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CADERNO– DIREITO ADMINSITRATIVO II/ JOSÉ NETO – FBDG AULA 01 – APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Avaliações: 05/04 e 31/05; Indicações de livros: Irene Nohara (processos administrativos); Marçal Justen Filho ou Dirley da Cunha Júnior (Serviços públicos e agentes públicos); Leandro Zanoni (Ética e governança); AULA 02 – INTRODUÇÃO A PROCESSO ADMINISTRATIVO 1. Conceito de processo administrativo: Processo administrativo é um conjunto de atos coordenados e interdependentes necessários à produção de uma decisão final a respeito de alguma função ou atividade administrativa. Para que o ato final aconteça (foco do estudo de Direito Administrativo I) é necessária a presença de uma série de atos anteriores. Exemplos: Concurso: Edital Aprovação Inscrição/Classificação Admissão (ato fim); A solicitação é enviada a uma autoridade competente. Deflagrada a autorização, uma comissão produz o edital do concurso. O edital pode ser elaborado pelo próprio órgão (uma comissão de professores vinculados à secretaria de educação) ou por outro órgão (contratação de uma banca – como a FGV – para elaborar o edital). As provas serão realizadas. Os atos praticados pela banca são considerados atos administrativos em si, mas são encaminhados para a autoridade competente para a certificação (ex: quem produz o resultado é a banca, mas um servidor público analisa e assina e, em seguida, a empresa divulgará o resultado do concurso público). Caso haja recurso, mais atos administrativos serão praticados, caso contrário segue-se direto para a fase final: a nomeação dos candidatos enquanto servidores públicos do Estado. Licitação: Edital Habilitação Classificação Contratação (ato fim); Observa-se a importância da autoridade certificar que a empresa X venceu a licitação. Processo disciplinar: Instauração Inquérito administrativo (instrução, defesa e relatório) Decisão Punição; 2. Processo x procedimento: Processo administrativo é o termo mais utilizado pela doutrina. Celso Antônio Bandeira de Mello – Processo prevalece. Afirma que não tem cabimento a discussão no sentido de que processo apresentaria contraditório e procedimento, não. Essa é a linha de raciocínio seguida por José Neto. José dos Santos – Processo prevalece. Entende que processo é um conjunto de atos que visam a um fim. Procedimento todo processo tem, dizendo respeito à forma como estes atos estão dispostos (a formalidade que cada processo vai seguir). Ex: Licitação e PAD (processo administrativo disciplinar). Ambos são processos, mas com procedimentos distintos. Marçal Justen Filho – Entende que o termo procedimento deve prevalecer, mas pode ser denominado processo administrativo quando houver contraditório estabelecido (doutrina minoritária). Carlos Ari Sundfeld – Entre a lei e o ato administrativo existe um intervalo, pois o ato não surge como um passe de mágica. É através do processo administrativo que se preenche esse “vácuo”. O ato é produto de um processo através do qual a possibilidade/exigência prevista em lei passa por um plano de concretização. Em suma, o ato é concretizador do processo administrativo. Merkel (Áustria, 1927) – Processo administrativo está para o ato administrativo, assim como o processo judicial está para a sentença. Em síntese, é o meio (conjunto de atos coordenados) para o fim. 3. Finalidades do processo administrativo (Irene Nohara): Sob a ótica do Estado: Concretizar os atos administrativos; Sob a ótica do interessado (o servidor): Assegurar o devido processo legal e contraditório aos interessados, evitando abusos por parte do Estado; Sob a ótica da sociedade: Salvaguardar o interesse público com uma atuação transparente, viabilizando o controle; 4. Fundamentação do processo administrativo na CF: Art. 5º, LV – CF: aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; Art. 5º, LXXVIII – CF: a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide ADIN 3392) Polêmica: De quem é a competência para legislar? Art. 22, I, CF: Competência privativa da União para legislar sobre direito processual, incluindo o processo administrativo. Os estados e municípios, portanto, não detêm tal competência. Esse é o pensamento minoritário; Art. 24, XI, CF: Competência concorrente para legislar sobre procedimento em matéria processual (contra codificação), cabendo à União fixar as normas gerais. Doutrina majoritária e que há maior aplicabilidade. Essa é a visão seguida por José Neto; Art. 22 – CF: Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; Art. 24 – CF: Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: XI - procedimentos em matéria processual; § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. (Vide Lei nº 13.874, de 2019) § 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. (Vide Lei nº 13.874, de 2019) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art1 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2267506 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art1 § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. (Vide Lei nº 13.874, de 2019) § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. § 2º (Competência suplementar-complementar): Os estados e municípios podem adequar a norma geral à sua realidade, desde que haja o respeito à norma geral da União. Caso não haja lei regional ou local, pode-se seguir integralmente a lei federal; § 3º (Competência suplementar-supletiva): Os estados e municípios exercem a competência legislativa plena; § 4º (Superveniência da lei federal): A atividade legislativa dos estados deve ser compatível com a norma geral criada pela União (mesmo que tal norma federal seja posterior); caso contrário a norma estadual/municipal será suspensa no que for incompatível; 5. Fundamentação legal (Lei 9784/99): Abrangência da lei: Administração Pública federal direta e indireta (art. 1); Aplica-se também aos órgãos do Legislativo e do Judiciário quando no exercício da função administrativa (art. 1º, § 1º); 6. Princípios: O foco será na ótica do processo administrativo, não repetindo das contribuições de Alexy. a) Ampla defesa: Prazo integral para defesa (órgão fecha cedo); Acesso a documentos em tempo; Ampla instrução: Produzir provas (pericial, testemunhal...) e fiscalizar a sua produção adequada pelo Estado; b) Contraditório: Decorre da ampla defesa; Manifestação sobre todos os atos e documentos; Ser ouvido durante todo o processo; https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art1 Em suma, trata-se de oportunizar o conhecimento sobre documentos e atos do processo; c) Motivação: Necessária e obrigatória explicitação da fundamentação da prática dos atos administrativos praticados no curso do processo administrativo; Em suma é a fundamentação das razões de fato e de direito que ensejaram a práticado ato; Não se confunde com motivo. Motivo é elemento do ato (o que deu causa ao ato – ex: abertura de concurso público tem como motivo a existência de vagas e supri-las é a sua finalidade); A motivação é a formalização da explicação do motivo (Geovane Peixoto); Para a próxima aula: Razoabilidade e proporcionalidade. AULA 03 – PRINCÍPIOS E FASES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO 1. Princípios (continuação): Razoabilidade e proporcionalidade: São princípios autônomos, mas tratados pela doutrina do Direito Administrativo com certa ligação. Na jurisprudência, a explicitação dessa relação é ainda mais forte. Esses princípios visam a limitar a discricionariedade do gestor público. Apresentam origens distintas, mas finalidades semelhantes. Quando se fala em razoabilidade, tem-se uma origem inglesa. Trata-se de obedecer a critérios aceitáveis do ponto de vista racional na prática dos atos administrativos. Vejamos a seguinte aplicação prática: Há a possibilidade de se construir uma ponte ou uma escola em uma cidade do interior baiano, sabendo-se de antemão que há cinco pontes e somente uma escola na cidade. Ora, é mais razoável/racional construir a escola. A razoabilidade se assemelha mais à forma (sim ou não, pode ou não pode). A proporcionalidade, de origem alemã, analisa se é (I) adequado, (II) necessário e, por fim, a dosagem, ou seja, (III) proporcionalidade em sentido estrito. Veda-se, destarte, a desproporção entre os meios utilizados para a obtenção de determinados fins. A proporcionalidade é verificada em situações de gradação (exemplo: penas mais severas ou mais brandas a depender do caso concreto). Vejamos a seguinte situação: A, servidor público, faltou um dia de trabalho, cabe 30 dias de suspensão sem direito à remuneração? Para José Neto, sim, pois ele deveria ter avisado antes (é razoável, é adequada e é necessária). Contudo, se ele avisou no dia seguinte que estava doente, não há proporcionalidade em sentido estrito; Conforme já mencionado, é raro de se constatar na prática essa distinção. Oficialidade: A Administração Pública pode iniciar o processo administrativo de ofício. Eficiência: Princípio pautado em uma celeridade visando à obtenção dos melhores resultados possíveis, sobretudo econômicos. A título exemplificativo pode-se citar o obedecimento a prazos antes do término unido à entrega de um trabalho qualificado. Para se alcançar a eficiência, cada um deve fazer a parte que lhe cabe da melhor maneira possível, com atenção, técnica e qualidade. Não é só rapidez/celeridade, pois não adianta correr sem entregar um trabalho qualificado. Formalismo necessário: Há a necessidade de se estabelecer procedimentos no processo administrativo, desde que não sejam exagerados. 2. Direitos do administrado: Enquanto participa do processo administrativo, o administrado tem os direitos listados no art. 3º da Lei 9784/99. O administrado, que é a pessoa (física ou jurídica) que é atendida pela Administração Pública. Em síntese, os cidadãos. CAPÍTULO II DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS Art. 3o – Lei 9784/99: O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados: I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações; Trata-se de um direito basilar o tratamento com respeito pelas autoridades. Isso nem sempre acontece. Exemplo real: A ligou para um servidor público para agendar a retirada de uma carteira de idoso. O servidor público respondeu que “não pode sábado pois é dia de tomar uma Heineken e você deve se virar para ir ao longo da semana”. Infelizmente, não é um caso isolado. II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas; O inciso II dialoga com a transparência dos processos administrativos, que era mais difícil de se constatar quando não havia processos eletrônicos. III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente; Em um processo administrativo, tem-se fases mais bem definidas. O processo administrativo permite que documentos sejam apresentados até a tomada de decisão. IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei. A regra do processo civil – e penal – é de que precisa de advogado, não se pode receber uma intimação e apresentar documentos sozinho. No processo administrativo, em geral, isso é uma faculdade. No processo administrativo disciplinar, isso é disciplinado pelo regulamento de cada ente federativo. Como se trata de um processo punitivo, o qual pode levar à demissão do servidor, houve discussões no STJ, resultando na súmula 343 do STJ. Tal súmula entendeu a obrigatoriedade de assistência por advogado, contrariando o inciso IV do art. 3º da Lei 9784/99. Súmula 343, STJ: É obrigatória a presença de advogado em todas as fases do processo administrativo disciplinar. Essa questão foi levada ao STF, responsável por editar a súmula vinculante 5º, a qual reafirmou o texto da lei. O STF, portanto, se opõe à tese do STJ. Súmula vinculante 5, STF: A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. 3. Deveres do administrado: CAPÍTULO III DOS DEVERES DO ADMINISTRADO Art. 4o – Lei 9784/99: São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo: I - expor os fatos conforme a verdade; Se o cidadão mentir, a depender da mentira, pode sofrer sanções penais para além de administrativas (como apresentar um documento falso). II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; As partes devem atuar de forma leal aos procedimentos, aos princípios, à finalidade do processo, etc. Deve-se atuar, também, com urbanidade (cortesia, respeito) e boa-fé. III - não agir de modo temerário; Não atuar de forma temeridade é uma espécie de lealdade. Atuar de modo temerário é agir de forma a focar somente nos próprios interesses (como esconder testemunhas cruciais, por exemplo). IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos. O cidadão não participa diretamente do processo, mas caso seja intimado a prestar informações que saiba ou documentos, tem o dever de fazer. 4. Legitimados no processo administrativo: Quem pode figurar nos polos ativos e passivo de um processo administrativo? Eis a resposta no art. 9º da Lei 9784/99. CAPÍTULO V DOS INTERESSADOS Art. 9o – Lei 9784/99: São legitimados como interessados no processo administrativo: I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de representação; II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada; III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos. Consoante o inciso I, podem participar de um processo administrativo as pessoas física e jurídica. No inciso II, pode-se citar, por exemplo, um candidato aprovado em um concurso público e que reivindica mais vagas para PNE. A Administração Pública se defende dizendo que as vagas foram devidamente fornecidas. No inciso III, há menção aos direitos coletivos e a grupos de pessoas, tais como sindicatos. No inciso IV, há menção a interesses difusos, os quais não se confundem com os direitos coletivos. Os direitos difusosse referem a pessoas não quantificadas coletivamente. A título exemplificativo pode-se citar uma associação para proteção ao meio ambiente (analisar se um projeto, caso concretizado, tende a impactar de forma expressiva ou não o meio ambiente – direito ambiental). 5. Fases do processo administrativo: Instauração: O processo administrativo pode ser iniciado de ofício pela administração ou a pedido do interessado (ADM/particular). O requerimento inicial do interessado deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados: Órgão ou autoridade administrativa a que se dirige (no caso de equívoco, deve ocorrer o redirecionamento ao órgão competente); Identificação do interessado ou de quem o represente (nome, endereço,...). Admite- se representação (como os dados do advogado); Domicílio do requerente ou local para recebimento das comunicações; Formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos; Data e assinatura do requerente ou de seu representante; A depender do tipo de processo pode haver espaço para contraditório/defesa antes da instrução. Instrução: As atividades de instrução são destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão. Em suma, é a fase de apresentação de provas; Realizam-se mediante impulsão do órgão responsável ou a pedido do interessado; Constituem-se em: Oitiva de testemunhas, depoimentos pessoais; perícias; juntada de documentos e outros meios lícitos; A razoabilidade e a proporcionalidade de determinada prova variam de caso a caso – podem existir casos nos quais a oitiva de testemunhas é mais eficaz em comparação à investigação pericial (casos de assédio, por exemplo) e vice-versa (apresentação de documentos falsos, por exemplo); Tratando-se de processo de interesse geral é possível, após despacho motivado, abrir prazo para consulta pública que será levada em consideração no relatório e decisão; Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução. Caso não o faça, poderá ser declarada a preclusão; Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo; Pendente parecer vinculante (normalmente técnico e que o gestor deve, obrigatoriamente, seguir): suspende processo e pune pelo atraso; Pendente parecer não vinculante: segue o processo e pune o responsável; Relatório: É uma peça informativa – opinativa, que informa à autoridade (competente para decidir) tudo o que ocorreu no processo e opina por uma decisão; Serve para informar a autoridade competente o que de mais importante aconteceu no curso do processo administrativo; Tem, também, uma função opinativa. Os que participaram da fase de instrução devem emitir a sua opinião; Não é vinculante, podendo a autoridade divergir de suas conclusões; Decisão: A Administração tem o dever de decidir. Salvo prorrogação, o prazo para decidir é de 30 dias; Parcela da doutrina (minoria) considera que o gestor deve fundamentar a sua própria decisão e não apenas seguir o que lhe foi informado durante o relatório. A maioria não vê problema nisso; Para a próxima aula: Recursos administrativos. AULA 04 – RECURSO ADMINISTRATIVO E PAD 1. Recursos: Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito, ou seja, há a junção de elementos legais e técnicos. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa. Não se confunde com a ampla defesa. Trata-se de viabilizar a revisão das decisões administrativas com nível hierárquico inferior. O Judiciário analisa questões de legalidade. Não cabe ao Judiciário julgar o mérito a priori, sob possibilidade de configurar uma violação à separação dos poderes. Entretanto, pode o Judiciário analisar o mérito quando tiver violação de princípio, tais como as noções de proporcionalidade e razoabilidade. Ex: A, servidor público, faltou um dia de trabalho em virtude de ter contraído Covid-19, comprovando no dia seguinte com o atestado médico, cabe 30 dias de suspensão sem direito à remuneração? Caso a decisão administrativa entenda como plausível a suspensão, admite-se intervenção do Judiciário devido à manifesta violação a princípios (neste caso, a proporcionalidade em sentido estrito). 2. Efeitos do recurso administrativo: Efeito devolutivo: Refere-se à devolução da matéria para reexame em instância superior Efeito suspensivo: Efeito excepcional/ordinário. Salvo disposição legal em contrário, recurso administrativo não apresenta efeito suspensivo, produzindo efeitos de imediato independentemente da tramitação do recurso. (Ex: Recurso contra ato de inabilitação em licitação). Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida ou imediatamente superior poderá, de ofício, ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso. 3. Requisitos de admissibilidade do recurso administrativo: Não será conhecido recurso administrativo quando interposto: Fora do prazo (Súmula 473, STF); Por quem não seja legitimado; Após exaurida a esfera administrativa; Súmula 473, STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. Se um indivíduo interpõe um recurso fora do prazo, porém apresenta razão, o gestor público poderá rever, de ofício, os atos a partir da autotutela ou do poder hierárquico. O cidadão para interpor um recurso deve ser legitimado para tal. Há diversos artigos que discorrem sobre a legitimidade para tal. Podemos destacar o art. 58 da lei 9784/99. Art. 58 – Lei 9784/99: Têm legitimidade para interpor recurso administrativo: I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo; II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida; III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos. Por último, não se admite apreciar um recurso caso esgotada a esfera administrativa. 4. Recurso hierárquico: Parcela da doutrina considera que o recurso hierárquico é um recurso administrativo por natureza. Há a provocação de um recurso administrativo por um órgão superior. De acordo com a Lei 9784/99, a revisão deve ocorrer, primeiramente, pelo gestor que proferiu a decisão. Posteriormente, caso omissão deste, há a condução para a autoridade superior. A classificação entre recurso hierárquico próprio e impróprio é sintetizada por nomes como Celso Antônio Bandeira de Mello e é de suma importância. O recurso administrativo hierárquico próprio é aquele que vai subindo nas instâncias de um mesmo ente. A autoridade superior se situa, portanto, no mesmo órgão (estrutura) da autoridade que produziu a decisão. Ex: Um cidadão vai subindo nas instâncias do INSS; O recurso administrativo hierárquico impróprio corresponde a um recurso proposta fora da hierarquia daquele ente. A autoridade superior se situa em outra estrutura, diferente daquela onde se situa o gestor responsável por proferir a decisão. Ex: Um cidadão tem recurso de matéria no INSS e vai até ao Ministério da Previdência; Reformatio in pejus consiste na ocasião na qual o cidadão apresenta um recurso administrativo para melhorar a sua situação e esta é piorada. Ex: A propõe um aumento da sua aposentadoria (R$4.000,00) para o teto (R$ 7.000). O gestor público constata que A não preencheu os requisitos para receber R$ 4.000,00, mas apenas um salário mínimo – R$ 2.000,00. É possível a Reformatio in pejus, garantido a ampla defesa e o contraditório, fundamentada em critérios objetivos e legais. Art. 64, p. único – Lei 9784/99: Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser cientificado para que formule suas alegações antes da decisão. Ademais, em matéria de Direito Administrativo Sancionador (intersecção com o Direito Penal) não se admite o instituto mencionado. 5. Revisão: Os processos administrativos poderão ser revisados, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada. Em suma, é a reavaliação do ato em virtude de mudanças relevantes de circunstâncias. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção. Na revisão administrativa não se admite a Reformatio in pejus (art. 65, p. único, Lei 9784/99). Art. 65, p. único – Lei 9784/99: Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção. Só há duas situações em que o âmbito penal pode influenciar a decisão administrativa: quando não houve o fato ou quando não houve relação entre autor e fato. 6. Reclamação administrativa: Segundo Maria Sylvia Z. Di Pietro, a reclamação administrativa é o ato pelo qual o administrado, seja particular ou servidor público, deduz uma pretensão perante a Administração Pública, visando (I) A obter o reconhecimento de um direito ou (II) A correção de um erro que lhe cause lesão ou ameaça de lesão; Há duas finalidades – reconhecimento de um direito (ex: licença prêmio) e correção de erros do Estado que causem lesão/ameaça de lesão ao cidadão ou ao servidor. 7. O processo administrativo disciplinar – noções introdutórias: Parcela da doutrina entende o PAD como um instituto obsoleto a luz do atual cenário constitucionalista. Conceito: Instrumento formal através do qual a Administração apura a existência de infrações praticadas por seus servidores e, se for o caso, aplica as sanções adequadas (José dos Santos Carvalho Filho). Sentido e fundamento do PAD: Instrumento formal que assegura a punição do infrator, bem como a sua defesa quanto às imputações. Controle Hierárquico. Base constitucional: Art. 41, § 1º, I e II/CF: O servidor só perderá o cargo mediante sentença ou PAD, com ampla defesa (estabilidade no cargo). Base legal: Princípio da disciplina reguladora difusa. Não há uma lei específica sobre PAD e, desse modo, cada ente político federativo tem as suas próprias normas, geralmente inseridas no Estatuto do Servidor Público. Art. 21, XI, CF: Procedimento em matéria processual é competência concorrente da União, estados e DF. Destarte, as normas gerais sobre PAD são redigidas pela União e os demais entes da federação apenas as adaptam à sua realidade. União – Lei 8112/90 Bahia – Lei 6674/94 Salvador – LC 01/01 No exterior, a legislação tende a ceder uma margem discricionariedade no que tange à instauração do PAD. Entretanto, como ainda não atingimos tal grau de maturidade, José Neto considera a prevalência do cunho vinculativo no ordenamento jurídico brasileiro. Dessa forma, o PAD é vinculado na sua instauração e discricionário para a regulação do seu objeto (aplicação da pena). Resultado do processo: Aplicação da punição ou arquivamento do feito. 8. Sindicância: Conceito: Meio sumário de que se utiliza a Administração para sigilosa ou publicamente, com indiciados ou não, proceder à apuração de ocorrências anômalas no serviço publico. Se confirmadas, a investigação prévia oferecerá elementos para a abertura do processo administrativo (CRETELLA JR.). A sindicância não é determinante para a instauração do PAD. Nessa perspectiva, é possível a abertura de PAD sem prévia sindicância, desde que os elementos estiverem configurados – não há nulidade (José d. Santos). Instaurado o PAD, não há que se falar em mácula na sindicância. A sindicância apresenta as seguintes características: Antecede o PAD – procedimento preparatório; Busca apurar fato e autoria; Natureza inquisitória; Não há direito de defesa; Não propõe punição (regra), mas caso haja natureza punitiva, haverá direito de defesa; A sua extinção resultará em PAD ou em arquivamento; 9. Fases do PAD – Lei 8112/90: Finalizada a sindicância, o PAD é instaurado e é conduzido para uma decisão final (condenatória ou absolutória). As fases são: instauração (portaria – comissão – notificação preliminar – defesa prévia), inquérito administrativo (instrução – indiciamento – citação – defesa final – relatório), julgamento/decisão e recurso*. O prazo para PAD é de 60 dias, podendo ser prorrogado por igual período (art. 152, Lei 8112/90). Art. 152 – Lei 8112/90: O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá 60 (sessenta) dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem. a) Instauração: Ex officio ou provocada – vedado, em regra, o anonimato. Portaria de instauração: Norma que autoriza a autoridade instauradora. Há também a descrição dos fatos, nome dos servidores que compõem a comissão e, também, a designação de presidente. Determinação de afastamento temporário; Não é obrigatória a tipificação. Esta ocorrerá após a instrução, quando do indiciamento. Art. 147 – Lei 8112/90: Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da irregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração. Se tiver um erro grave na portaria de instauração, todo o PAD pode ser anulado. Isso é corroborado jurisprudencialmente. Há uma independência entre as instâncias – Processo Penal e PAD. Não há suspensão, podendo a decisão penal influenciar na administrativa. Comissão: Composta por 3 servidores, sendo um deles o presidente. Notificação: Trata-se da notificação pessoal do servidor para apresentar defesa prévia e acompanhar o processo. b) Inquérito administrativo: Instrução: Produção de provas periciais, testemunhais e depoimentos. O servidor tem direito de acompanhar os interrogatórios e formular perguntas. Prova emprestada de processo crime: Tem-se admitido desde que lícita e tenha havido contraditório; Admite-se mesmo antes do trânsito em julgado (STJ); Admite-se prova emprestada de interceptação telefônica desde que autorizada pelo juiz no PP. Viola-se a ampla defesa se na fase de instrução a defesa não falar no fim. A defesa deve ser a última a falar, assim como as testemunhas da defesa devem ser as últimas a serem ouvidas e o acusado também deve se pronunciar por último. Não se pode inverter a ordem da ampla defesa, sob possibilidade de configurar somente “defesa” e não “ampla defesa”. Indiciamento/Citação; Defesa técnica/final: Após a instauração, realizado o indiciamento, pois a prova está posta. Há ampla defesa. Prazo de 10 dias. Caso haja mais de um indiciado, o prazo será de 20 dias (art. 161, Lei 8112/90). A presença de advogado é uma faculdade no PAD (art. 3, IV, Lei 9784/99 e súmula vinculante 5, STF). Súmula vinculante 5, STF: A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. Relatório: Informativo e opinativo da comissão, com capacidade de influenciar a decisão (porém sem cunho vinculante). c) Decisão/julgamento: Ato que aplica a penalidade. Prazo de 20 dias (art. 167, Lei8112/90). A autoridade superior não está vinculada ao relatório. Pode agravar ou reduzir a pena contida no relatório, mas terá que fundamentar expressamente. AULA 05 – PRESCRIÇÃO NO PAD E AGENTES PÚBLICOS 1. Prescrição no PAD: Passou um determinado tempo sem que a Administração Pública tenha apurado aquela infração, prescreve a pretensão da Administração Pública para apurar um fato e aplicar determinada sanção. Prescrição é a perda de uma pretensão devido à passagem de tempo. Por outro lado, a decadência é a perda de um direito potestativo devido à passagem do tempo. O prazo de prescrição está previsto na lei e toda a pretensão, via de regra, vai correr e se consumar. Pretensão é uma faculdade de agir, ou seja, despertar para buscar um direito. É o ímpeto de se movimentar. Só existem pretensões ligadas a direitos subjetivos (e não direitos potestativos). Todos os direitos potestativos são imprescritíveis. Direitos subjetivos são aqueles que exigem que alguém faça algo para que o direito se satisfaça. Ex: A deve R$ 100 a B. B tem o direito subjetivo de receber a quantia. O prazo prescricional se faz importante para que o devedor não fique preso para o resto da vida no que tange ao adimplemento da obrigação. Prazo para concluir o PAD: 140 dias (arts. 152, caput c/c art. 167 Lei 8.112/90); Inquérito: 60 dias, podendo ser prorrogado por igual período quando as circunstâncias exigirem; Julgamento: 20 dias; Interrupção da prescrição da pretensão punitiva ou indenizatória (para processos cíveis ou penais), com a sindicância ou início do PAD: A lei não faz menção ao prazo para o término da interrupção ou suspensão do PAD. A doutrina fixa-o em 140 dias. Em suma, o prazo prescricional suspenso ou interrompido com a abertura do processo administrativo disciplinar volta a contar após 140 dias do início do PAD. Passado os 140 dias, o processo não é arquivado, ocorrendo uma flexibilização em prol da Administração Pública. 2. Agentes públicos – conceito: Agentes públicos são todos aqueles que exercem função pública, ainda que temporariamente e sem remuneração. São considerados agentes públicos para efeito de sanção criminal: Jurados; Estagiários (remunerados ou não); Mesário de eleição; Os agentes públicos respondem exclusivamente por determinados crimes, tais como peculato (subtrair ou desviar bens públicos ou particulares a que tem acesso devido à sua condição privilegiada). 3. Os agentes políticos: Os agentes políticos são agentes públicos cuja relação com o Estado não se dá em razão de vínculo profissional, mas de natureza política. Ex: Presidente da República, os governadores, prefeitos e respectivos vices, os auxiliares imediatos dos Chefes de Executivo, isto é, ministros e secretários das diversas pastas, bem como os senadores, deputados federais e estaduais e os vereadores. São as seguintes as características dos agentes políticos: Funções de direção e orientação estabelecidas na Constituição; Ingresso por eleição ou indicação política; Funções transitórias (há mandato estabelecido); 4. Particulares em colaboração com a administração: Sujeitos que, sem perder sua qualidade de particulares, portanto, pessoas alheias à intimidade do aparelho estatal, exercem função pública, ainda que, às vezes, apenas em caráter episódico. Ex: Jurados, comissário de menores, membros de mesa receptora ou apuradora de votos quando das eleições, recrutados para o serviço militar. 5. Servidores públicos: Conceito: Todos aqueles que detêm relação de trabalho de natureza profissional e sob vínculo de dependência com o Estado e suas entidades da Administração Indireta – autárquica ou fundacional. Classificação dos servidores: Servidores das pessoas jurídicas de Direito Público: União, estados-membro, município, Distrito Federal, autarquias e fundações de direitos públicos; Servidores estatuários: Servidores que não são regidos por outros diplomas (como a CLT); Servidores celetistas (CLT): Inclusão a partir da EC 19/98 – regime misto. Traz, desse modo, maior segurança jurídica aos servidores públicos na prática dos seus atos. Servidores temporários (REDA): A CF/88 fala dos servidores temporários no art. 37. Esses servidores temporários são admitidos para, em situações de emergência e transitórias, ampliar a mão-de-obra. Portanto, trata-se de uma exceção à realização de concursos públicos. Não se admite a perpetuação dos servidores temporários. O tema 784 do STF fala sobre preterição. Faz-se importante mencionar o pensamento de Luís Roberto Barroso: Como regra não há direito subjetivo o cidadão que é aprovado no concurso fora das vagas (o 11º de um concurso de 10 vagas). Porém, se surgirem novas vagas (como no caso de morte ou desistência) durante o prazo do concurso, por configurar uma situação de preterição, os candidatos aprovados fora das vagas passam a ter direito subjetivo de aprovação. Tema 784 – STF: Direito à nomeação de candidatos aprovados fora do número de vagas previstas no edital de concurso público no caso de surgimento de novas vagas durante o prazo de validade do certame. Relator(a): MIN. LUIZ FUX Leading Case: RE 837311 Descrição: O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de validade do certame anterior, não gera automaticamente o direito à nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital, ressalvadas as https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4634356 hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por parte da administração, caracterizada por comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz de revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado durante o período de validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato. Assim, o direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso público exsurge nas seguintes hipóteses: I – Quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas dentro do edital; II – Quando houver preterição na nomeação por não observância da ordem de classificação; III – Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte da administração nos termos acima. (Grifos nossos) 6. Cargo público: Conceito: Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor; Regra: Cargos são criados e extintos por lei (salvo quando concernentes aos serviços auxiliares do Legislativo – Câmara ou Senado criam por resolução). Isso vale também para as vagas atreladas aos cargos; Exceção: O Chefe do Poder Executivo pode extinguir, mediante decreto, funções e cargos públicos, quando vagos (art. 84, VI, b, CF). AULA 06 – CARGOS PÚBLICOS E INTRODUÇÃO A CONCURSO PÚBLICO 1. Cargo público: Conceito: Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor; Regra: Cargos são criados e extintos por lei (salvo quando concernentes aos serviços auxiliares do Legislativo – Câmara ou Senado criam por resolução). Isso vale também para as vagas atreladas aos cargos; Exceção: O Chefe do Poder Executivo pode extinguir, mediante decreto, funções e cargos públicos, quando vagos (art. 84, VI, b, CF). 2. Espécies de cargos públicos: Cargo de provimento efetivo: Característica da definitividade (e não temporariedade); O ingresso se dá mediante concurso público; Passagem por estágio probatório até a estabilidade. Esse período probatório trata-se de um momento de observação, geralmente anual ou semestral. No caso de reprovação (infraçãodisciplinar ou falta de adaptação) no estágio probatório poderá ocorrer a perda do cargo; Com a reprovação no estágio probatório (inabilitação) ou desistência, é possível a recondução para o cargo anterior. Trata-se da readmissão do empregado a cargo anteriormente ocupado; O servidor pode se exonerar caso não queira mais exercer o cargo; Com a efetivação, há possibilidade de perda do cargo mediante sentença ou decisão administrativa, garantido o devido processo legal; Uma vez atingida a estabilidade, essa possui efeitos associados, entre eles o vínculo estatutário. A relação entre administração e administrador se dá por uma lei específica que contém um regulamento de direitos e deveres, bem como as infrações com suas respectivas sanções; Cargo de provimento vitalício: Definitividade agravada, a qual incorpora efeitos da estabilidade como o vínculo estatuário; Inamovibilidade: O servidor não pode ser deslocado de comarca contra a sua vontade; Irredutibilidade de vencimentos/subsídio: O servidor não pode ter o seu salário reduzido; O constituinte entendeu que determinados cargos devem apresentar maior estabilidade e segurança. Essa é a razão teórica da vitaliciedade, a qual também se aplica aos magistrados (visa à isenção de influência política nas decisões); Exemplos: Ministério Público, Ministros e Conselheiros dos Tribunais de Conta e os membros da Magistratura; A vitaliciedade diz que a demissão deve ocorrer mediante decisão judicial transitada em julgado; Cargo de provimento em comissão: O servidor público escolhe quem ele irá assessorar; Transitório; Confiança; Livre nomeação e exoneração; Direção, chefia e assessoramento; Servidores de carreira ou não. Reserva legal; Vínculo estatuário; Há cargos que não admitem a nomeação de confiança; Agrega bastante na execução do serviço público e trata-se de um caminho de combate à corrupção. Imaginemos um desembargador com uma grande demanda. Ele precisa de uma equipe de assessores que o auxiliem. Não seria plausível que tal equipe seja composta por pessoas com as quais ele não conhece, nem conhece o seu método de trabalho. Há uma corrente, contudo, que critica a existência de cargos de confiança, em virtude da constante violação a princípios que regem a Administração Pública, tais como a impessoalidade e a eficiência (o assessor só atenderia aos interesses da autoridade). Assim, não há um consenso doutrinário. Função pública: Corresponde ao conjunto de atribuições distintas de cargo ou emprego; Transitória e pautada na confiança; Livre designação e dispensa; Um titular de cargo público efetivo, em virtude da confiança de determinada autoridade, passa a exercer encargos de direção, chefia ou assessoramento; Ex: Função pública exercida por uma pessoa de confiança do Presidente da República; Emprego público: Núcleos de encargos públicos permanentes a serem preenchidos por agentes contratados para desempenhá-los; Empregados com vínculo contratual, sob a regência da CLT (relação trabalhista); Aplica-se a membros da Administração Pública Direta (órgãos estatais) e Indireta (Sociedade de Economia Mista, Empresa Pública ou Fundação Governamental de Direito Privado); Ingresso mediante concurso público; Exemplos: Empregador público que trabalha na PETROBRÁS; Pode o empregador público pode ser demitido. Não há PAD, mas há direito à ampla defesa; Não há estabilidade; 3. Concurso público: Art. 37, II – CF: II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Como regra, a investidura em cargo ou emprego público se dá mediante aprovação prévia em concurso público. Para além das provas objetivas, há as provas de títulos (mais comum quando se fala de cargos de nível médio e superior). Trata-se da análise de títulos exigidos pela legislação (artigos jurídicos, graduação, pós-graduação, aprovação em outros concursos). Sugestões para obter a aprovação (opcional): Realizar provas anteriores; Ler o edital duas vezes de forma detalhada; Focar em questões de uma banca específica (a que constantemente elabora o concurso pretendido); Montar o cronograma eficaz para estudar todas as matérias em uma semana (segunda – Constitucional; terça – Administrativo; quarta – Penal; quinta – Civil...). Estudar uma matéria por mês é uma estratégia pouco eficiente; Ler doutrina, jurisprudência e súmulas + fazer questões (parte mais importante); Durante a prova, identificar rapidamente (em 2h) as questões repetidas/semelhantes (70% da prova) e responder brevemente. Destarte, sobra tempo suficiente para “dar o gás” em relação às questões novas (30% da prova); Usar o máximo de tempo disponível para a prova; Debates interessantes: Realização de novo certame havendo candidatos a serem nomeados dentro das vagas previstas em concurso anterior: Possibilidade de realização, porém a nomeação fica condicionada ao esgotamento do concurso anterior. Ex: A realizou concurso público para o cargo X, mas não foi aprovado. Logo depois abriu o edital para outro concurso público para o cargo X. A pode realizar a prova, porém a nomeação fica condicionada ao esgotamento do concurso anterior (caso não tenha sido nomeado); Candidato aprovado dentro do número de vagas tem direito subjetivo à nomeação? Consoante a doutrina clássica e os precedentes atuais do STJ, sim (de forma indiscutível – regra), salvo situações excepcionais (como um pandemia); Candidato aprovado fora do número de vagas, tem direito subjetivo à nomeação? (TEMA 784 – STF): Via de regra, não há direito subjetivo à nomeação. Há algumas exceções, como o surgimento de novas vagas no prazo de validade; Etapas subsequentes: Aprovação; Nomeação (forma de provimento originária); Posse (investidura no cargo); Exercício (início do trabalho); O prazo para a posse é de 30 (trinta) dias, prorrogáveis por mais 30 (trinta), mediante requerimento do interessado desde que formulado antes de findo o prazo inicial. O prazo para entrar em exercício é de 15 dias. (arts. 13 e 15 da Lei 8112/90), podendo se dar por procuração. Se o nomeado não tomar a posse no prazo legal, a nomeação torna-se ineficaz. Se, tendo tomado posse, não entrar em exercício, o nomeado será exonerado. Dessa forma, percebe- se um processo distinto de desligamento entre aquele que foi nomeado, mas não apareceu e aquele que tomou posse, mas não exerceu o trabalho. Este já é considerado servidor público e é exonerado. AULA 07 – REMUNERAÇÃO DOS SERVIDORES PÚBLICOS 1. Sistemas remuneratórios do servidor público: Existem servidores que recebem via vencimento e outros, via subsídio. A lei é que define acerca do fator responsável pela remuneração do servidor (vencimento ou subsídio). Vencimento é uma parcela de remuneração tácita do servidor, podendo ser agregada a outros recursos. De 1988 pra cá ocorreram lutas de determinadas instituições em prol do recebimento de subsídios. As gratificações podem ser alteradas e podem, às vezes, superar os subsídios. A remuneração por subsídio é mais atrativa (estável), uma vez que a remuneração por vencimento é mais baixa e necessita das gratificações (maior instabilidade). O sistema remuneratório é um dos elementos que influenciam na escolha de determinado concurso, alertando-se sempre que o foco principal se encontra na realização pessoal e saúde mental do indivíduo (ainda após de uma severa pandemia). Art. 39 – CF: § 4º O membrode Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Art. 128 – CF: § 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros: I - as seguintes garantias: c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Art. 135 – CF: Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo serão remunerados na forma do art. 39, § 4º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Art. 144, § 9º – CF: A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do art. 39. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art15 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art15 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art18 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art18 2. Teto remuneratório: É um limite remuneratório para a carreira pública (“o céu não é o limite”). O teto geral em 2020, o qual foi congelado, era de R$ 39.293,00. Art. 37 – CF: XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) O teto do STF não é o teto de todos os servidores públicos, existindo um teto remuneratório específico. Municípios – prefeito (teto); Estados – Governador; Deputado – teto do Legislativo; Desembargador, promotor e procurador também apresentam tetos próprios. Para as carreiras jurídicas nominadas na Constituição, o teto é 90,25% do que ganha um ministro do STF; 3. Estágio probatório e estabilidade: Vejamos o debate histórico: Art. 20 – Lei 8.112/90: Prazo de 24 meses para estágio probatório; Texto original da CF: Estabilidade em 2 anos; EC 19/98 alterou a CF/88 em prol da eficiência: Aumentou o prazo de estabilidade de 2 para 3 anos (1 ano após o estágio probatório); Parecer da AGU MC – 01/04 e Portaria n. 342/03 – Estágio probatório teria o mesmo prazo da estabilidade; STJ – MS 9.373/DF – art. 20 da Lei 8112/90: Não há problema em separar os prazos do estágio probatório e da estabilidade; STF – AI 754.802 – Prazo comum de 3 anos (resolveu a situação), alterando o prazo estabelecido em leis infraconstitucionais; OBS: Embora o entendimento jurisprudencial do Supremo aponte para o prazo comum de 3 anos, o texto expresso da Lei 8.112/90 não foi alterado. Destarte, em questões de concursos públicos com base no princípio da legalidade devemos assinalar: 24 meses para estágio probatório e 3 anos para a estabilidade (exceto se houver menção expressa à necessidade de resposta com base na jurisprudência). 4. Formas de provimento (preenchimento de vaga relacionada ao cargo): Provimento originário: Nomeação: Admissão (forma originária) – lista de aprovados no concurso público; Provimento derivado: O servidor já possuía um vínculo anterior com a administração e ascende na carreira. Tem-se as seguintes possibilidades: Promoção: Provimento derivado vertical, ocupação de cargos mais altos por antiguidade ou merecimento. Elevação de classe na mesma carreira – aberta a vaga, abre-se um edital e o aprovado subirá para a classe superior. Nem sempre se relaciona com uma responsabilidade a mais (não é uma obrigatoriedade constitucional); Readaptação: Limitação por questões de saúde ou aposentadoria por invalidez (incapacitado); Reversão: Retorno do servidor aposentado ao exercício (recuperou a saúde, por exemplo); Remoção: Forma pela qual o servidor público passa a trabalhar em outra localidade, mas no mesmo nível hierárquico. Reintegração: Retorno do servidor por anulação do ato de demissão; Recondução: Retorno do servidor ao cargo anteriormente ocupado por ele em duas hipóteses: Inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; Reintegração do anterior ocupante; Aproveitamento: Retorno do servidor que saiu por disponibilidade (seja em razão da extinção do seu cargo ou da sua desnecessidade); O servidor público não pode ocupar dois cargos públicos ao mesmo tempo. Este deve solicitar a exoneração de um cargo para ocupar outro. É aconselhável, mesmo com a demora da Administração Pública, aguardar a decisão, embora a jurisprudência tenha admitido essa possibilidade de ocupar o outro cargo, mesmo sem a exoneração efetivada, quando o servidor age por boa-fé. EXTRA: MONITORIA ADM II – 30/03 – MARINA GORDILHO PROCESSO ADMINISTRATIVO – NOÇÕES INTRODUTÓRIAS Conceito: conjunto de atos coordenados e interdependentes necessários à produção de uma decisão final a respeito de alguma função ou atividade administrativa; Finalidades do processo administrativo: Estado: Concretizar os atos administrativos; Interessado: Assegurar o devido processo legal e contraditório visando à proteção contra a arbitrariedade do Estado; Sociedade: Salvaguardar o interesse público; BASES LEGAIS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO CF/88: Art. 5º, LX e LXXVIII; Debate acerca da nomenclatura “processo administrativo” (majoritária) x “procedimento administrativo”. Matéria processual é privativa da União (art. 22, I, CF) e matéria procedimental é concorrente entre a União, estados e DF (art. 24, XI, CF); Lei 9784/99: Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal – aplica- se também aos órgãos do Legislativo e do Judiciário quando no exercício da função administrativa (art. 1º, § 1º, Lei 9784/99); PRINCÍPIOS* Devido processo legal: ampla defesa (produzir provas) + contraditório (ser ouvido e influenciar na decisão); Oficialidade: A Administração Pública pode iniciar o processo administrativo de ofício; Motivação: A Administração Pública deve explicitar as razões fáticas e jurídicas que levaram à adoção de determinada decisão; Razoabilidade (agir racional) e proporcionalidade (adequação + necessidade + proporcionalidade em sentido estrito); Eficiência: Pautada sobretudo no viés econômico, trata-se de obter os melhores resultados possíveis como menor custo possível e em tempo razoável; Formalismo necessário: Há a necessidade de se estabelecer procedimentos no processo administrativo, desde que não sejam exagerados; DIREITOS DO ADMINISTRADO Art. 3º, I-IV, Lei 9784/99: ser tratado com respeito, ter ciência da tramitação dos processos, formular alegações e apresentar documentos, e ser assistido por advogado (faculdade – súmula vinculante 5, STF); DEVERES DO ADMINISTRADO Art. 4º, I-IV, Lei 9784/99: falar a verdade, boa-fé, não agir de forma temerária e prestar informações necessárias; LEGITIMADOS NO PA Aqueles que podem iniciar o processo administrativo (além da Administração Pública de ofício) – art. 9º, Lei 9784/99; FASES DO PA Instauração: De ofício ou a requerimento; Observados os requisitos do art. 6º da Lei 9784/99; Vedada recusa imotivada; Orientação para suprimento de falhas; Instrução: Dilação probatória; Oficialidade e ônus da prova; Possibilidade de consulta pública; Relatório não vinculante; Decisão: Prazo de 30 dias prorrogáveis por igual período + motivação; Recurso: Regra: Prazo de 10 dias para interpor; 30 dias para julgar, prorrogáveis por igual período; Limite de tramitação por três instâncias; Regra: sem efeito suspensivo; Coisa julgada administrativa; PAD – NOÇÕES INTRODUTÓRIAS (ARTs. 143 – 182, LEI 8112/90) Instrumento por meio do qual a Administração apura o cometimento de infrações pelos seus servidores, podendo culminar em uma sanção; Instauração vinculada (interesse público) – art. 143, Lei 8112/90 – e “dosimetria” discricionária; Sindicância investigativa ou preparatória: Antecede o PAD; Busca apurar fato e autoria; Prescinde de ampla defesa e contraditório; A Administração Pública pode se valer para investigar fatos/condutas ilícitas; Se os elementos estiverem configurados, é desnecessária a sindicância; Não pode ocorrer a aplicação da sanção; A extinção da sindicância resultará em PAD ou arquivamento; FASES DO PAD Art. 151, Lei 8.112/90: instauração, inquérito e julgamento; Instauração: publica-se uma portaria e uma comissão processante é designada (3 servidores, sendo um o presidente); Inquérito: Instrução, indiciamento, citação, defesa final e relatório. Nesta fase, a comissão faz um relatório e opina (não vinculante – “semelhante ao parecer do MP”); Julgamento: Prazo de 20 dias para julgar (quem julga é a autoridade julgadora e não a comissão) – art. 167, Lei 8112/90; IMPUGNAÇÕES ADMINISTRATIVAS* Pedido de reconsideração: Própria autoridade (impróprio) – 30 dias da decisão e admite-se a reformatio in pejus; Recurso: Autoridade superior (próprio) – 30 dias da decisão do pedido de reconsideração, admitida a reformatio in pejus. O recurso não será conhecido quando interposto (art. 63, Lei 9784/99): Fora do prazo; Perante órgão incompetente; Por quem não seja legitimado; Após exaurida a esfera administrativa; Revisão (Art. 174, Lei 8112/90): A qualquer tempo e subordinado a fatos novos, sendo vedada a reformatio in pejus (art. 65, p. único – Lei 9784/99); INFORMAÇÕES IMPORTANTES Afastamento preventivo: ao ser instaurado, prazo máximo de 60 dias, mantida a remuneração (art. 147, Lei 8112/90); Interrupção do prazo prescricional: 140 dias; Súmula 641, STJ: A portaria de instauração do processo administrativo disciplinar prescinde da exposição detalhada dos fatos a serem apurados; Consoante a súmula anterior do STJ, a portaria pode ser genérica; Independência das instâncias: A decisão de uma não interfere no âmbito da outra (penal, civil, administrativo); Exceção: Quando absolvido por inexistência de fato ou negativa de autoria. Admissão de prova emprestada desde que observado o contraditório; Prazo do PAD: 60 dias (podendo ser prorrogado por igual período e depois a autoridade tem mais 20 dias para julgar); Não aplicação do princípio da insignificância se houver lesão ao erário; Súmula vinculante 5 (STF): A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição; Consoante o STF, a ausência de advogado não gera a nulidade do processo; AGENTES PÚBLICOS Agentes públicos são todos aqueles que exercem função pública ainda que temporariamente e sem remuneração (jurados, estagiários, mesários de eleição...); Cargo: Conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor (criado por lei); Emprego: Vínculo trabalhista entre a Administração Pública e os seus agentes regidos pela CLT, mediante contrato que definirá todos os direitos e obrigações do particular sujeito à disciplina administrativa e entes estatais; Função: Atribuições às quais não corresponde um cargo ou um emprego (confiança, direção, chefia e assessoramento); TIPOS DE CARGOS Cargo de provimento efetivo: Definitivo e mediante concurso público; Cargo de provimento vitalício: Estabilidade extrema, inamovibilidade, irredutibilidade de vencimentos/subsídios; Cargo de provimento em comissão: Função de confiança; FORMAS DE PROVIMENTO* Provimento originário: O servidor não integrava o quadro da Administração Pública e ingressa na carreira pública; Depende de prévia aprovação em concurso público de provas ou provas e títulos; Aprovação Nomeação Posse (30 dias) Exercício (15 dias); Estabilidade: 3 anos (CF/88); Foi nomeado e não tomou posse: nomeação ineficaz Tomou posse e não exerceu: exonerado (já era servidor público); Provimento derivado (art. 8º, Lei 8112/90): O servidor já possuía um vínculo anterior com a administração e ascende na carreira. Tem-se as seguintes possibilidades: Promoção: Provimento derivado vertical, ocupação de cargos mais altos por antiguidade ou merecimento; Readaptação: Limitação por questões de saúde – readaptação da função ou aposentadoria por invalidez; Reversão: Retorno do servidor aposentado ao exercício (recuperou a saúde, por exemplo); Reintegração: Retorno do servidor por anulação do ato de demissão; Recondução: Retorno do servidor ao cargo anteriormente ocupado por ele em duas hipóteses: Inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; Reintegração do anterior ocupante; CONCURSO PÚBLICO Art. 37, II, CF; Prazo de validade do concurso: 2 anos (podendo ser prolongado por mais 2); Tema 784 STF: a aprovação fora do número de vagas não gera, como regra, direito subjetivo à nomeação; O direito subjetivo à nomeação se dá em três hipóteses: Aprovação dentro do número de vagas previsto no edital; Preterição (ato de deixar de lado/omitir/excluir) por não observância da ordem de classificação; Quando surgirem novas vagas ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior e ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada; Thiago Coelho – T5A 2023.1 @taj_studies AULA 08 – VACÂNCIA E APOSENTADORIA 1. Formas de provimento: Provimento originário: Nomeação: Admissão (forma originária) – lista de aprovados no concurso público; Provimento derivado: O servidor já possuía um vínculo anterior com a administração e ascende na carreira. Tem-se as seguintes possibilidades: Promoção: Provimento derivado vertical, ocupação de cargos mais altos por antiguidade ou merecimento. Elevação de classe na mesma carreira – aberta a vaga, abre-se um edital e o aprovado subirá para a classe superior. Nem sempre se relaciona com uma responsabilidade a mais (não é uma obrigatoriedade constitucional); Readaptação: Investidura do servidor em cargo compatível com limitação por questões de saúde, ou pode culminar na aposentadoriapor invalidez (incapacitado); Reversão: Retorno do servidor aposentado ao exercício (recuperou a saúde, por exemplo); Remoção: Forma pela qual o servidor público passa a trabalhar em outra localidade, mas no mesmo nível hierárquico; Reintegração: Retorno do servidor por anulação do ato de demissão; Recondução: Retorno do servidor ao cargo anteriormente ocupado por ele em duas hipóteses: Inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; Reintegração do anterior ocupante; Aproveitamento: Retorno do servidor que saiu por disponibilidade (seja em razão da extinção do seu cargo ou da sua desnecessidade); O servidor público não pode ocupar dois cargos públicos ao mesmo tempo. Este deve solicitar a exoneração de um cargo para ocupar outro. É aconselhável, mesmo com a demora da Administração Pública, aguardar a decisão, embora a jurisprudência tenha admitido essa possibilidade de ocupar o outro cargo, mesmo sem a exoneração efetivada, quando o servidor age com boa-fé. 2. Vacância: Trata-se do fenômeno em que o servidor público deixa o cargo vago. Há institutos que estavam no provimento e que, também, são de vacância. São as seguintes as formas de vacância: Exoneração: Não apresenta caráter punitivo (a autoridade nomeia e exonera quando quiser – juízo de conveniência e oportunidade). Parte da doutrina admite a exoneração sem fundamentação; Demissão: Desligamento punitivo (pena de demissão aplicada após o PAD); Promoção: A medida que deixa de existir uma vaga, cria outra; Readaptação: Servidor que ficou incapacitado. Uma vaga é extinta e outra, dessa forma, é criada; Aposentadoria: Só é instrumento de vacância. O servidor público interrompe as suas atividades; Posse em outro cargo/emprego inacumulável: Situação na qual o servidor público é aprovado em outro concurso e toma posse em cargo inacumulável (que não se permite a acumulação). Caso o servidor público for descoberto em tal ilegalidade, terá, primeiramente, o direito de escolha acerca de qual cargo deseja a vacância e, caso não se manifeste no prazo devido, será exonerado em um dos cargos; Falecimento: Por razões óbvias, há a vacância do cargo; 3. Acumulação de cargos, empregos e funções: Como regra é proibido acumular cargos referentes aos entes da federação (União, estados, DF e municípios) e às entidades da Administração Pública Indireta (ex: autarquias, sociedades de economia mista e fundações públicas). Após a EC nº 19/98 (subsidiárias; sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público). A CF, no art. 37, XVI traz as possibilidades de acumulação: Dois cargos de professor, desde que compatíveis em termos de horários; Um cargo de professor com outro técnico ou científico; Dois cargos ou empregos privativos de profissionais da área de saúde (não só médicos), com profissões regulamentadas (por lei); Art. 37, XVI – CF: é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 34, de 2001) 4. Aposentadoria: É a garantia da inatividade remunerada deferida aos servidores que se encontrem em uma das situações elencadas no art. 40 da CF; Contam para efeitos de aposentadoria: Tempo de contribuição federal, estadual ou municipal (antes se falava em tempo de serviço, porém, o tempo de contribuição é mais relevante e, em determinadas ocasiões, pode não coincidir com o tempo de serviço); Disponibilidade: Se for remunerada, valerá para a aposentadoria; Art. 40, § 9º - CF: É vedada a incorporação de vantagens de caráter temporário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) Quem teve cargo provido até em 2003, a remuneração da aposentadoria era integral. A partir de 2003 essa possibilidade se tornou mais remota (geralmente a aposentadoria tem um abatimento de 15-20%). Ocorreu a revogação, dessa forma, do princípio da integralidade com a EC 41/2003. 5. Regimes previdenciários: RGPS – REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL RPPS – REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL REGRAMENTO: Art. 201 e ss, CF; RAMO: Direito Previdenciário; ENTE GESTOR: INNS; REGRAMENTO: Art. 40 da CF; RAMO: Direito Administrativo; ENTE GESTOR: Entes políticos; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc34.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1 ABRANGE: Empresa pública (Adm Direta e Indireta) + comissionados; ABRANGE: Cargos efetivos e vitalícios; Nosso objeto de estudo vai ser o RPPS – Regime Próprio de Previdência Social. Vejamos a sua evolução histórica na CF/88: CF/88 – Original: Princípio da integralidade (vencimento integral): O vencimento na aposentadoria é integral (mesmo valor ganho enquanto ativo); Princípio da paridade (aposentados): O provento vai ser atualizado da mesma forma que a ativa; EC 20/1998: Princípio da integralidade; Princípio da paridade; Passa para regime contributivo – inserção do limite de idade e do tempo de contribuição; EC 41/2003: Preocupação com as verbas da previdência; Manutenção do regime contributivo; Revoga integralidade: Aquele que é nomeado após a EC não tem mais o direito automático a uma aposentadoria que seja integral. Mudança para a média das contribuições (média do que o servidor recebeu durante a ocupação das mais variadas funções ao longo da sua carreira); Revoga paridade: Inclui preservação do valor real; Estabelece o teto de proventos; Contribuição de inativos (os aposentados passaram, também, a contribuir para as aposentadorias): 11%; 6. Espécies de aposentadoria (art. 40, § 1º, CF): Por invalidez permanente: Os proventos são proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei. A aposentadoria por invalidez é medida subsidiária à readaptação e, frequentemente, devem ocorrer avaliações periódicas em prol de uma eventual reversão. EC 103/19: I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo; EC 103/19. Art. 26, § 2º, II - Média de 60%. EC 103/19.Art. 26, § 3º, II - Média de 100% Compulsoriamente aos 70 anos ou aos 75 anos desde que regulamentada por lei complementar, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição (EC 88/2015); Voluntária: III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintescondições: (EC 20/98) a) 60 anos de idade e 35 de contribuição, se homem, e 55 anos de idade e 30 de contribuição, se mulher; P.I. - E.C. 41/03. (Tempo de contribuição) b) 65 anos de idade, se homem, e 60 anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. (Por idade) (Grifos nossos) EC 103/2019 - Art. 40 - Aposentadoria voluntária: III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo ente federativo. Os municípios podem legislar sobre tal, porém, enquanto não o fazem, segue-se o exposto anteriormente. Art. 10 EC - 103/2019 - No serviço público federal: § 1º, b) 25 (vinte e cinco) anos de contribuição, desde que cumprido o tempo mínimo de 10 (dez) anos de efetivo exercício no serviço público e de 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria; Aposentadoria especial: São aposentadorias com prazos diferenciados para profissões consideradas diferenciadas: Professor (Ensino Infantil, Fundamental e Médio): 5 anos a menos; Deficiente físico/integridade física e saúde/atividade de risco (bombeiros, policiais, etc) – EC 103/2019: Admite que os estados e municípios possam estabelecer os prazos através de LC local; Art. 40, § 2º - CF: Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência, observado o disposto nos §§ 14 a 16. R$ 6.433,00. AULA 09 – SERVIÇOS PÚBLICOS 1. Aposentadoria integral: A EC 41/2003 revogou a integralidade e a paridade. Entretanto, o que fazer com aqueles servidores públicos que se aposentaram antes da entrada em vigor da emenda? De acordo com o art. 6º da EC nº 41/03, o servidor que ingressou no serviço público, até a data da publicação da emenda, 31.12.2003, poderá aposentar-se com proventos integrais, desde que preenchidos alguns requisitos: I – sessenta anos de idade, se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade, se mulher; II – trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher; III – vinte anos de efetivo exercício no serviço público; e IV – dez anos de carreira e cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se der a aposentadoria. Em suma, não há a produção de efeitos reatroativos caso atendidos os requisitos (efeitos ex nunc). Ademais, consoante a parte final do art. 6º da EC 41/03, deve-se ter atenção às reduções de idade e ao tempo de contribuição contidas no § 5º do art. 40 da CF (professor de ensino infantil, fundamental e médio se aposenta com cinco anos a menos). 2. Aposentadoria proporcional – EC. 41/03: Após a promulgação da EC 41/03, contribuirá para regime próprio com base na totalidade de sua remuneração, a qual servirá de base de cálculo para sua futura aposentadoria, sendo que a sua aposentadoria será estabelecida através de uma média de contribuições vertidas (direcionadas) para o sistema previdenciário. 3. Serviço público: São exemplos de serviços públicos: saneamento básico, educação pública, concessionária, fornecimento de água, entre outros. No que tange aos serviços públicos, merece destaque Celso Antônio Bandeira de Mello. Podemos compreender “serviço público” por meio de dois sentidos: Serviço público em sentido subjetivo (quem executa): Órgãos que prestam serviços (que realizam a fiscalização do serviço público), bem como os seus agentes. Ex: Órgãos de fiscalização tributária/autoridade previdenciária...; Serviço público em sentido objetivo (o que é executado): Atividades propriamente prestadas. Ex: Fornecimento de água; Como podemos conceituar serviço público? Critério orgânico: Todo serviço prestado pelo Estado – não atende, uma vez que há serviços públicos delegados a privados, bem como atividades estatais que não configuram serviços públicos; Critério material: Atividades essenciais prestadas diretamente aos cidadãos – não atende, pois exclui as atividades mediatas (trabalhos internos das repartições públicas). José Neto considera que tal critério tem poucas desvantagens e, portanto, pode ser adotado; Critério formal: Submetidos ao regime de Direito Público – não pode ser usado isoladamente, uma vez que negligencia os agentes responsáveis pela execução dos serviços públicos; A doutrina ressalta que os critérios anteriores não podem ser analisados isoladamente, sendo mais plausível uma concepção sincrética, tais como a adotada por Celso Antônio Bandeira de Mello. Para o autor, serviço público é toda atividade de oferecimento de utilidades ou comodidade material destinada à satisfação da coletividade em geral, mas fruível singularmente pelos administrados, que o Estado assume como pertinente a seus deveres e presta por si mesmo, ou por quem lhe faça às vezes, sob um regime de Direito Público. (Grifado de acordo com os respectivos critérios) Pretende-se defender as conveniências da coletividade a boa prestação dos serviços públicos, (I) evitando que terceiros obstaculizem a prestação ou (II) que o próprio Estado ou quem lhe faça às vezes procedam de modo abusivo. Por isso decidiu-se pela presença de uma lei específica para regular os serviços públicos (Lei 8987/95), ou seja, para evitar abusos e interferências nocivas. No conceito de Celso de Mello, segurança pública não seria considerada serviço público. Vale ressaltar que nem tudo o que está regulamentado por lei é serviço público (o Estatuto da OAB regra o exercício profissional dos advogados, entre eles o liberal, o que não configura serviço público). Os serviços públicos encontram disposição constitucional no art. 175. Art. 175 – CF: Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Parágrafo único. A lei disporá sobre: I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; II - os direitos dos usuários; III - política tarifária; IV - a obrigação de manter serviço adequado. Cartórios: São serviços públicos, geralmente realizados por delegatários; Educação: Caso exercida pelo Poder Público, será serviço público. Se exercida por particular, a maioria da doutrina considera serviço público stricto sensu; Transporte coletivo: São serviços públicos e normalmente exercidos por concessão; Manutenção de rodovias: São serviços públicos e normalmente exercidos por concessão (vide as que possuem pedágios); Telefone: Serviço público essencial e hoje é predominantemente realizado por concessionárias*; Fornecimento de água: Serviço público essencial que, como regra, é exercido pelo Estado; Fornecimento de energia elétrica: Serviço público essencial que, como regra, é exercido pelo Estado; Regra geral: Atividade de Estado, sob regime de Direito Público; *Concessionária: Empresa que recebeu a concessão, tendo licença ou aprovação legal para exercer determinado serviço. São exemplos de concessões os aeroportos, rodovias, telefone, bem como o setor de petróleo e gás. Um dano na execução do serviço causado pela concessionária é de responsabilidade desta, podendo existir, em algumas situações, a responsabilidade subsidiária do Estado. 4. Classificação dos serviços públicos: Serviços administrativos x de utilidade pública: Os serviços administrativos são prestados no
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