Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 INFORMÁTICA INDUSTRIAL E ROBÓTICA INDUSTRIAL 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 3 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 4 SISTEMAS DE AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL ........................................... 5 O que são e para que servem os sistemas de automação? ................ 6 Reflita ............................................................................................... 6 As fases de automação de sistemas .................................................... 7 A Visão Sistêmica ............................................................................... 10 Compreendendo o cenário de automação ...................................... 11 Problema pratico ................................................................................ 13 Avançando na pratica ..................................................................... 14 FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA DE ROBÔS ................................. 15 Nomenclatura ..................................................................................... 15 Anatomia dos braços mecânicos industriais ...................................... 16 Configuração dos robôs ..................................................................... 18 Robô cartesiano ou pórtico ............................................................. 20 Robô cilíndrico ................................................................................ 20 Robô esférico ou polar .................................................................... 21 Robô SCARA .................................................................................. 22 Robô articulado ou revoluto ............................................................ 23 Robô paralelo ................................................................................. 24 Sensores de movimento e posição .................................................... 24 Resolver ......................................................................................... 24 Codificadores óticos ....................................................................... 25 Sensores externos ............................................................................. 26 2 Aplicações de robôs ........................................................................... 28 REFERENCIAS ..................................................................................... 31 3 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 4 INTRODUÇÃO No contexto atual de extrema competitividade, a inovação é um desafio permanente para todas as organizações, independentemente da sua área de negócio ou sector de atividade. A gestão da inovação é tão importante quanto fundamental, para uma organização que aposta na melhoria contínua e que ambiciona criar valor para os clientes e/ou colaboradores. Na verdade, as inovações no âmbito das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) são, não raras vezes, o motor para levar as organizações ao sucesso e para as manter na vanguarda perante os seus concorrentes, não sendo exceção as organizações industriais. As capacidades oferecidas pelas TIC, mudaram os processos de negócios e o paradigma das práticas industriais. Estas TIC têm potencial para criar um novo tipo de engenharia industrial, assente naquilo que se vai denominando de Informática Industrial. A Informática Industrial, centra-se na automação da indústria baseada no conhecimento, como um meio para melhorar os processos de fabricação e de produção industrial. Abrange uma coleção de técnicas que usam análise, manipulação e distribuição de informações para obter maior eficiência, eficácia, confiabilidade e/ou segurança dentro do ambiente industrial. Neste enquadramento, o número vinte e sete da RISTI (Revista Ibérica de Sistemas e Tecnologias de Informação) presta uma atenção especial à Informática Industrial, com um conjunto diversificado de contribuições, que vão desde a automação industrial, passando pela Indústria 4.0, até aos determinantes da competitividade deste sector. Não obstante, neste número da RISTI, também são publicados alguns artigos que extravasam o âmbito da Informática Industrial. 5 SISTEMAS DE AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL Os sistemas de automação industrial representam uma classe de sistemas que apresentam um determinado nível de autonomia, ou seja, que de alguma forma eles são capazes de realizar um conjunto de ações, operações ou funções sem que seja necessária a intervenção humana direta para a sua realização. A Figura 1 ilustra como a estrutura fundamental de um sistema de automação industrial pode ser interpretada. Figura 1 - Elementos básicos de um Sistema de Automação Sabe-se que, com o constante avanço tecnológico e a globalização em que se vive, você precisa refletir sobre a questão de ter de desenvolver um projeto de modernização de uma planta industrial voltada para a manufatura, tendo em vista o seu reposicionamento em termos de competitividade no mercado. Para isso, a primeira coisa a ser feita será avaliar as condições tecnológicas da indústria em termos de níveis de automação presentes nos processos de fabricação. Além disso, para que a indústria possa pertencer a uma determinada cadeia produtiva, você deverá adequar o seu projeto de automação às normas vigentes, tanto para melhorar sua produtividade como para melhorar a qualidade de seus processos, considerando que essa indústria apresenta problemas de paradas repentinas, sem diagnóstico de falhas em seus dispositivos físicos. Acrescenta-se ainda a importância de serem desenvolvidos modelos adequados, que possam 6 justificar as sugestões tecnológicas que serão apresentadas por você. Dessa forma, essas sugestões poderão ser documentadas e servir de especificação inicial para as fases subsequentes do desenvolvimento do projeto de automação em questão. Por conseguinte, nesta seção, você deverá se focar na questão inicial de fazer uma análise do cenário de automação presente em um sistema produtivo. Como engenheiro responsável pelo desenvolvimento desse projeto, como você avaliaria a necessidade de melhorias nos níveis de automação associados aos processos de fabricação existentes para obter um índice de produtividade desejável? O que são e para que servem os sistemas de automação? Você já deve ter ouvido falar que automação é sinônimo de desemprego. Será que isto é verdade? A automação surgiu como uma solução para melhorar dois aspectos fundamentais em sistemas produtivos: a questão da qualidade e a questão da produtividade. A partir desses aspectos, derivam-se vários outros, como: redução de custos, segurança, mudançade setor de atuação no mercado de trabalho, dentre outras. Podemos definir automação como uma tecnologia desenvolvida com o propósito de controlar a produção em sistemas produtivos por meio de recursos associados à Mecânica, à Eletrônica, à Computação e ao Controle (LAMB, 2015). Enquanto utilizarmos o elemento humano para realizar operações repetitivas para a fabricação de itens, corre-se o risco de as operações não serem executadas exatamente da mesma maneira durante todo o tempo por todos os trabalhadores. Por sua vez, é humanamente impossível manter um nível elevado de produtividade que seja homogêneo envolvendo diversos trabalhadores que vivem a cada dia diferentes circunstâncias em termos de saúde, intelecto e emoções em suas vidas. Reflita Em tempos de crise, como será o impacto da automação no setor produtivo? 7 Uma vez que vivemos em um mundo globalizado, os termos competitividade e concorrência assumem uma proporção gigantesca. As opções de mercado são muito grandes para atender a demanda de um determinado cliente. Se você representa uma empresa que fornece um determinado produto, pense sobre o que seria uma vantagem frente aos seus concorrentes para obter êxito no mercado. Um produto confiável e com custo reduzido é o grande diferencial que todas as empresas almejam alcançar e aprimorar dia após dia. Como a automação pode ser uma alternativa viável para que uma determinada empresa ocupe um patamar de competitividade no mercado, de modo a ser projetada como líder em um determinado segmento? Pense a respeito e conclua sobre a importância da estratégica da automação na sobrevivência de uma empresa. As fases de automação de sistemas Uma vez que o propósito da automação é aplicar recursos tecnológicos para melhorar o desempenho e a qualidade dos sistemas produtivos, precisamos entender que existem fases para essa evolução tecnológica. Esse princípio precisa ser entendido para que você possa analisar o cenário de automação em que se encontram as empresas que você conhece ou na qual atua ou atuará em breve, como engenheiro formado. O primeiro momento em que se atuou para automatizar as coisas aconteceu em termos de desenvolvimento de mecanismos. Um exemplo clássico foi o desenvolvimento de James Watt no século XVIII de uma máquina a vapor capaz de controlar a pressão do vapor em seu interior a partir do uso de um mecanismo de válvula de alívio que mantinha a pressão constante, dentro de um patamar desejável. Isso nos revela que um primeiro contexto de automação está presente a partir de mecanismos que são projetados de forma engenhosa para controlar o movimento, a aplicação de momentos e forças que resultam na transformação de energia e realização de trabalho, conforme estudado nas leis da Física (MIYAGI, 2011). 8 O segundo momento aconteceu com o desenvolvimento da eletrônica de estado sólido, em que os transistores foram desenvolvidos para a implementação de circuitos eletrônicos. Isso alavancou o desenvolvimento de circuitos digitais e permitiu o avanço no projeto de computadores digitais, o que revolucionou o controle de sistemas pela utilização dessas máquinas de processamento. Dessa forma, uma nova fase da automação surgiu, na qual dispositivos programáveis poderiam ser utilizados para automatizar sistemas. Nesse contexto, precisamos ficar atentos para uma evolução importante causada pela eletrônica: o desenvolvimento de controladores programáveis. A evolução dos recursos computacionais ocorre de forma exponencial e percebemos um avanço na integração de dispositivos programáveis por meio de redes de comunicação. O cenário passa a ser de sistemas produtivos complexos que podem ser constituídos por várias partes, que, por sua vez, constituem subsistemas de sistemas maiores, interligados de alguma forma para que as metas de produção de uma enorme variedade de produtos sejam fabricadas. Nesse contexto, observa-se que o setor produtivo é formado a partir do conceito de cadeias produtivas, representantes de conjuntos de empresas, constituindo sistemas produtivos que colaboram entre si para a fabricação dos mais variados produtos. Os dispositivos que compõem um sistema produtivo podem ser classificados, fundamentalmente, como: Dispositivos de processamento, que constituem estações de trabalho que causam mudança de estado no item que está sendo processo, agregando valor a ele. Dispositivos de montagem, que constituem estações de trabalho que resultam na agregação ou junção de partes para composição de um produto. Os robôs são largamente utilizados para este fim. Dispositivos para manipulação de itens, realizando operações de carga e descarga deles nas estações de processamento, e de armazenamento e descarga, por exemplo. Estas atividades costumam ser realizadas por robôs manipuladores. Dispositivos para inspeção e testes de qualidade, que verificam se os itens produzidos estão dentro das especificações estabelecidas. 9 Dispositivos de transporte, que movimentam os itens que estão sendo fabricados entre as estações que constituem o sistema produtivo. Podem ser formados por esteiras transportadoras, robôs móveis do tipo manipuladores aéreos ou, até mesmo, veículos autônomos de transporte (VATs). Dispositivos de controle, que podem estar presentes nos diversos dispositivos citados anteriormente (embarcados) e que podem ser utilizados para a integração deles, para que haja um controle adequado de execução das diversas funções pertinentes a um sistema produtivo. Considerando esse contexto, percebe-se nitidamente que a questão de os dispositivos de controle serem programáveis ratifica o fato de os recursos computacionais permearem de forma contundente as arquiteturas de sistemas produtivos em vigência. Portanto, assim que você se deparar com um sistema produtivo, você deve compreender que (MIYAGI, 2011; LAMB, 2015): Existem mecanismos que garantem o controle automático de máquinas. Existem sistemas eletroeletrônicos programáveis e reprogramáveis capazes de controlar máquinas, robôs e transportadores, que podem ser agrupados para constituírem sistemas produtivos. Existem sistemas computacionais que podem estar embarcados nos elementos que constituem os sistemas produtivos. Esses sistemas computacionais podem ser utilizados como controladores para automatizar todo um sistema complexo, que pode estar integrado por redes de comunicação e é capaz de produzir uma série de produtos diversificados. Dessa forma, observa-se que a automação pode estar inserida por meio de mecanismos, por meio de dispositivos eletroeletrônicos e por meio de dispositivos computacionais em um sistema produtivo com seus elementos constituintes. Essa visão de sistema é fundamental para que o engenheiro possa resolver problemas de automação. 10 A Visão Sistêmica Um ponto importante a respeito do perfil de um engenheiro que você precisa aprender é sobre a forma como ele pensa para resolver os problemas que aparecem em sua vida profissional. Primeiramente, é preciso entender que para a solução de um problema é necessário representá-lo de alguma forma. Essa representação deve ser feita a partir da construção de um modelo. Por exemplo, se eu pedir para você representar uma bola de futebol, como você procederia? Poderia fazer um desenho esquemático mostrando em detalhes a superfície e as costuras dessa bola, certo? Você iria desenhar o campo de futebol? E as traves? E a torcida na arquibancada? Certamente, você pararia para pensar e se depararia com a necessidade de delimitar “quem” e “o quê” participaria de sua representação. Veja a definição de sistema, descrita a seguir: Um sistema é formado por um conjunto de elementos que interagem entre si para realizar um determinado comportamento. Portanto, você deve assimilar duas questões:I. Um sistema é formado por um conjunto de elementos. II. Só pertencem a esse conjunto os elementos que efetivamente estão envolvidos com a realização das atividades que o sistema deve executar. Se você retirar um elemento de um sistema e ele continuar funcionando como antes, então esse elemento nunca pertenceu ao sistema. Quando você for resolver um problema de engenharia, o primeiro desafio consiste no estabelecimento de uma fronteira e na definição de qual é o sistema que constitui o seu problema. Feito isso, você deverá selecionar os elementos que fazem parte dele e estará pronto para construir um modelo do seu sistema. Em outras palavras, você estaria aplicando uma visão sistêmica. 11 Compreendendo o cenário de automação De uma forma tradicional, podemos classificar a automação em três contextos: fixa, programável e flexível. O objetivo dessa classificação é capacitá-lo a interpretar em qual contexto tecnológico ocorreu ou ocorrerá a implantação da automação em um determinado sistema produtivo. Inicialmente tem-se a automação fixa, que corresponde a um cenário de sistema produtivo no qual sua produção é focada em um determinado produto, sem variações em sua especificação, ou seja, são produtos consagrados que podem ser produzidos de forma rígida sem haver preocupação com novos lançamentos, que exigem uma inovação constante. Imagina que você resolva fabricar parafusos. Certamente você não precisará manter uma equipe de engenharia focada em inovar o seu produto a cada sessenta dias. Dessa forma, observa-se que os dispositivos utilizados nesses sistemas produtivos automatizados podem ser de baixa flexibilidade, ou seja, dedicados a executar um determinado conjunto de operações que são mantidas de forma padronizada por longos períodos de tempo e que refletem o ciclo de vida desses produtos. As máquinas e dispositivos utilizados nesse tipo de sistema produtivo são as mais rígidas possíveis e não se deve investir em flexibilidade operacional para esses elementos. Por sua vez, a automação programável está presente em sistemas que necessitam trabalhar com lotes de produção que podem ser constituídos por famílias de peças a serem fabricadas. Famílias de peças são agrupamentos de peças com semelhanças em termos dos processos de fabricação que devem sofrer para gerar um determinado produto final. Por exemplo, eu posso colocar cinco tipos de peças em um mesmo grupo porque essas peças devem sofrer um mesmo processo de usinagem - torneamento, por exemplo - e que podem ser processadas por uma mesma máquina flexível (torno, no caso), que possua troca automática de ferramenta. Esse contexto de produção está associado à necessidade de fabricação de lotes de produtos. Quando for necessário fabricar um novo lote diferente de peças, deve-se reprogramar as máquinas de forma adequada (GROOVER, 2011). Por fim, tem-se a automação flexível. Esse tipo de automação envolve a presença de máquinas altamente flexíveis, capazes de atuar na execução 12 de diferentes processos de forma simultânea, sem que haja a necessidade de segmentar a produção por meio de lotes. Nesse cenário, não é necessário gastar um tempo adicional para reprogramar as máquinas para a fabricação de produtos diferentes. Nitidamente, é preciso entender que as máquinas constituintes desses sistemas produtivos precisam ser de grande flexibilidade operacional, o que provoca um aumento do investimento para aquisição e manutenção desses recursos, o que refletirá diretamente no custo final dos produtos que estiverem sendo fabricados (GROOVER, 2011). Uma vez entendido esse contexto de automação, é necessário que você aprenda a avaliar as características associadas à natureza do sistema produtivo. Podemos ter sistemas de produção para grandes volumes, nos quais o que importa é a alta produtividade de produtos que exigem máquinas extremamente dedicadas e sincronizadas para que a produtividade seja altíssima, barateando o custo desses produtos. Existem também os sistemas produtivos que são voltados para a produção em lotes, que exigem um preparo do sistema para diferentes lotes, não por causa da limitação tecnológica de seus dispositivos de produção, mas por causa da natureza dos produtos que são fabricados, que podem exigir descontaminação da linha de produção, por exemplo, antes de iniciar um novo lote. Existem ainda os sistemas produtivos voltados para a produção em pequenos volumes e que envolvem grande variedade de produtos a serem fabricados, porque o ciclo de vida deles é muito curto e necessitam de intervenções frequentes de inovação nos processos de produção. Portanto, quando for analisar o contexto de automação de um sistema produtivo, aprenda a verificar a natureza do sistema em primeiro lugar para depois avaliar qual é a melhor solução de automação. Agora que estamos concluindo esta seção, você já deve estar apto a pensar a respeito de como associar uma visão sistêmica com a questão da natureza de um sistema produtivo e a questão da decisão do tipo de automação que deve ser agregada para que este sistema apresente um diferencial competitivo. 13 Problema pratico Você deve aplicar um procedimento para a solução do seu problema. Uma vez que o problema proposto foi descrito de uma forma genérica, vamos apresentar uma sistemática que poderá ser utilizada sempre que você se deparar com um problema real em sua vida profissional, no qual detalhes de especificação do sistema e do seu comportamento estarão explicitados e que poderão ser claramente declarados de acordo com o procedimento a seguir: 1º Passo: Visão Sistêmica Na situação-problema, apresentada inicialmente, existe um sistema produtivo. Portanto, em primeiro lugar, você deverá separar quais são os elementos que fazem parte do seu sistema produtivo para, então, fazer uma análise de necessidades. Isso evita que você incorra em um dos seguintes erros: Erro do aquém: simplificação da solução, desconsiderando partes do sistema que não deveriam ser ignoradas. Erro do além: complicação da solução, considerando partes do sistema que não deveriam ser consideradas, porque não estão funcionalmente envolvidas na execução dos processos que ocorrem no sistema produtivo. 2º Passo: Análise da natureza do sistema produtivo Você deve descrever exatamente a natureza dos processos que são executados no sistema, identificando o volume de produção envolvido, a necessidade de realização de produção segmentada em lotes e a possibilidade de execução simultânea de diferentes processos, se for o caso. 3º Passo: Análise dos tipos de automação Com base nos levantamos realizados nos passos anteriores, verifique qual é o tipo adequado de automação que deve ser aplicado. Não esqueça que se exagerar na rigidez perderá a flexibilidade para inovações futuras; e se exagerar na flexibilidade irá gerar um custo agregado ao produto que pode comprometer a competitividade da empresa. Aplicando esse método, você será capaz de propor soluções de automação que sejam condizentes com a necessidade de seu problema. 14 Avançando na pratica Descrição da situação-problema Considere que você já atua em uma indústria farmacêutica e que, agora, você está envolvido na implantação de uma nova linha de produção de medicamentos de alto custo para o controle de câncer de pulmão. Qual tipo de automação você associaria a essa linha? Resolução da situação-problema Aplicando o procedimento visto anteriormente, temos: 1º Passo: Visão Sistêmica Inicialmente você deve considerara hipótese de queodesenvolvimento de drogas para o câncer envolve altos investimentos e que, até que uma droga ser aprovada para aplicação nos seres humanos, há um tempo de minimamente dez anos para esse ciclo de desenvolvimento. Nesse contexto, você entenderá que não deve envolver fabricação de forma compartilhadacom outras drogas, para finalidades diferentes, e também não deve excluir a possibilidade de fabricação de forma compartilhada com outras drogas, mas para outros tipos de câncer, que apresentem similaridades. 2º Passo: Análise da natureza do sistema produtivo O sistema produtivo deve envolver um controle crítico de qualidade e isso implica na utilização de autoclaves (equipamento utilizado para esterilização) para que não haja risco de contaminação. Nesse contexto, a produção em lotes para o controle do medicamento é essencial. 3º Passo: Análise dos tipos de automação A partir do contexto apresentado, podemos considerar a decisão de implementar um sistema de automação com a flexibilidade de um sistema de automação programável. Dessa forma, será possível reprogramar o sistema para diferentes lotes e, ao mesmo tempo, será respeitada a questão do controle de qualidade da fabricação de cada lote. 15 FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA DE ROBÔS A robótica abrange tecnologia de mecânica, eletrônica e computação. Além disso, participam em menor grau teoria de controle, microeletrônica, inteligência artificial, fatores humanos e teoria de produção. Neste capitulo serão analisadas as características dos robôs industriais que permitem avaliar o grau de aplicação de um determinado braço a um determinado processo produtivo. Serão também estudados os fundamentos teóricos dos elementos que definem características físicas do braço, bem como o desempenho dinâmico e o sistema de controle. Nomenclatura As máquinas robóticas podem ser classificadas segundo critérios distintos. Por exemplo, podem ser agrupadas quanto à aplicação, quanto à cadeia cinemática, quanto ao tipo de atuadores, quanto à anatomia, etc. Sequer o termo robô possui um significado único. Pode tanto representar um veículo autônomo quanto um humanóide ou um simples braço com movimentos. O grau de interatividade com agentes externos permite classificá-los em totalmente autônomos, programáveis, sequenciais ou ainda inteligentes. De certa forma, dada a quantidade de aplicações que surgem a cada momento, é praticamente impossível ter-se uma única forma de classificação para robôs. Para concentrar esforços no objetivo definido aqui, a abrangência deste manuscrito será limitada a robôs industriais. Eles são, em sua grande maioria, máquinas projetadas para substituir o trabalho humano em situações de desgaste físico ou mental, ou ainda situações perigosas e repetitivas no processo produtivo em indústrias. Com isso descartam-se aqueles que possuem o atrativo da forma humanóide, mas que são de pouca serventia no ramo industrial. Veículos autônomos e outras formas robóticas também ficam de fora. Na terminologia aqui empregada, um robô será composto de um circuito eletrônico computadorizado de controle e um mecanismo articulado denominado manipulador. Porém, serão igualmente utilizados, sem distinção, os termos: robô, braço mecânico, 16 mecanismo robótico, manipulador, manipulador mecânico, manipulador robótico. Para compreender melhor a tecnologia robótica, serão analisados, a seguir, alguns fatores que caracterizam os manipuladores e que são, em grande parte, responsáveis por tornar uma determinada configuração de braço mais adequada a uma dada automação. Entre estas características citam-se: anatomia, volume de trabalho, sistemas de acionamentos, sistema de controle, desempenho e precisão, órgãos terminais, sensores, programação. Anatomia dos braços mecânicos industriais O braço robótico (Groover, 1988) é composto pelo braço e punho. O braço consiste de elementos denominados elos unidos por juntas de movimento relativo, onde são acoplados os acionadores para realizarem estes movimentos individualmente, dotados de capacidade sensorial, e instruídos por um sistema de controle. O braço é fixado à base por um lado e ao punho pelo outro. O punho consiste de várias juntas próximas entre si, unidas por elos compactos, que permitem a orientação do órgão terminal nas posições que correspondem à tarefa a ser realizada. Na extremidade do punho existe um órgão terminal (mão ou ferramenta) destinada a realizar a tarefa exigida pela aplicação. A Figura 2 mostra esquematicamente uma sequência de elos e juntas de um braço robótico. Nos braços reais, a identificação dos elos e juntas nem sempre é fácil, em virtude da estrutura e de peças que cobrem as juntas para protegê-las no ambiente de trabalho. 17 Fig. 2 – Esquema de notação de elos e juntas num braço mecânico ilustrativo. Numa junta qualquer, o elo que estiver mais próximo da base é denominado elo de entrada. O elo de saída é aquele mais próximo do órgão terminal, como ilustrado na Figura 3. Fig. 3 – Sequência de elos numa junta de um braço robótico. A Figura 4 mostra um braço robótico industrial, com todas as suas partes. Num braço mecânico antropomórfico (que se assemelha ao braço humano), os elos são denominados seqüencialmente de base, braço e antebraço. 18 Fig. 4 – Anatomia do braço robótico fabricado pela RRRobotica. Configuração dos robôs A configuração física dos robôs de cadeia aberta (Groover, 1988) está relacionada com os tipos de juntas que ele possui. Cada configuração pode ser representada por um esquema de notação de letras, como visto anteriormente. Considera-se primeiro, os graus de liberdade mais próximos da base, ou seja, as juntas do corpo, do braço e posteriormente do punho. Um braço mecânico é formado pela base, braço e punho. O braço é ligado a base e esta é fixada ao chão, à parede ou ao teto. É o braço que efetua os movimentos e posiciona o punho. O punho é dotado de movimentos destinados a orientar (apontar) o órgão terminal. O órgão terminal executa a ação, mas não faz parte da anatomia do braço robótico, pois depende da aplicação a ser exercida pelo braço. A movimentação do braço e a orientação do punho são realizadas por juntas, que são articulações providas de motores. Em resumo, a base sustenta o corpo, que movimenta o braço, que posiciona o punho, que orienta o órgão terminal, que executa a ação. Em geral utilizam-se três juntas para o braço e de duas a três juntas para o punho. Os elos do braço são de grande tamanho, para permitir um longo alcance. Por outro lado, os elos do punho são pequenos, e, às vezes, de comprimento nulo, para que o órgão terminal se desloque o mínimo possível durante a orientação do punho. Adota- 19 se uma nomenclatura para os manipuladores com base nos tipos de juntas utilizadas na cadeia de elos, que parte da base em direção ao órgão terminal. Assim um manipulador TRR teria a primeira junta (da base) torcional, e as duas seguintes seriam rotacionais. O punho segue a mesma notação, porém indica- se a separação entre o corpo e o punho por dois pontos “:”, como por exemplo, TRR:RR. As configurações típicas para o braço e o punho de robôs industriais são apresentadas nas Tabelas 1 e 2. As configurações de braços e punhos industriais mais comuns são descritas nas seções seguintes. 20 Tabela 1 – Esquema de notação para designar configurações de robôs Configuração do robô – braço e corpo Símbolo Configuração cartesiana LLL Configuração cilíndrica LVL Configuração articulada ou revoluta TRR Configuração esférica TRL Configuração SCARA VRL Tabela 2 – Esquema de notação para designar configurações do pulso Configuração do robô – (pulso) Símbolo Configuração Punho de 2 eixos RT Configuração Punho de 3 eixos TRT Robô cartesiano ou pórtico O robô de coordenadas cartesianas, ilustrado na Figura 5 usa três juntas lineares. É o robô de configuração mais simples, desloca as três juntas uma em relação à outra. Este robô opera dentro de um envoltório de trabalho cúbico. É também denominado de pórtico. Robô cilíndrico Estebraço possui na base uma junta prismática, sobre a qual se apóia uma junta rotativa (revolvente ou torcional). Uma terceira junta do tipo prismática é conectada na junta rotativa formando uma configuração LVL, como mostra a Figura 6, ou ainda TLL. Este braço apresenta um volume de trabalho cilíndrico. 21 Fig. 5 – Robô cartesiano (LLL) Fig. 6 – Braço robótico cilíndrico Robô esférico ou polar Este tipo de braço robótico foi projetado para suportar grandes cargas e ter grande alcance. É bastante utilizado para carga e descarga de máquinas, embora o braço revoluto seja mais comum nestas aplicações. Ele conta com duas juntas rotativas seguidas de uma junta prismática, como observado na Figura 7. A primeira junta move o braço ao redor de um eixo vertical, enquanto que a segunda junta gira o conjunto ao redor de um eixo horizontal. O volume de trabalho é um setor esférico, de onde este manipulador obteve seu nome. A 22 denominação “polar” deve-se às coordenadas polares de sistemas de eixos cartesianos, caracterizadas por duas coordenadas angulares (juntas rotativas) e uma coordenada radial (junta prismática). Este tipo de braço está em desuso, sendo substituídos pelos braços revolutos. Fig. 7 – Robô polar em configuração VVL. Robô SCARA Este é também um braço bastante utilizado, pois é compacto, tem grande precisão e repetibilidade, embora com um alcance limitado. Estas características o tornam próprios para trabalhos em montagem mecânica ou eletrônica que exigem alta precisão. Possui duas juntas rotativas e uma junta linear, que atua sempre na vertical, como visto na Figura 8. O volume de trabalho deste braço é cilíndrico, porém, como ele utiliza juntas rotativas, é também considerado articulado. O nome é um acrônimo de Selective Compliance Assembly Robot Arm, ou Braço Robótico de Montagem com Complacência Seletiva. 23 Fig. 8 – Robô com articulação horizontal SCARA. Robô articulado ou revoluto Estes tipos de robôs (Groover, 1988, Adade Filho, 1992), possuem três juntas rotativas, conforme ilustrado na Figura 9. Eles são os mais usados nas indústrias, por terem uma configuração semelhante ao do braço humano, (braço, antebraço e pulso). O pulso é unido à extremidade do antebraço, para propiciar juntas adicionais para orientação do órgão terminal. Este modelo de configuração é o mais versátil dos manipuladores, pois assegura maiores movimentos dentro de um espaço compacto. Os braços revolutos podem ser de dois tipos: cadeia aberta ou cadeia parcialmente fechada. Nos primeiros pode- se distinguir facilmente a seqüência natural formada por elo-junta, da base até o punho. Nos braços de cadeia parcialmente fechada o atuador da terceira junta efetua o movimento desta por meio de elos e articulações não motorizadas adicionais. 24 Fig. 9 – Robô articulado ou revoluto Robô paralelo O manipulador paralelo possui juntas que transformam movimentos de rotação em translação, ou usam diretamente juntas prismáticas. Sua principal característica é um volume de trabalho reduzido, porém uma alta velocidade, o que o torna propício para certas atividades de montagem. Outra característica destes braços é que eles não possuem cinemática com cadeia aberta, como a maioria dos robôs industriais. Os quatro ou seis atuadores destes braços unem a base diretamente ao punho, e se ligam a estes por meio de juntas esféricas não motoras. Sensores de movimento e posição O sistema de controle dos braços mecânicos industriais comanda o movimento dos atuadores e motores, com base na diferença encontrada entre a posição real das juntas e a posição desejada para elas. Para estimar a posição e a velocidade das juntas, vários tipos de sensores podem ser empregados. Os mais comuns são o resolver e o encoder (codificador ótico). Resolver Um resolver é essencialmente um transformador rotativo. Ele é composto de um rotor e um estator, conforme ilustra a Figura 10. O rotor é excitado por um sinal senoidal, Vr, gerado externamente e que alimenta o rotor por meio de um transformador rotativo, no qual o enrolamento primário é estático e o secundário 25 gira com o rotor. Os dois enrolamentos do estator, denominados de Co-seno e Seno, funcionam como sensores do campo gerado pelo rotor. A amplitude destes sinais é função do ângulo de rotação do eixo, de tal forma que a tangente deste ângulo pode ser obtida pela relação entre ambos os sensores, isto é, tan = sen/cos. O sinal de saída é analógico, mas pode ser facilmente convertido para digital. A precisão e a resolução deste sensor dependem de características construtivas, mas em geral é melhor do que 1. Fig. 10 – Resolver. Fonte: Advanced Micro Controls Codificadores óticos Codificadores ópticos ou encoders são sensores de posição com saída digital. Existem diversos tipos de encoders, dos quais se destacam os do tipo incremental e do tipo absoluto. O encoder absoluto fornece a posição angular a qualquer instante com base no ângulo de rotação de seu eixo. O encoder incremental, por sua vez, fornece apenas uma diferença de posição angular, e necessita de um sinal de referência para ajustar sua posição real. Um encoder absoluto, ao contrário do incremental, é capaz de recuperar sua posição após uma queda na alimentação. Ambos os tipos de encoder usam um disco acoplado ao eixo rotativo contendo uma ou mais trilhas de pequenas janelas. De um dos lados do disco são posicionados diodos emissores de luz (LED), e, do outro, fotodetectores, como visto na Figura 11. Cada vez que uma janela passa defronte o LED, o fotodetector emite um sinal. A combinação dos sinais dos diversos detectores nas diferentes trilhas fornece uma codificação única para cada posição angular. Há duas formas de codificar o sinal das trilhas: código binário e código Gray, mostrados na Figura 12. O código binário tem a vantagem de fornecer o ângulo diretamente a partir da leitura do sensor, porém pode apresentar ruídos durante as transições entre janelas. No código Gray ocorre 26 apenas um bit de transição a cada janela, eliminando assim eventuais ruídos. Contudo, este código necessita de uma tabela ou circuito de conversão para código binário. Quanto maior o número de trilhas (ou bits) maior será a resolução de encoders. Utilizam-se codificadores óticos com até 4096 (12 bits) posições, que garantem precisões da ordem de 5 minutos de arco. Fig. 11 – Encoder absoluto Fig. 12 – Disco de codificador ótico com código binário (esquerda) e código Gray (direita). Sensores externos Sensores são dispositivos cuja finalidade é obter informações sobre o ambiente em que se encontram, e são utilizados como componentes do sistema de controle de realimentação do robô. Há diversos tipos de sensores que podem ser classificados de acordo com os princípios físicos sobre os quais eles estão baseados. Estes sensores são em geral empregados em células de trabalho, e podem ser classificados como: Sensor de tato – detecta a pressão entre os dedos da garra. Sensor de proximidade – detecta a presença de um objeto ou material. 27 Sensor de distância – detecta a presença e a distância do sensor até um objeto próximo. Outros: sensor de pressão, temperatura, magnético. Visão de máquina – infere a informação com base no processamento computacional de imagens obtidas por meio de câmeras. O sensor de tato ou toque fornece um sinal binário de saída que indica se houve ou não contato com o objeto. Um dos modelos mais simples é feito com duas chapas de metal que devem ser tocadas ao mesmo tempo pelos dedos de uma pessoa. A resistência dos dedos é suficiente para acionar um circuito sensível. Sensores de proximidade e distância utilizam meios óticos ou eletromagnéticos para avaliar a presença e a distância dos objetos. Pode-se empregar,por exemplo, um ímã e um sensor Hall, sensores capacitivos, fotocélulas, fotodetectores, foto-resistores, etc. O sensor de pressão é uma estrutura mecânica planejada a deformar-se dentro de certos limites. Um modelo simples deste tipo de sensor pode ser feito com material de esponja condutora, pois ela tem uma resistividade elevada que se altera quando deformada. Outro modelo mais sofisticado e versátil é o strain-gage, que é, na sua forma mais completa, um resistor elétrico composto de uma finíssima camada de material condutor. As tensões mecânicas aplicadas ao sensor provocam variações na resistência elétrica proporcionais às deformações elásticas. A interação entre o robô e a célula de trabalho é esquematizada na Figura 13. O operador supervisiona o processo produtivo para assegurar o correto funcionamento dos eventos, e introduzir, caso necessário, reprogramações no sistema. O sistema de comunicações realiza a interface entre o operador e o programa que controla o processo produtivo na célula. Este, por sua vez, comanda a execução de programas no manipulador, ativa e desativa acionamentos nas máquinas da célula, e sincroniza as atividades entre ambos, com base em informações prestadas pelos diversos sensores externos presentes na célula. O sistema de tomada de decisões pode ainda alterar a 28 programação do braço mecânico ou das máquinas em função do produto a ser manipulado ou produzido. O sistema de controle do robô, por seu lado, recebe comandos do sistema de decisão e executa o programa corrente, controlando os diversos motores das juntas e verificando seu posicionamento por meio dos sensores instalados nelas. Fig. 13 – Interligação entre os componentes de uma célula de trabalho. Aplicações de robôs Embora apareçam novas aplicações para os braços robóticos a cada dia, ainda assim a grande maioria das aplicações pode ser agrupada em poucas categorias. São elas: a) Manuseio, transporte e operações de carregamento e descarregamento. Nesta função o braço movimenta o material entre dois ou mais pontos dentro da célula de trabalho. São operações típicas de pega-e-põe. 29 b) Aplicação de processamento. Nesta categoria incluem-se transformações aplicadas pelo braço no material manipulado. Consiste de operações de solda a arco, solda a ponto, pintura, furação e rosqueamento. É necessário o uso de ferramentas especiais. c) Montagem e inspeção. São operações de montagem mecânica ou eletrônica, além de inspeção de peças por meio de sensores especiais, visando a garantia de qualidade. Em virtude das características construtivas, os manipuladores podem se adaptar melhor a uma ou outra atividade. Considerando os tipos mais comuns, ou seja, o pórtico, o polar, o cilíndrico, o revoluto e o SCARA, as principais aplicações de cada um deles são: a) Revoluto. Adapta-se com facilidade à substituição do trabalho humano. Apresenta alta precisão e elevada velocidade, porém possui alta complacência, o que pode afetar a repetibilidade. Possui bom alcance, ou seja, grande volume de trabalho. É principalmente empregado em operações de manuseio e processamento. b) Esférico (polar). Encontra aplicações em operações de carga e descarga de máquinas, porém vem sendo substituído pelo revoluto, exceto em aplicações que requeiram a geometria polar. Apresentam grande alcance, com precisão mediana, aliado a alta velocidade e capacidade de carga. A alta complacência, contudo, compromete o desempenho. c) Cilíndrico. São poucos os fabricantes deste tipo de manipulador. Apesar de apresentar uma elevada precisão e baixa complacência, as novas tecnologias tornam o revoluto equivalente ao cilíndrico, fazendo com que este não encontre aplicações importantes. Apresenta alta velocidade e grande capacidade de carga, porém seu alcance (volume de trabalho) é reduzido. As principais aplicações são em montagem e inspeção. d) Pórtico. Seu alcance é limitado, mas pode ser facilmente adaptado para grandes dimensões (gantry). Possui baixa complacência, alta 30 precisão, boa velocidade e pode ser projetado para suportar grandes cargas. Encontra aplicações em montagem de sistemas, empacotamento e armazenamento. e) SCARA. Devido à baixa complacência, este braço é mais indicado em operações de montagem de sistemas que requeiram grande precisão. A velocidade é elevada, e, embora seu alcance seja limitado, apresenta uma boa capacidade de carga devido à complacência seletiva, aliada a uma alta repetibilidade. Além das aplicações já mencionadas, os manipuladores robóticos são utilizados também em operações de soldagem, rosqueamento, marcação e gravura, pintura, colagem, manuseio de peças, empacotamento, armazenamento, corte, rebarbamento, polimento, montagem de componentes eletrônicos em placas, visão computacional, manuseio de vidro fundido, alimentação de ferramentas em máquinas, alimentação de material para prensa, alimentação e posicionamento de peças em forja, entre inúmeras outras aplicações. 31 REFERENCIAS Adade Filho, A. Fundamentos de Robótica: Cinemática, Dinâmica e Controle de Manipuladores Robóticos. Apostila publicada pelo ITA-CTA. São José dos Campos, 1992. Carrara, V. Introdução à Robótica Industrial. Disponivel em: <http://urlib.net/8JMKD3MGP3W34P/3K5JPL8>. Pag 7 a 49 Groover, M. P.; Weiss, M.; Nagel, R. N.; Odrey, N. G. Industrial Robotics: Technology, Programming, and Applications. McGraw-Hill Higher Education, 1986. Groover, M. P.; Weiss, M.; Nagel, R. N.; Odrey, N. G. Robótica. Tecnologia e Programação. McGraw-Hill, São Paulo, 1989. Pessoa, M. A. O. Informática Industrial II. Pag 9 a 21. Pag 34 a 47, Londrina, 2017 Sandier, B-Z. Robotics: designing the mechanisms for automated machinery. 2nd ed. Academic Press, San Diego, 1999.
Compartilhar