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CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: Métodos lúdicos para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental RESUMO O projeto de ensino tem como objetivo enfatizar métodos lúdicos no processo e Alfabetização e Letramento, considerando as suas modificação e necessidade de reflexão sobre a atuação do professor de modo que contribua para a formação integral do aluno. De acordo com pesquisas houve diversos métodos onde passou a obter um novo olhar nas concepções pedagógicas direcionadas as metodologias aplicadas, avanços no ato da aquisição de leitura e escrita. Nesse sentido, o projeto visa responder o seguinte questionamento: Como promover a alfabetização e letramento com métodos lúdicos para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental? Dessa forma, o objetivo geral é promover a alfabetização e letramento com métodos lúdicos para os Anos Iniciais. E os específicos são: conceituar a alfabetização e letramento; refletir sobre o aluno e professor dos Anos Iniciais e destacar as práticas lúdicas no processo de alfabetização. A partir de uma pesquisa de natureza qualitativa e bibliográfica, considerou-se as teorias de Magda Soares (2020), (2003), Ferreiro e Teberosky (1999), (1985), Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2018) e outros autores que realizaram pesquisas pautada na Alfabetização e metodologias de ensino nos Anos Iniciais. Concluímos que não existe um único método de ensino para que esse processo seja efetivado, e sim a necessidade de planejar diversas atividades pautadas na ludicidade com jogos e brincadeiras, tais como: bingo, quebra cabeça, jogo de memória, atividade de leitura, cantigas de rodas, parlendas, adivinhas, entre outros. . Palavras-chave: Alfabetização e Letramento; Métodos Lúdicos; Anos Iniciais. 1 INTRODUÇÃO O presente projeto de ensino consiste em abordar os métodos utilizados na Alfabetização e Letramento com os alunos dos Anos Iniciais. O processo histórico da Alfabetização passou por diversas modificações, sociais, culturais, políticas e econômicas. Nesse sentido, houve diversos métodos onde passou a obter um novo olhar nas concepções pedagógicas direcionadas as metodologias aplicadas, avanços no ato da aquisição de leitura e escrita (SILVA; COELHO, 2020). O processo de Alfabetização tinha o ato de ler e escrever de modo mecanizado, onde a instituições escolares passam a buscar maneiras de atender uma nova demanda. É um desafio os professores refletir metodologias que atenda um novo tempo onde todos tenham acesso aos bens culturais, saibam ler e escrever, sejam visíveis na sociedade e vivem onde podem ter acesso e condição de protagonismo (FEIL, 2016). Diante essa problemática, o projeto visa responder o seguinte questionamento: Como promover a alfabetização e letramento com métodos lúdicos para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental? A partir dos estudos teóricos e ampliação da concepção de metodologias de ensino, consideramos a prática lúdica como um meio de promover um ensino e aprendizagem de qualidade e efetiva aos alunos dos Anos Iniciais. Sendo assim, é um direito de todo cidadão obter um ensino de qualidade e uma formação para o mercado de trabalho. Justifica-se a escolha deste tema diante as vivências realizadas no Estágio Curricular Obrigatório, onde percebemos que as práticas lúdicas são fundamentais para mobilizar a atenção e o interesse do aluno nas atividades escolares, de modo que contribua ao processo de aprendizagem aos conteúdos curriculares. Dessa maneira, é observado que as práticas de ensino da leitura, escrita, desenvolvimento de habilidades e formação são centro de discussões na formação do professor. Os professores devem obter conhecimentos sobre os métodos e ações que efetivam no meio escolar. Cabe discutirmos no presente Projeto de Ensino conceitos e métodos sobre a alfabetização e letramento. Para tanto, o objetivo geral deste projeto é promover a alfabetização e letramento com métodos lúdicos para os Anos Iniciais. E os específicos são: conceituar a alfabetização e letramento; refletir sobre o aluno e professor dos Anos Iniciais e destacar as práticas lúdicas no processo de alfabetização. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Alfabetização e Letramento A alfabetização é um processo de representação da língua, a qual historicamente a criança decorava para mudar de lição. A literatura expressa que para ser alfabetizado, é necessário de esforço pelo aluno e pelo professor exigindo paciência, concentração e dedicação, respeitar, saber respeitar o tempo da criança (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999). A escrita não é constituída como uma transcrição fonética da língua oral e sim conexão do pensar, representação da fala e agindo sobre as coisas do mundo e construindo categorias de pensamento. Conforme Magda Soares o processo de alfabetização passou por modificações conforme a necessidade de cada época, bem como os interesses políticos e define-se que: Toma-se, por isso, aqui, alfabetização em seu sentido próprio, específico: de aquisição do código escrito, das habilidades de leitura e escrita [...] Sem dúvida, a alfabetização é um processo de representação de fonemas em grafema, e vice-versa, mas é também um processo de compreensão/expressão de significados por meio do código escrito (2003, p.15-16) Entende-se que a alfabetização é um processo que entende e expressa o significado por meio da escrita. Nesse contexto destaca-se também o conceito de letramento, onde a autora aponta que é o ato de ensinar e aprender as práticas sociais da leitura. É quando o individuo aproprie da leitura e escrita em suas práticas sociais (SOARES, 2003). Cruz (2021) contextualiza o processo histórico comparando de como a Alfabetização era vista historicamente, onde o método era utilizado para civilizar, disciplinar a sociedade. Esse processo acontecia por meio de repetição e memorização, pautado de práticas tradicionais onde o professor era transmissor de conhecimento e o aluno mero receptor. Aos poucos foram ganhando discussões e reflexões sobre a prática pedagógica em busca de método eficazes de aprender a ler e escrever. A alfabetização e letramento são distintos, porém, devem ser articulados no processo de ensino de aprendizagem, uma vez que: Alfabetizar é o processo de ler, e o letramento são habilidades de uso social e cultural, são práticas sociais do meio. Letramento acontece quando um indivíduo consegue produzir textos, ler e compreender o que se lê, saber lidar com diferentes gêneros textuais. Letrar tem o intuito de formar cidadão alfabetizados no contexto social e histórico. Então letramento é a capacidade de uso da escrita para se inserir nas práticas sociais e pessoais desse processo (SOARES, 2020, p.27). Diante esse contexto entende-se que alfabetização é o processo de aquisição de leitura, enquanto o letramento são práticas que serão realizados na sociedade, onde o indivíduo irá interpretar, compreender e relacionar com diferentes gêneros textuais. Para adquirir esse processo, é preciso considerar os conhecimentos adquiridos antes do processo escolar para desenvolver novas habilidades (PEREIRA; FERREIRA, 2022). Embora a alfabetização e letramento são articulados, Soares (2003) destaca que os alunos podem ser alfabetizados sem ser realmente letrado. Quando sabem ler e escrever, o individuo letrado já estava vivenciado o uso da leitura e escrita na prática social. Diante esse contexto, compreendemos que não é apenas codificar e decodificar a língua escrita e sim saber utilizar em diferentes contextos. Assim, aponta que: “o ideal seria alfabetizar letrando, ou seja, ensinar a ler e a escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, de modo que o indivíduo se tornasse, ao mesmo tempo, alfabetizado e letrado” (SOARES, 2003, p.47). Soares (2020) em sua obra Alfaletrar, apresenta a diferença entre essas duas concepções onde Alfabetização é quando o aluno aprende codificar e decodificar o sistema de escrita, domina o sistema alfabético,as normas ortográficas e habilidades para ler e escrever. Por outro lado, Letramento é quando a criança aprende a fazer o uso dessa escrita no meio social, domina ações de compreender, interpretar, analisar, comunicar e construir. Isto é, o aluno possui capacidade de utilizar sua capacidade de ler e escrever, utilizar línguas em suas atividades sociais. De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), “[...] alfabetizar é trabalhar com a apropriação pelo aluno da ortografia do português do Brasil escrito, compreendendo como se dá este processo (longo) de construção de um conjunto de conhecimentos sobre o funcionamento fonológico da língua pelo estudante” (BRASIL, 2018, p.90). Para o documento é essencial, onde na manifestação da transição da Educação Infantil ao Ensino Fundamental, necessita integrar os processos de aprendizagem respeitando a fase da criança. Destaca-se também a importância de enfatizar na alfabetização, priorizar os conteúdos e objetivos de desenvolver a Alfabetização e Letramento. Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1985) apresentou uma teoria que enfatiza o processo de aprendizagem do aluno. Assim definiram por meio dela que a criança passa por uma construção da escrita por de relações com o objeto de conhecimento. Assim, apresentou as hipóteses que descreve o processo de desenvolvimento da criança. De acordo com as autoras a criança cria hipótese onde a primeira é o uso de desenhos (Pré Silábica) pode ser utilizado para prática de leitura. Para os autores, essa representação, de maneira clara a criança passa a entender que a escrita é formada por símbolos e gráficos. Nesse momento a criança percebe outras formas gráficas e que possui um significado, perceber que a letra para utilização da escrita do que ela quer identificar. A segunda hipótese apresentada pelos autores é quando a criança entende que a escrita da nossa língua portuguesa é formada por símbolos e que possuem som (Silábica). Considera-se a primeira iniciativa para associar a escrita com som da fala, e passam a dar uma letra para cada sílaba, sem que seja correta (FERREIRO; TEBEROSKY .1985), Em seguida, apresentamos a hipótese silábica-alfabética, em que a criança representa a sílaba por meio de uma letra e do fonema (Silábico-Alfabética). A última hipótese é quando a criança percebe que existe um som para cada letra e assim consegue escrever a palavra sem omitir nenhuma. De acordo com Silva e Coelho (2020), a criança percebe nesse contexto que irá encontrar uma única letra que terá som diferente e em outras situações que precisa memorizar e necessitará relacionar a escrita com a ortografia. Os autores destacam que o professor precisa compreender qual fase os alunos estão para refletir a maneira que poderá trabalhar e consigam evoluir de uma hipótese para a outra e adquirir a capacidade de leitura e escrita. 2.2 O aluno e o professor dos Anos Iniciais Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN, 9394/96), o Ensino Fundamental é obrigatório e gratuito e atende crianças a partir dos 6 anos de idade. Assim, divide-se em Ensino Fundamental Anos Iniciais (1º ao 5º) e Ensino Fundamental Anos Finais (6º ao 9º ano). Essa modalidade se encaixa na Educação Básica e tem finalidade de formar o indivíduo para a sociedade. A BNCC aponta que: “[...] nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental, a ação pedagógica deve ter como foco a alfabetização” (BRASIL, 2018, p.55). Assim, compreendemos que é preciso oferecer oportunidades para que os alunos se apropriem da leitura e escrita e associando as suas práticas sociais. Assim, ela conhece o mundo, adquire novas visões e criam oportunidades para aperfeiçoar a prática de leitura e escrita. Considerando que a alfabetização se dá nos três primeiros anos do Ensino Fundamental, é essencial entre a definição da criança e seu papel na sociedade. É preciso compreender sua cultura e sua história por meio de práticas que estimule sua criatividade (SILVA; COELHO, 2020). O professor por sua vez precisa refletir seu papel de ser responsável em ensinar sistematicamente os alunos de maneira que amplie as habilidades e processo de aprendizagem no meio escolar (SILVA, 2021). Silva e Coelho (2020) citam os Parâmetros Curriculares Nacional (PCN) de Língua Portuguesa (1997), onde contextualiza que é preciso valorizar a leitura para a informação e acesso ao mundo por meio de literatura e possibilidade de fruição. É necessário fazer com que o aluno recorra aos diversos materiais escritos para cumprir diversos objetivos. Nesse sentido, a leitura e escrita por meio da realidade do aluno, é possibilitar a capacidade de usufruir de conhecimentos. De acordo com a BNCC, nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental, os professores conseguem avaliar o desenvolvimento dos alunos e definir as estratégias de ensino de maneira adequada com a finalidade do aluno obter as habilidades e competências efetivadas. Silva (2021) apresenta que é indispensável determinar as estratégias de adaptação de modo que a criança construa uma base a partir daquilo que sabe dano segmento ao seu processo de aprendizagem. No entanto, a leitura e escrita esta presente na vida de criança desde o nascimento onde há placas de sinalização, logomarcas, propagandas, entre outros. Esses elementos são o que interagem com a família e o meio que a criança vive e também contribui para seu desenvolvimento da fala. A escola por sua precisa valorizar o que a criança carrega de sua vida pessoal para que amplie sua capacidade de leitura e escrita e estimule sua interação (SILVA; COELHO, 2020). Quando as crianças são incentivadas a ler desde cedo facilita-se no processo de aquisição de escrita, e esses fatos ocorrem na realidade das crianças junto com pais e familiares. Assim, antes de inserir no campo escolar, a criança adquire o primeiro contato com a cultura escrita por meio dos elementos, tais como desenhos, letras, palavras e textos. Dessa maneira, a BNCC expressa a importância de valorizar a experiência que o aluno leva para escola, considerando a sua cultura, contato com as tecnologias e memórias de modo que mobilize sua curiosidade para novos conhecimentos. Esse momento constitui imprescindível para que ele amplie a compreensão de mundo, como se relacionar e como inserir na sociedade (BRASIL, 2018). Nessa linha de pensamento Cruz (2021) dita que, para propor essas atividades é preciso que o educador conheça os alunos, entenda como eles aprendem e saibam quais os conhecimentos prévios e necessidades. O processo de ensino e aprendizagem é complexa e necessita de protagonismo dos alunos. Para tanto, é necessário de planejamentos por meio do diagnóstico de aprendizagem dos alunos e por meio deste promover brincadeiras lúdicas que auxilie na aprendizagem das crianças com intenção pedagógica. 2.3 Práticas lúdicas no processo de Alfabetização e Letramento A brincadeira muitas vezes se encontra somente na modalidade da Educação Infantil e quando se ingressa nos Anos Iniciais não perde suas características de infância. De acordo com Cruz (2021), a aprendizagem possibilita mais resultados quando há presença de práticas lúdicas e demonstração de atividades na prática. Santos (2018, p.21) afirma que o processo de alfabetização deve ser trabalho na perspectiva do letramento, de maneira que contextualiza o conceito e realize a exposição de conteúdo por meio de práticas sociais de leituras e escritas conforme a cultura da criança. Entende-se que é preciso considerar sua realidade para conduzir á um processo de alfabetização efetivo. De acordo coma BNCC a respeito dos Anos Iniciais, expressa que: [...] ao valorizar as situações lúdicas de aprendizagem, aponta para a necessária articulação com as experiências vivenciadas na Educação Infantil. Tal articulação precisa prever tanto a progressiva sistematização dessas experiências quanto o desenvolvimento, pelos alunos, de novas formas de relação com o mundo, novas possibilidades de ler e formular hipóteses sobre os fenômenos, de testá-las, de refutá-las, de elaborarconclusões, em uma atitude ativa na construção de conhecimentos (BRASIL, 2018, p. 57-58) Desse modo, Cruz (2021) apresenta sua posição diante as práticas lúdicas no processo de Alfabetização e Letramento apontando que a educação precisa de inovações metodológicas em que considera a brincadeira como prática relevante no desenvolvimento das crianças. Por meio da brincadeira a criança se desenvolve em todos os aspectos: cognitivos, psicológicos, culturais, sociais, entre outros. De acordo com Pereira e Ferreira (2022) a ludicidade promoveu liberdade de ensinar e uma parceria no processo de Alfabetização e Letramento, sendo assim, destaca-se a necessidade de promover um ambiente que colabore para incentivar o aluno aprender, que ele se sinta atraído, estimula a imaginação e auxilie na construção de conhecimento, um ambiente alegre e colorido, com brinquedos, jogos interativos, letras e números grandes para que possam brincar e aprender ao mesmo tempo. Silva e Coelho (2020) expressam que a ludicidade faz parte da cultura da criança em que nesse momento criam laços de afetividade para aprendizagem. Destacam o brincar como prática que faz parte do desenvolvimento psicológico e cognitivo, bem como da vivência infantil. Para os autores cabe a escola cumprir seu papel social utilizar práticas pertinentes da realidade da criança para o processo de ensino e aprendizagem. Santos (2018) enfatiza a ludicidade, envolvendo jogos e brincadeiras e com fins educativos como estratégias que atende os alunos com dificuldades no processo de ensino aprendizagem. Muitos autores em sua percepção, afirmam que o lúdico contribui para o desenvolvimento da criança. Assim, evidencia que a ludicidade contribui de maneira significativa para o processo de alfabetização, sendo essencial para alcançar os objetivos de aprendizagem dos alunos, sucesso ao processo de alfabetização e letramento. Afirma-se em sua pesquisa que: “[...]o lúdico possibilita que o aluno internalize a cultura da leitura e da escrita associando as experiências vividas por meio das brincadeiras ao mundo real, uma vez que a mesma se apropria do mundo de faz de conta (fantasia, imaginação, criatividade) para entender o mundo que a cerca” (SANTOS, 2018, p.22) Consideramos a concepção de que a criança brinca e se expressa, conhece o mundo, sendo um fato primordial durante o período e no quesito de leitura e escrita, apontam que a criança deve “aprender a ler o mundo, compreender-se como sujeito social partindo da linguagem” (PEREIRA, FERREIRA, 2022, p.50) A respeito do brincar, é o que faz parte da infância, faz parte de sua cultura. A criança gosta desse momento, considerando uma experiência prazerosa, divertida, sem idade específica para diversão. Cada faixa etária possui suas particularidades, interesses em determinadas brincadeiras. Enquanto a criança brinca e se diverte, ela desenvolve habilidades e auxilia no seu crescimento de maneira natural (CRUZ, 2021). E, essas práticas podem e devem se encontrar presente nas práticas pedagógicas para um processo de ensino e aprendizagem de maneira efetiva. 3 METODOLOGIA O projeto de ensino foi desenvolvido a partir de uma abordagem qualitativa e bibliográfica considerando as teorias Magda Soares (2020), (2003), Ferreiro e Teberosky (1999), (1985), BNCC (BRASIL, 2018) e outros autores que realizaram pesquisas pautada na Alfabetização e metodologias de ensino nos Anos Iniciais. Explicamos a abordagem qualitativa aquilo que: [...] responde as questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. (MINAYO, 2001, p.22). E a pesquisa bibliográfica é entendida por meio de Gil (2008), onde o projeto é elaborado por meio de livros e artigos científicos, embora todos os estudos exigem que sejam desenvolvidos o trabalho dessa natureza. Assim, este estudo bibliográfico é considerado imprescindível para a nossa formação acadêmica, para contribuir em nossa capacitação no sentido de promover um ensino de qualidade. O objetivo foi de aprofundarmos sobre a temática, com revisões de produções científicas que estão presentes nos bancos de dados no Google Acadêmico, utilizando os descritores “Alfabetização e Letramento”; “Ludicidade”; “Anos Iniciais”, realizando combinações entre essas palavras e considerando trabalhos que foram realizados recentemente e também pesquisadores renomados que tratam sobre o assunto. O instrumento de coleta de dados foi através de leituras e classificação de pesquisas que foram pertinentes a respeito do processo de Alfabetização e Letramento nos Anos Iniciais através da ludicidade. Destacamos que realizamos leitura e análise dos documentos que traziam em seus títulos e/ou resumos informações relevantes a pesquisa, bem como livros de autores entendidos no assunto contribuiu para a ampliação da visão crítica na construção do trabalho. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram analisadas pesquisas que foram realizadas no período de 2016 à 2022 para cumprir os estágios curriculares obrigatório, em busca de responder o questionamento da problemática citada. Foram aplicadas atividades no 5º ano dos Anos Iniciais um jogo de tabuleiros, onde percebemos a interação dos alunos e resultados significativos no processo de aprendizagem. Assim, refletimos a maneira que o professor dos Anos Iniciais pode conduzir seu planejamento e práticas pedagógico através do lúdico para efetivar a aprendizagem dos alunos, aquisição de leitura e escrita e fruição nas práticas sociais. Desse modo, foi proposto aos professores a contextualização do jogo de tabuleiro, reconhecer que o mesmo auxilia na aprendizagem do aluno sendo um instrumento de importância. Silva e Coelho (2020, p.96) pautam sua pesquisa no Construtivismo com objetivo de orientar os professores a respeito da aprendizagem da criança, considerando o desenvolvimento do aluno. Afirmam que “o professor deve criar situações-problemas para que o educando possa se sentir desafiado e tentar acha soluções para determinadas”. Diante essa concepção, os autores enfatizam que o aluno irá imaginar situação e discutir, elaborar respostas articulando com a sua realidade. Além disso, conta também com o estímulo do pensamento, tornando a sala de aula significativa onde ele irá apropriar de sua reflexão crítica sobre os conhecimentos. A escola estagiada por sua vez, adota a metodologia pedagógica sócio construtivista com base nas propostas de Piaget, Vygotsky, Emília Ferreiro e outros autores que adotem essa visão pedagógica. Sendo assim, o objetivo da escola é promover o desenvolvimento pleno do indivíduo e preparo para o exercício da cidadania, qualificação para o trabalho inspirado nos princípios da liberdade e solidariedade humana. A respeito das práticas lúdicas, constata-se que o uso de jogos tem como finalidade trabalhar com diversas classes sociais e culturais, no sentido de atender todos da cidade e interior do município. Pereira e Ferreira (2022), indicam que os jogos e as brincadeiras devem ser planejados de maneira que desenvolva a aprendizagem da criança, sua fala, socialização, interação com livros e letras, números grandes e coloridos. Entendemos que é preciso mobilizar atenção da criança, possibilitando contato com diversos materiais que sejam atrativos. Os autores expressam em sua pesquisa a possibilidade de ensinar a criança ler e escrever, por meio de uma perspectiva lúdica. Compreendemos nesse contexto que a maneira de promover a Alfabetização e Letramento, é preciso desenvolver metodologias consistentes que forme cidadãos críticos. Silva (2021) realizou uma pesquisa de campo, onde os professores da rede de ensino fundamental anos iniciais responderam questionamentos que promoveram reflexão crítica a respeito do processo de alfabetização e letramento.Para tanto, identificamos que para promover Alfabetização e Letramento de modo adequado, é preciso que o processo “crie situações para que o aluno utilize o código escrito” com objetivo de relacionar com a realidade presente do aluno, promover uma aprendizagem que fazem sentido a ele. A pesquisa de Santos, Araujo e Nobrega (2016) contextualizam em sua pesquisa documental a maneira que a professora dos Anos Iniciais conduz suas atividades no meio escolar. Apresenta-se atividades apoiadas a ludicidade compreendida como uma maneira de agir sobre o mundo. Com tema animais, apontou atividades com quebra cabeça, produção de lista de palavras, desenhos, pinturas, roda de leitura, exploração de gêneros textuais e jogos de bingo. Desse modo, correspondeu a maneira que o professor pode possibilitar aos alunos no processo de alfabetização por meio da ludicidade de modo prazerosos. Sendo assim, conclui-se que por meio de jogos e brincadeiras no ensino da leitura facilita no desenvolvimento integral do aluno. Santos (2018) apresentam a relevância do assunto pois a ludicidade é uma estratégia eficaz para chamar atenção e motivar o aluno no processo de ensino e aprendizagem. Verificou a contribuição no processo de alfabetização com alunos do 2º ano, onde as brincadeiras são cultura infantil e por meio das cantigas de rodas, parlendas, adivinhas, trava-línguas promove desenvolver o domínio da leitura e escrita de maneira prazerosa, contemplando no desenvolvimento das atividades e diversão juntamente com aprendizado. A pesquisa de Cruz (2021) responde que o professor precisa promover brincadeiras que envolvem a consciência fonológica, gêneros textuais, construção de textos, interpretação textual com as ortografias das palavras. Constata-se também que por meio das brincadeiras e de modo interdisciplinar, as escolhas das brincadeiras podem ser levadas em consideração por meio dos interesses dos alunos. Assim, o pesquisador apresentou brincadeiras que correspondem ao pré-silábico, silábica, silábico alfabético, hipótese alfabética e hipótese silábica: Tabela1. Sugestão de brincadeiras para as crianças FASE DE DESENVOLVIMENTO ATIVIDADES LÚDICAS Pré – Silábico - Encaixe de legos com a letras do próprio nome - Bingo com as letras do nome próprio - Escrita de letra do nome na caixa de areia - Pipoca dos números e letras - Jogo de rima Silábica - Bingo da sílaba inicial - Amarelinha das sílabas - Dominó das sílabas iniciais Silábico Alfabético - Caixa de Leitura - Pop it silábico Hipótese Alfabética - Ficha para produção de texto - Ditado estourado de frases Hipótese Silábica - Jogo online (Interpretação de Texto) Fonte: Cruz (2021) Desse modo foi analisado que as brincadeiras sugeridas pela autora devem ser avaliadas a relação do aluno com o seu desenvolvimento, sem comparar com os outros e atentar ao nível de concepção na psicogênese da alfabetização que a criança se encontra. Desse modo, é preciso propor tais brincadeiras conforme o nível que ela se encontra para que a aprendizagem seja efetiva, estimulante e divertida (CRUZ, 2021) 5 CONCLUSÃO Conclui-se que a educação é um direito de todos onde devem ser garantidos o acesso e permanência do aluno, bem como um processo de formação efetivo para atuar na sociedade. Dessa maneira, a Alfabetização é uma das fases mais importante do aluno, onde ele começa apropriar da leitura e escrita para o seu exercício para cidadania. Nesse sentido, o projeto contribuiu para compreender os aspectos da Alfabetização e Letramentos, sendo elementos essenciais para a formação integral do aluno. Compreendemos que essa aprendizagem passa por diversas etapas que exigem do professor paciência e dedicação. Reflete-se o papel do professor nesse processo de ensino, pois é a figura essencial para o êxito da aprendizagem de leitura, escrita, compreensão e interpretação. Nesse sentido, destacamos que não existe um único método para alfabetizar, pois os alunos são singulares e não aprendem ao mesmo tempo. É necessário refletirmos a maneira de alfabetizar para que não aconteça o fracasso escolar frente as dificuldades atuais de atuação. Além disso, conta-se também com a necessidade de compreender o aluno e seu contexto social. A respeito dos métodos lúdicos, entendemos como uma proposta pedagógica necessária que irá contemplar a aprendizagem por meio de jogos e brincadeiras de maneira prazerosa no ciclo de alfabetização. Contudo, consideramos atividades de bingo, quebra cabeça, jogo de memória, atividades de leitura, cantigas, parlendas, adivinhas, entre outros como maneira de promover um processo de Alfabetização e Letramento efetiva com alunos dos Anos Iniciais. REFERÊNCIAS BRASIL. Lei nº 9394/96. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional de 20 de dezembro de 1996. BRASIL Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 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