Literatura- Realismo e Naturalismo

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Realismo e Naturalismo 
1. Contexto histórico e cultural 
Transformações sociopolíticas no contexto europeu: 
.:primavera dos povos- serie de revoluções liberais que 
ocorreram durante 1848. Com a revolução francesa de 
1789, os ideais libertários espalharam-se por toda a 
Europa, assustando as monarquias absolutistas 
europeias -> sufrágio universal, abolição da pena de 
morte e escravidão, direitos do trabalhador, escola, 
liberdade de imprensa... Luís Bonaparte deu um golpe 
de estado em 1851, instalou um governo autoritário e 
os valores burgueses e o dinheiro triunfaram. Apesar 
da Revolução industrial o progresso social não 
acompanhou o tecnológico. A desigualdade social se 
manteve e nesse contexto o cientificismo do 
darwinismo social e a psicanalise (Freud) ganharam 
destaque. 
 
2. Realismo: projeto artístico-literário 
Evidencia: ser humano= forma de representar a 
objetividade e a racionalidade. “Um enterro de Ornas” 
de Coubert mostra o enterro do romantismo e seus 
valores estéticos vistos como excessivamente 
sentimentais pelos realistas. O trabalho e luta de 
classes= pauta constante [cotidiano, classe 
trabalhadora, pessoas humildes e desfavorecidas] 
 
2.1. Características da prosa realista brasileira 
Descritiva, escolha de temas simples e prosaicos em 
narrativas que abordam o cotidiano de personagens da 
classe média, trabalhadora e menos favorecida. A 
proximidade com o leitor predomina na linguagem. 
Como se deu a inovação da prosa realista? 
.:Valores burgueses não mais representados 
.:Mundo exterior como tema principal “mundo real” 
.:clima pessimista revelando desconforto diante do abismo 
social intensificado a partir da R.I. 
.:Prosa revela hipocrisias das atitudes humanas 
.:panorama crítico da sociedade 
.:Escrita objetiva; temática ampla; impessoalidade; 
descrições objetivas e numerosas (fidedigna); narrativas 
fundamentadas na realidade histórica; herói problemático- 
captar o ser humano em sua totalidade 
.:Linguagem objetiva para conferir tom analítico 
.:descrições minuciosas- objetivo de evitar idealizações 
típicas do romantismo 
.:personagens apresentadas em sua totalidade humanidade. 
 
2.2. A prosa realista brasileira: Machado 
Possuía origens humildes e raciais. Passou dificuldades 
ao perder a mãe cedo, se esforçar para concluir os 
estudos e ao sofrer preconceito por ser negro, epilético 
e gago. Publicava seus romances em folhetins, crônicas 
e contos, sendo duas crônicas ácidas críticas do 
momento político de calmaria do 2* reinado. 
Revelavam o desejo republicano e abolicionista. Obras 
marcadas por discursos científicos, objetividade, 
racionalidade e criticidade as classes sociais de XIX. 
Revelava o que estava por trás de cada atitude do 
homem. Mostrava as intenções disfarçadas por trás das 
aparências, revelando verdadeiros intuitos das ações. 
 
 
 
 
 
 
 
A ironia machadiana 
Figura de linguagem utilizada por Machado para 
encobrir a verdade e gerar certo humor. Suas obras 
também são marcadas por jogo de interesses, jogo 
humano entre o que ele aparenta ser e quem ele 
realmente é, na sua essência. 
“A vida é uma ópera- ilustrar os papeis que executamos no palco da vida 
Em diversos contos de Assis o jogo de interesses é 
perceptível já que o homem é, ao mesmo tempo, o que 
ele manifesta em público e quem ele realmente é 
quando está sozinho. O uso de mascaras sociais são 
uma pratica recorrente tratando do ser humano. O 
pessimismo também é característico das obras de 
Machado já que este estrutura as personagens de modo 
a serem pessimistas, céticas e desacreditadas da 
humanidade. Machado também via a ciência com olhos 
críticos e desacreditados, encarando-a com pessimismo 
e ceticismo. 
 
3. Características da prosa naturalista 
Autores do período eram influenciados por teorias 
positivistas, deterministas (comportamento humano 
determinado pelo meio social, pelo contexto histórico, por 
fatores raciais e biológicos) evolucionistas, socialistas e 
materialistas. Os naturalistas focaram mais na classe 
trabalhadora e menos afortunada que vivia em cortiços e 
analisavam os fenômenos biológicos e sociais que 
decorreram desse meio. Estudavam o indivíduo biológico. A 
linguagem é baseada no discurso científico-biológico. Os 
romances de tese se caracterizavam pelo foco narrativo em 
terceira pessoa (narrador observador) que observava as 
personagens por uma lente do cientificismo. Os seres 
humanos são muitas vezes associados a animais, 
configurando a zoomorfizacao. 
Critica: sociedade que vive de aparências, 
em que se valoriza o ter em detrimento do 
ser, mostrando o perfil da população da 
corte carioca e do ser humano como um 
todo 
 Literatura atemporal