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A GEOPOLf TICA DA ENERGIA NO sECULO XXI Prefacio Amauri Pereira Leite A GEOPOLiTICA DA ENERGIA NO sECULO XXI Organizador Guilherme Sandoval Goes Aulores ·: .· ' i,it :<:,/? ~, ,; . .· ' ' :ti;'.;H~loisa Borges Bastos Esteve ,.. , ' . . .· '. ". . ·~ . . a q~ ca~alhoBr~therho~d' ,. •fit.;."· •·'• ' · ottis Guimaraes C -,::;,.;;'.-' < ::o~tra}{;fii · · aro artins.t"' Apresenta~ao Este livro dedica-se a abordar a geopolftica da energia do seculo XXI. Aborda temas centrais na existencia da humanidade. Os seres humanos distinguem-se de tudo que os cerca por serem seres pro- vidos de razao e de vontade. Assim qualquer ac;ao que exerc;am nao decorre de instinto. Os homens agem obedecendo a vontade ea razao. E ao faze-lo sempre praticam uma intervenc;ao. Toda intervenc;ao traz dentro de si um triangulo indissociavel, indissoluvel, que responde ao que fazer, ao como fazer e ao com que meios fazer. 0 que fazer e a polftica. 0 como fazer e a estrategia. 0 com que meios fazer e o poder. Quando se pratica uma intervenc;ao se requer que se formatem numa mes- ma unidade a politica, a estrategia e o poder. Quando se executa uma intervenc;ao sobre um espac;o se pra- tica uma geointervenc;ao. Tem-se, entao, que buscar um triangulo que conjugue a geopolitica, a geoestrategia e o geopoder. A geopo- litica e, portanto, o que fazer sobre um espac;o. A geoestrategia e como fazer para atender a geopolf tica. 0 geopoder e o conjunto dos meios disponibilizados para a geoestrategia atender a geopolf tica. Outro ponto importante a ser colocado e que foi so no seculo XVII que o homem pode iniciar sua libertac;ao do trabalho ao executar uma interven~o. Ate entao a intervenc;ao obrigava o homem a trabalhar, a se utilizar de seu corpo ou do corpo das bestas para faze-la. Essa libertac;ao decorreu do conhecimento que o homem teve de que ele poderia dar a natureza uma representac;ao numerica razoavel- mente satisfat6ria e utilizando-se deste conhecimento poderia fazer ciencia e assim criar um novo meio para praticar uma intervenc;ao. O 1 VV:!_I ________________ A_Ge_o'--po_Ht_lca_d..:..a:::.:Energla lh . trado pela ciencia para se processar uma int me or me10 encon . erve _ ti . d h •mento do uso da energra posta na natureza t'I, ~ao 01 o o con ec1 d 1. · t nos capftulos este rvro - que b Unem-se, portan °, . . Usca _ d" ussao da geopoHtrca da energra, no es . , a apresenta~ao e a rsc . ,.. . 1 P1r1t opoHtica com a c1enc1a, pe a apropriar~ o de nossa epoca - a ge ,,.ao d • ....1. ta no espafO e na natureza, no mundo de h . a energia que esLd pos OJe, 0 mundo do seculo XXI. , . lfti. da energia agora se desdobra em vanos ram E a geopo ca . . os: . d 30 que foi mmto 1mportante ao longo de t d na geopolitica o carv o 0 , 1 XIX· na geopolitica do petr6leo que dominou o seculo XX o secu o , 1 . e e ainda muito relevante; nas demais que a ~am voo ~o Infcio deste .1,.. .. a geopolitica da energia nuclear; a geopolft1ca da energia m1 emo. . solar; a geopolftica dos biocombustfv~is; a geopolft1ca da hidroe}e, tricidade; a geopolftica da energia e?hca e ~gora ,.a ~ova geopolftica dos insumos energeticos, como o lft10 e o h1drogemo. Foi com esses diversos conhecimentos onticos, abordando-os, que esse Jivro pretendeu construir a ontologia da geopolf tica da energia. Pode com a conjun~ao de espa~o com a natureza dar ca- racteristicas distintas e dispares a cada um desses conhecimentos onticos, essas diversas geopoliticas, que quando reunidas sobre a moidura dessetrabalho formam a tela do quadro que retrata a geo- polftica dos recursos energeticos. Um quadro que tern sua imagem em muta~ao constante, pois tern sua dinamica formada pelos recursos naturais disponiveis e pelas formas encontradas para sua apropria~ao. Mas isto s6 pode ser alcanfado e observado em decorrencia da geoestrategia empre- gada pelos diversos atores na cena internacional e de seu geopo- tencial existente no campo energetico, que se torna passivel de se transformar em geopoder. Dare Antonio da Luz Costa Engenheiro Civil P6s Graduado em Energia Nuclear e Analise de Sistemas; Mestre e Dout:or em Engenharia de Produfao; Ex-Coordenador de Centro de Estudos Estrateglcos da ESG; Ex-Vice Presidente do BN DES· Au tor de varios livros dentre os quals Estrategia Nacional e Fun~amentos para 0 Estudo de Estrategia Naclonal e organlzador de vcfrios outros livros, ' Prefacio A energia move O universo e, por conseguinte, o nosso planeta Ter- ra. Na dinamica geopolftica do Sistema Internacional, os Estados buscam O desenvolvimento, de sorte a ampliar seu poder e promo- ver a qualidade de vida de suas popula<;oes e isso se faz tambem por meio da gera<;ao e distribui<;ao das riquezas, que por sua vez nao se verifica sem a oferta de materias primas e energia. Esta obra trata justamente desses insumos tao importantes para a -estatura geopolftica de uma na<;ao. Nos capftulos seguintes, diferentes experts abordarao, entre outros, temas relacionados a gera<;ao de energia em seus diversos modais, vis a vis com as exi- gencias de limpeza da atmosfera, no momento em que se acentuam, a nivel mundial, as exigencias de redu<;ao nas emissoes dos gases de efeito estufa, naquilo que se convencionou chamar de transi~ao para uma economia de baixo carbono. No primeiro capftulo Guimaraes aborda a geopolitica da ener- gia de baixo carbono, assunto candente nas midias nacionais e internacionais, em virtude das cobran~as crescentes por parte da comunidade internacional, quanto a desacelera~ao do processo de mudan~as climaticas ora em andamento. 0 autor comenta que uma transforma~ao energetica global ex- traordinaria sera necessaria em prol de um processo de desacelera- ~ao exitoso e que essa transforma~ao mudara a dinamica de poder, no jogo geopolf tico entre as na~oes, destacando que a manuten~ao da paz entre as potencias depender.i de novos arranjos de seguran- ~a no Sistema Internacional. A Geopolftlca da Ener I I VIII b que os impactos geopolfticos de · - s relem ra ssa r1 Gmmarae d ,. da energia estao apenas come \les, carboniza~ao na pro u~arto nto ha que se fomentar urn aland() d'd s e que po a , ••1Plo rl ser enten 1 0 '. tendo em vista sua importancia \I~, temat1ca, no e bate sobre essa 'blicas para o setor. s4, . t de polfticas pu belec1men ° { lo Esteves, Stelling e Pacheco abo d gundo cap tu ' r alll No se .. etica e O planejamento estrategico o d questao energ , d Para tema a d que a energia, alem e seus aspectos c o , I XXI destacan o . orner secu o • 0 . s e politicos, caracteriza-se por ser urn . ' ciais, socioecon m1co at1vo Jtamente estrategico. . a b que a seguran~ nac10nal de um pafs esta profund Relem ram , . a- . d .:\. sua seguran~a energetica e que nesse mornento d mente assoc1a a cl -- e . .. rgetica mundial, onde preocupa~oes com o meio arnbi tranSJ~O ene . .. __ , . en. I . am os pafses na dire~ao de uma gera~ao energetico deb . te impu SIOD . a1- xo carbono, 0 planejamento energetico volta a ter papel extrernarnente importante para O Brasit tanto para o alcance ,de sua estrategia ener. getica quanto para a pr6pria garantia da seguran~a nacional. Nessa toada, analisam a questao energetica sob a 6tica de sua rela~ao com o planejamento estrategico integrado e suas implica- ~oes na defini~ao de arranjos regionais para seguran~a energetica, capazes de mitigar riscos e criar incentivos compartilhados entre 0 Brasil e outras na~oes, atentando para o fato de que a garantia da seguran~ energetica nacional, alem de seu papel no desenvolvi- mento, tambem se constitui numa variavel crucial para o planeja- mento da defesa nacional. Reconhecendo as inumeras incertezas apontadas pelos fatos portadores de futuro, em especial, quanto ao ritmo da transi~ao energetica, os autores se propoe a explorar alternativas, de modo a colaborar no aprimoramento do processo de tomada de decisoes em polf ticas energeticas. E~ sequencia, f.astro eAlves abordam as implica~oes da transi~0 energetica da matriz eletrica no Brasil e no mundo refletindo sobre 0 processo de transi~o que tem como principal impulsionador a redu~ao dase~- de b~ oes PW5 J>Oluentes responsiveis pelo aquecimento glo Prefacio IX Apontam que o processo de transi~ao da matriz energetica de gera~ao eletrica, a nfvel mundial, num esfor~o crescente de descarbo- niza~ao, pode ser decomposto em dois movimentos distintos: o au- mento da participa~ao das fontes renovaveis, principalmente a e6lica e a solar e, no ambito da gera~ao termeletrica, particularmente na cobertura das intermitencias das renovaveis, a substitui~ao do car- vao e do 6leo combustfvel pelo gas natural, muito menos poluente. Os autores observam que o processo de transi~ao no Brasil tern algumas peculiaridades se comparado ao resto do mundo, vis- to que o pafs ja possui uma matriz predominantemente limpa, com aproximadamente 85% de sua gera~ao eletrica oriunda de fontes renovaveis, com destaque para as fontes hfdricas, enquanto a me- dia mundial se aproxima desse valor, s6 que ao contrario, ou seja, cerca de 75% oriunda de fontes nao renovaveis, geradoras de gases do efeito estufa. Finalizam destacando que, segundo indicam as proje~oes ela- boradas pela Empresa de Pesquisa Energetica (EPE), as fontes re- novaveis alternativas e as termicas, principalmente a gas natural, serao as principais responsaveis pelo acrescimo de capacidade ins- talada da matriz ~letrica brasileira nos pr6ximos anos. No quarto capitulo Costa examina e discute a evolu~ao da in- dustria do petr6leo no Brasil e a posi~ao central da Petrobras nesse processo, abordando a geopolitica e suas intera~oes com as rela- ~oes internacionais e enfatizando os diversos significados desse inestimavel patrimonio conquistado pelo pais nessa trajet6ria de sessenta anos. O autor, em seu texto, expoe a posi~ao de destaque do Brasil e sua incomparavel riqueza em recursos naturais, ali destacados o pe- tr6leo e o gas, como uma das potencias territoriais do mundo, fazen- do parte do seleto grupo dos paises-baleia, juntamente com Russia, Canada, China, Estados Unidos da America, Australia e India. Destaca que, nesta segunda decada do seculo 21, sao desse grupo as duas maiores economias (EUA e China), as duas superpotencias militares (EUA e Russia) e uma terceira em ascensao (China). Tres v:_ ______________ ~A;..;:.G_eo..:.-po_llt_lc_ad_a_En_er.;__glanos~ omias (fndia, Brasil e Canada deles est:ao entre as dez maiores ec"'olnia e Russia). ) . . d • so (Austrc1 . e dois mmto pr6x1mos is d vi·sta class1co da geopolftica d ponto e • o Costa pontua que, 0 • . contrastavel vantagern coho. I . ossu1 uma m .,,. grupo dos pafses-ba e,a P ssa territorial em si, da Parr • d ivada da ma 1- petitiva e estrateg1ca, er d otencial dos recursos natura; - olf tica e o P s cular configurafaO geop . mundial em acelerada globa d da econom1a . . , . e que, no atual perfo O • ao estrateg1ca dos terntorios e , a revaloriza~ liza~ao, esta em curso tern impulsionada pelo notavei . ue eles con , dos recursos naturais q sequente aumento da demanda cados e o con . alargamento dos mer d d Brasil em Defesa Nacional, Para I bilida e 0 Ressalta a vu nera asto territ6rio, decorrente da baj. I defender seu v vigiar, contro are . 1 d uas For~as Armadas que se deve, so. • d d operac1ona e s xa capacI a e . d rsos ea inexistencia OU obsolescen. d , . suficienc1a e recu bretu o, am d . ·1"nc1·a e monitoramento e do equipamento · d ·stemas e v1gi a · c1a os s1 ,. . prometem a defesa da soberania do pais militar. carenc1as que com , . ' · · lmente em regioes estrateg1cas, como as como um todo e espec1a ,. . fronteiras terrestres, a Amazonia e o Atlant1co ~ul. . enta que e dessa perspect1va, emmentemente 0 autor com , I'ti' portanto centrada nas potencialidades e vulnerabi-geopo I ca e, , _ , . ,. . . lidades do Brasil, face a configura~ao e a dmam1ca da luta por m- fluencia e poder no atual cenario politico internacional que deve ser examinado o tema do petr6Ieo e da Petrobras e que, dentre as diversas geopolfticas ( das aguas, dos minerios, das florestas, dos oceanos, do clima, etc.), a da energia e principalmente a do petr6leo sao as que mais tern despertado a aten~ao dos especialistas e da mfdia, em especial a partir dos anos 2000, com o crescente entrela- ~amento das questoes ambientais globais, da crise energetica e dos conflitos internacionais. Costa analisa a mobiliza~ao polftica dos anos 1950, inspira· da pela defesa soberana dos interesses nacionais, que resultou na cria~ao da Petrobras, combinada a acertada decisao de estrutura-la como o nlJcleo criador e irradiador de avan~adas tecnologias quea tornaram lfder mundial na explora~o e produ~ao de petroleo eJII Prefacio XI aguas profundas e ultra profundas e viabilizaram a autossuficiencia nacional e finaliza ressaltando que o pafs deve fortalecer sua Defesa Nacional para defender seus interesses soberanos e que, sobretudo na crise atual, cabe aos brasileiros proteger o patrimonio represen- tado pela Petrobras e sua estrategica cadeia produtiva, tecnol6gica e industrial. Na sequencia, nos deparamos justamente com a abordagem da grande dinamica geopolftica que se desenvolve no cora<;ao da Asia e sua interlocu<;ao com a Europa, onde Visentini desenvolve uma reflexao sobre a nova geopolf tica do seculo XXI e o ressurgimento das potencias terrestres na Eurasia. 0 autor comenta que o desmembramento e desaparecimento da Uniao Sovietica, bem como o acelerado desenvolvimento industrial da China e da Asia Oriental, trouxeram a geopolf tica de volta ao de- bate academico e diplomatico-securitario e alteraram seu conteudo. Pontua que a America estava desgastada e ocorreu o ressur- gimento da Eurasia com tres componentes: a Uniao Europeia, a re- cuperada Russia de Putin e a China em acelerado desenvolvimento economico, que, fundida em um s6 cenario, expandia a nova geopo- litica para o Sul em desenvolvimento, gerando uma realidade em que o equilibrio entre potencias maritimas e terrestres come<;a a ser alterado. Na visao do autor, tal altera<;ao se da na medida em que ocorre o retorno de grandes Estados continentais (potencias terrestres ), os quais, indiretamente, representam um desafio aos cinco seculos de predominio dos lmperios Maritimos ( meta de dos quais de hege- monia anglo-americana ). Visentini assevera que o mais importante, nesse processo, e que areas perifericas do sistema mun dial ( e da antiga geopolitica) se tornaram estrategicas como fornecedoras de recursos naturais ( especialmente energeticos) e centros de crescimento demografico e economico, particularmente a Asia Oriental e, em menor medida, a Meridional, o que tern produzido uma nova configura~ao das rela- ~oes de poder regionais e globais. XII A GeopoUtlca da Energia n . d eflexoes o autor verffi' No prossegmmento e suas r ·- ca que 'd d nvolvem na reg1ao par . as a~oes que os Estados Um os ese . ' a evitar d de desenvolv1mento auton o surgimento de polos de po er e _ 0 rnos n Asia acabam favorecendo uma razoavel acomoda,;ao das divergen~ ' . • h O que aumenta a possibil'd cias de Beijing com seus vizm os, 1 ade de iano venha realmente a se consolidar. 0 que um espa~o euras . ' que poderia alterar o equilfbrio internac1onal. - i l . da traz importantes reflexoes sobre o protagon· o cap tu o am . _ . . ts. mo global chines, exemplificando com as reumoes t~1ena1s do Forum de Coopera~ao China-Africa, desde 2006, onde se reunem mais de 50 chefes de Estado em Beijing e na Africa, alternativamente, Ian~ando uma especie de Plano Marshall para o continente africano. Em sequencia, seguindo o mesmo fio condutor que caracteriza esta obra, Aragao aborda tambem o tema da geopolf tica da energia e O avanfO das energias renovaveis, trazendo considera,;oes sabre os maiores produtores e consumidores de energias f6sseis no mun- . do, os desdobramentoshist6ricos decorrentes dessa estrutura, a dinamica da transi,;ao energetica para uma economia de baixo car- bono, os paises que estao mais avan,;ados nesse processo e como essa transi~o afeta a geopolitica do seculo XXI. . 0 autor explica como se da a rela,;ao problematica envolvendo os pafses produtores, com destaque para os Estados Unidos, Arabia Saudita e Russia e os pafses consumidores de energias f6sseis. Aragao faz uma analise da conturbada rela,;ao entre o Oriente ~edio, como grande exportador, e os maiores pafses importadores, ~itando, entre outros, o exemplo do Ira e sua atual dependencia da 1mporta - I -~o pe a China, que, recentemente, fechou um acordo com aquele pa1s que preci bt d' . ' sa o er 1v1sas para o pagamento de san~oes que lhe foram imposta 1 . . s pe os Estados Unidos e que, portanto, se constitu1 num grande ne , . .. . seguir' te gocio para o Ira, v1sto que dificilmente con· Ia r um grande mere d que retina. , a O para vender o excesso do petr6Ieo Na continua,;ao de suas fl ... ocorrendo a tr:a . .. re exoes, Aragao mostra como vertl ns1,;ao para as e . f nergias renovaveis em varios pa • Prefacio XIII ses que ja se adiantaram, prevendo um futuro que ja desponta no horizonte. Destaca a visao proativa da geopolftica chinesa, onde se verifica que varias empresas mineradoras, apoiadas pelo governo, estao trabalhando em muitos pafses, ao redor do mundo, com o ob- jetivo de obter os insumos necessarios para liderar a produ~ao de paineis solares, baterias e turbinas e6licas. Enfatiza a importancia do ativo energetico, no tabuleiro geopo- lftico das rela~oes internacionais citando, como exemplo, a timidez da rea~ao da Uniao Europeia quando da invasao da Crimeia pela Russia, em 2014, tendo em vista a forte dependencia em rela~ao ao fornecimento de gas natural por aquela grande potencia. Finaliza tecendo comentarios sobre outro exemplo que carac- teriza a importancia de reservas energeticas no tabuleiro geopoliti- co, que e o caso da China e seus interesses e estrategias especificas para o setor, bem como seu piano de longo prazo para a obten~ao da autossuficiencia energetica e conclui que essa movimenta~ao chinesa podera intensificar as tensoes com os Estados Unidos e ou- tros paises, na corrida pelo dominio de fontes de energia f6sseis e renovaveis. Em sequencia, Goes e Cabral apresentam um estudo sobre a oceanopolitica e o Brasil como superpotencia energetica e alimen- tar, com o objetivo de analisar a conexao epistemol6gica entre a po- tencializa~ao do uso dos recursos do mar e o posicionamento do Brasil como uma superpotencia energetica e alimentar. Os autores se dispoem a examinar a reconfigura~ao da geopoli- tica da energia no seculo XXI, que, como ja vimos em linhas anterio- res se destacara pela transi~ao para a economia de baixo carbono. Comentam, em perspectiva hist6rica, que o poder mundial sempre foi exercido a partir da disputa de potencias hegemonicas, desde tempos antigos, entre Esparta e Atenas, passando pelas disputas entre as na~oes ibericas (Portugal e Espanha) e as na~oes contestadoras do Tratado de Tordesilhas (Fran~a, Inglaterra e Holanda), pelas duas grandes guerras mundiais, com a pax britanica sendo desafiada pelo poder germanico, ate finalmente alcan~ar a ~~v_ _______________ A G_e...::op~ol:.::,:ftica da E I nergfa n OSd_ 1 ,'lll1~ ! . d elatensaoentreaexpansao i GuerraFriacaractenza ap . mackinct \ - 0 spyJanamana norte-americana etl;i~ , sovietica e a conten~a · i no mundo contemporaneo, 0 jogo : Entendem que, E d geoPO)f i . d der global entre os sta os Unidos ea Ch· ti~ I pela d1sputa O po . . d •na i . ·arios atuais, s1tua-se entro de um nov , ~11 ,1 em voga nos nottc1 . o arq , . eedita, de certa mane1ra, o paradigm U~~- I Po disrupttvo, que r . I'd d , a l'llack· i • 0 com tintas da estata I a e pos-mod •~. d riano-spymaman erna e e tal fato exigira, sem sombra de duvida · Destacam qu . . , Posir ,. mo do Brasil, cnando ass1m um novo esp to. namento autono , . a~o ge . 1 os oceanos serao a ult1ma fronteira do d o. politico, no qua esen"ol . t brasileiro na medida em que podem transformar · vimen o ' nosso d otencial em poder de fato, nos campos da energia po er p e dos alimentos. E justamente nesse ponto, qual seja, no posicionamento tonomo do Brasil, que, tambe~ em perspectiva hist~r~ca, cabe :: comentario desafiador no sent1do de reconhecer a v1sao de futuro que os governantes do Brasil, da decada de 1970, tiveram ao lan~r no Sistema Internacional a decisao autonoma de incorporar ao seu mar territorial uma faixa de 200 milhas nauticas, ou 370 quilome. tros ao Iongo de todo o litoral brasileiro, o que acrescentou ao pafs uma vastidao de recursos minerais e pesqueiros, entre eles as jazj. das do pre-sal, algumas situadas ha 300 quilometros da costa. A Revista Brasileira de Politica Internacional, em seu volu- me 42, numero 1, do primeiro semestre de 1999, traz um artigo intitulado "O mar territorial brasileiro de 200 milhas: estrategia e soberania, 1970-1982': onde Carvalho (1999) procura analisar e identificar o conjunto de for~as que contribufram, decisivamente, no alargamento do mar territorial brasileiro para 200 milhas marl· timas, em mar~o de 1970. 1 Analisa a estrategia empreendida pela polf tica externa bra· sileira, em defesa de seu mar territorial de 200 milhas, durante o 1 Dispo~fvel em: https://doi,org/10,1590/S0034-73291999000iooo05. Acesso em 29 Jan. 2021. xv Prefacio ,.,, ft' a em 1970 ate a con-perfodo que compreende a extensao mar 1m , ,.,, . , clusao dos trabalhos da III Conferencia das Na~oes Un1das sobre o Direito do Mar, em 1982. Comenta que o Decreto-lei n2 1.098, datado de 25 de mar~o d_e 1970, foi O instrumento legal utilizado pelo governo para, em dec1- sao unilateral e soberana, ampliar o mar territorial brasileiro para 200 milhas, tomando o cuidado de assegurar um regime de liber- dade de navega~ao entre a faixa de doze e duzentas milhas de dis- tancia da costa para navios estrangeiros como "direito de passagem inocente': tradicionalmente considerado como elemento essencial do instituto do mar territorial. Carvalho destaca que, apesar das resistencias internas e prin- cipalmente externas, particularmente das grandes potencias, a as- sinatura da Conven~ao das Na~oes Unidas sobre o Direito do Mar assegurou ao Brasil a jurisdi~ao em uma faixa maritima, denomina- da Zona Economica Exclusiva, ate 200 milhas de suas costas, pro- longando-se sobre o solo e o subsolo do fundo do mar ate o limite exterior da plataforma continental. Salienta ainda que a III Conferencia das Na~oes Unidas sobre o Direito do Mar assegurou aos Estados litoraneos direitos soberanos, no fundo do mar, alem das 200 milhas e ate o limite exterior da pla- taforma continental, o que, alem de confirmar as reivindica~oes bra- sileiras, foram, ate mesmo, superiores ao que havia sido requerido. No decurso dessa obra, no artigo intitulado "O Hidrogenio como Vetor de Energia para o Brasil do Seculo XXI", Lameiras dis- corre sobre energia, tra~a um panorama das fontes e das matrizes energeticas em nfvel global e nacional e, posteriormente, descreve as propriedades do hidrogenio, sua classifica~ao, segundo a forma de sua obten~ao, com origem mais ou menos limpa, em fun~ao da fonte de energia usada, seus desafios na produ~ao, armazenamen- to, transporte e as possibilidades para seu uso energetico. Apresenta as politicas publicas atinentes a area, particular- mente nos EUA, Japao e Europa e tambem no Brasil, casos de suces- so e sua correla~ao com o meio ambiente. Comenta que, com base XVI A Geopolftlca da Energi ario •fi ou-se que o hidrogenio apresenta &. da ver1 c cah.. na analise e1etua ' alificam para atender aos desafi· -~ que o qu osen terfsticas fmpares .1. ndo O Brasil e outros pafses sign et, • aux11a a~l'f getico-ambientais, rir os compromissos de descarbon· Os d Paris a cumP 1za~ do acordo e . d de e poraquele acordo. o d ela soc1e a demanda os P mo com O contfnuo avan<;o das tecnoJ era que, mes Ogi~ AsseY ,. . e consolide como vetor de energia aind e o hidrogemo s ~ ' a se11 para qu Ionga jornada de supera<;ao de dificuld ·so percorrer uma . ades preCI - de forma limpa, por me10 de fontes de en . to a sua obten~ao ergia quan . .,.., que O hidrogenio puro e de rara ocorrencia na renovaveIS, Vl:nO . . na. •ster tambem o desenvolv1mento de mfraestrutu tureza e faz-se m1 ras •b·i·t m seu transporte e armazenamento seguros. que poss1 1 1 e . _ . . Pontua que seu uso para gera<;ao de energ1a amda depende de polfticas de fomento, em especial no Brasil, que ja possui urna matriz energetica consideravelmente limpa e os custos necessarios para a consolida~ao do hidrogenio como fonte energetica se constj. tui num desafio ainda maim: Finalmente, Lameiras identifica os fatores adversos, aponta os atores com potencial de participac;ao no desenvolvimento desse im• portante vetor de energia, considerado por Aldab6 (2004, apud La• meiras, 2020), com poder disruptivo, como fonte de energia, tao signi· ficativo como foi a descoberta do petr6leo para o sistema energetico, ha mais de 100 anos e condui com a discussa.o de soluc;oes para viabi· lizar a inclusao do hidrogenio na matriz energetica nacional. , No nono capitulo dessa obra Papaterra trata do tema stranded assets (ativos "encalhados") e o petr61eo no Brasil onde salienta que a transi~o para a . d . ' 1. econom1a e ba1xo carbono ja esta em curso e global, podendo ap . .. o. enas vanar na velocidade de sua implementa~a 0 autor comenta , ma 'd que esse cenario, onde se vislumbra u cons1 eravel depreci ~ rte significati d a<;ao, ou ate mesmo uma inutilizac;ao de pa va 0s combustf · &' • d' ssao sobre O • veis 1osse1s, desencadeou uma 1scu r1sco de se investi Desta ft r no setor de hidrocarbonetos. onna, o autor p tatO ternastranded retende, com esse trabalho, apresen assets e suas implica~oes sob re os recursos petroIW Prefacio XVII ros brasileiros, visto que o pafs possui cerca de 3, 7 milhoes de km2 de areas sedimentares, com pouco conhecimento geol6gico, o que permite estimar, de forma conservadora, um montante de recursos prospectivos recuperaveis, ainda nao descobertos, da ordem de SO a 60 bilhoes de barris. A fim de melhor esclarecer o que isso significa em termos eco- nomicos, o autor faz um calculo aproximado de quanto seria a com- pensa~ao financeira devida a Uniao, estados e municipios, conside- rando-se o valor de SO d6lares americanos por barril de petr6leo tipo Brent, onde se pode estimar um potencial arrecadat6rio em torno de US$ 400 a US$ 480 bilhoes, sem contar com o bonus de assinatura pago pelas empresas para a aquisi~ao de areas e com o aumento na arrecada~ao de impostos. Assevera que, levando-se em conta que os projetos de Explo- ra~ao e Produ~ao (E&P) de petr61eo possuem longa matura~ao, o risco de "encalhe" destes enormes volumes de hidrocarbonetos e elevado e que, nesse contexto geopolitico de energia do seculo XXI, o pais nao deve perder a oportunidade de transforma~ao de tais recursos em ativos para a sociedade. No prosseguimento desta obra nos deparamos com Dutra, que discorre sobre o gas natural na geopolitica energetica do seculo XXI, considerando a menor densidade energetica do gas natural como explica~ao para o lento crescimento e o limitado alcance de seu uso por quase todo seculo passado. Observa que desde aqueles tempos e ate nos dias atuais, a constru~ao de extensos gasodutos entre paises sao precedidos por acordos politicos que sinalizam irreversiveis aproxima~oes. Aqui tambem cabe uma digressao, em aras de ilustrar com um exemplo hem pr6ximo de nos. Trata-se da constru~ao do gasoduto Brasil - Bolivia com 3.150 km de extensao, ao custo total de dois bilhoes de d61ares e inaugurado parcialmente em 1999, com opera- ~ao plena a partir de 2010. 0 vulto desse investimento, aliado a sua importancia para o setor energetico e as economias dos dois paises gerou uma aproxi- A GeopoUtica da Energia I ~~lor,. XVIII ______ Parceiros, que vem resistindo as 1 lftf ca entre os nte mafao geopo . diferentes governos, em ambos os Pafse ll\, peries ideol6gicas de s, ttos ultimos vinte anos. Dutra pontua que, nos ultimas Vinte · 'dentemente, ano Comc1 d radical no setor do gas, em consequA s, uma mu an~a . 1 · - t:flct ocorreu _ . as nao convenc1onal, a 1quefa~ao lllacir- a tre ·nova~oes. o g )'a e 0 de s 1 razo e assevera que mesmo antes de se t s ntratos de curto p . d d ornar co . 1 b I as mudan~as advm as o protagonisrn ma industna g O a ' --- . . h O do u arao de energ1a, Ja redesen aram a geopo]'r gas natural, na ger y I Ica energetica do seculo XXI. . •ta propriedade conclm que o gas natural se apres Com mm ' . . . en. l. d mai·s fontes f6sseis e outras trad1c1ona1s, tais corn ta face c:1s e · o a hi~roeletricidade e a gera~ao nuclear, como uma ponte na transj. ~ao economica entre a economia de baixo carbono e a das energias renovaveis. No capftulo seguinte, Peiter, Castro e G6es discorrem sabre os minerais crfticos e estrategicos na atual geopolf tica mundial. Criti- cos enquanto finitos e fundamentais para a efetiva~ao das tecno. Jogias portadoras de futuro, no avan~ar das fronteiras do conheci- mento, estrategicos em virtude de sua crescente demanda, risco de escassez e elevada importancia economica, social e de seguran~a. Os autores discorrem sobre a evolu~ao das polfticas recentes, sabre os recursos minerais, verificadas na Uniao Europeia, Estados Unidos, China e Brasil e apresentam um breve hist6rico da geopo· litica das materias-primas minerais e sua influencia na disputa por hegemonia economica. Pontuam que tais polfticas induzem a uma reflexao sabre a participa~o do Brasil no cenario mundial, como grande produtor de materias-primas e importante ator no comercio internacional, num contexto geopoUtico dinamico e mutante, com acirrada dispu· ta por suprimentos e sua crescente concentra~ao em alguns pafses, Fa~o aqui uma pequena digressao para ilustrar com um exe~· plo hodierno, destacando a acirrada disputa dos pa(ses pelas vaci· tra I •s nas con ° novo coronavf rus, sejam elas ja prontas ou as materia Prefacio XIX primas paras fabrica-las, e as manobras diplomaticas e comerciais que envolvem tais negocia~oes, onde as pressoes internas se mes- clam com os interesses geopoHticos dos Estados, numa complicada trama de negocia~oes. No decimo segundo capftulo, Martins discorre sobre geopoli- tica, infraestrutura e energia, como sendo as chaves para a com- preensao do desenvolvimento brasileiro em artigo onde avalia as condi~oes e a atualidade do pensamento geopolitico de Mario Tra- vassos enquanto metodo de interpreta~ao da implanta~ao da infra- estrutura viaria e energetica na America do Sul. 0 autor comenta que, da analise das fontes hist6ricas, verifi- ca-se que as contribui~oes de Travassos continuam atuais para a interpreta~ao do desenvolvimento territorial da America do Sul e que a doutrina geopolitica, da qual foi o principal formulador, con- tinua valida e passivel de aplica~ao, desde que se considere ode- senvolvimento territorial como um fenomeno continua, atrelado ao desenvolvimento hist6rico. Ao final conclui que o comercio de hidrocarbonetos, particu- larmente o gas natural, em paralelo com a implanta~ao da infraes- trutura, e um dos vetores do processo de integra~ao sul-americano, salientando a importancia integradora do altiplano bolivic;1no, as dificuldades e as facilidades dessa integra~ao na regiao sul platina e norte amazonica. Em sequencia, Correa e Brotherhood nos brindam com um trabalho versando sabre os anos de incertezas e os avan~os da Petrobras, entre 1974 e 1979, refletindo sabre a situa~ao do Brasil ap6s a Crise do Petr6leo, iniciada em 1973, analisando e identifi- cando quais foram as a~oes desenvolvidas pelo Governo Geisel a fim de atenuar os impactoscausados por aquela crise. Ponderam que as estruturas das economias do Bras~l e do Mun- do foram abaladas e geraram iniciativas no sentido de ameniza-las, passando, em seguida, a abordar os programas desenvolvidos pela Petrobras S.A, voltados para a cria~ao e fornecimento de energias alternativas, tais como: o oleo de xisto, o carvao gaseificado e o Pro- xx A Geopotrttca da Concessao para a abertura de contr I •m como a ato 3 alcoo , ass• . m clausulas de risco. - d 1· az1das, co plora~ao e bra Santos e Chaves nos entrega""" ndo esta o , ·•• tna1 Encerra I do hidrogenio na transi~ao energetic 1 visao sobre O pape tos no sistema energetico brasileiro a Ill d dobramen . e seus es nos ultimos anos, o setor energetico comentam que, tnu . d m intenso processo de reestrutura~ao d ta vivenc1an o u . . a rn es . d ·rerao a uma econom1a de ba1xo carbono e ergetica em I y ,.. • que 1 en .. arilo do hidrogemo, atualmente, cerca de 95 caso da partic1p Y • , 'd , , °A, _ nfvel mund1al, e obt1 a atraves do gas natur 1 sua produ~ao, a . ... , . a e _ .,. tanto O processo de trans1~ao energet1ca ern cu carvao, enu e , , ... , rsoe d . do novo coronavirus estao alterando o cenario do.,,. pan em1a . . •11e do de hidrogenio a nfvel 1nternac1onal. Os autores pontuam que os pafses Hderes nas iniciativas dei cremento do uso hidrogenio, como a Alemanha e o Japaoja esta adotando diretrizes para um piano de recupera~ao social e econ mico baseado no desenvolvimento sustentavel e na aposta do hi drogenio verde, incentivando o processo de eletr6lise associada . , . energias renovave1s. Nas suas reflexoes, os autores apresentam o hidrogenio com um importante vetor energetico, pois a variabilidade de suas ro de produ~o, a partir de diferentes recursos energeticos, possibili coloca-lo como elemento de integra~ao entre diversas tecnologi e cadeias de valor. Analisam a experiencia da Uniao Europeia no desenvolvime to do mercado do hidrogenio, de modo a identificar os potend usos produtivos do hidrogenio no Brasil e as principais estrate · de as=ao para a consolida~o de um mercado nacional, baseado uma 56 lida regutas=ao, com normas e padrOes hem definidos, estimuJe a expan .., d vos sao o mercado e forne~a seguran~a aos no .vestidores. · ' Pontuam qu h'd . . e, no caso brasileiro a explora~ao do 1 teve 1nfcio na de d d ' d b t6 . ca a e 1970, sendo que em 1975, foi cria ora no de ffldrog~nlo (LH2), sediado ~a Urilversldade de Prefacio XXI nas (Unicamp), em Sao Paulo e que ap6s um perfodo de desacele- ra~ao, ja na decada de 1990, os estudos do hidrogenio receberam novo impulso, com estfmulos da Finep as pesquisas e tambem com a cria~ao, em 1998, do Centro Nacional de Referenda em Energia do Hidrogenio (CENEH), com o objetivo de agrupar e difundir infor- ma~oes a respeito de pesquisas e desenvolvimento de tecnologias associadas ao hidrogenio. Amauri Pereira Leite Formafao de Oficiais de Artilharia pela Academia Militar das Agulhas Negras (1979),graduafao em Educafdo F(sica pela Esco/a de Educafao Ffsica do Exercito (1983), Curso de Estrategia e Alta Administrafao do Exercito pela Esco/a de Comando e Estado Maior do Exercito (2007), Curso de Altos Estudos de Pol£tica e Estrategia pela Esco/a Superior de Guerra (ESG) (2013), Mestrado em Estudos Estrategicos da Defesa e da Seguranfa pelo lnstituto de Estudos Estrategicos da Universidade Federal Fluminense (2018), Doutorando em Estudos Estrategicos da Defesa e da Seguranfa pelo lnstituto de Estudos Estrategicos da Universidade Federal Fluminense (2019). Atualmente e membro do Corpo Permanente da ESG. Tern experiencia na area de Defesa, com enfase em Defesa. E-mail: amauri.leite@esg.br.
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