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GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Negócios e Seguros – ENS E73g Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico. Gestão empresarial e financeira / Supervisão e coordenação metodológica da Diretoria de Ensino Técnico; assessoria técnica de Débora Regina Timoni. -- 8.ed. -- Rio de Janeiro : ENS, 2023. 5,14 Mb. ; PDF 1. Corretora de seguros - Administração. I.Timoni, Débora Regina. II. Título. 0022-2669 CDU 368:658.11(072) É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele, sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola. REALIZAÇÃO ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO ASSESSORIA TÉCNICA DEBORA REGINA TIMONI – 2023/2022/2021 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS – GERÊNCIA DE CONTEÚDO E PLANEJAMENTO PICTORAMA DESIGN RIO DE JANEIRO 8a EDIÇÃO 2023 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA A ENS, promove, desde 1971, diversas iniciativas no âmbito educacional, que contribuem para um mercado de seguros, previdência complementar, capitalização e resseguro cada vez mais qualificado. Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para profissionais que atuam nessa área, a Escola de Negócios e Seguros oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e experiências com uma equipe formada por especialistas que possuem sólida trajetória acadêmica. A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho para o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes e a competitividade é cada vez maior. Seja bem-vindo à Escola de Negócios e Seguros. GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 1. A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 7 CONHECENDO O MERCADO DE SEGUROS 8 Números do Mercado 8 Seguradoras 10 Corretores de Seguros 18 2. GESTÃO EMPRESARIAL 22 GESTÃO EMPRESARIAL 23 CORRETOR DE SEGUROS: ATUAÇÃO COMO PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA? 24 GESTÃO DA CORRETORA DE SEGUROS 25 Gestão Comercial x Gestão Administrativa 25 FIXANDO CONCEITOS 2 29 3. GESTÃO ADMINISTRATIVA 31 GESTÃO ADMINISTRATIVA – CONCEITOS INICIAIS 32 FUNÇÕES BÁSICAS DA ADMINISTRAÇÃO 33 Planejamento 34 Organização 45 Direção 45 Controle 46 FIXANDO CONCEITOS 3 47 SUMÁRIO INTERATIVO GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 4. GESTÃO DE PESSOAS 50 Introdução 51 Gestão por Competências 52 Desenvolvimento de lideranças 53 FIXANDO CONCEITOS 4 55 5. GESTÃO OPERACIONAL 56 ESTRUTURA E ESPAÇO FÍSICO 57 Estrutura e Organização Operacional 58 FIXANDO CONCEITOS 5 63 6. GESTÃO FINANCEIRA 64 DECISÕES FINANCEIRAS PRELIMINARES 65 Investimento e Capital de Giro 66 Cálculo do Capital de Giro 67 Equilíbrio entre Capital de Giro e Investimento Fixo 67 Retorno sobre Investimento 68 Lucratividade e Rentabilidade 68 Prazo de Retorno (Payback) 69 SIMULAÇÃO DE NECESSIDADE DE VENDAS MÍNIMAS 70 Investimento Inicial 70 Despesas Mensais 70 EVOLUÇÃO DAS VENDAS MENSAIS 72 Remuneração dos Produtos de Seguros e Benefícios 73 Simulação de Volumes de Vendas 73 TRIBUTOS 80 Carga Tributária PF 81 Carga Tributária PJ 82 FIXANDO CONCEITOS 6 87 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 7. GESTÃO COMERCIAL 90 OBJETIVOS E METAS 91 RECONHECIMENTO 94 Concursos e Campanhas de Vendas 94 FIXANDO CONCEITOS 7 96 8. ESTRUTURA DE TI E SISTEMAS 98 SISTEMAS DE GESTÃO E GERENCIAMENTO 100 SISTEMAS MULTICÁLCULO 103 Multicálculo robô 103 Multicálculo webservice 103 FIXANDO CONCEITOS 8 104 9. PLANO DE NEGÓCIOS E BUSINESS MODEL CANVAS 105 BUSINESS MODEL CANVAS 106 Proposta de valor 108 Para quem? 108 Fontes de Receita 110 Estrutura de Custo 111 PLANO DE NEGÓCIOS 112 Estrutura de um Plano de Negócios 113 CONSIDERAÇÕES SOBRE PLANO DE NEGÓCIOS PARA CORRETORAS DE SEGUROS 116 FIXANDO CONCEITOS 9 118 GABARITO 120 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 121 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 7 UNIDADE 1 ■ Conhecer o mercado de seguros por meio de dados estatísticos, considerando a atuação das seguradoras e as informações sobre os corretores de seguros. ■ Reconhecer as seguradoras por ramo de atuação, tamanho e importância, considerando o volume de prêmio e a participação no mercado segurador. Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS DESTA UNIDADE 01A IMPORTÂNCIA da GESTÃO EMPRESARIAL e FINANCEIRA ⊲ CONHECENDO O MERCADO DE SEGUROS ■ Reconhecer as características necessárias aos corretores de seguros, visando planejar a atuação e colocação no mercado. GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 8 UNIDADE 1 CONHECENDO O MERCADO DE SEGUROS — Números do Mercado Os mercados brasileiros de seguros, previdência complementar aberta, capitalização e resseguros vêm experimentando grande avanço no que se refere à gama de produtos oferecidos. Na tabela abaixo, observa-se um substancial e consistente aumento do volume de receitas, refletido em uma crescente participação no Produto Interno Bruto (PIB) do País. Tal desempenho tem contribuído para uma maior eficiência do sistema financeiro nacional, pois um mercado segurador bem desenvolvido auxi- lia o sistema financeiro na redução dos custos de transações, geração de liquidez e fomento de economias de escala, impulsionando o crescimento econômico com alocação eficiente de recursos, gerenciamento de riscos e captação de poupança de longo prazo no País. As tabelas e gráficos a seguir apresentam os valores de receitas, apurados para os produtos de seguros (excluindo o VGBL), acumulação (incluindo os produtos de previdência tradicional, PGBL e VGBL) e capitalização, incluin- do também os respectivos percentuais de participação no PIB. Verifica-se que a participação dos mercados supervisionados no PIB brasileiro cresceu significativamente no período de análise, saltando de um nível de 2,6%, em 2003, para o patamar de 3,5%, em 2021, o que é bas- tante significativo, principalmente levando-se em conta que o PIB brasileiro se manteve crescente na maior parte do período. A queda na participação no PIB observada no biênio 2017-2018 deveu-se ao fraco desempenho do mercado de produtos de acumulação. 9 UNIDADE 1 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA Entre janeiro e dezembro de 2021, o faturamento dos mercados supervi- sionados pela SUSEP atingiu R$ 306 bilhões, valor cerca de 11% superior ao faturamento em 2020. A relativa estabilidade desses mercados em 2020 reflete o impacto da pandemia de Covid-19 sobre a economia bra- sileira, a partir de março de 2020, mais notadamente nos segmentos de acumulação e capitalização. Contudo, a recuperação econômica de 2021 já começa a se refletir em uma recuperação no volume de receitas. A edição de novembro de 2022 do relatório “Síntese Mensal”, da Susep, informa que a arrecadação do setor supervisionado no acumulado até 11/2022 foi de R$ 321,05 bilhões, o que representa crescimento de 16,6% em relação ao mesmo período de 2021. Cabe ressaltar que não foram incluídos os valores relativos ao segmento “Seguro Saúde”, uma vez que o mesmo se encontra sob a supervisão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) desde agosto/2001. TABELA 1: RECEITAS ANUAIS (R$ MIL) ANO ACUMULAÇÃO SEGUROS (EXCL. VGBL) CAPITALIZAÇÃO TOTAL % PIB 2003 14.825 23.674 6.023 44.522 2,6 2004 18.210 26.958 6.602 51.770 2,6 2005 19.233 30.827 6.910 56.970 2,6 2006 22.952 34.276 7.111 64.340 2,7 2007 28.179 38.253 7.829 74.261 2,7 2008 31.828 44.288 9.015 85.132 2,7 2009 38.710 46.478 10.104 95.292 2,9 2010 46.078 53.385 11.781 111.243 2,9 2011 53.644 61.611 14.081 129.337 3,0 2012 70.594 69.829 16.585 157.009 3,3 2013 73.943 83.078 20.976 177.997 3,3 2014 83.874 92.969 19.565 196.408 3,4 2015 99.050 98.533 21.628 219.210 3,7 2016 117.819 100.709 21.223 239.751 3,8 2017 121.094 105.348 20.936 247.378 3,8 2018 111.756 112.810 21.223 245.790 3,5 2019 129.200 119.25524.102 272.557 3,7 2020 126.850 124.059 23.178 274.086 3,7 2021 141.133 141.007 24.179 306.319 3,5 Fonte: Susep 10 UNIDADE 1 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA EVOLUÇÃO DAS RECEITAS TOTAIS (R$ MIL) 300,000 200,000 100,000 0 0.0% 1.0% 2.0% 3.0% 4.0% 5.0% 2 0 0 3 2 0 0 6 2 0 0 9 2 0 12 2 0 15 2 0 18 2 0 2 1 AnoAno 2 0 0 3 2 0 0 6 2 0 0 9 2 0 12 2 0 15 2 0 18 2 0 2 1 R e ce it a s A n u a is P a rt ic ip a çã o n o P IB Fonte: Susep Vale ressaltar que a penetração do mercado de seguros no PIB é, em geral, maior em países com economias mais desenvolvidas, passando dos 5%, como é o caso de França, Reino Unido, Dinamarca, Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul, Hong Kong, entre outros. Isso pode apontar ainda um grande espaço para crescimento do mercado segurador no Brasil nos próximos anos. — Seguradoras Saber quem é quem no mercado ajuda o corretor de seguros a traçar sua estratégia comercial, tanto em relação à escolha das seguradoras em que vai trabalhar como aos ramos em que pretende atuar. Os quadros a seguir tratam de um levantamento estatístico (denominado ran- king) sobre presença das seguradoras brasileiras em seus principais negócios. Estão destacados, quando existentes, os 20 primeiros colocados em cada quadro, que vão corresponder aos principais ramos de seguro. Os valores são apresentados em R$ mil, salvo quando indicado. RESUMO DO FATURAMENTO – SEGUROS E PREVIDÊNCIA R$ MILHÕES 2021 2020 VAR. % AUTOMÓVEL 38.439 35.241 9,1% PATRIMONIAL 20.332 17.514 16,1% PESSOAS 53.861 48.110 12,0% SAÚDE 51.682 47.743 8,3% RISCOS FINANCEIROS 5.662 5.329 6,2% 11 UNIDADE 1 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA R$ MILHÕES 2021 2020 VAR. % TRANSPORTES 4.733 3.613 31,0% DEMAIS 21.842 16.894 29,3% TOTAL 1 196.552 174.445 12,7% DPVAT 21 165 -87,3% TOTAL 2 196.573 174.610 12,6% VGBL 126.165 112.707 11,9% PGBL 11.611 10.828 7,2% TOTAL 3 334.348 298.146 12,1% Fonte: Sincor/SP RANKING DAS SEGURADORAS – PRÊMIO TOTAL R$ MIL (SEM VGBL) GRUPOS (2021) VALORES PART. (%) GRUPOS (2020) VALORES PART. (%) 1 BRADESCO 43.504.998 22,13% BRADESCO 39.010.086 22,36% 2 SULAMÉRICA 19.691.009 10,02% SULAMÉRICA 18.945.777 10,86% 3 PORTO SEGURO 16.994.773 8,62% PORTO SEGURO 15.132.483 8,67% 4 BANCO DO BRASIL 12.063.738 6,14% BANCO DO BRASIL 10.386.163 5,95% 5 ZURICH-SANTANDER 11.480.479 5,84% ZURICH-SANTANDER 10.064.537 5,77% 6 MAPFRE 8.832.447 4,49% CAIXA SEGUROS 8.410.188 4,82% 7 CAIXA SEGURIDADE 8.534.359 4,34% MAPFRE 7.664.532 4,39% 8 ALLIANZ 7.581.512 3,86% ALLIANZ 6.938.045 3,98% 9 TOKIO MARINE 7.534.839 3,83% TOKIO MARINE 6.522.313 3,74% 10 ITAÚ 5.514.698 2,81% ITAÚ 4.579.256 2,63% 11 HDI 4.676.880 2,38% HDI 4.358.301 2,50% 12 LIBERTY 4.543.578 2,31% LIBERTY 4.351.590 2,49% 13 SOMPO 3.908.556 1,99% SOMPO 3.589.111 2,06% 14 PRUDENTIAL 3.809.698 1,94% PRUDENTIAL 3.344.003 1,92% 15 UNIMED 3.170.987 1,61% UNIMED 2.947.937 1,69% 16 ICATU 3.050.204 1,55% ICATU 2.461.917 1,41% 17 CHUBB 2.571.486 1,31% CARDIF-LUIZA 2.343.930 1,34% 18 CARDIF-LUIZA 2.550.900 1,30% CHUBB 2.137.276 1,23% 19 MAG 1.964.075 1,00% MAG 1.523.857 0,87% 20 FAIRFAX 1.734.280 0,88% FAIRFAX 1.220.527 0,70% Fonte: Sincor/SP 12 UNIDADE 1 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA RANKING DAS SEGURADORAS – PRÊMIO TOTAL R$ MIL – AUTOMÓVEL GRUPOS (2021) VALORES PART. (%) GRUPOS (2020) VALORES PART. (%) 1 PORTO SEGURO 10.838.013 28,20% PORTO SEGURO 9.715.490 27,57% 2 ALLIANZ 5.297.818 13,78% ALLIANZ 5.037.885 14,30% 3 BRADESCO 4.532.612 11,79% BRADESCO 3.925.210 11,14% 4 TOKIO MARINE 3.989.148 10,38% TOKIO MARINE 3.638.595 10,32% 5 LIBERTY 3.222.198 8,38% LIBERTY 3.221.871 9,14% 6 HDI 3.185.517 8,29% HDI 3.152.396 8,95% 7 MAPFRE 2.977.352 7,75% MAPFRE 2.701.065 7,66% 8 SOMPO 1.033.175 2,69% SOMPO 918.928 2,61% 9 ZURICH-SANTANDER 872.551 2,27% ZURICH-SANTANDER 732.512 2,08% 10 SUHAI 544.359 1,42% SUHAI 382.727 1,09% 11 MITSUI 459.226 1,19% MITSUI 347.777 0,99% 12 ALFA 427.508 1,11% ALFA 345.375 0,98% 13 CAIXA SEGUROS 366.004 0,95% CAIXA SEGUROS 336.263 0,95% 14 SURA 290.939 0,76% SURA 240.575 0,68% 15 GENTE 159.766 0,42% SULAMÉRICA 211.456 0,60% 16 BANESTES 63.988 0,17% GENTE 105.490 0,30% 17 SANCOR 49.918 0,13% BANESTES 58.046 0,16% 18 CARDIF-LUIZA 38.023 0,10% SANCOR 56.631 0,16% 19 TOO 28.535 0,07% GENERALI-BMG 32.665 0,09% 20 ESSOR 23.530 0,06% CARDIF-LUIZA 26.841 0,08% Fonte: Sincor/SP RANKING DAS SEGURADORAS – PRÊMIO TOTAL R$ MIL – PATRIMONIAL GRUPOS (2021) VALORES PART. % GRUPOS (2020) VALORES PART. % 1 ZURICH-SANTANDER 3.072.639 15,11% ZURICH-SANTANDER 2.842.125 16,23% 2 MAPFRE 1.816.759 8,94% MAPFRE 1.689.100 9,64% 3 PORTO SEGURO 1.793.176 8,82% PORTO SEGURO 1.630.227 9,31% 4 TOKIO MARINE 1.319.135 6,49% TOKIO MARINE 1.144.137 6,53% 5 CARDIF-LUIZA 1.144.612 5,63% CARDIF-LUIZA 1.100.420 6,28% 6 ASSURANT 9.46.376 4,65% ASSURANT 888.005 5,07% 7 BRADESCO 9.38.910 4,62% SOMPO 851.173 4,86% 8 HDI 920.941 4,53% BRADESCO 842.432 4,81% 9 CAIXA SEGURIDADE 846.051 4,16% HDI 793.026 4,53% 10 ALLIANZ 790.221 3,89% CAIXA SEGUROS 665.940 3,80% 13 UNIDADE 1 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA GRUPOS (2021) VALORES PART. % GRUPOS (2020) VALORES PART. % 11 SOMPO 780.318 3,84% CHUBB 658.582 3,76% 12 CHUBB 728.440 3,58% ALLIANZ 628.582 3,59% 13 AXA 646.829 3,18% AXA-XL 457.166 2,61% 14 ITAÚ 600.599 2,95% BANCO DO BRASIL 446.654 2,55% 15 BANCO DO BRASIL 547.623 2,69% ITAÚ 420.754 2,40% 16 LIBERTY 436.511 2,15% LIBERTY 365.206 2,09% 17 SWISS RE 413.935 2,04% AIG 300.250 1,71% 18 AIG 402.608 1,98% SWISS RE 295.955 1,69% 19 FAIRFAX 322.082 1,58% SURA 227.698 1,30% 20 MITSUI 288.442 1,42% STARR 196.273 1,12% Fonte: Sincor/SP RANKING DAS SEGURADORAS – PRÊMIO TOTAL R$ MIL – PESSOAS GRUPOS (2021) VALORES PART. % GRUPOS (2020) VALORES PART. % 1 BRADESCO 10.388.505 19,29% BRADESCO 9.095.881 18,91% 2 ZURICH-SANTANDER 6.517.314 12,10% ZURICH-SANTANDER 5.638.843 11,72% 3 BANCO DO BRASIL 5.677.711 10,54ˆ% BANCO DO BRASIL 5.576.533 11,59% 4 CAIXA SEGURIDADE 4.483.945 8,33% CAIXA SEGUROS 4.772.537 9,92% 5 ITAÚ 4.112.608 7,64% ITAÚ 3.457.537 7,19% 6 PRUDENTIAL 3.809.698 7,07% PRUDENTIAL 3.344.003 6,95% 7 ICATU 2.8772.671 5,33% ICATU 2.350.428 4,89% 8 MAG 1,964.075 3,65% MAG 1.523.879 3,17% 9 MAPFRE 1.520.448 2,82% MAPFRE 1.469.143 3,05% 10 METLIFE 1.319.166 2,45% METLIFE 1.158.080 2,41% 11 CARDIF-LUIZA 1.225.878 2,28% CARDIF-LUIZA 1.131.560 2,35% 12 PORTO SEGURO 1.081.812 2,01% PORTO SEGURO 968.456 2,01% 13 SICOOB 939.424 1,74% SICOOB 721.018 1,50% 14 GENERALI-BMG 827.040 1,54% UNIMED 656.406 1,36% 15 UNIMED 703.553 1,31% GENERALI-BMG 565.399 1,18% 16 SULAMÉRICA 594.631 1,10% SULAMÉRICA 553.992 1,15% 17 CHUBB 551.890 1,02% BRASILPREV 464.780 0,97% 18 TOO 546.198 1,01% CHUBB 419.559 0,87% 19 TOKIO MARINE 545.650 0,84% TOKIO MARINE 411.534 0,86% 20 BRASILPREV 447.393 0,83% TOO 410.167 0,85% Fonte: Sincor/SP 14 UNIDADE 1 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA RANKING DAS SEGURADORAS – PRÊMIO TOTAL R$ MIL – RISCOS FINANCEIROS GRUPOS (2021) VALORES PART. % GRUPOS (2020) VALORES PART. % 1 PORTO SEGURO 766.676 13,54% POTTENCIAL 670.955 12,59% 2 POTTENCIAL 698.973 12,34% PORTO SEGURO 667.013 12,52% 3 JUNTO 518.338 9,15% JUNTO 321.457 6,03% 4 MAPFRE 335.844 5,93% MAPFRE 292.155 5,48% 5 FAIRFAX 275.606 4,87% FAIRFAX 272.369 5,11% 6 CHUBB 232.784 4,11% TOKIO MARINE 246.549 4,63% 7 BANCO DO BRASIL 210.090 3,71% GENERALI-BMG 217.629 4,08% 8 GENERALI-BMG 202.771 3,58% CHUBB 200.991 3,77% 9 COFACE 196.496 3,47% AUSTRAL 187.143 3,51% 10 ZURICH-SANTANDER 180.927 3,20% SWISS RE 185.581 3,48% 11 EULER-HERMES 163.570 2,89% ZURICH-SANTANDER 160.348 3,01% 12 TOKIO MARINE 148.974 2,63% COFACE 142.484 2,67% 13 AIG 137.623 2,43% TOO 132.915 2,49% 14 FATOR 134.553 2,38% BANCO DO BRASIL 132.781 2,49% 15 AUSTRAL 133.745 2,36% EULER-HERMES 132.570 2,49% 16 TOO 127.007 2,24% BRADESCO 130.463 2,45% 17 EZZE 121.817 2,15% LIBERTY 115.135 2,16% 18 BRADESCO 120.589 2,13% FATOR 114.605 2,15% 19 ATRADIUS 109.966 1,94% EZZE 110.123 2,07%20 BERKLEY 102.677 1,81% ATRADIUS 106.664 2,00% Fonte: Sincor/SP RANKING DAS SEGURADORAS – PRÊMIO TOTAL R$ MIL – TRANSPORTES GRUPOS (2021) VALORES PART. % GRUPOS (2020) VALORES PART. % 1 SOMPO 719.650 15,21% SOMPO 608.377 16,84% 2 TOKIO MARINE 630.142 13.31% TOKIO MARINE 371.667 10,29% 3 ALLIANZ 370.753 7,83% ALLIANZ 315.748 8,74% 4 CHUBB 347.401 7,34% CHUBB 270.425 7,49% 5 SURA 297.477 6,29% SURA 261.040 7,23% 6 MAPFRE 276.008 5,83% HDI 204.482 5,66% 7 HDI 272.529 5,76% ARGO 202.496 5,60% 8 ARGO 246.770 5,21% MAPFRE 183.885 5,09% 9 PORTO SEGURO 227.753 4,81% PORTO SEGURO 183.453 5,08% 15 UNIDADE 1 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA GRUPOS (2021) VALORES PART. % GRUPOS (2020) VALORES PART. % 10 LIBERTY 176.343 3,73% FAIRFAX 122.572 3,39% 11 AXA 171.108 3,62% LIBERTY 120.750 3,34% 12 FAIRFAX 168.203 3,55% AXA-XL 120.604 3,34% 13 ESSOR 164.573 3,48% ESSOR 117.648 3,26% 14 STARR 99.386 2,10% AIG 90.601 2,51% 15 MITSUI 96.099 2,03% STARR 86.586 2,40% 16 BERKLEY 93.301 1,97% SWISS RE 73.305 2,03% 17 AIG 84.828 1,79% INVESTPREV 70.499 1,95% 18 SWISS RE 72.673 1,54% BERKLEY 70.140 1,94% 19 KOVR 69.598 1,47% MITSUI 62.846 1,74% 20 EZZE 68.418 1,45% AMERICAN LIFE 39.008 1,08% Fonte: Sincor/SP RANKING DAS SEGURADORAS – PRÊMIO TOTAL R$ MIL – DEMAIS RAMOS GRUPOS (2021) VALORES PART. % GRUPOS (2020) VALORES PART. % 1 BANCO DO BRASIL 5.628.315 25,77% BANCO DO BRASIL 4.230.579 25,04% 2 CAIXA SEGURIDADE 2.828.579 12,95% CAIXA SEGUROS 2.623.188 15,53% 3 MAPFRE 1.906.035 8,73% MAPFRE 1.329.184 7,87% 4 TOKIO MARINE 992.791 4,55% AUSTRAL 848.284 5,02% 5 FAIRFAX 963.430 4,41% TOKIO MARINE 709.832 4,20% 6 AUSTRAL 873.144 4,00% FAIRFAX 673.952 3,99% 7 ZURICH-SANTANDER 814.561 3,73% ZURICH-SANTANDER 670.856 3,97% 8 CHUBB 710.971 3,26% CHUBB 588.151 3,48% 9 ESSOR 700.243 3,21% BRADESCO 577.369 3,42% 10 BRADESCO 687.313 3,15% ITAÚ 453.961 2,69% 11 ITAÚ 570.651 2,61% TOO 405.069 2,40% 12 ALLIANZ 415.299 1,90% ESSOR 382.775 2,27% 13 NEWE 378.612 1,73% AXA-XL 379.504 2,25% 14 SWISS RE 378.360 1,73% ALLIANZ 328.480 1,94% 15 AXA 369.029 1,69% SOMPO 284.150 1,68% 16 SOMPO 343.439 1,57% AIG 264.518 1,57% 17 TOO 339.614 1,55% SWISS RE 246.846 1,46% 16 UNIDADE 1 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA GRUPOS (2021) VALORES PART. % GRUPOS (2020) VALORES PART. % 18 AIG 333.389 1,53% LIBERTY 182.684 1,08% 19 HDI 257.725 1,18% EXCELSIOR 177.895 1,05% 20 EXCELSIOR 244.258 1,12% HDI 171.985 1,02% Fonte: Sincor/SP RANKING DAS SEGURADORAS – PRÊMIO TOTAL R$ MIL – VGBL GRUPOS (2021) VALORES PART. % GRUPOS (2020) VALORES PART. % 1 BRASILPREV 42.966.146 34,06% BRASILPREV 38.271.836 33,96% 2 CAIXA SEGURIDADE 31.617.287 25,06% CAIXA SEGUROS 24.434.735 21,68% 3 BRADESCO 25.638.034 20,32% BRADESCO 22.727.723 20,17% 4 ZURICH-SANTANDER 10.709.833 8,49% ZURICH-SANTANDER 13.052.161 11,58% 5 ITAÚ 7.053.833 5,59% ITAÚ 8.022.315 7,12% 6 ICATU 3.197.563 2,53% ICATU 2.682.854 2,38% 7 XP 2.479.804 1,97% XP 1.314.799 1,17% 8 SAFRA 926.767 0,73% SAFRA 884.651 0,78% 9 BTG PACTUAL 547.910 0,43% SULAMÉRICA 528.736 0,47% 10 SULAMÉRICA 449.835 0,36% PORTO SEGURO 287.113 0,25% 11 PORTO SEGURO 293.715 0,23% BTG PACTUAL 178.536 0,16% 12 MAPFRE 140.169 0,11% MAPFRE 147.874 0,13% 13 UNIMED 57.204 0,05% UNIMED 68.914 0,06% 14 MAG 39.119 0,03% ALFA 49.482 0,04% 15 SICOOB 20.626 0,02% MAG 36.890 0,03% 16 METLIFE 13.837 0,01% METLIFE 14.539 0,01% 17 ALFA 10.521 0,01% BANESTES 3.667 0,00% 18 BANESTES 2.443 0,00% UNIÃO 261 0,00% 19 UNIÃO 466 0,00% INVESTPREV 13 0,00% 20 KOVR 16 0,00% SICOOB 2 0,00% Fonte: Sincor/SP 17 UNIDADE 1 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA RANKING DAS SEGURADORAS – PRÊMIO TOTAL R$ MIL – PGBL GRUPOS (2021) VALORES PART. % GRUPOS (2020) VALORES PART. % 1 BRADESCO 1.672.279 23,02% BRADESCO 2.557.729 23,62% 2 ITAÚ 2.486.084 21,41% BRASILPREV 2.406.072 22,22% 3 BRASILPREV 2.427.378 20,91% ITAÚ 2.253.858 20,82% 4 ICATU 1.487.599 12,82% ICATU 1.350.531 12,47% 5 ZURICH-SANTANDER 588.329 5,07% ZURICH-SANTANDER 594.392 5,49% 6 XP 576.288 4,96% CAIXA SEGUROS 495.967 4,58% 7 CAIXA SEGURIDADE 468.249 4,03% XP 363.734 3,36% 8 SULAMÉRICA 243.990 2,10% SULAMÉRICA 276.642 2,55% 9 BTG PACTUAL 149.087 1,28% PORTO SEGURO 113.636 1,05% 10 PORTO SEGURO 116.581 1,00% UNIMED 110.371 1,02% 11 UNIMED 108.571 0,94% MAPFRE 98.731 0,91% 12 MAPFRE 98.091 0,84% SAFRA 69.649 0,64% 13 SAFRA 80.738 0,70% BTG PACTUAL 57.074 0,53% 14 MET LIFE 74.891 0,65% MET LIFE 42.781 0,40% 15 MAG 22.348 0,19% MAG 23.353 0,22% 16 ALFA 10.342 0,09% ALFA 13.517 0,12% Fonte: Sincor/SP Em relação ao segmento de Saúde, estão consideradas, no quadro abaixo, as seguradoras atuantes no País. Outros tipos de companhias (mesmo de gran- de porte) da área de assistência suplementar de saúde não estão incluídas. RANKING DAS SEGURADORAS – R$ MIL – SAÚDE GRUPOS (2021) VALORES PART. % GRUPOS (2020) VALORES PART. % 1 BRADESCO 26.836.626 51,93% BRADESCO 24.438.499 51,19% 2 SULAMÉRICA 19.096.376 36,95% SULAMÉRICA 18.166.560 38,05% 3 UNIMED 2.402.070 4,65% UNIMED 2.236.797 4,69% 4 PORTO SEGURO 2.109.455 4,08% PORTO SEGURO 1.823.357 3,82% 5 SOMPO 626.106 1,21% SOMPO 512.979 1,07% 6 ALLIANZ 412.841 0,80% ALLIANZ 366.923 0,77% 7 ITAÚ 199.000 0,39% ITAÚ 192.631 0,40% 8 CAIXA SEGUROS 5.493 0,01% TOTAL 51.682.474 100,00% TOTAL 47.743.239 100,00% Fonte: Sincor/SP 18 UNIDADE 1 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA — Corretores de Seguros Os corretores de seguros estão distribuídos da seguinte forma pelos estados do Brasil: UF PESSOAS FÍSICAS PESSOAS JURÍDICAS TOTAL UF AC 37 27 64 AL 338 211 549 AM 490 320 810 AP 28 18 46 BA 2171 1615 3786 CE 1084 804 1888 DF 1698 1445 3143 ES 934 710 1644 GO 1750 1355 3105 MA 381 328 709 MG 5810 4576 10386 MS 727 525 1252 MT 697 601 1298 PA 543 415 958 PB 457 303 760 PE 1556 1037 2593 PI 202 162 364 PR 5013 4008 9021 RJ 9171 11013 20184 RN 524 328 852 RO 221 167 388 RR 16 12 28 RS 4253 3185 7438 SC 2577 1842 4419 SE 340 252 592 SP 29342 21590 50932 TO 168 172 340 TOTAL 70528 57021 127549 Fonte: FENACOR 19 UNIDADE 1 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA REGISTROS POR TIPO DE PESSOA/REGIÃO REGIÃO PESSOAS FÍSICAS PESSOAS JURÍDICAS TOTAL Centro-Oeste 4872 3926 8798 Nordeste 7053 5040 12093 Norte 1503 1131 2634 Sul 11843 9035 20878 Sudeste 45257 37889 83146 TOTAL 70528 57021 127549 Fonte: FENACOR O 4º Estudo Socioeconômico das Empresas Corretoras de Seguros, publi- cado em outubro/2019 pela FENACOR, trouxe informações sobre quem são as empresas corretoras de seguros no Brasil, o que fazem e o que querem. O questionário foi respondido por 1.435 corretoras de seguros, distribuídas pelas regiões do País, conforme tabela a seguir. PRÊMIOS DE SEGUROS E RESPOSTAS POR REGIÕES – 2019 REGIÃO QUANTIDADE DE PJs SUSEP Nº DE RESPOSTAS % EM RELAÇÃO AO TOTAL DE RESPOSTAS % POR REGIÃO Centro-Oeste 3.166 142 10% 4% Nordeste 4.403 162 11% 4% Norte 1.061 55 4% 5% Sudeste 7.831 435 30% 6% Sul 27.840 641 45% 2% TOTAL 44.301 1.435 100% – Fonte: FENACOR Em relação aos prêmios emitidos, quase metade das corretoras de seguros têm um faturamento de prêmios de seguros de, no máximo, R$ 500 mil por ano. Ou seja, é um setor tipicamente caracterizado por possuir uma grande quantidade de microempresas. O quadro a seguir mostra os detalhes. 20 UNIDADE 1 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA DISTRIBUIÇÃO DOS PRÊMIOS – CORRETORAS DE SEGUROS PRÊMIOS DE SEGUROS 2016 2018 Até R$ 500 mil 50% 45% De R$ 501 mil a R$ 1.000 mil 16% 19% De R$ 1.001 mil a R$ 3.500 mil 18% 16% De R$ 3.501 mil a R$ 7.000 mil 6% 7% Acima de R$ 7.001 mil 10% 13% TOTAL 100% 100% Fonte: FENACOR Na distribuição de prêmios gerados pelas corretoras de seguros, observa-se que, na média, 56% de todos os prêmios gerados pelas corretoras de seguros no Brasil vêm do seguro de automóvel, 16% vêm de ramos elemen- tares (RE), 11% são oriundos do ramo vida, 9% são provenientes do ramo saúde e 8%, dos demais ramos. COMPOSIÇÃO DO VOLUME DE PRÊMIOS GERADOS PELAS CORRETORAS –2018 Demais Saúde RE Auto Vida 8% 9% 16% 56% 11% Outra característica importante é avaliar quantos funcionários trabalham na corretora de seguros (incluindo-se, nesse número, o próprio corretor de seguros). 21 UNIDADE 1 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA QUANTIDADE DE FUNCIONÁRIOS – CORRETORAS DE SEGUROS FUNCIONÁRIOS 2016 2018 1 21% 20% De 2 a 3 45% 44% De 4 a 7 24% 24% De 8 a 17 8% 8% De 18 a 25 1% 1% Acima de 25 2% 2% TOTAL 100% 100% MÉDIA (FUNCIONÁRIOS) 4,2 4,3 Fonte: FENACOR As principais características observadas em relação ao perfil das correto- ras de seguros são: ■ Preponderância de atuação de pequenas e microempresas; ■ 65% das empresas têm até quatro funcionários; ■ 56% dos seus prêmios vêm do ramo automóvel; ■ Em geral, quanto menor a corretora, maior a participação do automóvel; ■ 10 a 15% das empresas são especializadas em vida ou saúde; ■ As corretoras geram 150 mil empregos diretos; ■ Investimentos em tecnologia concentrados em processos adminis- trativos e infraestrutura. GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 22 UNIDADE 202 TÓPICOS DESTA UNIDADE ■ Entender a importância da gestão empresarial aplicada à corretora de seguros, considerando seus princípios básicos e as características específicas do negócio. ■ Diferenciar os conceitos de gestão comercial da gestão administrativa, analisando casos práticos de gestão no ramo de seguros. GESTÃO Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: ⊲ GESTÃO EMPRESARIAL ⊲ CORRETOR DE SEGUROS: ATUAÇÃO COMO PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA? ⊲ GESTÃO DA CORRETORA DE SEGUROS ⊲ FIXANDO CONCEITOS 2 EMPRESARIAL GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 23 UNIDADE 2 GESTÃO EMPRESARIAL A palavra gestão, originária do latim gestione, refere-se ao ato de gerir, gerenciar, administrar. A Gestão Empresarial pode ser considerada a mais importante combinação de técnica, tecnologia, arte e disciplina para buscar o sucesso das empresas na atualidade. Peter Drucker – o mais influente estudioso de gestão do mundo – foi um guru e um ícone dos negócios. Conhecido por criar vários conceitos sobre os quais se construíram os pilares da gestão moderna, Drucker teve uma maneira não convencional de explorar a história da gestão e das suas ideias para o futuro. A influência de suas ideias foi tão grande que ele é frequentemente cha- mado de “pai da administração moderna”, título que foi sendo cunhado ao longo de sua carreira, mas ganhou força especialmente após a publicação de duas obras: Conceito da Corporação (1946) e Prática da Administração de Empresas (1954). O primeiro é uma obra descritiva da gestão realizada na GM; já o segundo reúne assuntos presentes na rotina de qualquer administrador. Entre tantas outras ideias, Drucker defendeu uma maneira nova de pen- sar: observar com os olhos do cliente para compreender o significado de valor. É necessário olhar de fora para dentro e ver o que o cliente deseja e quanto deseja pagar, cruzando fronteiras entre a empresa, fornecedor e cliente. Isto diferencia o vender do convencer o cliente a comprar. Para isso, Drucker formulou uma série de perguntas que a empresa deve se Saiba mais Você sabia que Drucker também teve contato com a economia brasileira? Peter Drucker passou pelo Brasil algumas vezes para participar de conferências e realizar seminários. Na década de 1950, inclusive, ele se encontrou com o então presidente Juscelino Kubitschek, revelando ser um entusiasta do projeto de construção de Brasília. Nessa mesma época, Drucker também conheceu mais sobre a Petrobras e a Embraer. 24 UNIDADE 2 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA fazer: qual o nosso ramo de negócios? Quem é o nosso cliente? O que o cliente valoriza? E, para os profissionais da organização, ele elaborou questões como: quem depende do meu trabalho? Como eles o utilizam? Por que meu trabalho é valioso para eles? Essas reflexões são de grande importância para entendermos como gerir nossos negócios. CORRETOR DE SEGUROS: ATUAÇÃO COMO PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA? Uma das primeiras dúvidas que pode surgir ao iniciar a atuação como Cor- retor de Seguros é qual seria a melhor opção: atuar como um corretor de seguros autônomo (pessoa física) ou empresário (pessoa jurídica). Conforme quadro abaixo, ambas as opções têm seus prós e contras, e será necessário cada profissional analisar e optar de acordo com sua realidade, considerando volume de produção, estrutura necessária e principalmente a questão tributária. OPÇÕES DISPONÍVEIS PESSOA JURÍDICA CONTRAS CONTRASPRÓSPRÓS Menor tempo para começar a operar Baixo custo operacional Estrutura empresarial Carga tributária menor Alta carga tributária Dificuldade de cadastramento junto ás seguradoras Custos operacionais Tempo maior para começar a operar PESSOA FÍSICA Mais adiante, na Unidade de Gestão Financeira, vamos detalhar como se dá a tributação nas duas formas de atuação. Contudo, é fundamental compreender que mesmo optando pela atuação como autônomo, é indispensável que o profissional entenda e aplique os princípios da Gestão Empresarial que abordaremos neste material. 25 UNIDADE 2 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA GESTÃO DA CORRETORA DE SEGUROS Para iniciarmos o entendimento de como as corretoras de seguros são admi- nistradas, é necessário considerar que elas são, em sua grande maioria, empresas pequenas, com recursos limitados e poucos funcionários. Para que possam evoluir e crescer, é necessário que seus gestores exerçam todas as suas habilidades e seu conhecimento de forma bastante organizada e com um bom planejamento. O mercado de seguros tem passado, nos últimos anos, por alterações significativas no âmbito de sua regulamentação. A publicação de várias Circulares e Normativas pela Susep vem gradativamente modificando o ambiente de negócios. O open insurance e o sandbox regulatório devem influenciar a distribuição, comercialização e criação de produtos, abrindo um leque tanto de oportunidades como de ameaças para o corretor de seguros. A introdução das novas tecnologias e negócios digitais é uma realidade, e já modificou a maneira como o mercado de seguros cria, produz e vende seus produtos e soluções. O corretor de seguros, como participante ativo desse processo, precisa estar preparado para o desafio de exercer a ges- tão de seu negócio de forma eficiente. A rotina de uma corretora de seguros é bastante intensa, caracterizada pela necessidade de coordenar várias operações e atividades necessárias para o desempenho satisfatório do trabalho. Para que uma corretora de seguros possa ter sucesso, há dois fatores que são considerados muito importantes: captar e fidelizar clientes, por meio do atendimento cuidadoso e criterioso das demandas dos segurados, fazendo com que eles sejam agentes geradores de novos negócios. — Gestão Comercial x Gestão Administrativa Para melhor organizar os processos de gestão empresarial da corretora de seguros, podemos desmembrá-los em duas grandes áreas de atuação: a Gestão Comercial e a Gestão Administrativa. Saiba mais O sandbox regulatório se constitui de um ambiente regulatório experimental para possibilitar a implantação de projetos inovadores que apresentem produtos e/ou serviços a serem ofertados no âmbito do mercado de seguros e que sejam desenvolvidos ou oferecidos a partir de novas metodologias, novos processos, procedimentos, ou de tecnologias existentes aplicadas de modo diverso. Saiba mais O open insurance é um conjunto de regras e procedimentos que permite criar um mercado aberto de seguros. No open insurance, as empresas do setor de seguros terão que abrir os dados que possuem de seus clientes – desde que esses consumidores autorizem esse compartilhamento. 26 UNIDADE 2 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA GESTÃO EMPRESARIAL DA CORRETORA DE SEGUROS GESTÃO OPERACIONALGESTÃO FINANCEIRA GESTÃO DE PESSOAS GESTÃO COMERCIAL GESTÃO ADMINISTRATIVA A área comercial é o coração da corretora de seguros. Ao desempenhar de forma eficiente sua principal função, que é a conquista de clientes, ela se torna a razão da existência das demais áreas. Já a área administrativa, incluindo aqui todos os processos de gestão operacional, administrativa e financeira, precisa estar adequada e preparada para receber a produção que a área comercial vai gerar. O desempenho eficaz dessas duas áreas proporciona o equilíbrio do negócio, permitindo a manutenção dos antigos clientes e a captação de novos. Em 2014, o Sincor/SP, em parceria com o Sebrae, publicou a Cartilha do Corretor de Seguros Empreendedor, onde aborda, entre outros aspec- tos, a importância da eficiência e do equilíbrio entre essas duas áreas da corretora de seguros. O quadro abaixo demonstra de forma gráfica como isso se processa. 27 UNIDADE 2 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA Conquista de novos clientes e perda de clientes antigos Conquista de novos clientes e satisfação dos clientes antigos Perda de clientes antigos e dificuldades em conquistar novos Satisfação dos clientes antigos e dificuldades para conquistar novos e crescer 01 02 04 03 G e st ã o C o m e rc ia l Gestão Administrativa Fonte: Sincor/SP – Sebrae Analisando os quadrantes formados, pode-se posicionar a situação da corretora de seguros: Quadrante 1 – Se a empresa estiver nessa posição, significa que está sen- do realizada uma boa gestão comercial e administrativa. Novos clientes são conquistados diariamente, a carteira e o volume de comissões cres- cem. Por outro lado, os clientes antigos estão contentes com os serviços prestados e percebem valor no investimento que estão fazendo em segu- ros, o que fomenta recomendações boca a boca e produz novos clientes. Essa empresa está consolidada no mercado e seu futuro é crescer. Quadrante 2 – Essa posição indica uma boa gestão administrativa, porém uma fraca gestão comercial. Os clientes antigos estão satisfeitos com os serviços realizados, mas não possuem motivação suficiente para muitas recomendações. Com a função comercial frágil e a baixa intensidade do boca a boca, a carteira de negócios não cresce e, por consequência, o faturamento fica estagnado. É preciso investir no aspecto comercial, quali- ficar equipes, atualizar-se em produtos e desenvolver uma estratégia para formar novas redes de relacionamentos. Quadrante 3 – Essa é a pior posição, ilustrada pela fraca atuação comer- cial e administrativa. Significa que não ocorre a entrada de novos clientes e os atuais estão insatisfeitos com os serviços prestados. Nesse cenário, caso não seja realizada uma mudança rápida, o destino da empresa prova- velmente será o de fechar as portas. 28 FIXANDO CONCEITOS GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA Quadrante 4 – Nessa posição, a função comercial apresenta bom desem- penho, e o que deixa a desejar é a função administrativa. Novos clientes são conquistados, mas a taxa de não renovação é alta, bem como a sen- sação de insatisfação pelos serviços prestados. Se a empresa está nessa posição, é importante investir na melhoria dos serviços de atendimento ao cliente em termos de assistência técnica e relacionamento. Nos próximos capítulos, vamos abordar com detalhes os processos e ativi- dades envolvidas nas várias áreas de gestão de uma corretora de seguros. 29 FIXANDO CONCEITOS GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA FIXANDO CONCEITOS 2 Marque a alternativa correta 1. A rotina de uma corretora de seguros é caracterizada pela necessidade de coordenar várias operações e atividades necessárias para o desem- penho satisfatório do trabalho. Em relação à gestão de uma corretora de seguros, é correto afirmar que: a) Compreende somente a gestão comercial e financeira do negócio. b) A gestão comercial é menos importante do que a gestão administrativa. c) O desempenho eficaz da gestão comercial e da gestão administrativa proporciona o equilíbrio do negócio. d) É composta somente da gestão administrativa e operacional. e) A gestão comercial é mais importante do que a gestão administrativa. 2. Jorge, um jovem corretor de seguros, iniciou sua atuação como sucessor de seu pai numa corretora com mais de 20 anos de existência. Ao analisar os negócios fechados nos últimos 6 meses, verificou que o índice de reno- vação das apólices era em média de 90%, porém, a conquista de novos clientes não era suficiente para repor os negócios perdidos. Em relação aos preceitos da gestão de uma corretora de seguros, podemos afirmar que está sendo realizada uma: (a) Boa gestão comercial e administrativa. (b) Boa gestão administrativa e uma fraca gestão comercial. (c) Fraca gestão comercial e administrativa. (d) Fraca gestão administrativa e boa gestão comercial. (e) Boa gestão operacional e fraca gestão administrativa. 30 FIXANDO CONCEITOS GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 3. O sucesso da gestão de uma empresa está diretamente relacionado ao conhecimento que o gestor detém de sua área de atuação. Em relação ao ambiente atual do mercado e às caraterísticas das corretoras de seguros, é correto afirmar: (a) As corretoras de seguros são, em sua maioria, empresas pequenas, com recursos limitados e poucos funcionários. (b) Não houve, nos últimos anos, alterações significativas nas normas e nos regulamentos que regem o mercado de seguros. (c) O open insurance não deve influenciar o ambiente de negócios do mercado. (d) O sandbox regulatório não prevê a criação de novos produtos de segu- ros. (e) As corretoras de seguros, por serem empresas de pequeno porte, não devem sofrer influência das recentes alterações normativas da Susep. Consulte o gabarito clicando aqui. GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 31 UNIDADE 303 ■ Compreender os conceitos da gestão administrativa, conhecendo suas teorias fundamentais e principais autores. ■ Reconhecer as funções básicas da administração, verificando a sua aplicação em casos práticos da gestão de corretoras de seguros. ■ Conhecer os conceitos apresentados na elaboração do planejamento estratégico da corretora de seguros, analisando as características do negócio por meio de ferramentas conceituais práticas. TÓPICOS DESTA UNIDADE GESTÃO Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: ⊲ GESTÃO ADMINISTRATIVA – CONCEITOS INICIAIS ⊲ FUNÇÕES BÁSICAS DA ADMINISTRAÇÃO ⊲ FIXANDO CONCEITOS 3 ■ Desenvolver a missão, visão e os valores da corretora de seguros, considerando os conceitos e exemplos práticos apresentados. ■ Definir os objetivos, as metas e sua forma de monitoramento, de acordo com o plano estratégico desenvolvido para a corretora de seguros. ADMINISTRATIVA GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 32 UNIDADE 3 GESTÃO ADMINISTRATIVA – CONCEITOS INICIAIS Independentemente do tamanho do negócio, a partir do momento em que se desenvolve uma atividade que envolva a produção, venda ou prestação de serviços, surge a necessidade de fazer com que isso seja realizado da melhor maneira possível para que se tenha sucesso. As empresas, inclusive as corretoras de seguros, invariavelmente, atingem o sucesso a partir da percepção de que precisam se preparar para o futuro. Administrar não é uma tarefa fácil, ainda mais quando não se tem noção de que há inúmeras oportunidades que podem significar crescimento e sustentabilidade, e que não estar preparado para aproveitá-las pode deter- minar fracasso competitivo. Jules Henry Fayol, um engenheiro francês, desenvolveu o primeiro modelo teórico completo para administração de empresas, conhecida como “ Teoria Clássica Administrativa”. Em 1916, foi publicado o livro Administration Indus- trielle et Générale, no qual Fayol propôs uma sequência de atividades a serem desenvolvidas pela administração: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Mais tarde, essasatividades foram agrupadas em quatro funções essenciais conhecidas como PODC – Planejamento, Organização, Direção e Controle, em que “prever” aparece como “ planejar”, e “comandar e coordenar” aparecem como “dirigir”. 33 UNIDADE 3 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA Normalmente, seu nome aparece ligado ao de Frederick Taylor, norte-americano e também engenheiro, que em 1911 publicou o livro Os princípios da Administração Científica, teoria gerencial que analisa e sintetiza os movimentos e tempos gastos em cada tarefa, melhorando a produtividade do trabalho. Enquanto Taylor via os processos administrativos da base para o topo, a análise de Fayol era inversa, de cima para baixo. Essas teorias administrativas passaram por evolução e aprimoramento, mas seus conceitos básicos continuam a ser fundamentais na adminis- tração moderna. FUNÇÕES BÁSICAS DA ADMINISTRAÇÃO A administração tem como objetivo principal trazer o sucesso para a orga- nização, colocando em prática um gerenciamento com base em resultados e maximizando a possibilidade de crescimento, eficácia e ganho. Os gestores devem desempenhar ao menos as quatro funções básicas da administração. Por serem atividades indispensáveis, podemos conceituar o administrador como a pessoa que planeja, organiza, dirige e controla as atividades de uma organização. A seguir, vamos entender como se desenvolve cada uma dessas funções e sua aplicação na gestão da corretora de seguros. PLANEJAR Objetivos e Estratégias DIRIGIR Liderar e Motivar ORGANIZAR O que e como fazer; quem fará CONTROLAR Monitoração do desempenho 34 UNIDADE 3 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA — Planejamento Planejar é traçar os objetivos, decidir como alcançar as metas, definir os prazos, programar as atividades, e, principalmente, comunicar isso às pessoas envolvidas no negócio. O planejamento é um processo que, uma vez adotado, demanda conti- nuidade, devendo ser incorporado como prática permanente na empresa. Entendê-lo como um processo é requisito para se obter eficácia na sua implementação. É por meio das avaliações, revisões periódicas e reformu- lações que o planejamento se torna um processo cíclico, aberto e flexível, responsável pelo direcionamento constante dos esforços e alocação efetiva dos recursos da empresa. O Planejamento Estratégico Empresarial Podemos argumentar que o planejamento nas empresas é necessário para reduzir o grau de incertezas quanto ao futuro. Profundas mudanças econômicas, sociais e tecnológicas pronunciam-se e, quanto maior a incer- teza, maior é a necessidade de planejamento. Portanto, deve-se fazer o planejamento estratégico porque ele visa: ■ preparar a empresa e adaptá-la aos novos contextos ambientais (ino- vação tecnológica, novos modelos de gestão, novos desafios do setor público, decisão mais participativa, transparência administrativa); ■ repensar o que está sendo feito; ■ definir novas diretrizes para o futuro; ■ traçar novos programas e/ou eliminar linhas de ação superadas. Historicamente, a preocupação com as relações existentes entre a empresa e o seu ambiente foi denominada problema estratégico. Esse termo evidenciava claramente a falta de sintonia entre as atividades empresariais e as mudanças associadas ao ambiente. A solução para esse problema foi a utilização de um modelo de planejamento que incor- porasse uma análise racional das oportunidades e ameaças geradas pelo ambiente, em consonância com os pontos fortes e fracos da empresa. O planejamento estratégico surgiu, então, como um processo destinado a garantir um ajustamento entre os objetivos e recursos da empresa e as demandas de um ambiente externo em constante mutação. Entretanto, essa necessidade de adaptar-se ao ambiente exigiu a adoção de um modelo administrativo preocupado com as mudanças empresariais no âmbito interno da empresa (adaptação estratégica). 35 UNIDADE 3 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA A preocupação com as mudanças dentro da empresa deu origem à cha- mada administração estratégica, que, combinada com a proposta do planejamento estratégico, resultou em uma técnica gerencial denominada planejamento estratégico empresarial. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO X ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA PREOCUPADO COM O AMBIENTE EXTERNO À EMPRESA PREOCUPADO COM AS MUDANÇAS EMPRESARIAIS (INTERNAS) PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EMPRESARIAL Elaboração do Planejamento Empresarial O planejamento estratégico é uma técnica gerencial que procura, por meio da análise do ambiente de uma empresa, criar consciência de suas oportu- nidades e ameaças, assim como de seus pontos fortes e pontos fracos. A partir daí, torna-se possível traçar os rumos ou direção que essa empresa deverá seguir para aproveitar as oportunidades, potencializar os pontos fortes e minimizar ameaças e riscos. ESQUEMA GERAL DE UM PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Análise de cenários Análise do ambiente interno, ativos intangíveis e competências essenciais Definição das estratégias Definição do modelo de negócio Definição de indicadores, metas e planos de ação Monitoramento das estratégias Fonte: Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) Análise do Ambiente (Diagnóstico Estratégico) O sucesso na elaboração e implementação de um processo de plane- jamento (planos estratégicos) está condicionado, em grande parte, ao conhecimento da realidade ambiental na qual a empresa está inserida. 36 UNIDADE 3 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA A análise ambiental corresponde ao estudo dos diversos fatores e forças do ambiente, bem como às relações entre eles ao longo do tempo e seus efeitos sobre a empresa, sendo baseada nas percepções das respectivas áreas em que as decisões estratégicas da empresa deverão ser tomadas. MACROAMBIENTE ECONÔMICO SOCIAL POLÍTICO/LEGAL TECNOLÓGICO AMBIENTE OPERACIONAL (SETOR DE ATUAÇÃO) ClientesFornecedores Mercado-alvo AMBIENTE INTERNO Fonte: Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) Para facilitar essa tarefa, uma ferramenta muito utilizada é a análise SWOT (em português, também chamado de Matriz FOFA). A palavra SWOT é uma sigla em inglês originária das palavras Forças (Strengths), Fraquezas ( Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats), e dá nome a uma matriz que facilita a visualização destas qua- tro características, que são essenciais para o planejamento dos mais variados tipos de empresas. CONCEPÇÃO DO NEGÓCIO DEFINIÇÕES ESTRATÉGICAS DESDOBRAMENTO ESTRATÉGICO Conceito do Negócio FORÇAS FRAQUEZAS Iniciativas Estratégicas Indicadores Controles Planos e Projetos Metas Reavaliação Valores Missão Visão Objetivos Estratégias IN T E R N A (O R G A N IZ A Ç Ã O ) OPORTUNIDADES AMEAÇAS E X T E R N A (A M B IE N T E ) ATRAPALHAAJUDA 37 UNIDADE 3 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA Análise Externa (Oportunidades e Ameaças) Consiste na atividade de levantamento e análise dos principais fatores externos que, direta ou indiretamente, influenciam a empresa e/ou são por ela influenciados. É onde se situam, portanto, clientes, usuários, ins- tituições congêneres, órgãos governamentais e financiadores, parceiros atuais e potenciais da empresa. Oportunidades É qualquer elemento (força, evento ou situação) do ambiente exter- no que pode afetar, de forma positiva, a empresa. São influências que constituem ou venham a se constituir em elementos favorá- veis ao desempenho da empresa, no cumprimento de sua missão. Exemplos ■ financiamentos (fundos estaduais, federais ou privados), des- tinados a custear projetos na área de atuação da empresa; ■ programas governamentais destinados a incrementar o setor para o qual a empresa está voltada; ■ novas demandas de produtos e/ou serviços na área de atuação da empresa. Ameaças É qualquer elemento (força, evento ou situação) do ambiente exter- no que pode afetar, de forma negativa, a empresa. São influências que constituem ouvenham a se constituir em elementos desfavorá- veis ao desempenho da empresa, no cumprimento de sua missão. Exemplos ■ alteração da base tributária; ■ atos regulatórios; ■ novos entrantes no mercado. Análise Interna (Forças e Fraquezas) É a análise das condições internas que podem afetar os resultados empre- sariais, positiva ou negativamente. Deve se concentrar nos aspectos básicos que refletem a capacidade de gestão e permitem a localização dos pontos fortes e fracos da empresa. 38 UNIDADE 3 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA O resultado da análise interna é a identificação das deficiências e qua- lidades (capacidades, recursos e habilidades) da empresa com vistas à elaboração de estratégias de ação, visando superar ou minimizar os pon- tos fracos e potencializar os pontos fortes para o cumprimento da missão e dos objetivos propostos. Forças São características ou situações intrínsecas e desejáveis da empresa que podem favorecer o cumprimento de sua missão e dos objetivos estabelecidos que, por isso, devem ser preservadas ou potencializadas. Exemplos ■ alta qualificação do pessoal técnico; ■ estrutura leve e moderna; ■ alta credibilidade; ■ sólida situação financeira; ■ moderna infraestrutura. Fraquezas São características ou situações intrínsecas e indesejáveis da empresa que podem prejudicar o cumprimento de sua missão e dos objetivos estabelecidos que, por isso, devem ser abolidas ou minimizadas. Exemplos ■ desatualização em relação ao mercado; ■ ausência de investimentos em TI; ■ ausência de planejamento; ■ inexistência de um plano de negócios. Definição da estratégia Depois de saber exatamente quais são as oportunidades, ameaças, forças e fraquezas, começa-se a análise de como os fatores externos interferem na possibilidade de os internos acontecerem. O objetivo é maximizar os pontos positivos e minimizar os negativos, anali- sando de forma cruzada a matriz SWOT. 39 UNIDADE 3 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA Para isso, as seguintes perguntas colaboram para uma visão mais clara: ■ Quais pontos fortes da empresa podem ser usados para maximizar as oportunidades identificadas? ■ Quais pontos fortes da empresa podem ajudar a minimizar o impacto das ameaças? ■ Que ações você pode fazer para minimizar as fraquezas por meio das oportunidades levantadas? ■ Que ações você pode fazer para diminuir ou eliminar as fraquezas e minimizar o efeito das ameaças? Respondendo essas questões, ficará mais fácil definir as estratégias a serem adotadas. A Estratégia Segundo Pedrita Dantas Gabriele, uma estratégia é um padrão ou um pla- no que integra as metas maiores da organização, políticas e a sequência de ações objetivando a coesão das forças internas: Uma estratégia bem formulada ajuda a ordenar e alocar os recursos da organização numa postura única e viável, isto baseado nas competências e deficiências internas, na antecipação às mudanças do meio externo e movimentos contingenciais dos concorrentes (GABRIELE et al., 2012). Como se vê, a definição de alocações de recursos em uma empresa é uma decisão estratégica extremamente importante. Na maioria das empresas, a estratégia é expressa em alguns conceitos: missão, visão estratégica e valores. Vamos conhecê-los agora. Missão A missão de uma empresa é a declaração concisa do propósito funda- mental da organização, a finalidade de sua existência, o motivo pelo qual foi criada. Uma boa definição de missão deve ser inspiradora e desafia- dora, para que haja o engajamento de seus colaboradores e parceiros, provocando comprometimento de todos os envolvidos. Também deve comunicar ao cliente e ao mercado, de forma clara e objetiva, qual a sua razão de existir e como deve atuar. 40 UNIDADE 3 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA Algumas perguntas podem facilitar e orientar a elaboração da missão: 1. O que a empresa deve fazer? 2. Para quem deve fazer? 3. Para que deve fazer? 4. Como deve fazer? 5. Onde deve fazer? 6. Qual a responsabilidade social da empresa? Veja alguns exemplos de missão em empresas do mercado segurador: Bradesco Seguros: “O melhor lugar para o segurado proteger sua vida, seu futuro, sua saúde e seu patrimônio; o melhor lugar para os correto- res produzirem e o melhor lugar para seus funcionários trabalharem”. Porto Seguro: “Nossa missão é assumir riscos e prestar serviços, por meio de um atendimento familiar que supere expectativas, garantindo agilidade a custos competitivos com responsabilidade social e ambiental”. Visão A visão de uma empresa representa um estado futuro para o negócio, ou seja, aonde ela deseja chegar e o que quer alcançar. Uma das diferenças da missão para a visão é a temporalidade. Enquanto a missão não tem prazo determinado, a visão da empresa é criada para um período de tem- po preestabelecido e pode ser alterada ao longo do tempo, em razão das mutações do ambiente de negócios. A visão responde à pergunta “para onde queremos ir?”. Veja alguns exemplos: Bradesco Seguros: “Ser reconhecida como a maior, melhor e mais eficiente seguradora do País, com atuação focada no desen- volvimento sustentável e alto padrão de confiabilidade e solidez de proteção financeira e patrimonial”. Sompo Seguros: “Ser a seguradora preferida na escolha dos clien- tes, com crescimento sustentável”. Valores Os valores são o conjunto de características de uma pessoa ou organiza- ção, que definem a forma como a pessoa ou organi zação se comporta e interage com outros indivíduos, com o mercado e com o meio ambiente. 41 UNIDADE 3 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA Valores definidos pelas empresas – como honestidade, ética, respon- sabilidade social, integridade, valorização, inovação, sustentabilidade, comprometimento, transparência, dedicação, preocupação com a satisfa- ção do cliente e excelência no atendimento – devem estar enraizados em todos os colaboradores da organização. Os valores de uma empresa respondem à pergunta “de que forma agire- mos para atingir nossa visão?”. Veja alguns exemplos: SulAmérica Seguros: ■ Somos orientados para a satisfação dos nossos clientes e corretores. ■ Valorizamos os colaboradores e o trabalho em equipe. ■ Objetivamos uma relação saudável e de longo prazo em nossas parcerias. ■ Buscamos sempre os melhores resultados e o aprimoramento contínuo de nossas operações. ■ Cumprimos nossas promessas, preservando nosso comprometi- mento com a sustentabilidade. Unimed: ■ Cooperação como essência. ■ Compromisso com o cliente. ■ Valorização e respeito pelas pessoas. ■ Inovação e melhoria contínua. ■ Agilidade e simplicidade para alcançar a excelência. ■ Sustentabilidade. Definição de Modelo de Negócios Expressa a maneira como a empresa, no caso a Corretora de Seguros, vai atuar no mercado. Compreende várias definições, tais como: produtos a serem comercializados, local de instalação das suas unidades, definição de mercados e clientes-alvo, escolha de parceiros, forma de relacionamen- to com fornecedores, comportamento em relação à concorrência e outros aspectos considerados relevantes para o sucesso do negócio. Definição de Objetivos Estratégicos Depois de definirmos o que somos (missão), para onde vamos (visão), como vamos atingir nossos objetivos (valores) e o nosso modelo de negó- cios, por fim, podemos desdobrar a estratégia em objetivos estratégicos. Eles são metas globais e amplas da organização, os desafios que a institui- ção deverá suplantar para conseguir implementar a sua estratégia. 42 UNIDADE 3 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA Alguns exemplos de objetivos estratégicos: ■ Aumentar a satisfação dos clientes em 15%; ■ Reduzir despesas administrativas em 10%; ■ Elevar o índice de capacitação dos funcionários em 30%. Indicadores de Desempenho Um indicador de desempenho é qualquer medida identificada como carac- terística dos produtos, serviços ou processos, ou operações utilizadas pela empresapara avaliar e melhorar o desempenho e acompanhar o progresso. Eles estão intimamente ligados aos objetivos estratégicos de uma empresa. Cada indicador de desempenho tem referência, quando possível, a um padrão que deve ser alcançado (exemplo: objetivo estratégico – aumentar a satisfação dos clientes em 15%; indicador – índice de satisfação). Os indi- cadores devem ser definidos de forma a descrever acuradamente como o atual desempenho se relaciona com a missão, visão e os objetivos. Além disso, todo o indicador tem uma medida de que é expressa em termos idênticos aos da meta e/ou da ação que deverá medir. Os indicadores devem servir de apoio para detectar as causas e os efeitos de um objetivo, e não apenas seus resultados. Um indicador precisa: ■ ser compreensível; ■ ter aplicação fácil e abrangente; ■ ser interpretável de modo uniforme; ■ ser compatível com o processo de coleta de dados; ■ ser preciso quanto à interpretação dos resultados; ■ ter aferição economicamente viável; ■ oferecer subsídios para o processo decisório. 43 UNIDADE 3 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA EXEMPLOS DE INDICADORES QUE PODEMOS UTILIZAR NA CORRETORA DE SEGUROS: NOME DO INDICADOR FÓRMULA DE CÁLCULO GESTÃO Taxa de novos clientes Quantidade de novos clientes/ período Comercial Evolução de taxa de novos clientes Taxa de novos clientes período atual/taxa de novos clientes período anterior Comercial Taxa de renovação de clientes Quantidade de clientes atuais que renovaram contrato/período Administrativa Evolução de taxa de renovação de clientes Taxa de renovação de clientes atuais/taxa de renovação de período anterior Administrativa Satisfação % de clientes satisfeitos com os serviços Administrativa Evolução do volume da carteira de clientes Número de clientes atuais/número de clientes período anterior Comercial + Administrativa Faturamento Quantidade de comissões recebidas no período Comercial + Administrativa Fonte: Sincor/SP – Sebrae Planos de Ação Os planos de ação constituem a descrição dos passos, das etapas a serem seguidas para alcançar os objetivos estabelecidos no planejamento estratégico empresarial. Se os objetivos estão relacionados a uma dimensão mais abrangente, pre- tendida pela empresa, as ações são atividades específicas, necessárias à consecução dos resultados esperados. As ações deverão constituir o refe- rencial da avaliação (e mensuração) do desempenho institucional, possuindo, desta forma, indicadores que servirão para medir o seu grau de sucesso. Para que um planejamento dê certo, é preciso envolver pessoas de vários níveis, se comunicar claramente, garantir que todos conheçam os seus objetivos e coordenar as atividades da organização para que as coisas aconteçam. Os níveis de planejamento se dividem em estratégico, tático e operacional, e se diferenciam em prazo, em níveis hierárquicos e como cada planeja- mento influencia no resultado geral da organização. O diagrama, a seguir, demonstra o desdobramento das ações em cada nível de planejamento: 44 UNIDADE 3 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA Desdobram ento Desdobramento • Visão da organização • Estabelece diretrizes para organização • Missão, filosofia, valores e visão da organização • Objetivos e metas da organização • Duração de longo prazo • Responsabilidade da alta administração • Visão por unidade/departamento • Estabelece diretrizes das unidades da organização • Objetivos e metas das unidades • Definição de atividades dos departamentos • Duração de médio prazo • Responsabilidade de nível intermediário • Visão por tarefas rotineiras/individuais • Estabelece diretrizes para grupos e indivíduos • Objetivos e metas de grupos e indíviduos • Define as atividades e os recursos necessários • Duração de curto prazo NÍVEL CARACTERÍSTICASTIPOS OPERACIONAL TÁTICO ESTRATÉGICO Monitoramento das estratégias Finalizado o plano, vem a etapa de implantação. Dispõe-se, então, o pla- nejamento estratégico que contém os planos de ação, os quais estipulam responsabilidades pela execução e prazos, para que cada um possa tomar as medidas necessárias à efetivação. Podemos dividir a etapa de implantação e controle em duas atividades fun- damentais: uma relacionada à implantação dos planos e outra destinada ao controle dos resultados. Esta última visa à/ao: ■ identificação dos indicadores de desempenho a serem medidos; ■ estabelecimento de padrões para cada indicador de desempenho (sempre que possível); ■ identificação de responsáveis para cada etapa do processo de mensuração; ■ coleta de dados; ■ análise/relato do desempenho atual em comparação com o desempenho desejado; ■ identificação da necessidade de ações corretivas; ■ implantação de mudanças para realinhamento do desempenho; ■ identificação da necessidade de novas ações e estratégias. 45 UNIDADE 3 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA — Organização A função de organizar compreende várias fases, como a elaboração dos níveis hierárquicos e definição das estruturas organizacionais. Pode ser definida como a ordenação dos recursos materiais e recursos humanos visando atingir os objetivos estabelecidos. O organograma da empresa é definido nesta fase e tem a função de repre- sentar a estrutura da empresa, deixando claros os níveis hierárquicos. Dimensionar a equipe, dividir as tarefas, distribuir os recursos, estabele- cer prioridades são algumas das ações desejadas. Deixar claro quais as responsabilidades de cada colaborador, quais as entregas esperadas, em quanto tempo as atividades precisam ser realizadas, como vai ser o con- trole e a cobrança, e que recompensas estão no horizonte. É transformar o planejamento em ações objetivas e ordenadas. — Direção Esta é a função da tomada de decisões, de liderança e intercomunicação com os envolvidos no processo. Esta função administrativa exige muita habilidade do profissional, que precisa envolver, motivar, liderar e coorde- nar toda sua equipe. A direção pode ser a nível institucional abarcando toda a empresa, a nível departamental, abrangendo as unidades em sepa- rado e, por fim, a nível operacional. Vamos observar agora alguns princípios da direção: Unidade de Comando Cada funcionário deve entender a quem se reportar e prestar con- tas das operações realizadas. Delegação Compreende designação de tarefas, alçadas e responsabilidade aos funcionários envolvidos em determinado processo. Amplitude de Controle Relacionada ao número de posições que podem ser eficientemen- te supervisionadas por um único indivíduo. Princípio da coordenação ou relações humanas Preocupação em harmonizar os esforços individuais em benefício de um bem comum. Conversar com a equipe, motivá-la, saber escutar e interagir, estar presen- te e buscar informações relevantes. Não apenas olhar: ver e viver o que acontece na empresa. Esse é o trabalho mais importante de um gestor. 46 UNIDADE 3 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA — Controle Está diretamente ligado ao planejamento e é complementar a ele. Nesta função, devem ser avaliados os progressos da empresa em seus objetivos e feitas as devidas correções para garantir que os resultados sejam satis- fatórios. O controle: ■ É necessário para medir e avaliar o desempenho organizacional; ■ É dinâmico e contínuo; ■ Deve englobar todas as vertentes da organização. TABELA DAS FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS Planejamento Elaboração de Previsões Determinação de Objetivos Programação Cronogramação Orçamentação Definição de Políticas Determinação de Procedimentos Organização Definição de Estruturas Estabelecimento de Relações Direção Tomada de decisão Delegação Comunicação Obtenção de Pessoal Motivação de Pessoal Desenvolvimento de Pessoal Controle Definição de Padrões de Desempenho Medição de Resultados Avaliação de Resultados Correção de Desempenho 47 FIXANDO CONCEITOS GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA FIXANDO CONCEITOS3 Marque a alternativa correta 1. O planejamento é um processo que demanda continuidade, devendo ser incorporado como prática permanente na empresa. Assinale quais atividades abaixo são desempenhadas durante a elaboração do planeja- mento estratégico empresarial: (a) Avaliação dos progressos da empresa em seus objetivos. (b) Elaboração dos níveis hierárquicos e definição das estruturas organizacionais. (c) Designação de tarefas, alçadas e responsabilidade aos funcionários envolvidos em determinado processo. (d) Análise de cenários e de ambientes interno e externo. (e) Definição de padrões de desempenho. 2. Frederick Taylor, autor norte-americano, publicou o livro Os princípios da Administração Científica, em 1911. Sobre sua teoria a respeito da adminis- tração das empresas, é correto afirmar que: (a) Taylor analisava os processos administrativos de cima para baixo. (b) Sua teoria também era conhecida como “Teoria Clássica Administrativa”. (c) Visava à melhoria da produtividade, analisando e controlando os tempos gastos em cada tarefa. (d) São conceitos ultrapassados que não são utilizados na administração moderna. (e) Não é comum seu nome aparecer ligado a Fayol, outro estudioso da administração. 3. Luiz Henrique e Selma são sócios de uma corretora de seguros em ope- ração há cerca de seis meses. Eles iniciaram sua operação sem ajuda de colaboradores, porém, com o crescimento da produção, foi necessária a contratação de dois funcionários. Os sócios fizeram a divisão das tarefas a serem realizadas pelos colaboradores, definindo quais as entregas espe- radas, os prazos previstos e como serão remunerados. Essas atividades fazem parte de qual função da administração? (a) Planejamento. (b) Direção. (c) Controle. (d) Organização. (e) Análise. 48 FIXANDO CONCEITOS GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 4. Os gestores devem desempenhar, ao menos, as quatro funções básicas da administração. A função administrativa que compreende a tomada de decisões, motivação da equipe e intercomunicação é: (a) Planejamento. (b) Direção. (c) Controle. (d) Organização. (e) Análise. 5. Durante a elaboração do planejamento estratégico empresarial, há várias decisões que são tomadas e que devem ser comunicadas clara- mente ao mercado, colaboradores e ao público em geral. O propósito fundamental da organização, a finalidade de sua existência, o motivo pelo qual foi criada fazem parte da declaração de: (a) Visão da empresa. (b) Estratégia do negócio. (c) Missão da empresa. (d) Valores da empresa. (e) Modelo de negócio. 6. No contexto do planejamento estratégico empresarial, o conjunto de características de uma organização, que definem a forma como ela irá se comportar e interagir com outros indivíduos, o mercado e com o meio ambiente, fazem parte da declaração de: (a) Visão da empresa. (b) Estratégia do negócio. (c) Missão da empresa. (d) Valores da empresa. (e) Modelo de negócio. 49 FIXANDO CONCEITOS GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 7. Os planos de ação constituem a descrição dos passos, das etapas a serem seguidas para alcançar os objetivos estabelecidos no planejamento estratégico empresarial. A definição dos objetivos e das metas para gru- pos e indivíduos dentro da organização, com visão direcionada a tarefas rotineiras e duração de curto prazo, fazem parte do nível de planejamento: (a) Operacional. (b) Estratégico. (c) Administrativo. (d) Tático. (e) Analítico. 8. Após a definição da estratégia de atuação da empresa, é necessário estabelecer os objetivos e as metas que deverão ser atingidos para que o planejamento seja adequadamente implementado e cumprido. Qual das seguintes ferramentas é utilizada para acompanhar e medir o cumprimento dos objetivos: (a) Indicador de desempenho. (b) Plano de ação. (c) Análise do ambiente. (d) Análise SWOT. (e) Alocação de recursos. Consulte o gabarito clicando aqui. GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 50 UNIDADE 4 ■ Entender os princípios básicos sobre gestão de pessoas, reconhecendo seus conceitos atualizados. TÓPICOS DESTA UNIDADE GESTÃO de PESSOAS ⊲ INTRODUÇÃO ⊲ GESTÃO POR COMPETÊNCIAS ⊲ DESENVOLVIMENTO DE LIDERANÇAS ⊲ FIXANDO CONCEITOS 4 Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: 04 ■ Aplicar os conceitos de gestão por competência na contratação de colaboradores, considerando situações práticas do ramo de seguros. GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 51 UNIDADE 4 INTRODUÇÃO Em todo negócio, sempre será haverá a necessidade de contratar, remunerar, reconhecer ou mesmo demitir pessoas. Conhecer os princípios da gestão de pessoas é fundamental para qualquer líder de equipe ou de uma empresa. Esses conceitos também podem ser úteis ao estabelecer parcerias e con- tratar terceirizados, por exemplo. A gestão de pessoas vem passando por um amplo processo de transforma- ção à medida que os sistemas tradicionalmente utilizados como referencial – centrados em cargos e hierarquias – vêm demonstrando fragilidades diante do ambiente turbulento e mutável pelo qual passam as organizações. Nesse contexto em que mudanças ocorrem a todo momento, as empresas precisam estar alinhadas em torno de definições estratégicas claras, objeti- vas e sustentadas por uma gestão com amplo envolvimento e participação de seus colaboradores. Uma empresa que pretende desenvolver e aperfeiçoar sua visão estratégica precisa levar em conta que há um fluxo de conhecimen- tos multidirecional que afeta a produção como um todo. Isso quer dizer que, se antes um gestor concentrava toda a informação e as responsabilidades de um determinado departamento ou empresa, hoje ele deve estar atento às informações vindas de seus funcionários, clientes, fornecedores e outros envolvidos na operação. A ideia é que esse ciclo de informação possa retroa- limentar a empresa e aperfeiçoar processos e produtos. É preciso, portanto, estabelecer um compromisso com a força de trabalho, baseado em respeito mútuo com uma comunicação aberta e transparên- cia, ou seja, com o envolvimento de todos. Os dois principais modelos de sucesso para a gestão de pessoas, atualmente , são a gestão por competências e o desenvolvimento de lideranças. 52 UNIDADE 4 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS As competências são essenciais para que o indivíduo tenha sucesso em sua vida social e na carreira. Com a elevada competitividade do mercado, não basta apenas dominar a parte técnica exigida para ocupar determinado cargo em uma empresa. É necessário que o profissional também apre- sente algumas competências comportamentais consideradas essenciais para as empresas. A forma de conduzir suas relações, responsabilidades e profissão são determinadas por sua capacidade de a cada dia convi- ver e resolver as situações cotidianas, cujos resultados são totalmente dependentes da forma com que os seus problemas são solucionados. O mercado de trabalho necessita de pessoas capazes de tomar decisões, liderar, resolver conflitos, utilizar conhecimentos adquiridos ao longo do processo acadêmico. Podemos compreender o conceito de competência (para a Gestão de Pessoas), por meio de critérios objetivamente mensuráveis, como o exercí- cio proativo e simultâneo de: 1. Saber conceitualmente (qualificação) – conhecimento – que é adquirido por meio de treinamentos, leitura de livros, experiências nas universidades, nas escolas e na vida. 2. Saber fazer (experiência funcional) – habilidade – resumidamente, é colocar em prática o que se aprende na teoria. 3. Saber agir (capacidade de obter resultados) – atitude – refere-se à ação, ao querer fazer. Esse tripé também é conhecido pelo acrônimo CHA (Conhecimento, Habilidade, Atitude). Competência, portanto, é o potencial disponível para enfrentar os desafios futuros, de forma a agregar valor econômico para a organização e social para o indivíduo. No universo de negócios, o conjunto das competênciasdesejadas deve estar alinhado com a estratégia adotada, o que explica que, além de algu- ma competência em comum, cada segmento de negócios demandará por competências específicas, assim como cada organização, em função da sua estratégia. O conceito pressupõe produtividade e adequação a cada realidade de negócios. Alguns exemplos de competências comumente usadas para orientar e ava- liar funcionários em uma empresa são: orientação para ação (proatividade, iniciativa), foco em resultados, foco no cliente, comunicação, trabalho em equipe, visão sistêmica, capacidade empreendedora etc. 53 UNIDADE 4 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA Ao estabelecer um modelo de gestão por competências, faz-se necessário adotar algumas atitudes básicas relacionadas às ações gerenciais: ■ conscientização de que cada tipo de organização necessita de pes- soas com perfis específicos e que cada posto de trabalho existente na empresa tem características próprias e deve ser ocupado por pro- fissionais que apresentem um determinado perfil de competências; ■ reconhecimento de que aqueles que ocupam funções de lideran- ça são responsáveis pela oferta de oportunidades que permitem o desenvolvimento e a aquisição de novas competências; ■ crença de que sempre haverá a demanda para o desenvolvimento de novas competências, e o que hoje é exigido para a boa exe- cução de um trabalho poderá agregar novas exigências amanhã. Essas premissas devem ser difundidas até que façam parte da cultura geral da empresa e sejam internalizadas nas atitudes e comportamento de todos. DESENVOLVIMENTO DE LIDERANÇAS No que tange ao desafio da liderança, a mudança de paradigma é ainda mais sensível. A arte de saber delegar é cada vez mais uma necessidade dentro de uma organização, notadamente no que se refere à sua gestão. A seguir, temos um comparativo do antigo modelo de liderança e do modelo atual, mais próximo e mais participativo das atividades de toda a equipe. Fazendo uma comparação entre o que tradicionalmente era entendido como suficiente e o que atualmente é preconizado pelos especialistas em gestão de pessoas, temos que: ■ anteriormente, era importante: » ser um chefe; » controlar as pessoas; » centralizar a autoridade; » estabelecer objetivos; » dirigir com regras e regulamentos; » confrontar e combater; » mudar por necessidade e crise; » ter um enfoque local – a área na empresa. 54 UNIDADE 4 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA ■ atualmente, o enfoque é em: » ser um coach e facilitador; » trabalhar em equipe; » criar o ambiente para a motivação; » distribuir a liderança; » conciliar visão e estratégia; » guiar com valores compartilhados; » colaborar e unificar; » ter um enfoque mais amplo; » ter um enfoque global – a empresa como um todo. O novo padrão de liderança exige um novo papel estratégico do gestor e algumas características pessoais, que podem ser naturais ou desenvolvidas. 55 FIXANDO CONCEITOS GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA FIXANDO CONCEITOS 4 Marque a alternativa correta 1. A gestão de pessoas vem passando por um amplo processo de trans- formação à medida que os sistemas tradicionalmente utilizados como referencial vêm demonstrando fragilidades. Os dois principais modelos de sucesso para a gestão de pessoas, atualmente, são: (a) Gestão por competências e desenvolvimento de lideranças. (b) Centrados em cargos e hierarquias. (c) Dirigir com regras e regulamentos e trabalhar em equipe. (d) Gestão por competências e controle das pessoas. (e) Desenvolvimento de lideranças e centralizar a autoridade. 2. Luiz Henrique, sócio de uma corretora de seguros, ao contratar um novo colaborador, tem por hábito direcioná-lo para uma série de treinamentos destinados a capacitá-lo à função que vai exercer. No contexto da Gestão de Pessoas, este colaborador está desenvolvendo qual competência? (a) Habilidade. (b) Atitude. (c) Produtividade. (d) Habilitação. (e) Conhecimento. 3. Conhecer os princípios da gestão de pessoas é fundamental para qual- quer líder de equipe ou de uma empresa. Ao considerar os conceitos atuais sobre este assunto, é correto afirmar que: (a) O conceito de competência não possui critérios objetivamente mensuráveis. (b) O conjunto das competências desejadas não precisa estar alinhado com a estratégia adotada pela empresa. (c) A competência “atitude” é a mais valorizada pelas empresas. (d) O acrônimo CHA diz respeito às competências conhecimento, habi- lidade e atitude. (e) O mais importante para a empresa é buscar futuros líderes. Consulte o gabarito clicando aqui. GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 56 UNIDADE 5 ■ Conhecer a estrutura e organização de uma corretora de seguros, considerando exemplos práticos e conceitos de organização empresarial. ■ Dimensionar o espaço físico e a estrutura operacional adequados para a instalação de corretoras de seguros, analisando as características do negócio em situações práticas. TÓPICOS DESTA UNIDADE GESTÃO OPERACIONAL 05 ⊲ ESTRUTURA E ESPAÇO FÍSICO ⊲ FIXANDO CONCEITOS 5 Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: ■ Compreender os processos e as funções inerentes à operação da corretora de seguros, considerando as nuances mercadológicas do setor de seguros. GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 57 UNIDADE 5 ESTRUTURA E ESPAÇO FÍSICO O dimensionamento da estrutura da corretora de seguros está diretamente relacionado com o planejamento da empresa, em que devemos considerar a necessidade do espaço físico de acordo com os objetivos comerciais traçados e o apoio operacional necessário. Muitas vezes, corretores autônomos e pequenos empresários optam pelo home office, não apenas pela comodidade de trabalhar em casa, mas prin- cipalmente pelo baixíssimo custo desse modelo. Outro modelo utilizado atualmente é o coworking, em que há o compartilhamento de espaços por várias pequenas empresas e que reduz drasticamente os custos fixos. Algumas assessorias e seguradoras oferecem uma área para o corretor ini- ciante ou que opta por continuar com um negócio pequeno, normalmente fazendo um acordo de produção. Entretanto, esses modelos de escritório limitam o crescimento do negócio, o que leva a maioria dos empresários a buscar a alternativa mais tradicional. Algumas dúvidas em relação a este momento de escolha são: ■ A localização é importante? ■ Qual o tamanho necessário? ■ Qual tipo de local? Casa, sala comercial, loja em galeria ou sho- pping, espaço compartilhado? ■ Comprar ou alugar? É importante avaliar que, muitas vezes, faz-se a opção por um local na medi- da certa para este início de negócio e, com uma eventual expansão, poderá ser necessária uma mudança, o que pode gerar despesas adicionais. 58 UNIDADE 5 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA Outro aspecto é ter atenção para a arrumação e organização interna do espaço sempre que possível, preservando a setorização dos serviços, com a distribuição dos móveis e equipamentos, buscando criar ambientes ade- quados para o desempenho do trabalho de forma produtiva. Tanto o layout interno (ambiente, decoração, facilidade de movimen- tação, luminosidade, entre outros) quanto o layout externo (fachada, letreiros, entrada e saída, estacionamento) são elementos que colaboram para a boa impressão que os clientes, parceiros e fornecedores vão levar da sua empresa. Alguns exemplos: ■ A opção por colocar uma impressora em local distante dos usuários principais pode atrapalhar o andamento do trabalho e aumentar a circulação de pessoas de forma desnecessária; ■ A localização física da corretora em local com deficiência de trans- porte público pode dificultar o deslocamento dos colaboradores; ■ A área administrativa e técnica, que necessita de concentração e atenção, sempre que possível, deve ficar apartada da área comer- cial, que normalmente recebe clientes e utiliza-se de telefone e outras formas de comunicação
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