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GÁS NATURAL: CADEIA PRODUTIVA, TRANSPORTE E UTILIZAÇÃO COMO FONTE DE COMBUSTÍVEL SUSTENTÁVEL BRUNO LUIS DE OLIVEIRA MARINO1, JOSÉ ANTONIO DE CAMPOS BADIN2 1 Graduado do Curso de Engenharia de Produção, Faculdade Integração Tietê – SP, Email: blomarino@gmail.com 2 Professor, José Antonio de Campos Badin, Faculdade Integração Tietê – SP, Email: jose.badin@fatec.sp.gov.br RESUMO Nos últimos anos, a perspectiva em torno da utilização do gás natural (GN), como alternativa de combustível em substituição à gasolina e ao etanol, vem despertando grande interesse em investidores, porém a participação desse combustível no segmento veicular ainda tem uma parcela muito pequena em relação ao seu uso, nas indústrias e na matriz energética brasileira. Os altos investimentos que circulam a respeito deste combustível, desde a produção até seu destino final, contribuem para uma desaceleração da sua inserção no mercado, para fazer frente aos outros combustíveis. Outro agravante é que toda combustão libera gases tóxicos ao meio ambiente. Assim, o presente trabalho objetiva vislumbrar a sistemática do uso do gás natural veicular comprovando sua sustentabilidade, com um estudo de emissão de monóxido de carbono (CO) causada por automóveis movidos a gás natural versus gasolina e etanol. Primeiramente, são apresentados alguns conceitos sobre o gás natural para agregar conhecimento nessa área, abordando a cadeia produtiva, desde a forma que se apresenta na natureza, suas propriedades, principais técnicas e características de produção, transporte, distribuição e aplicações no mercado. A conclusão dos dados e das técnicas aplicadas consolida o GN como uma importante fonte alternativa não renovável de combustível sustentável. PALAVRAS CHAVES: veículos automotivos. gás natural veicular. monóxido de carbono. 1 INTRODUÇÃO As palavras mais comentadas nos dias de hoje são qualidade de vida e sustentabilidade, mas o tema sustentabilidade confronta com um grande problema principalmente nos grandes centros, onde há um aumento desenfreado de veículos, agravando, assim, a poluição causada por diversos gases tóxicos, entre eles o CO. Embora o Brasil tenha adotado medidas para baixar os índices de poluição, como regulagem de motores, redução de substâncias tóxicas nos combustíveis (IBAMA, 2013), ou até rodízio de automóveis, a contaminação do ar representa uma séria ameaça. No entanto, a sociedade ainda não tem mecanismo para abolir os combustíveis fósseis, mas tem a opção da escolha desses combustíveis de maneira a reduzir as emissões oriundas das queimas dos mesmos, e “embora o processo de formação GN e do petróleo seja semelhante [...] seus efeitos ambientais são bastante diferentes” (VIEIRA et al., 2005, p. 7). O aumento de veículos e da poluição são objetos de estudo desse trabalho e o objetivo principal é provar que o GN é menos poluente em relação à gasolina comum e ao etanol hidratado. 2 EXTRAÇÃO DO GÁS NATURAL O GN é um resultado de decomposição orgânica; são extraídos de jazidas que se encontram no subsolo e, por isso, utilizam-se de poços de perfuração para levá-lo a superfície através de dutos que o conduzem sob pressão até o ponto de coleta. O método de perfuração das jazidas varia de campo para campo, de acordo com a matéria prima a que lhe deu origem (VIEIRA et al., 2005). 2.1 Propriedades e classificação O GN é uma mistura gasosa de hidrocarbonetos (HC) 1 encontrada na natureza, que contém principalmente metano e etano, inodoro e não tóxico. “É um combustível fóssil” que se encontra no “subsolo ou no fundo do mar, em depósitos naturais de rochas sedimentares, associado ou não ao petróleo” (GASMIG, 2004). Conforme ilustra a figura 1, a classificação do GN pode ser gás associado, quando há predominância do petróleo onde cria uma câmara de pressão acima da superfície de líquido, ajudando a elevação do petróleo até a superfície “e é separado durante o processo de produção, passando a ser um coproduto”. Outra forma de associação é o gás não associado, extraído em jazidas “em grande quantidade diretamente do reservatório sendo pequena a quantidade de petróleo produzida”, caracterizando o inverso da situação anterior, “passando o petróleo a ser um coproduto” (VIEIRA et al., 2005, p. 21). Figura 1 – A Origem e extração do gás natural Fonte: Vieira et al. (2005). 3 CADEIA PRODUTIVA E TRANSPORTE DO GÁS NATURAL A produção do GN está diretamente ligada à logística de transporte, pois o GN não é possível armazenar como se faz com o petróleo, em barris. É ilógico pensar em produção sem se preocupar como as alternativas de transportes, pois toda a cadeia de transporte que permite conduzir o gás da área de produção até os consumidores são muito mais caras do que as do petróleo. De acordo com Santos (2002) “... o gás é muito menos líquido do que o óleo...”, expressão essa que resume e ilustra perfeitamente as condições de investimento necessárias para a distribuição do GN quando em comparado com o óleo. O GN pode ser transportado de várias formas de acordo com a situação mais favoráveis. No estado líquido o gás natural liquefeito (GNL) pode ser transportado através de trens, caminhões, barcaças e navios criogênico, porém, para essa condição, o gás deve ser mantido a uma temperatura de -161°C (BURANI et al. 2003). 1 “Hidrocarbonetos (HC) são compostos que contêm unicamente carbono e hidrogênio [...] são gases saturados em que todas as ligações carbono-carbono são simples” (RUSSELL, 1994, P. 1173). No estado gasoso, o transporte é feito por meio de dutos (pipelines) ou em casos específicos por meio de cilindros de alta pressão na forma de gás natural comprimido (GNC). Os materiais utilizados na composição dos dutos estão cada vez mais resistente, proporcionando maior confiabilidade e segurança tanto para as derivações de alta pressão que são os transportes a partir da extração até os pontos de entregas (city gates), como de baixa pressão que são os transportes dos city gates para consumidores (SALGADO, 2004). 4 REDE DE DISTRIBUIÇÃO E APLICAÇÃO DO GÁS NATURAL As redes de distribuição do gás natural têm a função de transportar volumes menores de gás, com menores pressões e tubulações com diâmetro inferior ao do gasoduto da linha tronco. Antes do GN ser entregue para comercialização, ele ramifica da linha principal de transmissão para um sistema de abastecimento local denominado city gates, ponto de entrega ou estação de transferência de custódia (VAZ; MAIA; SANTOS, 2008). Geralmente, os pontos de entrega são projetados de forma modular e compostos fundamentalmente por sistemas de filtragem, aquecimento, regulagem de pressão e medição conforme ilustrado na figura 2. A necessidade de cada módulo depende das condições de processo, que normalmente são informadas no projeto de cada ponto de entrega (VAZ; MAIA; SANTOS, 2008). Nessa fase do processo, após a transferência de custódia, encerra-se o ciclo da cadeia produtiva do GN, que já pertence às companhias distribuidoras, e negociam-se a distribuição do GN em diversos setores de aplicações, que são: Os automotivos; As áreas industriais; As residenciais; Os setores comerciais; A utilização do GN para a geração de eletricidades aplicada nas termelétricas; e A utilização para cogeração de energia térmica. Figura 2 – Esquema de ponto de entrega padrão de gás natural Fonte: Vieira et al. (2005). 5 ESTUDO DA REDUÇÃO DE MONÓXIDO DE CARBONO (CO) O gás natural veicular (GNV) é um combustível em sintonia com as necessidades do mundo moderno, conciliando economia, eficiência e respeito ao meio ambiente, pois tem um importante papel na redução dos níveis de poluição atmosférica. O estudo realizado, nas seções seguintes, tomou como referênciao poluente CO por se tratar de uma substância prejudicial ao meio ambiente, principalmente à saúde humana e animal e tem como objetivo provar por que o GNV é realmente sustentável, ou seja, menos poluente, comparando em números as emissões atmosféricas do CO, causadas pela queima de veículos automotivos do ciclo otto2, movido à gasolina comum e a etanol hidratado, com o GNV entre os anos de 2003 a 2012. O estudo tomou como principais referências o primeiro inventário nacional de emissões atmosféricas por veículo automotores, elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental (SMCQA), Departamento de Mudanças Climáticas (DMC), Gerência de Qualidade do Ar, (GQA) (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE et al., 2011), e dados do relatório elaborado pela CETESB das emissões veiculares no estado de São Paulo em 2012, (CETESB, 2013). 5.1 Composição do CO e impacto na saúde e no meio ambiente O CO, segundo Russell (1994), é um gás incolor e inodoro. É produzido devido à queima de substâncias que contem carbono, como é o caso do GNV que tem como uma de suas composições o dióxido de carbono, também conhecido como gás carbônico (CO2) que, ao entrar em combustão, libera o CO para atmosfera. O CO é prejudicial ao meio ambiente, e muito nocivo à saúde humana. Por se fixar facilmente à hemoglobina do sangue que leva a oxigenação ao cérebro, ele se torna um gás asfixiante e prejudica a oxigenação dos tecidos. (RUSSELL, 1994). Os impactos do CO no meio ambiente estão diretamente ligados à poluição do ar, quando este está concentrando em um ambiente com várias fontes de emissores; é o caso dos grandes centros. A dispersão é feita pela atmosfera e este composto pode sofrer oxidação por radicais livres formando o CO2 que danifica a camada de ozônio e contribui para o aquecimento global. Já na água e no solo, existem microrganismos que se aproveitam do CO como fonte de energia (CETESB, 2013). 5.2 Caracterização das emissões veicular As emissões de um veículo automotor podem ocorrer por emissões diretas pelo escapamento do veículo, ou de natureza evaporativa do combustível, que ocorrem com o veículo em repouso ou durante o uso. As emissões de escapamento decorrem da queima dos combustíveis pelo motor, compreendendo uma série de substâncias entre elas o CO e o CO2 (MMA et al., 2011). Ainda conforme Ambiente et al.(2011, p. 18), “as emissões evaporativas são constituídas pelos HC que evaporam do sistema de alimentação de combustível do veículo”. 5.3 Equação geral Para o cálculo estimado das emissões de CO ou outros poluentes, ocorridas pelos escapamentos de toda a frota circulante no Brasil, em um determinado ano calendário, ano modelo de veículo, exceto veículos movidos a GNV, são dadas a partir da equação (MMA et al., 2011). 𝐸 = 𝐹𝑟. 𝐹𝑒. 𝐼𝑢 (1) Onde: 2 Ciclo Otto ou ciclo de ar padrão Otto idealiza o funcionamento de motores de combustão interna de ignição por centelha “é um ciclo ideal que considera que a adição de calor ocorre instantaneamente enquanto o pistão se encontra no ponto morto superior” (MORAN; SHAPIRO, 2009, p. 379). 𝐸 = 𝑎 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑒𝑚𝑖𝑠𝑠ã𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑙𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 (𝑔/𝑎𝑛𝑜). 𝐹𝑟 = f𝑟𝑜𝑡𝑎 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑜 𝑎𝑛𝑜 𝑚𝑜𝑑𝑒𝑙𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 (𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜𝑠). 𝐹𝑒 = 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑒𝑚𝑖𝑠𝑠ã𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑙𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 (𝑔/𝑘𝑚). 𝐼𝑢 = é 𝑎 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑢𝑠𝑜 𝑑𝑜 𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑜 𝑎𝑛𝑜 𝑚𝑜𝑑𝑒𝑙𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 (𝑘𝑚/𝑎𝑛𝑜). Para veículos a GNV não é possível utilizar a equação (1), pois a quantidade de veículos novos comercializados no Brasil, “é muito pouco significativa e basicamente a frota em circulação é composta apenas por veículos convertidos para o uso de GNV a partir da instalação de kits de conversão” (MMA et al., 2011, p. 21). Por não estarem disponíveis informações consistentes e detalhadas sobre a frota convertida, as emissões dos veículos movidos a GNV são estimadas a partir de uma abordagem top-down, utilizando a equação (2) (MMA et al., 2011). 𝐸 = 𝐶𝑔𝑛𝑣. 𝐹𝑒 (2) Onde: 𝐸 = 𝑎 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑒𝑚𝑖𝑠𝑠ã𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑙𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 (𝑔/𝑎𝑛𝑜). 𝐶𝑔𝑛𝑣 = é 𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝐺𝑁𝑉 (𝑚³/𝑎𝑛𝑜). 𝐹𝑒 = 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑒𝑚𝑖𝑠𝑠ã𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑙𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 (𝑔/𝑚³). Analisando as fórmulas, nota-se que para encontrarmos o valor da emissão de poluentes em gramas (g) por ano, teremos que determinar o valor de três variáveis para gasolina comum e etanol hidratado e mais uma variável para os veículos convertidos a GNV; essas variáveis são: a) A frota de veículos circulante de automóveis no Brasil; b) A intensidade de uso dos veículos; c) O fator de emissão de poluentes; e d) O consumo anual de GNV. 5.4 Frota de veículos Os veículos do ciclo Otto no Brasil são categorizados em três grupos: automóveis, veículos comerciais leves e motocicletas. Para o estudo de caso foram considerados apenas os das categorias automóveis, porém, a título de conhecimento, iremos definir cada uma delas. a) Automóveis: “Veículo automotor destinado ao transporte de passageiros, com capacidade para até oito pessoas, exclusive o condutor”. Motor/Combustível em gasolina C, etanol hidratado, flex fuel , GNV (MMA, 2011, p. 23); b) Veículos comerciais leves: “Veículo automotor destinado ao transporte de pessoas ou carga, com peso bruto total de até 3.500 kg”. Motor/Combustível em gasolina C, etanol hidratado, flex fuel, GNV, diesel (MMA, 2011, p. 23); e c) Motocicletas: “Veículo automotor de duas rodas, com ou sem side-car, dirigido em posição montada” (MMA, 2011, p. 23). Além dos veículos do ciclo Otto, temos ainda os veículos a diesel, categorizado por veículos maiores, como os ônibus urbanos e rodoviários, os caminhões e uma pequena parcela de veículos comerciais leves. 5.4.1 Frota de veículos novos e usados Para se calcular a frota de veículos novos e usados, é necessário considerar os automóveis que estão em circulação, somando-se com os veículos novos que entram no ano calendário atual e subtraindo-se os veículos sucateados. Não será detalhado o método de cálculo da frota estimada circulante, pois, para o estudo comparativo, iremos utilizar a frota de veículos considerando os dados do Ministério do Meio Ambiente et al. (2011), conforme mostrado na tabela 1. Tabela 1 – Frota estimada de automóveis novos e usados no Brasil ANO Fr (un.) Gasolina C Etanol Hidratado Flex Fuel Total (Frta) 2003 14.366.308 2.348.921 39.002 16.754.231 2004 14.805.615 2.199.508 316.991 17.322.114 2005 14.845.015 2.040.147 1.042.657 17.927.819 2006 14.492.867 1.861.606 2.329.582 18.684.055 2007 14.025.561 1.692.239 4.104.220 19.822.020 2008 13.462.424 1.533.926 6.143.193 21.139.543 2009 12.824.412 1.386.679 8.325.421 22.536.512 2010 12.165.549 1.250.414 10.586.377 24.002.340 2011 11.493.947 1.124.826 12.920.651 25.539.424 2012 10.818.489 1.009.509 15.321.615 27.149.613 Fonte: Adaptado de MMA et al. (2011, p. 81 ). 5.4.2 Frota de veículos novos O levantamento de dados das frotas novas de veículos automotivos foi baseado em dados da ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores – Brasil). Em todos os anos, a ANFAVEA faz um balanço da indústria automotiva brasileira. A tabela 2 mostra a evolução da frota nova que entraram em circulação nos anos de 2003 a 2012. Tabela 2 – Frota de automóveis novos no Brasil3 ANO Frn (un.) Gasolina C Etanol Hidratado Flex Fuel Total (Frtn) Contribuição na Frota Total (%) 2003 1.416.32431.728 39.853 1.487.905 8,88 2004 1.499.118 49.796 282.706 1.831.620 10,57 2005 1.150.150 27.871 792.490 1.970.511 10,99 2006 815.849 339 1.249.481 2.065.669 11,06 2007 646.266 - 1.719.745 2.366.011 11,94 2008 534.949 - 1.984.941 2.519.890 11,92 2009 322.868 - 2.241.820 2.564.688 11,38 2010 560.348 - 2.256.158 2.816.506 11,73 2011 348.937 - 2.154.646 2.503.583 9,80 2012 287.740 - 2.303.295 2.591.035 9,54 Fonte: Adaptado de ANFAVEA (2013, p. 60). 3 Notas da tabela: a) A frota de etanol hidratado a partir de 2007 foi descontinuada. 5.4.3 Frota de veículos convertidos a GNV São estimados pelo consumo anual do GNV e pelos DETRAN de cada estado. A frota de veículos é calculada pelos automóveis e veículos leves convertidos a GNV, pois a porcentagem de conversão saindo de fábrica é muito insignificante e foi desconsiderado do estudo. Porém as informações oficiais das quantidades de automóveis e veículos leves convertidos são muito escassas; por isso, de acordo com o um estudo feito pelo Grupo de Economia da Energia do Instituto de Economia da Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ, 2010), levantou-se uma estimativa de que toda a frota convertida a GNV, oitenta por cento (80%) são de automóveis, e vinte por cento (20%) de veículos leves. A tabela 3 apresenta o índice de crescimento da frota de GNV, já categorizando as quantidades de automóveis e veículos leves, esses dados foram extraídos do IBP (INSTITUTO BRASILEIRO DE PETRÓLEO, GÁS E BIOCOMBUSTÍVEL, 2013). Tabela 3 – Índice de crescimento da frota de GNV (Jan.-Jun.) Fr (un.) ANO Automóveis Veículos Leves Frota Total Conversões Anuais Crescimento % 2003 514.806 128.701 643.507 194.072 43,00 2004 668.767 167.192 835.959 192.452 29,00 2005 841.836 210.459 1.052.295 216.336 25,00 2006 1.059.924 264.981 1.324.905 272.610 25,00 2007 1.209.556 302.389 1.511.945 187.040 14,00 2008 1.270.665 317.666 1.588.331 76.386 5,00 2009 1.305.681 326.420 1.632.101 43.770 2,75 2010 1.331.878 332.969 1.664.847 32.746 2,00 2011 1.365.065 341.266 1.706.331 22.715 1,95 2012 1.389.341 347.335 1.736.676 12.866 2,49 Fonte: Adaptado de Universidade Federal do Rio de Janeiro (2013), e do IBP (2013). 5.5 Intensidade de uso A intensidade de uso é a média de quilômetros anual percorrida (km/ano) pelos veículos da frota circulante no ano calendário. “No Brasil, são escassas as informações referentes à intensidade de uso da frota de veículos, [...] foram identificados poucos estudos, em geral de pouco representatividade ou abrangência” (MMA et al., 2011, p. 43). Existem muitos fatores a considerar para encontrar a intensidade de uso, como a idade do veículo, o consumo de combustível em quilômetro por litro (km/l) de cada categoria e ano modelo de veículos, visto que automóveis novos consomem X km/l a mais ou a menos que carros usados, automóveis a gasolina consomem X km/l e automóveis a etanol consomem Y km/l, assim como no ano calendário existem X carros com dois anos de idade, Y carros com cinco anos etc. O Ministério do Meio Ambiente et. al (2011) apresentou em seu primeiro inventário nacional de emissões atmosféricas por veículos automotores rodoviários os valores de emissão de CO de toda frota de veículos já incluindo os veículos novos e os usados, utilizando esses dados foram encontrados os valores de intensidade de uso para cada ano e tipo de combustível derivando da equação (1). 𝐸 = 𝐹𝑟. 𝐹𝑒. 𝐼𝑢 (1) Substituindo os valores de 𝐸, 𝐹𝑟 e 𝐹𝑒, foram encontrados os valores da intensidade de uso conforme a tabela 4. Tabela 4 – Fatores de intensidade de uso para automóveis no Brasil ANO Iu=E/(Fr.Fe) Iu (km/ano) Gasolina C Etanol Hidratado Flex Fuel Gasolina C Etanol Hidratado 2003 150.522,67 293.490,93 7.076,56 5.429,59 2004 150.777,74 303.640,52 5.249,68 14.449,73 2005 136.126,90 284.617,82 6.174,40 17.922,65 2006 125.140,77 306.313,11 10.456,10 9.083,91 2007 121.409,50 - 8.067,41 15.399,82 2008 100.405,19 - 8.088,98 12.934,73 2009 111.678,15 - 13.643,50 15.417,92 2010 141.253,20 - 15.877,89 17.462,32 2011 111.069,16 - 15.817,43 18.511,26 2012 107.386,90 - 16.394,90 19.484,36 Fonte: Autoria própria (2013). 5.6 Fator de emissão de poluentes O fator de emissão é a quantidade em gramas por quilômetro (g/km) ou no caso de GNV em gramas por metro cúbico (g/m³) que um veículo emite de poluentes no ar, seja ele pelo escapamento ou por vias evaporativas. Com base no PROCONVE (IBAMA, 2013), nos dados do Ministério do Meio Ambiente (AMBIENTE et al.,2011) e da CETESB (CETESB, 2013), foi elaborada a tabela 5 contendo os fatores de emissões do CO, para todas as categorias de combustíveis. Tabela 5 – Fatores médios de emissão de CO por veículos automotivos POLUENTE COMBUSTÍVEL Fe (g/km) ANO 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 CO Gasolina C 0,40 0,35 0,34 0,33 0,33 0,37 0,30 0,22 0,26 0,25 Etanol Hidratado 0,77 0,82 0,82 0,67 - - - - - - Flex - Gasolina C 0,50 0,39 0,45 0,48 0,48 0,51 0,33 0,28 0,28 0,27 Flex - Etanol Hidratado 0,51 0,46 0,39 0,47 0,47 0,71 0,56 0,51 0,49 0,47 GNV 6,72 g/m³ Fonte: Adaptado de Ambiente et al. (2011, p. 85 ) e Cetesb (2013, p. 67-68). 5.7 Consumo anual de GNV Para se estimar a quantidade de CO liberada por automóveis movidos a GNV, foi necessário estimar o valor de consumo anual de GNV que é a variável 𝐶𝑔𝑛𝑣 em m³/ano. Há várias fontes confiáveis disponíveis sobre o consumo anual de GNV, entre elas a Agência Nacional de Petróleo (ANP), o Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), entre outras; para o estudo foram utilizados os dados do MMA et al. (2011), do primeiro inventário nacional de emissões atmosféricas por veículos automotores rodoviários dos anos calendário 2003 à 2012 . O consumo de GNV não está categorizada por tipo de veículos; portanto considerando que oitenta por cento (80%) da frota de GNV são de automóveis, o valor foi recalculado. Para o estudo das emissões de CO, estimando se toda a frota nacional fosse a GNV, a título de comparação, será necessário calcular também o valor de consumo médio anual. Considerando um automóvel por ano 𝐶𝑔𝑛𝑣𝑢, esse valor será multiplicado pela frota total de veículos, para obter uma grandeza de consumo total, caso toda frota nacional fosse convertida desde 2003. Esse valor foi obtido através da fórmula (3) e apresentado na tabela 6 𝐶𝑔𝑛𝑣𝑢 = 𝐶𝑔𝑛𝑣/𝐹𝑟 (3) Tabela 6 – Consumo estimado anual de GNV dos veículos ANO Fr (un.) Cgnv (106m³/ano) Cgnvu (m³/ano) Frota Estimada por Categoria Consumo Estimado Por Categoria Consumo Médio de um (1) Veiculo Automóveis Veículos Leves Automóveis Veículos Leves Automóveis Veículos Leves 2003 514.806 128.701 1.062 266 2.064 2.064 2004 668.767 167.192 1.264 316 1.890 1.890 2005 841.836 210.459 1.556 389 1.848 1.848 2006 1.059.924 264.981 1.846 461 1.741 1.741 2007 1.209.556 302.389 2.047 512 1.693 1.693 2008 1.270.665 317.666 1.962 491 1.544 1.544 2009 1.305.681 326.420 1.685 421 1.290 1.290 2010 1.331.878 332.969 2.555 639 1.918 1.918 2011 1.365.065 341.266 2.658 665 1.947 1.947 2012 1.389.341 347.335 2.762 691 1.988 1.988 Fonte: Autoria própria (2013). 5.8 Cálculo das emissões de CO Após o levantamento de todos os dados e variáveis mencionadas nas tabelas anteriores e definidas as fórmulas aplicáveis, foram utilizados os dados para o cálculo da emissão de CO. As equações utilizadas foram: 𝐸 = 𝐹𝑟. 𝐹𝑒. 𝐼𝑢 (1) 𝐸 = 𝐶𝑔𝑛𝑣𝑢. 𝐹𝑟𝑛. 𝐹𝑒 (4) 𝐸 = 𝐶𝑔𝑛𝑣𝑢. 𝐹𝑟. 𝐹𝑒 (5) A emissão de CO por automóveis novos e usados aquiestudada foi extraída do primeiro inventário nacional de emissões atmosféricas por veículos automotores rodoviários, e será usada como base de comparação em análise dos resultados obtidos (MMA et al., 2011). Os cálculos foram apresentados em tabelas e gráficos a fim de melhorar o entendimento e todos os subcapítulos compreendem entre os anos de 2003 a 2012. 5.8.1 Emissão de CO por automóveis novos e usados Tabela 7 – Emissão de CO anual por veículos automotivos novos e usados ANO E=Fr.Fe.Iu E (106g/ano) Gasolina C Etanol Hidratado Flex Fuel GNV Total de Gasolina C Etanol Hidratado Poluentes 2003 864.982 530.828 138 108 7.139 1.403.195 2004 781.325 547.645 649 2.107 8.494 1.340.220 2005 687.074 476.143 2.897 7.288 10.454 1.183.856 2006 598.504 382.057 11.692 9.946 12.400 1.014.599 2007 561.936 260.994 15.893 29.706 13.757 882.286 2008 500.128 221.725 25.343 56.417 13.186 816.799 2009 429.662 164.823 37.484 71.882 11.321 715.172 2010 378.053 131.771 47.065 94.280 17.170 668.339 2011 331.922 104.462 57.224 117.197 17.866 628.671 2012 290.441 81.945 67.823 140.310 18.562 599.081 POLUENTES TOTAIS EMITIDOS DE 2003 a 2012 em (t) 9.252.219 Fonte: Adaptado de Ambiente et al. (2011, p. 99-100). Figura 3 – Evolução de emissão de CO por automóveis novos e usados Fonte: Autoria própria (2013). 5.8.2 Emissão de CO apenas por automóveis novos Tabela 8 – Emissão de CO anual por veículos automotivos novos ANO E=Fr.Fe.Iu ∑ Poluentes E (106g/ano) Gasolina C Etanol Hidratado Flex Fuel Total de Gasolina C Etanol Hidratado Poluentes 2003 85.276 7.170 141 110 92.697 2004 79.112 12.398 579 1.879 93.968 2005 53.233 6.505 2.202 5.539 67.479 2006 33.692 70 6.271 5.335 45.367 2007 25.893 - 6.659 12.447 45.000 2008 19.873 - 8.189 18.229 46.291 2009 10.817 - 10.093 19.356 40.267 2010 17.413 - 10.030 20.093 47.537 2011 10.077 - 9.543 19.544 39.163 2012 7.725 - 10.196 21.093 39.013 POLUENTES TOTAIS EMITIDOS DE 2003 à 2012 em (t) 556.781 Fonte: Autoria própria (2013). Figura 4 – Evolução de emissão de CO por automóveis novos Fonte: Autoria própria (2013). 5.8.3 Emissão de CO por automóveis novos a GNV Tabela 9 – Comparativo de emissão de CO anual por automóveis novos a GNV ANO E=Fr.Fe.Iu ∑ Poluentes E=Cgnvu.Frtn.Fe Redução de Emissores (%) E (106g/ano) Gasolina C Etanol Hidratado Flex Fuel Total de Poluentes GNV - Estimativa se toda a Gasolina C Etanol Hidratado frota nova fosse convertida 2003 85.276 7.170 141 110 92.697 20.634 77,74 2004 79.112 12.398 579 1.879 93.968 23.264 75,24 2005 53.233 6.505 2.202 5.539 67.479 24.475 63,73 2006 33.692 70 6.271 5.335 45.367 24.171 46,72 2007 25.893 - 6.659 12.447 45.000 26.910 40,20 2008 19.873 - 8.189 18.229 46.291 26.152 43,50 2009 10.817 - 10.093 19.356 40.267 22.239 44,77 2010 17.413 - 10.030 20.093 47.537 36.311 23,61 2011 10.077 - 9.543 19.544 39.163 32.764 16,34 2012 7.725 - 10.196 21.093 39.013 34.619 11,26 POLUENTES TOTAIS EMITIDOS DE 2003 à 2012 em (t) 556.781 271.541 51,23 Fonte: Autoria própria (2013). 5.8.4 Emissão de CO por toda a frota a GNV Tabela 10 – Emissão de CO anual por toda a frota a GNV ANO E=Fr.Fe.Iu ∑ Poluentes E=Cgnvu.Fr.Fe Redução de Emissores (%) E (106g/ano) Gasolina C Etanol Hidratado Flex Fuel Total de Poluentes GNV - Estimativa se toda a Gasolina C Etanol frota nova fosse convertida 2003 864.982 530.828 138 108 1.396.056 232.348 83,36 2004 781.325 547.645 649 2.107 1.331.726 220.010 83,48 2005 687.074 476.143 2.897 7.288 1.173.402 222.679 81,02 2006 598.504 382.057 11.692 9.946 1.002.199 218.627 78,19 2007 561.936 260.994 15.893 29.706 868.529 225.451 74,04 2008 500.128 221.725 25.343 56.417 803.613 219.392 72,70 2009 429.662 164.823 37.484 71.882 703.851 195.419 72,24 2010 378.053 131.771 47.065 94.280 651.169 309.445 52,48 2011 331.922 104.462 57.224 117.197 610.805 334.232 45,28 2012 290.441 81.945 67.823 140.310 580.519 362.753 37,51 POLUENTES TOTAIS EMITIDOS DE 2003 à 2012 em (t) 9.121.869 2.540.355 72,15 Fonte: Autoria própria (2013). 5.9 Análise dos resultados obtidos Nesta seção, são analisados os resultados dos cálculos das emissões de poluentes com o objetivo de provar que o GNV é um combustível sustentável em relação à emissão de CO. 5.9.1 Emissão de CO por automóveis novos e usados Em análise à tabela 7 e ao gráfico da figura 3, entre 2003 a 2012, foram emitidos apenas pelos automóveis um total aproximado de nove bilhões e duzentos e cinquenta milhões de toneladas de monóxido de carbono; isso sem incluir os veículos leves, ônibus e caminhões que não entraram no estudo. O gráfico da figura 3 indica uma redução considerável na emissão de CO. Isso ocorreu devido às novas tecnologias de motores e aos índices de redução de poluentes estipulado pelo PROCONVE obrigando as indústrias automotivas a reduzir as emissões. Há também um aumento na emissão dos carros flex-fuel devido à grande oferta de automóveis no mercado de hoje, e uma redução das emissões de etanol hidratado que acontece devido à descontinuidade da fabricação de automóveis a partir de 2007. Não é possível avaliar nesta seção a sustentabilidade do GNV, pois a quantidade de carros convertidos é muito irrisória em relação às frotas de gasolina, etanol e flex-fluel. 5.9.2 Emissão de CO apenas por automóveis novos Essa análise é sobre os resultados obtidos na tabela 8 e o gráfico da figura 4. A tabela 8 mostra que dos nove bilhões e duzentos e cinquenta milhões de toneladas de CO emitidos entre 2003 a 2012, os carros novos contribuíram com, aproximadamente, quinhentos e cinquenta e sete mil toneladas; isso representa uma contribuição em torno de seis por cento (6%). Não é possível avaliar nesta seção a sustentabilidade do GNV, pois os carros novos convertidos não foram considerados. 5.9.3 Emissão de CO por automóveis novos a GNV Esta análise é sobre os resultados obtidos na tabela 9. A tabela 9 indica que, se todos os veículos novos que entraram em circulação no Brasil, desde 2003 até 2012, fossem movidos a GNV, a emissão de CO seria de aproximadamente duzentos e setenta e dois mil toneladas para os quinhentos e cinquenta e sete mil emitidos por outros combustíveis; isso representaria uma redução de cinquenta e um e vinte e três por cento (51,23%) de redução de CO. 5.9.4 Emissão de CO por toda a frota a GNV Esta análise é sobre os resultados obtidos na tabela 10. A tabela 10 e mostra que, se todos os veículos novos e usados no Brasil, desde 2003 até 2012, fossem movidos a GNV, a emissão de CO seria de aproximadamente dois bilhões quinhentos e quarenta milhões de toneladas para os nove bilhões cento e vinte e dois milhões de toneladas emitidos por outros combustíveis; isso representaria uma redução de setenta e dois e quinze por cento (72,15%) de redução de CO. Esta seção e a seção anterior comprova que o GNV é um combustível menos poluente e sustentável em relação aos demais, no que se refere à emissão de CO. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Em menção ao levantamento bibliográfico sobre a cadeia produtiva do gás natural, sobre a sua infraestrutura, sobre a logística de transporte, sobre a rede de distribuição, pode-se afirmar que, neste início do século XXI, há grandes investimentos do governo nessa área, principalmente impulsionadas pelo PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) e pela exploração do pré-sal que tem como perspectiva para meados de 2020 o Brasil tornar autossuficiente na produção do GN e também figurar entre os maiores exportadores do mundo. Os investimentos por parte do governo alavancaram o crescimento do uso do gás natural, porém ainda não é utilizado de modo a explorar todas as suas potencialidades.Isso impossibilita um crescimento maior, uma vez que a indústria do gás natural é altamente especializada, e demandam-se altos custos na infraestrutura de exploração, extração, transporte e distribuição, que pelas suas próprias características, como a inviabilidade de armazenamento do gás e dos riscos envolvidos, precisa de uma ação governamental que leve em conta o bem-estar social e os retornos esperados pelos agentes econômicos. Pelas referências bibliográficas levantadas a título de conhecimento e pela experiência vivida em vários anos na área, em relação ao processo de transporte e da rede de distribuição do GN, nota-se claramente que todo o sistema é monopolizado pela Petrobrás; mesmo hoje a construção dos gasodutos sendo feita em regime de concessão (leilões), a concorrência com a Petrobrás é muito desleal, em relação às facilidades de negociação que a estatal tem por ser uma empresa de capital aberta (sociedade anônima). O fator negativo da monopolização é que não há oferta na produção do GN e toda sua infraestrutura é repassada para empresas privadas, que valorizam o seu preço, obrigando a Petrobrás a aumentar os valores cobrados por metro cúbico, somando ainda com os impostos, que refletem consideravelmente no destino final que são as indústrias, comércios, residências, termelétricas e o uso veicular. O fator positivo é que a Petrobrás tem que terceirizar boa parte das suas obras, tanto na construção dos gasodutos, nas fabricações dos city gates para a transferência de custódia , quanto no aparato civil das obras, seguindo rígidas normas de segurança. Essa terceirização, além de gerar milhares de empregos, faz surgirem empresas privadas especializadas na área; isso não ocorreria se toda a construção de uma obra de gasodutos ou city gates fosse a cargo de uma empresa privada. Quanto à proposta a respeito do estudo sobre a redução do poluente monóxido de carbono, foram apresentados indicadores de eco eficiências para área destinada ao uso do GN, a fim de conscientizar sobre a importância de se encontrarem soluções alternativas, para minimizar os efeitos de poluição causados pelos automóveis. Foi verificado que o GNV é uma ótima fonte alternativa de combustível fóssil, visto que, desde 2003 até hoje, se todos os veículos fossem convertidos, reduziríamos em aproximadamente setenta por cento (70%) o nível de emissão do monóxido de carbono no meio ambiente, salientando que o CO é um gás asfixiante e prejudica a oxigenação dos tecidos. Vale ressaltar que preservar o meio ambiente é garantir ações para manter a sustentabilidade ambiental. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANFAVEA, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores. Anuário da indústria automobilística brasileira. São Paulo: Ipsis Gráfica e Editora, 2013. 162 p. Disponível em: <http://www.anfavea.com.br/carta.html>. Acesso em: 11 dez. 2013. BURANI, Geraldo Francisco. et al. Relatório técnico gepea-14: Aspectos tecnológicos do GNL e do transporte do gás natural. São Paulo, 2003. Disponível em: <http://www.seeds.usp.br/>. Acesso em: 10 dez. 2013. CETESB. 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