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MA22 - Unidade 13 - Parte 2 O Teorema do Valor Médio - continuação Luiz Manoel Figueiredo Mário Olivero PROFMAT - SBM 13 de maio de 2013 Teorema de Rolle Se f : [a, b] → R é cont́ınua em [a, b] e derivável no intervalo aberto (a, b) e f (a) = f (b) então existe pelo menos um número c ∈ (a, b) tal que f ′(c) = 0. É um caso especial do Teorema do Valor Médio para f (a) = f (b). No livro, o Teorema de Rolle é provado primeiro, usando ele, prova-se o Teorema do Valor médio. b b b f ′(c) = 0 ca b b b b b f ′(c1) = 0 f ′(c2) = 0 c1 c2a b PROFMAT - SBM MA22 - Unidade 13 - Parte 2 slide 2/8 Exemplo 1 Seja a função f (x) = x3 − x + 1. Temos que f (−1) = f (1) = 1. Pelo Teorema de Rolle, há pelo menos um valor de x ∈ (−1, 1) tal que f ′(x) = 0. Como f (x) = x3 − x + 1 =⇒ f ′(x) = 3x2 − 1, então f ′(x) = 0⇒ 3x2 − 1 = 0⇒ x2 = 1 3 ⇒ x = ± 1√ 3 = ± √ 3 3 . Tanto √ 3 3 quanto − √ 3 3 estão contidos no intervalo (−1, 1). 1−1 b b b b √ 3 3− √ 3 3 1 PROFMAT - SBM MA22 - Unidade 13 - Parte 2 slide 3/8 Exemplo 2 Mostre que a função f (x) = x3 + ax + b, com a > 0, possui uma única raiz real. Como f (x) é uma função polinomial de grau ı́mpar, lim x→−∞ f (x) = −∞ e lim x→∞ f (x) =∞ . Pelo Teorema do Valor Intermediário, estudado na Unidade 8, existe um x0 ∈ R tal que f (x0) = 0. Se houvesse outra raiz x1, então teŕıamos f (x0) = f (x1). Portanto, existiria um c ∈ (x0, x1) (caso x0 < x1) ou c ∈ (x1, x0) (caso x1 < x0) tal que f ′(c) = 0. Mas observe que a derivada de f é f ′(x) = 3x2 + a. Assim, f ′(x) = 0 =⇒ 3x2 + a = 0 =⇒ x = ± √ −a 3 . Como, por hipótese, a > 0, então f ′ não tem raiz real, contradizendo f ′(c) = 0. Portanto, não há outra raiz x1. PROFMAT - SBM MA22 - Unidade 13 - Parte 2 slide 4/8 Proposição Seja f : [a, b]→ R função cont́ınua em [a, b] e derivável em (a, b) tal que f ′(x) = 0 para todo x ∈ (a, b). Então f é constante em (a, b). Demonstração: Sejam x0, x1 ∈ [a, b], com x0 < x1. então f é cont́ınua em [x0, x1] e derivável em (x0, x1). Pelo Teorema do Valor Médio, existe c ∈ (x0, x1) tal que f ′(c) = f (x1)− f (x0) x1 − x0 . Mas f ′(c) = 0, logo f (x1)− f (x0) = 0 =⇒ f (x1) = f (x0), ou seja, a função tem o mesmo valor para quaisquer pontos x0, x1 ∈ (a, b). Resulta que f é constante em (a, b) e, por continuidade, constante em [a, b]. PROFMAT - SBM MA22 - Unidade 13 - Parte 2 slide 5/8 Proposição Sejam f , g : [a, b]→ R duas funções cont́ınuas e deriváveis em (a, b). Se f ′(x) = g ′(x) para todo x ∈ (a, b) então existe k ∈ R tal que f (x) = g(x) + k para todo x ∈ (a, b). Em outras palavras, Se duas funções têm a mesma derivada em todo ponto então diferem no máximo por uma constante. Seja h(x) = f (x)− g(x). Então h é cont́ınua em [a, b] e derivável em (a, b) e h′(x) = f ′(x)− g ′(x) = 0, para todo x ∈ (a, b) . Pela Proposição anterior, h(x) deve ser constante, isto é, existe k ∈ R tal que h(x) = k =⇒ f (x) = g(x) + k, para todo x ∈ (a, b). PROFMAT - SBM MA22 - Unidade 13 - Parte 2 slide 6/8 Exemplo - Movimento uniformemente acelerado Mostre que a posição e velocidade de um objeto em movimento uniformemente acelerado são dadas pelas equações: v = v0 + at s = s0 + v0t + 1 2 at2 , em que a é a aceleração, v a velocidade, s a posição, v0, s0 respectivamente a velocidade e posição em t = 0. PROFMAT - SBM MA22 - Unidade 13 - Parte 2 slide 7/8 continuação Um movimento uniformemente acelerado é aquele em que a aceleração a é constante. Assim, v ′(t) = a. Mas a função f (x) = at tem a mesma derivada que v , logo difere de v por uma constante, v(t) = at + k . Como v0 = v(0) = a · 0 + k = k , resulta v(t) = at + v0 . Com relação à posição s(t), temos s ′(t) = v(t) = at + v0. Mas, comparando com a função g(t) = v0t + 1 2at 2, vemos que g ′(t) = v0 + at = s ′(t), ou seja, g(t) e v(t) têm a mesma derivada. Portanto s(t) = g(t) + k , para alguma constante k . Avaliando em t = 0, obtemos s0 = s(0) = v0 · 0 + 12 · a · 0 2 + k =⇒ s0 = k e, portanto, s(t) = s0 + v0t + 1 2 at2 . PROFMAT - SBM MA22 - Unidade 13 - Parte 2 slide 8/8
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