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CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM FARMACOLOGIA PARA A ENFERMAGEM Procedimentos e cuidados relacionados às técnicas de administração medicamentosa CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM FARMACOLOGIA PARA A ENFERMAGEM: Procedimentos e cuidados relacionados às técnicas de administração medicamentosa São Paulo 2022 Farmacologia para a Enfermagem: procedimentos e cuidados relacionados às técnicas de ad- ministração medicamentosa [livro eletrônico] / Cássia Maria Angelo, Claudia Palhano Castanho, Henry Tonuci, Ligia Ribeiro da Silva Tonuci, Shirley da Rocha Afonso (autora e organizadora). – 1.ed. – 11. vol. --- São Paulo : Centro Paula Souza, 2022. 152 f. : il. Inclui bibliografia e ilustrações Disponível em: http://www.cpscetec.com.br/repositorio/ ISBN: 978-65-87877-30-3 Livro eletrônico – 1. Farmacologia. - 2. Enfermagem. - 3 Administração de Medicamentos. I. Ange- lo, Cássia Maria. II. Castanho, Claudia Palhano. III. Tonuci, Henry. IV. Tonuci, Ligia Ribeiro da Silva. V. Afonso, Shirley. VI. Centro Paula Souza. Cetec Capacitações. Palavras-chave: Medicação. Enfermagem. Farmacologia. CDD Shirley da Rocha Afonso Cássia Maria Angelo Claudia Palhano Castanho Henry Tonuci Ligia Ribeiro da Silva Tonuci Shirley da Rocha Afonso Centro Paula Souza Rosangela Aparecida da Silva Jefferson J. A. Santana Agnacilda Rocha Haydée Martins Shirley da Rocha Afonso Laura Laganá Emilena Lorezon Bianco Armando Natal Maurício Almério Melquíades de Araújo Lucília Guerra Organizadora Autoras Editora Revisão Técnica e de Texto Coordenador de Criação Diagramação Design Instrucional do Ambiente Virtual de Aprendizagem Diretora Superintendente Vice-Diretora Superintendente Chefe de Gabinete Coordenador do Ensino Médio e Técnico Coordenadora Cetec Capacitações CONSELHO DE ENSINO E PESQUISA CENTRO PAULA SOUZA PREFÁCIO O material didático para o Ensino Técnico contempla, entre outros, dois aspectos importantes: dar conta das constantes incorporações de tecnologias aos processos de trabalho e induzir novos procedimentos didáticos ao processo de construção de competências. O trabalho de cuidar de pessoas exige uma formação profissional que contemple o desenvolvimento de competências associadas à sensibilidade, para que o uso das novas tecnologias não distancie o técnico em enfermagem dos pacientes, fazendo com que a atenção à saúde seja sempre um processo que entrelace as competências socioemocionais com as habilidades no uso das tecnologias. Para que isso se desenvolva, ao longo do curso técnico em enfermagem, os roteiros didáticos devem ins- pirar professores e alunos quanto às pesquisas e aos trabalhos, individuais e coletivos, sobre os diferentes temas tratados, nesta publicação. Almério Melquíades de Araújo São Paulo, 14 de janeiro de 2020. ¹Graduada em Enfermagem pelo Centro Universitário Claretiano de Batatais 2011, Pós -Graduada na modalidade Especialização em Enfermagem em Nefrologia 2014 pela UNIFRAN – FRANCA SP, Especialização em Gestão Hospitalar pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, em andamento. Presidente da Comissão de Resíduos Hospitalares em Serviço de Saúde da Santa Casa de Batatais - Enfermeira RT da Unidade de Terapia Renal da Santa Casa de Batatais. APRESENTAÇÃO A farmacologia é uma ciência que, no decorrer da história, trouxe uma evolução crescente na terapêutica do indivíduo, proporcionando conhecimentos sobre como os agentes químicos e biológicos interagem no sistema biológico dos seres vivo, sendo usado para a finalidade terapêutica, preventiva e diagnóstica. A segurança do paciente envolve diversos saberes e prática , sendo a administração de medicamentos um procedimento realizado pelos profissionais de enfermagem em diversos momentos em seu cotidiano pro- fissional. O profissional de enfermagem tem como papel compreender princípios da farmacologia, prestar assistência segura e qualificada ao paciente, executando com conhecimento os cuidados de enfermagem nas possíveis vias de administração, no conhecimento do princípio ativo, bem como o registro de enfermagem na admi- nistração de medicamentos, efeito farmacológico, farmacodinâmica, farmacocinética, tudo visando aspectos legais que abordam a segurança, biossegurança e efetividade no exercício da profissão. O livro virtual ora apresentado possibilita a colaboração efetiva na construção do conhecimento, atualização profissional e exercício legal da profissão técnico em enfermagem. Por isso, a proposta de ensino e construção do processo de aprendizagem deste componente apresenta-se acompanhada de situações que geram reflexões sobre as ações de enfermagem direcionada à administra- ção segura dos medicamentos e corrobora com a possibilidade de minimização de erros em sua adminis- tração. Vanessa Cristina Silva Mazaron 1 PALAVRAS DOS AUTORES BOAS-VINDAS! Caro aluno, seja bem-vindo. O conteúdo deste material é exclusivo para que você consulte, aprofunde seus conhecimentos e colabore no desenvolvimento da área técnica de enfermagem, onde sua opinião também é importante. Sua participa- ção na discussão e reflexão sobre os assuntos aqui tratados e melhoria contínua do trabalho na enferma- gem é de grande valor. Nossa proposta é apenas uma diretriz para seus estudos e descobertas. O livro foi planejado no intuito de informar, orientar e esclarecer dúvidas sobre aspectos importantes e fun- damentais da Farmacologia no que diz respeito ao Técnico de Enfermagem, visando sustentar a assistência de enfermagem em princípios e fundamentos, promovendo a segurança do paciente, do profissional e de suas atividades. Esperamos que seu aproveitamento do conteúdo traga prazer para o estudo, melhoria da qualidade na sua formação e avanço profissional da classe da enfermagem. O PROJETO O projeto “Apoios didáticos e de complementação da aprendizagem em Enfermagem: elaboração de Mídias Digitais” é um trabalho desenvolvido pela Cetec Capacitações – Centro Paula Souza – que, por meio do acompanhamento da implantação de estratégias inovadores de ensino e utilizando a Metodologia Dife- renciada, elabora conteúdos didáticos teórico-práticos digitais a fim de promover a integração do processo de ensino e aprendizagem de maneira mais significativa no Curso Técnico em Enfermagem, além de pro- porcionar a atualização técnico-científica de professores-enfermeiros. É importante destacar, que refletir sobre a necessidade de aprimorar o aprendizado do aluno Técnico de Enfermagem, utilizando métodos sistemáticos para tomar decisões, é reconhecida pelo mercado de traba- lho como uma habilidade essencial para se definir um perfil profissional adequado. Por isso, é fundamental ocupar-se com os processos educativos e como eles se processam na aprendizagem desse aluno. Partindo dessa linha de pensamento, faz-se necessário acompanhar a aprendizagem e planejar estratégias de ensino que complementem a apreensão de conteúdos teórico-práticos, essenciais para formação de alunos no Curso Técnico em Enfermagem. No que diz respeito ao uso de mídias digitais, é preciso estimular a formação de alunos para além da sala de aula, com ênfase na reflexão crítica sobre sua responsabilidade social, ética e técnica. Para isso, a escola precisa criar espaços acadêmicos para que essas discussões possam ocorrer e desenvolver o comprometi- mento com a sociedade em que os alunos estão inseridos. Neste caso, o Ambiente Virtual de Aprendizagem é um espaço que acomoda as mídias digitais, favorecendo o desenvolvimento de processos de ensinos aprofundados, norteados e centrados e preocupados com uma aprendizagem significativa. ÍCONES E LEGENDAS UTILIZADOS Ícone Significado da legenda Saiba Mais: É possível complementar os estudos acessando os arquivos e sites sugeridos. O objetivo é oportunizar subsídios de aprimoramento do processo de aprendizagem sobre o conteúdo estudado. Curiosidade: A caixa de texto apresenta aspectos, fatos e acontecimentos interessantes relacionados aosconteúdos de abordagem.. Para refletir: Você é convidado a organizar os pensamentos relacionados ao novo co- nhecimento e relacionar estes conteúdos à prática da formação. Vamos praticar: A longo de todo o material didático, você é convidado a realizar ativi- dades de fixação da aprendizagem. Hora do vídeo/mídia: Neste momento, você é convidado a fazer uma pausa para assis- tir ao vídeo relacionado ao tema. Observação: São alertas que necessitam ser identificados como destaques para o aprendizado. Revendo os conceitos Ao final do semestre, para a sua formação espera-se que você tenha alcançado as seguintes competên- cias profissionais: COMPETÊNCIA • Planejar e organizar o trabalho na perspectiva do atendimento integral e de qualidade; • Aplicar princípios e normas de higiene e saúde pessoal e ambiental; • Interpretar e aplicar normas do exercício profissional e princípios éticos, que regem a con- duta do profissional de enfermagem; • Promover conhecimentos técnicos e científicos capazes de contribuir na execução de uma terapêutica medicamentosa, assegurando qualidad e e segurança ao paciente; • Pautar-se na ética e solidariedade enquanto ser humano, cidadão e profissional. HABILIDADES • Realizar a lavagem das mãos antes e após a realização de procedimentos técnicos e do atendimento ao paciente/ cliente; • Listar as diversas formas de apresentação de medicamentos; • Administrar medicamentos pelas diferentes vias. BASES TECNOLÓGICAS • Formas de apresentação e vias de administração de medicamentos; • Administração de medicamentos pelas diversas vias; • Cuidados de enfermagem nas diversas vias de administração; • Farmacologia: origem dos medicamentos, farmacodinâmica, farmacocinética, biodisponibili- dade, metabolização, absorção, eliminação, interação medicamentosa. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Prestar assistência qualificada e segura ao paciente; • Administrar medicação prescrita; • Trabalhar com biossegurança e segurança; • Compreender princípios de farmacologia; • Reconhecer os cuidados de enfermagem na administração de medicamentos nas diversas vias. EVIDÊNCIA DE APRENDIZADO O aluno deve apresentar domínio sobre o tema Farmacologia na Enfermagem, bem como compreender sua responsabilidade ética e profissional durante todo processo de administra- ção de medicamentos aos pacientes. DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS E HABILIDADES SOBRE A FARMACOLOGIA ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS Parte 1 Capítulos Atividades sugeridas Tempo estimado Introdução Saiba mais Conheça os tipos de medicamentos 10 min Saiba mais Você sabia que o Placebo é regulamentado pela ANVISA? 2h30 min Hora do vídeo Entenda a diferença sobre Remédio e Medicamento 2 min Hora do vídeo Conheça as denominações do medicamento 5 min Saiba mais Legislação que estabelece o medicamento genérico e sua utilização 30 min Vamos praticar Conceitos técnicos 50 min Saiba mais Overdose 1 h Vamos praticar Definições 30 min Formas farmacêuticas Hora do vídeo Formas farmacêuticas líquidas 5 min Vamos praticar Formas farmacêuticas 30 min Farmacocinética Hora do vídeo Farmacocinética 15 min Vamos praticas Farmacocinética 30 min Farmacodinâmica Hora do vídeo Fármacos 15 min Vamos praticar Farmacodinâmica 50 min Interação medicamentosa Hora do vídeo Interação medicamentosa 5 min Vamos praticar Interação medicamentosa 15 min Parte 2 Grupos de medicamentos Hora do vídeo Antibióticos 5 min Saiba mais Uso racional de antimicrobiano 4h Hora do vídeo Farmacologia I e II 35 min Hora do vídeo Antineoplásicos 30 min Saiba mais Analgésicos e anti-inflamatórios 20 min Hora do vídeo Associação de uso de álcool com anti-inflamatórios 3 min Vamos praticar Grupos medicamentosos 20 min Parte 3 Cuidados e Procedimentos de Enfermagem Vamos praticar Saberes 30 min Revendo os conceitos Assepsia e Antissepsia 15 min Saiba mais Quando usar as luvas de procedimentos 4h Vamos praticar Técnicas conceituais 30 min Vamos praticar “Certos” 30 min Vamos praticar Procedimentos Via Oral e Via Sublingual 20 min Hora do vídeo Via intradérmica 2 min Hora do vídeo Via Subcutânea 11 min Hora do vídeo Rodízio das Aplicações de Insulina 6 min Vamos praticar Via intradérmica e Via subcutânea 30 min Hora do vídeo Flushing 10 min Saiba mais Controle de velocidade 5 min Vamos praticar Via endovenosa 20 min Saiba mais Parecer COREN SP nº 022 1h Hora do vídeo Posição do Bisel da agulha 3 min Saiba mais Administração de medicamentos Via Intramuscular 5 min Hora do vídeo Z-track 13 min Vamos praticar Via Intramuscular 20 min Vamos praticar Outras Vias de Administração Parenteral 20 min Vamos praticar Via Ocular e Via Otológica 20 min Hora do vídeo Imprudência, Imperícia e Negligência 5 min Vamos praticar Aspectos legais relacionados à administração de medicamentos 15 min Hora do vídeo Anotação de Enfermagem 10 min Vamos praticar Anotações de Enfermagem 15 min Saiba mais Dupla checagem 1h Saiba mais Uso da água estéril injetável 30 min Tempo estimado total para os estudos 42 horas ROTEIRO DE ESTUDO Para um melhor aproveitamento de seus estudos, sugerimos: a. Faça a leitura dos capítulos e temas com atenção e tempo; b. Pratique os exercícios propostos e confira os gabaritos; c. Retorne ao conteúdo quantas vezes achar necessário; d. Faça pesquisas em outros canais de mídias e livros; e. Detalhe e aprofunde seu conhecimento. 1. Faça a leitura do tema nos diversos tópicos; 2. Pesquise mais sobre o tema no capítulo "Pesquisa complementar", em outros canais de mídia e livros e busque maior domínio do assunto; 3. Acesse os "Saiba Mais" e "Hora do Vídeo" procurando aprofundar seus estudos; 4. Realize as atividades propostos e teste seus conhecimentos. Contexto Palavras-chave Princípios Técnicas Medicação Enfermagem Farmacologia Administrar a medicação do paciente, seguindo diretrizes gerais e específicas. Farmacologia na enfermagem Objetivos Implicações legais FARMACOLOGIA PARA A ENFERMAGEM: Procedimentos e cuidados relacionados às técnicas de administração medicamentosa SUMÁRIO PARTE 1 1. INTRODUÇÃO HISTÓRICO _________________________________________________________________________________________ 17 CONCEITOS ________________________________________________________________________________________ 18 Droga __________________________________________________________________________________________ 19 Fármaco ou substância ativa __________________________________________________________________ 19 Medicamento __________________________________________________________________________________ 19 Placebo ________________________________________________________________________________________ 20 Remédio _______________________________________________________________________________________ 21 Cosméticos ____________________________________________________________________________________ 21 Correlatos _____________________________________________________________________________________ 21 Genérico _______________________________________________________________________________________ 24 Nome Comercial _______________________________________________________________________________ 28 Similar _________________________________________________________________________________________ 28 Nome químico dos medicamentos ____________________________________________________________ 28 Posologia ______________________________________________________________________________________ 28 Dose ___________________________________________________________________________________________ 28 Bula ___________________________________________________________________________________________ 30 Forma farmacêutica ___________________________________________________________________________ 30 Fórmula Farmacêutica _________________________________________________________________________ 30 Princípio Ativo _________________________________________________________________________________30 Efeito Colateral ________________________________________________________________________________ 30 Reação Adversa _______________________________________________________________________________ 30 Farmácia ______________________________________________________________________________________ 30 Medicamentos Homeopáticos _________________________________________________________________ 31 2. FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDOS ___________________________________________________________________________________________ 34 Pó e Granulado ________________________________________________________________________________ 34 Comprimidos __________________________________________________________________________________ 34 Drágeas _______________________________________________________________________________________ 34 Cápsulas _______________________________________________________________________________________ 34 Supositório ____________________________________________________________________________________ 35 PLÁSTICAS OU SEMISSÓLIDOS _____________________________________________________________________ 35 LÍQUIDOS __________________________________________________________________________________________ 35 GASOSOS OU AEROSSÓIS __________________________________________________________________________ 36 3. FARMACOCINÉTICA ABSORÇÃO _________________________________________________________________________________________ 39 DISTRIBUIÇÃO _____________________________________________________________________________________ 39 BIOTRANSFORMAÇÃO (METABOLISMO) ____________________________________________________________ 39 EXCREÇÃO _________________________________________________________________________________________ 40 4. FARMACODINÂMICA ______________________________________________________________ 42 5. INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA ___________________________________________________ 47 PARTE 2 6. GRUPOS DE MEDICAMENTOS QUE AGEM SOBRE OS DIVERSOS SISTEMAS DO ORGANISMO ANTIBIÓTICOS _____________________________________________________________________________________ 55 ANTIFÚNGICOS ____________________________________________________________________________________ 57 ANTINEOPLÁSICOS _________________________________________________________________________________ 58 PRINCIPAIS FORMAS DE TRATAMENTO _____________________________________________________________ 59 CORTICOSTEROIDES _______________________________________________________________________________ 60 ANTI-INFLAMATÓRIO _______________________________________________________________________________ 61 FARMACOLOGIA PARA A ENFERMAGEM: Procedimentos e cuidados relacionados às técnicas de administração medicamentosa ANALGÉSICOS ______________________________________________________________________________________ 62 PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE ANALGÉSICOS E ANTI-INFLAMATÓRIOS | INFOGRÁFICO ______ 62 ANTIVIRAIS _________________________________________________________________________________________ 63 PARTE 3 7. CUIDADOS E PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM RELACIONADOS À PRÁTICA DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS 7.1 CUIDADOS GERAIS E COMUNS A TODAS AS VIAS _______________________________________________ 66 7.2 PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM POR VIA ORAL, SUBLINGUAL E ENTERAL _________________ 80 7.3 PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM COM A VIA PARENTERAL _________________________________ 84 Via intradérmica _______________________________________________________________________________ 84 Via subcutânea ________________________________________________________________________________ 86 Via endovenosa _______________________________________________________________________________ 91 Via intramuscular ______________________________________________________________________________ 94 Outras Vias de Administração Parenteral _____________________________________________________101 7.4 PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM COM AS VIAS ESPECÍFICAS _______________________________104 7.5 ASPECTOS LEGAIS RELACIONADOS À ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS __________________109 7.5.1 Aspectos jurídicos que envolvem a Segurança do Paciente durante a administração de medicamentos ___________________________________________________________109 7.5.3 O que é erro de medicação? ____________________________________________________________110 7.6 ANOTAÇÕES DE ENFERMAGEM NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS ____________________112 7.7 SEGURANÇA DO PACIENTE RELACIONADA À ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS DE ALTA VIGILÂNCIA (MAV) OU MEDICAMENTOS POTENCIALMENTE PERIGOSOS (MPP) __________114 REFERÊNCIAS _________________________________________________________________________________________ 117 GLOSSÁRIO __________________________________________________________________________________________ 124 PESQUISA COMPLEMENTAR __________________________________________________________________________ 125 GABARITO ____________________________________________________________________________________________ 126 FARMACOLOGIA PARA A ENFERMAGEM: Procedimentos e cuidados relacionados às técnicas de administração medicamentosa 1. INTRODUÇÃO PARTE 1 CASSIA MARIA ANGELO CLAUDIA PALHANO CASTANHO Para o curso de Enfermagem, o estudo da Farmacologia tem a missão de promover conhecimentos téc- nicos e científicos capazes de contribuir na execução de uma terapêutica lógica, a qual minimiza os riscos decorrentes da natureza química do fármaco e não de uma ação humana inadequada. Estudando Farmacologia em Enfermagem, o profissional Técnico em Enfermagem agrega conhecimentos e instrumentos para sua atualização, compreendendo vários parâmetros farmacológicos e cuidados no pre- paro e na administração das drogas, tais como: a farmacodinâmica (mecanismo de ação), farmacocinética (o caminho que o fármaco percorre no organismo), a toxicidade (efeitos tóxicos, antídotos, reações adver- sas), entre outros (OLIVEIRA JUNIOR, 2012). Portanto, este livro aborda a importância sobre a responsabilidade de o Técnico em Enfermagem adquirir conhecimentos direcionados para o preparo e administração de fármacos e suas especificidades, a fim de garantir qualidade e segurança na assistência ao paciente. HISTÓRICO Fonte: https://seguifarma.com/historia-medicamento/ https://seguifarma.com/historia-medicamento/ 18 Segundo Silva (2020), as doenças eram consideradas, na antiguidade, castigos divinos e perturbações de- moníacas e, por isso, os tratamentos ofertados estavam envoltos aos rituais religiosos e poções naturais. A Farmacologia nasce como ciência em meados do século XIX e tem seu primeiro registro histórico mencio- nando os fármacos, datado de 1600 a.C. (SILVA, 2020; BITTENCOURT; CAPONI; MALUF, 2013). Em meados do século 19, a morfina foi a primeira droga isolada por Friedrich Sertüner que a extraiu do ópio (BITTENCOURT; CAPONI; MALUF, 2013). Em 1847, Rudolf Buchheim fundou o primeiro Instituto de Farmacologia, na Universidade de Dorpat, na Estônia. Segundo Melo, Ribeiro e Storpirtir (2006), em 1820, Clark, fala sobre a teoria da ocupação onde o efeito do fármaco é diretamente proporcional aos receptores ocupados na célula. Já em 1864, pode-se citar a des- coberta do ácido barbitúrico por Adolf Von Baeyer. Em 1869, Fraser abordou o conceito da relação entre a estrutura química do fármaco e o efeito terapêutico e, em 1878, Langley pontuou sobre a teoria de que existem receptores específicos para cada fármaco no organismo (BALCH; TRESCOT, 2010). O mercado farmacêutico é revolucionado pela indústria farmacêutica no século XX, quando se produzem substâncias sintéticas massivamente e surgem novos conceitos em Farmacologia, ocasionando o declínio do trabalho dos boticários que manipulavam medicamentos nas farmácias (BALCH; TRESCOT, 2010). Na primeira metade do século XX, vários fármacos foram descobertos: Com o avanço da tecnologia surge a Biofarmácia que age através da biologia molecular, com o intuito de estudar o princípio ativo obtido de microrganismosou células modificadas geneticamente (BALCH; TRES- COT, 2010). CONCEITOS A Farmacologia é uma ciência que compreende o entendimento histórico, propriedades físico-químicas, composição, bioquímica, efeitos fisiológicos, mecanismo de ação, absorção, distribuição, excreção e tera- pêutica, relacionados às substâncias químicas capazes de alterar a função normal do organismo. Segundo a Lei nº 5. 991 de 1973, que dispõe sobre o Controle Sanitário do Comércio de Drogas, Medica- mentos, Insumos Farmacêuticos e Correlatos, são adotados alguns conceitos técnicos (BRASIL, 1973): Penicilina - Fleming Tiazidas - Baeyer Prontosil - Domagk Propanolol - James Black 1928 1935 1950 1950 19 Droga É qualquer substância que modifica a função fisiológica ou não sofre processo de transformação e possui atividade farmacológica. Fármaco ou substância ativa É uma substância química com ação terapêutica que possui efeito farmacológico e estrutura química iden- tificada e definida. Pode ser extraída ou sintetizada, isolada e purificada. Medicamento É o produto tecnicamente elaborado, contendo um ou mais fármacos. Os medicamentos podem ser tipifi- cados em magistrais, oficiais e oficinais. Magistrais: medicamentos preparados em farmácia de manipulação, direcionados a um de- terminado paciente levando em consideração características fundamentais como: idade, sexo, condições de saúde e peso, prescrito por profissional capacitado para tal (DERMUS, 2018) São medicamentos diferenciados, pois consideram as necessidades específicas do paciente. Exemplo: Paciente alérgico a corantes – Prescrição do medicamento com o princípio ativo necessário, sem a adição de corante. Oficinais: São medicamentos preparados conforme a farmacopeia brasileira ou de outros com- pêndios oficiais, em farmácias de manipulação ou nos serviços farmacêuticos hospitalares e dis- pensados aos pacientes (BRASIL, 2007). Exemplo: Tintura de Iodo, Elixir Paregórico. Oficiais/alopáticos: São os medicamentos produzidos pela indústria farmacêutica consolida- dos com normas e padrões tecnicamente obtidos ou elaborados, com finalidade curativa, diag- nóstica, profilática ou paliativa (BRASIL, 2007). SAIBA MAIS CONHEÇA OS TIPOS DE MEDICAMENTOS: 20 Placebo É qualquer substância ou tratamento inerte (não apresenta interação com o organismo) empregado como se fosse ativo. O Placebo é utilizado em casos de pesquisas clínicas. Uma substância é formulada com aparência e gosto idêntico a droga estudada, mas não tem efeitos farmacológicos. Sua finalidade é estudar o efeito do medicamento original (INCA, 2021). Para saber um pouco mais a respeito do regulamento das pesquisas clínicas em medicamento no Brasil realize a leitura da Resolução da Diretoria Colegiada de 2015, a RDC nº9, de 20/02/2015 (ANVISA, 2015). Acesse o site e confira: http://antigo.anvisa.gov.br/documents/10181/3503972/RDC_09_2015_ COMP.pdf/e26e9a44-9cf4-4b30-95bc-feb39e1bacc6 SAIBA MAIS VOCÊ SABIA QUE O PLACEBO É REGULAMENTADO PELA ANVISA? http://antigo.anvisa.gov.br/documents/10181/3503972/RDC_09_2015_COMP.pdf/e26e9a44-9cf4-4b30-95bc-feb39e1bacc6 http://antigo.anvisa.gov.br/documents/10181/3503972/RDC_09_2015_COMP.pdf/e26e9a44-9cf4-4b30-95bc-feb39e1bacc6 21 Cosméticos Conforme a definição da Vigilância Sanitária, são “preparações constituídas por substâncias naturais ou sin- téticas de uso externo nas diversas partes do corpo humano como, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral” (CVS, 2014, online). Correlatos São os aparelhos, instrumentos, materiais ou acessórios não farmacológicos usados em Medicina, Odonto- logia, embelezamento ou correção estética, entre outras. Está relacionado à “defesa e proteção da saúde individual ou coletiva, higiene pessoal ou ambientais, de diagnósticos e de análises, cosméticos e perfumes, dietéticos, ópticos, de acústica médica, entre outros” (BRASIL, 1973, online). Remédio Pode ser considerado como todo e qualquer tipo de cuidado utilizado para curar ou aliviar doenças, sinto- mas, desconfortos e mal-estar. ENTENDA A DIFERENÇA SOBRE REMÉDIO E MEDICAMENTO Clique aqui: https://youtu.be/ T3gVi5xOJwI HORA DO VÍDEO Fonte: Diferenças entre droga, remédio, medicamento e fármaco. (Dicas de Enfermagem). Videoaula por. [S. l.: 21 mai.], 2020. 1 vídeo (1min 41 seg). Publicado pelo canal Estação Enfermagem. Disponível em: https://youtu.be/T3gVi5xOJwI. Acesso em: 14 mai. 2021. https://youtu.be/T3gVi5xOJwI https://youtu.be/T3gVi5xOJwI 22 Esse universo compreende os seguintes produtos: Equipamentos de diagnóstico Materiais e artigos descartáveis Equipamentos de terapia 23 Materiais e artigos de apoio médico-hospitalar Produtos para diagnóstico de uso in vitro Materiais e artigos implantáveis Equipamentos, materiais e artigos de educação física, embelezamento ou correção estética 24 Genérico O medicamento genérico refere-se à uma reprodução da formulação original, oferecendo os padrões de qualidade e fornecidos ao comércio farmacêutico para uso em esquemas terapêuticos, conforme legislação vigente, e com a mesma confiabilidade do medicamento patenteado. Conforme a Lei nº 9. 787, de 10 de fevereiro de 1999: “estabelece o medicamento genérico [...] sobre a utili- zação de nomes genéricos em produtos farmacêuticos [...]”, descrevendo as denominações de medicamento Similar, Genérico, de Referência, Produto Farmacêutico, entre outros (BRASIL, 1999, online). CONHEÇA AS DENOMINAÇÕES DO MEDICAMENTO: Clique aqui: https://youtu.be/ QvpicQOSlOE HORA DO VÍDEO 1. Similar 2. Genérico 3. Referência 4. Produto Farmacêutico Fonte: Tipos de Medicamentos. Vídeo instrucional por Alianza Latina. [S. l.: 04 jun.], 2014. 1 vídeo (4min 18seg). Publicado pelo canal ABRALE Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia. Disponível em: https://youtu.be/QvpicQOSlOE. Acesso em: 18 jun. 2021. https://youtu.be/QvpicQOSlOE https://youtu.be/QvpicQOSlOE 25 e entenda mais sobre a legislação que estabelece o medicamento genérico e sua utilização. Clique aqui e acesse o texto: https://www.crf-pr.org.br/uploads/pagina/29587/acrMp6IlkpRkiP3D0eMseWmrmR6GKPfl.pdf SAIBA MAIS LEIA O TEXTO DA LEI Nº 9.787, DE 10 DE FEVEREIRO DE 1999 Fonte: Conselho Regional de Farmácia. Lei nº 9.787, 10 de fevereiro de 1999. Altera a Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976, que dispõe sobre a vigilância sa- nitária, estabelece o medicamento genérico, dispõe sobre a utilização de nomes genéricos em produtos farmacêuticos e dá outras providências. 1999. Disponível em: <https://www.crf-pr.org.br/uploads/pagina/29587/acrMp6IlkpRkiP3D0eMseWmrmR6GKPfl.pdf>. Acesso em: 18 jun. 2021. https://www.crf-pr.org.br/uploads/pagina/29587/acrMp6IlkpRkiP3D0eMseWmrmR6GKPfl.pdf https://www.crf-pr.org.br/uploads/pagina/29587/acrMp6IlkpRkiP3D0eMseWmrmR6GKPfl.pdf 26 VAMOS PRATICAR CONCEITOS TÉCNICOS 1. Leia as afirmações abaixo: I. O medicamento genérico refere-se a uma reprodução da formulação original, oferecendo os padrões de qualidade e fornecidos ao comércio farmacêutico para uso em esquemas terapêuticos, conforme legislação vigente e com a mesma confiabilidade do medicamento patenteado. II. Correlatos, conforme a definição da Vigilância Sanitária, são “preparações constituídas por substân- cias naturais ou sintéticas de uso externo nas diversas partes do corpo humano como, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral”. III. Remédio pode ser considerado como todo e qualquer tipo de cuidado utilizado para curar ou aliviar doenças, sintomas, desconfortos e mal-estar. Assinale a única alternativa correta: A. ( ) Somente I e II estão corretas B. ( ) Somente II e III estão corretas C. ( ) I, II e III estão corretas D. ( ) Somente I e III estão corretas E. ( ) Todas as alternativas estão incorretas 2. Leia as afirmações abaixo: I. O medicamento genérico refere-se a uma reprodução daformulação original, oferecendo os padrões de qualidade e fornecidos ao comércio farmacêutico para uso em esquemas terapêuticos, conforme legislação vigente, e com a mesma confiabilidade do medicamento patenteado. II. Cosméticos, conforme a definição da Vigilância Sanitária, são “preparações constituídas por substân- cias naturais ou sintéticas de uso externo nas diversas partes do corpo humano como, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral”. III. Medicamentos magistrais são preparados em drogarias, direcionados a um determinado paciente le- vando em consideração características fundamentais como: idade, sexo, condições de saúde e peso, prescrito por profissional capacitado para tal. Assinale a alternativa correta: A. ( ) I, II e III estão corretas B. ( ) I e III estão corretas C. ( ) II e III estão corretas D. ( ) I e II estão incorretas E. ( ) III está incorreta 27 3. Encontre as palavras selecionadas no caça-palavras. FARMACODINÂMICA MECANISMO DE AÇÃO DOSE GENÉRICO MEDICAMENTO PLACEBO COSMÉTICOS CORRELATOS Ç F B K L X Z S A B M S A Ç D J Ç A I S O E E R K F A P T S B M C R M J B N I H E F J A O A H N T K C E G H N D C G H I A O M H G I S O T Ç L E L A E C S I D H P S H Ç N K O M M I I O R E E I C R O I N D L I R L R A R D L A A I I N K C R E E A M T C M H J U D L A R I 0 T I I H L I A Ç T C L U S P H A O T A A A I H O Ç G T T O O D V D N C P F O O S A Q F O M I O B R N S S R O S N T T O I I H H W Ç A G E N E R I C O E U V K M F O R O J F R T V L S Q W E J P G H I P O O E N S O R K M E D I C A M E N T O 28 Nome Comercial Nome dado ao medicamento pela indústria farmacêutica após sua aprovação, de acordo com Brasil (1999), é protegido por patente, identificando-o como propriedade exclusiva, sendo destinado ao mercado com o seu nome comercial ou genérico (MARSH, 2020). Similar Apresenta a “mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêu- tica”, mas que não passou por testes de evidência da sua eficácia (ANVISA, 2020). Nome químico dos medicamentos É a substância ativa com uma ação farmacológica (SCHENKEL, 2004). Posologia Estudo da quantidade de medicamento (dosagem) a ser utilizado para o tratamento de determinada patolo- gia em que se obtenha um efeito esperado. A posologia faz referência à dose e ao intervalo de tempo a ser administrado o medicamento. Exemplo: Dipirona 500 mg VO a cada 6 horas, se necessário. Dose É a quantidade de um fármaco a ser administrada de uma vez, a fim de produzir efeitos terapêuticos em um sistema biológico (PORTAL DA EDUCAÇÃO, 2020). Dose mínima: é a quantidade de fármaco capaz de gerar uma resposta farmacológica mínima no organismo. Subdose: É a dose de medicamento que está abaixo daquela adequada ao tratamento para a produ- ção do efeito desejado, podendo muitas vezes mascarar a terapia e piorar o quadro clínico. Overdose: É a dose acima daquela adequada ao tratamento, podendo causar envenenamento e morte por intoxicação medicamentosa. Nesse caso, são utilizados recursos como a Lavagem Gástrica e Antídotos (KRAPP, 2019; WIEGAND; PATEL; OLSON, 2008). 29 Para compreender um pouco mais sobre Overdose acesse o site: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-e-uma-morte-por-overdose/ A matéria publicada por Carolina Canossa para a revista Superinteressante, em 29 de março de 2021, tem o título “Como é uma morte por overdose ?”. Nela a autora destaca que “não há uma causa única, já que cada droga provoca uma reação diferente. Entenda quais são os principais tipos e como o corpo reage a cada uma delas” (CANOSSA, 2021, online). Vale a pena conferir! SAIBA MAIS COMO É UMA MORTE POR OVERDOSE? http://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-e-uma-morte-por-overdose/ http://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-e-uma-morte-por-overdose/ 30 Bula É o texto impresso que acompanha os medicamentos. Tem por objetivo orientar profissionais de saúde e pacientes quanto às informações referentes ao uso, ação, toxicidade, posologia e demais informações. Forma farmacêutica Forma como o medicamento é submetido a processos farmacêuticos, dando estado final às substâncias ati- vas para obtenção de maior efeito terapêutico. Podem ser apresentadas em formas farmacêuticas sólidas, líquidas, semissólidas, gasosas e especiais. Fórmula Farmacêutica Descrição da composição do medicamento, citando as substâncias ativas e respectivas quantidades. Princípio Ativo Nome da substância medicamentosa capaz de provocar alterações fisiológicas no organismo. Efeito Colateral São os efeitos tóxicos do medicamento no corpo humano, devido às características de toxicidade da subs- tância ativa. Reação Adversa Quando o efeito é diferente do desejado para determinado medicamento. Farmácia Vem do latim Pharmacia, ciência que estuda como preparar, armazenar e combinar produtos para criar re- médios contra as doenças (WIKI CULTURAMA, 2012). É também o estabelecimento onde ocorre a manipulação de fórmulas magistrais e oficinais, compreenden- do a dispensação e o atendimento. Drogaria Estabelecimento onde se realiza a dispensação e o comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêu- ticos e correlatos em suas embalagens originais. 31 Ervanaria Estabelecimento onde se realiza a dispensação de plantas medicinais em suas diversas formas. Medicamentos Homeopáticos Homeopatia “é uma palavra de origem grega que significa Doença ou Sofrimento Semelhante” (ANVISA, 2010, p. 52). Como terapia curativa, de acordo com Santos (2012), utiliza substâncias da Natureza, diluídas e dinamizadas, para tratamento de doenças. Foi criada no século XVIII, pelo médico alemão Samuel Hahnemann (1755- 1843). No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde (MS), tratamentos não convencionais, como homeopatia, re- cebem a denominação de terapia complementar ou Terapia integrativa, no lugar de terapia alternativa, isso porque, segundo o MS, ela deve funcionar em conjunto com a medicina tradicional, de forma agregadora e não substitutiva (EIGIER, 2020). O Ministério da Saúde, de acordo com Brasil (2006), oferece 29 procedimentos terapêuticos integrativos à população e Pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), através da Política Nacional de Prática Integrativas e Complementares - PNPIC, regido pela PORTARIA Nº 971, DE 03 DE MAIO DE 2006. 32 VAMOS PRATICAR DEFINIÇÕES 1. Segundo as definições, escolha a alternativa CORRETA: A. ( ) Overdose é a dose adequada ao tratamento ,podendo causar morte B. ( ) Posologia é o estudo da dosagem do medicamento que o paciente deve tomar de cada vez e o intervalo entre uma e outra C. ( ) Princípio ativo é o nome da substância medicamentosa incapaz de provocar alterações fisiológi- cas no organismo D. ( ) Fórmula farmacêutica é a forma como o medicamento é submetido a processos farmacêuticos 2. Assinale a alternativa FALSA: A. ( ) A farmacodinâmica estuda o mecanismo de ação B. ( ) A farmacocinética estuda o caminho que o fármaco percorre no organismo C. ( ) O declínio dos boticários ocorre com a revolução do mercado farmacêutico no século XIX D. ( ) Adolf Von Baeyer descobre o ácido barbitúrico em 1864 3. Escolha a alternativa que define Farmacologia: A. ( ) É uma ciência que compreende o entendimento histórico, propriedades físico-químicas, composi- ção, bioquímica, efeitos fisiológicos, mecanismo de ação, absorção, distribuição, excreção e tera- pêutica, relacionados às substâncias químicas capazes de alterar a função regular do organismo. B. ( ) É uma ciência que compreende o entendimento histórico, propriedades físico-químicas, composi- ção, bioquímica, efeitos fisiológicos, mecanismo de ação, absorção, distribuição, excreção e tera- pêutica, relacionados à substâncias químicas capazes de alterar a função normal do organismo. C. ( ) É uma ciência que compreende o entendimento histórico, propriedadesfísico-químicas, com- posição, bioquímica, efeitos fisiológicos, mecanismo de ação, absorção, distribuição, excreção e terapêutica, relacionados à substâncias físicas capazes de alterar a função normal do organismo. 33 2. FORMAS FARMACÊUTICAS PARTE 1 CASSIA MARIA ANGELO 34 SÓLIDOS As formas farmacêuticas sólidas são: Pós, Granulados, Cápsulas, Comprimidos, Drágeas, Supositórios e Ou- tros (UETA, 2020; BRASIL, 2011). Pó e Granulado É um medicamento que se apresenta em pó (partículas menores) ou granulado (partículas maiores ou agre- gadas), (UETA, 2020; BRASIL, 2011). Precisa ser diluído de forma apropriada, seguindo a orientação do fabricante. Comprimidos É o pó comprimido em formato geométrico. Pode ser apresentado em sulcos, a fim de facilitar a divisão em partes (UETA, 2020; BRASIL, 2011). Observação: a ausência de sulcos em comprimidos é indicação para não os repartir. Exceto os comprimidos de liberação controlada. Drágeas É um revestimento produzido em camadas, com a finalidade de proteger o princípio ativo para não reduzir sua ação farmacológica. Além disso, a drágea tem a função de mascarar o sabor, facilitar a deglutição e pro- teger a mucosa gástrica do princípio ativo (UETA, 2020; BRASIL, 2011). Cápsulas Segundo Universidade Federal de Alfenas (2021, online), “as cápsulas são envoltórios, constituídos por uma gelatina, corante, antioxidante e opacificante, capazes de proteger a mucosa do sistema gástrico”. 35 Supositório Os supositórios e óvulos vaginais são preparações farmacêuticas que agem diretamente na porção final do trato intestinal e mucosa do canal vaginal (UETA, 2020; BRASIL, 2011). São moldados adequadamente e re- vestidos por vaselina, manteiga de cacau etc. PLÁSTICAS OU SEMISSÓLIDOS As Formas Farmacêuticas Semissólidas ou Plásticas (FFP) abrangem preparações, representadas principal- mente por pomadas, cremes, loções, géis, pastas e filmes. Tem ação local e percutânea (exemplo: adesivos), sendo utilizados em afecções de pele (FERRAZ, s. dt.). LÍQUIDOS As formas líquidas são constituídas de uma ou mais substâncias dissolvidas em um veículo. Exemplos: • Colírios • Xarope • Emulsão • Suspensão • Solução • Elixir • Tintura • Extrato • Injetáveis 36 FORMAS FARMACÊUTICAS LÍQUIDAS Clique aqui: https://youtu.be/ f1NWKBus-lQ HORA DO VÍDEO Fonte: Formas Farmacêuticas Líquidas. Videoaula, por Henry Tonuci. [S. l.: 25 jun.], 2019. 1 vídeo (5min 15seg). Publicado pelo canal INFOFARMATEC 22 SENAC. Disponível em: https://youtu.be/f1NWKBus-lQ. Acesso em: 18 jun. 2021. Para compreender um pouco melhor sobre o que são Formas Farmacêuticas Líquidas assista ao vídeo do Professor Henry Tonuci. GASOSOS OU AEROSSÓIS São suspensões de partículas líquidas ou sólidas de tamanho inferior a 0,5 micra que flutuam no ar ou em outros gases durante um período de tempo (UETA, 2020). Os sprays são semelhantes aos aerossóis, porém com partículas maiores que 0,5 micra. Medicamentos nessa apresentação são utilizados em inalação ou nebulização. https://youtu.be/f1NWKBus-lQ https://youtu.be/f1NWKBus-lQ 37 VAMOS PRATICAR FORMAS FARMACÊUTICAS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Resolva a palavra cruzada abaixo com as formas farmacêuticas estudadas. Verticais 2. Abrangem preparações representadas principalmente por pomadas, cremes, loções, géis, pastas e filmes. 5. Envoltórios constituídos por uma gelatina. Horizontais 1. São constituídas de uma ou mais substân- cias dissolvidas em um veículo. 3. Suspensões de partículas líquidas ou sóli- das de tamanho inferior a 0,5 micra. 4. Preparação farmacêutica que age direta- mente na porção final do trato intestinal. 6. Tem a função de mascarar o sabor, facilitar a deglutição e proteger a mucosa gástrica do princípio ativo. 7. É o pó comprimido em formato geométrico. 8. Precisa ser diluído de forma apropriada, seguindo a orientação do fabricante. 9. Formas farmacêuticas em pós, granulados, drágeas... 38 3. FARMACOCINÉTICA PARTE 1 HENRY TONUCI LIGIA RIBEIRO DA SILVA TONUCI 39 Estudo do trajeto percorrido pelo fármaco a partir de administração correta até sua eliminação. Abrange processos de absorção, distribuição, biotransformação (metabolismo) e excreção (ABREU, 2020). ABSORÇÃO Passagem ou transferência da droga (fármaco) de seu local de aplicação (administração) até a corrente san- guínea. Se uma droga não é absorvida de forma adequada seu efeito sistêmico fica comprometido podendo até inexistir (WANNAMACHER, 2012). DISTRIBUIÇÃO Após absorção, a droga penetra na circulação sanguínea, sendo distribuída aos mais diversos tecidos do organismo. A velocidade e extensão da distribuição depende do fluxo sanguíneo tecidual e está relacionada às proprie- dades físico-químicas do fármaco, as características da membrana transportadora e a ligação com proteínas plasmáticas e teciduais (OLIVEIRA, 2021). BIOTRANSFORMAÇÃO (METABOLISMO) No fígado, após as etapas iniciais de absorção e distribuição, o medicamento que promoveu seu efeito far- macológico em seu local de ação está apto a ser eliminado do organismo. Segundo Wannamacher (2012) os fatores que alteram o biotransformação (metabolismo) são: • Genéticos; • Idade; • Diferenças étnicas; • Fatores exógenos (cigarro, bebida); Fármaco (medicamento) Cinética (movimento) Farmacocinética 40 • Propriedades químicas dos medicamentos; • Vias de administração; • Dose; • Sexo; • Alterações farmacológicas durante o metabolismo. EXCREÇÃO Após as etapas acima citadas, os medicamentos são excretados do organismo para o meio externo, poden- do ser eliminados pela saliva, urina, suor e fezes (LEONARDI, 2019). FARMACOCINÉTICA Então, assista ao vídeo clicando em: https://youtu.be/rvUKv0D9cdY HORA DO VÍDEO Fonte: FARMACOCINÉTICA em 15 Minutos! - Farmacologia. Videoaula por Noturama. [S. l.: 24 fev.], 2018. 1 vídeo (15min 19seg). Publicado pelo canal Noturama. Disponível em: https://youtu.be/rvUKv0D9cdY. Acesso em: 18 jun. 2021. Vamos revisar os conteúdos sobre a Farmacocinética? https://youtu.be/rvUKv0D9cdY 41 VAMOS PRATICAR FARMACOCINÉTICA 1. Preencha as lacunas: ___________________ + ___________________ = Farmacocinética. 2. Identifique as frases com (V) verdadeiro ou (F) falso e assinale a alternativa correta: ( ) A excreção é a fase da farmacocinética em que os medicamentos são excretados do meio ex- terno para o organismo. ( ) A biotransformação ocorre no pâncreas. ( ) A absorção é a passagem ou transferência da droga (fármaco) de seu local de aplicação (ad- ministração) até a bexiga. Se uma droga (fármaco) não é absorvida de forma adequada seu efeito sistêmico fica comprometido podendo até inexistir. A. ( ) V, F, V B. ( ) F, F, V C. ( ) F, F, F D. ( ) V, V, F E. ( ) V, V, V 3. Encontre no caça- palavras, alguns fatores que alteram a biotransformação durante a farmacocinética. GENÉTICOS IDADE ETNIA FATORES EXÓGENOS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DOSE SEXO Ç F B K L X Z S A B G S A Ç D J Ç A I S O E E T K F A P T S B M N R O J B N I H E F O E O R H N T K C E G A T D E G H I A O M H Ç I S S T Ç L E L A E A C I E H P S H Ç N K R O M X I O R E E I C T S I O D L I R L R A S D L G A I I N K C R I C A E T N I A J U D N N R N 0 T I I H L I I Ç T O L U S P H A O M A A S I H O Ç G T T D O D B D N C P F O O A A Q Y O M I O B R N E S R O S E X O E S O D H W Ç A G E N E R I S O E U V K M F O R O A F R T V L S Q W E J I G H I P O O E N S O V K M E D I E D A D I T O 42 4. FARMACODINÂMICA PARTE 1 HENRY TONUCI LIGIA RIBEIRO DA SILVA TONUCI 43 Estuda os efeitos fisiológicos dos fármacos no organismo, entendendo os seus mecanismos de ação e os efeitos desejados e colaterais de acordo com a concentração do medicamento (HENRIQUE, 2012). Receptor É o local onde o fármaco acopla e interage e produz um efeito farmacológico. Ligante do receptor São moléculas que se ligam ao receptor. Os receptores são moléculas proteicas específicas presentes nas membranascelulares e suas estruturas têm a função de ligar-se à molécula do fármaco, introduzindo-o para o interior da célula. Possuem um ou mais sítios que quando ativados por substâncias endógenas (enzimas, neurotransmissores e outros) são capazes de desencadear uma resposta fisiológica. Podem ser classificados de duas formas: Re ce pt or es Agonista Antagonista 44 Agonista É uma molécula do fármaco que se liga a um receptor e ativa-o, induzindo a uma resposta biológica. Antagonista É um inibidor da capacidade de ação de uma resposta biológica, ligando-se ao receptor para bloqueá-lo (HENRIQUE, 2012). Às vezes são chamados de bloqueadores. Liga-se a um receptor, mas não desencadeia a ação (Portal São Francisco, 2021). Exemplos: alfa-bloqueadores, betabloqueadores (Atenolol) e bloqueadores dos canais de cálcio. Veja um exemplo de uma atividade antagonista: Quando um receptor é ocupado por um antibiótico, o contraceptivo não consegue se ligar, deixando de exercer a sua ação contraceptiva (HENRIQUE, 2012). 45 FÁRMACOS Clique aqui e assista ao vídeo: https://youtu.be/uj7cTaB2WiI HORA DO VÍDEO Fonte: Farmacologia - Como agem os fármacos: Receptores, Agonista e Antagonistas - Básico. Videoaula, por Claudia C. Bigueti. [S. l.: 19 nov.], 2014. 1 vídeo (15min). Publicado pelo canal Educação em Ciências Médicas. Disponível em: https://youtu.be/ uj7cTaB2WiI. Acesso em: 18 jun. 2021. Vamos ver como agem os fármacos? VAMOS PRATICAR FARMACODINÂMICA 1. Identifique as frases com (V) verdadeiro ou (E) falso e assinale a alternativa correta. ( ) A farmacodinâmica estuda os efeitos metabólicos dos fármacos. ( ) Os receptores são moléculas proteicas específicas presentes nas membranas celulares e suas estruturas têm a função de ligar-se à molécula do fármaco. ( ) O fármaco agonista é uma molécula do fármaco que se liga a um receptor e ativa-o, induzindo a uma resposta biológica. ( ) Um antagonista do receptor é um tipo de ligante receptor ou fármaco cuja função é bloquear ou aumentar uma resposta biológica A. ( ) F, F, V, V B. ( ) V, V, F, F C. ( ) F, V, V, F D. ( ) V, F, V, F E. ( ) F, V, F, V https://youtu.be/uj7cTaB2WiI 46 2. Identifique a alternativa que completa corretamente a frase abaixo. “A ________________ estuda os efeitos _____________ dos fármacos no organismo, entendendo os seus mecanismos de ação e os efeitos ___________ e colaterais de acordo com a ____________ do medica- mento” A. ( ) farmacodinâmica – farmacocinética – psicológicos - fisiológicos B. ( ) farmacocinética - psicológicos - fisiológicos – práticos C. ( ) concentração - diluição – farmacodinâmica - farmacocinética D. ( ) farmacocinética – concentração - diluição – psicológicos E. ( ) farmacodinâmica - fisiológicos – desejados - concentração 3. Jogo dos sete erros, com os receptores agonistas e antagonistas. Encontre os sete erros existentes entre as figuras A e B 47 5. INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA PARTE 1 LIGIA RIBEIRO DA SILVA TONUCI 48 As interações medicamentosas são alterações que produzem um evento clínico e podem ocorrer entre: • medicamento-medicamento; • medicamento-alimento; • medicamento-drogas. Caracterizam-se pela interferência do medicamento ou alimento na absorção, ação ou eliminação de outro fármaco, podendo alterar o seu efeito. São ocorrências comuns quando o assunto é medicação (PHAR- MAHOJE, 2015). Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) : Interação medicamentosa é uma resposta farmacológica ou clínica, causada pela combina- ção de medicamentos [...]. O resultado final pode aumentar ou diminuir os efeitos desejados e, ou, os eventos adversos (Conselho Federal de Farmácia, 2003, p. 2). 49 TIPOS DE INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Medicamento/Medicamento Medicamento-Alimento A interação que ocorre entre dois fármacos, quando utilizados concomitantemente. Poderá ocorrer aumen- to ou diminuição do efeito , assim como das reações adversas (FARMACOI, 2021). Por essa razão, é importante conhecer e informar os medicamentos utilizados pelo paciente. Essa informa- ção é necessária para a prevenção de interações medicamento-medicamento. Os alimentos podem interferir diretamente na absorção dos medicamentos. É necessário especificar, em prescrição, o horário do medicamento (antes ou após as refeições), orientando-se o uso da água para auxi- liar na ingestão (FARMACOI, 2021). Refrigerante, leite, café e outros líquidos podem interferir no efeito esperado do medicamento, potenciali- zando-o ou não. Siga a orientação do prescritor, assim como a orientação do fabricante. 50 Medicamento-Bebida Alcoólica Associar MEDICAMENTO e ÁLCOOL é uma péssima combinação! O álcool e a maioria dos medicamentos são metabolizados no fígado,o que aumenta o risco potencial, seja do álcool ou do fármaco, de intoxicação hepática e alteração em seu efeito (FARMACOI, 2021). Segundo o Conselho Federal de Farmácia (2012), são algumas interações prejudiciais: • Álcool e dipirona: o efeito do álcool pode ou não ser potencializado. • Álcool e anti-inflamatórios: Aumentam o risco de úlcera gástrica e sangramentos. • Álcool e antidepressivos: Aumentam as reações ad- versas e o efeito sedativo, além de diminuir a eficácia dos antidepressivos. • Álcool e anticonvulsivantes: Aumentam os efeitos colaterais e o risco de intoxicação, enquanto diminui a eficácia contra as crises de epilepsia. • Álcool e paracetamol: Aumentam o risco de desen- volver a hepatite tóxica. 51 Medicamento-Exame Laboratorial Oriente a ingestão do medicamento após a coleta dos exames. É importante informar que o uso de qualquer medicamento, no momento da realização de exames labora- toriais, pode alterar os resultados. Segundo o Blog M2Farma (2017, online), são exemplos de interações medicamentosas: Ácido acetilsalicílico (AAS) e captopril O ácido acetilsalicílico pode diminuir a ação anti-hiperten- siva do captopril. Omeprazol, varfarina e clopidogrel O omeprazol (inibidor da bomba de prótons) pode au- mentar a ação da varfarina e diminuir a ação do clopido- grel (antitrombóticos). Ácido acetilsalicílico e insulina O AAS pode aumentar a ação hipoglicemiante da insulina. Associação de Amoxicilina + ácido clavulânico e AAS A associação de amoxicilina e ácido clavulânico aumenta o tempo de sangramento e de protrombina. Quando essa associação é somada ao AAS o efeito é potencializado. Inibidores da monoamina oxidase (MAO) e tiramina (monoamina derivada da tirosina) O inibidores da monoamina oxidase (tratamento da de- pressão) associada à tiramina podem promover crises hi- pertensivas e hemorragia intracraniana. Omeprazol e fenobarbital O omeprazol usado com fenobarbital (anticonvulsivante) pode potencializar a ação do barbitúrico. Levodopa (L-dopa) e dieta proteica A Levodopa usada no tratamento da doença de Parkinson, tem ação terapêutica inibida por dieta hiperproteica. 52 Leite e tetraciclina Os íons divalentes e trivalentes (Ca2+, Mg2+, Fe2+ e Fe3+) - pre- sentes no leite e em outros alimentos - são capazes de formar quelatos não absorvíveis com as tetraciclinas, ocasionando a ex- creção fecal dos minerais, bem como a do fármaco. Óleo mineral e vitaminas Grandes doses de óleo mineral interferem na absorção de vi- taminas lipossolúveis (A, D, E, K), β-caroteno, cálcio e fosfatos, devido à barreira física e à diminuição do tempo de trânsito in- testinal. Diurético e minerais Altas doses de diuréticos (ou seu uso prolongado) promovem aumento na excreção de minerais. Exemplo: furosemida, diuré- tico de alça, acarreta perda de potássio, magnésio, zinco e cálcio. INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA Clique aqui: https://youtu. be/_4BfVeyn9oE HORA DO VÍDEO Fonte: Interações medicamentosas em 4 perguntas | Leandro Paez. Videoaula, por Leandro Paez. [S. l.: 29 out.], 2018. 1 vídeo (4min 53seg). Publicado pelo canal Drauzio Varella. Disponível em: https://youtu.be/_4BfVeyn9oE. Acesso em: 18jun. 2021. Aprenda com o Farmacêutico Leandro Paez o que são interações medicamentosas. https://youtu.be/_4BfVeyn9oE 53 VAMOS PRATICAR INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA 1. Preencha as lacunas nas frases abaixo. I. A interação medicamentosa caracteriza-se pela interferência do medicamento ou alimento na _____________________________, ação ou eliminação de outro fármaco, podendo alterar o seu efeito. II. As interações medicamentosas são alterações que produzem um evento clínico podendo ocorrer entre: Medicamento -____________________________________; Medicamento -____________________________________; Medicamento -____________________________________; 2. De acordo com as frases abaixo, assinale a única alternativa correta. I. Em relação a realização de exames médicos, oriente a ingestão do medicamento após a coleta do exame. II. Álcool e anti-inflamatórios: Aumentam o risco de úlcera gástrica e sangramentos. III. Álcool e paracetamol: diminuem o risco de desenvolver a hepatite tóxica. Alternativas: A. ( ) Somente III está correta B. ( ) Somente I está correta C. ( ) Somente I e II estão corretas D. ( ) I, II e III estão corretas E. ( ) Todas estão incorretas 54 6. GRUPOS DE MEDICAMENTOS QUE AGEM SOBRE OS DIVERSOS SISTEMAS DO ORGANISMO PARTE 2 HENRY TONUCI LIGIA RIBEIRO DA SILVA TONUCI 55 Os fármacos percorrem determinados caminhos no nosso organismo. Esses caminhos são mecanismos de ação específicos para cada classe medicamentosa. Há medicamentos que atuam sobre os diversos sistemas do organismo e suas ações farmacológicas são conhecidas como ações específicas e inespecíficas (SANTOS JR; SILVA, 2013). ANTIBIÓTICOS Utilizados para o tratamento de pacientes com sinais e sintomas clínicos de infecção, também conhecidos como antimicrobianos. São capazes de matar ou inibir o crescimento de bactérias (ANVISA, 2001). O uso denominado como antibioticoterapia, de acordo com Anvisa (2001), tem por objetivo curar uma doen- ça infecciosa (ex. pneumonia) ou combater um agente infeccioso situado em qualquer sistema do organismo em que há ou não determinado foco de infecção (ex. uso profilático em procedimentos cirúrgicos). ANTIBIÓTICOS Clique aqui: https://youtu.be/ D03GsQNJsFs HORA DO VÍDEO Fonte: Farmacologia: Antibióticos 1 - Inibidores Parede Celular. Videoaula por Giovana. [S. l.: 6 abr.], 2016. 1 vídeo (4min 59seg). Publicado pelo canal Farmácia Fácil. Disponível em: https://youtu.be/D03GsQNJsFs. Acesso em: 18 jun. 2021. Para conhecer um pouco mais sobre antibióticos e os inibidores da parede celular, https://youtu.be/D03GsQNJsFs 56 Clique aqui e acesse o livro Consenso sobre o uso racional de antimicrobiano: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd08_03.pdf O livro aborda os conceitos sobre a antibioticoterapia e antibioticoprofilaxia, o monitoramento regular do uso de antibióticos, a fim de evitar efeitos adversos pela manipulação inadequada. SAIBA MAIS USO RACIONAL DE ANTIMICROBIANO ANVISA. Consenso sobre o uso racional de antimicrobiano. Brasília: Ministério da Saúde, 2001. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/ publicacoes/cd08_03.pdf>. Acesso em: 18 jun. 2021. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd08_03.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd08_03.pdf 57 ANTIFÚNGICOS São medicamentos que inibem a proliferação de fungos, também conhecidos como antimicóticos. Segundo o Dicionário inFormal (2014), os antifúngicos são classificados em categorias: • Antifúngicos orais para infecções mucocutâneas; • Antifúngicos tópicos para infecções mucocutâneas; • Antifúngicos sistêmicos para tratamento de infecções sistêmicas. O antifúngico ideal, de acordo com Ishida (2021), é aquele que: Fonte: Dicionário inFormal. Antifúngicos. 2014. Disponível em: <https://www.dicionarioinformal.com.br/antif%C3%BAngicos/>. Acesso em: 18 jun. 2021. Tipos de micoses Tecido Espécies Superficial Extrato córneo do tecido epitelial, pelo e cabelo Malassezia furfur Hortaea werneckii Piedraia hortae Trichosporon beigelli Cutâneo Poções queratinizadas da pele, pelo e cabelo Trichophyton spp. Microsporum spp. Epidermophyton floccosum Subcutâneo Derme, músculos e tecido conju- tivo Sporothrix spp. Fonsecaea pedroso Outros Sistêmico endêmico Inicia-se com uma infecção pul- monar podendo atingir qualquer órgão Paracoccidioides spp. Histoplasma capsulatum Coccidioides immitis Sistêmico Qualquer tecido Não ser alérgeno ANTIFÚNGICO IDEAL Baixo custo Boa farmacocinética Amplo espectro de ação Não permita seleção de amostras resitentes Toxicidade seletiva Baixo efeito colateral Boa estabilidade 58 FARMACOLOGIA I E II HORA DO VÍDEO Fonte: Curso de Farmacologia: Aula 34 - Antifúngicos - Parte II. Videoaula ,por Sérios Ricardo Fernandes de Araújo. [S. l.: 31 ago.], 2016. 1 vídeo (16min 12seg). Publicado pelo canal Posologia by Sérgio Araújo. Disponível em: https://youtu.be/wFq4DeKwCZA. Acesso em: 18 jun. 2021. Fonte: Curso de Farmacologia: Aula 34 - Antifúngicos - Parte I. Videoaula, por Sérios Ricardo Fernandes de Araújo. [S. l.: 31 ago.], 2016. 1 vídeo (17min 48seg). Publicado pelo canal Posologia by Sérgio Araújo. Disponível em: https://youtu.be/zCmdYmJIB68. Acesso em: 18 jun. 2021. ANTINEOPLÁSICOS As neoplasias são desencadeadas pela multiplicação e propagação de células atípicas nos diversos tecidos corporais (Famacologia Fácil, 2020). Clique aqui: https://youtu.be/zCmdYmJIB68 Clique aqui: https://youtu.be/wFq4DeKwCZA https://youtu.be/zCmdYmJIB68 https://youtu.be/wFq4DeKwCZA https://youtu.be/wFq4DeKwCZA 59 O tratamento antineoplásico faz uso de medicamentos que inibem ou previnem o crescimento e dissemina- ção de alguns tipos de células neoplásicas. Segundo Ades (2014), as substâncias são divididas de acordo com o mecanismo de ação: 1. Citotóxicos: envolvem inúmeras substâncias com diferentes mecanismos de ação com o objetivo final de ocasionar a morte da célula neoplásica, aumentando a possiblidade de cura e reduzindo o tamanho do tumor. Porém, podem atingir as células normais do corpo que tenham replicação mais acelerada (cabelo, pele, sistema imunológico e gastrointestinal), causando, assim, redução da imunidade, náusea, vômito e queda de cabelo. São administrados por vias Oral, Subcutânea e Endovenosa. 2. Imunomoduladores: consistem em medicamentos que aumentam a ativação do sistema imunológico. Os mais eficazes são anticorpos administrados por via endovenosa que se ligam às células de defesa e potencializam o ataque contra as células neoplásicas. 3. Inibidores de sinalização: em alguns tipos de neoplasia ocorre uma sinalização anormal de cresci- mento celular. Esta classe de drogas tem como objetivo desligar ou impedir a propagação desses sinais, interferindo na multiplicação da célula atípica. 4. Inibidores hormonais: fazem a supressão da síntese hormonal, impedindo o crescimento e desen- volvimento de tumores hormônio-relacionados. Exemplos: câncer de próstata, câncer de testículo, câncer de mama e câncer de ovário. 5. Inibidores de crescimento de vasos sanguíneos: atuam com outras substâncias, impedindo o surgimento de novos vasos sanguíneos, comprometendo assim, a irrigação e nutrição das células tu- morais. PRINCIPAIS FORMAS DE TRATAMENTO Segundo OncologiaDor (2021), as principais formas de tratamento neoplásica são: • Cirúrgica: é a mais antiga forma de tratamento das neoplasias. • Quimioterapia: tipo de tratamento contra as neoplasias, utilizando medicamentos (quimioterápi- cos) capazes de inibir ou destruir células atípicas causadoras da doença. • Radioterapia: é um procedimento em que ocorre o direcionamento de um feixe de radiação sin- cronizado com o movimento do órgão-alvo. • Hormonioterapia: é um tipo de tratamento de combate às neoplasias por meio do bloqueio da ação dos hormônios. A supressão total da produção hormonal no paciente também é qualificada como hormonioterapia. • Imunoterapia: é um tipode tratamento contra às neoplasias, por meio da ativação do sistema imu- nológico no combate à doença. A ideia é que, com o uso de medicamentos, o organismo do paciente possa ser capaz de combater por si só a neoplasia. 60 • Terapia-alvo: É um tipo de tratamento mais recente para neoplasias. O objetivo é combater molé- culas específicas, direcionando a ação dos medicamentos às células tumorais (Hospital Israelita Albert Einstein, 2020). • Transplante de medula óssea: É indicado para pacientes com neoplasias hematológicas. ANTINEOPLÁSICOS Clique aqui: https://youtu. be/0AOhUK-R_UQ HORA DO VÍDEO Fonte: Curso de Farmacologia: Aula 36 - Antineoplasicos - Parte I (Aspectos gerais). Videoaula ,por Sérios Ricardo Fernandes de Araújo. [S. l.: 03 jun.], 2017. 1 vídeo (31min 17seg). Publicado pelo canal Posologia by Sérgio Araújo. Disponível em: https://youtu. be/0AOhUK-R_UQ. Acesso em: 18 jun. 2021. Para conhecer um pouco mais sobre as definições de câncer e antineoplásico, CORTICOSTEROIDES Os corticoides endógenos (naturais) são hormônios produzidos pelas glândulas suprarrenais e os corticoi- des exógenos (sintéticos) são fármacos produzidos em laboratório e ambos possuem potente ação anti-in- flamatória. São também conhecidos como corticosteroides ou cortisona. Indicados para o tratamento de problemas crônicos como: • Asma • Alergia • Artrite reumatoide • Lúpus • Pós-transplante renal • Problemas dermatológicos https://youtu.be/0AOhUK-R_UQ 61 ANTI-INFLAMATÓRIO Em geral, os anti-inflamatórios são medicamentos utilizados como sintomáticos, ou seja, aliviam os sintomas e não tratam diretamente as doenças. Todos os anti-inflamatórios apresentam três efeitos básicos: • Antipirético (abaixa a febre) • Analgésico (combate a dor) • Anti-inflamatório (reduz a inflamação) Segundo Panegassi (2021), são utilizados em diferentes vias e para indicações específicas: Via Indicação Exemplos Corticoides tópicos cremes, pomadas, gel ou loções utilizados para tratar reações alérgicas ou doenças na pele, como dermatite seborreica, dermatite atópica, urticária ou eczema hidrocortisona, betametasona, mometasona ou dexametasona Corticoides orais comprimidos ou soluções orais utilizadas no tratamento de várias doenças endócrinas, osteomusculares, reumáticas, do colágeno, dermatológicas, alérgicas, oftálmicas, respiratórias, hematológicas, neoplásicas e outras prednisona ou deflazacorte Corticoides injetáveis indicados para tratar casos de alterações osteomusculares, condições alérgicas e dermatológicas, doenças do colágeno, tratamento paliativo de tumores, entre outros dexametasona, betametasona Corticoides inalatórios são dispositivos usados no tratamento de asma, doença pulmonar obstrutiva crônica e outras alergias respiratórias fluticasona, budesonida Corticoides em spray nasal são usados para tratar a rinite e congestão nasal intensa fluticasona, mometasona Corticoides em colírio para aplicações oculares, que podem ser utilizados no tratamento de problemas oftálmicos, como conjuntivite ou uveíte, reduzindo a inflamação, irritação e vermelhidão prednisolona ou dexametasona 62 ANALGÉSICOS Os analgésicos são os utilizados para reduzir e aliviar dores. São extremamente comuns, mas, apesar disso, é importante ficar atento e administrá-los somente sob prescrição (PINHEIRO, 2020). Leia o infográfico e entenda sobre a diferença entre Analgésico e Anti-inflamatório SAIBA MAIS ANALGÉSICOS E ANTI-INFLAMATÓRIOS Acesse aqui: https://drauziovarella.uol.com.br/infograficos/principais-diferencas-entre-anal- gesicos-e-anti-inflamatorios-infografico/ https://drauziovarella.uol.com.br/infograficos/principais-diferencas-entre-analgesicos-e-anti-inflamatorios-infografico/ https://drauziovarella.uol.com.br/infograficos/principais-diferencas-entre-analgesicos-e-anti-inflamatorios-infografico/ https://drauziovarella.uol.com.br/infograficos/principais-diferencas-entre-analgesicos-e-anti-inflamatorios-infografico/ https://drauziovarella.uol.com.br/infograficos/principais-diferencas-entre-analgesicos-e-anti-inflamatorios-infografico/ 63 ANTIVIRAIS Os vírus são “parasitas intracelulares obrigatórios, ou seja, são obrigados a entrar em células de um hospe- deiro e usar o metabolismo delas para se replicar” (RANG; DALE, 2007, p. 509). Os medicamentos capazes de amenizar uma infecção viral são chamados de antivirais. A dificuldade em encontrar medicamentos antivirais, de acordo com Moreira (2019), está associada ao apro- veitamento das vias metabólicas que o vírus utiliza em seu hospedeiro e daí o desafio de encontrar fárma- cos que ajam de maneira específica no combate a estes agentes tornando o mecanismo de ação objeto de estudo contínuo. Conforme o blog Farmacologia Fácil (2020), a eficácia dos agentes antivirais está relacionada à capacidade de intervir na replicação viral intracelular. Cerca de 60% das doenças humanas são causadas por infecções viróticas. Exemplo de medicamentos antivirais: ASSOCIAÇÃO DE USO DE ÁLCOOL COM ANTI-INFLAMATÓRIOS Clique aqui para assistir: https:// youtu.be/E8-mA-twEgY HORA DO VÍDEO Com a pergunta Pode beber tomando anti-inflamatório?, o ONsalus Portal de Saúde explica por que é perigoso fazer esta mistura. Antivirais Fármaco Anti-herpéticos Aciclovir, cidofovir, docosanol, fanciclovir, foscarnet, formivirsen, ganciclovir, idoxuridina, penciclovir, trifluridina, brivudina, valaciclovir, valganciclovir, vidarabina. Anti-influenza Amantadina, oseltamivir (tamiflur®), rimantadina, zanamivir, peramivir Anti-hepatite Adefovir, lamivudina, entricitabina. Fonte: Pode BEBER TOMANDO ANTI-INFLAMATÓRIO? – ANTI-INFLAMATÓRIO e ÁLCOOL. Videoaula por ONsalus Saúde. [S. l.: 13 set.], 2018. 1 vídeo (2min 48seg). Publicado pelo canal ONsalus Saúde. Disponível em: https://youtu.be/E8-mA-twEgY. Acesso em: 18 jun. 2021. https://youtu.be/E8-mA-twEgY https://youtu.be/E8-mA-twEgY https://youtu.be/E8-mA-twEgY 64 Antirretrovirais Inibidores de proteases Inibidores da transcriptase reversa Saquinavir, indinavir, atazanavir, ritonavir, nelfinavir, amprenavir, lopinavoir Zidovudina, didanosina, estavudina, zalcitabina, lamivudina, abacavir, neviparina, efavirenz, delavirdina, tenofovir e adefovir. Fonte: MALAJIND, Grogar. Quadro resumo da aplicação clínica dos antivirais (modificado). In: Farmacoloia antivirais. Chad: ePub-985-1-65434-289-2, 2005. Disponível em: <https:// physicselegant.me/farmacologia-antivirais-82/>. Acesso em: 18 jun. 2021. VAMOS PRATICAR GRUPOS MEDICAMENTOSOS 1. Assinale a única alternativa correta. A. ( ) A eficácia dos agentes antivirais está relacionada à capacidade de intervir na replicação viral intracelular. B. ( ) Os medicamentos capazes de amenizar uma infecção viral são chamados de antifúngicos. C. ( ) Os analgésicos são os utilizados para reduzir e aliviar vômitos matinais. D. ( ) Hormonioterapia é um procedimento em que ocorre o direcionamento de um feixe de ra- diação sincronizado com o movimento do órgão-alvo. E. ( ) Em geral, os anti-inflamatórios são medicamentos utilizados como assintomáticos, ou seja, aliviam os sintomas e não tratam diretamente as doenças. 2. Preencha as lacunas do infográfico. ANTIFÚNGICO IDEALBoa farmacocinética Não permita seleção de amostras resitentes Toxicidade seletiva Baixo efeito colateral Não ser alérgeno 65 7. CUIDADOS E PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM RELACIONADOS À PRÁTICA DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS PARTE 3 CASSIA MARIA ANGELO CLAUDIA PALHANO CASTANHO 66 Compomos a equipe mais numerosa de profissionais em quaisquer das instituições de saúde e, também, a que trabalha de maneira ininterrupta. A equipe de Enfermagem deve ser conhecedora de sua incondicional importância na assistência global das pessoas que estão sob sua responsabilidade (COFEN, 2011). Torna-se imperativo, de acordo com Cordeiro (2017), para assegurar a qualidade e a segurança de cada in- divíduo assistido,o permanente exercício de boas práticas em enfermagem. Uma das ações mais relevantes que nos cabe é a administração de medicamentos. 7.1 CUIDADOS GERAIS E COMUNS A TODAS AS VIAS Segundo Mello (2012), na administração de medicamentos utilizamos princípios científicos para que possa- mos atuar, promovendo a segurança necessária a essa ação. Para preparar e administrar medicamentos é preciso considerar 11 saberes, segundo Figueiredo et al (2003, p.173) apud Santos (2013, p. 3-4): 1. Saber quem é o cliente; 2. Saber quais são suas condições clínicas; 3. Saber seu diagnóstico; 4. Saber qual é o medicamento; 5. Saber as vias; 6. Saber as doses (um dos pontos que mais envolve competência técnica, conhecimento científico, responsabilidade e perícia); 7. Saber calcular; 8. Saber as incompatibilidades; 9. Saber sobre interações medicamentosas, ambientais, pessoais e alimen- tares; 10. Saber sentir, para identificar sinais e sintomas de ordem subjetiva; 11. Saber cuidar. 67 VAMOS PRATICAR SABERES 1. Assinale a única alternativa correta. I. Na administração de medicamentos utilizamos princípios científicos para que possamos atuar, promovendo a segurança necessária a essa ação. II. Para preparar e administrar medicamentos é preciso considerar 21 saberes, segundo Figueiredo et al (2003, p.173) apud Santos (2013, p. 3-4). III. Saber as doses (um dos pontos que mais envolve competência técnica, conhecimento científico, responsabilidade e perícia). Alternativas: A. ( ) I, II e III estão incorretas B. ( ) somente I e III estão corretas C. ( ) somente II e III estão corretas D. ( ) somente I e II estão corretas E. ( ) todas estão corretas 2. Complete as lacunas da frase abaixo, assinalando a única alternativa correta: “É _____________________ que você _____________________ que toda a ação de enfermagem, principalmente a _____________________ de medicamentos exige _____________________ e comprometimento e, portanto, execute sua prática profissional com _____________________ científico, respeito, _____________________, total atenção e observação do todo.” A. ( ) Ética, Importante, compreenda, administração, responsabilidade, conhecimento; B. ( ) Importante, ética, compreenda, administração, responsabilidade, conhecimento C. ( ) Importante, compreenda, administração, responsabilidade, conhecimento, ética; D. ( ) Importante, compreenda, responsabilidade, conhecimento, administração, ética; E. ( ) Administração, ética, Importante, compreenda, responsabilidade, conhecimento. 68 Ao se preparar para administrar os medicamentos em pacientes é importante observar: • Identificação do medicamento; • Certificar-se da prescrição do medicamento; • Orientar o paciente sobre o procedimento e efeitos esperados do medicamento; • Informar ao paciente quanto a indicação da via e o local de administração do medicamento; • Observar os efeitos indesejados que o paciente venha a apresentar; • Anotar e relatar para a equipe, caso haja alterações na prescrição ou não administração do medicamento. ATENÇÃO! É importante compreender que toda a ação de enfermagem, principalmente a administração de medicamentos, exige responsabilidade e comprometimento. Portanto, execute sua prática profissional com conhecimento científico, respeito, ética, total atenção e observação do todo. Para executar a administração de medicamentos em pacientes, de acordo com UFSC (2017), é preciso planejar e organizar as ações sequenciais e procedimentais do processo de administração bem antes de executá-lo e, por isso, tenha sempre em mente: 1. Ler e interpretar a prescrição médica (Paciente/Medicamento/Dose/Via); - Não administrar medicações sem prescrição - Seguir rigorosamente a prescrição 2. Identificar o melhor local para preparar os medicamentos; 3. Realizar assepsia e desinfecção da bancada e bandeja, onde será preparado o medicamento; 69 REVENDO OS CONCEITOS Lucia Não confunda o significado dos termos Assepsia e Antissepsia! Assepsia: Consiste num conjunto de métodos e processos de higienização de determinado am- biente, objeto ou campo operatório, com a finalidade de evitar a contaminação do mesmo por agentes infecciosos e patológicos visando prevenir infecções. Higienização de bancada e bandeja Antissepsia: Consiste num processo de remoção de microrganismos por meio do uso de subs- tâncias químicas utilizado em locais, onde há a presença de microrganismos indesejados. As substâncias químicas utilizadas são os microbicidas ou microbiostáticos, que visam eliminar ou reduzir a proliferação de microrganismos indesejados sobre a pele ou mucosa. Antissepsia da pele (ENFERMAGEM, 2021) Fonte: http://workhouse.com.br/blog/wp-content/uploads/oooo.png Fonte: Enfermagem. Principais antissépticos em uma instituição hospitalar. 2021. Disponível em: https://www.enfermagemnovidade.com.br/2020/09/principais- antissepticos-em-um-hospital.html 70 4. Realizar a higienização das mãos; 5. Certificar-se que a prescrição medicamentosa esteja próxima, a fim de confirmar o que foi prescrito; 6. Concentrar-se apenas na preparação do medicamento. Não interrompa esta tarefa antes de finalizá-la; 7. Conferir a identificação do medicamento da seguinte maneira: a. Verificando a validade do medicamento; b. Lendo o rótulo do medicamento: i. antes de retirá-lo do local armazenado; ii. antes de aspirar o medicamento do frasco ou ampola; iii. antes de armazená-lo. c. Não realizando as preparações medicamentosas, se o medicamento não apresentar um rótulo legível. 8. Atentar na concentração do medicamento e observar se há indícios de precipitação durante a preparação; 9. Utilizar uma bandeja para levar a medicação, algodão e almotolia com antisséptico até o paciente; 10. Conferir o nome do paciente, sua pulseira e placa de identificação, utilizando os dados da prescrição; 11. Certificar-se do histórico alergênico do paciente; 12. Orientar o paciente sobre a técnica a ser executada, o medicamento prescrito e o efeito esperado após a administração; 13. Assegurar-se que o local possua boa iluminação e espaço para administrar a medicação; 14. Calçar luvas de procedimento; 71 Você sabe quando usar as luvas de procedimento? Leia as recomendações abaixo e saiba mais! Clique aqui: https://docs.bvsalud.org/biblioref/ses-sp/2016/ses-38244/ses-38244-7142.pdf Norma sobre as luvas de procedimento para administração dos medicamentos Fonte: Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Centro de Vigilância Epidemiológica. Divisão Hospitalar. Recomendações sobre o uso de luvas em serviços de saúde. 2016. Disponível em: <https://docs.bvsalud.org/biblioref/ses-sp/2016/ses-38244/ses-38244-7142. pdf>. Acesso em: 18 de jun. 2021. SAIBA MAIS QUANDO USAR AS LUVAS DE PROCEDIMENTOS https://docs.bvsalud.org/biblioref/ses-sp/2016/ses-38244/ses-38244-7142.pdf 72 15. Deixar o paciente em posição confortável; 16. Realizar o descarte do material (seringa, agulha, algodão e luvas de procedimento) em local apropriado; 17. Realizar a higienização das mãos; 18. Realizar a checagem na prescrição médica; 19. Registrar no prontuário intercorrências como: recusa, perda do medicamento, ocorrências que impossibilitaram a execução da ação; 20. Anotar e comunicar ao enfermeiro qualquer alteração que o paciente apresente após a administração do medicamento; 21. Acompanhar todo o processo de administração e ação do medicamento junto ao paciente; 22. Em casos de dúvidas, PERGUNTAR ao enfermeiro. OBSERVAÇÃO A forma como se administra medicações, em relação a cada via, será abordada nos próximos capítulos. 73 VAMOS PRATICAR TÉCNICAS CONCEITUAIS 1. Assinale a única alternativa correta. I. ( ) A Antissepsia consiste num processo de remoção de microrganismos por meio do uso de substâncias químicas utilizado em locais, onde há a presença de microrganismos desejados. II. ( ) A Assepsia consiste num conjunto de
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