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A Revolução Industrial 1 Fase e a Independência Americana

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Plano de Orientação para aprendizagem a Distância – POAD
Etec/CD: Getúlio Vargas
Curso: Ensino Médio com Habilitação em Química
Série/Módulo: 1ª ano
Componente Curricular: História
Docente: Prof. Celso Luiz Lucas
Turma: 1H
Turno: Integral
Plano Didático
Período: 01/09/2020 até 30/09/2020.
	Competência(s)
1-Construir e aplicar conceitos de várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas. 2-Selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representadas de diferentes formas para tomar decisões e enfrentar situações problema.
	Habilidade(s)
3-Relacionar informações, representadas em diferentes formas e conhecimentos disponíveis em situações concretas para construir argumentação consistente. 4-Analisar fatores socioeconômicos e ambientais associados ao desenvolvimento, às condições de vida e saúde de populações humanas, por meio da interpretação de diferentes indicadores.
	Base(s) Tecnológica/Base Científica
Idade Moderna
A Revolução Industrial do Século XVIII.
A Revolução Americana do Século XVIII.
	Atividades Propostas
Ler os textos O Capitalismo em Marcha: A Revolução Industrial – 1ª Fase. 
A Independência americana.
Em seguida responder ao questionário que está anexado da seguinte forma: editar e responder no próprio formulário
	Metodologia(s*)
Leitura e discussão de textos, Sugestão de filmes e proposição de preenchimento de questionário.
	Instrumentos de Avaliação
>Apresentar argumentos logicamente encadeados a respeito de um determinado assunto.
 >Contextualização, conteúdo, clareza, coesão e capacidade crítica ao argumentar, elaborar textos e ao realizar as atividades.
 >Apresentação de ideias com clareza e exatidão.
Capitalismo em marcha
A Revolução Industrial
O que foi a Revolução Industrial?
	Denomina-se Revolução Industrial as transformações econômicas ocorridas na Inglaterra a partir das últimas décadas do século XVIII (18), tempo em que a máquina a vapor passou a ser sistematicamente utilizada na produção de mercadorias, em especial na fabricação de tecidos, na mineração e na metalurgia.
	Os artigos passaram a ser produzidos em série, em grande escala, graças às melhorias técnicas e a uma nova divisão do trabalho. Essas mudanças levaram à implantação da indústria contemporânea. Criaram-se, ainda, novos mercados consumidores, muitos pela força das armas. Afinal, à medida que se industrializavam, os países precisavam ampliar mercados em várias partes do mundo.
	Essas mudanças não foram rápidas: ocorriam desde o início da Época Moderna. A expansão marítima dos séculos XV (15) e XVI (16) havia colocado em contato povos de regiões muito distantes do mundo. Mas, ao que se refere à Europa, as trocas de mercadorias eram desproporcionais em vários casos: importava em valor, por exemplo, muito mais do Oriente (China e Índia, basicamente) do que exportava. Os chineses não se interessavam por quase nenhum artigo europeu.
	A partir do século XVI (15), os principais mercados dos comerciantes europeus estavam no próprio continente e nas colônias americanas, onde lucravam, por exemplo, com a revenda dos produtos orientais de luxo, como tecidos, tapetes, especiarias e porcelanas. Além disso, consumiam-se na América produtos agrícolas ou manufaturados das metrópoles.
	Mas, na Europa, imperava ainda o sistema de comércio local. No setor de alimentos, predominavam os negócios com o trigo e as bebidas alcoólicas. A área manufatureira, por sua vez, era controlada pelas corporações de ofício, que fabricavam artigos para um consumidor regional.
	A Revolução Industrial provocou uma reviravolta nesse quadro. Mas não foram mudanças simples ou rápidas. Iniciadas nos séculos anteriores, elas aceleraram no final do século XVIII (18) e se ampliaram consideravelmente no século seguinte. Alguns historiadores distinguem, na verdade, dois momentos da Revolução Industrial:
● Primeira Revolução Industrial: compreendida entre fins do século XVIII (18) e a década de 1830. O foco foi a renovação do sistema fabril ligado à produção de tecidos de algodão;
● Segunda Revolução Industrial: cujo apogeu ocorreu a partir de 1850 e é caracterizada pelo avanço da metalurgia, sobretudo da indústria do ferro, e pela construção de ferrovias.
Os Motivos do Pioneirismo Inglês
					
	A Inglaterra do século XV (15) era uma sociedade basicamente agrária, mas desde muito tempo camponeses e artesãos organizados em corporações de ofício se dedicavam à produção de tecidos grosseiros de lã. Os tecidos de lã de melhor qualidade eram produzidos em outras partes, principalmente nas cidades flamengas de Flandres na atual Bélgica. Entre os tecidos mais cobiçados, entretanto, estavam os de algodão produzidos na Índia, não só por conta da qualidade, como também pelo preço.
	A invasão espanhola aos Países Baixos, na década de 1560, e as guerras que se seguiram expulsaram artífices e negociantes flamengos para a Inglaterra, principalmente para região de East Anglia, em torno de Norwich, que tinha relações comerciais com Flandres. Ensinaram aos residentes técnicas, para eles inovadoras, de preparar os fios e de os tecer.
	Os ingleses tinham vantagem do acesso mais barato à lã. Enquanto os tecelões de Flandres tinham de importar grande parte, principalmente da Inglaterra, e pagar altas tarifas, os ingleses a produziam internamente. No século XVI (16), com o acelerado processo de cercamento dos campos e a consequente ampliação dos rebanhos de carneiros, a matéria-prima ficou ainda mais acessível, e os negociantes de tecidos passaram a controlar o processo produtivo.
Produção sob encomenda
	Inicialmente, a forma como se desenvolveu a manufatura de lã inglesa não rompeu, de forma brusca, com a organização de produção camponesa de lã familiar.
	Os negociantes de tecidos compravam a lã crua de camponeses e pequenos produtores e a entregava aos fiandeiros, que trabalhavam em suas casas. Compravam de volta os fios e os entregavam aos tecelões, também eles trabalhadores rurais. Depois, faziam o mesmo com as demais etapas do processo, como o tingimento. Pagavam por quantidade, com valor pré-fixado, num sistema que ficou conhecido como putting-out system.
	Pode parecer estranho que uma área tenha se mantido camponesa e, ao mesmo tempo, se tornado o berço das manufaturas, como ocorreu em East Anglia. É que o camponês não se dedicava somente a uma função. Era um trabalho familiar e diversificado. As mulheres ocupavam-se das tarefas domésticas e trabalhavam na fiação da lã, junto com as crianças. Os homens, no pastoreio e do tingimento. Mas essa situação tendeu a mudar, pois as crescentes exigências dos negociantes ocupavam cada vez mais o tempo dedicado aos trabalhos com a lã, em relação às tarefas rurais.
	Foi no século XVI (16) que se organizaram alguns dos núcleos que reuniam todas as etapas da produção num único lugar, normalmente nos centros urbanos, sob o domínio de um grande negociante, que pagava salários aos seus empregados. O trabalho, nessas unidades, deixou de ser familiar, embora continuasse a ser artesanal. Mas o processo de produção se viu controlado pelos negociantes. Eram as manufaturas, que se transformariam nas indústrias ou fábricas têxteis do século XVIII (18). Mas foi um longo processo.
A fábrica ganha espaço
	A East Anglia é um exemplo de transformação do artesanato têxtil em manufatura, cujo processo atingiu outras regiões inglesas. No século XVI (16), entretanto, os ingleses ainda tinham dificuldade de expandir suas vendas de tecidos de lã para outros mercados. Os negociantes, então, voltaram-se para outros setores da produção, como os da fabricação de sabão, cerveja, vidro, papel, pólvora, salitre, construção naval etc.
	Para essa intensificação da produção manufatureira, contribuiu a exploração das minas de carvão e de ferro. O investimento no aprimoramento de mecanismos hidráulicos e em novas técnicas permitiu que o minério, antes explorado quase na superfície, fosse extraído de grandes profundidades.Eram necessários recursos expressivos para levar a cabo essa exploração, como muito capital e mão de obra, e poucos obtiveram grande sucesso.
	A exploração das minas em grande escala teve efeito multiplicador: desenvolveu outro setor, o naval, sobretudo no século XVII (17), já que era necessário o transporte marítimo e fluvial para levar o carvão às cidades, como Londres.
	Podemos perceber, assim, as pré-condições que fizeram da Inglaterra a pioneira no processo de industrialização: uma organização de trabalho baseada no pagamento de salário aos trabalhadores (cada vez mais concentrados no mesmo espaço urbano de produção); a exploração de minas de ferro e de carvão (que iriam permitir futuramente a produção de máquinas e o uso do vapor); e a existência de um grupo social enriquecido. Tudo contribuiu para o sucesso do que viria a ser a Revolução Industrial inglesa do século XVIII (18), com novas técnicas de fiação e tecelagem e outro tipo de matéria-prima – o algodão.
A Revolução Industrial
	No século XVIII (18), a Inglaterra era um país rico, com a maioria da população vivendo no campo. Em 1700, a população girava em torno de 6 milhões de pessoas, com cerca de 70% ocupadas nas atividades agrícolas. A produção agrícola, entretanto, vinha sofrendo mudanças importantes.
	Nos campos e pastos antes deixados em pousio (sem cultura para descanso e recuperação dos nutrientes do solo), introduziu-se o plantio de outras culturas, em especial a do nabo e da batata, que não desgastavam o solo e forneciam mais alimentos. Na pecuária, a estocagem de forragens, como o feno, melhorou a qualidade do gado bovino e ovino – este, a principal fonte de matéria-prima da manufatura inglesa: a lã.
	Foi importante também o rápido aumento no processo de cercamento das terras comuns, que ocorria há séculos na Inglaterra, mas que sofreu enorme impulso na segunda metade do século XVIII (18) e início do século XIX (19). As terras comuns eram aquelas que os camponeses e os aldeões, embora não fossem os proprietários, tinham o direito de utilizar para caçar, pescar, retirar lenha e madeiras e usar como pasto para seus animais.
	Por meio dos chamados cercamentos (enclosures) o governo inglês livrava os proprietários de qualquer tipo de restrição quanto ao uso de suas terras, incluindo as terras comuns, podendo dispor delas como quisessem, vendendo-as ou arrendando-as. Houve, na verdade, uma redefinição da propriedade agrária e das relações de trabalho no campo.
	Como todas as terras, incluindo as terras comuns, passaram a ser alienáveis, os camponeses não puderam mais usá-las em proveito próprio. Passaram a trabalhar por jornada para os proprietários ou arrendatários mais ricos ou migraram para outros lugares.
	O rompimento da forma tradicional com a qual os trabalhadores rurais se relacionavam com a terra e as novas condições agrárias representaram um duro golpe ao campesinato: o contrato de trabalho passou a ser individual, e não mais por grupo familiar. Embora não tenha sido um processo imediato, a verdade é que o “trabalho camponês familiar” desapareceu.
	Os proprietários ingleses ou os arrendatários mais ricos puderam, com o cercamento dos campos, introduzir novos métodos agrícolas e de criação de animais, como o rodízio de cultura, as ampliações dos usos do arado triangular (que diminuiu o custo de preparação do solo), da semeadeira mecânica e de adubos. Com o aumento da produtividade das terras em decorrências das novas técnicas, só acessíveis aos mais ricos, o preço do arrendamento subiu muito e até mesmo os pequenos arrendatários não puderam mais arcar com o aluguel. Acabaram expulsos da terra, assim como os camponeses proprietários de pequenos lotes, pressionados a vendê-los.
	Em 1700, estima-se que metade das terras cultiváveis inglesas ainda era utilizada por meio da exploração dos campos comuns. Ao fim do século XVIII (18), elas praticamente já não existiam. O fim das terras comuns e o cercamento dos campos concentraram a propriedade fundiária nas mãos de cada vez menos pessoas.
O longo processo de cercamento dos campos
	No século XVI (16), a repartição das terras em lotes não era uma novidade na Inglaterra. Mas, se antes muitas terras eram utilizadas para a produção agrícola, agora passavam a ser cercadas para atividades mais lucrativas, em especial a criação de carneiros para a manufatura dos tecidos de lã, negociados no crescente mercado interno inglês e nos mercados do mar do Norte e no Báltico. O cercamento dos campos ingleses foi, assim, o processo mais arrojado de transformação rural no início da Época Moderna, conhecido na Inglaterra como enclosures. As imensas propriedades de terras dos mosteiros católicos foram incorporadas a esse processo, sobretudo depois que o rei Henrique VIII confiscou as terras da Igreja, na década de 1530, em meio à Reforma anglicana. As propriedades foram postas a leilão e compradas por muitos que pretendiam transformá-las em pastos. Os camponeses que as ocupavam engrossaram o contingente de pessoas sem terras. Os campos cercados levaram a uma diminuição das atividades do campesinato. Muitos, em busca do trabalho, passaram a vagar pelas estradas, outros a roubar ou mendigar, gerando um clima de insatisfação e revolta. O quadro de penúria aumentou, também, por conta de alta do preço do trigo, principal alimento da população – entre 1500 e 1600, o preço do trigo aumentou quase 450% na Inglaterra. Em um processo lento, boa parte desses camponeses acabou por se incorporar à ascendente manufatura de tecidos. A outra parte se manteve no campo, e acabou se dedicando à produção de grãos. No início, várias leis foram criadas para deter o cercamento dos campos e o abuso dos senhores, com o objetivo de conter o êxodo rural e aumentar a produção de cereais. Mas todas se mostraram ineficazes. Muitos dos juízes que deveriam aplicar essas leis tinham interesse nos lucros trazidos pelos cercamentos. Ao mesmo tempo, criaram-se leis contra os desempregados que se acumulavam nas cidades. Em 1536, decretou-se que os “vagabundos inveterados” tivessem as orelhas cortadas e, caso reincidissem, seriam enforcados. Em 1547, estabeleceu-se que aquele que se recusasse a trabalhar seria escravo do que o denunciasse. Se tentasse fugir, seria caçado e marcado com ferro quente. Em 1572, decretou-se que os que não tivessem licença para mendigar seriam açoitados e marcos a ferro, a menos que alguém os empregasse. Se fossem pegos uma segunda vez, seriam mortos, a não ser que alguém os empregasse. Numa terceira, seriam sumariamente executados, sem clemência. Algumas crônicas informam que, no reinado de Henrique VIII, 7.200 ladrões foram enforcados.
	Todo esse cenário fez eclodir diversas revoltas camponesas em vários condados ingleses. Muitas delas tiveram motivos religiosos, contra a Reforma protestante inglesa, mas muitas também reivindicavam a suspensão dos enclosures ou cercamentos dos campos. A situação somente se estabilizou no final do século XVI (19), com a incorporação de boa parte dos camponeses sem terra à manufatura têxtil urbana. A economia passou a ser cada vez mais dominada por negociantes ligados à agricultura mercantil e às atividades manufatureiras das cidades.
Batata e Indústria
	A batata é um tubérculo originário dos Andes, na região na serra peruana e boliviana, na América. Foi introduzida na Europa no século XVI (16), mas era mais utilizada para a alimentação de animais. Havia grande preconceito em utilizá-la para alimentação humana, pois a base da alimentação europeia eram os cereais, como o trigo e o centeio. Foi somente no século XVIII (18), em princípio na Irlanda, que a batata passou a ser consumida pelas populações mais pobres. Depois, o consumo se expandiu para as regiões inglesas de Lancashire e Yorkshire, constituindo-se no principal alimento das camadas populares da época da Revolução Industrial. A grande vantagem da batata é seu alto grau de resistência, pois suas raízes ficam armazenadas e preservadas no solo, brotando sem necessidade de novo plantio.
	Sua introdução em outrasregiões europeias variou bastante, entre o final do século XVIII (18) e o decorrer do XIX (19), mas em todas acabou por ser o alimento base das camadas populares. Custou a entrar no cardápio dos nobres e ricos industriais, mas passou a ser utilizada em pratos mais requintados nos novos estabelecimentos específicos para a alimentação fora de casa, que surgiam em toda parte da Europa, a partir de fins do século XVIII (18) – os restaurantes modernos, com mesinhas individuais e cobertas por toalhas, uma inovação em relação às comidas vendidas nas ruas por ambulantes ou oferecidas em estalagens para viajantes.
Farta mão de obra
	O cercamento dos campos foi elemento decisivo, embora não o único, para o desenvolvimento da indústria, porque estimulou o avanço técnico da agricultura e o consequente aumento da produtividade agrícola, facilitando a produção de matéria-prima para as fábricas. Resultou em mais alimentos para a população e, como consequência, na diminuição da mortalidade. Provocou, ainda, a liberação de um grande contingente de trabalhadores, que passaram a se ocupar de outras atividades, como nas minas de carvão e de ferro e nas fábricas nascentes. É certo que essas mudanças transformaram profundamente o universo econômico e cultural dos camponeses, que tiveram de se submeter a uma ordem nova: a do capital. Tornaram-se assalariados do campo e das cidades.
	O cercamento dos campos e o aprimoramento das técnicas agrícolas foram considerados por muito tempo, pelos historiadores, como os fatores fundamentais para o êxodo rural. Argumentavam que essas novas técnicas necessitavam de menos trabalhadores. Os camponeses, expulsos do campo para as cidades, teriam se constituído na mão de obra disponível e barata para as fábricas, o que construiu a Revolução Industrial. Isso realmente ocorreu, mas só foi importante na segunda metade do século XIX (19). No final do século XVIII (18) e primeiros anos do XIX (19), as novas técnicas agrárias precisaram de mais trabalhadores. A mão de obra das primeiras fábricas têxteis inglesas, no final do século XVIII (18), não se compunha de camponeses expulsos da terra: resultava do aumento demográfico.
	Nessa época, houve um aumento da população urbana e rural na Inglaterra. Vários motivos contribuíram para isso, como a diminuição da idade da mulher ao casar. Antes, elas casavam e tinham filhos em torno dos 27 anos de idade (os homens, com mais de 30 anos). Nas últimas décadas do século XVIII (18) essa idade diminuiu para 23 anos, aumentando, em média, mais dois filhos por casal. Diminuiu também a quantidade de pessoas que ficava solteira: antes, 23% delas nunca se casavam; no final do século XVIII (18), somente 9% delas não o fizeram. Esses aspectos resultaram em uma verdadeira explosão demográfica, gerando maior oferta de mão de obra para as fábricas.
	Industrialização e crescimento demográfico se alimentavam reciprocamente. Quanto maior a oferta de empregos, melhores as condições econômicas de mulheres e homens para casar e ter filhos, aumentando a oferta de trabalhadores. A população da Grã-Bretanha saltou de 6 milhões para 10 milhões de pessoas, em fins do século XVIII (18), e para impressionantes 18 milhões na década de 1840.
Redes fluviais
	O pioneirismo inglês na industrialização ocorreu, ainda, devido à existência prévia de vias fluviais que facilitaram a comunicação interna. Elas permitiram um rápido e eficiente sistema de transportes entre o interior e os portos marítimos, além de serem mais econômicas do que as terrestres no transporte de mercadorias pesadas ou volumosas, como o carvão.
	Aliás, desde o século XVI (16) os ingleses se preocuparam em melhorar as vias fluviais para fornecer carvão aos moradores das cidades, que o utilizavam para cozinhar alimentos e se aquecer, e às pequenas fábricas (panificações, forjas, curtumes, refinarias de açúcar e cervejarias). Para isso, alteravam o curso dos rios e abriam canais. Quando começou a industrialização havia cerca de dois mil quilômetros de água navegáveis na Inglaterra. Até o final do século XVIII (18 ), foram construídos outros mil quilômetros, o que criou boas condições às novas fábricas para receber matéria-prima e escoar mercadorias.
	Em resumo, o fato de a Revolução Industrial ter ocorrido especialmente na Inglaterra não pode ser atribuído somente a um aspecto, mas a um conjunto deles. E, como em todo processo histórico, não ocorreu de uma hora para outra, nem se estendeu a todas as regiões inglesas naquele momento. Embora restrita a alguns produtos e centralizadas em certas regiões, a Revolução Industrial transformou a Inglaterra na principal economia do mundo. 
O papel de máquina a vapor
	Desde o século XVI (16), o vapor era visto como uma possibilidade de fonte de energia na exploração do ferro e do carvão, em especial para bombear as águas que com frequência inundavam as minas. Nenhuma das máquinas a vapor criadas, porém, mostrava-se eficiente. Somente em 1712, após anos de trabalho, o inglês Thomas Newcomen aprimorou uma máquina para retirar água das minas e distribuí-las às cidades.
	O custo da máquina de Newcomen, porém, era muito elevado. James Watt, em 1769, melhorou essa máquina, baixando os custos de produção. Com isso, foi adaptada para diversos usos industriais, alcançando sucesso num ramo específico da indústria inglesa: a fabricação de fios e tecidos de algodão.
	Os aprimoramentos na fiação e tecelagem da lã ocorriam havia muito tempo. No século XVIII (18), a Inglaterra produzia tecidos de lã finos e bem aceitos no mercado externo. O mesmo não ocorria com os tecidos de algodão, pois não havia técnicas para produzir fios finos e resistentes. Para não arrebentar, o fio de algodão era feito junto com o linho, o que resultava em um produto de qualidade inferior ao da Índia. Assim, o grande investimento tecnológico no setor têxtil se dirigiu para a produção de tecidos de algodão.
Inovações mecânicas
	Na fiação, John Kay criou a lançadeira mecânica (ou volante), em 1733, mas foi em 1767 que James Hargreaves desenvolveu a spinning-jenny, uma roda com oito fusos trabalhados com a mão. No final do século XVIII (18), as maiores máquinas desse tipo possuíam até 120 fusos. Essa máquina foi um sucesso absoluto: por ser barata e de fácil manuseio, acabou adotada por fiandeiras de toda a Inglaterra.
	Os avanços no setor têxtil prosseguiram. Em 1769, a fiandeira hidráulica (water-frame) era capaz de produzir fios de algodão resistentes sem mistura com linho. Se a máquina de fiar de Hargreaves tinha permitido aumentar a produtividade, a fiandeira hidráulica tornou a habilidade dispensável. A operação da máquina, muito simples, permitia empregar mão de obra sem grande qualificação.
	Mas, por ser cara, seu uso não se popularizou. Ao contrário, o novo equipamento foi desde o começo uma máquina industrial, adquirida pelos grandes negociantes. Essas máquinas hidráulicas foram empregadas nas primeiras grandes fábricas têxteis de algodão, sempre localizadas ao longo dos rios, principalmente na região do Lancashire, no noroeste da Inglaterra.
	Mas a grande novidade, mesmo, foi o uso do vapor para impulsionar essas máquinas, tecnologia desenvolvida em 1785 pelos sócios James Watt e Matthew Boulton. Ficaram muito mais rápidas e eficientes. Abriu-se definitivamente o caminho para um novo sistema de produção, dessa vez em grande escala.
Tecelagem do algodão
	Se a fabricação de fios avançou a passos largos no século XVIII (18), o mesmo não ocorreu com as máquinas na tecelagem. Em outras palavras, a confecção de fios era mais rápida que a produção dos tecidos. Em 1784, o reverendo Edmund Cartwright inovou com o tear mecânico. A máquina, porém, tinha muitos problemas, e somente foi aprimorada no início do século XIX (19).
	Mas outros inventos do final do século XVIII (18) melhoraram o fabrico de tecidos de algodão. Foi o caso da introdução de novos processos de cardar, de limpar e de desfiar o algodão. Aprimoraram-se o branqueamento e os processos de tingir. Nos anos 1790, a máquina de separar as sementesde algodão criada por Eli Whitney, nos Estados Unidos, diminuiu consideravelmente o preço da matéria-prima.
	Apesar dos avanços, nas duas últimas décadas do século XVIII (18), a lã ainda se mantinha como o principal produto têxtil inglês. Para se ter uma ideia, em 1800, os tecidos de algodão alcançavam apenas 5% dos valores das exportações britânicas. Mas o cenário estava em mudança acelerada. Resultado: em 1830, os produtos têxteis de algodão eram responsáveis por mais da metade do valor total das exportações britânicas.
	A matéria-prima vinha principalmente dos Estados Unidos e da Índia. No início da década de 1780, a quantidade de algodão importado equivalia a menos de 10 milhões de libras (peso). Na década de 1840, esse peso saltou para 500 milhões.
A nova divisão do trabalho
	A fabricação de tecidos era atividade tradicional na Inglaterra. A maioria das famílias camponesas estava, de alguma forma, envolvida com o processo de fiar e tecer. No século XVI (16), houve empenho dos negociantes de tecidos em centralizar a produção têxtil, sem concentrar os trabalhadores na mesma oficina. Eles forneciam materiais para as fiandeiras e os tecelões, recolhendo o produto e o comercializando nos mercados interno e externo. A introdução de uma nova matéria-prima, o algodão, no século XVIII (18), não mudou, em princípio, essa organização.
	A nova máquina de fiar de Hargreaves, ainda manual, tornou possível a fabricação doméstica de tecidos de algodão no mesmo sistema utilizado com os tecidos de lã. Mesmo com a criação das fábricas de fiação, até as primeiras décadas do século XIX (19) a maior parte da produção ainda resultava do trabalho doméstico. O mesmo ocorria com a tecelagem dos fios, entregues às oficinas de tecelões nas aldeias ou vilas.
	Os tecidos de algodão da Índia já eram conhecidos e aceitos na Europa, negociados pelos britânicos através da Companhia das Índias Orientais. Quando os ingleses passaram a produzir tecidos de qualidade semelhante aos indianos, já havia um mercado consumidor estruturado. Os preços mais baixos permitiram aos tecidos ingleses competir nos mercados.
	Na Inglaterra, o centro da produção estava na cidade de Manchester. Com a utilização cada vez maior da fiandeira hidráulica, inacessível aos camponeses, as fábricas de fiação se multiplicaram, mantendo um ritmo de trabalho diário e ininterrupto. Tradicionalmente, eram mulheres e crianças os principais trabalhadores domésticos da fiação. E os negociantes mantiveram o emprego dessa força de trabalho em suas fábricas, cuja disciplina era, como era de se esperar, muito mais rigorosa do que a existente no sistema de fiação doméstico.
	Na tecelagem, a concentração da produção em fábricas demorou mais tempo. Além da oposição dos tecelões das aldeias e vilas em se submeter aos novos processos de produção, não havia uma máquina capaz de substituir o trabalho individual, como ocorreu na fiação. Mesmo assim, o sistema de fábrica vingou nas duas etapas da confecção de tecidos: na década de 1850, os teares manuais e os tecelões autônomos estavam praticamente extintos.
Crescem as cidades
	Assim, entre os séculos XVIII (18) e XIX (19), as formas de trabalho se transformaram radicalmente. Milhares de trabalhadores, principalmente mulheres e crianças, concentravam-se em fábricas, sob um regime de serviço intenso e rigoroso. Sem uma regulamentação específica, calcula-se que a jornada diária de trabalho era superior a 12 horas. Somente em 1847 apareceram regulamentações que limitavam a jornada a dez horas diárias. Em 1850, outra lei estipulou um horário para encerrar a atividade semanal: duas horas da tarde de sábado, com descanso no domingo – dia tradicionalmente reservado à religião.
	A introdução das máquinas no processo produtivo aumentou o montante dos investimentos no setor têxtil, restringindo o número de empresários com dinheiro para montar fábricas. A propriedade das máquinas concentrou-se na pessoa do industrial/capitalista, que contratava os operários pagando salários pelas jornadas de trabalho.
	Na fábrica, os operários atuavam somente em uma etapa da produção – uma mudança radical na forma de realizar seu trabalho. Em outras palavras, o processo produtivo nas fábricas tendia a se fragmentar: estava em curso uma nova divisão do trabalho!
	No contexto fabril, essa divisão do trabalho mostrava-se mais produtiva e capaz de atender ao aumento do consumo – o consumo em massa. Dessa forma, os trabalhadores eram tragados por um sistema em que a máquina era o centro do processo produtivo.
	O sistema de fábrica impulsionou outras mudanças. Ampliou consideravelmente a população urbana, especialmente com a expansão do sistema de fábrica para outros setores da economia, como os de chapéus, sapatos, ferramentas e alimentação. Multiplicava-se, também, o setor de serviços, sobretudo o comércio. Também cresceu a oferta de empregos domésticos – criadas, cozinheiras e arrumadeiras – nas casas dos novos e ricos empresários. Na passagem do século XVIII (18) para o XIX (19), o aumento da população nas cidades, que não estavam preparadas para receber tanta gente, teve repercussões sociais significativas. Em cidades como Londres, Manchester, Liverpool e Leeds multiplicavam-se os bairros pobres – mas os governos locais não conseguiam atender à nova demanda e promover reformas do espaço urbano. Havia ruas sem calçamento, lixo por todos os cantos, muitas pessoas morando numa mesma casa. A situação era propícia para a disseminação de doenças, com epidemias frequentes de cólera e tifo. Aprofundaram-se as desigualdades sociais entre ricos e pobres.
A defesa do livre-comércio
	Em meados do século XVIII (18), na França, apareceram os primeiros estudos ou reflexões que criticavam as políticas mercantilistas dos Estados europeus. Era os fisiocratas franceses, que se autodenominavam économistes, entre eles o médico François Quesnay.
	A principal base do pensamento fisiocrata é a do direito natural: todos têm direito de usufruir a vida e de exercer suas faculdades, tendo como limite o respeito à vida e aos bens dos outros. Acreditavam que principalmente a agricultura produzia riqueza, e que era um erro privilegiar o comércio e a produção manufatureira, pois esses não criavam produtos, só os faziam circular ou os transformavam.
	Também fizeram críticas ao protecionismo alfandegário, defendendo a liberdade de comércio como a única saída para um bom desempenho econômico. Aliás, liberdade é a palavra mais comum nos escritos dos fisiocratas: liberdade aos trabalhadores, que deviam poder decidir onde trabalhar; liberdade em relação às corporações, que deveriam perder os privilégios; liberdade em relação aos impostos, que deveriam se restringir a somente um; liberdade no que diz respeito aos monopólios comerciais típicos do mercantilismo.
O liberalismo
	Contemporâneo dos fisiocratas e por eles influenciado, o escocês Adam Smith foi o mais prestigiado dos teóricos do liberalismo econômico, em oposição às teorias mercantilistas. Estas defendiam a intervenção do Estado na economia, sobretudo com a fixação de monopólios, o controle e a taxação do comércio exterior.
	Adam Smith seguiu a linha dos fisiocratas franceses na crítica ao mercantilismo, considerado um grande problema para o desenvolvimento econômico. Os países, segundo ele, não tinham de promover o crescimento com políticas que arruinavam outros povos. Mas, se os fisiocratas defendiam a agricultura como fundamento do crescimento econômico, Adam Smith sustentava que a riqueza era essencialmente produto do trabalho humano. Mais ainda: “a opulência nasce da divisão do trabalho” e da especialização, seja agricultura ou na indústria.
	Smith apresentou o sugestivo exemplo de uma fábrica de alfinetes: se um trabalhador tivesse de buscar a matéria-prima, demoraria um ano para produzir um único alfinete. Se a ele fosse dado o fio de latão, faria vinte alfinetes por dia. E, numa manufatura de alfinetes, se o trabalho fosse distribuído em dezoito etapas, cada qual executada por um operário, o resultado seria a produçãode 2.000 alfinetes por dia por trabalhador. As ideias de Smith foram acolhidas com entusiasmo pelos grandes empresários ingleses ligados à produção de tecidos e do ferro.
	Os fisiocratas e Adam Smith são considerados os fundadores da Economia Política moderna. A frase “Laissez faire, laissez passer” (“Deixai fazer, deixai passar”) tornou-se um emblema do liberalismo econômico. Apesar de ser uma simplificação, ela reproduzia a ideia de que era necessário defender a liberdade econômica em oposição ao controle por parte do Estado ou de qualquer instituição contrária à liberdade humana.
	O principal livro de Adam Smith, A riqueza das nações, foi sucesso imediato. Publicado inicialmente em 1776, em 1800 já estava na oitava edição, publicado também nos Estados Unidos, na Irlanda e na Suíça. Alguns anos depois, recebeu edições em dinamarquês, holandês, francês, alemão, italiano e russo. Estava claro que seus pressupostos foram muito bem aceitos, em particular pelos grandes empresários. Os governos, entretanto, insistiram no controle sobre as esferas da produção, até mesmo na Inglaterra.
	A ênfase na divisão do trabalho foi considerada como acertada. Mas não se pôde fazer muito em relação à liberdade de comércio. As tarifas alfandegárias e protecionistas permaneceram, de alguma forma, em todas as grandes economias europeias e nos Estados Unidos. Mas, em termos teóricos, os ingleses foram os mais ardorosos defensores do livre-comércio, sobretudo porque suas mercadorias – principalmente os tecidos de algodão – não encontravam concorrentes no mundo.
	Não resta dúvida, portanto, de que as teorias do liberalismo econômico foram um grande estímulo à iniciativa privada na Inglaterra e à formação do futuro império britânico.
	
	NOME: Amanda Campos de Paiva Almeida
	RM: 101433
	Tipo de Ensino:
	Médio:
	X
	Técnico:
	
	Módulo/Série:
	1º
	X
	2º
	
	3º
	
	4º
	
	Habilitação: História
	Conteúdo: A Revolução Industrial do Século XVIII
Competências: Criticar, analisar e interpretar fontes documentais de natureza diversa.
	PROVA:
	Mensal:
	X
	Bimestral:
	
	Prog. Parcial:
	
	Outros:
	
	 
	Menção:
	MB
	
	B
	
	R
	
	I
	
	Professor(a):Celso Luiz Lucas
	Observações: Editem o trabalho e respondam no próprio formulário, estando pronto enviem para o endereço eletrônico do professor; rasura anulam-nas;.
Questão 1:
“Nos anos entre 1780 e 1832, os trabalhadores ingleses, em sua maioria, passaram a se identificar uns com os outros e contra seus dirigentes e empregadores. Essa classe dirigente estava, ela própria, muito dividida, e de fato só conseguiu maior coesão nesses mesmos anos porque certos antagonismos se dissolveram (ou se tornaram relativamente insignificantes) frente a uma classe operária insurgente.”
THOMPSON, E. P. A Formação da Classe Operária Inglesa: a Árvore da Liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004. p.12. (Adaptado)
Sobre esse tema, faça o que se pede.
a) Que contexto socioeconômico permitiu o surgimento da classe operária inglesa e qual fenômeno caracteriza seu amadurecimento como movimento social?
R: A primeira fase da Revolução Industrial, possibilitou o surgimento de uma classe operária, submetida a condições degradantes de vida e trabalho (altas jornadas, insalubridade, ausência de direitos, moradias inadequadas, péssimas condições de saúde, a violência por parte do Estado e dos empresários). Neste contexto, surgiu a luta de classes entre operário e burguesia, com os trabalhadores ingleses organizando as primeiras resistências em forma de associações e movimentos.
b) Cite três conquistas decorrentes da organização dos operários na primeira metade do século XIX na Inglaterra.
R: Os trabalhadores conseguiram a redução da jornada de trabalho, que antes chegava a ser superior a 12 horas, para 10 horas, a determinação de um horário para se encerrar a atividade semanal e a regulamentação de certas atividades do trabalho infantil, com limite de idade para o emprego de crianças.
Questão 2:
No ano de 1899, eclodiu em Nova York uma greve de meninos jornaleiros (conhecidos como newsies ou newsboys). A razão do protesto, que durou vários dias, foi o aumento de preço do The New York World e do The New York Journal, de propriedade de Joseph Pulitzer e William Hearst, respectivamente. Concorrentes, ambos viram seus lucros caírem quando acabou a guerra hispano-americana (1898), que rendia grandes manchetes e garantia alta vendagem de seus jornais.
Para manter os lucros, os empresários resolveram elevar o preço do exemplar, afetando diretamente os jornaleiros, que compravam os jornais e os revendiam ao público leitor. Era com o pequeno ganho da revenda que esses meninos sobreviviam, pois a grande maioria era pobre, muitos sem lar, órfãos ou fugitivos. Aos milhares, dormiam pelas ruas e vagavam pela cidade, desprovidos de qualquer assistência, fosse em educação, saúde ou moradia. Daquela vez, os meninos saíram vitoriosos da greve, mas a situação deles não melhorou.
Com base nos conhecimentos sobre o Mundo Contemporâneo, responda aos itens a seguir.
a) O que a greve representava para os empresários capitalistas do século XIX?
R: Com as greves havia quedas nas vendas dos exemplares de jornais, o que representava prejuízo econômico; representava também um ato politico e social, pois demonstrou a insatisfação dos trabalhadores em relação a ação dos grandes empresários e chamou a atenção do público para as condições insalubres de sobrevivência desses meninos, que não recebiam qualquer tipo de assistência. 
b) Explique a formação do chamado “trabalho infantil” desde a Revolução Industrial até os dias atuais. 
R:  No início da Revolução Industrial havia pouca legislação sobre as condições de trabalho nas fábricas, e como as fábricas se espalharam rapidamente, os proprietários precisavam de um grande número de trabalhadores, o que acabou transformando as crianças em trabalhadores ideais: elas recebiam salários menores, que, em muitos casos, eram pagos somente com alojamento e alimentação, não tinham autoridade ou educação o suficiente para discutir ou reclamar sobre as condições trabalhistas em que estavam inseridas e eram pequenas o suficiente para caber em máquinas de encaixe apertado, podendo dessa forma arrumá-las, o que muitas vezes resultava em acidentes. 
As crianças logo acabaram trabalhando em todos os tipos de indústria, pois além dos motivos citados acima, ter uma criança trabalhando também significava trazer uma renda extra para a família, porém o trabalho nas indústrias não era fácil, pois elas exigiam das crianças longas jornadas diárias, retribuindo com remuneração mínima, condições precárias de saúde e moradia, além de geralmente estarem submetidas à violência física e psicológica.
Em meados do século XX, o trabalho infantil passa a ser considerado abusivo e proibido na maioria dos países, mesmo sendo crime, o trabalho infantil ainda é explorado por muitas empresas até hoje, pelos mesmos motivos da época da Revolução Industrial. A exploração do trabalho infantil traz uma série de consequências para as crianças que se encontram nesse tipo de situação, sofrendo impactos nos aspectos psicológicos, educacionais e no desenvolvimento físico.
Questão 3:
A reação operária aos efeitos da Revolução Industrial fez surgir críticos ao progresso industrial, que propunham reformulações sociais e a construção de um mundo mais justo – os teóricos socialistas, que se dividiram em grupos distintos: os socialistas utópicos (Robert Owen, Saint Simon e Charles Fourier), os socialistas científicos (marxistas) e os anarquistas.
VICENTINO, Claudio. História para o Ensino Médio: geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2005. p. 296.
Com relação às Doutrinas Sociais, que surgiram após a Revolução Industrial, resolva o que se pede.
a) Robert Owen é conhecido como “humanizador do capitalismo”. Justifique essa afirmação.
R: Ao contrário da maioria dos proprietários de empresas, Robert Owen buscou a criação de uma comunidade cuja base seria a igualdade, na qual as pessoas tivessem uma jornada de trabalho menor e menos exaustiva,e tivessem acesso a um alto nível educacional, preocupando-se com a qualidade de vida dos seus empregados, bem diferente da realidade da grande maioria dos empregados, que eram violentamente explorados.
b) Segundo Karl Marx, quais seriam os passos para a superação dos problemas sociais causados pelo capitalismo? 
R: Karl Max defendia a destruição do capitalismo, das classes sociais e da propriedade privada, com a superação do capitalismo sendo consequência de uma luta de classes, que seria o motor das mudanças sociais que poderiam ocorrer de forma gradual ou por meio de revoluções, e a tomada dos meios de produção por parte dos operários.
Questão 4:
Leia os textos a seguir.
O reino recém-unido da Grã-Bretanha estava emergindo como uma potência europeia, intelectual, militar e comercial. Newton era reconhecido como o gênio supremo da época, enquanto a Royal Society de Londres era vista como seu árbitro científico supremo. Locke estava fundando a Filosofia empírica e promulgando as ideias políticas liberais que, na altura do fim do século, seriam corporificadas na constituição americana. Enquanto isso, Robinson Crusoé, de Defoe, e As Viagens de Gúliver, de Swift, satisfaziam, cada um à sua maneira, a fome de aventuras estrangeiras do público. Essa era uma nação autoconfiante, experimentando os primeiros rebuliços do que viria a ser a Revolução Industrial – a máquina a vapor já estava sendo usada nas minas da Cornualha.
(STRATHERN, P. Uma Breve História da Economia. Rio de Janeiro: Zahar, 2003. p.62.)
Há hoje, nas planícies da Índia e da China, homens e mulheres, infestados por pragas e famintos, vivendo pouco melhor, aparentemente, do que o gado que trabalha com eles de dia e que compartilha seu local de dormir à noite. Esse padrão asiático, e esses horrores não mecanizados, é o destino daqueles que aumentam seus números sem passar por uma revolução industrial.
(ASHTON, T. S. The Industrial Revolution, 1760-1830. London: Oxford University Press, 1948. p.161.)
Com base nos textos e nos conhecimentos sobre o tema, responda aos itens a seguir.
a) Explique o contexto histórico da Revolução Industrial.
R: A expansão do comércio internacional durante os séculos XVI e XVII colaborou para que a burguesia europeia acumulasse capital, isso permitiu a capacidade de financiar o progresso técnico e o alto custo da instalação de indústrias. Com a concorrência, aumentava a necessidade de aperfeiçoar as técnicas em busca de uma maior produtividade, assim começaram os primeiros projetos de criação de máquinas.
Vários fatores colaboraram para o pioneirismo inglês em substituir a manufatura pelo uso de máquinas, entre esses fatores podemos destacar: a decadência da produção no campo devido à necessidade de criação de ovelhas para a matéria-prima da indústria têxtil; o empobrecimento do camponês; o êxodo rural, proveniente da Lei dos Cercamentos, no qual os camponeses foram obrigados a migrar para os grandes centros urbanos, se transformando em operários; etc. 
b) Situe o posicionamento dos autores desses textos quanto a esse evento histórico. 
R: O primeiro texto é descritivo, exaltando a Inglaterra que caminhava em direção a Revolução Industrial, demonstrando como os primeiros traços da Revolução Industrial já trouxeram consequências positivas. 
Já o segundo texto tem um tom crítico e destaca as dificuldades e as precariedades nas qual as nações que não fomentaram a Revolução Industrial passam, como por exemplo a Índia e a China. 
Questão 5:
Sob qualquer aspecto, este [a Revolução Industrial] foi provavelmente o mais importante acontecimento na história do mundo, pelo menos desde a invenção da agricultura e das cidades. E foi iniciado pela Grã-Bretanha. É evidente que isto não foi acidental.
(Eric Hobsbawm. A era das revoluções: 1789-1848, 1986.)
Aponte dois fatores que justifiquem a importância dada pelo texto à Revolução Industrial e indique dois motivos do pioneirismo britânico. 
R: Dois fatores que justificam a importância dada pelo texto à Revolução Industrial: grandes avanços tecnológicos e consolidação do sistema capitalista.
Dois motivos que justificam o pioneirismo inglês: fácil acesso à matéria-prima (lã) e grande disponibilidade de mão de obra em consequência dos cercamentos.
Questão 6:
Leia o excerto de texto escrito pelo anarquista Neno Vasco (1878-1920), na edição de Primeiro de Maio de 1914 do jornal brasileiro “A Voz do Trabalhador”: 
“Eis a festa do 1º de Maio, isto é, a manifestação proletária que a inconsciência de uns, a astúcia e velhacaria de outros e a cumplicidade de todos reduziram em tantas partes a uma absurda ‘festa do trabalho’, como lhe chamam os burgueses complacentes. (…) Vós, só o podereis festejar quando tiverdes conquistado. E é dessa conquista que se trata, tanto no 1º de Maio como nos outros dias.” 
(Neno Vasco. O Significado do 1º de Maio. In: A Voz do Trabalhador, Ano VII, números 53-64, 1º de maio de 1914) - <http://passapalavra.info/2009/09/11694>. 
Discorra sobre o sentido original do Primeiro de Maio no final do século XIX e explique as razões da indignação expressa no texto acima. 
R: O Primeiro de Maio, que marca o Dia do Trabalhador, surgiu como resultado da indignação e das manifestações dos operários, que exigiam uma série de reformas das classes dominantes, em busca de melhores condições de trabalho. O autor do artigo demonstra indignação porque, segundo ele, o Primeiro de Maio tornou-se apenas mais uma festividade qualquer, retirando dele qualquer sentido político-social, fazendo com que a história de luta dos oprimidos que saíram as ruas para buscar por justiça fosse reduzida a apenas mais um dia de comemoração. 
Questão 7:
Um motivo para a melhoria da dieta ao longo do século XIX era que chegavam cada vez mais alimentos do que chamamos de “periferia” da Europa, denominação vaga que engloba a Rússia e a Europa do Leste, como também das zonas de abastecimento do Novo e do Velho Mundo. Grande parte da Europa acabou por beneficiar-se dessas importações, mas os países mais necessitados desses produtos eram aqueles onde a industrialização e o desenvolvimento urbano ocorreram com maior ímpeto, ou seja, Grã-Bretanha, os Países Baixos e a Alemanha. Do Novo Mundo chegavam o açúcar, o café e o cacau, e da China, do Ceilão e da Índia chegavam o chá e o arroz.
(Adaptado de Norman J. G. Pounds, La Vida Cotidiana: história de la cultura material. Barcelona: Editorial Crítica, 1992, p. 507-509.)
a) Explique a relação entre o processo de industrialização e importação de alimentos na Europa.
R: Os alimentos consumidos nos países europeus vinham da periferia europeia, porém após o início do processo de industrialização, houve um grande êxodo dos trabalhadores rurais para as cidades, visando conseguir emprego na ascendente indústria, ou seja, a mão de obra que anteriormente lavrava os campos e produzia os alimentos que abasteciam os países passou a trabalhar nas recém-criadas fábricas. A maior demanda por alimentos explica-se em função do crescimento urbano em torno das áreas de atividade fabril e os países não industrializados viram nesse amplo mercado consumidor uma oportunidade de atender à demanda de alimentos e obter algum sucesso em um modelo exportador.
b) Por que a dieta europeia melhorou ao longo do século XIX? 
R: A melhoria na dieta europeia ocorreu em função da visão capitalista aplicada ao campo, gerando um aumento da produção e da disponibilidade de alimentos e a inclusão de novos alimentos vindos por importação que, depois de “acomodados” ao ambiente europeu, acabaram se mostrando produtivos e de baixo custo, como por exemplo a batata. Além das inovações técnicas, provenientes da Revolução Industrial, que aplicadas à agricultura possibilitaram um incremento da produção e da oferta de alimentos. 
Questão 8:
Leia o texto a seguir.
A tecnologia tem sido o catalizador da mudança social desde antes do matemático grego Arquimedes demonstrar que a água pode ser levantada para irrigar um terreno ressecado acima de um fluxo de água, por meio de um mecanismo contínuo propulsordentro de um tubo flexível. Contudo, ao mesmo tempo, a diferença entre os contemplados e os tecnologicamente carentes tornou-se um abismo. Para cada um que agora compra sua passagem de avião, trem e ingresso de teatro online, milhões ainda esperam pela eletricidade e por água limpa corrente.
(Adaptado de: JARDINE, L. Como a tecnologia afeta a transformação social. In: SWAIN, H. Grandes questões da História. Rio de Janeiro: José Olympio, 2010. p.255-259.)
a) Com base no texto, descreva duas características fundamentais da Revolução Industrial inglesa do século XVIII.
R: 
· Início do grande desenvolvimento tecnológico: O desenvolvimento tecnológico citado no texto sempre esteve presente durante a história da humanidade, mas foi durante a Revolução Industrial que iniciou-se a propagação e a evolução da tecnologia vivenciada no contexto atual e que originou as desigualdades sociais brutais que estão presentes até os dias de hoje na sociedade.
· Desigualdade social: Com a revolução industrial, o processo manufatureiro passou a ser realizado pelas máquinas, que por serem de fácil manuseio não necessitavam de trabalhadores com tantas especialidades, dispensando a necessidade de utilizar os antigos trabalhadores especializados. Com isso houve uma queda brutal nos salários dos trabalhadores, o que contribuiu para o início da grande desigualdade social citada no texto acima. 
b) Discuta as relações entre desenvolvimento tecnológico e bem-estar social no mundo contemporâneo. 
R: O avanço da tecnologia não estagnou, trazendo em sumo diversos benefícios para pessoas físicas e jurídicas, e as interfaces existentes permitem uma facilidade de comunicação entre pessoas, que podem estar próximas ou em lados opostos do mundo e disponibilização de informações mais rapidamente, tornando a acessibilidade de conhecimentos, mesmo os específicos, e a interação social mais fácil.
Porém essas tecnologias não estão, contudo, disponíveis para todos, o que reforça a desigualdade existente, uma vez que o valor de um aparelho tecnológico muitas vezes ultrapassa o orçamento de famílias com a renda mais instável, segregando essas famílias que muitas vezes acabam prejudicadas pelo acesso mais limitado a informações se comparado a outras pessoas, que possuem uma renda mais estável e assim menos limitante na hora de realizar uma compra de um aparelho tecnológico.
A exposição frequente a tecnologia também pode afetar negativamente as relações e o bem-estar social, visto que isso pode gerar o desenvolvimento de um vício, que se não for tratado pode afetar as interações pessoais e até mesmo profissionais. 
Questão 9:
Noite após noite, quando tudo está tranquilo
E a lua se esconde por trás da colina,
Marchamos, marchamos para realizar nosso desejo.
Com machado, lança e fuzil!
Oh! meus valentes cortadores!
Os que com golpes fortes
As máquinas de cortar destroem.
Oh! meus valentes cortadores! (...).
(Canção popular inglesa do início do século XIX. Citada por: Luzia Margareth Rago e Eduardo F. P. Moreira. O que é Taylorismo, 1986.)
A canção menciona os “quebradores de máquinas”, que agiram em muitas cidades inglesas nas primeiras décadas da industrialização. Alguns historiadores os consideram “rebeldes ingênuos”, enquanto outros os veem como “revolucionários conscientes”. Justifique as duas interpretações acerca do movimento. 
R: Os “quebradores de máquinas” foram membros de um movimento que surgiu como reação a um fenômeno gerado pela Revolução Industrial: a maquinização do processo produtivo, os membros deste movimento protestavam invadindo as fábricas e destruindo as máquinas que, ao seu ver, os prejudicavam.
Eles são considerados por alguns historiadores como “rebeldes ingênuos” devido, principalmente, à crença de que seria possível deter o processo de mecanização, industrialização e avanço das relações capitalistas fazendo uso da força.
Já outros historiadores os enxergam como “revolucionários conscientes”, pois eles compreendiam que os operários tinham consciência do papel que das máquinas e das fábricas exerciam em suas vidas, responsáveis pelo aumento do desemprego e pela precarização do trabalho, além de situá-los como precursores das lutas sociais do proletariado.
Questão 10:
Na Europa, até o século XVIII, o passado era o modelo para o presente e para o futuro. O velho representava a sabedoria, não apenas em termos de uma longa experiência, mas também da memória de como eram as coisas, como eram feitas e, portanto, de como deveriam ser feitas. Atualmente, a experiência acumulada não é mais considerada tão relevante. Desde o início da Revolução Industrial, a novidade trazida por cada geração é muito mais marcante do que sua semelhança com o que havia antes.
(Adaptado de Eric Hobsbawm, O que a história tem a dizer-nos sobre a sociedade contemporânea?, em: Sobre História. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 37-38.)
a) Segundo o texto, como a Revolução Industrial transformou nossa atitude em relação ao passado? 
R: Segundo o texto, antes da Revolução Industrial, o passado era visto como um modelo e os velhos representavam a sabedoria e a experiência. Depois do início da Revolução Industrial, os parâmetros que eram utilizados para definir algo como modelo mudaram, assim a novidade e a criatividade de cada geração eram mais marcantes do que os modelos do passado.
b) De que maneiras a Revolução Industrial dos séculos XVIII e XIX alterou o sistema de produção? 
R: A Revolução Industrial alterou de forma significativa o sistema de produção, promovendo a substituição da produção artesanal pelo sistema fabril. Antes a fabricação do material dependia da disposição, habilidade e destreza do trabalhador, pois eram eles que confeccionavam a peça toda, convertendo a matéria-prima em produto manufaturado. Com a Revolução Industrial, é implantado o sistema de fábricas, cuja utilização de máquinas impunham um ritmo de produção ao qual o trabalhador deveria se subordinar.
Independência dos Estados Unidos
Locke e a Independência
	O movimento de independência das treze colônias inglesas na América do Norte foi organizado a partir das ideias do filósofo inglês John Locke.
	Como um dos pensadores da Revolução Gloriosa inglesa, no final do século XVII (17), John Locke defendia a ideia de que era lícito ao povo rebelar-se contra o Estado, quando os governantes deixam de cumprir seu papel primordial, que era garantir aos indivíduos os direitos naturais, identificados como a felicidade, a liberdade e a prosperidade. A partir deste princípio, no final do século XVIII (18), com as tentativas do governo inglês de impor o pacto colonial, os colonos ingleses nas treze colônias passaram a reivindicar sua autonomia administrativa, que culminou na sua independência e no surgimento de um novo Estado – os Estados Unidos da América.
	A declaração de independência promulgada pelos colonos no Segundo Congresso Continental da Filadélfia (4 de julho de 1776) retrata o grau de influência do pensador inglês sobre o movimento dos colonos ingleses na América do Norte.
	A organização do Estado estadunidense é outro indicativo da influência das ideias da Revolução Gloriosa sobre a sociedade colonial inglesa na América do Norte. No preâmbulo da Constituição dos Estados Unidos, podemos identificar novamente as ideias defendidas por John Locke em sua obra “Segundo tratado sobre o governo”.
	“Nós, o povo dos Estados Unidos, a fim de formar uma União mais perfeita, estabelecer a justiça, assegurar a tranquilidade interna, prover a defesa comum, promover o bem-estar geral, e garantir para nós e para os nossos descendentes os benefícios da Liberdade, promulgamos e estabelecemos esta Constituição para os Estados Unidos da América.”
Preâmbulo da Constituição dos Estados Unidos da América.
	A independência das Treze Colônias inglesas na América está relacionada a uma série de fatores econômicos e políticos. Contudo, o texto introdutório nos leva a refletir sobre um outro aspecto de grande relevância nesse processo de emancipação – o ideológico.
	A partir do século XVII(17), uma corrente de novos pensadores europeus (iluministas) passou a criticar os defensores do absolutismo, os privilegiados de nascimento e o clero. Esses novos pensadores apregoavam uma nova maneira de organizar a sociedade, as leis e a forma de governar. Eles faziam parte de um movimento literário, político e filosófico denominado Iluminismo. Preocupados em erradicar o absolutismo, neutralizar a influência da Igreja e das velhas tradições por meio de um pensamento científico elaborado, buscavam, na ciência, a “iluminação” para os novos caminhos da sociedade. John Locke era um dos integrantes desse novo movimento, e suas ideias acabaram influenciando alguns dos líderes políticos que conduziram o processo de independência colonial.
Antecedentes Históricos
	Como já sabemos, o processo de colonização da América do Norte se deu em função das perseguições religiosas, deflagradas pela monarquia inglesa contra os protestantes que viviam na Inglaterra. É certo que outros fatores de ordem econômica e social também contribuíram para a emigração de boa parte dos colonos que haviam perdido suas terras em função dos cercamentos, contudo o motivo principal sempre esteve ligado às questões religiosas.
	Uma vez instalada no continente americano, as Treze Colônias fundadas pelos colonos ingleses assumiram características bastante diferenciadas entre si, tanto na forma de organização econômica quanto na de dominação política exercida pela Metrópole. As do Norte caracterizaram-se pela formação de pequenas propriedades (minifúndios), o número de escravos era bastante reduzido e, em sua grande maioria, os colonos trabalhavam a terra apenas com o auxílio dos membros de suas próprias famílias ou, no máximo, com o dos “servos de contrato”. Como o clima da região assemelha-se ao da Inglaterra, isso possibilitou o desenvolvimento dos mesmos produtos agrícolas que eram cultivados em seu país de origem: trigo, cevada e aveia. Esses produtos serviam, em grande parte, apenas para abastecer o mercado interno. O fato de as colônias do Norte não oferecerem melhores atrativos econômicos fez com que a Inglaterra se desinteressasse delas por um longo tempo. Em função disso, a região ficou mais livre das interferências políticas e das pressões econômicas exercidas pela Metrópole nas colônias do Sul. Esse fato tornou-se conhecido como negligência salutar, ou seja, os colonos dessa região, desfrutando de uma certa independência, cultivaram um sentido melhor de liberdade e, consequentemente, uma consciência democrática.
	As colônias do sul, em função de seu clima quente, desenvolveram a agricultura de grandes plantações (plantation), baseadas na monocultura de produtos tropicais (tabaco, algodão e arroz) destinados à exportação. O trabalho agrícola típico da região estava baseado na exploração da mão-de-obra e, em função dos interesses econômicos na região, a dominação inglesa foi bem mais ostensiva.
	Contudo, independentemente da região, até meados do século XVIII (18), a Inglaterra não havia exercido um domínio efetivo sobre suas colônias, em parte porque estava envolvida em guerras com outros países europeus e preocupada em solucionar problemas internos. Por outro lado, as leis que existiam eram pouco respeitadas. Esses fatos permitiram que as colônias passassem a desenvolver uma administração própria: a população escolhia os seus representantes para os cargos públicos; em assembleias, os colonos tomavam decisões políticas e estabeleciam regras para solucionar as questões mais urgentes. Em cada colônia, existia um governador escolhido pela Coroa inglesa, contudo o poder das assembleias era efetivamente maior.
	Com toda essa “liberdade”, os colonos ingleses da América do Norte não se sentiam efetivamente cerceados pela Inglaterra, tanto que desenvolveram ao longo dos anos um verdadeiro mercado interno, passando inclusive a comercializar com outros países. Essa realidade, entretanto, começou a mudar a partir da segunda metade do século XVIII (18).
Mudanças na Política da Metrópole com relação às Colônias da América
	A implantação da monarquia parlamentarista, na Inglaterra, deu estabilidade política ao país. A partir desse momento, a burguesia local passou a exercer uma forte influência nas decisões políticas dentro do Parlamento. A convergência desses dois fatores possibilitou um grande desenvolvimento econômico no país, o que permitiu que a Inglaterra promovesse, no século XVIII (18), uma verdadeira revolução industrial.
	Fatores de ordem política fizeram com que a Inglaterra se envolvesse em guerras com diferentes países da Europa, como foi o caso da Guerra dos Sete Anos (1756-1763), contra a França, conflitos que se estenderam mais tarde para a América. Durante algum tempo, esses dois países já disputavam a posse de certas regiões no interior da América do Norte. O número de habitantes das colônias inglesas crescia, penetrando, a oeste, a partir da cadeia montanhosa dos Apalaches. A busca por novos territórios e a caça de animais de pele rara provocaram inúmeros conflitos com as comunidades indígenas existentes na região, bem como com os franceses que até então controlavam boa parte dessas terras. A guerra entre França e Inglaterra foi também, em grande parte, consequência dessas confrontações em território americano. A França, derrotada, acabou por ceder boa parte de seu território na América, as Antilhas e a Índia, sua mais importante colônia.
	Depois de tomarmos conhecimento de todas essas situações, a questão que nos colocamos é para saber de que maneira a industrialização da Inglaterra e a Guerra dos Sete Anos contribuíram para o processo de independência das Treze Colônias.
►	A Inglaterra saiu vitoriosa do conflito, porém de cofres vazios. Os custos da guerra, a ocupação e a instalação de uma nova administração nos novos territórios conquistados exigiram a aplicação de mais recursos, fato que veio gerar uma grave crise econômica na Inglaterra. Em face de tal situação, o Parlamento inglês aprovou o aumento dos impostos para a Colônia, os quais foram mal recebidos pelos colonos.
►	Durante a guerra, muitos colonos lutaram no exército inglês contra a França, fato que estimulou o sentimento de nacionalidade e revelou líderes locais, como George Washington. As experiências militares adquiridas pelos colonos, durante esses conflitos, seriam futuramente empregadas contra os próprios ingleses.
►	A conquista inglesa dos territórios franceses na América dissipou em grande parte os focos de conflitos das regiões, o que fez com que os colonos ingleses se sentissem mais livres e menos dependentes do poderio militar inglês.
►	Em relação ao processo de industrialização na Inglaterra, a questão estava diretamente relacionada à conquista de novos mercados consumidores. Como as colônias já comercializavam entre si e mesmo com outros países, a Inglaterra procurou impor leis coercitivas a esse comércio, o qual, além de não trazer lucros para os cofres ingleses, passava a concorrer com as próprias indústrias inglesas.
	Na intenção de impedir essa concorrência e reservar mercado para os seus produtos, o governo inglês, por meio do seu Parlamento, baixou inúmeros decretos restringindo a relativa autonomia colonial (Negligência Salutar). Passou a combater severamente o seu comércio interno, e aquele que os colonos realizavam com as Antilhas foi considerado contrabando. Proibiu-se também, entre outras coisas, que a Colônia continuasse a fabricar tecidos, a fundir e a produzir produtos derivados de ferro e, sobretudo, a realização do comércio triangular com as Antilhas.
	Algumas colônias comercializavam madeira, peixe, gado e outros produtos alimentícios com as Antilhas, de onde, por sua vez, compravam melaço, açúcar e rum.
	O melaço comprado nas Antilhas era transformado em rum e, com outras aquisições efetuadas na América Central, era vendido na África. No continente africano, os comerciantes ingleses compravam escravos, os quais, por sua vez, eram revendidos nas Antilhas e nas colônias do Sul.
	Posteriormente, esse comércio adquiriuoutras proporções, chegando até mesmo à Europa, onde o açúcar e o melaço eram trocados por tecidos e outros produtos manufaturados, como, por exemplo, ferragens.
	Essas e outras medidas adotadas pela Coroa inglesa acabaram por provocar a reação dos colonos e daqueles que até então haviam se beneficiado do comércio com outros países. Foi dentro desse contexto de insatisfação e revolta que surgiram, de forma mais acentuada, entre a população local, os ideários de liberdade apregoados pelos pensadores iluministas. Por outro lado, a Inglaterra dava sinais de estar decidida a colocar definitivamente em prática o antigo Pacto Colonial:
►	Lei do Açúcar – em 1764, o governo inglês estabeleceu uma alta taxação do açúcar e de seus derivados, sobretudo o melaço. Por meio dessa medida, ele buscava coibir o contrabando de todo o açúcar que não fosse proveniente das Antilhas Britânicas.
►	No ano seguinte, o governo britânico aprovou um decreto que determinava a implantação de efetivos militares ingleses nas colônias do território americano.
►	Lei do Selo – a Inglaterra estabeleceu que todo documento oficial, jornais e livros que circulassem na Colônia deveriam portar um selo obrigatório da Coroa. Esta selagem implicava o pagamento de taxas à Metrópole.
►	Em 1767, a taxação aplicada ao chá, produto bastante consumido pelos colonos.
	As reações contra essa medida foram imediatas: em Boston, por exemplo, a população tomou as ruas em forma de protesto. O governo inglês reagiu, enviando soldados que atiraram contra centenas de colonos. Esse episódio ficou conhecido como o Massacre de Boston. Mais tarde, em 1773, um outro episódio político esteve relacionado à questão do chá. Neste ano, o Parlamento inglês concedeu o monopólio do comércio desse produto à Companhia das Índias Ocidentais. Por meio desse ato, o governo buscava controlar a venda do chá e combater o seu contrabando realizado na América por outros países, como a Holanda. Os comerciantes e colonos americanos organizados realizaram inúmeras manifestações contra a Metrópole; a mais célebre ocorreu no Porto de Boston: comerciantes e colonos, disfarçados de índios, invadiram alguns navios da companhia que se encontravam atracados no porto e lançaram ao mar o seu carregamento de chá. Em represália aos atos de vandalismo, foram determinando medidas punitivas: O Porto de Boston foi fechado até que se pudessem pagar as indenizações aos navios britânicos; os envolvidos foram julgados na Inglaterra; a região de Massachusetts, onde se localizava o Porto de Boston, foi ocupada, perdendo, então, parte de sua autonomia política e administrativa.
	Essas leis foram reconhecidas pelos americanos como Leis Intoleráveis.
A Luta pela Independência
	Em virtude dessas Leis Intoleráveis, o clima de hostilidade mútua desenvolvido ao longo dos anos chegou ao seu ponto crítico. Os colonos se organizaram e enviaram seus delegados a um Congresso na Filadélfia, para exigir a supressão imediata dessas leis. Firmou-se naquele evento uma Declaração dos Direitos dos Colonos, na qual se pedia a supressão das limitações ao comércio e à indústria, bem como dos impostos abusivos. Não houve, contudo, uma tomada de posição mais radical, para romper os laços coloniais com a Inglaterra; o Congresso decidiu manter lealdade ao rei. A reação do governo britânico, entretanto, foi violenta: colocou suas tropas contra os colonos, iniciando assim uma guerra civil. O conflito armado iniciou-se em 1776, nas cidades de Lexington e Concord, assumindo agora uma outra conotação: os colonos passaram a lutar pela independência.
	Em face das hostilidades, convocou-se um segundo Congresso na Filadélfia. As posições assumidas nesse evento demonstravam claramente a intenção de se lutar pela independência. Para tanto, decidiu-se formar um exército nacional, comandado por George Washington, e declarar guerra à Inglaterra. Grande conhecedor das ideias de John Locke e de outros pensadores iluministas, o advogado Thomas Jefferson, juntamente com Benjamin Franklin e outros intelectuais americanos redigiram a Declaração de Independência dos Estados Unidos, promulgada em 4 de julho de 1776. Contudo, a independência não seria conquistada simplesmente com a sua promulgação. Foram necessárias muitas batalhas contra a Metrópole até que, definitivamente, os colonos conseguiram vencer a guerra.
	“É importante lembrar que não havia na América do Norte, de forma alguma, uma nação unificada contra a Inglaterra. Na verdade, as Treze Colônias não se uniram por sentimento nacional, mas por um sentimento antibritânico. Era o crescente ódio à Inglaterra, não o amor aos EUA (que nem existiam), que tornava forte o movimento pela independência. Mesmo assim, esse sentimento a favor da independência não foi unânime desde o princípio. (...) Tanto entre as elites do norte como as do sul, outro medo era forte: o de que um movimento pela independência acabasse virando um conflito interno incontrolável, em que os negros ou pobres acabassem interpretando os ideais de liberdade como aplicáveis a eles também.”
KARNAL, Leandro. Estados Unidos: a formação da nação. 1. ed. São Paulo: Contexto, 2001. p. 81 (Coleção Repensando a História). www.editoracontexto.com.br
Declaração de Independência dos Estados Unidos
	“Consideramos como uma das verdades evidentes por si mesmas que todos os homens são criados iguais; que receberam de seu Criador certos direitos inalienáveis, entre os quais figuram a vida, a liberdade e a busca da felicidade; que os governos foram estabelecidos precisamente para manter esses direitos, e que seu legítimo poder deriva do consentimento de seus governados; que cada vez que uma forma de governo se manifesta inimiga desses princípios, o povo tem o direito de mudá-la ou suprimi-la e estabelecer um novo governo, baseando-se naqueles princípios e organizando seus poderes segundo formas mais apropriadas para garantir a segurança e a felicidade. A prudência exige que os governos estabelecidos desde muito tempo não devem ser modificados por motivos fúteis e passageiros. (...) Mas, quando uma série de abusos e usurpações convergem invariavelmente para o mesmo fim e demonstram o objetivo de submeter o povo a um despotismo absoluto, é direito do povo, e até seu dever, rejeitar tal governo e buscar novas garantias de sua segurança futura. Tal é a situação das colônias agora, e daí a necessidade que as obriga a mudar seu antigo sistema de governo.” (Trecho da Declaração de Independência).
	A partir do momento em que a luta assumiu contornos de guerra contra a Metrópole, George Washington assumiu o comando das tropas americanas.
	Os americanos, infinitamente menos preparados que os ingleses, perderam muitas batalhas, mas, mesmo assim, conseguiram enfraquecer consideravelmente o exército britânico. Na Batalha de Saratoga (1777), as tropas americanas alcançaram uma importante vitória contra o exército inglês. Enquanto a luta transcorria na América, Benjamin Franklin, na Europa, conseguia o apoio da França e da Espanha. Com ajuda desses aliados, os americanos derrotaram, finalmente, a Inglaterra na Batalha de Yorktown. Em 1783, por meio do Tratado de Paris, a Inglaterra reconhecia a independência de suas colônias.
A Formação do Primeiro Governo Republicano na América
	Desde o início do período das colonizações, pela primeira vez uma Colônia conseguia a sua independência. Os colonos ingleses da América do Norte almejavam criar um país livre, baseado nos fundamentos da filosofia iluminista; contudo, a primeira dificuldade com que se depararam foi o fato de possuírem várias colônias, cada uma lutando por seus interesses particulares. Essa situação estava relacionada à Declaração de Independência fixada pelo Congresso da Filadélfia, que elaborou as bases do novo sistema de governo, definindo-se pelo regime de confederação, ou seja, cada Estado (cada uma das Treze Colônias) passava a ter sua autonomia. Com o fim da guerra, o inimigo comum deixava de existir, contudo o “país” estava arrasado e envolto em enormes problemas econômicos e políticos.Com a intenção de se evitar a anarquia e uma possível fragmentação política e territorial dos Estados Confederados, convocou-se, em 1787, uma Convenção Constitucional (Assembléia Constituinte), na Filadélfia, para se elaborar a Constituição daquele que viria a ser o novo país – os Estados Unidos da América.
	Devemos ressaltar que, entre os participantes da Constituinte, as ideias em torno do novo regime político a ser adotado estavam longe de ser unanimidade; existiam grandes divergências entre eles. Os republicanos, liderados por Thomas Jefferson, defendiam a completa autonomia dos estados, os quais estariam congregados em torno de um poder central meramente simbólico. George Washington e Alexandre Hamilton, líderes federalistas, defendiam um poder central forte que pudesse congregar em torno de si todos os estados.
	A partir dessas duas tendência políticas, foi elaborada a Constituição de 1787, a qual definia o regime do novo país como República Federativa Presidencialista.
	Mas afinal, em que consistia efetivamente esse regime político?
	A base teórica fora extraída da filosofia iluminista, a qual, entre outras proposições, apregoava a ideia de um regime político baseado em uma espécie de contrato social entre Estado e sociedade civil. Nesse regime, o poder político seria dividido em três diferentes níveis: Executivo, Legislativo e Judiciário, estrutura que possibilitaria um maior equilíbrio administrativo. O Legislativo ficou composto por duas câmaras (a dos deputados e a dos senadores), o Executivo, representado pelo presidente e vice-presidente da República, eleitos por um período de quatro anos, e o Judiciário, pelos juízes e tribunais. Uma vez definido o regime político constitucional, George Washington foi eleito o primeiro presidente dos Estados Unidos.
	A independência dos Estados Unidos teve enorme repercussão na Europa, mas sobretudo nas Américas, pois, pela primeira vez, uma colônia rompia com a sua Metrópole. Esse fato exerceu grande influência nos diversos países da América em sua luta pela emancipação política, o que veio a acontecer a partir do século XIX.
	NOME: Amanda Campos de Paiva Almeida
	RM: 101433
	Tipo de Ensino:
	Médio:
	X
	Técnico:
	
	Módulo/Série:
	1º
	X
	2º
	
	3º
	
	4º
	
	Habilitação: História
	Conteúdo: EUA, da Colônia à Independência
Competências: Criticar, analisar e interpretar fontes documentais de natureza diversa.
	PROVA:
	Mensal:
	X
	Bimestral:
	
	Prog. Parcial:
	
	Outros:
	
	 
	Menção:
	MB
	
	B
	
	R
	
	I
	
	Professor(a):Celso Luiz Lucas
	Observações: Editem o trabalho e respondam no próprio formulário, estando pronto enviem para o endereço eletrônico do professor; rasura anulam-nas; .
Questão 1:
Por que os direitos devem ser apresentados numa declaração? Por que os países e os cidadãos sentem a necessidade dessa afirmação formal? Em 1776, as palavras “carta”, “petição” pareciam inadequadas para a tarefa de garantir os direitos. “Petição” implicava um pedido ou apelo a um poder superior, e “carta” significava frequentemente um antigo documento ou escritura. “Declaração” tinha um ar menos submisso. Jefferson, portanto, começou a Declaração de Independência com a seguinte explicação da necessidade de declará-la: “Quando, no curso dos acontecimentos humanos, torna-se necessário que um povo dissolva os laços políticos que o ligam a outro e assuma entre as potências da terra a posição separada e igual a que lhe dão direito as Leis da Natureza e do Deus da Natureza, um respeito decente pelas opiniões da humanidade requer que ele declare as causas que o impelem à separação.” 
Adaptado de HUNT, Lynn. A invenção dos direitos humanos: uma história. São Paulo: Cia. Das Letras, 2009.
A Declaração Unânime de Independência dos Treze Estados Unidos da América representou, à época, uma mudança quanto ao entendimento dos direitos dos habitantes das colônias. 
A partir do texto, apresente um aspecto que caracteriza essa mudança. 
Identifique, também, dois movimentos políticos, ocorridos no mundo ocidental, associados às repercussões internacionais dessa declaração. 
R: Como descrito no texto acima, a Declaração Unânime de Independência dos Treze Estados Unidos da América visava uma denotação mais autônoma, como por exemplo o fato de ser uma “declaração” e não uma “carta” ou “petição”, demonstrando uma nova estratégia de luta política, menos submissa frente às determinações da metrópole, indicando uma busca ao “direito natural” à liberdade. Esse documento tornou-se a referência do início das lutas de emancipação daquela colônia e também manifesto de uma nova forma de encaminhar reivindicações políticas e sociais.
Os conflitos que afetaram as treze colônias americanas, demonstravam o repúdio às políticas alfandegárias e tributárias associadas ao controle britânico sob a colônia, esses conflitos buscavam a liberdade, a autonomia dos povos e faziam uma crítica à dominação inglesa. Por esses motivos houve uma repercussão internacional e declaração foi associada à defesa do liberalismo político, influenciando eventos como: a Inconfidência Mineira, na América Portuguesa e as revoltas de colonos, na América Espanhola.
Questão 2:
Exposição Internacional de Filadélfia, ocorrida em 1876, integrou o conjunto das exposições universais do século XIX e promoveu também as comemorações do centenário da declaração de independência dos Estados Unidos.
Apresente uma das repercussões dessa declaração de independência para o continente americano, em finais do século XVIII. Em seguida, identifique duas características da Exposição Internacional de Filadélfia que simbolizavam as transformações em curso na sociedade norte-americana naquele momento. 
R: As colônias inglesas foram as primeiras a conseguir sua Independência, por meio de várias lutas e uma guerra civil. A vitória dos colonos americanos, o surgimento dos EUA e a decretação de sua constituição contribuíram para estimular outros movimentos de rebeldia e de defesa do emancipacionismo, valorizando preceitos como: expansão de ideias liberais, a valorização do direito à liberdade de povos e nações; expansão de ideais federalistas, expansão do constitucionalismo. O ato de resistir ao domínio inglês e vencer, foi muito inspirador para as demais colônias da América, já que serviu de exemplo de luta contra o domínio dos países colonizadores.
A Exposição Internacional de Filadélfia pretendia difundir a modernidade capitalista norte-americana naquele momento, visando demonstrar ao mundo sua grandeza novamente, mesmo após uma guerra civil, além de desejar unificar a nação americana por meio do sentimento de patriotismo. Na exposição buscou-se destacar: a expansão da industrialização, a valorização dos progressos tecnológicos e científicos e a afirmação internacional da projeção comercial e econômica norte-americana.
Questão 3:
Às vésperas da independência das 13 colônias inglesas na América, em janeiro de 1776, Thomas Paine publica o seu famoso panfleto Senso Comum, no qual defendia enfaticamente a separação da Inglaterra: 
“A Inglaterra é, apesar de tudo, a pátria-mãe, dizem alguns. Sendo assim, mais vergonhosa resulta sua conduta, porque nem sequer os animais devoram suas crias nem fazem os selvagens guerra a suas famílias; de modo que esse fato volta-se ainda mais para a condenação da Inglaterra. [...] Europa é a nossa pátria-mãe, não a Inglaterra. Com efeito, este novo continente foi asilo dos amantes perseguidos da liberdade civil e religiosa de qualquer parte da Europa [...] a mesma tirania que obrigou os primeiros imigrantes a deixar o país segue perseguindo seus descendentes”.
A partir da leitura do documento acima, faça o que se pede nos itens abaixo.
a) Explique as razões para a referência que o autor do panfleto faz à “vergonhosa conduta” e à “tirania” para descrever as relações da Inglaterra com suas colônias nesse momento.
R: O autor do panfleto revela um desagrado em relação as atitudes da Inglaterra acerca de suas colônias. A Inglaterra era umas das maiores potências nesse período, possuindo muitas colônias espalhadas

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