 10.792/03, no que se refere aos requisitos para a progressão de regime, determinou: Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. A leitura desses dispositivos permite observar que o legislador de 1984 incorporou as idéias do labelling, e concebeu o regime progressivo como uma forma de reinserir gradativamente o condenado no meio social, mitigando o inevitável processo de estigmatização por este sofrido.” (Fonte: http://www.publicadireito.com.br/conpedi/manaus/arquivos/anais/salvador/sergio_reis_coelho.pdf). #Atenção: #MPPR-2012: #DPESP-2013: #DPEPR-2012/2014: #PCSC-2014: #PCCE-2015: #PCPE-2016: #DPESC-2017: #PF-2013/2018: #PCSP-2010/2012/2014/2018: #PCGO-2017/2018: #DPEAM-2018: #DPEPE-2018: #PCBA-2018: #PCMA-2018: #PCMG-2018: #PCPI-2018: #PCRS-2018: #PCSE-2018: #DPEMG-2019: #PCES-2019: #MPSC-2013/2021: #PCMS-2021: #PCPA-2021: #PCPR-2021: #PCRN-2021: #DPEMT-2022: #DPERO-2017/2023: #ACAFE: #AOCP: #CESPE: #FAPEC: #FCC: #FGV: #Fumarc: #Fundatec: #UEG: #UFPR: #VUNESP: A concepção criminológica do labelling approach - que emergiu na década de 60 - desloca o objeto da investigação científica do crime, do criminoso e da pena para o sistema penal, buscando atribuir a este a produção das condições da criminalidade, ao contrário do paradigma etiológico, que concebia estas categorias como ontológicas e pré-constituídas" (BISSOLI FILHO, p. VI). “O labelling approach ou teoria do “etiquetamento social" demonstra que as condutas tuteladas pela lei penal não são lógicas, tal constatação está muito distante do saber dogmático e mais próximo do entendimento crítico da sociologia. Verificamos isso no saber dogmático, assim como nas instâncias oficiais de investigação e aplicação da Lei. Podemos afirmar que furtar é crime, porém, se o furto for praticado por uma pessoa rica que poderia facilmente comprar o produto furtado, seria considerado distração e etc. Esse fato traduz que o criminoso é selecionado pelas características do meio o qual está inserido, e não pela conduta criminosa, portanto, o sistema punitivo não combate a criminalidade, mas atribui rótulos através de uma convenção discursiva”. (Fontes: i) BISSOLI FILHO, Francisco. O ESTIGMA DA CRIMINALIZAÇÃO NO SISTEMA PENAL BRASILEIRO: DOS ANTECEDENTES À REINCIDÊNCIA CRIMINAL. 1997. 360 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Direito, Centro de Ciências Jurídicas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1997; ii) CARDOSO, Fabio Fettuccia. O criminoso segundo a teoria do "labelling approach". 2015. Disponível em: <http://fabiofettuccia.jusbrasil.com.br/artigos/175...>.) #Parêntese: #Atenção: #PCCE-2015: #PCPE-2016: #DPEPR-2017: #DPERO-2017: #DPESC-2017: #PF-2013/2018: #PCSP-2010/2012/2014/2018: #DPEPE-2018: #PCBA-2018: #PCGO-2018: #PCMA-2018: #PCMG-2018: #PCRS-2018: #PCES-2019: #PCMS-2021: #PCPA-2021: #PCPR-2021: #PCRN-2021: #DPEMT-2022: #AOCP: #CESPE: #FAPEC: #FCC: #FGV: #Fumarc: #Fundatec: #UEG: #UFPR: #VUNESP: “Profecia autorrealizável”: Relaciona-se à Escola de Chicago e à Teoria do Etiquetamento, defendida por Becker na obra “Outsiders”. O sujeito marginalizado pela sociedade (já estigmatizado/rotulado pela sociedade como delinquente) assume para si esse "rótulo" (de criminoso, vagabundo, vadio...), o que gera uma profecia autorrealizável, isto é, ao assumir o rótulo fictício, esse se concretiza. Uma profecia autorrealizável ou autorrealizada é um prognóstico que, ao se tornar uma crença, provoca a sua própria concretização. Quando as pessoas esperam ou acreditam que algo acontecerá, agem como se a profecia ou previsão já fosse real e assim a previsão acaba por se realizar efetivamente. Ou seja, ao ser assumida como verdadeira - embora seja falsa - uma previsão pode influenciar o comportamento das pessoas, seja por medo ou por confusão lógica, de modo que a reação delas acaba por tornar a profecia real. A expressão foi cunhada pelo sociólogo Robert K. Merton, que elaborou o conceito (self-fulfilling prophecy) no seu livro Social Theory and Social Structure, publicado em 1949[1]. Merton estudou a corrida aos bancos, verificando que, quando se difunde o boato de que um banco está em dificuldades, os correntistasapressam-se em retirar os valores ali depositados e liquidar outros negócios, de modo que o banco acaba mesmo falindo. Nas palavras de Merton: “A profecia autorrealizável é, no início, uma definição falsa da situação, que suscita um novo comportamento e assim faz com que a concepção originalmente falsa se torne verdadeira.” (Fonte: Wikipédia). (MPBA-2015): Analise a seguinte assertiva acerca da criminologia: A teoria do etiquetamento, idealizada por Howard Becker, defende que o sistema penal é seletivo quanto ao estabelecimento da população criminosa, proporcionando que a lei penal recaia com maior ênfase apenas sobre determinadas camadas da população, geralmente camadas marginalizadas pela sociedade. #Atenção: #PCSC-2014: #MPBA-2015: #DPESP-2012/2013/2015: #PCCE-2015: #PCPE-2016: #DPEPR-2014/2017: #PF-2013/2018: #PCSP-2010/2012/2013/2014/2018: #PCGO-2017/2018: #DPEAM-2018: #PCBA-2018: #PCMA-2018: #PCMG-2018: #PCPI-2018: #PCRS-2018: #PCSE-2018: #DPEMG-2019: #PCES-2019: #MPSC-2013/2021: #PCMS-2021: #PCPA-2021: #PCPR-2021: #PCRN-2021: #PCPB-2022: #DPERO-2017/2023: #ACAFE: #AOCP: #CESPE: #FAPEC: #FCC: #FGV: #Fumarc: #Fundatec: #UEG: #UFPR: #VUNESP: Principais expoentes da teoria do Etiquetamento: Erving Goffman, Howard Becker, Garfinkel, Erikson, Cicourek, Schur e Sack. Também conhecida por outros nomes, como teoria da rotulação social ou etiquetagem, ou ainda, teoria interacionista ou da reação social, nasceu nos EUA, na década de 60, e encontra-se fundada na ideia de que a intervenção da justiça na esfera criminal pode acentuar a criminalidade. Esta Teoria foi inicialmente firmada por Howard Becker e Erving Goffman, que entendiam que a criminalidade não devia ser lida como a qualidade de determinada conduta, mas sim como o resultado de um processo através do qual se atribui esta qualidade (um processo de estigmatização). Em outras palavras, o criminoso é apenas um rótulo, uma etiqueta que a sociedade dá a alguém, e que por este é recebida e incorporada. Dentro da Teoria da “labeling approach” coexiste duas perspectivas: uma radical e outra moderada. A tendência radical exacerba a função constitutiva ou criadora de criminalidade exercida pelo controle social: o crime é uma etiqueta que a polícia, os promotores e os juízes colocam sobre o infrator, independentemente de sua conduta ou merecimento.[footnoteRef:11] [11: #Atenção: #PF-2013: #PCPR-2021: #CESPE: #UFPR: A Criminologia Interacionista ou Labeling Approach não é voltada ao crime e ao delinquente, mas, sim, à prevenção e não meios de reação à criminalidade. Nela não se indaga o porquê da pessoa tornar-se criminosa, mas sim o porquê a sociedade a rotula como delinquente, e quais são as consequências punitivas a elas. HANS BECKER, sociólogo norte-americano. é considerado o fundador do interacionismo criminológico.] #Atenção: #PCSC-2014: #MPBA-2015: #DPESP-2012/2013/2015: #PCCE-2015: #PCPE-2016: #DPEPR-2014/2017: #DPESC-2017: #PF-2013/2018: #PCSP-2010/2012/2013/2014/2018: #PCGO-2017/2018: #DPEAM-2018: #DPEPE-2018: #PCBA-2018: #PCMA-2018: #PCMG-2018: #PCPI-2018: #PCRS-2018: #PCSE-2018: #DPEMG-2019: #Cartórios/TJDFT-2019: #PCES-2019: #MPSC-2013/2021: #PCMS-2021: #PCPA-2021: #PCPR-2021: #PCRN-2021: #DPEMT-2022: #PCPB-2022: #DPERO-2017/2023: #ACAFE: #AOCP: #CESPE: #FAPEC: #FCC: #FGV: #Fumarc: #Fundatec: #UEG: #UFPR: #VUNESP: Com efeito, a teoria do labelling approach, teoria do Etiquetamento Social ou teoria Rotulação, surge na década de 1960 e considera que as questões centrais da teoria e da prática criminológicas não se relacionam ao crime e ao delinquente, mas, particularmente, ao sistema de controle adotado pelo Estado, no campo preventivo, no campo normativo e na seleção dos meios de reação à criminalidade. No lugar de se indagar os motivos pelos quais as pessoas se tornam criminosas, deve-se buscar explicações sobre os motivos pelos quais determinadas pessoas são estigmatizadas como delinquentes, qual a fonte da legitimidade e as consequências da punição imposta a essas pessoas. São os critérios ou mecanismos de seleção das instâncias de controle que importam, e não dar primazia aos motivos da delinquência. (DPEMG-2019): Analise o trecho a seguir: “De acordo com o Infopen, um sistema de informações estatísticas do sistema penitenciário brasileiro desenvolvido pelo Ministério da Justiça, o Brasil tem a quarta maior população carcerária do mundo. São aproximadamente 700 mil presos sem a infraestrutura para comportar este número. A realidade é de celas superlotadas, alimentação precária e violência. Situação que faz do sistema carcerário um grave problema social e de segurança pública. Além da precariedade do sistema carcerário, as políticas de encarceramento e aumento de pena se voltam, via de regra, contra a população negra e pobre. Entre os presos, 61,7% são pretos ou pardos. Vale lembrar que 53,63% da população brasileira têm essa característica. Os brancos, inversamente, são 37,22% dos presos, enquanto são 45,48% na população em geral. E, ainda, de acordo com o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), em 2014, 75% dos encarcerados têm até o ensino fundamental completo, um indicador de baixa renda.” Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/cdhm/noticias/>. Acesso em: 17 jan. 2019. Entre as Teorias Macrossociológicas da Criminalidade, qual alternativa a seguir melhor identifica a realidade do sistema penal e carcerário brasileiro, de acordo com o trecho citado? Teoria do Etiquetamento, classificada como uma teoria de conflito. Afirma que a criminalidade não é uma qualidade da conduta humana, mas a consequência de um processo em que se atribui ao indivíduo tal “adjetivo”, principalmente pelas instâncias formais de controle social. (DPEAM-2018-FCC): Ficaria claro, com ele, que a maneira pela qual as sociedades e suas instituições reagem diante de um fato é mais determinante para defini-lo como delitivo ou desviado do que a própria natureza do fato (...). (Adaptado de: ANITUA, Gabriel Ignacio. Histórias dos pensamentos criminológicos. Rio de Janeiro: Revan, 2008, p. 588). A teoria criminológica descrita na passagem acima é conhecida por Reação Social. #Atenção: #PCSC-2014: #PCCE-2015: #PCPE-2016: #DPEPR-2014/2017: #DPESC-2017: #PF-2013/2018: #PCSP-2010/2012/2013/2014/2018: #PCGO-2017/2018: #DPEAM-2018: #DPEPE-2018: #PCBA-2018: #PCMA-2018: #PCMG-2018: #PCPI-2018: #PCRS-2018: #PCSE-2018: #DPEMG-2019: #Cartórios/TJDFT-2019: #PCES-2019: #MPSC-2013/2021: #PCMS-2021: #PCPA-2021: #PCPR-2021: #PCRN-2021: #DPEMT-2022: #PCPB-2022: #DPERO-2017/2023: #ACAFE: #AOCP: #CESPE: #FAPEC: #FCC: #FGV: #Fumarc: #Fundatec: #UEG: #UFPR: #VUNESP: Teoria da rotulação / etiquetamento / interacionomismo simbólico/ reação social/ Labeling approach: a causa da criminalidade é o sistema de controle adotado pelo Estado, tanto no campo preventivo, normativo e na seleção dos meios de reação à criminalidade. Idealizada por Erving Goffman e Howard Becker. O criminoso só se diferencia do homem comum em razão do rótulo que recebe, esse rótulo é adquirido na criminalização primária, que sua vez gera a criminalização secundária (reincidência). Segundo os precursores da referida teoria - Erving Goffman e Howard Becker - a criminalidade não é uma qualidade da conduta humana, mas a consequência de um processo em que se atribui tal qualidade – estigmatização. (PCRN-2021-FGV): No livro “Criminologia crítica e crítica do Direito Penal” Alessandro Baratta, ao apresentar determinada perspectiva teórica, explica que, para seus autores, perguntas centrais seriam aquelas dizendo respeito a “quem definido como desviante?” “que efeito decorre desta definição sobre o indivíduo?” e “quem define quem?”. O trecho citado se refere à perspectiva criminológica da teoria do(a): etiquetamento social. #Atenção: Alessandro Baratta explica: “Os criminólogos tradicionais examinam problemas do tipo "quem é criminoso?", "como se torna desviante?", "em quais condições um condenado se torna reincidente?", "com que meios -se pode exercer controle sobreo criminoso?". Ao contrário, os interacionistas, como em geral os autores que se inspiram no labeling approach, se perguntam: quem é definido como desviante?", "que efeito deçorre desta definição sobre o indivíduo?", "em que condições este indivíduo pode se tornar objeto de uma definição?" e, enfim, “quem define quem?”.” (BARATA, 2013, pp. 88-89) (PCRS-2018-Fundatec): A afirmação criminológica “(...) o desvio não é uma qualidade do ato cometido pela pessoa, senão uma consequência da aplicação que os outros fazem das regras e sanções para um ‘ofensor”’ tem por função indagar: Quem é definido por desviante? #Atenção: Esta tese, da qual provém sua própria denominação (“etiquetamento”, “rotulação”) se encontra definitivamente formulada na obra de BECKER (1971, p.19) nos seguintes termos: “Os grupos sociais criam o desvio ao fazer as regras cuja infração constitui o desvio e aplicar ditas regras a certas pessoas em particular e qualificá-las de marginais (estranhos). Desde este ponto de vista, o desvio não é uma qualidade do ato cometido pela pessoa, senão uma consequência da aplicação que os outros fazem das regras e sanções para um “ofensor”. O desviante é uma pessoa a quem se pode aplicar com êxito dita qualificação (etiqueta); a conduta desviante é a conduta assim chamada pela gente.” (Fonte: SISTEMA PENAL MÁXIMO x CIDADANIA MÍNIMA, Códigos da violência na era da globalização, Vera Regina Pereira de Andrade [Santa Catarina]). (PCRS-2018-Fundatec): A partir da Modernidade, constituíram-se os movimentos e as escolas criminológicas que se concentraram no estudo da criminalidade e da criminalização dos comportamentos, levando em consideração a causa dos delitos. Fatores como a biotipologia humana e o meio ambiente são associados à prática dos delitos. Todavia, pode-se afirmar que uma teoria, em especial, rompe com esse padrão e não recai na análise causal do delito, mas, sim, na análise dos processos de criminalização e do funcionamento das agências de punitividade. Tal teoria é a: Do etiquetamento. #Atenção: #PCGO-2018: #PCRS-2018: #PF-2018: #PCPA-2021: #PCPR-2021: #PCRN-2021: #AOCP: #CESPE: #FGV: #Fundatec: #UEG: #UFPR: A teoria do labelling approach (interacionismo simbólico, etiquetamento, rotulação ou reação social) é uma das mais importantes teorias de conflito. Surgida nos anos 1960, nos Estados Unidos, seus principais expoentes foram Erving Goffman e Howard Becker. Por meio dessa teoria ou enfoque, a criminalidade não é uma qualidade da conduta humana, mas a consequência de um processo em que se atribui tal “qualidade” (estigmatização). Assim, o criminoso apenas se diferencia do homem comum em razão do estigma que sofre e do rótulo que recebe. Por isso, o tema central desse enfoque é o processo de interação em que o indivíduo é chamado de criminoso. Sustenta-se que o desvio primário produz a etiqueta ou rótulo, que por sua vez produz o desvio secundário (reincidência). A etiqueta ou rótulo (materializados em atestado de antecedentes, folha corrida criminal, divulgação de jornais sensacionalistas etc.) acaba por impregnar o indivíduo, causando a expectativa social de que a conduta venha a ser praticada, perpetuando o comportamento delinquente e aproximando os indivíduos rotulados uns dos outros. Uma vez condenado, o indivíduo ingressa numa “instituição” (presídio), que gerará um processo institucionalizador, com seu afastamento da sociedade, rotinas do cárcere etc. Uma versão mais radical dessa teoria anota que a criminalidade é apenas a etiqueta aplicada por policiais, promotores, juízes criminais, isto é, pelas instâncias formais de controle social. Outros, menos radicais, entendem que o etiquetamento não se acha apenas na instância formal de controle, mas também no controle informal, no interacionismo simbólico na família e escola (“irmão ovelha negra”, “estudante rebelde” etc.). As consequências políticas da teoria do labelling approach são reduzidas àquilo que se convencionou chamar “política dos quatro Ds” (Descriminalização, Diversificação, Devido processo legal e Desinstitucionalização). No plano jurídico-penal, os efeitos criminológicos dessa teoria se deram no sentido da prudente não intervenção ou do direito penal mínimo. Existe uma tendência garantista, de não prisionização, de progressão dos regimes de pena, de abolitio criminis, etc. (PCPA-2021-AOCP): De acordo com a teoria do labelling approach, assinale a alternativa correta: Diferencia-se o delinquente do homem comum apenas em razão do estigma que lhe é socialmente imputado. (PCPR-2021-UFPR): É correto afirmar que o Labelling Approach: assume que o crime decorre de um processo de construção social, ou seja, da atribuição da etiqueta de desviante a determinados indivíduos por meio da interação social. (PF-2018-CESPE): Julgue o item a seguir, relativos a modelos teóricos da criminologia: Para a teoria da reação social, o delinquente é fruto de uma construção social, e a causa dos delitos é a própria lei; segundo essa teoria, o próprio sistema e sua reação às condutas desviantes, por meio do exercício de controle social, definem o que se entende por criminalidade. #Atenção: O labelling approach ou teoria do etiquetamento social demonstra que as condutas tuteladas pela lei penal não são lógicas, tal constatação está muito distante do saber dogmático e mais próximo do entendimento crítico da sociologia. A Teoria do Labelling Approach surge como um novo paradigma criminológico, resultado de mudanças sociocriminais que sofreu o direito penal. Ele foi chamado de paradigma da reação social, pois critica o antigo paradigma etiológico, que analisava o criminoso segundo suas características individuais. (DPEPR-2017-FCC): A criminologia da reação social concentra seus estudos nos processos de criminalização. (PCPE-2016-CESPE): Acerca dos modelos teóricos explicativos do crime, oriundos das teorias específicas que, na evolução da história, buscaram entender o comportamento humano propulsor do crime, assinale a opção correta: Entre os modelos teóricos explicativos da criminologia, o conceito definitorial de delito afirma que, segundo a teoria do labeling approach, o delito carece de consistência material, sendo um processo de reação social, arbitrário e discriminatório de seleção do comportamento desviado. #Atenção: Segundo Luiz Regis Prado em seu Curso de Criminologia, “o enfoque do etiquetamento quer dizer basicamente duas coisas. Em primeiro lugar, que não existe quase nenhum ato que seja delitivo em si, mas delitivo ou desviado é aquilo que se define como tal pela comunidade oi pelos órgãos dos Sistema e de Administração da Justiça.” (DPEPR-2014-UFPR): Em relação às distintas teorias criminológicas, a ideia de que o “desviante” é, na verdade, alguém a quem o rótulo social de criminoso foi aplicado com sucesso foi desenvolvida pela Teoria da reação social ou Labelling Approach. (PCSP-2014-VUNESP): A teoria do labelling approach é uma das mais importantes teorias do conflito. Surgiu na década de 60 nos Estados Unidos da América e tem, como um de seus principais autores, Howard Becker. Essa teoria também é conhecida como teoria do etiquetamento ou da rotulação. (DPESP-2012-FCC): Assinale a alternativa correta: A teoria do labelling approach dispõe-se a estudar, dentre outros aspectos do sistema punitivo, os mecanismos de reação social ao delito e a influência destes na reprodução da criminalidade. (PCMA-2018-CESPE): O paradigma da reação social indica que é mais apropriado falar em criminalização e criminalizado que falar em criminalidade e criminoso. #Atenção: “A criminalidade se revela, principalmente, como um status atribuído a determinados indivíduos mediante um duplo processo: a “definição” legal de crime, que atribui à conduta o caráter criminal e a “seleção” que etiqueta e estigmatiza um autor como criminoso entre todos aqueles que praticam tais condutas. [...] Por isso, mais apropriado que falar da criminalidade (e do criminoso) é falar da criminalização (e do criminalizado) e esta é uma das várias maneiras de construir a realidadesocial. (BARATTA,1982b, p.35; PABLOS DE MOLINA, 1988, p.581- 583; HASSEMER,1984, p.81-2; HULSMAN, 1986, p.127-8; ALVAREZ, 1990, p.15-6 e 21)”. (Fonte: https://periodicos.ufsc.br/index.php/sequencia/article/view/15819/14313.) “O paradigma da reação social também chamado de teoria do etiquetamento ou "labelling approach" defende que a criminalidade é criada pelo próprio controle social, pois ele estigmatiza (etiqueta) o sujeito a partir do momento que ele comete o crime. Essa marca deixada no indivíduo afeta a sua própria percepção sobre si mesmo, gera receio e rejeição social. A partir desse entendimento no qual a intervenção estatal em vez de reeducar consolida a identidade desviante do sujeito e o seu ingresso na carreira criminosa que é mais apropriado falarmos em criminalização e criminalizado (ao incriminar a conduta o estado forma o criminalizado) do que em criminalidade e criminoso.” [Fonte: Livro: Delegado Federal (carreiras policiais) - Henrique Hoffmann e Eduardo Fontes.] (PCSP-2013-VUNESP): A Teoria do Etiquetamento ou do labelling approach inspirou no Direito Penal Brasileiro a instituição da Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais. #Atenção: A teoria do Etiquetamento deixou de focar ou centrar seus estudos no fenômeno delitivo em si e passou a centrar suas atenções na reação social proveniente da ocorrência de um determinado delito. Segundo Becker, um de seus teóricos, os grupos sociais acabam criando regras, a certas pessoas em particular, pelos delitos cometidos qualificando-as, rotulando-as, etiquetando-as de marginais. O desvio não é uma qualidade intrínseca da conduta, senão uma qualidade que lhe é atribuída por meio de interações sociais altamente seletivas e discriminatórias. Por essa razão, a Lei 9099/95 - Lei do Juizados Especiais - foi criada para reverter essa ideia de etiquetamento marginal, tendo como características a descriminalização, a transação, a suspensão condicional do processo, evitando rotular os infratores de certas condutas como criminosos. (MPMG-2012): De acordo com a vertente criminológica do “etiquetamento” (labeling approach), é CORRETO afirmar que a Criminologia deve: estudar o efeito estigmatizante da atividade da polícia, do Ministério Público e dos juízes. #Atenção: #MPMG-2012: #DPEPR-2012: #MPF-2013: #PCSC-2014: #DPESP-2013/2015: #MPDFT-2015: #PCCE-2015: #PCPE-2016: #DPESC-2017: #PF-2013/2018: #PCSP-2010/2012/2013/2014/2018: #PCGO-2017/2018: #DPEPE-2018: #DPEAM-2018: #PCBA-2018: #PCMA-2018: #PCMG-2018: #PCPI-2018: #PCRS-2018: #PCSE-2018: #DPEMG-2019: #Cartórios/TJDFT-2019: #PCES-2019: #MPSC-2013/2021: #PCMS-2021: #PCPA-2021: #PCPR-2021: #PCRN-2021: #DPEMT-2022: #DPERO-2017/2023: #ACAFE: #AOCP: #CESPE: #FAPEC: #FCC: #FGV: #Fumarc: #Fundatec: #UEG: #UFPR: #VUNESP: Para Hassemer (2005), o labeling approach significa enfoque do etiquetamento, e tem como tese central a ideia de que a criminalidade é resultado de um processo de imputação, “a criminalidade é uma etiqueta, a qual é aplicada pela polícia, pelo ministério público e pelo tribunal penal, pelas instâncias formais de controle social”(HASSEMER, 2005, p. 101-102, grifo do autor). “[...] o labeling approach remete especialmente a dois resultados da reflexão sobre a realização concreta do Direito: o papel do juiz como criador do Direito e o caráter invisível do ‘lado interior do ato’”. (HASSEMER, 2005, p. 102, grifo do autor). Segundo Baratta (2002), o labeling approach parte da consideração de que para se compreender a criminalidade deve-se estudar a ação do sistema penal, “que a define e reage contra ela, começando pelas normas abstratas até a ação das instâncias oficiais (política, juízes, instituições penitenciárias que as aplicam)” (BARATTA, 2002, p. 86). (Fontes: BARATTA, Alessandro. Criminologia Crítica e crítica do direito penal: introdução à sociologia do direito penal. Tradução de Juarez Girino dos Santos. 3. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2002.; HASSEMER, Winfried. Introdução aos fundamentos do Direito Penal. Tradução de Pablo Rodrigo Aflen da Silva. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 2005). #Atenção: #MPMG-2012: #DPEPR-2012: #MPF-2013: #PCSC-2014: #DPESP-2013/2015: #MPDFT-2015: #PCCE-2015: #PCPE-2016: #DPESC-2017: #PF-2013/2018: #PCSP-2010/2012/2013/2014/2018: #PCGO-2017/2018: #DPEPE-2018: #DPEAM-2018: #PCBA-2018: #PCMA-2018: #PCMG-2018: #PCPI-2018: #PCRS-2018: #PCSE-2018: #DPEMG-2019: #Cartórios/TJDFT-2019: #PCES-2019: #MPSC-2013/2021: #PCMS-2021: #PCPA-2021: #PCPR-2021: #PCRN-2021: #DPEMT-2022: #DPERO-2017/2023: #ACAFE: #AOCP: #CESPE: #FAPEC: #FCC: #FGV: #Fumarc: #Fundatec: #UEG: #UFPR: #VUNESP: A criminalização primária para o Labeling Approach gera a vitimização primária, a rotulação o etiquetamento, e essa rotulação e etiquetamento geram a criminalização secundária, desviação secundária. Para a Teoria do Labeling Approach, longe de ser ressocializado para a vida livre, a prisão acaba socializando o indivíduo para que ele se acostume a ficar preso. Na verdade, o preso não é ressocializado para a vida em sociedade, mas ele é socializado ao cárcere. (Fonte: Manual Caseiro) (PCSP-2014-VUNESP): A ciência que estuda a criminogênese é chamada de: etiologia criminal. #Atenção: #PF-2013: #PCSP-2013/2014: #PCSC-2014: #PCPE-2016: #PCGO-2017: #PCMA-2018: #PCPR-2021: #PCRN-2021: #ACAFE: #CESPE: #FGV: #UFPR: #VUNESP: Perspectiva Etiológica – Quando falamos em etiologia, estamos falando do estudo das causas de um determinado fenômeno. Assim, a criminologia etiológica se preocupa com o crime enquanto um fenômeno decorrente de uma causa específica. Busca tratar de explicar a origem da delinquência (origem do crime), explicando as causas deste segundo um método científico ou experimental. Para isso fazer sentido, o crime é concebido como um fenômeno natural, causalmente determinado. Portanto, se aproxima muito de um crime como conceito ontológico. A criminologia moderna se afastou do paradigma etiológico, ou seja, superou a ideia de pensar que é possível encontrar uma causa determinante para o crime, e, assim, ser capaz de prever os remédios para combatê-lo. Mas, durante muito tempo o paradigma etiológico direcionou o estudo da criminologia. Então, na criminologia clássica, o que se buscava era encontrar a origem – causa – do crime. Pensou-se que erradicando a causa se eliminaria o efeito. (Fonte: Curso Ciclos.). A criminologia é o conjunto de conhecimentos sobre o delito como fenômeno social. Tem no seu âmbito de pesquisa os processos de elaboração das leis, de infração das leis e de reação à infração das leis, e a extensão do fenômeno delitivo. A principal atividade centra-se no estudo das causas do delito, ou seja, em explicá-lo. Sob essa perspectiva, denominada de etiológica, existem diversas teorias que procuram explicar por que certas pessoas cometem delitos e por que em nossas sociedades existe um determinado índice para a delinquência. (PCSP-2013-VUNESP): Entende-se por Etiologia Criminal a ciência que estuda e investiga a criminogênese, que objetiva explicar quais são as causas do crime. (MPSC-2014): No paradigma etiológico, modelado segundo uma matriz positivista derivada Das Ciências Naturais, a Criminologia é definida como uma Ciência causal-explicativa da criminalidade, isto é, que investiga as causas da criminalidade (seu objeto) segundo o método experimental. #Atenção: #PF-2013: #PCSP-2013/2014: #MPSC-2014: #PCSC-2014: #PCPE-2016: #PCGO-2017: #PCMA-2018: #PCPI-2018: #PCPR-2021: #PCRN-2021: #ACAFE: #CESPE: #FGV: #UFPR: #VUNESP: A etiologia é uma disciplina dentre as relacionadas à realidade criminal que procura esclarecer as causas do crime e da criminalidade, em outros termos, ocupa-se da compreensão das causas que conduzem ao comportamento desviante. #Atenção: #PCSP-2010: #DPEPR-2014: #DPESC-2017: #PF-2013/2018: #DPEPE-2018: #DPERO-2017/2023: #CESPE: #FCC: Outras disciplinas relacionadas à realidade criminal são: · Fenomenologia criminal: ocupa-se da análise das formas de surgimento da criminalidade, elaborando classes de execução do crime e tipologia de autores. · Biologiacriminal: compreende o crime como produto da personalidade de seu autor. · Geografia criminal: é uma subespecialidade da sociologia criminal e tem como objeto investigar a criminalidade nas diferentes regiões geográficas. · Ecologia criminal: estuda a influência criminógena nos lugares. (MPPR-2011): A criminologia crítica parte da premissa de que a Criminologia não deve ter por objeto apenas o crime e o criminoso como institucionalizados pelo direito positivo, mas deve questionar também as bases estruturais econômicas e sociais que caracterizam a sociedade na qual vive o autor da infração penal. (MPPR-2011): Entende a doutrina que cabe à criminologia crítica questionar os fatos como expressão da decadência dos sistemas socioeconômicos e políticos. (MPPR-2011): Conforme entendimento doutrinário, cabe à criminologia crítica reter como material de interesse para o Direito Penal apenas o que efetivamente mereça punição reclamada pelo consenso social, e denunciando todos os expedientes destinados a incriminar condutas que, apenas por serem contrárias aos poderosos do momento, política ou economicamente, venham a ser transformadas em crimes. (MPPR-2011): Na visão dos doutrinadores da criminologia crítica, o princípio do fim ou da prevenção da pena é questionado a partir do entendimento de que a ressocialização não pode ser obtida numa instituição como a prisão, que sempre seria convertida num microcosmo no qual se reproduzem e agravam as graves contradições existentes no sistema social exterior. [footnoteRef:12] [12: #Atenção: Tema cobrado nas provas i MPDFT-2015; ii) DPESC-2017 (FCC); iii) DPEAM-2018 (FCC).] PONTO 4: Teorias Criminológicas: Delito como Eleição, Predisposições Agressivas, Behaviorista, Técnicas de Neutralização, Janelas Quebradas e Reação Social. (DPERJ-2021-FGV): “Essa violência [do sistema penal] e esse desprezo por outros seres humanos seriam teorizados desde os anos 1970 por aqueles que pretendiam acabar expressamente com o que denominavam domínio dos especialistas especialmente brandos com os delinquentes. Para eles era necessário abandonar as grandes teorizações e voltar ao básico, ao que as pessoas comuns entendem por bem e mal.” (ANITUA, Gabriel Ignácio. Histórias dos Pensamentos Criminológicos. Rio de Janeiro: Editora Revan: Instituto Carioca de Criminologia, 2008. Pg. 779). Essa “criminologia da vida cotidiana” identifica-se com o pensamento de defensores e defensoras: de políticas de lei e ordem. #Atenção: #DPERJ-2021: #PCPR-2021: #FGV: #UFPR: Teoria das Janelas Quebradas (broken windows theory): baseada no seguinte experimento realizada por Philip Zimbardo (Universidade de Stanford): foram deixados dois carros estacionados, um no bairro de luxo de Palo Alto, na Califórnia, e o outro fora deixado no bairro pobre do Bronx, em NovaYork. O carro deixado no Bronx foi depenado rapidamente e o carro estacionado em Palo Alto demorou algumas semanas para ser totalmente destruído. O interessante da experiência foi que o carro estacionado em Palo Alto somente passou a ser rapidamente deteriorado quando um pesquisador decidiu quebrar uma das janelas do carro. Os criminologistas James Q. Wilson e George Kelling (ambos de Harvad) concluíram em seus estudos sobre essa experiência que a desordem é fator importante para o surgimento de crimes. Isso justificaria o fato da deterioração rápida no Bronx e no carro de Palo Alto após a quebra do vidro, pois quando a sociedade percebe o descuido dos controles sociais passa delinquir de forma constante. #Atenção: #DPERJ-2021: #PCPR-2021: #FGV: #UFPR: Teoria de Tolerância Zero: Essa teoria decorre como consequência da anterior. Percebeu-se que desordem ambiental é mais importante que fatores individuais e sociais (como condição financeira) e que o ponto de partida são os pequenos delitos. Surge então a Teoria da Tolerância Zero com a missão de promover uma forte repressão aos pequenos delitos, enquadrada dentro do Movimento de Lei e Ordem. Implementada nos anos 80 e 90 do século passado em Nova York. #Atenção: #DPERJ-2021: #PCPR-2021: #FGV: #UFPR: Quem defende as políticas de lei e ordem, portanto, possui como ponto de partida e de chegada a criminologia da vida cotidiana e a sua análise comportamental em conjunto é mais importante que as grandes teorizações. Analisando-se o básico, chega-se aos pequenos delitos e ao que se entende por bem e mal. (Fonte: Fábio Eduardo Lopes Monteiro (2020, pg. 44) (DPEMA-2018-FCC): O realismo criminológico de esquerda entende que não só a reação ao delito, mas o delito em si é um problema verdadeiro que afeta a classe trabalhadora. #Atenção: A partir do final do século XX, o capitalismo se expandiu e ganhou forças, havendo a implementação de políticas neoliberais, fortalecendo-se os movimentos de Lei e Ordem, o que propagou um sentimento punitivista na sociedade. Nesse cenário, a criminologia crítica passou por uma divisão, na qual se estruturaram diversos movimentos teóricos, dentre eles, o Realismo de Esquerda. Esse movimento fez uma crítica às teorias criminológicas existentes e buscou abarcar todos os aspectos do processo criminal: sociedade, Estado, criminoso e vítima, priorizando políticas criminais preventivas. Defende que o Direito Penal pune muito mais crimes cometidos por pobres e protege os ricos. Em suma, no realismo criminológico de esquerda, a causa da delinquência seria o capitalismo e, por conta disto, deveriam ser estudados com especial atenção os problemas da atual etapa do capitalismo, na qual o capital se emancipa do trabalho, o que acarreta o colapso do Estado do bem-estar e, por conseguinte, a produção de uma nova marginalidade econômica e política. (PCSP-2014-VUNESP): Nos crimes de extorsão mediante sequestro, por exemplo, pode ocorrer a chamada Síndrome de Estocolmo, que consiste na identificação afetiva da vítima com o criminoso, pelo próprio instinto de sobrevivência. #Atenção: Síndrome de Estocolmo é um estado psicológico particular desenvolvido por algumas pessoas que são vítimas de sequestro. A síndrome se desenvolve a partir de tentativas da vítima de se identificar com seu raptor ou de conquistar a simpatia do sequestrador. (fonte Wikipedia). Nos crimes de extorsão mediante sequestro, em razão do contato entre a vítima e seus algozes em circunstâncias de grave perigo e tensão, é comum surgir um sentimento de simpatia entre aquela e esses conhecido como "Síndrome de Estocolmo", fenômeno cuja causa é atribuída por muitos estudiosos ao mecanismo inconsciente de autopreservação da vítima. (MPGO-2014): O Procurador de Justiça Rogério Greco preconiza que “no que diz respeito às ciências criminais propriamente ditas, serve a criminologia como mais um instrumento de análise do comportamento delitivo, das suas origens, dos motivos pelos quais se delinque, quem determina o que se punir, quando punir, como punir, bem como se pretende, com ela, buscar soluções que evitem ou mesmo diminuam o cometimento das infrações penais”. No contexto da seara criminológica, aponte a alternativa correta: A figura criminológica conhecida como “síndrome da mulher de potifar” pode ser utilizada como técnica de aferição da credibilidade da palavra da vítima nos crimes de conotação sexual. #Atenção: Recentemente, a Rede Record de Televisão apresentou o seriado José do Egito representado por Ângelo Paes leme que se viu cercado pela mulher de Potifar, importante figura do exército egípcio. Em alguns episódios a mulher cercou o jovem escravo com seus encantos sedutores de mulher bela e fogosa, no entanto, foi rejeitada. Devido a isso, impetrou terrível perseguição ao serviçal. Aquele fato fez nascer no Direito Penal a Síndrome da Mulher de Potifar, importante figura jurídica, que trata da mulher que rejeitada faz denúncia apócrifa com a intenção de punir a pessoa que a rejeitou. A figura, com aspecto de história bíblica e viés de matéria para acordar acadêmico de Direito, é mais comum do que sonha nossa vã filosofia. #Atenção: Síndrome de Londres: Denomina-se de “Síndrome de Londres" o fenômeno pelo qualos reféns passam a entrar em atrito com os seus sequestradores, gerando uma situação extremamente conflituosa tendente a gerar uma maior agressividade dos sequestradores. É quase que o inverso da “Síndrome de Estocolmo", que se caracteriza pela afinidade que os reféns passam a ter em relação aos seus sequestradores. (PCSP-2013-VUNESP): A corrente de pensamento criminológico que aponta, como técnica utilizada pelo criminoso para sua autojustificação, um procedimento racional em que atribui a culpa pelos seus atos antissociais aos agentes públicos encarregados de sua punição (policiais, membros do ministério público, magistrados), os quais seriam corruptos, parciais e inescrupulosos, é denominada teoria da neutralização. #Atenção: #PCSP-2013/2014: #PCPE-2016: #DPERJ-2021: #PCPR-2021: #CESPE: #FGV: #UFPR: #VUNESP: Para a teoria da neutralização, sustentada por Sykes e Matza, o processo pelo qual uma pessoa se converte em delinquente corresponde a uma aprendizagem baseada na experiência. Mas enquanto as outras teorias afirmam que referida aprendizagem interioriza no indivíduo os valores, atitudes e técnicas necessários para a atividade delitiva (modelos, pois, intrinsecamente delitivos), pelo contrário, Sykes e Matza sustentam que a maioria dos delinquentes comparte os valores convencionais da sociedade, de modo que o que aprendem são certas técnicas capazes de neutralizá-los, racionalizando e autojustificando assim a conduta desviada dos padrões das classes médias. Referidas técnicas de autojustificação constituem genuínos mecanismos de defesa com os quais o infrator neutraliza seu complexo de culpa, autojustifica e legitima sua conduta e, assim, diminui a intensidade da resposta social. As principais técnicas de neutralização ou autojustificação seriam, conforme tais autores: a exclusão da própria responsabilidade, a negação da ilicitude e nocividade do comportamento, a desqualificação das pessoas incumbidas de perseguir e condenar o delito, a apelação à suposta inexistência de vítima e a invocação de instâncias ou motivações superiores. (Fonte: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/li-es-de-criminologia-modelos-sociol-gicos-sociologia-criminal-parte-xii/490). #Atenção: #PCSP-2013/2014: #PCPE-2016: #DPERJ-2021: #PCPR-2021: #CESPE: #FGV: #UFPR: #VUNESP: A Teoria da Neutralização é utilizada pelo criminoso para justificar seu ato como vítima da sociedade, atribui a culpa pelos seus atos antissociais aos agentes públicos encarregados de sua punição, os quais seriam corruptos, parciais e inescrupulosos. O delinquente não é, geralmente, de cultura distinta da maioria do corpo social. Conceito de “drift” (incursão, deixar-se levar). Na realidade, ele apenas incorpora técnicas de neutralização da sua violação das regras, mecanismos de defesa contra a culpa. Técnicas de Neutralização: 1. Exclusão da própria responsabilidade (“não tive opção”): O delinquente passa a alegar que a conduta criminosa que praticou foi fruto de acidente ou resultado de circunstâncias estranhas à própria vontade; 2. Negação da ilicitude e nocividade do comportamento (“com o dinheiro que têm nem notarão”): O delinqüente interpreta as suas ações como somente proibidas, mas não imorais ou danosas, e aplica uma série de redefinições. Ex.: ato de vandalismo é definido como simples "perturbação da ordem", um furto de automóvel como "tomar por empréstimo"; 3. Desqualificação das pessoas incumbidas da persecução penal (“como se os policiais fossem santos”): atenção negativa dirigida aos fatos e às motivações dos cidadãos obedientes da lei, que desaprovam o comportamento do delinqüente, e que são "hipócritas", assim como as instâncias de controle social; 4. Apelação à inexistência ou desqualificação da vítima (“não causamos dano a ninguém”): a vítima é interpretada como um indivíduo que merece o tratamento sofrido, que não representa uma injustiça, mas uma punição justa; 5. Invocação de instâncias ou motivações superiores (“não podia esquivar de fazer”): as normas, as expectativas e os deveres que derivam da sociedade em geral, ainda que aceitos, são sacrificados em favor de normas, expectativas e deveres de fidelidade e de solidariedade, que derivam de pequenos grupos sociais aos quais o delinqüente pertence. (MPSC-2013): A teoria do self-control, como teoria geral da criminalidade, despertou um grande interesse nos últimos anos. Parte de uma determinada imagem do delito e do delinquente elaborada sobre a base de investigações empíricas. Segundo estas, o delito - em geral - é um comportamento que requer escassa elaboração e esforço; e devem ser mais produtos do aproveitamento de uma oportunidade própria que de um meticuloso planejamento. Contra a crença muito disseminada, o crime organizado seria um fenômeno excepcional e superdimensionado, por que o delinquente, por seu baixo autocontrole e desconfiança com relação a terceiros, exibe atitudes marcadamente individualistas, obstinadas a sua integração em grupos e organizações. No que tange ao infrator, sugere-se que se trate de um indivíduo impulsivo, orientado às gratificações imediatas, muito versátil (isto é: tende a cometer uma rica e heterogênea gama de infrações penais, não se especializa) e que, ademais do comportamento criminal, realiza outras muitas condutas desviadas não delitivas (ex: consumo de álcool e outras drogas). (Fonte: "Criminologia", dos professores Antonio García-Pablos de Molina e do Dr. Luiz Flávio Gomes (5.ed.rev. e atual.- São Paulo: Revista dos Tribinais, 2007) [CORRIGIDA] (MPSC-2013): A descriminalização formal ou em sentido estrito por vezes representa o total reconhecimento, legal ou social, do comportamento descriminalizado; a descriminalização substitutiva consiste na transformação de tipos penais em infrações administrativas ou fiscais; e a descriminalização de fato é aquela que ocorre quando o sistema penal deixa de funcionar sem que formalmente tenha sido perdido competência para tal. (MPSC-2012): KARL BINDING (1841-1920), em sua mais famosa obra “As normas e sua contravenção”, desenvolve a definição de normas como proibições ou mandatos de ação. (MPDFT-2011): Assinale a alternativa correta: As teorias criminológicas de cunho etiológico-individualizante têm na personalidade deficitária do criminoso o principal fator explicativo da criminalidade. #Atenção: Compreendem teorias que buscam explicar a criminalidade a partir do criminoso (tendências biopssicofísicas). PONTO 5: Ideologia e Sistema Penal: Abolicionismo, Minimalismo e Garantismo. A Nova Defesa Social. Movimento de Lei e Ordem, Tolerância Zero e Estado de Polícia, Tendências Securitária, Justicialista e Belicista. Direito Penal do Inimigo. (DPERJ-2021-FGV): “O recrudescimento cautelar do sistema de controle brasileiro refletiu os objetivos reais e ideais de um país racista que tinha como problema maior a questão negra, calcada em termos genocidas como condição de sobrevivência da sua falsa branquidade. Contexto que impôs uma cisão em nosso Direito Penal: ao lado do Direito Penal declarado para os cidadãos, alicerçado no Direito Penal do fato construído às luzes do Classicismo, o Direito Penal paralelo para os “subcidadãos”, legitimado no Direito Penal do autor consolidado pela tradução marginal do paradigma racial-etiológico, que, por sua vez, situa seu fundamento na periculosidade que exala dos corpos negros, um sistema outrora identificado por Lola Aniyar de Castro (2005, p. 96) como “subterrâneo” que aqui jamais se ocultou, sendo operacionado sob os olhos de quem quiser enxergar.” (GÓES, Luciano. Abolicionismo penal? Mas qual abolicionismo, “cara pálida”?. Revista InSURgência. Brasília. Ano 3. v.3. n.2. 2017. Pg. 98). Considerando a afirmativa acima, é possível compreender o fenômeno do encarceramento em massa no Brasil, sob o ponto de vista empírico e teórico, a partir da correlação entre: o racismo estrutural e o direito penal do inimigo. #Atenção: #PCSC-2014: #DPEAM-2018: #PCES-2019: #MPT-2020: #DPERJ-2021: #PCPR-2021: #DPEPI-2022: #ACAFE: #CESPE: #FCC: #FGV: #UFPR: Resumo das trêsconcepções sobre o racismo: 1) Racismo sob a concepção individualista: o racismo é compreendido como um comportamento de indivíduos ou grupos que agem por motivações psicológicas ou desvios éticos, consistindo em uma "irracionalidade" ou "patologia" comportamental. Em outras palavras, como o próprio nome sugere são comportamentos imorais de determinados indivíduos ou determinados grupos sociais. É tratado como uma patologia social. Os ataques racistas se dão, em sua maioria, de forma direta. O combate a esse tipo de racismo se daria por meio da responsabilização jurídica e condenação moral dos racistas. Crítica: visão limitada do racismo à esfera individual, visão legalista, pouco efetiva para o combate ao racismo. 2) Racismo sob a concepção institucional: o racismo constitui uma relação de poder desigual entre grupos raciais. O termo "racismo institucional" foi usado pela primeira vez no livro Black Power: Politics of Liberation in America, de Charles V. Hamilton e Kwame Ture. Sob essa concepção, o racismo opera, em regra, de forma indireta, através das instituições que são hegemonizadas por grupos raciais que impõem os seus padrões, com o privilégio de determinados grupos raciais no acesso a cargos de liderança, cargos públicos, postos de poder, acesso a saúde, educação. As instituições reproduzem o racismo e carregam internamente a luta de grupos sociais. 3) Racismo sob a concepção estrutural: o racismo é parte da estrutura social. A ordem social tem o racismo como um de seus elementos estruturantes. Em virtude disso, a atuação meramente inerte ou "normal" das instituições resulta em práticas racistas, pois as instituições reproduzem a ordem social racista. Comportamentos individuais e institucionais derivam da sociedade em que o racismo é a regra e não a exceção. Dessa forma, as instituições e os indivíduos devem ser antirracistas para se combater o racismo. Exige-se uma atuação efetiva. O racismo estrutural pode ser desdobrado em processo político e processo histórico. "Consciente de que o racismo é parte da estrutura social e, por isso, não necessita de intenção para se manifestar, por mais que calar-se diante do racismo não faça do indivíduo moral e/ou juridicamente culpado ou responsável, certamente o silêncio o torna ética e politicamente responsável pela manutenção do racismo". (Fonte: “Racismo Estrutural”, de Silvio Luiz de Almeida). (MPT-2020): A respeito do racismo institucional e da discriminação étnico-racial nas relações de trabalho, analise a seguir: O chamado racismo institucional ou sistêmico pode ser compreendido como mecanismo estrutural que garante a exclusão seletiva de grupos racialmente subordinados, a exemplo, na realidade brasileira, de negros, indígenas e ciganos. #Atenção: "A partir da perspectiva acima compreenderemos o racismo institucional, também denominado racismo sistêmico, como mecanismo estrutural que garante a exclusão seletiva dos grupos racialmente subordinados - negr@s, indígenas, cigan@s, para citar a realidade latino-americana e brasileira da diáspora africana - atuando como alavanca importante da exclusão diferenciada de diferentes sujeit@s nestes grupos." [ONU. Racismo Institucional: uma abordagem conceitual]. #Atenção: "O racismo institucional ou sistêmico opera de forma a induzir, manter e condicionar a organização e a ação do Estado, suas instituições e políticas públicas – atuando também nas instituições privadas, produzindo e reproduzindo a hierarquia racial." [ONU. Racismo Institucional: uma abordagem conceitual]. (DPESC-2017-FCC): Sobre o sistema penal e a questão racial, é correto afirmar: O racismo é característica estrutural do processo de criminalização secundária no Brasil. #Atenção: #PCBA-2008: #MPSC-2013: #PF-2013: #PCSC-2014: #DPESP-2015: #DPESC-2017: #PCMA-2018: #Cartórios/TJDFT-2019: #PCPA-2021: #PCPR-2021: #PCRN-2021: #DPEMT-2022: #ACAFE: #AOCP: #CESPE: #FCC: #FGV: #UFPR: Cleber Masson explica: “Criminalização primária é o ato e o efeito de sancionar de uma lei primária material, que incrimina ou permite a punição de determinadas pessoas. Trata-se de ato formal, fundamentalmente programático, pois, quando se estabelece que uma conduta deve ser punida, enuncia-se um programa, o qual deve ser cumprido pelos entes estatais (polícias, Ministério Público, Poder Judiciário e etc). De seu turno, criminalização secundária é a ação punitiva exercida sobre pessoas concretas. Verifica-se quando os órgãos estatais detectam um indivíduo, a quem se atribui a prática de um ato primariamente criminalizado, sobre ele recaindo a persecução penal. Para Zaffaroni, a criminalização secundária possui duas características: seletividade e vulnerabilidade, pois há forte tendência de ser o poder punitivo exercido precipuamente sobre pessoas previamente escolhidas em face de suas fraquezas, a exemplo dos moradores de rua e usuários de drogas.(...) ” (Fonte: MASSON, Cleber. Direito Penal Esquematizado - Parte Geral. 13 ed. São Paulo: MÉTODO, 2019, p. 05). Em outras palavras, a criminalização secundária decorre da atuação dos órgãos de controle estatal (Poder Judiciário, MP, Polícias) e se relaciona com o poder de punir destes agentes. Muitas vezes, as "vítimas" são negros, pobres, pessoas marginalizadas. Por isso, o racismo está ligado à estruturação da criminalização secundária. (MPSC-2013): A criminalização primária, realizada pelos legisladores, é o ato e o efeito de sancionar uma lei penal material que incrimina ou permite a punição de determinadas pessoas; enquanto a criminalização secundária, exercida por agências estatais como o Ministério Público, Polícia e Poder Judiciário, consistente na ação punitiva exercida sobre pessoas concretas, que acontece quando é detectado uma pessoa que se supõe tenha praticado certo ato criminalizado primariamente. (MPDFT-2021): Quanto às TEORIAS DO CRIME, pode-se asseverar que: Na visão do funcionalismo teleológico, a responsabilidade, como condição para a sanção, exige, além da análise dos requisitos da culpabilidade, o juízo da necessidade da pena. #Atenção: No funcionalismo de Roxin, a ação é a manifestação da personalidade. A tipicidade e a ilicitude formam o injusto, o qual deve ser interpretado com suporte na teoria da imputação objetiva. O delito, por sua vez, é entendido com um injusto responsável. A responsabilidade é formada pela CULPABILIDADE e a NECESSIDADE DE PENA. (MPSC-2021-CESPE): Com relação aos conceitos básicos das teorias criminológicas e aos movimentos atuais de política criminal, julgue o item a seguir: A desproporcionalidade das sanções e a relativização de garantias processuais para a aplicação das penas privativas de liberdade, mediante o discurso que defende penas mais duras e julgamentos mais rápidos, são reflexos da teoria denominada direito penal do inimigo. #Atenção: #PCSP-2010: #DPEMS-2014: #Cartórios/TJSE-2014: #DPESP-2013/2015: #DPEAM-2018: #DPEAP-2018: #PCMA-2018: #TJSC-2019: #Cartórios/TJDFT-2019: #PCPR-2021: #MPSC-2019/2021/2023: #CESPE: #FCC: #UFPR: #VUNESP: Características principais do Direito Penal do Inimigo: a) Tem a finalidade a eliminação dos perigos; b) Baseia-se na periculosidade do agente, de modo que este seja considerado inimigo e, assim, não seja tratado como sujeito de direitos (“não pessoa”); c) Severidade das penas, mesmo que antecipadas; d) Uso de uma legislação diferenciada, com foco no combate ao inimigo; e) Garantias processuais e penais são supridas; f) Antecipação da tutela penal. Algumas outras características do direito penal do inimigo: tipos vagos e imprecisos; inobservância de princípios como da ofensividade; penas elevadas; criação de novos delitos; juízo de periculosidade e não de culpabilidade; endurecimento da execução penal, entre outros. (MPSC-2023-CESPE): Considerando as teorias funcionalistas, julgue o item seguinte, no que se refere às concepções acerca da teoria do delito e da finalidade da pena: Sob a ótica do funcionalismo sistêmico, a pena não tem a função de prevenir negativamente os delitos, mas a de garantir a vigência da norma,como forma de prevenção positiva. #Atenção: #PCSP-2010: #DPEMS-2014: #Cartórios/TJSE-2014: #DPESP-2013/2015: #MPPR-2014/2016: #PCMS-2017: #DPEAP-2018: #MPGO-2019: #PCMA-2018: #TJSC-2019: #Cartórios/TJDFT-2019: #MPDFT-2021: #PCPR-2021: #MPSC-2019/2021/2023: #CESPE: #FCC: #UFPR: #VUNESP: O Funcionalismo Penal iniciou-se na Alemanha com o intuito de submeter a dogmática penal aos fins específicos do Direito Penal. O funcionalismo apresenta duas concepções: 1) funcionalismo moderado, dualista ou de política criminal, capitaneado por Claus Roxin (Escola de Munique); e 2) funcionalismo radical, monista ou sistêmico, liderado por Günther Jakobs (Escola de Bonn). Para os funcionalistas sistêmicos ou radicais, conduta é a provocação de um resultado evitável, violador do sistema, frustrando as expectativas normativas. Jakobs entende como sendo o fim do Direito Penal a estabilização do conteúdo da norma; não se trata de proteção dos bens jurídicos, mas, sim, na manutenção e confirmação da vigência da norma. Nesse caminho, a pena se dirige a todos os membros da sociedade, para reafirmar a vigência da norma, pois é essa vulneração a norma que se solidifica a finalidade da pena, e isso só se torna possível caso exista um comportamento responsável, culpável em última instância. (JAKOBS, Günther. El concepto jurídico penal de acción. Bogotá: Universidad Externado de Colombia, 1998, p. 48.) Vejamos o seguinte resumo sobre as duas concepções de Funcionalismo: i) Teleológico / dualista / moderado ou de política criminal: Claus Roxin - A função do direito penal é proteção dos bens jurídicos penalmente relevantes. - A pena só será legitima se atender a função de prevenção geral e especial. ii) Radical / sistêmico / monista: Günther Jakobs - Reafirmar a vigência da norma (proteção da norma), pois o bem jurídico já foi violado. - Demonstrar que a norma ainda é vigente. (TJSC-2019-CESPE): Constitui uma das características do direito penal do inimigo a legislação diferenciada. (MPGO-2019): Assinale a alternativa correta: Para Günther Jakobs a função do Direito Penal é tutelar a vigência da norma. Quando o infrator comete um crime ele rompe com as expectativas normativas. A pena, assim, tem como função restabelecer a vigência da norma e demonstrar para a sociedade que ela pode seguir confiando no sistema normativo (estabilização das expectativas normativas). (Cartórios/TJDFT-2019-CESPE): A respeito da teoria do delito e da ação, assinale a opção correta: A teoria funcionalista radical, de Gunther Jackobs, assevera que a missão do direito penal é a proteção da norma e a punição do indivíduo desviante. (MPPR-2016): Considere a seguinte afirmação acerca do funcionalismo sistêmico, teoria basilar do intitulado Direito Penal do Inimigo, assinalando a alternativa correta: O funcionalismo sistêmico se constrói da necessidade de exclusão, típica de um Estado de exceção, como regra ou normalidade, visando atender-se às exigências político-criminais da sociedade pós-moderna, cujo extrato é o postulado: vigência da norma e identidade social. (DPEBA-2016-FCC): Sobre a evolução das Escolas Penais, a necessidade de associação das categorias do delito a um fundamento material de ofensa ao bem jurídico é uma das bases do funcionalismo de Claus Roxin. #Atenção: #Cartórios/TJSE-2014: #DPEBA-2016: #Cartórios/TJMG-2018: #Cartórios/TJDFT-2019: #MPSC-2019/2021/2023: #CESPE: #Consulplan: #FCC: Funcionalismo moderado, dualista, de política criminal ou racional teleológico: Seu criador é Claus Roxin, da Escola de Munique. O funcionalismo é moderado porque o direito penal tem limites que são impostos pelo próprio direito penal, pelos demais ramos do direito e também pela sociedade de um modo geral. O funcionalismo é dualista porque o direito penal é um conjunto próprio de normas e de valores, mas que convive pacificamente com o ordenamento jurídico em geral, ou seja, o direito penal vai interagir com os demais ramos do direito. É um funcionalismo de política criminal, sendo que política criminal é aplicar a lei em sintonia com os anseios da coletividade. O direito penal vai se adaptar à sociedade em que ele se insere. Política criminal é o filtro entre a letra da lei e os interesses da coletividade. O funcionalismo é mais um instrumento à serviço da sociedade a solucionar os seus problemas. No Brasil é muito comum chamar o funcionalismo do Roxin de funcionalismo racional-teleológico. Por que racional? Porque é um direito penal movido pela razão, pelo bom senso, equilíbrio, razoabilidade. E por que teleológico? Porque o direito penal tem uma finalidade prática, que é a proteção de bens jurídicos. Protegendo bens jurídico, o direito penal colabora para a evolução da sociedade, para o bem da sociedade. (Cartórios/TJSE-2014-CESPE): Com relação à classificação e às teorias do crime, assinale a opção correta: Segundo a teoria do funcionalismo racional teleológico, a função do direito penal é promover a proteção subsidiária de bens jurídicos, de modo que o que é tratado como delito deve corresponder aos anseios sociais. (TJRO-2019-VUNESP): Dentre as escolas e doutrinas penais apresentadas a seguir, a que adota como finalidade da pena exclusivamente a prevenção geral positiva é: o Funcionalismo de Gunther Jakobs. #Atenção: #MPF-2012: #PCSP-2013/2014: #MPDFT-2011/2013/2015: #DPEBA-2016: #PCMS-2017: #DPEAM-2018: #DPEAP-2018: #PCBA-2018: #PCMA-2018: #DPESP-2013/2015/2019: #Cartórios/TJDFT-2019: #DPESC-2017/2021: #MPSC-2019/2021: #DPEGO-2021: #CESPE: #FCC: #VUNESP: Recentemente, pensadores do direito estão atribuindo maior valor à perspectiva funcional da pena, qual seja, consequência social da punição, a função real da sanção. Dá-se maior valor aos efeitos sobre as pessoas que confiam no Direito Penal (prevenção geral positiva), seja pela proteção dos bens jurídicos (Claus Roxin), seja pela confirmação absoluta dos preceitos incriminadores (Günther Jakobs). Legitimam, ainda, a aplicação da prevenção especial positiva, ressocializando o autor do fato delituoso, e negativa, mantendo-o longe das influências que o levariam a delinquir). (MPPR-2016): Considere a seguinte afirmação acerca do funcionalismo sistêmico, teoria basilar do intitulado Direito Penal do Inimigo, assinalando a alternativa correta: A origem da palavra funcionalismo provém do núcleo função, que significa ação própria de uma pessoa e daquilo que é funcional, ou seja, eficaz, prático. Nesse sentido o indivíduo funcionalista é aquele que está de acordo com o pensamento afirmativo de que o homem tem que cumprir obrigações que produzam utilidade. (MPPR-2016): Considere a seguinte afirmação acerca do funcionalismo sistêmico, teoria basilar do intitulado Direito Penal do Inimigo, assinalando a alternativa correta: O sistema funcional possui como finalidade a assimilação individual e não a pré-exemplaridade difusa. Nesta perspectiva, o sistema penal serve como expectativa normativa cognitiva para que o indivíduo não pratique determinada ação ou omissão. (MPPR-2016): Considere a seguinte afirmação acerca do funcionalismo sistêmico, teoria basilar do intitulado Direito Penal do Inimigo, assinalando a alternativa correta: Uma crítica possível ao sistema funcionalista é a de que nesse sistema a verdade e a validade normativa se limitam a apenas duas possibilidades de reação, o aprender e o não aprender que na relação de interconexão com as expectativas cognitivas, transformam-se em expectativas normativas cognitivas resultantes em um sistema normativo contrário aos preceitos do Estado Democrático e Social de Direito, eis que no processo se desconsidera o sujeito enquanto destinatário de garantias fundamentais. (MPDFT-2015): Sobre as teorias criminológicas e a finalidade da pena, assinale a opção correta: O funcionalismo sistêmico, adotado por Günther Jakobs, enxerga, na violação da norma, a expressão simbólica da falta de fidelidade ao Direito, o que ameaça a integridade e a estabilidade sociais, e defende que a lesão a bens jurídicos específicos não é o que justifica a incidênciada pena, cuja função é de prevenção positiva, representando a reação social ao delito, com reforço da vigência dos valores violados. (DPESP-2015-FCC): A teoria da prevenção especial negativa tem um papel determinante na doutrina do direito penal do inimigo de Günther Jakobs. #Atenção; #PCBA-2008: #PCSP-2010: #MPMG-2013: #DPBA-2016: #DPESC-2017: #PCMS-2017: #DPEAM-2018: #DPEAP-2018: #PCMA-2018: #DPESP-2013/2015/2019: #DPEMG-2019: #Cartórios/TJDFT-2019: #PCPR-2021: #MPSC-2021/2023: #CESPE: #FCC: #UFPR: A teoria da prevenção especial negativa tem por objeto a segregação do delinquente com o propósito de neutralizá-lo, o que vai ao encontro da doutrina do direito penal do inimigo de Günther Jakobs. O Direito Penal do Inimigo é uma teoria enunciada por Gunther Jakobs, pensador alemão que a sustenta desde 1985 com base em políticas públicas de combate à criminalidade interna e/ou internacional. A tese de Jakobs está assentada em três pilares: (a) antecipação da punição; (b) desproporcionalidade das penas e relativização e/ou supressão de certas garantias processuais; (c) criação de leis severas direcionadas à clientela (terroristas, delinqüentes organizados, traficantes, criminosos econômicos, dentre outros) dessa específica engenharia de controle social. A prevenção especial negativa de neutralização do criminoso, baseada na premissa de que a privação de liberdade do condenado produz segurança social, parece óbvia: a chamada incapacitação seletiva de indivíduos considerados perigosos constitui efeito evidente da execução da pena, porque impede a prática de crimes fora dos limites da prisão e, assim, a neutralização do condenado seria uma das funções manifestas ou declaradas cumpridas pela pena criminal. O delinquente tende a converter-se num inimigo, e o Direito Penal, em um Direito Penal para Inimigos. (TJPA-2019-CESPE): O movimento Tolerância Zero parte da ideia de que o Estado não deve negligenciar fatos criminosos, por mais insignificantes que sejam, já que esses fatos contêm em si uma fonte de irradiação da criminalidade. #Atenção: #MPSC-2010: #PCSP-2010/2014: #MPDFT-2015: #PCCE-2015: #DPEMA-2018: #DPESP-2013/2015/2019: #TJPA-2019: #DPEMG-2019: #PCPR-2021: #PCPB-2022: #CESPE: #FCC: #UFPR: #VUNESP: O movimento “Tolerância Zero” parte da ideia de que os pequenos delitos devem ser rechaçados, o que acabaria inibindo os mais graves (fulminar o mal em seu nascedouro), atuando, assim, como prevenção geral. Em outras palavras, o Estado não deve negligenciar fatos criminosos, por mais insignificantes que eles representem, já que tais fatos contêm em si uma fonte de irradiação da criminalidade. (DPESP-2013-FCC): “(...) instrumento de legitimação da gestão policial e judiciária da pobreza que incomoda - a que se vê, a que causa incidentes e desordens no espaço público, alimentando, por conseguinte, uma difusa sensação de insegurança, ou simplesmente de incômodo tenaz e de inconveniência -, propagou-se através do globo a uma velocidade alucinante. E com ela a retórica militar da “guerra” ao crime e da “reconquista” do espaço público, que assimila os delinquentes (reais ou imaginários), sem-teto, mendigos e outros marginais a invasores estrangeiros - o que facilita o amálgama com a imigração, sempre rendoso eleitoralmente.” (WACQUANT, Loïc. As Prisões da Miséria.). A escola/doutrina descrita pelo autor é: “tolerância zero”. #Atenção: De Nova Iorque a doutrina da “tolerância zero'” vai se propagar pelo globo com uma rapidez estonteante e com ela a retórica militar da ``guerra'' ao crime e da ``reconquista'' do espaço público. Esta doutrina é o instrumento de legitimação da gestão policial e judiciária da pobreza que incomoda - a que se vê, a que causa incidentes e problemas no espaço público, alimentando assim um sentimento difuso de insegurança ou mesmo simplesmente de tenaz incômodo e de inconveniência. Facilitando o amálgama com a imigração, os delinquentes (reais ou imaginários), os sem-teto, os mendigos e outros marginais são assimilados como invasores estrangeiros, elementos alógenos que devem ser expurgados do corpo social, o que acaba trazendo resultados eleitorais positivos nos países varridos por fortes correntes xenófobas. (Fonte: Loïc Wacquant. “A globalização da Tolerância Zero”', in Discursos Sediciosos - crime, direito e sociedade, ano 5, nº 9-10. Rio de Janeiro, Freitas Bastos/Instituto Carioca de Criminologia, 1º e 2º semestres de 2000, p. 112.). (MPSC-2010): Na verdade, tal programa (tolerância zero) se fundamentou na repressão integral ao crime, sem retirar a importância de se punir também os delitos considerados mais leves, a exemplo do salto às catracas do metrô de Nova Iorque. (MPGO-2014): Marque a alternativa que conforme a doutrina se apresenta como uma faceta da chamada “tendência securitária”, na vertente do Movimento de Lei e Ordem: A “broken windows theory” (teoria das janelas quebradas). #Atenção: #MPGO-2014: #PCSP-2014: #DPEMA-2018: #DPEMG-2019: #PCPR-2021: #PCPB-2022: #CESPE: #FCC: #UFPR: #VUNESP: Neorretribucionismo (lei e ordem; tolerância zero; broken windows): Uma vertente diferenciada surge nos Estados Unidos, com a denominação lei e ordem ou tolerância zero (zero tolerance), decorrente da teoria das “janelas quebradas” (broken windows theory), inspirada pela escola de Chicago, dando um caráter “sagrado” aos espaços públicos. Alguns a denominam realismo de direita ou neorretribucionismo. Parte da premissa de que os pequenos delitos devem ser rechaçados, o que inibiria os mais graves (fulminar o mal em seu nascedouro), atuando como prevenção geral; os espaços públicos e privados devem ser tutelados e preservados. (...) Em 1982 foi publicada na revista The Atlantic Monthly uma teoria elaborada por dois criminólogos americanos, James Wilson e George Kelling, denominada Teoria das Janelas Quebradas (Broken Windows Theory). Essa teoria parte da premissa de que existe uma relação de causalidade entre a desordem e a criminalidade. A teoria baseia-se num experimento realizado por Philip Zimbardo, psicólogo da Universidade de Stanford, com um automóvel deixado em um bairro de classe alta de Palo Alto (Califórnia) e outro deixado no Bronx (Nova York). No Bronx o veículo foi depenado em 30 minutos; em Palo Alto, o carro permaneceu intacto por uma semana. Porém, após o pesquisador quebrar uma das janelas, o carro foi completamente destroçado e saqueado por grupos de vândalos em poucas horas. (...) A teoria das janelas quebradas (ou broken windows theory), desenvolvida nos EUA e aplicada em Nova York, quando Rudolph Giuliani era prefeito, por meio da Operação Tolerância Zero, reduziu consideravelmente os índices de criminalidade naquela cidade. (...) Em 1990 o americano Wesley Skogan realizou uma pesquisa em várias cidades dos EUA que confirmou os fundamentos da teoria. A relação de causalidade existente entre desordem e criminalidade é muito maior do que a relação entre criminalidade e pobreza, desemprego, falta de moradia. O estudo foi de extrema importância para que fosse colocada em prática a política criminal de tolerância zero, implantada pelo chefe de polícia de Nova York, Willian Bratton, que combatia veementemente os vândalos no metrô. Do metrô para as ruas implantou-se uma teoria da lei e ordem, em que se agia contra os grupos de vândalos que lavavam os para-brisas de veículos e extorquiam dinheiro dos motoristas. Essa conduta era punida com serviços comunitários e não levava à prisão. Assim, as pessoas eram intimadas e muitas não cumpriam a determinação judicial, cujo descumprimento autorizava, então, a prisão. As prisões foram feitas às centenas, o que intimidava os demais, levando os nova-iorquinos a acabar em semanas com um temor de anos. (Fonte: Penteado Filho, Nestor Sampaiob Manual esquemático de criminologia / Nestor Sampaio Penteado Filho. – 2. ed. – São Paulo: Saraiva, 2012.). (...) A “broken windows theory” (teoria das janelas quebradas) - (...) sendo baseada na premissa de que “desordem e crime estão, em geral, inextricavelmente ligadas, num tipo de desenvolvimentoseqüencial” (Wilson e Kelling, 1982, p. 31). Segundo eles, pequenos delitos (como vadiagem, jogar lixo nas ruas, beber em público, catar papel, e prostituição), se tolerados, podem levar a crimes maiores. (...). Quando uma janela está quebrada e ninguém conserta, é sinal de que ninguém liga para o local; logo, outras janelas serão quebradas. (Jacinto Nelson de Miranda Coutinho http://emporiododireito.com.br) (PCSP-2014-VUNESP): A teoria do neorretribucionismo, com origem nos Estados Unidos, também conhecida por “lei e ordem” ou “tolerância zero”, é decorrente da teoria: “janelas quebradas”. (MPSC-2010): Não é errado afirmar-se que o programa "Tolerância Zero", executado em Nova Iorque sob a chefia do policial Willian Bratton, teve como base teórica o estudo formulado por Kelling e Wilson (a referida Teoria das Janelas Quebradas). (TJPA-2019-CESPE): Os defensores do movimento Lei e Ordem acreditam que os criminosos apenas poderão ser controlados por meio de leis severas, que imponham a pena de morte e longas penas privativas de liberdade. Segundo o movimento Lei e Ordem, estes seriam os únicos meios eficazes para intimidar e neutralizar os criminosos e, além disso, capazes de fazer justiça às vítimas. [CORRIGIDA] (DPESP-2019-FCC): A ideologia da defesa social abarca o Princípio do delito natural, segundo o qual o núcleo central dos delitos definidos nas legislações penais das nações civilizadas representa violação de interesses fundamentais, comuns a todos os cidadãos. #Atenção: A Ideologia da Defesa Social surgiu no século XIX, com a revolução da escola positivista. Foi incorporada na Itália em 1945 por Filippo Gramatica. Tem como finalidade a proteção social contra o crime, assim como visa adaptar o indivíduo a ordem social. A ideologia da defesa social, segundo Baratta, tem como um dos princípios do interesse comum/social ou do delito natural, segundo o qual os interesses protegidos pelo direito penal seriam interesses comuns a todos os cidadãos. #Atenção: Questão retirada do pensamento de Baratta: O conteúdo da ideologia da defesa social é reconstruído por Alessandro Baratta, por meio dos seguintes princípios (p. 42):[footnoteRef:13] [13: https://emporiododireito.com.br/leitura/critica-a-ideologia-da-defesa-social. ] a) Princípio de legitimidade. Significa que o Estado, como expressão da sociedade, está legitimado para reprimir a criminalidade, da qual são responsáveis determinados indivíduos, por meio de instâncias oficiais de controle social (legislação, polícia, magistratura etc.); b) Princípio do bem e do mal. É identificado com a ideia de que o delito é um dano para a sociedade, sendo um elemento negativo e disfuncional do sistema social. O desvio criminal é, pois, o mal; a sociedade constituída, o bem; c) Princípio de culpabilidade. O delito é a expressão de uma atitude interior reprovável, porque contrária aos valores e às normas presentes na sociedade mesmo antes de sancionadas pelo legislador; d) Princípio da finalidade ou da prevenção. A pena não tem somente a função de retribuir, mas de prevenir o crime (exercendo uma contramotivação ao comportamento criminoso) e de ressocializar o delinquente; e) Princípio de igualdade. A lei penal é igual para todos. A reação penal se aplica de modo igual aos autores de delitos; f) Princípio do interesse social e do delito natural. Núcleo central de delitos definidos no código penal está ligado à ofensa a interesses fundamentais, de condições essenciais à existência de toda sociedade. Os interesses protegidos pelo direito penal são interesses comuns a todos os cidadãos. (TJPR-2019-CESPE): Com relação às escolas e tendências penais, julgue o item seguinte: O movimento de defesa social sustenta a ressocialização do delinquente, e não a sua neutralização. Nesse movimento, o tratamento penal é visto como um instrumento preventivo. #Atenção: #PCSP-2014: #TJPR-2019: #PCPR-2021: #PCRN-2021: #CESPE: #FGV: #UFPR: #VUNESP: O movimento surge após a Segunda Guerra Mundial, liderado por Fillipo Gramatica e Marc Ancel. O Direito Penal deve ser um instrumento preventivo, tendo como foco evitar que o criminoso volte a delinquir, rejeitando-se o viés meramente retributivo. Em outras palavras, a Escola da Nova Defesa Social surgiu após a Segunda Guerra Mundial como uma reação ao sistema retributivo. Também é conhecida como Neodefensivismo Social e tem por finalidade precípua proteger a sociedade dos crimes e, apenas em segundo plano, punir o infrator. Essa escola rechaça a ideia de um direito penal repressor, e defende que deve ser substituído por sistemas preventivos e por intervenções educativas e reeducativas nas quais o delinquente deve ser educado para assumir sua responsabilidade diante da sociedade (pedagogia da responsabilidade) de forma a possibilitar um convívio harmônico entre os seus membros. O maior expoente foi Filippo Gramatica que em sua obra "Princípios da Defesa Social", publicada em 1949, defendia que o indivíduo tinha que ser preparado para o aprimoramento da sociedade a fim de se substituir o direito penal por um "direito de defesa social". Marc Ancel desenvolveu o tema da defesa social na obra "A Nova Defesa Social" publicada em 1954. (PCSP-2014-VUNESP): A corrente do pensamento criminológico, que teve por precursor Filippo Gramatica e fundador Marc Ancel, a qual apregoa que o delinquente deve ser educado para assumir sua responsabilidade para com a sociedade, a fim de possibilitar saudável convívio de todos (pedagogia da responsabilidade), é denominada: Nova Defesa Social. (TJPA-2019-CESPE): A Nova Defesa Social é considerada um movimento com traços de uma política criminal humanista, na busca de um Direito Penal de caráter preventivo e protetor da dignidade humana. Em sentido oposto ao da Defesa Social, existem os denominados Movimentos de Lei e Ordem, cuja ideologia estabelecida é a repressão, pautada no regime punitivo-retributivo. Por outro lado, a Despenalização das Contravenções não é considerada como instrumento de endurecimento do Estado no combate ao crescimento da criminalidade. [CORRIGIDA] (MPSC-2014): A "Nova Defesa Social" é um movimento de política criminal surgiu após a Segunda Grande Guerra Mundial. Iniciado em 1945, graças aos esforços intelectuais e lutas de Fillipo Gramatica. A princípio, este movimento foi denominado Defesa Social, tendo, em 1954, recebido o novo nome de Nova Defesa Social, cujos fundamentos estão inseridos no livro de Marc Ancel, denominado La Defense Sociale Nouvelle. Cumpre registrar que Marc Ancel considerava o movimento não como um simples programa, mas sim uma "tomada de consciência acerca de necessidades sociais e éticas novas, em face das antigas estruturas e de tradições obsoletas". Nas palavras de João Marcello de Araújo Junior, "o programa, em sua versão original, representou a vitória do pensamento moderado sobre as ideias extremadas de Gramatica e seus seguidores, que pugnavam pela abolição do Direito Penal, que deveria ser substituído por outros meios não punitivos, de garantia da ordem social" [CORRIGIDA] (MPSC-2019): A política de repressão implementada nos anos 90 pelo então Prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, orientada pelo chamado “movimento da lei e da ordem”, embora tenha sido um modelo de política criminal que tenha obtido uma impressionante redução dos níveis de criminalidade na cidade, foi bastante criticada, pois houve um aumento considerável de sua população carcerária, punindo-se os delitos menores com mais rigor; legitimou-se a ação dos policiais perante a população, ocasionando um retrocesso aos direito fundamentais e; não se evitou a desordem e nem a efetividade do ius puniendi, já que o direito penal deveria ser visto como ultima ratio. [CORRIGIDA] (MPGO-2014): Marque a alternativa que conforme a doutrina se apresenta como uma faceta da chamada “tendência securitária”, na vertente do Movimento de Lei e Ordem: A “theory ticking bomb scenario” (teoria do cenário da bomba relógio). #Atenção: TEORIA DO CENÁRIO DA BOMBA RELÓGIO: É uma teoria norte-americana