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= 4 Obrigações e Bandas de Energia PRÉ-VISUALIZAÇÃO DO CAPÍTULO A colagem em materiais cerâmicos pode ser bastante complicada. É principalmente covalente e/ou iónica, mas também pode ter um componente metálico, um componente van der Waals, e assim por diante. Neste capítulo, analisamos os tipos básicos de ligações primárias e secundárias e vemos como se aplicam à cerâmica. Também revemos o conceito de bandas energéticas, que é utilizado quando discutimos mais tarde as propriedades eléctricas. O objectivo deste capítulo é rever os conceitos que utilizamos ao longo do texto. Se não for uma revisão para si, são dadas sugestões para textos adequados que possam dar-lhe os pormenores. Os tópicos importantes incluem o tipo de ligação, a origem da hibridação, a ligação mista e as bandas energéticas. 4.1 TIPOS DE LIGAÇÃO INTERATÓMICA Podemos dividir os laços interatómicos em duas categorias. ▪ Ligações primárias (fortes) ▪ Ligações secundárias (fracas) Os tipos de ligações primárias e secundárias e as suas gamas de energia são apresentados no Quadro 4.1. Nas secções seguintes, fazemos uma breve revisão das características gerais destas obrigações. Todas as forças interatómicas são de origem electrostática. A expressão mais simples para a energia de ligação é: dE nA mB F = dr = rn+1 - rm+1 (4.2) A força é zero na separação de equilíbrio. Assinar convenções para a força: Na Figura 4.1A a força é atractiva quando F é positiva. Esta é a convenção habitual na ciência dos materiais (e na lei de Newton de gravitação). A força é atractiva se A > 0 e negativa se A < 0. Cuidado: na electrostática, a convenção é que uma força negativa é atractiva. 4.2 MÓDULO DOS JOVENS A B E = - rn + rm (4.1) onde r é a distância interatómica; e A, B, n, e m são constantes, características do tipo de ligação. O primeiro termo é o componente atractivo, e o segundo é devido à repulsão. Apenas quando m > n é um valor mínimo (de equilíbrio) de E possível. A equação 4.1 diz que as forças atractivas predominam quando os átomos estão muito afastados e são repulsivos as interacções predominam quando os átomos estão próximos uns dos outros. A curva energia-óssea pode ser traçada como mostra a Figura 4.1A. Quando a energia é um mínimo, os átomos estão na sua separação de equilíbrio (r r0 ); o estado de energia mais baixo define a condição de equilíbrio. Quando discutimos a cerâmica, normalmente pensamos no material em termos de iões; iões com o mesmo sinal repelem-se sempre uns aos outros devido à força Coulomb. Se diferenciarmos a equação 4.1 em relação a r, nós Podemos alterar o espaçamento de equilíbrio (r0 ) dos átomos num sólido através da aplicação de uma força. Podemos aproximar mais os átomos (compressão), r < r0 , ou puxá-los para mais longe (tensão), r > r0 . O módulo de jovens (E) é uma medida do resistência a pequenas alterações na separação dos adjacentes átomos (o módulo é latim para "uma pequena medida"). É o mesmo tanto para a tensão como para a compressão. O módulo de Young está relacionado com as forças de ligação interatómicas; e, como seria de esperar, a sua magnitude depende da inclinação da curva força-distância em r0 . Close to r0 the force–distance curve approximates a tangent; when the applied forces are small, the displace- ment of the atoms is small and proportional to the force. We can define the stiffness of the bond, S0, as the slope of this line. Subscribe to DeepL Pro to translate larger documents. Visit www.DeepL.com/pro for more information. https://www.deepl.com/pro?cta=edit-document&pdf=1 obter uma equação que descreve a força resultante F entre um par de átomos S0 = dF dr r=r0 = d E 2 dr2 r=r (4.3) C.B. Carter e M.G. Norton, Materiais Cerâmicos: Ciência e Engenharia, DOI 10.1007/978-1-4614-3523-5_4, Ⓒ Springer Science+Business Media New York 2013 0 54 ............................................................................................................................................................. 4 B O N D S E E N E R G Y B A N D S 0 0 0 TABELA 4.1 Forças de Ligação Típicas FIGURA 4.1. (A) Curva de energia bonificada para KCl. Na separação infinita, a energia é a necessária para formar K+ e Cl— a partir dos átomos correspondentes. (B) Curvas de força-distância para dois materiais: um onde a ligação é forte e outro onde é fraca. Tipo de energia bondBond (kJ/mol) Ionic 50–1,000 Covalent 200–1,000 Composto Média de jovens módulo (GPa)Temperatura de fusão (◦ C) Metálico 50–1,000 van der Waals 0.1–10 Hidrogénio 10–40 A rigidez é análoga à constante de mola ou constante de força elástica de uma mola e é a origem física da lei de Hooke. Perto de r0 podemos assumir que a força entre dois átomos que foram esticados afastados a uma pequena distância r é Carboneto de titânio 310 3,180 Tungsténio 414 2,996 Carboneto de silício 345Sublimes > 2.800 Periclase (MgO) 207 2,800 Berilia (BeO) 310 2,585 Spinel (MgAl O )24 241 2,160 Corundum (Al O )23 366 2,050 F = S0 (r - r )0 (4.4) Se considerarmos separar dois planos de átomos, então a força total por unidade de área pode ser obtida dividindo F por r 2 Poliestireno 2.8 <300 Nylon 2.8 <300 Borracha 0.07 <300 outros fortementecolado átomos. Com referência para F S0 (r - r )0 S0 r - r 0 curvas de energia óssea, um material com um módulo elevado tem r2 = s = 2 = r r0 0 = Ee (4.5) um poço de energia estreito e íngreme; um poço de energia amplo e pouco profundo é característico de um baixo módulo. O Quadro 4.2 enumera os valores dos módulos de Young para diferentes materiais como um onde s e e já lhe devem ser familiares - eles são stress e tensão, respectivamente. Módulos obtidos a partir deste são aproximadas porque se relacionam apenas com dois átomos, ignorando os efeitos dos átomos vizinhos. (Embora aqui apenas tenhamos discutido o módulo de Young, as conclusões são aplicáveis aos outros módulos elásticos que descrevemos no Capítulo 16). Como o espaçamento interatómico, e em alguns casos a ligação, varia com a direcção num único cristal, o módulo de Young depende da direcção da tensão em relação aos eixos dos cristais. Os monocristais são elasticamente anisotrópicos. A figura 4.1B mostra parcelas de distância-força para dois materiais: uma que tem átomos fracamente colados e a TABELA 4.2 O módulo de Young como função da temperatura de fusão r Ferro de engomar 207 1,539 Cobre 110 1,083 Halite (NaCl) 34 801 Alumínio 69 660 Magnésio 41 650 4.3 I O N I C B O N D I N G ....................................................................................................................................................................................................................................................................................55 função da temperatura de fusão. Pode-se ver a tendência geral: quanto mais alta for a temperatura de fusão, mais alto será o módulo. As temperaturas de fusão são também indicativas das forças de ligação, que são determinadas principalmente pela profundidade do poço de energia. O módulo é determinado pela curvatura no fundo do poço. É esta diferença que explica os desvios em relação à tendência geral. À medida que a temperatura de um material aumenta, o módulo de Young geralmente diminui lentamente, como mostra a figura 4.2 para o óxido de alumínio de cristal único (coríndon). À medida que a temperatura se aproxima do zero absoluto, a inclinação da curva aproxima-se do zero, conforme exigido pela terceira lei da termodinâmica. (A entropia de qualquer substância pura em 56 ............................................................................................................................................................. 4 B O N D S E E N E R G Y B A N D S T =— FIGURA 4.2. Dependência da temperatura do módulo de Young para o coríndon. o equilíbrio interno completo é zero). Uma relação empírica que se ajusta aos dados de várias cerâmicas é E = E0 - bT exp -T0 (4.6) onde E0 é o módulo de Young a zero absoluto; b e T0 são constantes empíricas; e T0 é cerca de metade da temperatura Debye. (A temperatura Debye é aquela em que o frequência de vibração elástica dos átomos de um sólido é maxi- mum). medida que a temperatura aumenta, a separação entre os átomos é aumentada e a força necessária para novos aumentos é ligeiramente diminuída. Para a cerâmica policristalina existe um efeito adicional devido aos limites dos grãos. A temperaturas elevadas há uma diminuição rápida dos valores medidos dos modulos de Young, como se mostra na Figura 4.3. Isto tem sido atribuído a efeitos não elásticos, tais como deslizamento dos limites dos grãos e amolecimento dos limites dos grãos. O módulo de Young de uma cerâmica a granel continua a mudar, como descrito pela equação 4.6, mas estamos a medir alterações devido aos limites dos grãos. A importância dos limites de grão no comportamento mecânico da cerâmica tornar-se-á aparente em capítulos posteriores. 4.3 OBRIGAÇÕES IÓNICAS Numa ligação iónica pura há uma transferência completa de electrões de um átomo para outro. Os compostos iónicos puros não FIGURA 4.3. Dependência da temperatura do módulo de Young para cerâmica policristalina sev- eral. situação estável. No entanto, o par de iões tem uma forte atracção mútua que leva a uma forte ligação na toupeira. Como a força Coulomb é forte e de longo alcance, muitos compostos iónicos têm altas temperaturas de fusão e de ebulição. As ligações iónicas não favorecem determinadas direcções. Isto é muito diferente de uma ligação covalente. 4.3.1 Energia de um par de iões Antes de considerarmos uma malha de iões, consideramos um único par de iões com carga oposta separados por um r. A energia electrostática atractiva E é 2 existem. Embora compostos como NaCl e LiF sejam frequentemente pensados como sendo iónicos, em geral todos esses sólidos "iónicos" têm uma componente covalente. E |ZM |||ZX | e (4 pe0 r) (4.7) A exigência de ligação iónica é que a energia de ionização para formar o catião e a afinidade dos electrões para formar o ânion devem ambos favorecer energeticamente. A formação de iões isolados a 4.3 I O N I C B O N D I N G ....................................................................................................................................................................................................................................................................................57 partir de átomos isolados requer energia; e assim a formação do par de iões não daria um onde Zm e Zx são os encargos sobre o catião e o ânion, respectivamente. O sinal negativo na equação 4.7 significa que à medida que r se torna mais pequeno, a energia torna-se cada vez mais negativa. Para se obter uma separação de equilíbrio, deve haver repulsão para equilibrar a atracção. 58 ............................................................................................................................................................. 4 B O N D S E E N E R G Y B A N D S 2 = X — Configuração de iões Não. Ele 5 Ne 7 Ar, Cu 9+ Kr, Ag+ 10 Xe, Au+ 12 Fortes forças repulsivas surgem quando os orbitais electrónicos completos de ambos os iões se sobrepõem, porque alguns electrões têm então de entrar em estados energéticos mais elevados, de acordo com o princípio de exclusão Pauli. A energia repulsiva aumenta rapidamente com a diminuição da distância entre os iões. A energia repulsiva é muitas vezes dada por uma equação da forma B Er = rn (4.8) onde B é uma constante, e n é conhecido como o Born expo- nent. A informação sobre o expoente Nascente pode ser obtida a partir de dados de compressibilidade, porque estamos mea- surgira a resistência dos iões a estar mais próximos uns dos outros do que r0 . O expoente Nascente depende do tipo de ião envolvido. Os iões maiores têm densidades de electrões mais elevadas e, portanto, valores maiores de n (Tabela 4.3). A energia total do par de iões é dada pela soma das equações 4.7 e 4.8 FIGURA 4.4. Matriz linear de iões de sinais alternados separados por r0 . E =- |ZM |||Zx |e + B (4.9) (4pe0 r) rn O inseto na Figura 4.1A mostra como quando r é grande a energia da ligação é >0 devido à energia líquida envolvida na formação do par de iões. 4.3.2 Madelung Constant Numa malha de cristal, todos os iões interagem. A interacção entre iões com carga oposta é atractiva e é repulsiva entre iões de carga semelhante. A soma de todas estas interacções é conhecida como a constante de Madelung, A (Madelung 1918). A energia por par de iões no cristal é então A |ZM |||Zx |e2 FIGURA 4.5. Estrutura de NaCl mostrando distâncias entre iões em múltiplos de r0 . E =— (4.10) (4 pe r )00 A distância rij é a separação entre os iões em A constante Madelung é definida como a razão entre a energia Coulomb de um par de iões num cristal e a energia Coulomb de um par de iões isolado na mesma separação (a separação de equilíbrio dos iões no cristal e não num par isolado). equilíbrio em múltiplos de r0 . Em três dimensões, a série apresenta uma maior diffi- culdade do que o exemplo linear. Não é possível anotar os termos sucessivos através de uma inspecção rápida. Mais importante, a série apenas converge lentamente e continua a inverter-se em sinal, pelo que é necessário considerar todo o infinitocristal. Uma abordagem que podemos utilizar para obter A para um A Z Zij i |Z1 |||Z2 |rij TABELA 4.3 Valores do Expoente Nascente CONSTANTE MADELUNG PARA MATRIZ LINEAR Para a infinita matriz linear de iões mostrada na Figura 4.4 obtemos A = 2[1 — 1/2 + 1/3 — 1/4 + ] O factor 2 ocorre porque existem dois iões, um à direita e outro à esquerda do nosso ião de referência, a distâncias iguais rij . Somamos esta série utilizando a expansão ln (1 + x) = x - x /2 + x /3 - x /4 + .... Assim, a constante linear Madelung A = 2 ln2. 2 3 4 4.3 I O N I C B O N D I N G ....................................................................................................................................................................................................................................................................................59 (4.11) A estrutura de cristal tridimensi onal é ilustrada para NaCl (Figura 4.5). Considere mos as interacçõe s entre o 60 ............................................................................................................................................................. 4 B O N D S E E N E R G Y B A N D S 0 ▪ B= 4pe 0 ▪ A energia Coulomb não depende do tipo de estrutura de cristal. Estrutura Número de coordenação Factor geométrico A Cloreto de sódio 6:6 1.74756 Cloreto de césio 8:8 1.76267 Blende de zinco 4:4 1.63806 Wurtzite 4:4 1.64132 Fluorite 8:4 2.51939 Rutilo 6:3 2.408a Corundum 6:4 4.1719a aO valor de A depende dos detalhes da estrutura catião central e todos os outros iões da célula. Devido aos requisitos de electoneutralidade na célula da unidade, os iões localizados nas faces do cubo contam 1/2, os das bordas da célula contam 1/4, e os iões dos cantos contam 1/8. (Esta é a mesma abordagem que se utiliza para determinar o número de átomos por célula). Usando a equação 4.11, obtemos A = -(6/2)(-1)/1 - (12/4)(1)/ , ffi2ffiffi - (8/8)(-1)/ , ffi 3 ffi ffi No Capítulo 5 veremos que a embalagem é a consideração mais importante na determinação da estrutura adoptada pelos cristais predominantemente ligados ionicamente. A diferença em A entre algumas estruturas de cristais é muito pequena. Nesses casos (por exemplo, as estruturas de zinco blende e wurtzite - denominadas depois das duas formas cristalinas de ZnS), a diferença em a energia electrostática resultante é pequena. Para o zinco blende e wurtzite, é de ~0,2%. Quando a diferença de energia entre os tipos de estrutura da mesma estequiometria é pequena, encontramos frequentemente polimorfismo: o composto pode formar-se com mais do que uma estrutura. Examinamos esta complicação útil no Capítulo 7. 4.3.3 Energia da malha Com o conhecimento da constante Madelung, podemos escrever a energia total para uma toupeira da malha de cristal contendo um número Avogadro (N) de pares de iões Daí AN|ZM |||Zx |e2 NB A = 3 — 2.1212 + 0.5774 = 1.456 E =— (4pe r) + rn (4.12) Se considerarmos um tamanho celular maior, o valor que obtemos para a constante Madelung está mais próximo do valor determinado para a estrutura NaCl utilizando cálculos informáticos. Duplicação A energia mínima, E0 , em r0 é obtida através da equação diferenciadora 4.12 em relação a r. o comprimento da borda da célula dá A = 1,75. Estas simples dE A N|ZM |||Zx |e2 nBN os cálculos são um pouco enganadores porque a soma é dr = 0 = (4pe r )2 — rn+1 realmente infinito. Há dois pontos importantes. ▪ A é bem definido para uma determinada estrutura de cristal; normalmente é ~2. A é único para uma estrutura de cristal particular; ou seja, é o mesmo para NaCl e MgO. A tabela 4.4 lista constantes de Madelung para algumas estruturas de cristal comuns. O valor da constante Madelung é determinado apenas pela geometria da grelha e é independente do raio iónico e da carga. Infelizmente, algumas tabelas incorporam carga iónica, pelo que é necessário ter cuidado 0 0 0 A constante B é então A N|ZM |||Zx |e r2n—1 0 A equação de reescrita 4.12 dá à equação de Born- Lande', que é bastante bem sucedida na previsão de valores precisos da energia da malha de um composto iónico. AN|ZM |||Zx |e2 1 ao olhar para cima e comparar valores. Por exemplo, a constante Madelung para fluorite pode ser dada como 5.038 e E0 =- 4pe r00 1 — n (4.13) a de Al O23 como 25.031; a constante para MgO pode então ser dada como diferente da constante para NaCl. A tabela 4.4 confirma que o valor da constante Madelung para todas estas diferentes estruturas de cristal é >1. A implicação é que o cristal é mais estável do que um par de iões isolado. O facto de a constante Madelung para a estrutura NaCl, que tem seis vizinhos mais próximos, estar próxima da constante Madelung da estrutura CsCl, que tem oito vizinhos mais próximos, indica que ▪ O número de vizinhos não influi TABELA 4.4 Constantes Madelung de algumas estruturas de cristais comuns 4.3 I O N I C B O N D I N G ....................................................................................................................................................................................................................................................................................61 significativamente a energia da malha. Requer apenas conhecimento da estrutura do cristal (para escolher correctamente A) e r0 . Ambos os parâmetros estão facilmente disponíveis a partir dos dados de difracção de raios X. Como exemplo de utilização da equação 4.13, vamos calcular o valor de E0 para MgO. Precisamos de substituir os valores de MgO pelos valores seguintes: A = 1.748 (da Tabela 4.4) n = 8 (um valor médio baseado no Quadro 4.3) r0 = 210 pm (a partir de dados de difracção de raios X) Isto dá E0 = -4.046,8 kJ/mol. 62 ............................................................................................................................................................. 4 B O N D S E E N E R G Y B A N D S → Os termos da equação 4.1 são modificados noutros modelos porque seria surpreendente que um valor de n coubesse em todos os átomos quando não temos justificação física para qualquer número em particular. Por exemplo, o termo de repulsão pode ser representado por Para metais que se vaporizam para formar gases monatómicos, DHA é idêntico à entalpia da sublimação. Se uma molécula diatómica M2 sublima, a entalpia de dissociação do reacção (M2 2M) também deve ser incluída. Tal como definido anteriormente, E é a energia da malha do cristal e representa Er = ser—(r/r) (4.14) o calor da formação por mole de um cristal MX de M e X(g)— . + (g) onde b e r são constantes determinadas a partir de medições de compressa- ibilidade. Isto dá a equação Born-Mayer (Born e Mayer 1932) para a energia da malha. AN|ZM |||Zx |e2 r Como exemplo de utilização do ciclo Born-Haber, nós calcular a energia da malha de MgO. Os valores dos vários parâmetros termodinâmicos podem ser encontrados em Kubaschewski et al. (1993), Johnson (1982), e nas tabelas NIST-JANAF (Chase 1998). Para MgO: E0 = - - 4pe r00 1 — r (4.15) DHf -601.7 kJ/mol A equação de Born-Mayer enfatiza o facto de a equação 4.1 foi concebida puramente para corresponder ao fenómeno observado. Não é uma "verdade" fundamental como a interacção Cou- lomb. 4.3.4 Ciclo Nascido-Haber O ciclo Born-Haber (Nascido em 1919; Haber 1919) mostra a relação entre a energia da malha e outras quantidades termodinâmicas. Também permite calcular a energia da malha. O pano de fundo do ciclo Born-Haber é a lei de Hess, que afirma que a entalpia de uma reacção é a mesma quer a reacção se processe numa ou em várias etapas. O ciclo de Born-Haber para a formação de um composto iónico é mostrado na Figura 4.6. É uma condição necessária que DHf = DHAM + DHAX + DHIE + DHEA + E (4.16) ou em termos de energia da malha E = DHf - DHAM - DHAX - DHIE - DHEA (4.17) onde DHAM e DHAX são as entalpias da atomização do metal e do não-metal, respectivamente. Para moléculas diatómicas gasosas, DHA é a entalpia da dissociação (energia de ligação mais RT) da molécula diatómica. DHAM 147,7 kJ/mol DHAX 249 kJ/mol [O valor real para a entalpia de dissociação é 498 kJ/mol, mas precisamos de tomar metade deste valor porque estamos a considerar a reacção / O122 (g) → O (g)]. DHIE 2,188 kJ/mol DHEA -638 kJ/mol Por substituição na equação 4.17, obtemos E 2,548.4 kJ/mol. Se compararmos este valor com o calculado utilizando a equação de Born-Lande, vemos que são bastante diferentes. O ciclo Born-Haber dá uma energia da malha cerca de 60% superior ao valor de Born-Lande'. A razão para esta diferença é que embora muitas vezes consideremos MgO como essen- tially uma cerâmica iónica, ela tem um apreciável acto covalente de char- actriz. Se cálculos semelhantes, utilizando a equação de Born-Lande' e o ciclo Born-Haber, forem efectuados para NaCl ou um dos outros halogenetos alcalinos, os valores obtidos utilizando os dois métodos concordam com 1-2%, como se mostra na Tabela 4.5. As diferenças nos cálculos acima referidos como por vezes utilizadas como meio de definir uma com- libra iónica - se os resultados forem semelhantes, esta deve ser iónica. Embora esta definição não seja muito útil dentro do texto de con- cerâmicas, serve como uma ilustração de que a ligação na maioria das cerâmicas não é simplesmente iónica. FIGURA 4.6. Ciclo Nascido-Haber. TABELA 4.5 Energias de Malhas de Alguns Halogenetos Metálicos Alcalinos e Alcalinos Terrestres a 0 K 0 — = 4.3 I O N I C B O N D I N G ....................................................................................................................................................................................................................................................................................63 Ciclo CompoundBorn-Haber Equação "Born-Lande NaF —910 904 NaCl —772 757 NaBr —736 720 NaI —701 674 KCl —704 690 KI —646 623 CsF —741 724 CsCl —652 623 CsI —611 569 MgF2 -2,922 —2,883 CaF2 -2,597 —2,594 64 ............................................................................................................................................................. 4 B O N D S E E N E R G Y B A N D S 4.3.5 Rádios Iónicos Sabemos pela mecânica quântica que os átomos e os iões não têm raios definidos com precisão. Contudo, o conceito de um íon como uma esfera dura com um raio fixo é útil ao prever estruturas cristalinas. As provas experimentais mostram que tal modelo tem alguma justificação: o modelo "funciona" frequentemente. No entanto, tenha sempre em mente que os átomos e os iões não são esferas rígidas, e que o seu tamanho é afectado pelo seu ambiente local. Não podemos medir directamente os raios iónicos. O que podemos medir com bastante facilidade, e com alta precisão usando cristalografia de raios X, na maioria dos cristais é r0 r0 = rM + rX (4.18) onde rM é o raio do catião (geralmente um metal), e rX é o raio do ânion. Para obter os raios iónicos, é necessário fixar o raio de um dos iões na equação 4.18. Historicamente, o raio do ião I— foi fixado, e os outros raios foram calculados em relação a ele (Lande' 1920). Mais tarde, Pauling (1960) produziu um conjunto consistente de raios iónicos que foram amplamente utilizado durante muitos anos. Muitos mineralogistas utilizam Os valores de Goldschmidt. O conjunto mais completo de raios iónicos é o compilado por Shannon e Prewitt (1969) e revisto por Shannon (1976). A tabela 4.6 enumera os raios iónicos de Shannon. Embora existam várias tabulações diferentes, elas são, na sua maioria, consistentes internamente. É importante, contudo, utilizar raios de apenas um conjunto de dados. Nunca misturar valores de diferentes tabulações. Existem várias tendências importantes no tamanho dos iões. ▪ Os raios de iões dentro de um grupo na tabela periódica aumentam com o aumento de Z (isto é para o grupo principal elementos; o transição metais frequentemente comportar-se de forma diferente). O raio de um catião é menor do que o átomo correspondente. O raio de um anião é maior do que o átomo correspondente. Numa linha específica da tabela periódica, os ânions são maiores do que os catiões. Usando métodos de raios X, é possível obter mapas precisos de densidade de electrões para cristais iónicos. Os de NaCl e LiF são mostrados na Figura 4.7. Tem sido sugerido que 87 Eu3+ 181 F— 75 Fe2+ 55 Fe3+ 80 Ga3+ 62 Gd3+ 55 Ge4+ 167 Hf4+ 77 Hg2+ 73 Ho3+ 54 I— 91 In3+ 89 K+ 95 133 78 65 62 94 53 71 102 90 220 80 138 La3+ Li+ Mg2+ Mn2+ Mn4+ Mo3+ Mo4+ Mo6+ N5+ Na+ Nb5+ Nd3+ Ni2+ 103 76 72 83 53 69 65 59 13 102 64 98 69 Ni3+ O2— OH— P5+ Pb2+ Pb4+ Rb+ Ru4+ S2— S6+ Sb3+ Sb5+ Sc3+ 56 140 137 38 119 78 152 62 184 29 76 60 75 Se2- Se6+ Si4+ Sm3+ Sn4+ Sr2+ Ta5+ Te2- Te6+ Th4+ Ti2+ Ti3+ Ti4+ 198 42 40 96 69 118 64 221 56 94 86 67 61 Tl+ Tl3+ U4+ U5+ U6+ V2+ V5+ W4+ W6+ Y3+ Yb3+ Zn2+ Zr4+ 150 89 89 76 73 79 54 66 60 90 87 74 72 47 P5+ 39 Pb2+ 96 S6+ 62 Se6+ 59 Sn4+ 57 Si4+ 66 Ti4+ 39 V5+ 99 W6+ 48 Zn2+ 55 138 17 98 12 28 55 26 42 36 42 60 TABELA 4.6 Rádios de Cristal Iónico (em pm) ▪ ▪ ▪ Número de coordenação = 6 Ag+ Al3+ As5+ 115 54 46 Au+ 137 B3+ 27 Ba2+ 135 Be2+ 45 Bi3+ 103 Bi5+ 76 Br— 196 C4+ 16 Ca2+ 100 Cd2+ 95 Ce4+ Cl— Co2+ Número de coordenação = 4 Ag+ Al3+ As5+ 100 39 34 Fe3+ Ga3+ Ge4+ 49 OH— 135 Número de coordenação = 8 Bi3+ Ce4+ Ca2+ 117 97 112 Rb+ Sr2+ Th4+ 161 126 105 Número de coordenação = 12 Ba2+ Ca2+ La3+ 161 134 136 Co3+ B3+ 11 Hg2+ Ba2+ 142 U4+ 100 Pb2+ 149 Cr2+ Be2+ 27 In3+ Dy3+ 103 Y3+ 102 Sr2+ 144 Cr3+ C4+ 15 Li+ Gd3+ 105 Zr4+ 84 Cr4+ Cd2+ 78 Mg2+ Hf4+ 83 Cs+ Co2+ 58 Mn2+ Ho3+ 102 Cu+ Cr4+ 41 Mn4+ In3+ 92 Cu2+ Cu+ 60 Na+ Na+ 118 Cu3+ Cu2+ 57 Nb5+ Nd3+ 111 Dy3+ F- 131 Ni2+ O2— 142 Er3+ Fe2+ 63 O2- Pb2+ 129 4.3 I O N I C B O N D I N G ....................................................................................................................................................................................................................................................................................65 66 ............................................................................................................................................................. 4 B O N D S E E N E R G Y B A N D S ≥ ▪ FIGURA 4.7. Mapas de densidade de electrões para (A) NaCl e (B) LiF. o mínimo nos contornos de densidade de electrões entre os núcleos poderia ser tomado como a posição do raio para cada ião. Os valores dos raios iónicos obtidos por este método diferem ligeiramente dos obtidos por outros métodos e tendem a tornar os ânions mais pequenos e os catiões maiores. Note-se que a densidade de electrões não vai a zero na região entre núcleos, mesmo para os cristais "iónicos". 4.4 LIGAÇÃO COVALENTE Uma ligação covalente pura forma-se quando átomos que têm a mesma electronegatividade se combinam; os electrões são partilhados igualmente. Uma tal ligação ocorre apenas entre átomos idênticos. Exemplos de ligações covalentes puras são a ligação C-C em diamante e a ligação Si-Si em silício. Se os átomos tiverem uma electronegatividade semelhante, pode formar-se uma ligação que tenha uma grande componente covalente. As ligações mais importantes para a cerâmica são a ligação Si-O encontrada nos silicatos e a ligação Al-O 4.4.1 Orbitais Moleculares Uma forma de considerar a formação de ligação covalente é olhar para o que acontece às orbitais atómicas individuais (AOs) em átomos adjacentes, uma vez que se sobrepõem a curtas distâncias para formar orbitais moleculares (MOs). O caso mais simples é o de duas orbitais de 1s. Em separações relativamente grandes ( 1 nm), o orbital dos electrões num átomo não é influenciado significativamente pela presença do outro átomo. À medida que os dois átomos se aproximam, os orbitais sobrepõem-se e a densidade de electrões entre os núcleos aumenta. Em r0 , os AOs individuais tornam-se um único MO - chamado MO de ligação - com a densidade de electrões concentrada entre os núcleos. Um MO de ligação pode ser descrito como a soma das funções de onda dos AOs contribuintes cBond = cA + cB (4.19) A probabilidade de encontrar um electrão num dado ponto do MO é proporcional a cBond2 ligação em alumina. A curva energia-óssea para uma ligação covalente tem a (cBond) = (cA + cB) (4.20) a mesma forma geral que a mostrada na Figura 4.1A. A principal diferença é que não temos o termo energético adicional associado com a formação de iões. As forças envolvidas continuam a ser electrostáticas. ▪ Forças atractivas: entre os electrões de um átomo e o núcleo do átomo vizinho Forças repulsivas: entre elétrons em átomos vizinhos 2 2 4.3 I O N I C B O N D I N G ....................................................................................................................................................................................................................................................................................67 A equação 4.20 é mostrada como uma função da internuclear distância na Figura 4.8. Podemos representar um MO pictórico, semelhante ao que fazemos para os AOs, delineando uma forma que encerra a maior parte da densidade de electrões e, consequentemente, é dada pela função de onda molecular. A figura 4.9 representa o modo de funcionamento de desossagem formado pela combinação de duas AOs de 1s. Como as regiões de alta densidade de electrões se encontram entre os átomos, as ligações covalentes são direccionais. As ligações direccionais 4.4 C O V A LE N T B O N D I Ç Ã O ................................................................................................................................................................................................................................................................61 z x y s z x y FIGURA 4.8. A distribuição mostra a probabilidade de encontrar um electrão num dado ponto de um orbital molecular (MO) em função da distância. FIGURA 4.9. Representação de um MO obtido pela soma de duas orbitais atómicas (AOs). Neste caso, o exemplo é H2 . FIGURA 4.10. Representação da formação de um MO anti- condensação. Um exemplo apropriado é novamente H2 . FIGURA 4.11. Diagrama do nível de energia para os MOs H2 e os correspondentes AOs. a natureza influencia grandemente os arranjos atómicos na cova- sólidos ligados suavemente e as suas propriedades mecânicas. Dia- mond, uma cerâmica de colagem puramente covalente, é o material mais duro conhecido. Também podemos formar um MO chamado MO anti- condulação subtraindo as funções de onda das orbitais de contri- masing. c* = cA - cB (4.21) No MO anti-condensação, ilustrado na Figura 4.10, a densidade de electrões é grandemente reduzida na região de sobreposição e é zero a meio caminho entre os núcleos. O MO anti-condensação é menos estável do que os AOs isolados dos quais é derivado e, consequentemente, mais elevado em energia. Os MOs que são simétricos quando rodados em torno de uma linha que une os núcleos são chamados MOs sigma (s). Os MOs de ligação e anti-ligação são referidos como sb e s* , respectivamente. A Figura 4.11 mostra as energias relativas de estes MOs em r0 . Podemos construir dois MOs a partir de dois 1s AOs que tenham a mesma energia. O MO de ligação tem uma energia mais baixa do que os AOs, e o MO anti-ligação tem uma energia mais elevada. Podemos também formar OP a partir da sobreposição de orbitais p. Existem três orbitais p que são equivalentes em forma e volume mas apontam ao longo de diferentes eixos coordenados. A Figura 4.12 mostra seis tipos de MO formados a partir da sobreposição das orbitais px , py , e p .z A sobreposição dos orbitais pz é qualitativamente semelhante à sobreposição dos orbitais s; e o MO de ligação é designado sb . Os dois orbitais px e os dois orbitais py não se sobrepõem ao longo do eixo z; pelo contrário, sobrepõem-se acima e abaixo dele. Este tipo de MO é chamado de orbital p. Os MO p que concentram a densidade de electrões na região entre os dois núcleos são conhecidos como MO p de ligação. A combinação de px orbitals produzem um MO de ligação pb , enquanto o combinação de orbitais py produz um MO de ligação pb . Estes dois MO têm a mesma forma e energia mas são ortogonais. Na sequência da convenção utilizada para os MOs antibloqueio, os MOs antibloqueio p são indicados px* e py* . Assumindo que não há mistura dos s e p orbitais, os relativos As energias dos MOs são sb <ss*<sb <pb = pb <p* x = py*<sz* SOBRE A CONVENÇÃO DE ATRIBUIÇÃO DE EIXOS DE COORDENADAS A linha que liga os núcleos numa molécula diatómica é designado eixo z e é, portanto, comum a ambos os núcleos. Os dois conjuntos de eixos x e y correspondentes são paralelos. 62 ............................................................................................................................................................. 4 B O N D S E E N E R G Y B A N D S FIGURA 4.12. MOs formados a partir de pz (topo) e px (fundo) AOs. Os AOs originais são mostrados na parte superior direita de cada MO. Um diagrama destes níveis de energia é mostrado na Figura 4.13. Foi construído permitindo apenas interacções entre os orbitais do átomo A e do átomo B, que têm a mesma energia. Na verdade, podem ocorrer interacções entre AOs no mesmo átomo desde que a energia entre as orbitais não seja demasiado grande. Esta nova disposição dos electrões chama-se hibridização. 4.4.2 Hibridação de Orbitais Atómicos Em átomos contendo AOs que estão próximos em energia, diferentes orbitais podem misturar-se para dar os chamados orbitais híbridos. A mistura entre orbitais de 1s e 2s não ocorre. Por exemplo, em Na, a diferença de energia entre estas orbitais é de 9 MJ/ mol. A diferença de energia entre as orbitais 2s e 2p é menor e varia com Z. Em F, a diferença de energia entre as orbitais s e p é suficientemente grande para que negligenciemos a mistura. Contudo, no caso dos elementos à esquerda de F na tabela periódica, a mistura entre os 2s e 2p AOs é importante e resulta numa mudança na ordem dos níveis, como se mostra na Figura 4.14. Um orbital híbrido sp formado a partir de um orbital s e um orbital p único é ilustrado na Figura 4.15. A combinação de orbitais s e p causa reforço na região em que o sinal da função da onda é o mesmo e cancelamento onde os sinais são opostos. Podemos representar estas situações matematicamente: csp1 = cs + cp (4.22) csp2 = cs - cp (4.23) FIGURA 4.13. Diagrama a nível energético para uma mol- ecule diatómica homonuclear onde existe uma hibridização sp negligenciável. 4.4 C O V A LE N T B O N D I Ç Ã O ................................................................................................................................................................................................................................................................63 FIGURA 4.14. Diagrama a nível energético para uma mol- ecule diatómica homonuclear onde ocorreu a hibridação sp. FIGURA 4.16. Formação de orbitais híbridos de sp .3 dois ou mais orbitais no mesmo átomo para formar um novo conjunto de OAs híbridos. 4.4.3 Orbitais Hibridizados em Cerâmica Um exemplo muito importante de hibridação é que ocorre - anel entre um s orbital e três p orbitais para formar sp3 orbitais híbridos. No carbono, a figuração dos electrões no estado de terra é 1s 2s 2p22x1y1 ; 2pneste estado, o carbono seria divalente porque apenas os electrões não emparelhados nos orbitais px e py estão disponíveis para a colagem. Para formar quatro ligações, o carbono deve ser elevado ao seu estado de valência. Isto requer a promoção de um dos electrões do s orbital 2s para o orbital 2pz anteriormente vazio. A configuração dos electrões passa agora a ser 1s 2s 2p 2p21111 2p. Esta promoção custa x y z FIGURA 4.15. Dois sp orbitais híbridos formados pela adição e subtracção das funções de onda correspondentes. onde cs e cp são as funções de onda de um s e p orbital, e csp1 e csp2 representam os novos sp orbitals. Este processo é semelhante à formação de OMP. Manter em no entanto, no presente caso, estamos a combinar 406 kJ/mol mas é mais do que compensado pelo formação de duas ligações C-C extra. A energia da ligação C-C é de 348 kJ/mol. A hibridação entre os 2s, 2px , 2py , e 2pz orbitals forma quatro orbitals equivalentes sp3 orbitals híbridos, como mostrado para o carbono na Figura 4.16. Cada orbital híbrido sp3 tem um quarto carácter s e três quartos carácter p. Os quatro orbitais sp3 são dirigidos para os cantos de um tetraedro regular. Assim, em diamante, cada átomo de carbono tem quatro tetraédricas localizadas sp3 orbitais híbridos. Forma-se um C-C MO quando os orbitais de átomos de carbono vizinhos com... bine. O ângulo entre três ligações de carbono é 109◦ 280 . Para materiais covalentemente ligados que mostram coordenação tetraédrica, sp3 hibridação deve ocorrer. Pontos a ter em conta: ▪ A promoção de electrões para formar um estado 64 ............................................................................................................................................................. 4 B O N D S E E N E R G Y B A N D S excitado pode ocorrer independentemente da hibridação. 4.4 C O V A LE N T B O N D I Ç Ã O ................................................................................................................................................................................................................................................................65 Nº de títulos Representação Forma Exemplo 2 sp Linear BeH2 , HgCl2 3 sp2 Trigonal B O23 , BN, grafite 4 5 sp3 dsp2 dsp3 , d3 sp Praça Tetraédrica planar Trigonal SiO2 , diamante AuBr4 PCl5 bipirâmide 6 d2 sp2 , d s4 d2 sp3 Pirâmide quadrada Octahedral SE5 MoO3 8 d4 sp d4 sp3 Prisma trigonal Dodecahedral MoS6 em MoS2 — FIGURA 4.17. Diagrama do nível de energia para diamante e grafite. d p53 Praça - anti-prisma ▪ A hibridação proíbe certas configurações e permite outras (C hibridiza sp3 em diamante e sp2 em grafite). A ordem atómica local depende da repulsão mútua dos electrões de valência e dos requisitos de espaço. A estrutura que um material adopta é a que tem a energia mais baixa. Em diamante, para cada grupo tetraédrico existem quatro sp3 orbitals associados ao carbono central e um de cada carbono vizinho, formando quatro ligações. Os quatro electrões do carbono central e um de cada carbono vizinho são apenas suficientes para preencher as OV de ligação. Os quatro orbitais anti-condensação estão vazios. Em diamante, os O's de ligação e os O's anti-ligação são separados por uma grande lacuna energética, como mostra a Figura 4.17. Este intervalo de energia é a razão pela qual o diamante é um isolante eléctrico à temperatura ambiente. (Discutimos novamente o défice de energia na secção 4.8 e no capítulo 30). Vários outros materiais cerâmicos importantes em que a ligação é predominantemente covalente têm coordenações tetraédricas - tion de átomos vizinhos próximos [por exemplo, carboneto de silício (SiC) e nitreto de alumínio (AlN)]. Nestes materiais, sp3 hibridi- zação ocorreu; mas devido às diferentes têmporas de electrões dos átomos constituintes, a densidade dos electrões não é simétrica num plano traçado entre os átomos. A estrutura cristalina destes materiais é descrita no Capítulo 6. Em grafite, os átomos de carbono estão num arranjo planar trigonal, com cada carbono ligado a três vizinhos mais próximos. O carbono é sp2 hibridizado. A hibridação ocorre entre o orbital C 2s e os orbitais 2px e 2py , produzindo três orbitais híbridos deitados num plano a 120◦ um ao outro. A sobreposição das orbitais híbridas sp2 para produzir ligações localizadas entre átomos de carbono dá uma rede hexagonal. A forte ligação entre os átomos de carbono provoca uma sobre volta de orbitais adjacentes de 2pz , que estão alinhados perpendicu- lar ao plano dos orbitais híbridos. Esta sobreposição é denominada sobreposição de tipo p. Porque a orbital 2pz é metade... TABELA 4.7 Geometrias Orbitais para Hibridação: Orbitais de Valência Equivalente ▪ ▪ 66 ............................................................................................................................................................. 4 B O N D S E E N E R G Y B A N D S x z cheia, a banda p está apenas meio cheia, como mostra a Figura 4.17. Esta banda meio cheia é a razão pela qual a grafite tem uma condutividade eléctrica elevada. No nitreto de boro hexagonal (h-BN), que tem uma estrutura semelhante à grafite, a ligação entre os átomos B e N é predominantemente covalente, e a estrutura planar trigonal nas camadas é o resultado da hibridização sp2 dos orbitais atómicos dos átomos B e N. A configuração electrónica do estado do solo do B é 1s 2s 2p221 ; um electrão 2s é promovido para o orbital 2py , dando à configuração electrónica 1s 2s 2p21x1 2py1 . Os orbitais 2s e 2p não preenchidos hibridizam para formar três orbitais híbridos equivalentes de sp2 . O nitrogénio tem a configuração electrónica 1s 2s 2p p22xyz p. A promoção de um dos electrões 2s dá a seguinte configuração electrónica ao átomo 1s 2s2p 2p2xy2 2p. Os três orbitais meio cheios combinam- se para dar três sp2 -hybrids no plano xy. A disposição espacial dos átomos à volta de cada átomo N é a mesma que à volta de cada átomo B. Estruturalmente, existem muitas semelhanças entre h-BN e grafite; e ambos podem ser convertidos sob alta temperatura e pressão numa forma cúbica. As estruturas cristalinas de nitreto de boro cúbico (c- BN) e diamante são semelhantes. Contudo, ao contrário da grafite, o h-BN é um isolante eléctrico. A razão para esta diferença é que as orbitais pz no h- BN, que estão perpendiculares ao plano da rede, ou estão vazias no caso do B ou preenchidas no caso do N. Como as energias das orbitais p em B e N são bastante diferentes, há pouca interacção, sem deslocalização, como foi o caso da grafite. ▪ h-BN é um isolante branco ou incolor. ▪ A grafite é um condutor eléctrico preto ou cinzento brilhante. A hibridação pode também envolver d orbitais (para átomos com Z > 21). As formas produzidas são mais complicadas do que as de hibridação apenas entre s e p orbitais. A Tabela 4.7 lista algumas orbitais híbridas contendo s, p, e d orbitais, que são ilustradas na Figura 4.18. Hibridização 4,5 M E T Á L I C O B O N D I NG EM C ER A M I C S ...............................................................................................................................................................................................................................65 = x FIGURA 4.18. Arranjos geométricos de alguns orbitais híbridos envolvendo s, p, e d AOs. envolvendo s, p, e d orbitais ocorre em MoS2 . Mo (Z 42) tem a configuração electrónica [Kr] 4d5 5s1 . Um dos electrões 4d é promovido para o orbital vazio px para dar a configuração electrónica [Kr] 4d4 5s1 5p1 . A hibridação ocorre para produzir d4 sp orbitais híbridos em cada átomo de Mo, resultando numa coordenação prismática trigonal, com cada Mo sendo rodeado por seis átomos de enxofre. Para a maioria dos materiais cerâmicos não precisamos de considerar a hibridação envolvendo d orbitais. Contudo, mesmo quando não estão envolvidos na colagem, as orbitais d podem ser extremamente importantes na determinação das propriedades dos materiais (particularmente o magnetismo). 4.5 COLAGEM METÁLICA EM CERÂMICA A ligação metálica é a ligação primária nos metais e pode ser pensada como uma interacção electrostática entre os electrões de valência delocalizados e os núcleos de iões com carga positiva. É o gás electrónico delocalizado que dá origem a muitas das propriedades características dos metais, tais como altas condutividades eléctricas e altas condutividades térmicas. As ligações metálicas não requerem uma carga eléctrica equilibrada entre os elementos; o equilíbrio electrostático é entre os iões metálicos e o gás electrónico. Por esta razão, diferentes elementos podem misturar-se em ligas metálicas em proporções arbitrárias. A ligação metálica é tradicionalmente negligenciada por causa da definição de uma cerâmica. No entanto, alguns compostos que são considerados como cerâmicos podem, sob certas condições, mostrar um comportamento metálico. Outros podem mesmo ser supercondutores. (A supercondutibilidade é uma propriedade 66 ............................................................................................................................................................. 4 B O N D S E E N E R G Y B A N D S associados tanto aos metais como à cerâmica). Portanto, ajuda a manter uma visão mais aberta da cerâmica. Para além das ligações que mostram um carácter misto covalente e iónico, a ligação em algumas cerâmicas mostra um carácter parcialmente metálico - lícito. Os carbonetos metálicos de transição (por exemplo, TiC, Mo2 C) e os nitretos (por exemplo, TiN, NbN) têm propriedades que sugerem que tanto a ligação metálica como a covalente ocorrem no cristal. ▪ O TiN é de cor dourada e é um condutor eléctrico. ▪ TiN tem um MPt muito elevado (2,949◦ C) e é frágil a 25 C.◦ A alta MPt sugere que o TiN é um metal; o ness frágil está associado à cerâmica. Nenhuma das propriedades é excluída dos metais ou da cerâmica. A ligação em carbonetos e nitretos de metais de transição é complexa. Consiste numa combinação de interacções metal-metal e metal-não-metal e envolve contribuições simultâneas de ligações metálicas, covalentes, e iónicas. Os detalhes exactos dos mecanismos de ligação nestas cerâmicas ainda são controversos, tendo sido sugeridas várias abordagens para explicar a vasta gama de propriedades observadas. Uma característica comum a todos os mecanismos propostos é a da hibridização orbital. A hibridação dos orbitais s, p, e d no metal de transição e dos orbitais s e p no não-metal foi proposta. Os boretos metálicos de transição apresentam também características de materiais covalentes e metálicos. A ligação nos boretos é complicada pelo facto de haver interacções entre os átomos B para formar cadeias, camadas, ou redes tridimensionais. Nos carbonetos e nitretos, não há interacções C-C ou N-N. Apesar destas complexidades, ainda podemos utilizar algumas das mesmas 4,5 M E T Á L I C O B O N D I NG EM C ER A M I C S ...............................................................................................................................................................................................................................67 abordagens que utilizamos para óxidos simples (Capítulo 6) para prever a estrutura cristalina destas cerâmicas. O ponto a lembrar é que a ligação em cerâmica é normalmente misturada e ocasionalmente muito complexa. Muitas das novas cerâmicas são interessantes devido às suas propriedades especiais, que muitas vezes ocorrem porque a ligação é misturada. 4.6 MISTURA DE OBRIGAÇÕES Das secções anteriores, deve ficar claro que na cerâmica não temos normalmente ligações iónicas puras ou ligações covalentes puras, mas sim uma mistura de dois ou mais tipos diferentes de ligações. Mesmo assim, é ainda frequentemente prática corrente e frequente chamar à cerâmica predominantemente ligada iónica "cerâmica iónica" e à cerâmica predominantemente ligada covalentemente "cerâmica covalente". Podemos formar algumas regras gerais sobre a colagem com base na série de valores de electronegatividade. ▪ Dois átomos de electronegatividade semelhante formam ou uma ligação metálica ou uma ligação covalente, consoante se podem libertar ou aceitar electrões, respectivamente. Quando as electronegatividades diferem, a ligação é par- tialmente iónica. O carácter iónico de uma ligação aumenta com as diferentes - encefalopatias na electronegatividade dos dois átomos, como mostra a equação 4.24. Fração de carácter iónico = 1 - exph-0,25(XM - XX ) 2i (4.24) onde XM e XX representam as actividades electrónicas de M e X (mantendo a etiquetagem catiónica/anião). Usando a equação 4.26 e os valores de electronegatividade da Tabela 3.6, podemos ver que B4 C, SiC, e BN são altamente covalentes (6%, 12%, e 22% de carácter iónico, respectivamente). Os óxidos dos metais alcalinos e dos metais alcalinos terrestres são predominantemente iónicos. A ligação metal-oxigénio tem 73% de carácter iónico em MgO e 82% em BaO. Algumas cerâmicas importantes situam-se entre estes limites: por exemplo, GaN (38% carácter iónico), SiO2 (51% carácter iónico), ZnO (59% carácter iónico), e Al O23 (63% carácter iónico). Com uma ligação que apresenta características iónicas-covalentes mistas, os electrões estão localizados mais perto do átomo electronegativo (comparar as densidades de electrões em torno dos iões Li+ e F— na Figura 4.19). Porque a ligação covalente é direccional e o iónico não é, o grau de direccionalidade muda com o carácter de vínculo. Tais mudanças podem ter uma influência marcada na estrutura cristalina. Tanto as ligações iónicas como covalentes podem ser muito fortes; mas como as ligações covalentes são direccionais, os materiais covalentes respondem de forma diferente à deformação. A fracção de carácter covalente presente pode assim influenciar as propriedades mecânicas da cerâmica. ▪ 68 ............................................................................................................................................................. 4 B O N D S E E N E R G Y B A N D S FIGURA 4.19. Contornos de densidade constante de electrões nos hidretos da primeira linha. 4.7 COLAGEM SECUNDÁRIA As ligações secundárias são assim chamadas porque o composto envolvido invariavelmente também tem ligações iónicas ou covalentes. As ligações secundárias são geralmente muito mais fracas do que as ligações primárias, embora possam ser críticas para determinar tanto a existência de uma estrutura cristalina particular como as propriedades de um material. 4.7.1 colagem de van der Waals A origem da ligação van der Waals (conhecida também como a interacção londrina) é a fraca atracção electrostática entre átomos e moléculas neutras estreitamente espaçadas. A explicação para esta força de atracção universal é que mesmo um átomo neutro tem uma distribuição de carga que flutua rapidamente. Quando dois átomos são reunidos, as flutuações num podem induzir um campo em torno do outro, e este acoplamento resulta na força de atracção. Embora a ligação van der Waals esteja presente em todos os sólidos cristalinos, ela só é importante quando não é esmagada por fortes forças de ligação. 2 FIGURA 4.20. Energias de interacção para geometrias macroscópicas. A chave é a constante Hamaker, . A energia de um cristal ligado por forças de van der Waals pode ser expressa pelo potencial Lennard-Jones com duas constantes, ALJ e BLJ van der Waals ligam-se entre os átomos S e podem deslizar facilmente uns sobre os outros. Assim, o MoS2 tem propriedades mecânicas semelhantes às do grafite. E = - ALJ + BLJ (4.25) r6 r12 O potencial é empírico: proporciona um bom ajuste aos dados experimentais. Tanto os termos repulsivos como atractivos diminuem rapidamente com o aumento r. As forças atractivas van der Waals são proporcionais a 1/r7 e são portanto de alcance muito mais curto que as forças iónicas (Coulombic), que são proporcionais a 1/r2 . Na cerâmica, a colagem van der Waals é importante em estruturas em camadas. Em pirofilite, um silicato estratificado, van der Waals liga-se entre os iões de oxigénio em camadas adjacentes permitem um deslizamento fácil paralelo às camadas. No talco mineral, as ligações van der Waals entre as camadas são ainda mais fracas do que na pirofilite. Pode-se fender o talco com a unha. Na grafite e no nitreto de boro hexagonal, existe uma forte ligação covalente dentro de cada camada. Entre as camadas, a colagem é van der Waals. Estes materiais apresentam propriedades altamente anisotrópicas (por exemplo, na sua resistência mecânica). É necessário pouco esforço para separar as folhas, mas muito mais esforço é necessário para as quebrar. MoS2 tem uma estrutura construída de unidades MoS6 , onde cada Mo é rodeado por seis átomos S. As camadas são unidas por 4.7.2 Constante Hamaker As interacções Van der Waals são igualmente importantes a nível macroscópico - onde influenciam comportamentos como a molhagem e a fractura - tal como são a nível atómico e molecular. As energias de interacção entre diferentes geometrias macroscópicas podem ser descritas em termos da constante Hamaker, , como mostra a Figura 4.20. = p ALJ r1r2 (4.26) onde ALJ é o coeficiente na equação 4,25 e r1 e r2 é o número de átomos por unidade de volume nos dois corpos. Os valores típicos para constantes Hamaker são cerca de 10—19 J para interacções através de uma vaga... uum (ou ar). Os valores para algumas cerâmicas estão listados na Tabela 4.8. Podemos usar estes valores para estimar a força das interacções van der Waals entre, por exemplo, duas partículas esféricas usando as equações da Figura 4.20. Lembre-se de que as forças são obtidas através da diferenciação das energias em relação à distância. Como seria de esperar, as coisas são na realidade um pouco mais complicadas do que a equação 4.26 implica. VALORES TÍPICOS NO CÁLCULO ALJ ~ 10-77Jm6 r ~ 3 × 10 m (para r ~ 0,2nm)28 —3 70 ............................................................................................................................................................. 4 B O N D S E E N E R G Y B A N D S Precisamos, 4.7 S EC O N D A R Y B O N D I N G ..................................................................................................................................................................................................................................................................67 68 ............................................................................................................................................................. 4 B O N D S E E N E R G Y B A N D S TABELA 4.9 Constantes de Hamaker para Interacção de Quartzo Fusível com Ar Através de Outro Meio TABELA 4.8 Hamaker Constant, A Material (zJ) Al O23 140 Fe O34 210 ZrO2 270 TiO2 430 SiC 440 Quartzo fundido 63 Mica 100 CaF2 70 Água —8.7 Octana —7.0 Tetradecane —4.0 como no cálculo da constante Madelung, para considerar a influência dos átomos vizinhos na interacção entre qualquer par de átomos. Um método alternativo desenvolvido por Lifshitz (1956) para determinar utiliza propriedades a granel de um material como constantes dieléctricas e índices de refracção. Os valores indicados na Tabela 4.8 foram calculados utilizando esta abordagem. Em geral, os materiais com constantes dieléctricas e índices de refracção elevados têm valores mais elevados de . Se as interacções ocorrem através de um meio, o valor e o sinal de podem mudar, como se mostra na Tabela 4.9. 4.7.3 Colagem de Hidrogénio As ligações de hidrogénio são geralmente mais fortes que as ligações van der Waals, mas ainda são consideravelmente mais fracas que as ligações primárias. As ligações de hidrogénio ocorrem quando um átomo de hidrogénio que se encontra numa ligação covalente comum se junta a outro átomo, geralmente altamente electronegativo. O exemplo clássico onde tais ligações são importantes é, evidentemente, a água. As ligações H- O na molécula H2 O estão totalmente saturadas, mas as ligações entre as moléculas podem ser tão fortes que o gelo se forma com uma malha de cristal bem definida. Na caulinite, as ligações de hidrogénio podem formar- se entre os átomos de oxigénio basal de um plano e os grupos hidroxilos superiores do plano seguinte. A fraca ligação de hidrogénio entre cada camada dupla octaédrico-tetraédrica torna os materiais muito anisotrópicos. As camadas deslizam facilmente umas sobre as outras, dando ao material uma sensação oleosa e tornando-o excelente para moldagem, particularmente quando a água está presente. 4.8 BANDAS ENERGÉTICAS DOS ELECTRÕES Os níveis de energia para electrões num único átomo isolado são altamente discretos e são dados pela Caixa 3.3 no Capítulo 3. Quando um número de átomos é reunido para formar um Médio (zJ) 4.8 E L E C T R SOBRE E N E R G I A B ANDS ...........................................................................................................................................................................................................................................69 FIGURA 4.21. Formação de "bandas" de electrões como espaçamento interatómico é reduzido. sólido, o princípio de exclusão Pauli não permite que dois electrões tenham o mesmo conjunto de quatro números quânticos. As energias que eram idênticas nos átomos isolados deslocam-se umas em relação às outras na formação de uma molécula e, subsequentemente, de um sólido. Os níveis de energia electrónica claramente definidos alargam-se para uma faixa de energias permitida quando um grande número de átomos é reunido para formar um sólido. Ilustramos como isto acontece em diamante e grafite na Figura 4.17. Se pensarmos num sólido como uma molécula muito grande, podemos ver a formação de bandas de energia electrónica como resultante de uma combinação de um grande número de MOs. À medida que a molécula se torna maior, o número de MOs aumenta; e estes tornam-se mais espaçados em energia. Num sólido, o número de MOs é tão grande que podemos considerá-los simplesmente como uma banda contínua de níveis de energia. Se considerarmos o caso do diamante, a banda mais alta ocupada, referida pelos químicos como o orbital molecular mais ocupado (HOMO), é a sb . A banda desocupada mais baixa, referida como o orbital molecular desocupado mais baixo (LUMO), é a s*. Embora as bandas em si sejam importantes, o aspecto mais significativo destes diagramas é a diferença de energia entre as bandas. O conhecimento da energia do intervalo entre bandas, que está relacionado com a ligação química, permite-nos tirar conclusões importantes sobre a condutividade eléctrica de um material. O efeito da distância na formação das bandas de energia é ilustrado na Figura 4.21. Quanto mais próximos estão os átomos juntos, 70 ............................................................................................................................................................. 4 B O N D S E E N E R G Y B A N D S the more marked is the shift in available energy states. The higher energy states broaden first. Broadening of the lower energy states, which are closer to the nucleus, is less marked. Na ciência dos materiais, normalmente definimos a banda de energia de electrões mais elevada quando o material está no seu estado de terra como a valência banda. A banda de energia mais baixa que contém estados desocupados quando o material está no seu estado de terra é a banda de con- dução. No zero absoluto, os electrões ocupam os estados de energia mais baixos disponíveis; a energia do estado mais alto ocupado é a energia Fermi, EF . Este nível de energia separa os níveis de electrões ocupados dos não ocupados apenas quando a configuração dos electrões se encontra no seu estado de terra (isto é, a 0 K). Um sólido comporta-se como isolante se as bandas de energia permitidas estiverem cheias ou vazias porque nenhum electrão se pode mover num campo eléctrico. Os metais têm sempre uma banda de valência parcialmente cheia; a energia Fermi está no meio da banda, o que faz com que os condutores eléctricos dos metais se movam. Nos semicondutores e isoladores, temos sempre bandas de electrões completamente cheias ou completamente vazias; e a energia Fermi encontra-se entre as bandas. Consequentemente, eles não são bons condutores eléctricos à temperatura ambiente. Classicamente, as faixas de valência e de condução em cerâmica estão bem separadas, pelo que são isoladores. Em isoladores perfeitos, o intervalo entre bandas é tão grande que a excitação térmica é insuficiente para alterar os estados energéticos dos electrões, e a todas as temperaturas a banda de condução contém essencialmente zero electrões e o Figura 4.23, onde traçamos a densidade dos estados versus energia. Quer a descrição permita a previsão das propriedades eléctricas de um material com base no tamanho de Eg . Assim, podemos dizer se um material se comportará como um condutor ou como um isolante. É possível converter um isolante num metal sob pressões muito elevadas como resultado do alargamento de A próxima faixa inferior de energia está completamente cheia, sem estados vagos. Nos modelos de electrões em sólidos, introduzimos normalmente duas funções. ▪ Densidade de estados, N(E), que define o número de estados de energia disponíveis para os electrões. Não há qualquer utilidade... estados capazes de energia no intervalo da banda, e por isso N(E) é zero nesta região. Função Fermi, P(E), que define a probabilidade de encontrar um electrão num determinado estado energético. Estas funções são mostradas graficamente na Figura 4.22 juntamente com a função de distribuição de electrões F(E). F(E)= 2N(E)P(E) (4.27) Neste livro, representamos principalmente os níveis de energia de um sólido como os familiares e simples diagramas de blocos que mostram as lacunas da banda. Esta abordagem é simples, mas a questão que se coloca frequentemente é a de saber o que estamos a traçar no eixo x. Uma forma mais satisfatória é ilustrada em DENSIDADE DE ESTADOS N(E)= 4 Distribuição Fermi-Dirac: 3p 8m 2 1 h2 E2 P(E) = 1 exp[(E - E )F /kT]+ 1 ▪ 4.8 E L E C T R SOBRE E N E R G I A B ANDS ...........................................................................................................................................................................................................................................69 FIGURA 4.22. Funções de distribuição de electrões. Ver o texto para N, P, e E. FIGURA 4.23. Lote da densidade da função dos estados e da função Fermi versus energia. 72 ............................................................................................................................................................. 4 B O N D S E E N E R G Y B A N D S FIGURA 4.24. Lote de energia versus pressão ilustrando como pode ocorrer uma transição isolante-para-metal a pressões elevadas. aplicações de células solares ou laser, precisamos de saber se o intervalo da banda é directo ou indirecto. As duas situações são ilustradas na Figura 4.25. Os electrões numa banda têm tanto energia como impulso (não estão ligados) expressos como um vector de onda, k, com unidades de comprimento recíproco (geralmente cm—1 ). Os diagramas energéticos podem ser traçados para vários vectores de onda. Nos materiais de fenda directa, o topo da banda de valência e a parte inferior da banda de condução estão localizados no mesmo ponto no espaço k. Este não é o caso de uma folga de banda indirecta. São os materiais de abertura de banda directa que são de maior interesse para aplicações optoelectrónicas. A probabilidade de transições electrónicas através do intervalo de banda é maior nos materiais com um intervalo de banda directa, o que resulta numa maior eficiência em dispositivos como lasers e LEDs. Antes de deixarmos este capítulo, vamos dar uma palavra sobre nanomateriais. O valor do Eg para cristais de tamanho nanométrico é muitas vezes significativamente maior do que para a forma a granel do material. Isto está associado à forma como as bandas se alargam à medida que o número de átomos no sólido aumenta, como ilustrado na Figura 4.26. Como exemplo, o silício a granel tem Eg = 1.1 eV. Para O silício nanocristalino Eg varia com o tamanho dos cristais e para tamanhos < 2 nm Eg > 2 eV. as faixas de energia que ocorrem quando os núcleos atómicos se aproximam, como se mostra na Figura 4.24. Se partirmos do princípio de que o nível Fermi não muda, o material sofre uma transição de isolador para metal no ponto em que as bandas de valência e de condução começam a sobrepor-se. São necessárias pressões muito elevadas para provocar esta transição. Por exemplo, o germânio é normalmente um semicondutor com um intervalo de banda de 0,7 eV. Torna-se um metal sob uma pressão de 12 GPa. Exemplos de pressões críticas para transições de isolador- metal a 300 K em algumas cerâmicas são dados no Quadro 4.10. Para compreender algumas das propriedades ópticas da cerâmica e porque certos materiais podem ser favorecidos por FIGURA 4.26. Como surge a lacuna da banda de energia numa nanopartícula. TABELA 4.10 Pressão Crítica para o Insulador de Metais Transformação a 300 K Material P (GPa) C 168 BN 211 SiC 64 AlN 90 GaN 87 4.8 E L E C T R SOBRE E N E R G I A B ANDS ...........................................................................................................................................................................................................................................69 FIGURA 4.25. Transições directas e indirectas de fendas. A energia é traçada versus o vector de onda. 72 ............................................................................................................................................................. 4 B O N D S E E N E R G Y B A N D S O POVO E A HISTÓRIA Nascido, Max. Nascido em Breslau, em 1882, licenciou-se na Universidade de Gottingen em 1907, onde estudou a estabilidade dos fios e fitas elásticas. Durante a Primeira Guerra Mundial teve de se juntar às Forças Armadas Alemãs, onde trabalhou num gabinete científico sobre a teoria da gama de som. Após a guerra, foi nomeado Professor na Universidade de Frankfurt-on-Main. Em 1933, foi obrigado a emigrar da Alemanha e veio primeiro para a Universidade de Cambridge em Inglaterra, depois para o Instituto Indiano de Ciências em Bangalore, e finalmente para a Universidade de Edimburgo na Escócia, onde trabalhou até à sua reforma em 1953. Ganhou o Prémio Nobel da Física de 1954 e morreu em 1970. Haber, Fritz. Nasceu em Breslau, Alemanha, em 1868. Completou estudos na Universidade de Heidelberg, na Universidade de Berlim, e na Escola Técnica de Charlottenberg. O processo Haber para a síntese de amoníaco foi patenteado em 1908, e em 1914 o processo estava em produção em quantidade. O amoníaco era importante nos esforços de guerra da Alemanha como fonte de ácido nítrico, que era essencial para o fabrico de explosivos. É evidente que isto prolongou a guerra. Haber recebeu o Prémio Nobel da Química de 1918 (actualmente atribuído em 1919) pelo seu trabalho na fixação do azoto. Em 1933, Haber demitiu-se do seu cargo de Director do Instituto de Física e Electroquímica em Berlim-Dahlem. Morreu no exílio, na Suíça, em 1934. Madelung, Erwin. Nasceu em 1881 em Bona, Alemanha. De 1921 a 1949 foi professor de Física Teórica na Universidade de Frankfurt. Morreu em 1972. van der Waals, Johannes Diderik. Físico holandês, nasceu em Leyde em 1837 e morreu em Amesterdão em 1923. Foi-lhe atribuído o Prémio Nobel da Física em 1910 pelo seu trabalho sobre a equação do estado dos gases e líquidos. Jovem, Thomas. Nasceu em 1773. As suas conquistas incluem a introdução do módulo de elasticidade. Young é mais conhecido pelo seu trabalho em ótica. Morreu em 1829. EXERCÍCIOS 4.1 Ao considerar a hibridização de orbitais em diamante, explicar porque é (a) um isolante eléctrico na sala temperatura e (b) extremamente dura. 4.2 Porque é que os materiais ligados covalentemente são geralmente menos densos do que os metálicos ou ligados ionicamente? 4.3 Calcular a força de atração entre um íon Na+ e um íon Cl— , cujos centros estão separados por 1,5 nm. 4.4 Calcular as energias da malha Born-Landé dos seguintes compostos: NaCl, KCl, e CsCl. Compare os valores obtidos com os indicados na Tabela 4.5 e discuta quaisquer diferenças. 4.5 Desenho de curvas de energia óssea para duas cerâmicas, uma com um módulo de Young elevado e outra com um módulo de Young baixo. 4.6 Classifique as seguintes cerâmicas em termos da crescente fracção de carácter iónico nas suas ligações: SiC, AlN, Si N34 , B4 C, GaN, Al O23 , e SiO2 . RESUMO DO CAPÍTULO Este capítulo foi uma revisão de coisas que já conhecia. Há três tipos de ligação primária que são usados para manter os átomos juntos. Nas aulas de ciências dos materiais introdutórios, tendemos a pensar em cada tipo de ligação como sendo uma forma distinta, com os materiais a adoptarem um ou outro tipo. A um nível qualitativo, esta abordagem pode funcionar; e para muitos metais, semicondutores, e polímeros é normalmente bastante próxima da situação real que encontramos. No entanto, na cerâmica quase todas as ligações têm uma mistura de características covalentes, iónicas e, em alguns casos, metálicas. O tipo de ligação interatómica afecta a estrutura cristalina que um material adopta. A influência da ligação mista pode significar que o tipo de estrutura prevista, baseada na ligação puramente iónica ou puramente covalente, é incorrecta. O papel da hibridação, ou mistura, das orbitais atómicas é muito importante na cerâmica, que estão predominantemente ligadas de forma covalente. Por exemplo, a coordenação tetraédrica de átomos de carbono em diamante requer a hibridação sp .3 Discutimos aqui o conceito de bandas energéticas, tanto em termos do alargamento dos estados de energia electrónica como a partir da abordagem MO. O conhecimento dos diagramas de bandas de energia electrónica é essencial para a compreensão das propriedades eléctricas dos materiais. A característica mais importante do diagrama de banda de energia é a lacuna da banda. Não há estados disponíveis nesta região. A colagem secundária é também importante em muitas cerâmicas. As propriedades mais familiares da grafite, hexagonal-BN, e dos minerais argilosos são determinadas pela presença de ligações secundárias fracas. C H A P T E R S U M M A R Y............................................................................................................................................................................................................................................................................71 4.7 Esboçar uma curva de energia-óssea para dois átomos mantidos juntos pelas forças de van der Waals. Descrever como esta curva difere da mostrada na Figura 4.1, que é para a ligação iónica. 4.8 O que queremos dizer com o termo "transição isolador-metal". Existem aplicações práticas para uma tal transição? 4.9 Estimar a força de aderência entre duas partículas esféricas Al O23 de raio 1 mm separadas por uma distância de 10 nm. Como é que a força muda à medida que a separação aumenta? 4.10 Estimar a energia de superfície de Al O23 . Assumir que para duas superfícies em contacto D é ~0,2 nm. 4.11 "Todas as cerâmicas são ligadas de forma mista". Será esta afirmação correcta? Se não, porque não? 4.12 Descrever sucintamente os termos "orbitais híbridos" e "ligação mista". Estes termos podem ser utilizados de forma intercambiável? Se não, porque não? 4.13 Na Figura 4.3, o módulo de Young cai significativamente a temperaturas muito elevadas. Porquê? 4.14 Desenhar mapas de densidade de electrões aproximados para as cerâmicas listadas na pergunta 4.6. 4.15 Foi fabricada uma cerâmica a granel que absorve a luz a 400 nm. A mesma cerâmica é agora produzida sob a forma de nanopartículas de 3 nm de diâmetro. Espera que o comprimento de onda de absorção aumente ou diminua? Explique brevemente a sua resposta. 4.16 O diamante pode ser convertido para um metal sob uma pressão de 12 GPa. Que carga aplicaria a um cubo de diamante, de 1 mm de comprimento de cada lado, para que isso acontecesse? 4.17 Explore a literatura para encontrar outros três exemplos da lacuna da banda variando com o tamanho de uma nanopartícula. 4.18 A constante de ar do Hamaker é cerca de 10—19 J. Explique ao nãoceramista porque é que este número muito pequeno ainda é importante e porque é tão pequeno. Sem olhar para os capítulos anteriores, quantos zJ é este? 4.19 O valor da constante Hamaker na Tabela 4.9 é negativo. Discutir isto. 4.20 Desenhar uma pirâmide quadrada e uma pirâmide trigonal para mostrar as diferentes hibridizações. REFERÊNCIAS GERAIS Huheey JE, Keiter EA, Keiter RL (1997) Inorganic chemistry: principles of structure and reactivity, 4th edn. Prentice Hall, Londres, Se as diferentes interacções não lhe são familiares a partir de aulas introdutórias de química ou ciência dos materiais, este texto cobre o material com algum detalhe Kittel C (2004) Introduction to solid state physics, 8th edn. Wiley, New York, Um tratamento mais rigoroso e matemático das bandas de energia do que o que damos neste capítulo Pauling L (1960) A natureza da ligação química. Cornell University Press, Ithaca, frequentemente referenciada e bem-vinda REFERÊNCIAS ESPECÍFICAS Nascido M (1919) Uma aplicação termo-química da teoria da malha. Verhandl Deut Phys Ges 21:13-24 Nascido M, Mayer JE (1932) Teoria da malha de cristais iónicos. Z Phys 75:1-18 Chase MW Jr (1998) NIST-JANAF tabelas termoquímicas. American Chemical Society/American Institute of Physics for the National Institute of Standards and Technology, Washington D.C./New York Haber F (1919) Teoria do calor da reacção. Verhandl Deut Phys Ges 21:750-768 Hamaker HC (1937) Londres-van der Waals atracção entre partículas esféricas. Physica 4:1058-1072, The original Johnson DA (1982) Some thermodynamic aspects of inorganic chemistry, 2nd edn. Imprensa da Universidade de Cambridge, Cambridge, Reino Unido Kubaschewski O, Alcock CB, Spencer PJ (1993) Materials thermochemistry, 6th edn. Elsevier, Oxford, UK Lande A (1920) Tamanho dos átomos. Z Phys 1:191-197 Lifshitz EM (1956) A teoria das forças moleculares atractivas entre os sólidos. Sov Phys JETP USSR 2:73 Madelung E (1918) O campo eléctrico em sistemas de cargas pontuais dispostas regularmente. Physik Z 19:524- 532 Shannon RD (1976) Raios iónicos eficazes revistos e estudos sistemáticos das distâncias interatómicas em halogenetos e calcogenidas. Crista Acta A 32:751 Shannon RD, Prewitt CT (1969) Effective ionic radii in oxides and fluorides (Raios iónicos eficazes em óxidos e fluoretos). Acta Cryst B 25:925, dá as alternativas aos raios de Pauling vanVechten JA (1973) Teoria dieléctrica quântica da electronegatividade em sistemas covalentes. III. Diagramas de fase de pressão-temperatura, aquecedores de mistura e coeficientes de distribuição. Phys Rev B 7:1479 WWW www.lrsm.upenn.edu/~frenchrh/hamaker_software.htm Roger French's site para cálculo do Hamaker constante www.deconvolution.com/Overview/170.htm Mais sobre Hamaker http://www.lrsm.upenn.edu/~frenchrh/hamaker_software.htm http://www.deconvolution.com/Overview/170.htm
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