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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANA CAROLINA CHAGAS PINATO BALABEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUALIDADE DE VIDA DOS PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO 
PRIMÁRIA EM SAÚDE: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Piracicaba 
2020
 
2 
 
 
 
 
 
 
ANA CAROLINA CHAGAS PINATO BALABEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUALIDADE DE VIDA DOS PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO 
PRIMÁRIA EM SAÚDE: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA 
 
 
 
 
 
 
Dissertação de Mestrado Profissional 
apresentada à Faculdade de Odontologia de 
Piracicaba da Universidade Estadual de 
Campinas, como parte dos requisitos exigidos 
para a obtenção do título de Mestra em Gestão e 
Saúde Coletiva. 
 
 
 
 
 
 
Orientador: Prof. Dr. Luiz Renato Paranhos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Piracicaba 
2020 
Este exemplar corresponde à versão final da 
dissertação defendida pela aluna Ana Carolina 
Chagas Pinato Balabem e orientada pelo Prof. 
Dr. Luiz Renato Paranhos 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
A Deus, por estar sempre presente em minha vida. Obrigado por ser a minha força nos momentos de 
fraqueza, o meu guia nos momentos de desespero e minha luz nos momentos de alegria. 
Aos meus queridos pais Cesar e Angela, que doaram a maior parte das suas vidas pelo meu bem-
estar, pela minha felicidade e pela minha educação, sempre com muito amor e muita dedicação. Meu 
sonho é me tornar metade do que vocês são. 
Ao meu irmão Cesar Filho, que sempre se orgulhou, me influenciou e incentivou a buscar melhores 
oportunidades. 
Ao Bruno e sua família, que sempre se importaram com a minha felicidade e sempre me deram forças 
para lutar pelos meus sonhos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
À Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, na pessoa do Excelentíssimo 
Reitor Prof. Dr. Marcelo Knobel. 
À Faculdade de Odontologia de Piracicaba, na pessoa do Senhor Diretor, Prof. Dr. 
Francisco Haiter Neto e ao Vice-Diretor Prof. Dr. Flávio Henrique Baggio Aguiar, pela 
oportunidade de aprendizagem que me foi dada, desde à graduação. 
Ao meu orientador, Prof. Dr. Luiz Renato Paranhos, exemplo de pessoa e profissional. 
Sempre muito atencioso e dedicado. Soube me compreender nos momentos de insegurança, 
me apoiar nos momentos em que eu precisava de apoio e me corrigir nos momentos em que 
cometi erros. Muito obrigada pela oportunidade de trabalhar com você. 
À Profª. Luciane Miranda Guerra e Brunna Verna de Castro Gondinho pelo apoio e por 
toda sabedoria que me transmitiram. 
Aos demais Professores do Mestrado Profissional por terem se dedicado a transmitir 
informações tão valiosas. 
À minha família, por ter me ajudado em todos os momentos de aflição e por ter divido 
comigo os momentos de alegria. 
À toda Equipe da Unidade de Saúde da Família São Francisco, em especial à Taliane, 
uma amiga que fez parte do meu dia-a-dia e de todo meu processo de aprendizagem, com 
quem dividi segredos da vida e que levarei para toda vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
Figura 1. Fluxograma do processo de busca e seleção 
de literatura, adaptado da declaração PRISMA. 
 
 
 
23 
Figura 2. Escores de qualidade de vida reportados 
pelos estudos elegíveis com base no questionário WHOQOL-bref. 
 
 
 
28 
Figura 3. Escores de qualidade de vida reportados 
pelos estudos elegíveis com base no questionário WHOQOL-100. 
28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1. Estratégia para pesquisa no banco de dados 
 
 
 
19 
Tabela 2. Resumo das principais características dos estudos elegíveis 
 
 
 
24 
Tabela 3. Risco de viés avaliado por meio da Ferramenta para Avaliação 
Crítica da Joanna Briggs Institute para Revisões Sistemáticas, versão para 
estudos transversais 
 
 
 
25 
Tabela 4. Sumário dos principais resultados dos estudos elegíveis incluídos 
na análise complementar 
26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
RESUMO 
O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão sistemática da literatura para 
identificar o escore geral e as dimensões mais afetadas da qualidade de vida entre 
trabalhadores da Estratégia Saúde da Família. Dez bases de dados foram utilizadas como 
fontes primárias de estudo, sendo elas: PubMed (incluindo MedLine), Scopus, Embase, 
SciELO, Web of Science, Literatura Latino-Americana e do Caribe de Ciências da Saúde 
(LILACS) e Science Direct. OpenThesis, OpenGrey e OATD (Open Access Theses and 
Dissertations). Foram utilizados somente estudos transversais desenvolvidos no Brasil, que 
apresentavam questionário de qualidade de vida aplicado à profissionais da Atenção Primária 
em Saúde. Dois avaliadores, de maneira independente, realizaram a seleção dos estudos 
elegíveis, a coleta de dados e a avaliação do risco de viés, através da ferramenta “The Joanna 
Briggs Institute Critical Appraisal tools for use in JBI Systematic Reviews”, para estudos 
observacionais transversais. Foi realizado o cálculo das médias ponderadas pelo tamanho 
amostral dos escores reportados por cada estudo com a finalidade de obter uma estimativa 
geral do nível de qualidade de vida. Além disso, foi possível realizar uma análise estatística 
complementar, a partir da coleta de média e desvio padrão dos resultados obtidos pelos 
questionários WHOQOL-1OO e WHOQOL-bref. A busca inicial apresentou 1744 resultados, 
dos quais oito foram incluídos na análise qualitativa, sendo eles publicados entre 2007 e 2018. 
O número de questionários respondidos nos oito estudos foi de 1358 e a idade média dos 
participantes variou entre 28 e 33 anos. A maioria dos profissionais pertencia à categoria de 
agentes comunitários de saúde, entretanto, haviam também médicos e enfermeiros. Todos os 
estudos apresentaram baixo risco de viés. A análise estatística com cinco estudos mostrou que 
o item que mais influenciou a qualidade de vida dos agentes comunitários de saúde foi o fator 
ambiental (56,12 ± 2,33), enquanto dos profissionais de níveis superior (médicos e 
enfermeiros) foi a saúde física (14,29 ± 0,21). Este trabalho permitiu concluir que 
profissionais que atuam na Estratégia de Saúde da Família apresentam dimensões de 
qualidade de vida afetadas de maneiras distintas, de acordo com a sua categoria profissional. 
 
Palavras-Chave: Atenção Primária à Saúde. Qualidade de Vida. Saúde da Família. Saúde do 
trabalhador. 
 
 
 
10 
 
 
ABSTRACT 
 
The purpose of this work was to a systematic literature review to identify the 
general score and the dimensions most affected by quality of life among Family Health 
Strategy workers. Ten databases were used as primary sources of study, they are: PubMed 
(including MedLine), Scopus, Embase, SciELO, Web of Science, Latin American Literature 
and Caribbean Health Sciences (LILACS) and Science Direct. OpenThesis, OpenGrey e 
OATD (Open Access Theses and Dissertations). Only cross-sectional studies developed in 
Brazil were used, which presented a quality of life questionnaire applied to Primary Health 
Care professionals. Two evaluators, independently, performed the selection of eligible 
studies, the data collection and the assessment of the risk of bias, through the tool “The 
Joanna Briggs Institute Critical Appraisal tools for use in JBI Systematic Reviews”, for cross-
sectional observational studies. The calculation of weighted averages was performed by the 
sample size of reported scores for each study in order to obtain a general estimate of the 
quality of life. In addition, it was possible to perform a complementary statistical analysis, 
from the average and standard deviation collectionof the results obtained by the 
questionnaires WHOQOL-1OO and WHOQOL-bref. The initial search showed 1744 results, 
of which eight were included in the qualitative analysis, being published between 2007 and 
2018. The number of questionnaires answered in the eight studies was 1358 and the average 
age of the participants ranged between 28 and 33 years. Most professionals belonged to the 
category of community health workers, however, there were also doctors and nurses. All 
studies had a low risk of bias. The statistical analysis with five studies showed that the item 
that most influenced the quality of life of community health agents was the environmental 
factor (56,12 ± 2,33), while higher-level professionals (doctors and nurses) were physical 
health (14,29 ± 0,21). This work concluded that professionals working in the Family Health 
Strategy have dimensions of quality of life affected in different ways, according to their 
professional category. 
 
Keywords: Primary Health Care. Quality of Life. Family Health. Occupational Health. 
 
 
 
 
 
11 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 12 
 
2. ARTIGO - Qualidade de vida dos profissionais da Estratégia de 16 
Saúde da Família: uma revisão sistemática. 
 
3. CONCLUSÃO 36 
 
REFERÊNCIAS 37 
 
ANEXOS 
Anexo 1 – APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA 40 
 
Anexo 2 – CONFIRMAÇÃO DE SUBMISSÃO À REVISTA 41 
PANAMERICANA DE SAÚDE PÚBLICA 
 
Anexo 3 – RELATÓRIO DE ORIGINALIDADE 42 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 1 INTRODUÇÃO 
 
 
Comumente, a “Atenção Primária em saúde” (APS) é entendida como um tipo de 
organização dos modelos de atenção, cujo objetivo é o fornecimento de serviços 
ambulatoriais, de baixa complexidade e, portanto, não especializados, realizados em unidades 
de saúde. Além disso, é conhecida pela resolutividade da maioria dos problemas de saúde da 
população (Lavras, 2011). Trata-se do nível onde a população adentra ao sistema a fim de 
sanar as suas necessidades de saúde e onde é oferecido um atendimento integral sobre todas as 
condições. No caso de condições incomuns ou raras, é papel da atenção primária coordenar e 
integrar a atenção fornecida em outros níveis. A APS pode ser entendida como a base do 
modelo de atenção em saúde, onde são abordados os problemas mais comuns apresentados 
por uma comunidade. Seu foco está na prevenção e no atendimento à comunidade, 
contrariando o modelo flexeneriano, mas não deixando de lado a cura e a reabilitação. Ela é a 
responsável por intervir sobre os determinantes sociais em saúde, que influenciam 
diretamente o curso da doença e a resposta do indivíduo aos seus problemas de saúde 
(Starfield, 2004). 
Historicamente, a idéia de atenção primaria em saúde teve seu início no ano de 
1920, através do Relatório Dawson, elaborado no Reino Unido, cujo objetivo era contrapor-se 
ao modelo flexeneriano, biológico, individualizado e curativo, que se espalhou pelo mundo e 
fortaleceu a fragmentação do conhecimento. Através desse relatório, deu-se ênfase aos 
conceitos de regionalização e integralidade, tornando as ações curativas e preventivas 
indissociáveis (Lampert, 2014). 
 
Os serviços domiciliares de um dado distrito devem estar baseados num Centro de 
Saúde Primária – uma instituição equipada para serviços de medicina curativa e 
preventiva para ser conduzida por clínicos gerais daquele distrito, em conjunto com 
um serviço de enfermagem eficiente e com o apoio de consultores e especialistas 
visitantes. Os Centros de Saúde Primários variam em seu tamanho e complexidade 
de acordo com as necessidades locais, e com sua localização na cidade ou no país. 
Mas, a maior parte deles são formados por clínicos gerais dos seus distritos, bem 
como os pacientes pertencem aos serviços chefiados por médicos de sua própria 
região. (Ministry of Health, 1920) 
 
A regionalização (organização dos serviços de maneira a atender diversas regiões 
buscando identificar as suas necessidades) e a integralidade (cujo objetivo é fortalecer a união 
entre prevenção e cura) da atenção básica em saúde foram definidas e incorporadas no 
sistemas de saúde de todo o mundo a partir da influência da concepção elaborada pelo 
governo inglês, destacada acima. 
13 
 
 
No Brasil, podemos citar várias tentativas de se organizar a atenção primária em 
saúde, desde o ano de 1920, com a criação dos Centros de Saúde Escola. Desde então, foram 
implantados vários modelos, que se diferenciavam de uma região para a outra, de acordo com 
interesses e concepções de cada uma. O marco da participação dos municípios no 
desenvolvimento da APS aconteceu na década de 1970, após o Movimento da Reforma 
Sanitária, e aos poucos foi se expandindo. Em 1988 foi implementado o Sistema Único de 
Saúde (SUS) e, somente após a municipalização deste sistema, em 1990, é que a APS passou 
a ser fortalecida e incentivada pelo Ministério da Saúde, através de normatizações e 
financiamentos (Lavras, 2011). 
Em 1994, tem-se início o Programa de Saúde da Família (PSF), cujo objetivo era 
ampliar o acesso em áreas mais vulneráveis. Em 1999, passa a ser visto pelo Ministério da 
Saúde como uma estratégia para reorientar o modelo assistencial e reorganizar os serviços e 
ações de saúde (Souza, 2002). O PSF segue os princípios do Sistema Único de Saúde e tem 
intima relação com os princípios da APS definidos por Starfield (2004), como: primeiro 
acesso, longitudinalidade, cuidado integral, coordenação e orientação à família e à 
comunidade. 
O PSF funciona com uma equipe de saúde da família, composto por profissionais 
de áreas distintas, sendo alguns deles: médico generalista, enfermeiro, auxiliar de enfermagem 
e agente comunitário de saúde. Todos esses profissionais atuam em um território específico, 
com adscrição da clientela, cadastramento e acompanhamento dos indivíduos pertencentes 
àquela área. Seguindo os princípios da APS, a unidade de saúde da família deve ser a porta de 
entrada do sistema de saúde, o primeiro nível de atenção, onde a maioria dos problemas deve 
ser sanados e o responsável por promover a integração entre os níveis mais complexos. Cada 
equipe é responsável por aproximadamente 4500 habitantes (limite máximo). Seu papel é 
conhecer cada um dos indivíduos, identificar os seus problemas de saúde e os determinantes 
sociais que os influenciam, elaborar estratégias para enfrentar situações que influenciam o 
processo saúde/doença, desenvolver atividades educativas relacionadas com os problemas 
mais comuns e cuidar de maneira integral das famílias sob sua responsabilidade (Viana, 
1998). 
O trabalho executado por esses profissionais requer habilidades e competências 
distintas, pois envolve práticas inovadores no que diz respeito ao cuidado em comunidade, 
resultando em uma rotina bastante complexa (Junqueira, 2012). Pode-se presumir, portanto, 
que a forma de trabalho exerce influência tanto sobre a qualidade de vida dos profissionais, 
quanto sobre a qualidade do serviço prestado por eles (Cardoso, 2015; Kimura e Carandina, 
14 
 
 
2009). Sendo assim, uma organização adequada do sistema é necessária para a manutenção da 
qualidade de vida dos profissionais de Saúde da Família (Fernandes et al., 2010). 
A definição do termo “Qualidade de Vida” não apresenta um consenso em relação 
ao seu conceito. Trata-se de um termo bastante complexo e amplo que pode apresentar-se de 
duas maneiras distintas. Uma delas é a forma global, dando ênfase à satisfação com a vida 
sem abordar suas subdivisões. E a outra é a sua divisão em fatores/áreas/dimensões que, ao se 
somarem, se aproximariam do conceito global.O que define o tipo de abordagem que o 
conceito de “Qualidade de Vida” terá são os objetivos de cada trabalho, a área de investigação 
e as possibilidades de avaliação (Pereira et al., 2012). Os conceitos de qualidade de vida mais 
aceitos nos dias de hoje tentam englobar todos, ou a maioria das subdivisões discutidas nas 
abordagens globais. O principal deles é aquele em que a qualidade de vida está diretamente 
ligada à percepção que as pessoas tem de que seus objetivos estão sendo alcançados ou que 
não estão tendo oportunidades para chegar à felicidade e a auto-realização, independente da 
sua saúde ou condições de vida, definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS, 1998). 
“Qualidade de vida” e “Qualidade de Vida no Trabalho” são conceitos 
complementares. Distintos, porém complementares. Enquanto a qualidade de vida está 
relacionada ao bem-estar físico, psíquico e espiritual de uma pessoa em seu contexto social, a 
qualidade de vida no trabalho está ligada às condições favoráveis de trabalho, bons 
relacionamentos e bem-estar dentro ou fora do ambiente laboral. O trabalho diz respeito à 
uma parte da vida dos indivíduos e esses, por sua vez, são essenciais na composição da força 
de trabalho de uma empresa. Podemos fazer uso de algumas subdivisões de qualidade de vida 
no trabalho para nos aproximarmos de um possível estado geral de bem-estar (Royuela et al., 
2008). São elas: valor intrínseco do trabalho, desenvolvimento de competências e habilidades 
para a carreira, igualdade de gênero, saúde e segurança, inclusão e acesso ao mercado de 
trabalho, organização do trabalho e equilíbrio trabalho-vida privada, diálogo social e 
envolvimento dos funcionários, diversidade e não discriminação e desempenho global (Vilas 
Boas e Morin, 2014) 
Existe uma série de instrumentos para avaliação da qualidade de vida, não 
havendo um à frente dos outros (Farquhar, 1995). A literatura médica, desde década de 30, já 
apresentava estudos e instrumentos para tal avaliação. Um ponto a ser destacado é a 
importância de se levar em consideração a perspectiva da população a ser questionada e não 
apenas a interpretação de um observador (Seidl e Zannon, 2004). 
Os instrumentos utilizados para avaliação da qualidade de vida dos indivíduos 
podem variar segundo os objetivos do estudo. O instrumento WHOQOL (World Health 
15 
 
 
Organization Quality of Life), por exemplo, avalia a qualidade de vida geral e representa uma 
tentativa de padronização das medidas, permitindo alinhamento entre outros estudos (Pereira 
et al., 2012). O instrumento denominado WHOQOL foi desenvolvido pelo Organização 
Mundial da Saúde (OMS), a partir do momento em que constataram a falta de um instrumento 
com enfoque transcultural. Seu desenvolvimento teve início após a criação de grupo de 
qualidade de vida, denominado Grupo WHOQOL. Inicialmente o instrumento era composto 
por cem questões (WHOQOL-100), entretanto, a necessidade de um instrumento reduzido 
para ser usado em extensos estudos epidemiológicos fez com que a versão WHOQOL-Bref, 
com vinte e seis questões, fosse desenvolvida (Fleck, 2000). 
As características de cada instrumento também foram descritas no artigo de Fleck 
(2000). O instrumento WHOQOL-100 é composto por cem questões, referentes aos domínios 
físico, psicológico, nível de independência, espiritualidade, relações sociais e meio ambiente. 
Cada um desses domínios apresenta subdivisões, totalizando vinte e quatro e, em cada uma 
dessas subdivisões encontramos quatro perguntas. Além disso, temos uma 25º subdivisão 
referente à qualidade de vida geral. Em relação às respostas, elas são dadas através de quatro 
tipos de escalas, sendo elas: intensidade, capacidade, frequência e avaliação, a variar com o 
conteúdo da pergunta. Conforme elaborado pelo The WHOQOL Group (1998), o instrumento 
WHOQOL-Bref apresenta apenas vinte e seis questões, duas sobre qualidade de vida e as 
demais relacionadas a cada uma das vinte e quatro subdivisões do instrumento original. Nesse 
caso, cada subdivisão é avaliada apenas por uma pergunta. 
Por fim, tem-se o questionário de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) de 
Walton que, por ser o mais completo, ainda é o mais utilizado, mesmo após quatro décadas de 
seu desenvolvimento (Silva et. al., 2010). Esse instrumento é composto por oito domínios, 
sendo eles: compensação justa e adequada, uso e desenvolvimento de capacidades, condições 
de trabalho, oportunidade de crescimento e segurança, integração social na organização, 
constitucionalismo, o trabalho e o espaço total de vida e relevância social do trabalho na vida 
(Walton, 1973). Além disso, assim como no questionário WHOQOL, possuí para cada um 
dos domínios, as suas subdivisões. Walton não foi o responsável pelo desenvolvimento do 
instrumento de avaliação, apresentando apenas um modelo teórico, que mais tarde foi 
transformado por outros autores em instrumentos distintos presentes hoje na literatura (Silva 
et al., 2010). O instrumento de QVT mais utilizado é aquele elaborado por Fernandes (1996). 
Após reunir todos esses conhecimentos básicos, partimos para a execução da 
revisão sistemática, cujo objetivo foi identificar o escore geral e as dimensões afetadas da 
qualidade de vida entre trabalhadores da Estratégia Saúde da Família. 
16 
 
 
2 ARTIGO 
 
Qualidade de vida dos profissionais da atenção primária em saúde: Uma revisão 
sistemática 
Quality of life of primary health care professionals: A systematic review 
 
Submetido à Revista Panamericana de Saúde Pública (Anexo 2) 
 
RESUMO 
Objetivo: realizar uma revisão sistemática da literatura para identificar o escore geral 
e as dimensões mais afetadas da qualidade de vida entre trabalhadores da Estratégia Saúde da 
Família. Métodos: A revisão seguiu o protocolo PRIMA e foi registrada no banco de dados 
do PROSPERO. Dez bases de dados foram utilizadas, incluindo parte da “Literatura 
cinzenta”. Dois avaliadores, de maneira independente, realizaram a seleção dos estudos 
elegíveis, a coleta de dados e a avaliação do risco de vieses. A busca inicial apresentou 1744 
resultados, dos quais oito foram incluídos na análise qualitativa, sendo eles publicados entre 
2007 e 2018. Resultados: A amostra total foi de 1358 questionários respondidos. Todos os 
estudos apresentaram baixo risco de viés. Com cinco estudos foi possível realizar uma análise 
estatística complementar, a partir da coleta de média e desvio padrão dos resultados obtidos 
pelos questionários WHOQOL-1OO e WHOQOL-bref. A análise mostrou que o item que 
mais influenciou a qualidade de vida dos agentes comunitários de saúde foi o fator ambiental 
(56,12 ± 2,33), enquanto dos profissionais de níveis superior foi a saúde física (14,29 ± 0,21). 
Conclusão: profissionais que atuam na Estratégia de Saúde da Família apresentam dimensões 
de qualidade de vida afetadas de maneiras distintas, de acordo com a sua categoria 
profissional. 
 
Palavras-chave: Saúde da família. Saúde do trabalhador. Atenção primária. 
 
INTRODUÇÃO 
O Brasil tem enfrentado ao longo das últimas décadas o desafio de mudança no 
modelo de atenção em saúde pública, migrando do modelo flexeneriano, com centralidade nos 
procedimentos e na atenção especializada, para um modelo de atenção integral e pautado na 
compreensão dos determinantes sociais da saúde (1,2). Um dos pontos essenciais dessa 
17 
 
 
mudança está no fortalecimento da Atenção Primária em Saúde, que tem como sua principal 
estratégia operacional o modelo de Saúde da Família (3-5). Por meio dessa estratégia, foi 
possível realizar a ampliação do acesso a serviços de saúde e a implementação de ações 
visando o cuidado integral à saúde (6,7). 
O trabalho na Saúde da Família exige diversas habilidades e competências para o 
desenvolvimento de práticas inovadoras de cuidado em comunidade, o que torna o trabalho 
complexo e desafiador (8). Nesse sentido, é importante compreenderque a organização do 
trabalho exerce influência tanto sobre a qualidade de vida das pessoas, quanto sobre o serviço 
prestado, sendo importante objeto de investigação (9,10). Sendo assim, para uma adequada 
prestação de serviços, é necessária a manutenção da qualidade de vida dos profissionais de 
Saúde da Família (11). 
A qualidade de vida no trabalho, bem como a motivação do indivíduo, está 
diretamente ligada à satisfação e ao bem-estar dos funcionários. A insatisfação de uma equipe 
implica em prejuízos para a evolução e produtividade da instituição (12). Apesar da literatura 
atual, em especial a literatura nacional, apresentar estudos sobre a qualidade de vida dos 
trabalhadores atuantes na Saúde da Família, não existem trabalhos de evidenciação cientifica 
da literatura que relacionem o bem-estar desses profissionais a este modelo de trabalho (13), e 
que possibilitem a promoção de ações direcionadas a qualidade de vida desses trabalhadores. 
Desta maneira, o objetivo da presente revisão de literatura foi identificar o escore 
geral e as dimensões afetadas da qualidade de vida entre trabalhadores da Estratégia Saúde da 
Família. Tem-se como hipótese deste trabalho o fato de que a qualidade de vida dos 
trabalhadores da estratégia de saúde da família, independente da profissão, é influenciada pelo 
trabalho exercido por eles, principalmente na dimensão psicológica. 
 
MÉTODOS 
 
Protocolo e Registro 
 Essa revisão sistemática foi realizada de acordo com a lista de recomendações 
do PRISMA (Itens de Relatórios Preferenciais para Revisões Sistemáticas e Meta-Análises) 
(14) e as diretrizes da Cochrane (15). O protocolo de revisão sistemática foi registrado no 
banco de dados do PROSPERO sob o número CRD42019123243. 
 
 
 
18 
 
 
Desenho do estudo e critérios de elegibilidade 
O presente estudo tem como finalidade responder à seguinte pergunta de pesquisa: 
“Quais são as dimensões da qualidade de vida mais afetadas nos profissionais que exercem 
sua função na Estratégia de Saúde da Família?”. Essa pergunta foi construída baseada no 
acrômio PVO, onde P diz respeito à população incluída no estudo (profissionais de saúde 
atuantes na Estratégia de Saúde da Família), V diz respeito à variável (qualidade de vida 
desses profissionais) e O está relacionada ao desfecho (quais as dimensões da qualidade de 
vida são afetadas, positiva ou negativamente). 
Critérios de inclusão: foram avaliados apenas estudos observacionais transversais, 
desenvolvidos no Brasil, com questionários de qualidade de vida aplicados à profissionais que 
atuam na Atenção Primária em Saúde, sem restrição quanto ao ano e idioma 
Os critérios de exclusão foram: 1) Estudos não relacionados ao tema; 2) Artigos 
de revisão, cartas ao editor, editoriais, opiniões pessoais, livros, capítulos de livros, livros 
didáticos, relatórios técnicos e resumos de conferências; 3) Estudos de validação de 
instrumento. 
 
Fontes de informação e estratégias de busca 
Foram utilizados como fontes primárias de estudo os bancos de dados PubMed 
(incluindo MedLine), Scopus, Embase, SciELO, Web of Science, Literatura Latino-
Americana e do Caribe de Ciências da Saúde (LILACS) e Science Direct. OpenThesis, 
OpenGrey e OATD (Open Access Theses and Dissertations) foram usados para capturar 
parcialmente a "literatura cinzenta". Todas as etapas foram realizadas para minimizar os 
vieses de seleção e publicação. 
Os recursos MeSH (Medical Subject Headings), DeCS (Descritores em Ciências 
da Saúde) e Emtree (Embase Subject Headings) foram usados para selecionar os descritores 
de busca apropriados. Os operadores booleanos "AND" e "OR" foram utilizados para 
aprimorar a estratégia de pesquisa por meio de várias combinações, conforme expresso na 
Tabela 1. A busca foi realizada em janeiro de 2019 e atualizada em agosto de 2019. Os 
resultados obtidos foram exportados para o software EndNote Web ™ (Thomson Reuters, 
Toronto, Canadá), no qual duplicatas foram removidas. Os resultados restantes foram 
exportados para o Microsoft Word™ 2010 (Microsoft™ Ltd, Washington, EUA), no qual as 
duplicatas restantes foram removidas manualmente. 
 
 
19 
 
 
Tabela 1. Estratégias para pesquisa no banco de dados 
Database Search Strategy (Janeiro, 2019) Results 
PubMed 
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed 
("Quality of Life"[All Fields] OR "Health Related Quality Of 
Life"[All Fields] OR "Health-Related Quality Of Life"[All Fields] 
OR "Life Quality"[All Fields] OR "HRQOL"[All Fields]) AND 
("Family Health"[All Fields] OR "Family Health Strategy"[All 
Fields] OR "Primary Health Care"[All Fields]) AND ("Health 
Occupation"[All Fields] OR "Health Worker"[All Fields] OR 
"Health Profession"[All Fields] OR "Health Personnel"[All Fields] 
OR "Occupational Health"[All Fields]) 
204 
Scopus 
http://www.scopus.com/ 
(“Quality of Life” OR “Life Quality”) AND ("Family Health" OR 
"Family Health Strategy" OR "Primary Health Care") AND 
(“Health Occupation” OR “Health Worker” OR “Health 
Profession” OR “Health Personnel” OR “Occupational Health”) 
267 
(“Quality of Life” OR “Health Related Quality Of Life” OR 
“Health-Related Quality Of Life” OR “Life Quality” OR 
“HRQOL”) AND ("Family Health" OR "Family Health Strategy") 
AND (“Health Worker” OR “Health Profession” OR “Health 
Personnel”) 
62 
LILACS 
http://lilacs.bvsalud.org/ 
(“Quality of Life”) AND ("Family Health") AND (“Health 
Personnel”) 
39 
(“Qualidade de Vida”) AND (“Saúde da Família”) AND ("Saúde do 
Trabalhador") 
30 
(“Quality of Life”) AND ("Family Health") AND (“Health 
Workers”) 
52 
SciELO 
http://www.scielo.org/ 
("Quality of Life") AND ("Family Health") AND ("Health 
Personnel") 
5 
("Quality of Life") AND ("Family Health") AND ("Occupational 
Health") 
5 
(“quality of life”) AND ("Family Health") AND (“health workers”) 19 
Web of Science 
http://apps.webofknowledge.com/ 
((“Quality of Life” OR “Health Related Quality Of Life” OR 
“Health-Related Quality Of Life” OR “Life Quality” OR 
“HRQOL”) AND ("Family Health" OR "Family Health Strategy" 
OR "Primary Health Care") AND (“Health Occupation” OR 
“Health Worker” OR “Health Profession” OR “Health Personnel” 
OR “Occupational Health”)) 
14 
ScienceDirect 
https://www.sciencedirect.com/ 
 
 
 
(“Quality of Life” OR “Life Quality” OR “HRQOL”) AND 
("Family Health" OR "Family Health Strategy" OR "Primary Health 
Care") AND (“Health Occupation” OR “Health Worker” OR 
“Health Profession” OR “Health Personnel” OR “Occupational 
Health”) 
878 
 
 
 
 
Embase 
http://www.embase.com 
('quality of life' OR 'health related quality of life' OR 'health-related 
quality of life' OR 'life quality' OR 'hrqol') AND ('family health' OR 
'family health strategy' OR 'primary health care') AND ('health 
occupation' OR 'health worker' OR 'health profession' OR 'health 
personnel' OR 'occupational health') 
112 
 
OpenGrey 
http://www.opengrey.eu/ 
("Quality of Life") AND ( "Family Health" OR "Primary Health 
Care" ) AND ( "Health Worker" OR "Health Profession" OR 
"Health Personnel" ) 
0 
("Quality of Life") AND ("Family Health") AND ("Occupational 
Health") 
0 
OpenThesis 
http://www.openthesis.org/ 
("Quality of Life" OR "Health Related Quality Of Life" OR 
"Health-Related Quality Of Life" OR "Life Quality" OR 
"HRQOL" ) AND ( "Family Health" OR "Family Health 
Strategy" ) AND ( "Health Worker" OR "Health Profession" OR 
"Health Personnel" ) 
55 
OATD 
https://oatd.org/ 
("Quality of Life" OR "Health Related Quality Of Life" OR 
"Health-Related Quality Of Life" OR "Life Quality" OR 
"HRQOL" ) AND ( "Family Health" OR "Family Health 
Strategy" ) AND ( "Health Worker" OR "Health Profession" OR 
"Health Personnel" ) 
2 
TOTAL 1.744 
 
 
20 
 
 
Seleção dos estudos 
A seleção dos estudos foi realizada em três etapas. Previamente, foi realizado um 
exercício de calibração anterior à seleção dos estudos, no qual os revisoresdiscutiram os 
critérios de elegibilidade e os aplicaram em uma amostra de 20% dos registros recuperados 
para determinar a concordância entre examinadores. Após atingir um nível adequado de 
concordância (Kappa ≥ 0,81), iniciou-se a primeira etapa, no qual os revisores (ACCPB e 
WAV) realizaram uma análise de todos os títulos do estudo de forma independente. As 
divergências entre os examinadores foram discutidas com um terceiro revisor (LRP) para 
chegar a um consenso. Os revisores não estavam cegos para os nomes dos autores e 
periódicos. Títulos não relacionados ao tópico foram eliminados nesta fase. Na segunda fase, 
os resumos foram lidos pelos revisores (ACCPB e WAV) de maneira independente. Neste 
momento, os resumos que não correspondiam aos critérios de elegibilidade foram eliminados. 
Registros cujos títulos correspondiam aos objetivos do estudo, porém não possuíam resumos 
disponíveis, foram analisados integralmente na fase seguinte. Na terceira fase, os estudos 
preliminares elegíveis foram lidos na íntegra com o objetivo de verificar se preenchiam os 
critérios de elegibilidade. Quando houve discordância entre os dois revisores, um terceiro 
revisor (LRP) foi consultado para tomar uma decisão final. Os estudos rejeitados foram 
registrados separadamente deixando claros os motivos de exclusão. 
 
Coleta de dados 
Após a seleção, os estudos foram analisados e dois revisores (AACPB e AMH) 
extraíram as informações referentes à identificação do estudo (autor, ano e local do estudo), 
sexo dos participantes, quantidade de questionários respondidos, profissão, tipos de 
questionários utilizados, outras características do trabalho e resultados de média de qualidade 
de vida obtidos pelos questionários. 
A fim de assegurar a consistência entre os revisores, um exercício de calibração 
foi realizado com os revisores (ACCPB e AMH), nos quais as informações foram extraídas 
conjuntamente de um estudo elegível. Qualquer discordância entre os revisores foi resolvida 
por meio de discussões, e quando ambos os avaliadores discordaram, um terceiro (LRP) foi 
consultado para tomar uma decisão final. 
 
Risco de viés individual dos estudos 
O risco de viés e a qualidade individual de cada estudo incluído foi avaliado pela 
ferramenta “The Joanna Briggs Institute Critical Appraisal tools for use in JBI Systematic 
21 
 
 
Reviews” (16) para estudos observacionais transversais. Essa ferramenta indica os seguintes 
itens de avaliação de qualidade: Q1) Os critérios para inclusão na amostra foram claramente 
definidos? Q2) Os sujeitos do estudo foram descritos detalhadamente? Q3) A exposição foi 
medida de forma válida e confiável? Q4) Critérios objetivos e padronizados foram usados 
para medir a condição? Q5) Os fatores de confusão foram identificados? Q6) Estratégias para 
lidar com fatores de confusão foram declaradas? Q7) Os resultados foram medidos de maneira 
válida e confiável? Q8) A análise estatística apropriada foi usada? 
Dois autores (AACPB e MNO) avaliaram de maneira independente cada domínio 
conforme as recomendações PRISMA (14). O risco de viés foi categorizado como Alto 
quando o estudo alcançou até 49% de pontuação "sim", Moderado quando o estudo atingiu 
50% a 69% pontuação "sim" e Baixo quando o estudo alcançou mais de 70% pontuação 
"sim". 
 
Síntese qualitativa e análise estatística complementar 
Após a identificação dos estudos elegíveis, os valores dos questionários 
WHOQOL-bref e WHOQOL-100 foram analisados em quatro domínios (físico, social, 
ambiental e psicológico), sendo coletados os valores de média e desvio padrão obtidos através 
dessas avaliações. Foram coletados, também, os valores dos domínios espiritual e nível de 
dependência, presentes apenas no questionário WHOQOL-100 para análise complementar. 
Os dados dos estudos individuais foram extraídos e em seguida procedeu-se à 
síntese dos resultados. Considerando que todos os estudos elegíveis realizaram análises 
descritivas para determinar os escores de qualidade de vida entre os profissionais da saúde, 
sem maiores comparações entre categorias profissionais, não foi possível realizar meta-
análises de desfechos contínuos para estimar tamanhos de efeito de diferenças. Foi possível 
calcular médias ponderadas pelo tamanho amostral dos escores reportados por cada estudo 
com a finalidade de obter uma estimativa geral do nível de qualidade de vida. Para tanto, 
utilizou-se o software STATA versão 15.0. 
 
RESULTADOS 
Seleção dos estudos 
Na fase inicial de seleção dos estudos, após a exploração das dez bases de dados 
eletrônicas, foram encontrados 1 744 resultados, incluindo três bases de dados da “literatura 
cinzenta”. Em seguida, foi realizada a exclusão dos artigos duplicados, restando 1 373 artigos 
para a análise de títulos e resumos e, destes, 12 foram mantidos para leitura do texto 
22 
 
 
completo. Após a leitura do texto na íntegra, quatro artigos foram excluídos (17-20). Destaca-
se dentre os excluídos o trabalho de Fernandez et al. (20), cuja exclusão ocorreu pela 
duplicidade de conteúdo em relação ao trabalho dos mesmos autores publicado em outro 
periódico (21). Oito estudos foram selecionados para análise qualitativa, mas apenas cinco 
seguiram para a análise complementar. Um estudo (22) diferiu dos demais quanto ao 
instrumento de mensuração da qualidade de vida e, por isso, não foi incorporado na etapa de 
análise complementar. Dois outros estudos (23,24) não apresentaram os dados de qualidade 
de vida na íntegra, não sendo possível incluí-los na análise complementar. A Figura 1 
reproduz o processo de busca, identificação, inclusão e exclusão de artigos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
Figura 1 - Fluxograma do processo de busca e seleção de literatura, adaptado da declaração 
PRISMA. 
 
 
Características dos estudos elegíveis 
Os estudos elegíveis tiveram sua publicação entre os anos de 2007 e 2018 (21-28). 
A amostra total incluiu 1358 questionários respondidos trabalhadores da atenção primária em 
saúde. A idade média variou entre 28 e 33 anos (Tabela 2). 
 
 
24 
 
 
Tabela 2. Resumo das principais características dos estudos dos estudos elegíveis. 
Autor, ano Estado 
Tamanho da 
Amostra 
(Total; %F; 
%M) 
Questionários 
Respondidos 
Profissionais 
avaliados 
Questionário de 
qualidade de vida 
Outras 
informações 
coletadas 
Kluthcovsky 
et al., 2007 
Paraná 
169; 89,3%; 
10,6% 
169 
Agente 
Comunitário de 
Saúde 
WHOQOL-bref Não informado 
Vasconcelos 
and Costa-
Val, 2008 
Minas 
Gerais 
60; 96,7%; 
3,3% 
60 
Agente 
Comunitário de 
Saúde 
WHOQOL-bref 
Dados 
socioeconômicos 
Figueiredo et 
al., 2009 
São 
Paulo 
42; 100%; 0% 42 
Agente 
Comunitário de 
Saúde 
Escala de 
percepção sobre 
QVT de Walton 
Não informado 
Miranzi et 
al., 2010 
Minas 
Gerais 
77; 54,8%; 
45,2% 
73 Médicos WHOQOL-100 
Questionário 
auxiliar 
Ursine et al., 
2010 
Paraná 
77; 86,3%; 
13,7% 
73 
Agente 
Comunitário de 
Saúde 
WHOQOL-bref 
Dados 
sociodemográficos 
Fernandez et 
al., 2012 
Minas 
Gerais 
113; 92,2%; 
7,8% 
90 Enfermeiro WHOQOL-100 
Dados 
sociodemográficos 
Teles et al., 
2014 
Minas 
Gerais 
797; 79,9%; 
20,3% 
762 
Médicos, 
Enfermeiros, 
Cirurgiões-
Dentistas, 
Técnico de 
Enfermagem, 
Técnico e 
Auxiliar de 
Saúde Bucal e 
Agente 
Comunitário de 
Saúde 
WHOQOL-bref 
Dados 
sociodemográficos 
e sobre o trabalho 
Morais et al., 
2018 
Minas 
Gerais 
122; 71,9%; 
28,1% 
89 Médicos WHOQOL-bref 
Dados 
sociodemográficos 
sobre o trabalho e 
Questionário de 
Burnout 
Abreviações: F – Feminino; M – Masculino; WHOQOL - World Health Organization Quality of Life instrument; QVT – 
Qualidade de Vida no Trabalho 
 
 
Todos os oito trabalhos foram aprovados em seus comitês de ética e os 
trabalhadores assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. E em sua maioria, os 
participantes dos estudoseram agentes comunitários de saúde (n=557), mas também 
responderam o questionário enfermeiros (n=180) e médicos (n=162). 
As pesquisas quantitativas foram realizadas por meio de questionários. Cinco 
estudos utilizaram o protocolo WHOQOL-Bref (23-26,28), que é uma versão reduzida do 
questionário WHOQOL-100, utilizado em dois estudos (21,27). Apenas um trabalho utilizou 
como metodologia a Escala de QVT de Walton (22). 
 
 
25 
 
 
Risco individual de viés dos estudos 
Todos os oito estudos apresentaram baixo risco de viés. Enquanto os estudos de 
Kluthcovsky et al. (25), Ursine et al. (28) e Morais et al. (23) obtiveram avaliações positivas 
em todos os critérios avaliados. Os estudos de Vasconcelos e Costa-Val (26), Figueiredo et al. 
(22), Miranzi et al. (27), Fernandez et al. (21) e Teles et al. (24) obtiveram 80% de respostas 
positivas. A questão que foi avaliada como negativa nestes estudos foi a que trata da descrição 
do local de estudo e dos sujeitos de estudo (Q2), uma vez que os estudos deixaram de 
informar esses dados, principalmente no que diz respeito aos sujeitos de estudo. 
 
Tabela 3. Risco de viés avaliado por meio da Ferramenta para Avaliação Crítica da Joanna 
Briggs Institute para Revisões Sistemáticas, versão para estudos transversais (Moola et al, 
2017). 
1) Os critérios de inclusão na amostra foram claramente definidos?; 2) Os sujeitos do estudo e o cenário foram descritos em 
detalhes?; 3) A exposição foi medida de maneira válida e confiável?; 4) Foram utilizados critérios padrão objetivos para a 
mensuração da condição?; 5) Foram identificados fatores de confusão?; 6) As estratégias para lidar com fatores de confusão 
foram informadas?; 7) Os resultados foram medidos de maneira válida e confiável ?; Q8) Foi utilizada a análise estatística 
apropriada ?; √ - sim; -- - Não; NA: Não aplicado. 
 
Para a questão que avalia os critérios de inclusão dos participantes do estudo (Q1), 
foi considerado como “Sim” (critério atendido) quando os estudos fizeram a inclusão do 
universo dos profissionais da Saúde da Família. A questão que trata dos fatores de exposição 
(Q3) foi considerada “Não Aplicável”, pois esta revisão sistemática buscou identificar fatores 
que influenciam na qualidade de vida, mas apenas as dimensões mais afetadas. Da mesma 
forma, as questões que tratam sobre a identificação (Q5) e tratamento (Q6) dos fatores de 
confundimento foram consideradas como “Não Aplicável”, pois teriam como função 
identificar a validade da exposição estudada. 
 
 
Autor 1 2 3 4 5 6 7 8 % Sim Risco 
Kluthcovsky et al., 2007 √ √ NA √ NA NA √ √ 100 Baixo 
Vasconcelos e Costa-Val, 2008 √ -- NA √ NA NA √ √ 80 Baixo 
Figueiredo et al., 2009 √ -- NA √ NA NA √ √ 80 Baixo 
Miranzi et al., 2010 √ 
-- 
NA √ NA NA √ √ 80 Baixo 
Ursine et al., 2010 √ √ NA √ NA NA √ √ 100 Baixo 
Fernandez et al., 2012 √ -- NA √ NA NA √ √ 80 Baixo 
Teles et al., 2014 √ -- NA √ NA NA √ √ 80 Baixo 
Morais et al., 2018 √ √ NA √ NA NA √ √ 100 Baixo 
26 
 
 
Mensuração dos Resultados e Síntese Qualitativa 
O trabalho de Figueiredo et al. (22) utilizou a escala de percepção QVT de 
Walton, que avalia salário justo e adequado, condições de trabalho, capacidades de trabalho, 
oportunidades de trabalho, integração social, respeitos às leis do trabalho, espaço de trabalho 
na vida e relevância social (29). Os autores observaram um escore geral médio do QVT de 
6,72 pontos, sendo os domínios mais afetados a compensação justa e as condições de 
trabalho. 
Os resultados da extração do escore geral de qualidade de vida e os valores 
obtidos para cada uma das dimensões dos questionários WHOQOL-bref e WHOQOL-100 
estão apresentados na Tabela 3. Os dados trabalho de Teles et al. (24) e Morais et al. (23), 
apesar de utilizar esses instrumentos, não foram apresentados na Tabela 3, uma vez que os 
dados foram apresentados em porcentagem aferida nos domínios da qualidade de vida. O 
artigo de Teles et al. (24) concentrou-se em avaliar os resultados de profissionais com baixa 
qualidade de vida, aferiu um escore geral 6,72 e indicou que agentes comunitários de saúde 
tem uma moderada qualidade de vida. Morais et al. (23) observaram que médicos 
apresentaram qualidade de vida insatisfatória nos domínios físico, social e ambiental e um 
escore geral de 14,5 ± 2,2. 
 
Tabela 4. Sumário dos principais resultados dos estudos elegíveis incluídos na análise 
complementar. 
Autor, ano 
Qualidade 
de Vida 
Global 
Dimensões Resultados Principais Conclusões 
Kluthcovsky et 
al., 2007 
69,6 ± 14,5 
Físico 74,2 ± 13,2 
As variáveis sociodemográficas e os 
domínios não explicam por completo a 
variância da qualidade de vida. 
Social 75,8 ± 14,2 
Ambiental 54,1 ± 12,0 
Psicológico 74 ± 11,4 
Vasconcelos e 
Costa-Val, 2008 
3,98 ± 0,65 
Físico 82,8 ±12 
O trabalho apresentou resultados 
negativos apenas na dimensão 
Ambiental. 
Social 77 ± 18 
Psicológico 76 ± 12,7 
Ambiental 59,5 ± 12,5 
Miranzi et al, 
2010 
Não 
informado 
Físico 
Psicológico 
Nível de Dependência 
Social 
Ambiental 
Espiritual 
14,53 ± 2,35 
15,32 ± 2,34 
17,16 ± 1,95 
15,67 ± 2,24 
14,47 ± 1,76 
16,67 ± 3,23 
Os piores resultados foram apresentados 
nos domínios Físico e Ambiental. As 
principais queixas dos participantes 
foram, precariedade de vínculo, 
insegurança no ambiente de trabalho, 
quantidade de vínculos empregatícios e 
salário. 
Ursine et al., 
2010 
76,7 ± 13,4 
Físico 74 ± 12,3 
O domínio Ambiental apresentou 
resultados intermediários, enquanto o 
outros evidenciaram resultados positivos. 
Social 71,5 ± 16,7 
Psicológico 71,5 ± 13,6 
Ambiental 58,0 ± 11,4 
Fernandez et al., 
2012 
16,7 ± 2,2 
Físico 
Psicológico 
Nível de Dependência 
Social 
14,1 ± 1,9 
15,4 ± 2,0 
17,0 ± 1,6 
16,2 ± 2,1 
Os resultados do questionário mostraram 
que houve pouco ou nenhum impacto 
negativo sobre os domínios. 
27 
 
 
Ambiental 
Espiritual 
14,2 ± 1,9 
16,8 ± 2,6 
 
 
Análise Estatística Complementar 
Apenas cinco estudos (21,25-28) apresentaram dados de média e desvio padrão 
suficientes para a análise complementar. Três estudos incluídos na síntese descritiva (22-24) 
não foram incluídos nesta etapa por utilizar: um instrumento diferente dos demais (22), outro 
por apresentar apenas dados referentes aos trabalhadores com baixa qualidade de vida (24) e 
outro por descrever os dados de forma a impossibilitar o agrupamento na análise 
complementar (23). 
A Figura 2 mostra os escores de qualidade de vida reportados pelos estudos 
elegíveis com base no questionário WHOQOL-Bref. Estimando-se a média ponderada pelo 
tamanho amostral verificou-se que o escore total de qualidade de vida no questionário 
WHOQOL-Bref foi de 71,74 (DP = 3,27). O domínio mais afetado correspondeu ao ambiental 
(média = 56,12; DP = 2,33), seguido pelo psicológico (média = 73,79; DP = 1,51), relações 
sociais (média = 75,00; DP = 2,03) e saúde física (média = 75,86; DP = 3,46). 
A Figura 3 apresenta os escores de qualidade de vida reportados pelos estudos 
elegíveis com base no questionário WHOQOL-100. Estimando-se a média ponderada pelo 
tamanho amostral observou-se que o domínio mais afetado foi o físico (média = 14,29; DP = 
0,21), seguido pelo ambiental (média = 14,32; DP = 0,13), psicológico (média = 15,36; DP = 
0,04), relações sociais (média = 15,92; DP = 0,31), espiritual (média = 16,74; DP = 0,06) e 
nível de independência (média = 17,07; DP = 0,08). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
 
Figura 2 - Escores de qualidade de vida reportados pelos estudos elegíveis com base no 
questionário WHOQOL-Bref. 
 
 
 
Figura 3 - Escores de qualidade de vida reportados pelos estudos elegíveis com base no 
questionário WHOQOL-100 
 
 
29 
 
 
DISCUSSÃO 
 
Esta revisão sistemática teve como objetivo traçar o escore geral e as dimensões 
mais afetadas de qualidade de vida dos trabalhadores as Estratégia de Saúde da Família. Os 
estudos incluídosutilizaram principalmente os instrumentos da Organização Mundial da 
Saúde (WHOQoL-100 e WHOQoL-Bref). Pôde-se observar, que profissionais de nível 
superior e agentes comunitários de saúde são afetados diferentemente no que diz respeito aos 
domínios da qualidade de vida. A maioria dos estudos que utilizou o WHOQOL-bref e 
investigou a qualidade de vida de agentes comunitários de saúde, evidenciou a dimensão 
ambiental como a mais afetada. Por outro lado, os estudos que utilizaram o WHOQoL-100 
que incluíram médicos e enfermeiros apontaram a dimensão física como a mais afetada. 
A dimensão ambiental, mais afetada entre os agentes comunitários de saúde, está 
ligada à liberdade, à segurança, aos recursos financeiros e ao acesso a saúde, ao amparo 
social, à recreação, ao transporte e à qualidade do meio ambiente (30). Estudos qualitativos de 
Souza e Freitas (31) e Almeida, Peres e Fonseca (32) são coerentes a esse resultado, uma vez 
que evidenciaram que os agentes comunitários de saúde se sentem inseguros no trabalho 
juntos às famílias, uma vez que estão expostos à violência urbana e sem qualquer proteção 
contra essa realidade presente em muitos territórios. Há também uma sensação de insegurança 
e incerteza quando ao emprego que contribuem para o entendimento do domínio ambiental 
como o mais afetado entre os agentes comunitários de saúde, observada por Souza e Freitas 
(31) e Figueiredo et al. (22). Nesse sentido, sugere-se que a exposição à violência seja 
considerada como um risco ocupacional da profissão de agente comunitário de saúde (33). 
Apesar dessa medida não impactar diretamente sobre a qualidade de vida, pode contribuir na 
retribuição pela função exercida por essa categoria profissional. 
Para os médicos e enfermeiros a dimensão física foi a que apresentou piores 
resultados. Essa dimensão refere-se à dor, ao desconforto, a qualidade do sono, a fadiga, a 
dependência de medicamento e a capacidade para o trabalho (30). Médicos e enfermeiros são 
os profissionais que atuam na Atenção Primária a Saúde que acumulam um maior número de 
estudos sobre o esgotamento no trabalho (35) e, quando comparados a outros profissionais da 
Atenção Primária à Saúde, são os que apresentam maior estresse no trabalho (36). A 
prevalência de esgotamento no trabalho é alta para profissionais de nível superior (35,37). 
Silva et al. (37) apontaram uma prevalência de 64% de exaustão e uma ineficácia para o 
trabalho de 32% entre enfermeiros, médicos, cirurgiões-dentistas e assistentes sociais. Lima, 
Farah e Teixeira (35) ao estudarem médicos, enfermeiros e cirurgiões-dentistas da Saúde da 
30 
 
 
Família de um município de grande porte mineiro indicaram que mais da metade dos 
profissionais apresentavam síndrome de Burnout. 
Outro fator importante para compreender a dimensão ambiental como a mais 
afetada entre os agentes comunitários de saúde é a renda (ou disponibilidade de recursos 
financeiros). O salário do agente comunitário é o menor entre os trabalhadores da Saúde da 
Família (33), sendo que sua renda mensal pode ser considerada próxima (33) ou abaixo (34) 
da realidade salarial média do brasileiro, variando de acordo com a região do país. 
Ao falar de possíveis estratégias que poderiam ser executadas a fim de melhorar a 
qualidade de vida desses profissionais, uma das possibilidades seria o aumento da média 
salarial, para que não haja necessidade de busca por dupla jornada de trabalho. Além disso, 
implementação de grupos poderiam ser realizadas a fim de conscientizar a população a 
respeito da nova forma de organização do modelo de atenção, cujo objetivo é realizar o 
acompanhamento longitudinal das famílias e assim reduzir o número exagerado de consultas 
diárias sem necessidade. Mudanças na forma de trabalho dos agentes comunitários de saúde 
durante as visitas domiciliares também poderiam ser pensadas, migrando do trabalho 
individual para o trabalho em duplas, com o objetivo de propiciar uma maior segurança 
durante suas atividades. 
Os artigos incluídos nessa revisão sistemática utilizaram diferentes instrumentos 
para aferir a qualidade de vida no trabalho, desde aqueles inespecíficos (WHOQoL-100 e 
WHOQoL-Bref) até um específico para o ambiente de trabalho (QVT de Walton). Com 
relação aos instrumentos inespecíficos incluídos nesta revisão sistemática é importante 
ressaltar que ambos foram elaborados pelo mesmo grupo de pesquisadores, sem o WHOQoL-
Bref a versão abreviada do WHOQoL-100 (30). Os autores desses instrumentos sugerem que 
ambos são efetivos para avaliar a qualidade de vida dentro do conceito estipulado pela 
Organização Mundial de Saúde, mas que a versão abreviada seria indicada para a avaliação da 
rotina de trabalho em pesquisas epidemiológicas (30). 
A existência de muitos instrumentos reside na própria essência do conceito de 
qualidade de vida: polissêmico, imperfeito e dinâmico (38). O instrumento específico usado 
por Figueiredo et al. (22), o QVT de Walton, parte da concepção da qualidade de vida 
relacionada ao trabalho observada em um contexto de movimentos trabalhistas por mais 
segurança jurídica no trabalho, melhores condições de trabalho e adequada remuneração (29). 
Contudo, a criação desse conceito e, consequentemente, do instrumento esteve ligado a uma 
particularidade histórica e cultural de uma região, havendo constantes atualizações e novas 
proposições para o conceito de qualidade de vida relacionada ao trabalho (39). 
31 
 
 
 
Limitações 
Este estudo não está livre de limitações. A primeira refere-se à heterogeneidade 
observada nos estudos elegíveis, causada pelo uso de diferentes questionários utilizados para 
avaliar a qualidade de vida (WHOQoL- Bref, WHOQOL-100, QVT de Walton) como 
discutido previamente. Além disso, foram utilizadas diferentes formas de apresentação dos 
resultados (ora em porcentagem, ora em média e desvio padrão), o que impossibilitou a 
inclusão de maior número de estudos na análise complementar. Outra limitação a ser levada 
em consideração é o fato de os estudos serem direcionados a diferentes profissionais, de 
diferentes áreas da saúde, os quais apresentam particularidades profissionais e sociais. Por 
fim, houve diferença importante entre o número de questionários respondidos, variando de 42 
a 762, que pode explicar a heterogeneidade entre os achados. Diante disso, pode-se perceber 
que as variáveis respostas não foram semelhantes, apresentando-se como um obstáculo para 
que possamos correlacioná-las. Assim, embora os resultados obtidos sejam consistentes, 
devem ser analisados com cuidado e são necessários mais estudos para avaliar qual o 
verdadeiro impacto das condições de trabalho dos profissionais da Estratégia de Saúde da 
Família na qualidade de vida desses profissionais. 
 
Conclusão 
Os domínios da qualidade de vida são afetados de formas diferentes entre os 
profissionais da Atenção Primária em Saúde atuantes nas equipes de Saúde da Família. 
Enquanto médicos e enfermeiros são mais afetados no domínio físico, agentes comunitários 
de saúde são afetados no domínio ambiental. Isso revela que ações em prol da qualidade de 
vida de profissionais da Saúde da Família não podem ser padronizadas, mas tem que 
considerar as particularidades de cada categoria profissional. 
Outro fator importante a ser destacado é a influência do território de 
responsabilidade da equipe de Saúde da Família sobre a qualidade de vida dos agentes 
comunitários de saúde. Há um paradoxo importante quando se pensa nessa relação e na 
promoção da qualidade de vida dessa categoria profissional, uma vez que o território é o local 
privilegiado de trabalho do agente comunitário de saúde, mas também o principal responsável 
por interferir na qualidade de vida. 
 
 
 
32 
 
 
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36 
 
 
3 CONCLUSÃO 
 
A qualidade de vida dos múltiplos profissionais que atuam na Estratégia de Saúda 
da Família é afetada de maneira distinta em cada domínio e está individualizada à cada 
categoria profissional.Os médicos, apesar dos atendimentos domiciliares e dinâmicas em grupo, ainda 
permanecem boa parte do tempo na unidade de saúde de referência realizando atendimentos 
clínicos dentro de seus consultórios. Essa categoria apresentou como domínio mais afetado o 
domínio físico, relacionado à exaustão e esgotamento. Um dos fatores que podem estar 
relacionados a esse resultado é o número exagerado de consultas diárias, que pode ser 
explicada pelo fato de os pacientes ainda terem dificuldade de entender o novo modelo de 
atenção à saúde, integral e longitudinal e continuarem a procura de consultas frequentes para 
resolver problemas pontuais, contrariando os princípios e diretrizes da Estratégia de Saúde da 
Família. Outro fator que pode estar relacionado com esse esgotamento físico é o fato desses 
profissionais, em sua grande maioria, apresentarem dupla jornada de trabalho. A fim de 
complementar sua renda mensal, eles buscam por diferentes oportunidades, acumulando 
responsabilidades e funções, o que acaba contribuindo para a exaustão. 
Para agentes comunitários de saúde, que exercem suas funções no território de 
abrangência da unidade de referência, o domínio da qualidade de vida mais afetado foi o 
domínio ambiental. Isso pode ser facilmente entendido, já que esses profissionais estão 
sempre muito expostos, tanto à população, que nem sempre é receptiva ou compreensiva, 
quanto às situações que nela acontecem, que muitas vezes são formas de violência 
escancaradas, como uso e tráfico de drogas, violência doméstica, entre outras. Os agentes 
comunitários de saúde realizam seu trabalho, na maioria das vezes, de maneira individual, o 
que os faz se sentirem muito mais inseguros do que se estivessem em duplas, por exemplo. 
São necessárias formulação de estratégias, ligadas à remuneração, conscientização 
da população e modificações na forma de trabalho dos agentes comunitários de saúde, que 
modifiquem o processo de trabalho desses profissionais, a fim de tornar sua rotina mais 
prazerosa, segura, satisfatória, reconhecida e, assim, influenciar de maneira positiva a 
qualidade de vida dessas pessoas. 
 
 
37 
 
 
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40 
 
 
ANEXO 1. APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
ANEXO 2. CONFIRMAÇÃO DE SUBMISSÃO À REVISTA PANAMERICANA DE 
SAÚDE PÚBLICA 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
ANEXO 3. RELATÓRIO DE ORIGINALIDADE

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