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TCC 2 - GERENCIAMENTO DA QUALIDADE DE SERVIÇO DE TV DIGITAL ISDB-Tb_v27

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
ENGENHARIA DE TELECOMUNICAÇÕES 
 
 
RAFAEL BRAGA CAMPELLO 
REINALDO DA SILVA ITABORAI 
THIAGO RUSSO DIAS 
 
 
 
 
 
 
 
GERENCIAMENTO DA QUALIDADE DE SERVIÇO DE TV DIGITAL ISDB-TB 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2017 
RAFAEL BRAGA CAMPELLO 
REINALDO DA SILVA ITABORAI 
THIAGO RUSSO DIAS 
 
 
 
 
 
 
 
GERENCIAMENTO DA QUALIDADE DE SERVIÇO DE TV DIGITAL ISDB-TB 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado à Universidade Estácio de 
Sá como requisito parcial à obtenção do 
grau de Engenheiro de 
Telecomunicações. 
 
Orientador: Prof. D.Sc. Flávio Luiz Seixas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
C193g CAMPELLO, Rafael Braga 
 Gerenciamento da qualidade de serviço de tv digital ISDB-Tb/ Rafael 
Braga Campello, Reinaldo da Silva Itaborai, Thiago Russo Dias. – Rio de 
Janeiro, 2017. 
 
 
 81f; 30cm. 
 
 Monografia (Graduação em Engenharia de Telecomunicações) – 
 Universidade Estácio de Sá, 2017 
 
 
 Bibliografia: f.75 
 Orientador: Flávio Luiz Seixas. 
 
 
1. TV Digital 2. Monitoração 3. ISDB-Tb 4. Nível de sinal I. 
Itaborai, Reinaldo da Silva II. Dias, Thiago Russo III. Título. 
 
 
 
 CDD 621.38415 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicamos este trabalho aos nossos pais 
e a nossas famílias. A todos aqueles que 
contribuíram de alguma forma para 
execução deste trabalho. Obrigado por 
tudo família, namorada, noiva, esposa, 
professores, amigos e colegas. Sem 
vocês nada disso seria possível. 
AGRADECIMENTOS 
RAFAEL BRAGA CAMPELLO 
A toda minha família por estar ao meu lado sempre, principalmente ao meu 
pai e minha mãe, Marcos e Thaís, por nunca desistirem. 
 
A minha namorada Rafaela que me ajudou muito nesta jornada sempre me 
apoiando e pela compreensão comigo durante o período de estudos e pesquisa. 
 
Aos amigos da faculdade, principalmente ao engenheiro recém-formado Erick 
Breno, Diego Coelho e Marcos Vinicius Eufrazio que deram muito apoio e 
colaboração para realização deste trabalho. 
 
Ao meu amigo de trabalho e meu supervisor Cleber Affonso na TV Globo 
pelos ensinamentos e fornecimento de grande parte da referência bibliográfica e aos 
também colegas de trabalho, Francisco Peres, Miguel Souza, Leandro Pacheco. 
 
A todos os professores que colaboraram com minha formação, desde 2012 
até chegar aqui, principalmente ao mestre Odair Xavier por todos os conselhos e 
dedicação, ao mestre André Sarmento pelos ensinamentos e apoio, ao mestre 
Flávio Seixas que sempre se disponibilizou com entusiasmo e muita colaboração. 
 
A todos aqueles que sempre apoiaram todos os meus objetivos, auxiliando a 
transformar meus sonhos em realidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REINALDO DA SILVA ITABORAI 
Primeiramente gostaria de agradecer a Deus, pois sem ele nada disso seria 
possível. 
Aos meus pais Rui e Iaponira, pela dedicação em minha criação e apoio até 
os dias atuais, meu Herói e minha Rainha. 
A minha irmã que sempre foi minha amiga e me apoiou em todas as horas, 
“minha linda mulher...”. 
A minha esposa Sibele Rodrigues, que foi muito paciente e sempre me deu 
apoio tanto de logística quanto emocional, minha Deusa. 
Aos meus afilhados e meus amigos Arthur, Diogo, Maicon, Priscila e Nicolle, 
por sempre serem pacientes com minha ausência devido aos estudos e também 
pelo apoio, levo vocês no meu coração. 
Ao Jiu Jitsu que foi a arte que me disciplinou para êxito e sucesso tanto 
acadêmico quanto pessoal, não esquecendo da pessoa que me guiou nessa arte, 
Diogo Jordão, Sensei obrigado pela dedicação e seus ensinamentos, OSS! 
Aos meus amigos de faculdade, principalmente ao Rafael e o Thiago, foi uma 
longa jornada e acredito que não conseguiríamos ir tão longe se não estivéssemos 
juntos, como digo somos um “Tripé”. 
Um especial agradecimento ao meu amigo de faculdade Erick Breno, com a 
ajuda, apoio e fornecimento de um material fundamental para execução do nosso 
trabalho de conclusão de curso. 
Aos meus colegas de trabalho pela compreensão e ajuda nas horas que 
necessitei de inversões de plantão, aos meus supervisores, por fazer “vista grossa” 
na minha bagunça de estudos na bancada de trabalho, e aos colaboradores Diego 
Coelho, Leandro Pacheco, Francisco Peres e Ricardo Amaral, que contribuíram 
muito. 
Aos professores da faculdade em especial Flavio Seixas, que é orientador 
desse projeto, ao Mestres Odair Xavier, Manoel Gibson, Glória Maria Dias, Antônio 
Canuto, agradecendo inclusive pelas repreensões, conselhos, discussões e até 
mesmo pela retirada da prova (risos), tenham certeza que vocês foram os nossos 
maiores entusiastas nesse curso. 
E aqueles que disseram que eu não era capaz. A todos qυе direta, оυ 
indiretamente fizeram parte da minha formação, о mеυ muito obrigado. 
THIAGO RUSSO DIAS 
Primeiramente, agradeço as forças divinas que me acalentam em momentos 
de dificuldade, guiando minhas energias ao que está predestinado a mim. Ressalto a 
Deus, por me permitir ter esclarecimentos existenciais sobre a fé, tendo como 
recompensa harmonia, saúde, e paz para seguir o meu caminho. 
Aos meus pais Fernando e Regina, pela educação e esforço transcorrido pelo 
decorrer da vida, com total apoio em todos os meus objetivos, me auxiliando a 
transformar meus sonhos em realidade. 
A minha tia e avó Ana e Ondina, pelo carinho especial que tiveram comigo a 
vida toda. Muito do que tenho, devo a estas duas pessoas lindas que Deus me 
enviou para cuidar dos meus passos. 
A minha irmã, minha corrente, o elo mais forte de uma união pura e 
verdadeira. A pessoa que cuida de mim como se fosse um filho e que me vê como 
um símbolo, me fazendo me sentir especial em todos os momentos da minha vida. 
A minha hoje noiva e futura esposa Amanda, por me incentivar nos momentos 
de dificuldade, me estendendo as mãos e me aconselhando a estar sempre disposto 
a encarar novos desafios, até mesmo quando são imensuráveis. Sua força me 
motiva a querer sempre ser o melhor. 
Agradeço aos integrantes da minha equipe Rafael e Reinaldo, pela paciência 
e honradez durante o nosso curso de engenharia, sendo fiéis a amizade construída, 
de forma a levar adiante esse laço para a vida. São pessoas que sempre me 
apoiaram e me levantaram com conselhos, conversas e muitas risadas. Se hoje me 
formo como engenheiro, tenho muito que felicitar aos mesmos, pois estamos juntos 
desde a primeira disciplina matriculada. 
Aos mestres, Odair Xavier por ensinar a ser cauteloso e disciplinado, é uma 
grande pessoa e muito parceiro de equipe, sua humildade é sensacional; a Manuel 
Gibson pela grandiosidade de informações transmitidas em sala de aula, acredito 
que muitos o criticam, porém é o cara certo para ensinar; a Flávio Seixas ao qual 
tivemos a honra de conhecer e de seguir com o nosso projeto, o mesmo se colocou 
à disposição para nos auxiliar em qualquer situação desde quando apresentamos 
uma ideia em sala de aula; a Antônio Silvério e Antônio Canuto pela gentileza de 
formar os alunos com os seus conhecimentos sem mitigar informações; a Felipe 
Bastos, pelas aulas com vasto conteúdo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Descobri como é bom chegar quando se 
tem paciência. E para se chegar, onde 
quer que seja, aprendi que não é preciso 
dominar a força, mas a razão. É preciso, 
antes de mais nada, querer. ” 
(Amyr Klink) 
 
“Quando dizem para mim que é 
impossível, vejo que estou no caminho 
certo. ” 
(Rafael Campello) 
 
“A soluçãodo enigma da vida no espaço 
e no tempo encontra-se fora do espaço e 
do tempo. ” 
(Ludwig Wittgenstein) 
RESUMO 
A televisão é o meio de comunicação mais importante no nosso país, e com o 
término das transmissões dos canais analógicos que ocupam a faixa de VHF, a 
televisão digital se tornará mais importante ainda porque será mais disseminada no 
Brasil, porém, a adaptação por parte dos telespectadores no quesito de recepção 
digital é um desafio visto que a TV digital foi implementada em 2007 e até hoje não 
alcançou cobertura necessária para possibilitar o desligamento total da TV 
analógica. Apesar dos cálculos de área de cobertura por parte das companhias 
transmissoras de TV digital terrestre estimar a população receptora do sinal, hoje em 
dia um sistema de monitoração da entrega do sinal de TV ao telespectador com 
tratamento proativo da qualidade da emissão do sinal digital é insuficiente. As 
emissoras contam apenas com os recursos imprecisos de reclamações dos 
telespectadores ou com a monitoração por sistema de telemetria que realizam 
leituras dos equipamentos transmissores que apresentam muitos alarmes falsos ou 
falhas nos sensores. Este trabalho apresenta um projeto de monitoração do canal ou 
da rede de TV digital UHF em múltiplos pontos da área de cobertura para 
gerenciamento da qualidade de serviço do sinal de transmissão terrestre de 
televisão no padrão brasileiro ISDB-TB. As medidas dos parâmetros monitorados são 
realizadas utilizando sintonizadores de TV portáteis de baixo custo com 
transferência de dados USB para um microcomputador Raspberry Pi, um sistema 
embarcado de arquitetura ARM e sistema operacional de distribuição Linux. Com as 
medidas dos parâmetros de um canal de TV digital num período de um mês inteiro 
sem interrupções é possível gerar gráficos e tendências das variações dos níveis de 
sinal, entre outros parâmetros como SNR, BER. Utilizando dezenas ou centenas de 
pontos de monitoração em uma determinada área de cobertura é possível criar um 
de mapa de calor com os dados recebidos em tempo real. O objetivo deste trabalho 
é desenvolver e avaliar um protótipo para estudar a possibilidade de criar recursos 
para aumentar a eficiência de monitoração em determinar a causa da falha, diminuir 
o tempo de detecção da ocorrência e doravante acionamento dos procedimentos de 
manutenção dos sistemas de transmissão de TV para restabelecer o serviço 
minimizando os prejuízos ao telespectador o mais rápido possível que pode perder 
informações de conteúdo televisivo se a disponibilidade de entrega for instável ou 
indevidamente gerenciada, principalmente se a interrupção do sinal ocorrer em 
momentos importantes como transmissão de eventos internacionais ou anúncios de 
decisões políticas nacionais ou internacionais. 
 
Palavras-chave: TV digital. Monitoração. Gerenciamento. Nível de Sinal. Parâmetros. 
Raspberry. ISDB-TB. Rede de TV. Linux. 
 
ABSTRACT 
Television is the most important means of communication in our country, and with the 
end of the transmissions of the analog channels that occupy the VHF band, digital 
television will become even more important because it will be more widespread in 
Brazil, however, the adaptation of viewers in the digital reception area is a challenge 
since digital TV was implemented in 2007 and to date has not reached the necessary 
coverage to enable the total analogue TV switch off. Although coverage area 
calculations by terrestrial digital TV broadcasters estimate the population receiving 
the signal, today a system of monitoring the delivery of the TV signal to the viewer 
with proactive treatment of the quality of digital signal emission is insufficient . 
Broadcasters only rely on inaccurate viewer complaint capabilities or telemetry 
monitoring that reads transmitter equipment that has many false alarms or sensor 
failures. This work presents a project to monitor the channel or the UHF digital TV 
network at multiple points in the coverage area to manage the quality of service of 
the television terrestrial broadcast signal in the Brazilian ISDB-TB standard. 
Measurements of the monitored parameters are performed using low cost portable 
TV tuners with USB data transfer to a Raspberry Pi microcomputer, an embedded 
ARM architecture system, and Linux distribution operating system. With the 
measurements of the parameters of a digital TV channel in a period of a whole month 
without interruptions it is possible to generate graphs and trends of the variations of 
the signal levels, among other parameters like SNR, BER. By using dozens or 
hundreds of monitoring points in a particular coverage area it is possible to create a 
heat map with the data received in real time. The objective of this work is to develop 
and evaluate a prototype to study the possibility of creating resources to increase the 
efficiency of monitoring in determining the cause of the failure, reducing the time of 
detection of the occurrence and hence triggering the maintenance procedures of the 
TV transmission systems to restablish the service by minimizing the damage to the 
viewer as quickly as possible that it may lose television content information if delivery 
availability is unstable or improperly managed, particularly if signal interruption occurs 
at key moments such as international event broadcast or national and international 
politics decisions announcements. 
 
Keywords: Digital TV. Monitoring. Management. Signal Level. Parameters. 
Raspberry. ISDB-TB. TV network. Linux. 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
Figura 1 – Ilustração didática do sistema de TV digital ISDB-TB. .............................. 23 
Figura 2 - Sistema de TV digital. ............................................................................... 23 
Figura 3 – Divisão dos 13 segmentos do canal ISDB-TB. ......................................... 24 
Figura 4 – Multiplexação por Divisão Ortogonal de Frequências. ............................. 25 
Figura 5 – Ilustração de uma aplicação para um gap filler. ....................................... 26 
Figura 6 - Mapa de estações de TV digital da TV Globo. .......................................... 28 
Figura 7 – Estações de TV da TV Globo no município do Rio de Janeiro. ................ 28 
Figura 8 – Monitoração por telemetria no Rio de Janeiro. ......................................... 35 
Figura 9 – Perfil de Elevação entre a estação de TV e a telespectadora. ................. 36 
Figura 10 – Medida do canal digital de TV no local reclamado. ................................ 37 
Figura 11 – Receptores e analisadores de TV, Tivizen, DMB2 e telefone móvel. ..... 39 
Figura 12 – Ilustração do analisador de TV digital Teamcast RQX-1510-E. ............. 39 
Figura 13 – Demodulador ISDB-Tb e medidor de QoS TSDA TDD-1000. ................ 40 
Figura 14 - Receptor de TV Digital ENUTV-DIT2 da Encore Electronics. ................. 40 
Figura 15 - Receptor de TV Digital Pixelview PV-D231U da Prolink-USA. ................ 41 
Figura 16 - Raspberry Pi 2 Model B e suas interfaces. ............................................. 42 
Figura 17 - Desenho mecânico Raspberry Pi. ........................................................... 42 
Figura 18 - Configuração básica de um receptor. ..................................................... 44 
Figura 19 – Configuração básica de um IRD............................................................. 44 
Figura 20 – Perfil de elevação de Bangu para Estação Mendanha. .......................... 48 
Figura 21 – Configuração de montagem dos testes e experimentos. ....................... 49 
Figura 22 - Setup do Raspberry Pi com receptor de TV Pixelview. ........................... 51 
Figura 23 – Montagem completa de operação e testes do protótipo. ........................ 52 
Figura 24 - Teste de recepção de TV com Encore ENUTV-DIT2. ............................. 53 
Figura 25 - Sintonizador de TV digital USB Pixelview TV PV-D231U. ...................... 53 
Figura 26- Teste de recepção de TV digital com Pixelview TV PV-D231U. ............. 54 
Figura 27 - Diretório de arquivos dos Drivers do Pixelview para Windows. .............. 55 
Figura 28 - Configuração de operação e testes do protótipo analisando TV digital. . 56 
Figura 29 - CLI do protótipo exibindo comandos de varredura de frequência. .......... 56 
Figura 30 - CLI do protótipo exibindo sintonia de canais durante a varredura. ......... 57 
Figura 31 – Acesso ao arquivo de configuração dos canais. .................................... 58 
Figura 32 – Configuração para varredura de apenas 7 canais UHF. ........................ 58 
Figura 33 – Resultado de 6 canais encontrados. ...................................................... 60 
Figura 34 – Playlist do VLC sintonizado com todos os canais. ................................. 60 
Figura 35 - Recepção TV Globo 1-Seg com lista de canais disponíveis. .................. 61 
Figura 36 - Monitoração dos parâmetros da banda UHF no frontend. ...................... 62 
Figura 37 – Medida do Teamcast visualizada pelo software ControlCast ................. 64 
Figura 38 – Resultados de monitoração sem selecionar canal. ................................ 65 
Figura 39 – Gráfico gerado por 19002 medidas no canal 29. ................................... 66 
Figura 40 – Website do protótipo. ............................................................................. 67 
Figura 41 – Fluxograma do sistema de gerenciamento de TV digital. ....................... 68 
Figura 42 – Fluxo do Sistema de Gerenciamento de TV digital. ............................... 69 
Figura 43 – Rio de Janeiro com 160 pontos de monitoração. ................................... 70 
Figura 44 – Monitoração por divisão em quadrantes. ............................................... 71 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 - Principais diferenças entre Gap Filler e Retransmissora. ......................... 27 
Tabela 2 - Municípios do estado do Rio de Janeiro com recepção do canal 29........ 27 
Tabela 3 - Canais de VHF do Rio de Janeiro. ........................................................... 29 
Tabela 4 – Canais de UHF do Rio de Janeiro. .......................................................... 30 
Tabela 5 – Cronograma de desligamentos da transmissão analógica. ..................... 31 
Tabela 6 – Comparação entre consumidores de Rádio e TV de 2010 até 2015. ...... 33 
Tabela 7 - Especificações técnicas do Raspberry Pi. ................................................ 43 
Tabela 8 - Receptores de TV testados e descartados para o projeto. ...................... 45 
Tabela 9 - Preços dos receptores e analisadores pesquisados neste trabalho. ....... 46 
Tabela 10 – Comparação de preço entre analisadores e receptores de TV digital. .. 47 
Tabela 11 - Parâmetros decisivos na recepção de TV digital terrestre. .................... 50 
Tabela 12 - Especificações do sintonizador Pixelview TV PV-D231U. ...................... 55 
Tabela 13 - Configuração para varredura de Canais UHF do 20 ao 69. ................... 59 
Tabela 14 – Canais com melhor nível em Bangu. ..................................................... 61 
Tabela 15 – Tabela para interpretação dos resultados do femon. ............................ 63 
Tabela 16 – Interpretação dos resultados dados pela medida da Figura 34. ............ 65 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas 
ANS Acordo de Nível de Serviço 
ARM Advanced RISC Machine 
ATSC Advanced Television System Committee 
ANATEL Agência Nacional de Telecomunicações 
AM Amplitude Modulation 
ABERT Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão 
AVC Avanced Video Coding 
BER Bit Error Rate 
CSI Camera Serial Interface 
CI Circuito Integrado 
COFDM Coded Orthogonal Frequency Division Multiplex 
CLI Command Line Interface 
DVB Digital Video Broadcasting 
DVB-C Digital Video Broadcasting - Cable 
DVB-S Digital Video Broadcasting - Satellite 
DVB-T Digital Video Broadcasting - Terrestrial 
DSI Display Serial Interface 
EIRP Effective Isotropically Radiated Power 
ERP Effective Radiated Power 
EPG Electronic Program Guide 
EIA Energy Information Administration 
ESR5 Erroneous-Second Ratio with 5% of errors 
EUA Estados Unidos da América 
FCC Federal Communications Commission 
FEC Forwarded Error Correction 
GI Guard Interval 
HAAT Height Above Average Terrain 
HD High-Definition 
HDMI High-Definition Multimedia Interface 
HDTV High-Definition Television 
IEEE Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos 
IRD Integrated Receiver Decoder 
ISDB-T Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial 
ISDB-TB Brazilian Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial 
IEC International Electrotechnical Commission 
ISO International Organization for Standardization 
ITU International Telecommunication Union 
JDK Java Development Kit 
LAN Local Area Network 
LTE Long Term Evolution 
MAN Metropolitan Area Network 
MPEG Moving Picture Experts Group 
MAC Multiplexed Analogue Components 
NBC National Broadcasting Company 
NTSC National Television System Committee 
NBR Norma Técnica Regulamentadora 
OFDM Orthogonal Frequency Division Multiplex 
PAL Phase Alternating Line 
QAM Quadrature Amplitude Modulation 
QPSK Quadrature-Phase Shift Keying 
RCA Radio Corporation of America 
RF Radiofrequência 
RAM Random Access Memory 
RPI Raspberry Pi 
RISC Reduced Instruction Set Computer 
SD Secure Digital 
SDC Secure Digital Card 
SSH Secure Shell 
SEG Segmento 
SECAM Sequencial Couleur Avec Mémoire 
SLA Service Level Agreement 
SBT Sistema Brasileiro de Televisão 
SBTVD Sistema Brasileiro de TV Digital 
SO Sistema Operacional 
SET Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão 
TIA Telecommunications Industry Association 
TV Televisão 
TRS Tip-Ring-Sleeve 
UHF Ultra High Frequency 
UIT União Internacional de Telecomunicações 
USA United States of America 
USB Universal Serial Bus 
UTP Unshielded Twisted Pair 
VHF Very High Frequency 
VSB Vestigial Side Band 
VLC VideoLAN Client 
WAN Wide Area Network 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 13 
2 OS SISTEMAS DE TELEVISÃO .................................................................. 15 
2.1 UMA BREVE HISTÓRIA ............................................................................... 15 
2.2 A TV NO BRASIL – DO ANALÓGICO AO DIGITAL ..................................... 19 
2.3 O SISTEMA DE TV DIGITAL E A TECNOLOGIA BRASILEIRA .................. 21 
2.4 A RADIODIFUSÃO NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO .............................. 25 
2.5 O FIM DEFINITIVO DA TV ANALÓGICA ..................................................... 29 
2.6 A IMPORTÂNCIA DA TV DIGITAL E O SEU FUTURO ................................ 32 
3 O GERENCIAMENTO DOS SISTEMAS DE TV........................................... 34 
3.1 SISTEMA ATUAL VERSUS SISTEMA PROPOSTO .................................... 34 
3.2 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................ 38 
3.3 EXPERIMENTOS ......................................................................................... 51 
3.4 DISCUSSÃO ................................................................................................ 66 
4 CONCLUSÃO............................................................................................... 72 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 75 
 
13 
 
1 INTRODUÇÃO 
O gerenciamento de rede de televisão (TV) digital é um recurso insuficiente 
atualmente, a monitoração da radiodifusão é monitorada apenas na etapa de 
transmissão que geralmente não é confiávelporque não é possível determinar se o 
sinal de TV está sendo realmente entregue a todos os telespectadores da área de 
cobertura calculada. O único meio de comunicação para uma sinalização de 
problema na recepção de TV é através de uma reclamação direta entre o 
telespectador e a emissora de TV conhecido como CAT (Central de Atendimento ao 
Telespectador), e este serviço carece de confiabilidade técnica entre outras falhas. 
O objetivo deste trabalho é desenvolver, descrever e avaliar um protótipo para 
estudo da viabilização de um de gerenciamento de rede de TV digital do padrão 
SBTVD (Sistema Brasileiro de TV Digital), internacionalmente conhecido como 
ISDB-TB (Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial Brazilian version) à 
nível de monitoração da qualidade do sinal de recepção em diversos pontos da área 
de cobertura com o fim de gerenciar a qualidade e disponibilidade de serviço de TV 
digital de um ou mais canais na faixa de frequência UHF (Ultra High Frequency) de 
uma determinada localidade. Uma das principais aplicações do projeto é o melhor 
gerenciamento da qualidade do sinal através da comunicação de retorno entre o 
transmissor e receptor, ou seja, mais transparência no âmbito de disponibilidade de 
serviço e qualidade de entrega para o consumidor de televisão (telespectador). E 
também poderá ser utilizado por órgãos reguladores ou pelas próprias emissoras de 
TV para ter maior controle de sua rede de TV e doravante maior qualidade de 
transmissão a partir do retorno das informações objetivas e confiáveis baseadas em 
dados exatos de parâmetros importantes para manter a manutenção de 
retransmissores e transmissores em dia, evitando um longo tempo de interrupção do 
sinal ou desperdício de recursos. 
As próximas sessões estão organizadas da seguinte da forma: a sessão 2 
discorre sobre a importância da comunicação para humanidade e sua trajetória na 
comunicação tecnológica até o surgimento da televisão e sua importância como 
meio de comunicação para a sociedade assim como um resumo de sua história e a 
ênfase dela no Brasil. Nesta sessão está descrita de forma breve o funcionamento 
dos sistemas de TV analógicos e digitais e um estudo mais aprofundado em relação 
a tecnologia de TV digital brasileira, suas técnicas e características, além de sua 
14 
 
abrangência e alcance como meio de comunicação em sua transmissão no Brasil e 
principalmente no Rio de Janeiro e estuda-se a verdadeira importância da TV digital 
e de investir nesta tecnologia a partir da comparação das vantagens e desvantagens 
entre a TV digital e a TV analógica e o fim da TV analógica para fundamentar ainda 
mais a real necessidade de investimentos em tecnologias que melhorem o serviço 
de TV digital como o gerenciamento de rede à nível de recepção proposto neste 
trabalho. O sistema de monitoração atual do sinal de TV e seus sistemas são 
demonstrados a fim de comparativo com a proposta do projeto explicitando as 
inúmeras vantagens e aplicações possíveis e imagináveis. O futuro da TV é tratado 
também neste capítulo porque enfrenta desafios que podem diminuir sua vida útil 
nas próximas décadas e que atualmente já está enfrentando competidores como 
vídeo sob demanda via satélite ou pela internet. 
A sessão 3 explica detalhadamente a proposta do sistema de gerenciamento 
assim como os parâmetros medidos, materiais e métodos utilizados, analisados e os 
detalhes do dispositivo protótipo construído para este trabalho entre outras 
características como pesquisa de posicionamento hipotético para instalação dos 
dispositivos, fornecimento de energia elétrica, transmissão dos dados coletados, 
gerenciamento dos dados, possíveis aplicações e resultados de testes, estudos de 
caso, orçamentos e as vantagens do sistema. 
Por fim, na sessão 4, se apresenta a conclusão do trabalho, se discutindo 
sobre as vantagens e desvantagens técnicas e econômicas do sistema de 
gerenciamento de qualidade de serviço de TV digital e suas aplicações em frente ao 
cenário atual e futuro, assim como possíveis futuras pesquisas e novas aplicações, 
que poderão ser implementadas devido à modularidade e versatilidade do sistema 
que é amplamente viável por utilizar dispositivos opensource software e hardware e 
de arquitetura ARM (Advenced Reduced Instruction Set Computer Machine). 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
2 OS SISTEMAS DE TELEVISÃO 
A história da televisão é muito relevante para o entendimento sobre o motivo 
do surgimento desta tecnologia e a importância da TV na comunicação na 
sociedade. Os sistemas de televisão são basicamente compostos por equipamentos 
de captura audiovisual que transmitem sua informação para equipamentos 
transmissores de radiofrequência que adaptam a informação ao meio de 
transmissão que é o ar no caso da transmissão broadcast (radiodifusão) e os 
telespectadores utilizam receptores de TV para demodular e decodificar (no caso do 
sinal digital) o sinal de RF e desta forma assistir à programação televisiva. 
2.1 UMA BREVE HISTÓRIA 
Para viver em sociedade a humanidade desenvolveu habilidades e também a 
necessidade de comunicação. Os primórdios se manifestavam por desenhos 
impressos muitas das vezes em pedras para se comunicar e que as gerações 
posteriores pudessem aprender e reverenciar. 
Assim por séculos vem evoluindo, até o marco do início da história com o 
surgimento da escrita, técnica de ilustrações, símbolos, facilitando e tornando a 
informação acessível a um número cada vez maior de pessoas, alterando o modo de 
viver e pensar de uma sociedade. 
Com a invenção do fundamento do jornal, que há registro do seu primeiro 
exemplar em 59 A.C., em Roma, por Júlio César com intuito de informar seu público 
sobre os acontecimentos sociais e políticos e divulgação de eventos. Já no Brasil 
com a chegada da família real em 1808 surgiu o primeiro jornal produzido no país 
Gazeta do Rio de Janeiro, publicado em 10 de setembro de 1808. 
Antes da implementação do jornal como se conhece hoje já havia registro da 
invenção de um meio de comunicação a distância que seria chamado de telégrafo 
óptico (escrever a distância) em 1792 por Claude Chappe, a primeira mensagem 
enviada na prática ocorreu em 1794 e trafegou cerca de 200 km. 
Em 1837 foi patenteado o primeiro telégrafo elétrico, um sistema de 
transmissão de textos por meio de que empregava 6 fios e 5 agulhas magnéticas. 
16 
 
No ano de 1869 surgiu uma nova invenção, na qual havia a possibilidade de 
transmitir voz a distância que seria batizado como telefone, projetado por duas 
pessoas, Graham Bell e Elisha Gray, mas só solicitaram patente da invenção em 14 
de fevereiro de 1876 em New York. 
James Clerk Maxwell ao estudar a natureza eletromagnética da luz, teorizou 
sobre certos fenômenos ondulatórios produzidos pelo movimento vibratório dos 
elétrons e em 1886 foi apresentado por Heinrich Hertz a variação rápida de corrente 
elétrica para o espaço em forma de ondas de rádio. 
Com auxílio dos estudos de Maxwell e Hertz, Guglielmo Marconi estabeleceu 
o primeiro sistema prático de telegrafia sem fios, sendo chamado de telégrafo sem 
fio (considerado um rádio sem áudio, apenas sinais telegráficos). 
A invenção do rádio de voz possui muitas opiniões divergentes em relação ao 
verdadeiro e primeiro utilizador desta tecnologia devido à falta de registros ou 
patentes entre 1894 e 1900, muitos acreditam que o primeiro utilizador foi um padre 
brasileiro chamado Roberto Landell de Moura enquanto outros insistem em dar os 
créditos a Marconi que afinal foi primeiro a investir na utilização comercial do rádio, 
entretanto várias pessoas pesquisavam nessa área, como o alemão Heinrich Hertz, 
o austríaco Nikola Tesla e o próprio padre Landell. Com a tecnologia do rádio 
ocorreu a primeira transmissão para um evento esportivo em Dublin e em 1901, 
Marconi recebeu o Prêmio Nobel de Física por este feito. 
A invenção da televisão foia mais expressiva e revolucionária da 
comunicação quando físicos, matemáticos e cientistas construíram um sistema de 
transmissão de imagens com a descoberta do selênio, componente químico capaz 
de transformar energia luminosa em energia elétrica, e sua primeira transmissão de 
imagem a distância ocorreu em 1920, a transmissão em preto e branco foi iniciada 
utilizando equipamentos da Radio Corporation of America (RCA). 
Alguns fatos e personagens curiosos desta história são creditadas ao escocês 
John L. Baird que montou dos primeiros modelos de televisão em 1920 conseguindo 
aprimorar a nitidez da imagem e do som e o russo Wladmir Zworykin que 
desenvolveu em 1923 um tubo de imagem chamado de iconoscópio. Graças aos 
estudos de Wladmir junto à RCA foi fabricado o Orticon (primeiro tubo de raios 
catódicos). Em 1931 Wladmir aperfeiçoou o iconoscópio melhorando ainda mais a 
captação e geração eletrônica de imagens e em 1933 foi criado o primeiro sistema 
de TV monocromática com a inclusão do áudio ao vídeo utilizando modulação AM 
17 
 
(Amplitude Modulation, Modulação em Amplitude). A primeira transmissão de TV 
ocorreu em 1935, em Berlin, graças a Adolf Hitler em seu regime nazista para fins de 
divulgação da ditatura alemã. 
Em julho de 1941 a Comissão Federal de Comunicações Norte-Americana 
(Federal Communications Commission, FCC) autorizou o funcionamento das duas 
primeiras estações de TV em preto e branco nos Estados Unidos da América e 
quatro anos depois, em 1945 a FCC designou os canais 2 a 13 (faixa de VHF, Very 
High Frequency), para a televisão comercial nos Estados Unidos. Somente em 1954 
que começou a surgir a transmissão de TV em imagens coloridas com investimentos 
da emissora norte-americana NBC (National Broadcasting Company). 
Os sistemas de TV se mantiveram em distribuição analógica até que a rede 
de TV pública do Japão NHK (Nippon Hoso Kyokai) patrocinou pesquisas iniciadas 
em 1970 para desenvolver sistemas de TV digital de alta definição (HDTV) com 
intuitos de uma solução tecnológica capaz de fornecer ao telespectador as 
sensações mais próximas da realidade, tanto na imagem quanto no som. Isso exigia 
mais nitidez da imagem e estabilidade na transmissão e um acréscimo no número 
de linhas e colunas na resolução da imagem, com isso se percebeu que seria ainda 
mais difícil melhorar a qualidade do sinal de TV utilizando modulação analógica 
porque, não é possível transmitir informação no volume exigido pela alta definição a 
partir de um canal com modulação AM tradicional de 6 MHz. Com praticamente os 
mesmos propósitos, outras nações também investiram na tecnologia de entrega de 
mídia digital, principalmente para radiodifusão de TV, em 1982 foi desenvolvido o 
ATSC (Advanced Television System Committee) pelas organizações Joint 
Committee on Intersociety Coordination (JCIC), Electronic Industries Association 
(EIA), Institute of Electrical and Electronic Engineers (IEEE), National Association of 
Broadcasters (NAB), National Cable Telecommunications Association (NCTA), e a 
Society of Motion Picture and Television Engineers (SMPTE) na América do Norte, 
principalmente pelos EUA (SIDNEY NINCE, 1988). E em 1991 surgiu o DVB (Digital 
Video Broadcasting), um grupo formado na Europa por inúmeros países e cerca de 
200 companhias que desenvolveram o padrão de radiodifusão DVB-T (terrestre) 
entre outros padrões de transmissão de TV digital como DVB-S (satélite) e DVB-C 
(cabo). 
As tecnologias de conversão de analógico para digital, codificação, 
compressão e multiplexação dos sinais de áudio (som) e vídeo (imagem), surgiram 
18 
 
para sanar este problema e em 1980 se realizou a primeira transmissão de sinal 
digital HDTV com duração de 1 hora por dia do serviço Digital Hi-Vision 
Broadcasting no Japão. 
Listadas a seguir algumas datas históricas para a radiodifusão de TV digital: 
• Em 1994 surgiram o MPEG-1 e o MPEG-2 para compressão de vídeo. 
• Em 1995 foi adotado o padrão de TV digital ATSC pelos EUA. 
• Em 1997 foi desenvolvido o DVB-T na Europa. 
• Em 2003 o padrão ISDB-T entrou em operação no Japão pelo DiBEG. 
ATSC é um sistema de portadora única e usa uma modulação similar ao do 
sistema de televisão analógico 8-VSB (Vestigial Sideband) que se baseia na 
modulação AM clássica com duas bandas simétricas laterais em relação a portadora 
e ocupa a mesma banda de 6 MHz dos sistemas analógicos utilizando o padrão de 
codificação e compressão de vídeo MPEG-2 com uma taxa de 19,39 Mbps 
causando dificuldade de recepção para as áreas com relevos irregulares ou muito 
povoadas por ser uma taxa muito alta de dados. O ATSC também possui dificuldade 
nas recepções com antena internas, mas como a maioria da população dos Estados 
Unidos utilizam recepção por Cable TV, satélite ou internet móvel, não foi um 
problema determinante. 
O DVB-T teve seus parâmetros definidos em junho de 1996, um sistema 
robusto, pouco susceptível a interferências e é recebido também em aparelhos 
móveis atendendo às diversas geografias que compõem a Europa; utiliza sistema de 
multiportadoras por COFDM (Coded Orthogonal Frequency Division Multiplex) com 
uma banda de 8 MHz e permite modulações em QPSK, 16QAM e 64QAM. Este 
padrão de modulação não possui flexibilidade de modulação, se usa apenas um 
modo, por este motivo as configurações foram adaptadas na Europa para priorizar a 
transmissão em qualidade HDTV. 
O padrão ISDB-T foi desenvolvido pelos japoneses e se diz que é uma versão 
aprimorada do padrão DVB-T, também utilizando OFDM (Coded Orthogonal 
Frequency Division), acompanha diversas melhorias no quesito portabilidade e 
mobilidade que são muito significativas por trazer muita flexibilidade de mídia além 
de suportar múltiplas aplicações no canal e bandas de banda de 6, 7 ou 8 MHz. Este 
padrão é mais robusto que os citados anteriormente, principalmente devido ao 
interleaving que realiza o embaralhamento dos bits aumentando a eficácia dos 
corretores de erro porque desta forma o receptor receberá menos erros sequenciais 
19 
 
e é mais fácil para realizar a correção antecipada de erros. Possibilita a transmissão 
de dados, sinais criptografados, guia de programação eletrônica, segmentos 
separados em camadas que possibilitam modulações e serviços diferentes em um 
mesmo canal de TV digital (SAMPAIO DE ALENCAR, 2007). 
Os sistemas de televisão evoluíram muito através das décadas e foram se 
espalhando pelo mundo em diversos padrões de transmissão diferentes de acordo 
com as questões técnicas, econômicas e políticas de cada país. A distinção entre os 
padrões impede que um receptor de um determinado padrão de TV possa 
demodular os sinais de um padrão diferente, mas mesmo assim a TV ficou cada vez 
mais presente no dia-a-dia das pessoas e rapidamente se tornando o meio de 
comunicação mais importante para sociedade, mantendo esta posição até hoje. 
2.2 A TV NO BRASIL – DO ANALÓGICO AO DIGITAL 
No Brasil, estima-se que 97,1% da população tenha acesso a pelo menos um 
canal aberto de televisão. Esta cobertura ainda não foi atingida por nenhum outro 
meio de comunicação e talvez esta conquista nunca seja realizada, nem mesmo 
pela internet (APKAR MINASSIAN, 2007). 
A primeira transmissão de TV analógica ocorreu em 1939 em circuito fechado 
durante a Feira Internacional de Amostras (SAMPAIO DE ALENCAR, 2007) na 
cidade do Rio de Janeiro com equipamentos de origem alemã e a primeira 
transmissão experimental de TV ocorreu em 1948 na cidade de Juiz de Fora em 
Minas Gerais exibindo congressos e uma partida de futebol entre os clubes Bangu, 
do Rio de Janeiro, e Tupi, time local. Logo dois anos depois foi inaugurada a 
primeira estação de transmissão analógica de televisão, a TV Tupi inaugurou em 18 
de setembro de 1950, porém na época o alto preço dos receptores acabou 
dificultando a prosperidade da emissora. 
Em 1952 foi inaugurada na cidade de São Paulo a primeiraestação de TV em 
preto e branco utilizando o padrão M para transmissão, mesmo padrão utilizado 
pelos Estados Unidos. Em 1954, foi definida a versão final do sistema norte-
americano de TV em cores, padrão National Television System Committee (NTSC). 
Inicialmente as transmissões de TV neste padrão apresentavam problemas de 
fidelidade das cores. Assim sendo, países europeus criaram outros sistemas com 
intuito de criar padrões melhores para transmissão de TV analógica, na França 
20 
 
surgiu o SECAM (Sequencial Couleur Avec Mémoire) e na Alemanha foi 
desenvolvido padrão PAL (Phase Alternation Line) e finalmente em 1974, o Brasil 
adotou o sistema PAL M para transmissão de TV colorida como sistema padrão 
nacional (A.B DA SILVA LISANDRO LOVISOLO, 2008). 
Em 1994 se iniciou pesquisas pelo grupo formado entre a ABERT 
(Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), a SET (Sociedade 
Brasileira de Engenharia de Televisão) para definir o padrão brasileiro de TV digital, 
alguns anos depois, entre 1998 e o segundo milênio, a ANATEL (Agência Nacional 
de Telecomunicações), com coordenação do Ministério das Comunicações, 
oficializou a Universidade Presbiteriana Mackenzie para ajudar no processo das 
pesquisas e testes laboratoriais assim como o Centro de Pesquisas e 
Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) na validação das metodologias dos 
testes e campo e de laboratório. Os testes compararam três sistemas de TV digital 
por critérios de desempenho e adaptação às necessidades nacionais, os sistemas 
avaliados foram o DVB-T, o ATSC e o ISDB-T (ABERT E SET, 2011). 
O ATSC desempenhou baixa qualidade nas recepções residenciais, com 
resultados insuficientes dos experimentos, pouca robustez de modulação e 
impossibilidade de recepção móvel. Essas dificuldades reprovaram este padrão para 
adoção no Brasil. Os sistemas ISDB-T e DVB-T apresentaram melhores 
desempenhos (DIBEG, 2008), porém o DVB-T não possibilita transmissão do canal 
com mais de uma modulação diferente como o ISDB-T, que também apresentou 
desempenho superior nos testes de recepção doméstica e também possui 
flexibilidade para acesso de receptores móveis e portáteis (SILVA, 2000). O Quadro 
1 apresenta uma comparação dos sistemas de transmissão e seus recursos. 
Quadro 1 – Comparação entre os principais sistemas de TV digital. 
Comparação dos principais recursos funcionais dos sistemas digitais 
Recurso Suportado pelos sistemas 
Taxa máxima de bit sob ruído gaussiano ATSC 
Robustez contra interferência multi-percurso DVB-T, ISDB-T, ISDB-TB 
Robustez contra ruído impulsivo ISDB-T, ISDB-TB 
Operação SFN DVB-T, ISDB-T, ISDB-TB 
Mobilidade e portabilidade ISDB-TB 
Transmissão hierárquica ISDB-TB 
21 
 
Fonte: (SAMPAIO DE ALENCAR, 2007). 
Após anos de pesquisas e testes com sistemas digitas de transmissão e 
recepção de TV, o Brasil definiu em 2006 o padrão ISDB-T como base para o 
padrão nacional e foi o primeiro país no mundo a adotar e adaptar este padrão 
(BROADCASTING EXPERTS GROUP, 2007). Desta forma o Ministério das 
Comunicações comandando as companhias relatadas anteriormente responsáveis 
pelos testes e definição do padrão digital brasileiro, criaram o ISDB-TB (Brazilian 
Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial), com nomenclatura nacional 
SBTVD (Sistema Brasileiro de TV Digital) (ABNT, 2016). 
O padrão original nipônico sofreu poucas mudanças para criação do padrão 
brasileiro, as principais alterações foram a utilização da compressão de vídeo 
MPEG-4 AVC (também conhecida como H.264), a imagem em dispositivos móveis é 
exibida em 30 FPS (frames por segundo) enquanto no padrão original utiliza-se 15 
FPS e o suporte à interatividade (INTERATIVIDADE PARA TV DIGITAL, 2016) 
usando middleware (software intermediário entre hardware da TV e aplicativos) 
chamado Ginga. 
2.3 O SISTEMA DE TV DIGITAL E A TECNOLOGIA BRASILEIRA 
Além do Brasil, o padrão de transmissão ISDB-TB foi amplamente 
disseminado, sendo atualmente adotado por 16 países em 3 continentes (América, 
África e Ásia) e assumindo posição de um dos padrões mais utilizados na América 
Latina sendo adotado por países como Chile, Peru, Argentina, Equador, Paraguai e 
Bolívia. Como dito anteriormente, a principal justificativa para o objetivo de 
desenvolver um sistema de TV digital foi para melhorar a qualidade da imagem e da 
eficiência do canal como por exemplo nos sistemas analógicos que a definição de 
imagem atinge na prática somente 330 linhas horizontais, perdendo de cerca 50% 
da informação modulada dependo do padrão utilizado, sendo muito ineficiente e não 
possibilita imagens com resoluções de pixel maiores. Esta tecnologia trouxe mais 
benefícios do que esperado e muitas vantagens em relação aos sistemas de TV 
analógicos, dentre estas, as principais estão listadas a seguir: 
• Melhor qualidade de imagem com resoluções em HD (1280x720), Full 
HD (1920x1080) ou até maiores como até UHDTV 8K (7680x4320). 
22 
 
• Melhores qualidades de som para até mais de 20 canais de áudio 
digital. 
• Formato de imagem widescreen 16:9 permitindo maior abertura no 
ângulo de visão do telespectador. 
• Maior robustez e estabilidade na recepção. 
• Não há falhas analógicas como chuviscos, fantasmas e baixa 
susceptibilidade a interferências. 
• Interatividade. 
• Múltipla-programação. 
Nos sistemas sistema digitais de TV os sinais são mantidos com integridade 
ao que é transmitido, não havendo nenhum tipo de perda significativa para o 
telespectador. Importante observar que a transmissão digital de TV exige uma 
recepção de alta qualidade com condições de cobertura e robustez para manter a 
estabilidade na recepção, enquanto na transmissão analógica, mesmo com o nível 
de sinal baixo do recomendado, os sinais continuam a ser demodulados, porém 
apresentam falhas grotescas de ruído como fantasmas e chuviscos que prejudicam 
a experiência do usuário. Já a recepção digital de TV é praticamente binária, 
operando com demodulação e decodificação perfeita dos sinais em qualidade 
máxima ou ausência de qualquer sinal quando se atinge o limiar da recepção. 
Os sistemas digitais de TV também possibilitam a incrível possibilidade de 
utilizar diversos transmissores utilizando o mesmo canal de transmissão para cobrir 
uma grande área sem interferirem entre si, está técnica chama-se SFN (Single 
Frequency Network), que significa Rede de Frequência Única e possibilita o reuso 
de frequência usando múltiplos transmissores de potências variadas e sem 
possibilidade de interferência em outros canais pela sincronia entre eles garantida 
através a um atraso em microssegundos inserido com valor diferente para cada 
transmissor (DUCA NOVAES, 2010). 
A Figura 1 é uma ilustração didática dos principais recursos do padrão ISDB-
TB e ajuda a entender melhor sua capacidade e recursos como múltipla 
programação, mobilidade, transmissão de dados, inúmeras legendas e closed 
captions, interatividade e canais de áudio em muitos idiomas. 
23 
 
Figura 1 – Ilustração didática do sistema de TV digital ISDB-TB. 
 
Fonte: Academia de Tecnologia. 
A Figura 2 ilustra a capacidade de alcance da TV digital por tipo de 
equipamento, exemplificando recepção para TV de tubo de raios catódicos analógica 
sem receptor digital integrado utilizando conversor externo, TV com receptor digital 
integrado, veículos (carros, trens, ônibus) com receptores móveis, laptops e 
aparelhos de telefone. Esta mobilidade é um grande atrativo para o telespectador 
que assiste seu programa favorito aonde quer que esteja. 
Figura 2 - Sistema de TV digital. 
 
Fonte: Internet. 
O padrão brasileiro de TV utiliza as faixas de frequência VHF e UHF, modo de 
transmissão por OFDM (Orthogonal Frequency Division Multiplexing - Multiplexação 
Ortogonal por Divisão de Frequência) com suporte a COFDM (Coded Orthogonal 
Frequency Division Multiplexing - Multiplexação Ortogonal por Divisão de Frequência24 
 
com Codificação de Canal), que é codificado por um código convolucional de 
correção de erros no sinal antes de ser inserido na entrada do modulador 
aumentando a robustez do sinal digital. O OFDM fornece uma flexibilidade de 
segmentação do espectro em 13 partes, permite até três camadas hierárquicas 
independentes com diferentes configurações de modulação, codificação e 
intercalações do tempo. Os canais têm bandas de 6, 7 ou 8 MHz, com transmissão 
simultânea de diferentes níveis de qualidade de TV, como HDTV e SDTV dentro de 
um único canal. A Figura 3 é uma ilustração do canal de 6 MHz do padrão digital de 
TV brasileiro com a divisão em 13 segmentos, em que cada segmento possui 428,57 
kHz e a banda total efetiva possui 5,571 MHz (CHANG, 1966) (LEITE PINTO, 2013). 
Os segmentos de 1 até 12 são utilizados para o sinal de maior taxa ou maior 
qualidade e o segmento 0 é utilizado para um canal com baixa taxa para recepção 
móvel e portátil. 
Figura 3 – Divisão dos 13 segmentos do canal ISDB-TB. 
 
Fonte: Norma do padrão brasileiro de TV digital. 
Geralmente a utilização da divisão das camadas ou serviços é feita da 
seguinte forma por exemplo: Camada A (Full-Seg) com sinal HD, modulação 64QAM 
e FEC de 3/4; Camada B (1-Seg) com sinal SD, modulação QPSK e FEC de 1/2; 
Camada reservada para o sistema de interatividade. Full-Seg é a denominação para 
25 
 
sinais com 12 segmentos OFDM e 1-Seg é a denominação para sinais com 1 
segmento. 
A Figura 4 ilustra com mais detalhes a segmentação do padrão digital 
brasileiro e também detalha o funcionamento do modo de transmissão por 
subportadoras via multiplexação ortogonal por divisão de frequências que utiliza 432 
portadoras por segmento, totalizando 5.617 portadoras por canal por ser formado 
por 13 segmentos. 
Figura 4 – Multiplexação por Divisão Ortogonal de Frequências. 
 
Fonte: Norma da ABNT para Transmissão de TV digital brasileira. 
2.4 A RADIODIFUSÃO NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO 
A transmissão de TV no Brasil utiliza duas faixas de frequência, a VHF que 
compreende a faixa de radiofrequência de 30 MHz até 300 MHz, comum para 
propagações de sinas de televisão dos canais 2 ao 13 e a faixa de UHF (ITU, 2015) 
26 
 
que compreende faixa de radiofrequência de 300 MHz até 3 GHz utilizada para 
propagações de sinas de televisão dos canais 14 ao 69 e enlaces de micro-ondas. 
Devido a dificuldade do relevo o Rio de Janeiro foi um desafio planejar a 
cobertura de TV digital na cidade, além disso a faixa de UHF possui comprimento de 
onda muito menor que a faixa de VHF e por este motivo está mais susceptível à 
atenuação por obstáculos e demografia, a solução foi utilizar a rede única de 
frequência (SFN) com vários transmissores (retransmissores e gap fillers em 
potências mais baixas ao invés de transmissores com potências altíssimas e canais. 
Com o SFN foi possível utilizar apenas uma faixa de canal, não necessitando 
solicitar concessão de mais canais para órgão regulamentador. A Figura 5 ilustra 
uma aplicação de para um gap filler. 
Figura 5 – Ilustração de uma aplicação para um gap filler. 
 
Fonte: (PEREIRA, 2011). 
O gap filler é traduzido para preenchendo sombra ou preenchendo lacuna, este tipo 
de retransmissor possui potência geralmente em torno de 100 W, é a categoria mais 
baixa de potência em radiodifusão terrestre, ele foi criado para atender exatamente 
áreas onde o sinal da matriz está muito fraco e nenhuma retransmissora alcança 
esta área que geralmente é pequena e seria um desperdício instalar uma estação 
retransmissora completa. As estações retransmissoras recebem o canal digital da 
estação matriz por enlace de micro-ondas dedicado e transmitem geralmente com 
potências de 500 W ou 1000 W. As principais diferenças entre uma estação gap filler 
podem ser melhor compreendidas na Tabela 1. 
27 
 
Tabela 1 - Principais diferenças entre Gap Filler e Retransmissora. 
 Gap Filler Retransmissora 
Origem do sinal Recepção do ar Enlace de micro-ondas dedicado 
Método de retransmissão Regeneração Demodulação e modulação 
Potência 0W a 200 W 200 W < x < 2000 W 
SFN Não Sim 
Fonte: (DIGITAL TECHNOLOGIES, 2013) 
O estado do Rio de Janeiro possui cerca de 16,6 milhões de habitantes e a 
cidade do Rio de Janeiro estima-se 6,5 milhões. Utilizando a TV Globo (emissora do 
canal 29) para estimar a população coberta por transmissão digital de TV devido ser 
a única emissora de TV com estas informações disponíveis na internet, estima-se 
que 70,29% dos habitantes do estado do Rio de Janeiro estão cobertos por 
recepção digital e no município do Rio de Janeiro 97,23 % estão cobertos. A Tabela 
2 demonstra dados populacionais dos municípios do estado do Rio de Janeiro que 
possuem mais de 30 mil habitantes com recepção digital de TV. 
Tabela 2 - Municípios do estado do Rio de Janeiro com recepção do canal 29. 
Município População Total 
Tanguá 30.732 
Mangaratiba 36.087 
Guapimirim 51.483 
Seropédica 78.186 
Japeri 95.492 
Itaguaí 109.091 
Queimados 137.962 
Nilópolis 157.425 
Mesquita 168.376 
Itaboraí 218.008 
Magé 227.322 
São João de Meriti 458.673 
Belford Roxo 469.332 
Niterói 486.191 
Nova Iguaçu 796.257 
Duque de Caxias 855.048 
São Gonçalo 999.544 
Rio de Janeiro 6.319.335 
Total 11.694.544 
 Fonte: Sejadigital.com.br 
Para demonstrar a radiodifusão no município do Rio de Janeiro é utilizado 
como referência a TV Globo utiliza o canal 29 da faixa de UHF para sua transmissão 
28 
 
de TV digital. Esta emissora foi escolhida por ser a emissora com maior investimento 
em área de cobertura. Garantem que 97% da população proposta pela Tabela 2 
esteja com a cobertura do sinal. A Figura 6 encontra no website da Rede Globo 
demonstra a capacidade de alcance de sinal da Rede Globo pela quantidade de 
retransmissores (azuis) e transmissores geradores (amarelos). 
Figura 6 - Mapa de estações de TV digital da TV Globo. 
 
Fonte: (GLOBO, 2017). 
A Figura 7 é uma visualização ampliada com foco no município do Rio de 
Janeiro indicando 10 estações de TV ou mais. 
Figura 7 – Estações de TV da TV Globo no município do Rio de Janeiro. 
 
Fonte: (GLOBO, 2017). 
 
29 
 
2.5 O FIM DEFINITIVO DA TV ANALÓGICA 
Por anos a transmissão de televisão analógica fez muito bem seu papel, 
disseminando informação e entretenimento de uma forma burocrática, acessível e se 
mantendo presente até hoje em conjunto com a TV digital, porém há muitos anos se 
deseja desligar as transmissões analógicas para basicamente reduzir custos e 
desocupar parte do espectro de UHF. 
Com o desligamento das transmissões analógicas, as emissoras de TV 
analógicas poderiam desocupar a faixa de VHF, que compreende os canais de 2 a 
13 e irão utilizar de forma oficial apenas o serviço de transmissão digital em UHF. 
Com isso, toda a faixa de VHF é liberada e assim o chamado VHF alto (canais 7 a 
13) se utiliza para transmissões de canais de TV digitais. Até então, esse espectro 
liberado poderia ser utilizado pelas emissoras que atualmente ocupam os canais 51 
a 69, sendo que os canais de 60 a 69 são reservados para emissoras públicas, 
diretas ou indiretamente ligadas ao governo. A Tabela 3 explicita os canais de VHF 
do munícipio do Rio de Janeiro com os canais que devem ser desligados 
destacados em laranja. 
Tabela 3 - Canais de VHF do Rio de Janeiro. 
Canais VHF Faixas em MHz 
Emissoras alocadas na cidade 
do Rio de Janeiro (Analógico) 
2 54 a 60 TV Brasil 
3 60 a 66 
4 66 a 72 TV Globo 
5 76 a 82 
6 82 a 88 RedeTV! 
7 174 a 180 Rede Bandeirantes 
8 180 a 186 
9 186 a 192 CNT 
10 192 a 198 
11 198 a 204 SBT 
12 204 a 210 
13 210 a 216 TV Record 
 Fonte: (APKAR MINASSIAN, 2007). 
A Tabela 4 explicita os canais de UHF do munícipio do Rio de Janeiro com os 
canais que devem ser desligados destacados em vermelho. 
30 
 
Tabela 4 – Canais de UHF do Rio de Janeiro. 
 
Fonte: (APKAR MINASSIAN, 2007). 
31A liberação da faixa de UHF do canal 51 ao 69 (692 MHz até 806 MHz) ocorre 
para utilização da expansão do serviço de comunicação móvel de quarta geração 
(LTE 4G) no Brasil e melhorar a qualidade e área de cobertura para atender a 
população que ainda não recebe este serviço ou recebe com baixa qualidade, que 
no Brasil cobre apenas cerca de 50% do território nacional e atinge apenas 
aproximadamente 40% da velocidade de uma conexão 4G ideal comparada aos 
países com maiores desempenho como Singapura e Nova Zelândia, que alcançam 
respectivamente velocidade média de 37 Mbps e 29 Mbps enquanto no Brasil a 
velocidade máxima é de 15 Mbps (AGRELA, 2016). A faixa de frequência de 700 
MHz (NEW MEDIA TECHNOLOGY TRADE SHOW AND CONFERENCE, 2013) 
possibilita cobertura de grandes áreas com o uso de menos antenas, o que permite 
entregar o sinal dos serviços de telecomunicações em áreas mais distantes, 
inclusive a áreas rurais, e com custos menores. Atualmente a tecnologia do 4G 
utiliza a faixa de frequência de 2,5 GHz, a alta frequência possui baixa a eficiência 
de cobertura do sinal. O fim da TV analógica é comumente chamado de Switch Off, 
que já foi executado em algumas cidades e possui um cronograma de desligamento 
das transmissões divulgado pelo Ministério das Comunicações conforme Tabela 5. 
Tabela 5 – Cronograma de desligamentos da transmissão analógica. 
 
Fonte: (COMUNICAÇÕES, MINISTÉRIO DAS, 2016). 
 
32 
 
Devido a diversos adiamentos, o desligamento total está previsto para até 
2023. Um dos principais motivos de adiamento é que o Ministério das Comunicações 
regulamentou que no mínimo 93% dos domicílios do munícipio a realizar o 
desligamento de suas transmissões analógicas estejam aptos a captar o sinal de TV 
digital no momento do Switch Off. O desligamento das transmissões analógicas do 
Rio de Janeiro está marcado para 25 de outubro de 2018. 
A ideia de desligamento das transmissões analógicas começou nos Estados 
Unidos, onde a televisão aberta via rádio frequência possui baixa demanda e as 
emissoras possuem baixa audiência por este canal. Com o crescimento tecnológico 
dos celulares se fez necessário realocação na banda de frequência mais baixa, 
porque a possui melhor cobertura de sinal e maior penetração nas estruturas, 
criando a possibilidade de aumentar as células de comunicação móvel. 
Essa manobra no Brasil vem devido a pressão financeira que Estados Unidos 
exercem na economia, mas a transmissão de TV no Brasil é muito presente, 
diferente de muitos países. Importante ressaltar que com o fim das transmissões 
analógicas o aumento das transmissões e recepções digitais é iminente, surgindo 
uma grande motivação deste trabalho, que é melhorar a qualidade de serviço de TV 
digital a partir da monitoração dos parâmetros com baixo custo e em grandes áreas 
para que haja um gerenciamento de rede que resulte na diminuição das interrupções 
e falhas dos sistemas de TV digital. 
2.6 A IMPORTÂNCIA DA TV DIGITAL E O SEU FUTURO 
A televisão no Brasil atinge cerca de 97,1% da população com estimativa de 
68 milhões de domicílios de acordo com dados realizados pela pesquisa mais 
recente feita 2014 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As 
informações estão no Suplemento de Tecnologias de Informação e Comunicação 
(TIC) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). 
A Tabela 6 demonstra o crescimento da quantidade de domicílios com 
telespectadores em 2,1% e o decrescimento da quantidade de domicílios ouvintes 
de rádio em 12%, a partir de pesquisa feita diretamente com domicílios brasileiros 
que cresceu de 57.324 em 2010 para 68.037 em 2015 (BUCCO, 2016). 
33 
 
Tabela 6 – Comparação entre consumidores de Rádio e TV de 2010 até 2015. 
Ano 2010 2011 2012 2013 2014 2015 
Rádio 81,40% 83,40% 80,90% 75,70% 72,10% 69,20% 
Televisão 95,00% 96,90% 97,20% 97,20% 97,10% 97,10% 
Domicílios (em milhares) 57.324 62.117 63.768 65.130 67.039 68.037 
 Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. 
Com o passar do tempo a televisão assumiu o lugar do rádio que até antes de 
2007 (ano de inauguração da televisão digital no país) era um meio de comunicação 
muito presente devido a sua facilidade de mobilidade e portabilidade. 
Com o surgimento da TV digital, a utilização da televisão pela população 
brasileira ganhou ainda mais consumidores por inúmeros motivos, principalmente 
pela mobilidade possibilitar que os telespectadores assistam TV em aparelhos 
portáteis e em movimento, por exemplo assistir TV no aparelho celular enquanto se 
viaja de ônibus. Além de ser um meio de comunicação informativo, ele é muito 
dinâmico, democrático e com a qualidade do serviço prestada pelas empresas de 
televisão aberta assume um número muito grande de lares. Geralmente o aparelho 
de TV não é descartado quando ultrapassado por novos televisores, muitos apenas 
realocam a utilização do televisor antigo, trocando de cômodo como da sala para o 
quarto ou cozinha ou sendo doada para outra pessoa, isso demonstra o laço que o 
telespectador tem com o aparelho de TV. Tudo isso confirma que a televisão é o 
meio de comunicação mais importante do país. 
Apesar de toda a popularidade da televisão existem dúvidas sobre o futuro da 
TV, já foram feitas transmissões experimentais em 3D, em 4K (Ultra HD) e até 
mesmo em 8K (Full Ultra HD), todas elas com sucesso, mas a tecnologia 3D se 
mostrou a menos possível para o futuro devido ao desconforto do telespectador. O 
HD já é passado, 4K é o presente e o 8K o futuro, mas não tão distante. 
Para falar de futuro é necessário se falar da nova geração de consumidores 
de mídia e informação, que é uma geração que já está conectada com a internet 
desde sua fase de alfabetização que já está solicitando mídia sob demanda e se a 
televisão não se adaptar estará em risco de perder sua posição de maior meio de 
comunicação. Isso não significa o fim da TV aberta, e sim uma tendência maior para 
programas ao vivo e transmissão de eventos esportivos, a tendência é que as 
emissoras de televisão disponibilizem sua programação em tempo real via internet. 
34 
 
3 O GERENCIAMENTO DOS SISTEMAS DE TV 
É evidente que a TV convencional ainda é muito importante e muito presente 
no Brasil, porém, está enfrentando novas mídias, novas tecnologias e evoluções dos 
veículos de comunicação, e com a ampliação da TV digital no Brasil ela será ainda 
mais necessária, solicitando cada vez mais qualidade e inovação para não perder 
assíduos telespectadores. O sistema de monitoração e gerenciamento de 
transmissão de TV é um assunto importante pois são verificadas lacunas no sistema 
atual que podem ser melhoradas para incrementar a qualidade da transmissão de 
TV. 
Se uma emissora ficar fora do ar por mais de 30 dias o caso é perda de 
concessão do canal segundo o decreto de Radiodifusão, N° 52.795, de 31/10/1963, 
conforme Capítulo IV do decreto: 
CAPÍTULO IV 
DAS INTERRUPÇÕES 
Art. 55. Sempre que os serviços de radiodifusão forem interrompidos por 
período superior a setenta e duas horas, as concessionárias e 
permissionárias de tais serviços deverão, no prazo de até quarenta e oito 
horas, comunicar ao Ministério das Comunicações o tempo e a causa de 
interrupção. (Redação dada pelo Decreto nº 8.061, de 2013). 
Parágrafo único. Caso a interrupção seja por prazo superior a 30 (trinta) 
dias consecutivos, salvo motivo de força maior devidamente provado e 
reconhecido pelo CONTEL, a concessão ou permissão será cassada, sem 
que assista à concessionária ou permissionária direito a qualquer 
indenização. 
3.1 SISTEMA ATUAL VERSUS SISTEMA PROPOSTO 
A monitoração atual há um complexo e confiável sistema de monitoração 
onde é garantida a integridade do sinal a ser transmitido, utiliza analisadores de TV 
profissionais de alto custo para analisar os sinais na etapa de transmissão instalados 
nas estações transmissoras e retransmissoras fornecendo uma análiseconcisa do 
sinal, porém apenas na transmissão. Se utiliza também sistemas de telemetria para 
estações de TV que utilizam comunicação móvel para transmitir os dados 
monitorados que são limitados a somente leituras técnicas a partir de contato seco 
como: 
• Presença e leitura de tensão da concessionária. 
• Nível de combustível nos tanques dos geradores de energia elétrica. 
• Potência de saída do transmissor. 
35 
 
Um agravante deste tipo de monitoração é a invasão aos equipamentos 
transmissores, geradores e no-breaks porque para realizar estas leituras é 
necessário o decepamento dos fios dos sistemas sensoriais de cada equipamento e 
em seguida é realizada uma emenda elétrica parasita entre o equipamento 
monitorador e a vulnerabilidade de isolamento criada no equipamento a ser 
monitorado, podendo acarretar diversas falhas graves nos equipamentos de 
interesse. Como todo sistema eletrônico existem alguns problemas, nesse caso 
impacta muito no produto final que é uma transmissão sem falhas, por diversas 
vezes há perda de contato com os sensores ou alarmes falsos, e perda de contato 
com o servidor. A Figura 8 ilustra um exemplo de sistema de monitoração por 
telemetria com uma estação transmissora principal localizada no Sumaré e quatro 
estações retransmissoras espalhadas pelo Rio de Janeiro, as setas vermelhas 
indicam que as informações são geradas nas retransmissoras e enviadas para a 
estação matriz que realiza o gerenciamento da rede de TV, a coloração sobre o 
mapa indica a área de cobertura real de cada estação. É um sistema de 
gerenciamento caro, eficaz, porém ineficiente porque não estende a monitoração à 
área de cobertura, invasiva porque apresenta riscos aos equipamentos monitorados 
e inflexível porque utiliza apenas o software proprietário do sistema para 
gerenciamento impedindo que a operação crie seus próprios sinópticos adaptados. 
Figura 8 – Monitoração por telemetria no Rio de Janeiro. 
 
Fonte: Autores. 
Após a transmissão desse sinal, podem ocorrer diversos tipos de 
interferências, como perdas de percurso, interferências no canal, interferência inter-
simbólica, interferências locais, entre outros tipos de ruído e também variações das 
36 
 
condições climáticas. Com a monitoração atual não existem dados para sinalizar 
essas interferências, apenas avaliação subjetiva do sinal demodulado. 
O que mais comumente acontece é o telespectador entrar em contato com a 
emissora e fazer sua reclamação, o que gera desconfiança do técnico por falta de 
dados precisos passada pelas pessoas. Diversos fatores dificultam ao telespectador 
sintonizar o sinal, alguns são: 
• Falta de visada com a torre transmissora; 
• Mau apontamento da antena; 
• Receptor com algum defeito; 
• Interferências; 
• Variações das condições climáticas; 
• Conectores ou cabos com defeito. 
São dados que uma pessoa que não tem muito conhecimento de televisão 
não consegue explicar na reclamação e abre margens para dúvida da informação. 
A Figura 9 demonstra o perfil de elevação do terreno em relação às estações 
de transmissão que ficam no Sumaré, Nova Iguaçu ou Mendanha e indica que a 
localização de uma telespectadora fica entre morros que impedem uma visada 
direta. 
Figura 9 – Perfil de Elevação entre a estação de TV e a telespectadora. 
 
Fonte: Criado no Google Earth pelo grupo deste trabalho. 
Um caso clássico de desperdício de mão de obra por falta de uma 
monitoração exata foi um evento em que uma telespectadora de São João do Meriti, 
37 
 
que ao ligar para a emissora de TV foi questionada sobre o que estava acontecendo 
e só soube responder que “...todas as outras emissoras estão funcionando bem, 
apenas 1 estava variando o vídeo...”. Para atender esta ocorrência foi necessária 
uma logística grande com muitos custos de equipamento e para ir um engenheiro na 
casa do telespectador para fazer uma prospecção de campo. Ao chegar no local e 
realizar as medições foi descoberto que o alinhamento era crítico e que deveria 
elevar a antena de recepção, 
A Figura 10 é o registro de uma medida feita com um analisador de espectro 
profissional que mediu o sinal do canal na localização reclamada pela 
telespectadora e apesar do local não ter um bom visual com as estações 
transmissoras, aumentando a elevação da antena de recepção se obteve 
demodulação perfeita, ou seja, um grande trabalho para uma falha do telespectador 
e que se resolve quando se tem um sistema de monitoração remoto como proposto 
neste trabalho. 
Figura 10 – Medida do canal digital de TV no local reclamado. 
 
Fonte: Disponibilizada por colaborador anônimo da TV Globo. 
Este trabalho pretende desenvolver e avaliar um protótipo para estudar a 
viabilidade de implementação de recursos e ferramentas, ou até um novo sistema de 
38 
 
gerenciamento da qualidade de serviço de TV digital completo, visando aumentar a 
eficiência de monitoração com ferramentas precisas em determinar as causas de 
falhas e interrupções de sinais, diminuir o tempo de detecção da ocorrência e 
doravante acionamento dos procedimentos de manutenção dos sistemas de 
transmissão de TV para restabelecer o serviço minimizando os prejuízos ao 
telespectador o mais rápido possível. Este projeto tem como foco principal a 
monitoração do sinal de TV a partir de medidas fixas e constantes presentes nas 
áreas de cobertura de transmissão, desta forma estendendo a ideologia de 
monitoração da radiodifusão para até a região do telespectador, criando um sistema 
completamente novo e inovador com as premissas de baixo custo e flexibilidade de 
operação e utilização gerando recursos tecnológicos incalculáveis. 
O sistema de gerenciamento proposto por este trabalho compreende 
basicamente em monitorar parâmetros de um ou mais canais de TV digital com o 
intuito de promover um gerenciamento da rede de TV digital em uma forma ampla 
através de medições contínuas em múltiplos pontos de uma determinada área de 
cobertura da estação transmissora ou até mesmo da área de cobertura total de toda 
rede de TV digital e desta forma criar uma política de qualidade de serviço 
atualmente inexistente na televisão digital, podendo até ser a base para a utilização 
de SLA (Service Level Agreement) ou Acordo de Nível de Serviço (ANS) comumente 
utilizado por provedores de serviços de tecnologia da informação e outros 
segmentos de telecomunicações pela primeira vez na história da televisão entre 
emissoras de TV e telespectadores através de agências reguladoras como ANATEL. 
Com resultados satisfatórios, este projeto substitui parte do sistema de 
monitoração atual, reduzindo custos, diminuindo a necessidade da utilização da 
Central de Atendimento ao Telespectador (CAT) para reclamações, traz 
independência a emissora de TV em relação ao telespectador, fornece exatidão e 
velocidade em relação à todas as falhas na área de cobertura de radiodifusão, 
diminuindo o tempo para resolução do problema e abre espaço para novos recursos 
e técnicas de monitoração. 
3.2 MATERIAIS E MÉTODOS 
Na criação do protótipo para este trabalho foi pesquisado incessantemente 
sobre tipos receptores e analisadores de TV, os principais tipos de receptores 
39 
 
cogitados para o protótipo foram: receptores de TV portáteis como Tivizen que utiliza 
Wi-Fi para transmissão de áudio e vídeo, smartphones com recepção de TV digital 
1-Seg, analisadores de TV profissionais (alto custo) e receptores de TV com 
interface USB. A Figura 11 ilustra os receptores: 
• Tivizen VTVl12; 
• Telefone móvel com TV digital; 
• Analisador profissional DMB2; 
Figura 11 – Receptores e analisadores de TV, Tivizen, DMB2 e telefone móvel. 
 
Fonte: Foto do site oficial Tivizen.com e Lineup.com.br. 
A Figura 12 ilustra o receptor e analisador de TV digital profissional Teamcast 
RQX-1510-E da empresa francesa Teamcast, similar em categoria ao DMB2. 
Figura 12 – Ilustração do analisador de TV digitalTeamcast RQX-1510-E. 
 
Fonte: Manual do Teamcast RQX-1510-E. 
A Figura 13 ilustra o receptor e analisador de TV digital profissional TSDA-
TDD 1000 desenvolvido e fabricado pela empresa brasileira TSDA, similar em 
categoria ao DMB2 e ao Teamcast, com o diferencial de ser totalmente nacional. 
40 
 
Figura 13 – Demodulador ISDB-Tb e medidor de QoS TSDA TDD-1000. 
 
Fonte: Manual de Usuário de equipamento. 
Foi adquirido um sintonizador de TV digital USB portátil da marca Encore 
Electronics, modelo ENUTV-DIT2. A Figura 14 ilustra o sintonizador e também a 
placa interna com o principal circuito integrado (Siano Mobile Silicon SMS1140) 
responsável pela sintonia dos sinais destacado em vermelho. 
Figura 14 - Receptor de TV Digital ENUTV-DIT2 da Encore Electronics. 
 
Fonte: Foto registrada pelo grupo deste trabalho. 
Um sintonizador de TV digital similar ao ENUTV-DIT2 também foi adquirido 
por ser portátil, utilizar interface USB possibilitando utilização em diversas 
plataformas, pelo baixo custo e utilizar um circuito integrado diferente promovendo 
resultados diferentes. É o receptor ilustrado na Figura 15 de modelo Pixelview TV 
PV-D231U distribuído pela empresa Prolink-USA junto a uma fotografia ampliada do 
41 
 
circuito integrado DIB8076MC que descreve todas as marcações de identificação do 
componente. 
Figura 15 - Receptor de TV Digital Pixelview PV-D231U da Prolink-USA. 
 
Fonte: (TV-SBTVD-FSEG, 2017) 
Verificado que o circuito integrado principal que realiza a tarefa de recepção 
do sinal de TV, chamado também de frontend, é o DIB8076MC da DiBcom. Este 
circuito integrado está muito presente na recepção de TV digital tanto ISDB-T quanto 
DVB-T e possui mais informações livres em páginas e fóruns na internet, 
aumentando a possibilidade de extração de dados e parâmetros de qualidade de 
sinal diretamente do circuito integrado visto que é possível encontrar na internet 
linguagens de programação e firwmare que se realizam comunicação com este 
frontend. 
Como os receptores de TV USB necessitam de um computador para 
operação, foi utilizado máquina de arquitetura avançada com instruções 
computacionais reduzidas, do inglês, arquitetura ARM ou Advanced RISC Machine, 
mais precisamente, uma plataforma de sistema embarcado com nome comercial de 
Raspberry Pi utilizando sistema operacional Raspbian (Debian de distribuição Linux 
(W GAY, 1999) desenvolvido especialmente para o Raspberry Pi) instalado em um 
cartão de memória com capacidade de armazenamento de 8 GB. Este sistema 
operacional pode ser encontrado no website oficial do Raspberry Pi e foi criado pela 
Fundação Raspberry Pi. Basicamente é um microcomputador do tamanho de um 
cartão de crédito e que foi originalmente desenvolvido com o propósito de criar um 
dispositivo de baixo custo que aumenta as habilidades de programação e 
entendimento de hardware a nível pré-universitário, mas graças ao seu tamanho 
pequeno e preço acessível, rapidamente foi adotado para projetos que requerem 
mais do que um microcontrolador básico. 
42 
 
A Figura 16 é a vista de cima do Raspberry Pi com a indicação didática de 
todas as principais interfaces como GPIO (General Purpose Input-Output), USB, 
Ethernet, HDMI, TRS P2, alimentação e entrada para micro-SDC (Secure Digital 
Card). 
Figura 16 - Raspberry Pi 2 Model B e suas interfaces. 
 
Fonte: Foto e desenho realizado pelo grupo deste trabalho. 
A Figura 17 é o esquema da mecânica do Raspberry Pi. 
Figura 17 - Desenho mecânico Raspberry Pi. 
 
Fonte: Fundação Raspberry Pi https://www.raspberrypi.org/documentation/hardware. 
 
A Tabela 7 demonstra as especificações técnicas do Raspberry Pi. 
https://www.raspberrypi.org/documentation/hardware
43 
 
Tabela 7 - Especificações técnicas do Raspberry Pi. 
Especificações Raspberry Pi 
Processador 
Broadcom BCM2836 ARM Quad-core Cortex-
A7 cluster 
Frequência de relógio 1,2 GHz 
Memória RAM 1 GB 
Adaptador Wi-Fi 802.11n integrado 
Bluetooth 4.1 BLE integrado 
Conector de mídia HDMI 
USB 4 portas 2.0 
Conector Ethernet Sim 
Interface para câmera (CSI) CSI (Camera Serial Interface) 
Interface para display (DSI) DSI (Display Serial Interface) 
Armazenamento Cartão microSD 
Saída de áudio Conector TRS P2 e HDMI 
Entradas e saídas 40 pinos GPIO 
Dimensões 85 x 56 x 17 mm 
Tensão contínua de alimentação 5,1 V 
Consumo típico de corrente 700-1000 mA 
Consumo máximo de corrente 2,5 A 
Preço (Farnell Networks) US$ 35,00 
Tempo de Boot ou Reboot 10 a 270 segundos. 
Fonte: Fundação Raspberry Pi https://www.raspberrypi.org/documentation/hardware. 
Esta plataforma foi escolhida porque possui baixo custo comparada a 
qualquer outro computador, possui a melhor relação custo-benefício no quesito de 
desempenho e aplicabilidade, atende as especificações de hardware necessárias 
para funcionar com o sintonizador de TV USB conforme dados do fabricante, alta 
facilidade de implementação, possui hardware aberto com exceção do CI (circuito 
integrado) principal (Broadcom) e foi desenvolvido para operar com distribuições 
Linux, possui pequenas dimensões, baixíssimo consumo, por sua versatilidade e ser 
de código aberto, abrindo uma série incalculável de possibilidades. 
Importante para decisão na escolha do receptor é que este atenda as normas 
da ABNT e especificações de mercado sendo compatível com outros receptores e 
com o sistema de transmissão. A Figura 18 ilustra a configuração básica de um 
receptor de TV digital que é formado por um sintonizador de canais, um 
demodulador e um decodificador de áudio e vídeo, formando um IRD (Integrated 
Receiver Decoder), receptor e decodificador integrado, além de uma antena UHF 
interligada ao IRD por um cabo coaxial de RF para faixa de UHF. 
https://www.raspberrypi.org/documentation/hardware
44 
 
Figura 18 - Configuração básica de um receptor. 
 
Fonte: Conforme as normas (ABNT, 2016). 
Fonte: Norma Brasileira ABNT NBR 15604 – Televisão digital terrestre – Receptores. 
Em detalhe na Figura 19 está ilustrado a configuração básica de um IRD com 
destaque para os blocos essências na realização de medidas como BER, SNR, 
Nível de Sinal e MER. 
Figura 19 – Configuração básica de um IRD. 
 
Fonte: Norma Brasileira ABNT NBR 15604 – Televisão digital terrestre – Receptores (ABNT, 2016). 
Muitos dispositivos receptores foram descartados imediatamente, 
demonstrados na Tabela 8 com a descrição da variação de preços dos 
equipamentos na segunda coluna, funcionamento de cada um na terceira coluna 
assim como o motivo de descarte na quarta coluna. 
45 
 
Tabela 8 - Receptores de TV testados e descartados para o projeto. 
Dispositivo 
Variação de 
Preço 
Como funciona Motivo de Descarte 
Receptor 
portátil 
Tivizen - 
VTVI12 e 
similares 
R$ 200,00 ~ R$ 
300,00 
Sintoniza canais de 
TV digital e transmite 
o sinal telefone 
móvel via Wi-Fi. 
Instabilidade na interface entre Tivizen e 
plataformas de recepção de áudio/vídeo; 
Baixa autonomia; Instabilidade na 
recepção; 
Blindagem eletrônica/programável; 
Smartphone 
com TV 
digital 
R$ 479,00 ~ R$ 
R$ 1.538,00 
Sintonia canais 1- 
Seg diretamente do 
celular usando um 
aplicativo e antena 
pelo conector de 
áudio. 
Alto custo dos aparelhos de celular; 
Não sintoniza sinal HD; 
Infinitos recursos desnecessários; 
Dificuldade de extrair dados técnicos por 
necessitar de conhecimentos de 
linguagem de programação Java e 
Android; 
Desperdício de um equipamento que 
não foi feito para TV. 
Analisadores 
Profissionais 
(DMB2 e 
outros) 
R$ 2.752,52 ~ 
R$ 27.958,00 
Demodula e analisa 
sinal de TV digital em 
alto nível e 
performance 
profissional. 
Orçamento inaceitável para proposta do 
projeto; 
Impossibilidade de manipular os dados 
de forma livre. 
Softwares proprietários. 
 Fonte: Pesquisas e experimentos realizados pelo grupo deste trabalho. 
O DMB2-ISDB-T, desenvolvido e fabricado no Japão, é o equipamento 
recomendado,

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