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AULA 23 - O MILAGRE ECONÔMICO EM TEMPO DE DITADURA

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 O Presidente Costa e Silva adoece e acaba afastado
(agosto/1969)
 O Vice Pedro Aleixo é impedido de assumir por ser Civil.
 Uma Junta Militar assume o poder e governa até a
escolha do novo presidente (outubro de 1969)
Eleito em 1969, o general Emílio Garrastazu Médici iniciou o período de
maior perseguição e repressão política aos opositores do regime.
As ações políticas estariam então assentadas no binômio 
(Exército) + (Tecnocratas)
Enquanto, nos aspectos políticos e sociais, a repressão aos opositores do Regime era severa,
na área econômica, o Governo Médici foi marcado pelo , conduzido pelo
ministro da Fazenda, Delfim Netto.
Alguns elementos que explicam o “Milagre”:
 Conjuntura internacional de expansão do capitalismo (capitais
disponíveis)
 Política de juros baixos (estimulando a entrada de créditos
interessados em investimentos)
 Redução ou isenção da carga tributária aos investimentos
estrangeiros.
 Baixos custos de produção com o controle sobre os salários
(“arrocho”)
 Aumento do consumo interno para as classes médias e para a elite)
Houve uma conciliação de interesses do capital internacional (direcionado para a indústria de
bens duráveis) e a inciativa privada nacional (bens de consumo não duráveis), com o Estado
mantendo o papel de responsável pela Indústria de Base.
O projeto de crescimento econômico, a partir de
estratégias de ,
dirigida pelo Estado autoritário, associado aos
interesses da burguesia nacional e internacional,
não alcançou a possibilidade de expansão
sustentável, acabando por ficar à mercê das
tendências e variações externas, em um cenário
muito instável e perigoso para a economia
brasileira.
 Grande crescimento da economia.
 Inflação moderada (para os padrões brasileiros).
 Modernização da Indústria de Base, de Bens de 
Consumo Duráveis, Telecomunicações e Energia.
 Grandes investimentos de multinacionais 
estrangeiras.
 Política de “arrocho salarial”, resultando em 
aumento da concentração de renda.
 Obras estatais faraônicas (gigantescas e caras)
 Aumento da dívida externa.
As usinas Hidrelétricas de Itaipu e Tucuruí e a rodovia transamazônica estavam entre as grandes obras que projetavam o “Brasil Grande” dos militares.
Também a Ponte Rio-Niterói e a Usina Nuclear de Angra dos Reis (Angra I e II) expressavam a ideologia da prosperidade, assim como a Perimetral Norte e a Colombo-Sales
A realização de grandes obras fazia parte do projeto Por outro lado, as
construções faraônicas, apesar de serem importantes, deixaram um rastro de estagnação
econômica, dívida externa e pesados impactos ambientais.
O elevado crescimento econômico favorecia um clima de euforia nacional,
estimulando um nacionalismo ufanista, presente em vários slogans utilizados pelo
governo.
A vitória na Copa do Mundo de Futebol, no México, em 1970, foi amplamente utilizada
como propaganda, associada ao sucesso do Governo Militar e ao Milagre Econômico
Brasileiro.
Por outro lado, o Governo Militar fazia intensa propaganda contra 
os “subversivos”, chamando-os de terroristas e antipatriotas;
Trechos censurados no Jornal O Estado de S. Paulo
Charge ironizando os recortes da censura à imprensa
O Brasil recebia influência do cenário externo tanto do anticomunismo americano quanto
do movimento socialista cubano, ambos desdobramentos da Guerra Fria.
(sequestros de diplomatas estrangeiros e assaltos a banco).
(Araguaia – PA e Xambioá – GO)
Sugestão de Filmes abordando o período
Principais grupos: ALN, AP, MR-8, VPR, VAR-PALMARES, PCBR.
Carlos Marighela – ALN Capitão Carlos Lamarca VAR - PALMARES
A ALN (Aliança Libertadora Nacional, sob a liderança de Carlos Marighella, agiu entre 1968/69 a
partir das guerrilhas urbanas, até o assassinato de Marighella, em setembro de 1969. A VPR
(Vanguarda Popular Revolucionária), comandada pelo ex-capitão do Exército Carlos Lamarca,
atuou na região do Vale do Ribeira, em São Paulo, até 1973.
Outro movimento de guerrilha se organizou no Brasil Central, na região do Araguaia, sob a
organização de grupos ligados ao PCdoB, tentando o apoio local na resistência ao governo
militar.
Militantes dos movimentos de guerrilha, mortos pela repressão da Ditadura. Imagem à esquerda: Marighela, morto em uma emboscada em novembro de 1969. Imagem central: 
Lamarca, morto no interior da Bahia em setembro de 1971. Imagem à direita, invasão do “aparelho” clandestino de militantes da ANL, mortos pela ação policial em abril de 1973
O Governo Militar respondia com violência aos grupos de resistência que ameaçavam a
estrutura do poder. Advogados, Professores, escritores, artistas e intelectuais foram
perseguidos, torturados ou assassinados.
Órgãos do SNI
(Serviço Nacional de Informações)
CIE – Centro de Informações do Exército
CENIMAR – Centro de Informações da Marinha
CISA – Centro de Informações Da Aeronáutica
Para saber mais: http://memoriasdaditadura.org.br/repressao/
Os militares procuraram sempre atuar a partir de uma “legalidade autoritária”. Para combater
qualquer um que contestasse o regime mais diretamente, os chamados “subversivos”, não
deveria haver limite jurídico, ético ou moral. Assim, principalmente a partir de 1968, o Estado
brasileiro patrocinou uma repressão ao mesmo tempo legal e ilegal, baseada em censura,
vigilância, tortura sistemática, prisões ilegais e desaparecimentos.
http://memoriasdaditadura.org.br/repressao/
Anúncio politicamente incorreto da Philips: 
em uma época em que o regime militar 
usava a tortura para reprimir.
O projeto da Doutrina de Segurança Nacional obrigava a sociedade a pagar um preço
caro e lamentável por anos de ausência de liberdade plena, seja política ou cultural.
Charge ironizando as práticas de tortura 
utilizadas para obter informações ou confissões 
dos prisioneiros políticos.
O “pau-de-arara” era a 
forma de tortura mais 
comum utilizada. 
Foto da ficha de Dilma Rousseff 
no Departamento de Ordem Política e Social 
(DOPS) de São Paulo, registrada em janeiro de 
1970.
O regime militar brasileiro implementou o Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), gestado
desde o governo Castelo Branco, para expandir as fronteiras internas do Brasil, criando cidades,
ampliando os negócios, as rodovias e o escoamento de matérias-primas.
Essa expansão significou assassinato individual e coletivo, perseguição, criminalização, prisão e
tortura de lideranças indígenas que lutavam por seus territórios ou que tivessem comportamento
considerado inadequado frente à política de desenvolvimento do governo.
Fundação Nacional do Índio 
– FUNAI (1967) 
Substituiu o Serviço de 
Proteção aos Índios (SPI), 
voltando-se para a integração 
dos indígenas à sociedade dos 
brancos. 
Plano de Integração 
Nacional – PIN (1970)
Defendia a expansão capitalista no 
país por meio de grandes obras de 
infraestrutura, resultando na 
remoção de populações e terras 
indígenas pelo caminho. . 
+ =
 Rodovia Transamazônica: afetou 29
povos indígenas, exterminando quase
totalmente os Jiahui e os Tenharim.
 Rodovia Cuiabá-Santarém: reduziu os
Panará a menos de cem pessoas, que
foram transferidas para o Parque Indígena
do Xingu.
Para saber mais: http://memoriasdaditadura.org.br/indigenas/
http://memoriasdaditadura.org.br/indigenas/
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 
Estatísticas históricas do Brasil; Anuário estatístico do Brasil, 1997. 
Adaptado de: FREIRE, Américo. História em curso: o Brasil e suas relações com o mundo 
ocidental. São Paulo: Ed. do Brasil, 2004
O governo não apresentava preocupação com o aumento da capacidade brasileira de gerar
tecnologia própria e alcançar autonomia gradual diante dos grandes capitalistas internacionais. O
objetivo era o crescimento rápido, aproveitando as chances da oferta de crédito internacional.
Dos quase cem milhões de brasileiros, em 1970, apenas 20% constituíam mercado de
consumo, mesmo o Brasil estando em expansão. A maioria da população vivia deforma
miserável, distante dos benefícios da cidadania, em razão da forte concentração de renda
que, como vimos, beneficiava uma minoria.
Somada ao forte endividamento externo, a concentração
de renda fragilizava a sustentabilidade do Milagre,
expondo a economia brasileira às variações externas.
A , na medida em que pressionou
pela elevação do preço do petróleo no mercado
internacional, provocou um efeito dominó na
atividade econômica, criando um colapso no modelo
brasileiro.
Jornal O Globo de 07 de Outubro de 1973, 
Matutina, Geral, página 22
Revista Exame de 19 de Outubro de 1973, charge 
ironizando o aumento dos combustíveis 
Jornal Folha de São Paulo de 27 de Outubro de 
1973, Política, página 2
Sob os impactos da Crise do Petróleo, Ernesto Geisel
assume e promete executar a abertura democrática de
forma , pressionado pela crise
econômica e pelos interesses da elite empresarial e
das camadas populares, que não se mantinham mais
em condições de manipulação e controle pelo discurso
ufanista de outrora.
Jornal O Globo, 15 de março de 1973, Política, página 22
Em função da Crise do Petróleo, o modelo político econômico que sustentava o Regime
Civil-Militar no Brasil perdia apoio e popularidade. O contexto internacional de distensão
da Guerra Fria e o declínio das ditaduras na América Latina também contribuíam para o
enfraquecimento do modelo autoritário brasileiro, refletindo na derrota eleitoral em 1974.
RESULTADOS OFICIAIS DAS ELEIÇÕES LEGISLATIVAS, POR PARTIDO POLÍTICO (BRASIL, 1966/1982 – EM %)
SENADO FEDERAL
ARENA MDB B & N
1966 44,7 34,2 21,1
1970 43,7 28,6 27,7
1974 34,7 50 15,3
1978 35 46,4 18,6
1982* 36,5 50 13,5
CÂMARA DOS DEPUTADOS
ARENA MDB B & N
1966 50,5 28,4 21
1970 48,4 21,3 30,3
1974 40,9 37,8 21,3
1978 40 39,3 20,7
1982* 36,7 48,2 15,1
ASSMEBLEIAS ESTADUAIS
ARENA MDB B & N
1966 52,2 29,2 18,6
1970 51 22 26,8
1974 42,1 38,3 18,9
1978 41,1 39,6 19,3
1982* 36 47,2 16,8
Fonte: TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) 
Mapas Eleitorais em Estatísticas, 1966/1982. Disponível em www.tse.org.br
Em razão dos impactos da crise, o MDB obteve expressiva votação nas eleições
legislativas, realizadas em novembro de 1974, ampliando as pressões pela
redemocratização do Brasil, como podemos observar no quadro abaixo.
http://www.tse.org.br/
A indicação de Geisel representou um triunfo dos “castelistas” e uma derrota da
“linha dura”. Seria equivocado pensar, porém, que ele tivesse recebido o mandato de
uma corrente no interior das Forças Armadas favorável à liberalização do regime.
No âmbito da corporação, Geisel foi escolhido pela sua capacidade de comando e suas
qualidades administrativas. Pesou também na escolha o fato de o futuro presidente ser
irmão do ministro do Exército, Orlando Geisel, embora ele tenha realizado a política dos
duros.
De fato, os conceitos de “linha dura” em oposição aos “castelistas”, representantes de
uma linha mais “branda”, não correspondem à verdade histórica é já foram devidamente
desconstruídos pela documentação editada no livro “Tortura nunca mais” e pelos
relatórios da Comissão Nacional da Verdade.

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