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Mecanismo de Frank-Starling REFERÊNCIA: SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. Porto Alegre: ArtMed, c2016, 930 p. O mecanismo de Frank-Starling, também conhecido como Lei de Frank-Starling, é um princípio fundamental da fisiologia cardíaca que descreve a relação entre o volume de sangue que entra no coração (volume diastólico final) e a força de contração do músculo cardíaco (força de ejeção sistólica). O mecanismo de Frank-Starling afirma que, dentro de certos limites, o coração é capaz de se adaptar e aumentar sua força de contração em resposta ao aumento do volume de sangue que retorna a ele durante a diástole, ou seja, durante o enchimento ventricular. Em outras palavras, quanto maior o volume diastólico final, maior será a força de contração e, consequentemente, maior será o volume sistólico (volume de sangue ejetado pelo coração a cada batimento). Esse mecanismo é mediado pela distensão das fibras musculares cardíacas durante o enchimento ventricular. Quando as fibras musculares são esticadas pelo aumento do volume de sangue, ocorre um estiramento das fibras miocárdicas. Esse estiramento desencadeia uma resposta fisiológica que aumenta a sensibilidade do miocárdio ao cálcio intracelular, permitindo uma maior interação entre as proteínas contráteis e, consequentemente, uma maior força de contração. Dessa forma, o mecanismo de Frank-Starling permite que o coração aumente seu débito cardíaco (volume de sangue bombeado pelo coração por minuto) em resposta ao aumento do retorno venoso, garantindo que o fluxo sanguíneo adequado seja mantido para os tecidos e órgãos do corpo. Vale ressaltar que o mecanismo de Frank-Starling tem um limite fisiológico e, além disso, pode ser prejudicado em certas condições patológicas, como insuficiência cardíaca. Nesses casos, a capacidade do coração de aumentar sua força de contração em resposta ao aumento do volume diastólico final pode estar comprometida, resultando em uma redução da função cardíaca adequada.