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A u la 0 2 C u r s o : D ire ito C o n s titu c io n a l – IC M S B A P r o fe s s o r : Jo n a th a s d e O liv e ira Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 2 de 118 Sumário 1- Princípios fundamentais .................................................................. 4 2- Direitos e Deveres individuais e coletivos – parte 1: O direito de petição. O habeas corpus. O mandado de segurança (individual e coletivo). O habeas data. O mandado de injunção (individual e coletivo). A ação popular. A ação civil pública .................................... 12 2.1 – Direitos fundamentais x Garantias fundamentais .............................. 13 2.2 – Dimensões de direitos fundamentais ............................................... 13 2.3 – Eficácia dos direitos fundamentais .................................................. 17 2.4 – Características dos direitos e garantias fundamentais ........................ 18 2.5 – A teoria dos quatro status de Jellinek .............................................. 20 2.6 – O art. 5º da Constituição Federal de 1988 ....................................... 21 2.7 – O habeas corpus........................................................................... 57 2.8 – O mandado de segurança .............................................................. 59 2.8.1 – Mandado de segurança individual .................................................. 61 2.8.2 – Mandado de segurança coletivo .................................................... 62 2.9 – O mandado de injunção (individual e coletivo) .................................. 63 2.10 – O habeas data ............................................................................ 67 2.11 – A ação popular ........................................................................... 69 2.12 – A ação civil pública ...................................................................... 71 3- Questões Comentadas ................................................................... 78 4- Lista de Exercícios ......................................................................... 92 5- Gabarito ...................................................................................... 117 6- Referencial Bibliográfico .............................................................. 118 Alguém sempre diz que concursos públicos são como maratonas. No início tudo parece meio impossível e distante. Contudo, se nos exercitamos de maneira correta, diariamente conseguimos correr um pouco mais... E é verdade! Tenham sempre em mente que cada treino diário bem feito é um “plus” que se agrega a nós até a cobiçada aprovação. Aula 02 – Princípios fundamentais. Direitos e garantias fundamentais http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 3 de 118 Pois bem. Iniciamos agora uma nova parte do nosso curso. Iremos abordar direta e frequentemente o texto da Constituição Federal de 1988. IMPORTANTÍSSIMO: todas as bancas cobram a literalidade da redação constitucional, em maior ou menor medida. Pensando nisso, vamos estruturar esta e as próximas aulas de modo a deixar bem destacado o conteúdo da nossa Lei Maior. Cada palavra que colorimos, sublinhamos ou deixamos em caixa alta é resultado de alguma questão já elaborada de Direito Constitucional. Paralelamente, apresentaremos conceitos e classificações que a doutrina formula para a interpretação e aplicação do Direito expresso na CF/88. Também traremos com maior recorrência a jurisprudência consolidada das nossas Cortes de convergência em matéria infraconstitucional (STJ) e constitucional (STF), o que não apenas complementa o estudo da Carta Magna como é, muitas vezes, alvo imediato de questionamentos em certames!!! Ao trabalho guerreiros e guerreiras! http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 4 de 118 MNEMÔNICO SO-CI-DI-VA- PLU A Constituição Federal de 1988 assim se inicia logo após o Preâmbulo: NOTAS (1) No caput (“cabeça”) do art. 1º temos destacadas a forma de governo (República) e a forma de Estado (Federação). Além do regime político democrático. (2) Importante notar a distinção entre titularidade e exercício do poder apontada no parágrafo único. Nosso sistema de governo é democrático, porém não se trata de democracia direta plena e sim representativa com “pitadas” de democracia direta (semidireta/híbrida). (3) Especificamente em relação ao exercício do poder, observe-se que ele pode se dar de dois modos: (4) Agora vamos ao núcleo da norma e analisar os fundamentos (vamos focar em compreender): 1- Princípios fundamentais TÍTULO I Dos Princípios Fundamentais Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. Indireto Representantes eleitos Exercício do poder Direto Ex.: o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular (art. 14, I, II e III) e a ação popular (art. 5º, LXXIII) http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 5 de 118 1- (CESPE / Polícia Federal – Conhecimentos Básicos / 2014) No que se refere aos princípios fundamentais e à organização do Estado brasileiro, julgue o próximo item. O estabelecimento pela CF de que todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos seus termos, evidencia a adoção da democracia semidireta ou participativa. Resolução: Correto! Na democracia direta o próprio povo exerce a condução do governo. Já nas democracias classificadas como indiretas, representativas ou semidiretas, o povo, que por diversas razões não conduz os assuntos do Estado diretamente (complexidade econômica, sociocultural, extensão territorial etc.), outorga as funções de governo aos seus representantes, os quais elege periodicamente, ao mesmo tempo em que, vez ou outra, atende à institutos de participação direta, tais como o referendo e o plebiscito. Soberania É o poder de mando numa sociedade política (Bastos, 1999), tanto no plano interno como na ordem internacional. Os entes federados são autônomos. Já a soberania é atributo exclusivo da República Federativa do Brasil. Cidadania Fundamentos Dignidade da pessoa humana Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa Cidadão, ao longo do texto constitucional, é aquele que tem capacidade eleitoral ativa (que pode votar) e passiva (ser votado). Este conceito, no entanto, é ampliado doutrinariamente para outras formas de atuação na vida política do Estado. Para Bastos (1999) implica que o ser humano é objetivo último do Estado e não mero meio para o alcance de outros fins, por exemplo, o econômico. Para o STF (HC 85.237/DF) é valor-fonte e vetor interpretativo no nosso ordenamento. Se complementam aos princípios gerais daatividade econômica (art. 170 a 181) para c apitalista particular e de maior juste fins de reconhecimento do esforço za nas relações trabalhistas e entre mercado e Estado. Pluralismo político É a multiplicidade de formas de organização da sociedade. Para Bastos (1999), é forma de controle e oposição ao próprio Estado. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 6 de 118 NOTA (1) Aqui temos a consagrada teoria da tripartição dos Poderes, conforme vimos previamente. Lembrando que, em função da existência do mecanismo de pesos e contrapesos, não é errado assumir que existe interdependência entre os Poderes. Embora o artigo fale em “União”, tal arranjo se reproduz nos demais entes subnacionais por simetria (a exceção parcial são os Municípios, que não dispõem de Judiciário próprio). s NOTA (1) O texto não fala em construir uma sociedade igualitária e sim solidária. O texto não fala em eliminar as desigualdades sociais e regionais e sim em reduzir. s IN-PRE-AUTO-NÃO-IGUAL- III - autodeterminação dos povos; Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; MNEMÔNICO CON-GA-ERRA- PRO III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociai e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relaçõe internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; MNEMÔNICO DEFE-SO-RE-CO-CO IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 7 de 118 NOTAS (1) Tais princípios não estão dissociados daqueles que regem as relações do Estado no âmbito interno. Pelo contrário. Por exemplo: [Art. 5º] XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia [...] o terrorismo [...], por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; [...] (2) O texto não fala em integração dos povos da América do Sul, mas sim da América Latina. 2- (CESPE / Técnico Judiciário do TRT da 8ª Região 2016) Constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil: a) a independência nacional. b) a solução pacífica de conflitos. c) a autodeterminação dos povos. d) a construção de uma sociedade livre, justa e solidária. e) a cooperação entre os povos para o progresso da humanidade. Resolução: Alternativa D. Esse é o estilo predominante na cobrança dos art. 1º ao 4º: questões literais, decoreba... Daí a importância de se memorizar os mnemônicos. Já deixamos alguns sugeridos acima. Vejamos os erros. a) a independência nacional princípio das relações internacionais b) a solução pacífica de conflitos princípio das relações internacionais c) a autodeterminação dos povos princípio das relações internacionais e) a cooperação entre os povos para o progresso da humanidade princípio das relações internacionais 3- (CESPE / Analista Judiciário do TRT da 8ª Região / 2016) Assinale a opção correta a respeito dos princípios fundamentais na Constituição Federal de 1988 (CF). Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 8 de 118 a) A dignidade da pessoa humana é conceito eminentemente ético-filosófico, insuscetível de detalhada qualificação normativa, de modo que de sua previsão na Constituição não resulta grande eficácia jurídica, em razão de seu conteúdo abstrato. b) O valor social do trabalho possui como traço caracterizador primordial e principal a liberdade de escolha profissional, correspondendo à opção pelo modelo capitalista de produção. c) A valorização social do trabalho e da livre-iniciativa não alcança, indiscriminadamente, quaisquer manifestações, mas apenas atividades econômicas capazes de impulsionar o desenvolvimento nacional. d) O conceito atual de soberania exprime o autorreconhecimento do Estado como sujeito de direito internacional, mas não engloba os conceitos de abertura, cooperação e integração. e) A cidadania envolve não só prerrogativas que viabilizem o poder do cidadão de influenciar as decisões políticas, mas também a obrigação de respeitar tais decisões, ainda que delas discorde. Resolução: Alternativa E. Questão interessantíssima! De fato, a cidadania se traduz tanto na ideia de participação política (votar e ser votado) como na previsão de diversas formas de participação do indivíduo na vida pública, como sujeito ativo de direito e de deveres. A alternativa “A” é errada, pois, a dignidade da pessoa humana é princípio matriz dos direitos fundamentais e, desta forma, lhes serve de norte, não apenas sob o prisma ético-filosófico, como jurídico-pragmático. O problema na opção “B” é que o valor social do trabalho visa a primeiramente assegurar a todos a existência digna, conforme os ditames da justiça social. O escopo aqui não é apenas capitalista (liberal), mas carrega traços de um Estado social. O entendimento acima nos ajuda a também compreender o erro da opção “C”. A valorização social do trabalho e a livre iniciativa visam a proporcionar liberdade na atuação econômica (dentro dos valores da justiça social). Não há, portanto, restrição quanto às atividades econômicas a serem desenvolvidas pelos particulares, desde que lícitas. Por fim, a alternativa “D” erra, pois, a República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelo princípio da cooperação entre os povos para o progresso da humanidade. Além disso, buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 9 de 118 4- (CESPE / Analista Legislativo da Câmara dos Deputados / 2014) Acerca dos direitos e garantias fundamentais e dos princípios constitucionais, julgue os itens subsequentes. A República Federativa do Brasil, constituída como Estado democrático de direito, visa garantir o pleno exercício dos direitos e garantias fundamentais, incluindo-se, entre seus fundamentos, a cidadania e a dignidade da pessoa humana. Resolução: Correto! Vamos pensar no nosso mnemônico SO-CI-DI-VA-PLU. 5- (FCC / AuxiliarJudiciário TRF da 2ª Região / Área Administrativa / 2007) Não é considerado um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, de acordo com a Constituição Federal Brasileira de 1988: a) garantir o desenvolvimento nacional. b) a soberania. c) os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. d) a cidadania. e) o pluralismo político. Resolução: Alternativa A. Esse é o estilo predominante na cobrança dos art. 1º ao 4º: questões literais, decoreba... Daí a importância de se memorizar os mnemônicos. Já deixamos alguns sugeridos acima. O candidato, no entanto, é livre para criar novos! 6- (FCC / Procurador do BACEN / 2006) O princípio da isonomia deflui, em termos conceituais, de um dos fundamentos constitucionalmente expressos da República Federativa do Brasil e que é a: a) soberania. b) publicidade. c) dignidade da pessoa humana. d) livre iniciativa. e) não-intervenção. Resolução: Alternativa C. Vamos antes falar um pouco de isonomia. Este princípio decorre de disposição expressa do art. 5º, caput, da CF/88, que determina que todos são iguais perante a lei. É o princípio da igualdade. Porém não uma igualdade geral e abstrata e sim concreta. A isonomia possui um sentido horizontal e um vertical. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 10 de 118 A acepção horizontal diz com os indivíduos que estão nivelados na mesma situação e que, por este motivo, devem ser tratados da mesma forma. Já a acepção vertical refere-se aos indivíduos que se encontram em situações distintas e que, justamente por isso, devem ser tratados de maneira diferenciada na medida de suas diferenças. Prosseguindo... Fundamentos = SO-CI-DI-VA-PLU. De antemão já podemos excluir os itens “B” e “E”. A soberania tem a ver com o poder supremo do Estado (no nosso caso, uma República Federativa), que se manifesta tanto em âmbito interno quanto internacional. Errada, portanto a letra “A”. Já a livre iniciativa é fundamento que rege a ordem econômica. Afastamos assim a alternativa “D”. 7- (FCC / Analista Judiciário do TRT da 6ª Região / Área Judiciária / 2012) O voto é uma das principais armas da Democracia, pois permite ao povo escolher os responsáveis pela condução das decisões políticas de um Estado. Quem faz mau uso do voto deixa de zelar pela boa condução da política e põe em risco seus próprios direitos e deveres, o que afeta a essência do Estado Democrático de Direito. Dentre os fundamentos da República Federativa do Brasil, expressamente previstos na Constituição, aquele que mais adequadamente se relaciona à ideia acima exposta é a: a) soberania. b) prevalência dos direitos humanos. c) cidadania. d) independência nacional. e) dignidade da pessoa humana. Resolução: Alternativa C. Parte expressiva da doutrina define cidadão como o brasileiro (nato ou naturalizado) que possui capacidade eleitoral ativa e passiva (de votar e ser votado). Assim, nos termos constitucionais, a cidadania diz diretamente com o voto. 8- (FCC / Analista Judiciário do TRT da 8ª Região / Área Administrativa / 2010) As finalidades básicas do princípio da indissolubilidade do vínculo federativo são: a) a unidade nacional e a necessidade descentralizadora. b) o direito de secessão e a prevalência dos interesses da União sobre os Estados, Distrito Federal e Municípios. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 11 de 118 c) o direito de secessão e a necessidade de auto-organização. d) dúplice capacidade de auto-organização dos Estados e Municípios e sujeição aos interesses da União. e) dúplice capacidade de auto-organização dos Estados e Municípios e o direito de secessão. Resolução: Alternativa A. Vimos anteriormente que a federação resulta do vínculo indissolúvel entre unidades autônomas (porém, não soberanas). Essa organização político- administrativa compreende esferas de governo distintas e descentralizadas, dotadas de competências muitas vezes exclusivas ou privativas, no entanto, normatizadas por uma mesma Constituição Federal. As demais alternativas vão na contramão do conceito acima. 9- (FCC / Técnico Judiciário do TRT da 23ª Região / 2016) Ao dispor sobre os Princípios Fundamentais da República Federativa do Brasil, a Constituição prevê, expressamente, como (1) fundamento, (2) objetivo e (3) princípio de relações internacionais da República: a) (1) Fundamento - a soberania (2) Objetivo - a construção de uma sociedade livre, justa e igualitária (3) Princípio de relações internacionais da República - a solução dos conflitos pela arbitragem b) (1) Fundamento - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa (2) Objetivo - a garantia do desenvolvimento nacional (3) Princípio de relações internacionais da República - a cooperação entre os povos para o progresso da humanidade c) (1) Fundamento - a cidadania (2) Objetivo - a promoção de formas alternativas de geração de energia (3) Princípio de relações internacionais da República - a independência nacional d) (1) Fundamento - a dignidade da pessoa humana (2) Objetivo - a proteção da infância e da juventude (3) Princípio de relações internacionais da República - a concessão de asilo político e) (1) Fundamento - o parlamentarismo (2) Objetivo - a construção de uma sociedade livre, justa e igualitária (3) Princípio de relações internacionais da República - a defesa da paz. Resolução: Alternativa B. Mais uma questão literal. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 12 de 118 ATENÇÃO! Note-se que é lugar comum (em todas as bancas isso se repete) tentar confundir os FUNDAMENTOS, OBJETIVOS FUNDAMENTAIS e PRINCÍPIOS NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS. No entanto, isso é facilmente vencível após algumas revisões. Vamos novamente organizar nossas ideias conforme o quadro resumo abaixo. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL FUNDAMENTOS OBJETIVOS PRINCÍPIOS DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS I- Soberania II- Cidadania I- Construir uma sociedade livre, justa e solidária I- Independência nacional II- Prevalência dos direitos humanos III- Autodeterminação dos povos IV- Não-intervenção V- Igualdade entre os Estados VI- Defesa da paz; VII- Solução pacífica dos conflitos VIII- Repúdio ao terrorismo e ao racismo IX- Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade X- Concessão de asilo político III- Dignidade da pessoa humana II- Garantir o desenvolvimento nacional IV- Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa III- Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais V- Pluralismo político IV- Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação A Constituição Federal classifica o gênero “direitos e garantias fundamentais” em cinco espécies: Direitos e garantias fundamentais direitos e deveres individuais e coletivos direitos sociais direitos de nacionalidade direitos políticos direitos dos partidos políticos 2- Direitos e Deveres individuais e coletivos – parte 1: O direito de petição. O habeas corpus. O mandado de segurança (individual e coletivo). O habeas data. O mandado de injunção (individual e coletivo). A ação popular. A ação civilpública. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 13 de 118 O STF já se posicionou no sentido de que os direitos e deveres individuais e coletivos não se limitam ao rol do art. 5º da CF/88, mas espraiam-se pelo texto constitucional (ADI 939-7/DF). Ou seja, o rol do art. 5º não é exaustivo! Na referida ADI, por exemplo, considerou-se que o princípio da anterioridade tributária é cláusula pétrea, protegida, portanto, pelo conteúdo do art. 60, § 4º, IV. Contudo, antes de prosseguirmos pela literalidade da nossa Carta, é válido esclarecer pontos que costumam ser questionados em concursos. A distinção entre ambos é relativamente simples. Os direitos fundamentais diferenciam-se das garantias fundamentais na medida em que os direitos se declaram, enquanto as garantias têm um conteúdo assecuratório daqueles. Exemplo: Historicamente, houve uma evolução da relação entre (i) o perfil e a extensão dos direitos fundamentais e (ii) o modelo de Estado. Vamos fazer uma rápida análise. 2.1 – Direitos fundamentais x Garantias fundamentais Direitos Garantias prestações positivas consagradas pela Constituição instrumentos assecuratórios da adequada prestação de direitos ou da reparação de eventual lesividade a eles causada Direito • Juiz Natural Garantias • LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; • XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; 2.2 – Dimensões de direitos fundamentais http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 14 de 118 O Estado de Direito nasceu como Estado Liberal, promovendo maior separação entre sociedade civil e sociedade política, entre o público e o privado. Como ressalta Bastos (1999), o Estado Liberal objetivava uma sociedade o mais livre possível da ingerência do Poder do Estado (até então absolutista), num modelo que predominou até o século XIX. O objetivo principal era a garantia da liberdade, da igualdade (formal) e da propriedade. Já o Estado Social, que se ergueu no início do século XX, é um Estado que intervinha para transformar a sociedade, considerando inaptas ou insuficientes as iniciativas individuais em diversos domínios (no campo trabalhista, na educação, na regulação micro e macroeconômica etc.). Por fim, o Estado Democrático é um Estado que se sobrepõe como síntese, tanto do esgotado Estado Social da segunda metade do século XX, quanto dos valores individualistas liberais-burgueses isoladamente aplicados. No que se refere à aplicação e à interpretação das normas de direitos fundamentais, julgue o item subsequente. Na concepção liberal-burguesa, os direitos fundamentais são oponíveis apenas contra o Estado, uma vez que eles existem essencialmente para assegurar aos indivíduos um espaço de liberdade e autonomia contra a ingerência indevida do poder público. Logo, tal concepção não agasalha a tese da eficácia dos direitos fundamentais no âmbito das relações interprivadas. Resolução: Correta. Apesar da redação rebuscada, o sentido do texto é mais simples do que parece. Os direitos fundamentais, sob o viés liberal (ou liberal- burguês) são direitos que dizem com a relação sociedade civil x sociedade política, ou, atecnicamente, particulares x Estado. Tais direitos não adentram nas relações interprivadas (entre particulares). Um exemplo seria o direito de propriedade coexistir com a inexistência de qualquer proteção aos trabalhadores de empresas privadas. Seria o caso ilustrativo de o proprietário de uma indústria ter o seu direito de posse assegurado frente à coletividade. Porém, nas relações interprivadas (com seus empregados operários), não haver (ou haver muitos poucos) direitos fundamentais presentes. ESTADO DE DIREITO Autoritarismo - Paradigma pré moderno Estado Liberal Estado Social Estado Democrático 10- (CESPE / Procurador do MP junto ao TCU / 2004) http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 15 de 118 E por que fizemos essa brevíssima revisão histórica? Basicamente para melhor contextualizar a evolução dos direitos fundamentais. Os modelos de Estado se superam, porém, não é exato afirmar que se extinguem (até hoje, por exemplo, vemos resquícios do Estado Liberal mesmo nos Estados caracterizados como Democráticos de Direito). De forma semelhante, as dimensões de direitos fundamentais se sucedem e se acumulam ao longo do tempo num movimento síncrono aos paradigmas de Estado que marcaram o mundo ocidental nos últimos séculos. Sinteticamente, assim podemos apresentá-las: 11- (CESPE / Notário e Registrador – TJ RR / 2013 / Adaptada) Considerando a supremacia das normas constitucionais, a hermenêutica constitucional e as normas veiculadoras de direitos e garantias fundamentais, sociais e econômicas, julgue a afirmativa a seguir. Os direitos de segunda geração destinam-se ao gênero humano, como valores supremos de sua existencialidade concreta. Resolução: Errada. Os direitos de 2ª dimensão são marcados ainda por certo individualismo, ou seja, dizem mais com pessoas do que com a humanidade genericamente considerada. É a partir dos direitos de 3ª dimensão que temos maior ênfase no transindividualismo, na espécie humana como um todo. 1ª dimensão: LIBERDADE – Direitos civis e políticos (primeira dimensão) Delimitação do individual e do público. Transição entre Estado Autoritário e Estado Liberal de Direito. Direitos de resistência/oposição perante o Estado. 2ª dimensão: IGUALDADE – Direitos sociais, econômicos e culturais (SEC - segunda dimensão) Transição entre Estado Liberal e Estado Social. Igualdade real e não meramente formal. 3ª dimensão: FRATERNIDADE – Direitos coletivos e difusos (desenvolvimento, meio ambiente equilibrado, comunicação etc.) Transição entre Estado Social e Estado Democrático. Proteção do gênero humano. 4ª dimensão: Democracia direta, pluralismo e acesso à informação 5ª dimensão: Paz (universal), direitos virtuais, transconsitucionalismo http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 16 de 118 12- (CESPE / Técnico Judiciário do TRE – PI / 2016 / Adaptada) A respeito dos direitos e das garantias fundamentais, julgue o item abaixo. O direito ao meio ambiente equilibrado e o direito à autodeterminação dos povos são exemplos de direitos classificados como de segunda geração. Resolução: Errado. São direitos de terceira dimensão. Direitos difusos e coletivos que têm como princípio-matriz a solidariedade e a fraternidade. 13- (FCC / Técnico Judiciário do TRT da 23ª Região / 2016) Os chamados direitos de primeira geração (ou dimensão) surgiram no século XVIII, como consequência do modelo de Estado Liberal. São exemplos de direitos de primeira geração ou dimensão: a) direito à vida e direito à saúde. b) direito à liberdade e direito à propriedade. c) direito à igualdade e direito à cultura. d) direito ao lazer e direito à moradia. e) direito à saúde e direito ao meio ambiente saudável. Resolução: Alternativa B. Questão bem simples. Os direitos de 1ª dimensão são aqueles que marcam um distanciamento entre cidadão e Estado,garantindo àquele, formas básicas de proteção contra o poder arbitrário deste. São os direitos que se consolidaram com as revoluções burguesas. No entanto, ainda não cuidavam de aspectos como a igualdade material, os direitos sociais e outros aspectos relativos à sociedade (coletivamente considerada). 14- (FCC / Analista Judiciário do TRF da 4ª Região / Área Judiciária / 2010) São direitos fundamentais classificados como de segunda geração: a) os direitos econômicos e culturais. b) os direitos de solidariedade e os direitos difusos. c) as liberdades públicas. d) os direitos e garantias individuais clássicos. e) o direito do consumidor e o direito ao meio ambiente equilibrado. Resolução: Alternativa A. Basta lembrar o mnemônico SEC (de “second” – “segunda” – [geração]). Direitos Sociais, Econômicos e Culturais. É interessante memorizá-lo já que assim, de quebra, conseguimos imediatamente visualizar o que caracteriza os direitos de 1ª e 3ª gerações. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 17 de 118 OBSERVAÇÃO: Outra perspectiva possível é aquela que vislumbra os direitos fundamentais sob um ponto de vista objetivo e um subjetivo. Na perspectiva objetiva, os direitos fundamentais refletem valores e interesses da sociedade positivados na Constituição Federal, transcendendo posições individuais e se espraiando por todo o ordenamento jurídico. No viés subjetivo, dizem respeito às prestações negativas ou positivas do Estado na sua relação jurídica direta com o cidadão. O Supremo Tribunal Federal coleciona diversos julgados (e.g. RE 201.819/RJ, RE 158.215/RS, RE 161.243/DF) em que é reconhecida também a eficácia horizontal dos direitos fundamentais. E o que é isso? Vejamos: O STF entende, portanto, que violações a direitos fundamentais não ocorrem somente no âmbito das relações entre o cidadão e o Estado, mas igualmente nas relações travadas entre pessoas físicas e jurídicas de direito privado. Nesse sentido, a eficácia os direitos fundamentais assegurados pela Constituição também se presta à proteção dos particulares em face dos poderes privados. Por exemplo, dos empregados em relação aos empregadores, na relação dos consumidores em relação às empresas, dentre outras diversas hipóteses. 15- (FCC / Gestor Público – PI / 2013) O Supremo Tribunal Federal entende que: a) os direitos fundamentais assegurados pela Constituição Federal vinculam diretamente apenas os poderes públicos. 2.3 – Eficácia dos direitos fundamentais Eficácia Vertical Horizontal é a aplicação dos direitos fundamentais nas relações particular-Estado é a aplicação dos direitos fundamentais às relações entre particulares http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 18 de 118 b) as violações a direitos fundamentais ocorrem somente no âmbito das relações entre o cidadão e o Estado. c) o caráter público da atividade exercida por associação privada e a dependência do vínculo associativo para o exercício profissional de seus sócios legitimam a aplicação direta dos direitos fundamentais concernentes ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. d) o espaço de autonomia privada garantido pela Constituição Federal aos particulares é imune à incidência dos princípios constitucionais que asseguram respeito aos direitos fundamentais. e) a autonomia privada pode ser exercida em detrimento aos direitos e garantias de terceiros, inclusive àqueles positivados em sede constitucional. Resolução: Alternativa C. Questão bem ilustrativa do disposto acima. 16- (ESAF / Analista de Finanças e Controle – MF / 2013 / Adaptada) Julgue o item a seguir: O Supremo Tribunal Federal não aceita a eficácia horizontal dos direitos fundamentais. Resolução: Errado. Pelo contrário, há muito nossa Corte Maior tem aplicado o entendimento da eficácia horizontal dos direitos fundamentais em diversas de suas decisões. Trazemos aqui os principais atributos dos direitos e garantias assegurados pela CF/88. Vamos priorizar a compreensão, não a memorização! 2.4 – Características dos direitos e garantias fundamentais http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 19 de 118 17- (CESPE / Auditor Federal de Controle Externo / Área de Apoio Técnico e Administrativo / 2011) Acerca dos direitos e garantias fundamentais, julgue o item seguinte. O exercício dos direitos e garantias fundamentais está sujeito aos prazos prescricionais previstos na CF e no Código Civil brasileiro. Resolução: Errado. Os direitos e garantias fundamentais têm caráter personalíssimo e não patrimonial. Deste modo, não são afetados pela prescrição (perda da ação para se exigir/proteger judicialmente um direito). 18- (FGV / Auditor Fiscal Tributário da Receita Municipal de Cuiabá – MT / 2015 / Adaptada) Julgue a assertiva a seguir. Os direitos e garantias fundamentais são inalienáveis e indisponíveis. Resolução: Como regra, correta. E por que como regra? Imaginem a participação de indivíduos em certos realitys shows. Tal participação potencialmente ocasiona uma restrição a direito fundamental dos participantes, qual seja, à intimidade! Importante observar que, cada vez mais, a doutrina e jurisprudência entendem que a maior parte dos direitos fundamentais não é absoluto, podendo ser restringidos pela lei, ou em situações excepcionais. Universalidade Destinam-se às coletividades e não meramente aos indivíduos Inalienabilidade Não podem ser cedidos, transferidos ou negociados sob qualquer forma como ativo econômico-financeiro Imprescritibilidade Seu usufruto não é perecível com o passar do tempo Características dos direitos e garantias fundamentais Irrenunciabilidade / Indispo nib ilidade Concorrência O usufruto de diferentes direitos e garantias pode ser cumulativo e simultâneo por um mesmo indivíduo Historicidade Vedação ao retrocesso Sua mutação não pode implicar em evolução recionária. Ou seja, seu núcleo não pode ser suprimido ou extinto Não é possível que seu titular os rejeite. No máximo, poderá não usufruí-los São produto de processos sociais históricos e estão em constante processo de mutação http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 20 de 118 No final do século XIX, Georg Jellinek desenvolveu a doutrina dos quatro status nos quais o indivíduo pode encontrar-se em face do Estado. Desses status, extraem-se, pois, direitos e deveres fundamentais diferenciados de acordo com suas particularidades. 19- (CESPE / Técnico Judiciário do TJ – SE / 2014) Acerca dos direitos fundamentais e do conceito e da classificação das constituições, julgue o item a seguir. Os direitos fundamentais têm o condão de restringir a atuação estatal e impõem um dever de abstenção, mas não de prestação. Resolução: Errado. O indivíduo pode ser alvo de uma atuação negativa por parte do Estado, sua abstenção, um “não fazer”, mas também ser sujeito de prestações por parte daquele. Tendo essas particularidades em mente, vamos à letra da Lei Maior! 2.5 – A teoria dos quatro status de Jellinek AtivoPoder do indivíduo de interferir na formação da vontade do Estado. Manifestação dos direitos políticos, o status ativo do indivíduo concretiza-se principalmente através do voto. Positivo Consiste na possibilidade do indivíduo exigir atuações positivas do Estado em seu favor. Negativo Status Representa o espaço que o i ndivíduo tem para agir livre da atuação do Estado, podendo autodeterminar-se sem ingerência estatal. Passivo O indivíduo subordina-se aos poderes públicos. Assim, o Estado tem competência para vincular o indivíduo, através de mandamentos e proibições. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 21 de 118 Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 NOTAS (1) Para o STF (HC 94.016/SP) a simples presença de pessoa no território nacional, mesmo que estrangeiro e sem domicílio no Brasil, é elemento habilitador de direitos e garantias fundamentais, tais como o de ser processado por meio do devido processo legal. (2) Como já vimos, o princípio da isonomia (insculpido no caput do art. 5º), implica em tratar de forma desigual os desiguais, na medida de sua desigualdade. Grosso modo, é a chamada igualdade material. Nesse sentido, por exemplo, já dispôs o STF que a lei pode distinguir situações a fim de conferir a uma situação tratamento diverso do que atribui a outra, desde que a discriminação seja compatível com o conteúdo do princípio em que se sustenta (ADI 2.716/RO). (3) Como salienta Lenza (2012, p. 970), o direito à vida “abrange tanto o direito de não ser morto [quanto] o direito de ter uma vida digna”. Dessa compreensão decorrem diversas disposições constitucionais, sendo uma das mais evidentes a proibição de pena de morte, salvo em caso de guerra declarada (art. 5º, XVLII, “a”). Questão não pacificada (e de improvável incidência em concursos) é a extensão da significação do termo vida. Como definir quando ela começa e o que lhe é elemento fundamental? Nessa seara, o STF já declarou a constitucionalidade das pesquisas com células-tronco embrionárias (ADI 3.510/DF) e do aborto de fetos anencefálicos (ADPF 54/DF), observados determinados elementos reguladores e limitadores. 20- (CESPE / STJ – Conhecimentos Básicos / 2015) Julgue o item seguinte, acerca dos direitos e garantias fundamentais da República Federativa do Brasil. Ações afirmativas são mecanismos que visam viabilizar uma isonomia material em detrimento de uma isonomia formal por meio do incremento de oportunidades para determinados segmentos. 2.6 – O art. 5º da Constituição Federal de 1988 TÍTULO II Dos Direitos e Garantias Fundamentais CAPÍTULO I DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: http://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 22 de 118 Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Resolução: Correto! As ações afirmativas, a princípio, são medidas temporárias com efeito compensador ou reparador para fins de eliminar ou minimizar distorções entre os diferentes segmentos da sociedade. 21- (CESPE / Técnico do Seguro Social – INSS / 2016) A respeito dos direitos fundamentais, julgue o item a seguir. O direito à vida desdobra-se na obrigação do Estado de garantir à pessoa o direito de continuar viva e de proporcionar-lhe condições de vida digna. Resolução: Correto. A CF/88 alberga o direito à vida, e é dever do Estado assegurá-lo sob diversos aspectos, como o direito do indivíduo de não ser morto e o dever do Estado de lhe proporcionar condições mínimas de sobrevivência e um tratamento digno. NOTA (1) Este inciso recai também no princípio da isonomia. Desta forma, igualdade não impede tratamento diferenciado na medida das diferenças! Foi assim que o STF já declarou constitucional a adoção de critérios diferenciados para a promoção de integrantes das Forças Armadas, em razão do gênero (RE 498.900-AgR/BA), dentre outras medidas afins. Essa linha de raciocínio também serve de parâmetro para a aplicação das denominadas discriminações positivas ou ações afirmativas. 22- (CESPE / Técnico do Seguro Social – INSS / 2016) A respeito dos direitos fundamentais, julgue o item a seguir. Em decorrência do princípio da igualdade, é vedado ao legislador elaborar norma que dê tratamento distinto a pessoas diversas. Resolução: Errado. A igualdade não deve se limitar ao seu aspecto formal, admitindo também que seja dado tratamento desigual aos desiguais a fim de alcançar a isonomia material. NOTAS (1) Aqui está insculpida a formulação genérica do princípio da legalidade, vetor de todos os Estados de Direto (o Estado é “de Direito” justamente porque sua atuação é vinculada ao ordenamento jurídico-normativo). I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; http://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 23 de 118 Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 (2) Cabe fazer uma distinção entre dois conceitos comumente cobrados: reserva legal e legalidade. NOTAS (1) STF – Súmula Vinculante nº 11 - Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. (2) Importante tema diz respeito à análise da recepção da chamada Lei da Anistia (Lei 6.683/1979) – que tornou impuníveis, dentre outros, todos os que cometeram crimes políticos e eleitorais entre os anos de 1961 e 1979 –, levada ao STF pela Ordem dos Advogados do Brasil na ADPF 153. O STF entendeu como não admitida a revisão jurisdicional daquela lei por ter sido uma decisão política assumida naquele momento. IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; NOTAS (1) O Supremo assume, nessa orientação, que a liberdade de imprensa é abrangente e compreende, além de outras prerrogativas o direito de informar, de opinar, e o direito de criticar (AI 705.630-AgR/SC). (2) A respeito da vedação ao anonimato, em particular, entende a jurisprudência majoritária que, regra geral, denúncia anônima não pode instruir processo penal. Porém, assim vem pacificando a questão nossa Corte Suprema (HC 106.664‑MC/SP): (a) somente escritos anônimos não podem justificar (isoladamente considerados), a imediata instauração da persecução criminal, salvo quando tais documentos forem produzidos pelo acusado, ou, ainda, quando constituírem, eles próprios, o corpo de delito LEGALIDADE • Termo mais genérico • Compreende tanto o uso de leis formais, como o uso de atos infralegais, nos limites da lei RESERVA LEGAL • Termo mais específico • Necessariamente lei formal (ou equivalente, como medida provisória) III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; http://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 24 de 118 Curso: Direito Constitucional– ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 (ex.: bilhetes de resgate no delito de extorsão mediante sequestro, ou cartas que evidenciem a prática de crimes contra a honra ou o delito de ameaça); (b) nada impede, contudo, que o Poder Público provocado por denúncia anônima, adote medidas informais destinadas a apurar, prévia e sumariamente “com prudência e discrição”, a possível ocorrência de eventual situação de ilicitude penal, para, em caso positivo, levar adiante a formal instauração de persecução criminal; e (c) o Ministério Público, de outro lado, independentemente da prévia instauração de inquérito policial, também pode formar a sua opinio delicti (suspeita da existência do crime e de sua autoria) com base em delação anônima, desde que devidamente subsidiada por outros elementos de convicção. (3) Importantíssimo ressaltar que nossa Corte entende que a liberdade de expressão não é garantia absoluta, devendo respeitar limites morais e jurídicos e se harmonizar com as demais liberdades públicas. Por exemplo, inadmite-se, sob o pretexto da liberdade de expressão, que cidadão promova incitação ao racismo (HC 82.424/RS). NOTAS (1) STJ – Súmula nº 37 – São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato. (2) STJ – Súmula nº 227 - A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. (3) O STF entende perfeitamente compatível o inciso V com a livre manifestação do pensamento, mesmo que se trate de opinião ou crítica públicas, desde que seja fundamentada em fato verídico e usufruída sem abusos (ADI 4.451-MC-REF/DF). (4) Por fim, o STF também compreende que a reparação do dano moral não exige a ocorrência de ofensa à reputação do indivíduo (RE 215.984/RJ). Por exemplo, a mera publicação não autorizada de fotografia de alguém, enseja desconforto ou constrangimento e é passível de indenização. 23- (CS-UFG / Defensor Público Estadual – GO / 2014 / Adaptada) Julgue a assertiva abaixo: Os direitos fundamentais são de titularidade exclusiva das pessoas naturais, dado que decorrentes do princípio da dignidade da pessoa humana. Resolução: Errada. Conforme explicitado por Gilmar Mendes e Paulo Branco em seu Curso de Direito Constitucional: V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; http://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 25 de 118 Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Não há, em princípio, impedimento insuperável a que pessoas jurídicas venham, também, a ser consideradas titulares de direitos fundamentais, não obstante estes, originalmente, terem por referência a pessoa física. Acha-se superada a doutrina de que os direitos fundamentais se dirigem apenas às pessoas humanas. Os direitos fundamentais suscetíveis, por sua natureza, de serem exercidos por pessoas jurídicas podem tê•las por titular. Assim, não haveria por que recusar às pessoas jurídicas as consequências do princípio da igualdade, nem o direito de resposta, o direito de propriedade, o sigilo de correspondência, a inviolabilidade de domicílio, as garantias do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada. Os direitos fundamentais à honra e à imagem, ensejando pretensão de reparação pecuniária, também podem ser titularizados pela pessoa jurídica. O tema é objeto de Súmula do STJ, que assenta a inteligência de que também a pessoa jurídica pode ser vítima de ato hostil a sua honra objetiva. A Súmula 227/STJ consolida o entendimento de que “a pessoa jurídica pode sofrer dano moral”. Há casos ainda de direitos conferidos diretamente à própria pessoa jurídica, tal o de não interferência estatal no funcionamento de associações (art. 5º, XVIII) e o de não serem elas compulsoriamente dissolvidas (art. 5º, XIX). NOTAS (1) Ressalte-se que nosso Estado é laico (desprovido de religião oficial) e não promove e nem patrocina cultos religiosos ou igrejas. Exemplificando: Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar- lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; [...] (2) A expressão “culto” religioso vem sendo entendida em sentido amplo pela Corte Maior. Caso ilustrativo é o fato de a imunidade tributária relativa aos impostos sobre templos de qualquer culto (art. 150, VI, “b”) ter sido estendida pelo STF aos cemitérios dessas entidades (RE 578.562/BA). (3) Mais uma observação (é bom que o candidato aprenda a identificar essa característica em cada norma): vejam que a última parte do inciso VI é típico trecho de eficácia limitada, uma vez que exige lei integradora para produzir plenamente os efeitos pretendidos pelo legislador. Tranquilo, pessoal? VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; http://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 26 de 118 Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 NOTAS (1) Percebam que a medida de privação do inciso VII exige dupla recusa: (2) Além disso, a própria CF/88 estabelece um limite circunstancial à norma, ao definir que não é permitida escusa de consciência para serviço militar em tempo de guerra (cf. art. 143). 24- (FCC / Auditor do TCE – SP / 2008 / Adaptada) Julgue a assertiva abaixo. Nos termos do Código de Processo Penal, aprovado por Decreto-Lei editado em 1941, o serviço de júri será obrigatório àqueles que reúnam as condições respectivas de alistamento. A Constituição brasileira então vigente previa expressamente, dentre as hipóteses de perda de direitos políticos, a de "recusa, motivada por convicção religiosa, filosófica ou política, de encargo, serviço ou obrigação imposta por lei aos brasileiros" (artigo 119, I). Por essa razão, consta expressamente do artigo 435 do Código de Processo Penal que a recusa ao serviço do júri, por razões de convicção política, religiosa ou filosófica, importará a perda dos direitos políticos. A disposição é parcialmente incompatível com a CF/88, pela qual a perda ou suspensão de direitos políticos, aqui, exigiria a recusa não apenas ao serviço do júri, mas ainda ao cumprimento de prestação alternativa fixada em lei. Resolução: Correta. O art. 5º é repleto de ressalvas e é importante que o candidato não caia nas pegadinhas das bancas quando estas tentam esconder partes dos incisos. No mundo dos concursos, não apenas as adições indevidas, como também as omissões podem ser tratadas como erros. VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta E recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; REGRA Não Há privação de direitos por convicção subjetiva? Se for invocada para o afastamento de obrigações impostas a todos EXCEÇÃO Não for prestada obrigação alternativa http://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 27 de 118 Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02NOTA (1) Ver inciso XIII. NOTA (1) Este inciso nos remete especialmente à problemática do sigilo de dados individuais. Em momento oportuno, trataremos das possibilidades de investigação dos órgãos públicos e da quebra legal de sigilo. Por ora, registre-se: o STF considerada ilícitas as provas produzidas a partir da quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico, sem a devida fundamentação (HC 96.056/PE) (ver também o inciso V). NOTAS (1) (2) A prisão em flagrante independe de mandado judicial, qualquer que seja sua natureza (RHC 91.189). (3) “Casa” aqui é um conceito amplo. Não se limita aos lugares de habitação individual. Pelo contrário, abrange até mesmo um quarto de hotel (RHC 90.376/RJ) ou local reservado ao exercício de atividade profissional (MS 23.642/DF). IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; Sempre Quando o domicílio pode ser adentrado? Flagrante Qualquer hora Desastre SEM consentimento Socorro do morador De Dia Determinação Judicial COM consentimento do morador http://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 28 de 118 Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 25- (FCC / Oficial de Defensoria Pública – SP / 2015) Márcio, Oficial de justiça da Defensoria do Estado de São Paulo, necessita cumprir um mandado na residência de Simone. Para o efetivo cumprimento do mandado Márcio precisa entrar no interior da residência. Quando chega ao local, às 19 horas e 45 minutos, Simone não permite a sua entrada, afirmando que seus filhos estão dormindo e que, se ele desejar, retorne outro dia em horário diurno. Neste caso, de acordo com a Constituição Federal, considerando que não há flagrante ou situação de urgência, Márcio deverá: a) retornar outro dia, em horário diurno, uma vez que Simone está apenas exercendo seu direito constitucional consistente na inviolabilidade domiciliar. b) requerer força policial, uma vez que a Constituição Federal lhe permite a entrada na residência de Simone até às 21 horas. c) requerer força policial, uma vez que a Constituição Federal lhe permite a entrada na residência de Simone até às 20 horas. d) requerer força policial, uma vez que a Constituição Federal lhe permite a entrada na residência de Simone em qualquer horário, tendo em vista a autorização do Poder Judiciário através de competente mandado. e) retornar no dia seguinte até às 17 horas, uma vez que Simone está apenas exercendo seu direito constitucional consistente na inviolabilidade domiciliar. Resolução: Alternativa A. Devemos destacar que é majoritário o entendimento de que o termo "dia", para fins da garantia constitucional insculpida no art. 5.º, XI, segue o critério físico-astronômico, ou seja, compreende o interstício que vai da aurora ao crepúsculo (não segue um intervalo fixo, como, por exemplo, entre 6h e 18h). 26- (FCC / Analista de Controle Externo do TCE – AP / 2012) Estabelece a Constituição Federal que a casa é asilo inviolável do indivíduo e nela pode entrar, sem o consentimento do morador: a) qualquer pessoa em estado de miserabilidade. b) oficial de justiça, munido de autorização do juiz, a qualquer hora. c) qualquer pessoa para prestar socorro. d) oficial de justiça, munido de autorização administrativa, apenas durante o dia. e) policial militar munido de ofício de delegado de polícia. Resolução: Alternativa C. A determinação é judicial. Não é ordem do Delegado, do Promotor, do Procurador, do Prefeito, do Presidente de República... É do juiz! http://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 29 de 118 Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 NOTAS (1) A regra é a privacidade em relação às correspondências, às comunicações telegráficas e aos dados (RE 389.808/PR). Além da determinação judicial, algumas exceções podem ser apontadas (não se assustem candidatos, quando avançarmos no curso, faremos uma análise mais detida dos pontos abaixo): (2) O STF considera lícita a gravação de conversa telefônica feita por um dos interlocutores, ou com sua autorização, sem ciência do outro, quando há investida criminosa deste último (ex.: quando interlocutor grava diálogo com sequestradores, estelionatários ou qualquer tipo de chantagista) (RH 75.338- RJ). (3) A obtenção de provas de forma ilícita, TENDE a ensejar vício nos demais aspectos do processo que delas dependam ou derivem, por “contaminação”. É a denominada teoria dos frutos da árvore envenenada. (4) Uma observação interessante é que a doutrina majoritária e o STF admitem o instituto da prova emprestada. Esta consiste no transporte de determinada prova de um processo para outro, sendo uma medida que possibilita o aproveitamento de acervo probatório anteriormente obtido. Todavia, o entendimento majoritário é que a utilização da prova emprestada só é possível se aquele contra quem ela for utilizada tiver participado do processo onde essa prova foi produzida, observando-se, assim, os princípios do contraditório e da ampla defesa. XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; Das correspondências Quebra de sigilo Hipóteses de decretação de estado de defesa e de sítio Das comunicações telegráficas e telefônicas Requisição por decisão formal e fundamentada de CPI (apenas pregressos, ou seja, não se admite interceptação telefônica, a qual sempre dependente de autorização do juiz competente) Hipóteses de decretação de estado de defesa e de sítio http://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 30 de 118 Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 27- (FCC / Técnico Judiciário do TRT da 8ª Região / Área Administrativa / 2004 / Adaptada) Com relação aos direitos e deveres individuais e coletivos previstos na Constituição Federal, julgue a assertiva a seguir: O sigilo das comunicações telefônicas não é absoluto, podendo a gravação de conversa telefônica servir de prova em processo criminal, desde que seja ordenada por autoridade policial competente. Resolução: Errada. A ordem é de autoridade judicial não policial. NOTA (1) Um clássico exemplo de norma constitucional de eficácia contida. A produção de efeitos é plena desde sua vigência. No entanto, pode lei infraconstitucional posterior restringir alguns deles. É o que ocorre, por exemplo, por meio do exame de ordem da OAB, cuja constitucionalidade já foi aceita pelo STF (RE 603.583/RS). (2) A esse respeito, entende o STF que não são todos os ofícios ou profissões que podem ser sujeitos ao cumprimento de condições legais para o seu exercício. A regra é a liberdade. Por exemplo, somente quando houver potencial lesivo na atividade é que pode ser exigida inscrição em conselho de fiscalização profissional (RE 414.426/SC). Ver também o incisoIX. NOTA (1) Não confundir com a vedação ao anonimato prevista no inciso IV. XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; http://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 31 de 118 Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 NOTAS (1) O inciso XV costuma ser cobrado apenas na literalidade. Atente-se à parte negritada, posto que, por exemplo, no Estado de Defesa e no Estado de Sítio, tal liberdade pode ser suprimida. (2) O inciso XVI é um pouco mais exigido. As bancas tentam confundir o candidato trocando ou omitindo as partes destacadas. Grave-se, portanto: NOTA (1) Ver também o art. 18, §4º. NÃO precisa de AUTORIZAÇÃO Pacífico Locais abertos ao público Direito de reunião Não frustrar outra reunião Prévio aviso Sem armas XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar. XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados [indivíduos] judicial ou extrajudicialmente; http://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 32 de 118 Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 NOTAS (1) Criação de associações Eficácia plena Criação de cooperativas Eficácia limitada (2) Notem que apenas a dissolução (mais grave) exige trânsito em julgado!!! (3) Já o inciso XXI, trata de aspectos de substituição processual, que ocorre quando alguém pleiteia direito alheio em nome próprio. A regra é a seguinte: Para lembrar desse tópico, pense que um clube de futebol (por exemplo, o Corinthians ou o Flamengo) é uma associação. Ninguém é obrigado a se associar ou a permanecer associado a um time. Além disso, imagine-se, se, arbitrariamente, sem decisão em julgado, suspendessem as atividades do time ou se o dissolvessem quão grande não seria o transtorno para os torcedores, patrocinadores e colaboradores envolvidos. Então para o time ser compulsoriamente dissolvido tem que haver uma decisão de peso, ou seja, ela não pode ser meramente administrativa, tem que ser judicial. ENTIDADES ASSOCIATIVAS • Precisam de autorização expressa dos seus filiados (interesses individuais). • STF - Súmula nº 629 - A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes. SINDICATOS • Não precisam de autorização expressa para a defesa de direitos e interesses coletivos ou individuais homogêneos da categoria que representam (RE 555.720-AgR) XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; http://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 33 de 118 Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 NOTAS Desapropriação ordinária + Imóvel não cumpre função social Indenização em dinheiro Indenização em títulos da dívida agrária PROPRIEDADE RURAL PROPRIEDADE URBANA Desapropriação ordinária (1) Observe-se que o direito de propriedade (inciso XXII) é relativizado pelos dois incisos subsequentes, além dos art. 182 e 184 do texto constitucional. (2) Falando em art. 182 e 184 (e antecipando um pouco a matéria) e combinando-o com a “desapropriação ordinária” (por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social), temos o seguinte quadro: NOTA (1) Nos estudos de Direito Administrativo nos são apresentadas algumas ferramentas de intervenção do Estado na propriedade privada como a servidão administrativa, a requisição, a ocupação temporária, as limitações administrativas, a desapropriação e o tombamento. Pois bem, no inciso acima temos a formulação genérica da requisição. 28- (FCC / Analista Judiciário do TRE – AP / 2015) Francisco reside em um imóvel de sua propriedade. Em caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá: a) usar da propriedade particular de Francisco, mediante justa e prévia indenização em dinheiro. b) usar da propriedade particular de Francisco, assegurada a ele indenização ulterior, se houver dano. c) usar da propriedade particular de Francisco, assegurada a ele indenização ulterior, independentemente de dano. d) realizar o procedimento de desapropriação, assegurada a Francisco indenização ulterior, se houver dano. Imóvel não cumpre função social Indenização em dinheiro Indenização em títulos da dívida pública Benfeitorias úteis e necessárias XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; http://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 34 de 118 Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 e) realizar o procedimento de desapropriação e, após a sua conclusão, usar da propriedade particular de Francisco, sem direito à indenização, já que há necessidade pública e que a propriedade não atende a sua função social. Resolução: Alternativa B. Seria bastante incoerente com um Estado Democrático de Direito a requisição, além de forçada, isentar o Poder Público de reparação de eventuais danos, concordam? Não obstante, a indenização é somente posterior, desde que haja dano. NOTA (1) Notem que a Constituição distingue duas categorias para fins de direito autoral: XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivasrepresentações sindicais e associativas; XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; AUTORES (GERAIS) • Direitos de propriedade perduram pelo menos até a morte do autor AUTORES DE INVENTOS INDUSTRIAIS • Direitos de propriedade perduram em caráter mais temporário http://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 35 de 118 Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 NOTA (1) A sucessão do “de cujus” aqui relatada é simplesmente a transferência patrimonial do falecido. 29- (FCC / Técnico Judiciário do TRE – AP / 2015) Akira, japonês, faleceu no seu país de origem, onde estava domiciliado, deixando filhos brasileiros e dois imóveis em Sergipe, em relação aos quais, será aplicável à sucessão a lei: a) brasileira, ainda que a legislação japonesa seja mais favorável, tendo em vista a nacionalidade brasileira dos filhos de Akira. b) brasileira, ainda que a legislação japonesa seja mais favorável, pois é a lei aplicável quando existirem bens imóveis em território nacional. c) japonesa, ainda que não seja a mais favorável aos filhos de Akira, em razão de ser o último domicílio do de cujus. d) japonesa, ainda que não seja a mais favorável aos filhos de Akira, tendo em vista a nacionalidade do de cujus. e) brasileira, salvo se a lei do Japão for mais favorável aos filhos de Akira. Resolução: Alternativa E. XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; NOTA (1) A referida lei é o atual Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990). NOTA (1) A norma acima se complementa ao princípio da publicidade na administração pública (CF, art. 37, “caput”), que, tanto condiciona a validade dos atos administrativos de efeito externo ou que impliquem ônus ao patrimônio público à sua publicação, quanto exige transparência no agir do Estado. prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do estado; interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no XXX - é garantido o direito de herança; XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus"; XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu http://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 36 de 118 Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 Com base no inciso XXXIII, o STF já decidiu constitucional a publicação da folha de pagamento de órgãos e entidades públicas (SS 3.902-AgR- segundo/SP). (2) Nessa linha de raciocínio, nossa Corte Maior também já afirmou ser necessário o acesso aos documentos históricos do período de ditadura militar (ADPF 153). O magistério de Di Pietro (2013) nos ensina que sob o leque do direito de petição podemos encontrar várias modalidades de recursos administrativos que, de algum modo, requeiram manifestação da administração pública em determinado caso, relativo ao indivíduo, a terceiros ou à coletividade. Não é necessário que o candidato memorize os recursos abaixo, basta que se atenha à literalidade da CF/88. Já a certidão, como nos ensinam Paulo e Alexandrino (2012) é simplesmente um extrato/cópia de informações arquivadas em algum registro em poder da administração pública ou de particular por ela delegado. Hipótese de imunidade tributária! O direito de petição XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; Direito de petição Representação Reclamação administrativa Pedido de reconsideração Recursos hierárquicos (próprios e impróprios) de revisão http://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 37 de 118 Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 STF Súmula Vinculante nº 21 – É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo. IMPORTANTÍSSIMO!!! NOTAS (1) Aqui temos consagrado o princípio da inafastabilidade da jurisdição. O Brasil adota o sistema jurisdicional inglês (de unicidade da jurisdição). Simplificadamente, apenas o Poder Judiciário é competente para firmar em definitivo o direito aplicável nos litígios (fazer coisa julgada). Isso não implica a inexistência de mecanismos de solução de litígios em âmbito administrativo. Contudo, qualquer conflito de interesses, mesmo que já tenha sido iniciado (ou concluído) na esfera administrativa pode ser levado ao Poder Judiciário. Exceções: Por fim, um detalhe importante: como regra, processo pré-existente em âmbito administrativo não impede o acionamento da via judicial (e o seu subsequente trancamento naquele âmbito). O processo não corre simultaneamente nas duas esferas (haja vista o princípio da economia processual). Já o contrário (processo iniciado em âmbito judicial), inviabiliza de antemão seu deslocamento para a esfera administrativa. (2) Exemplo clássico de aplicação de tal princípio: STF Súmula Vinculante nº 28 - É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário. Ações relativas à disciplina e às competições desportivas (CF, art. 217) Requerem esgotamento prévio da via administrativa Habeas-data (exige prova de indeferimento prévio do pedido de informação de dados pessoais, ou da omissão em atendê-lo - HD 22/DF) Reclamação de ato administrativo, ou de omissão da administração pública, que contraria Súmula Vinculante (Lei nº 11.471/06) XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; http://www.exponencialconcursos.com.br/ Prof. Jonathas de Oliveira www.exponencialconcursos.com.br 38 de 118 Curso: Direito Constitucional – ICMS BA Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 02 (3) A Lei nº 9.307/96 (Lei da Arbitragem), permite que pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis. As partes inclusive poderão escolher, livremente, as regras de direito que serão aplicadas na arbitragem, desde que não haja violação aos bons costumes e à ordem pública. De todo modo, cumpre destacar que não há afronta ao disposto na CF/88. Trata-se tão somente de uma opção de jurisdição privada. Assim, em último caso, as partes litigantes, ainda que tenham ingressado no juízo arbitral, poderão recorrer ao Poder Judiciário quando assim lhes convier. NOTAS (1) (2) Tal norma comporta flexibilizações. Por exemplo, na seara penal, vale o princípio da retroatividade (extensão de efeitos a fatos pretéritos) da lei mais benéfica ao réu (ver art. 5º, XL). Outro exemplo é a possibilidade de ação rescisória de decisão judicial
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