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ANÁLISE RETROSPECTIVA DE DADOS DE MORTALIDADE DEVIDO A MICOSES SISTÊMICAS NO INÍCIO DO SÉCULO 21

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ANÁLISE RETROSPECTIVA DE DADOS DE MORTALIDADE DEVIDO A MICOSES
SISTÊMICAS NO INÍCIO DO SÉCULO 21
As micoses sistêmicas são infecções fúngicas patogênicas que possuem capacidade de
atingir todos os órgãos do indivíduo infectado. Essas doenças são constantemente
negligenciadas, mesmo causando um alto índice de mortalidade mundial. No Brasil, os
únicos dados disponíveis sobre as patologias fúngicas são os de óbito, disponíveis pelo
Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Desta forma, o objetivo do trabalho é
avaliar a frequência de óbitos por micoses sistêmicas no Brasil durante o século 21. Para a
coleta de dados de mortalidade por micoses sistêmicas, foram utilizados os códigos CID-10,
B37: Candidíase; B38: Coccidiodomicose; B39: Histoplasmose; B40/B41:
Paracoccidioidomicose; B44: Aspergilose; B45: Criptococose; B46: Zigomicose. Os dados
de mortalidade foram coletados e agrupados de 4 em 4 anos. Como resultado, a
Paracoccidioidomicose também denominada como Blastomicose, apresentou-se como a
principal causa de mortes de 2001 a 2016, sendo superada pela Criptococose e Candidíase
no quadriênio 2017 a 2020, em pacientes imunocompetentes da região sudeste. A
Paracoccidioidomicose apresenta maior número de casos nas regiões norte, sudeste e
centro-oeste, sendo que a Candidíase está como a segunda causa de morte nas regiões
nordeste e sudeste, e a Criptococose nas regiões centro-oeste e sudeste. Além disso, as
micoses sistêmicas estão entre as principais causas de infecções oportunistas em pacientes
imunocomprometidos, por exemplo pelo HIV/AIDS. O controle do HIV/AIDS está ligado ao
impacto das micoses sistêmicas na saúde pública. A Histoplasmose, Candidíase e
Criptococose são uma das infecções oportunistas mais comuns em pacientes com essa
imunodeficiência. De 2001 a 2004 com uma média de 48%, a candidíase aumentou seus
dados e frequência de mortalidade em 49% nos meados de 2017 a março de 2020, aqui
mostrando 97% do total, sendo que, de 149 (2001- 2004) e 260 mortes (2017-2020), o
estado mais afetado é o Sudeste, com 93 e 131 mortes respectivamente. Acredita-se que
esse número pode ser subestimado. Existem muitas falhas de saúde pública em torno das
doenças causadas por fungos na área de prevenção, diagnóstico e controle. A inexistência
de uma vacina antifúngica licenciada é uma, fortalecendo a limitação mercadológica para o
tratamento dessas infecções. Tendo em vista os fatos observados, caso continuemos a
ignorar essas perspectivas, provavelmente as micoses sistêmicas terão um maior impacto
na saúde humana nos próximos anos.

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