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Hematologia – Amanda Longo Louzada 1 HEMOSTASIA PRIMÁRIA DEFINIÇÃO DE HEMOSTASIA: Fazer o paciente parar de sangrar, não deixar o paciente voltar a sangrar e desfazer o coágulo que foi formado DIFERENCIAÇÃO DE HEMOSTASIA PRIMÁRIA PARA SECUNDÁRIA: PRIMÁRIA: Comandada pelas plaquetas Tem o objetivo de formar o tampão plaquetário Sangra na pele e mucosas (gengival e nasal), podendo aparecer petéquias, púrpuras e equimoses O paciente não para de sangrar (sangramento precoce) SECUNDÁRIA: Comandada pelos fatores de coagulação Tem o objetivo de proteger o tampão plaquetário, através da formação da rede de fibrina Sangramento do subcutâneo, SNC, hematoma intramuscular e hemartrose O paciente para de sangrar e depois volta a sangrar (sangramento tardio) FISIOLOGIA DA HEMOSTASIA PRIMÁRIA: FASE 1 – ADESÃO: Quando tem uma lesão endotelial, ocorre exposição do colágeno A plaqueta possui duas glicoproteínas, GP IB e GP I, essas fazem com que a plaqueta se grude ao colágeno, formando uma ligação fraca O fator de Von Willebrand é sintetizado pelo endotélio, e serve como uma estrutura mais firme, formando uma ligação mais forte entre a glicoproteína Ib e o colágeno Ele deve ficar do tamanho exato, para isso a ADAMTS-13 cliva, para ficar do tamanho da lesão FASE 2 – ATIVAÇÃO: Quando a plaqueta fica ali na lesão ela desgranula e libera Tromboxano A2 (AAS inibe) e o ADP (clorpidogrel inibe) A função desses mediadores é atrair novas plaquetas para formar o tampão plaquetário Além disso o tromboxano A2 ajuda na vasoconstricção A trombina prepara a primeira camada de plaquetas para receber as novas plaquetas FASE 3 – AGREGAÇÃO: Para aumentar a ligação as plaquetas expõem uma nova glicoproteína, que é IIIa e IIb (inibida pelo abciximab) O fibrinogênio faz a agregação plaquetária, formando o tampão plaquetário É o fator de coagulação mais consumidos de todos, pois ela liga cada plaqueta para outra EXAMES DA HEMOSTASIA PRIMÁRIA: Problemas na Quantidade: Plaquetopenia (trombocitopenia): identificada pela contagem de plaquetas (VR: 150 – 450.000\mm3) Doenças: Trombocitopenia imune Púrpura trombocitopênica trombótica Problemas na Qualidade: é a disfunção plaquetária, identificado pelo tempo de sangramento (VR: 3 – 7 minutos) O tempo de sangramento só deve ser considerado quando o paciente plaquetometria normal Doenças: Hereditárias Adquiridas Doença de von willebrand TROMBOCITOPENIA IMUNE: IDIOPÁTICA: Principal causa de plaquetopenia isolada Fisiopatologia: a vacinação ou a infecção, leva a liberação de Ac quentes (IgG), que levam a opsonização das plaquetas (marcas as plaquetas), e essas plaquetas opsonizados ao passar pelo baço, vão ser destruídas Clínica: apenas plaquetopenia Baço palpável em 10% dos casos Petéquias, equimoses, gengivorragia Tratamento: conservador (maioria) Em caso de não parar de sangrar pode ser feito corticoide -> imunoglobulina -> rituximab -> trombopoetina Transfusão em casos graves e refratários Se ainda permanecer após transfusão pode ser feito esplenectomia SECUNDÁRIA: Causas: Infecções (HIV e dengue), doenças autoimunes (LES), gestação Drogas: heparina, quinina sulfas Hematologia – Amanda Longo Louzada 2 HEMOSTASIA PRIMÁRIA Trombocitopenia Induzida por Heparinas (HIT): Tipo 1: benigna, leve e autolimitada (mais comum) Tipo 2: potencialmente grave (cai mais em prova) O anticorpo formado possui afinidade pelo fator IV plaquetário, e quando ele se liga esse fator, ocorre ativação das plaquetas, aumentando o consumo de plaquetas, levando a diminuição delas. E como elas estão ativadas geram trombose Diagnóstico: dosar anti-PF4 Tratamento: suspender a heparina + iniciar outro anticoagulante (Dabigatran ou Rivaroxaban) PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA TROMBÓTICA: FISIOPATOLOGIA: Ocorre uma deficiência de ADAMTS-13, fazendo com que haja uma FVW maior que a ferida, atrapalhando o fluxo sanguíneo, se descolando e ficando solto na circulação Então ocorre ativação e consumo plaquetário, gerando microtrombos e lesão endotelial CLÍNICA: Febre Plaquetopenia Anemia hemolítica microangiopática Diminuição do nível de consciência Azotemia leve SHU: Renal: mais grave SNC: mais leve EPIDEMIOLOGIA: Mulheres entre 20 e 40 anos, normalmente puérpera Pode ser desencadeado também por HIV, gestação, fármacos TRATAMENTO: Epidemiologia: Sem tratamento: mortalidade de 80% Com tratamento: sobrevida de 90% Plasmaférese Anticorpo monoclonal contra FvWB (Caplacizumab) DISFUNÇÃO PLAQUETÁRIA: HEREDITÁRIA: Síndrome de Glazmann: falta a GPIIbIIIa Síndrome de Bernard-Soulier: GPIb Tratamento: transfusão de plaquetas ADQUIRIDAS: Insuficiência renal Drogas antiplaquetárias (AAS, clorpidogrel) Tratamento: tratar causa base DOENÇA DE VON WILLEBRAND: Distúrbio da hemostasia mais comum TIPOS: Tipo 1: ocorre em 80% dos casos Leve diminuição do FvWB, ou seja, exames normais Tipo 2: ocorre em 15% dos casos Distúrbio qualitativo do FvWB, com TS alargado Tipo 3: ocorre em 5% dos casos Diminuição grave do FvWB, com TS e PTT alargados CLÍNICA: Hematomas Volume menstrual muito intenso TRATAMENTO: Profilaxia\Sangramento Leve: desmopressina Sangramento Grave: VIII + FvWB ou criopreciptado
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