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CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA MICHEL DOUGLAS ARAÚJO DOS SANTOS UM BREVE ESTUDO SOBRE A ENERGIA HELIOTÉRMICA Aracaju - SE Novembro/ 2018 MICHEL DOUGLAS ARAÚJO DOS SANTOS UM BREVE ESTUDO SOBRE ENERGIA HELIOTÉRMICA Projete de Pesquisa sobre “Energia Heliotérmica” da disciplina de Práticas de Pesquisa na Área de Engenharia, turma N01, do curso de Engenharia Elétrica, ministrada pelo Prof. Renan Tavares, na Universidade Tiradentes, como nota parcial da segunda unidade. Aracaju - SE Novembro/ 2018 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO..........................................................................................4 2. JUSTICATIVA...........................................................................................5 3. OBJETIVOS..............................................................................................5 3.1. OBJETIVO GERAL.........................................................................5 3.2. OBJETIVOS ESPECIFICOS..........................................................5 4. ENERGIA HELIOTÉRMICA......................................................................6 4.1. TIPOS DE COLETORES DA ENERGIA HELIOTÉRMICA.............7 4.1.1. CALHA PARABÓLICA.........................................................7 4.1.2. TORRE SOLAR...................................................................8 4.1.3. FRESNEL.............................................................................9 4.1.4. DISCO PARABÓLICO.......................................................10 4.2. ARMAZENAMENTO TÉRMICO...................................................10 5. CONCLUSÃO.........................................................................................12 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................13 4 1. INTRODUÇÃO Desde os tempos mais primórdios, existiu sempre a busca por geração de energia e essa busca foi dando origem a várias fontes de energia elétrica. O tipo de gerar energia foi tendo que ser aperfeiçoada primeira para adaptar-se com os recursos disponíveis em cada região, já que a depender do local, cada qual tem certas características e particularidades que fazem toda diferença na geração da energia elétrica. Em especial nesse século XXI, a preocupação com a sustentabilidade do mundo foi tornando cada vez mais urgente e necessária, assim abrindo espaço para as fontes renováveis que tinham foco de reduzir os impactos causados pelas fontes existentes. Apesar de tantos esforços, o mundo ainda continua produzindo energia utilizando de fontes não renováveis como carvão, petróleo, nuclear, entre outros. No caso particular do Brasil, a matriz energética tem sua maior parte composto por hidráulica, que apesar de por alguns ser considerado um tipo de fonte renovável, tem mostrado que sustentavelmente não é a opção mais viável. O Brasil tem crescido bastante o uso de fontes renováveis, em especial a eólica que tem tido um crescente considerável nos últimos anos. Outro tipo de energia que tem tornando-se popular no país é a energia solar, um tipo de fonte que tem sido utilizada principalmente em geração de energias para ambientes residenciais, comerciais e industriais. Além do sol proporcionar a utilização da energia solar, também pode ser utilizado para geração de energia heliotérmica. A heliotérmica é uma fonte de energia mais recente, em especial no Brasil que ainda não tem investido nesse tipo de fonte renovável. Utilizando da radiação solar, esse tipo de fonte de energia apresenta fortes vantagens para ser implementada no Brasil, porém a falta de incentivo e alto custo da implementação e manutenção das usinas heliotérmicas, tornam o projeto inviável e pouco conhecido no mercado de geração de energia. 5 2. JUSTIFICATIVAS O uso de fontes alternativas de energia tem se tornando uma necessidade cada vez mais urgente nos dias atuais que vivemos. É necessário ter uma preocupação maior com toda a problemática ambiental que a maioria das fontes de geração de energia têm. O consumo de energia é algo que nunca para ou diminui em quantidade, ao contrário, ao passar do tempo só tem crescido bastante, o que aumenta a necessidade de reduzir os impactos da poluição e os riscos durante a manutenção ou geração. Nisso, surge a energia heliotérmica que é um tipo de geração de energia, mais recente, totalmente renovável e que utiliza de um recurso natural da forma correta. Esse tipo de energia é ainda muito pouco conhecido e difundido no país, mas em outros países como Espanha e Austrália, tem fortemente investido na geração heliotérmica, com ótimos resultados. A importância e necessidade de difundir mais esse tipo de fonte de energia, é explicada por conta de ainda ser menos conhecidas dentre as energias renováveis e por também ter várias formas de aplicabilidade e vários aspectos que podem ser melhorados, já que ainda é uma tecnologia na geração de energia bastante recente. 3. OBJETIVOS 2.1. OBJETIVO GERAL • Apresentar a energia heliotérmica como uma importante fonte alternativa para a geração de energia. 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Estudar e compreender todo o processo de geração de energia heliotérmica; • Apresentar as vantagens obtidas com a fonte de energia heliotérmica; • Fazer uma pesquisa sobre usinas heliotérmicas já existentes. 6 4. ENERGIA HELIOTÉRMICA A energia heliotérmica, também conhecida como Concentrating Solar Power – CSP, utiliza como princípio para produção de energia o acúmulo do calor proveniente dos raios solares pela reflexão e pela concentração da luz solar, com espelhos – o calor do sol aquece água e gera vapor. A partir de então, a usina heliotérmica segue os mesmos processos de uma usina termoelétrica, utilizando o vapor gerado para movimentar a turbina que aciona o gerador de energia elétrica. [2] É um tipo de forma de obtenção indireta segundo a definição é maneira onde precisará ocorrer mais de uma transformação para que exista uma energia utilizável pelo o homem. Esse tipo de geração de energia tem um processo chamado de heliotérmico, onde a energia solar é convertida primeiramente para energia térmica, e depois é convertida para energia elétrica. [2] Na conversão de energia solar a partir da heliotérmica utiliza-se espelhos chamados de coletores ou helióstatos, os espelhos acompanham a posição do sol ao longo do dia e refletem os raios solares para um foco, onde ali se encontra o receptor. Esse calor é transferido para um fluido absorvedor, que podem ser óleos sintéticos, sal fundido, água e ar. Em sequência os fluidos aquecidos são expandidos diretamente através de uma turbina. A partir desse ponto o processo é similar ao de uma termelétrica convencional. [3] Basicamente, uma planta heliotérmica funciona da seguinte forma: a radiação solar direta é concentrada em um ponto (ou ao longo de um linha) no qual existe um fluxo de fluido de transferência de calor. Após a troca de calor, o fluido vai para o bloco de potência onde sua alta energia térmica é transformada em energia mecânica na turbina, e posteriormente em energia elétrica no gerador. O fluido de transferência de calor é resfriado e então volta para o ciclo. Caso a planta tenha armazenamento, a energia térmica excedente durante o dia é armazenada para que seja utilizada após o pôr do sol. [1] 7 Figura 1: Esquema da geração de energia heliotérmica.[7] 4.1. TIPOS DE COLETORES DA ENERGIA HELIOTÉRMICA Existe vários tipos vários tipos de heliotérmica, o que difere cada uma é o seu mecanismo de concentração solar. Elas são: Calha parabólica, Torre Solar, Fresnel e Disco Parabólico. [2] Eles diferem em relação às estruturas físicas, como formato e dimensõesdos espelhos, movimentação em relação ao sol e, também, em relação à temperatura atingida pelo fluido de trabalho após o aquecimento. [4] 4.1.1. CALHA PARABÓLICA Nesse coletor, também chamado de cilindro parabólico, os raios solares são refletidos em um longo cilindro parabólico em tubos localizados no ponto focal dos espelhos, se movimentando em um eixo ao longo do dia para acompanhar o sol. É a tecnologia mais avançada até o momento, fazendo com que sua construção, operação e manutenção já sejam mais conhecidas e utilizadas. Algumas desvantagens advêm do fato dessa configuração utilizar coletores móveis, o que aumenta as chances de problemas mecânicos nas juntas, e de possíveis vazamentos. Adicionalmente, por ter foco linear, o sistema opera em temperaturas não tão elevadas (400° C ou menos), resultando em menor eficiência. [3] 8 Figura 2: Diagrama esquemático e imagem real de um sistema heliotérmco com calha parabólica. (Nevada Solar One, US) [5] 4.1.2. TORRE SOLAR Consiste num conjunto de espelhos orientados de forma a direcionar a luz solar em um único ponto no topo de uma torre, onde fica o coletor. Ao direcionar a energia solar em um único ponto, é possível atingir temperaturas maiores, o que aumenta a eficiência no processo de conversão e no armazenamento (necessita menor volume para a mesma energia). No entanto, maiores temperaturas exigem o emprego de materiais mais resistentes, e, logo, mais caros. Além disso, a torre solar requer que os espelhos tenham seguidores de dois eixos para poder ajustar o foco exatamente no coletor durante todo o dia. [3] Figura 3: Diagrama esquemático e imagem real de um sistema heliotérmico com torre solar. (Usina PS10, Espanha) [5] 4.1.3. FRESNEL 9 Essa tecnologia apresenta espelhos planos ou levemente curvados que concentram a luz solar em um tubo fixo horizontal. A grade promessa dessa tecnologia é a redução de custos, por ter design é simples e de fácil construção, e utilizar um fluido de baixa temperatura de trabalho, o que torna o sistema barato. Adicionalmente, a configuração dos espelhos (na horizontal) diminui o efeito de ventos na estrutura, em comparação com as demais configurações, o que diminui os gastos em estrutura. No entanto, a simplicidade do design e a baixa temperatura de trabalho implicam em uma menor eficiência na absorção e na conversão da energia térmica em eletricidade. [3] Figura 4: Diagrama Esquemático e imagem real de um sistema heliotérmico com Fresnel. (AREVA Solar, US) [4] 4.1.4. DISCO PARABÓLICO Um refletor parabólico em forma de disco é montado em uma estrutura que efetua o seguimento solar em dois eixos e concentra os raios solares num receptor situado no foco do espelho. A estrutura dos coletores solares e o receptor movem-se juntos à medida em que o conjunto se movimenta durante o rastreio solar. Pode ser instalada em terrenos acidentados já que os discos são independentes fisicamente uns dos outros. Além disso, o acoplamento do gerador ao receptor disco parabólico contribui para menores perdas de energia térmica. [4] A tecnologia do sistema disco parabólico, tem alta eficiência na concentração de calor e baixa perda térmica, por rastrear o sol em dois eixos, e porque o calor focado é aplicado diretamente para a unidade de calor do motor- gerador. Por isso, possui as maiores taxas de concentração e por essa razão é o coletor mais eficiente. Consequentemente, atinge temperaturas muito elevadas, no entanto, os custos de instalação tendem a ser mais elevados do 10 que os custos da calha parabólica, refletor Fresnel e sistemas de torre central. [5] Figura 5: Diagrama Esquemático e imagem real de um sistema heliotérmico com Disco Parabólico. (Maricopa Solar Project, US) [9][10] 4.2. ARMAZENAMENTO TÉRMICO O armazenamento térmico tem sua eficiência bastante elevada (95% ou mais), tornando-a uma opção mais atrativa do que o armazenamento em usinas fotovoltaicas. Primeiramente, pode-se dizer que a inércia térmica do fluido de transferência de calor (FTC), existente especialmente nos tubos das plantas de cilindro parabólico, já representam uma espécie de armazenamento que permite regular flutuações de curto prazo na irradiação solar, outra solução de curto prazo é o uso de vasos pressurizados para acumular vapor. É uma forma simples e barata de armazenamento, porém, além da pouca capacidade, é pouco eficiente. Para armazenamentos mais longos, geralmente o FTC ao sair dos coletores passa por um trocador de calor para aquecer um fluido de armazenamento de calor, geralmente sal fundido. O sal fundido é armazenado em tanques, e quando necessário o processo inverso ocorre: a energia térmica contida no sal é transferida ao FTC. Esse modelo é o mais observado nas plantas heliotérmicas com armazenamento. É fácil de operar e pode armazenar grandes quantidades de energia. No entanto, o armazenamento indireto prejudica a eficiência em função das perdas no processo de troca de calor. A solução que deriva deste problema 11 consiste em eliminar o trocador de calor e utilizar o próprio sal como FTC e fluido de armazenamento. Nesta configuração o sal é aquecido diretamente nos coletores e na sequência passa pelos tanques de armazenamento para depois ser utilizado no gerador de vapor. Por outro lado, o uso do sal fundido como FTC apresenta a desvantagem de necessitar a prevenção contra congelamento dentro dos coletores, exigindo que no final do dia o sal presente em campo seja bombeado para os tanques. As plantas heliotérmicas mais atuais têm utilizado essa última alternativa de armazenamento. [3] 5. CONCLUSÃO 12 Em virtude de todos os fatos mencionados, a energia heliotérmica é uma importante fonte de geração de energia para os dias atuais. Com todos os impactos causados por as demais fontes de energia, justamente as mais utilizadas no mundo, o uso de fontes renováveis é uma forma de diminuir todo mal causado ao planeta durante anos. É inegável que o mundo continuará em constante evolução e isso pode implicar em mais uso de energia elétrica, sendo assim a única solução é investir em tecnologias que utilizam-se de recurso naturais sem agredir a natureza, também apresentando bom rendimento, nisso as heliotérmicas preenchem muito bem a esses requisitos. Pensando de forma mais específica, o Brasil poderia investir mais em usinas heliotérmicas, como uma forma de poupar toda a água desperdiçada durante a geração de energia. Um ponto forte a favor da heliotérmicas no Brasil é o fato do país produzir um clima muito propício para a irradiação solar, especificamente no Nordeste. Pensando não somente no lado ambiental, também representaria um grande impacto no mercado de trabalho, uma vez que necessitaria de especialização na área, uma vez que a maior parte ainda desconhece desse tipo de tecnologia. O maior problema das heliotérmicas realmente é a questão financeira, por conta de ser uma tecnologia mais recente, tem poucas opções de equipamentos, porém ao longo dos anos esse preço possa vim a ser barateado, como tem acontecido com a solar e eólica. 6. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO 13 [1] BRANCALIÃO, N. Sistemas heliotérmicos: recurso solar, tecnologia e infraestrutura. Universidade de Brasília. 2015.. Disponível em: < http://bdm.unb.br/bitstream/10483/13562/1/2015_NathanF.S.Brancaliao.pdf >. Acesso em: 18 nov. 2018. [2] NÓBREGA, A. Energia solar amplia a característica sustentável da matriz elétrica do Brasil. FGV Energia. 2016. Disponível em: < http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/bc/article/viewFile/64095/62083 >. Acesso em: 19 nov. 2018. [3] TOLMASQUIM, M. T. Energia Renovável: Hidráulica, Biomassa, Eólica, Solar, Oceânica. Rio de Janeiro: EPE, 2016.Disponível em: < http://www.epe.gov.br/sites-pt/publicacoes-dados abertos/publicacoes/PublicacoesArquivos/publicacao- 172/Energia%20Renov%C3%A1vel%20-%20Online%2016maio2016.pdf>. Acesso em: 19 nov. 2018. [4] MARANHÃO, I. Estudo sobre a tecnologia heliotérmica e sua viabilidade no brasil. 2014. Disponível em < http://bdm.unb.br/bitstream/10483/9376/1/2014_IsabelaMartinsMaranhao.pdf>. Acesso em 19 nov. 2018. [5] BIANCHINI, H. Avaliação comparativa de sistemas de energia solar térmica. UFRJ. 2013. Disponível em: < http://www.monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10006094.pdf>. Acesso em: 19 nov. 2018. [6] Energia heliotérmica é renovável, mas incipiente no Brasil. AECweb. Disponível em: < https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/energia-heliotermica-e- renovavel-mas-incipiente-no-brasil_12417_10_0 >. Acesso em: 19 nov. 2018. [7] Energia heliotérmica: entenda como funciona. Portal Solar. Disponível em: < https://www.portalsolar.com.br/blog-solar/energia-solar/energia-heliotermica- entenda-como-funciona.html >. Acesso em: 19 nov. 2018. [8] Matriz energética e elétrica. EPE - Empresa de Pesquisa Energética Disponível em: < http://www.epe.gov.br/pt/abcdenergia/matriz-energetica-e- eletrica >. Acesso em: 20 nov. 2018. [9] Maricopa Solar. Mortenson. Disponível em: < https://www.mortenson.com/solar/projects/maricopa-solar>. Acesso em: 20 nov. 2018. [10] MAGALHÃES, L.F. VIEIRA, R. Estudo de um ciclo stirling utilizando energia Solar. UFES. 2015. Disponível em: <http://www.engenhariamecanica.ufes.br/sites/engenhariamecanica.ufes.br/file s/field/anexo/2015.1_-_renata-e-luiz-_13-07-2015_-_versao_final.pdf>. Acesso em: 20 nov. 2018.
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