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eletrotecnica aula 05

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ELETROTÉCNICA BÁSICA 
AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Fábio José Ricardo 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Esta aula tem por objetivo apresentar os tipos de DR (dispositivo 
diferencial residual) utilizados para a proteção de choques elétricos e incêndio 
nas instalações. 
Outra finalidade é demonstrar os tipos básicos de motores elétricos a 
corrente contínua (CC) e corrente alternada (CA), os cálculos básicos 
relacionados à motores, incluindo rendimento destes, os sistemas de partidas 
mais comuns existentes como também partidas com equipamentos eletrônicos. 
Por fim, são demonstradas algumas proteções utilizadas nos motores 
elétricos, tais como fusíveis e relés de proteção. 
TEMA 1 – DISPOSITIVO DIFERENCIAL RESIDUAL – DR 
Um dos temas extremamente considerados em proteções está 
relacionado à corrente residual dos circuitos ou corrente diferencial-residual. Não 
é incomum situações de choques elétricos em pessoas, crianças que entram em 
contato com partes metálicas que apresentam um certo nível de corrente residual 
do ramal alimentador ou outro circuito que deva estar protegido. 
O dispositivo de proteção normal (muitas vezes disjuntor de proteção) 
acaba não sendo a forma mais correta ou adequada de proteção contra esses 
níveis de corrente, uma vez que são equipamentos mais robustos destinados a 
proteção de sobrecarga e curto-circuito. 
Para isso são utilizados os famosos DR (dispositivo residual) nos pontos 
de proteção para que atuem e interrompam o circuito em presença de correntes 
diferenciais residuais. Um exemplo desse dispositivo está na Figura 1. 
Para a proteção de pessoas contra choques elétricos, os ramais 
alimentadores e circuitos devem estar protegidos também através dos DRs para 
30mA. Quando se trata apenas de proteção para a propriedade ou itens 
materiais, o DR pode ser utilizado com configuração de 300mA. 
O princípio básico de funcionamento dos DRs está na questão de que os 
valores de corrente que circulam no condutor neutro devem ser nulas (ou zero). 
Desta forma, o dispositivo é composto de quatro polos, sendo três fases e um 
neutro, para que possa, através de minitransformadores internos, medir as 
correntes que circulam nos condutores. 
 
 
3 
Figura 1 – Exemplo de dispositivo residual diferencial 
 
Para um circuito trifásico, sem a presença de neutro, o sistema também 
funciona adequadamente, já que a soma das correntes também deve ser nula 
para cargas trifásicas. Em qualquer alteração, o DR entenderá que pode haver 
uma fuga de correntes residuais para partes metálicas ou que o equipamento 
está com problemas. 
De acordo com a NBR 5410:2004, qualquer que seja o esquema de 
aterramento, deve ser objeto de proteção complementar contatos diretos por 
dispositivos a correntes diferencial-residual de alta sensibilidade, isto é, com 
corrente residual inferior a 30mA. 
Ainda a aplicação dos DRs segue algumas premissas, como: 
• O uso do DR não dispensa, em qualquer hipótese, o uso do condutor de 
proteção no circuito; 
• O DR deve garantir o seccionamento de todos os condutores fase 
(protegidos) e o neutro (caso este esteja no circuito também); 
• O DR deve conter todos os condutores fase e neutro (caso seja presente); 
• No DR nunca deve passar o condutor de proteção ou aterramento; 
• Os DRs devem ser instalados de forma que não interrompam 
intempestivamente os circuitos, ou seja, vários DRs devem ser instalados 
aos circuitos para que, em caso de presença de correntes residuais, não 
haja interrupção total dos demais circuitos no mesmo quadro ou na 
mesma fonte de energia. 
O uso dos DRs é obrigatório ainda nas seguintes situações: 
• Nos circuitos que alimentam pontos de utilização situados em locais 
contendo banheira ou chuveiro elétrico; 
 
 
4 
• Nos circuitos que alimentam pontos de tomadas localizados em 
ambientes externos em edificações; 
• Nos circuitos que, em áreas de habitação, alimentem pontos de tomada 
localizadas em cozinhas, copas, lavanderias, áreas de serviço, garagens 
e demais dependências, com altura inferior a 2,5m; 
• Nos circuitos em que as tomadas estejam instaladas em áreas sujeitas a 
lavagens; 
• A proteção poderá ser usada individualmente nestes circuitos ou por 
grupo deles. 
TEMA 2 – MOTORES ELÉTRICOS 
Um motor elétrico é um equipamento que transforma energia elétrica em 
energia mecânica através da potência transferida ao seu eixo. Os motores são 
divididos em dois tipos: 
1. Motores de corrente contínua. 
2. Motores de corrente alternada. 
São aplicados em diversos equipamentos, em eletrodomésticos, na 
indústria, no comércio ou nas residências. Podem ser alimentados através de 
energia em baixa tensão, com níveis conhecidos como 380V ou 220V, ou até 
mesmo em tensões maiores quando se tratar de aplicações de grande porte, 
como moedores industriais, silos de cimento, entre outros. 
2.1 Motores de corrente contínua 
São motores acionados por uma fonte de corrente contínua. Para isso, é 
necessário que a indústria seja equipada com uma fonte de corrente contínua 
com capacidade para alimentação do equipamento, por isso esses tipos de 
motores são mais aplicados em situações em que necessite o ajuste fino de 
velocidade ou controle total da velocidade, não encontrado nos motores de 
corrente alternada. 
Esses motores se dividem em: 
• Motores CC em série: 
o Este tipo de motor utiliza a corrente de carga para excitação das 
bobinas internas do motor; as bobinas de campo são ligadas em série 
 
 
5 
com as bobinas do induzido da máquina. A grande desvantagem deste 
tipo de motor é que não é possível rodar a vazio, ou sem carga, pois, 
devido à característica de ligação, a velocidade tenderia a aumentar 
indefinidamente, causando danos ao motor. 
• Motores CC em derivação: 
o Neste motor, as bobinas de campo estão ligadas diretamente à fonte 
de energia CC e também em paralelo às bobinas do induzido do 
equipamento. Com uma tensão constante da fonte, estes motores 
permanecem com velocidade constante, porém com um conjugado 
variável, atendendo às variações da carga. 
• Motores CC compostos: 
o Já neste motor CC, as bobinas de campo são divididas em duas partes, 
sendo uma ligada em séria e outra em paralelo com o induzido do 
motor. A grande vantagem deste tipo de motor é que desenvolve um 
elevado conjugado de partida e velocidade constante no acionamento 
de cargas, principalmente cargas variáveis. 
2.2 Motores de corrente alternada trifásicos 
São motores acionados por uma fonte de corrente alternada, 
especialmente os motores trifásicos que recebem as três fases, defasadas de 
120º entre elas. A Figura 2 exemplifica as partes básicas de um motor trifásico. 
Figura 2 – Motor trifásico – 3D 
 
Os motores elétricos em corrente alternada são os mais aplicados, 
principalmente na indústria. Existem vários tipos de motores, dos quais podemos 
citar os síncronos e assíncronos, diferenciando-se nas questões construtivas das 
bobinas de campo, rotor, induzido, entre outras partes. 
 
 
6 
Os motores são divididos basicamente em duas partes: 
• Estator: formados por carcaça, núcleo de chapas e enrolamentos; 
basicamente é a parte visível e fixa do motor (Figura 4 – Exemplo de rotor 
de motor trifásico) 
• Rotor: constituído de eixo, núcleo de chapas, barras e anéis de curto-
circuito (motor de gaiola) e enrolamentos (motor com rotor bobinado) 
(Figura 4). 
Figura 3 – Exemplo de estator de motor trifásico 
 
Figura 4 – Exemplo de rotor de motor trifásico 
 
Demais componentes que fazem parte de um motor: 
• Ventilador: dispositivo responsável pela retirada e ventilação do motor, 
quando em funcionamento; 
• Tampa defletora: instalada na parte traseira do motor, logo após o 
ventilador; 
• Terminais: dispositivos que servem para a alimentação dos terminais 
elétricos do motor; 
 
 
7 
• Rolamentos: dispositivos instalados no eixo do motor, para garantira 
perfeita rotação; 
• Tampa: componente de fechamento lateral do motor; 
• Caixa de ligação: parte destinada ao acondicionado dos terminais do 
motor. 
O princípio básico de funcionamento dos motores trifásicos está na 
defasagem de 120º entre as fases. Quando as bobinas de campo são 
alimentadas por uma fonte externa, induzem um campo magnético sobre o rotor 
que tenderá a se alinhar com o campo produzido. Como este campo é girante, 
em decorrência da corrente alternada, o rotor acaba girando, constantemente, 
enquanto houver alimentação do motor. O sentido de giro dependerá da 
sequência positiva ou negativa das fases. 
2.3 Motores de corrente alternada monofásicos 
Os motores monofásicos (ou bifásicos) são aplicados em situações em 
que não se exige grande potência em equipamentos, por isso são mais 
empregados em aparelhos eletrodomésticos ou máquinas de pequeno porte na 
indústria, geralmente que não exijam uma potência acima de 15 cv. 
Estes motores possuem dois conjuntos de bobinas internas, em vez de 
três, como são construídos os motores trifásicos. A partida inicial e a definição 
de giro destes motores são feitas através de um enrolamento colocado no 
estator, defasado de 90º em relação ao enrolamento principal. Este enrolamento 
normalmente também é ligado a um capacitor, para garantir a defasagem, e a 
um interruptor centrífugo que, após dar a partida, desliga o referido enrolamento, 
mantendo em alimentação apenas os enrolamentos principais. 
2.4 Motores tipo universal 
Os motores denominados universais possuem a capacidade de funcionar 
tanto em corrente alternada como em corrente contínua, dependendo da ligação 
interna que é feita. Esses tipos de motores são comumente utilizados nos 
eletrodomésticos e em pequenos equipamentos. 
 
 
8 
2.5 Outros tipos de motores 
Outros tipos de motores ainda podem ser encontrados, dentre os quais 
citamos: 
• Motores assíncronos trifásicos com rotor em gaiola; 
• Motorfreio trifásico; 
• Motores de alto rendimento, etc. 
TEMA 3 – CÁLCULO DE VARIÁVEIS EM MOTORES 
Os motores trifásicos, especialmente os que funcionam em corrente 
alternada, possuem os três tipos de potência já citadas em aulas anteriores: 
• Potência ativa (W): é a parcela de energia elétrica que realmente é 
transferida ou transformada em rotação no eixo do motor; 
• Potência reativa indutiva (var): potência destinada ao funcionamento do 
motor, relacionada ao efeito Joule e às diversas condições necessárias 
para a excitação do motor e seu funcionamento; a potência reativa está 
ligada ao fator de potência do motor; 
• Potência aparente (VA): conforme triângulo de potências, esta é a soma 
vetorial das duas outras potências do motor e dependerá do valor do fator 
de potência e de características construtivas deste. 
O motor ainda dependerá do seu rendimento, ou seja, fatores que estão 
ligados às perdas internas denominadas perdas Ôhmicas. Essas perdas estão 
relacionadas a: 
• Perdas por efeito Joule nas bobinas do estator; 
• Perdas por efeito Joule nas bobinas do rotor; 
• Perdas por efeito magnético no estator (perdas no ferro); 
• Perdas por efeito magnético do rotor; 
• Perdas por atrito, ocasionado nos mancais, rolamentos e demais partes 
móveis; 
• Perdas por ventilação. 
Por isso, antes da aplicação, a análise das características do motor faz-
se necessária para verificar se ele fornecerá a potência necessária ao eixo, 
mantendo o torque mínimo exigido pela carga e pela velocidade. 
9 
3.1 Cálculo de corrente em um motor 
Para o cálculo da corrente de um motor, ou potência a ser transmitida, 
utiliza-se a fórmula de circuitos trifásicos, porém acrescentando agora a variável 
de rendimento (η). 
𝑃𝑃 = √3 𝑥𝑥 𝑉𝑉 𝑥𝑥 𝑖𝑖 𝑥𝑥 cos 𝜑𝜑 𝑥 𝜂𝜂
Sendo: 
𝑃𝑃 = potência do motor 
𝑉𝑉 = tensão de alimentação do motor 
𝑖𝑖 = corrente do motor 
𝜂𝜂 = rendimento do motor 
Vale ressaltar que a corrente calculada, através da fórmula descrita, 
refere-se à corrente nominal ou situação em que o motor está à plena carga, 
dentro das condições determinadas pelo fabricante. Esta corrente será a base 
para o dimensionamento dos dispositivos de proteção e partida do motor, bem 
como dispositivos auxiliares de funcionamento contínuo. 
Exercício resolvido 1: 
Um motor trifásico de 10 cv é alimentado na tensão de 380V. Sabe-se que 
o fator de potência deste motor é de 88% e que o rendimento é de 92%. Calcule
o valor da corrente elétrica que ele exige da fonte de alimentação.
Resolução: 
𝑃𝑃 = √3 𝑥 𝑉𝑉 𝑥 𝑖𝑖 𝑥 cos 𝜑𝜑 𝑥 𝜂
10 𝑥 736 = √3 𝑥 380 𝑥𝑥 𝑖𝑖 𝑥𝑥 0,88 𝑥 0,92
𝑖𝑖 = 13,81𝐴𝐴 
Exercício resolvido 2: 
Um motor trifásico é alimentado na tensão de 440V. Sabe-se que o fator 
de potência deste motor é de 85% e que o rendimento é de 90%. Sabendo que 
ele exige da fonte uma corrente elétrica de 25,91A, determine qual é a potência 
aproximada deste motor em HP. 
10 
Resolução: 
𝑃𝑃 = √3 𝑥𝑥 𝑉𝑉 𝑥𝑥 𝑖𝑖 𝑥𝑥 cos 𝜑𝜑 𝑥 𝜂
𝑃𝑃 = √3 𝑥𝑥 440 𝑥𝑥 25,91 𝑥𝑥 0,85 𝑥 0,90
𝑃𝑃 = 15105,74 𝑊𝑊 
𝑃 = 15105,74 𝑊 
746
𝑃𝑃 = 20,25 HP 
TEMA 4 – PARTIDA DE MOTORES 
Ao contrário de cargas normais, tais como lâmpadas, tomadas e 
eletrodomésticos, para um correto funcionamento, os motores necessitam ser 
acionados, ou alimentados de energia, através de dispositivos especiais. 
Poucos motores são acionados diretamente com o uso de disjuntores ou 
chaves de comando. Na grande maioria das vezes, recebem a energia passando 
antes por sistemas de dispositivos especiais chamados de contatoras. A Figura 
5 exemplifica este tipo de dispositivo. 
A quantidade de contatoras utilizadas para o acionamento ou a partida de 
um motor dependerá do sistema de partida utilizado, que também está ligado à 
potência nominal do motor e à tensão nominal de alimentação, bem como à 
utilização dele (aplicação). 
 
 
11 
Figura 5 – Exemplo de contatora trifásica 
 
Em vias de regra, a partida de um motor pode elevar em cerca de 10 vezes 
o valor da corrente nominal devido às características construtivas e, muitas 
vezes, ao motor estar sendo acionado sob condições de carga nominal. Isso 
reduz muito a sua vida útil e provoca danos à instalação. 
As concessionárias determinam que motores acima de 5 cv tenham sua 
partida indireta, ou seja, a tensão nominal de alimentação seja reduzida em um 
determinado tempo, durante a partida, e este receba o valor completo de tensão 
somente após um tempo percorrido. 
4.1 Partida direta 
Em geral, para motores de até 5 cv, a partida pode ser feita de forma 
direta, ou seja, alimentado o motor logo de início com o valor nominal de tensão 
de trabalho. A Figura 6 demonstra o esquema elétrico de uma partida direta para 
motores pequenos. 
Normalmente esses motores não possuem uma necessidade de torque 
inicial tão elevado e assim podem receber a energia diretamente da rede. No 
esquema notam-se as proteções iniciais da rede e do ramal alimentador do 
motor, efetuado através de fusíveis de proteção, logo a seguir, em série, a 
contatora “k1”, com os contatos normalmente abertos, para alimentação do 
motor. Em seguida, tem-se o relé térmico de proteção do motor (contra correntes 
de sobrecarga, sobretensões etc.), denominado “k7”, e, por fim, o motor trifásico. 
 
 
 
 
 
 
12 
Figura 6 – Esquema elétrico de partida direta 
 
A parte esquerda do esquema elétrico é denominada “diagrama de força” 
e, logo à direita, tem-se o “diagrama de comando”. No diagrama de comando, 
tem-se a representação das ligações dos botões (ou botoeiras) de comando para 
fechamento e abertura da contatora k1 e alimentação do motor. O botão “B1” 
(tipo pulso) efetua o sinal para alimentação da bobina da contatora “k1”. Esta, 
por sua vez, fecha os contatos de força, levando alimentação ao motor. O contato 
auxiliar de “k1” (normalmente aberto), no diagrama de comando, faz o papel de 
“selante” da energia, fazendocom que a bobina da contatora permaneça 
energizada, mantendo o motor alimentado. 
A botoeira “B0” funciona como botão de desliga e/ou emergência e, 
quando acionada, retira a alimentação da bobina da contatora “k1”, fazendo com 
que esta cesse o envio de energia aos terminais do motor. 
Nota-se também, no início do diagrama de comando, que há, em série, o 
contato auxiliar do relé de proteção “k7”, para que, em eventuais problemas com 
o motor (sobrecargas e outros), o diagrama de comando seja aberto 
automaticamente, desenergizando também o motor. 
Lâmpadas sinalizadoras ainda podem ser incluídas no diagrama para 
indicar a ligação do motor e outras sinalizações necessárias. 
 
 
13 
4.2 Partida indireta estrela/triângulo 
Para motores acima de 5 cv, a partida deve ser feita com o uso de 
dispositivos que entreguem uma tensão menor, em relação à nominal, aos 
terminais do motor. O sistema mais conhecido e utilizado na partida de motores 
nesta categoria, pela praticidade e pelo baixo custo, é a partida estrela/triângulo. 
Nesta partida, o motor (trifásico) recebe uma energia √3 vezes menor em 
relação à tensão nominal. Se a tensão da rede é, por exemplo, de 380V entre as 
fases, o motor será alimentado inicialmente em 220V por um período 
determinado. Desta forma, a corrente de partida não se eleva em relação a uma 
partida direta. 
Uma desvantagem direta deste sistema é que, assim como a corrente de 
partida é diminuída, o torque inicial do motor também cai para 1/3 em relação à 
nominal, fazendo com que o motor perca potência inicial. Por isso, este tipo de 
partida é recomendada em situações em que a carga presa ao eixo não 
ultrapasse 1/3 da potência necessária nominal em situação de partida. 
A Figura 7 demonstra o esquema elétrico de uma partida estrela/triângulo. 
Figura 7 – Esquema elétrico de partida estrela/triângulo 
 
Tem-se, neste tipo de partida, o uso de três contatoras, e não mais uma 
apenas, como efetuado na partida direta. Inicialmente serão fechadas as 
contatoras “k1” e “k3” fazendo com que o motor receba uma tensão menor na 
 
 
14 
partida. Após um tempo determinado, a contatora “k3” sai de operação, e a 
contatora “k2”é fechada. 
O tempo de fechamento é ditado pelo acréscimo de um relé de tempo, 
instalado no sistema de comando. Note que vários outros contatos das 
contatoras são necessários para garantir os contatos de “selo” ou também para 
intertravamento entre as contatoras, evitando assim curto-circuito na rede. 
É importante salientar, no entanto, que o motor deve possuir os terminais 
disponíveis na caixa de ligação, referente aos 3 conjuntos de bobinas internas 
do estator (motor de 6 pontas), para que o fechamento estrela/triângulo seja 
possível, uma vez que este ocorre dentro do motor, nas bobinas de campo, e 
não nas contatoras. Estas são apenas dispositivos para auxiliar na ligação. 
A contatora “k3” normalmente é dimensionada para uma corrente de 
menor valor, já que inicialmente o motor não atingirá os valores nominais, 
durante sua partida, porém as demais contatoras (“k1” e “k2”) são determinadas 
pelo valor nominal de corrente e tensão do motor. 
4.3 Partida indireta autotransformador 
Outra partida indireta de motores é o sistema de autotrafo, equipamento 
que garante a injeção de uma tensão menor em relação à nominal. A Figura 8 
exemplifica esse tipo de partida. 
Nesse tipo de partida, um autotransformador é inserido no circuito de força 
e energizado com a tensão nominal da rede. Ele possui alguns “taps”, ou 
derivações intermediárias, que garantem a saída de uma tensão menor em 
relação à nominal para a partida do motor. Inicialmente, fecham-se as contatoras 
“k2”, “k3” e “k4” e, após determinado tempo, as contatoras “k2” e “k4” se abrem 
e a contatora “k1” se fecha, fornecendo a tensão nominal ao motor. 
Esse sistema utiliza mais contatos auxiliares no diagrama de comando, 
bem como sinalizações. Possui a vantagem de escolha do nível de tensão, 
através dos taps selecionados no transformador, o que possibilita maior número 
de combinações de partida, dependendo da carga atribuída do eixo do motor. 
 
 
 
 
 
 
15 
Figura 8 – Esquema elétrico de partida com autotrafo 
 
Uma grande desvantagem é que o autotransformador possui um limite de 
operações por minuto, devido ao alto aquecimento que ocorre em cada partida, 
limitando assim as aplicações. Esse sistema está se tornando obsoleto e é 
normalmente encontrado em instalações antigas. 
4.4 Partida indireta eletrônica 
Devido às limitações das partidas indiretas verificadas acima 
(estrela/triângulo e compensada), com o tempo surgiram equipamentos 
eletrônicos para a partida indireta dos motores de grande potência. 
Um dos primeiros dispositivos inseridos no mercado foi o softstarter de 
acionamento, equipamento eletrônico de maior custo, porém que proporciona a 
partida do motor em rampa, ou seja, equalizando a tensão de entrada de acordo 
com a necessidade da carga, tempo necessário para chegar à velocidade 
nominal, entre outros aspectos. Esse dispositivo reduz sensivelmente a corrente 
de partida e prolonga a vida útil do motor. O seu desligamento também pode ser 
 
 
16 
efetuado em rampa, e os tempos, bem como níveis de início de tensão e término, 
podem ser determinados no dispositivo. Outra vantagem é que um mesmo 
dispositivo pode ser aplicado para partidas de vários motores em sequência, 
como também para o desligamento. A Figura 9 demonstra o dispositivo de 
softstarter. 
Figura 9 – Softstarter 
 
Uma grande desvantagem do softstarter é que ele permite somente a 
partida ou desligamento em rampa, não sendo possível alterar o nível de rotação 
do motor. Uma vez determinados os parâmetros, o motor partirá em rampa até 
atingir os valores determinados. 
Para aplicações em que se deseja o controle de velocidade, o dispositivo 
de variador de frequência na partida indireta de motores é mais recomendado. 
Este trata-se de um segundo dispositivo eletrônico que surgiu no mercado e que, 
além do controle de tensão inicial e final do motor, permite o controle do nível de 
frequência, possibilitando assim o controle de velocidade do equipamento. 
Um único variador de frequência pode também ser aplicado à partida de 
vários motores, porém, neste caso, não é possível efetuar o controle de 
velocidade dos motores com exceção do último da série, que poderá ficar 
conectado ao variador. A Figura 10 exemplifica um variador de frequência 
existente no mercado. 
 
 
 
17 
Figura 10 – Variador de frequência 
 
TEMA 5 – PROTEÇÃO DE MOTORES 
Assim como qualquer circuito elétrico, os motores necessitam ser 
protegidos contra situações adversas da rede. Para equipamentos que não 
utilizam motores, as proteções são realizadas através de disjuntores e 
dispositivos similares. No caso de motores, principalmente devido à corrente de 
partida acima da nominal, a proteção não deve ser recomendada através de 
disjuntores, apesar da existência de alguns modelos próprios. 
5.1 FUSÍVEIS 
A proteção mais usual para circuitos de força e comando é através dos 
fusíveis, tanto diazed quanto NH, dependendo da aplicação e da corrente 
nominal. Os fusíveis atuam com uma curva de retardo, permitindo assim a 
incidência da corrente de partida acima da nominal, por um determinado tempo 
(imposto pela curva de atuação do fusível). Uma vez acionado, o fusível 
interrompe a fase em que está ligado. A grande desvantagem desse sistema de 
proteção é que a interrupção se dá unitariamente, permitindo que o motor ainda 
receba as demais fases, podendo sobrecarregá-lo. A Figura 11 traz exemplo de 
fusíveis do tipo diazed para pequenas correntes. 
 
 
 
 
 
 
 
18 
Figura 11 – Fusíveis diazed 
 
Já a Figura 125.2 traz exemplo de fusíveis do tipo NH, utilizados para 
correntes de maior intensidade. 
Figura 12 – Fusíveis NH 
 
5.2 Relés bimetálicos 
A Figura 13 mostra um exemplode relé de proteção do tipo bimetálico, 
instalado logo abaixo das contatoras tripolares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
Figura 13 – Relés bimetálicos 
 
Esse tipo de dispositivo normalmente é instalado em uma das contatoras 
do sistema de partida dos motores, geralmente na que permanecerá em 
condições contínuas de operação. O dispositivo trabalha dentro de uma fixa de 
corrente predeterminada pelo fabricante, garantindo que o motor opere, dentro 
da situação normal de operação, dentro da corrente nominal. Em qualquer 
alteração de corrente, acima da faixa determinada, o relé vai atuar desligando o 
sistema através de um sinal enviado ao sistema de comando. 
5.3 Relés falta de fase 
Outro dispositivo muito aplicado na proteção de motores é o relé de 
proteção contra falta de fase, que garante, em situações de falha em uma das 
três fases, ocasionada pela rede, pela queima de um fusível ou outros incidentes, 
que o sistema seja totalmente desligado. Esse equipamento garante que o motor 
não opere com duas fases apenas, provocando aquecimento pela alta corrente 
que estará presente. 
5.4 Outros tipos de proteções 
Além dos citados acima, outros tipos de relés de proteção e dispositivos 
podem ser inseridos para proteção dos motores, tais como: 
• Relés de frequência; 
• Relés de sobretensão; 
• Relés de corrente; 
• Relés de proteção de arco voltaico, entre outros. 
 
 
20 
Para cada aplicação, pode ser exigida uma proteção diferenciada e/ou 
especial, dependendo do equipamento a ser protegido. 
FINALIZANDO 
Nesta aula, vimos os tipos de DRs, proteções contra choques elétricos e 
incêndio nas instalações elétricas. 
Foram citados os principais tipos de motores existentes, tanto em corrente 
contínua como corrente alternada, as partes componentes de cada motor, os 
cálculos de variáveis como corrente nominal, rendimento e potência, os sistemas 
de partidas mais comuns encontrados como partida direta, estrela/triângulo e 
compensada. Por fim, apresentaram-se os principais equipamentos e acessórios 
utilizados na proteção dos motores e dos circuitos elétricos que alimentam estes. 
 
 
 
21 
REFERÊNCIAS 
MAMEDE FILHO, J. Instalações Elétricas Industriais. 8. ed. Curitiba: LTC, 
2010. 
CREDER, H. Instalações Elétricas. 16. ed. Curitiba: LTC. 
COTRIM, A. A. M. B. Instalações Elétricas. 5. ed. 2010. 
 
	Conversa inicial
	TEMA 1 – Dispositivo Diferencial Residual – DR
	TEMA 2 – Motores Elétricos
	2.1 Motores de corrente contínua
	2.2 Motores de corrente alternada trifásicos
	2.3 Motores de corrente alternada monofásicos
	2.4 Motores tipo universal
	2.5 Outros tipos de motores
	TEMA 3 – Cálculo de Variáveis em Motores
	3.1 Cálculo de corrente em um motor
	TEMA 4 – Partida de Motores
	4.1 Partida direta
	4.2 Partida indireta estrela/triângulo
	4.3 Partida indireta autotransformador
	4.4 Partida indireta eletrônica
	TEMA 5 – Proteção de Motores
	5.1 Fusíveis
	5.2 Relés bimetálicos
	5.3 Relés falta de fase
	5.4 Outros tipos de proteções
	FINALIZANDO
	REFERÊNCIAS

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