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Eletricista de Manutenção_NR10

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1
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NORMA REGULAMENTADORA Nº 10 
Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade 
 2
© PETROBRAS – Petróleo Brasileiro S.A. 
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610, de 19.2.1998. 
 
É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, bem como a produção de apostilas, sem 
autorização prévia, por escrito, da Petróleo Brasileiro S.A. – PETROBRAS. 
 
 
Direitos exclusivos da PETROBRAS – Petróleo Brasileiro S.A. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MOTTA, Eduardo Costa da 
NR-10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade / CEFET-RS. Pelotas, 2008. 
 
221 p.: 85 il. 
 
 
 
 
 
PETROBRAS – Petróleo Brasileiro S.A. 
 
Av. Almirante Barroso, 81 – 17º andar – Centro 
CEP: 20030-003 – Rio de Janeiro – RJ – Brasil 
 3
 
ÍNDICE 
 
 
 
 
 
UNIDADE I ............................................................................................................................................. 11 
1.1 Introdução à Segurança com Eletricidade................................................................................... 11 
1.1.1 Geração de Energia Elétrica ................................................................................................ 11 
1.1.2 Transmissão de Energia Elétrica.......................................................................................... 12 
1.1.3 Distribuição de Energia Elétrica ........................................................................................... 13 
1.1.4 Manutenção com a Linha Desenergizada (linha morta)....................................................... 14 
1.1.5 Manutenção com a Linha Energizada (linha viva) ............................................................... 15 
1.2 Riscos em Instalações e Serviços com Eletricidade ................................................................... 16 
1.2.1 O Choque Elétrico, Mecanismos e Efeitos ........................................................................... 16 
1.2.2 Arcos elétricos; Queimaduras e Quedas.............................................................................. 21 
1.2.3 Campos Eletromagnéticos ................................................................................................... 23 
1.3 Medidas de Controle do Risco Elétrico........................................................................................ 25 
1.3.1 Desenergização.................................................................................................................... 26 
1.3.2 Aterramento Funcional (TN/TT/IT); de Proteção; Temporário ............................................. 29 
1.3.3 Equipotencialização.............................................................................................................. 36 
1.3.4 Seccionamento Automático da Alimentação........................................................................ 36 
1.3.5 Dispositivos a Corrente de Fuga .......................................................................................... 37 
1.3.6 Extrabaixa Tensão............................................................................................................... 40 
1.3.7 Barreiras e Invólucros........................................................................................................... 41 
1.3.8 Bloqueios e Impedimentos ................................................................................................... 42 
1.3.9 Obstáculos e Anteparos ....................................................................................................... 43 
1.3.10 Isolamento das Partes Vivas ............................................................................................. 44 
1.3.11 Isolação Dupla ou Reforçada ............................................................................................. 45 
1.3.12 Colocação Fora de Alcance ............................................................................................... 46 
1.3.13 Separação Elétrica ............................................................................................................. 47 
1.4 Normas Técnicas Brasileiras – NBR da ABNT: NBR 5410, NBR 14039 e outras ...................... 48 
1.4.1 NBR 5410 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão............................................................ 48 
1.5 Rotinas de trabalho – Procedimentos.......................................................................................... 51 
1.5.1 Instalações Desenergizadas ................................................................................................ 52 
1.5.2 Liberação para Serviços....................................................................................................... 57 
1.5.3 Sinalização ........................................................................................................................... 59 
1.5.4 Inspeções de Áreas, Serviços, Ferramental e Equipamento ............................................... 60 
1.6 Documentação de Instalações Elétricas...................................................................................... 63 
 4
UNIDADE II ............................................................................................................................................ 65 
2.1 Técnicas de Análise de Risco...................................................................................................... 65 
2.1.1 Análise Preliminar de Risco (APR)....................................................................................... 67 
2.1.2 Ckeck List ............................................................................................................................. 68 
2.2 Riscos Adicionais ......................................................................................................................... 69 
2.2.1 Altura .................................................................................................................................... 69 
2.2.2 Ambientes Confinados ......................................................................................................... 73 
2.2.3 Áreas Classificadas .............................................................................................................. 77 
2.2.4 Umidade ............................................................................................................................... 80 
2.2.5 Condições Atmosféricas....................................................................................................... 82 
2.3 Regulamentações do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE................................................ 83 
2.3.1 NRs....................................................................................................................................... 83 
2.3.2 NR-10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade......................................... 94 
2.3.3 Qualificação; Habilitação; Capacitação e Autorização....................................................... 115 
2.4 Equipamentos de proteção coletiva........................................................................................... 117 
2.5 Equipamentos de proteção individual ........................................................................................ 120 
2.6 Acidentes de Origem Elétrica .................................................................................................... 137 
2.6.1 Causas Diretas e Indiretas ................................................................................................. 137 
2.6.2 Discussão de Casos ........................................................................................................... 149 
2.7 Responsabilidades..................................................................................................................... 151 
2.7.1 Responsabilidade Trabalhista ............................................................................................151 
2.7.2 Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – 
SESMT......................................................................................................................................... 152 
2.7.3 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA...................................................... 153 
2.7.4 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO..................................... 155 
2.7.5 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA................................................... 157 
2.7.6 Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade ..................................................... 157 
2.7.7 Responsabilidade Civil Subjetiva ....................................................................................... 158 
2.7.8 Responsabilidade Objetiva................................................................................................. 160 
2.7.9 Responsabilidade Penal ou Criminal.................................................................................. 162 
2.7.10 Quem pode ser Responsabilizado Criminalmente ........................................................... 163 
2.7.11 Relação entre a Responsabilidade Civil e a Criminal ...................................................... 163 
2.7.12 Responsabilidade Acidentária .......................................................................................... 164 
2.7.13 Constituição ...................................................................................................................... 165 
2.7.14 Convenção Internacional.................................................................................................. 165 
2.8 Proteção e Combate a Incêndios............................................................................................... 166 
2.8.1 Noções Básicas .................................................................................................................. 166 
2.8.2 Medidas Preventivas .......................................................................................................... 174 
 5
2.8.3 Métodos de Extinção .......................................................................................................... 180 
2.8.4 Prática................................................................................................................................. 186 
UNIDADE III ............................................................................................................................................ 191 
3.1 Primeiros socorros ..................................................................................................................... 191 
3.1.1 Noções sobre Lesões......................................................................................................... 191 
3.1.2 Priorização do Atendimento ............................................................................................... 204 
3.1.3 Aplicação de Respiração Artificial ...................................................................................... 209 
3.1.4 Massagem Cardíaca........................................................................................................... 211 
3.1.5 Técnicas para Remoção e Transporte de Acidentados ..................................................... 214 
3.1.6 Práticas............................................................................................................................... 217 
BIBLIOGRAFIA..................................................................................................................................... 219 
 6
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
 
Figura 1.1 – Níveis de tensão do SEP ................................................................................................... 13 
Figura 1.2 – Classificação de diferentes níveis de tensão..................................................................... 14 
Figura 1.3 – Trabalhos executados em linha viva.................................................................................. 15 
Figura 1.4 – Zonas de efeito da corrente alternada (de 50 a 60 Hz) sobre adultos .............................. 17 
Figura 1.5 – Posição dos contatos e caminho percorrido pela corrente no corpo humano .................. 18 
Figura 1.6 – Detector de tensão por contato direto acoplável a vara de manobra telescópica............. 27 
Figura 1.7 – Aterramento temporário de rede aérea.............................................................................. 27 
Figura 1.8 – Zona de risco, zona controlada e zona livre ...................................................................... 28 
Figura 1.9 – Simbologia utilizada nos esquemas de aterramento ......................................................... 31 
Figura 1.10 – Esquema TN-S................................................................................................................. 32 
Figura 1.11 – Esquema TN-C ................................................................................................................ 32 
Figura 1.12 – Esquema TN-C-S............................................................................................................. 33 
Figura 1.13 – Esquema TT..................................................................................................................... 33 
Figura 1.14 – Esquema IT...................................................................................................................... 34 
Figura 1.15 – Curva característica de disparo do dispositivo de corrente de fuga DR com sensibilidade 
para 30 mA............................................................................................................................................. 39 
Figura 1.16 – Etiqueta de sinalização de bloqueio ................................................................................ 43 
Figura 1.17 – Passagens com proteção parcial por meio de obstáculos .............................................. 44 
Figura 1.18 – Símbolo de isolação dupla ou reforçada ......................................................................... 45 
Figura 1.19 – Zona de alcance normal .................................................................................................. 46 
Figura 1.20 – Exemplos de placas de advertência ................................................................................ 59 
Figura 2.1 – Exemplo de um formulário de APR.................................................................................... 67 
Figura 2.2 – Ckeck list para verificação de veículo antes de uma viagem ............................................ 68 
Figura 2.3 – Cones de sinalização....................................................................................................... 117 
Figura 2.4 – Corrente de sinalização ................................................................................................... 117 
Figura 2.5 – Fita de sinalização ........................................................................................................... 118 
Figura 2.6 – Grade dobrável e cavalete............................................................................................... 118 
Figura 2.7 – Sinalizador estrobo .......................................................................................................... 118 
Figura 2.8 – Banqueta isolante ............................................................................................................ 119 
Figura 2.9 – Manta isolante e cobertura isolante ................................................................................. 119 
Figura 2.10 – Dispositivos de bloqueio e etiquetagem ........................................................................ 119 
Figura 2.11 – Placas com diferentes tipos de EPIs .............................................................................120 
 7
Figura 2.12 – Capacetes de segurança, capacete de segurança com protetor facial, touca para 
prender os cabelos, carneiras e jugular ............................................................................................... 122 
Figura 2.13 – Capuz de segurança...................................................................................................... 122 
Figura 2.14 – Óculos de segurança ..................................................................................................... 123 
Figura 2.15 – Protetores faciais de segurança .................................................................................... 123 
Figura 2.16 – Máscaras de solda de segurança .................................................................................. 124 
Figura 2.17 – Protetores auditivos tipo concha e tipo inserção pré-moldados e moldáveis (plug) ..... 124 
Figura 2.18 – Respiradores purificadores de ar e filtro ........................................................................ 125 
Figura 2.19 – Respiradores de adução de ar....................................................................................... 126 
Figura 2.20 – Respiradores de fuga..................................................................................................... 126 
Figura 2.21 – Aventais e colete à prova de balas ................................................................................ 127 
Figura 2.22 – Luvas de segurança....................................................................................................... 128 
Figura 2.23 – Luvas isolantes de borracha e de vaqueta para cobertura ........................................... 129 
Figura 2.24 – Infladores de luvas isolantes de borracha ..................................................................... 129 
Figura 2.25 – Cremes protetores ......................................................................................................... 130 
Figura 2.26 – Mangas de segurança.................................................................................................... 130 
Figura 2.27 – Calçados de proteção .................................................................................................... 131 
Figura 2.28 – Meia de segurança......................................................................................................... 131 
Figura 2.29 – Perneiras de segurança................................................................................................. 132 
Figura 2.30 – Calças de segurança ..................................................................................................... 132 
Figura 2.31 – Macacões de segurança................................................................................................ 133 
Figura 2.32 – Conjunto de segurança.................................................................................................. 134 
Figura 2.33 – Vestimentas de segurança ............................................................................................ 135 
Figura 2.34 – Trava-quedas, talabartes de segurança e corda de segurança para trava-queda e 
balancim ............................................................................................................................................... 136 
Figura 2.35 – Cinturões de segurança................................................................................................. 136 
Figura 2.36 – Magnitude dos danos gerados por acidentes................................................................ 139 
Figura 2.37 – Modelo causal de perdas............................................................................................... 141 
Figura 2.38 – Iceberg dos custos produzidos pelos acidentes ............................................................ 146 
Figura 2.39 – Triângulo e tetraedro do fogo......................................................................................... 167 
Figura 2.40 – Limites de inflamabilidade ou explosividade.................................................................. 171 
Figura 2.41 – Diagrama de prevenção/controle de incêndios ............................................................. 175 
Figura 2.42 – Exemplos de extintores portáteis................................................................................... 181 
Figura 2.43 – Rótulo de identificação do extintor................................................................................. 187 
Figura 2.44 – Rótulo indicando a classe de fogo na qual o extintor pode ser utilizado e nas quais é 
proibida sua utilização.......................................................................................................................... 187 
Figura 2.45 – Informações complementares do extintor...................................................................... 188 
Figura 2.46 – Selo vermelho de certificação do INMETRO ................................................................. 188 
 8
Figura 2.47 – Selo azul de certificação do INMETRO ......................................................................... 189 
Figura 3.1 – Colar cervical, tipóia e tala............................................................................................... 202 
Figura 3.2 – Áreas de segurança......................................................................................................... 206 
Figura 3.3 – Cartão de triagem ............................................................................................................ 208 
Figura 3.4 – Método de triagem S.T.A.R.T. ......................................................................................... 209 
Figura 3.5 – Desobstrução das vias aéreas......................................................................................... 210 
Figura 3.6 – Verificação da respiração ................................................................................................ 210 
Figura 3.7 – Procedimento de respiração boca-a-boca....................................................................... 211 
Figura 3.8 – Verificação do pulso......................................................................................................... 211 
Figura 3.9 – Local de posicionamento das mãos para a massagem cardíaca.................................... 212 
Figura 3.10 – Procedimento de massagem cardíaca .......................................................................... 213 
Figura 3.11 – Remoção ou transporte da vítima com maca ................................................................ 214 
Figura 3.12 – Uma pessoa removendo ou transportando a vítima de apoio ....................................... 215 
Figura 3.13 – Uma pessoa removendo ou tranportando a vítima nos braços..................................... 215 
Figura 3.15 – Duas pessoas removendo ou transportanto a vítima com cadeirinha........................... 216 
Figura 3.16 – Duas pessoas removendo ou transportanto a vítima segurando pelas extremidades.. 216 
Figura 3.17 – Três pessoas removendo ou transportanto a vítima ..................................................... 216 
Figura 3.18 – Quatro pessoas removendo ou transportanto a vítima.................................................. 217 
 
 9
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
 
Tabela 1.1 – Percepção do choque de acordo com a intensidade da corrente elétrica........................ 17 
Tabela 1.2 – Influência da frequência no limiar de sensação da corrente............................................. 18 
Tabela 1.3 – Valores das correntes de fuga detectados pelos vários tipos de dispositivo de proteção 
(sensibilidade) ........................................................................................................................................ 38 
Tabela 1.4 – Distâncias mínimas a serem obedecidas nas passagens destinadas à operação e/ou 
manutenção quando for asseguradaproteção parcial por meio de obstáculos .................................... 44 
Tabela 2.1 – Classificação dos principias riscos ocupacionais em grupos, de acordo com a sua 
natureza e............................................................................................................................................... 66 
a padronização das cores correspondentes .......................................................................................... 66 
Tabela 2.2 – Presença de água ............................................................................................................. 81 
Tabela 2.3 – Resistência elétrica da corpo humano.............................................................................. 81 
Tabela 2.4 – Contato das pessoas com o potencial da terra................................................................. 82 
Tabela 2.5 – Tipos de luvas isolantes de borracha.............................................................................. 129 
Tabela 2.6 – Classificação dos líquidos combustíveis e Inflamáveis segundo a NBR 7505............... 170 
Tabela 2.7 – Classificação dos líquidos combustíveis e Inflamáveis segundo a NR-20 ..................... 170 
Tabela 2.8 – Limites de inflamabilidade de alguns líquidos e Gases .................................................. 171 
Tabela 2.9 – Ponto de fulgor de algumas substâncias ........................................................................ 172 
Tabela 2.10 – Temperatura de auto-ignição de algumas substâncias ................................................ 173 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
 
A presente apostila objetiva reunir, de forma organizada, o conteúdo a ser ministrado no 
Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade e servir como material de 
apoio didático. É um trabalho desenvolvido com base na legislação vigente e na literatura existente 
sobre o assunto. Engloba livros técnicos, artigos de revistas especializadas, normas técnicas e 
elementos de outros cursos desenvolvidos em nosso país. Entretanto, por não ser um material capaz 
de esgotar o tema, deve ser continuamente atualizado e ampliado. 
A Norma Regulamentadora nº 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade, 
estabelece os requisitos e as condições mínimas para a implementação de medidas de controle e 
sistemas preventivos, que garantam a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou 
indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade nos seus mais diversos 
usos e aplicações e quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades. A sua nova redação, 
estabelecida pela Portaria do Ministério do Trabalho em Emprego (MTE) nº 598, de 7/12/2004, foi 
publicada no Diário Oficial da União (DOU) de 8/12/2004 e altera a anterior, aprovada pela Portaria 
nº 3.214, de 8/6/1978. 
Devido às necessidades e à gravidade da situação de segurança e saúde nas atividades com 
energia elétrica, a nova NR-10 estabeleceu, entre outras novidades, o treinamento específico dos 
trabalhadores em aspectos de segurança e saúde no trabalho, com carga horária e programação 
mínima. Para atender esta importante exigência, apresenta-se, na Unidade I, o enfoque básico da 
Segurança com Eletricidade, na Unidade II, o da Segurança no Trabalho e, na Unidade III, o de 
Primeiros Socorros. A divisão do programa da NR-10 para o Curso Básico nessas unidades foi a que 
se achou mais adequada para o desenvolvimento do aprendizado e da formação de um 
comportamento seguro, prevencionista, frente aos riscos da atividade profissional. 
Pretende-se, assim, que este trabalho possa contribuir de maneira efetiva para que os 
trabalhadores tenham o conhecimento necessário dos riscos decorrentes do emprego da energia 
elétrica e das principais medidas de prevenção de acidentes em instalações elétricas. 
Conseqüentemente, amplia-se o número de trabalhadores que buscam a proteção e a promoção da 
saúde e da segurança juntamente com empregadores e governo, para preservar a vida humana e as 
condições dos postos de trabalho. 
 
 
 
 11 
 
I – SEGURANÇA COM ELETRICIDADE 
 
 
 
1.1 Introdução à Segurança com Eletricidade 
 
 
A energia elétrica está presente em inúmeras atividades do ser humano. É sinônimo de 
industrialização, progresso e conforto. O seu consumo na indústria e nos transportes fornece a 
medida do grau de mecanização do trabalho e da industrialização de um país e nas residências, o 
padrão de vida de sua população. 
Os principais sistemas energéticos são constituídos por fontes hidráulicas e térmicas, que 
variam de país para país de acordo com os recursos naturais e o desenvolvimento tecnológico. 
O conjunto das instalações e equipamentos destinados à geração, transmissão e distribuição 
de energia elétrica até a medição, inclusive, compõe o chamado Sistema Elétrico de Potência (SEP). 
A Eletrotécnica, uma das áreas da Engenharia Elétrica, estuda os elementos desse sistema. 
 
 
1.1.1 Geração de Energia Elétrica 
 
 
No Brasil, a geração de energia elétrica é produzida 80% a partir de usinas hidrelétricas, 11% 
a partir de usinas termoelétricas e 9% por outros processos. 
Na usina hidrelétrica, a água é conduzida através de tubulações até seu impacto com as pás 
de uma turbina, que, assim, começam a girar. A turbina é conectada ao eixo de uma máquina elétrica 
(gerador ou alternador) que fornece uma tensão elétrica em seus terminais decorrente do movimento 
das pás. 
Na usina termoelétrica, a água é substituída por vapor a alta pressão, que é obtido através da 
queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo, gás) ou de reações nucleares. Geralmente, quando 
a energia elétrica é gerada a partir da fissão nuclear, a instalação é chamada usina nuclear. 
Tanto na usina hidrelétrica como na termoelétrica ocorre um processo de transformação de 
energia mecânica em energia elétrica. No entanto, a energia elétrica pode ser gerada a partir de 
outros processos de transformação, como, por exemplo, a partir da luz do sol (painéis solares) ou de 
reações químicas (pilhas ou baterias). O problema é que a eficiência desses processos ainda é baixa. 
Nos últimos anos, a produção de energia elétrica em usinas eólicas (que usam a força do 
vento) teve aumento visível. A utilização disseminada da energia elétrica provoca, naturalmente, 
pesquisas que buscam meios mais econômicos e eficazes de produzi-la. 
 12 
Diversas atividades são realizadas no setor de geração de energia elétrica e os riscos 
presentes são similares e comuns a qualquer tipo de sistema de produção. 
 
São exemplos de atividades realizadas no setor de geração de energia elétrica: 
• Instalação e manutenção de equipamentos e maquinários (turbinas, geradores, 
transformadores, disjuntores, capacitores, retificadores, bancos de baterias, chaves, 
sistemas de medição, etc.); 
• Operação de painéis de controle e supervisão de processos; 
• Transformação e elevação da energia elétrica; e 
• Medição de energia elétrica. 
 
 
1.1.2 Transmissão de Energia Elétrica 
 
 
A energia elétrica gerada nas usinas é transmitida aos centros de consumo através do 
sistema de transmissão. Gerada a uma tensão relativamente baixa, é elevada para facilitar o 
transporte e por razões econômicas associadas (emprego de cabos com menor diâmetro). Essa 
elevação é feita por transformadores, em subestações elétricas, com níveis de tensão (padronizados 
de 69 kV, 88 kV, 138 kV, 230 kV ou 440 kV) de acordo com as necessidades de transmissão ou 
consumo. A energia elétrica é transportada em corrente alternada através de cabos elétricos 
suspensos a grande altura por torres de transmissão até as subestações abaixadoras. No Brasil, a 
freqüência da corrente elétrica alternada é 60 hertz (Hz). Há países que utilizam a freqüência de 
50 Hz. 
São exemplos de atividades realizadas no setor de transmissão de energia elétrica:• Construção das linhas de transmissão (estudos de viabilidade e impactos ambientais, 
desmatamentos, escavações e fundações civis, montagem de torres metálicas, distribuição 
e posicionamento de bobinas em campo, lançamento e içamento de condutores elétricos, 
instalação de isoladores e pára-raios, tensionamento e fixação de cabos, ensaios e testes 
elétricos, etc.); 
• Inspeção periódica das linhas de transmissão por terra ou helicóptero (estado da estrutura 
das torres e seus elementos, altura dos cabos elétricos, condições do terreno de acesso as 
linhas de transmissão, condições do terreno ao longo da extensão da linha, etc.); e 
• Manutenção das linhas de transmissão (limpeza, substituição e manutenção de isoladores, 
substituição de pára-raios, substituição e manutenção de elementos das torres, 
manutenção dos elementos sinalizadores dos cabos, limpeza e desmatamento do terreno, 
etc.) 
 
 13 
1.1.3 Distribuição de Energia Elétrica 
 
 
Nas proximidades dos centros de consumo, em subestações elétricas, a energia elétrica tem 
o seu nível de tensão rebaixado (para níveis padronizados de 11,9 kV, 13,8 kV, 23 kV ou 34,5 kV), 
sendo transportada por redes elétricas (aéreas ou subterrâneas) até outros transformadores para 
novos rebaixamentos (110 V, 127 V, 220 V e 380 V) e entregue aos consumidores (indústrias, 
comércio, serviços e residências) até a medição. 
São exemplos de atividades realizadas no setor de distribuição de energia elétrica: 
• Construção de redes de distribuição (estruturas e obras civis); 
• Montagens de subestações de distribuição; 
• Montagens de transformadores e acessórios em estruturas nas redes de 
distribuição; 
• Recebimento e medição de energia elétrica nas subestações; 
• Rebaixamento ao potencial de distribuição da energia elétrica; 
• Manutenção das redes de distribuição aérea; 
• Manutenção das redes de distribuição subterrânea; 
• Limpeza e desmatamento do terreno; 
• Poda de árvores; 
• Medição do consumo de energia elétrica; e 
• Operação de painéis de controle e supervisão da distribuição. 
Como visto, o SEP trabalha, com diversos níveis de tensão, classificados em baixa e alta 
tensão, normalmente com corrente elétrica alternada (figura 1). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.1 – Níveis de tensão do SEP 
 
É considerada Baixa Tensão (BT) a tensão superior a 50 volts em corrente alternada ou 120 
volts em corrente contínua e igual ou inferior a 1000 volts em corrente alternada ou 1500 volts em 
corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra. Por sua vez, a Alta Tensão (AT) é a tensão 
Usina Estação 
elevadora 
Estação 
rebaixadora 
Subestação 
Alta 
Tensão 
Baixa 
Tensão 
Grandes 
consumidores 
Pequenos 
consumidores 
Subestação 
Alta 
Tensão 
Alta 
Tensão 
Alta 
Tensão 
Geração Transmissão Distribuição Distribuição 
 14 
superior a 1000 volts em corrente alternada ou 1500 volts em corrente contínua, entre fases ou entre 
fase e terra. 
Existe, ainda, a chamada Extrabaixa Tensão (EBT) que é a tensão não superior a 50 volts em 
corrente alternada ou 120 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra. A NR-10 não é 
aplicável a instalações elétricas alimentadas por extrabaixa tensão (NR-10, 10.14.6). 
Um diagrama ilustrativo da classificação das tensões apresentadas pode ser visto na figura 2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
a) b) 
Figura 1.2 – Classificação de diferentes níveis de tensão 
a) em corrente alternada 
b) em corrente contínua 
 
 
1.1.4 Manutenção com a Linha Desenergizada (linha morta) 
 
 
Todas as atividades de manutenção devem priorizar o trabalho com o circuito desenergizado. 
Somente serão consideradas desenergizadas as instalações elétricas liberadas para trabalho, 
mediante os procedimentos apropriados, obedecida a seqüência abaixo: (NR-10, 10.5.1) 
a) Seccionamento; 
b) Impedimento de reenergização; 
c) Constatação da ausência de tensão; 
d) Instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores 
dos circuitos; 
e) Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada (NR-10, 
Anexo I); e 
f) Instalação da sinalização de impedimento de reenergização. 
 
 
 
 
 
50 Vca 
1000 Vca 
EBT 
BT 
AT 
120 Vcc 
1500 Vcc 
EBT 
BT 
AT 
 0 Vca 0 Vcc 
 15 
1.1.5 Manutenção com a Linha Energizada (linha viva) 
 
 
Os trabalhos executados em linha viva devem ser realizados mediante a adoção de 
procedimentos e metodologias que garantam a segurança dos trabalhadores. Estão associados às 
atividades realizadas na rede de alta tensão energizada mediante os métodos abaixo: 
• Método ao contato 
O trabalhador tem contato com a rede energizada, mas não fica no mesmo potencial. 
Mantém-se devidamente isolado, utilizando equipamentos de proteção individual e coletiva 
adequados à tensão da rede (figura 3a). 
• Método ao potencial 
O trabalhador fica em contato direto com a tensão da rede, no mesmo potencial. É 
necessário o emprego de medidas de segurança que garantam o mesmo potencial elétrico no 
corpo inteiro do trabalhador. Deve ser utilizada uma vestimenta condutiva (roupa, capuz, luvas 
e botas) ligada à rede através de cabo condutor elétrico (figura 3b). 
• Método à distância 
O trabalhador interage com a parte energizada a uma distância segura, através do 
emprego de procedimentos, estruturas, equipamentos, ferramentas e dispositivos isolantes 
apropriados (figura 3c). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 a) b) c) 
 
Figura 1.3 – Trabalhos executados em linha viva 
a) método ao contato 
b) método ao potencial 
c) método à distância 
 
 16 
1.2 Riscos em Instalações e Serviços com 
Eletricidade 
 
 
1.2.1 O Choque Elétrico, Mecanismos e Efeitos 
 
 
O choque elétrico é a passagem de corrente elétrica pelo corpo originando efeitos fisiológicos 
graves ou até mesmo a morte. 
A corrente elétrica irá circular onde o corpo se tornar parte do circuito elétrico. Para tanto, é 
necessário estar sob uma diferença de potencial capaz de vencer a resistência elétrica oferecida pelo 
corpo humano. 
O choque elétrico pode ser de diferentes tipos: 
• Choque estático (contato com um corpo eletrizado) 
É o choque obtido pela descarga de um capacitor, ou seja, gerado a partir do efeito 
capacitivo, que acumula e retém energia elétrica, presente nos mais diferentes materiais e 
equipamentos. 
• Choque dinâmico (contato com um corpo energizado) 
É o choque tradicional, obtido ao tocar um elemento energizado da rede de energia 
elétrica. 
• Descargas elétricas atmosféricas (raios) 
São gigantescas descargas elétricas entre nuvens ou entre nuvens e a terra, que 
podem produzir choques elétricos com altíssima corrente. 
Os fatores que determinam a gravidade do choque elétrico são: as características da corrente 
elétrica; o percurso da corrente elétrica no corpo; a resistência elétrica do corpo; e as características 
físicas da vítima. 
 
 
1.2.1.1 Características da corrente elétrica 
 
 
A intensidade da Corrente Contínua (CC) deve ser mais elevada para ocasionar a sensação 
do choque elétrico, fibrilação ventricular e morte. A fibrilação ventricular só ocorrerá se essa corrente 
for aplicada durante um instante curto e especifico do ciclo cardíaco. 
A Corrente Alternada (CA) de freqüência entre 20 e 100 Hertz são as que oferecem maior 
risco. As de 60 Hertz, usadas nos sistemas de fornecimento de energia elétrica, são especialmente 
perigosas, pois se situam próximas à freqüência na qual a possibilidade de ocorrência da fibrilação 
 17 
ventricular é maior. Ocorrem diferenças de sensações do choque elétrico se a vítima for do sexo 
feminino ou masculino. 
 
Tabela 1.1 – Percepção do choque de acordo com a intensidadeda corrente elétrica 
 
Intensidade da corrente elétrica Percepção do choque 
0,1 à 0,5 mA Leve percepção e, geralmente, nenhum efeito, além de uma minúscula fisgada. 
0,5 à 10 mA Ligeira paralisação nos músculos do braço, início de tetanização, sem perigo. 
10 à 30 mA Sensação dolorosa, contrações violentas e perturbação circulatória. 
30 à 500 mA 
Paralisia estendida entre os músculos do tórax com 
sensação de falta de ar e tontura, com possibilidades 
de fibrilação ventricular. 
> 500 mA 
Traumas cardíacos persistentes e, em 98% dos casos, 
é mortal, salvo ocorra internação imediata com auxílio 
de pessoas especializadas e com equipamentos 
adequados. 
Valores para pessoas com peso acima de 50 Kg 
 
 
Na figura 1.4 são mostradas as zonas de efeito da corrente alternada (de 50 a 60 Hz) sobre 
adultos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Legenda: 
Zona 1: Em geral nenhuma reação 
Zona 2: Em geral nenhum efeito patofisiológico perigoso 
Zona 3: Em geral nenhum risco de fibrilação 
Zona 4: Fibrilação possível (probabilidade de até 50%) 
Zona 5: Risco de fibrilação (probabilidade superior a 50%) 
 
 
Figura 1.4 – Zonas de efeito da corrente alternada (de 50 a 60 Hz) sobre adultos 
Fonte: IEC 60479-1 
t(ms) 
1 2 3 4 5 
10.000 
 5.000 
 2.000 
 1.000 
 500 
 200 
 100 
 50 
 20 
 10 
0,1 0,2 0,5 1 2 5 10 20 50 100 200 500 1.000 2.000 5.000 10.000 
mA 
a b c d 
 18 
Tabela 1.2 – Influência da frequência no limiar de sensação da corrente 
 
Freqüência 
(Hz) 
Limiar da sensação 
(mA) 
50-60 1 
500 1,5 
1.000 2 
5.000 7 
10.000 14 
100.000 50 
 
 
1.2.1.2 Percurso da corrente elétrica no corpo 
 
 
O corpo humano conduz eletricidade. Assim, quando colocado em um circuito energizado, 
passa a ser atravessado por uma corrente elétrica, cujo percurso dependerá da posição dos contatos 
com o circuito. Os efeitos fisiológicos irão depender, em parte, desse percurso, pois, em sua 
passagem, a corrente poderá atingir órgãos vitais. 
A figura 1.5 mostra a posição dos contatos e o caminho percorrido pela corrente no corpo 
humano. Em todos os casos, de acordo com a intensidade da corrente, poderá haver queimaduras 
mais ou menos graves, além de certos efeitos eletrolíticos que podem determinar graves perturbações 
internas. 
 
 
Figura 1.5 – Posição dos contatos e caminho percorrido pela corrente no corpo humano 
 
Os percursos da corrente no corpo humano, conforme a figura 5, são: 
• Cabeça-Pé 
A corrente entra pela cabeça e sai pelo pé, se ultrapassar certos limites de intensidade 
produzirá asfixia, fibrilação ventricular e conseqüente falha circulatória. 
• Mão-Pé 
A corrente entra pela mão e sai pelo pé, percorrendo o tórax e atingindo a região dos centros 
nervosos que controlam a respiração, os músculos do tórax e o coração. Há, ainda, atuação sobre o 
diafragma e órgãos abdominais. 
 
 
 19 
• Mão-Mão 
A corrente entra por uma das mãos e sai pela outra, percorrendo o tórax e atingindo a região 
dos centros nervosos que controlam a respiração, os músculos do tórax e o coração. 
• Cabeça-Mão 
A corrente entra pela cabeça e sai pela mão, percorrendo o tórax e atingindo a região dos 
centros nervosos que controlam a respiração, os músculos do tórax e o coração. 
• Pé-Pé 
A corrente entra por um dos pés e sai pelo outro, percorrendo pernas, coxas e abdome. A 
perturbação dos órgãos abdominais e as alterações musculares são os principais efeitos. O coração e 
os centros nervosos não são diretamente atingidos. 
As tensões perigosas que podem aparecer nas instalações elétricas e em seus arredores, 
tanto devido a defeitos nas linhas de transmissão quanto a falhas na isolação dos equipamentos são 
classificadas como: 
• Tensão de toque 
É a diferença de potencial entre uma parte metálica aterrada e um ponto da superfície da 
terra, separados por uma distância que pode ser alcançada pelo braço de uma pessoa (considera-se 
como sendo de 1 m). 
• Tensão de transferência 
É um caso particular da tensão de toque, em que uma pessoa faz contato físico com a parte 
metálica através de um condutor (distância variável). 
• Tensão de passo 
É a diferença de potencial entre dois pontos da superfície do solo, separados por uma 
distância igual ao passo de uma pessoa (considera-se como sendo de 1 m). 
 
 
1.2.1.3 Resistência elétrica do corpo 
 
 
A intensidade da corrente que circula pelo corpo depende da resistência elétrica que este 
oferecer à passagem da corrente e, também, de qualquer outra resistência que esteja entre o corpo e 
a terra. A resistência oferecida é devida, basicamente, à camada externa da pele. Dependendo da 
sua espessura, está situada entre 100.000 e 600.000 ohms (Ω), isto quando seca e sem cortes. A 
resistência oferecida pela parte interna do corpo (sangue, músculos e demais tecidos) é baixa, 
comparada com a da pele. Mede 300 ohms em média e apresenta um valor máximo de 500 ohms. 
 
 
 
 20 
1.2.1.4 Características físicas da vítima 
 
 
Os efeitos do choque elétrico serão menores ou maiores conforme o sexo, a idade e a saúde 
da vítima. Os valores da intensidade da corrente para uma determinada sensação do choque elétrico 
são menores para o sexo feminino do que para o sexo masculino. Além disso, quanto mais avançada 
for a idade da vítima ou mais debilitada estiver a sua saúde maiores serão os efeitos do choque 
elétrico sofrido. Problemas cardíacos aumentam à possibilidade de danos maiores a vítima. 
Os meios que criam condições para que uma pessoa venha a sofrer um choque elétrico são: 
 
• Contato com um condutor nú energizado 
Muitos acidentes ocorrem devido à falta de proteção de condutores nús energizados ou 
mesmo à falta de cuidado das pessoas ao trabalhar em instalações elétricas em que foi removida tal 
proteção. 
Uma das causas mais comuns desses acidentes é o contato com condutores nús aéreos 
energizados. Equipamentos como guindastes e caminhões basculantes podem tocar nos condutores 
aéreos, tornando-se parte do circuito elétrico. Neste caso, se alguém (pessoa passando pelo local ou 
o motorista descendo do veículo) tiver contato com o veículo e a terra, simultaneamente, ocorrerá um 
acidente fatal. 
Deve-se ter cuidado, também, ao trabalhar com bancos de capacitores, pois, embora 
desligados do circuito que os alimenta, conservam sua carga elétrica por um certo tempo. O contato 
de uma pessoa com esse circuito irá descarregar a energia que foi armazenada. Ainda, para desligar 
ou ligar o primário de transformadores, as cargas ligadas ao secundário devem ter sido desligadas, 
caso contrário, poderá induzir no primário uma tensão elevadíssima. 
É fundamental que a fiação da instalação elétrica e as extensões nunca tenham os terminais 
de seus condutores expostos. Um material isolante apropriado (fita isolante) deve ser usado para 
impedir o contato acidental com o condutor nú. Se uma pessoa pegar um tomada de extensão sem a 
devida isolação sofrerá um choque elétrico ao tocar em seus contatos. 
 
• Falha na isolação elétrica 
Os condutores usados em equipamentos e instalações elétricas são recobertos por uma 
película isolante. A eficácia dessa película é comprometida por diversos fatores: 
- Calor e temperaturas elevadas (principalmente devido à intensidade da corrente que 
circula pelo condutor); 
- Umidade 
- Oxidação; 
- Radiação ultravioleta (a radiação solar, por exemplo, é capaz de gerar processos 
fotoquímicos que provocam a ruptura de polímeros); 
 21 
- Produtos químicos (os ácidos, lubrificantes e sais são capazes de degradar os materiais 
isolantes); 
- Desgaste mecânico (devido à abrasão, o corte, a flexão e a torção do recobrimento dos 
condutores); 
- Fatores biológicos (presença de fungos, insetos, roedores, etc.); 
- Altas tensões (arcos elétricos criam buracos ou degradação química na isolação); e 
- Pressão (o vácuo pode causar o desprendimentode materiais voláteis dos isolantes 
orgânicos, causando vazios internos e conseqüente variação nas suas dimensões, perda de peso e 
redução de sua resistividade). 
 
 
1.2.2 Arcos elétricos; Queimaduras e Quedas 
 
 
A corrente elétrica pode causar os seguintes efeitos fisiológicos: 
 
• Tetanização 
É a paralisia muscular provocada pela circulação de corrente através dos nervos que 
controlam os músculos (contração violenta dos músculos). A corrente supera os impulsos elétricos 
que são enviados pela mente e os anula, podendo bloquear um membro ou o corpo inteiro. A 
consciência do indivíduo e a sua vontade de interromper o contato de nada valem neste caso. Pode 
causar lesões fatais ou não de uma maneira indireta através de quedas e batidas. 
 
• Parada respiratória 
Os músculos peitorais (músculos dos pulmões), quando estão envolvidos na tetanização, são 
bloqueados de maneira a cessar a respiração. Isto ocorre quando a intensidade da corrente elétrica 
for de valor elevado (normalmente acima de 30 mA) e circular por um período de tempo relativamente 
pequeno (normalmente por alguns minutos). Trata-se de uma grave emergência, a falta de ar pode 
causar lesões cerebrais e a morte. 
 
• Fibrilação ventricular 
A corrente elétrica, atingindo o coração, pode perturbar o seu funcionamento, causando a 
falta de oxigênio nos tecidos do corpo e no cérebro. Os impulsos periódicos que em condições 
normais regulam as contrações (sístole) e as expansões (diástole) são alterados e o coração vibra 
desordenadamente (perde o passo). Isto ocorre quando a intensidade da corrente for da ordem de 
15 mA e circular por um período de tempo superior a 0,25 s. A fibrilação é um fenômeno irreversível 
que se mantém mesmo depois do descontato do indivíduo com a corrente. Só pode ser anulada 
mediante o emprego de um equipamento conhecido como desfibrilador. 
 22 
• Queimadura 
As vítimas de acidente com eletricidade apresentam, na maioria dos casos, queimaduras. As 
queimaduras causadas pela eletricidade são, geralmente, menos dolorosas que as causadas por 
efeitos químicos, térmicos e biológicos, pois chegam a destruir as terminações nervosas. Isto não 
significa que são menos perigosas, pois tendem a progredir em profundidade, mesmo depois de 
desfeito o contato elétrico ou a descarga. 
A passagem de corrente elétrica pelo corpo produz, devido à alta resistência da pele, 
alterações estruturais conhecidas como “marcas de corrente”. Além disso, a corrente circulando é 
acompanhada pelo desenvolvimento de calor produzido pelo Efeito Joule (uma quantidade de energia 
elétrica é transformada em calor), podendo produzir queimaduras em todos os graus (superficiais ou 
profundas), dependendo da intensidade da corrente, da resistência oferecida pelo corpo e do tempo 
de exposição. 
Nos pontos de contato direto, as queimaduras produzidas pela corrente são profundas e de 
cura mais difícil, podendo causar a morte por insuficiência renal. As queimaduras são mais intensas 
nos pontos de entrada e de saída da corrente elétrica. As lesões de pele tornam-se, em poucas horas, 
enegrecidas e, em geral, são bem delimitadas. 
Para que haja a passagem de corrente através de uma pessoa não há necessidade de seu 
contato direto com partes energizadas. Uma descarga elétrica pode ocorrer com a proximidade da 
pessoa das partes eletricamente carregadas. 
As formas como a eletricidade pode produzir queimaduras são classificadas em: 
 
• Queimaduras por contato 
Ocorre quando se toca uma superfície condutora energizada. As queimaduras podem ser 
locais e profundas, atingindo até a parte óssea ou muito pequenas, deixando apenas uma mancha 
branca na pele. 
 
• Queimaduras por arco elétrico 
Um arco elétrico é o resultado de uma ruptura dielétrica (meio não metálico e não condutor de 
eletricidade) de um gás, tal como o ar, ocasionada por um fluxo de corrente elétrica. A ruptura produz 
uma descarga de plasma (gás ionizado que tem um número suficientemente grande de partículas 
carregadas para blindar eletrostaticamente a si mesmo), similar a uma fagulha instantânea. Um termo 
antigo (fora de uso) para arco elétrico é arco voltaico. 
O arco ocorre em um espaço preenchido de gás entre dois eletrodos condutivos e resulta 
numa temperatura muito alta, capaz de fundir ou vaporizar qualquer coisa. São usados em soldagem, 
corte, lâmpadas de arco voltaico (antigos projetores de filme e holofotes), fornos para produção de 
aço, lâmpadas fluorescentes, lâmpadas de vapor de mercúrio e sódio, lâmpadas de câmara de flash, 
monitores de plasma e letreiros de neon (arco elétrico de baixa pressão). Arcos indesejáveis podem 
levar à deterioração de sistemas de transmissão de energia e equipamentos eletrônicos. 
 23 
A energia liberada pelo arco elétrico pode: 
– Provocar incêndios e destruir equipamentos; 
– Queimar roupas (por ignição do tecido); 
– Projetar pessoas e materiais; 
– Emitir raios ultravioleta/infravermelho; e 
– Irradiar temperaturas (de 6.000°C até 30.000°C) que excedem o limite da pele 
humana (1,2 cal/cm2). 
 
• Queimaduras por vapor metálico 
Na fusão de um fusível ou condutor, há a emissão de vapores e derramamento de metais 
derretidos, podendo atingir as pessoas localizadas nas proximidades. 
 
 
1.2.2.1 Quedas 
 
 
As quedas constituem uma das principais causas de acidentes no setor elétrico, ocorrem em 
conseqüência de choques elétricos, de utilização inadequada de equipamentos de elevação (escadas, 
cestas, andaimes), falta ou uso inadequado de Equipamento de Proteção Individual (EPI), falta de 
treinamento dos trabalhadores, falta de delimitação e de sinalização do canteiro do serviço e ataque 
de insetos. 
 
 
1.2.3 Campos Eletromagnéticos 
 
 
Um campo eletromagnético é um campo composto pelos vetores Campo Elétrico e Campo 
Magnético. Os campos eletromagnéticos são gerados na passagem da corrente elétrica nos meios 
condutores e estão presentes, por exemplo, em circuitos elétricos, linhas de transmissão, radar, rádio, 
solda elétrica, telefonia celular, fornos de microondas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 24 
1.2.3.1 Efeitos da Exposição a Campos Eletromagnéticos 
 
 
• Podem afetar o sistema de defesa imunológico, interferindo na vigilância que os linfócitos 
(tipo de célula do sangue) exercem contra as infecções e doenças em nosso corpo, inclusive do 
câncer. 
• A interferência pode aumentar o risco de linfomas (tumores do sistema linfático) e outros 
tipos de câncer, facilitando o crescimento descontrolado das células cancerígenas. 
• Os efeitos sobre a saúde podem se manifestar de forma sutil ou ao longo do tempo. 
• Pode alterar o ritmo normal do corpo (ritmo circadiano), em homens e animais. As 
conseqüências são depressão e alteração da sensibilidade a medicamentos e toxinas. 
 
 
1.2.3.2 Formas de Proteção a Campos Eletromagnéticos 
 
 
• Sob condições normais de trabalho, não existe risco agudo ou imediato na exposição aos 
campos eletromagnéticos. 
• O método mais fácil para evitar uma superexposição ou exposição desnecessária é manter 
distância da fonte que emite a energia eletromagnética. 
• Cuidados especiais devem ser tomados por pessoas que possuam marca passo, 
aparelhos auditivos ou outros tipos de aparelhos eletrônicos em seu corpo. O funcionamento pode ser 
comprometido na presença de campos magnéticos intensos. 
 
 
 25 
1.3 Medidas de Controle do Risco Elétrico 
 
 
O princípio que fundamenta as medidas de proteção contra choques especificadas na Norma 
Brasileira – Instalações elétricas de baixa tensão (ABNT NBR 5410:2004) pode ser assim resumido: 
• Partes vivas perigosas não devem ser acessíveis; e 
• Massas ou partes condutivas acessíveis não devem oferecer perigo, seja em condições 
normais, seja, em particular, em caso de alguma falha que as tornem acidentalmente vivas. 
Deste modo, a proteção contra choques elétricos compreende, em caráter geral, dois tipos de 
proteção:• Proteção básica - Meio destinado a impedir contato com partes vivas perigosas em 
condições normais (por exemplo, isolação básica ou separação básica, uso de barreira ou invólucro e 
limitação da tensão) e 
• Proteção supletiva - Meio destinado a suprir a proteção contra choques elétricos quando 
massas ou partes condutivas acessíveis tornam-se acidentalmente vivas (por exemplo, 
equipotencialização e seccionamento automático da alimentação, isolação suplementar e separação 
elétrica). 
A proteção em caráter específico é denominada Proteção adicional. É o meio destinado a 
garantir a proteção contra choques elétricos em situações de maior risco de perda ou anulação das 
medidas normalmente aplicáveis, de dificuldade no atendimento pleno das condições de segurança 
associadas a determinada medida de proteção e/ou, ainda, em situações ou locais em que os perigos 
do choque elétrico são particularmente graves (por exemplo, realização de equipotencializações 
suplementares e o uso de proteção diferencial-residual de alta sensibilidade). 
Os conceitos de “proteção básica” e de “proteção supletiva” correspondem, respectivamente, 
aos conceitos de “proteção contra contatos diretos” e de “proteção contra contatos indiretos” vigentes 
até a edição anterior NBR 5410:2004. 
Contato direto ocorre quando uma pessoa entra em contato com uma parte viva (energizada) 
de um elemento sob tensão, por negligência ou desrespeito às instruções de segurança e contato 
indireto, quando uma pessoa entra em contato com um elemento que está acidentalmente sob tensão 
devido, por exemplo, a um defeito de isolamento. O choque é conseqüência de um defeito 
imprevisível e não da negligência da pessoa. 
A proteção contra os contatos diretos envolve fundamentalmente medidas preventivas e a 
proteção contra os contatos indiretos é usualmente feita através da utilização de aparelhos sensíveis 
à corrente diferencial-residual resultante de um defeito de isolamento. 
 
 
 
 26 
1.3.1 Desenergização 
 
 
A desenergização é um conjunto de ações coordenadas entre si, seqüenciadas e controladas, 
destinadas a garantir a efetiva ausência de tensão no circuito, trecho ou ponto de trabalho, durante 
todo o tempo de intervenção e sob controle dos trabalhadores envolvidos. Deve ser sempre 
programada e amplamente divulgada para que a interrupção da energia elétrica reduza os transtornos 
e a possibilidade de acidentes. A reenergização deverá ser autorizada mediante a divulgação a todos 
os envolvidos. 
Os serviços a serem executados em instalações elétricas desligadas, mas com possibilidade 
de energização, por qualquer meio ou razão, devem atender ao que estabelece o disposto no item 
10.6 da NR-10, que diz respeito à segurança em instalações elétricas energizadas. 
Somente serão consideradas desenergizadas as instalações elétricas liberadas para trabalho, 
mediante os procedimentos apropriados, obedecida a seqüência abaixo: (NR-10, 10.5.1) 
 
• Seccionamento 
É o ato de promover a descontinuidade elétrica total, com afastamento adequado de acordo 
com o nível de tensão em questão, entre um e outro circuito ou dispositivo, obtida mediante o 
acionamento de dispositivo apropriado (chave seccionadora, interruptor, disjuntor), acionado por 
meios manuais ou automáticos, ou ainda através de ferramental apropriado e segundo procedimentos 
específicos. 
 
• Impedimento de reenergização 
É o estabelecimento de condições que impeçam, de modo reconhecidamente garantido, a 
reenergização do circuito ou equipamento desenergizado, assegurando ao trabalhador o controle do 
seccionamento. Na prática, trata-se da aplicação de travamentos mecânicos, por meio de fechaduras, 
cadeados e dispositivos auxiliares de travamento ou da utilização de sistemas informatizados 
equivalentes. 
Deve-se utilizar um sistema de travamento do dispositivo de seccionamento, para o quadro, 
painel ou caixa de energia elétrica de modo a garantir o efetivo impedimento de reenergização 
involuntária ou acidental do circuito ou equipamento durante a execução da atividade que originou o 
seccionamento. 
 
 
 
 
 
 
 27 
• Constatação da ausência de tensão 
É a verificação da efetiva ausência de qualquer tensão nos condutores do circuito. Deve ser 
feita com detectores testados, podendo ser realizada por contato ou por aproximação e de acordo 
com procedimentos específicos (figura 1.6). 
 
 
 
Figura 1.6 – Detector de tensão por contato direto acoplável a vara de manobra telescópica 
 
• Instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos 
circuitos 
Constatada a inexistência de tensão, um condutor do conjunto de aterramento temporário 
deverá ser ligado à terra e ao neutro do sistema, quando houver, e às demais partes condutoras 
estruturais acessíveis. 
Na seqüência, deverão ser conectadas as garras de aterramento aos condutores-fase, 
previamente desligados, obtendo-se assim uma equalização de potencial entre todas as partes 
condutoras no ponto de trabalho. Como este procedimento é realizado em uma instalação apenas 
desligada, pressupõe os cuidados relativos à possibilidade de ocorrência de arcos. 
 
Figura 1.7 – Aterramento temporário de rede aérea 
 
 28 
É importante controlar a quantidade de aterramentos temporários implantados de forma a 
garantir a retirada de todas as unidades antes da reenergização. 
• Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada 
Todos os elementos energizados, situados na zona controlada, para que não possam ser 
acidentalmente tocados, deverão receber isolação conveniente (mantas, calhas, capuz de material 
isolante, etc.) 
A zona controlada é a área em torno da parte condutora energizada, não segregada, 
acessível, de dimensões estabelecidas de acordo com o nível de tensão, cuja aproximação só é 
permitida a profissionais autorizados, como disposto no Anexo II da NR-10. 
A figura 1.8 mostra a zona controlada, zona de risco e zona livre para situações distintas. A 
segregação e confinamento do perigo dentro da zona controlada, assegurando uma zona livre a partir 
do exterior da sua superfície, pode ser feita com a instalação de invólucros (quadros, painéis e caixas 
com acesso restrito) e barreiras (portas, paredes, telas, etc.). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a) b) 
 
 
Legenda: 
 
Rr = Raio circunscrito radialmente de delimitação da zona de risco. 
Rc = Raio circunscrito radialmente de delimitação da zona controlada. 
ZL = Zona livre. 
ZC = Zona controlada, restrita a trabalhadores autorizados. 
ZR = Zona de risco, restrita a trabalhadores autorizados e com adoção de técnicas, instrumentos e 
equipamentos apropriados de trabalho. 
PE = Ponto da instalação energizado. 
SI = Superfície isolante construída com material resistente e dotada de todos dispositivos de segurança. 
 
Figura 1.8 – Zona de risco, zona controlada e zona livre 
 
a) distâcias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco, controlada e livre 
b) distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco, controlada e livre, com interposição de 
superfície de separação física adequada 
Fonte: NR-10, Anexo I 
 
 
ZL 
ZC 
ZR 
PE 
Rc 
Rr 
ZL 
ZC 
PE 
Rc 
Rr 
ZL 
SI 
ZR 
 29 
• Instalação da sinalização de impedimento de reenergização 
Deverá ser adotada sinalização adequada de segurança, destinada à advertência e à 
identificação da razão de desenergização e informações do responsável. 
Os cartões, avisos, placas ou etiquetas de sinalização do travamento ou bloqueio devem ser 
claros e adequadamente fixados. No caso de método alternativo, procedimentos específicos deverão 
assegurar a comunicação da condição impeditiva de energização a todos os possíveis usuários do 
sistema. 
O estado de instalação desenergizada deve ser mantido até a autorização para 
reenergização, devendo ser reenergizada respeitandoa seqüência de procedimentos abaixo: (NR-10, 
10.5.2) 
a) Retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos; 
b) Retirada da zona controlada de todos os trabalhadores não envolvidos no processo de 
reenergização; 
c) Remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das proteções adicionais; 
d) Remoção da sinalização de impedimento de reenergização; e 
e) Destravamento, se houver, e religação dos dispositivos de seccionamento. 
 
 
1.3.2 Aterramento Funcional (TN/TT/IT); de Proteção; Temporário 
 
 
Aterramento é a ligação elétrica efetiva, confiável e adequada, intencional à terra (solo), 
entendida como a massa condutora com potencial elétrico, convencionadamente, igual a zero, através 
da qual correntes elétricas podem fluir. 
O aterramento pode ser de três tipos: 
• Aterramento funcional 
É a ligação à terra de um dos condutores do sistema, geralmente o neutro. 
• Aterramento de proteção 
É a ligação à terra das massas (paredes metálicas de equipamentos ou instalações que não 
fazem parte do circuito elétrico) e dos elementos condutores estranhos à instalação, visando a 
proteção contra choques elétricos por contato indireto. 
• Aterramento temporário 
É a ligação elétrica efetiva, confiável e adequada intencional à terra, destinada a garantir a 
equipotencialidade e mantida continuamente durante a intervenção na instalação elétrica (NR-10, 
Glossário). 
 
 
 
 30 
1.3.2.1 Componentes de um Aterramento 
 
 
O condutor ou conjunto de condutores enterrados no solo e eletricamente ligado(s) à terra 
para fazer um aterramento, denomina-se eletrodo de aterramento. Pode ser desde uma haste ou um 
conjunto de hastes enterradas e interligadas até outros tipos de condutores em diversas 
configurações. Seus materiais e dimensões devem ser selecionados de modo a resistir à corrosão e 
apresentar resistência mecânica adequada. 
A NBR 5410 apresenta os materiais e as dimensões mínimas comumente utilizáveis em 
eletrodos de aterramento. 
Terminologia usada: 
• Condutor de proteção 
Interliga massas, partes condutoras estranhas, terminal de aterramento, eletrodos de 
aterramento, pontos de alimentação aterrados ou ligados ao neutro. 
• Condutor de proteção principal 
Interliga o terminal de aterramento principal aos terminais de aterramentos dos diversos 
condutores de proteção. 
• Ligação equipotencial 
Destinada a igualar ou aproximar os potenciais de massas ou partes metálicas da instalação, 
não destinadas à condução de correntes. 
• Terminal de aterramento 
É a barra ou terminal destinado a interligar ao dispositivo de aterramento, condutores de 
proteção e condutores de equipotencialidade. 
 
 
1.3.2.2 Esquemas de Aterramento 
 
 
Conforme a NBR 5410, são considerados os esquemas de aterramento TN / TT / IT, cabendo 
as seguintes observações sobre as ilustrações e símbolos utilizados: 
• As figuras na seqüência, que ilustram os esquemas de aterramento, devem ser 
interpretadas de forma genérica. Elas utilizam, como exemplo, sistemas trifásicos. As massas 
indicadas não simbolizam um único, mas sim qualquer número de equipamentos elétricos. Além 
disso, as figuras não devem ser vistas com conotação espacial restrita. Deve-se notar, neste 
particular, que como uma mesma instalação pode eventualmente abranger mais de uma edificação, 
as massas devem necessariamente compartilhar o mesmo eletrodo de aterramento, se pertencentes 
a uma mesma edificação, mas podem, em princípio, estar ligadas a eletrodos de aterramento 
 31 
distintos, se situadas em diferentes edificações, com cada grupo de massas associado ao eletrodo de 
aterramento da edificação respectiva. 
• Nessas figuras são utilizados os seguintes símbolos : 
 
 
 
Figura 1.9 – Simbologia utilizada nos esquemas de aterramento 
Fonte: NBR 5410 
 
 
• Na classificação dos esquemas de aterramento é utilizada a seguinte simbologia: 
Primeira letra – Situação da alimentação em relação à terra: 
T = um ponto diretamente aterrado; 
I = isolação de todas as partes vivas em relação à terra ou aterramento de um ponto 
através de impedância; 
Segunda letra – Situação das massas da instalação elétrica em relação à terra: 
T = massas diretamente aterradas, independentemente do aterramento eventual de 
um ponto da alimentação; 
N = massas ligadas ao ponto da alimentação aterrado (em corrente alternada, o ponto 
aterrado é normalmente o ponto neutro); 
Outras letras (eventuais) – Disposição do condutor neutro e do condutor de proteção: 
S = funções de neutro e de proteção asseguradas por condutores distintos; 
C = funções de neutro e de proteção combinadas em um único condutor (condutor 
PEN). 
 
Esquema TN 
O esquema TN possui um ponto da alimentação diretamente aterrado, sendo as massas 
ligadas a esse ponto através de condutores de proteção. São consideradas três variantes de 
esquema TN, de acordo com a disposição do condutor neutro e do condutor de proteção, a saber: 
 
 
 32 
• Esquema TN-S, no qual o condutor neutro e o condutor de proteção são distintos 
 
 
 
Figura 1.10 – Esquema TN-S 
Fonte: NBR 5410 
 
• Esquema TN-C, no qual as funções de neutro e de proteção são combinadas em um único 
condutor, na totalidade do esquema: 
 
 
 
Figura 1.11 – Esquema TN-C 
 
NOTA: As funções de neutro e de condutor de proteção são combinadas num único condutor, na 
totalidade do esquema. 
Fonte: NBR 5410 
 
 33 
• Esquema TN-C-S, em parte do qual as funções de neutro e de proteção são combinadas 
em um único condutor (figura 12) 
 
 
Figura 1.12 – Esquema TN-C-S 
 
NOTA: As funções de neutro e de condutor de proteção são combinadas num único condutor em parte 
dos esquemas. 
Fonte: NBR 5410 
 
 
Esquema TT 
O esquema TT possui um ponto da alimentação diretamente aterrado, estando as massas da 
instalação ligadas a eletrodo(s) de aterramento eletricamente distinto(s) do eletrodo de aterramento 
da alimentação . 
 
 
 
Figura 1.13 – Esquema TT 
Fonte: NBR 5410 
 
 
 
 
 34 
Esquema IT 
No esquema IT, todas as partes vivas são isoladas da terra ou um ponto da alimentação é 
aterrado através de impedância. As massas da instalação são aterradas, verificando-se as seguintes 
possibilidades: 
• Massas aterradas no mesmo eletrodo de aterramento da alimentação, se existente; 
• Massas aterradas em eletrodo(s) de aterramento próprio(s), seja porque não há eletrodo 
de aterramento da alimentação, seja porque o eletrodo de aterramento das massas é independente 
do eletrodo de aterramento da alimentação. 
 
 
 
A = sem aterramento da alimentação. 
B = alimentação aterrada através de impedância. 
B.1 = massas aterradas em eletrodos separados e independentes do eletrodo de aterramento da 
alimentação. 
B.2 = massas coletivamente aterradas em eletrodo independente do eletrodo de aterramento da 
alimentação. 
B.3 = massas coletivamente aterradas no mesmo eletrodo da alimentação. 
1) O neutro pode ou não ser distribuído. 
 
Figura 1.14 – Esquema IT 
Fonte: NBR 5410 
 
 35 
1.3.2.3 Aterramento Temporário 
 
 
O aterramento elétrico temporário de uma instalação tem por função evitar acidentes gerados 
pela energização acidental da rede, propiciando rápida atuação do sistema automático de 
seccionamento ou proteção. Também tem o objetivo de promover proteção aos trabalhadores contra 
descargas atmosféricas que possam interagir ao longo do circuito em intervenção. 
Esse procedimento deverá ser adotado a montante (antes) e a jusante (depois) do ponto de 
intervenção do circuito e derivações se houver, salvo quando a intervenção ocorrer no final do trecho. 
Deve ser retirado ao final dos serviços. 
Nas subestações, por ocasião da manutenção dos componentes, se conecta os componentes 
do aterramento temporário à malha de aterramento fixa, já existente. 
A energização acidental pode ser causada por: 
• Erros na manobra; 
• Fechamento de chave seccionadora; 
• Contato acidental com outros circuitos energizados,situados ao longo do circuito; 
• Tensões induzidas por linhas adjacentes ou que cruzam a rede; 
• Fontes de alimentação de terceiros (geradores); 
• Linhas de distribuição para operações de manutenção e instalação e colocação de 
transformador; 
• Torres e cabos de transmissão nas operações de construção de linhas de transmissão; 
• Linhas de transmissão nas operações de substituição de torres ou manutenção de 
componentes da linha; e 
• Descargas atmosféricas. 
Para cada classe de tensão existe um tipo de aterramento temporário. O mais usado em 
trabalhos de manutenção ou instalação nas linhas de distribuição é um conjunto ou “Kit” padrão 
composto pelos seguintes elementos: 
• Vara ou bastão de manobra em material isolante, com cabeçotes de manobra; 
• Grampos condutores (para conexão do conjunto de aterramento com os condutores e a 
terra); 
• Trapézio de suspensão (para elevação do conjunto de grampos à linha e conexão dos 
cabos de interligação das fases, de material leve e bom condutor, permitindo perfeita conexão elétrica 
e mecânica dos cabos de interligação das fases e descida para terra); 
• Grampos (para conexão aos condutores e ao ponto de terra); 
• Cabos de aterramento de cobre, extraflexível e isolado; e 
• Trado ou haste de aterramento (para ligação do conjunto de aterramento com o solo, deve 
ser dimensionado para propiciar baixa resistência de terra e boa área de contato com o solo). 
 36 
1.3.3 Equipotencialização 
 
 
Para que a corrente elétrica passe através do corpo humano, é necessário que haja uma 
diferença de potencial entre duas partes desse corpo. Nesse sistema de proteção, não há diferença 
de potencial entre essas partes (são equipotenciais). 
A equipotencialização é, portanto, o procedimento que consiste na interligação de elementos 
especificados, visando obter a equipotencialidade necessária para os fins desejados. 
A equipotencialização é um recurso usado na proteção contra choques elétricos e na proteção 
contra sobretensões e perturbações eletromagnéticas. Uma determinada equipotencialização pode 
ser satisfatória para a proteção contra choques elétricos, mas insuficiente sob o ponto de vista da 
proteção contra perturbações eletromagnéticas. 
Todas as massas de uma instalação devem estar ligadas a condutores de proteção. 
Em cada edificação deve ser realizada uma equipotencialização principal, em condições 
especificadas, e tantas eqüipotencializações suplementares quantas forem necessárias. 
Admite-se que os seguintes elementos sejam excluídos das eqüipotencializações: 
• Suportes metálicos de isoladores de linhas aéreas fixados à edificação que estiverem fora 
da zona de alcance normal; 
• Postes de concreto armado em que a armadura não é acessível; e 
Massas que, por suas reduzidas dimensões (até aproximadamente 50 mm x 50 mm) ou por 
sua disposição, não possam ser agarradas ou estabelecer contato significativo com parte do corpo 
humano, desde que a ligação a um condutor de proteção seja difícil ou pouco confiável. 
 
 
1.3.4 Seccionamento Automático da Alimentação 
 
 
O Seccionamento automático da alimentação é destinado a evitar que uma tensão de contato 
superior à tensão de contato limite se mantenha por um tempo tal que possa resultar em risco de 
efeito fisiológico adverso para pessoas e animais. 
Princípio do seccionamento automático − Um dispositivo de proteção (disjuntor, fusível, 
diferencial residual, etc.) deve seccionar automaticamente a alimentação do circuito ou equipamento 
por ele protegido sempre que uma falta (entre parte viva e massa ou entre parte viva e condutor de 
proteção) no circuito ou equipamento der origem a uma corrente superior ao valor pertinente da 
tensão de contato limite. 
Esta medida de proteção requer a coordenação entre o esquema de aterramento adotado e 
as características dos condutores e dispositivos de proteção. 
 37 
Valores para a tensão de contato limite para diferentes situações são apresentados na 
NBR 5410. 
O seccionamento automático é de suma importância em relação a: 
• Proteção de contatos diretos e indiretos de pessoas e animais; 
• Proteção do sistema com altas temperaturas e arcos elétricos; 
• Quando as correntes ultrapassarem os valores estabelecidos para o circuito; 
• Proteção contra correntes de curto-circuito; e 
• Proteção contra sobre tensões. 
 
 
1.3.5 Dispositivos a Corrente de Fuga 
 
 
São dispositivos de proteção operados por corrente. Tem por finalidade desligar da rede de 
fornecimento de energia elétrica, o equipamento ou instalação que ele protege, na ocorrência de uma 
corrente de fuga que exceda determinado valor. Exemplo: Dispositivo Diferencial-Residual (DDR). 
A proteção diferencial-residual (DR) pode ser realizada através de: 
• Interruptores diferenciais-residuais; 
• Disjuntores com proteção diferencial-residual incorporada; 
• Tomadas com interruptor DR incorporado; 
• Blocos diferenciais acopláveis a disjuntores em caixa moldada ou a disjuntores modulares; 
• Peças avulsas (relé DR e transformador de corrente toroidal), que são associados ao 
disparador de um disjuntor ou a um contator ou, ainda, associadas apenas a um elemento de 
sinalização e/ou alarme, se for este o objetivo. 
É necessário que, tanto o dispositivo quanto o equipamento ou instalação elétrica, estejam 
ligados a um sistema de terra. 
O dispositivo diferencial-residual é constituído por um transformador de corrente, um 
disparador (relé) e um mecanismo liga-desliga. Em sua construção apresenta, também, um elemento 
que permite que o mesmo seja testado para ver se está dentro das especificações de operação. 
Todos os condutores necessários para levar a corrente ao equipamento, inclusive o condutor 
terra, passam pelo transformador de corrente. Este transformador é que detecta o aparecimento da 
corrente de fuga. 
Numa instalação sem defeitos, a somatória das correntes no primário do transformador de 
corrente é praticamente nula. Ocorrendo uma falha de isolamento em um equipamento alimentado por 
esse circuito, aparecerá uma corrente para a terra. Assim, a somatória das correntes não é mais nula, 
induzindo, desta forma, uma tensão no secundário que está alimentando o disparador e que, num 
tempo inferior a 0,2 s, acionará o interruptor. A situação é semelhante se alguma pessoa vier a tocar 
 38 
uma parte viva do circuito protegido. A porção de corrente que irá circular pelo corpo da pessoa 
provocará um desequilíbrio no somatório das correntes. 
Os dispositivos fabricados têm capacidade de interromper o fornecimento de energia elétrica 
a equipamentos ou a circuitos elétricos que operem com correntes até 160 A. A sensibilidade exigida 
para detectar correntes de fuga, dependerá das características do circuito em será instalado. 
 
Tabela 1.3 – Valores das correntes de fuga detectados pelos vários tipos de dispositivo de proteção (sensibilidade) 
 
Corrente nominal (A) Corrente nominal de fuga (mA) 
40 30 
63 30 
40 500 
100 500 
160 500 
 
 
Os DRs com corrente de atuação superior a 30 mA, que compõem o grupo de dispositivos de 
baixa sensibilidade, só são admitidos na proteção contra contatos indiretos. 
Já os com corrente de atuação igual ou inferior a 30 mA, classificados como de alta 
sensibilidade, são admitidos tanto na proteção contra contatos indiretos quanto na proteção 
complementar contra diretos. 
Tem aplicalção, por exemplo, em circuitos de banheiros, tomadas externas e de cozinhas, 
lavanderias, áreas de serviço, garagens. 
A razão que qualifica os DRs de até 30 mA como os únicos capazes de prover proteção 
complementar contra contatos diretos é o gráfico dos efeitos da corrente elétrica no corpo humano 
estabelecido na IEC 60479. 
 39 
A Curva Característica de disparo do dispositivo DR com sensibilidade para 30 mA é 
mostrada na figura 1.15. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.15 – Curva característica de disparo do dispositivo de corrente de

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