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1 - CADERNO DE DIREITO EMPRESARIAL UFRGS

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Direito empresarial / Direito comercial 
Objeto de direito comercial: empresa 
Conceito de empresa: Atividade empresária 
Ler: Perfis da Empresa (moodle) - Quando utilizamos a expressão "empresa", muitas
vezes, a utilizamos com diferentes significados - polissêmico / purínico (?) 
Perfil subjetivo - designa um sujeito - sociedade individual ou sociedade empresária -
aquele que explora a sociedade empresária. 
Ex.: Lei 8934 - Lei dos registros públicos e leis mercantis 
Art. 1 - O registro público de empresas mercantis e empresas afins subordinadas ... i1 
Perfil objetivo (patrimonial) - rotineiramente utilizado - indico com essa expressão o
estabelecimento empresarial - conjunto de bens de direitos organizados para a
exploração da sociedade empresária. 
Perfil funcional - empresa vista como atividade. Atividade tem regime jurídico
diferenciado. Atividade é um conjunto de atos imputados à um sujeito jurídico
destinado a um fim. 
Ex.: atividade não é nula ou anulável. Atividade é lícita ou ilícita, regular ou irregular. 
Perfil coorporativo: empresa vista como instituição 
"Empresário se é, estabelecimento se tem e empresa se explora" 
Art. 966 CC (caput - traz o conceito de empresário): 
Quem explora empresa é empresário. Conseguimos extrair o conceito de empresa:
Atividade econômica organizada para produção ou circulação de bens ou de serviços
exercida de modo profissional. 
Atividade criadora de riqueza, produtora de bens e de serviços economicamente
avaliáveis. 
Aluguel de único imóvel não é atividade empresarial porque o dinheiro é fruto de um
bem. Mas o aluguel e gerenciamento de alugueis de mais imóveis pode ser atividade
empresária. 
Atividade organizada - organiza-se os fatores de produção - capital, trabalho,
matéria-prima e tecnologia 
Posso ter uma atividade empresária com apenas um desses fatores, não é necessário ter
todos para ser atividade empresarial. 
Atividade é explorada de modo profissional - de modo habitual (sujeito que compra e
vende carros todos os dias) (ainda que seja atividade sazonal) 
Atividade tem fins lucrativos 
1
Ex.: Sujeito que compra e vende carro na Ipiranga é empresário. Fábrica de chocolate é
empresária. 
Parágrafo único - art. 966 (982-983 CC): Não se considera empresário quem exerce
atividade intelectual de natureza artística, científica ou literária, ainda que, com o
concurso de agentes ou auxiliares. Ou seja, profissionais liberais não são empresários.
Ex.: advogados, médicos, artistas, literatos, professores. Por exclusão. Salvo se tiverem
elemento de empresa. 
Ex.: Sociedade de contadores não é sociedade empresária. Sociedade de contadores
deve ser arquivado nos Registros de Pessoa Civil e não na Junta Comercial. 
O registro não faz o comerciante. 
Ex.: Escola pode ser empresária caso tenha elemento de empresa. 
Atividade econômica: 
1. Empresária 
1. Empresa individual 
2. Sociedade empresária 
2. Não-empresária 
1. Profissional liberal 
2. Sociedade não-empresária 
Diferenças: 
1. Exploração da atividade empresária é livre. Qualquer um pode exercer. (Há
exigências regulatórias, mas a exploração é livre). Atividade intelectual como regra não
é livre, tenho restrições ao acesso. Isso faz com que a atividade empresarial tenha
concorrência livre 
2. Na atividade empresária eu tenho ou posso ter em produção em massa. Em atividades
intelectuais isso não ocorre, os casos variam. Posso ter determinados padrões na
atividade intelectual, mas ações não são iguais porque podem ter prazos diferentes,
prescrição diferente. 
3. Profissional intelectual tem atividade criativa, criadora. 
Ex.: Jornalista. Segundo STF, qualquer um pode trabalhar em jornal. 
Elemento de empresa: - Silvio Marcondes 
Caráter personalíssimo é pouco convincente. 
Elemento de empresa denomina o lugar de registro. 
2
Elemento de empresa tornou-se relevante para o direito tributário por causa do ISS -
imposto sobre a receita. 
Se junto com a atividade não-empresária tiver atividade empresária, então é empresa.
Ex.: Escola com bar. Atividade não-empresária se agrega à empresária. 
Atividade rural é empresária ou não? Depende. Historicamente, a atividade rural sempre
esteve fora do direito comercial. É uma escolha arbitrária, tem poder de escolha. (Art.
971 CC) 
Direito comercial é um ramo de direito que atende as necessidades dos comerciantes e
empresários. Disciplina o exercício da atividade empresária. Não serve para tutelar o
empresário, mas, sim, para proteger as relações comercias. 
É originário da necessidade de legislação para regular o capitalismo recém-nascido e
para viabilizar transações mercantis. 
Origem: nascimento do capitalismo, do comércio. 
Direito comercial é um ramo do direito que tende a ser fragmentário, ou seja, as regras
do direito comercial dificilmente estarão concentradas em um código apenas. 
O direito comercial é um dos dois ramos do direito privado, dissociado do direito civil. 
A atividade empresária também é regrada pelo direito público. 
Características próprias do direito comercial, em contraposição do direito civil: 
1. Método - Enquanto direito comercial adotaria o método indutivo, isto é, partir do
caso particular para estabelecer uma normatização geral. O direito civil adotaria o
método dedutivo, isto é, partir da regra geral para o caso concreto. 
2. Direito comercial é um ramo mais dinâmico, mais adaptável às necessidades,
buscando constantemente respostas para economia. Enquanto o direito civil é um ramo
mais conservador, onde as mudanças demoram mais para ocorrer. 
3. Direito comercial possui em sua essência vocação internacional. Enquanto o direito
civil tem vocação interna, regulamento interno. 
4. Direito comercial, por essência, é instrumental, um instrumento para o
desenvolvimento econômico. 
5. Direito comercial prima pela informalidade por regra. Essa informalidade facilita a
dinamicidade. Uma exceção à regra é o título de crédito, que é por essência formal. O
direito civil prima pela formalidade. 
6. Direito comercial, como regra, é um ramo do direito que regula negócios de massa. O
direito civil é destinado principalmente a relações singulares. 
7. Na essência do Direito comercial, existem uma série de mecanismos para proteção
(tutelar) do crédito, porque sem crédito não há crescimento econômico. Historicamente
não se encontram esses mecanismos no direito civil. 
3
8. Os negócios comerciais presumem-se onerosos. 
9. Nas relações comerciais, há muito mais regras de responsabilidade solidária como
garantia de crédito, ou seja, dois ou mais sujeitos respondem por uma obrigação, (mais
frequente no direito estrangeiro que no direito brasileiro) do que no direito civil. 
História do direito comercial 
Na antiguidade, já existiam algumas regras comerciais. Na Grécia e em Roma, por
exemplo, também existiam institutos de direito comercial. Em Roma não eram
necessárias normas esquematizadas para regular as atividades comerciais, porque havia
a separação entre ius gentis e ius civilis, ou seja, o ius gentis, isto é, direito estrangeiro,
era flexível suficiente para atender as necessidades comerciais da época. 
Primeira fase - Fase subjetiva do direito comercial (séc. XI-XVI): Na baixa idade média
(séc. XI), com o renascimento do comércio, passou a existir a necessidade de regrar
relações comerciais. O direito que eles tinham disponível era um direito extremamente
formalista com forte influência da Igreja católica (forte aversão ao lucro e juros). Os
nobres não trabalhavam, logo, o comércio era associado aos escravos e às pessoas de
classe mais baixas. O direito também era voltado à terra, ao imobiliário. 
Assim, os comerciantes se uniram em corporações de ofício para derrubar essas
barreiras. Essas corporações estabeleceram normas, um direito criado pelos
comerciantes, as leis dos mercadores. Aqui o direito comercial era o direito dos
mercadores. As fontes desse direito eram os estatutos das corporações de ofício, os usose costumes e, em terceiro lugar, as decisões consulares - cônsules que foram os
embriões dos tribunais de comércio e que julgavam com fundamento na equidade e
tinham um direito informal. Esses cônsules eram formados nos comerciantes nas
próprias corporações. Isto é, tinham seu direito próprio, direito ágil e acessível. 
Essa fase era subjetiva porque, basicamente, só era comerciante quem estava
matriculado em uma corporação de ofício, ou seja, quem tinha seu nome escrito no
laudum mercatorum. Esse acesso era regulado (acesso restrito à profissão). 
Características: 
1. Direito profissional - corporativo, de classe. 
2. Direito consuetudinário - costumes desempenham papel relevantíssimo. 
3. Direito urbano e mobiliário 
4. Direito internacional - para viabilizar o comércio entre as diferentes feiras e
cidades-estados, onde haviam ligas de comerciantes. 
5. Direito racional - não é baseado em crendices. 
Com essas características, o direito comum passou a conviver com um direito
comercial. Direito comercial que nasceu da necessidade prática. 
 Aos poucos, ocorreu a formação de um sistema organizado, inicialmente com
compilações de costumes. Depois as decisões consulares, os costumes e decisões de
4
direito marítimo também começaram a ser compiladas (1255 - primeira compilação de
consulares). Costumes e decisões de direito marítimo também foram compilados. 
Primeira sistematização científica de direito comercial surge em Veneza, em 1553, feita
pelo italiano Benvenuto Stracca, considerada primeira obra de direito comercial. 
Nesta primeira fase, surgiram institutos, muitos dos quais permanecem em vigor até
hoje. Como, por exemplo, "É dever do empresário se inscrever na junta comercial",
"noção de firma" "capacidade ampliada para exploração de atividade empresária"
"estabelecimentos e filiais" "marca comercial" "escrituração mercantil" "bancos". 
(Ler: Mercador de Veneza - Shakespeare) 
Subfase Estatal ou Segunda Fase - Fase Mercantilista (séc. XVII-XVIII): estritamente
vinculado ao período mercantilista. 
Tem como característica o fortalecimento do poder central dos soberanos e a crescente
formação de Estados Nacionais. Isso afeta o direito comercial porque há uma
transformação, o direito comercial passa a ser um direito estatal, criado pelo Estado e
julgado pelo Estado, apesar de que os tribunais de comércio ainda fossem formados
pelos comerciantes. Assim, passa a ser um direito nacional. Ou seja, dupla
transformação, passa de ter sua fonte em uma corporação para o Estado e deixa de ser
em certa medida um direito internacional/universal. 
Mudança das fontes do direito. 
Nesse período, apesar de ter uma mudança na fonte do direito que passa para o Estado,
o direito continua a ter como fundamento a lex mercatori (direito dos comerciantes).
Então, o direito comercial criado pelo Estado continua, a rigor, ser baseado nos
costumes, nas criações mercantis, nos usos mercantis. Positivação de normas existentes,
baseadas na lex mercatori. 
Nesta época também ocorria a expansão neocolonialista. Naquela época, o Estado
queria explorar terras, mas muitos não tinham o dinheiro necessário. Então, o Estado
cria sociedade anônima e recorre à poupança popular. Havia alguns empecilhos para
tornar-se sócio: 
● Responder pelas dívidas da sociedade, caso a sociedade não conseguisse
pagar suas contas. (Estado queria limitação de responsabilidade). 
Juntamente com a sociedade anônima, surge a bolsa de valores. 
Segunda/Terceira Fase - Fase Objetiva / Atos de Comércio (Séc. XVIII): nasce com a
Revolução Francesa 
Fase conflitante com as características dos períodos anteriores. 
Em 1791, Lei Chapelier que extingue todas as corporações de ofício. É acabada a ideia
de classe. Há uma clara distinção entre burguesia proprietária e burguesia mercantil. 
5
Código comercial de 1807 - regime dos atos de comércio - quem pratica atos de
comércio previstos objetivamente na lei (rol de atividades), é comerciante - Princípio da
Livre Iniciativa. 
Art. 4 do Código Comercial de 1850 
Art. 4 - Ninguém é reputado comerciante para efeito de gozar da proteção que este
Código liberaliza em favor do comércio, sem que se tenha matriculado em algum dos
Tribunais do Comércio do Império, e faça da mercancia profissão habitual (artigo nº
9) 
Art. 19 do regimento 737 de 1850 
Art. 19. Considera-se mercancia: 
§ 1º A compra e venda ou troca de effeitos moveis ou semoventes para os vender por
grosso ou a retalho, na mesma especie ou manufacturados, ou para alugar o seu uso. 
§ 2º As operações de cambio, banco e corretagem. 
§ 3° As emprezas de fabricas; de com missões ; de depositos ; de expedição,
consignação e transporte de mercadorias; de espectaculos publicos. (Vide Decreto nº
1.102, de 1903) 
§ 4.° Os seguros, fretamentos, risco, e quaesquer contratos relativos ao cornmercio
maritimo. 
§ 5. ° A armação e expediç1to de navios.  
Incorporação imobiliária e prestação de serviço, por exemplo, não eram citados, logo,
não eram considerados direito comercial. 
Teoria dos atos mistos - Um comerciante interagindo com uma pessoa não comerciante,
julgado tanto pelo Direito Comercial ou como pelo Direito Civil. Mas isto gerava
insegurança jurídica. Logo, essa fase era marcada por mais insegurança que a anterior. 
A ideia de abarcar todo o direito civil e comercial em um único código é uma ideia
iluminista que se mostrou falha. Para suplantar essa insegurança, se entra em uma
quarta fase de direito comercial 
Quarta Fase - Fase do Direito de Empresa (1942)- inicia com Código Civil italiano
(inspiração para o Código Civil brasileiro) 
Suplementar essa dicotomia entre direito civil e direito comercial e unifica esses dois
ramos em Direito Privado. Não existiria mais motivos para dividir em Direito Civil e
Comercial porque isso só gera insegurança jurídica. 
Suplanto a teoria dos atos de comércio pela Teoria da Empresa (ideologia totalitária, na
qual a empresa desejava uma função a ser prestada ao Estado e o Estado, que seria o
beneficiário da atividade, poderia controlar a empresa). 
Substituição do comerciante pelo empresário. 
6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Historicos/DPL/DPL1102.htm#art36
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Historicos/DPL/DPL1102.htm#art36
História do Direito Comercial no Brasil: 
(Ler: Hernani Estrella - Curso de Direito Comercial) 
Primeira Fase (1822-1850) 
Segunda Fase (1850-1890) 
1850: Promulgação do Código Comercial 
Terceira Fase (1890-1960 -ano de término de escrita do livro-/2002) 
República 
Muitas legislações esparsas (leis especiais) 
Quarta Fase (2002 - atualmente) - Direito de Empresa 
Hernani Estrella divide a história do direito comercial em quadro fases: 
● 1ª Fase (1822 - 1850) 
Vigorava legislação lusitana e, eventualmente, leis esparsas promulgadas por
D. Pedro. 
Vigorava também a Lei Boa-Razão - lei das nações católicas - no caso de
lacunas. 
● 2ª Fase (1850 - 1890) 
Essa ausência de sistema ordenado de normas comerciais, foi promulgado o
Código Comercial de 1850, com objetivo de suplantar as dificuldades da
primeira fase. 
Código que abarcasse todas as normas e que criasse um sistema completo e
organizado de normas. 
Regulamento 737 - regulou o processo comercial 
Regulamento 738 - regulou os tribunais de comércio 
Período de grande modernização 
Entrou em vigor uma parte do código comercial de legislação marítima que continua em
vigor até hoje. 
O sistema implantado pelo Código Comercial de 1950 encontrava uma série de
dificuldades e de adequações. Aos poucos, foram surgindo leis esparsas com o objetivo
de completar o Código ou até regular outras necessidades não previstas nos códigos. 
Existia uma série de inadequações. Aos poucos o CC foi sendo retalhado, com institutos
reformados ou até revogados. 
Ex.: 1875 - Extinção dos tribunais de comércio 
7
1890 - decreto 763 - unificação do direito processual 
● 3ª Fase (1890 - 2002) 
Leis esparsas. A medida que o Brasil se industrializae se urbaniza (da
necessidade), a legislação comercial foi sendo feita. 
1908 - Lei cambial - regula a letra de câmbio 
1916 - Código Civil 
1939 - CPC 
1945 - Lei de Falência 
Déc. 90 - Lei de franquias 
● 4ª Fase (2002 - ...) 
2002: Unificação do direito privado com o Código Civil, ou seja, boa parte
do Código Comercial vai para entro do CC. 
Teoria da Empresa concomitante com a unificação do direito privado. 
Unificação do direito das obrigações. 
Noção de empresa, regulamentação do empresário e boa parte do direito
societário passa a ser regrados na parte especial do CC. Mas, diferentemente
do que ocorreu na Itália, foi parcial porque ainda permaneceram em vigor as
mais diversas leis esparsas que regulam atividade empresária e a parte
marítima. 
Lesão: Defeito do negócio jurídico - elemento subjetivo e inexperiente ou premente
necessidade. 
Aplico lesão ao contrato empresarial? Uma empresa pode ter o elemento subjetivo? 
Unificação do direito privado: 
Problema secular se existe autonomia entre direito comercial e direito civil. 
Quando falamos em autonomia, podemos falar em diferentes espécies de autonomia 
● Existe a autonomia legislativa ou quanto a fonte legislativa, ou seja, a fonte
do direito civil seria diferente da fonte do direito comercial e isso ficou claro
que sim historicamente, a fonte do direito comercial era a lei dos
mercadores. Hoje, as fontes do direito comercial são basicamente as mesmas
do direito civil. 
● Autonomia formal (ou autonomia legislativa em outro sentido): direito
comercial e direito civil encontram-se em leis separadas. 
Ex.: Códigos distintos. No Brasil, há uma parcial unificação com o código de 2002. 
8
Art. 22, I - competência privativa da união legislar sobre direito civil e direito
comercial. 
● Autonomia didática 
No Brasil, vigora desde 1827, quando foi promulgada a lei de criação dos cursos
jurídicos. 
● Autonomia substancial (material) (científica): 
Tenho critérios suficientes para diferenciar direito comercial de direito civil? 
Requisitos para que uma disciplina jurídica seja considerada autônoma: 
1. que tenha amplitude suficiente para merecer um estudo especial 
2. que contenha doutrinas homogêneas dominadas por conceitos gerais comuns e
distintos dos conceitos que formam outra disciplina 
3. que disponha de método próprio 
4. que empregue procedimentos especiais para conhecer a verdade constitutiva do
objeto da sua investigação 
 Teixeira de Freitas - primeiro sujeito a propor a unificação do direito privado e,
inclusive, entregou um projeto para o governo da época, que não prosperou. 
Valdemar Ferreira - Todas as relações posso regular com o direito civil. 
Cesare Vivante - (1892) Sujeito célebre defensor da unificação do direito privado - 5
argumentos 
1. Direito comercial é um direito de classe formado para os interesses desta classe - que
afrontaria o princípio da igualdade 
2. Essa distinção entre direito comercial e civil seria prejudicial à própria justiça, porque
isso faria com que se tivessem uma série de imprecisões - insegurança na aplicação do
direito. 
Ex.: Diferença entre tribunal de comércio e tribunal civil. 
3. Questiona a extensão da aplicação do direito comercial por analogia. Tinha o
surgimento de algumas atividades que não se enquadravam aos casos, mas, devido a
semelhança, podiam ser enquadrados, mas isto causa insegurança devido a aplicação ou
não de algumas normas. 
4. Sustentava que a coexistência de códigos civil e comercial era prejudicial à aplicação
do direito porque muitas vezes existiam institutos que eram regrados tanto no código
comercial quanto no código civil. Por exemplo, regras de contrato de compra e venda
era regrado por ambos os códigos. 
5. A dicotomia entre direito civil e direito comercial era prejudicial, era perniciosa ao
próprio progresso científico, porque esta dicotomia faria com que, por exemplo, um
9
comercialista se especializasse demais estudando o código comercial deixando de lado o
direito das obrigações - confinado sem ter visão geral. E, ao contrário, um civilista
ficaria confinado à visão geral. 
 
Alfredo Rocco rebateu estes argumentos sustentando a dicotomia do direito privado
com 3 argumentos; 
1. comerciantes são uma classe muito forte que defende seus interesses 
2. quanto à insegurança da existência da dicotomia, c'est la vie, acontece. Nada é
encaixável perfeitamente. A dogmática permite a segurança. 
3. problema de falta de cultura dos civilistas e dos comercialistas. Problema de
formação do sujeito que não pode imputar isto à dicotomia. 
Em 1919, Vivante voltou a sustentar a dicotomia. Argumentos: 
1. De fato, há distinção entre os métodos 
2. Direito comercial é voltado para negócios entre ausentes e de massa, enquanto o
direito civil para negócios específicos e especializados. 
3. Direito comercial busca tutelar o crédito, por isso que foi criado, por exemplo, o
regime de título de crédito. 
4. Direito comercial teria caráter cosmopolita, internacional, voltado para fora, além das
fronteiras de um Estado. 
Por esses argumentos, Vivante diz que seria inconveniente a unificação. 
Com o C. Civil italiano de 1942, se discute se existiu ou não uma unificação do direito
comercial. 
Do plano legislativo, ainda há leis e institutos próprios para direito comercial, ainda há
autonomia didática. Mas formalmente há vantagem em haver esta distinção? 
Fontes do direito comercial: 
Fonte primária do direito comercial hoje é a legislação. Hoje boa parte do direito
comercial encontramos no C. civil, especialmente no livro II da parte especial (livro
direito de empresa - nome equivocado), mas toda parte geral do CC e o livro I também
são aplicáveis ao direito empresarial. 
Ainda permanece em vigor o C comercial de 1850, especificamente na parte de direito
marítimo. 
Existem uma série de leis extravagantes, por exemplo, lei das S.A.s. 
No direito comercial, ainda hoje, os usos e costumes desempenham papel
relevantíssimo. (assentamento dos usos e costumes na junta comercial - lei 8934/94
art.8, VI e decreto 1800/96 - regulamento a lei 8934 nos arts. 87 e 88) 
10
Ex.: cheque pré datado (costume), troca de mercadoria (uso do comércio) 
Qual é a vantagem de ter um costume assentado na junta comercial? Presunção de
veracidade. 
Diferenciação entre ato e atividade: 
Atividade: conjunto de atos de qualquer espécie e de qualquer natureza imputáveis a um
sujeito (a uma pessoa ou centro de interesse) e destinados a um fim (a um objetivo). 
Uma série de atos de qualquer espécie significa que posso ter atos ou negócios jurídicos,
bem como uma série de atos que não apresentam qualquer relevância ao direito. 
Ex.: abrir restaurante - série de atos: coisas não jurídicas que impactam diretamente na
exploração da atividade - decoração - e coisas jurídicas - alvará da prefeitura. 
Imputáveis a um sujeito que pode ser uma pessoa natural ou jurídica ou pode ser,
inclusive, um ente sem personalidade jurídica. 
Ex.: Massa falida (lei 11.101) pode continuar a explorar atividade. Condomínio - centro
de interesse, não é pessoa jurídica, mas exerce atividade. 
Tem um objetivo comum, esta finalidade que vai definir a própria atividade, a sua
espécie, a sua validade. 
Ex.: Comprar uma geladeira por cheque predatado não é atividade, não há objetivo
comum. 
Esta atividade pode ser voluntária ou não. 
Ex.: Atividade do Estado não é voluntária, é obrigatória. 
Os atos latus sensus são definidos pela atividade. 
Ex.: Ato de administração ordinário ou extraordinário. 
A própria atividade qualifica os atos isolados. 
Ex.: Considerar que um ato isolado é abusivo ou não, devo chegar a finalidade da
atividade. 
A atividade possui regime jurídico distinto em relação aos atos isolados 
Regime Jurídico da atividade: 
1. Quanto ao sujeito 
● Capacidade: como regra geral, a capacidade segue as regras de capacidade
gerais. Ou seja, para que o sujeito possa explorar uma atividade, ele deve ser
capaz (art.492). Entretanto, o art. 974 CC (menos parágrafo terceiro)
permite que incapazes possam explorar atividade empresária que já eram
exploradas por ele quanto capaz (ex.: interdição posterior). Bem como, o
11
incapaz pode explorar atividade que sucede os patriarcas que vieram a faltar,
porém, isto demanda uma autorização judicial. 
 
Art. 974 - fala sobre o empresário individual 
Parágrafo 2º - tutela do incapaz. Divide o patrimônio do incapaz. Limitação da
responsabilidade com o objetivo de proteger o incapaz. 
Art. 91 - sobre bens. Como regra, a pessoa só tem um patrimônio. 
● Legitimidade: sujeito deve estar legitimado à exploração da atividade
empresária, ou seja, não pode recair sobre ele qualquer impedimento, por
exemplo, funcionários públicos, como regra, não podem realizar atividade
empresária (art. 972 CC). 
● Habilitação: o sujeito, muitas vezes, para explorar a atividade e com objetivo
de proteger terceiros ou mercado, deve estar habilitado a explorar atividade.
Ex. médico deve estar habilitado a exploração da atividade médica, com
objetivo de proteger terceiros. 
2. Quanto a própria existência da atividade 
● Pessoa natural - é necessário constatar uma série de atos num certo período
de tempo. 
Ex.: trocar de carro todo ano para uso pessoal não é empresário. 
Trocar de carro todo mês há desconfiança sobre ser empresário. 
● Pessoa jurídica - não é preciso verificar em concreto. 
● Ente não personificado - de acordo com a previsão do objeto 
3. Quanto sua normalidade 
● Ilicitude ou licitude - é evidente que a atividade deve ser lícita. As
consequências da ilicitude são gravosas, isto é, de natureza penal. Posso
explorar uma atividade ilícita, mas regular. A ilicitude ou licitude da
atividade não incide sobre a validade dos atos. 
● Regularidade - está atrelada aos respeitos às normas de natureza
administrativa e tributária. Em regra, não é crime estar irregular. 
Ex.: ter alvará 
● Validade - o que é válido ou inválido são os atos singulares praticados.
Atividade não é válida ou inválida. A validade ou invalidade dos atos não
incide sobre a licitude da atividade. 
4. Quanto à eficácia 
12
O sujeito tem seu status determinado pela exploração da atividade, ou seja, a exploração
de certa atividade pode atribuir ao sujeito determinado status independentemente da sua
vontade e ainda que ele esteja impedido ou não esteja habilitado (art. 973) 
Ex.: sujeito compra e vende três carros por semana, mas não quer ter o status de
empresário, ainda assim é empresário. 
5. Destinação da atividade é o público, o mercado. Atos singulares são negócios entre
privados. 
O regime dos atos singulares é regime de direito privado. O regime da atividade é
regime de direito público. 
6. Regime de responsabilidade civil - como regra, a responsabilidade civil é subjetiva,
isto é, existem três elementos: dano, nexo causal - nexo entre ato e o dano - e ato que é
lesado por alguém de modo doloso ou culposo - elemento subjetivo. 
No regime da atividade, a regra é responsabilidade objetivo, ou seja, pelo mero fato de
alguém estar explorando determinada atividade, se na exploração daquela atividade
alguém sofrer um dano, tu serás responsabilizado, independente se for doloso ou
culposo, independente da negligência ou não. 
Ex.: art. 37, VI, CF - Responsabilidade do Estado. 
Ex.: art. 12-17 CDC 
Ex.: art. 927, I, CC. Art. 186, CC 
7. Natureza jurídica da atividade - natureza de fato jurídico, isto é, independe da
vontade. Nos atos jurídicos, por regra, estamos falando de negócios jurídicos e de atos
jurídicos de estrito senso. 
Atividade Econômica ou Negocial - seja ela empresário ou não-empresária 
Quem explora atividade empresária é empresário. 
Art. 966 CC - define atividade empresária. 
Parágrafo único traz exceções. 
Atividade rural art. 971 CC - de regra, quem explora atividade rural não é empresário.
Mas, tendo em vista a evolução do agronegócio, o CC diz que de regra não é, mas se o
sujeito quiser se enquadrar como empresário, pode se registrar na junta comercial, então
será equiparado ao empresário para todos os efeitos. Então, é empresário por
equiparação. O registro não é constitutivo, salvo este caso. 
Rever: Distinção entre empresa, empresário e estabelecimento 
Empresa tecnicamente é atividade empresária - perfil funcional 
Empresários são os sujeitos que exploram a empresa - perfil subjetivo 
13
Estabelecimento: conjunto de bens e direitos organizado pelo empresário para explorar
a atividade - perfil objetivo ou patrimonial 
 
Atividade econômica ou negocial (formas de explorar atividade): 
1. Atividade empresária 
1. Individualmente - empresário individual 
2. Coletivamente - sociedade empresária 
2. Atividade não-empresária 
1. Individualmente - profissional-liberal 
2. Coletivamente - sociedade não-empresária ou sociedade simples 
Empresário Individual: 
Regulado a partir do art. 966 do CC. 
Como regra geral, devo obedecer às normas de capacidade (art.972, 874 e 5 CC). 
Empresário individual não é pessoa jurídica. Tem CNPJ (receita) para fins fiscais.
Receita não unifica patrimônio do empresário individual e da pessoa natural. 
Pessoa natural dele que explora atividade. 
Art. 968 CC - EI deve indicar firma individual - como se identifica como empresário no
mercado 
Art. 1156 CC - Empresário opera sob firma constituída por seu nome...
Empresário Individual: 
Pessoa natural, capaz e deve estar legitimado para explorar eventual atividade
empresária. 
Inscrição perante a junta comercial. Deve indicar sua firma individual (art. 1.160). 
Também será inscrito no CNPJ para fins de regularidade fiscal. 
O fato de uma firma individual ter um CNPJ não faz com que este sujeito seja uma
pessoa jurídica, ou seja, quando o EI está explorando a atividade, é a própria pessoa
natural que está explorando a atividade com todo seu patrimônio. Ou seja, todo seu
patrimônio está sobre risco, tudo estará sujeito a satisfação de seus credores,
independente da origem da dívida e da obrigação. 
Salvo no caso de incapaz, não há limitação patrimonial para responsabilidade. O CC
não estabelece nenhuma ordem de preferência para satisfação dos credores. Entretanto,
o enunciado nº5 da primeira jornada de direito comercial estabelece uma ordem, porém,
14
estes enunciados não são vinculantes, mas, muitas vezes, são utilizados como base para
jurisprudência. 
 
Deveres do EI (também são aplicados a sociedades empresárias): 
1. Registrar perante a Junta Comercial competente (art. 967 CC). O registro do EI é
meramente declaratória e não constitutivo, com exceção dos produtores rurais. Art. 968
CC estabelece o que deve constar na inscrição do EI, primeiramente a qualificação do
direito, logo, a firma, o capital destinado à atividade empresária, a sede e o objeto da
atividade, ou seja, qual atividade será explorada por ele e esta indicação também tem
impacto no âmbito fiscal. É permitido ao EI ter filiais. 
2. Adoção dos livros obrigatórios ao empresário (1.180-1.185 CC). Ex.: Livro diário -
apontamentos de todos as realizações do empresário. 
3. Realizar a escrituração mercantil, isto é, não basta ter o livro diário, devo ter tudo
devidamente registrado(1.179 CC). Art. 1.182 CC: escrituração deve ser feita por
contador. Art. 1.177, primeira parte, CC. 
4. Levantar as demonstrações contábeis de modo periódico (1.179, segunda parte, CC). 
5. Realizar a boa guarda da escrituração e de documentos (art. 1.194 CC) enquanto não
houver prescrição e decadência. 
Autenticação de livros mercantis é importante porque eles possuem força probatória
(art. 226 CC). Estes livros gozam de sigilo (art. 1.190, 1.191 e 1.192 CC) (art. 417-418,
novo CPC). 
Consequências de exploração irregular: 
1. (art. 97, IV, p. 1º da Lei de falências) Não possui legitimidade para postular falência
de um devedor seu. Porém, ainda pode falir, pode ter falência decretada. A falência é
um processo que busca tutelar o mercado, o crédito. (art.176 e 178 da LF). 
2. Não pode se valer dos institutos da recuperação judicial ou da recuperação
extrajudicial, ou seja, o empresário que explora regularmente atividade empresa, se em
crise e se corresponder os outros requisitos, pode se valer de institutos que buscam
viabilizar a recuperação da empresa (art. 48 e 161, LF). 
3. Não se consegue autenticar os livros mercantis na junta comercial (art. 1.181 CC). 
4. Não terá CNPJ 
5. Terá problemas para participar de licitações, isto é, para contratar com o poder
público (lei 8.666 - regula contratação com administração pública). 
15
6. Inexistência de proteção ao nome empresarial (art. 1.166 CC). 
CC art. 1.647 
CC art. 978 
1ª jornada de direito civil, enunciado 6 
2ª jornada de direito comercial, enunciado 58 
 
Art. 979 
Art. 980 
Estabelecimento Empresarial: (perfil objetivo ou patrimonial) 
Ler: Oscar Barreto Filho 
Principal estabelecimento: geralmente não é a sede 
5 jornada de direito comercial, 466 - principal estabelecimento é de onde partem as
decisões negociais 
Filial = agência = sede = estabelecimento 
Art. 1.142 CC - definição de estabelecimento 
Estabelecimento é algo dinâmico, isto é, devo com este complexo de bens ter a
possibilidade de explorar atividade econômica. Ou seja, um galpão abandonado cheio
de metais velho, em regra, não é estabelecimento. Necessariamente, este complexo de
bens deve ter ao menos a potencialidade de gerar exploração de atividade empresária.
Não há limite de número de estabelecimentos. 
Para facilidade de venda, muitas vezes, cada estabelecimento corresponde a uma
sociedade, com um CNPJ diferente. 
Estabelecimento rural? Estabelecimento virtual? Existem? 
Composição do Estabelecimento: bens materiais ou imateriais, corpóreos ou
incorpóreos, móveis ou imóveis. 
Ex.: Marca, tecnologia, patente, domínio na internet, cadeira, máquina. 
Os bens fazem parte da empresa, ainda que o dono da empresa não ser dono do bem. 
16
Ler: Ascareli - Teoria atomista - estabelecimento são vários bens. Se eu realizasse a
venda deste estabelecimento, deveria vender cada bem individualmente. 
Teoria que prevalece: o estabelecimento é uma universalidade de fato (art. 90 CC),
podendo negociar o conjunto todo ou cada parte individualmente. 
Ex.: biblioteca 
Cada vez mais comum a defesa do estabelecimento como universalidade de direito. 
Art. 91 
Ex.: patrimônio 
 
Estabelecimento não é sujeito de direito. 
Clientela: não compõe estabelecimento, ou seja, não é transferível - pessoas que
usualmente frequentam aquele estabelecimento 
Aviamento- valor agregado que aqueles bens organizados em conjunto têm-, fundo de
comércio ou good will: entende-se que estes bens juntos tenham mais valor do que
separados. Aviamento é uma qualidade do estabelecimento, um sobrevalor. 
Ponto comercial: bem incorpóreo do estabelecimento. Local onde se explora atividade,
onde se encontra o estabelecimento empresarial. É de posse do empresário, ainda que
ele não seja proprietário do imóvel. 
Ex.: Aluguel de loja. 
Tutela de ponto comercial: Lei de locações 8.245/41 art.51 e 54 
Alienação de estabelecimento ou Contrato de Trespasses: 
Art. 1.143 CC: 
233, 3 jornada de direito civil 
Estabelecimento Comercial (art. 1.142, CC) 
Como conjunto de bens destinados a exploração de uma atividade econômica, nesta sua
função dinâmica é passível de relações jurídica, seja de transferência. 
Negócio jurídico translativo do estabelecimento - contrato de trespasse - alienação do
estabelecimento: 
Tem seu uso desestimulado pelo legislador tendo em vista suas regras. Com ressalva da
recuperação e falência. 
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Regras: 
1. Averbação e publicidade (art. 1.144, CC - não se restringe ao trespasse): para que
ocorra o contrato de trespasse, exige-se que o contrato seja averbado na Junta Comercial
a margem da inscrição do EI ou da Sociedade Empresária. É entendido que deve ser
averbado o contrato a margem tanto na inscrição do vendedor quanto do adquirente.
Este dispositivo não identifica a qual margem se refere, portanto, entende-se que
ambos. 
É necessária a publicação do contrato no diário oficial. 
Sem uma das condições, este contrato não surtirá efeitos perante terceiros. 
2. Não há forma estabelecida para este contrato. A forma é, em tese, livre. 
 
3. Com o contrato de trespasse, há a transferência de todos os bens para o
estabelecimento e preferencialmente com discrição de quais bens são. Entretanto,
existem determinados bens que deve-se cumprir formalidade a mais para ocorrer a
transferências. 
Ex.: Carro - transferir também no detran. 
343 da 4a jornada de direito civil. 
4. Credores do vendedor do estabelecimento (art. 1.145, CC) - alienação do
estabelecimento é ineficaz, não produz efeitos perante os credores do vendedor. Para
que a venda do estabelecimento produza efeitos perante seus credores é necessário,
primeiramente, que tenham bens suficientes a satisfazer aos credores. Segundamente, se
isto não ocorrer, é necessário o pagamento do crédito ou, em terceiro lugar, que os
credores concordem com a alienação de modo expresso ou tácito - silêncio -, tendo 30
dias após sua notificação para expressar sua vontade. O contrato sendo eficaz, os
credores podem executar a cobrança, mesmo que o estabelecimento já esteja sob posse
do comprador. 
Redundância do CC: art. 1.145 e 1.146 - adquirente ajuda no pagamento dos credores
ou não? 
Art. 129, VI da lei de falências - análoga - para aplicar este artigo, é necessária a
decretação da falência do dono do estabelecimento. 
Art. 94 da lei de falências: constam as hipóteses que pode ser decretada a falência de um
devedor. 
5. Contratos firmados pelo vendedor do estabelecimento e relacionados ao
estabelecimento. Contratos estipulados para exploração do estabelecimento (art. 1.148,
CC). Como regra, o contrato se transfere juntamente com o estabelecimento. Assim
como contratos de trabalhos, posso transferir o trabalhador para o adquirente. 
Exceção: o contrato tiver caráter pessoal, podendo então os terceiros contratantes
restringir o contrato em 90 dias após publicação. Ex.: venda de estabelecimento de
18
estúdio fotográfico com um fotógrafo específico, mas, com a troca deste fotógrafo
durante a venda, o adquirente por rescindir o contrato. 
2 exceção: não ocorre a transferência do contrato se estipulação em contrário. De regra,
os contratos empresariais contêm esta estipulação. 
Problema: quando consentimento da parte não é uma exigência ou previsão contratual,
mas, sim, uma exigência legal. Ex.: contrato de locação - é exigido pela lei de locações
consentimento prévio para transferência no contrato de locação. Não há concordância
total sobre o caso. 
Enunciado 234, 3 jornada de direito civil - não se transmite o contrato de locação. 
Enunciado 8, 1 jornada de direito comercial - transmite o contrato de locação. 
6. Passivos do alienante ou credores (art. 1.146, CC) - Se as dívidas estão regularizadas,
o adquirente responderá por estes débitos vencidos ou não, sendo que o vendedor
responderá solidariamente até 1 ano da publicação do contrato. Ocorre naturalmente a
sucessão passiva. 
 
Caso: Dono de 3 estabelecimentos, vende um. Como condição da sucessão do passivo, é
a contabilização dos débitos do sujeito. A contabilidade não será individualizada.
Dificilmente os débitos serão devidamente separados. 
7. 
Enunciado 59, 2 jornada de direito comercial. 
Tendo em vista que o sujeito responderá por todos os passivos vencidos ou não, deve-se
ter precauções: 
● Auditoria financeira e auditoria legal - verificar a real situação do
estabelecimento ou da sociedade. 
● Garantias - adquirente resta resguardado caso surjam passivos não
declarados previamente. 
8. Responsabilidade tributária: 
O CTN (art. 133) prevê hipótese em que ocorre a sucessão do adquirente pelo passivo
tributário. 
O adquirente responde pelo passivo tributário se continuar na exploração do mesmo
ramo da atividade. Responderásubsidiariamente se o vendedor continuar a exercer a
mesma exploração. 
9. Direito do Trabalho - art. 10 e 448 da CLT 
Os contratos de trabalho acompanham o estabelecimento, mesmo que a atividade
explorada seja diferente da anterior. 
19
O adquirente responderá pelos passivos trabalhistas. 
10. Venda de estabelecimento em recuperação judicial e falência (não se aplica a
recuperação extrajudicial): 
Regras: 
● Lei de recuperação judicial (art. 60 e 141, II) - em recuperação judicial ou
em falência, não ocorrerá, em primeiro lugar, a sucessão das obrigações das
dívidas do devedor, que está em recuperação judicial ou falido. 
● Não é aplicada a regra do art. 1.146 se não houver bens para pagar os
credores. 
● Não será necessária a publicação no diário oficial. 
● Não ocorrerá a transferência de qualquer passivo de qualquer natureza. 
Há divergências entre a prática e a teoria, podendo haver cláusulas no plano de
recuperação que obriga o adquirente a arcar com os passivos. 
11. Créditos vinculados ao estabelecimento: 
Art. 1.149, CC 
Transmitido para o adquirente. 
12. Proibição de restabelecimento (art. 1.147, CC) 
Ver caso da cia de Jupta 
Contrato pode estabelecer prazo menor ou maior do que o proposto no artigo. 
Quanto a proibição, deve-se analisar apenas a concorrência. 
Este dispositivo também pode ser aplicado no caso de sociedades. 
Enunciado 490, 5 jornada de direito civil - diz que o prazo pode ser maior do que 5
anos, mas que isto pode ser revisto juridicamente. 
13. Nome (art. 1.174, CC) 
Não pode ser objeto de compra e venda. 
Regime Especial da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte 
Art. 70 - favorecimento às empresas de pequeno porte 
Art. 179, CF - tratamento diferenciado visando incentivá-las. 
O poder público deve, tendo em vista e relevância econômica e social e a dificuldade do
tamanho que eles têm, dar tratamento favorecido para as pequenas empresas. (art. 146,
CF). 
20
Art. 970, CC - tratamento favorecido mais benéfico ao pequeno empresário. 
Hoje, este tratamento benéfico se encontra na Lei Complementar 123 de 2006. 
3 figuras encontradas na LC, a rigor 2. A primeira é o MEI - microempreendedor
individual, isto é, pequeno empresário. A segunda delas é a microempresa . E a terceira
é a EPP, empresa de pequeno porte. 
MEI (art. 68 LC 123), para muitos, é uma subespécie da ME, art. 970 do CC. 
MEI (art. 18a, LC 123) é empresário individual, não pode ser sociedade (art. 966, CC).
Receita bruta anual do calendário anterior de até R$60.0000,00. Optante do Simples.
Não pode ter empregados nem mais de um estabelecimento. Não pode participar como
titular, sócio ou administrador em uma empresa. A princípio, a priori pode ocorrer
mudanças, previstas na LC. 
A figura do MEI foi inserida para formalizar os sujeitos que trabalhavam
informalmente. Em contrapartida, pudessem auferir da previdência social. 
ME, como regra: empresário individual, sociedade empresária, sociedade simples
(sociedade não-empresária) ou eirele - empresa individual de responsabilidade limitada,
desde que devidamente arquivados no registro competente. Estas mesmas pessoas
também podem ser EEPs. 
Diferenciação de ME e EPP: receita bruta. ME tem como pressuposto ter uma receita
bruta igual ou menor a 360 mil reais por ano. EPP, por sua vez, deve ter receita bruta
superior a 360 mil reais e como teto ter receita bruta igual no máximo a 3 milhões e 600
mil reais por ano. (art. 3, LC 123). 
Exceções no parágrafo 4 do art. 3. 
Benefícios do regime especial: 
1. Tributário - possibilidade de enquadrar-se no simples nacional (art.12 -.. LC123).
(estão dentro os previdenciários). 
2. Trabalhistas - ex.: não há necessidade de livro de inspeção de trabalho, fiscalizações
do ministério do trabalho. 
3. Fiscalizações têm por princípio função orientadora, pedagógica, e não sancionatória. 
4. Licitações - ex.: em caso de empate, o desempate é favorável às MEs e às EPPs. 
5. Regularidade Fiscal 
6. Processuais - podem ser autoras no juizado especial civil 
7. Societários - Ex.: quórum simplificado. Dispensa de publicação no diário oficial. 
8. Contábeis - MEI está dispensado de escriturar livros e demonstrações financeiras (art.
1.179, II, CC) 
9. Registrais - Ex.: não há necessidade de assinatura por advogado do ato constitutivo. 
21
10. Administrativos (art. 6-..., LC 123) 
11. Recuperatórios - (art. 70-73, L Falências - previsão de procedimento especial de
recuperação judicial de ME e EPPs) 
12. Creditícios (art. 57-..., LC 123) - bancos públicos devem ter linha de crédito especial
para MEs e EPPs 
13. Cambiários em títulos de crédito (art. 73, LC 123) 
14. Incentivo à inovação tecnológica (art. 64-..., LC 123) 
Requerimento de enquadramento de ME ou EPP feito na Junta Comercial. 
Art. 72, LC 123 - Obrigatoriamente deverá constar ao final de seu nome a designação de
que se trata de uma ME ou PP. 
Nome empresarial: Um dos sinais distintivos do empresário. Nome que o empresário,
seja ele pessoa natural ou uma pessoa jurídica, ao explorar a atividade empresária será
designado. Como o sujeito é indicado. Nome indica o sujeito. 
Não é o único sinal distintivo porque existe também a marca (art. 122 e 123, Lei de
Propriedade Industrial) e o título de estabelecimento. Marca indica de produtos ou
serviços. Podem haver diversos tipos de marcas (tridimensional, uma frase, um
desenho). A marca deve ser registrada no INPI - Instituto Nacional de Propriedade
Industrial. 
Título de estabelecimento (art. 195, V, LPI) conhecido como nome fantasia, forma com
que se reconhece o estabelecimento onde se explora a atividade empresária. Não há
local próprio para registro do título do estabelecimento, coloca-se na inscrição da
sociedade. Nada impede que estes três sinais se confundam. 
Nome empresarial é designação do sujeito que explora a atividade. Título de
estabelecimento é a forma como o estabelecimento empresarial é reconhecido. Marca é
um sinal distintivo registrado no INPI de indicação de produto ou de serviço. Marca é
possível vender, mas nome não. 
Art. 1.155, CC - denominação das sociedades simples, associações e fundações
equiparam-se ao nome empresarial. 
Princípios: 
1. Veracidade - O nome empresarial deve corresponder à verdade, à realidade a qual ele
se refere. 
Ex.: Empresário individual deve operar sob seu próprio nome (art. 1.156 e 1.163, CC). 
Se há indicação da atividade no nome empresarial, a atividade necessariamente deve ser
exercida. 
22
Se existir indicação fantasia no nome empresarial quem usa deste nome fantasia deve
ter o direito de usá-lo. 
Se no nome da sociedade consta o nome de uma pessoa, esta pessoa como regra deve
ser sócia, deve fazer da sociedade (1.157 e 1.158, I, CC) 
Não pode constar nome de sócio que já morreu ou que já saiu da sociedade. 
É permitido figurar como sucesso (art. 1.164, CC). 
2. Originalidade (art. 1.163, CC, 34 e 35, V, Lei 8.934) - Nome deve ser novo, original,
ou seja, não posso registrar um nome que já existe. Quando se fala que não se pode
registrar nomes que já existem, isto se refere tanto a nomes homógrafos como nomes
homófonos. 
Problemas: 
1. Junta comercial - autarquia mista - tem jurisdição estadual, ou seja, ao registrar um
nome, tenho proteção apenas no estado. Mas para proteção do nome no país inteiro, é
possível requerer a todas as juntas comerciais. 
2. Junta comercial não conversa com a INPI, que tem proteção nacional. Portanto, é
possível ter sobreposição entre marca e nomes. O problema é quando há esta
sobreposição, mas os titulares são distintos, então, ocorre colisão entre marca e nome. 
3. Brasil é signatário da Convenção de Paris. Art. 8 da convenção. 
3. Unicidade - Cada empresário ou sociedade empresária tem única e exclusivamente
um nome empresarial. (art. 51 e 52, CC) 
● Firma ou razão: utilizada em diferentes acepções - empresa (leigos), uma das
espécies de nome empresarial, nome de um EI ou de uma Sociedade
Empresária(técnico), assinatura (reconhecimento) 
o Individual (art. 1.156, CC) - nome do EI e o EI somente pode
explorar a atividade empresária sob a firma individual. Deve
indicar sua firma de próprio punho(art. 968). Firma individual
não é pessoa jurídica e sim a forma como o EI exerce atividade
empresária. 
o Social (1.157, 1.158, I, 1.161, CC) - Nome empresarial usado por
algumas sociedades que possuem responsabilidade ilimitada. Em
primeiro lugar teremos a sociedade em nome coletivo (art. 1.039
e 1.041), a sociedade em comandita simples (art. 1.045, 1.046 e
1.047), sociedade em comandita por ações (art. 1.161) e
sociedade limitada (art. 1.158). Dentro da limitada está a EIRELI
(art. 980, a, I). 
Aparecerá no nome da sociedade o nome de, ao menos, um dos sócios por extenso ou
abreviadamente, sendo que é admitida a supressão de prenomes. 
23
Art. 16 do Estatuto da ordem 
● Denominação - expressões de uso comum ou vulgar em linguagem nacional
ou estrangeira, ou mesmo expressões de fantasia. Sendo que, normalmente,
estas palavras não gozam de exclusividade. De acordo com o CC, art. 1.161
e 1.160, deve existir a indicação do objeto social. Isto é, deve existir a
indicação de ao menos uma das atividades exploradas pela sociedade. 
o Social (1.158, II, 1.161, CC) 
Espécies societárias: 
● Sociedade anônima: deve ter denominação social 
LSA CC 
Art. 3 Art. 1.160 
Denominação; sem falar em objeto social Objeto social 
Sociedade anônima ou companhia, por extenso
ou abreviada, mas vedada a utilização de
"companhia" ao final. Para evitar confusão com
"Estrela e companhia" (sócios que respondem
ilimitadamente) 
Sociedade anônima por
extenso ou abreviada; ou
companhia por extenso
ou abreviada 
Pode constar nome de alguém Pode constar nome dealguém 
● Sociedade Limitada: pode ter firma ou denominação 
Art. 1.160. 
● Sociedade comandita por ação - pode ter denominação 
Art. 1.161. 
● Cooperativas 
Art. 1.159. 
● Sociedade Simples 
Art. 997 e at. 1.155. 
● Associações - denominação 
Art. 54, I 
24
● ME ou EPP - firma ou denominação 
Art. 72 da LC 123 
● EIRELI 
Art. 180, a 
Proteção ao nome social: 
Art. 5, XXIX, CF 
Nome empresarial tem como objetivo proteger a clientela. 
Proteção ao nome empresarial decorre da inscrição do ato constitutivo, se se tratar de
uma atividade empresária, na Junta comercial. Nesse sentido, aqui, o registro é
constitutivo (art. 1.166, CC). 
Problema: registro confere proteção no limite do estado, apesar de, teoricamente,
deveria se conferir proteção nacional devido a Convenção de Paris. 
O nome empresarial é protegido inclusive criminalmente (art. 194, 195, CC) (ex.:
concorrência desleal). Na seara cível, é possível ação anulatória a qualquer tempo caso,
por exemplo, tenha ocorrido alguma inscrição indevido do nome (art. 1.167, CC). 
Na esfera administrativa, art. 1.168, CC, caso cesse a exploração da sociedade ou a
sociedade se dissolva, qualquer interessado pode solicitar o cancelamento do nome. Art.
60 da lei 8934. 
Natureza jurídica do nome empresarial: É um direito inerente a personalidade, se
tomado logicamente no seu aspecto subjetivo, ou seja, é como um sujeito é
identificado/designado. 
Não é, então, a rigor, como uma propriedade. Mesmo porque (art. 1.164, CC) não é
passível de alienação/ de venda/ de cessão. 
Mas, no seu aspecto objetivo, não se pode negar que desempenha uma função
econômico concorrencial ligado ao direito concorrencial. Sob este aspecto, há quem
sustente que seja um bem móvel incorpóreo. 
Parte II do semestre 
Prepostos (preposição): são auxiliares do empresário, gerentes, contadores, vendedores.
Possui um regramento do Código Civil nos artigos 1.169 ao 1.178. Normalmente, a
relação dos prepostos com o empresário (ou sociedade empresária) é uma relação
trabalhista, mas nada impede que exista uma relação autônoma. Ex: Contador - pode
ser empregado ou autônomo. 
25
A questão da preposição é importante porque os prepostos têm poder de representação
do empresário ou da sociedade empresária. Então, a relação além de ser regulada pelo
direito trabalhistas, o direito comercial também a regula. O direito comercial regula os
atos dos prepostos perante terceiros, uma vez que obrigam o empresário ou a sociedade
empresária. 
Ex.: Vendedor faz a venda e não o dono. No momento da venda, o empresário ou a
sociedade fica vinculado ao consumidor. 
Características: 
1. Relação de confiança: indelegabilidade da função (art. 1.169, CC). 
2. Exclusividade (1.170, CC). Este artigo deve ser interpretado restritivamente, isto é, o
vendedor não pode exercer outra atividade com o uso dos bens do seu empregador. A
exclusividade está estritamente ligada com o valor de lealdade. 
3. Dever de confidencialidade (art. 195, XI, lei de propriedade industrial): quando o
empregado deixa de ser preposto, não pode utilizar de dados, de informações e de
conhecimentos. 
4. Representação (art. 1.171 e 1.178, CC) (art. 445, CC): preposto age em nome do
preponente. 
5. Gerente (art. 1.172 ao 1.176, CC e art. 661, par. primeiro, CC): empregado -
considera-se gerente, o preposto permanente no exercício da empresa, na sede desta ou
em filial. Empregado que ocupa o cargo de chefia, com maior autonomia em relação aos
outros empregados. 
Há alguns atos que são vedados aos gerentes, assim como vedados aos administradores,
por lei. 
Não se deve confundir com o sócio-gerente - referência ao administrador da sociedade.
"Presenta a sociedade" - Pontes de Miranda. 
Art. 1.174: retrógrado (ninguém mais consulta junta comercial). Tutela terceiros de
boa-fé. É possível estabelecer limites a atuação do gerente e estes limites podem ser
expostas aos terceiros em duas ocasiões: quando estes limites estão expressos na junta
comercial ou quando ... Isto não se aplica às relações de consumo (art. 34, CDC). 
Responsabilidade do preponente (art. 1.175) 
6. Contabilista (art. 1.177, CC): profissional contábil, ao realizar a escrituração do
empresário, esta escrituração é como se fosse feita pelo preponente, ou seja, há uma
responsabilidade objetiva do contabilista, cumulada com a do preponente se o
contabilista agir de má-fé. O preponente tem responsabilidade objetiva pelos atos
realizados por qualquer de seus prepostos (art. 932, III, e 933, CC). 
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(art. 1.178, par. Único): regra da responsabilidade do preponente no caso de atos
realizados fora do estabelecimento por prepostos. Dec. Lei 9295/46. 
Leiloeiros (dec. 21.981/32) colaboradores que tem por incumbência vender bens que lhe
são confiados por meio de oferta pública. 
Leiloeiros oficiais: realizam praças em leilões judiciais. 
Leiloeiros livres: realizam a venda de bens a pedido de particulares. (ex.: obra de
artes). 
Atos dos armazéns gerais 
Armazém geral: que se deposita bens de terceiros. Atos praticados por trapicheiros na
venda desses bens também funciona como vendedores de bens de terceiros. 
Vantagem dos armazéns gerais: confere maior proteção para o produtor rural. 
Corretores e representantes comerciais eram tidos como auxiliares do empresário. Hoje
já são considerados empresários. 
Registro Público de Empresas Mercantis (autarquia mista): 
Exemplo de registro públicos - Registros públicos civis: registro de pessoas naturais,
cartório de títulos e documentos, registro civil de pessoas jurídicas. Registros públicos
mercantis: registros públicos de empresas mercantis e o INPI. 
Função dos registros públicos: especialmente, conferir publicidade a determinados
atos. 
Registros Públicos de Empresas Mercantis: reminiscência ainda para os tribunais de
comércio, que tinham jurisdição comercial e jurisdição administrativas, mas foram
extintos em 1875. A rigor, a junta comercial foi o que restou dos tribunais de
comércio. 
O RPEM fica a cargo da Junta Comercial. 
Características: 
1. Estatal (em princípio) 
2. Normas sobre registros públicos são de competência federal (art. 22, i25, CF), mas a
organização das juntas comerciaispode ser regulada de modo concorrente pela União,
pelos Estados e pelo DF (art. 34, i3, CF). 
3. É aberto ao público, ou seja, qualquer pessoa pode ter acesso aos atos lá arquivados,
independente da motivação (art. 29, lei 8934/94 - lei dos registros públicos de empresas
27
mercantis). O acesso a tais atos é livre, como também, inclusive consta no decreto 1896,
art. 79 a 84, salvo no caso das S.A.s em que o acesso a determinados livros é restrito. 
4. Organização administrativa: 
4.1: Órgão central federal chamado DREI - Departamento de Registro de Empresas e
Integração -, vinculado à Secretaria da Micro e Pequena-empresa. Este órgão tem
fundamentalmente competência para a normatização, disciplina, supervisão e controle
do registro. 
Ex.: Registrar Sociedade Limitada na Junta. O DREI possui um "manual" para este
registro, regras estabelecidas por ele. 
4.2: Órgãos estaduais: Juntas Comerciais - fundamentalmente exercem as funções de
execução dos registros (art. 8, lei 8934). Juntas comerciais podem ainda ter órgãos
locais, que são as delegacias das juntas comerciais, que também têm funções executivas
(art. 9, lei 8934). 
Organização da Junta Comercial: 
4.2.1 Presidência: funções de direção (art. 23, lei 8934) 
4.2.2 Plenário: formado de 11 a 23 vogais (art. 10, 11, 12, lei 8934) 
4.2.3 Turmas: formadas por 3 vogais (art. 18, lei 8934). Responsáveis pela execução de
determinados registros (art. 21). 
4.2.4 Secretaria Geral (art. 26) - responsável por atos administrativos e executivos 
4.2.5 Procuradoria da Junta Comercial (art. 27) responsável pela consultoria,
fiscalização da lei e advocacia. 
Ministério público do Estado, por muito tempo, tinha também um procurador que
atuava na Junta Comercial. Isto não ocorre em todos os Estados. 
Objeto: 
1. Matrícula (art. 32, I) 
2. Arquivamento (art. 32, II, lei 8934 e art. 976, 979 e 980, CC) 
3. Autenticação (art. 32, III) 
4. Controle dos nomes empresariais (art. 1.166, CC e art. 33, 34, lei 8934) 
5. Cadastramento das empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento no país (art.
1, II e art. 4, IX, lei 8934) 
28
6. Assentamento dos usos e práticas mercantis (art. 8, IV e art. 113, CC e dec 1800/96,
art. 87 e 88). 
7. Manutenção de banco de dados público e gratuito na internet de devedores falidos em
recuperação judicial (art. 196, lei de falências) 
Efeitos: 
1. Atos arquivados na Junta Comercial presumem-se legais (art. 1, I, lei 8934) - Junta
Comercial faz análise da legalidade dos atos e não do mérito. 
2. Atos, quando arquivados, produzem efeitos perante terceiros (art. 1.154, CC) 
3. Eficácia retroativa dos atos registrados (art. 1.151, CC e art. 36, lei 8934), isto é,
como regra, se há um ato protocolado para arquivamento em até 30 dias quando do
registro na Junta Comercial, os efeitos serão produzidos desde a data da realização do
ato, como, por exemplo, de uma Assembleia. Se o protocolamento for após 30 dias,
surtirá efeitos a partir do deferimento do registro. 
4. Registro é fundamental para a regularidade da atividade empresarial 
5. Se uma sociedade é constituída, o arquivamento é o ato constitutivo de personalidade
jurídica. 
Competência e procedimento do registro: 
1. Junta comercial não realiza análise de mérito dos atos levados a arquivamento, faz
pura e simplesmente analise da legalidade dos atos, ou seja, se os atos arquivados
preenchem os requisitos formais para seu arquivamento. (Art. 1.153, CC e art. 40 da lei
8.934). 
2. Análise do registro: 
2.1 Atos complexos (art. 41, lei 8.934). Exemplo: constituição de S.A. Decidido por
turmas. 
2.2 Atos simples (art. 42, lei 8.934). Exemplo: constituição de limitada. Decidido de
modo singular. (Art. 44 e seguintes. 46: recurso ao plenário). Art. 47-51: recurso ao
ministro de indústria e de comércio. 
Lei 8.934 tentou desburocratizar o registro. 
Ex.: art. 53, 63, 64 
Cancelamento de firmas inativas 
SOCIETÁRIO 
29
Fenômeno associativo: cooperação entre dois ou mais sujeitos em um dado ramo de
atividade buscando um objetivo comum para consecução de uma finalidade. 
Esta ideia é basicamente estudada pelo direito alemão. Controvérsia: sociedades
unipessoais (um único sócio, inexistindo duas ou mais pessoas como associados. Alguns
autores caracterizam como organizações finalísticas privadas que buscam uma
determinada finalidade. 
Associações privadas de pessoas que buscam determinados fins. Associação como um
gênero do qual sociedade é uma das espécies. 
O que distingue sociedade de associação estrito senso é o fim, a estrutura é a mesma. A
sociedade visa ao lucro, mesmo sendo sociedade não-empresária, exemplo disto é uma
sociedade de advogados. Associação não tem finalidade lucrativa e, sim, fins
não-econômicos. 
Art. 5, XVII e XX, CF: garante a ampla liberdade de associação, associação como 
qualquer e todo fenômeno associativo. 
Art. 44, par. 2, CC: Fenômeno associativo latu senso. 
Art. 51, par. 2, CC: diálogo entre sociedades e demais pessoas jurídicas de direito
privado. 
Não existem regras específicas para associações estrito senso. 
Princípios estruturantes do direito societário (Herbert Vindemann): 
1. Ordenamento societário (ou disciplina societária): regra as relações entre os sócios e
eventuais relações entre a sociedade e terceiros ou mercado. 
2. Ordenamento patrimonial (disciplina patrimonial): como é, como funciona, como se
estabelece o patrimônio da sociedade. A depender do tipo societário, há diferenciações o
funcionamento do patrimônio. 
3. Ordenamento da atividade (disciplina da atividade): como a sociedade explora
atividade. Extremamente relevante porque existem sociedades que podem explorar
atividade de modo irregular. 
Princípios valorativos ao direito societário (o que o direito societário busca): 
1. Proteção dos direitos individuais dos sócios: se busca tutelar e proteger o sócio pelo
simples fato de que ele é sócio. Evidente que se o sócio tem direitos, ele tem deveres
também. Busca proteger a figura do sócio. 
2. Proteção dos direitos de minoria: (conceito qualitativo: minoria como contraposição
ao controlador) aquele que não é controlador é minoritário. Existem uma série de
30
direitos conferidos a sócios que precisam ter um percentual mínimo de participação.
Conferir direitos aos sócios com participação mínima na sociedade. 
3. Proteção dos investidores: (sociedades anônimas abertas, ex. quem compra ações na
bolsa) 
4. Proteção dos credores: há mecanismos para isto, como por exemplo a publicidade. 
5. Proteção dos trabalhadores 
Brasil: existe uma autorização na lei das S.A.s para cogestão, isto é, eleição de membros
do conselho por trabalhadores. 
Teoria Geral do Direito Societário 
Ler: Tulio Ascarelli - contrato plurilateral: análise da evolução das mais diversas
tentativas de conceituar o que vem a ser uma sociedade e mostra que todas as tentativas
até então existentes restaram frustradas porque elas não conseguiam explicar
adequadamente este fenômeno associativo. 
"Uma sociedade é um negócio jurídico plurilateral associativo". 
Negócio jurídico: 
1. Unilateral: uma parte 
2. Bilateral: duas partes (ex.: compra e venda) 
Parte é um centro de interesse. Posso ter uma parte plurisubjetiva. 
Art. 981, CC: duas ou mais partes que se obrigam reciprocamente a contribuir para um
fim comum. 
Características: 
1. Duas ou mais partes - contrato aberta, isto é, o número de partes pode variar. Não
caracterizar o contrato pelo número de partes, a qualquer momento sócios podem entrar
e sair. 
Ex.: sociedade nasce com 3 sócios, pode passar a ter 4 ou até 2. 
2. Quando o sujeito ingressa na sociedade, ele adquire o status de sócio que lhe confere
direitos e deveres (relação complexa). Direitos e deveres são qualitativamente iguais e
não em quantidade. 
3. Partes têm um fim comum, elas buscam o mesmo fim. 
4. Podem existir conflito de interesses entre sócios. 
31
5. Boa-fé objetiva em sua máxima eficácia: boa-fé em nível máximo devido a buscaem
comum dos sócios. 
Não é possível exigir a mesma intensidade de lealdade de um vendedor do que de um
sócio. 
6. Contrato instrumental: quando sócios cumprem com suas obrigações, a sociedade
forma uma organização para explorar a atividade. O adimplemento das obrigações não
enseja a extinção do contrato, ao contrário, é criada uma obrigação para explorar a
atividade. 
7. Decisões, como regra, são tomadas pelas maiorias. É possível até mudar o contrato
com a maioria dos sócios. 
8. O contrato tem prazo indeterminado. A regra do direito societário é que as sociedades
têm tempo indeterminado, existindo também a possibilidade de sociedades com prazos
determinados. 
9. Vício das adesões: adesão é anulável, mas o contrato se mantém. 
Ex.: Contrato constitutivo de uma sociedade por 3 membros, um dele com erro. Então, a
adesão é anulado, mas o contrato se mantém. 
Caso 2: O sócio com adesão errônea leva a autorização da sociedade. Mesmo assim a
sociedade não é anulada, aqui aconteceria uma dissolução da sociedade por inequidade
do objeto. 
9.1 Vício das prestações: mesma ideia. Se se aporta um bem com vício, a sociedade
permanece com os demais, mas o bem é excluído. A sociedade só será afetada se o bem
era necessário para executar a atividade, mas porque o objetivo se torna inexequível e
não pelo vício do bem. 
9.2 Exceção do contrato não-cumprido: 
Se não está estabelecido a ordem de pagamento em uma compra e venda, por exemplo,
um deles não pode cobrar o outro sem ter cumprido sua parte (art. 476, CC). 
Em contrato plurilateral, é obrigado cumprir sua obrigação, independente do
inadimplemento de outro sócio. 
10. Vício que atinge a própria sociedade que é causa de anulação ou nulidade: não faz
com que todos os efeitos das invalidades incidam, não há como retroagir, causa de
dissolução da sociedade para colocar fim às relações que aquela sociedade compôs com
o mercado. 
Contrato plurilaterial associativo: partes buscam interesse comum 
Contrato plurilaterial não-associativo: partes buscam satisfazer um interesse próprio 
32
Ex.: consórcio para aquisição de bens. 
Não é possível explicar todos os fenômenos societários com base em um contrato
plurilateral porque o foco está na organização que a constituição de uma sociedade faz.
O contrato plurilateral se destina a atribuir poderes, deveres sujeições e
responsabilidades, além de direitos e obrigações. 
Ex.: quando sujeito entra em sociedade como sócio, tem direito, deveres e também pode
entrar em estado de sujeição. Eventualmente um sócio se torna sujeito a determinadas
deliberações. Da mesma forma, há uma administração da sociedade com atribuições de
competências entre os administradores. 
Sociedades unipessoais: outro fenômeno que só tem um sócio. Há um negócio bilateral,
mas não há um contrato. 
. CC Lei das S.A.s 
Originárias 
 art. 980, A - EIRELI - limitação da
responsabilidade. Alterou o art. 45, nova
pessoa jurídica de direito privado. Ente
em que uma única pessoa é titular da
integralidade de seu capital social. É a
EIRELI que exerce a atividade e não o
sócio, com o benefício da limitação de
responsabilidade. 
Art. 251 - 253: Possibilidade
de criação de sociedade
unipessoal. Subsidiária
integral: quando uma
sociedade brasileira é a única
acionista de uma S.A. Lei das
s.a. tinha como objetivo criar
grandes companhias para
concorrer no mercado exterior
mesmo podendo resultar em
monopólios e oligopólios. Para
viabilizar a organização de
grandes grupos societários.
Ex.: aportar parte do capital da
empresa em uma sociedade
para limitar o risco de todo
patrimônio da empresa
responder se falhar. 
Superveniente 
1.033, IV: se a sociedade ficou com
somente um sócio, o direito societário dá
um prazo para o sócio encontrar outro.
180 dias. Prazo para reconstituir a
pluripessoalidade. Durante este prazo, a
sociedade é regular, ainda que só tenha
um sócio. Se é encontrado o novo sócio,
segue a sociedade. Se não for
encontrado o sócio é caso de dissolução
da sociedade. Dissolução de pleno
direito. Se a sociedade continuar a
explorar atividade empresária sem ter
Art. 206, I, d: Nas S.As ocorre
todo ano Assembleia Geral
Ordinária reunindo todos os
sócios (art. 132 e 1.078 CC).
Há um prazo para esta
assembleia. A sociedade pode
continuar como unilateral
quando constatada em
Assembleia Geral Ordinária
até a Assembleia seguinte,
tendo que restituir a
pluripessoalidade. Outras
hipóteses são EI ou EIRELI.
33
restituído a pluripessoalidade, ela está
explorando de maneira irregular. 
Mas também seria custoso ter que
dissolver a sociedade para que, então,
depois explorar como empresário
individual. 
Outras hipóteses: 
1. Par. Primeiro: é possível que
esta sociedade se transforme
em empresário individual,
então, registrar-se na junta
como tal dentro do prazo. 
2. Transformar-se em sociedade
unipessoal (mais comum:
EIRELI) 
Isto é, 2 anos podendo estar
como sociedade unipessoal. 
 EIRELI: 
Natureza jurídica: pessoa jurídica. 
Investimento mínimo. 
Estatuto da ordem: sociedade unipessoal de advogados: para que advogados sozinhos
possam ingressar no simples. lei complementar 123 
Distinções básicas de sociedade de outras instituições 
1. Sociedade e associação: finalidade. Distinção está na busca e na distribuição do lucro.
Toda sociedade distribui lucros sendo ou não empresária.
Distinções: 
2. Fundação (art. 62 e seguintes, CC) e Sociedade: 
Fundação sem finalidade econômica destinada para fins artísticos, científicos ou
literários. A fundação é um patrimônio ou um testamento que tem personalidade
jurídica diferente da sociedade que é conjunto de pessoas. A fundação passa
necessariamente pela fiscalização do Ministério Público. 
Ex.: Fundação Ayrton Senna - parte do patrimônio dele para constituir a fundação. 
3. Comunhão (condomínio) e sociedade: 
Comunhão é uma situação jurídica ou um estado, uma relação de direito real regrada
pelos art. 1.314 e seguintes, CC enquanto que, de regra, sociedade é um contrato, uma
relação obrigacional. Nada impede que um condomínio se origine de um contrato, mas
34
nada impede que se origine de uma relação não obrigacional como, por exemplo,
herança. 
Problema: o condomínio não pressupõe o exercício de atividade pelas partes, isto é, uma
situação inativa, mas eventualmente pode estar diante de comunhão de bens
produtivos. 
Ex.: Herança de fazenda por 3 irmãos. Plantação de soja na fazenda. Outra situação:
herança de apartamento, alugar este apartamento. 
A rigor, aluguel é fruto do bem, por isto é comunhão. Já a fazenda é sociedade. 
Os bens dentro de uma sociedade são meios para a exploração da sociedade e esses bens
variam, sendo a atividade a atividade principal. Pouco importa os bens utilizados. Na
comunhão, os frutos estão intimamente ligados com o bem e só utilizarei aquele bem. A
comunhão é do objeto e não dos objetivos. Na sociedade, os bens são simples
instrumentos para uma atividade lucrativa. 
1. Enquanto na comunhão regular, cada coproprietário pode transferir ou gravar a sua
parte ideal do condomínio (art. 1.314, CC). Nas sociedades regradas no CC, como
regra, o sócio não pode transferir a sua participação na sociedade sem o consentimento
dos demais sócios. 
2. Na comunhão qualquer condômino pode, a qualquer momento, solicitar a extinção da
comunhão (art. 1.320). Nas sociedades, qualquer sócio não pode, como regra e
motivadamente, solicitar a sua dissolução, seria necessário ter um quórum de
deliberação. Pode sócio retirar-se da sociedade (art. 1.029, CC). 
3. Nos condomínios (art. 1.317, CC), como regra, salvo se estipulado de modo diverso,
a dívida comum dos condôminos, entendem-se proporcionais a seus quinhões. Nas
sociedades, cada sociedade terá o regime de responsabilidade próprio. Como exemplo:
sociedade em comum, sem personalidade jurídica em que os bens são detidos em
comunhão, ainda que cada um tenha uma parte da sociedade, os sócios respondem
solidariamente perante terceiro às obrigações da sociedade (art. 990,CC). 
4. Regras distintas de desempate nas deliberações. Na comunhão, desempate feito pelo
juiz (art. 1.325, CC). Nas sociedades, como regra geral, o desempate é feito pelo
número de sócios de cada lado (art. 1.010, CC). 
4. Sociedades com personalidade jurídica e sociedades sem. 
A pessoa jurídica que é titular de todo patrimônio destinado à atividade. 
5. Empresa e sociedade 
Empresa é a atividade empresária, atividade econômica organizada (art. 966). A
sociedade empresária terá como objeto a empresa. A sociedade empresária explora a
empresa. 
Classificação das sociedades: 
35
1. Tipicidade: art. 425, CC - pessoas são livres para associar-se independentemente de
estar tipificado em lei. No direito societário brasileiro, só é possível constituir
sociedades típicas, isto é, previstas em lei que a rigor são 9. 
Por que? Numerus clausus (rol fechado), como os direitos reais, por causa da tutela de
terceiros. O mercado e terceiros devem saber quais são as regras de relacionamento da
sociedade com terceiros. Ex.: regime de responsabilidade dos sócios. Segunda razão é a
tutela dos sócios, especialmente dos minoritários. Ex.: compra de ações de bancos . Isso
não significa que dentro de cada tipo de sociedade, as partes não possam valer de
autonomia para estabelecer determinadas regras no contrato social para tentar entender
aos interesses dos sócios naquele caso concreto. (1.1 ao 1.6 regradas no CC a partir do
art. 986; 1.7 e 1.8 - Lei 6404 de 1976) 
1.1 Sociedade em comum 
1.2 Sociedade em conta de participação 
1.3 Sociedade simples (espécie)(adendo da sociedade de advogados) 
1.4 Sociedade em nome coletivo 
1.5 Sociedade em comandita simples 
1.6 Sociedade limitada (ressalva da EIRELI - 980,a) 
1.7 Sociedade anônima 
1.8 Sociedade em comandita por ações 
1.9 Sociedade cooperativa (lei 5.764 de 1971) 
2. Entre sociedades empresárias e não empresárias 
Se a sociedade explora atividade empresária, ela é uma sociedade empresária. Se a
sociedade explora atividade não-empresária é uma sociedade não-empresária ou
sociedade simples. 
Sociedade simples aqui é gênero. 
Como regra, as sociedades podem ser simples ou empresárias, o que diferencia é a
atividade, isto é, o objeto social. 
Sociedade não empresária é registrada no Registro civil de pessoas jurídicas 
Exceções (art. 982, 983, 984 CC): 
Sociedade anônima e sociedade por ações - por determinação legal, independentemente
da atividade são sempre empresárias pelo tipo. Por sua vez, o tipo sociedade simples é
somente destinado a sociedades simples (gênero). Sociedades cooperativas são sempre,
por determinação legal, simples. 
3. Registro 
36
Sociedades empresárias: Junta comercial 
Sociedades não-empresárias: Registro Civil de Pessoas Jurídicas 
Exceções: sociedade de advogados - OAB 
EIRELI - Junta comercial (não consegue registrar no RGPJ) 
Cooperativas - Junta comercial (lei das cooperativas) 
4. Sociedades personificadas (tem personalidade jurídica) e sociedades não
personificadas 
De regra a condição de ser sociedade e ter personalidade se contrapõem. 
Nascimento de personalidade jurídica: ato constitutivo arquivado 
Nascimento de sociedade personificada: arquivamento do ato constitutivo no registro
competente. 
Art. 45, 985 e 1.150, CC 
1.1 e 1.2 sem personalidade 
Art. 986, subtítulo I - personificada e subtítulo II - não personificada. 
Relevante porque sociedade limitada é com personalidade jurídica, mas, se arquivada
em registro incompetente, não ocorre o nascimento de personalidade jurídica, caindo
nas regras do societário simples. 
"sociedade irregular" - sociedade em comum porque não há registro. 
5. Limitação da responsabilidade: característica do regime. Tem historicamente por base
incentivar o investimento no setor produtivo. 
Responsabilidade limitada, responsabilidade ilimitada e responsabilidade mista 
● Limitada: limitação da responsabilidade aos sócios, isto é, os sócios não vão
responder por obrigações da sociedade. Os sócios só perdem o que
investiram ou prometeram investir. Se a sociedade falir, os sócios não
responderão com seu patrimônio pelas obrigações da sociedade. - Sociedade
limitada, EIRELI, sociedade anônima e pode, na pratica normalmente é,
cooperativas (podem escolher). 
● Ilimitada: sócios vão responder com seu patrimônio pessoal pelas obrigações
da sociedade. Se a sociedade não pagar determinadas obrigações, os sócios
serão responsabilizados e responderão pelas obrigações não pagas, sendo
que, se se tratar de uma sociedade empresária e ela vier a falir, o art. 80 da
lei de falências diz que a falência da sociedade ensejará a falência dos sócios
juntamente com a sociedade - sociedade em comum, sociedade simples,
sociedade em nome coletivo e pode ser cooperativa (pode escolher). 
37
Evidentemente, cada sociedade possui seu regime. Prioritariamente o patrimônio deve
ser esgotado para atingir o patrimônio pessoal dos sócios. Os sócios responderão
solidariamente. 
● Misto: alguns sócios com limitação e outros não. Sociedade em conta de
participação, sociedade em comandita simples e sociedade em comandita por
ações. 
6. Sociedades de pessoas e sociedades de capital (cunho mais didático do que para
aplicação) 
● Sociedade de pessoas: em que há um vínculo pessoal entre os sócios em que
suspostamente existiria o affectio societatis (vontade de contratar sociedade
com aquele sócio e se manter na sociedade com aquele sócio). Na teoria, do
1.1 ao 1.5 são consideradas de pessoas juntamente com a cooperativa. 
Ler: Erasmo Valadão - fim social 
● Sociedade de capital: sócio não é visto como pessoa e sim um cifrão. S.A. e
comandita por ações. 
Ex.: compra de ação da Petrobras. 
Doutrina arrola características: 
1. Nome social: de pessoas com firma, enquanto que nas de capital teria denominação
social. 
2. de pessoas não é livre a cessão de cotas (deve haver concordância de outros sócios
para ingresso de terceiros), enquanto na de capital é livre a transferência de ações. 
3. de pessoas, de regra, teria responsabilidade ilimitada, enquanto as de capital
limitada. 
4. de pessoas, administração feita pelos sócios, enquanto a de capital não. 
5. Limitada com características de ambas classificações - sociedade híbrida ou mista 
Elementos essenciais do contrato de sociedade: 
1. Partes: pessoas e, caso estas pessoas sejam naturais, como regra, o agente deve ser
capaz (art. 104 e 106, CC). 
● Incapazes podem ser sócios de sociedades? Podem, desde que o sejam em
sociedades com limitação de responsabilidade, mas deve ser representado ou
assistido e além disso não pode ser administrador. Limitação porque, se fosse
ilimitada, o incapaz responderia por passivos não adquirido por ele. 
Art. 974, par. 3, CC e inciso II. Capital social é o valor que os sócios aportam na
sociedade. Nas sociedades que possuem responsabilidade limitada, a responsabilidade é
limitada ao capital social, é o capital social que limita a responsabilidade. O problema
do dispositivo é que se o capital social deve ser integralizado é exigido que em uma
S.A. tenha o capital integralizado e isso não funciona porque cada sócio só responde
38
pela sua cota, diferente da limitada que os sócios respondem solidariamente, isto é,
expandindo uma regra da S.A. 
Esse dispositivo não está exigindo que para o incapaz participar deve ser limitada. Pelo
dispositivo, está permitindo que o incapaz possa participar de sociedades desde que
apenas o capital esteja integralizado - Este artigo não é lido literalmente (ainda bem) e
não deve ser aplicado à S.A. 
● Marido e mulher podem ser sócios? (art. 977, CC) Podem, desde que não
sejam casados no regime universal de bens. 
● Pessoa jurídica pode ser sócia? Sim. 
Fenômeno de grupos de sociedades: quando uma sociedade detém participação em outra
sociedade (holdings). Holdings podem ser puras ou mistas. Puras são aquelas
sociedades que têm como uma única atividade prevista no capital social é deter outras
sociedades, ou seja,

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