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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do Estado do Espírito Santo, com unidades presenciais em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória, e com a Educação a Distância presente em todo estado do Espírito Santo, e com polos distribuídos por todo o país. Desde 1999 atua no mercado capixaba, destacando-se pela oferta de cursos de graduação, técnico, pós-graduação e extensão, com qualidade nas quatro áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sempre primando pela qualidade de seu ensino e pela formação de profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho. Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de Instituições de Ensino Superior que possuem conceito de excelência junto ao Ministério da Educação (MEC). Das 2109 instituições avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram notas 4 e 5, que são consideradas conceitos de excelência em ensino. Estes resultados acadêmicos colocam todas as unidades da Multivix entre as melhores do Estado do Espírito Santo e entre as 50 melhores do país. MISSÃO Formar profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho, com elevado padrão de quali- dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança e modernidade, visando à satisfação dos clientes e colaboradores. VISÃO Ser uma Instituição de Ensino Superior reconhecida nacionalmente como referência em qualidade educacional. R E I TO R GRUPO MULTIVIX R E I 2 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 3 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte) Laís Cristina Gonçalves Assistência de Enfermagem na Saúde da Mulher I / GONÇALVES, CRISTINA LAÍS. - Multivix, 2023 Catalogação: Biblioteca Central Multivix 2022 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. 4 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 LISTA DE FIGURAS UNIDADE 1 Empoderamento feminino 15 Plenitude da saúde feminina 16 Princípios da Plano Nacional de Políticas para as mulheres (PNPM) 17 Equidade de gênero 20 Mulher grávida 21 Objetivos do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) 22 Áreas de atendimento priorizadas na assistência à saúde da mulher 22 Saúde da mulher 23 Objetivos gerais da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) 24 Movimento feminista 26 Câncer de mama 27 Urbanização 28 Maternidade e submissão da mulher 29 Doenças cardiovasculares 30 Atenção obstétrica 32 Prevenção HIV/Aids 34 Preservativo masculino 34 Infecções sexualmente transmissíveis (IST) 37 Violência 40 UNIDADE 2 Sistema reprodutor feminino 45 Órgãos reprodutores internos da mulher 46 Órgãos reprodutores externos da mulher 47 Ciclo menstrual 49 Fecundação do óvulo 50 Cuidados na saúde da mulher 51 5 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Adolescência e puberdade: períodos marcados por mudanças 52 Mudanças emocionais na adolescência 53 Adolescência 54 Puberdade e adolescência feminina 55 Ciclo menstrual na adolescência 58 Consulta de enfermagem 59 Aparelho reprodutor feminino 60 Ciclo reprodutivo feminino 61 Climatério 63 Mulher na fase da menopausa 64 Menopausa e sexualidade 66 Efeitos colaterais da TRH 67 Contraindicações para a TRH 67 UNIDADE 3 Diferentes mulheres 73 Histórico de enfermagem 74 Autoexame das mamas 75 Não à violência 77 Dor pélvica 78 Fatores de risco para miomatose uterina 79 Fatores de risco para miomatose uterina 80 Exame ginecológico 81 Agravos ginecológicos 82 Principais agravos da região pélvica feminina 83 Consulta ginecológica 84 Infertilidade 86 Preservativo masculino 88 Tratamento para sífilis 89 Prevenção em saúde 90 Prevenção do HIV/Aids 92 Hábitos saudáveis 93 6 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Cuidado em enfermagem 94 Prevenção 95 UNIDADE 4 Gestação 101 Pré-natal 102 Pré-natal na Unidade Básica de Saúde 103 Pré-natal de baixo risco 107 Assistência ao pré-natal 110 Avaliação gestacional 111 Gestação 40 semanas 112 Infecção do trato urinário 113 Intercorrências obstétricas 114 Diabetes mellitus gestacional 115 Equipe multiprofissional 116 Pré-eclâmpsia 117 Classificação Síndrome de Hellp 119 Tipos de aborto 120 UNIDADE 5 Período pós-parto 126 Bebê recém-nascido 127 Sinais de perigo no pós-parto 128 Avaliação do recém-nascido 130 Métodos contraceptivos 131 Extremo cansaço no pós-parto 133 Psicose puerperal 134 Principais intercorrências puerperais 135 Aleitamento materno 136 Fases do leite materno 138 Planejamento familiar 140 Orientações sobre saúde sexual e reprodutiva 141 Desigualdade de gênero 142 7 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Saúde da mulher 142 Direitos humanos das mulheres 143 Métodos anticoncepcionais 145 Anticoncepcional hormonal combinado oral 146 Anticoncepcional injetável 147 Consulta ginecológica 148 Orientação 149 Fertilidade 150 Atenção do enfermeiro no planejamento familiar 150 Respeito 151 UNIDADE 6 Rastreamento oncológico 157 Ações estratégicas para o rastreio oncológico 158 Rastreio de câncer de mama 160 Sistema reprodutor feminino 163 Prevenção câncer de colo de útero 164 Simbologia contra o câncer de colo uterino 166 Processo de desenvolvimento do câncer de intestino 167 Fatores de risco para o câncer de intestino 168 Atividade física 169 Violência contra a mulher 170 Violência doméstica 172 Violência física 173 Violência contra a mulher 173 Agressor e vítima 174 Agressão contra a mulher 175 Uso abusivo de álcool 176 Acolhimento 178 Humanização 179 8 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 LISTA DE QUADROS UNIDADE 1 Fatores de risco 38 UNIDADE 2 Manifestações clínicas transitórias durante o climatério 64 Manifestações clínicas não transitórias durante o climatério 65 UNIDADE 3 Doenças que acometem a vulva e a vagina 81 UNIDADE 4 Dez passos para um pré-natal de qualidade 104 Preenchimento do cartão da gestante 105 Exames de rotina 108 UNIDADE 5 Benefícios do aleitamento materno 136 Direitos reprodutivos e sexuais 144 UNIDADE 6 Classificação BI-RADS® e conduta para atenção primária 161 9 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 12 1 POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE DA MULHER 14 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 14 1.1 POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE DA MULHER 15 MATERIAL COMPLEMENTAR 42 2 INTEGRALIDADE NO PROCESSO DE CUIDAR EM ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER 44 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 44 2.1 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO APARELHO REPRODUTOR FEMININO E CICLO MENSTRUAL 45 2.2 CICLO REPRODUTIVO FEMININO E CLIMATÉRIO 59 MATERIAL COMPLEMENTAR 70 3 AGRAVOS RELACIONADOS À SAÚDE DA MULHER 72 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 72 3.1 AGRAVOS RELACIONADOS À SAÚDE DA MULHER 72 3.2 INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (IST) 87 MATERIAL COMPLEMENTAR 97 4 CUIDADOS DE ENFERMAGEM DURANTE O PERÍODO GESTACIONA 100 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 100 4.1 CUIDADOS DE ENFERMAGEM DURANTE A GESTAÇÃO 100 4.2 CUIDADOS DE ENFERMAGEM À MULHER COM INTERCORRÊNCIAS NA GESTAÇÃO 111 MATERIAL COMPLEMENTAR 124 5 CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO PERÍODO PÓS-PARTO 126 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 126 5.1 CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO PERÍODOPÓS-PARTO 126 5.2 PLANEJAMENTO FAMILIAR 139 MATERIAL COMPLEMENTAR 153 1UNIDADE 2UNIDADE 3UNIDADE 4UNIDADE 5UNIDADE 10 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 6 PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE DA MULHER 156 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 156 6.1 RASTREIO ONCOLÓGICO 156 6.2 VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER 169 MATERIAL COMPLEMENTAR 181 181 6UNIDADE 11 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ATENÇÃO PARA SABER SAIBA MAIS ONDE PESQUISAR DICAS LEITURA COMPLEMENTAR GLOSSÁRIO ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM CURIOSIDADES QUESTÕES ÁUDIOSMÍDIAS INTEGRADAS ANOTAÇÕES EXEMPLOS CITAÇÕES DOWNLOADS ICONOGRAFIA 12 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Considerando a saúde como bem-estar físico, mental e social de maneira glo- balizada, é possível afirmar que a vulnerabilidade feminina está fortemente relacionada ao seu padrão de saúde. Mesmo atualmente, ainda é possível pre- senciar a falta de acesso às oportunidades disponíveis na sociedade, seja em relação às práticas sociais e políticas ou aos fatores econômicos e socioam- bientais, configurações familiares, à empregabilidade, o que as leva a estarem mais expostas a riscos. Diante desses fatores, a saúde da mulher torna-se uma questão urgente, que necessita de intervenções que visem à saúde dessa população. Para isso, é fundamental que você aprenda sobre a mulher em todas as fases da vida, bem como conheça e aprofunde os conhecimentos sobre a história dos mo- vimentos sociais e a construção da identidade feminina na sociedade brasi- leira; além das políticas de atenção voltadas para as mulheres, reconhecendo as situações de vulnerabilidade, a fim de promover um cuidado humanizado. Assim, esta disciplina contribuirá com seu processo de ensino-aprendizagem, oportunizando aproximação com a prática clínica para a construção de sabe- res e criticidade. Bons estudos! UNIDADE 1 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 13 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I > Compreender a história da saúde da mulher dentro da Política Nacional de Atenção à Saúde da Mulher. > Compreender a situação epidemiológica e sociodemográfica da mulher no Brasil. 14 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I 1 POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE DA MULHER INTRODUÇÃO DA UNIDADE Inicialmente, as políticas que envolviam a saúde da mulher foram destinadas às questões relacionadas à gestação e ao parto. Nesse período, os programas eram vinculados à visão restrita ao papel biológico e social da época voltados à maternidade, criação dos filhos, por meio de ações de combate à desnutri- ção e planejamento familiar (SANTOS, 2018). A década de 70 foi marcada pelo início do desenvolvimento da equidade, au- tonomia política e econômica, pleiteando a diminuição da desigualdade en- tre os homens, temas levantados durante a Conferência do Ano Internacional da Mulher (SANTOS, 2018). A partir da década de 80, houve destaque do movimento feminista, entretan- to a saúde da mulher ainda era considerada precária, visto que era centrada apenas na gestação e puerpério, não englobando demais patologias, que pu- dessem interferir no processo de saúde-doença dessa parcela da população (SANTOS, 2018). Somente em 1984 ocorreu a mudança de conceitos e prioridades sociais e po- líticas no que se refere à saúde feminina por meio do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) (SANTOS, 2018). 15 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EMPODERAMENTO FEMININO Fonte: Freepik (2023). #PraTodosVerem: imagem de uma mulher negra de blusa amarela, protestando junto com outras pessoas. Pautada nessas vertentes, esta unidade abordará assuntos essenciais para compreender o crescimento do poder da mulher nas políticas públicas, en- quanto indivíduo inserido na sociedade, agravos sociais e de saúde relaciona- dos à mulher, defendendo a saúde como direito social (SANTOS, 2018). 1.1 POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE DA MULHER A população brasileira é composta majoritariamente por mulheres, sendo as principais usuárias do sistema de saúde (SANTOS, 2018). Galleguillos (2014) afirma que ao longo dos anos que se seguem haverá alar- gamento e maior sobrevivência da população, aumento da estimativa de vida, principalmente do sexo feminino, justificando a teoria que apesar do adoecimento das mulheres, estas aumentam sua sobrevida em virtude da maior procura pelos serviços de saúde, prevenção de doenças e tratamentos preconizados e adequados quando comparadas aos homens. 16 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I PLENITUDE DA SAÚDE FEMININA Fonte: ©pressfoto, Freepik (2023). #PraTodosVerem: mulher relaxada sentada de pernas cruzadas, apreciando o mar. As políticas públicas têm sido criadas, modificadas e melhoradas para alcan- çar a saúde da mulher em sua plenitude, de modo que interajam com o meio ambiente, o lazer, a alimentação e as condições de trabalho e moradia, mini- mização da discriminação no contexto social e econômico, diminuindo a vul- nerabilidade feminina. Nesse contexto, foi criado, em 1984, pelo Ministério da Saúde, o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) (FER- NANDES; NARCHI, 2012; SANTOS 2018). Outro marco para o processo de consolidação e amadurecimento da política pública que abrange a saúde da mulher é o Plano Nacional de Políticas para as mulheres (PNPM). Criado em 1º de janeiro de 2003, registrou importante momento na história do Brasil no que se refere às políticas que buscavam igualdade entre homens e mulheres, garantindo direitos a essa população. 17 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Assim, o PNPM orienta-se pelos seguintes princípios: PRINCÍPIOS DA PLANO NACIONAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES (PNPM) PNPM Igualdade e respeito à diversidade Autonomia feminina Participação e controle social Universalidade das políticas Justiça social Equidade Transparência dos atos públicos Laicidade do Estado Fonte: adaptado de Brasil (2005). #PraTodosVerem: organograma colorido representando os oito princípios do Plano Nacional de Políticas para as mulheres (PNPM). Em face do exposto, a seguir você encontrará o que cada princípio significa: Igualdade e respeito à diversidade Mulheres e homens são iguais em seus direitos. A promoção da igualdade implica respeito à diversidade cultural, étnica, racial, inserção social, situação econômica e regional, assim como os diferentes momentos da vida das mulheres. Equidade Todas as pessoas devem ter garantida a igualdade de oportunidades, observando-se os direitos universais e as questões específicas das mulheres. 18 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I Autonomia das mulheres O poder de decisão sobre suas vidas e corpos deve ser assegurado às mulheres, assim como as condições de influenciar os acontecimentos em sua comunidade e seu país. Laicidade do Estado As políticas públicas voltadas para as mulheres devem ser formuladas e implementadas independentemente de princípios religiosos, de forma a assegurar os direitos consagrados na Constituição Federal e nos instrumentos e acordos internacionais assinados pelo Brasil. Universalidade daspolíticas As políticas públicas devem garantir, em sua implementação, o acesso aos direitos sociais, políticos, econômicos, culturais e ambientais para todas as mulheres. Justiça social A redistribuição dos recursos e riquezas produzidos pela sociedade e a busca de superação da desigualdade social, que atinge de maneira significativa as mulheres, deve ser assegurada. Transparência dos atos públicos O respeito aos princípios da administração pública, tais como legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência, com transparência nos atos públicos e controle social, deve ser garantido. Participação e controle social O debate e a participação das mulheres na formulação, implementação, avaliação e controle social das políticas públicas devem ser garantidos e ratificados pelo Estado brasileiro, como medida de proteção aos direitos humanos das mulheres e meninas. 19 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Desde a criação do PNPM, em 2003, as políticas para as mulheres têm busca- do protagonismo, força e concretude. Palco de conferências nacionais de po- líticas para as mulheres, as políticas públicas foram se fortalecendo, criando resoluções e estabelecendo novos princípios orientadores ao longo dos anos (BRASIL, 2015). Se você quiser aprofundar seus conhecimentos sobre as modificações do Plano Nacional de Políticas para as mulheres (2013-2015), acesse aqui. A seguir, abordaremos assuntos como a saúde da mulher e enfoque de gêne- ro. Boa leitura! 1.1.1 SAÚDE DA MULHER E ENFOQUE DE GÊNERO A política brasileira ainda reflete a desigualdade de gênero no que se refere às mulheres e suas diversidades em aspectos sociais, econômicos, acadêmicos, de saúde e participação política. Além disso, as relações de gênero mostram- -se desiguais perante a discriminação de classe, racial, orientação sexual, cul- tural, etnia, religião, grupos sociais, deficiências, entre outros. (FERNANDES; NARCHI, 2013; BRASIL, 2015). O gênero aqui especificado não é o produto de um destino biológico, mas de construções sociais que têm uma base material e tornam-se explicativos dos atributos específicos que cada cultura impõe ao masculino e ao feminino. O termo sexo contém um atributo biológico, enquanto o termo gênero é utilizado na perspectiva de relações e representa uma elaboração cultural http://www.mulheres.ba.gov.br/arquivos/File/Publicacoes/PlanoNacionaldePoliticasparaasMulheres20132015.pdf 20 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I sobre o sexo (FERNANDES; NARCHI, 2013, p. 5). EQUIDADE DE GÊNERO Fonte: Freepik (2023). #PraTodosVerem: imagem de homem em azul e mulher em rosa, que se fundem tornando- se um só. Historicamente, o papel da mulher na sociedade limitava-se à subordinação ao marido/pai/irmão, ou seja, figura masculina, com fundamento no patriarca- do, gerando o conceito de inferioridade e fragilidade feminina (BRASIL, 2004; FERNANDES; NARCHI, 2013). Dessa forma, pensar e executar políticas públi- cas que visem garantir à igualdade das mulheres e combate à discriminação de gênero é considerado um desafio que transcorre o tempo (BRASIL, 2015). Com base nisso, é válido expor que a saúde da mulher era vista exclusiva- mente pela perspectiva de reprodução e maternidade. Assim, a mulher era considerada saudável quando não apresentava doenças que prejudicassem a reprodução humana (FERNANDES; NARCHI, 2013). 21 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 MULHER GRÁVIDA Fonte: Freepik (2023). #PraTodosVerem: mulher grávida sentada à beira da cama, com as mãos sobre a barriga. Entretanto, há poucos anos vêm sendo aprimorados e discutidos os direitos que envolvem a saúde da mulher, garantindo O direito de expressar seus pensamentos, manifestar sua participação política, gerar autonomia e usufruir dos direitos sociais que lhe cabem, os quais devem protegê-la contra as diversas expressões de violência de gênero e de sexo, além de garantir seu atendimento com respeito e humanidade quando acontecerem tais violências, minimizando suas consequências. (FERNANDES; NARCHI, 2013, p. 7) Em razão disso, as questões de gênero devem ser levadas em pauta para a criação e formulação de políticas públicas e formas de aplicação que visem à melhoria das condições de vida, igualdade e direitos de cidadania, combate à violência contra as mulheres, preservar sua função social, garantindo a saúde da mulher em seu amplo contexto. 1.1.2 SAÚDE DA MULHER E ENFOQUE DE GÊNERO Fundamentados na evolução das políticas públicas de saúde da mulher e das prioridades que se referem à saúde da mulher, foi criado em 1984, pelo 22 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I Ministério da Saúde, o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), que tinha por objetivo (SANTOS, 2018): OBJETIVOS DO PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER (PAISM) Ações Educativas Ações Preventivas Ações de Tratamento e Recuperação Ações de Diagnóstico PAISM Fonte: adaptado de Santos (2018, p. 15). #PraTodosVerem: quatro objetivos do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), sendo de caráter educativo, diagnóstico, preventivo e de tratamento e recuperação. Levando em consideração o PAISM, algumas áreas de atendimento eram priorizadas na assistência à mulher, sendo elas: ÁREAS DE ATENDIMENTO PRIORIZADAS NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE DA MULHER Clínicas ginecológicas Planejamento Familiar Pré-natal Puerpério Climatério Parto Câncer de Colo de útero e de mama Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) Fonte: adaptado de Santos (2018, p. 15). #PraTodosVerem: quadros coloridos contendo as oito prioridades de atendimento da saúde da mulher. 23 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Apesar do fortalecimento das ações que visavam melhorias de assistência à saúde da mulher, somente em 2003 percebeu-se que as áreas de atendimen- to eram insuficientes para garantir a atenção integral à saúde dessa popula- ção. Dessa forma, outras áreas técnicas foram articuladas, integrando mulhe- res consideradas em vulnerabilidade, como as mulheres negras, portadoras de deficiências, indígenas, presidiárias, homossexuais, que residiam em zonas rurais ou afastadas de centros urbanos (SANTOS, 2018). Assim, em 2004, por meio do Ministério da Saúde, baseada em dados epide- miológicos e necessidades reivindicadas ao longo dos anos, foi criada a Políti- ca Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM), com princípios e diretrizes voltados para humanização e melhoria da qualidade do atendi- mento à assistência à saúde da mulher (SANTOS, 2018). SAÚDE DA MULHER Fonte: ©rawpixel.com, Freepik (2023). #PraTodosVerem: imagem de uma mulher negra com flores coloridas em seus cabelos e rosto, além de ter suas mãos encobrindo o rosto. No sentido em que ocorria o fortalecimento da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher, novas alianças foram sendo estabelecidas: “mo- vimento feministas, negros, trabalhadores rurais”, gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) e assim, novas diretrizes e objetivos foram sendo traçados ao programa, conforme segue (SANTOS, 2018, p. 16): 24 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I Que saber mais sobre os novos objetivos e diretrizes estabelecidos em 2011 para a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)? Acesse aqui. Agora que aprendemos sobre as diretrizesda PNAISM, veremos a seguir os objetivos gerais, específicos e as estratégias que compreendem essa política (SARTORI et al., 2019): OBJETIVOS GERAIS DA POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER (PNAISM) Objetivos Gerais Melhorar as condições de saúde e de vida das brasileiras, por meio da segurança dos direitos legalmente constituídos e do aumento do acesso aos serviços de saúde, abrangendo a promoção da saúde, a prevenção de agravos, a assistência e a recuperação da saúde em todo o Brasil. Colaborar para a redução da morbidade e mortalidade feminina no país, principalmente por causas evitáveis, em todos os ciclos de vida e nos vários grupos populacionais, sem nenhuma diferenciação. Amplificar, qualificar e humanizar a atenção integral à saúde da mulher no SUS. Fonte: Brasil (2011) apud Sartori et al. (2019, p. 23). #PraTodosVerem: três principais objetivos da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher. https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/politicas-para-mulheres/arquivo/central-de-conteudos/publicacoes/publicacoes/2015/pnaism_pnpm-versaoweb.pdf 25 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Com base nisso, é válido que você possa compreender como a sociedade civil participa do processo de elaboração, execução e avaliação das políticas públi- cas que interferem na Saúde da Mulher. Esse e outros assuntos serão aborda- dos a seguir. 1.1.3 PAPEL DA SOCIEDADE CIVIL NA CONSTRUÇÃO DE POLÍTICAS DE SAÚDE DA MULHER Para que você possa entender o papel da sociedade civil na construção de políticas de saúde da mulher, é necessário que se compreenda por quem são compostos os grupos que a integram. A sociedade civil é um elo de interação social entre a economia e o Estado e é composta pelas famílias, pelas associações, pelos movimentos sociais e pelas formas de comunicação pública. Após a Segunda Guerra Mundial, a sociedade civil passou a ter grande expressividade em razão de seu papel na reconstrução da democracia (FERNANDES; NARCHI, 2013, p. 25). Dentre esses grupos, estão os movimentos feministas, responsáveis pelo elo entre os elaboradores e gestores de políticas, que deram início à construção dos direitos da mulher pela saúde e direitos. Assim, o PAISM, criado em 1983, foi marcado pela intervenção inicial de grupos progressistas, participação de movimentos feministas, ONGs, associações voluntárias e, que hoje, possuem autonomia, profissionalismo e buscam a saúde de modo coletivo (FERNAN- DES; NARCHI, 2013). 26 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MOVIMENTO FEMINISTA Fonte: Freepik (2023). #PraTodosVerem: quatro mulheres de costas, com o braço direito erguido e esticado, com fitas roxas amarradas em seus punhos e o símbolo de vênus gravado no dorso da mão de cada uma delas, simbolizando manifesto do movimento feminista. No Brasil, a política de saúde foi marcada na década de 1990, pela represen- tação do SUS, com avanços legislativos que impulsionaram a saúde como um todo. Para que você possa entender mais sobre o marco histórico da saúde brasileira em 1990, acesse aqui e também aqui. A partir de então, melhorias de acessibilidade na assistência à saúde foram notadas, principalmente após a concretização da NOB 01/96. Contribuições das ações públicas, ampliação de acesso e organização dos recursos possibi- litaram a realização de “procedimentos de atenção básica como vacinação, pré-natal, prevenção de câncer de colo de útero, entre outros” (FERNANDES; NARCHI, 2013, p. 26). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8142.htm 27 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Para acessar a NOB 01/96, clique aqui. Por meio da Política de Atendimento Integral à Saúde da Mulher, houve um alcance positivo de indicadores essenciais para garantir qualidade de assis- tência à saúde das mulheres, garantidos por grupos como Controle do Cân- cer do Colo do Útero e Mama; Programa de Gestante de Alto Risco (FERNAN- DES; NARCHI, 2013). CÂNCER DE MAMA Fonte: ©jcomp, Freepik (2023) #PraTodosVerem: mulher de camiseta rosa com fita de cetim rosa no peito, apoiando o símbolo de prevenção de câncer de mama com ambas as mãos. Vale a pena mencionar que a participação da sociedade civil também influen- ciou e levantou questões sobre doenças sexualmente transmissíveis e o HIV/ Aids. Dessa forma, a fim de construir um Brasil em que a mulher seja valoriza- da e incluída no processo de desenvolvimento social, econômico e cultural é http://siops.datasus.gov.br/Documentacao/NOB%2096.pdf 28 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I preciso que haja uma continuidade de ações e processos na interação social entre sociedade civil, a economia e o Estado “de modo a contribuir para a im- plementação das políticas públicas para as mulheres e a proteção e garantia dos seus direitos” (BRASIL, 2015, p. 9; RAMOS, 2004). 1.2 SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA E SOCIODEMOGRÁFICA DA MULHER A situação epidemiológica e sociodemográfica de uma estrutura populacio- nal varia de acordo com o local e o tempo analisado. Além disso, sofrem in- fluências de fatores históricos, econômicos, políticos, culturais e ambientais (TAVARES; PEREIRA NETO, 2020). Considerando o histórico da situação demográfica, atualmente tem ocorrido uma redução acentuada da fecundidade. Era comum uma mulher ter, em média, seis filhos na década de 1970. O último censo demográfico, publicado em 2010, demonstra que a média de filhos por mulher passou a ser de 1,9 filho, evidenciando a redução do crescimento populacional, aumento do número de idosos e diminuição do número de jovens (FERNANDES; NARCHI, 2013). URBANIZAÇÃO Fonte: ©freepic.diller, Freepik (2023). #PraTodosVerem: cidade com carros antigos, várias construções civis e aglomeração de pessoas, representando o processo de urbanização. 29 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Alguns motivos podem ser citados que justifiquem a queda da fecundida- de entre a população brasileira. Com o advento da revolução industrial e o processo de urbanização mudanças de fatores econômicos e sociais geraram inúmeras alterações. As mulheres passaram a integrar o mercado de trabalho nas fábricas, conciliando com o trabalho doméstico a atuação feminina no mercado de trabalho, antes não exercida. Porém, ampliavam-se as diferenças entre os homens e mulheres devido à proibição da mulher na participação da vida social, pública e política. (FILSINGER; DE PAULA, 2022). MATERNIDADE E SUBMISSÃO DA MULHER Fonte: ©freepic.diller, Freepik (2023). #PraTodosVerem: mãe vestindo vestido azul com avental branco, carregando sua filha, que está comendo uma maçã, ambas em frente a uma pilha de feno. O Pacto pela Vida está intimamente vinculado às necessidades da mulher e suas prioridades. Para entender mais e conhecer seus objetivos e diretrizes, acesse aqui. https://saude.mppr.mp.br/arquivos/File/volume1.pdf 30 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I Apesar do avanço no contexto econômico e social, ainda é notória a desigual- dade encontrada na remuneração entre homens e mulheres, evidenciando que as mulheres recebem salários mais baixos quando comparadas aos ho- mens, pelo desempenho das mesmas atividades e funções, o que faz da mu- lher com maior suscetibilidade a desencadear complicações de saúde, visto que a qualidade de vida está intimamenterelacionada a níveis de condição socioeconômicos (FERNANDES; NARCHI, 2013). Desse modo, o perfil epidemiológico, a morbidade e mortalidade feminina variam em cada região brasileira. Assim, a Política de Atendimento Integral à Saúde da Mulher respeita as particularidades de cada localidade (FERNAN- DES; NARCHI, 2013). DOENÇAS CARDIOVASCULARES Fonte: Freepik (2023). #PraTodosVerem: profissional de saúde aferindo a pressão arterial de uma mulher. Atualmente, as principais causas de morte entre as mulheres são: (FERNAN- DES; NARCHI, 2013, p. 11): • Doenças cardiovasculares: dentre essas as mais importantes estão o infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral. • Neoplasias: sendo as causas mais importantes o câncer de mama, o de pulmão e o de colo do útero. 31 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 • Doenças do aparelho respiratório. • Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas, com destaque para o diabetes. • Causas externas (FERNANDES; NARCHI, 2013, p. 11). Já no que se refere às principais causas de internação entre as mulheres, estão: • Gravidez, parto e puerpério. • Doenças do aparelho respiratório. • Doenças cardiovasculares. • Doenças do aparelho geniturinário. • Doenças do aparelho digestivo; • Doenças infecciosas e parasitárias. (FERNANDES; NARCHI, 2013, p. 11). Agora que você compreendeu um pouco mais sobre a situação epidemioló- gica e sociodemográfica da mulher, vamos imergir na atenção obstétrica e nos aprofundar na saúde da mulher nesse contexto. Boa leitura! 1.2.1 ATENÇÃO OBSTÉTRICA E À SAÚDE DAS MULHERES NOS MAIS VARIADOS NÍVEIS DE VIDA A saúde da mulher pode ser considerada como aquela que envolve diversos aspectos que garantem qualidade de vida, tais como psicológicos, sociais, fí- sicos, econômicos, biológicos, culturais, políticos, nutrição, entre outros, que permitem que a mulher viva em plenitude. Assim, estudar a saúde da mulher compreende analisar a saúde reprodutiva por meio da atenção obstétrica (FERNANDES; NARCHI, 2013). 32 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I ATENÇÃO OBSTÉTRICA Fonte: ©yanalya, Freepik (2023). #PraTodosVerem: gestante de camiseta branca e barriga exposta, com ambas as mãos apoiadas na barriga. A atenção obstétrica, por meio dos cuidados de enfermagem, se inicia quan- do é confirmada a gestação e perdura por todo o período gestacional. Para uma assistência de qualidade, é preciso que o enfermeiro se atente às ações que serão desempenhadas nesse período e após, durante o puerpério (FEL- TRIN, et al., 2021, p. 21-22): • Orientar sobre a importância de realizar o pré-natal adequadamente. • Realizar o histórico de enfermagem. • Verificar os sinais vitais e realizar exame físico. • Solicitar os exames de rotina. • Fazer os testes rápidos para doenças sexualmente transmissíveis, como HIV, sífilis e hepatites B e C. Conforme a evolução da gestação, medir a altura uterina, auscultar os batimentos cardíacos fetais e realizar palpação obstétrica. • Realizar orientações referentes à imunização. • Orientar sobre os direitos da gestante. 33 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 • Coletar dados sobre o parto. • Orientar sobre a amamentação. • Orientar sobre dor, fluxo vaginal e sangramentos. • Orientar sobre o planejamento familiar. • Orientar sobre as atividades sexuais e a contracepção. • Realizar exame físico após o parto. • Orientar quanto à suplementação de ferro. Como visto anteriormente, a PAISM prevê a integralidade e a promoção da saúde da mulher, com enfoque nos direitos de reprodução e sexuais, plane- jamento familiar, abortamento inseguro, na luta contra a violência sexual e doméstica, além de melhorar a atenção obstétrica. Além disso, inclui a pre- venção, o cuidado e tratamento de doenças crônicas não transmissíveis, pre- venção de câncer de colo de útero e mama, bem como o HIV/Aids (SARTORI; AMARO; CARNIER, 2019, p. 21). 1.2.2 INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (IST) E INFECÇÃO PELO HIV/AIDS As infecções sexualmente transmissíveis (IST) e a transmissão pelo vírus da Imunodeficiência Adquirida (HIV) devem ser amplamente discutidas quando se trata de saúde da mulher. Por meio da PAISM e sua nova abordagem para o cuidado integral à saúde da mulher, iniciou-se, juntamente com demais práticas, ações que visavam educação em saúde, atividades voltadas para o planejamento familiar, câncer de mama e de colo uterino, bem como a detec- ção de doenças sexualmente transmissíveis e a infecção pelo HIV/Aids (FER- NANDES; NARCHI, 2013). 34 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I PREVENÇÃO HIV/AIDS Fonte: ©yanalya, Freepik (2023). #PraTodosVerem: profissional de saúde vestindo jaleco branco e usando estetoscópio em volta do pescoço, segurando uma fita vermelha como símbolo da prevenção do HIV/Aids Estima-se que a maioria dos casos de IST e HIV/Aids estejam associados às pessoas sexualmente ativas, adultos e jovens. Por isso, é de suma importância que o enfermeiro se concentre na promoção de práticas sexuais seguras, me- diante o uso de preservativos masculinos ou femininos em todas as relações sexuais (SARTORI; AMARO; CARNIER, 2019). PRESERVATIVO MASCULINO Fonte: ©schantalao, Freepik (2023). #PraTodosVerem: preservativo masculino sendo segurado por uma mão de mulher e outra de homem. 35 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 As IST podem ser causadas e transmitidas por agentes etiológicos diferentes, como vírus, bactérias, fungos e protozoários, conforme explanados a seguir: Transmissão sexual Podem ser transmitidos por relações sexuais desprotegidas, ou seja, sem o uso de preservativo masculino ou feminino, por via oral, vaginal e anal. Transmissão vertical Pode ocorrer a transmissão da mãe para o feto pela via transplacentária (no curso da gestação); pela via do parto (durante o trabalho de parto); pela amamentação. Transmissão por compartilhamento de agulhas O uso de drogas injetáveis pelo compartilhamento de seringas e agulhas. Transfusão sanguínea Ocorre de forma rara. (SARTORI; AMARO; CARNIER, 2019, p. 72). É importante destacar que muitas das IST não apresentam sinais e sintomas, caso das infecções virais, como pelo vírus do HIV e pelas hepatites B e C. En- tretanto, quando os sinais clínicos surgem, comumente se manifestam sob a forma de corrimentos vaginais ou penianos, bem como feridas e/ou verrugas anogenitais ou em demais partes do corpo. Quando o indivíduo é acometido por corrimento, este normalmente pode se apresentar com coloração esbran- quiçada, amarela ou esverdeada, acompanhado ou não por odor fétido e/ou prurido. Em alguns casos podem evoluir para disúria e dispareunia (SARTORI; AMARO; CARNIER, 2019). 36 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I Disúria: dor para urinar. Dispareunia: dor durante a relação sexual. No que refere à infecção por HIV/Aids, anteriormente, o homem homossexual e/ou usuário de drogas injetáveis fazia parte da maioria dos casos detectados. Após muitas teorias de transmissão do HIV/Aids ao longo dos anos, o cenário da epidemia da doença vem se modificando no Brasil e no mundo, sendo considerado que a mulher com vida sexual ativa, independentemente de sua orientação sexual, usuária ou não de drogas injetáveis e relacionamento mo- nogâmico ou não, estava sob o risco de desenvolver o agravo, sem distinção de raça ou gênero. “No Brasil, o primeirocaso de transmissão heterossexual ocorreu em 1983, e o primeiro caso de transmissão vertical foi registrado em 1985, no estado de São Paulo” (FERNANDES; NARCHI, 2013, p. 188). Quando se analisa a evolução da epidemia no sexo feminino no país, observam-se três fases distintas em termos de risco para a infecção pelo HIV: a primeira fase, até 1986, quando a transmissão pela via sexual era a mais importante, sendo, naquele momento, as parcerias com homens que fazem sexo com homens (HSH) e homens transfundidos as mais frequentes. Nesse período era também relevante a transmissão pela transfusão sanguínea. A segunda fase, do fim da década de 80 ao início da década de 90, em que o uso de drogas injetáveis aparece como uma importante forma de infecção pelo HIV, particularmente na Região Sudeste do país; e a terceira fase, do início dos anos 90 até o presente momento, que apresenta nítido predomínio da prática heterossexual como forma de transmissão do HIV para as mulheres (SANTOS et al., 2009, p. 322). Além disso, o HIV deve ser levado em consideração como grave problema de saúde pública, pois além de estar em alta prevalência entre as mulheres, tam- bém possui associação com a transmissão vertical, ou seja, transmissão por via transplacentária (GAZZI et al., 2022). 37 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Dentre as principais IST estão: INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (IST) Sífilis Clamídia HIV Gonorreia Doença inflamatória pélvica (DIP) Hepatites virais HPV Herpes genitais IST Fonte: adaptado de Sartori; Amaro; Carnier (2019, p. 74-78). #PraTodosVerem: esquema que representa as principais IST, tais como sífilis, clamídia, HIV, gonorreia, herpes genitais, hepatites virais, HPV e doença inflamatória pélvica (DIP). No exercício da profissão, os profissionais de saúde, em especial o enfermeiro, são responsáveis pelas orientações a fim de interromper a cadeia de trans- missão das IST (SARTORI; AMARO; CARNIER, 2019). Para saber mais sobre o protocolo clínico e as diretrizes terapêuticas das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), acesse aqui. Já estudamos que a melhor forma de evitar a transmissão de IST e do HIV/ Aids é o uso de preservativos, assim, ações de prevenção e educação em saú- de podem ser eficazes para aprimorar a qualidade de assistência dos serviços de saúde (SARTORI; AMARO; CARNIER, 2019). https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_clinico_diretrizes_terapeutica_atencao_integral_pessoas_infeccoes_sexualmente_transmissiveis.pdf 38 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I 1.2.3 VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E A EXCLUSÃO SOCIAL FEMININA Mundialmente, a violência contra a mulher é considerada um “grave proble- ma de saúde pública e de violação de direitos. Afinal, esse tipo de violência é uma das grandes causas de morbidade e mortalidade nessa população” (BRASIL, 2016 apud FELTRIN et al., 2021, p. 110). A violência contra a mulher, seja ela física, moral, psicológica, sexual, aconte- ce diariamente em ambientes considerados familiares, causada por parentes, companheiros, maridos, namorados, ex-parceiros; em ambientes de trabalho (SIGNORELLI; TAFT; PEREIRA, 2018; FELTRIN et al., 2018). Alguns fatores de risco são citados por expor mulheres à violência, seja em ambiente familiar, social, de trabalho, comunitários, de relacionamento, conforme demonstrado a seguir: FATORES DE RISCO Fatores individuais Fatores de relacionamento Fatores comunitários Fatores sociais Juventude Álcool Depressão Transtornos de personalidade Baixo desempenho acadêmico Baixa renda Testemunho ou sofrimento de violência quando criança Conflito conjugal Instabilidade conjugal Domínio masculino na família Estresse econômico Família pobre Fracas sanções da comunidade contra a violência doméstica Pobreza Baixo capital social Normas tradicionais de gênero Normas sociais que apoiam a violência Fonte: adaptado de OMS (2002) apud Feltrin et al. (2021, p. 112). #PraTodosVerem: quadro informativo sobre os fatores de riscos que expõem as mulheres à violência. 39 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Entretanto, apesar dos fatores de risco acima citados, a violência contra a mu- lher pode ser observada em diferentes classes sociais, faixas etárias, níveis de escolaridade, raças, orientações sexuais. Nesse contexto, explica-se o conceito de violência contra as mulheres: A Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres ancora- se na definição da Convenção de Belém do Pará (1994). De acordo com o art. 1º dessa convenção, a violência contra a mulher caracteriza-se por “[...] qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público como no privado” (CONVENÇÃO DE BELÉM DO PARÁ, 1994 apud FELTRIN et al. (2021, p. 114). A exposição da mulher à violência pode desencadear inúmeros problemas de ordem física, mental, sexual e reprodutiva. A seguir, você encontrará os princi- pais problemas: Problemas físicos Lesões abdominais/torácicas, hematomas, lacerações, síndromes de dor crônica, incapacidade, fraturas, problemas gastrointestinais, danos oculares e funcionamento físico limitado. Problemas sexuais e reprodutivos Distúrbios ginecológicos, infertilidade, doença inflamatória pélvica, complicações na gravidez/aborto espontâneo, disfunção sexual, infecções sexualmente transmissíveis, incluindo HIV/Aids, abortamento inseguro, gravidez indesejada e infecção do trato urinário. Problemas psicológicos e comportamentais Abuso de álcool e drogas, depressão e ansiedade, transtornos alimentares e do sono, sentimentos de vergonha e culpa, fobias e transtorno de pânico, baixa autoestima, transtorno de estresse pós- traumático, transtornos psicossomáticos, comportamento suicida e automutilação, além de comportamento sexual inseguro. Ademais, há as consequências fatais, como a mortalidade maternal e o suicídio. 40 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I A violência sexual é considerada aquela em que o indivíduo obrigue a mulher a manter contato/relação sexual, por meio de forma física, verbal, corporal, to- ques não consentidos. Já a violência física consiste em atitudes que prejudi- quem a integridade física e corporal da mulher, podendo ocorrer por meio de armas, golpes, chutes, empurrões, ferimentos por arma branca (FELTRIN et al., 2021, p. 116). VIOLÊNCIA Fonte: Freepik (2023). #PraTodosVerem: homem de camisa azul com face agressiva e tenso. Sua imagem é projetada para a frente. A violência psicológica consiste em atitudes que ocasionem danos emo- cionais e de autoestima, por meio de desmoralização ou controle de atos e ações da mulher. Nesse caso, podem ser citadas as ameaças de emprego, “constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constan- te, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração, li- mitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause danos à saúde psicológica e à autodeterminação” (FELTRIN et al., 2021, p. 116). No que se refere à violência institucional, esta ocorre por meio de ações e/ou omissões em instituições públicas, como também é o caso das prisões, em que a mulher sofre julgamentos, desrespeito à sua autonomia, discriminação de classe, raça e cor ou, no caso do sistema prisional, quando são proibidas de exercerem seu direito de reprodução e atividades sexuais (FELTRIN et al., 2021, p. 116). 41 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portariaMEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONCLUSÃO Esta unidade objetivou-se a apresentar uma reflexão sobre as Políticas Públi- cas de Saúde da Mulher, bem como a evolução do papel da mulher na socie- dade e sua situação sociodemográfica e epidemiológica. Além disso, foram abordados temas como a atenção obstétrica, infecções sexualmente trans- missíveis e o HIV/Aids, além de introduzir a violência contra a mulher. Desse modo, as políticas públicas têm sido criadas, modificadas e melhoradas para alcançar a saúde da mulher em sua plenitude, de modo que interajam com o meio ambiente, o lazer, a alimentação e as condições de trabalho e moradia, minimização da discriminação no contexto social e econômico, di- minuindo a vulnerabilidade feminina. Portanto, cabe aos profissionais de saúde, especialmente aos enfermeiros, proporcionar, no âmbito da assistência à mulher, ações e estratégias que en- volvam todo o ciclo de vida feminino, atuando na educação em saúde, orien- tação, acolhimento, prevenção, diagnóstico, oferecendo e proporcionando segurança a essa parcela da população, a fim de poder contribuir com a ma- nutenção da saúde em todas as fases do ciclo vital. 42 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MATERIAL COMPLEMENTAR Para saber mais sobre esse tema, leia os artigos a seguir: 1. Contribuições da fenomenologia para a prática da enfermagem na saúde da mulher. 2. A importância da enfermagem obstétrica na saúde da mulher brasileira. 3. A importância do trabalho humanizado da enfermagem nas ações preventivas e promoção da saúde no período gestacional e puerpério de gestantes com HIV/AIDS: Uma revisão narrativa. 4. Vivência da sexualidade de mulheres que convivem com o HIV: ressignificação e implicações para a prática da enfermagem. 5. A importância do conhecimento sobre as políticas públicas de saúde da mulher para enfermeiros da Atenção Básica. https://www.recima21.com.br/index.php/recima21/article/view/468 https://www.recima21.com.br/index.php/recima21/article/view/468 https://revistarebis.rebis.com.br/index.php/rebis/article/view/80 https://revistarebis.rebis.com.br/index.php/rebis/article/view/80 emhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/12865 emhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/12865 emhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/12865 emhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/12865 emhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/12865 http://www.conjecturas.org/index.php/edicoes/article/view/2348 http://www.conjecturas.org/index.php/edicoes/article/view/2348 http://www.conjecturas.org/index.php/edicoes/article/view/2348 https://periodicos.ufrn.br/casoseconsultoria/article/view/26629 https://periodicos.ufrn.br/casoseconsultoria/article/view/26629 https://periodicos.ufrn.br/casoseconsultoria/article/view/26629 UNIDADE 2 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 43 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I > Compreender a anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor feminino e ciclo menstrual. > Entender o ciclo reprodutivo feminino e climatério. 44 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I 2 INTEGRALIDADE NO PROCESSO DE CUIDAR EM ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER INTRODUÇÃO DA UNIDADE A população brasileira é composta majoritariamente de mulheres, que são as principais usuárias do sistema de saúde (SANTOS, 2018). Anteriormente, a saúde da mulher era voltada exclusivamente para a perspectiva de re- produção e maternidade, e ela era considerada saudável quando não apre- sentava doenças que prejudicassem a reprodução humana (FERNANDES; NARCHI, 2013). Atualmente, a saúde da mulher pode ser considerada como aquela que en- volve diversos aspectos que garantem qualidade de vida, tais como psicoló- gicos, sociais, físicos, econômicos, biológicos, culturais, políticos e de nutrição, que permitem que a mulher viva em plenitude (FERNANDES; NARCHI, 2013). Para que a saúde da mulher se consolide de maneira ampla, o profissional enfermeiro e toda a equipe constituem um papel essencial no sistema de saúde. Para que possamos discutir o cuidado de enfermagem nas mais varia- das fases da vida da mulher, é de suma importância adquirir conhecimento do corpo feminino, técnica e sensibilidade. Portanto, convidamos você, futuro enfermeiro, a estudar a integralidade no processo de cuidar em enfermagem na saúde da mulher. 45 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 2.1 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO APARELHO REPRODUTOR FEMININO E CICLO MENSTRUAL O sistema genital humano compreende inúmeras funções, que consistem em produzir, armazenar, nutrir, transportar gametas masculinos e femininos funcionais. Os órgãos reprodutivos masculinos e femininos diferem em es- trutura e função, e essas diferenças estão relacionadas à atividade sexual e à reprodução, mas também ao desenvolvimento de doenças (SANTOS, 2014; COUTINHO; COSTA; SILVA, 2018). SISTEMA REPRODUTOR FEMININO Sistema reprodutivo feminino Trompas de falópio Ovário Útero Cérvix Vagina Fonte: ©brgfx, Freepik (2023). #PraTodosVerem: ilustração de corpo humano em forma anatômica, com enfoque no sistema reprodutor feminino, destacando-se vagina, cérvix, útero, ovários e trompas. 46 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I Portanto, os órgãos genitais femininos são compostos dos órgãos internos ovários, trompas, útero e vagina (SANTOS, 2014). ÓRGÃOS REPRODUTORES INTERNOS DA MULHER OVÁRIOS TROMPAS ÚTERO VÁGINA ÓRGÃOS REPRODUTORES INTERNOS FEMININOS Fonte: adaptado de Santos (2018). #PraTodosVerem: fluxograma contendo os órgãos reprodutores internos femininos. Ovários Localizado no início das trompas de Falópio, produz hormônios (estrogênio e progesterona) que controlam as características sexuais secundárias e atuam no útero durante o início da embriogênese e o mecanismo de implantação do óvulo fertilizado Trompas (tubas uterinas) São tubos longos e finos que se estendem da cavidade abdominal até o útero e transportam os óvulos dos ovários para a cavidade uterina. específicas das mulheres. 47 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Útero A função é abrigar o feto durante o desenvolvimento até o nascimento. O útero é dividido em três partes: fundo, corpo, istmo e colo do útero. É formado por três camadas: o endométrio, a camada mais interna, que muda durante o ciclo menstrual; miométrio, a camada intermediária; e a camada periférica, a camada externa, representada pelo peritônio. Vagina “Tubos musculares que conectam a cavidade uterina com o ambiente externo. Eliminam a menstruação e recebem os espermatozoides.” (SANTOS, 2014, p. 108-109). ÓRGÃOS REPRODUTORES EXTERNOS DA MULHER MONTE DO PÚBIS VESTÍBULO DA VAGINA ÓRGÃOS REPRODUTORES EXTERNOS FEMININOS LÁBIOS MENORES BULBOS DO VESTÍBULO LÁBIOS MAIORES CLITÓRIS Fonte: adaptado de Santos (2018). #PraTodosVerem: fluxograma contendo os órgãos reprodutores externos femininos. 48 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I Para entender um pouco mais de cada órgão, leia com atenção os tópicos a seguir. Monte do púbis “Localizado anteriormente às aberturas vaginal e uretral, é uma elevação detecido adiposo recoberto por pele e pelos pubianos grossos que acolchoam a sínfise púbica.” (COUTINHO; COSTA; SILVA, 2018, p. 210-1). Lábios maiores “Do monte do púbis se estendem inferior e posteriormente duas pregas de pele longitudinais chamadas de lábios maiores do pudendo.” (Coutinho; Costa; Silva, 2018, p. 210-211). Lábios menores “Medialmente aos lábios maiores do pudendo estão duas pregas de pele menores chamadas de lábios menores. Contêm muitas glândulas sebáceas.” (COUTINHO; COSTA; SILVA, 2018, p. 210-1). Clitóris “Pequena massa cilíndrica composta de dois pequenos corpos eréteis, os corpos cavernosos, diversos vasos sanguíneos e nervos.” (COUTINHO; COSTA; SILVA, 2018, p. 210-1). Vestíbulo da vagina Região entre os lábios menores do pudendo. No interior estão o hímen, o óstio da vagina, o óstio externo da uretra, e as aberturas dos ductos de várias glândulas. (COUTINHO; COSTA; SILVA, 2018, p. 210-1). 49 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Bulbos do vestíbulo “Consiste em duas massas alongadas de tecido erétil imediatamente profundas aos lábios de cada lado do óstio da vagina.” (COUTINHO; COSTA; SILVA, 2018, p. 210-1). Considerando que a reprodução feminina é um processo fisiológico cíclico, prosseguiremos abordando o percurso que o espermatozoide realiza nos ór- gãos femininos durante o ato sexual. Agora que você pôde compreender um pouco mais da anatomia e da fisio- logia do sistema reprodutor feminino, iniciaremos nossa discussão acerca do ciclo menstrual. 2.1.1 ETAPAS DO CICLO MENSTRUAL As mulheres passam por vários ciclos regulares destinados a preparar o corpo para a fertilização e a gravidez. Assim, o ciclo menstrual é caracterizado pela descamação do endométrio, levando ao sangramento vaginal mensal. Além disso, contando a partir do primeiro dia fluxo, esse ciclo dura cerca de 28 dias (FELTRIN et al., 2021). CICLO MENSTRUAL Fonte: ©rawpixel.com, Freepik (2023). #PraTodosVerem: ilustração de mãos segurando dispositivos coletores menstruais, como absorvente externo, copo coletor, absorvente interno, além de calendário marcando os dias de início do fluxo e cartela de comprimidos. 50 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I No que consiste o ciclo ovariano, Barret et al. (2014 apud FELTRIN et al. 2021, p. 60) descrevem que A partir do nascimento, a menina já possui folículos primordiais sob a cápsula ovariana, onde cada um desses folículos dispõe de um ovócito imatura. No início do ciclo, muitos folículos se desenvolvem e uma concavidade é criada em volta do ovócito. Em um dos ovários, no sexto dia do ciclo menstrual, um desses folículos cresce rapidamente e se altera para folículo dominante, correspondendo à fase folicular. No 14º dia do ciclo menstrual, ocorre a ovulação, quando o folículo acaba se rompendo e o ovócito que estava no folículo é capturado pelas fibrinas das tubas uterinas e encaminhado para o útero. Após o rompimento do ovócito, inicia-se a fase lútea, caracterizada pela se- creção de progesterona e de estrógeno pelas células lúteas: o folículo se en- che de sangue e inicia- se a proliferação das células da granulosa e da teca do revestimento folicular. Assim, o sangue já coagulado é transformado pelas células luteínicas, formando o corpo lúteo (FELTRIN et al., 2021). Se houver a fecundação do óvulo pelo espermatozoide, ocasionando a gesta- ção, o corpo lúteo permanece e a menstruação cessa até que o bebê nasça. Em casos negativos para a gravidez, o corpo lúteo começa a se deteriorar qua- tro dias antes do início da menstruação e muda devido ao tecido cicatricial, o que formará o corpo albicante (FELTRIN et al., 2021). FECUNDAÇÃO DO ÓVULO Fonte: ©Freepik, Freepik (2023). #PraTodosVerem: óvulo sendo encontrado por espermatozoides. 51 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Já no ciclo uterino, as camadas do endométrio são descamadas no final do período menstrual, exceto a camada mais interna. Assim, um novo revesti- mento uterino começa a se formar devido ao efeito do estrogênio no folículo em desenvolvimento. Além disso, deve-se notar que do 5º ao 14º dia do ciclo menstrual, a espessura do endométrio aumenta rapidamente. Devido a esse aumento da espessura do endométrio, ocorre a expansão das glândulas ute- rinas, o que corresponde à fase proliferativa do ciclo menstrual. Logo após a ovulação, o revestimento do útero torna-se ligeiramente fibroso e altamente vascularizado devido à ação do estrogênio e da progesterona do corpo lúteo. As glândulas se tornam espiraladas e produzem um líquido claro, que corres- ponde à fase lútea ou secretora do ciclo menstrual (FELTRIN et al., 2021). CUIDADOS NA SAÚDE DA MULHER Fonte: Freepik (2023). #PraTodosVerem: modelo do sistema reprodutivo feminino e estetoscópio. Finalmente, quando o corpo lúteo se retrai, a ação dos hormônios sobre o endométrio é interrompida e uma camada mais fina é formada, facilitando o envolvimento das arteríolas espiraladas. Nesse momento, começam a apare- cer lesões necróticas no endométrio e a parede da artéria espiral se deteriora, causando hemorragia, que leva ao fluxo menstrual (FELTRIN et al., 2021). 52 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I 2.1.2 PUBERDADE E ADOLESCÊNCIA FEMININA Adolescência e puberdade são conceitos distintos. A puberdade é considera- da o marcador mais importante do início da adolescência, e é caracterizada por mudanças biológicas no sistema reprodutivo sexual, além de alterações somáticas. Entretanto, termina muito antes do fim da adolescência (FELTRIN et al., 2021). ADOLESCÊNCIA E PUBERDADE: PERÍODOS MARCADOS POR MUDANÇAS Fonte: ©wirestock, Freepik (2023). #PraTodosVerem: duas borboletas saindo do casulo, caracterizando as mudanças ocorridas nas fases da vida. Nas meninas algumas mudanças são iniciadas na puberdade, classificadas como modificações sexuais primárias, e consistem em alterações nos ovários, útero e vagina. Na sequência, é possível identificar o desenvolvimento das ca- racterísticas sexuais secundárias, percebidas pelo aumento das mamas, sur- gimento dos pelos pubianos e axilares (FELTRIN et al., 2021). No Brasil, o conceito de adolescência está previsto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e pelo Ministério da Saúde. O ECA destaca que a ado- lescência se inicia aos 12 e termina aos 18 anos de idade. Já para o Ministério da Saúde, a adolescência varia entre 10 e 19 anos. Independentemente da idade cronológica, é importante frisar que a adolescência marca a fase de transição da infância para a fase adulta (FELTRIN et al., 2021). 53 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 A adolescência é considerada um momento em que muitas mudanças de ordem física, social, emocional, cultural, entre outras acontecem. Por esse mo- tivo, exige alguns cuidados que garantam qualidade de vida satisfatória, além de adequado desenvolvimento vital e de saúde (FERNANDES; NARCHI, 2013). MUDANÇAS EMOCIONAIS NA ADOLESCÊNCIA Fonte: ©tonodiaz, Freepik (2023). #PraTodosVerem: adolescente sentada no chão, com as mãos na cabeça e semblante triste. A puberdade é caracterizada por mudanças no desenvolvimento físico e maturação sexual, aquisição de funções e características do corpo adulto e novas formas físicas e estéticas regidas por complexas inter-relações entre órgãos e diversos fatores de ordem neuroendocrinológica (FERNANDES; NARCHI, 2013). Além das alterações físicas, ocorrem as mudanças psicoemocionais, rela- cionadas a reconhecero novo corpo e os novos grupos sociais que vão se formando ou desfazendo, bem como novas leituras socioculturais. Essas mudanças devem ser compreendidas e levadas em consideração pelos pro- fissionais de saúde ao realizar orientações de cuidado à saúde (FERNANDES; NARCHI, 2013). 54 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I ADOLESCÊNCIA Fonte: ©rawpixel.com, Freepik (2023). #PraTodosVerem: foto em preto e branco de cinco adolescentes saindo juntos para se divertir. Dentre as características físicas na adolescência, o crescimento estatural du- rante a puberdade é um processo contínuo e não linear que depende das influências hormonais (esteroides sexuais, hormônio do crescimento, hormô- nio tireoidiano) e do perfil genético de cada indivíduo, além de outros fato- res, como sono, exercícios, condições médicas, parto e efeitos psicossociais. No início da puberdade das mulheres ocorre um surto de crescimento, resul- tando em aumento de aproximadamente 20% na altura final (FERNANDES; NARCHI, 2013). 2.1.3 PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS GINECOLÓGICAS NA PUBERDADE E NA ADOLESCÊNCIA FEMININA Durante a adolescência, os órgãos reprodutivos começam a se desenvolver e as características sexuais secundárias começam a aparecer. Nas mulheres, uma das primeiras alterações que ocorrem é o aparecimento de brotos ma- mários unilaterais ou bilaterais, que se desenvolvem nas mamas adultas. Ou- tros eventos são a menstruação (primeira menstruação) e o aparecimento de pelos pubianos (FERNANDES; NARCHI, 2013). 55 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PUBERDADE E ADOLESCÊNCIA FEMININA Fonte: Freepik (2023). #PraTodosVerem: quatro adolescentes tirando uma selfie. De acordo com os estágios de desenvolvimento pubertário, as mamas pas- sam por cinco estágios, sendo eles: Estágio 1 Mamas infantis: elevação da papila. Estágio 2 Broto mamário: elevação da mama e da papila, acompanhado de aumento do diâmetro aureolar. Estágio 3 Aumento da mama: auréola sem separação dos contornos. Estágio 4 Projeção da auréola e das papilas: elevação acima do nível da mama. 56 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I Estágio 5 Mama adulta. (FERNANDES; NARCHI, 2013, p. 237). O crescimento de pelos também respeita estágios de desenvolvimento, con- forme explicado a seguir: Estágio 1 Ausência de pelos pubianos. Estágio 2 Pelos esparsos, finos, longos ou enrolados, discretamente pigmentados, nos grandes lábios. Estágio 3 Pelos mais concentrados, pigmentados e enrolados, na sínfise pubiana. Estágio 4 Pelos pubianos adultos, porém em menor quantidade. Estágio 5 Pelos pubianos adultos. (FERNANDES; NARCHI, 2013, p. 237). Nesse contexto, a seguir são apresentados os eventos e a cronologia de de- senvolvimento da puberdade na mulher. 57 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Telarca: marcada pelo aparecimento do broto mamário – elevação da mama e da papila; aumento do diâmetro areolar; aceleração da velocidade de crescimento estatural. Pubarca: marcado pelo surgimento de pelos pubianos esparsos, finos, longos ou enrolados, discretamente pigmentados, nos grandes lábios (início, em média, aos 11,2 anos de idade). Pico da velocidade de crescimento: caracterizado pelo aumento da mama – aréola sem separação dos contornos; pelos pubianos mais concentrados, pigmentados e enrolados, na sínfise pubiana. Menarca: marcada pela primeira menstruação, consiste em ciclos menstruais irregulares; projeção da aréola e das papilas – elevação acima do nível da mama; pelos pubianos adultos, porém em menor quantidade; pelos axilares – estágio 4. Puberdade completa: caracterizada por ciclos menstruais regulares; mamas e pelos adultos; parada no crescimento e definição da estatura (FERNANDES; NARCHI, 2013; FELTRIN et al., 2021). Durante a puberdade, a secreção de hormônios esteroides (testosterona e es- trogênio) aumenta, e o hipotálamo e a hipófise tornam-se menos sensíveis a eles, estimulando o aumento da produção do hormônio folículo-estimulante (FSH) nas mulheres e do hormônio luteinizante (LH) nas mulheres e nos ho- mens (FERNANDES; NARCHI, 2013). Nas mulheres, devido aos níveis de estrogênio, ocorre o aumento da secre- ção do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH), o que leva ao cresci- mento folicular, à ovulação, à formação do corpo lúteo, à menstruação e à produção de hormônios sexuais (estrogênios e progesterona) (FERNANDES; NARCHI, 2013). 58 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I CICLO MENSTRUAL NA ADOLESCÊNCIA Fonte: Freepik (2023). #PraTodosVerem: adolescente segurando um coletor menstrual. Durante a avaliação da adolescente/mulher, o enfermeiro deve se atentar à regularidade e o caráter do ciclo menstrual, levando em consideração: perí- odos menstruais variando de 23 a 35 dias, quantidade de perda para manter os níveis de ferro no sangue e duração da menstruação de dois a sete dias. Queixas de alterações menstruais são comuns. Durante um período de dois a três anos, os ciclos pós-menstruais costumam ser irregulares (períodos lon- gos, menstruação atrasada, fluxo intenso). Além disso, podem ocorrer sangra- mentos associados a causas orgânicas (FERNANDES; NARCHI, 2013). 59 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONSULTA DE ENFERMAGEM Fonte: Freepik (2023). #PraTodosVerem: profissional de enfermagem sentada, usando um computador, em consulta com adolescente sentada em uma cadeira. O enfermeiro também deve se atentar para a avaliação física da adolescente, verificando o estado geral e nutricional, possíveis alterações na postura, pres- são arterial e pulso, altura e peso, maturidade sexual e tempo de progressão, tamanho da tireoide e possíveis sinais de doenças crônicas e infecções. Além disso, devem ser rastreadas para vulvovaginite e infecções sexualmente trans- missíveis (ISTs) por meio de triagem ginecológica, especialmente se forem sexualmente ativas (FERNANDES; NARCHI, 2013). 2.2 CICLO REPRODUTIVO FEMININO E CLIMATÉRIO A seguir, você aprenderá mais do ciclo reprodutivo feminino e o climatério. Durante a vida da mulher, acontecem inúmeros ciclos hormonais, que têm início durante a puberdade e duram até a menopausa. A menopausa, ocor- rida durante o período do climatério, é marcada pelo processo de envelheci- mento da mulher e gera muitas mudanças de ordem social, amorosa, sexual e familiar (SELBAC et al., 2018). 60 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I 2.2.1 CICLO REPRODUTIVO FEMININO O ciclo reprodutivo feminino tem como função a regulação hormonal e a pre- paração do corpo da mulher para uma possível gestação. Dessa forma, ocorre no ovário e no útero e é dividido em três etapas, interligadas entre si e não excludentes, ou seja, uma não ocorre sem a outra (SANTOS, 2018): • Ciclo menstrual. • Ciclo ovárico. • Regulação hormonal. APARELHO REPRODUTOR FEMININO Trompas de falópio Ovário Útero Cérvix Vagina Fundo do útero Tuba uterina Miométrio Endométrio Fibras Fonte: ©brgfx, Freepik (2023). #PraTodosVerem: ilustração da anatomia do aparelho reprodutor feminino. O ciclo menstrual dura, em média, 28 dias e diz respeito aos fenômenos que ocorrem no útero e estão relacionados à preparação do endométrio para re- ceber o óvulo fecundado. Nos casos em que não ocorre a fecundação, o endo-métrio se desintegra e ocasiona a menstruação. 61 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 O útero passa por três fases, sendo elas: 1) Fase menstrual: também chamada de menstruação ou fase folicular. Tem por característica o sangramento via vaginal, que dura em média de três a cin- co dias. Nessa fase, a mulher perde, em média, 150 ml de sangue, juntamente com células da camada interna do útero. Além disso, há o aumento da produ- ção do hormônio FSH (folículo-estimulante) e de estrogênio. 2) Fase pré-ovulatória: conhecida como fase proliferativa ou fase ovulatória, é aquela em que ocorre um aumento considerável da parede interna do útero, associada ao surgimento de novos vasos sanguíneos, aumento progressivo de estrógenos e produção do hormônio luteinizante (LH), com o objetivo prin- cipal de preparar o corpo feminino para a fecundação (SANTOS, 2018, p. 45). 3) Fase pós-ovulatória: “também conhecida como fase secretora ou fase lú- tea, é uma fase constante e dura em torno de 14 dias” (SANTOS, 2018, p. 45). Tem por característica a produção de progesterona e estrogênio, o aumen- to da produção de glicogênio e crescimento dos vasos sanguíneos. Nos ca- sos de fecundação confirmada, inicia-se a produção de hormônio hCG, o que mantém os níveis elevados de estrogênio e progesterona. “Se a fecundação não ocorrer, os níveis de estrógeno e progesterona diminuem, até que o re- vestimento do útero seja eliminado, dando início a um novo ciclo menstrual” (SANTOS, 2018, p. 45). CICLO REPRODUTIVO FEMININO Fonte: adaptada de Santos (2018, p. 46). #PraTodosVerem: escala dos níveis hormonais durante todas as fases do ciclo reprodutivo feminino. 62 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I Já o ciclo ovárico se dá pela ação dos hormônios femininos. No primeiro dia de menstruação, dá-se início ao amadurecimento de um novo óvulo no ovário. Isso ocorre a cada ciclo menstrual e em um ovário de cada vez. A ovulação é a libertação do óvulo maduro nas Trompas de Falópio, onde ocorrerá a fecundação caso haja espermatozoides disponíveis. Se não houver fecundação, a menstruação é iniciada. (SANTOS, 2018, p. 46) O ciclo hormonal e regulação hormonal dizem respeito à fase em que os hormônios são regulados naturalmente. O estrógeno e a progesterona são produzidos no útero e ovários. Já o LH e o FSH são produzidos na adrenohi- pófise e estão presentes em todas as fases do ciclo reprodutivo feminino, em níveis oscilatórios, que variam conforme o momento do ciclo. Menarca: primeira menstruação. Menopausa: período correspondente após a última menstruação da vida da mulher. Santos (2018, p. 46). 2.2.2 CLIMATÉRIO No decorrer da vida da mulher, algumas fases são marcantes, como é o caso da menarca, da gestação e da última menstruação, considerados fenômenos naturais, causados por modificações biológicas (FELTRIN et al., 2021). 63 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CLIMATÉRIO Fonte: Freepik (2023). #PraTodosVerem: mulher de meia-idade, de cabelos grisalhos, sentada, sorrindo, apoiando o queixo na mão. O climatério é definido como uma fase biológica pela qual as mulheres trans- correm. Compreende a transição da fase reprodutiva feminina para a não reprodutiva, ocorrendo geralmente entre os 40 e 65 anos de idade, sendo a menopausa um marco dessa fase. Também deve ser lembrado como o prin- cipal período em que ocorrem o surgimento de algumas doenças, como a obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, neoplasias, distúrbios urinários, osteoporose (FELTRIN et al., 2021; BRASIL 2016). A menopausa ocorre, normalmente, entre os 45 e 55 anos, normalmente após dois anos de início do climatério. É considerada precoce se ocorrer antes dos 40 anos de idade. Está relacionada ao esgotamento folicular e ao fim da habi- lidade de reprodução da mulher (SARTORI et al., 2019; BRASIL, 2016). 64 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULHER NA FASE DA MENOPAUSA Fonte: Freepik (2023). #PraTodosVerem: mulher de meia-idade sorrindo, com o queixo apoiado nas mãos. Muitas mulheres vivem o climatério de modo assintomático. Entretanto, ou- tras apresentam diversos sintomas. Esses sintomas são divididos em: transi- tórios e não transitórios, sendo que os que mais interferem na qualidade de vida da mulher nesse período são os de ordem psicossocial e afetiva, expli- cados a seguir: MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS TRANSITÓRIAS DURANTE O CLIMATÉRIO Manifestações clínicas transitórias durante o climatério Alterações menstruais Tendência a ciclos progressivamente mais curtos, com diminuição da produção de progesterona, indução da ovulação ou ciclos múltiplos, com diminuição ou aumento do fluxo; ciclos anovulatórios e aumento do intervalo entre os ciclos. Disfunções sexuais Diminuição da libido, frequência e resposta orgástica associada a problemas psicológicos, sexuais e hormonais. Sintomas vasomotores "Ondas de calor", principalmente no corpo, pescoço e face, hiperemia, sudorese, palpitações e, em casos raros, desmaios, causando inquietação e desconforto; calafrios, insônia ou distúrbios do sono, tonturas, parestesias, perda de memória e fadiga. 65 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Manifestações clínicas transitórias durante o climatério Sintomas neuropsíquicos Vulnerabilidade emocional, ansiedade, nervosismo, irritabilidade, depressão, baixa autoestima, dificuldade de tomar decisões, tristeza e depressão. Em relação aos fatores ambientais, fatores externos, como estilo de vida (atividade física, alimentação e tabagismo) podem influenciar diretamente nos sintomas da perimenopausa. Fonte: adaptado de Feltrin et al. (2021, p. 207-9). #PraTodosVerem: quadro apresentando as manifestações clínicas transitórias durante o climatério. A seguir, observaremos as manifestações não transitórias: MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS NÃO TRANSITÓRIAS DURANTE O CLIMATÉRIO Manifestações clínicas não transitórias durante o climatério Alterações urogenitais Distopias Em diferentes graus de distopia encontramos: cistocele, uretrocele, retocele, prolapso uterino, prolapso de cúpula vaginal e enterocele. O tratamento pode incluir fisioterapia, exercícios de Kegel, medicamentos ou o uso de um pessário. Incontinência urinária Quanto ao tecido (mucosa) que reveste o aparelho geniturinário, a maioria das mulheres na pós- menopausa fica mais magra, menos lubrificada e mais frágil durante a relação sexual. Distúrbios metabólicos Alterações no metabolismo lipídico Elevação dos níveis de colesterol e triglicérides, dislipidemia, aterosclerose, doença coronariana, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral e hemostasia, aumentando o risco de tromboembolismo. Alterações no metabolismo ósseo Alterações no metabolismo de cálcio, podendo levar à perda de massa óssea, osteoporose e osteopenia. Medidas preventivas precoces e promotoras de saúde podem ser adotadas, como atividade física e alimentação equilibrada. Fonte: adaptado de Feltrin et al. (2021, p. 210-1). #PraTodosVerem: quadro apresentando as manifestações clínicas não transitórias durante o climatério. Agora que conseguimos compreender a fase do climatério, adentraremos na temática menopausa. 66 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I 2.2.3 MENOPAUSA A menopausa ocorre, em média, entre os 45 e 55 anos e é considerada preco- ce se ocorrer antes dos 40 anos deidade. Está relacionada ao esgotamento folicular e ao fim da habilidade de reprodução da mulher. Como a menopau- sa faz parte do climatério, as mulheres experimentam os mesmos sinais e sintomas já apresentados anteriormente (BRASIL, 2016). Dessa forma, a sexualidade pode ser fortemente afetada durante a menopau- sa. Algumas pessoas relacionam a fase da menopausa à velhice, reproduzin- do concepções negativas, ancoradas à perda do desejo sexual. Isso pode fazer com que a mulher se sinta menos atraente e desejada, levando-a a desen- volver questões psicossociais e biológicas que podem prejudicar o convívio familiar, social, conjugal e sexual (FELTRIN et al., 2021). MENOPAUSA E SEXUALIDADE Fonte: Freepik (2023). #PraTodosVerem: casal de idosos de costas um para o outro. Os estrogênios e a progesterona são os principais hormônios esteroides sexu- ais femininos, podendo afetar o desenvolvimento e o comportamento sexual, uma variedade de outras funções reprodutivas e não reprodutivas, a capaci- dade de estimular o crescimento e a manutenção das características sexuais femininas. Com a diminuição da produção de hormônios por consequência do climatério, surgiu a terapia de reposição hormonal (TRH), para todos os problemas gerados pela menopausa. 67 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Entretanto, apesar de benéfica, é preciso se atentar aos efeitos colaterais des- sa terapia: EFEITOS COLATERAIS DA TRH Maiores chances de desenvolvimento de doenças de coagulação Aumento da predisposição ao desenvolvimento de alguns cânceres Aumento dos níveis pressóricos Aumento do triglicerideosTRH Fonte: adaptado de Feltrin et al. (2021, p. 213). #PraTodosVerem: fluxograma mostrando os efeitos colaterais da terapia de reposição hormonal, sendo eles: maiores chances de desenvolvimento de doenças de coagulação; aumento dos níveis pressóricos; aumento do triglicerídeos; aumento da predisposição ao desenvolvimento de alguns cânceres. Dessa forma, a TRH está contraindicada para algumas mulheres, conforme exposto a seguir: CONTRAINDICAÇÕES PARA A TRH Doença hepática descompensada Meningeoma, lúpus eritematoso sistêmico Lesão precursora para câncer de mamaTRH Sangramento vaginal por causa desconhecida Doenças coronarianas e cerebrovasculares, doença trombótica ou tromboembólica venosa Câncer de endométrio Porfiria Fonte: adaptado de Feltrin et al. (2021, p. 213). #PraTodosVerem: fluxograma mostrando as sete contraindicações para a terapia de reposição hormonal. 68 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I É importante mencionar que, mesmo com a chegada da menopausa, as mu- lheres devem manter o acompanhamento ginecológico com regularidade, não deixando de realizar os exames preventivos, tão importantes nessa fase da vida, como é o caso dos exames para prevenção de colo de útero, de mama e de intestino. Esse tema será abordado em unidades posteriores (BRASIL, 2016). 69 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONCLUSÃO Esta unidade objetivou-se a apresentar a anatomia e fisiologia do aparelho re- produtor feminino e ciclo menstrual, bem como o ciclo reprodutivo feminino e o climatério e menopausa. O enfermeiro tem papel fundamental na avaliação e no acompanhamento do adolescente, que podem ser realizados por meio da consulta de enferma- gem. A partir de 1986, a Lei n. 7.498, de 25 de junho, deu direito ao enfermeiro de exercer a consulta de enfermagem nos serviços de saúde. A consulta de enfermagem pode ser uma estratégia para a prática de educa- ção em saúde, ações preventivas e cuidados direcionados aos adolescentes e a mulher, para que, devido às peculiaridades, possam ser vistos de forma inte- gral, facilitando o engajamento e estabelecendo um elo de confiança entre o profissional e o paciente. Desse modo, é de suma importância compreender e aprofundar conheci- mentos acerca do conteúdo abordado nesta unidade, no que se refere às al- terações pelas quais esses indivíduos passam, promovendo atividades e aco- lhimento a cada queixa ou dúvida. 70 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MATERIAL COMPLEMENTAR Para saber mais sobre esse tema, leia os artigos a seguir: 1. CAMPOS, P. F. et al. Climatério e menopausa: conhecimento e condutas de enfermeiras que atuam na Atenção Primária à Saúde. Revista de Enfermagem da UFSM, v. 12, 2022. 2. NERY, I. S. et al. Abordagem da sexualidade no diálogo entre pais e adolescentes. Acta Paulista de Enfermagem, v. 28, p. 287-92, 2015. 3. DE ANDRADE, A. R. L. et al. Conhecimento do enfermeiro da Atenção Primária à Saúde sobre sexualidade no climatério. Research, Society and Development, v. 11, n. 3, 2022. 4. SEHNEM, G. D. et al. Saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes: percepções dos profissionais em enfermagem. Avances en Enfermería, v. 37, n. 3, p. 343-52, 2019. 5. TEIXEIRA, L. E. M. M. et al. Terapia de reposição hormonal no climatério e na menopausa e o risco cardiovascular: uma revisão sistemática. Recima21 – Revista Científica Multidisciplinar, v. 3, n. 10, 2022. https://periodicos.ufsm.br/reufsm/article/view/68637 https://periodicos.ufsm.br/reufsm/article/view/68637 https://periodicos.ufsm.br/reufsm/article/view/68637 https://periodicos.ufsm.br/reufsm/article/view/68637 https://www.scielo.br/j/ape/a/9mgxX6s5dDcKSgybqQmfB8p/abstract/?lang=pt https://www.scielo.br/j/ape/a/9mgxX6s5dDcKSgybqQmfB8p/abstract/?lang=pt https://www.scielo.br/j/ape/a/9mgxX6s5dDcKSgybqQmfB8p/abstract/?lang=pt https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/26244 https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/26244 https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/26244 https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/26244 https://revistas.unal.edu.co/index.php/avenferm/article/view/78933 https://revistas.unal.edu.co/index.php/avenferm/article/view/78933 https://revistas.unal.edu.co/index.php/avenferm/article/view/78933 https://revistas.unal.edu.co/index.php/avenferm/article/view/78933 https://www.recima21.com.br/index.php/recima21/article/view/1949 https://www.recima21.com.br/index.php/recima21/article/view/1949 https://www.recima21.com.br/index.php/recima21/article/view/1949 https://www.recima21.com.br/index.php/recima21/article/view/1949 UNIDADE 3 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 71 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I > Compreender os principais agravos relacionados à saúde da mulher. > Conhecer as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e a infecção causada pelo vírus HIV/Aids. 72 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I 3 AGRAVOS RELACIONADOS À SAÚDE DA MULHER INTRODUÇÃO DA UNIDADE A busca pela saúde da mulher na integralidade é uma prática que está in- serida no cotidiano de toda a equipe de enfermagem, sendo esta uma das categorias profissionais que mais estreita laços e estabelece vínculos com a população. Devido a isso, é essencial que toda a equipe de enfermagem, sejam auxiliares, técnicos de enfermagem ou enfermeiros tenha conhe- cimento das especificidades inerentes à saúde da mulher, bem como os principais agravos que podem acometê-la. Na graduação, acontece o primeiro contato dos acadêmicos de enferma- gem com a prática da saúde da mulher. Por isso, o aprendizado deve ser eficaz, mostrar a importância das ações, estratégias, cuidados e orienta- ções para proporcionar a prevenção e a promoçãode saúde, melhorando a qualidade de vida dessa população. Dessa forma, nesta unidade aprenderemos os principais agravos que aco- metem a saúde da mulher, além das infecções sexualmente transmissíveis e dos cuidados em saúde que devem ser dispensados às mulheres. 3.1 AGRAVOS RELACIONADOS À SAÚDE DA MULHER A saúde da mulher engloba todas as fases da vida, desde a infância até a seni- lidade, sendo de grande responsabilidade de todos os profissionais de saúde envolvidos em tratar questões intrínsecas e específicas que envolvem a sexu- alidade, culturas e valores, muitas vezes considerado tabu entre a população (SANTOS, 2018). 73 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 DIFERENTES MULHERES Fonte: Freepik (2023). #PraTodosVerem: mulheres com idades diferentes se abraçando. Por isso, cabe aos profissionais, em especial à enfermagem acolher essa par- cela da população, a fim de esclarecer as dúvidas, realizando atendimento adequado e de qualidade, em qualquer âmbito da saúde, seja na atenção primária ou especializada, em rede privada ou pública (SANTOS, 2018). 3.1.1 PRINCIPAIS AGRAVOS QUE ACOMETEM A SAÚDE DA MULHER Algumas queixas relatadas pelas mulheres devem ser ouvidas durante a con- sulta de enfermagem, podendo indicar diversos agravos que, se não tratados corretamente, podem piorar até causar infertilidade e comprometimento da saúde mental (SARTORI et al., 2019). Dessa forma, a consulta de enfermagem assume papel essencial e estraté- gico para permitir a ampliação de acesso à população feminina, promoven- do cuidado em saúde de modo integral e de qualidade, criando um vínculo enfermeiro-paciente adequado que possam auxiliar a mulher a relatar todas as queixas que tiver (GIRÃO, 2019). 74 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I HISTÓRICO DE ENFERMAGEM Fonte: ©jannoon028, Freepik (2023). #PraTodosVerem: profissional de enfermagem escrevendo em uma prancheta. Atentar-se à queixa e duração dos sinais e sintomas é uma estratégia que visa identificar o problema que levou a paciente a procurar o atendimento. Além disso, é importante saber há quanto tempo a queixa existe. Algumas mulhe- res procuram o serviço de saúde apenas como rotina e exames de prevenção. Entretanto, majoritariamente, são observadas queixas relacionadas a corri- mento vaginal, dor pélvica, irregularidade menstrual, incontinência urinária, infertilidade, entre outras (GIRÃO, 2019). Entre as principais condições que afetam a saúde da mulher estão as displa- sias mamárias, dor pélvica, miomas, violência sexual e doméstica, tensão pré- -menstrual (GIRÃO, 2019). 75 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 AUTOEXAME DAS MAMAS Câncer de mama Faça o autoexame! Fonte: ©studiogstock, Freepik (2023). #PraTodosVerem: ilustração de mulher realizando o autoexame das mamas em quatro etapas A displasia mamária consiste no surgimento de pequenos nódulos ou altera- ções císticas nas mamas que podem ocasionar dor local, sendo mais eviden- te à palpação e até mesmo secreção mamilar. Para detecção de nódulos ou cistos mamários, alguns exames de imagem podem ser realizados, como é o caso da mamografia, ultrassonografia, ressonância magnética. Além desses, o autoexame da mama e biópsia são opções válidas. Para realizar o autoexame de mamas, é preciso atentar-se aos três passos que serão explicados a seguir (SANTOS, 2018). Primeiro passo Realizado em frente ao espelho, com os seios à mostra. Primeiramente, com os braços posicionados ao lado do tronco, observa-se a presença de assimetria mamária, alteração de cor, edema, saliências ou algum nódulo evidente. A seguir, com os braços erguidos e posicionados atrás da cabeça, na altura do pescoço, observe as mamas a fim de encontrar nódulos evidentes visíveis. Por fim, posicione os braços na altura da cintura, pressione levemente a região com as mãos e observe se há alteração nas mamas. 76 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I Segundo passo Essa etapa deve ser realizada durante o banho, com as mãos ensaboadas, facilitando o deslize dos dedos e mãos nos seios. Primeiramente, deve-se levantar um dos braços e colocar a mão atrás da cabeça. Em seguida, com a outra mão, em movimentos circulares, de cima para baixo, deve-se apalpar delicadamente a mama deslizando os dedos por ela e ao redor do mamilo. É importante que se pressione o mamilo levemente para identificar saída de líquidos ou secreções. Repita com a outra mama. Observe se há nódulos, cistos ou caroços, e se sente dor à palpação. Terceiro passo Em posição deitada, pôr um dos braços na altura da nuca, colocando um travesseiro embaixo do ombro para conforto. Com a outra mão, realizar a palpação da mama, com movimentos idênticos ao descrito no segundo passo. Repita o processo na outra mama (SANTOS, 2018). A violência sexual e doméstica é considerada um tema de saúde pública em todo o território nacional, pois ocasiona cerca de milhões de óbitos por ano. Algumas estratégias vêm sendo traçadas e implementadas para impedir es- ses tipos de violência. Uma delas é a criação da Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), lançada em 1970 no Brasil. Essa lei leva em consideração diversos tipos de violência contra a mulher, sendo considerado um alto ganho para o protagonismo feminino. Assim, a lei considera as formas de violência familiar e doméstica contra a mulher: moral, psicológica, física, patrimonial e sexual (SANTOS; PASSOS, 2021). 77 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 NÃO À VIOLÊNCIA Fonte: ©wayhomestudio, Freepik (2023). #PraTodosVerem: mulher com semblante triste e equimoses pela face, com a mão erguida, em sinal de “pare”. Nos casos em que o profissional de saúde identificar o relato de uma paciente vítima de violência de qualquer espécie é obrigatória a realização de notifica- ção por meio da ficha de notificação de violências interpessoais e autoprovo- cadas (SANTOS; PASSOS, 2021). Para saber mais do contexto da violência doméstica e sexual, acesse aqui. https://www.redalyc.org/pdf/4815/481554853020.pdf 78 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I Já a dor pélvica pode ser classificada de acordo com o início da dor, conforme imagem a seguir: DOR PÉLVICA Cíclica Dor pélvica Aguda Crônica Fonte: adaptada de Sartori et al. (2019, p. 56). #PraTodosVerem: tipos de dor pélvica de acordo com o início dela: aguda, cíclica e crônica Aguda “início ou aumento abrupto da dor, evolução curta, sinais e sintomas associados” (SARTORI et al., 2019, p. 56). Cíclica “associada ao ciclo menstrual, apresenta dor em cólica ou pontada, geralmente unilateral, alterna a lateralidade nos ciclos subsequentes” (SARTORI et al., 2019, p. 56). Crônica “a intensidade da dor interfere nas atividades habituais” (SARTORI et al., 2019, p. 56). 79 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 O mioma ou miomatose uterina é considerado uma doença que afeta, na maioria das vezes, mulheres em idade fértil. É uma neoplasia benigna que pode ser acompanhada de sintomas como sangramento uterino aumentado. Nos casos de complicações, muitas vezes é necessária a realização de histe- rectomia para controle do agravo. Entretanto, em outros casos, a doença pode se manifestar de modo assintomático (FELTRIN et al., 2021). Entre os fatores de riscoque podem aumentar o risco de miomatose ute- rina estão: FATORES DE RISCO PARA MIOMATOSE UTERINA Idade Obesidade Nuliparidade Histórico familiar Raça Fonte: adaptada de Feltrin et al. (2021). #PraTodosVerem: lista contendo cinco fatores de risco para miomatose uterina: nuliparidade, histórico familiar, raça, idade e obesidade. Para saber mais das características da miomatose uterina, acesse aqui. https://acervomais.com.br/index.php/medico/article/view/11167 80 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I A tensão pré-menstrual, também conhecida como sintomas pré-menstru- ais, está relacionada com os sintomas que a mulher pode apresentar durante a fase lútea do ciclo menstrual. Comumente, nessa fase, a mulher apresenta quadros depressivos, labilidade emocional (mudanças exageradas e sucessi- vas no humor), irritabilidade, esquecimento, dores em mamas e membros inferiores, fadiga, isolamento social, edema de extremidades, distensão abdo- minal, cefaleia etc. (SARTORI et al., 2019). 3.1.2 AGRAVOS GINECOLÓGICOS No que diz respeito aos principais agravos ginecológicos estão a endometrio- se, doença inflamatória pélvica, infertilidade, atraso menstrual e amenorreia, doenças da vulva e vagina, doenças do útero, doenças da cavidade pélvica, infecções sexualmente transmissíveis (IST) (SARTORI et al., 2019). FATORES DE RISCO PARA MIOMATOSE UTERINA Fonte: adaptada de Feltrin et al. (2021). #PraTodosVerem: lista contendo cinco fatores de risco para miomatose uterina: nuliparidade, histórico familiar, raça, idade e obesidade. Além das queixas de atraso menstrual e amenorreia, o enfermeiro pode ser deparar com queixas de: • amenorreia: ausência de períodos menstruais; e • dismenorreia: cólicas menstruais. 81 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 As doenças da vulva e vagina podem acometer a mulher em qualquer ida- de e são consideradas os principais motivos de idas ao ginecologista. Essas doenças são facilmente detectadas por meio do exame físico e anamnese, podendo ser complementados por outros exames, como o exame especular (SANTOS, 2018). EXAME GINECOLÓGICO Fonte: ©ArtPhoto_studio, Freepik (2023). #PraTodosVerem: paciente posicionada em posição ginecológica. Observe as principais doenças que acometem a vulva e a vagina: DOENÇAS QUE ACOMETEM A VULVA E A VAGINA Principais doenças da vulva e da vagina Vulvovaginite É um processo inflamatório que acomete a vulva e a vagina (vulvite); associada à vaginite, daí a relação vulvovaginite. As mulheres apresentam dor local, prurido, hiperemia, edema e aumento das glândulas de Bartholin. Cistos benignos São provenientes da obstrução nos canais das glândulas acessórias, especificamente as glândulas de Bartholin, classificadas como bartolinite, ou seja, processo infeccioso agudo, com formação de abscesso que tem como principal conduta a drenagem do abcesso. 82 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I Principais doenças da vulva e da vagina Leucorreia Doença extremamente comum, causada por infecção do canal vaginal, popularmente conhecida como corrimento. Pode estar acompanhada de prurido, eritema, queimação e edema local, causando desconforto ao urinar. Fonte: adaptado de Santos (2018, p. 89). #PraTodosVerem: quadro explicativo das principais doenças que acometem a vulva e a vagina. À esquerda, a coluna com o nome das doenças; direta, uma explicação das características de cada uma. O útero, órgão responsável pela reprodução humana, também está susceptí- vel a algumas infecções e inflamações (SANTOS, 2018): AGRAVOS GINECOLÓGICOS Retocele CistoceleCervicite Mioma Adenomiose Fonte: adaptada de Santos (2018, p. 90). #PraTodosVerem: lista com os principais agravos ginecológicos: cervicite, mioma, adenomiose, retocele e cistocele. Uma doença muito comum entre as mulheres em idade fértil que acomete o útero é a miomatose uterina. Esse agravo consiste em uma neoplasia benig- na que pode levar à infertilidade. Normalmente é ocasionada por células do endométrio, podendo ser assintomática ou não. Nas mulheres que apresen- tam sintomas surge a necessidade de tratamento (FELTRIN et al., 2021). Os miomas se desenvolvem lentamente na camada do miométrio, podendo ser únicos ou muitos. Causam abaulamento na cavidade uterina e são classi- ficados de acordo com o tamanho, sendo: tipo 0, tipo 1 e tipo 2. Assim, é con- siderado tipo 0 quando mais de 50% do volume estão no interior da cavidade uterina; tipo 1 quando 50% são submucosos e 50% são intramurais; e tipo 2 quando menos de 50% estão inseridos na cavidade uterina (FELTRIN et al., 2021, p. 129). 83 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Entre os principais fatores de risco estão a nuliparidade, histórico familiar, raça, idade, obesidade, consumo de carnes vermelhas, doenças crônicas, menarca precoce, acometimento por IST e o tabagismo (FELTRIN et al., 2021). A pelve compreende um conjunto de órgãos: endométrio, tubas uterinas, ovários, útero e colo do útero, vulva e vagina. As doenças que acometem a pelve poder provocar dor intensa e desconforto. Entre as principais doenças estão (SANTOS, 2018): PRINCIPAIS AGRAVOS DA REGIÃO PÉLVICA FEMININA EndometrioseCistos ovarianos Anexite Doença inflamatória pélvica (DIP) Fonte: adaptada de Santos (2018, p. 90). #PraTodosVerem: lista com os principais agravos que acometem a região pélvica: cistos ovarianos, anexite, doença inflamatória pélvica e endometriose. Os cistos ovarianos são considerados tumores benignos que têm no interior conteúdo líquido, semilíquido ou pastoso, normalmente, ligados a alterações hormonais. Mediante a gravidade do caso há diferenciação na proposta de tra- tamento, podendo, nos casos mais simples, abordar a terapia hormonal, retira- da cirúrgica do cisto, ou, em casos mais graves, a ooforectomia, que é o proce- dimento cirúrgico de remoção de um ou dos dois ovários (SANTOS, 2018). A anexite diz respeito à inflamação que ocorre nos órgãos anexos femininos, trompas e ovários, chamada de ooforite quando acomete os ovários e salpin- gite quando acomete as trompas. Nessa doença, há presença de alguns sinais e sintomas como náuseas, vômitos, febre alta, alteração laboratorial do hemo- grama, dor de forte intensidade e frequente (SANTOS, 2018). 3.1.3 ENDOMETRIOSE, DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP) E INFERTILIDADE A endometriose é uma doença ginecológica de caráter crônico de grande importância devido ao potencial de gravidade. É caracterizada pelo tecido en- dometrial funcional que se forma fora do útero (funcional ou ectópico). Está 84 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I fortemente relacionada às mulheres em idade reprodutiva com história de menarca precoce, gestações tardias ou, em menor número, menstruações retrógradas (GIRÃO, 2019; ARAÚJO; SCHMIDT, 2020). Atualmente, o principal tratamento para endometriose é a associação de me- dicamentos. Em casos de falha terapêutica, o procedimento cirúrgico para remoção das lesões pode ser considerado. Muitas mulheres portadoras da do- ença não apresentam sinais e sintomas. Entretanto, as que são sintomáticas podem relatar “fortes cólicas, ciclos menstruais irregulares e com sangramen- to excessivo crônico, os quais podem causar danos físicos, psíquicos e sociais” (ARAÚJO; SCHMIDT, 2020, p. 25). CONSULTA GINECOLÓGICA Fonte: ©stefamerpik, Freepik (2023). #PraTodosVerem: enfermeira conversando com paciente jovem durante consulta de enfermagem. A DIP é causada por microrganismos quepor via ascendente no canal vaginal até o colo uterino alcançam outras estruturas do sistema reprodutor femini- no. Normalmente é ocasionada por via sexual devido à complicação de IST. Levam a processo inflamatório grave associado a fortes dores nas mulheres (FELTRIN et al., 2021). 85 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Ela é “uma síndrome clínica atribuída à complicação de uma IST ou de uma manipulação (inserção de DIU, biópsia de endométrio, curetagem, entre ou- tros)” (FELTRIN et al., 202, p. 100). Nos casos em que a DIP se desenvolve por via sexual, normalmente tem como agentes infecciosos: • Chlamydia trachomatis. • Neisseria gonorrhoeae. • Bactérias facultativas anaeróbias (por exemplo: Gardnerella vaginalis, Haemophilus influenzae, Streptococcus agalactiae). • Outros microrganismos (FELTRIN et al., 2021, p. 101). Segundo Feltrin et al. (2021, p. 102): São considerados fatores de risco para DIP : • IST prévias ou atuais — atenção especial à clamídia e à gonorreia; • Cervicite; • Salpingite; • Múltiplas parcerias sexuais; • Parceria sexual com algum sinal e sintoma de IST; • Uso de DIU. O diagnóstico de DIP é estabelecido por meio de quadro clínico, sendo essen- cial que a mulher apresente a associação de três critérios maiores mais um critério menor ou um critério elaborado, conforme descrito a seguir: Critérios maiores "dor no hipogástrio; dor à palpação dos anexos; dor à mobilização de colo uterino.” (FELTRIN et al., 2021, p. 102). 86 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I Critérios menores "temperatura axilar > 37,5°C ou > 38,3°C; conteúdo vaginal ou secreção endocervical anormal; massa pélvica; mais de cinco leucócitos por campo de imersão em material de endocérvice; leucocitose; proteína C reativa ou velocidade de hemossedimentação aumentada; comprovação laboratorial de infecção cervical (clamídia, gonorreia ou micoplasmas).” (FELTRIN et al., 2021, p. 102). Critérios elaborados "evidência histopatológica de endometrite; presença de abscesso tubo- ovariano ou de fundo de Saco de Douglas em estudo de imagem; laparoscopia com evidência de DIP.” (FELTRIN et al., 2021, p. 102). Quando uma mulher desenvolve DIP, o enfermeiro deve rastrear outras do- enças associadas, como gonorreia, sífilis, clamídia, HIV, hepatite B e C. Além disso, é preciso atentar-se aos demais pacientes que compõem a população adscrita da unidade básica de saúde (FELTRIN et al., 2021). INFERTILIDADE Fonte: Freepik (2023). #PraTodosVerem: casal abraçado sofrendo devido a um teste de gravidez negativo. 87 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Por fim, a infertilidade é definida como a ausência de gravidez após 12 meses de tentativas sem uso de nenhum método contraceptivo. É considerada um problema de saúde pública devido às grandes alterações mentais e emocio- nais. O número de pessoas que sofrem com a infertilidade tem se mostrado crescente por inúmeros fatores, entre eles estão (FELTRIN et al., 2021): ma- ternidade tardia, DIP, maior acometimento por IST, sedentarismo, obesidade, uso de tabaco e álcool e endometriose. Segundo Feltrin et al. (2021), a infertilidade pode ter causas definidas na mu- lher, como: causas ovarianas e ovulares, causas tubárias e do canal endocer- vical, causas relacionadas à fertilização e causas relacionadas à implantação do embrião. Sendo assim, para evitar a infertilidade, algumas ações podem ser desempe- nhadas pelo enfermeiro, como atentar-se às condições que podem levar à infertilidade, a fim de conduzir adequadamente cada situação, além executar ações de educação em saúde (FERNANDES; NARCHI, 2012). 3.2 INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (IST) As IST são consideradas problema de saúde pública em nível mundial. Po- dem ser causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos, transmiti- das principalmente por relações sexuais desprotegidas, ou seja, sem o uso de preservativo, incluindo sexo vaginal, anal e oral. Algumas das patologias que correspondem às IST podem também ser transmitidas via parto ou gravidez, como a clamídia, gonorreia e sífilis. No caso da sífilis, pode ser transmitida por contato com sangue, agulhas/seringas compartilhadas. Por esse motivo, são considerados fatores negativos importantes na saúde reprodutiva da mulher e infantil (DOMINGUES et al., 2021). Entre os principais fatores de risco estão a relação sexual sem o uso de preser- vativos e a idade, visto que as IST acometem, na maioria, pessoas jovens, com vida sexual ativa, até os 29 anos. Apesar da relação das IST com a população jovem, deve-se destacar o aumento do índice de idosos acometidos por DST. Isso se dá devido à melhoria da qualidade de vida nessa faixa de idade e o uso de medicações vasodilatadoras que auxiliam o processo de ereção e o não uso de barreiras de proteção, como o preservativo. 88 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I PRESERVATIVO MASCULINO Fonte: Freepik (2023). #PraTodosVerem: pessoa segurando preservativo masculino de cor azul. Em nível nacional, algumas IST fazem parte da lista de nacional de notifica- ção compulsória, sendo elas: HIV, HIV em gestantes, hepatites virais, sífilis em gestantes, sífilis adquirida e síndrome do corrimento uretral masculino. Elas precisam ser notificadas por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Para todas essas etapas se cumprirem, é de suma importância que os pro- fissionais envolvidos compreendam a importância da notificação, para que o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica possa realizar as investigações necessárias, com o objetivo de melhorar as condições e situação de saúde, permitindo planejar e adotar ações que visem adotar medidas de controle necessárias, bem como revisar e implantar planos e programas de saúde. 3.2.1 PRINCIPAIS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS A sífilis é uma doença transmitida por via sexual, ou seja, por meio de rela- ções sexuais sem o uso de preservativo ou por sangue contaminado por via transplacentária (de mãe para o filho). São considerados quatro tipos de sífilis: primária, secundária, latente e terciária (BRASIL, 2016; SANTOS, 2018). 89 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 TRATAMENTO PARA SÍFILIS Fonte: ©rawpixel.com, Freepik (2023). #PraTodosVerem: frasco de vidro contendo medicação ao lado de seringa com agulha. O diagnóstico desse agravo é realizado por sorologia para VDRL e FTA-ABS, além de cultura bacteriana, que pode ser realizada se houver secreção nas feridas. Nos casos de complicações neurológicas, é utilizada a punção lombar para coleta de liquor para confirmação diagnóstica. No que diz respeito ao tratamento, este é realizado pela administração de penicilina benzatina (SAN- TOS, 2018). Para saber mais da sífilis congênita, acesse aqui. Outra doença comumente diagnosticada é a gonorreia. Trata-se de uma infecção bacteriana, altamente contagiosa, causada pelo agente etiológico Neisseria gonorrhoeae, podendo ser transmitida por via sexual oral, vaginal e anal. A gonorreia apresenta manifestações diferentes no homem e na mu- lher, sendo que no homem há possibilidade de ser encontrada na uretra, https://www.scielo.br/j/reben/a/VHkQjypb65Nq9jcKTTFpbhc/abstract/?lang=pt 90 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I no reto, amígdalas e faringe. Já nas mulheres, ela pode ser encontrada na uretra, no canal cervical,no reto, na vagina, na vulva, amígdalas e faringe (SANTOS, 2018). Devido à lenta progressão dos sintomas nas mulheres, estas podem se apre- sentar assintomáticas por longos períodos, o que dificulta o diagnóstico e re- tarda o tratamento. Nos casos sintomáticos, podem surgir corrimento vaginal ou uretral purulento, com ulcerações e uretrite (SANTOS, 2018). Os homens podem apresentar manifestações como corrimento uretral, pu- rulento e lesões ulcerativas. Os recém-nascidos também podem ser acome- tidos pela doença que, nesses casos, se manifesta em região ocular, podendo aparecer entre o segundo e quinto dia de vida. A prevenção da gonorreia em recém-nascidos é feita logo após o nascimento, com a aplicação de nitrato de prata a 2%, sendo denominada credeização (SANTOS, 2018). PREVENÇÃO EM SAÚDE Fonte: ©master1305, Freepik (2023). #PraTodosVerem: mulher segurando imagem de emoji feliz na região pélvica. A herpes genital é outra doença considerada uma IST. É causada pelo vírus do herpes simples (HSV). O vírus do herpes pode ser do tipo 1 (HSV-1) e tipo s (HSV-2), sendo nesse caso, de transmissão sexual, considerado herpes sim- ples tipo 2 (HSV-2). Nessa situação, ocorre o surgimento de lesões bolhosas e vesiculares em região genital, perineal e perianal, acompanhadas de prurido, edema, eritema e dor. É importante ressaltar que pode ocorrer infecção cru- 91 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 zada entre os dois tipos de vírus se houver contato orogenital, ou seja, sexo oral. A transmissão pode acontecer mesmo se o indivíduo infectado não apre- sentar lesões aparentes, situação que ocorre na fase de latência da doença (SANTOS, 2018). A infecção por HPV (papiloma vírus humano) é considerada um problema na saúde pública, visto as complicações em caso de tratamentos incorretos ou tardios. O HPV apresenta mais de 150 genótipos virais diferentes, sendo 12 deles considerados oncogênicos, ou seja, com fator potencial de desenvol- vimento de câncer, principalmente de colo uterino (SANTOS, 2018; MACIEL; SILVA, 2015). A principal forma de transmissão se dá por via sexual, entretanto, em alguns casos pode ocorrer por via transplacentária. Entre os sintomas, a infecção por HPV pode ser assintomática e permanecer em latência por muitos anos. Po- rém quando surgem, evoluem para lesões tipo condiloma acuminado, ver- rugas genitais ou crista de galo em região genital, colo uterino, ânus e reto (SANTOS, 2018). O tratamento consiste na cauterização das lesões associadas a medicações tópicas. A vacina contra o HPV é uma das formas de prevenção e proteção disponíveis atualmente e está presente no esquema vacina do Sistema Único de Saúde e rede privada. Atualmente, o esquema vacinal foi atualizado e re- comenda esquema de duas doses, com intervalo de seis meses entre elas em indivíduos (meninos e meninas) entre 9 e 14 anos (SANTOS, 2018). 3.2.2 INFECÇÃO PELO VÍRUS HIV/AIDS A Síndrome da Imunodeficiência Humana Adquirida (AIDS) é causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), considerado um retrovírus. O HIV ataca o sistema imunológico do hospedeiro, sendo os linfócitos tipo CD4+ os mais afetados, responsáveis pela defesa do organismo. Ao atingir o CD4+, o vírus consegue alterar a molécula de DNA e inicia a multiplicação viral, levan- do à debilidade do sistema imunológico humano. É importante frisar que ser portador do vírus HIV não significa que o indivíduo tenha desenvolvido a Aids (BRASIL, 2006; SANTOS, 2018; GONÇALES et al., 2021). 92 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I PREVENÇÃO DO HIV/AIDS Fonte: ©jcomp, Freepik (2023). #PraTodosVerem: profissional de enfermagem segurando fita vermelha simbolizando a prevenção do HIV/Aids. O contágio do vírus HIV se dá por via sexual (anal, oral e vaginal) sem o uso de preservativos; uso de seringas compartilhadas; transfusão sanguínea com sangue contaminado; durante a gravidez, parto e amamentação; acidentes com material perfurocortante com sangue contaminado (SANTOS, 2018). As mães que vivem com HIV, se seguirem o tratamento com TARV de forma adequada durante a gravidez, parto e pós-parto, têm 99% de chance de terem filhos sem o HIV. Além disso, os indivíduos com carga viral indetectável, ou seja, quantidade de vírus inferior a 40 cópias de ml de sangue, em tratamento antirretroviral adequado, não transmitem o HIV para parceiros sexuais, ou seja, indetectável = intransmissível (sexualmente) (SANTOS, 2018; OLIVEIRA; BONATO; CATTANI, 2022). 93 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 O diagnóstico pode ser realizado por meio de exame de sangue, ressaltan- do que se trata de um teste disponível gratuitamente na rede pública (SUS). Assim, a infecção pelo HIV pode ser detectada em pelo menos 30 dias a con- tar da exposição, pois o exame faz o diagnóstico por meio da busca por anti- corpos contra o HIV, sendo considerado esse período de 30 dias como janela imunológica (SANTOS, 2018). O tratamento consiste na prevenção da transmissão do vírus HIV, melhor qua- lidade de vida aos portadores do vírus HIV e redução da taxa de mortalidade. Os medicamentos antirretrovirais reduzem a carga viral circulante no sangue, alcançando a carga viral indetectável, o que permite a intransmissibilidade do vírus em relações sexuais (SANTOS, 2018). HÁBITOS SAUDÁVEIS Fonte: ©pvproductions, Freepik (2023). #PraTodosVerem: mulher feliz se alimentando de legumes e frutas. Além do mais, a prática de exercícios físicos regulares e a alimentação saudá- vel contribuem fortemente para o bem-estar geral e saúde de modo amplifi- cado das pessoas que vivem com HIV (SANTOS, 2018). 94 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I 3.2.3 PLANO DE CUIDADOS PARA MULHERES COM INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS No Brasil, os profissionais da saúde são considerados protagonistas no con- trole das IST, principalmente em relação à atenção primária. Porém, o fato de estarem concentradas na atenção primária, as principais ações e estratégias preventivas não excluem a importância da interação desse serviço com os de média e alta complexidade (BEZERRA et al., 2017). CUIDADO EM ENFERMAGEM Fonte: Freepik (2023). #PraTodosVerem: enfermeira segurando as mãos de uma paciente. O enfermeiro é considerado uma figura importante capaz de transcender o processo de cuidado e prevenção das IST, por meio de diferentes perspectivas de cuidados. Para Bezerra et al. (2017, p. 3): “os cuidados de enfermagem en- volvem a educação em saúde, a avaliação abrangente e completa, o aconse- lhamento, imunizações, realização de testes, tratamento, busca ativa de par- ceiros e apoio ao usuário para tomada de decisões informadas”. É importante que o enfermeiro tenha a consciência que ofertar o preserva- tivo como barreira de transmissão de IST e esperar que a população faça o próprio papel de conscientização da importância do uso desse método não 95 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 é suficiente. É preciso utilizar prevenção combinada, que abrange três áreas estratégicas: biomédica, comportamental e estrutural, aplicadas tanto indivi- dualmente quando coletivamente (SARTORI et al., 2019). PREVENÇÃO Fonte: ©mindandi, Freepik (2023). #PraTodosVerem: pessoa interrompendo a queda de dominós com a mão, simbolizando a prevenção das doenças. Esse tipo de prevenção combinada parte do princípio de que os cuidados de- vem ser traçados de acordo com as especificidades dos sujeitos e dos contex- tos em que estão inseridos,centrados nas pessoas e nos grupos sociais delas (SARTORI et al., 2019). Outras estratégias podem ser utilizadas para oferecer prática sexual segura, como é o caso da vacinação contra hepatite B, HPV; realizar sorologias para as IST; conhecer o parceiro sexual; realizar periodicamente os exames preventivos de colo de útero para identificar possíveis lesões de HPV, entre outras ações que visem interromper a cadeia de transmissão das IST (SARTORI et al., 2019). 96 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I CONCLUSÃO Esta unidade objetivou-se a apresentar os principais agravos relacionados à saúde da mulher, conhecer as infecções sexualmente transmissíveis, a infec- ção pelo vírus HIV e o acometimento por Aids. Além disso, buscou reforçar o papel do enfermeiro diante dessa realidade. Com isso, compreendemos a importância dos profissionais de saúde, em especial o enfermeiro, na busca da prevenção, da interrupção da cadeia de transmissão das IST, bem como do HIV, por meio de ações voltas à educação em saúde e assistência de enfermagem em face dos principais agravos que acometem as mulheres e a saúde sexual delas, até mesmo a relação estabe- lecida entre o enfermeiro e os pacientes. Nesse contexto, orientar e executar estratégias que visem à prevenção e à promoção da saúde torna-se um desafio para o enfermeiro na assistência à saúde da mulher, visto que as ações desenvolvidas por esse profissional são de extrema relevância para alcançar qualidade de vida das usuárias do serviço. 97 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 MATERIAL COMPLEMENTAR Para saber mais sobre esse tema, leia os artigos a seguir: 1. DUARTE, B. A. R.; JUNQUEIRA, M. A. de B.; GIULIANI, C. D. Vítimas de violência: atendimento dos profissionais de enfermagem em atenção primária. Revista Família, Ciclos de Vida e Saúde no Contexto Social, v. 7, n. 3, p. 401-11, 2019. 2. D’OLIVEIRA, A. F. P. L. et al. Obstáculos e facilitadores para o cuidado de mulheres em situação de violência doméstica na atenção primária em saúde: uma revisão sistemática. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, v. 24, 2020. 3. OLIVEIRA, R. F. dos S. et al. A importância do enfermeiro na conscientização e prevenção do HPV. Psicologia e Saúde em Debate, v. 5, n. 1, p. 80- 109, 2019. 4. MURAMATSU, C. H. et al. Consequências da síndrome da tensão pré-menstrual na vida da mulher. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 35, p. 205-13, 2001. 5. NOGUEIRA, L. F. et al. Desafios da inserção do enfermeiro na assistência à saúde da mulher. Sanare – Revista de Políticas Públicas, v. 16, n. 1, 2017. https://www.redalyc.org/journal/4979/497960141014/497960141014.pdf https://www.redalyc.org/journal/4979/497960141014/497960141014.pdf https://www.redalyc.org/journal/4979/497960141014/497960141014.pdf https://www.redalyc.org/journal/4979/497960141014/497960141014.pdf https://www.redalyc.org/journal/4979/497960141014/497960141014.pdf https://www.scielo.br/j/icse/a/ttfjMwYKXCHCxhKHjSVpMYL/abstract/?lang=pt https://www.scielo.br/j/icse/a/ttfjMwYKXCHCxhKHjSVpMYL/abstract/?lang=pt https://www.scielo.br/j/icse/a/ttfjMwYKXCHCxhKHjSVpMYL/abstract/?lang=pt https://www.scielo.br/j/icse/a/ttfjMwYKXCHCxhKHjSVpMYL/abstract/?lang=pt https://www.scielo.br/j/icse/a/ttfjMwYKXCHCxhKHjSVpMYL/abstract/?lang=pt https://psicodebate.dpgpsifpm.com.br/index.php/periodico/article/view/V5N1A8. https://psicodebate.dpgpsifpm.com.br/index.php/periodico/article/view/V5N1A8. https://psicodebate.dpgpsifpm.com.br/index.php/periodico/article/view/V5N1A8. https://psicodebate.dpgpsifpm.com.br/index.php/periodico/article/view/V5N1A8. https://www.scielo.br/j/reeusp/a/b6DfLwJdQqMqgQhPfNvp49M/?lang=pt https://www.scielo.br/j/reeusp/a/b6DfLwJdQqMqgQhPfNvp49M/?lang=pt https://www.scielo.br/j/reeusp/a/b6DfLwJdQqMqgQhPfNvp49M/?lang=pt https://www.scielo.br/j/reeusp/a/b6DfLwJdQqMqgQhPfNvp49M/?lang=pt https://sanare.emnuvens.com.br/sanare/article/view/1091/602 https://sanare.emnuvens.com.br/sanare/article/view/1091/602 https://sanare.emnuvens.com.br/sanare/article/view/1091/602 98 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I UNIDADE 4 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 99 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I > Compreender os principais agravos relacionados à saúde da mulher. > Conhecer as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e a infecção causada pelo vírus HIV/Aids. 100 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I 4 CUIDADOS DE ENFERMAGEM DURANTE O PERÍODO GESTACIONA INTRODUÇÃO DA UNIDADE A gestação ocorre por meio da fecundação do óvulo com o espermatozoide. Durante esse período, a mulher passa por diversas mudanças físicas, hormo- nais, sociais, psicológicas e sociais, envolvendo diversos sistemas e órgãos. Por esse motivo, a gestação é considerada um momento único para a mulher e que deve ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar, em especial, enfermeiro e médico. Por meio da consulta pré-natal o profissional de enfermagem consegue ava- liar e acompanhar a gestante durante todo o período gestacional e no pós- -parto, que é conhecido como puerpério. Portanto, a atenção pré-natal é identificada como uma etapa essencial para a identificação de situações de risco à saúde materna (MACIEL; SILVA, 2015). Nesta unidade, você será capaz de entender o pré-natal, bem como o papel do enfermeiro durante esse processo. Desejamos que você tenha uma leitura proveitosa e agradável. 4.1 CUIDADOS DE ENFERMAGEM DURANTE A GESTAÇÃO Alguns cuidados durante o período gestacional são competências do profis- sional de enfermagem, como a assistência no pré-natal, seja de baixo risco ou alto risco, bem como a atenção à mulher com intercorrências na gestação, tais como: diabetes mellitus, pré-eclâmpsia, eclampsia, Síndrome de Hellp e síndromes hemorrágicas. 101 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 4.1.1 ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL Após confirmada a gestação por meio de exames laboratoriais ou exames de imagem, como a ultrassonografia, idealmente, deve-se iniciar a assis- tência pré-natal. A gestante será incluída no programa de pré-natal do Sis- tema Único de Saúde (SUS) para que possa iniciar o processo de cuidados durante a gestação (JÚNIOR; BARRA; ARMOND, 2016; OLIVEIRA, 2017) GESTAÇÃO Fonte: ©shurkin_son, Freepik (2023). #PraTodosVerem: gestante sentada em sofá com as mãos na barriga. O intuito do acompanhamento pré-natal é prezar pelo desenvolvimento sau- dável da gestação, para que evolua para o parto de um recém-nascido saudá- vel e que a saúde materna seja preservada, além de executar ações de educa- ção e prevenção (BRASIL, 2012; MACIEL; SILVA, 2015). Nesse contexto, entre outros objetivos da realização do pré-natal, está reduzir a morbimortalidade materno-infantil no Brasil, por meio do reconhecimento de fatores de risco que podem ser identificados, acompanhados e tratados. Nessa temática, as mortes maternas são classificadas em (BRASIL, 2012): 102 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I Obstétricas diretas “resultam de complicações surgidas durante a gravidez, o parto ou o puerpério (período de até 42 dias após o parto), decorrentes de intervenções, omissões ou tratamento incorreto” (BRASIL, 2012, p. 19). Obstétricas indiretas “decorrem de doenças preexistentesou que se desenvolveram durante a gestação e que foram agravadas por ela, como problemas circulatórios e respiratórios” (BRASIL, 2012, p. 19). Assim, ao iniciar o processo de pré-natal é preciso que ocorra o envolvimento de toda a equipe. Além de abordar assuntos inerentes à saúde da mãe e do feto, é importante que haja orientação acerca de direitos sociais, trabalhistas e sexuais (BRASIL, 2016; MACIEL; SILVA, 2015). PRÉ-NATAL Fonte: ©serhii_bobyk, Freepik (2023). #PraTodosVerem: gestante deitada sendo avaliada por profissional de saúde, com barriga a mostra. Dessa forma, para fornecer a assistência pré-natal adequada é preciso que toda a equipe multiprofissional esteja focada na avaliação do risco gestacional, em 103 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 identificar e intervir precocemente em situações de risco, bem como estabele- cer o elo entre a gestante e a referência hospitalar/maternidade (BRASIL, 2012). Para saber mais sobre a estratificação de risco gestacional, acesse aqui O local ideal para acolher as necessidades da gestante no sistema de saúde é a Unidade Básica de Saúde (UBS), sendo considerado um ponto de atenção estratégico para proporcionar acompanhamento longitudinal e continuado durante todo o período gestacional, pautado na integralidade do cuidado. PRÉ-NATAL NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE Fonte: ©DCStudio, Freepik (2023). #PraTodosVerem: gestante sentada na maca, sendo avaliada por profissional da saúde do sexo masculino. http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/manual_gestacao_alto_risco.pdf 104 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I O Ministério da Saúde indica dez passos para se alcançar o pré-natal de qua- lidade na Atenção Básica (BRASIL, 2012, p. 38): DEZ PASSOS PARA UM PRÉ-NATAL DE QUALIDADE 1º Passo Iniciar o pré-natal na Atenção Primária à Saúde até a 12ª semana de gestação (captação precoce). 2º Passo Garantir os recursos humanos, físicos, materiais e técnicos necessários à atenção pré-natal. 3º Passo Toda gestante deve ter asseguradas a solicitação, realização e avaliação em tempo oportuno do resultado dos exames preconizados no atendimento pré-natal. 4º Passo Promover a escuta ativa da gestante e de seus(suas) acompanhantes. 5º Passo Garantir o transporte público gratuito da gestante para o atendimento pré-natal, quando necessário. 6º Passo É direito do(a) parceiro(a) ser cuidado (realização de consultas, exames e ter acesso a informações) antes, durante e depois da gestação: "pré- natal do(a) parceiro(a)". 7º Passo Garantir o acesso à unidade de referência especializada, caso seja necessário. 8º Passo Estimular e informar sobre os benefícios do parto fisiológico, incluindo a elaboração do Plano de Parto. 9º Passo Toda gestante tem direito de conhecer e visitar previamente o serviço de saúde no qual irá dar à luz (vinculação). 10º Passo As mulheres devem conhecer e exercer os direitos garantidos por lei no período gravídico-puerperal. Fonte: adaptado de Brasil (2012, p. 38). #PraTodosVerem: quadro explicativo sobre os dez passos para um pré-natal de qualidade. Calcular a idade gestacional e a data provável do parto é uma das atividades própria do enfermeiro na assistência ao pré-natal. O cálculo da idade gesta- cional (IG) é realizado considerando a data da última menstruação (DUM), le- vando em conta o primeiro dia de sangramento do último ciclo menstrual. A seguir, aprenderemos sobre outras características e condutas realizadas du- rante o pré-natal de baixo risco. 105 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 4.1.2 ASSISTÊNCIA AO PRÉ-NATAL DE BAIXO RISCO A gravidez é classificada como gestação de baixo risco quando a mulher não apresenta fatores de risco de maior complexidade que necessitem de inter- venções heterogêneas (BRASIL, 2016). Para definir a complexidade da gravidez, algumas ações são necessárias para avaliar as condições e o processo de saúde-doenças da gestante. A primeira etapa é o preenchimento do cartão da gestante, conforme exposto no quadro a seguir: PREENCHIMENTO DO CARTÃO DA GESTANTE Entrevista Quando avaliar O que avaliar Presença de sintomas e queixas? Todas as consultas Alterações gastrointestinais; queixas urinárias; salivação em excesso; corrimento; Tontura; edemas; dores: mama, coluna lombar, membros inferiores, região pélvica; alteração do padrão de sono. Planejamento reprodutivo Primeira consulta Data da última menstruação (DUM); Rede familiar e social Todas as consultas Presença de companheiro; Condições de moradia, de trabalho e exposições ambientais Todas as consultas Tipo de moradia; tipo de saneamento; grau de esforço físico; renda; estresse e jornada de trabalho; exposição a agentes nocivos; beneficiário de programa social. Atividade física Todas as consultas Tipo de atividade física; periodicidade; lazer. História nutricional Primeira consulta Histórico de desnutrição; sobrepeso; obesidade; cirurgia bariátrica; transtornos alimentares; carências nutricionais; histórico de criança com baixo peso ao nascer; uso de substâncias tóxicas para o bebê; peso e altura antes da gestação; hábito alimentar. Tabagismo e exposição à fumaça do cigarro Todas as consultas Status em relação ao cigarro (fumante, ex-fumante, tempo de abstinência, tipo de fumo); exposição ambiental à fumaça de cigarro (para as fumantes avaliarem se pensam em parar de fumar nesse momento). 106 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I Entrevista Quando avaliar O que avaliar Álcool e outras substâncias psicoativas (lícitas e ilícitas) Todas as consultas Padrão prévio e/ou atual de consumo de álcool e outras substâncias psicoativas (lícitas e ilícitas). Saúde sexual Primeira consulta Idade de início da atividade sexual; intercorrências como dor, desconforto; desejo e prazer sexual; práticas sexuais; medidas de proteção para IST. Antecedentes clínicos, ginecológicos, obstétricos e de aleitamento materno Primeira consulta Diabetes; hipertensão; cardiopatias; trombose venosa; alergias, transfusão de sangue, cirurgias, medicamentos de uso eventual ou contínuo; cirurgias prévias; hemopatias; doenças autoimunes, doenças respiratórias; doenças hepáticas; tireoidopatias; doença renal; infecção urinária; IST; doenças infecciosas; transtornos mentais; epilepsia; neoplasias; desnutrição; excesso de peso; cirurgia bariátrica; avaliar sinais de depressão; idade na primeira gestação; número de gestações anteriores, partos (termo, pré e pós-termo; tipo e intervalo), abortamentos e perdas fetais; gestações múltiplas; número de filhos vivos; peso ao nascimento, recém- nascidos com história de icterícia, hipoglicemia ou óbito neonatal e pós-neonatal; malformações congênitas; intercorrências em gestações anteriores; mola hidatiforme; gravidez anembrionada ou ovo cego; intercorrências no puerpério; experiência em partos anteriores; ciclos menstruais; história de infertilidade; resultado do último exame preventivo de câncer de colo uterino histórico de útero bicorno; malformações uterinas e miomas; cirurgias ginecológicas e mamárias, implantes; doença inflamatória pélvica; história de aleitamento em outras gestações; tempo; intercorrências ou desmame precoce; desejo de amamentar. Imunização Primeira consulta Estado vacinal: dT/dTpa, hepatite B, influenza, tríplice viral. Saúde bucal Primeira consulta Antecedentes ou história atual de sangramento gengival; mobilidade dentária; dor; lesões na boca; infecções; pulpite; cáries; doença periodontal ou outras queixas; hábitosde higiene bucal, como rotina de escovação e uso de fio dental; data da última avaliação de saúde bucal. 107 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Entrevista Quando avaliar O que avaliar Antecedentes familiares Primeira consulta Doenças hereditárias; gemelaridade; diabetes; hanseníase; transtorno mental; doença neurológica; grau de parentesco com o pai do bebê; pré- eclâmpsia; hipertensão; tuberculose; câncer de mama ou ovário; deficiência e malformações; Parceiro com IST ou HIV/Aids. Fonte: adaptado de Brasil (2012, p. 38). #PraTodosVerem: quadro explicando como se deve preencher o cartão da gestante. A avaliação dos dados vitais (pressão arterial (PA), pulso, frequência respira- tória, temperatura axilar e saturação) é essencial (BRASIL, 2016). Tão importante quanto a realização da entrevista e a verificação de PA é o exame físico da paciente. A avaliação é cefalocaudal, incluindo exame especu- lar, de acordo com a necessidade, história e queixas da gestante, objetivando avaliar possíveis alterações e/ou fatores de risco que evidenciem o direciona- mento dessa gestante para o pré-natal de alto risco (BRASIL, 2016). PRÉ-NATAL DE BAIXO RISCO Fonte: ©valuavitaly, Freepik (2023). #PraTodosVerem: gestante deitada na cama com as mãos na barriga sendo avaliada por enfermeira, que está segurando uma prancheta. 108 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I Identificada a gestação de baixo risco, após realizada a entrevista, alguns exa- mes de rotina devem ser solicitados: EXAMES DE ROTINA EXAMES PERIÓDICO Hemoglobina e hematócrito Primeira consulta e 3º trimestre de gestação. Eletroforese de hemoglobina Primeira consulta Tipo sanguíneo e fator Rh Primeira consulta Coombs indireto A partir da 24ª semana de gestação. Glicemia em jejum Primeira consulta e 3º trimestre de gestação Teste de tolerância à glicose (jejum e duas horas pós-sobrecarga, com 75 g de glicose anidro) Entre a 24ª e a 28ª semana de gestação. Urina tipo I Primeira consulta e 3º trimestre de gestação (ou quando necessário). Urocultura e antibiograma Primeira consulta e 3º trimestre de gestação (ou quando necessário). Teste rápido de proteinúria Indicado para mulheres com hipertensão na gravidez. Teste rápido para sífilis ou VDRL Primeira consulta e 3º trimestre (28ª semana). Teste rápido para HIV ou sorologia (anti-HIV I e II) Primeira consulta e 3º trimestre de gestação. Sorologia hepatite B (HBsAg) Primeira consulta e 3º trimestre de gestação. Toxoplasmose IgG e IgM Primeira consulta e 3º trimestre de gestação. Parasitológico de fezes Primeira consulta Ultrassom obstétrica Primeira consulta (para estimar idade gestacional e vitalidade fetal e alterações gestacionais). Citologia oncótica Primeira consulta 109 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EXAMES PERIÓDICO TSH, T4 livre Primeira consulta pesquisa de estreptococo do grupo B em introito vaginal e anal (swab) Entre 35 e 37 semanas. Ultrassonografia morfológica fetal do 1º trimestre Entre 11 semanas + 3 dias e 13 semanas + 6 dias. Ultrassonografia morfológica fetal do 2º trimestre Entre 20 e 24 semanas. Ultrassonografia obstétrica Entre 34 e 37 semanas. Fonte: adaptado de Maciel; Silva (2015, p. 181-189); Brasil (2016, p. 79-83). #PraTodosVerem: quadro apresentando quais exames de rotina devem ser solicitados à gestante. Mesmo tendo sido classificada inicialmente como gestação de baixo risco, durante toda o período gestacional, o profissional enfermeiro e o médico pre- cisarão avaliar regularmente a paciente. Em face de qualquer indício de gra- vidade, é preciso realização nova classificação gestacional, a fim de identificar se a paciente prossegue como atendimento voltado para pré-natal de baixo risco ou se deve ser encaminhada para o pré-natal de alto risco (BRASIL, 2016). Idealmente, as consultas de pré-natal devem iniciar no primeiro trimes- tre de gestação, sendo necessárias no mínimo seis consultas, intercalando consulta médica e de enfermagem, preferencialmente respeitando o s e - guinte cronograma: Até 28ª semana – mensalmente; Da 28ª até a 36ª semana – quinzenalmente; Da 36ª até a 41ª semana – semanalmente (Brasil, 2012, p. 62). Nos casos em que a gestação se prolongar para 41 semanas, a gestante deve ser encaminhada para uma avaliação do bem-estar fetal, que avaliará o índice do líquido amniótico e também irá realizar o monitoramento cardíaco fetal. 110 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I 4.1.3 ASSISTÊNCIA AO PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO Alguns fatores de risco podem desencadear nas gestantes maior evolução de desfecho desfavorável da gestação, sendo estas gestantes classificadas como gestantes de alto risco (BRASIL, 2016). ASSISTÊNCIA AO PRÉ-NATAL Fonte: ©DCStudio, Freepik (2023). #PraTodosVerem: gestante sentada em cadeira ouvindo conduta de profissional de enfermagem. É de suma importância que esses fatores de risco sejam identificados tão pre- cocemente possível, para reduzir a morbimortalidade materno-infantil e me- lhorar a qualidade de acesso, levando em conta a agilidade, o cuidado eficaz e a prioridade clínica. (BRASIL, 2016). Toda a classificação gestacional é realizada na atenção básica. Porém, nos ca- sos em que forem identificadas situações de emergência obstétrica, é preciso identificar, em tempo hábil, casos graves e pacientes com potencial risco para que sejam direcionados aos serviços de referência de emergências obstétri- cas da Rede de Atenção à Saúde. A seguir, abordaremos os cuidados de enfermagem à mulher com intercor- rência na gestação e as principais doenças que podem acometê-las. 111 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 4.2 CUIDADOS DE ENFERMAGEM À MULHER COM INTERCORRÊNCIAS NA GESTAÇÃO Majoritariamente, a gestação progride sem intercorrências, sendo a gravidez um processo tranquilo. Entretanto, algumas vezes, acontecem situações que representam risco à saúde materna e ao desenvolvimento fetal (SARTORI et al., 2019). AVALIAÇÃO GESTACIONAL Fonte: ©senivpetro, Freepik (2023). #PraTodosVerem: mulher grávida com foto de ultrassom em mãos, sentada na cama. Entre elas, estão o trabalho de parto prematuro, ruptura prematura da bolsa amniótica, infecção do trato urinário e corioamnionite. Tendo em vista a possi- bilidade de prevenção, promoção e reabilitação que podem ser dispensadas, o enfermeiro se torna figura importante durante todo o período gestacional, parto e puerpério (SARTORI et al., 2019). O trabalho de parto prematuro (TPP) pode iniciar entre 22 e 37 semanas de gestação e se caracteriza pela “ocorrência de contrações frequentes (uma a cada cinco a oito minutos), associadas a modificações cervicais, definidas por dilatação maior que 2 cm e/ou esvaecimento maior que 50%” (BRASIL, 2012 apud SARTORI et al., 2019, p. 190). 112 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I Algumas medidas podem ser realizadas para minimizar sua ocorrência: Diagnóstico precoce de infecções urinárias e genitais. Início de tratamento de infecções genitais e do trato urinário em tempo hábil. Classificação correta do grau de risco da gestação. Acompanhamento integral e próximo. (SARTORI et al., 2019). Assim, caso ocorra o trabalho de parto prematuro, as melhores formas para diagnosticar o TPP são: • “Secreção vaginal com tonalidade rósea. • Contrações uterinas regulares. • Dilatação maiorque 2 cm. • Apagamento cervical maior que 50%.” (SARTORI et al., 2019, p. 191). Já a ruptura prematura da bolsa amniótica é o rompimento da bolsa antes de 37 semanas de gestação, quadro que evolui com extravasamento do lí- quido amniótico por via vaginal, acompanhado pelo início de quadro álgico do tipo cólica. GESTAÇÃO 40 SEMANAS Fonte: Freepik (2023). #PraTodosVerem: gestante em pé, de roupão, com as mãos apoiadas na barriga. 113 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Alguns fatores podem estar relacionados à ruptura prematura da bolsa: “fator interno, a exposição a infecções, e, como fatores externos, a ocorrência de situações de trauma, estresse, práticas excessivas de exercícios físicos, etc.” (BRASIL, 2012a apud SARTORI et al. p. 191). As infecções do trato urinário (ITU) são muito recorrentes entre as gestantes. Refere-se à multiplicação de bactérias no trato urinário, provocando danos nos tecidos urinários (SARTORI et al., 2019). INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO Fonte: Freepik (2023). #PraTodosVerem: profissional de saúde segurando dois fracos contendo diurese. Entre os principais sinais e sintomas da ITU, destacam-se a disúria; polaciúria; desconforto suprapúbico; urina com odor não característico, muitas vezes, fé- tida; dor lombar. Nesse contexto, pode-se classificar os sinais e sintomas con- forme descrito a seguir: Bacteriúria assintomática sedimento urinário normal e diagnóstico realizado pela urocultura (SARTORI et al., 2019). 114 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I Critérios menores “disúria, polaciúria, urgência miccional, nictúria, estrangúria, dor retropúbica, suprapúbica ou abdominal. Geralmente, é afebril e sem evidência de sintomas sistêmicos.” (SARTORI et al., 2019, p. 192). Pielonefrite “febre, calafrios, cefaleia, náuseas, vômitos e hipersensibilidade do ângulo costovertebral.” (SARTORI et al., 2019, p. 193). A corioamnionite representa “Inflamação no âmnio e no córion (membranas fetais) causada por uma infecção bacteriana” (PERRONI; BITTAR, ZUGAIB, 2006 apud SARTORI et al., 2019, p. 193). Como sintomas pode-se observar: fe- bre, taquicardia da mãe do feto, sudorese, útero sensível ao toque e secreção vaginal com odor anormal. INTERCORRÊNCIAS OBSTÉTRICAS Fonte: Freepik (2023). #PraTodosVerem: gestante deitada em maca sendo avaliada pelo médico, com aparelho de ultrassom. 115 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Em decorrência da possibilidade de desencadeamento de intercorrências na gestação, a atuação do enfermeiro torna-se fundamental para orientação quanto aos fatores de risco que podem provocar agravos no momento da gra- videz. Dessa forma, o enfermeiro pode elaborar um plano de cuidados para cada intercorrência, de modo individualizado, analisando as particularidades de cada paciente (SARTORI et al., 2019). 4.2.1 DIABETES MELLITUS GESTACIONAL O diabetes mellitus gestacional (DMG) é considerado um agravo de impor- tância em saúde pública devido às graves consequências que podem ser cau- sadas à mãe e ao feto. Considerado como intolerância a carboidratos, resulta em aumento de níveis de glicose no sangue, hiperglicemia, sendo diagnosti- cado durante a gestação, normalmente após a 24ª semana (JUNIOR; BARRA; ARMOND, 2016). DIABETES MELLITUS GESTACIONAL Fonte: ©DCStudio, Freepik (2023). #PraTodosVerem: gestante sentada em sofá ouvindo conduta de profissional de enfermagem, enquanto outra profissional digita no notebook. A principal complicação causada pelo DMG diz respeito ao feto, que pode evoluir para macrossomia. Essa condição faz com que o feto produza níveis superiores de insulina em resposta à alta taxa glicêmica da mãe. Como a insu- lina é considerada um hormônio anabolizante, as células do feto aumentam 116 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I de tamanho, aumentando o risco de cesariana e outros agravantes, como dis- tocia de ombro, lesão do plexo braquial e fratura clavicular (JUNIOR; BARRA; ARMOND, 2016). Além disso, a mãe pode apresentar polidrâmnio, hipertensão ou pré-eclâmp- sia e outras complicações. No que diz respeito às complicações neonatais es- tão a hipoglicemia, hiperbilirrubinemia, hipocalcemia e complicações respi- ratórias, além de terem chances elevadas de obesidade; acometimento por DM tipo 2; tolerância à glicose prejudicada ou síndrome metabólica quando adultos, dentre outros (JUNIOR; BARRA; ARMOND, 2016). A terapia nutricional é considerada o melhor tratamento para o DMG, com dietas e exercícios físicos. É essencial realizar atividade física de grau modera- do cerca de 30 minutos ao dia, desde que não haja contraindicação médica (JUNIOR; BARRA; ARMOND, 2016). EQUIPE MULTIPROFISSIONAL Fonte: ©wavebreakmedia_micro, Freepik (2023). #PraTodosVerem: cinco profissionais de saúde em fila. Outra importante orientação que o enfermeiro pode realizar se dá pela moni- torização glicêmica durante todo o período pré-natal, incluindo sua realização em domicílio e capacitação da utilização da insulina nos casos em que for necessário (JUNIOR; BARRA; ARMOND, 2016). 117 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 4.2.2 PRÉ-ECLÂMPSIA, ECLÂMPSIA E SÍNDROME DE HELLP Dentre as principais causas da morbimortalidade materna e fetal estão as sín- dromes hipertensivas da gravidez. É considerada como hipertensão arterial a gestante que mantém níveis pressóricos iguais ou superiores a 140/90 mmHg (BRASIL, 2010). A hipertensão arterial na gestante pode evoluir para complicações graves, classificadas em formas distintas: pré-eclâmpsia, eclâmpsia e síndrome de Hellp, associadas a altas taxas de mortalidade materna e fetal (BRASIL, 2010). A pré-eclâmpsia é ocasionada por fatores genéticos, imunológicos e ambien- tais. Ocasionada, normalmente, após a 20ª semana de gestação, pode estar associada à proteinúria ou a sintomas como cefaleia, escotomas, dor na nuca, dor abdominal, plaquetopenia e aumento de enzimas hepáticas. Pode ser classificada em pré-eclâmpsia leve ou grave. PRÉ-ECLÂMPSIA Fonte: ©valuavitaly, Freepik (2023). #PraTodosVerem: profissional de enfermagem verificando pressão arterial de gestante. As gestantes diagnosticas com pré-eclâmpsia leve devem, preferencialmen- te, ser hospitalizadas para avaliação e controle rigoroso da pressão arterial e 118 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I repouso relativo. Além disso, sinais de agravamento devem ser observados constantemente, tais como: • Pesquisa de sintomas de iminência de eclampsia: Cefaleia frontal ou occipital persistente; • Distúrbios visuais (escotomas, diplopia, amaurose); • Dor epigástrica ou no hipocôndrio direito, acompanhada ou não de náuseas e vômitos; Hiperreflexia; • Proteinúria na fita ou proteinúria de 24 horas; • Hematócrito e plaquetas; • Provas de função renal e hepática. (BRASIL, 2010, p. 31) O enfermeiro precisa igualmente atentar-se para as condições e vitalidade fetal por meio das seguintes ações (BRASIL, 2010): verificação de movimentos fetais todos os dias; observação do crescimento fetal e do líquido amniótico e cardiotocografia basal (CTB). Já as gestantes diagnosticadas com pré-eclâmpsia grave precisam ser acom- panhadas rigorosamente em âmbito hospitalar, avaliando as condições ma- ternas e fetais e, nos casos em que a gestação tiver idade gestacional igual ou superior a 34 semanas, deve ser avaliada juntamente com o obstetraa possi- bilidade e necessidade de interrupção da gestação (BRASIL, 2010). “A eclâmpsia caracteriza-se pela presença de convulsões tônico-clônicas generalizadas ou coma em mulher com qualquer quadro hipertensivo, não causadas por epilepsia ou qualquer outra doença convulsiva. Pode ocorrer na gravidez, no parto e no puerpério imediato” (BRASIL, 2010, p. 28). Quanto aos cuidados gerais às gestantes diagnosticadas com eclâmpsia, es- tão a estabilização do quadro materno e a avaliação das condições e vitalida- de fetal, além da ininterrupção da gestação em qualquer idade gestacional, 119 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 devido ao alto risco de morte materna e fetal. Para a estabilização do quadro, alguns cuidados são dispensados: • Manter o ambiente tranquilo, o mais silencioso possível • Decúbito elevado a 30º e face lateralizada • Cateter nasal com oxigênio (5l/min) • Punção de veia central ou periférica calibrosa • Cateter vesical contínuo. (BRASIL, 2010, p. 36) Nesses casos, a terapia anticonvulsivante é indicada pelo profissional médico para prevenir convulsões recorrentes, sendo o sulfato de magnésio a droga de primeira escolha. Já a síndome de Hellp significa “quadro clínico caracterizado por hemólise (H = hemolysis), elevação de enzimas hepáticas (EL = elevated liver functions tests) e plaquetopenia (LP = low platelets count), considerada como agrava- mento do quadro de pré-eclâmpsia (BRASIL, 2010). CLASSIFICAÇÃO SÍNDROME DE HELLP Classificação Síndrome de Hellp COMPLETA <100.000 plaquetas/ml DHL≥600UI/L e/ou BILIBURRINA ≥1,2mg/dL e/ou esquizócitos TGO≥700UI/L INCOMPLETA Apenas um ou dois acima presentes Fonte: adaptado de Brasil (2010, p. 39). #PraTodosVerem: classificação da Síndrome de Hellp contendo critérios e valores de plaquetas, DHL, bilirrubina, TGO. Após a admissão, deve-se confirmar a idade gestacional e o estado fetal ava- liado por cardiotocografia. Todas as gestantes com diagnóstico de síndrome de Hellp devem ser preparadas para a resolução do parto, seja por via vagi- nal ou, preferencialmente, por via abdominal. Devem receber terapia com 120 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I corticoide as gestantes que estiverem com idade gestacional entre 24 e 34 semanas (BRASIL, 2010). 4.2.3 SÍNDROMES HEMORRÁGICAS As síndromes hemorrágicas são sangramentos por via vaginal durante perí- odo da gestação, que “podem ser classificadas em hemorragias da primeira metade da gravidez, normalmente causadas por aborto, gravidez ectópica e doença trofoblástica gestacional, e da segunda metade da gestação, provo- cadas por descolamento da placenta, placenta prévia e rotura uterina” (SAR- TORI et al., 2019, p. 204). O abortamento pode ocorrer devido a alguns motivos, dentre eles estão as anomalias cromossômicas, anatomia materna, incompetência istmo-cervical e causa materna sistêmica, entre outros. Ocorre a interrupção da gravidez an- teriormente às 22 semanas de gestação e correspondem a cerca de 10% das gestações (SARTORI et al., 2019). Dentre os tipos de abortamento estão: TIPOS DE ABORTO Ameaça de aborto Tipos de aborto Abortamento incompleto Abortamento infectado Aborto retido Abortamento completo Fonte: adaptado de Brasil (2011) apud Sartori et al. (2019, p. 204-205). #PraTodosVerem: diagrama em cores mostrando os tipos de aborto. 121 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 A seguir, verifique as características dos tipos de abortamento: Ameaça de aborto risco de abortamento devido a sangramento via vaginal de pequena a média intensidade. Abortamento completo o feto é completamente expelido. Abortamento incompleto sangramento de maior intensidade acompanhado de dor do tipo cólica e colo de útero aberto. Abortamento retido o concepto fica retido dentro do útero, o colo do útero fica ocluído e não ocorre sangramento transvaginal. Abortamento infectado caracterizado por infecção causada por bactérias da flora vaginal (BRASIL, 2011 apud SARTORI et al., 2019). Outro agravo diz despeito à gravidez ectópica, também conhecida como gravidez ovariana, gravidez tubária, gravidez cervical ou gravidez intersticial. Considerada uma condição grave, sendo a principal causa de morte materna no primeiro trimestre gestacional, consiste na implantação e desenvolvimen- to do concepto fora da cavidade uterina, especialmente nas trompas uterinas (SARTORI et al., 2019). 122 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I Já a placenta prévia é uma condição obstétrica que “consiste na inserção da placenta na porção inferior do segmento uterino e que se localiza adiante da apresentação fetal, revestindo ou estando muito próxima do orifício interno do colo uterino” (SARTORI et al., 2019, p. 210). Pode ocorrer sangramento ver- melho vivo, muitas vezes abundante, podendo estar acompanhada de dor do tipo cólica, o que pode colocar em risco a vida da mulher e do feto. O descolamento prematuro da placenta é uma condição grave, que se ca- racteriza pelo descolamento da placenta da parede uterina anteriormente ao trabalho de parto e após a 20ª semana de gestação, associado a sangramento uterino vermelho escuro, queixa de dor de forte intensidade súbita, acompa- nhada por contrações uterinas (SARTORI et al., 2019). 123 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONCLUSÃO Esta unidade objetivou-se a apresentar os principais agravos relacionados à saúde da mulher, conhecer as infecções sexualmente transmissíveis, a infec- ção pelo vírus HIV e o acometimento por Aids. Além disso, buscou reforçar o papel do enfermeiro diante dessa realidade. Com isso, compreendemos a importância dos profissionais de saúde, em especial o enfermeiro, na busca da prevenção, da interrupção da cadeia de transmissão das IST, bem como do HIV, por meio de ações voltas à educação em saúde e assistência de enfermagem em face dos principais agravos que acometem as mulheres e a saúde sexual delas, até mesmo a relação estabe- lecida entre o enfermeiro e os pacientes. Nesse contexto, orientar e executar estratégias que visem à prevenção e à promoção da saúde torna-se um desafio para o enfermeiro na assistência à saúde da mulher, visto que as ações desenvolvidas por esse profissional são de extrema relevância para alcançar qualidade de vida das usuárias do serviço. 124 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MATERIAL COMPLEMENTAR Para saber mais sobre esse tema, leia os artigos a seguir: 1. A atuação do enfermeiro no cuidado à gestante com diagnóstico de diabetes gestacional. 2. A atenção do enfermeiro na assistência ao pré- natal de baixo risco. 3. Assistênc ia de enfermagem em mulheres com pré-eclâmpsia e/ou eclâmpsia: uma revisão integrativa da literatura. 4. Estratificação de risco em gestantes no pré-natal. 5. As dimensões do trabalho do enfermeiro no pré- natal de baixo risco: uma revisão integrativa. https://www.globalacademicnursing.com/index.php/globacadnurs/article/view/177 https://www.globalacademicnursing.com/index.php/globacadnurs/article/view/177 https://www.brazilianjournals.com/ojs/index.php/BJHR/article/view/23866?__cf_chl_tk=Phj.N9tDv2mm0FerRB5hFDaoXhfo8DxuKtaVXEcNlNw-1678401306-0-gaNycGzNCrs https://www.brazilianjournals.com/ojs/index.php/BJHR/article/view/23866?__cf_chl_tk=Phj.N9tDv2mm0FerRB5hFDaoXhfo8DxuKtaVXEcNlNw-1678401306-0-gaNycGzNCrs https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/487https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/487 https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/487 https://revista.uninga.br/uninga/article/view/2160 https://revista.uninga.br/uninga/article/view/2160 https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/30973 https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/30973 UNIDADE 5 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 125 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I > Compreender os cuidados de enfermagem no período pós-parto. > Compreender o planejamento familiar 126 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I 5 CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO PERÍODO PÓS-PARTO INTRODUÇÃO DA UNIDADE Abordaremos os cuidados de enfermagem no período pós-parto; aleita- mento materno; planejamento familiar e políticas públicas, bem como o papel do enfermeiro nesse contexto. 5.1 CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO PERÍODO PÓS-PARTO O período pós-parto compreende um marco de transformação fisiológico e psicológico para a mãe, o bebê e todos os familiares, que acompanharão de perto essa nova fase (RICCI, 2019). O período puerperal se inicia após a dequitação (queda) da placenta e dura cerca de seis semanas. Nesse período, acontecem mudanças fisiológicas em que o corpo da mulher inicia o processo de transformação ao estado pré- -gestacional. Além dessas alterações, outras mudanças passam a ocorrer, em aspectos psicológicos e sociais. A vida da mulher se transforma para se encai- xar ao novo mundo (RICCI, 2019). PERÍODO PÓS-PARTO Fonte: ©rawpixel.com, Freepik (2023). #PraTodosVerem: bebê acordado no colo da mãe. 127 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Depois do parto, os sistemas e órgãos da mãe levam algumas semanas para voltar ao estado pré-gestacional. Assim, o enfermeiro deve estar ciente de todas essas mudanças e transformações, de modo que possa orientar e es- clarecer dúvidas e identificar intercorrências baseado no raciocínio técnico e científico (RICCI, 2019). O enfermeiro também é responsável pela orientação dos cuidados básicos com o recém-nascido, além do incentivo, promoção, orientações e manejo no que diz respeito ao aleitamento materno (RICCI, 2019). Dessa forma, os cuidados de enfermagem no período pós-parto se iniciam nas primeiras horas após o parto, se estendem até a alta e continuam em do- micílio por meio da equipe de atenção domiciliar do Sistema Único de Saúde (RICCI, 2019). BEBÊ RECÉM-NASCIDO Fonte: ©rawpixel.com, Freepik (2023). #PraTodosVerem: bebê deitado com pulseira de identificação no tornozelo. Inicialmente, o principal ponto de atenção do enfermeiro no pós-parto se dá pela verificação dos sinais vitais, avaliação dos níveis de dor, inspeção do local da anestesia, em casos de epidural, e criteriosamente, “avaliação dos sistemas de órgãos da puérpera” (RICCI, 2019). 128 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I Nesse contexto, alguns sinais de alterações devem ser levados em consideração, conforme o quadro a seguir. SINAIS DE PERIGO NO PÓS-PARTO Febre superior a 38°C. Lóquios com odor fétido ou mudança inesperada de coloração ou de volume. Coágulos sanguíneos grandes ou sangramento que satura o absorvente íntimo em uma hora. Cefaleia intensa ou borramento visual. Alterações visuais, como borramento visual ou manchas, ou cefaleia. Dor na panturrilha à dorsiflexão do tornozelo. Tumefação, vermelhidão ou secreção nos locais de episiotomia, anestesia epidural ou incisão abdominal. Disúria, sensação de queimação ou esvaziamento incompleto da bexiga. Dispneia ou dificuldade para respirar sem esforço. Fonte: adaptado de Ricci (2019, p. 527). #PraTodosVerem: lista contendo os principais sinais de perigo no período pós-parto. Portanto, estar sempre atento a qualquer sinal de alteração pode minimizar as chances de mau prognóstico (RICCI, 2019). “O achado de temperatura corporal superior a 38°C, em qualquer momento, ou de temperatura anormal após as primeiras 24 horas pode indicar infecção e tem de ser relatado” (RICCI, 2019, p. 527). 129 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Dentre os sinais vitais a serem avaliados se destacam os valores considerados normais durante os primeiros dias de pós-parto (RICCI, 2019): Frequência cardíaca 60-80 bpm em repouso. Frequência respiratória 12-20 incursões por minuto em repouso. Pressão arterial Entre 85/60 e 140/80 mmHg. Dor Escala de dor entre 0-2. O enfermeiro também deve realizar minuciosamente o exame físico, avalian- do possíveis alterações em relação às mamas, útero, bexiga, trânsito intestinal, lóquios, episiotomia, bem como o estado emocional da puérpera e formação de vínculo e apego ao bebê (RICCI, 2019). 5.1.1 CONSULTA DE ENFERMAGEM PUERPERAL A consulta puerperal pode ser realizada por meio de visita domiciliar à puér- pera e ao recém-nascido (RN), idealmente entre sete e dez dias, tornando-se fundamental para a saúde materna e neonatal (BRASIL, 2006). Essa visita permitirá, entre outras ações, identificar as condições de vida, or- ganização, higiene da casa e interação familiar que o binômio mãe-filho está vivenciando na nova fase (BRASIL, 2006). 130 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I Nos casos em que o RN tiver sido classificado como de risco, é importante que a visita domiciliar ocorra em menor tempo, devendo ser nos primeiros três dias de alta da maternidade (BRASIL, 2006). AVALIAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO Fonte: Freepik (2023). #PraTodosVerem: enfermeira realizando ausculta pulmonar com estetoscópio em bebê. Algumas ações são desempenhadas para o bem-estar da mãe e do bebê. En- tre elas, algumas ações em relação à puérpera compreendem a anamnese, em que o enfermeiro avaliará o cartão da gestante e iniciará um diálogo. Serão abordados assuntos relacionados às condições e a dados do parto. Também é essencial verificar os sinais vitais da puérpera e identificar as necessidades da mulher e do recém-nascido (BRASIL, 2006). Durante a consulta puerperal, também é possível e importante introduzir o planejamento familiar. Assim, a mulher ou o casal podem decidir qual método contraceptivo se enquadra melhor no contexto de vida em que estão inseridos (BRASIL, 2006). 131 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 MÉTODOS CONTRACEPTIVOS Preservativo Preservativo feminino Pílulas anticoncepcionais Anel vaginal Implante Método do calendário DIU Espermicida Ducha íntima Esterilização cirúrgica Injeção contraceptiva Adesivo anticoncepcional Abstinência Fonte: Freepik (2023). #PraTodosVerem: quadro rosa com os principais métodos contraceptivos utilizados. Caso não tenha sido identificada nenhuma gravidade, agendar nova con- sulta puerperal até 42 dias após o parto e reforçar que, em casos de dificul- dades ou dúvida, a equipe da unidade básica de saúde deve ser acionada (BRASIL, 2006). 132 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I Findada essa avaliação, volta-se o olhar para a situação vacinal do bebê, teste do pezinho e próximas consultas: “Realizar o teste do pezinho e registrar o resultado na caderneta da criança” (BRASIL, 2006, p. 84). “Verificar se foram aplicadas, na maternidade,as vacinas BCG e de hepatite B. Caso não tenham sido, aplicá-las na unidade e registrá-las no prontuário e na Caderneta de Saúde da Criança” (BRASIL, 2006, p. 84). “Agendar as próximas consultas de acordo com o calendário previsto para seguimento da criança: 2º; 4º; 6º; 9º; 12º; 18º e 24º mês de vida” (BRASIL, 2006, p. 84). A seguir, abordaremos assuntos inerentes ao puerpério normal e patológico. 5.1.2 PUERPÉRIO NORMAL E PUERPÉRIO PATOLÓGICO Conforme estudamos até aqui, o puerpério tem início de uma a duas horas após a dequitação da placenta e compreende o momento em que a mulher sofrerá a transição do organismo ao estado pré-gravídico (SARTORI et al., 2019). Esse período provoca alterações anatômicas e fisiológicas, visto que a mu- lher vivencia inúmeras sensações, tais como: extremo cansaço, euforia, medo, fome, sede e sonolência. Além dessas, outras alterações fisiológicas podem ocorrer, como o aumento da temperatura corporal da puérpera, em virtude do esforço realizado e pelas perdas líquidas sofridas durante o parto. Entre- tanto, o profissional de enfermagem deve estar atento, já que esse ligeiro au- mento de temperatura deve durar até o segundo ou terceiro dia de pós-parto. Caso esse limite se exceda ou esteja concomitante a outros sinais e sintomas, deve-se suspeitar de infecção puerperal (SARTORI et al., 2019). 133 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EXTREMO CANSAÇO NO PÓS-PARTO Fonte: Freepik (2023). #PraTodosVerem: mãe com bebê no colo, com semblante de extremo cansaço. Além da temperatura, o sistema cardiovascular pode apresentar alterações notadas por sopro sistólico de hiperfluxo, causado pelo aumento do volume circulante no sistema cardiovascular. Nesse contexto, atenção redobrada deve ser dada às puérperas cardiopatas (SARTORI et al., 2019). O sistema gastrointestinal também se modifica com a chegada do puerpério, podendo a mulher referir alívio gástrico e, caso ela tenha hemorroidas, esse quadro pode ser agravado pelo período expulsivo no parto normal. Nos casos de cesariana, também podem ser notada a constipação devido à manipula- ção da cavidade abdominal (SARTORI et al., 2019). Igualmente pode ser evidenciada modificação no sistema urinário, em que algumas mulheres podem referir aumento da diurese, disuria e retenção uri- nária. Complicações tromboembólicas também podem ocorrer devido ao fibrinogênio e plaquetas aumentadas. Por isso a enfermagem precisa estar alerta para períodos prolongados de imobilização no leito, o que pode levar a um agravamento da situação e condições patológicas (SARTORI et al., 2019). 134 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I PSICOSE PUERPERAL Fonte: Freepik (2023). #PraTodosVerem: mulher triste, chorando. No que diz respeito à involução uterina, idealmente, logo após o pós-parto, o útero se aproxima da cicatriz umbilical e regride cerca de 1 cm ao dia. Diante dessa progressão, reduz-se o risco de perda sanguínea abundante. Em rela- ção ao lóquios, pode ocorrer variação do volume e da característica do sangra- mento dependendo do período de pós-parto (SARTORI et al., 2019): Lóquios vermelhos ou sanguinolentos ou rubros “Presentes nos primeiros quatro dias, constituindo-se de sangue, tecido decidual necrosado e células epiteliais.” (SARTORI et al., 2019, p. 294). Lóquios serossanguinolentos (lóquio fusco) “Presentes a partir do quarto até o décimo dia. A coloração passa para rósea/acastanhada.” (SARTORI et al., 2019, p. 294). 135 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Lóquios serosos (lóquio flavo/amarelo) “Observados após o décimo dia, podendo se estender até a quinta ou sexta semana e assumindo uma coloração amarelada ou branca.” (SARTORI et al., 2019, p. 294). Diante de todas as mudanças compreendidas, algumas intercorrências puer- perais podem estar interligadas aos processos biológicos e fisiológicos (SAR- TORI et al., 2019): PRINCIPAIS INTERCORRÊNCIAS PUERPERAIS Hemorragia puerperal/hemorragia pós-parto (HPP) Retenção placentária e placentação anômala Inversão uterina Hematoma puerperal Distúrbios tromboembólicos Fonte: adaptado de Sartori et al. (2019, p. 297). #PraTodosVerem: quadro contendo as cinco principais intercorrências puerperais: hemorragia puerperal, retenção placentária e placentação anômala, inversão uterina, hematoma puerperal e distúrbios tromboembólicos. Todas as intercorrências acima citadas podem ser consideradas fatores para a mortalidade materna. 5.1.3 ALEITAMENTO MATERNO O aleitamento materno é uma estratégia de vínculo afetivo, nutrição e reduz em larga escala a morbimortalidade infantil por permitir a promoção à saúde de modo integral ao binômio mãe/recém-nascido. As ações de proteção, pro- moção e incentivo do aleitamento materno são responsabilidade da equipe de saúde, em especial do enfermeiro (SARTORI et al., 2019). 136 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I ALEITAMENTO MATERNO Fonte: Freepik (2023). #PraTodosVerem: mulher sentada na cama, com bebê recém-nascido no colo, amamentando e mexendo no celular. Amamentar oferece inúmeros benefícios para a mãe e para o bebê. Entre eles podem ser citados os seguintes: BENEFÍCIOS DO ALEITAMENTO MATERNO Mãe Fortalecimento do vínculo afetivo. Favorecimento da involução uterina. Minimiza os riscos de hemorragia pós-parto. Contribui para o processo de emagrecimento. Pode ser uma estratégia de contracepção. Bebê Alimento completo até os 6 meses de idade. Facilita a eliminação de mecônio. Diminui a incidência de icterícia. Melhora o sistema imunológico. Fator de proteção contra alergias e internações. Alimento pronto e gratuito. Fonte: adaptado de Sartori et al. (2019, p. 297). #PraTodosVerem: quadro contendo os principais benefícios do aleitamento materno para a mãe e para o bebê. 137 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Acredita-se que o êxito do aleitamento materno está relacionado ao posicio- namento da mãe e do bebê em relação à pega. A mulher deve escolher uma posição para amamentar em que esteja confortável e relaxada. Já o bebê pre- cisa estar alinhado, corpo e barriga, junto ao corpo da mãe, favorecendo a respiração, sucção e deglutição (SARTORI et al., 2019). A pega correta é outro fator determinante para o sucesso. Para isso, o bebê precisa abrir a boca e abocanhar parcial ou totalmente a região mamilo-are- olar. Para que o enfermeiro possa orientar a pega correta, é preciso que se conheça os tipos de mamilos (SARTORI et al., 2019): Protusos Os mamilos se sobressaem às aréolas. Invertidos O bico do seio (mamilo) fica posicionado dentro da aréola. Planos Os mamilos não se sobressaem e não ficam posicionados dentro da aréola, não ficando eretos quando estimulados (SARTORI et al., 2019). Para mulheres com mamilos planos ou invertidos, é preciso que o enfermeiro a ajude logo após o parto, orientando-a quanto à pega correta, posição ade- quada, paciência e perseverança (SARTORI et al., 2019). 138 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I O leite materno é composto de fases, sendo elas: FASES DO LEITE MATERNO Colostro Leite de transição Leite maduro Fonte: adaptado de Sartori et al. (2019, p. 311) #PraTodosVerem: esquema explicativo das fases do leite materno. Se você quiser saber mais das fases do leite materno e as técnicas de amamentação, acesse aqui. É importante frisar que algumasintercorrências podem acontecer durante o aleitamento materno. Muitas mães enfrentam situações que podem levá-las a desistir desse processo, caso não sejam precocemente identificados e trata- dos. Dessa forma, o enfermeiro é essencial durante o aleitamento materno, no que diz respeito à avaliação, prevenção e manejo (SARTORI et al., 2019). Nos casos em que o ingurgitamento for patológico, será necessária interven- ção. Nos casos em que não houver tratamento adequado em tempo hábil, é possível que evolua para um quadro chamado mastite, que é um processo inflamatório ou infeccioso dos seios (SARTORI et al., 2019). https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_aleitamento_materno_cab23.pdf 139 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Existem algumas contraindicações absolutas para o aleitamento materno: mulheres com câncer de mama tratadas ou em tratamento; mulheres infectadas pelo vírus HIV ou HTLV1 e HTLV2; uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação; criança portadora de galactosemia (BRASIL, 2015). Igualmente existem contraindicações ao aleitamento materno temporárias. Se você quiser saber mais das contraindicações temporárias ao aleitamento materno, acesse aqui. 5.2 PLANEJAMENTO FAMILIAR A sexualidade, o ato sexual e a orientação sexual são temas centrais na vida dos indivíduos e estão intimamente ligados às questões de saúde e bem-es- tar (FELTRIN et al., 2021). O planejamento familiar tem como um dos propósitos conscientizar os usu- ários do serviço em relação à sexualidade e autoconhecimento. Para isso, é preciso que a equipe multidisciplinar, em especial o enfermeiro, leve em con- sideração importantes questões inerentes a cada indivíduo e à história dele, como: “a identidade de gênero, a raça ou cor, a etnia, a geração, a condição física, entre outros fatores construídos cultural e historicamente pelo tempo e espaço” (FELTRIN et al., 2021, p. 180). https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/t/toxoplasmose/arquivos/nota-tecnica-no-33-2018-cgscam-dapes-sas-ms#:~:text=Nas%20seguintes%20situa%C3%A7%C3%B5es%20o%20aleitamento,medicamentos%20incompat%C3%ADveis%20com%20a%20amamenta%C3%A7%C3%A3o 140 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I PLANEJAMENTO FAMILIAR Fonte: Freepik (2023) #PraTodosVerem: enfermeira realizando orientações de planejamento familiar para jovem casal. Nesse contexto, a atenção em planejamento familiar tem por objetivo a am- pliação de acesso às informações e o acompanhamento clínico no que diz res- peito aos métodos contraceptivos, além de ofertar métodos e técnicas para a concepção e a anticoncepção. Para que essas ações fossem consolidadas, foi criada, em 1996, por meio da Lei n. 9.263, a validação do planejamento familiar (FELTRIN et al., 2021). A partir de então, o enfermeiro presta atendimento que consiste em fornecer e assegurar direitos a métodos de concepção ou contracepção eficazes e se- guros por meio da consulta de enfermagem ou ações individuais ou coletivas que tenham por objetivo realizar educação em saúde (FELTRIN et al., 2021; SANTOS, 2018). As ações em prol do planejamento familiar, centradas na Unidade Básica de Saúde (UBS) orientam sobre os métodos anticoncepcionais, modo de utili- zação, efeitos colaterais, complicações em médio e longo prazo, bem como garantir o fornecimento do método escolhido pelo indivíduo/casal (FELTRIN et al., 2021). 141 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ORIENTAÇÕES SOBRE SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA Fonte: ©gpointstudio, Freepik (2023) #PraTodosVerem: enfermeira realizando anotações em prancheta enquanto jovem casal conversa. Ao oferecer atenção em planejamento de modo eficaz e contínuo em todas as fases da vida dos indivíduos, por meio de uma assistência especializada e com informação, é possível impactar em assuntos essenciais, como o abor- tamento, mortalidade materna e infantil, além de garantir o direito que toda pessoa tem de optar por ter ou não ter filhos, evitando a gravidez indesejada e contribuindo para a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (IST) (FELTRIN et al., 2021; SANTOS, 2018). 5.2.1 POLÍTICAS PÚBLICAS E PLANEJAMENTO FAMILIAR Os direitos à saúde sexual e reprodutiva são considerados direito humanos, representando uma conquista histórica. Até meados de 1970, as leis existen- tes na época não atendiam à saúde reprodutiva das mulheres na integra- lidade, até mesmo as necessidades básicas dessa parcela da população. A assistência à saúde era voltada aos modelos curativistas e hospitalocêntricos (FELTRIN et al., 2021). 142 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I DESIGUALDADE DE GÊNERO Fonte: Freepik (2023) #PraTodosVerem: ilustração de uma mulher em pé no lado inferior de uma gangorra e homem no lado superior. A partir da implantação do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mu- lher (PAISM), em 1985, iniciou-se um movimento voltado à educação em saú- de, exercido por profissionais em processo de treinamento, entretanto, ainda sem muita força e continuidade (FELTRIN et al., 2021). SAÚDE DA MULHER Fonte: Freepik (2023) #PraTodosVerem: quatro mulheres de diferentes idades juntas, abrançando-se. 143 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Somente a partir de 1988, por meio da nova Constituição Federal, o planeja- mento familiar começou a ser reconhecido como direito para homens, mu- lheres e casais, oferecendo meios para que essa norma estabelecida fosse cumprida (FELTRIN et al., 2021). Assim, apenas em 1996, por meio da Lei Federal n. 9.263/1996, foi regulamen- tado o planejamento familiar como “conjunto de atividades que visam a re- gular a fecundidade e oferecer garantias de direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal.” (FEL- TRIN et al., 2021, p. 181). DIREITOS HUMANOS DAS MULHERES Fonte: Freepik (2023) #PraTodosVerem: mãos de mulheres com o símbolo do feminismo e fita roxa envolta nos punhos. Como os avanços nessa área, em 2004, foi criada pelo Ministério da Saúde a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM), que visava robustecer o compromisso firmado dos direitos humanos das mulheres, for- talecendo a partir de então a assistência ao planejamento familiar e da aten- ção a grupos específicos (FELTRIN et al., 2021). Assim, focados em melhorar a qualidade de assistência em saúde da mulher, em 2005, foi lançada pelo Ministério da Saúde a Política Nacional dos Direitos Sexuais e dos Direitos Reprodutivos, que tinha como meta ampliar a distri- buição de métodos anticoncepcionais reversíveis no SUS e incentivar ações educativas de saúde reprodutiva e sexual (FELTRIN et al., 2021). 144 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I Após muitas conquistas, estruturava-se o direito reprodutivo e sexual como necessidade básica, em que se encontravam os seguintes direitos, respectivamente: DIREITOS REPRODUTIVOS E SEXUAIS DIREITOS REPRODUTIVOS Decidir, com a parceria, de forma livre e responsável, se querem ou não ter filhos, quantos e em que momento. Ter acesso a informações de meios, métodos e técnicas para ter ou não ter filhos. Exercer a sexualidade e a reprodução livres de discriminação, imposição e violência. Realizar sexo seguro para a prevenção de gravidez indesejada. Pode ser uma estratégia de contracepção. DIREITOS SEXUAIS Viver e expressar livrementea sexualidade sem violência e discriminações. Escolher as parcerias sexuais. Viver plenamente a sexualidade. Escolher se quer ou não ter relação sexual. Expressar livremente a orientação sexual. Ter relações sexuais independentemente da reprodução. Realizar sexo seguro para a prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e HIV/Aids. Ter direito de acesso e acolhimento a serviços de saúde que garantam privacidade. Ter acesso à informação e à educação sexual e reprodutiva. Fonte: adaptado de Feltrin et al. (2021, p. 182). #PraTodosVerem: quadro explicativo dos direitos reprodutivos e sexuais. 5.2.2 MÉTODOS CONTRACEPTIVOS O método contraceptivo deve ser escolhido de acordo com a etapa da vida reprodutiva da mulher e necessidades do momento. A Lei n. 9.263, de 12 de janeiro de 1996, regulamenta o planejamento familiar. A partir dessa lei, o SUS tem por obrigação garantir os direitos sexuais e reprodutivos da população, 145 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 incluindo o que diz respeito aos métodos contraceptivos e a concepção (BRA- SIL, 1996; BRASIL, 2013). Levando em consideração a alta taxa de transmissão de infecções sexualmen- te transmissíveis (IST) e HIV/Aids, toma-se como estratégia orientar os usuários a utilização de dupla proteção, ou seja, métodos contraceptivos combinados, sendo sempre um método (preservativo feminino ou masculino) que visará à prevenção de IST e HIV/Aids, associado a algum método que prevenirá a gra- videz (BRASIL, 2013). MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS Hormonais Barreira Intrauterinos Comportamentais ou naturais Duchas vaginais Definitivos Fonte: Brasil (2013, p. 132-133). #PraTodosVerem: esquema contendo seis tipos de métodos anticoncepcionais: hormonais, barreira, intrauterino, comportamentais ou naturais, duchas vaginais e definitivos. Antes de a mulher escolher um método contraceptivo, idealmente, o enfer- meiro deve orientar cada método, as características, a eficácia, os efeitos cola- terais, o modo de uso, a disponibilidade em rede pública ou privada, a reversi- bilidade, a proteção a IST e HIV/Aids (BRASIL, 2013). O enfermeiro também deve estar informado dos efeitos secundários, ou seja, dos efeitos colaterais de cada método, para que possa orientar cada usuário sobre a prevenção e o tratamento (BRASIL, 2013). Considerando o exposto até aqui, citaremos a seguir os principais métodos contraceptivos disponíveis. 146 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I ANTICONCEPCIONAL HORMONAL COMBINADO ORAL Fonte: ©jcomp, Freepik (2023) #PraTodosVerem: mulher segurando cartela de pílula anticoncepcional. O anticoncepcional hormonal combinado oral, quando utilizado de forma correta, é considerado eficaz. Uma vantagem do uso é a regularidade do ci- clo menstrual, alívio da dismenorreia, além de ser considerado como efeito protetor de doenças benignas das mamas, miomas uterinos, endometriose e osteoporose. Entretanto, em virtude de ser fator de risco para doenças de co- agulação, como trombose, é contraindicado para mulheres tabagistas (BRA- SIL, 2013). A minipílula não tem eficácia contraceptiva similar e positiva como a dos an- ticoncepcionais orais combinados, entretanto, pode ser considerada para uso para mulheres em perimenopausa e com contraindicação ao uso de estrogê- nio (BRASIL, 2013). 147 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANTICONCEPCIONAL INJETÁVEL Fonte: Freepik (2023) #PraTodosVerem: seringa com agulha sobre frasco/ampola de medicação. O uso de injetável mensal deve ser orientado quanto aos efeitos colaterais e contraindicações, pois aumentam consideravelmente o risco de desenvolvi- mento de doenças tromboembólicas (BRASIL, 2013). Já o injetável trimensal tem alta eficácia e pode ser utilizado em mulheres com contraindicação de uso de estrógeno. Em contrapartida, apresenta gran- de incidência de efeitos indesejáveis e, por isso, deve ser repensado o uso em mulheres na perimenopausa (BRASIL, 2013). Os implantes subcutâneos são um método contraceptivo de alta eficácia e proteção endometrial. Entretanto, podem ter alguns efeitos colaterais indese- jáveis. Já o anel vaginal libera constantemente os hormônios estrogênio e proges- terona na corrente sanguínea e é considerado uma boa opção para o clima- tério. As contraindicações são semelhantes às do anticoncepcional hormonal combinado oral, pois podem aumentar o risco de desenvolvimento de doen- ças tromboembólicas (BRASIL, 2013). 148 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I CONSULTA GINECOLÓGICA Fonte: Freepik (2023) #PraTodosVerem: profissional de saúde orientando uma mulher sobre o sistema reprodutivo feminino. O adesivo anticoncepcional transdérmico é considerado uma excelente op- ção para qualquer idade. O hormônio contido é absorvido pelo contato com a pele. Também têm contraindicações semelhantes às do anticoncepcional hor- monal combinado oral. Além disso, o custo é considerado alto (BRASIL, 2013). O DIU de cobre é considerado um dos melhores métodos devido à ausência de hormônios. Apresenta elevada eficácia e longa duração, de 10 anos após a inserção. Como desvantagens podem ser citados o aumento do fluxo mens- trual, aumento de dismenorreia e maior taxa de expulsão (BRASIL, 2013). O DIU com levonorgestrel age localmente no útero, sendo a absorção dos hormônios pela corrente sanguínea em taxas mínimas. Pode causar amenor- reia ou diminuição progressiva do fluxo menstrual (BRASIL, 2013). O diafragma é considerado um método de barreira e não tem efeitos colate- rais sistêmicos. Já os espermicidas podem provocar microfissuras na mucosa vaginal e cervical se utilizados várias vezes ao dia, aumentando o risco de in- fecções locais, IST e infecção por HIV/Aids (BRASIL, 2013). 149 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ORIENTAÇÃO Fonte: ©stefamerpik, Freepik (2023) #PraTodosVerem: profissional de saúde segurando prancheta na mão enquanto dá orientações a uma jovem mulher que está sentada em uma mesa ginecológica. Os métodos naturais, também conhecidos como comportamentais, ainda são muito utilizados entre as mulheres: tabelinha, muco cervical, temperatura basal, porém não são amplamente confiáveis (BRASIL, 2013). A laqueadura tubária mantém-se como o método contraceptivo mais fre- quentemente utilizado no Brasil. Por ser considerado um método definitivo, é importante que a mulher ou o casal estejam devidamente orientados e decidi- dos, visto que a reversão tubária é possível, porém, difícil e cara (BRASIL, 2013). Quando possível, a vasectomia é uma opção válida para os casais heterosse- xuais que não desejam mais ter filhos. Procedimento seguro, simples e rápido. É preferível quando se compara à laqueadura tubária. 5.2.3 ATENÇÃO DO ENFERMEIRO NO PLANEJAMENTO FAMILIAR Pautados na premissa de que o planejamento familiar é um “conjunto de ati- vidades que visam a regular a fecundidade e oferecer garantias de direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo ho- mem ou pelo casal” (FELTRIN et al., 2021, p. 181), o enfermeiro é o profissional diretamente relacionado a essas ações. 150 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I FERTILIDADE Fonte: Freepik (2023) #PraTodosVerem: pequenos quadrados de madeira que formam a palavra “fertility”, ou seja, fertilidade, com pequenas imagens simbolizando a aproximação do espermatozoide. Na UnidadeBásica de Saúde, o enfermeiro é o principal agente na realiza- ção do atendimento de quem busca direitos reprodutivos e sexuais. Para isso, é primordial que o profissional esteja capacitado para orientar os indivíduos acerca de questões relacionadas (FELTRIN et al., 2021). ATENÇÃO DO ENFERMEIRO NO PLANEJAMENTO FAMILIAR Fonte: Freepik (2023) #PraTodosVerem: enfermeiro escrevendo em prancheta. 151 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Dessa forma, o enfermeiro é o responsável pelo envolvimento da equipe, co- ordenação do programa Planejamento Familiar, treinamentos, suprimento, fornecimento, planejamento, supervisão, gerenciamento e participação efeti- va nas atividades de educação permanente (FELTRIN et al., 2021). Outras ações se dão pela realização de exames preventivos, como é o caso da coleta de citologia oncótica. Durante a consulta de enfermagem que precede a realização do exame, o enfermeiro pode se apropriar melhor da história da paciente, orientando-a de acordo com as necessidades, as dúvidas e os an- seios que apresentar (FELTRIN et al., 2021). RESPEITO Fonte: ©rawpixel.com, Freepik (2023) #PraTodosVerem: quatro pessoas com mãos que se entrelaçam. Dessa forma, profissionais qualificados e preparados tornam-se de funda- mental relevância durante as ações educativas, bem como estrutura física e incentivo à participação das mulheres, independentemente das circunstân- cias, pautados em protocolos clínicos que permitam a realização de orienta- ções, prescrição de anticoncepcionais, entre outros (FELTRIN et al., 2021). 152 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I CONCLUSÃO Nesta unidade, você compreendeu os cuidados de enfermagem durante o período pós-parto, o planejamento familiar e o aleitamento materno. Com isso, entendemos a importância da realização da consulta puerperal como uma estratégia e oportunidade para proporcionar a promoção e, muitas ve- zes, recuperação da saúde da puérpera. Para que isso possa ocorrer de forma eficaz, é essencial que o enfermeiro compreenda a importância da própria atuação em todo o período puerperal, aliando o conhecimento técnico de acordo com o cenário encontrado. Essas ações são fatores que podem determinar a redução da mortalidade ma- terna e qualidade de vida ao binômio materno-fetal. Nesse contexto, também é fundamental os cuidados da equipe multiprofissional, a fim de orientar e exe- cutar estratégias que visem à qualidade dos serviços prestados para a mulher. 153 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 MATERIAL COMPLEMENTAR Para saber mais sobre esse tema, leia os artigos a seguir: SOUSA, L. F. et al. Desafios e potencialidades na assistência de enfermagem no aleitamento materno. Remecs: Revista Multidisciplinar de Estudos Científicos em Saúde, v. 4, n. 7, p. 17-26, 2019. ELIAS, E. A.; DE PAULA PINHO, J.; DE OLIVEIRA, S. R. Expectativas e sentimentos de gestantes sobre o puerpério: contribuições para a enfermagem. Enfermagem em Foco, v. 12, n. 2, p. 283-9, 2021. MONTESCHIO, L. V. C. et al. Complicações puerperais em um modelo medicalizado de assistência ao parto. Reme: Revista Mineira de Enfermagem, v. 24, 2020. SARDINHA, D. M. et al. Promoção do aleitamento materno na assistência pré-natal pelo enfermeiro. Revista de Enfermagem UFPE online, v. 13, n. 3, p. 852-7, 2019. SKUPIEN, S. V.; RAVELLI, A. P. X.; ACAUAN, L. V. Consulta puerperal de enfermagem: prevenção de complicações mamárias. Cogitare Enfermagem, v. 21, n. 2, 2016. http://www.revistaremecs.com.br/index.php/remecs/article/view/41 http://www.revistaremecs.com.br/index.php/remecs/article/view/41 http://www.revistaremecs.com.br/index.php/remecs/article/view/41 http://www.revistaremecs.com.br/index.php/remecs/article/view/41 http://revista.cofen.gov.br/index.php/enfermagem/article/view/4058 http://revista.cofen.gov.br/index.php/enfermagem/article/view/4058 http://revista.cofen.gov.br/index.php/enfermagem/article/view/4058 http://revista.cofen.gov.br/index.php/enfermagem/article/view/4058 https://reme.org.br/artigo/detalhes/1465 https://reme.org.br/artigo/detalhes/1465 https://reme.org.br/artigo/detalhes/1465 https://reme.org.br/artigo/detalhes/1465 https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1015887 https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1015887 https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1015887 https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1015887 https://www.redalyc.org/journal/4836/483653650019/483653650019.pdf https://www.redalyc.org/journal/4836/483653650019/483653650019.pdf https://www.redalyc.org/journal/4836/483653650019/483653650019.pdf https://www.redalyc.org/journal/4836/483653650019/483653650019.pdf 154 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I UNIDADE 6 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 155 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I > Compreender os principais métodos de rastreio de câncer de mama, de colo uterino e de intestino. > Compreender a violência contra a mulher. 156 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I 6 PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE DA MULHER INTRODUÇÃO DA UNIDADE Abordaremos, nesta unidade, o câncer de mama, câncer de colo uterino, cân- cer de intestino, violência contra a mulher, humanização, promoção à saúde e medidas preventivas, bem como sobre qual é o papel do enfermeiro em todo esse contexto. 6.1 RASTREIO ONCOLÓGICO O termo rastreamento deriva do termo screening, da língua inglesa, com sen- tido de peneirar. Pautando-se nessa ideia, surge a necessidade de rastrea- mento de doenças. É importante dizer que rastreamento de doenças e diag- nósticos de doenças são conceitos diferentes (BRASIL, 2013). O rastreamento consiste em exames e testes realizados em pessoas sadias, que não apresentam sinais e sintomas que justifiquem a realização do exame. Nos casos em que a pessoa procura o serviço de saúde devido a algum sinal ou sinto- ma referido ou apresentado e é submetido a exames solicitados por profissionais da saúde, caracteriza o cuidado e diagnóstico de doenças (BRASIL, 2013). 157 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RASTREAMENTO ONCOLÓGICO Fonte: Freepik (2023). #PraTodosVerem: mulher segurando fita amarela em forma de laço, simbolizando a luta contra o câncer. Ressaltamos que nas situações em que os exames e testes realizados com a finalidade de rastreamento derem positivo, não se deve fechar um diagnós- tico imediatamente. É prudente que haja avaliação médica especializada e realização de outros exames específicos para que a doença possa ser diagnos- ticada ou descartada (BRASIL, 2013). Em situações em que a mamografia apresenta resultado sugestivo ou possibilidade de malignidade neoplásica, é indicada a realização de biópsia do nódulo encontrado para anatomopatológico, a fim de confirmação diagnóstica. Alguns programas têm sido implantados em prol do rastreamento oncológi- co nos serviços de saúde. Eles podem ser classificados como rastreamento oportunístico ou programas organizados de rastreamento. A diferença en- tre eles está no modo de rastreamento (BRASIL, 2013). 158 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I Se você quiser sabermais da diferença entre rastreamento oportunístico e programas organizados de rastreamento, acesse aqui. Atualmente, os cânceres têm sido considerados a segunda causa de morta- lidade feminina, estando atrás apenas dos óbitos por doenças cardiovascu- lares. A ocorrência de câncer de colo de útero e de mama são problemas de saúde pública e merecem atenção especial na atenção primária quanto ao rastreamento (BRASIL, 2013). Os programas de rastreamento organizado podem ser uma estratégia para a prevenção e o controle desses e de outros cânceres. Além disso, os profissio- nais de saúde que têm mais contato com o paciente nas unidades básicas de saúde devem estar atentos aos critérios e fatores de risco das mulheres que frequentam o serviço de saúde para poder captá-las e envolvê-las na realiza- ção dos principais exames de rastreio (BRASIL, 2013). AÇÕES ESTRATÉGICAS PARA O RASTREIO ONCOLÓGICO Fonte: Freepik (2023). #PraTodosVerem: enfermeiro em pé escrevendo em quadro branco, enquanto enfermeiras sentadas à mesa observam. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/rastreamento_caderno_atencao_primaria_n29.pdf 159 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Todas essas ações devem ter por objetivo reduzir a incidência de casos de câncer. E quando identificadas neoplasias, reduzir a mortalidade fazendo o diagnóstico precoce e em tempo hábil para o tratamento e recuperação das mulheres (BRASIL, 2013). 6.1.1 CÂNCER DE MAMA No Brasil, o câncer de mama é considerado a segunda neoplasia mais comum entre as mulheres, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. O rastreamento tem como objetivo detectar pequenos nódulos não palpá- veis em mulheres assintomáticas, ou seja, sem queixas, sinais ou sintomas, a fim de reduzir a mortalidade pela doença (MACIEL; SILVA, 2015; FERNANDES; NARCHI, 2013). Além disso, quando é detectado em fase inicial da doença, há menor indí- cio de tratamentos agressivos, minimizando a ocorrência de quimioterapias e aumentando significativamente a sobrevida das mulheres acometidas pela doença (MACIEL; SILVA, 2015; FELTRIN et al., 2021). Você sabia que o câncer de mama pode acometer a população masculina? O acometimento de câncer de mama nos homens representa menos de 1% do total de casos da doença (BRASIL, 2021). Para o rastreamento do câncer de mama, o exame padrão ouro no Brasil é a mamografia. Exames como a ultrassonografia de mamas e a ressonância magnética de mamas podem ser utilizados como complementares à reali- zação da mamografia, servindo como apoio do diagnóstico clínico da doença (MACIEL; SILVA, 2015; FERNANDES; NARCHI, 2013). 160 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I RASTREIO DE CÂNCER DE MAMA Fonte: Freepik (2023). #PraTodosVerem: fita rosa simbolizando a prevenção do câncer de mama e um estetoscópio. A recomendação feita pelo Ministério da Saúde é de que o rastreamento de câncer de mama por meio da mamografia seja realizado bianualmente, em mulheres entre 50 e 74 anos, faixa de idade que apresenta maior risco de desenvolvimento da doença, sendo considerado grau de recomendação B (BRASIL, 2013). Já as mulheres com faixa etária inferior a 50 anos devem ser avaliadas por profissional especializado de forma individualizada, levando em consideração fatores de risco e contexto de vida da paciente que justifique a necessidade de iniciar o rastreamento antes da faixa etária recomendada (BRASIL, 2013). Os resultados dos exames mamográficos são classificados de acordo com o Breast Imaging Reporting and Data System (BI-RADS®), que utiliza catego- rias de 0 a 6 para descrever os achados do exame e indicar a conduta a ser realizada em cada caso (BRASIL, 2013). 161 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CLASSIFICAÇÃO BI-RADS® E CONDUTA PARA ATENÇÃO PRIMÁRIA Resultado da mamografia (BI-RADS®) Conduta para atenção primária 0 – Inconclusivo Necessita avaliação adicional. 1 – Sem achados Rotina de rastreamento. Caso haja alterações no exame clínico das mamas, prosseguir com investigação. 2 – Achado benigno Rotina de rastreamento. 3 – Achado provavelmente benigno Controle radiológico em seis meses (eventualmente biópsia). 4 – Achado suspeito Prosseguir com investigação e realizar biópsia. 5- Achado altamente suspeito Prosseguir com investigação e realizar biópsia. 6- Achado com diagnóstico de câncer, mas não tratado. Encaminhamento para seguimento em unidade de referência de alta complexidade. Fonte: adaptado de Brasil (2015, p. 73) #PraTodosVerem: quadro explicativo da Classificação BI-RADS® e conduta para atenção primária. Existem fatores de risco causadores do câncer de mama, entretanto, é consi- derada uma doença multifatorial, ou seja, não é causada por um único moti- vo, e sim por um conjunto de fatores de risco que predispõem ao surgimento do câncer de mama (FELTRIN et al., 2021). São eles: Comportamentais ou ambientais “Obesidade e sobrepeso, após a menopausa; atividade física insuficiente (menos de 150 minutos de atividade física moderada por semana); consumo de bebida alcoólica; exposição frequente a radiações ionizantes (Raios-X, tomografia computadorizada, mamografia etc.); história de tratamento prévio com radioterapia no tórax” (BRASIL, 2023). 162 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I Aspectos da vida reprodutiva ou hormonais “Menarca antes dos 12 anos; nuliparidade; primeira gravidez após os 30 anos; menopausa após os 55 anos; uso de contraceptivos hormonais (estrogênio-progesterona); ter feito terapia de reposição hormonal (estrogênio-progesterona), principalmente por mais de cinco anos” (BRASIL, 2023). Hereditários ou genéticos “Histórico familiar de câncer de ovário; de câncer de mama em mulheres, principalmente antes dos 50 anos; e caso de câncer de mama em homem; alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2” (BRASIL, 2023). 6.1.2 CÂNCER DE COLO UTERINO O câncer de colo de útero é considerado a principal causa de morte entre as mulheres da América Latina. Entre os três tumores mais frequentes na popu- lação feminina, é o terceiro, sendo antecedido pelo câncer de mama e color- retal (BRASIL, 2016; OLIVEIRA, 2017). Comumente, o câncer de colo de útero tem progressão lenta, podendo evo- luir para lesão cancerígena invasiva entre 10 e 20 anos. Quando diagnosticado precocemente, é considerado tratável e curável, podendo chegar a taxas de quase 100% de cura (BRASIL, 2022). 163 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SISTEMA REPRODUTOR FEMININO Fonte: Freepik (2023). #PraTodosVerem: modelo anatômico do sistema reprodutor feminino segurado por profissional da saúde. O exame padrão ouro para o rastreio de câncer de colo de útero é a citologia oncótica, popularmente conhecida como Papanicolau, exame disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que permite identificar lesões precursoras, que, caso não sejam tratadas adequadamente, têm altos índices de evolução para câncer de colo uterino (BRASIL, 2022; BRASIL, 2011). A recomendação é para mulheres na faixa etária de 25 e 64 anos, que te- nham iniciado atividade sexual. O Ministério da Saúde recomenda que, ini- cialmente, o exame seja realizado anualmente. Caso obtenha-se resultados negativos por dois anos consecutivos, o exame pode ser realizado a cada triênio (BRASIL, 2022; BRASIL, 2011). 164 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDEDA MULHER I PREVENÇÃO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO Fonte: Freepik (2023). #PraTodosVerem: sistema reprodutivo bordado em roupa íntima feminina branca, com flores no interior. Como a incidência de casos de câncer de colo uterino é baixa em mulheres com mais de 64 anos, recomenda-se que, caso a mulher nunca tenha reali- zado a citologia oncótica, realize dois exames em intervalo de um a três anos, podendo ser realizado em Unidades Básicas de Saúde (UBS), coletado pelo enfermeiro ou por profissional capacitado (BRASIL, 2022). Trata-se de um exame simples, rápido, efetivo e praticamente indolor. Colocada em posição ginecológica, o enfermeiro faz a inspeção dos órgãos genitais externos. Posteriormente, o espéculo é introduzido no canal vaginal de modo que seja possível ver o colo de útero. A partir disso, o enfermeiro realizará a inspeção do colo de útero em busca de lesões ou alterações. Em seguida, realiza a coleta do material com a ajuda de uma espátula para as células da ectocérvice e uma escovinha para as células da endocérvice (BRASIL, 2022). “As amostras são colocadas em uma lâmina, fixadas e encaminhadas para análise em laboratório especializado em citopatologia” (BRASIL, 2022). 165 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Entre os fatores de risco estão para o câncer de colo de útero estão: • “Grupos com maior vulnerabilidade social: dificuldades econômicas e geográficas, insuficiência de serviços e questões culturais, como medo e preconceito dos companheiros” (OLIVEIRA, 2017, p. 167). Início precoce da atividade sexual. • Multiplicidade de parceiros. • Multiparidade. • Imunossupressão. • Tabagismo. • Uso prolongado de anticoncepcionais. • Higiene íntima inadequada. • Infecção pelo papilomavírus humano (HPV) (OLIVEIRA, 2017, p. 167). Sabe-se que a infecção por HPV é um forte fator de risco para o câncer de colo uterino. Além do colo uterino, o acometimento por HPV está relacionado a cânceres do ânus, vulva, vagina, pênis e orofaringe, todos considerados evitá- veis por meio de estratégias de prevenção primária (BRASIL, 2011). Dessa forma, a infecção pelo HPV leva ao câncer do colo uterino devido às lesões consequentes da infecção pelo vírus. Na maioria, as lesões de HPV são autocurativas. Entretanto, outras precisam de intervenção médica para o tra- tamento (BRASIL, 2011). 166 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I SIMBOLOGIA CONTRA O CÂNCER DE COLO UTERINO Fonte: ©gpointstudio, Freepik (2023) #PraTodosVerem: imagem de um estetoscópio e de um laço de fita azul-clara. Contudo, ainda existe o risco da infecção pelo HPV se cronificar e as lesões evoluírem para câncer invasivo do colo do útero, o que leva em média 15 a 20 anos em mulheres consideradas sadias e 5 a 10 anos em mulheres com siste- ma imunológico debilitado (BRASIL, 2011). Assim, essa longa progressão da doença pré-invasiva para o câncer de colo uterino é classificada de acordo com a nomenclatura citológica brasileira, de- nominada neoplasia intraepitelial cervical (NIC), categorizadas em NIC I, NIC II, NIC III, NIC IV e NIC V (BRASIL, 2022). “Gestantes têm o mesmo risco que não gestantes de apresentarem câncer do colo do útero ou seus precursores. O achado destas lesões durante o ciclo grávido puerperal reflete a oportunidade do rastreio durante o pré- natal. [...] o rastreamento em gestantes deve seguir as recomendações de periodicidade e faixa etária como para as demais mulheres, sendo que a procura ao serviço de saúde para realização de pré-natal deve sempre ser considerada uma oportunidade para o rastreio (A)” (BRASIL, 2011). 6.1.3 CÂNCER DE INTESTINO O câncer de intestino ou câncer de cólon e reto está entre os mais frequen- tes na população brasileira. Trata-se de um câncer rastreável, de evolução lenta, que se antecede pelo surgimento de lesões benignas, os chamados pólipos adenomatosos, por um período, aproximadamente, de 10 a 15 anos (BRASIL, 2013). 167 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Quando detectados, os pólipos intestinais adenomatosos são retirados, pro- cedimento conhecido por polipectomia, que reduz significativamente a in- cidência do câncer de intestino. Quando identificados como lesões cancerí- genas em estágios iniciais elevam a taxa de sobrevida e estimam redução da mortalidade em 90%. PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO CÂNCER DE INTESTINOPROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO CÂNCER CÉLULA NORMAL MUDANÇAS GENÉTICAS CÉLULA CANCERÍGENA DUPLICAÇÃO CÉLULAS CANCERÍGENAS MALIGNAS Fonte: ©brgfx, Freepik (2023) #PraTodosVerem: ilustração de um intestino saudável e um intestino com células cancerígenas em amarelo, aumentadas por uma lupa. Na parte inferior da imagem consta a evolução do processo: célula normal, seguida por célula cancerígena, multiplicação celular e várias células cancerígenas agrupadas. O exame conhecido por sangue oculto nas fezes é considerado como a principal estratégia para a detecção do câncer de colo uterino. Exame de baixa complexidade, não invasivo, de baixo custo, pode, no resultado, iden- tificar o sangue que não é visível a olho nu nas fezes, sendo forte indicador para a realização de outros tipos de exame para rastreio da doença, como a colonoscopia (BRASIL, 2013). Recomenda-se que todos os indivíduos entre 50 e 75 anos realizem rotinei- ramente exames de rastreamento para o câncer de cólon e reto, devido ao aumento expressivo da mortalidade por esse tipo de câncer nessa faixa etária (BRASIL, 2013). 168 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I Grau de recomendação A “Recomenda-se o rastreamento para o câncer de cólon e reto usando pesquisa de sangue oculto nas fezes, colonoscopia ou signoidoscopia, em adultos entre 50 e 75 anos.” (BRASIL, 2013, p. 75). Grau de recomendação C “Recomenda-se contra o rastreamento de rotina para câncer de cólon e reto em adultos entre 76 e 85 anos.” (BRASIL, 2013, p. 75). Grau de recomendação D “Recomenda-se contra o rastreamento de câncer de cólon e reto em pacientes de 85 ou mais.” (BRASIL, 2013, p. 75). Entre os fatores de risco para o câncer de intestino estão: FATORES DE RISCO PARA O CÂNCER DE INTESTINO Alimentação Nutrição Atividade física insuficiente AlcoolismoTabagismo Fonte: adaptado de Brasil (2023). #PraTodosVerem: esquema demonstrativo dos fatores de risco para o câncer de intestino. 169 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Os hábitos de alimentação, nutrição e atividade física estão fortemente rela- cionados ao câncer de intestino. ATIVIDADE FÍSICA Fonte: ©Drazen Zigic, Freepik (2023). #PraTodosVerem: praticando corrida na natureza. O diagnóstico do câncer de intestino pode ser feito pela investigação clíni- ca de sinais e sintomas, como a alteração dos hábitos intestinais, presença de massas abdominais, perda de peso repentina e sem dieta, anemia, dor abdominal e presença de sangue nas fezes. Entre os métodos diagnósticos também está a biópsia dos pólipos encontrados por meio de colonoscopia ou cirurgia (BRASIL, 2023). 6.2 VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER A violência contra a mulher é considerada um grave problema de saúde pú- blica e de violação de direitos. É definida como qualquer ato de violência que resulte em sofrimento, seja físico, moral, sexual ou mental para as mulheres, em qualquer ambiente ou circunstância. Dessa forma, a violência contra a mulher pode ser: 170 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEMNA SAÚDE DA MULHER I VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER Violência sexual Violência doméstica Violência familiar Violência moral Violência psicológica Violência física Violência de gênero Violência patrimonial Fonte: adaptado de Brasil (2006). #PraTodosVerem: esquema demonstrativo dos oito tipos de violência que podem ser praticados contra a mulher: violência moral, doméstica, familiar, física, gênero, psicológica, moral e patrimonial. Ela é causada, principalmente, por parceiros íntimos, como esposos, namora- dos, companheiros, ex-companheiros e é uma das grandes causas de morbi- dade e mortalidade feminina (FELTRIN et al., 2021). Em 2005, foi criada no Brasil, a Central de Atendimento à Mulher, estratégia que auxilia no atendimento a queixas e relatos de violências sofridas pelas mulheres. De acordo com o Código Penal Brasileiro, segundo o artigo 7º da Lei n. 11.340/2006, as formas de violência doméstica e familiar contra a mulher podem ser (BRASIL, 2006): Violência física Ações que transgridam a integridade ou saúde corporal. 171 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Violência psicológica Ações que transgridam o emocional, a autoestima, comportamentos, crenças e decisões, seja por meio de ameaças, constrangimento ou quaisquer outros que causem danos à saúde psicológica e autodeterminação. Violência sexual Ações que causem participação não desejada em atos que estejam ligados à sexualidade ou ao próprio ato sexual não desejado ou consentido, seja por ameaça, intimidação, constrangimento ou outros. Violência patrimonial Ações que prejudiquem objetos pessoais, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, recursos econômicos, valores, entre outros. Violência moral Ações que caracterizem calúnia, difamação ou injúria (BRASIL, 2006). A lei estabeleceu a criação de mecanismos que impeçam a violência do- méstica e familiar contra a mulher, com base na “prevenção, punição e erradicação da violência” (BRASIL, 2006), dispondo Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; alterando o Código de Processo Pe- nal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal, além de estabelecer “medi- das de assistência e proteção às mulheres que sofreram quaisquer tipo de violência” (BRASIL, 2006). 172 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I VIOLÊNCIA DOMÉSTICA Fonte: ©Dragana_Gordic, Freepik (2023). #PraTodosVerem: mulher deitada no chão se defendendo com as mãos. Dessa forma, cabe à União, estados, Distrito Federal e municípios a criação de ações articuladas que promovam estudos, pesquisas, campanhas educativas, parcerias com órgãos governamentais, entre outras diretrizes (BRASIL, 2006). Para saber mais das diretrizes da Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006, clique aqui. 6.2.1 CUIDANDO DE MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA A vivência da violência causada contra a mulher causa uma série de proble- mas de ordem psicológica, física, sexual, reprodutiva, o que pode levar a in- capacidades em curto e longo prazos. Entre os problemas físicos que podem ser ocasionados mais comumente estão (FELTRIN et al., 2021, p. 112) “lesões abdominais/torácicas, hematomas, lacerações, dores crônicas, incapacidades, fraturas, problemas gastrointestinais, danos oculares e limitação do funciona- mento físico”. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm 173 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 VIOLÊNCIA FÍSICA Fonte: ©master1305, Freepik (2023) #PraTodosVerem: mulher com hematoma no olho e lesão no canto da boca. No que diz respeito aos problemas sexuais e reprodutivos, podem ser encontra- dos (FELTRIN et al., 2021, p. 112): “distúrbios ginecológicos, infertilidade, doença inflamatória pélvica, complicações na gravidez, aborto espontâneo, disfunção sexual, infecções sexualmente transmissíveis, incluindo HIV/Aids, abortamento inseguro, gravidez indesejada, infecção urinária de repetição e dor pélvica”. VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER Fonte: Freepik (2023) #PraTodosVerem: mulher com os olhos fechados se defendendo com a mão de possível agressor, que está com as mãos em punho. 174 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I Já os problemas psicológicos e comportamentais podem ser citados (FEL- TRIN et al., 2021, p. 113): “abuso de álcool e drogas, depressão, transtorno de estresse pós-traumático, transtornos psicossomáticos, suicídio, implicações para a família das vítimas”. Além de todos os problemas relatados que podem ser desencadeados na mulher vítima de violência, também estão a implicação em fatores sociais e econômicos. Após o ocorrido, a mulher pode se tornar improdutiva por algum tempo ou de modo permanente, além de aumentar o uso de serviços de saú- de e sociais. Isso causa um gasto desnecessário para os cofres públicos, além de prejudicar a mulher e os familiares nas finanças (FELTRIN et al., 2021). AGRESSOR E VÍTIMA Fonte: ©KamranAydinov, Freepik (2023). #PraTodosVerem: mulher com a boca sendo fechada pelas mãos de um agressor. A Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006, prevê medidas legais de “assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar” (BRASIL, 2006). Essas ações devem estar articuladas com os “princípios e diretrizes contidos na Lei Orgânica da Assistência Social, no SUS e no Sistema Único de Segurança Pú- blica” (BRASIL, 2006). 175 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 6.2.2 VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: FATORES DE RISCO E CONSEQUÊNCIAS PARA A SAÚDE A violência é um tema complexo, multifatorial e envolve diversas áreas: so- ciais, econômicas, políticas, biológicas e jurídicas. Historicamente, a mulher é alvo de discriminação, inferioridade, preconceito, menosprezo, em virtude do sistema patriarcal existente e que ainda perdura na sociedade atual. A cul- tura era marcada pela dominação masculina sobre a mulher, cujo papel na sociedade era limitado e se restringia aos afazeres domésticos e à reprodução humana (FERNANDES; NARCHI, 2013). Algumas justificativas citadas para a violência contra a mulher estão correla- cionados ao peso da história que a mulher carrega pelo tempo. Alguns ho- mens, ao identificarem que não existe submissão, que desafiam ou colocam em jogo o papel patriarcal perante conhecidos e familiares, podem reagir com reações violentas, ameaçadoras, intimidadoras, entre outras que prejudicam fisicamente e psicologicamente a mulher (FERNANDES; NARCHI, 2013). AGRESSÃO CONTRA A MULHER Fonte: ©wayhomestudio, Freepik (2023). #PraTodosVerem: mulher com o rosto ferido fazendo gesto de “pare” com uma das mãos. A violência contra a mulher causa graves problemas à vida, pois pode afetar a saúde física, mental, laboral, relações interpessoais, qualidade de vida, geran- do maior risco de patologias de ordem mentais e doenças sexuais (FERNAN- DES; NARCHI, 2013). 176 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I Muitos profissionais de saúde ainda têm dificuldade de identificar uma mu- lher que está sendo vítima de violência. Normalmente, elas aparecem nos serviços de saúde com queixas de ansiedade, nervosismo, medo, pânico e in- sônia, que podem ser manifestações decorrentes da violência do cotidiano (FERNANDES; NARCHI, 2013). Considerando o exposto, é essencial que os profissionais de saúde que têm contato direto com a mulher tenham conhecimento dos fatores de risco e os determinantes da saúde que podem desencadear a violênciacontra a mu- lher (FERNANDES; NARCHI, 2013). USO ABUSIVO DE ÁLCOOL Fonte: ©jcomp, Freepik (2023). #PraTodosVerem: homem segurando copo e garrafa de bebida alcoólica. Alguns fatores de risco e determinantes de saúde estão associados ao agres- sor e outros à vítima. Entre os principais podem ser citados estão (FERNAN- DES; NARCHI, 2013): • baixo nível de escolaridade; • desemprego; • história pregressa de violência sofrida na infância; • história pregressa de abuso sexual na infância ou adolescência; • histórico de doenças psiquiátricas; 177 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 • uso abusivo de álcool e drogas; • vida sexual promíscua; • aceitação de violência e submissão; • antecedentes de violência praticada; • ausência de diálogo entre o casal; • crenças e ideologias; e • pensamento e convicção patriarcal. Entre as consequências para a saúde, vários problemas estão correlacionados, como problemas físicos, mentais, sexuais e de reprodução, abuso de álcool, tabaco e drogas, homicídio e suicídio, entre outros que podem surgir em cur- to e longo prazos (FERNANDES; NARCHI, 2013). Gestantes vítimas de violência podem evoluir com complicações na gestação, probabilidade de aborto espontâneo, prematuridade, entre outras consequên- cias que podem afetar a vida da mãe e do bebê (FERNANDES; NARCHI, 2013). Para minimizar a ocorrência dos casos de violência contra a mulher, progra- mas de prevenção primária podem ser desenvolvidos, promulgando leis e po- líticas em favor das mulheres, de modo que abordem a importância da mu- lher na sociedade, minimizando a discriminação e promovendo a igualdade de gênero (FERNANDES; NARCHI, 2013). 6.2.3 HUMANIZAÇÃO E ACOLHIMENTO À MULHER No conceito de saúde, a humanização pode ser definida como a avaliação da qualidade técnica e ética da assistência, aliada à consciência dos direitos do usuário, da subjetividade e das referências culturais, em termos de gêne- ro, etnia e raça, garantindo respeito aos problemas apresentados, situação econômica, orientação sexual e grupos populacionais menos favorecidos (SANTOS, 2018). 178 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I ACOLHIMENTO Fonte: ©pressfoto, Freepik (2023). #PraTodosVerem: pessoa segurando as mãos de uma mulher para dar apoio, acolher. A humanização, segundo a Política Nacional de Humanização na Atenção e Gestão do SUS (Humaniza SUS), é entendida como a avaliação dos diferentes sujeitos envolvidos no processo de produção da saúde. Alguns valores orien- tam essa política, entre eles autonomia e agência do sujeito, responsabilidade compartilhada entre os sujeitos, vínculos de solidariedade e participação co- letiva na prática de saúde (SANTOS, 2018). Para isso, é preciso ter à disposição algumas ferramentas. No contexto da as- sistência, pode-se destacar o acolhimento como uma fase do processo de tra- balho que todo o pessoal de saúde tende a buscar, "conquistar a atenção", atendendo às necessidades de quem acessa os serviços. Uma saudação não é um espaço físico, é uma atitude ética que não exige um horário ou profissio- nal específico. Na prática, significa compartilhar conhecimentos, necessida- des, oportunidades, medos e invenções (SANTOS, 2018). Sabemos que a humanização entre profissionais e público pode se expressar por meio de encontros produtivos, nos quais a experiência de cada membro contribui para o desenvolvimento do cuidado. Os trabalhadores devem in- cutir atitudes positivas para encorajar as mulheres a passarem de medidas preventivas para o tratamento de doenças. A presença da mulher na unidade básica de saúde tende a contribuir para a equipe de saúde (SANTOS, 2018). 179 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Assim, a humanização e acolhimento à mulher deve englobar as políticas que visam atenção integral à saúde da mulher propostas pelo Ministério da Saúde (SANTOS, 2018). HUMANIZAÇÃO Fonte: ©jcomp, Freepik (2023 #PraTodosVerem: profissional de saúde segurando as mãos de paciente. Várias diretrizes têm sido propostas pelo Ministério da Saúde para garantir que o programa da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) tenha continuidade em termos de humanização e qualidade da assistência, baseando-se em dados epidemiológicos e reivindicações de di- versos segmentos da sociedade para apresentar os princípios e diretrizes da PNAISM (SANTOS, 2018). A atenção à saúde deve ser pautada pelos princípios da humanização. As ati- tudes e posturas dos trabalhadores da saúde devem considerar o nível de co- nhecimento do corpo e do estado de saúde da mulher, tomando decisões de acordo com a situação e o momento da vida (SANTOS, 2018). 180 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I CONCLUSÃO Compreendemos, nesta unidade, a promoção e a prevenção à saúde da mu- lher no que consiste o câncer de mama, câncer de colo de útero e de intesti- no, com ações voltadas para o rastreamento, promovendo a prevenção desses agravos e, consequentemente, minimizando os riscos e melhorando o prog- nóstico. Com isso, compreendemos a importância da realização dos princi- pais exames de rastreio para os principais tipos de cânceres que acometem as mulheres, bem como a importância em fazer esse rastreamento dentro da periodicidade recomendada, de acordo com a história pessoal e familiar de cada mulher. Outro ponto importante abordado nesta unidade foi a violência contra a mu- lher, os fatores de risco e as consequências para cada vítima de agressão. Por fim, apontamos a importância da humanização e do acolhimento da mu- lher pelos profissionais de saúde, em especial o enfermeiro, dentro do am- biente de atenção à saúde. 181 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 MATERIAL COMPLEMENTAR Para saber mais sobre esse tema, leia os artigos a seguir: 1. CRUZ, M. S.; IRFFI, G. Qual o efeito da violência contra a mulher brasileira na autopercepção da saúde? Ciência & Saúde Coletiva, v. 24, p. 2531-42, 2019. 2.ARAÚJO, M. C. H.; ARAÚJO, A. H. I. M. Atuação da enfermagem em câncer de colo do útero no Brasil: revisão integrativa. Revista JRG de Estudos Acadêmicos, v. 5, n. 11, p. 429-42, 2022. 3.DOBIESZ, B. A. et al. Mortalidade por câncer colorretal em mulheres: análise de tendência no Brasil, estados e regiões. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 75, 2022. 4. SALA, D. C. P. et al. Rastreamento do câncer de mama na Atenção Primária à Saúde no Brasil: revisão sistemática. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 74, 2021. 5. XAVIER, A. A. P.; SILVA, E. G. Assistência de enfermagem no atendimento de mulheres em situação de violência na atenção básica. Revista de Iniciação Científica e Extensão, v. 2, n. esp. 2, p. 293- 300, 2019. https://www.scielosp.org/article/csc/2019.v24n7/2531-2542/ https://www.scielosp.org/article/csc/2019.v24n7/2531-2542/ https://www.scielosp.org/article/csc/2019.v24n7/2531-2542/ https://www.scielosp.org/article/csc/2019.v24n7/2531-2542/ http://www.revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/451 http://www.revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/451 http://www.revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/451 http://www.revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/451 https://www.scielo.br/j/reben/a/KT4JTpKFVFRXWNTyG8TzNKf/abstract/?lang=pt https://www.scielo.br/j/reben/a/KT4JTpKFVFRXWNTyG8TzNKf/abstract/?lang=pt https://www.scielo.br/j/reben/a/KT4JTpKFVFRXWNTyG8TzNKf/abstract/?lang=pt https://www.scielo.br/j/reben/a/KT4JTpKFVFRXWNTyG8TzNKf/abstract/?lang=pt https://www.scielo.br/j/reben/a/YJfxf3DCjnGbgTPHjdGZhMc/abstract/?lang=pthttps://www.scielo.br/j/reben/a/YJfxf3DCjnGbgTPHjdGZhMc/abstract/?lang=pt https://www.scielo.br/j/reben/a/YJfxf3DCjnGbgTPHjdGZhMc/abstract/?lang=pt https://www.scielo.br/j/reben/a/YJfxf3DCjnGbgTPHjdGZhMc/abstract/?lang=pt https://revistasfacesa.senaaires.com.br/index.php/iniciacao-cientifica/article/view/279 https://revistasfacesa.senaaires.com.br/index.php/iniciacao-cientifica/article/view/279 182 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I 183 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 REFERÊNCIAS ARANTES, R. 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climatério Doenças que acometem a vulva e a vagina Dez passos para um pré-natal de qualidade Preenchimento do cartão da gestante Exames de rotina Benefícios do aleitamento materno Direitos reprodutivos e sexuais Classificação BI-RADS® e conduta para atenção primária Apresentação da disciplina 1 POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE DA MULHER INTRODUÇÃO DA UNIDADE 1.1 POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE DA MULHER MATERIAL COMPLEMENTAR 2 INTEGRALIDADE NO PROCESSO DE CUIDAR EM ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER INTRODUÇÃO DA UNIDADE 2.1 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO APARELHO REPRODUTOR FEMININO E CICLO MENSTRUAL 2.2 CICLO REPRODUTIVO FEMININO E CLIMATÉRIO MATERIAL COMPLEMENTAR 3 AGRAVOS RELACIONADOS À SAÚDE DA MULHER INTRODUÇÃO DA UNIDADE 3.1 AGRAVOS RELACIONADOS À SAÚDE DA MULHER 3.2 INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (IST) MATERIAL COMPLEMENTAR 4 CUIDADOS DE ENFERMAGEM DURANTE O PERÍODO GESTACIONA INTRODUÇÃO DA UNIDADE 4.1 CUIDADOS DE ENFERMAGEM DURANTEA GESTAÇÃO 4.2 CUIDADOS DE ENFERMAGEM À MULHER COM INTERCORRÊNCIAS NA GESTAÇÃO MATERIAL COMPLEMENTAR 5 CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO PERÍODO PÓS-PARTO INTRODUÇÃO DA UNIDADE 5.1 CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO PERÍODO PÓS-PARTO 5.2 PLANEJAMENTO FAMILIAR MATERIAL COMPLEMENTAR 6 PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE DA MULHER INTRODUÇÃO DA UNIDADE 6.1 RASTREIO ONCOLÓGICO 6.2 VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER MATERIAL COMPLEMENTAR  Empoderamento feminino Plenitude da saúde feminina Princípios da Plano Nacional de Políticas para as mulheres (PNPM) Equidade de gênero Mulher grávida Objetivos do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) Áreas de atendimento priorizadas na assistência à saúde da mulher Saúde da mulher Objetivos gerais da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) Movimento feminista Câncer de mama Urbanização Maternidade e submissão da mulher Doenças cardiovasculares Atenção obstétrica Prevenção HIV/Aids Preservativo masculino Infecções sexualmente transmissíveis (IST) Violência Sistema reprodutor feminino Órgãos reprodutores internos da mulher Órgãos reprodutores externos da mulher Ciclo menstrual Fecundação do óvulo Cuidados na saúde da mulher Adolescência e puberdade: períodos marcados por mudanças Mudanças emocionais na adolescência Adolescência Puberdade e adolescência feminina Ciclo menstrual na adolescência Consulta de enfermagem Aparelho reprodutor feminino Ciclo reprodutivo feminino Climatério Mulher na fase da menopausa Menopausa e sexualidade Efeitos colaterais da TRH Contraindicações para a TRH Diferentes mulheres Histórico de enfermagem Autoexame das mamas Não à violência Dor pélvica Fatores de risco para miomatose uterina Fatores de risco para miomatose uterina Exame ginecológico Agravos ginecológicos Principais agravos da região pélvica feminina Consulta ginecológica Infertilidade Preservativo masculino Tratamento para sífilis Prevenção em saúde Prevenção do HIV/Aids Hábitos saudáveis Cuidado em enfermagem Prevenção Gestação Pré-natal Pré-natal na Unidade Básica de Saúde Pré-natal de baixo risco Assistência ao pré-natal Avaliação gestacional Gestação 40 semanas Infecção do trato urinário Intercorrências obstétricas Diabetes mellitus gestacional Equipe multiprofissional Pré-eclâmpsia Classificação Síndrome de Hellp Tipos de aborto Período pós-parto Bebê recém-nascido Sinais de perigo no pós-parto Avaliação do recém-nascido Métodos contraceptivos Extremo cansaço no pós-parto Psicose puerperal Principais intercorrências puerperais Aleitamento materno Fases do leite materno Planejamento familiar Orientações sobre saúde sexual e reprodutiva Desigualdade de gênero Saúde da mulher Direitos humanos das mulheres Métodos anticoncepcionais Anticoncepcional hormonal combinado oral Anticoncepcional injetável Consulta ginecológica Orientação Fertilidade Atenção do enfermeiro no planejamento familiar Respeito Rastreamento oncológico Ações estratégicas para o rastreio oncológico Rastreio de câncer de mama Sistema reprodutor feminino Prevenção câncer de colo de útero Simbologia contra o câncer de colo uterino Processo de desenvolvimento do câncer de intestino Fatores de risco para o câncer de intestino Atividade física Violência contra a mulher Violência doméstica Violência física Violência contra a mulher Agressor e vítima Agressão contra a mulher Uso abusivo de álcool Acolhimento Humanização _heading=h.rsv1px2skom6 _heading=h.mnkuuukkqwn3 _heading=h.iqqcol3e760o _heading=h.rsv1px2skom6 _heading=h.mnkuuukkqwn3 _heading=h.mnkuuukkqwn3 _heading=h.mnkuuukkqwn3 _heading=h.mnkuuukkqwn3 _heading=h.mnkuuukkqwn3