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ANÁLISE DE CENÁRIOS 
ECONÔMICOS 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Pollyanna Rodrigues Gondin 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá, pessoal! Sejam bem-vindos à disciplina de Análise de Cenários 
Econômicos! Espero que estejam empolgados para entender um pouco mais 
sobre as relações entre os agentes, a alocação dos recursos econômicos e a 
relevância de analisar os cenários para a gestão das organizações. Nesta 
disciplina, iremos abordar questões relacionadas à atividade de planejamento 
econômico de uma organização, por meio da análise de cenários, buscando 
desenvolver uma visão de futuro para pessoas e empresas, de modo a auxiliar 
no processo de tomada de decisão. O planejamento e a análise de cenários é 
relevante no processo de tomada de decisão, principalmente se levarmos em 
consideração a complexidade e o dinamismo do ambiente em que vivemos. 
A partir da globalização, com a internet e o uso de tecnologias cada vez 
mais rápidas, as informações vão de um lugar a outro rapidamente, podendo 
causar impactos negativos ou positivos, a depender da preparação e do 
conhecimento dos envolvidos. A ideia é, então, antecipar as circunstâncias que 
afetam o empreendimento. Mas de que forma? Com um passe de mágica? Não! 
Através do estudo do cenário em que a organização (empresa) está inserida. 
Desse modo, com base em dados econômicos, será possível construir cenários 
futuros “possíveis”. Dizemos possíveis pois não é possível prever o que de fato 
irá acontecer, mas pode-se estudar e analisar os cenários prováveis. Uma 
analogia para facilitar o entendimento é pensar na previsão do tempo. De fato, 
sempre chove em uma região quando a previsão aponta a possibilidade de 
pancadas de chuva? Não necessariamente. Assim, você pode sair de casa 
carregando um guarda-chuva e não o utilizar. Espera-se que ao final das nossas 
aulas você compreenda as variáveis econômicas e saiba definir a tendência de 
cada uma. 
Desse modo, esta disciplina tem como objetivo conduzir você, aluno, no 
estudo das variáveis econômicas, para que assim você consiga, no exercício de 
sua profissão, aplicar os conhecimentos adquiridos para traçar tendências e 
tomar decisões importantes. Assim, nesta aula iremos trabalhar com conceitos 
introdutórios para embasar a evolução dos nossos estudos. Começaremos com 
o estudo da importância e aplicabilidade da análise de cenários econômicos. Na 
sequência, falaremos sobre alguns conceitos básicos da economia, suas duas 
grandes áreas e seus pressupostos. No terceiro tema, vamos destacar os 
 
 
3 
agentes econômicos e o papel de cada um. Já no quarto tema, abordaremos os 
indicadores econômicos e tecnológicos. Por fim, daremos atenção aos 
indicadores sociais e políticos. 
Bom, espero que vocês aproveitem ao máximo o nosso material, e 
mergulhem no estudo desta disciplina que é, ao mesmo tempo, tão relevante e 
tão atual para o entendimento do nosso dia a dia em sociedade e para a tomada 
de decisão. Bons estudos! 
CONTEXTUALIZANDO 
Vamos iniciar nossos estudos com uma matéria que retrata a economia 
brasileira, seus números e projeções e análise do cenário (Linder, 2020): 
Combinação de instabilidade política com catástrofe sanitária ameaça 
ser explosiva para uma economia já cambaleante. Números e 
projeções apontam que esta não será apenas uma recessão, mas a 
maior que o país já viveu. O clima de "agora vai" em relação à 
economia brasileira que se viu no começo do ano, especialmente por 
parte do mercado, se esvaiu no ritmo da subida da curva de mortos 
pela covid-19. Se antes da pandemia já havia quem olhasse cético para 
a recuperação da economia do país, que em 2019 avançou 1,1%, 
agora já não há dúvidas de que o Brasil vai afundar em 2020 e, 
possivelmente, também em 2021. Esta não será, no entanto, só mais 
uma crise. Para economistas entrevistados pela DW Brasil, pode ser a 
pior que o país já viveu. Isso porque ela surge em um momento no qual 
tentava-se retomar o crescimento, ou seja, com uma economia ainda 
cambaleante e meio à instabilidade política. Além disso, não será 
possível contar com o setor externo, também severamente afetado 
pela pandemia. 
TEMA 1 – ANÁLISE DE CENÁRIOS ECONÔMICOS 
Trabalhar com a análise de cenários econômicos, independentemente da 
empresa ou organização, é de extrema relevância, uma vez que vivemos em 
sociedade, e as empresas afetam e são afetadas pelo meio. Assim, antes de 
adentrar em questões econômicas propriamente ditas, vamos refletir um pouco 
sobre a análise de cenários, seu conceito e relevância, suas etapas e 
possibilidades. 
De acordo com Porter (1996), um cenário diz respeito a uma visão futura 
consistente de uma dada realidade, havendo um conjunto de suposições sobre 
incertezas que podem influenciar a atuação da empresa ou do setor 
propriamente dito. Segundo Carvalho et al (2011), há um consenso na literatura 
que os cenários abordam três aspectos: a criação estruturada de situações 
futuras, as incertezas e as possibilidades de trabalhá-las no futuro. 
 
 
4 
Para a construção de cenários, é necessário levar em consideração 
quatro etapas: 
• Etapa zero: Qual decisão deverá ser abordada? Assim, nesta etapa é 
importante definir o que será abordado. Exemplo: ampliação do mercado 
através do processo de internacionalização da empresa. 
• Etapa um: Deve-se analisar o ambiente atual em que a 
empresa/organização está inserida. Assim, continuando nosso exemplo 
na etapa anterior, é preciso considerar questões como: quantidades que 
a empresa produz atualmente, mercados nos quais a empresa está 
inserida, mercado externo (qual o país, seu crescimento, capacidade e 
preferências), além de dados da economia, como taxa de juros, inflação 
e câmbio. 
• Etapa dois: A partir do cenário presente, traçar tendências e projeções 
futuras, ou seja, movimentos de impacto mais prováveis. Por exemplo, se 
a economia mundial está apresentando crescimento constante, espera-se 
que continue crescendo. Nessa etapa, é importante traçar projeções 
futuras em relações às diversas variáveis da economia, pensando em 
como elas podem influenciar a empresa/organização no futuro. 
• Etapa três: Neste momento, é relevante traçar ao menos outros dois 
cenários futuros. Assim, para a construção e análise de cenários, é 
importante pensar em ao menos três cenários: um neutro (provável), um 
otimista e um pessimista. 
Nesse processo, é essencial conhecer as variáveis econômicas, como 
PIB, câmbio e inflação. Além disso, deve-se analisar quais são as variáveis mais 
prováveis de sofrerem modificações ao longo do tempo, para que seja possível 
tomar decisões sobre o futuro de forma mais assertiva. 
 
 
 
5 
Figura 1 – Síntese da tomada de decisão levando em consideração cenários 
futuros 
 
 
 
 
 
Assim, no processo de tomada de decisão é importante considerar 
questões atuais, tanto da empresa quanto da economia, nacional e 
internacionalmente, traçando projeções futuras com pelo menos três cenários 
para que a partir disso seja possível tomar decisões de forma racional. Você 
poderia argumentar que as variáveis econômicas não são estáticas, e mesmo 
que haja projeções futuras, elas podem se modificar bruscamente, devido, por 
exemplo, a uma crise. De fato, se você pensou isso, você está correto! A questão 
é: a partir do momento em que você estuda e conhece as variáveis que podem 
influenciar e modificar a ação da empresa, mesmo que ocorra alguma 
modificação, você conseguirá agir mais facilmente. 
A partir do próximo tema, começaremos a trabalhar com questões 
relacionadas à economia, para que, ao final da nossa disciplina, você seja capaz 
de construir e analisar um dado cenário. 
TEMA 2 – ECONOMIA E DIVISÃO DOS SETORES 
Você já parou para pensar o que a economia estuda? Para entender um 
pouco melhor sobre o objetivo da análise econômica, vamos à sua origem. A 
palavra economia vem do grego oiko (casa)e nomos (norma, lei). Desse modo, 
em seu sentido original, economia significa “administração da casa” ou 
“administração da coisa pública” (Vasconcellos, 2015). 
Vasconcellos (2015) afirma que o objeto de estudo da economia é, então, 
a escassez de recursos e a satisfação das necessidades humanas com os 
recursos disponíveis. Desse modo, todos os atores econômicos precisam 
realizar escolhas, independentemente da sociedade em que se vive. Por 
Empresa 
Economia nacional 
Economia Internacional 
Cenário otimista 
Cenário pessimista 
Cenário neutro 
TO
M
A
D
A
 D
E 
D
EC
IS
Ã
O
 
 
 
6 
exemplo, quando um indivíduo recebe seu salário e precisa pagar suas contas, 
e opta pela cesta de mercado. Os governos dos países também precisam fazer 
escolhas em relação às políticas que serão adotadas com a finalidade de atingir 
seus objetivos, considerando seus recursos e as necessidades sociais. 
Desse modo, deve-se levar em consideração que a economia é uma 
ciência social que estuda a escassez de recursos para atender as necessidades 
humanas, que são infinitas. Assim, os recursos são finitos, sendo importante 
considerar como serão alocados, de modo que é essencial analisar quais são os 
problemas econômicos fundamentais: o que e quanto, como e para quem 
produzir (Silva, 2016). 
Mas quando falamos em recursos e necessidades humanas, estamos nos 
referindo a uma ampla variedade de questões que permeiam as relações 
humanas. Assim, dentro desse escopo, é possível abordar a alocação de 
recursos em uma indústria, considerando as necessidades capitalistas de obter 
uma lucratividade cada vez maior, e mesmo a alocação de recursos em um país 
para cumprir as metas de crescimento e desenvolvimento econômico. 
Para avançar nos nossos estudos ao longo de nossas aulas, vamos 
relembrar alguns conceitos importantes para a economia e a análise de 
cenários? Começaremos então com uma revisão dos conceitos da 
microeconomia e da macroeconomia, suas principais áreas de estudo. 
A microeconomia estuda o funcionamento dos mercados a partir de 
comportamentos individuais. Como indivíduos, são considerados os 
consumidores e os produtores ou ofertantes de bens e serviços. 
Já a macroeconomia trabalha com os comportamentos sociais. Sua 
preocupação está em entender os fatores que exercem influência 
sobre o nível de atividade macroeconômica, onde o Produto Interno 
Bruto (PIB) e o desemprego da mão de obra ocupam lugar de 
destaque. Também analisa as causas da inflação, que representa uma 
média dos preços dos inúmeros bens e serviços produzidos na 
Economia. Na macroeconomia, a política econômica ganha posição de 
destaque. (Braga, 2019, p. 15) 
É possível afirmar, então, que a macroeconomia e a microeconomia se 
complementam, pois cada uma adota uma perspectiva diferente ao analisar os 
fatores e os agentes econômicos. Resumidamente, a microeconomia analisa o 
comportamento de uma empresa, uma indústria e seus consumidores. A 
macroeconomia, por sua vez, estuda o agregado, o comportamento de toda a 
economia nacional e/ou internacional. 
 
 
7 
O Quadro 1 sintetiza os principais aspectos dessas duas áreas da 
economia. 
Quadro 1 – Diferenças entre a micro e a macroeconomia 
 Microeconomia Macroeconomia 
Perspectiva Individual Geral/Global 
Objeto de Estudo 
Empresas, indústrias, 
famílias, mercado 
Economia nacional e 
internacional 
Variáveis estudadas 
Oferta, demanda e preços de 
mercado, estruturas de 
mercado, elasticidade da 
oferta e da demanda, teoria 
dos jogos, teoria da produção 
etc. 
Políticas monetária, cambial, 
fiscal, de emprego e renda, 
inflação, taxa de juros, 
emprego e desemprego, PIB, 
crescimento e 
desenvolvimento econômico 
etc. 
Fonte: elaborado com base em Braga, 2019. 
Essa separação é feita para facilitar a compreensão e o estudo. 
Entretanto, como afirmamos anteriormente, essas duas áreas se 
complementam, de modo que o que ocorre em uma acaba impactando a outra, 
e vice-versa. Desse modo, se houver, por exemplo, uma redução da taxa de 
juros (nível macroeconômico), espera-se que haja um impacto, em maior ou 
menor grau, nos mercados e nas famílias, pois estimula-se, assim, o consumo e 
os investimentos produtivos. Mas por que utilizei o termo “espera-se” e não 
“haverá”? 
Na economia, todos os aspectos estão interligados; desse modo, para 
estimular o consumo, por exemplo, não basta apenas reduzir a taxa de juros. 
Deve-se realizar uma política de emprego e renda favorável para a manutenção 
e a geração de emprego; manter a inflação sobre controle; garantir salário e uma 
renda mínima às famílias; realizar uma política fiscal favorável, dentre outros 
aspectos. 
Após estudar o conceito de economia e suas duas grandes áreas, 
podemos analisar a divisão dos setores econômicos. A esse respeito, é 
importante ter em mente que a economia é dividida em três setores: primário, 
secundário e terciário. 
 
 
8 
O setor primário inclui lavoura, pecuária, caça, pesca e também a extração 
de minerais e de madeira, abrangendo as atividades de exploração direta de 
recursos naturais de origem animal, vegetal e mineral. 
Por sua vez, o setor secundário implica a agregação de valor através do 
processo de industrialização. E o que isso significa? Que o setor secundário 
abrange as atividades de transformação de bens, ou seja, transformação dos 
insumos de produção em produtos. Assim, esse setor é dividido em três 
subsetores: indústria de construção civil, indústria de serviços públicos e 
indústria manufatureira. 
Por fim, o setor terciário refere-se a todas as demais atividades que se 
caracterizam por não produzirem bens materiais e sim prestarem serviços. Tem-
se então que o setor terciário é composto por atividades comerciais e pela 
prestação de serviços. 
 Agora que relembramos o que é economia, seu objeto de estudo, suas 
duas grandes áreas e seus setores econômicos, podemos analisar os agentes 
que estão inseridos em determinado contexto econômico. 
TEMA 3 – AGENTES NA ECONOMIA 
Anteriormente, estudamos o conceito de economia e seu objeto de 
estudo. Destacamos que a economia é a ciência que estuda a alocação de 
recursos, que são limitados, considerando as necessidades humanas, que são 
ilimitadas. Assim, é essencial alocar recursos com responsabilidade, de modo a 
garantir que determinado objetivo seja atendido, no nível individual, empresarial 
ou do governo. Falamos também das duas grandes áreas da economia, a micro 
e a macro, e do modo como, apesar de serem estudadas separadamente, estão 
embricadas. 
Pois bem, agora passaremos a analisar os agentes econômicos. Esses 
agentes estão inseridos em um dado contexto, e necessitam satisfazer suas 
necessidades, considerando os recursos disponíveis, sendo impactados por 
questões macroeconômicas e microeconômicas. Assim, é possível considerar 
que um agente econômico é todo indivíduo ou instituição que influencia e é 
influenciado pela economia e seu contexto. 
Levando em consideração o exposto até o momento, você sabe dizer 
quais são os principais agentes econômicos? Resumidamente: famílias, Estado, 
empresas e o restante do mundo. Colocamos o restante do mundo aqui como 
 
 
9 
um agente a título de simplificação, uma vez que as decisões tomadas fora do 
nosso país acabam, em alguma medida, impactando a produção e as decisões 
dos agentes internos. 
As famílias são agentes econômicos relevantes, uma vez que atuam pelo 
consumo dos mais diferentes bens e serviços ofertados em sociedade, sempre 
buscando atender suas necessidades. Para obter os recursos necessários para 
consumir os mais variados bens e serviços, as famílias, como proprietárias dos 
recursos produtivos, os ofertam para a sociedade, em troca de remuneração. 
Assim, com a remuneração é possível satisfazer necessidades. 
Por sua vez, as empresas também apresentam um papel importante no 
sistema econômico, já queofertam/produzem bens e serviços para o consumo 
das famílias. Desse modo, levando em consideração as necessidades e 
demandas da sociedade, as empresas ofertam seus produtos. Aqui também é 
importante mencionar que, para que seja possível produzir um bem ou prestar 
um serviço, uma empresa precisa dos seguintes fatores de produção: terra, 
capital, trabalho e tecnologia. Por exemplo, ao contratar o trabalhador, a 
empresa pagará determinado salário; com ele, o trabalhador poderá satisfazer 
suas necessidades. 
Para além das famílias e das empresas, nenhuma economia sobrevive 
sem a figura do Estado. Isso porque o Estado, em maior ou menor grau, interfere 
nas relações de mercado, sendo responsável também por ofertar bens e 
serviços, atendendo as demandas não supridas pelo setor privado. O Estado é, 
portanto, responsável pelo marco jurídico-institucional, ou seja, pelas leis e pelas 
normatizações que regem uma determinada sociedade. É responsável também 
pela política econômica e pela oferta de bens e serviços públicos. 
Por fim, há o restante do mundo, em especial nos tempos em que 
vivemos, de globalização e conectividade intensa, em que as relações entre os 
países são cada vez mais intensas, o que influencia (direta ou indiretamente) 
uma determinada economia. Prova disso é a política cambial, que prevê o 
câmbio, ou seja, o valor de uma moeda estrangeira, como o dólar, em real. Um 
câmbio valorizado ou desvalorizado impactará diretamente nas importações e 
exportações, ou seja, no saldo da balança comercial, temática que 
trabalharemos em outras aulas. 
Essas relações estão representadas na Figura 2. 
 
 
 
10 
Figura 2 – Agentes econômicos e mercados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Após o estudo dos principais agentes econômicos, podemos avançar no 
estudo da nossa disciplina. Assim, no próximo tema, analisaremos os 
indicadores econômicos, sua relevância, aplicabilidade e principais fontes. 
TEMA 4 – INDICADORES ECONÔMICOS E TECNOLÓGICOS 
Até o momento, abordamos a importância da construção de cenários 
econômicos e suas possibilidades; o conceito de economia e suas duas grandes 
áreas; e os agentes econômicos. Assim, continuaremos nossa caminhada 
abarcando os indicadores econômicos, de modo a evidenciar a sua relevância e 
aplicabilidade para a construção de cenários. 
Primeiramente, é relevante compreender o conceito de indicadores. Os 
indicadores, enquanto instrumentos operacionais, possibilitam a identificação e 
a medição de aspectos relacionados aos resultados de uma intervenção na 
realidade (Brasil, 2010). Desse modo, indicadores econômicos nada mais são 
do que levantamentos estatísticos que refletem a situação de uma determinada 
área em um dado período do tempo. Essa área pode ser um país, uma região, 
um estado e uma cidade; a partir desses indicadores, tem-se um termômetro 
econômico, e assim podemos medir se há retração ou expansão de determinada 
economia. 
Ao abrir uma página de jornal na internet, ou assistir um programa de 
notícias na televisão, que relate a situação econômica do país, você irá se 
deparar com um universo de indicadores econômicos. Por exemplo: inflação, 
Produto Interno Bruto (PIB), mercado financeiro e taxa de juros. Neste tema, 
você conhecerá um pouco mais sobre este universo. 
Famílias Estado Empresas 
Trabalho, capital 
Salários, lucros, aluguéis 
Consumo 
Bens e serviços 
Restante 
do mundo 
Exportação 
Importação 
 
 
11 
Sucintamente, indicadores econômicos são dados ou informações que 
sinalizam o comportamento das variáveis e componentes do sistema econômico 
de um país, região ou estado, sendo muito importantes para a compreensão da 
situação presente. Esses indicadores, juntamente com os indicadores sociais, 
são fundamentais para a elaboração de políticas públicas e para o processo de 
tomada de decisão estratégica pelos agentes econômicos. Mas quais são os 
principais indicadores econômicos? Segundo Lourenço e Romero (2002), esses 
indicadores podem ser divididos em cinco subconjuntos: 
1. Indicadores de nível de atividade: medem as condições gerais dos 
elementos mais sensíveis da economia. Podemos citar: Produto Interno 
Bruto (PIB); Produção Industrial, indicador obtido através da Pesquisa 
Industrial Mensal, Produção Física realizada pelo IBGE; Estatísticas de 
emprego e desemprego, obtidas através da Pesquisa Mensal de 
Emprego realizada pelo IBGE, e pela Pesquisa de Emprego e 
Desemprego realizada pela Seade (Fundação Sistema Estadual de 
Estatísticas e Análise de Dados de São Paulo), em conjunto com o 
Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos 
Socioeconômicos). 
2. Inflação: aumento generalizado e constante do nível de preço na 
economia. Existem alguns índices para apuração da inflação. Os mais 
conhecidos são o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e o 
INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). No que se refere à 
inflação, podemos afirmar que, desde a implementação do Plano Real, o 
Brasil tem inflação controlada, com variações nos preços, mas nada tão 
expressivo como as hiperinflações da década de 1980 e 1990 até o Plano 
Real. Essa afirmação pode ser vista na Tabela 1. 
Tabela 1 – Evolução inflação (IPCA) 
Ano Preços IPCA (% a.a.) Ano Preços IPCA (% a.a.) 
1980 99,25 2000 5,97 
1981 95,62 2001 7,67 
1982 104,79 2002 12,53 
1983 164,01 2003 9,30 
1984 215,26 2004 7,60 
1985 242,23 2005 5,69 
 
 
12 
1986 79,66 2006 3,14 
1987 363,41 2007 4,46 
1988 980,21 2008 5,90 
1989 1.972,91 2009 4,31 
1990 1.620,97 2010 5,91 
1991 472,70 2011 6,50 
1992 1.119,10 2012 5,84 
1993 2.477,15 2013 5,91 
1994 916,46 2014 6,41 
1995 22,41 2015 10,67 
1996 9,56 2016 6,29 
1997 5,22 2017 2,95 
1998 1,65 2018 3,75 
1999 8,94 2019 4,31 
3. Indicadores relacionados ao setor externo: dividem-se nos eixos 
exportações, importações, saldo da balança comercial, saldo em 
transações correntes, dívida externa e taxa de câmbio. 
4. Indicadores financeiros: dividem-se essencialmente em taxa de juros 
básica da economia (Selic) praticada pelo Bacen e Taxa Referencial de 
Juros, que é o rendimento calculado para a remuneração mensal dos 
depósitos em caderneta de poupança. 
5. Indicadores do setor público: dividem-se em dívida líquida (somatório do 
endividamento dos governos federal estadual e municipal e por suas 
empresas com o sistema financeiro, o setor privado e o resto do mundo) 
e necessidades de financiamento, que correspondem ao déficit ou 
superávit resultante da variação líquida da dívida pública. 
Onde encontrar esses indicadores? Você tem alguma noção? No Quadro 
2 você acompanha algumas instituições e seus respectivos endereços 
eletrônicos, onde os dados econômicos podem ser encontrados. 
Quadro 2 – Onde encontrar indicadores econômicos 
Instituição Endereço Eletrônico 
FGV - Instituto Brasileiro de Economia portalibre.fgv.br 
Banco Central www.bcb.gov.br/?BOLETIMANO 
FIPE/USP www.fipe.org.br/pt-br/publicacoes/bif 
Fundação do Desenvolvimento 
Administrativo 
www.fundap.sp.gov.br/atividades/publicacoes 
 
 
13 
Confederação Nacional da Indústria www.portaldaindustria.com.br/cni 
Instituto de Estudos para o 
desenvolvimento Industrial 
www.iedi.org.br 
Federação das Indústrias do Estado de 
SP 
www.fiesp.com.br 
Instituto de Economia Agrícola www.iea.sp.gov.br 
IPEADATA www.ipeadata.gov.br 
IBGE www.ibge.gov.br 
Existem muitos indicadores econômicos, cada qual com sua relevância e 
objetivo. A questão principal é saber utilizá-los de modo a contribuir para a 
análise e a prospecção de cenários. A partir da próxima temática, trabalharemos 
com outro indicador de suma relevância, e que pode impactar diretamente no 
cenário econômico e, consequentemente, na atuação de uma empresa: os 
indicadores sociais. 
TEMA 5 – INDICADORES SOCIAIS E POLÍTICOS 
Trabalhamos no tema anterior com os indicadores econômicos, 
importantes para construir e analisarcenários e, assim, tomar decisões cabíveis 
com as possibilidades. A partir desse momento, abordaremos os indicadores 
sociais. Mas antes de iniciar, você sabe o que são indicadores sociais e o que 
representam? Pois bem! Indicadores sociais, resumidamente, analisam a 
qualidade de vida e os níveis de bem-estar da população. Assim, os indicadores 
sociais são subsídios para as atividades de planejamento público, possibilitando 
o monitoramento das condições de vida de uma população (Brasil, 2010). 
Os indicadores sociais são associados ao conceito de desenvolvimento 
econômico. Isso ocorre porque o desenvolvimento econômico interfere 
diretamente na qualidade de vida da população. A partir disso, classificamos uma 
economia como desenvolvida ou subdesenvolvida. A esse respeito, é fácil 
verificar que diariamente ouvimos ou assistimos notícias sobre a situação social 
e política de nosso país. Desigualdade social, taxa de analfabetismo, acesso a 
esgoto e saneamento básico, taxa de mortalidade, dentre outros, são alguns dos 
indicadores citados pela mídia. 
Essas informações têm como base os indicadores sociais, que foram 
elaborados para realizar um retrato da realidade social de uma economia. É 
possível afirmar que os indicadores sociais e políticos têm o intuito de 
 
 
14 
representar “o estado social da Nação”, no que se refere à qualidade de vida ou 
bem-estar social e à situação econômica (Santagada, 2007). 
Assim, os indicadores sociais revelam o bem-estar geral e a qualidade de 
vida da população, abrangendo áreas como saúde, educação, trabalho, renda, 
segurança, transporte, saneamento básico e demografia (Brasil, 2010). Os 
indicadores sociais podem ser classificados segundo sua área temática: 
1. Saúde: por exemplo, percentual de crianças nascidas com peso 
adequado. 
2. Educação: por exemplo, nota do Exame Nacional do Ensino Médio. 
3. Mercado de trabalho: por exemplo, rendimento médio real do trabalho. 
4. Demografia: por exemplo, taxa de mortalidade. 
5. Habitação: por exemplo, densidade de moradores por domicílio. 
6. Segurança pública e justiça: por exemplo, roubos à mão armada por cem 
mil habitantes. 
7. Infraestrutura urbana: por exemplo, percentual de domicílios com 
esgotamento sanitário ligado à rede pública. 
8. Renda e pobreza: por exemplo, nível de pobreza. 
9. Qualidade de vida: por exemplo, Índice de Desenvolvimento Humano 
(IDH). 
10. Meio ambiente: por exemplo, percentual de domicílios que dispõem de 
coleta seletiva em relação ao total de domicílios 
Mas onde esses dados podem ser buscados? Você pode acessar os 
indicadores sociais nas páginas listadas no Quadro 2. 
TROCANDO IDEIAS 
Chegamos ao final desta primeira aula de nossa disciplina. E neste 
momento, assista ao filme “A Grande Aposta”, de 2015, que retrata como um 
grupo de “oportunistas” fez fortuna ao prever a crise econômica dos Estados 
Unidos. Ao assistir esse filme, perceba como a análise do cenário é relevante 
para a tomada de decisão. 
NA PRÁTICA 
Abordamos, nesta aula, a importância dos indicadores sociais e 
econômicos. A partir deste momento, faça uma busca na internet (em fontes 
 
 
15 
seguras) e apresente, em tabelas e gráficos, dois indicadores econômicos e dois 
indicadores sociais a respeito do estado ou região em que você mora. Depois, 
faça uma reflexão buscando argumentar o que esses dados retratam. 
FINALIZANDO 
Nossa, o tempo passou muito rápido! Quando vi, já estávamos no final 
dessa nossa aula. A ideia desta aula foi promover uma aproximação a temáticas 
relacionadas à análise de cenários econômicos, que serão base para o 
desenvolvimento das nossas próximas aulas. Iniciamos abordando a questão da 
construção e da análise de cenários. Verificamos que é de vital importância 
conhecer o ambiente em que a empresa está inserida para que assim, mesmo 
diante de um ambiente de incerteza, seja possível tomar as melhores decisões. 
Na sequência, estudamos o conceito de economia e sua importância para uma 
análise social. Assim, verificamos que a economia, além de ser dividida em duas 
grandes áreas, micro e macroeconomia, estuda a alocação de recursos 
escassos para suprir as necessidades ilimitadas dos agentes. Mas quais são os 
principais agentes econômicos? A essa altura você já deve saber que são as 
famílias, as empresas, o Estado e o restante do mundo. Esses agentes 
interagem, uma vez que vivemos em um mundo capitalista e globalizado, cada 
qual buscando suprir suas necessidades, considerando os recursos disponíveis. 
Por fim, demos atenção aos indicadores econômicos e sociais, suas implicações, 
e onde é possível ter acesso a eles. Bom, esperamos que você esteja empolgado 
e se sinta instigado a continuar os estudos! Nos vemos na próxima aula, até 
mais! 
 
 
 
16 
REFERÊNCIAS 
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São Paulo: Editora Atlas, 2019. 
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programas: guia metodológico. Brasília, 2010. Disponível em 
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CARVALHO, D. E. de et al. Construção de Cenários: Apreciação de Métodos 
Mais Utilizados na Administração Estratégica. In: ANPAD, 35., 2011, Rio de 
Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: ANPAD, 2011. Disponível em: 
<http://www.anpad.org.br/admin/pdf/ESO1387.pdf> Acesso em: 16 mar. 2021. 
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LOURENÇO, G. M.; ROMERO, M. Indicadores Econômicos. Curitiba: FAE, 
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PORTER, M. E. Vantagem competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 1996. 
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Acesso em: 16 mar. 2021. 
SILVA, M. V. D. de C. Introdução às Teorias Econômicas. Salvador: UFBA, 
2016. Disponível em: 
<https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/174982/4/eBook_Introducao_a
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VASCONCELLOS, M. A. S. de. Economia micro e macro. São Paulo: Editora 
Atlas, 2015.

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