Logo Passei Direto
Buscar

SUSTENTABILIDADE E TURISMO

User badge image
Rafael Dias

em

Ferramentas de estudo

Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

2011
SuStentabilidade e turiSmo
Profa. Maria Antonietta Castro Pivatto
Prof. Maicon Mohr
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2011
Elaboração:
Profa. Maria Antonietta Castro Pivatto
Prof. Maicon Mohr
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
 
338.4791
M699s Mohr, Maicon
 Sustentabilidade e turismo / Maicon Mohr e Maria 
 Antonietta Castro Pivatto. Indaial : Uniasselvi, 2011.
 262 p. : il.
 Inclui bibliografia.
 ISBN 978-85-7830-465-2
1. Turismo - Sustentabilidade
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
 
III
apreSentação
De acordo com a Divisão de População das Nações Unidas, no final 
de 2011, o mundo terá 7 bilhões de habitantes (NATIONAL GEOGRAPHIC, 
2011). A quantidade de energia e recursos naturais necessários para manter 
uma população tão numerosa e crescente está acima da capacidade de 
reposição do planeta Terra, nos levando a um futuro perigoso.
É neste cenário que o modelo tradicional de desenvolvimento é 
repensado, e cada vez mais governo e sociedade civil buscam por alternativas 
sustentáveis, na esperança de reverter este quadro. E o setor turístico não 
poderia ficar de fora.
Segundo a Organização Mundial do Turismo, 935 milhões de 
passageiros passaram por aeroportos do mundo em 2010, um crescimento 
de 7% em relação ao ano anterior.
Dados da EMBRATUR apontam que o Brasil recebeu 5,161 milhões 
de turistas estrangeiros, um aumento de 7,5% em relação a 2009 (JÚNIOR, 
2011). 
Estes números só tendem a aumentar, seguindo a oscilação das 
moedas internacionais e da estabilidade econômica. Mas por trás destas boas 
notícias, esconde-se um fantasma assustador: a pressão por novos destinos, 
roteiros e serviços. Dentro do modelo tradicional de negócios, esta estrutura 
demanda pesquisa de mercado, planejamento, aplicação de recursos e 
treinamento de mão de obra qualificada.
Mas quando levamos em conta as novas demandas da sociedade, 
cada vez mais cobrando harmonia com a natureza, observamos que outros 
fatores precisam fazer parte do projeto: avaliação de impactos ambientais, 
preparação da comunidade local, cuidados específicos com saneamento, 
fornecimento de água, reciclagem de lixo, arquitetura etc.
Acredita-se que o ecoturismo é uma das alternativas que pode 
absorver estas demandas, porém toda a indústria do turismo necessita 
buscar sustentabilidade, visto que no futuro teremos menos oferta de novos 
destinos, sendo estes cada vez mais pressionados pelo excesso de visitação. 
Assim, este curso tem a grande missão de trazer aos estudantes de turismo 
uma nova perspectiva no seu caminho profissional, inserindo informações 
sobre meio ambiente, educação ambiental e sustentabilidade.
FONTE: <http://pt.wikinoticia.com/entretenimento/turismo/71932-o-numero-de-turistas-
no-mundo>. Acesso em: 8 ago. 2011.
IV
Esperamos com isso motivar uma nova percepção sobre a relação 
do homem com a natureza, tendo o turismo como ferramenta desta 
transformação.
Bons estudos!
Profa. Maria Antonietta Castro Pivatto 
Prof. Maicon Mohr
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
VI
VII
UNIDADE 1 – FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E DO ECOTURISMO ...................1
TÓPICO 1 – NOÇÕES GERAIS DE BIOLOGIA .............................................................................3
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................3
2 BOTÂNICA ..........................................................................................................................................6
3 ZOOLOGIA ........................................................................................................................................19
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................26
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................28
TÓPICO 2 – CARACTERIZAÇÃO DE MEIO AMBIENTE ...........................................................31
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................31
2 MEIO AMBIENTE E ECOLOGIA ...................................................................................................32
3 BIOMAS BRASILEIROS ..................................................................................................................35
4 PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DO AMBIENTE NATURAL .........................................42
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................44
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................46
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................48
TÓPICO 3 – ECOTURISMO ................................................................................................................51
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................51
2 DEFININDO O ECOTURISMO ......................................................................................................51
3 PLANEJAMENTO E GESTÃO INTEGRADA DO ECOTURISMO .........................................54
4 ECOTURISMO NO BRASIL ...........................................................................................................58
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................64AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................66
TÓPICO 4 – A EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DO TURISMO ......................................69
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................69
2 PRINCÍPIOS E OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL ..................................................72
3 MEIO AMBIENTE E REPRESENTAÇÃO SOCIAL .....................................................................74
4 RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E TURISMO ..................................................77
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................82
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................84
UNIDADE 2 – SUSTENTABILIDADE ..............................................................................................87
TÓPICO 1 – AS DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE ..........................................................89
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................89
2 AS DIMENSÕES SOCIAL E CULTURAL .....................................................................................91
3 AS DIMENSÕES ECOLÓGICA, AMBIENTAL E TERRITORIAL ...........................................95
4 A DIMENSÃO ECONÔMICA .........................................................................................................99
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................100
5 AS DIMENSÕES POLÍTICAS ........................................................................................................103
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................107
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................109
Sumário
VIII
TÓPICO 2 – A SOCIEDADE MODERNA E SEU PAPEL NA SUSTENTABILIDADE ...........111
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................111
2 CENÁRIO DEMOGRÁFICO DA SOCIEDADE MODERNA ...................................................113
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................116
3 O CONSUMISMO E SEUS IMPACTOS .......................................................................................117
4 DESENVOLVIMENTO INCLUDENTE ........................................................................................122
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................125
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................127
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................130
TÓPICO 3 – TURISMO E PLANEJAMENTO SUSTENTÁVEL ...................................................133
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................133
2 PLANEJAMENTO E GESTÃO DO TURISMO ............................................................................134
3 ATORES DO TURISMO SUSTENTÁVEL ....................................................................................139
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................152
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................154
TÓPICO 4 – CAPACIDADE DE CARGA NO TURISMO .............................................................157
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................157
2 CONCEITUAÇÃO E UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE DE CARGA ....................................158
3 DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE DE CARGA TURÍSTICA .........................................159
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................164
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................172
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................174
UNIDADE 3 – MODALIDADES TURÍSTICAS NO ESPAÇO NATURAL ...............................177
TÓPICO 1 – ECOTURISMO E TURISMO DE AVENTURA ........................................................179
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................179
2 ENVOLVIMENTO COM A NATUREZA .......................................................................................182
3 TURISMO CONTEMPLATIVO .......................................................................................................184
4 TURISMO DE AVENTURA ..............................................................................................................188
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................191
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................193
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................195
TÓPICO 2 – TURISMO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO .................................................197
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................197
2 SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO – SNUC ................................200
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................203
3 OS EFEITOS DO TURISMO NAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO...................................206
4 SUSTENTABILIDADE EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ..............................................209
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................213
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................216
TÓPICO 3 – TURISMO DE EXPERIÊNCIA .....................................................................................219
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................219
2 LAZER E EXPERIÊNCIA ...................................................................................................................220
3 ENVOLVIMENTO COM A COMUNIDADE LOCAL ...............................................................226
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................226
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................230
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................233IX
TÓPICO 4 – O IMPACTO AMBIENTAL DA ATIVIDADE TURÍSTICA ..................................235
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................235
2 TURISMO DE MASSA .....................................................................................................................235
3 OS IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELO TURISMO ..............................................238
4 TURISMO DE BAIXO IMPACTO ..................................................................................................243
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................246
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................248
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................250
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................253
X
1
UNIDADE 1
FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E 
DO ECOTURISMO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• fornecer informações básicas sobre biologia;
• promover a compreensão básica da botânica;
• promover a compreensão básica da zoologia;
• conhecer os conceitos de meio ambiente e ecologia; 
• conhecer os principais biomas brasileiros;
• compreender preservação e conservação do ambiente natural;
• compreender o conceito de ecoturismo;
• conhecer planejamento e gestão integrada do ecoturismo;
• compreender a realidade do ecoturismo no Brasil;
• conhecer os princípios e objetivos da educação ambiental;
• conhecer o conceito de meio ambiente e representação social;
• compreender a relação entre educação ambiental e turismo.
Esta Unidade está organizada em quatro tópicos, sendo que, em cada 
um deles, você encontrará atividades para uma maior compreensão das 
informações apresentadas.
TÓPICO 1 – NOÇÕES GERAIS DE BIOLOGIA
TÓPICO 2 – CARACTERIZAÇÃO DE MEIO AMBIENTE
TÓPICO 3 – ECOTURISMO 
TÓPICO 4 – A EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DO TURISMO
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
NOÇÕES GERAIS DE BIOLOGIA
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! Esta unidade tem como objetivo oferecer uma introdução 
sobre os Fundamentos do Meio ambiente e do Ecoturismo. Para o estudo desta 
disciplina, é de fundamental importância o conhecimento de alguns conceitos e 
características da Biologia, e de duas áreas específicas que a integram, que são a 
Botânica e a Zoologia. 
Vamos iniciar nossos estudos conhecendo um pouco mais sobre a 
Biologia. A palavra biologia significa “estudo da vida” (do grego bios “vida” e 
logos “estudo”). É a ciência que estuda os seres vivos e suas manifestações vitais. 
Procura entender o surgimento e a evolução da vida em nosso planeta, as relações 
dos seres vivos com o meio ambiente, seus métodos de sobrevivência, além de 
vários outros aspectos. 
A Biologia é uma ciência muito ampla e antiga. Sabemos que o homem 
primitivo já se preocupava em conhecer o funcionamento de seu corpo e do 
mundo ao seu redor. Mas historicamente, foi Aristóteles (384 a.C - 322 a.C) o 
primeiro a escrever sobre Biologia. Talvez você já o conheça por ser um grande 
filósofo grego, mas você sabia que Aristóteles foi o primeiro grande biólogo da 
Europa? A formulação do princípio de que todos os organismos estão totalmente 
adaptados ao meio em que vivem e a afirmação de que a natureza não despende 
energia desnecessariamente são dele.
Infelizmente, após a morte de Aristóteles, a biologia “adormeceu”, não 
houve uma continuidade de seus estudos e suas pesquisas quase foram perdidas. 
Somente no século XIV, no período da Renascença é que houve um recomeço 
nesta área. Isso ocorreu através da pretensão de vários artistas, em especial 
pintores e escultores, de entender perfeitamente a anatomia humana para poder 
retratá-las com perfeição em suas obras.
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E DO ECOTURISMO
4
FIGURA 1 – ARISTÓTELES – FILÓSOFO GREGO (384-322 A.C.)
FONTE: <http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%B3gica_aristot%C3%A9lica>. Acesso em: 31 jul. 2011.
Foi através das observações desses estudiosos e artistas, que tinham como 
objetivo principal entender melhor todas as formas de vida na Terra e retratá-las 
com maior realismo, que mais tarde chegou-se à conclusão de que os seres vivos 
podiam ser estudados mais a fundo se estivessem separados por áreas de estudo 
específicas.
NOTA
É possível que você tenha se surpreendido com a influência que o pensador 
grego, Aristóteles, teve sobre a Biologia. Isto não se atribui somente a ele, mas a inúmeros 
outros pensadores e artistas, que contribuíram para uma série de outras áreas. Por isso, é 
importante que você busque ampliar seus conhecimentos sobre a filosofia.
Sem dúvida nenhuma, a Biologia é um ramo de conhecimento que cresce 
em um ritmo bastante acelerado e o acúmulo de tanto conhecimento levou à 
subdivisão da Biologia em diversos ramos. Observe o quadro a seguir e entenda 
mais sobre os principais ramos de estudo da Biologia. 
TÓPICO 1 | NOÇÕES GERAIS DE BIOLOGIA
5
QUADRO 1 – OS PRINCIPAIS RAMOS DA BIOLOGIA
PRINCIPAIS RAMOS DA BIOLOGIA
Subdivisão O que estuda
Citologia ou Biologia 
Celular Estuda o componente básico dos seres vivos, a célula.
Histologia
Estuda a formação (origem), a morfologia (forma e estrutura) e o 
funcionamento dos tecidos. O estudo de citologia e de histologia 
frequentemente é realizado com o auxílio de microscópios, uma vez que 
a maioria das células não é visível a olho nu.
Anatomia Estudo morfológico das estruturas corporais macroscópicas, isto é, visíveis a olho nu.
Embriologia Estuda da formação e o desenvolvimento embriológico dos seres vivos.
Botânica Estuda plantas, algas (ficologia) e fungos (micologia) abrangendo o crescimento, o desenvolvimento, a fisiologia e a evolução destes organismos.
Zoologia É a área da Biologia que estuda os animais em todos os seus aspectos.
Fisiologia Estuda o funcionamento de células, tecidos, órgãos, sistemas e do indivíduo como um todo.
Genética Estuda a hereditariedade, isto é, o modo como certas características são transmitidas de uma geração a outra.
Evolução
Estuda o surgimento de novas espécies a partir de espécies preexistentes. 
Também investiga as modificações que os seres vivos apresentam durante 
intervalos de tempo relativamente longos.
Ecologia Estuda as relações entre os seres vivos e o ambiente em que vivem, além da distribuição e abundância dos organismos no planeta.
Sistemática Estuda a classificação dos seres vivos e as relações evolutivas que existem entre eles.
FONTE: Adaptado de: Aguiar et al. (2010a)
Como pudemos perceber, o desenvolvimento da Biologia não está 
unicamente relacionado aos novos conhecimentos e descobertas que surgem a 
todo o momento, mas essencialmente à importância dos temas biológicos no dia a 
dia das pessoas. Compreender os princípios biológicos nos ajuda a lidar de forma 
mais consciente com temas relacionados ao meio ambiente, noções de nutrição e 
higiene, desenvolvimento de hábitos saudáveis etc.
Caro acadêmico! Este tópico não é um resumo completo de toda a Biologia, é 
apenas um guia para que você possa ter as noções básicas. Portanto, é importante que você 
pesquise mais em livros, revistas e/ou internet sobre esta importante área de estudo. 
ATENCAO
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E DO ECOTURISMO
6
2 BOTÂNICA
Podemos conceituar Botânica como a parte da Biologia que estuda os 
vegetais em todos os aspectos possíveis e, por tradição, as algas e fungos. De 
acordo com Eichhorn et al. (2001), a palavra “botânica” provém do grego botané, 
que significa planta, e deriva do verbo boskein, “alimentar”. 
Vale lembrar que foi através de um grupo de algas clorófitas (algas verdes) 
que as plantastiveram sua origem. O passo seguinte foi a mudança destas algas 
do ambiente aquático para o terrestre o que tornou possível o desenvolvimento 
de muitos animais.
NOTA
O Reino Plantae é composto por aproximadamente 280.000 espécies e abriga 
organismos capazes de produzir o seu próprio alimento. Contudo, eles possuem necessidades 
específicas de determinados nutrientes presentes somente no solo, como por exemplo, os 
sais minerais.
Assim como em outros ramos da Biologia, a Botânica estuda o seu 
objeto principal, “as plantas”, através de uma grande variedade de níveis, 
desde o molecular, genético e bioquímico através de organelas, células, tecidos 
e a biodiversidade de plantas inteiras. No topo desta escala, plantas podem 
ser estudadas em populações, comunidades e ecossistemas (como acontece no 
ramo da Ecologia). Em cada um destes níveis um botânico pode se dedicar à 
classificação (taxonomia), estrutura (anatomia) ou função (fisiologia) da vida 
vegetal.
UNI
Caro acadêmico! Após esta etapa introdutória, vamos focalizar um pouco sobre 
a História da Botânica. Os fatos expostos neste item têm como base as informações postadas 
no seguinte site: <http://mundonanet.sites.uol.com.br/biologia9.html>.
FONTE: Adaptado de: <http://biologia-completa.blogspot.com/2011_03_01_archive.html>. 
Acesso em: 8 ago. 2011.
TÓPICO 1 | NOÇÕES GERAIS DE BIOLOGIA
7
Entre os primeiros estudos botânicos, escritos por volta de 300 a.C., estão 
dois grandes tratados de Teofrasto: “Sobre a História das Plantas” e “Sobre as 
Causas das Plantas”. Juntos, estes livros constituem-se na contribuição mais 
importante à ciência botânica durante a antiguidade e a Idade Média. 
Em 1665, usando um microscópio primitivo, Robert Hooke descobriu 
células em cortiça; pouco tempo depois em tecidos vegetais vivos. O alemão 
Leonhart Fuchs, o suíço Conrad Gessner, e os autores britânicos Nicholas 
Culpeper e John Gerard, publicaram Herbais (livros sobre ervas) com 
informações de usos das plantas.
Mas só no século XVIII foram realizados estudos mais aprofundados, 
como o do sueco Carl von Linné, que propôs uma nomenclatura para as 
plantas em que elas teriam dois nomes em latim: o primeiro indicaria o gênero 
e o segundo, a espécie, como por exemplo, a Laelia lobata, que popularmente 
conhecemos pelo nome de orquídea.
No Brasil, o estudo das plantas ganhou importância com a chegada 
da corte portuguesa em 1808. Neste ano, D. João VI fundou o Jardim Botânico 
do Rio de Janeiro, que se tornaria o centro da botânica nacional no século 
20. Pode-se dizer que a análise da flora brasileira, a mais rica do mundo, se 
iniciou com o alemão Carl Friedrich Philip von Martius que, entre 1817 e 1820, 
percorreu o país colhendo os mais variados tipos de plantas, resultando na 
obra Flora Brasiliensis, de 15 volumes. Esta obra começou a ser publicada em 
1840 e só terminou em 1906, muitos anos após a sua morte. 
FONTE: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Botânica>. Acesso em: 8 ago. 2011.
FONTE: <http://mundonanet.sites.uol.com.br/biologia9.html>. Acesso em: 30 jul. 2011.
FONTE: <http://mundonanet.sites.uol.com.br/biologia9.html>. Acesso em: 30 jul. 2011.
FONTE: <http://mundonanet.sites.uol.com.br/biologia9.html>. Acesso em: 30 jul. 2011.
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E DO ECOTURISMO
8
FIGURA 2 – CARL FRIEDRICH PHILIP VON MARTIUS – AUTOR DA OBRA “FLORA BRASILIENSIS”
FONTE: <http://florabrasiliensis.cria.org.br/info?history>. Acesso em: 29 jun. 2011.
DICAS
Para enriquecer seus estudos, você pode encontrar a versão on-line da obra 
“Flora Brasiliensis”: <www.florabrasiliensis.cria.org.br>. 
Por muitos séculos, todas as pessoas que estudavam a natureza eram 
chamadas naturalistas. A profissão de botânico teve seu início somente em 3 
de setembro de 1979, quando a faculdade de Biologia foi reconhecida.
UNI
Agora que já estudamos o conceito de Botânica e vimos alguns aspectos da sua 
história, vamos saber um pouco mais sobre o seu objeto de estudo: as plantas.
FONTE: <http://mundonanet.sites.uol.com.br/biologia9.html>. Acesso em: 30 jul. 2011.
TÓPICO 1 | NOÇÕES GERAIS DE BIOLOGIA
9
Levando em consideração suas características gerais, sabemos que as 
plantas são organismos eucariontes, pluricelulares e autótrofos e que apresentam 
uma particularidade marcante e primordial para o desenvolvimento da vida 
na terra, realizam a fotossíntese. No entanto, a fotossíntese também é realizada 
por representantes de outros reinos, como o Monera e Protoctista. Existem 
representantes desse reino em praticamente todos os ambientes de nosso planeta, 
tanto terrestres quanto aquáticos.
NOTA
As plantas são seres fotossintéticos e utilizam o Sol, a forma básica de energia, 
para produzir o próprio alimento. Por essa razão, são chamadas de autotróficas. As plantas 
são responsáveis por manter a maioria dos ecossistemas e, por isso, são essenciais para a 
vida na Terra.
A classificação das plantas baseia-se em diversos parâmetros importantes 
como a anatomia, embriologia, ecologia, genética molecular e bioquímica, é 
continuamente atualizada de acordo com as contribuições de pesquisas científicas.
Segundo Aguiar et al. (2010b, p. 6):
Ao longo do tempo, diversos sistemas de classificação foram 
propostos. Em muitos desses sistemas, as algas multicelulares eram 
incluídas no mesmo reino que as plantas, embora hoje seja consenso 
colocá-las no reino Proctista, juntamente com as algas unicelulares e os 
protozoários. Atualmente as plantas estão divididas em quatro grandes 
grupos: briófitas, que incluem os musgos e as hepáticas; pteridófitas, 
que incluem as samambaias; gimnospermas, que incluem os pinheiros 
e angiospermas, que incluem as plantas com frutos. Dentro de cada 
grupo, existem subgrupos com muitas divisões.
UNI
Veremos a seguir, de uma forma bastante resumida, as principais características 
dos grupos de plantas citados anteriormente. Os fatos expostos neste item têm como base 
as informações postadas no seguinte site:
<http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/reino-plantae/reino-plantae-10.php>.
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E DO ECOTURISMO
10
● BRIÓFITAS
Briófitas (grego: bryon “musgo”, phyton “planta”) são plantas 
avasculares, ou seja, não possuem vasos condutores de seiva. O transporte 
de substâncias se dá por difusão entre as células, e é um processo lento, o que 
limita seu tamanho (as briófitas são plantas de pequeno porte). As briófitas 
mais conhecidas são os musgos, as hepáticas e os antóceros. 
As briófitas são classificadas em três Filos:
→ Bryophytas – Os musgos, com gametófito organizado em rizoides, cauloide e 
filoides. 
FIGURA 3 – PARTES DAS BRIÓFITAS 
FIGURA 4 – MUSGO 
FONTE: <http://trabalhos.hd1.com.br/briofitas.html>. Acesso em: 29 jun. 2011.
FONTE: <http://trabalhos.hd1.com.br/briofitas.html>. Acesso em: 29 jun. 2011.
filóide
caulóide
Esporófito:
● diplóide
● fase passageira
● aclorofilado
● dependente
Gametófito
● haplóide
● fase duradoura
● clorofilado
● sustentável
rizóide
FONTE: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/capas/biologia/biologia.php>. Acesso 
em: 28 jun. 2011.
TÓPICO 1 | NOÇÕES GERAIS DE BIOLOGIA
11
→ Hepatophyta – As hepáticas, com gametófito prostrado, onde não ocorre a 
diferenciação entre filoides e cauloides. 
FIGURA 5 – HEPÁTICA 
FONTE: <http://trabalhos.hd1.com.br/briofitas.html>. Acesso em: 29 jun. 2011.
FIGURA 6 – HEPÁTICA
FONTE: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/reino-plantae/briofitas-4.php>. Acesso em: 
29 jun. 2011.
→ Anthocerophyta – Os antóceros (raros). O filo dos antóceros contém cerca de 
100 espécies descritas, sendo o gênero Anthoceros o mais conhecido.
FIGURA 7 – TIPO DE ANTÓCERO 
FONTE: <http://www.infoescola.com/biologia/antoceros-filo-anthocerophyta/>. Acesso em: 29 
jun. 2011.
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E DO ECOTURISMO
12
Importância das Briófitas
As briófitas são organismos pioneiros em uma sucessão ecológica, 
podem se desenvolver em rochas, e os produtos resultantes de sua atividadebiológica modificam este substrato de forma a permitir que outras espécies 
também possam se desenvolver nele. Dependendo do ambiente, a quantidade 
de carbono que estas plantas absorvem pode influenciar grandemente o 
ciclo biogeoquímico deste elemento. São também plantas bastante sensíveis 
à poluição atmosférica, sendo assim podem ser indicadoras de áreas muito 
poluídas, quando nestes locais a quantidade de briófitas é bastante reduzida. 
• PTERIDÓFITAS
As pteridófitas, assim como as briófitas, são plantas criptógamas 
(não possuem sementes, nem flores, nem frutos). Foram as primeiras plantas 
VASCULARES, ou seja, a apresentarem vasos condutores de seiva (xilema 
e floema), sendo que isto proporciona a elas reporem as perdas de água de 
forma mais eficaz, e atingirem maiores comprimentos, inclusive podendo 
apresentar porte arbóreo. Apresentam raízes, caules e folhas verdadeiros. As 
pteridófitas mais comuns são as samambaias, avencas, cavalinhas e selaginelas. 
O esporófito é autótrofo e possui esporângios, as estruturas produtoras de 
esporos.
As pteridófitas são classificadas em quatro Filos:
→ Pterophyta: samambaias e avencas.
FIGURA 8 – SAMAMBAIA AMERICANA (Nephrolepis exaltata) 
FONTE: <http://www.spflores.com.br/show.asp>. Acesso em: 29 jun. 2011.
FONTE: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/reino-plantae/reino-plantae-10.php>. 
Acesso em: 31 jul. 2011.
FONTE: Adaptado de: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/reino-plantae/reino-
plantae-10.php>. Acesso em: 31 jul. 2011.
TÓPICO 1 | NOÇÕES GERAIS DE BIOLOGIA
13
FIGURA 9 – AVENCA (Adiantum capillus) 
FONTE: <http://www.alienado.net/plantas-que-limpam-ambientes/>. Acesso em: 29 jun. 2011.
→ Psilotophyta: Psilotum.
FONTE: <http://www.biologados.com.br/botanica/taxonomia_vegetal/divisao_psilotophyta_
pteridofita.htm>. Acesso em: 29 jun. 2011.
FIGURA 10 – PLANTA DA ESPÉCIE (Psilotum nudum) 
→ Lycophyta: licopódios e selaginelas. 
FIGURA 11 – LICOPÓDIO 
FONTE: <http://verdeemfolha.blogspot.com/2010_12_01_archive.html>. Acesso em: 29 jun. 
2011.
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E DO ECOTURISMO
14
FIGURA 12 – SELAGINELAS
FONTE: <http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/por-dentro-das-celulas/uma-historia-vitoriosa>. 
Acesso em: 29 jun. 2011.
→ Sphenophyta: cavalinhas.
FIGURA 13 – CAVALINHA (Equisetum arvense) 
FONTE: <http://liberherbarium.blogspot.com/2011/05/workshop-sobre-ervas-magicas-1906-em.
html>. Acesso em: 29 jun. 2011.
Importância das Pteridófitas
São amplamente utilizadas como plantas ornamentais, sendo que 
inclusive, o caule da samambaiaçu serve para se fazer xaxim. Os atuais depósitos 
de carvão mineral (hulha), um importante combustível, foram formados a 
partir da fossilização de pteridófitas de porte arbóreo, de aproximadamente 
375-290 milhões de anos atrás. Algumas podem ser utilizadas na fabricação de 
alimentos e medicamentos.
FONTE: Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/reino-plantae/reino-
plantae-10.php>. Acesso em: 31 jul. 2011.
TÓPICO 1 | NOÇÕES GERAIS DE BIOLOGIA
15
• GIMNOSPERMAS
As gimnospermas são plantas de porte arbóreo, climas temperados, 
e vasculares (ou traqueófitas), pois apresentam vasos condutores de seiva. 
Ao contrário das briófitas e pteridófitas (criptógamas), formam estróbilos ou 
pinhas, as estruturas reprodutoras que abrigam os esporângios (as “flores” das 
gimnospermas), sendo então classificadas como fanerógamas. Estas plantas 
possuem sementes, todavia, não formam frutos. Na verdade, gimnosperma 
significa semente nua (mas têm casca!). Dentre as gimnospermas mais 
conhecidas estão os pinheiros, o pinheiro-do-paraná e as sequoias, que estão 
dentre as maiores árvores conhecidas atualmente. 
As gimnospermas são classificadas mais comumente em quatro Filos:
→ Coniferophyta: pinheiros, sequoia, araucária. 
FIGURA 14 – PINHEIRO-DO-PARANÁ (Araucária Angustifolia)
FONTE: <http://terceiroanobiologia.blogspot.com/2010/07/gimnospermas-as-gimnospermas-do-
grego.html>. Acesso em: 29 jun. 2011.
FONTE: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/reino-plantae/reino-plantae-10.php>. 
Acesso em: 31 jul. 2011.
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E DO ECOTURISMO
16
→ Cycadophyta: cicas (ornamentais). 
FIGURA 15 – CICA
FONTE: < https://pixabay.com/pt/photos/cicas-flor-sagu-palma-1541391/ >. Acesso em: 03 jun. 2019.
→ Gnetophyta: efedra – efedrina: estimulante do SNC e descongestionante nasal. 
FIGURA 16 – EFEDRA
FONTE: <http://www.imagejuicy.com/images/plants/e/ephedra/10/>. Acesso em: 29 jun. 2011.
TÓPICO 1 | NOÇÕES GERAIS DE BIOLOGIA
17
→ Ginkgophyta: somente uma espécie, a Ginkgo biloba. 
FONTE: <http://vidasimplesenatural.blogspot.com/2011/05/botanica.html>. Acesso em: 29 jun. 
2011.
Importância das gimnospermas
Este grupo é importante para a indústria madeireira e da celulose, 
inclusive, a araucária é uma espécie em risco de extinção devido à exploração 
excessiva. Para a indústria alimentícia, pois se beneficia da semente da araucária. 
A semente, conhecida como pinhão, é utilizada na alimentação humana e animal. 
Da Gnetophyta efedra e da Ginkgo biloba extraem-se substâncias utilizadas 
na indústria farmacêutica, que servem como estimulante do Sistema Nervoso 
Central e como descongestionante nasal no tratamento de pessoas asmáticas e no 
sentido de favorecer a irrigação cerebral e estimular a memória, respectivamente.
NOTA
Árvore viva mais velha! Um pinheiro bristlecone (Pinus longaeva), batizado 
de “Matusalém”, foi descoberto pelo Dr. Edmund Schulman (EUA), nas montanhas brancas, 
Califórnia, EUA, e datado em 1957 com a idade de 4,6 mil anos, embora cientistas aleguem 
haver exemplares mais antigos. Sua localização é mantida em sigilo, a fim de protegê-lo de 
vandalismo. Os anéis de crescimento de árvores como esta são ótimas fontes de dados sobre 
as mudanças climáticas. (GUINNESS WORLD RECORDS, 2010).
FIGURA 17 – GINKGO (Ginkgo biloba)
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E DO ECOTURISMO
18
● ANGIOSPERMAS
As angiospermas são as verdadeiras plantas superiores. É o grupo 
vegetal atual mais representativo e com a maior diversidade morfológica, 
variando de ervas a árvores, além de ser também o grupo com a maior 
distribuição geográfica e de ambientes (existem algumas espécies marinhas). 
São fanerógamas que além de produzirem flores, também produzem os frutos, 
que conferem proteção às sementes além de auxiliarem na sua dispersão 
(angios - urna, caixa). Antes de se entrar em detalhes sobre o ciclo de vida 
destas plantas, deve-se inicialmente analisar a estrutura das flores e frutos. 
As angiospermas são classificadas em apenas um Filo:
→ Magnoliophyta – todas das plantas com frutos.
FIGURA 18 – ÁRVORE COM FRUTOS
FONTE: <http://www.nistocremos.net/2011/03/arvore-e-frutos.html>. Acesso em: 31 jul. 2011.
Importância das Angiospermas
Como já visto anteriormente, elas são o grupo vegetal mais diverso e 
representativo. Sendo assim, são muito importantes para o homem em diversos 
aspectos, como a agricultura (são os principais componentes da dieta dos seres 
humanos), medicina (plantas medicinais), economia (indústria madeireira e 
de celulose) e ornamentação. Têm também papel fundamental na reciclagem 
do O2 e CO2 atmosféricos e regulação climática (as grandes florestas seriam 
grandes aparelhos de ar-condicionado). 
FONTE: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/reino-plantae/reino-plantae-10.php>. 
Acesso em: 31 jul. 2011.
FONTE: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/reino-plantae/reino-plantae-10.php>. 
Acesso em: 31 jul. 2011.
TÓPICO 1 | NOÇÕES GERAIS DE BIOLOGIA
19
UNI
Caro acadêmico! Agora que você aprendeu mais sobre as plantas e suas 
divisões, você já parou para pensar sobre a importância dos vegetais nas nossas vidas? Vamos 
entender um pouco mais sobre a importância das plantas?
São as plantas que fornecem o oxigênio necessário para a nossa respiração 
e absorvem o dióxido de carbono (importante gás do efeito estufa) através da 
fotossíntese, permitem a produçãode fibras para a confecção de tecidos, fornecem 
matéria-prima para a produção de papel (livros, revistas, jornais etc), especiarias 
para temperos, alimentos para o homem e para os animais, substâncias para o 
desenvolvimento de perfumes e medicamentos, madeira para a construção de 
casas e móveis, matéria-prima para combustíveis e uma série de outras utilidades 
que contribuem para o desenvolvimento humano de uma forma geral.
A Paleobotânica é uma área da Biologia que tem como principal objetivo o 
estudo dos fósseis das plantas. Ao investigar os fósseis de plantas primitivas e extintas, os 
paleobotânicos tentam utilizar características morfológicas para estabelecer relações de 
parentesco entre os diversos grupos de plantas, em diferentes momentos geológicos. Além 
disso, esse estudo também possibilita imaginar como seriam os ambientes onde essas 
plantas provavelmente se desenvolveram milhões de anos atrás. No Brasil existem diversos 
sítios paleobotânicos importantes nas regiões Nordeste e Sul.
FONTE: Aguiar et al. (2010b, p. 6).
ATENCAO
3 ZOOLOGIA 
A zoologia do grego, zoon “animal” é a área da Biologia que estuda os 
animais (AGUIAR et al. 2010a). E com base nesta definição, tão ampla, algumas 
perguntas podem surgir:
- Por que estudar os animais?
Assim como os animais, o homem também é resultado de um processo 
evolutivo. Desta forma, adquirir conhecimentos diversos, através da zoologia, 
é também compreender a natureza e a posição que ocupamos nela. 
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E DO ECOTURISMO
20
- Para que estudar os animais?
Primeiramente para conhecer suas estruturas, características e 
funcionamento, buscando sempre compreender suas relações evolutivas. É 
bom lembrar que grande parte dos conhecimentos adquiridos sobre os seres 
humanos conseguiu-se estudando outros animais.
- Como estudar os animais?
Advindas do conhecimento popular, da observação direta, de 
experimentos controlados e de pesquisas científicas, é que as informações sobre 
os animais foram sendo organizadas. Em Biologia as disciplinas costumam 
ser agrupadas em dois campos distintos. Um conhecido como o campo da 
Biologia Geral e outro como o campo da Biologia Comparada. Na primeira 
opção, os estudos têm como base os métodos experimentais, para estudar 
os mecanismos e os processos que governam os seres vivos. Já na Biologia 
Comparada estuda-se a biodiversidade usando a metodologia de comparação 
para descobrir os fatores ocasionados pela presença de seres vivos ou suas 
relações. 
Portanto, podemos dizer que o conhecimento técnico-científico sobre 
animais é adquirido pelos métodos comparativo e experimental. Cientistas são 
aqueles que formulam hipóteses a partir de fatos concretos, testam suas teorias, 
repetem seus experimentos e não temem em buscar a opinião de outros especialistas. 
É através da divulgação das descobertas científicas que se torna possível expandir 
um campo de investigação, seja relacionado aos animais, ou a outro tema.
Os animais sempre despertaram interesse e fascínio entre os homens. 
Este fato atravessa a história, relembrando um passado remoto onde pinturas 
destes, muitos hoje extintos, eram feitas no interior de cavernas. Apesar de todo 
esse interesse, foi através do trabalho do filósofo grego Aristóteles, “História dos 
animais”, que a zoologia passou a ser de fato ciência. Ele reuniu todos os fatos 
zoológicos conhecidos até então, e lançou um sistema de classificação para todos 
os animais. 
Dentre importantes obras que surgiram após a publicação de Aristóteles, 
podemos destacar a do naturalista sueco, Carl Von Linné (1707-1778), mais 
conhecido como Lineu, que criou o sistema nominal adotando dois nomes em 
latim (gênero e espécie) que é usado até os dias de hoje. Nascia assim a taxonomia 
(do grego, táxis, classificação, e nomos, regra).
 No sistema criado por Lineu, o nome da espécie é composto por duas 
palavras. A primeira significando o gênero e a segunda, o epíteto (palavra que 
qualifica o substantivo) específico. As espécies deverão ter seus nomes escritos, 
usando o efeito tipográfico itálico, ou sublinhado, sendo que somente a primeira 
letra do gênero deverá ser maiúscula.
FONTE: Adaptado de: <http://www.achetudoeregiao.com.br/animais/o_que_e_zoologia.
htm>. Acesso em: 8 ago. 2011.
TÓPICO 1 | NOÇÕES GERAIS DE BIOLOGIA
21
Exemplos:
Homo sapiens (Homo = humano, sapiens = sábio); 
Canis familiaris (Canis = cão, familiaris = da família).
 
Em 1758, Lineu organizou os animais em: Reino – Filo – Classe – Ordem – 
Família – Gênero e Espécie. E foi a partir de sua importante contribuição, que se 
estabeleceu o Código Internacional de Nomenclatura Zoológica, periodicamente 
aprimorado por zoólogos de diversos países. O objetivo deste código é promover 
a estabilidade e a universalidade dos nomes científicos dos animais, para que 
qualquer zoólogo, independente de sua língua consiga divulgar suas pesquisas e 
compreender outras publicações.
FIGURA 19 – CARL VON LINNÉ (LINEU)
FONTE: <http://maurenj.blogspot.com/2011/03/taxonomia-de-lineu.html>. Acesso em: 29 jun. 
2011.
NOTA
Johann Friedrich Theodor Müller, mais conhecido como Fritz Müller, foi um 
cientista alemão que viveu em Santa Catarina, principalmente na cidade de Blumenau, no 
período de 1852 até o ano de sua morte em 1897. Foi responsável pelo desenvolvimento de 
importantes trabalhos na área de Zoologia e Botânica, perpetuando-se entre os melhores 
cientistas com trabalhos desenvolvidos no Brasil.
Seguindo com nosso estudo do Reino Animal, podemos perceber que 
conforme a especialização aumenta, mais restritas se tornam as vertentes de 
estudo. Vamos conhecer agora alguns ramos de estudo específicos dentro da 
Zoologia:
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E DO ECOTURISMO
22
• entomologia: estudo dos insetos;
• ornitologia: estudo das aves;
• mastozoologia: estudo dos mamíferos;
• ictiologia: estuda os peixes;
• herpetologia: estuda as serpentes;
• malacologia: estuda os moluscos;
• helmintologia: estuda os vermes;
• ficologia: estuda as algas;
• cinologia: estuda os cães e assim por diante.
UNI
Agora que você já viu como o conceito e algumas particularidades da Zoologia, 
você precisa ter algumas noções sobre a distribuição dos animais nas diversas regiões e 
ambientes do planeta Terra. É o que faremos na sequência.
A Terra inicialmente foi conquistada pelos vegetais, depois pelos 
seres invertebrados e finalmente pelos seres vertebrados. Desde os animais 
mais primitivos até os milhões de espécies conhecidos atualmente, muitas 
mudanças evolutivas ocorreram.
Dentro da diversidade animal, vários aspectos importantes devem 
ser analisados. Existem algumas diferenças aplicadas por grupos e outras 
individualmente. Estas diferenças fazem parte de um universo amplo, sendo 
assim, a seguir apresentaremos apenas algumas delas:
• Dimorfismo sexual – em que a diferença entre machos e fêmeas pode ser 
claramente identificável. Ou não tão claras, pelo menos externamente, onde 
fica impossível fazer a distinção do sexo a olho nu, precisando recorrer a 
exames laboratoriais específicos.
• Dimorfismo juvenil – em que o formato jovem de um animal pode ser 
completamente diferente do formato adulto da mesma espécie.
• Tamanho – característica em que a ordem de grandeza pode ser notada 
entre baleias e animais microscópicos.
• Morfologia – as diferenças relacionadas com a organização, ou seja, com 
o estudo da estrutura dos animais, são encontradas não apenas na forma 
externa, mas também na forma interna. 
TÓPICO 1 | NOÇÕES GERAIS DE BIOLOGIA
23
• Fisiologia – em consequência do estudo das diferenças na estrutura/
forma dos animais, uma exigência de atividades diferentes, por exemplo, 
nos modos de locomoção e ingestão de alimentos surgiram. Entra então o 
estudo do funcionamento dos organismos.
• Simetria – é a divisão imaginária do corpo de um ser em metades opostas, 
que devem ser simétricas entre si; basicamente os elementos de simetria são 
eixos e planos. Eixoé uma reta que atravessa o centro do corpo, de tal modo 
que ao longo desta reta as partes do corpo se repetem. Plano é a superfície 
que divide o corpo em partes de tal modo que uma é a imagem especular da 
outra.
• Habitat – a diversidade animal também é expressa na variedade de 
habitats que eles ocupam; geralmente acredita-se que os animais tenham se 
originado nos oceanos arqueozoicos, bem antes do primeiro registro fóssil. 
Cada ambiente diferente - floresta, deserto, oceano, lago, rio, contém sua 
diversidade animal característica.
A distribuição dos animais é limitada pela existência de ambientes 
adequados à sua sobrevivência e estando este ambiente sujeito às alterações 
naturais ou artificiais, eles buscam novos locais para habitarem. 
A disponibilidade de alimento é fator muito importante na distribuição 
dos animais, assim como temperatura, água, competidores naturais, 
predadores, entre outros.
Os próprios seres vivos servem de meio para outros organismos, 
constituindo assim um tipo especial de ambiente, conhecido como meio 
biológico. Muitos organismos vivem no interior ou na superfície de outros em 
associações íntimas, conjuntamente chamadas de simbiose. 
Além da diversidade e distribuição, é importante, estudarmos um pouco 
mais detalhadamente as características e a classificação dos animais.
Os animais são organismos pluricelulares, eucarióticos, formados por 
tecidos bastante diferenciados e órgãos com funções específicas. Seus sistemas 
e órgãos desempenham diferentes funções permitindo a sobrevivência. Sem 
dúvida uma das características mais importantes dos animais é o fato de serem 
heterótrofos, ou seja, incapazes de sintetizar seu próprio alimento. (AGUIAR et 
al., 2010a).
Segundo a sua classificação, os animais estão divididos em:
FONTE: Adaptado de: <http://www.achetudoeregiao.com.br/animais/o_que_e_zoologia.
htm>. Acesso em: 8 ago. 2011.
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E DO ECOTURISMO
24
QUADRO 2 – CLASSIFICAÇÃO DOS ANIMAIS
PORÍFEROS: São os animais mais simples; sua inclusão entre os animais levou tempo para 
ocorrer, principalmente por sua mobilidade. As esponjas são aquáticas, sendo a maioria 
marinha. São muito diferentes dos demais animais, classificando-se em um sub-reino: Parazoa. 
Os outros animais pertencem ao sub-reino Eumetazoa. 
CNIDÁRIOS: Antigamente denominados celenterados, nesse grupo encontram-se animais 
aquáticos, em sua maioria marinhos e com sistema radial. Alguns, como as medusas, deslocam-
se livremente; as anêmonas vivem fixadas a um substrato.
PLATELMINTOS: Reúne animais de corpo achatado, que vivem em ambientes úmidos, em 
águas doces ou salgadas ou no interior de outros seres, parasitando-os. São exemplos a planária 
e a tênia.
NEMATOIDES: Fazem parte desse grupo animais de corpo cilíndrico, com as pontas afiladas. 
São encontrados em diversos ambientes e alguns são parasitas. Exemplo: a lombriga e o bicho 
geográfico.
MOLUSCOS: É um grupo de animais com aparência bastante diversificada, mas algumas 
características comuns. Incluem os bivalves (ostras e mariscos), os gastrópodes (lesmas, caracóis, 
e caramujos) e os cefalópodes (polvos, sépias e lulas).
ANELÍDEOS: Reúne animais de corpo cilíndrico dividido em anéis. Vivem em água doce ou em 
solo úmido. Como representantes desse grupo temos a minhoca, a sanguessuga e os poliquetos.
ARTRÓPODES: É o grupo de animais com maior número de espécies. Sua principal 
característica é que seu corpo encontra-se coberto por um exoesqueleto resistente, mas leve, 
capaz de protegê-lo e facilitar o movimento.
EQUINODERMOS: É o grupo do ouriço-do-mar e da estrela-do-mar. Os animais adultos 
geralmente têm simetria radial, como os cnidários. Sua estrutura, no entanto, é complexa e eles 
estão relacionados evolutivamente aos vertebrados.
CORDADOS: Alguns cordados, denominados vertebrados, têm um esqueleto interno com 
coluna vertebral e crânio. Nesse grupo estão os peixes, os anfíbios, os répteis e os mamíferos.
FONTE: Enciclopédia do Estudante (2008).
DICAS
Caro acadêmico! Para aprofundar o conteúdo, sugerimos uma visita ao site: Só 
Biologia: <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Biologia/>.
TÓPICO 1 | NOÇÕES GERAIS DE BIOLOGIA
25
DICAS
Acesse o site do Ministério do Meio Ambiente: <www.mma.gov.br> e pesquise 
o conteúdo apresentado nos dois volumes do “LIVRO VERMELHO DAS ESPÉCIES DA FAUNA 
BRASILEIRA AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO”. Lembre-se de que é importante conhecer para 
preservar!
26
Neste tópico vimos que:
• Biologia é a ciência que estuda os seres vivos e suas manifestações vitais.
• A Botânica é a parte da Biologia que estuda os vegetais em todos os aspectos 
possíveis e, por tradição, as algas e fungos.
• O Reino Plantae é composto por aproximadamente 280.000 espécies.
• Em 1665, usando um microscópio primitivo, Robert Hooke descobriu células 
em cortiça; pouco tempo depois em tecidos vegetais vivos.
● As plantas são organismos eucariontes, pluricelulares e autótrofos e que 
apresentam uma particularidade marcante e primordial para o desenvolvimento 
da vida na terra, realizam a fotossíntese.
• Atualmente as plantas estão divididas em quatro grandes grupos: briófitas, 
pteridófitas, gimnospermas e angiospermas. Dentro de cada grupo, existem 
subgrupos com muitas divisões.
• Briófitas são plantas avasculares, ou seja, não possuem vasos condutores de 
seiva.
• Pteridófitas são plantas criptógamas, foram as primeiras plantas a apresentar 
vasos condutores de seiva e atingir maiores comprimentos. Apresentam raízes, 
caules e folhas verdadeiros.
• As gimnospermas são plantas de porte arbóreo, apresentam vasos condutores 
de seiva, possuem sementes, todavia, não formam frutos.
• As angiospermas são as verdadeiras plantas superiores. É o grupo vegetal 
atual mais representativo e com a maior diversidade morfológica. Produzem 
sementes, flores e frutos.
• As plantas fornecem o oxigênio necessário para a nossa respiração, absorvem 
dióxido de carbono através da fotossíntese, permitem a produção de 
matéria-prima para a produção de diversos materiais que contribuem para o 
desenvolvimento humano de uma forma geral.
• Zoologia é o ramo da Biologia que estuda todos os aspectos da biologia animal, 
inclusive as relações existentes entre estes seres e o ambiente em que vivem. 
RESUMO DO TÓPICO 1
27
• Grande parte dos conhecimentos adquiridos sobre os seres humanos conseguiu-
se estudando outros animais.
• O naturalista sueco, Carl Von Linné, mais conhecido como Lineu, criou o 
sistema binominal de classificação que é usado até os dias de hoje. Nascia 
assim a taxonomia (do grego, táxis, classificação, e nomos, regra).
• A partir do trabalho de Lineu se estabeleceu o Código Internacional de 
Nomenclatura Zoológica. O objetivo deste código é promover a estabilidade e 
a universalidade dos nomes científicos dos animais.
• Fritz Müller foi um cientista alemão que viveu em Santa Catarina, principalmente 
na cidade de Blumenau, no período de 1852 até o ano de sua morte em 1897. 
Foi responsável pelo desenvolvimento de importantes trabalhos na área de 
Zoologia e Botânica.
• Os animais são pluricelulares, eucarióticos, formados por tecidos diferenciados 
e órgãos com funções específicas. Uma das características mais importantes 
dos animais é o fato de serem heterótrofos, ou seja, incapazes de sintetizar seu 
próprio alimento.
28
1 Qual é o objeto de estudo da Evolução?
a) Estuda a classificação dos seres vivos e as relações evolutivas que existem 
entre eles.
b) Estuda o surgimento de novas espécies a partir de espécies preexistentes. 
Também investiga as modificações que os seres vivos apresentam durante 
intervalos de tempo relativamente longos.
c) Estuda a classificação dos seres vivos através das relações evolutivas que 
existem entre eles.
d) Estuda o surgimento de novas espécies a partir de espécies já existentes, 
além de investigar as semelhanças que os seres vivos apresentam durante 
intervalos de tempo relativamente longos.
2 Levando emconsideração suas características gerais, sabemos que as plantas 
são organismos:
a) Eucariontes, pluricelulares e autótrofos e que apresentam uma particularidade 
marcante e primordial para o desenvolvimento da vida na terra, realizam a 
fotossíntese.
b) Monera e Protoctista.
c) Eucariontes, pluricelulares e autótrofos.
d) Monera e Protoctista e que apresentam uma particularidade marcante e 
primordial para o desenvolvimento da vida na terra, realizam a fotossíntese.
3 Sobre os aspectos da diversidade animal, pode-se afirmar:
I- Dimorfismo sexual – em que o formato jovem de um animal pode ser 
completamente diferente do formato adulto da mesma espécie.
II- Dimorfismo juvenil – em que a diferença entre machos e fêmeas pode ser 
claramente identificável. Ou não tão claras, pelo menos externamente, onde 
fica impossível fazer a distinção do sexo a olho nu, precisando recorrer a 
exames laboratoriais específicos.
III- Tamanho – característica em que a ordem de grandeza pode ser notada 
entre baleias e animais microscópicos.
IV- Morfologia – as diferenças relacionadas com a organização, ou seja, com 
o estudo da estrutura dos animais, são encontradas não apenas na forma 
externa, mas também na forma interna. 
V- Fisiologia – é a divisão imaginária do corpo de um ser em metades opostas, 
que devem ser simétricas entre si; basicamente os elementos de simetria são 
eixos e planos. Eixo é uma reta que atravessa o centro do corpo, de tal modo 
que ao longo desta reta as partes do corpo se repetem. 
AUTOATIVIDADE
29
Agora, assinale a alternativa CORRETA:
a) As sentenças I e II estão corretas.
b) As sentenças II e III estão corretas.
c) As sentenças I, II e V estão corretas.
d) As sentenças III e IV estão corretas.
4 Alguns cordados, denominados vertebrados, têm um esqueleto interno com 
coluna vertebral e crânio. Assinale a alternativa que não corresponde a um 
cordado:
a) Peixes.
b) Anfíbios.
c) Répteis.
d) Ostras.
5 Assinale a alternativa incorreta:
a) Biologia é a ciência que estuda os seres vivos e suas manifestações vitais.
b) A Botânica é a parte da Biologia que estuda os vegetais em todos os aspectos 
possíveis e, por tradição, as algas e fungos.
c) Zoologia é o ramo da Biologia que estuda alguns dos aspectos da biologia 
animal, inclusive as relações existentes entre estes seres e o ambiente em que 
vivem. 
d) Os animais são pluricelulares, eucarióticos, formados por tecidos 
diferenciados e órgãos com funções específicas.
30
31
TÓPICO 2
CARACTERIZAÇÃO DE MEIO AMBIENTE
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
No tópico anterior aprendemos sobre a importância da fauna e da flora para 
o meio ambiente. Você já se deu conta de que o mundo como o conhecemos hoje 
não existiria se não fosse a interação dos seres vivos? Essa interação é responsável 
pelo mundo que conhecemos. E nossa existência é totalmente dependente dessa 
verdade. Desde o ar que respiramos, produzido através da fotossíntese, até nossas 
roupas, alimentos, combustíveis e tudo o mais que imaginar.
NOTA
Fotossíntese é um processo fisioquímico realizado por vegetais que possuem 
clorofila através da sintetização de dióxido de carbono e água. Como resultado deste 
processo, a planta obtém glicose, amido e celulose, eliminando oxigênio. Para isso usa a 
energia luminosa vinda do sol. Para saber mais, acesse: <http://pt.wikipedia.org/wiki/
Fotoss%C3%ADntese>.
Além do suporte para nossa existência, existe um fator muito importante 
que desenvolvemos ao longo da evolução: a Biofilia. A biofilia pode ser definida 
como o amor ou atração por vida, uma tendência natural do ser humano de voltar 
sua atenção às coisas vivas (WILSON, 2003). É o que explica nosso prazer em ter 
animais de estimação por perto, flores e visitar ambientes naturais. É neste ponto 
que o meio ambiente passa a ser foco de interesse do turismo, especialmente do 
ecoturismo, como veremos no Tópico 3.
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E DO ECOTURISMO
32
FIGURA 20 – A BIOFILIA EXPLICA O AMOR QUE OS SERES HUMANOS SENTEM POR SEUS ANIMAIS 
DE ESTIMAÇÃO
FONTE: <http://www.imagensdahora.com.br/clipart/cliparts_path/124/cachorro_desenho_
com_dono/>. Acesso em: 19 jul. 2011.
2 MEIO AMBIENTE E ECOLOGIA
Em nossas vidas é comum ouvirmos falar em Meio Ambiente e Ecologia, 
quase que diariamente. É muito importante que saibamos o real significado 
destas expressões.
● Meio Ambiente
Para compreender o que é meio ambiente, tome você mesmo como 
referência. Agora procure lembrar-se de tudo com o que você se relaciona, seja 
vivo ou não. Muito bem, este é o seu meio ambiente.
Na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente celebrada 
em Estocolmo, em 1972, definiu-se o meio ambiente da seguinte forma: “O 
meio ambiente é o conjunto de componentes físicos, químicos, biológicos e 
sociais capazes de causar efeitos diretos ou indiretos, em um prazo curto ou 
longo, sobre os seres vivos e as atividades humanas.”
Então, o meio ambiente de um ser vivo é representado por tudo 
aquilo que o rodeia e o influencia, sendo constituído por fatores bióticos e 
abióticos. São fatores bióticos do seu meio ambiente aqueles seres vivos com 
quem você compartilha este espaço, ou seja, com quem você interage, direta 
ou indiretamente. 
FONTE: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Meio_ambiente>. Acesso em: 8 ago. 2011.
FONTE: <http://diariodoverde.com/definicao-de-meio-ambiente-e-ecologia/>. Acesso em: 8 
ago. 2011.
TÓPICO 2 | CARACTERIZAÇÃO DE MEIO AMBIENTE
33
O Meio Ambiente Biótico inclui alimentos, plantas e animais, e suas 
relações recíprocas e com o meio abiótico. A sobrevivência e o bem-estar 
do homem dependem em grande parte dos alimentos que come, tais como 
frutas, verduras e carne. Depende igualmente de suas associações com outros 
seres vivos. Por exemplo, algumas bactérias do sistema digestivo do homem 
ajudam-no a digerir certos alimentos.
Os fatores abióticos por sua vez, são aqueles do ambiente físico que 
influenciam o ser vivo, como por exemplo, a temperatura, a água, a luz, o relevo, 
a pressão, o teor de oxigênio, entre outros. 
O Meio Ambiente Abiótico é constituído por diversos objetos e forças que 
se influenciam entre si e influenciam a comunidade de seres vivos que os cercam. 
O Portal Educação cita como exemplo:
A corrente de um rio pode influir na forma das pedras que fazem ao 
longo do fundo do rio. Mas a temperatura, limpidez da água e sua composição 
química também podem influenciar toda sorte de plantas e animais e sua 
maneira de viver. Um importante grupo de fatores ambientais abióticos 
constitui o que se chama de tempo. 
Tanto o meio ambiente abiótico quanto o biótico atuam um sobre o 
outro para formar o meio ambiente total dos seres vivos e dos ecossistemas.
● Meio ambiente natural
O Meio Ambiente Natural é aquele que já existia antes do surgimento 
do ser humano. Os recursos naturais, de uma forma geral, bióticos ou abióticos 
são componentes estruturais do meio ambiente natural. A inter-relação entre os 
elementos que compõem esta classe também é um fator de suma importância 
para sua compreensão. Certamente que com o surgimento do ser humano, este, 
como ser animal que é, acabou se tornando elemento do meio ambiente natural.
● Meio ambiente artificial
O Meio Ambiente Artificial é um contraponto ao Meio Ambiente Natural. 
O próprio termo “artificial” já demonstra ser um bem que não se harmoniza 
com a ideia implícita ao “natural”. Objetivamente, costuma-se vincular o meio 
FONTE: <http://www.achetudoeregiao.com.br/animais/meio_ambiente.htm>. Acesso em: 
26 jul. 2011.
FONTE: <http://www.portaleducacao.com.br/direito/artigos/8735/meio-ambiente>. Acesso 
em: 26 jul. 2011.
FONTE: <http://www.achetudoeregiao.com.br/animais/meio_ambiente.htm>. Acesso em: 
26 jul. 2011.
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E DO ECOTURISMO
34
ambiente artificial aos bens ambientais que foram alterados pelos seres humanos. 
Assim, a artificialidade seria uma característica do meio ambiente natural que foi 
modificado pelo homem e quepor isso não seria mais natural.
FIGURA 21 – A METRÓPOLE DE SÃO PAULO É UM EXEMPLO DE AMBIENTE ARTIFICIAL
FONTE: <http://www.imagensgratis.com.br/imagens/original/fotos-da-sao-paulo.jpg&imgrefurl>. 
Acesso em: 19 jul. 2011.
● Meio ambiente cultural
O Meio Ambiente Cultural é uma associação entre o Meio Ambiente 
Artificial com valores culturais, artísticos, históricos, ou paisagísticos. Outra 
compreensão do Meio Ambiente Cultural é otimizada, de modo a que abrange 
duas dimensões: a dimensão concreta, formada pelos bens artificiais de valores 
culturais, artísticos, históricos, entre outros, e a dimensão abstrata, que trata 
da cultura propriamente dita.
Os recursos naturais são elementos da natureza, que possuem utilidade 
para o homem. Eles podem ser renováveis, como a fauna, a flora, as águas, a 
energia solar e do vento; ou ainda não renováveis, como o petróleo, o gás e os 
minérios em geral.
Atualmente nossa sociedade vive de tal modo que precisa de quantidades 
cada vez maiores de recursos naturais para produzir energia, seus bens de consumo 
e obter alimentos. Deste modo, exploramos nossos recursos renováveis e não 
renováveis, muitas vezes em um lugar do planeta onde ele não é completamente 
consumido, ou seja, necessita de transporte para seus consumidores. Esta atividade 
provoca efeitos negativos como, por exemplo, o gasto de energia para transporte 
do bem e a impossibilidade de reciclagem dos resíduos no seu local de origem. 
Outro ponto importante a ser considerado é que após o consumo humano, todo 
o resíduo passa a compor o lixo das cidades. Como temos vivido um período de 
superexploração, nossos ecossistemas têm sido severamente afetados, causando 
degradação e perda de espécies. 
FONTE: <http://www.univen.edu.br/revista/universo_petroleo_01.pdf>. Acesso em: 26 jul. 
2011.
TÓPICO 2 | CARACTERIZAÇÃO DE MEIO AMBIENTE
35
● Ecologia
Intuitivamente, sabemos que os seres vivos não podem viver isoladamente. 
Eles precisam interagir, seja uma ave, uma árvore, um inseto, um fungo ou 
mesmo o homem. As inter-relações entre estes organismos e seu ambiente físico 
são chamadas de Ecologia.
Ecologia é uma palavra de origem grega. A tradução de “oikos” é casa, e 
“logos” é estudo. Seu significado seria algo como o “estudo da casa”. A ecologia 
é um ramo da Biologia, portanto uma ciência, que estuda os seres vivos e suas 
interações com o meio ambiente. 
A Ecologia também é responsável pelo estudo da abundância, distribuição 
e inter-relações dos seres vivos no planeta, e seus estudos fornecem dados que 
revelam se a fauna e os ecossistemas estão em perfeita harmonia. 
A vida em nosso planeta ocorre em uma fina camada de 15 km de 
espessura chamada biosfera. Ela é dividida em três regiões, a atmosfera, a 
hidrosfera e a litosfera. A atmosfera é formada por diversos gases importantes 
para a manutenção da vida na Terra. A hidrosfera é formada por toda a água que 
circula entre a atmosfera e litosfera, como mares, rios, lagos, aquíferos. A litosfera 
contém em si a crosta terrestre e a camada abaixo da crosta terrestre – chamada 
de manto.
3 BIOMAS BRASILEIROS 
Vamos agora estudar um pouco dos biomas que ocorrem no Brasil. Mas, 
é comum ouvirmos falar em ecossistemas, então precisamos saber as diferenças 
entre eles. Vejamos as definições que o Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística nos dá: 
“Ecossistema - Sistema integrado e autofuncionante que consiste em 
interações dos elementos bióticos e abióticos e cujas dimensões podem variar 
consideravelmente.”
“Bioma - Conjunto de vida (vegetal e animal) definida pelo 
agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala 
regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de 
mudanças, resultando em uma diversidade biológica própria.”
FONTE: <http://panoramageografico.blogspot.com/2009_07_01_archive.html>. Acesso em: 
26 jul. 2011.
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E DO ECOTURISMO
36
O Brasil é o país de maior biodiversidade do planeta. Foi ele o primeiro 
signatário da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), e é considerado 
megabiodiverso – país que reúne ao menos 70% das espécies vegetais e animais 
do planeta.
A biota terrestre do nosso país possui a flora mais rica do mundo, com 
até 56.000 espécies de plantas superiores, já descritas; acima de 3.000 espécies 
de peixes de água doce; 517 espécies de anfíbios; 1.832 espécies de aves; e 518 
espécies de mamíferos; pode ter até 10 milhões de insetos. 
Os grandes biomas brasileiros são: Mata Atlântica, Floresta Amazônica, 
Cerrado, Caatinga, Campos Gerais e Pantanal.
FIGURA 22 – OS BIOMAS BRASILEIROS (IBAMA 2011)
FONTE: <https://www.todamateria.com.br/biomas-brasileiros/>. Acesso em: 03 jun. 2019.
UNI
Caro acadêmico! Após esta etapa introdutória sobre os biomas, vamos 
aprofundar nossos estudos sobre os biomas brasileiros.
FONTE: <http://www.ibama.gov.br/ecossistemas/home.htm>. Acesso em: 24 jun. 2011.
FONTE: Adaptado de: <http://josecarlosmendes.blogspot.com/>. Acesso em: 24 jun. 2011.
TÓPICO 2 | CARACTERIZAÇÃO DE MEIO AMBIENTE
37
● A Mata Atlântica
A Mata Atlântica originalmente foi a floresta com a maior extensão 
latitudinal do planeta. Ela já cobriu 11% do território nacional, estendendo-se deste 
o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Hoje, porém, a Mata Atlântica 
possui no máximo 5% da cobertura original. A variabilidade climática ao longo 
de sua distribuição é grande, indo desde clima tropical úmido e semiárido no 
nordeste e temperados superúmidos no extremo sul. (AGUIAR et al. 2010).
O relevo acidentado da zona costeira adiciona ainda mais variabilidade a 
este bioma. Nos vales, geralmente as árvores se desenvolvem muito, formando 
uma floresta densa. Nas encostas, esta floresta é menos densa, devido à frequente 
queda de árvores. Nos topos dos morros geralmente aparecem áreas de campos 
rupestres. No extremo sul a Mata Atlântica gradualmente se mescla com a floresta 
de Araucárias. (AGUIAR et al., 2010).
São espécies de árvores típicas da Mata Atlântica: araçazeiro, araucária, 
goiabeira, jabuticabeira, palmeiras, pau-brasil, pitangueira, entre outras. Já entre 
os animais presentes neste bioma, podemos citar: onças, macacos, e aves como 
araponga, corocochó, jacutinga, e tucano-de-bico-verde. (AGUIAR et al., 2010).
A Mata Atlântica também possui áreas que podem ser consideradas 
subdivisões da mesma. Duas delas são: restingas e mata de araucárias. As restingas 
ocorrem na orla litorânea, desenvolvendo-se sobre o solo arenoso. Sua vegetação 
é composta por arbustos e árvores de pequeno porte. Porém, em direção ao 
interior, a vegetação fica mais densa e as árvores maiores. A Mata de araucárias 
é considerada uma subdivisão da Mata Atlântica devido à composição de sua 
vegetação e ocorrência geográfica. Ela é assim denominada devido à predominância 
do pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia). Sua ocorrência principal se dá nos 
estados do Paraná e Santa Catarina, mas também ocorrem pequena áreas nos 
estados do Rio Grande do Sul e São Paulo. Sua ocorrência é mais evidente em 
altitudes superiores a 500 metros. As florestas variam em densidade arbórea e 
altura da vegetação. Devido ao seu alto valor econômico a Mata de Araucária vêm 
sofrendo forte pressão de desmatamento. (AGUIAR et al., 2010).
FIGURA 23 – MATA ATLÂNTICA
FONTE: <https://pixabay.com/pt/photos/floresta-cachoeira-%C3%A1rvores-verde-969069/ >. 
Acesso em: 03 jun. 2019.
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E DO ECOTURISMO
38
● Floresta Amazônica
A Floresta Amazônica ocupa a Região Norte do Brasil e aproximadamente 
47% fica em território nacional. É a maior formação florestal do planeta, 
condicionada pelo clima equatorial úmido e ultrapassa o território nacional 
brasileiro. Ela compreende além do Brasil, a Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, 
Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. (AGUIAR et al., 2010).
O clima na região amazônica é quente e úmido, o que favorece a 
biodiversidade da região,que é reconhecida como uma das regiões de maior 
biodiversidade do planeta. (AGUIAR et al., 2010).
A região possui uma grande variedade de fisionomias vegetais, desde as 
florestas densas até os campos. Florestas densas são representadas pelas florestas 
de terra firme, as florestas de várzea, periodicamente alagadas, e as florestas de 
igapó, permanentemente inundadas e ocorrem por quase toda a Amazônia central. 
Os campos de Roraima ocorrem sobre solos pobres no extremo setentrional da 
bacia do Rio Branco. As campinaranas desenvolvem-se sobre solos arenosos, 
espalhando-se em manchas ao longo da bacia do Rio Negro. (AGUIAR et al., 
2010).
FIGURA 24 – ENCONTRO DAS ÁGUAS, RIO NEGRO E SOLIMÕES, NA AMAZÔNIA
FONTE: <http://www.brasilescola.com/brasil/rio-amazonas.htm>. Acesso em: 31 jul. 2011.
● O Cerrado 
O Cerrado brasileiro ocupa a região do Planalto Central brasileiro, em 
uma área de aproximadamente 25% do território nacional. O solo do cerrado 
é predominantemente arenoso, ácido e pobre em material orgânico, além de 
profundos e bem drenados de modo que não acumule água na superfície com 
facilidade. (AGUIAR et al., 2010).
TÓPICO 2 | CARACTERIZAÇÃO DE MEIO AMBIENTE
39
Seu clima é particularmente marcante, apresentando duas estações bem 
definidas. A vegetação deste bioma é caracterizada, principalmente, por plantas de 
raízes superficiais e galhos retorcidos. A fauna do Cerrado pode ser representada 
por espécies como tamanduás, cascavéis, seriemas, emas, entre outros. (AGUIAR 
et al., 2010).
A grande quantidade de material seco que se acumula sobre o solo e a 
longa estiagem no Cerrado favorecem a ocorrência de queimadas. Tal ocorrência é 
considerada um fator importante na manutenção deste bioma. Porém, queimadas 
muito frequentes impedem que a vegetação lenhosa se estabeleça. (AGUIAR et 
al., 2010).
FIGURA 25 – PAISAGEM DE CERRADO EM TOCANTINS
FONTE: < http://twixar.me/bx7n >. Acesso em: 03 jun. 2019.
● Caatinga
O sertão nordestino é caracterizado pela ocorrência da vegetação mais 
rala do Semiárido brasileiro, a Caatinga, abrangendo a maior parte dos estados 
de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, 
Sergipe e norte de Minas Gerais. As áreas mais elevadas sujeitas a secas menos 
intensas, localizadas mais próximas do litoral, são chamadas de Agreste. A área 
de transição entre a Caatinga e a Amazônia é conhecida como Meio-norte ou 
Zona dos cocais. (AGUIAR et al., 2010).
O clima é caracterizado pelas temperaturas médias anuais elevadas. As 
chuvas são concentradas e a seca pode perdurar por até oito meses, ou mais. 
A flora é caracterizada por juazeiros, umbus, coroas-de-frade, mandacarus e 
uma abundante vegetação arbustiva. Grandes áreas do Sertão nordestino sofrem 
alto risco de desertificação devido à degradação da cobertura vegetal e do solo. 
(AGUIAR et al., 2010).
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E DO ECOTURISMO
40
FIGURA 26 – PAISAGEM SECA DA CAATINGA
FONTE: <http://twixar.me/yx7n >. Acesso em: 03 jun. 2019.
● Campos Gerais
Os Campos gerais também são conhecidos como pampas ou campos do 
sul, e estão localizados no estado do Rio Grande do Sul. Mas eles ultrapassam o 
território nacional, abrangendo parte dos territórios uruguaios e argentinos. O clima 
da região é o subtropical frio, com temperaturas médias anuais de 19o C. Os terrenos 
planos das planícies e planaltos gaúchos e as coxilhas, de relevo suave-ondulado, 
são ocupados por espécies pioneiras campestres que formam uma vegetação tipo 
savana aberta. Estas extensas planícies favorecem os ventos fortes e gelados que são 
conhecidos na região como “minuanos”. Há ainda áreas de florestas estacionais e 
de campos de cobertura gramíneo-lenhosa. (AGUIAR et al., 2010).
O relevo plano, com a predominância de gramíneas e a presença bastante 
esparsa de arbustos e árvores, torna os Campos Gerais uma região bastante 
adequada à criação de gado e à agricultura. Mas o cultivo de pastagens e plantas 
de interesses econômicos tem levado à destruição da vegetação original. A fauna é 
composta especialmente por roedores, répteis e aves como o quero-quero (Vanellus 
chilensis) – Ave-símbolo do estado do Rio Grande do Sul. (AGUIAR et al., 2010).
FIGURA 27 – CAMPOS GERAIS
FONTE: <http://www.camposgeraisemais.com.br/2009/04/09/comunidade-vai-decidir-
geoparque-dos-campos-gerais/>. Acesso em: 19 jul. 2011.
TÓPICO 2 | CARACTERIZAÇÃO DE MEIO AMBIENTE
41
● Pantanal
O Pantanal abrange parte dos estados do Mato Grosso e do Mato Grosso 
do Sul, além de parte dos territórios paraguaio e boliviano, onde é chamado 
de “chaco”. Como área transicional entre Cerrado e Amazônia, o Pantanal 
é uma das regiões de maior biodiversidade e a maior planície de inundação 
contínua do planeta, sendo coberta por vegetação predominantemente aberta. 
Este ecossistema é formado por terrenos em grande parte arenosos, cobertos 
de diferentes fisionomias devido à variedade de microrrelevos e regimes de 
inundação. (AGUIAR et al., 2010).
O clima da região é definido como tropical úmido e as temperaturas 
médias anuais variam entre 23o C e 25o C. Toda vida no pantanal está relacionada 
ao regime das águas, que é dividido entre “vazante” – maio a julho, e “seca”- 
agosto a outubro. (AGUIAR et al., 2010).
A flora do Pantanal é distinta nas áreas altas, onde não ocorrem as 
inundações, e nas áreas baixas, que na “vazante” fica inundada. Nas áreas 
mais altas encontramos vegetação com características de Mata ou de Cerrado, 
e nas áreas mais baixas se desenvolvem grande variedade de plantas aquáticas. 
(AGUIAR; ARGEL-DE-OLIVEIRA; SANTOS, 2010).
A fauna pantaneira é composta por uma variedade muito grande de 
espécies. Dentre elas, podemos citar peixes como dourado (Salminus brasiliensis), 
jaú (Paulicea luetkeni), pacu (Piaractus mesopotamicus), pintado (Pseudoplatystoma 
corruscans), piraputanga (Brycon hilarii); répteis como calango (Ameiva ameiva), 
jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris), jiboia (Boa constrictor constrictor), 
sucuri (Eunectes murinus); mamíferos como anta (Tapirus terrestris), capivara 
(Hydrochoerus hydrochoeris), onça-pintada (Panthera onca), queixada (Tayassu pecari), 
veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus); e aves como arara-azul (Anodorhynchus 
hyacinthinus), biguá (Phalacrocorax brasilianus), cafezinho (Jacana jacana), ema (Rhea 
americana), socó-boi (Tigrisoma lineatum), tuiuiú (Jabiru mycteria), udu-de-coroa-
azul (Momotus momota) – Ave-símbolo de Bonito/MS. (AGUIAR et al., 2010).
FIGURA 28 – VISTA AÉREA DO PANTANAL, MOSTRANDO CAMPOS, CORDILHEIRAS E BAÍAS
FONTE: <http://ppbio.inpa.gov.br/Port/inventarios/pantanalsul/copy_of_index_html/view>. 
Acesso em: 19 jul. 2011.
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E DO ECOTURISMO
42
4 PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DO AMBIENTE 
NATURAL
O ser humano sempre esteve vinculado ao meio ambiente. No início de 
sua história esse vínculo era muito forte, pois tudo o que precisava para viver 
vinha diretamente da natureza, como alimentos, roupas e utensílios. Ainda hoje, 
tudo o que usamos tem origem natural, ainda que distante como o plástico, cuja 
matéria-prima é o petróleo. 
No início essa relação era harmoniosa, com os hominídeos sobrevivendo 
da coleta de frutos e raízes na floresta, depois com a caça e as primeiras ferramentas 
fabricadas com madeira e pedra, que Sachs (2009) caracteriza como sendo de 
alta dependência da biomassa. Aos poucos esse trabalho ficou mais elaborado, 
precisando cada vez mais de recursos. O domínio dos minerais, a produção de 
alimentos em maior quantidade, a domesticação de animais e a formação de 
comunidades foram grandes transformadores da humanidade e nos levou à 
civilização atual. (MANÇO; PIVATTO, 2002).
Como os recursos eram fartos, ninguém se preocupava com sua 
conservação, pois se imaginava que nunca acabariam. A descoberta de novas 
fontes de energia e novas formas de aproveitá-las nunca levou em conta a 
degradação ambiental, sendo que a Revolução Industrial foi o início de uma erade poluição, porém sem a percepção de que os recursos naturais poderiam ser 
finitos.
A descoberta da penicilina, a adoção de práticas de saneamento básico e o 
aumento da produção agrícola foram alguns dos fatores que mudaram a história 
da humanidade ao promoverem um grande aumento da população, visto que a 
partir desta época continuaram a nascer muitas pessoas que viveriam cada vez 
mais, necessitando de mais alimentos e outras necessidades básicas de vida. Com 
isso, a pressão sobre o meio ambiente aumentou, mas devido à ideia errada de 
que os recursos eram infinitos, estes nunca foram poupados. Até que em 1962, 
Rachel Carson lança o livro Primavera Silenciosa, denunciando os problemas 
ambientais causados pelo uso do pesticida DDT (Dicloro-Difenil-Tricloroetano). 
O impacto deste livro foi tanto, que em 1972 aconteceu em Estocolmo a Primeira 
Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano (SACHS, 2009), 
quando os rumos do desenvolvimento foram, pela primeira vez, questionados 
sob a ótica ambiental.
Os primeiros acordos internacionais para diminuir os impactos 
ambientais do crescimento econômico foram tratados a partir deste evento, sendo 
revalidados novamente em diversos outros, destacando-se a realização em 1992 
no Rio de Janeiro da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e 
Desenvolvimento (Eco 92), quando então chefes de estado do mundo todo se 
reuniram para examinar a situação ambiental do globo terrestre e as mudanças 
ocorridas após a reunião de Estocolmo. (DIAS, 2004). 
TÓPICO 2 | CARACTERIZAÇÃO DE MEIO AMBIENTE
43
Embora novas conferências tenham sido realizadas após a Eco 92, talvez 
esta tenha sido no Brasil, a mais marcante, por inserir no cotidiano brasileiro 
questões até então pouco discutidas, como a conservação ambiental e a consciência 
de responsabilidade pelo nosso futuro comum.
DICAS
Acesse o link <http://pt.wikipedia.org/wiki/Protocolo_de_Quioto> para saber de 
outro importante evento que resultou no Protocolo de Kyoto, sobre o controle de emissão 
de gases causadores do efeito estufa.
Estas grandes reuniões visam sempre à tomada de decisões políticas de 
grande abrangência, mas não elimina a responsabilidade de todo cidadão em 
tomar atitudes responsáveis para com o ambiente, como economia de energia e 
água, redução do consumo, reciclagem e reutilização de materiais etc. 
As atividades humanas sempre causam algum tipo de dano ambiental, 
visto que cada vez mais utilizamos seus recursos. Ações parceiras do governo, 
ONGs e cidadãos comuns podem diminuir o ritmo atual de degradação, 
resultando em um ambiente em harmonia com o desenvolvimento econômico. 
Palavras como sustentabilidade, conservação e preservação devem fazer parte do 
nosso dia a dia.
UNI
Ao longo deste curso você vai entender a sustentabilidade sob diferentes 
perspectivas.
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E DO ECOTURISMO
44
LEITURA COMPLEMENTAR
VOCÊ SABIA QUE, APESAR DE SEREM UTILIZADOS AMPLAMENTE 
COMO SINÔNIMOS, PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO SÃO 
CONCEITOS DISTINTOS?
Mariana Araguaia
 
 O preservacionismo e o conservacionismo são correntes ideológicas 
que surgiram no fim do século XIX, nos Estados Unidos. Com posicionamento 
contra o desenvolvimentismo - uma concepção que defende o crescimento 
econômico a qualquer custo, desconsiderando os impactos ao ambiente natural 
e ao esgotamento de recursos naturais – estas duas se contrapõem no que se diz 
respeito à relação entre o meio ambiente e a nossa espécie. 
O primeiro, o preservacionismo, aborda a proteção da natureza 
independentemente de seu valor econômico e/ou utilitário, apontando o homem 
como o causador da quebra deste “equilíbrio”. De caráter explicitamente protetor, 
propõe a criação de santuários, intocáveis, sem sofrer interferências relativas 
aos avanços do progresso e sua consequente degradação. Em outras palavras, 
“tocar”, “explorar”, “consumir” e, muitas vezes até “pesquisar”, torna-se, então, 
uma atitude que fere tais princípios. De posição considerada mais radical, este 
movimento foi responsável pela criação de parques nacionais, como o Parque 
Nacional de Yellowstone, em 1872, nos Estados Unidos. 
 
 Já a segunda corrente, a conservacionista, contempla o amor à natureza, 
mas aliado ao seu uso racional e manejo criterioso pela nossa espécie, executando 
um papel de gestor e parte integrante do processo. Podendo ser identificado como 
o meio-termo entre o preservacionismo e o desenvolvimentismo, o pensamento 
conservacionista caracteriza a maioria dos movimentos ambientalistas, e é alicerce 
de políticas de desenvolvimento sustentável, que são aquelas que buscam um 
modelo de desenvolvimento que garanta a qualidade de vida hoje, mas que não 
destrua os recursos necessários às gerações futuras. Redução do uso de matérias-
primas, uso de energias renováveis, redução do crescimento populacional, 
combate à fome, mudanças nos padrões de consumo, equidade social, respeito 
à biodiversidade e inclusão de políticas ambientais no processo de tomada de 
decisões econômicas são alguns de seus princípios. Inclusive, este propõe que se 
destinem áreas de preservação, por exemplo, em ecossistemas frágeis, com um 
grande número de espécies endêmicas e/ou em extinção, dentre outros. 
Tais discussões começaram a ter espaço em nosso país apenas em meados 
da década de setenta, com a criação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente 
– IBAMA, quase vinte anos depois. Em razão de a temática ambiental ter 
sido incorporada em nosso dia a dia apenas nas últimas décadas, tais termos 
relativamente novos acabam sendo empregados sem muitos critérios – mesmo 
por profissionais como biólogos, pedagogos, jornalistas e políticos. Prova disso é 
que a própria legislação brasileira, que nem sempre considera uso correto destes 
TÓPICO 2 | CARACTERIZAÇÃO DE MEIO AMBIENTE
45
termos, atribui a proteção integral e “intocabilidade” à preservação; e conservação 
dos recursos naturais, com a utilização racional, garantindo sua sustentabilidade 
e existência para as futuras gerações, à conservação.
FONTE: <http://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/preservacao-ambiental.htm>. Acesso em: 
20 ago. 2011.
IMPORTANT
E
Suas atitudes como cidadão são tão importantes quanto a dos órgãos oficiais na 
conservação ambiental. Pratique atitudes em harmonia com a natureza e dissemine essas 
práticas na sua casa, bairro, ambiente de estudo, trabalho e lazer. Por fim, cabe lembrar que 
não podemos continuar a falar em ecoturismo e turismo sustentável sem ter em mente a 
importância destas atitudes.
46
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico vimos que:
• A biofilia é o amor ou atração por vida, uma tendência natural do ser humano 
de voltar sua atenção às coisas vivas. 
• O interesse por ambientes naturais motiva o turismo ecológico, demandando 
áreas conservadas para viabilizar esta atividade.
• O meio ambiente de um ser vivo é representado por tudo aquilo que o rodeia 
e o influencia, sendo constituído por fatores bióticos e abióticos. 
• O Meio Ambiente Biótico inclui alimentos, plantas e animais, e suas relações 
recíprocas e com o meio abiótico. 
• Os fatores abióticos são aqueles do ambiente físico que influenciam o ser vivo, 
como por exemplo, a temperatura, a água, a luz, o relevo, a pressão, o teor de 
oxigênio, entre outros. 
• O Meio Ambiente Natural é aquele que já existia antes do surgimento do ser 
humano.
• O Meio Ambiente Artificial é um contraponto ao Meio Ambiente Natural, 
sendo a artificialidade uma característica do meio ambiente natural que foi 
modificado pelo homem.
• O Meio Ambiente Cultural é uma associação entre o Meio Ambiente Artificial 
com valores culturais, artísticos, históricos, ou paisagísticos. 
• Os recursos naturais são elementos da natureza, que possuem utilidade para o 
homem, podendo ser renováveis ou não. 
• A Ecologia é um ramo da Biologia, portanto uma ciência, que estuda os seres 
vivos e suas interações com o meio ambiente. 
• Ecossistema é um sistemaintegrado e autofuncionante que consiste em 
interações dos elementos bióticos e abióticos e cujas dimensões podem variar 
consideravelmente.
• Bioma é um conjunto de vida (vegetal e animal) definida pelo agrupamento de 
tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional, com condições 
geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças, resultando em 
uma diversidade biológica própria.
47
• Os grandes biomas brasileiros são: Mata Atlântica, Floresta Amazônica, 
Cerrado, Caatinga, Campos Gerais e Pantanal.
• O domínio dos minerais, a produção de alimentos em maior quantidade, 
a domesticação de animais e a formação de comunidades foram grandes 
transformadores da humanidade e nos levou à civilização atual, sem a 
percepção de que estes recursos poderiam ser finitos.
• Em 1992 aconteceu no Rio de Janeiro da Conferência das Nações Unidas sobre 
o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Eco 92), visando examinar a situação 
ambiental do mundo. 
• Ações parceiras do governo, ONGs e cidadãos comuns podem diminuir o 
ritmo atual de degradação, resultando em um ambiente em harmonia com o 
desenvolvimento econômico. 
48
1 Em qual Bioma do Brasil você vive? Você poderia citar suas principais 
características? 
2 Quais são as atitudes em harmonia com o meio ambiente que você costuma 
praticar no seu dia a dia? Estas poderiam melhorar ou serem ampliadas de 
que forma?
3 O Meio Ambiente Biótico não inclui:
a) Alimentos.
b) Plantas.
c) Água.
d) Animais.
4 Não é considerado um fator abiótico:
a) Água.
b) Animais.
c) Luz.
d) Relevo.
5 Os grandes biomas brasileiros são: Mata Atlântica, Floresta Amazônica, 
Cerrado, Caatinga, Campos Gerais e Pantanal. Qual dos biomas a seguir 
ocupa a região do Planalto Central brasileiro?
a) Cerrado.
b) Caatinga.
c) Pantanal.
d) Campos Gerais.
6 A fauna pantaneira é composta por uma variedade muito grande de 
espécies. Assinale a alternativa que apresenta uma espécie que não ocorre 
no pantanal:
a) Dourado (Salminus brasiliensis), calango (Ameiva ameiva), anta (Tapirus 
terrestris), queixada (Tayassu pecari), veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus); 
arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus), biguá (Phalacrocorax brasilianus).
b) Jaú (Paulicea luetkeni), jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris), capivara 
(Hydrochoerus hydrochoeris), veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus), 
cafezinho (Jacana jacana), arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus)ema (Rhea 
americana).
AUTOATIVIDADE
49
c) Pacu (Piaractus mesopotamicus), jiboia (Boa constrictor constrictor), onça-pintada 
(Panthera onca), socó-boi (Tigrisoma lineatum), arara-azul (Anodorhynchus 
hyacinthinus), tuiuiú (Jabiru mycteria).
d) Pintado (Pseudoplatystoma corruscans), sucuri (Eunectes murinus), pinheiro-
do-paraná (Araucaria angustifolia), arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus), 
udu-de-coroa-azul (Momotus momota).
7 Qual o nome do evento em que os rumos do desenvolvimento foram pela 
primeira vez questionados sob a ótica ambiental?
a) Primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano. 
b) Rio-92.
c) Congresso de Moscou.
d) Segunda Guerra Mundial.
50
51
TÓPICO 3
ECOTURISMO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! Neste tópico, vamos conhecer e estudar sobre um 
importante segmento do turismo, conhecido como “Ecoturismo”. Com certeza, 
você já deve ter reparado que nos últimos anos o termo “Eco” está sendo utilizado 
em demasia, com o intuito de apresentar ideias “ecologicamente corretas”. Pois 
bem, essa “tendência verde” circunda nossa vida desde meados da década de 
1980, surgindo neste período como uma grande oportunidade de mercado.
O Brasil possui uma grande potencialidade para o desenvolvimento do 
ecoturismo, pois apresenta uma série de atrativos de cunho cultural e natural de 
extremo interesse para o segmento. Sendo assim, não fica difícil compreender o 
reconhecimento internacional adquirido através da combinação de tantos fatores 
essenciais para a prática da atividade.
Mas afinal, o que é Ecoturismo? Como ocorre seu planejamento? Qual 
é a realidade deste segmento turístico no Brasil? Neste tópico, vamos buscar o 
entendimento de todos estes questionamentos.
2 DEFININDO O ECOTURISMO
A compreensão do conceito de Ecoturismo é fundamental para darmos 
início a esse aprofundamento sobre o tema. Seguindo a tendência mundial de 
valorização do meio ambiente, no final dos anos 1980, o termo Ecoturismo foi 
introduzido no Brasil. Na mesma década, a EMBRATUR – Instituto Brasileiro 
de Turismo iniciou o “Projeto Turismo Ecológico” e criou a Comissão Técnica 
Nacional, esta, constituída em conjunto com o IBAMA – Instituto Brasileiro do 
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Historicamente, esta foi a 
primeira iniciativa voltada a organizar o segmento.
E em 1994, através da publicação das Diretrizes para uma Política Nacional 
de Ecoturismo pela EMBRATUR e Ministério do Meio Ambiente, o então “turismo 
ecológico” passou a se denominar e foi conceituado da seguinte maneira:
52
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E DO ECOTURISMO
Ecoturismo é um segmento da atividade turística que utiliza, de forma 
sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca 
a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do 
ambiente, promovendo o bem-estar das populações.
Em meio a diversas interpretações e definições para o termo Ecoturismo, 
esta conceituação, continua sendo referência no país.
Conforme Costa (2002a, p. 31):
Muitas pessoas ainda confundem e utilizam os termos ecoturismo 
e turismo ecológico como sinônimos adequados ao segmento do 
turismo. Apesar da semelhança, o uso da terminologia turismo 
ecológico há muito foi descartado pelos órgãos oficiais, nacional 
e internacionalmente. Tanto o Ibama quanto a Embratur, órgãos 
responsáveis pelo setor, utilizam o termo ecoturismo no Brasil, como 
fazem também a OMT - Organização Mundial do Turismo, sediada em 
Madri, Espanha, e a Ecotourism Society - The International Ecotourism 
Society – TIES, com sede nos Estados Unidos.
DICAS
Dada a variedade de interpretações referentes ao conceito de Ecoturismo é 
importante que você conheça também outros conceitos. No link <http://www.eps.ufsc.br/
disserta99/patricia/cap4.htm>, você encontrará algumas definições em ordem cronológica 
para um melhor entendimento da evolução deste conceito tão importante para o nosso 
estudo.
Formuladas com base em um movimento preservacionista, as primeiras 
definições de Ecoturismo ligavam a atividade diretamente e quase exclusivamente 
ao papel de preservação de ambientes naturais. Porém, estes conceitos 
passaram por reformulações a partir da evolução de outro conceito, que trata de 
Sustentabilidade e do consequente envolvimento do ser humano neste processo.
FONTE: <http://www.turismo.gov.br/turismo/programas_acoes/regionalizacao_turismo/
estruturacao_segmentos/ecoturismo.html>. Acesso em: 8 ago. 2011.
TÓPICO 3 | ECOTURISMO
53
FIGURA 29 – O ECOTURISMO PRATICADO EM BONITO/MS É REFERÊNCIA EM TODO O BRASIL
FONTE: <http://www.bonitobrazil.com.br/>. Acesso em: 20 jul. 2011.
Percebemos claramente que o Ecoturismo é quem tem liderado a 
entrada de práticas sustentáveis no setor turístico, mas precisamos ter em 
mente a diferença básica que o diferencia do Turismo Sustentável. Sobre 
isso, a Organização Mundial do Turismo – OMT e o Programa das Nações 
Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA referem-se ao Ecoturismo como um 
segmento do turismo, enquanto os princípios que se almejam para o Turismo 
Sustentável são aplicáveis e devem servir de premissa para todos os tipos de 
turismo em quaisquer destinos.
DICAS
Lembre-se de que a conceituação de Ecoturismo é bastante ampla e apresenta 
uma série de particularidades. Então, para aprofundar os seus conhecimentos, sugerimos a 
leitura do material: ECOTURISMO: Orientações Básicas. Disponível em: 
<http://www.turismo.gov.br/export/sites/default/turismo/o_ministerio/publicacoes/
downloads_publicacoes/Livro_Ecoturismo.pdf>.FONTE: Adaptado de: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-
ecoturismo/meio-ambiente-ecoturismo.php>. Acesso em: 26 jul. 2011.
54
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E DO ECOTURISMO
3 PLANEJAMENTO E GESTÃO INTEGRADA DO 
ECOTURISMO
Segundo Magalhães (2002, p. 23):
o turismo é um fenômeno social e espacial que propicia o surgimento 
de atividades econômicas, sendo uma atividade capitalista complexa, 
difícil de ser analisada como um todo, pois envolve uma gama imensa 
de ramificações”. Ainda segundo a autora, apesar da geração de 
recursos, em função dos deslocamentos e permanência das pessoas nos 
receptivos serem incontestáveis [...] isto não significa que sua prática 
não traga resultados negativos e, muitas vezes, irreversíveis, numa 
demonstração de que a geração de recursos é benéfica e prejudicial 
ao mesmo tempo. A poluição provocada pela indústria turística é 
nociva em diversos aspectos, tendo em vista a sua complexidade e 
ramificações.
Para que o Ecoturismo possa ser desenvolvido e aplicado como uma 
atividade sustentável, a fase de planejamento deve ser valorizada e bem construída. 
Esta etapa é contínua e dinâmica e está presente em todo o desenvolvimento da 
atividade turística. 
Planejamento é uma atividade que envolve a intenção de estabelecer 
condições favoráveis para alcançar objetivos propostos. E, tem 
por objetivo o aprovisionamento de facilidades e serviços para que 
uma comunidade atenda seus desejos e necessidades ou, então, o 
desenvolvimento de estratégias que permitam a uma organização 
comercial visualizar oportunidades de lucro em determinados 
segmentos de mercado. (RUSCHMANN, 2002, p. 83).
Conforme Lindberg e Hawkins (1999, p. 26):
O ecoturismo, como componente essencial de um desenvolvimento 
sustentável, requer uma abordagem multidisciplinar, um planejamento 
cuidadoso (tanto físico como gerencial) e diretrizes e regulamentos 
rígidos, que garantam um funcionamento estável. Somente através de 
um sistema intersetorial, o ecoturismo poderá, de fato, alcançar seus 
objetivos. Os governos, as empresas privadas, as comunidades locais e 
as organizações não governamentais, todas têm um importante papel 
a desempenhar. 
A partir do que Fennell (2002) descreve no quadro Princípios do Turismo 
Sustentável, fica mais evidente a importância de se ter o planejamento do 
ecoturismo diretamente relacionado às práticas sustentáveis. No quadro a seguir, 
você poderá fazer uma análise sobre os princípios do turismo sustentável e 
compreender melhor a sua importância na fase de planejamento do Ecoturismo.
TÓPICO 3 | ECOTURISMO
55
QUADRO 3 – PRINCÍPIOS DO TURISMO SUSTENTÁVEL
PRINCÍPIOS DO TURISMO SUSTENTÁVEL
1- Usar os recursos de forma sustentável
A conservação e o uso sustentável dos recursos – naturais, sociais e culturais – é 
crucial, e garante os negócios em longo prazo.
2- Reduzir o consumo exagerado e o desperdício
A redução do consumo exagerado e do desperdício evita o custo da recuperação 
do meio ambiente, danificado ao longo do tempo, e contribui para a boa 
qualidade do turismo.
3- Manter a diversidade
Manter e promover a diversidade natural, social e cultural é essencial para o 
turismo sustentável de longo prazo, e cria uma base resiliente para a indústria 
do turismo.
4- Integrar o turismo ao planejamento
O empreendimento turístico integrado num contexto de planejamento 
estratégico, nacional e local, e submetido aos EIAs (Estudos de Impacto 
Ambiental) aumenta a viabilidade a longo prazo do turismo.
5- Apoiar as economias locais
O turismo que apoia uma ampla série de atividades econômicas locais e que 
leva em conta os custos/valores ambientais, protege essas economias e evita 
danos ao meio ambiente.
6- Envolver as comunidades locais
O envolvimento total das comunidades locais no setor do turismo não só traz 
benefícios a elas e ao meio ambiente em geral, mas também melhora a qualidade 
da experiência do turismo.
7- Consultar os investidores e o público
As consultas a investidores, comunidades locais, organizações e instituições 
são essenciais se todos quiserem trabalhar juntos e conciliar interesses 
potencialmente conflitantes.
8- Treinar Equipes
O treinamento de equipes que integram o turismo sustentável, além do 
recrutamento de pessoal local em todos os níveis melhora a qualidade do 
produto do turismo.
9- Fazer o marketing
O marketing que fornece informações completas e responsáveis aumenta o 
respeito dos turistas pelo meio ambiente natural, social e cultural das áreas de 
destino, e aumenta a satisfação dos clientes.
56
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E DO ECOTURISMO
10- Realizar pesquisas
A pesquisa contínua e o monitoramento pela indústria do turismo, coletando e analisando dados, 
é essencial para a resolução de problemas, além de trazer benefícios às localidades de destino, à 
indústria do turismo e a seus consumidores.
FONTE: Tourism Concern (1992 apud FENNELL, 2002)
Ruschmann, (2006, p. 127) relata que: 
[...] o relacionamento do turismo com o meio ambiente tem se 
caracterizado por alguns aspectos peculiares e que deverão ser 
considerados nas ações de estratégias do planejamento da atividade. 
Para que o desenvolvimento do turismo ocorra de uma maneira 
equilibrada é necessário estabelecer critérios para a utilização 
dos espaços, de acordo com suas características, a fragilidade dos 
ecossistemas naturais e a originalidade cultural das populações 
receptoras [...].
FIGURA 30 – MAMIRAUÁ, NA AMAZÔNIA, É REFERÊNCIA EM ECOTURISMO COMUNITÁRIO
FONTE: <http://360graus.terra.com.br/extremoss/default.asp?did=10542&action=galeria>. 
Acesso em: 20 jul. 2011.
Considerando-se estas necessidades, Ruschmann (2006, p. 86) sugere que 
o planejamento e desenvolvimento do turismo é necessário quando encontramos 
as seguintes situações:
• Nos locais em que empresas turísticas estão se estabelecendo com sucesso, a 
fim de assegurar um controle eficaz do desenvolvimento, no qual se incluem 
as medidas de proteção do meio ambiente.
• Nos locais em que o crescimento acelerado da demanda, originado do 
turismo de massa e nos “pacotes” organizados por operadores turísticos, 
gerou modificações rápidas nas circunstâncias econômicas e sociais, visando 
ao monitoramento contínuo do acesso de pessoas.
TÓPICO 3 | ECOTURISMO
57
• Nos locais onde o turismo não se desenvolveu satisfatoriamente, apesar de se 
apresentarem recursos consideráveis. Nesses casos, os estudos determinarão: 
a viabilidade de implementação de outros tipos de turismo e de incentivos 
aos empresários na implantação dos equipamentos correspondentes; a 
relação das vantagens entre o tipo de turismo do local e a concorrência de 
outros setores econômicos (custo-benefício e custo-oportunidade).
• Nos locais onde o desenvolvimento do turismo concorre para a degradação 
ou a erosão de sítios ou recursos únicos, apesar dos consideráveis benefícios 
socioeconômicos auferidos pela população receptora. Nesse caso, a 
decisão, além daquela resultante das considerações e recomendações dos 
planejadores, deve ser tomada considerando-se critérios políticos.
Para o ecoturismo, a sustentabilidade é a principal condição, razão e 
consequência de seu desenvolvimento. Assim, o planejamento de atividades 
turísticas deve sempre levar em considerações estes princípios, de forma que o 
empreendimento possa realmente ser enquadrado como ecoturístico e sustentável. 
(COSTA, 2002).
Lembre-se de que, no mercado atual, essas características podem ser usadas 
inclusive como um diferencial da concorrência.
ATENCAO
A Organização Mundial do Turismo considera que, para que a 
sustentabilidade possa ser assegurada em atividades de ecoturismo, devem-se 
seguir os seguintes princípios
1 O ecoturismo deve contribuir para a conservação das áreas naturais e para 
o desenvolvimento sustentável das áreas adjacentes e das comunidades que 
as habitam.
2 O ecoturismo precisa de estratégias, princípios e políticas específicas para 
cada nação, região ou área.
3 O ecoturismonecessita de sistemas de coordenação práticos e eficientes 
entre todos os atores envolvidos.
4 A planificação do ecoturismo deve contemplar critérios restritos de 
ordenamento territorial – incluindo reservas naturais, áreas de baixo 
impacto e áreas de impacto médio. Esses critérios devem ser respeitados 
sem exceções, especialmente no que se refere a edificações e outras 
infraestruturas turísticas.
58
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E DO ECOTURISMO
5 O planejamento físico e o desenho das infraestruturas ecoturísticas devem 
ser feitos de maneira a minimizar qualquer impacto negativo que podem 
ter sobre o meio natural ou o meio cultural.
6 Os meios de transporte e comunicação utilizados em áreas ecoturísticas 
devem ter baixo impacto ambiental. Os esportes que requeiram meios de 
transporte altamente contaminantes ou ruidosos devem ser definitivamente 
proibidos nestas áreas.
7 A prática do ecoturismo em parques nacionais e outras áreas protegidas 
deve cumprir estritamente os planos e regras de gestão destas áreas.
8 Facilitar e tornar efetiva a participação ordenada das comunidades locais 
nos processos de planejamento, desenvolvimento, gestão e regulação do 
ecoturismo.
9 Estabelecer mecanismos (legais, fiscais e comerciais) que permitam que uma 
porção importante dos ingressos provenientes da chegada de ecoturistas a 
uma localidade seja canalizada para as comunidades locais.
10 Assegurar que o ecoturismo seja um bom negócio ou, em outras palavras, 
que ele seja também sustentável do ponto de vista econômico.
11 Todos os atores envolvidos pelo ecoturismo devem estar bem informados 
e conscientes dos custos de mitigar os possíveis efeitos negativos dessa 
atividade.
12 O cumprimento das leis e normativas que regem o turismo deve ser 
melhorado e mais estrito no caso do ecoturismo.
13 Deve-se considerar a possibilidade de implantação de um sistema de 
certificação para estabelecimentos e operações ecoturísticas (pelo menos 
em âmbito nacional).
14 A educação e a capacitação são prerrequisitos de toda atividade sustentável 
de ecoturismo.
15 Os ecoturistas necessitam de informações detalhadas e especializadas 
tanto antes como durante sua viagem.
16 Os catálogos, folhetos e quaisquer outros materiais gráficos de promoção 
ecoturística devem conter informação substancial sobre a experiência que 
oferecem aos potenciais ecoturistas. 
17 Tanto os canais de comercialização como os meios promocionais relativos 
ao ecoturismo devem ser confiáveis e consistentes, tanto em relação ao tipo 
de turismo que se oferece ao consumidor quanto em relação à tipologia dos 
ecoturistas.
4 ECOTURISMO NO BRASIL 
Embora o Brasil tenha impressionante riqueza cultural, resultante da 
mistura entre os colonizadores europeus, índios, negros e posteriormente 
orientais, ainda assim não consegue estabelecer um equilíbrio quando comparado 
FONTE: Adaptado de: OMT (2000).
TÓPICO 3 | ECOTURISMO
59
à milenar história do Velho Mundo. Portanto, parece óbvio que, em um país 
com diversidade impressionante e incontáveis paisagens, o desenvolvimento de 
atividades relacionadas à natureza seja o principal atrativo turístico. 
A crescente demanda de turistas por viagens que oferece o contato direto 
com a natureza coloca todas as regiões do país em posição de destaque como 
destinos para a demanda do turismo ecológico e de aventura, tanto nacional quanto 
internacional, devido aos seus recursos naturais variados. (RUSCHMANN, 2002).
As primeiras empresas de ecoturismo surgiram no Brasil no final da 
década de 1980, mas foi apenas na década seguinte que esta atividade começou a 
cair no gosto do público, motivado pela grande exposição na mídia de assuntos 
relacionados à natureza, um resgate aos “paraísos ecológicos”. Esse movimento 
teve influência também da Eco 92 (ver Tópico 2), sendo que nem todas as 
empresas da época poderiam ser conceituadas como efetivamente promotoras 
de ecoturismo.
FIGURA 31 – LOGOMARCA DA ECO 92
FONTE: <http://www.infoescola.com/ecologia/eco-92/>. Acesso em: 20 jul. 2011.
O mercado ecoturístico brasileiro é composto por mais de 250 operadoras e 
agências especializadas, além das empresas de turismo convencional que também 
possuem pacotes turísticos. Calcula em mais de 2.000 pousadas e mais de 1000 
prestadoras de serviços especializados, fabricantes de equipamentos, consultorias 
e outros. Houve um aumento do interesse por roteiros desenvolvidos em Parques 
Nacionais e outras unidades de conservação como Reservas Particulares do 
Patrimônio Natural – RPPN. 
Anualmente, o ecoturismo e o turismo de natureza vêm se destacando 
no cenário nacional. O amadurecimento dos empresários do ramo, a busca de 
profissionalismo e de certificações de segurança tem transformado muitos 
destinos em referências nacionais e internacionais dentro deste segmento. Diversos 
destinos turísticos se desenvolveram focando este público e direcionando o 
desenvolvimento da região, como pode ser observado na lista dos 65 Destinos 
Indutores do Desenvolvimento Turístico Regional. O projeto 65 Destinos Indutores 
tem como objetivo capacitar os atores locais para a gestão em turismo, ampliar os 
conhecimentos sobre planejamento estratégico, fortalecer a governança e a inter-
60
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E DO ECOTURISMO
relação dos destinos com as regiões em que estão inseridos. (IMB, 2011). Grande 
parte destes destinos foca ou possui roteiros ligados ao ecoturismo, destacando-se 
Mateiros/TO, Lençóis/MA, Maragogi/AL, Maraú/BA, Jijoca de Jericoacoara/CE, 
Barreirinhas/MA, Fernando de Noronha/PE, São Raimundo Nonato/PI, Tibau do 
Sul/RN, Alto Paraíso de Goiás/GO, Pirenópolis/GO, Bonito/MS, Corumbá/MS, 
Ilhabela/SP, Foz do Iguaçu/PR e Paranaguá/PR.
DICAS
Para conhecer os 65 destinos indutores, acesse <http://www.65destinos.com> 
e <http://www.marcabrasil.org.br/docs/mapa.pdf>. E para conhecer os resultados deste 
Projeto, acesse: <http://gestaodedestinos.typepad.com/imb/2011/07/resultados-do-projeto-
65-destinos.html>.
Em 2001, o Instituto de Ecoturismo do Brasil (IEB), em parceria com 
a EMBRATUR lançaram uma das primeiras compilações sobre destinos de 
ecoturismo no país, conforme o quadro a seguir:
QUADRO 4 – POLOS DE ECOTURISMO DO BRASIL 
ESTADO UNIDADES FORMADORAS
Acre Rio Branco, Xapuri, Plácido de Castro e Porto Acre.
Amapá Porto Grande, Itaubal, Serra do Navio, Pracuúba, Pedra Branca do Amapari, Tartarugalzinho, Cutias, Macapá, Ferreira Gomes e Santana.
Amazonas
Barcelos, Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva, Novo Airão, Manaus, 
Manacapuru, Iranduba, Careiro, Careiro da Várzea, Autazes, Itacoatiara e 
Silves.
Pará Santarém, Alter do Chão, Belterra, Aveiro, Itaituba, Oriximiná, Óbidos, Alenquer e Monte Alegre.
Rondônia Porto Velho, Guajará-Mirim e Costa Marques.
Roraima Boa Vista, Normandia, Uiramutã, Pacaraima e Amajari.
Tocantins Caseara e Pium.
Maranhão
APA das Reentrâncias Maranhenses (Bacuri, Cururupu, Mirinzal, Cedral, 
Guimarães e Pinheiro), São Luís, Alcântara, São José do Ribamar, Paço do 
Lumiar, Primeira Cruz, Santo Amaro do Maranhão, Humberto de Campos, 
Barreirinhas (Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses), Paulino Neves, 
Tutoia e Araioses (Delta do Parnaíba), Imperatriz, Carolina, Riachão, Balsas, 
Nova Iorque, Mirador, Barra do Corda e Grajaú.
Piauí São Raimundo Nonato, Coronel José Dias, João Costa, Canto do Buriti, Piracuruca, Piripiri, Esperantina, Parnaíba e Luís Correia.
TÓPICO 3 | ECOTURISMO
61
Ceará
Quixadá, Quixeramobim, Palmácia, Pacoti, Guaramiranga, Mulungu, Aratuba, 
Baturité, Redenção, Juazeiro do Norte, Crato, Nova Olinda, Santana do 
Cariri, Araripe, Jardim, Barbalha, Missão Velha, Ibiapaba, Viçosa do Ceará, 
Tianguá, Ubajara, Ibiapina, São Benedito, Carnaubal, Guaraciaba do Norte, 
Ipu, Barroquinha, Camocim, Jijoca de Jericoacara, Criz, Acaraú, Itarema, 
Fortim, Aracati e Icapuí.
Rio Grande do 
Norte
Baía Formosa, Tibaú do Sul, Arês, Nísia Floresta, Parnamirim, Natal, Extremoz, 
Maxaraguape, Rio do Fogo, SãoMiguel dos Touros, São Bento do Norte, 
Guamaré, Macaú, Serra de São Bento, Passa e Fica, São José do Campestre, 
Tangará, Serra Caiada, Sítio Novo, Barcelona, Pedra Preta, Lajes, Itajá, São 
Rafael, Jucurutu, Currais Novos, Acari, São José do Seridó, Cruzeta, Caicó, 
Serra Negra do Norte, Jardim do Seridó, Parelhas, Carnaúba dos Dantas, 
Martins, Patu, Apodi e Felipe Guerra.
Paraíba
João Pessoa, Bayeux, Conde, Cabedelo, Pitimbu, Lucena, Rio Tinto, Baía da 
Traição, Marcação, Mataraca, Campina Grande, Ingá, Fagundes, Boqueirão, 
Cabeceiras, Pocinhos, Areia, Bananeiras, Arauna, Pirpirituba, Serraria, 
Guarabira, Sousa, Santa Luzi, São João do Rio do Peixe, Coremas e Matureia.
Pernambuco
Arquipélago Fernando de Noronha, Goiana, Itamaracá, Itapissuma, Igarassu, 
Paulista, Cabo de Santo Agostino, Ipojuca, Sirinhaém, Rio Formoso, Barreiros, 
São José da Coroa Grande, Pesqueira, Venturosa, Buíque, Arcoverde, Bonito, 
São Benedito do Sul, Afogados da Ingazeira, Serra Talhada, Triunfo, Belém 
de São Francisco, Santa Maria da Boa Vista e Petrolina.
Alagoas
Maragogi, Japaraitinga, Porto de Pedras, São Miguel dos Milagres, Ibateguara, 
São José da Laje, União dos Palmares, Chã Preta, Quebrângulo, Delmiro 
Gouveia, Olho d’Água do Casado, Piranhas, Pão de Açúcar, Penedo, Traipu 
e Piaçabuçu.
Sergipe
Canindé de São Francisco, Poço Redondo, Brejo Grande, Ilha das Flores, 
Neópolis, Japoatã, Propriá, Pirambu, Laranjeiras, Areia Branca, Itabaiana, São 
Cristóvão, Estância, Santa Luzia do Itanhy.
Bahia
Lençóis, Andaraí, Mucugê, Rio das Contas, Iraquara, Piatã, Morro do Chapéu, 
Ituaçu, Seabra, Itaeté, Parque Nacional Chapada Diamantina, APA Marimbus 
de Iraquara, APA do Barbado, Lauro de Freitas, Jauá, Arembepe, Barra do 
Jacuípe, Guarajuba, Itacimirim, Praia do Forte, Açu da Torre, Imbassaí, Santo 
Antônio, Porto Sauípe, Massarandupió, Baixios, Subaúma, Sítio do Conde, 
Barra do Itariri, Siribinha, Costa Azul, Mangue Seco, Itaparica, Ilha de Maré, 
Madre de Deus, Ilha do Medo, Ilha dos Frades, Ilha Bimbarras, Ilha Cajaíba, 
Ilha de Saraíba, Ilha do Cal, Ilha das Vacas, Matarandiba, Ilha das Fontes, 
Ponta dos Garcês, Parques de Salvador, Valença, Guaibim, Cairu, Morro de São 
Paulo, Gamboa, Garapuá, Boipeba, Camamu, Maraú, Barra Grande, Ituberá, 
Itacaré, Ilhéus, Olivença, Toromba, Una, Canavieiras, Belmonte, Santa Cruz 
Cabrália, Porto Seguro, Arraial d’Ajuda, Trancoso, Caraíva, Monte Pascoal, 
Ponta do Corumbau, Cumuruxatiba, Prado, Abrolhos, Alcobaça, Caravelas, 
Nova Viçosa e Mucuri.
Goiás
Parque Nacional Chapada dos Veadeiros, São Domingos, Posse, Serra dos 
Pirineus, Corumbá de Goiás, Cocalzinho de Goiás, Pirenópolis, Parque 
Nacional das Emas, Mineiros e Serranópolis.
Mato Grosso
Estrada Transpantaneira, Poconé, Porto Jofre, Barão de Melgaço, Santo Antônio 
do Leverger, Cáceres, Parque Nacional Chapada dos Guimarães, Cuiabá e 
Alta Floresta.
Mato Grosso do 
Sul
Estrada Parque do Pantanal, Miranda, Aquidauana, Corumbá, Bodoquena, 
Bonito, Jardim e Costa Rica.
62
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E DO ECOTURISMO
Minas Gerais
Lagoa Santa, Confins, Pedro Leopoldo, Matozinhos, Prudente de Morais, Sete 
Lagoas, Cordsburgo, Santana do Riacho, Congonhas do Norte, Presidente 
Kibitschek, Gouveia, Datas, Diamantina, Couto Magalhães de Minas, Felício 
dos Santos, Serra Azul de Minas, Santo Antônio do Itambé, Serro, Alvorada 
de Minas, Dom Joaquim, Conceição do Mato Dentro, Morro do Pilar, Santo 
Antônio do Rio Abaixo, São Sebastião do Rio Preto, Itambé do Mato Dentro, 
Jaboticatubas, Ibertioga, Lima Duarte, Rio Preto, Juiz de Fora, Além Paraíba, 
São João Nepomuceno, Leopoldina, Cataguases, Miraí, Ubá, Barbacena, 
Viçosa, Araponga, Ponte Nova, Fervedouro, Espera Feliz, Muriaé, Tombos, 
Belo Horizonte, Bom Jesus do Amparo, Santa Luzia, Sabará, Itabira, Barão 
de Cocais, Santa Bárbara, Catas Altas, Mariana, Ouro Preto, Piranga, Ouro 
Branco, Congonhas, Itabirito, Nova Lima, Raposos, Caeté, Alagoa, Itamonte, 
Itanhandu, Passa Quatro, Virgínia, São Sebastião do Rio Verde, Pouso Alto, 
São Lourenço, São Roque de Minas, Vargem Bonita, São João Batista do Glória, 
Delfinópolis, Sacramento, Araxá, Sacramento, Conquista, Delta, Uberaba, 
Conceição das Alagoas, Planura, Fronteira, Frutal, Campina Verde, Prata, 
Uberlândia, Cachoeira Dourada, Araporã, Tupaciguara, Araguari, Estrela do 
Sul, Romaria, Nova Ponte, Patrocínio, Pedrinópolis e Santa Juliana.
Espírito Santo
Itaúnas, Conceição da Barra, São Mateus, Pinheiros, Linhares, Sooretama, 
Aracruz, Serra, Cariacica, Vitória, Vila Velha, Guarapari, Anchieta, Viana, 
Domingos Martins, Marechal Floriano, Alfredo Chaves, Vargem Alta, Castelo, 
Conceição do Castelo, Venda Nova do Imigrante, Afonso Cláudio, Santa 
Maria de Jetibá, Santa Teresa, São Roque do Canaã, Ibiraçu, Fundão, Santa 
Leopoldina, São José do Calçado, Alegre, Guaçuí, Dores do Rio Preto, Divino 
de São Lourenço, Ibitirama, Iúna, Irupi, Ibatiba e Muniz Freire.
Rio de Janeiro
Itacurussá, Angra dos Reis, Mangaratiba, Parati, Itatiaia, Penedo, Visconde 
de Mauá, Engenheiro Passos, Rio de Janeiro, Niterói, Petrópolis, Teresópolis, 
Nova Friburgo, Araruama, Arraial do Cabo, Armação dos Búzios, Barra de 
São João, Conservatória, Valença, Vassouras, Mendes, Miguel Pereira, Pati do 
Alferes, Macaé, Quissamá, Campos e São João da Barra.
São Paulo
Itararé, Itapeva, Capão Bonito, Ribeirão Grande, Tapiraí, São Miguel Arcanjo, 
Miracatu, Juquitiba, Embu, Itapecerica da Serra, Araçoiaba da Serra, Sorocaba, 
São Roque, Pirapora do Bom Jesus, Santana de Parnaíba, Atibaia, Mairiporã, 
Piracicaba, Botucatu, São Pedro, Brotas, São Carlos, Santa Rita do Passa 
Quatro, Analândia, Rio Claro, Araras, Apiaí, Iporanga, Eldorado, Jacupiranga, 
Registro, Iguape, Ilha Comprida, Cananeia, Pariquera-Açu, Caçapava, 
Pindamonhangaba, Cruzeiro, Silveiras, São José do Barreiro, Bananal, Cunha, 
São Luís do Paraitinga, Paraibuna, São José dos Campos, Monteiro Lobato, São 
Francisco Xavier, São Bento do Sapucaí, Campos do Jordão, Santo Antônio do 
Pinhal, Peruíbe, Itanhaém, Cubatão, Santos, Guarujá, Bertioga, São Sebastião, 
Ilhabela, Caraguatatuba, Ubatuba, Salesópolis, São Bernardo do Campo, São 
José do Rio Preto, Fernandópolis, Jales, Santa Fé do Sul, Mira Estrela e Cardoso.
Paraná
Complexo Estuarino Lagunar de Paranaguá/Guaraqueçaba, Parque Estadual 
do Marumbi, Parque Estadual de Vila Velha, Parque Estadual Guartelá, Represa 
de Itaipu e entorno, Parque Nacional do Iguaçu e Itaipulândia.
Santa Catarina
Vértice do Vale do Itajaí, Florianópolis e entorno, Parque Estadual da Serra 
do Tabuleiro, entre a Reserva Biológica do Arvoredo e APA Anhatomirim, 
Região de Lages, Parque Nacional São Joaquim, Urubici, Bom Jardim da Serra 
e São Joaquim.
Rio Grande do 
Sul
Canela, Gramado, Parque Nacional Aparados da Serra, Parque Nacional Serra 
Geral, Agudo, Camobi, Silveira Martins, Ivorá, Faxinal do Soturno, Itaara e 
Santa Maria.
FONTE: Adaptado de: IEB (2001)
TÓPICO 3 | ECOTURISMO
63
DICAS
No site <http://ambientes.ambientebrasil.com.br/ecoturismo/destinos.html>, 
você vai encontrar uma relação completa dos principais destinos de ecoturismo no Brasil.
Em recente pesquisa da ABETA (2010), ficou evidente que o ecoturista 
brasileiro busca nestes destinos participar de atividades que propiciem uma fuga 
das rotinas do dia a dia, um resgate de momentos de lazer que remetem à vida 
descompromissada dos tempos da infância. Assim, as viagens figuraram como 
principal lazer de 40% dos entrevistados, sendo que atividades ligadas à água 
foram citadas em 46% das respostas.
Dentre as principais atividades já praticadas por estes turistas, destacam-
se passeios de bugue (36%), cavalgadas (36%), caminhadas (31%), tirolesa (27%), 
observação de vida selvagem (22%) e mergulho (21%). Quando questionados 
sobre quais atividades gostariam de participar, 70% citaram bugue, seguido 
de mergulho (70%), observação de vida selvagem (61%), 4x4 (61%), quadriciclo 
(61%), flutuação (60%) e caminhadas (57%). (ABETA, 2010).
DICAS
Acesse<http://www.abeta.com.br/pesquisaperfil/> para obter a pesquisa 
completa sobre o perfil do turista de aventura e do ecoturista realizada pela ABETA, e <http://
www.ecobrasil.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=12&sid=5> para ler um 
interessante texto sobre o Destino Brasil (Instituto Eco Brasil).
64
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico vimos que:
• O Brasil possui uma grande potencialidade para o desenvolvimento do 
ecoturismo, pois apresenta uma série de atrativos de cunho cultural e natural 
de extremo interesse para o segmento. 
• Ecoturismo é um segmento da atividade turística que utiliza, de forma 
sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca 
a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do 
ambiente, promovendo o bem-estar das populações.
• Para que uma atividade seja classificada como Ecoturismo, ela precisa cumprir 
os princípios básicos da “Sustentabilidade”, ou seja, deve levar em consideração 
os seguintes fatores: resultado econômico, mínimos impactos ambientais e 
culturais, satisfação do ecoturista e da comunidade envolvida. 
• Para que o Ecoturismo possa ser desenvolvido e aplicado como uma atividade 
sustentável, a fase de planejamento deve ser valorizada e bem construída. Esta 
etapa é contínua e dinâmica e está presente em todo o desenvolvimento da 
atividade turística. 
• O ecoturismo, como componente essencial de um desenvolvimento sustentável, 
requer uma abordagem multidisciplinar, um planejamento cuidadoso, tanto 
físico como gerencial e, diretrizes e regulamentos rígidos, que garantam um 
funcionamento estável. 
• Para que o desenvolvimento do turismo ocorra de uma maneira equilibrada é 
necessário estabelecer critérios para a utilização dos espaços, de acordo com 
suas características, a fragilidade dos ecossistemas naturais e a originalidade 
cultural das populações receptoras.
• Para o ecoturismo, a sustentabilidade é a principal condição, razão e 
consequência de seu desenvolvimento. Assim, o planejamento de atividades 
turísticas deve sempre levar em considerações estes princípios, de forma 
que o empreendimento possa realmente ser enquadrado como ecoturístico e 
sustentável. 
• No Brasil, com uma diversidade impressionante e incontáveis paisagens, o 
desenvolvimento de atividades relacionadas à natureza é o principal atrativo 
turístico. 
65
• A demanda crescente dos turistas por viagens que proporcionam o contato 
direto com a natureza coloca todas as regiões do Brasil em posição privilegiada 
como destinações para a demanda do turismo ecológico e de aventura, tanto 
nacional quanto internacional, em função de seus inúmeros recursos naturais.
• As primeiras empresas de ecoturismo surgiram no Brasil no final da década 
de 1980, mas foi apenas da década seguinte que esta atividade começou a cair 
no gosto do público, motivado pela grande exposição na mídia de assuntos 
relacionados à natureza, um resgate aos “paraísos ecológicos”. 
• O amadurecimento dos empresários do ramo, a busca de profissionalismo e de 
certificações de segurança tem transformado muitos destinos em referências 
nacionais e internacionais dentro deste segmento.
• O ecoturista brasileiro busca nestes destinos participar de atividades que 
propiciem uma fuga das rotinas do dia a dia, um resgate de momentos de lazer 
que remetem à vida descompromissada dos tempos da infância. 
66
1 Quais os principais destinos de ecoturismo de sua região? Elas se enquadram 
nos princípios do ecoturismo descritos neste tópico?
2 Caso você seja um empreendedor, que tal alinhar sua empresa com os 
princípios do turismo sustentável?
3 Em 1994, através da publicação das Diretrizes para uma Política Nacional 
de Ecoturismo pela EMBRATUR e Ministério do Meio Ambiente, o então 
“turismo ecológico” passou a se denominar e foi conceituado da seguinte 
maneira:
a) Ecoturismo é o segmento da atividade turística que utiliza o patrimônio 
natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de 
uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, 
promovendo o sustento das populações.
b) Ecoturismo é um segmento da atividade turística que utiliza, de forma 
sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e 
busca a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação 
do ambiente, promovendo o bem-estar das populações.
c) Ecoturismo é um segmento da atividade turística que utiliza, de forma 
sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e 
busca a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação 
do ambiente, promovendo o sustento das populações.
d) Ecoturismo é um segmento da atividade turística que utiliza, o patrimônio 
natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de 
uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, 
promovendo o bem-estar das populações.
4 Assinale a alternativa que contenha um item que NÃO FAZ PARTE dos 
princípios do turismo sustentável:
a) Usar os recursos de forma sustentável; integrar o turismo ao planejamento; 
manter a diversidade.
b) Reduzir o consumo exagerado e o desperdício; consultar os investidores e o 
público; incentivar a concentração de renda.
c) Consultar os investidores e o público; envolver as comunidades locais; 
realizar pesquisas.
d) Apoiar as economias locais; fazer o marketing; treinar equipes.
AUTOATIVIDADE
67
5 Em recente pesquisa da ABETA (2010), ficou evidente que o ecoturista 
brasileiro busca participar de atividades que propiciem uma fuga das 
rotinas do dia a dia, um resgate de momentos de lazer que remetem à vida 
descompromissada dos tempos da infância. Assinale a alternativa que 
apresente apenas atividades já praticadas pelos turistas entrevistados: 
a) Passeios de bugue, cavalgadas, caminhadas, tirolesa, observação de vida 
selvagem e mergulho.
b) Passeios de bugue, cavalgadas, caminhadas, tirolesa, flutuação e mergulho.
c) Passeios de bugue, cavalgadas, caminhadas, quadriciclo, observação de 
vida selvagem e mergulho.
d) Passeios de bugue, quadriciclo, caminhadas, flutuação, observação de vida 
selvagem e mergulho.
6 Assinale a alternativa INCORRETA:
a) Para o ecoturismo, a sustentabilidade financeira é a principal condição, 
razão e consequência de seu desenvolvimento. Assim, o planejamento de 
atividades turísticas deve sempre levar em consideração estes princípios, 
de forma que o empreendimento possa realmente ser enquadrado como 
ecoturístico e sustentável. 
b) A demanda crescente dos turistas por viagens que proporcionam o 
contato direto com a natureza coloca todas as regiões do Brasil em posição 
privilegiada como destinações para a demanda do turismo ecológico e de 
aventura, tanto nacional quanto internacional, em função de seus inúmeros 
recursos naturais.
c) As primeiras empresas de ecoturismo surgiram no Brasil no final da década 
de 1980, mas foi apenas na década seguinte que esta atividade começou 
a cair no gosto do público, motivado pela grande exposição na mídia de 
assuntos relacionados à natureza, um resgate aos “paraísos ecológicos”. 
d) O amadurecimento dos empresários do ramo, a busca de profissionalismo 
e de certificações de segurança têm transformado muitos destinos em 
referências nacionais e internacionais dentro deste segmento.
7 De acordo com a Organização Mundial do Turismo, para que a 
sustentabilidade possa ser assegurada em atividades de ecoturismo, 
devem-se seguir alguns princípios. Assinale a alternativa que NÃO 
CORRESPONDE a um destes princípios.
a) O ecoturismo precisa de estratégias, princípios e políticas específicas para 
cada nação, região ou área.
b) A prática do ecoturismo, em parques nacionais e outras áreas protegidas, 
não deve cumprir os planos e regras de gestão destas áreas.
c) A educação e a capacitação são prerrequisitos de toda atividade sustentável 
de ecoturismo.
d) Os ecoturistas necessitam de informações detalhadas e especializadas tantoantes como durante sua viagem.
68
69
TÓPICO 4
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DO 
TURISMO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Neste Tópico, falaremos sobre a Educação Ambiental, uma ferramenta 
transformadora da sociedade, e que há tempos vem sendo utilizada para diminuir 
os problemas ambientais, especialmente aqueles vinculados à sociedade humana. 
Dependendo da abordagem, o turismo pode ser um importante multiplicador 
desta nova forma de se relacionar com o meio ambiente e a sociedade. 
Como já foi citado no Tópico 2 desta Unidade, o crescimento populacional 
e o desenvolvimento econômico acabaram pressionando de tal forma o equilíbrio 
ambiental que chegamos ao limite do insustentável. Embora ainda existam 
muitas opiniões controversas, é evidente que os problemas ambientais já estão 
interferindo severamente no modo de vida da sociedade moderna, seja com 
escassez de água onde isto nunca ocorria, antecipação ou atraso de estações 
climáticas, afetando a reprodução de muitas espécies e os efeitos do clima sobre 
todo o sistema.
FIGURA 32 – A DENSIDADE DEMOGRÁFICA FOGE DE CONTROLE
FONTE: <http://noseahistoria.wordpress.com/2011/04/18/a-explosao-populacional-do-seculo-xix/>. 
Acesso em: 20 jul. 2011.
70
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E DO ECOTURISMO
No Tópico 3 desta Unidade, já discutimos a importância de se praticar 
o verdadeiro ecoturismo. Apenas em atender a estas premissas, você já estará 
fazendo um importante papel como cidadão e ator da cadeia produtiva do 
turismo. Agora vamos ampliar essa participação.
Assim, convidamos você a percorrer este tópico e entender o que 
é Educação Ambiental e como ela pode contribuir na sua atividade como 
profissional do turismo. 
Primeiramente é importante entender o contexto em que as primeiras 
ideias sobre educação ambiental começaram a aparecer. Já citamos o lançamento 
do livro Primavera Silenciosa, de Rachel Carson em 1962 e a grande repercussão 
que causou. Entretanto, Cascino (2009) considera que o primeiro grande texto a 
respeito das questões ambientais e dos limites para o desenvolvimento humano 
publicado foi Os limites do crescimento, em 1968. 
Neste momento em que ocorre a aproximação entre aquilo que se falava 
nos movimentos sociais, estudantis, operários, minoritários-libertários e a 
questão do desenvolvimento do planeta ou o caminhar do homem sobre a Terra, 
principalmente por parte dos industriais e centros científicos do Primeiro Mundo. 
(CASCINO, 2009).
Depois da Primeira Conferência Mundial sobre Meio Ambiente Humano e 
Desenvolvimento, realizada em 1972, os movimentos e manifestações sociais que 
reivindicavam proteção ao meio ambiente aos poucos foram se tornando mais 
abrangentes, pois uma consciência da ausência dos limites dos efeitos poluentes 
se espalhava entre os manifestantes. Cascino (2009) refere-se ao nascimento de 
uma consciência/cidadania planetária.
A UNESCO promoveu, em Belgrado em 1975, um Encontro Internacional 
sobre Educação Ambiental. O encontro culminou com a formulação de princípios 
e orientações para um programa internacional de Educação Ambiental (EA), 
segundo o qual esta deveria ser contínua, interdisciplinar, integrada às diferenças 
regionais e voltada para os interesses nacionais. (SOUZA, 2003).
FIGURA 33 – LOGOTIPO DA UNESCO
FONTE: <http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/>. Acesso em: 20 jul. 2011.
TÓPICO 4 | A EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DO TURISMO
71
Em 1977, aconteceu o Primeiro Congresso Mundial de Educação Ambiental 
em Tbilisi, ex-União Soviética, sendo que o Segundo Congresso Mundial de 
Educação Ambiental também aconteceu lá, porém desta vez em Moscou. (DIAS, 
2004). Foi um lento processo acontecendo em meio a importantes mudanças 
políticas neste país, que culminou no entendimento da necessidade de associar a 
preocupação ambiental com a educação. (CASCINO, 2009). 
Em 1987, o Relatório Brundtland, com o título Nosso futuro comum, 
analisa as principais questões sobre meio ambiente e desenvolvimento, lançando 
a base do que seria discutido durante a Eco 92. A partir de então, a Educação 
Ambiental entra nas principais discussões, porém sempre vinculada às questões 
ambientais puramente. Confunde-se com ensino de ecologia. Até que em 1997, a 
Unesco publica o documento Educating for a Sustainable Future, com o título “Uma 
visão transdisciplinar para uma ação orquestrada”. Segundo Cascino (2009), o 
documento “aponta o caminho da interdisciplinaridade como eixo central de 
um novo modo de educar, uma plataforma para ações educativas fundadas em 
preocupações ambientais”. 
DICAS
Para saber mais sobre o Relatório Brundtland, acesse <http://pt.wikipedia.org/
wiki/Relat%C3%B3rio_Brundtland>.
Na Conferência de Tbilisi, a Educação Ambiental foi definida como “uma 
dimensão dada ao conteúdo e à prática da educação, orientada para a resolução 
dos problemas concretos do meio ambiente através de enfoques interdisciplinares, 
e de uma participação ativa e responsável de cada indivíduo e da coletividade”. 
(TBILISI, 1977, apud DIAS, 2004, p. 98). É uma definição que vale até hoje. 
Entretanto, Dias (2004, p. 99), baseado nos subsídios técnicos elaborados 
pela Comissão Interministerial para a preparação da Rio-92, dá um enfoque mais 
aprofundado quando observa que 
A educação ambiental se caracteriza por incorporar as dimensões 
socioeconômicas, política, cultural e histórica, não podendo basear-se em pautas 
rígidas e de aplicação universal, devendo considerar as condições e estágio (sic) 
de cada país, região e comunidade, sob uma perspectiva holística. Assim sendo, 
a educação ambiental deve permitir a compreensão da natureza complexa do 
meio ambiente e interpretar a interdependência entre os diversos elementos que 
conformam o ambiente, com vistas a utilizar racionalmente os recursos do meio 
na satisfação material e espiritual (CA) da sociedade no presente e no futuro. 
monte
Destacar
72
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E DO ECOTURISMO
A Educação Ambiental é um processo permanente, no qual os indivíduos 
e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem 
conhecimentos, valores, habilidades, experiências e determinação que os tornem 
aptos a agir e resolver problemas ambientais presentes e futuros. (DIAS, 2004).
Em 1999, a Educação Ambiental foi transformada em lei no Brasil (Lei 
nº 9.795 de 27 de abril de 1999). Em seu Art. 2° afirma: “A educação ambiental 
é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar 
presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo 
educativo, em caráter formal e não formal”. (BRASIL, 2011).
IMPORTANT
E
A educação ambiental deve sempre ser observada dentro de um ambiente total, 
o que inclui valores éticos, políticos, sociais, econômicos, científicos, tecnológicos, culturais e 
ecológicos, e não apenas sob a ótica deste último.
2 PRINCÍPIOS E OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
FIGURA 34 – A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO FONTE DE REFLEXÃO
FONTE: <http://palrp20092010-educaoambiental.blogspot.com/>. Acesso em: 20 jul. 2011.
Durante a Conferência de Tbilisi foram definidos os seguintes princípios 
básicos para a Educação Ambiental (DIAS, 2004, p. 112-124):
• Considerar o meio ambiente em sua totalidade, ou seja, em seus aspectos 
naturais e criados pelo homem, tecnológicos e sociais (econômico, político, 
técnico, histórico-cultural, moral e estético).
TÓPICO 4 | A EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DO TURISMO
73
• Constituir um processo contínuo e permanente, começando pelo pré-escolar, 
e continuando através de todas as fases do ensino formal e não formal.
• Aplicar um enfoque interdisciplinar, aproveitando o conteúdo específico 
de cada disciplina, de modo que se adquira uma perspectiva global e 
equilibrada.
• Examinar as principais questões ambientais, do ponto de vista local, regional, 
nacional e internacional, de modo que os educandos se identifiquem com as 
condições ambientais de outras regiões geográficas.
• Concentrar-se nas situações ambientais atuais,tendo em conta também a 
perspectiva histórica.
• Insistir no valor e na necessidade da cooperação local, nacional e internacional 
para prevenir e resolver os problemas ambientais.
• Considerar, de maneira explícita, os aspectos ambientais nos planos de 
desenvolvimento e de crescimento.
• Ajudar a descobrir os sintomas e as causas reais dos problemas ambientais.
• Destacar a complexidade dos problemas ambientais e, em consequência, a 
necessidade de desenvolver o censo crítico e as habilidades necessárias para 
resolver os problemas.
• Utilizar diversos ambientes educativos e uma ampla gama de métodos para 
comunicar e adquirir conhecimentos sobre o meio ambiente, acentuando 
devidamente as atividades práticas e as experiências pessoais.
A criação destes princípios considerava que, a partir de um enfoque 
crítico, “a Educação Ambiental poderá contribuir para a formação de cidadãos 
conscientes, aptos para se decidirem a atuar na realidade socioambiental 
de um modo comprometido com a vida, com o bem-estar de cada um e da 
sociedade local e global”.
Neste mesmo relatório, foram definidas também as finalidades da 
Educação Ambiental (DIAS, 2004, p. 109-110):
• Promover a compreensão da existência e da importância da interdependência 
econômica, social, política e ecológica.
• Proporcionar a todas as pessoas a possibilidade de adquirir os conhecimentos 
dos valores, o interesse ativo e as atitudes necessárias para proteger e 
melhorar o meio ambiente.
• Induzir novas formas de conduta nos indivíduos, nos grupos sociais e na 
sociedade, em seu conjunto, a respeito do meio ambiente.
FONTE: Dias (2004)
74
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E DO ECOTURISMO
• CONSCIÊNCIA – ajudar os grupos sociais e os indivíduos a adquirirem 
consciência do meio ambiente global e ajudar-lhes a sensibilizarem-se por 
essas questões.
• CONHECIMENTO – Ajudar os grupos sociais e o indivíduo a adquirirem 
diversidade de experiências e compreensão fundamental do meio ambiente 
e dos problemas anexos.
• COMPORTAMENTO – ajudar os grupos sociais e os indivíduos a 
comprometerem-se com uma série de valores e a sentirem interesse e 
preocupação pelo meio ambiente, motivando-os de tal modo que possam 
participar ativamente da melhoria e da proteção do meio ambiente.
• HABILIDADES – ajudar os grupos sociais e os indivíduos a adquirirem as 
habilidades necessárias para determinar e resolver os problemas ambientais.
• PARTICIPAÇÃO – proporcionar aos grupos sociais e aos indivíduos a 
possibilidade de participarem ativamente das tarefas que têm por objetivo 
resolver problemas ambientais.
Por fim, foram definidas cinco categorias de objetivos da Educação 
Ambiental (DIAS, 2004 p. 111):
Todos esses princípios, finalidades e objetivos podem ser transpostos para as 
realidades locais e regionais, fazendo parte de uma agenda de Educação Ambiental específica.
ATENCAO
3 MEIO AMBIENTE E REPRESENTAÇÃO SOCIAL
De acordo com Barcelos (2008), a situação ecológica por que passa 
atualmente o planeta e as distâncias entre países ricos e pobres acabam por 
consumir cerca de dois terços de toda a energia gerada no planeta. Ainda segundo 
o autor, o descontentamento e a não aceitação passiva do que está acontecendo no 
mundo é que pode suscitar nossa criação imaginativa no sentido de se construírem 
alternativas tanto de pensamento quanto de ações que, a partir do local, possam 
interferir nas questões ecológicas globais. 
Conforme Barcelos (2008, p. 20-21): 
Inventar maneiras, criar possibilidades para vivermos todos juntos 
e em paz, é uma das vontades que movem o movimento ecologista 
desde suas origens no final da década de 1950 e início de 1960 do 
século passado. A educação ambiental tem seu surgimento na esteira 
desse movimento político e social sendo, portanto, assumido também 
sua parcela de responsabilidade pela edificação de um mundo social e 
TÓPICO 4 | A EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DO TURISMO
75
ecologicamente mais justo. Ao pensarmos na contribuição da educação 
ambiental, para a edificação de um mundo social e ecologicamente 
mais justo, nada mais oportuno e urgente que aceitarmos o desafio de 
inventar novas metodologias que nos auxiliem a edificar espaços de 
convivência a partir da solidariedade, da cooperação, da tolerância e 
do amor, não só como os demais seres humanos, mas, sim, com todas 
as demais formas de vida existentes no planeta-terra.
 
Nesse sentido, uma das primeiras reflexões ao se pensar em educação 
ambiental, é repensar o próprio significado de meio ambiente. Tradicionalmente, 
esse termo refere-se ao meio natural, biótico e abiótico, deixando a figura humana 
e os ambientes artificiais de fora. Porém, segundo Jollivét e Pavé (1997 apud 
DALMORA, 2007, p. 17), para que as metodologias de educação ambiental possam 
ter bons resultados, é necessário observar outras definições, como as seguintes:
Meio ambiente é o conjunto de meios naturais (milieux naturel) ou 
artificializados da ecosfera, onde o homem se instalou e que ele explora, 
que ele administra, bem como o conjunto dos meios não submetidos à 
ação antrópica e que são considerados necessários à sua sobrevivência. 
Esses meios são caracterizados: por sua geometria, seus componentes 
físicos, químicos, biológicos e humanos e pela distribuição espacial 
desses componentes; pelos processos de transformação, de ação ou 
de interação envolvendo esses componentes e condicionando sua 
mudança no espaço e no tempo; por suas múltiplas dependências 
em relação às ações humanas; por sua importância, tendo em vista o 
desenvolvimento das sociedades humanas. 
Meio ambiente é um lugar determinado ou percebido, onde os 
elementos naturais e sociais estão em relações dinâmicas e em interação. Tais 
relações implicam processos de criação cultural e tecnológica e processos 
históricos e sociais de transformação do meio natural e construído.
Ao inserir a sociedade humana nesta interpretação sobre meio 
ambiente, torna-se relevante conhecer a maneira como o público-alvo 
interpreta este conceito, de forma a criar uma comunicação de resultados. Nas 
representações sociais podemos encontrar os conceitos científicos da forma 
que foram aprendidos e internalizados pelas pessoas.
Uma representação social é o senso comum que se tem sobre um 
determinado tema, em que se incluem também os preconceitos, ideologias e 
características específicas das atividades cotidianas (sociais e profissionais) 
das pessoas.
As representações sociais estão relacionadas com as pessoas que atuam fora 
da comunidade científica, embora possam também estar aí presentes. São modos 
de pensar que orientam as condutas dos indivíduos na sociedade e equivalem 
a “um conjunto de princípios construídos interativamente e compartilhados por 
diferentes grupos que, através delas, compreendam e transformem a realidade.
FONTE: Adaptado de: Pereira Reigota (2010).
76
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E DO ECOTURISMO
IMPORTANT
E
É fundamental, para se obter bons resultados em seus objetivos de educação 
ambiental, conhecer o público-alvo, sua realidade, seus conceitos e sua forma de 
comunicação, de forma a conseguir estabelecer uma comunicação eficiente que traga os 
resultados esperados.
Reigota (2010, p. 68-69) ainda faz uma importante reflexão sobre 
representações individuais:
As representações individuais não podem ser ampliadas para a 
coletividade, mas, sim, o contrário. O indivíduo equivale à instância 
simples a partir da qual o complexo (a coletividade) não pode ser 
deduzido. Um estado patológico da civilização moderna seria o 
principal responsável pela presença de um desequilíbrio nos homens 
contemporâneos que, vulneráveis, porque isolados, se encontram 
à mercê de tendências destruidoras, originadas socialmente. As 
sociedades modernas, calcadas no individualismo, devem se integrar 
por meio de crenças e pensamentos comuns (representações) que 
produzem uma solidariedade orgânica, imprescindível para a 
construção de uma estabilidade entre os indivíduose sua coletividade. 
Enquanto os conceitos científicos tendem à generalidade e ao rigor, 
as representações coletivas se associam a um tipo de conhecimento 
que, podendo eventualmente possuir um aspecto de cientificidade, se 
pauta pela de um padrão inflexível de formulação do saber.
Portanto, além do coletivo, faz-se importante observar interpretações 
individuais dos conceitos a serem trabalhados e também a forma como serão 
absorvidos individualmente, dentro de cada realidade e história de vida, de forma 
que o conjunto de indivíduos possa compreender, coletivamente, a mensagem 
que se espera reflexão e compreensão. Isto garantirá que toda a comunidade 
participe de forma integrada das propostas apresentadas.
No caso específico do turismo, existem dois focos de trabalho: a comunidade 
local que sofrerá o impacto (positivo e negativo, ver Tópico 4 da Unidade 3) da 
visitação turística e o turista, que deverá ser preparado adequadamente para 
interagir com a comunidade local. O bom trabalho pré, durante e pós-visita com 
estes dois atores garantirá os resultados positivos esperados, comprovando a 
sustentabilidade da atividade.
TÓPICO 4 | A EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DO TURISMO
77
FIGURA 35 – ECOTURISMO COMUNITÁRIO NO PERU
FONTE: <http://www.movimientoecuador.co.uk/Turismo_Comunitario-t-101.html>. Acesso em: 
20 jul. 2011.
DICAS
Para saber mais sobre o papel da representação social nas questões ambientais, 
leia Reigota (2010).
4 RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E TURISMO
Você deve se perguntar o que estes temas tão ligados ao meio ambiente 
tem a ver com turismo? Tem tudo a ver.
 
Não é só o ecoturista que depende de um ambiente saudável e equilibrado, 
e nem é só o ecoturismo que precisa ser sustentável ambientalmente. Veja estes 
exemplos:
• A poluição da água afasta mergulhadores e banhistas das praias, lagoas e 
cachoeiras.
• O calor antecipado diminui a temporada dos esportes de inverno, pois há cada 
vez menos neve para praticá-los. 
• As queimadas e o desmatamento destroem regiões turísticas que poderiam 
atrair os ecoturistas. 
• A fumaça das queimadas pode cancelar voos e intoxicar moradores e visitantes. 
• A mineração pode destruir cavernas e paisagens cênicas. 
• O desaparecimento de espécies animais e vegetais torna muitos locais 
desinteressantes para observadores de vida silvestre. 
• Epidemias causadas por descontrole biológico ou falta de saneamento podem 
afastar funcionários do serviço e ainda espantar turistas. 
78
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E DO ECOTURISMO
• A presença de caçadores pode tornar a região perigosa para os visitantes.
• Obras mal planejadas e sem licença ambiental podem prejudicar o abastecimento 
de água e ainda causar erosão.
FIGURA 36 – O LIXO ESPANTA O TURISTA
FONTE: <http://juliafioriozampieri.webnode.com.br/polui%C3%A7%C3%A3o/>. Acesso em: 21 
jul. 2011.
Envolver-se com questões ambientais é responsabilidade de todo cidadão, 
mas é você, Caro acadêmico, futuro(a) profissional de turismo, que deve entender 
o quanto sua escolha está vinculada à importância da natureza protegida. Como 
pôde perceber, não apenas o ecoturismo, mas os outros segmentos também 
são afetados pelas questões ambientais. Já imaginou a situação de um grande 
resort que se vê sem abastecimento de água em plena temporada, causada pela 
contaminação do rio que abastece a cidade, vinda de alguma indústria rio acima? 
Ou o prejuízo causado pelo cancelamento de reservas devido a um surto de 
diarreia causada pela falta de saneamento ou devido à impossibilidade de pousar 
aviões em meio a uma grande nuvem de fumaça das queimadas da região? 
Tomar consciência destes problemas e o quanto estão próximos de nós 
é um passo importante na busca da sustentabilidade. Mas saber disso traz uma 
segunda reflexão: como podemos contribuir para que parte destes problemas 
deixe de existir? Qual minha responsabilidade sobre o ambiente que eu habito e 
que uso em minhas atividades turísticas?
A educação ambiental é um importante processo que pode e deve ser 
incorporado às atividades turísticas. Vejamos algumas maneiras:
TÓPICO 4 | A EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DO TURISMO
79
• Comunidade local
Quando se pretende instalar uma operação turística em uma localidade 
onde esta atividade ainda não está incorporada, é fundamental conhecer a 
comunidade e a receptividade desta para com o turismo. Muitos projetos acabam 
conflitando com moradores por ignorarem esta etapa. Por outro lado, quando 
inseridos no processo desde o início, compreendendo as possibilidades de 
trabalho e desenvolvimento e tendo boa orientação sobre as transformações que 
o local sofrerá, pode ser muito positivo. Nesta etapa, muitas vezes, a educação 
ambiental é necessária, principalmente porque embora algumas comunidades 
dependam da natureza, nem sempre essa relação é apropriada, podendo gerar 
conflitos, especialmente no que se refere à caça, extrativismo descontrolado, lixo 
etc. 
DICAS
No link <http://pt.scribd.com/doc/6757006/Manual-de-Ecoturismo-de-Base-
Comunitaria> é possível baixar o livro “Manual de Ecoturismo de Base Comunitária”, da WWF, 
com muita informação sobre este tema.
• O empreendimento
Se o projeto for pensado de maneira sustentável desde o início, ficará muito 
mais fácil adotar estas medidas e também utilizar toda a filosofia como parte e 
ferramentas da educação ambiental. Deve ser o principal motivador de práticas 
diferenciadas, pois sua gestão é que será a motivadora das ações de continuidade. 
Um bom exemplo é o projeto de sustentabilidade adotado pela Associação dos 
Hotéis Roteiro de Charme.
DICAS
Acesse o link <http://ambientes.ambientebrasil.com.br/ecoturismo/artigos/
turismo_sustentavel_no_brasil.html>. para conhecer o projeto de sustentabilidade adotado 
pela Associação dos Hotéis Roteiro de Charme.
80
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DO MEIO AMBIENTE E DO ECOTURISMO
• Os parceiros
Se o empreendimento não estiver vinculado com parceiros também 
comprometidos com a sustentabilidade será difícil manter determinadas ações. 
Caso não existam boas alternativas de parcerias na região, uma alternativa é 
convidar os parceiros para participarem do projeto, de forma a ampliar essas 
práticas.
• Funcionários
Não adianta falar em sustentabilidade se toda a equipe não estiver 
engajada. De que vale falar da importância da água se os funcionários continuam 
desperdiçando durante lavagem de louça, lençóis etc.? Ou manter coletores de lixo 
reciclável sem treinar os funcionários responsáveis pela limpeza? Eles devem ser 
os primeiros a receberem educação ambiental, de tal forma que se transformem 
em praticantes e multiplicadores destas ações.
• Guias locais
São eles os responsáveis pelas principais ações de educação ambiental 
para o turista durante uma operação de turismo, pois tudo o que mostrarem, 
falarem ou praticarem durante a atividade será absorvido pelo visitante. Assim, é 
fundamental que os guias de turismo tenham boa orientação e treinamento antes 
de serem responsáveis pela condução de roteiros cujo objetivo transformador é o 
foco da atividade. 
• O turista
Com exceção de poucos ecoturistas engajados, a maioria dos turistas 
não tem qualquer informação ou comportamento compatível com um turismo 
sustentável, sendo ele o foco da transformação. Nem sempre é o que ele deseja, 
e muitas vezes uma experiência exageradamente educativa pode ter o efeito 
contrário. Assim, é fundamental conhecer o turista e suas expectativas, para então 
adequar a linguagem e as atividades, propiciando a reflexão pretendida. 
FIGURA 37 – O TURISTA CONVENCIONAL
FONTE: <http://www.dignow.org/post/reflex%C3%B5es-sociol%C3%B3gicas-sobre-a-
hospitalidade-2341438-47022.html>. Acesso em: 21 jul. 2011.
TÓPICO 4 | A EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DO TURISMO
81
A experiência do turista é algo muito valorizado recentemente, basta ver 
o sucesso do projeto Economia da Experiência, desenvolvido pelo Ministério do 
Turismo e SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).Portanto, ao conciliar o desejo do visitante em experenciar novas sensações com 
uma prática sustentável através da educação ambiental, teremos grandes chances 
de levá-lo à reflexão sobre sua relação com o meio ambiente, tanto no seu dia a 
dia quanto da forma que pratica atividades turísticas. Espera-se que, em futuras 
oportunidades, ele busque novos roteiros que também ofereçam esse tipo de 
experiência e questione quando elas não forem apresentadas. Todos ganharão 
com a formação desta corrente, em especial o meio ambiente.
DICAS
Para saber mais sobre Economia da Experiência, acesse o link <http://www.
turismo.gov.br/turismo/programas_acoes/regionalizacao_turismo/economia_experiencia.
html>.
Outra forma muito utilizada é a prática do turismo científico ou ainda de 
estudos do meio, onde estudantes são levados a visitar locais fora da sala de aula 
para complementarem o currículo escolar. Quando bem preparados e conduzidos 
com objetivos definidos, estas atividades também são ótimas ferramentas para a 
educação ambiental de crianças e jovens.
DICAS
Para saber mais sobre turismo científico, acesse o link <http://cienciaeturismo.
blogspot.com/>.
82
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico vimos que:
• A Educação Ambiental é uma ferramenta transformadora da sociedade, e 
que há tempos vem sendo utilizada para diminuir os problemas ambientais, 
especialmente aqueles vinculados à sociedade humana.
• Na Conferência de Tbilisi, a Educação Ambiental foi definida como “uma 
dimensão dada ao conteúdo e à prática da educação, orientada para a 
resolução dos problemas concretos do meio ambiente através de enfoques 
interdisciplinares, e de uma participação ativa e responsável de cada indivíduo 
e da coletividade”. 
• Em 1999, a Educação Ambiental foi transformada em lei no Brasil (Lei nº 
9.795/27/04/99). 
• Ao inserir a sociedade humana na interpretação sobre meio ambiente, torna-se 
relevante conhecer a maneira como o público-alvo interpreta este conceito, de 
forma a criar uma comunicação de resultados. 
• As representações sociais são modos de pensar que orientam as condutas dos 
indivíduos na sociedade e equivalem a um conjunto de princípios construídos 
interativamente e compartilhados por diferentes grupos que, através delas, 
compreendam e transformem a realidade. 
• É fundamental, para se obter bons resultados em seus objetivos de educação 
ambiental, conhecer o público-alvo, sua realidade, seus conceitos e sua forma 
de comunicação, de forma a conseguir estabelecer uma comunicação eficiente 
que traga os resultados esperados.
• Além do coletivo, faz-se importante observar interpretações individuais dos 
conceitos a serem trabalhados e também a forma como serão absorvidos 
individualmente, dentro de cada realidade e história de vida, de forma que o 
conjunto de indivíduos possa compreender, coletivamente, a mensagem que se 
espera reflexão e compreensão.
● Não é só o ecoturista que depende de um ambiente saudável e equilibrado, e 
nem é só o ecoturismo que precisa ser sustentável ambientalmente, mas toda 
cadeia produtiva do turismo.
• A educação ambiental se faz presente de várias formas quando falamos em 
turismo, como comunidade local, empreendimento, funcionários, parceiros, 
guias locais e turistas.
83
• Ao conciliar o desejo do visitante em experenciar novas sensações com uma 
prática sustentável através da educação ambiental, teremos grandes chances 
de levá-lo à reflexão sobre sua relação com o meio ambiente, tanto no seu dia a 
dia quanto da forma que pratica atividades turísticas. 
84
AUTOATIVIDADE
1 Como você percebeu, a educação ambiental é uma questão muito complexa 
e que pode estar presente em vários momentos do turismo, sempre com 
objetivos de causar reflexão e mudanças de comportamento em relação 
ao meio ambiente. Porém, ela não é possível se não for demonstrada com 
exemplos práticos do multiplicador. Sendo assim, convidamos você agora 
a refletir sobre seu próprio comportamento e ações com relação ao meio 
ambiente. Como está esta sua relação? Faça uma lista sobre as boas práticas 
que segue, e outra com atitudes que poderia melhorar com relação ao meio 
ambiente, em especial aquelas ligadas às atividades turísticas que exerce 
incluindo quando você mesmo é o turista.
2 Durante a Conferência de Tbilisi foram definidos os princípios básicos para 
a Educação Ambiental. Assinale a alternativa que NÃO CORRESPONDE a 
um destes princípios:
a) Considerar o meio ambiente em sua totalidade, ou seja, em seus aspectos 
naturais e criados pelo homem, tecnológicos e sociais (econômico, político, 
técnico, histórico-cultural, moral e estético).
b) Examinar as principais questões ambientais, do ponto de vista local, regional, 
nacional e internacional, de modo que os educandos se identifiquem com as 
condições ambientais de outras regiões geográficas.
c) Concentrar-se nas situações ambientais atuais, sem considerar também a 
perspectiva histórica.
d) Constituir um processo contínuo e permanente, começando pelo pré-escolar, 
e continuando através de todas as fases do ensino formal e não formal.
3 Ainda durante a Conferência de Tbilisi foram definidas as finalidades da 
Educação Ambiental. Assinale a alternativa que NÃO CORRESPONDE a 
uma destas finalidades:
a) Promover a compreensão da existência e da importância da interdependência 
econômica, social, política e ecológica.
b) Proporcionar a todas as pessoas a possibilidade de adquirir os conhecimentos 
dos valores, o interesse ativo e as atitudes necessárias para proteger e 
melhorar o meio ambiente.
c) Induzir novas formas de conduta nos indivíduos, nos grupos sociais e na 
sociedade, em seu conjunto, a respeito do meio ambiente.
d) Proporcionar a possibilidade de adquirir os conhecimentos dos valores, o 
interesse ativo e as atitudes necessárias para usufruir o meio ambiente.
85
4 Por fim, durante a Conferência de Tbilisi foram definidas cinco categorias 
de objetivos da Educação Ambiental. Assinale a alternativa que NÃO 
CORRESPONDE a uma destas categorias:
a) Consciência. 
b) Conhecimento. 
c) Valoração.
d) Habilidades. 
5 As manifestações ambientais no cenário social tais como enchentes, 
deslizamentos de encostas, destruição de cidades por terremotos e 
maremotos estão garantindo reflexões sobre a relação entre sociedade e meio 
ambiente. A educação ambiental é um dos resultados desta reflexão, que 
convida a sociedade a ter uma postura consciente em relação ao usufruto 
dos recursos naturais. Sendo assim, sobre a educação ambiental, assinale a 
alternativa CORRETA:
a) A educação ambiental começou a ser percebida como estratégia de 
minimização dos problemas ambientais a partir da publicação do Relatório 
Brundtland realizada em 1987.
b) A educação ambiental é reconhecida como um movimento autoritário e 
que prioriza a realização pontual de ações voltadas à preservação do meio 
ambiente.
c) A educação ambiental visa apontar soluções para a habitação popular, por 
meio da ocupação de encostas e margens de rios.
d) A educação ambiental está orientada para estimular a utilização de recursos 
naturais, para evitar que produtos industrializados sejam reutilizados.
6 Em 1999, a Educação Ambiental foi transformada em lei no Brasil. Qual o 
número desta lei? 
a) Lei nº 7.795/27/04/89.
b) Lei nº 8.795/27/04/99.
c) Lei nº 9.795/27/04/99.
d) Lei nº 10.795/27/04/89.
86
87
UNIDADE 2
SUSTENTABILIDADE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Ao final desta Unidade, você será capaz de:
• conhecer as dimensões da sustentabilidade e a sua importância;
• compreender a influência do cenário demográfico e do consumismo nos 
problemas ambientais;
• compreender a importância do planejamento turístico para um desenvol-
vimento sustentável;
• compreender a necessidade dos estudos de capacidade de carga para um 
bom planejamento turístico.
Esta Unidade está organizada em quatro tópicos, sendo que, em cada 
um deles, você encontrará atividades para uma maior compreensão das 
informações apresentadas.TÓPICO 1 – AS DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE
TÓPICO 2 – A SOCIEDADE MODERNA E SEU PAPEL NA 
SUSTENTABILIDADE
TÓPICO 3 – TURISMO E PLANEJAMENTO SUSTENTÁVEL 
TÓPICO 4 – CAPACIDADE DE CARGA NO TURISMO
88
89
TÓPICO 1
AS DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
No documento “Nosso Futuro Comum”, da Comissão Brundtland 
(WCED, 1987, p. 15), surge uma das mais conhecidas metas para desenvolvimento 
sustentável: “ele deve satisfazer as necessidades da geração presente sem 
comprometer as necessidades das gerações futuras”. Apesar desta definição não 
incluir todos os princípios básicos de sustentabilidade, ela se foca na questão do 
longo prazo que trata dos interesses intragerações: o foco no futuro está ligado 
ao tema, sendo que o aspecto central da definição do termo sustentabilidade é 
o balanceamento da proteção ambiental com o desenvolvimento, implicando 
assim que as considerações ambientais sejam incorporadas em todos os setores e 
também na arena política. (SCHMIDT, 2007).
 Uma forma de abordar estas questões é o conceito de Triple Bottom 
Line, enfatizando duas questões consideradas fundamentais para uma atuação 
orientada para a sustentabilidade: a integração dos três componentes do 
desenvolvimento sustentável – crescimento econômico, equidade social e 
proteção ao meio ambiente, e a integração entre os aspectos de curto e longo 
prazo. (ELKINGTON apud PETROBRAS, 1999).
FIGURA 38 – CONCEITO DE SUSTENTABILIDADE SEGUNDO A ABORDAGEM TRIPLE BOTTOM 
LINE, EM SUAS TRÊS DIMENSÕES
Crescimento 
econômico
Proteção
ambiental
Comunidade 
e equidade
Sustentabilidade
corporativa
Sustentabilidade econômica
Sustentabilidade ambiental Sustentabilidade social
FONTE: <http://www.hotsitespetrobras.com.br/diretrizes/index.html>. Acesso em: 31 jul. 2011.
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
90
O conceito de sustentabilidade seria formado por cinco componentes: a 
sustentabilidade social, que abrange a gritante desigualdade; a sustentabilidade 
econômica, voltada para a discrepância na concentração de bens e riquezas em 
poucos; a sustentabilidade ecológica, ligada à preservação da biodiversidade e 
à qualidade ambiental; a sustentabilidade espacial, que se refere à distribuição 
adequada dos assentamentos humanos e, consequentemente, a distribuição 
territorial e, por fim, a sustentabilidade cultural, voltada para a necessidade de 
se evitar conflitos culturais. A multiplicidade desses fatores se inter-relacionam 
diversificadamente e se exprimem obedecendo a características locais e 
regionais, porém, fatores como os aspectos normativos, administrativos, 
institucionais, da estrutura de gestão e grau de participação social podem 
acabar influenciando direta ou indiretamente as ações e decisões locais.
FIGURA 39 – A INTER-RELAÇÃO ENTRE AS DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE
Social
Sócio-econômica
Econômica
Sócio-
-ambiental
Econômico-
-ambiental
Ambiental
Sustentável
FONTE: <http://turismocriativo.blogspot.com/2010/03/turismo-e-sustentabilidade-uma-visao.
html>. Acesso em: 31 jul. 2011.
Após esta breve introdução, vamos analisar separadamente cada uma 
das dimensões da sustentabilidade, de forma a compreender sua importância no 
contexto geral.
IMPORTANT
E
Tenha em mente que, para alcançar o desenvolvimento sustentável, é 
imprescindível considerar conjuntamente as dimensões econômica, social, ecológica, 
cultural e espacial.
FONTE: Adaptado de: Pereira; Chiari; Accioly (2010)
TÓPICO 1 | AS DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE
91
2 AS DIMENSÕES SOCIAL E CULTURAL
• SOCIAL
Também conhecida como capital humano, consiste no aspecto social 
relacionado às qualidades dos seres humanos, como suas habilidades, 
dedicação e experiências. [...] A sustentabilidade social está baseada num 
processo de melhoria na qualidade de vida da sociedade, pela redução das 
discrepâncias entre a opulência e a miséria, por meio de diversos mecanismos, 
como nivelamento do padrão de renda, acesso à educação, moradia, 
alimentação, entre outros.
Esta dimensão realça o papel dos indivíduos e da sociedade, estando 
intimamente ligada à noção de bem-estar. Os princípios da sustentabilidade 
social clarificam o papel dos indivíduos e a organização da sociedade e, tendo 
por objetivo a estabilidade social beneficiam também as gerações futuras. 
Estes são: 
• A garantia da autodeterminação e dos direitos humanos dos cidadãos.
• A garantia de segurança e justiça através de um sistema judicial fidedigno e 
independente.
• A luta constante pela melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, que não 
deve ser reduzida ao bem-estar material.
• A promoção da igualdade de oportunidades.
• A inclusão dos cidadãos nos processos de decisão social.
• A promoção da autonomia da solidariedade e da capacidade de autoajuda 
dos cidadãos.
• A garantia de meios de proteção social fundamentais para os indivíduos 
mais necessitados.
DICAS
Para conhecer a Declaração Universal dos Direitos Humanos acesse <http://
portal.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/ddh_bib_inter_universal.htm>. 
FONTE: Schmidt (2007)
FONTE: <http://pt.scribd.com/doc/50391669/19/Dimensoes-da-Sustentabilidade>. Acesso 
em: 8 ago. 2011.
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
92
FIGURA 40 – DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
FONTE: <http://pandora.jor.br/tag/onu/>. Acesso em: 31 jul. 2011.
Com essa visão voltada para a racionalidade social, no ano 2000, 189 
países se comprometeram com a Declaração do Milênio (veja o quadro a seguir), 
fato que demonstra a necessidade urgente de se alcançar a sustentabilidade 
social, ou seja, democratizar o acesso à informação e ao conhecimento como 
forma de promover a qualidade de vida dos indivíduos. 
QUADRO 5 – METAS DA DECLARAÇÃO DO MILÊNIO
1 – erradicar a extrema pobreza e fome; 
2 – atingir o ensino básico universal;
3 – promover a igualdade de gênero e a autonomia das mulheres;
4 – reduzir a mortalidade infantil;
5 – melhorar a saúde materna;
6 – combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças;
7 – garantir a sustentabilidade ambiental; 
8 – estabelecer parceria mundial para o desenvolvimento.
FONTE: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAABmyYAC/capitulo-2-principios-dimensoes-
sustentabilidade>. Acesso em: 31 jul. 2011.
IMPORTANT
E
Planejar o desenvolvimento social requer um olhar para os ecossistemas nos 
quais se está inserido, levando sempre em consideração o manejo das atividades produtivas.
FONTE: Justino (2010)
TÓPICO 1 | AS DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE
93
Chamamos a atenção para a importância do planejamento, ou seja, 
“conhecer a realidade de cada localidade para propor estratégias de atuação com 
foco na resolução dos problemas.” (JUSTINO, 2010). Uma forma de avaliar a 
qualidade de vida das comunidades é através do acompanhamento dos Índices 
de Desenvolvimento Humano (IDH). 
O conceito de Desenvolvimento Humano é a base do Relatório de 
Desenvolvimento Humano (RDH), publicado anualmente pelo PNUD, e 
também do IDH. Ele parte do pressuposto de que para aferir o avanço de uma 
população não se deve considerar apenas a dimensão econômica, mas também 
outras características sociais, culturais e políticas que influenciam a qualidade 
da vida humana. 
DICAS
Para saber mais sobre o RDH e o IDH, e também o ranking de países, estados e 
municípios, acesse o link <http://www.pnud.org.br/idh/>.
• CULTURAL
Os aspectos culturais e educacionais desempenham um papel fundamental 
para a sustentabilidade, pois incorporam os princípios básicos da sociedade e a sua 
forma de vida. Num mundo onde cada vez mais culturas se cruzam e se aproximam, 
muitas vezes, através de processos dolorosos, é fundamental encarar o desafio 
da diversidade cultural como forma de enriquecimento coletivo, salvaguardando 
especificidades culturais ao mesmo tempo em que se constroem sentimentos maiores 
e mais abrangentes com que os indivíduos se possam identificar. 
Esse pressuposto sugere a adoção de estratégias de desenvolvimento 
que priorizem os saberes tradicionais de manejo, ou seja, a valorização do 
local em detrimentodo global. Surge, assim, a necessidade de valorização das 
identidades nacionais, por meio da afirmação de sua cultura e conhecimento 
acumulado ao longo da evolução humana. 
FONTE: Marchesin (2010)
FONTE: Justino (2010)
FONTE: PNUD (2011)
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
94
Os princípios que regem a sustentabilidade cultural e educativa são a 
criação de condições para o desenvolvimento da personalidade de adolescentes 
e jovens através de:
• A garantia de condições mínimas como estruturas apropriadas, condições 
de bem-estar, solidariedade, justiça e liberdade.
• A transmissão de valores fundamentais e do sentido de responsabilidade e 
ordem social.
• A atenção dada pela sociedade à complexidade dos sistemas e à dinâmica 
de mudanças criando competências para enfrentar os seus riscos e desafios.
• Facilitar a educação com objetivos profissionais e investir no desenvolvimento 
de um sistema de educação sólido entre gerações.
Cabe ainda considerar, nesse aspecto, a sabedoria de povos tradicionais, 
como camponeses e indígenas, bem como o patrimônio cultural (material e 
imaterial) constituído na formação dos povos, como, por exemplo, a arquitetura 
e a gastronomia local, respectivamente.
Uma das formas de manifestações da dimensão cultural é através 
do conceito de Patrimônio Cultural Imaterial, definido pela UNESCO 
como "as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas 
- com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são 
associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos 
reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural." O Patrimônio 
Imaterial é transmitido de geração em geração e constantemente recriado 
pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação 
com a natureza e de sua história, gerando um sentimento de identidade e 
continuidade, contribuindo assim para promover o respeito à diversidade 
cultural e à criatividade humana. (IPHAN, 2011).
FONTE: Marchesin (2010)
FONTE: Justino (2010)
FONTE: <http://portal.iphan.gov.br/portal/montarPaginaSecao.
do?id=10852&retorno=paginaIphan>. Acesso em: 8 ago. 2011.
TÓPICO 1 | AS DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE
95
FIGURA 41 – A CAPOEIRA É UM EXEMPLO DE PATRIMÔNIO IMATERIAL
FONTE: <http://orapronobisdopio.blogspot.com/2010/10/patrimonio-cultural-imaterial.html>. 
Acesso em: 31 jul. 2011.
DICAS
Para saber mais sobre Patrimônio Cultural Imaterial, acesse <http://www.iphan.
gov.br/montarPaginaSecao.do;jsessionid=05479952BF963E35809C62467072CAC2?id=10852
&retorno=paginaIphan>, no site do IPHAN, <http://www.brasil.gov.br/sobre/cultura/patrimoni
o/patrimonio-material-e-imaterial> no Portal Brasil e <http://pt.wikipedia.org/wiki/
Patrim%C3%B4nio_cultural_imaterial no Wikipedia>.
3 AS DIMENSÕES ECOLÓGICA, AMBIENTAL E TERRITORIAL
• DIMENSÃO ECOLÓGICA E AMBIENTAL
Quando se pensa em sustentabilidade, normalmente a conservação 
ambiental é a primeira palavra que vem à mente. As questões ambientais 
estiveram sempre no cerne do conceito de sustentabilidade e também sempre 
que se verificavam perigos iminentes para a sobrevivência da espécie humana, 
já que, sendo o ambiente fundamental para a vida, é natural que estes aspectos 
tenham dominado a discussão inicial em volta da sustentabilidade. Até 
porque é contemporânea das primeiras percepções de risco ambiental e ameaças 
à vida no planeta. Os princípios fundamentais associados à sustentabilidade 
ambiental são:
 
• A restrição ao uso de energias não renováveis (como o petróleo) que só 
devem ser usadas mediante compromisso de criação proporcional de fontes 
de energia alternativas.
• O uso cuidadoso das energias renováveis que nunca devem ser consumidas 
de forma a exceder a sua capacidade de regeneração. 
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
96
• A limitação de descarga de substâncias no meio ambiente que não deve 
ultrapassar a capacidade de assimilação do mesmo.
• Os riscos e o perigo para a vida humana provocados pelo Homem devem 
ser evitados.
A dimensão ecológica pode ser dividida em três subdimensões: a 
primeira foca-se na ciência ambiental e inclui ecologia, diversidade do habitat e 
florestas. A segunda inclui qualidade do ar e da água (poluição), a proteção da 
saúde humana por meio da redução de contaminação química e da poluição. 
A terceira foca-se na conservação e na administração de recursos renováveis e 
não renováveis. Pode ser chamada de sustentabilidade dos recursos. 
NOTA
Falar em sustentabilidade significa pensar nela incluindo o ponto de vista 
ecológico. Para tal, é fundamental perceber como se processa a vida sob todos os aspectos, 
reconhecendo sua importância e o significado de cada ser, bem como nossa responsabilidade 
para a manutenção da mesma. (JUSTINO, 2010).
O quadro a seguir mostra as alavancas que podem incrementar a dimensão 
ecológica:
QUADRO 6 – ALAVANCAS DE INCREMENTAÇÃO DA DIMENSÃO ECOLÓGICA
• Aumento da capacidade de carga da Espaçonave Terra por meio da engenhosidade ou, em 
outras palavras, intensificação do uso dos recursos potenciais dos vários ecossistemas - com 
um mínimo de dano aos sistemas de sustentação da vida - para propósitos socialmente 
válidos.
• Limitação do consumo de combustíveis fósseis e de outros recursos e produtos facilmente 
esgotáveis ou ambientalmente prejudiciais, substituindo-os por recursos ou produtos 
renováveis e/ou abundantes e ambientalmente inofensivos.
• Redução do volume de resíduos e de poluição, por meio da conservação e reciclagem de 
energia e recursos.
• Autolimitação do consumo material pelos países ricos e pelas camadas sociais privilegiadas 
em todo o mundo.
• Intensificação da pesquisa de tecnologias limpas e que utilizem de modo mais eficiente os 
recursos para a promoção do desenvolvimento urbano, rural e industrial.
FONTE: Marchesin (2010)
FONTE: Schmidt (2010)
TÓPICO 1 | AS DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE
97
FONTE: <http://www.cidade.usp.br/projetos/dicionario/verb12/0012/>. Acesso em: 31 jul. 2011.
• Definição das regras para uma adequada proteção ambiental, concepção da máquina 
institucional, bem como a escolha do conjunto de instrumentos econômicos, legais e 
administrativos necessários para assegurar o cumprimento das regras.
IMPORTANT
E
Devemos ressaltar que, embora o meio ambiente seja o principal motivador dos 
conceitos de sustentabilidade, ele não é o único, dependendo de todas as ações vinculadas 
nas outras dimensões.
FIGURA 42 – A DIMENSÃO ECOLÓGICA É A ORIENTADORA DAS AÇÕES SUSTENTÁVEIS
FONTE: <https://aobservadora.wordpress.com/2007/01/25/ue-e-poluicao-planos-
para-um-paradigma-perdido/>. Acesso em: 31 jul. 2011.
• DIMENSÃO TERRITORIAL OU ESPACIAL
De acordo com Justino (2010), falar em sustentabilidade espacial significa 
elencar fatos como concentração populacional, densidade demográfica, 
urbanização. Esta dimensão é voltada a uma configuração rural-urbana mais 
equilibrada e a uma melhor distribuição territorial de assentamentos humanos 
e atividades econômicas, com ênfase nas seguintes questões:
 
• Concentração excessiva nas áreas metropolitanas.
• Destruição de ecossistemas frágeis, mas vitalmente importantes, por 
processos de colonização descontrolados.
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
98
• Promoção de projetos modernos de agricultura regenerativa e 
agroflorestamento, operados por pequenos produtores, proporcionando 
para isso o acesso a pacotes técnicos adequados, ao crédito e aos mercados.
• Ênfase no potencial para industrialização descentralizada, associada 
a tecnologias de nova geração (especialização flexível), com especial atenção 
às indústrias de transformação de biomassa e ao seu papel na criação de 
empregos rurais não agrícolas.
• Estabelecimento de uma rede de reservas naturais e de biosfera para 
proteger a biodiversidade.
A concentração populacional em torno das grandes cidades tem 
grande responsabilidade nos problemas ambientais. Problemas como poluição 
atmosférica, contaminação do lençol freático, consumo excessivo de água, 
geraçãode resíduos, precariedade dos assentamentos humanos, segregação 
socioespacial, entre outros, são mais acentuados nos centros urbanos, assim 
como a sobrecarga nos sistemas de abastecimento de água e energia e a 
deficiência no esgotamento sanitário.
NOTA
Tratar dessas questões significa considerar que o processo de urbanização traz 
consigo a necessidade do planejamento para atender às demandas dos assentamentos 
humanos, que se instalam nas metrópoles e em seu entorno. (JUSTINO, 2010).
Dessa forma, é imprescindível mitigar os efeitos desse aglomerado 
populacional por meio de iniciativas que considerem aspectos como: 
possibilidades de fixação das comunidades tradicionais em suas regiões de 
origem, garantindo a elas condições de sobrevivência; democratização do 
espaço para o assentamento humano, oferecendo condições necessárias de 
educação, moradia, mobilidade, transporte, saúde e segurança; tratamento 
adequado e técnico para abastecimento de água, energia, destinação dos 
resíduos sólidos, qualidade do ar, distribuição racional dos equipamentos 
públicos, acessibilidade e inúmeros outros, menos óbvios, porém não menos 
importantes.
FONTE: Marchesin (2010)
FONTE: Justino (2010)
FONTE: Justino (2010)
TÓPICO 1 | AS DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE
99
4 A DIMENSÃO ECONÔMICA
Também conhecida como capital artificial, inclui não só a economia 
formal, como também as atividades informais que proveem serviços para os 
indivíduos e grupos e aumentam, assim, a renda monetária e o padrão de 
vida dos indivíduos. A sustentabilidade econômica pode ser alcançada pela 
alocação eficiente dos recursos e pelas modificações dos atuais mecanismos de 
orientação dos investimentos.
FIGURA 43 – A NATUREZA PODE SER RENTÁVEL DENTRO DOS PADRÕES DE 
SUSTENTABILIDADE
FONTE: <http://engecoambiental.wordpress.com/2010/07/01/credito-de-carbono/>. Acesso 
em: 31 jul. 2011.
A sustentabilidade ecológica só pode ser alcançada por sociedades que 
desenvolvam comportamentos economicamente sustentáveis, sendo que seus 
princípios residem, sobretudo no(a): 
• organização de estruturas econômicas de longo prazo que devem responder 
às exigências de sistemas estáveis;
• preservação do capital real, como infraestruturas e edifícios;
• estabilização do valor monetário, prevenindo a inflação;
• fato de os custos dos benefícios e serviços deverem ser pagos pela geração 
que deles se beneficia;
• restrição parcial ou total do endividamento, pois cada geração deve, pelo 
menos, preservar o seu próprio capital recebido da geração dos seus pais 
e passá-lo à geração seguinte;
• uso eficaz dos recursos;
FONTE: Schmidt (2007)
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
100
• garantia de todos os serviços econômicos serem produzidos de forma 
transparente e tendo em conta todas as despesas;
• fato de os impostos pagos por cidadãos e empresas serem orientados para a 
sua capacidade de pagamento;
• negociação de pactos intergerações justos, que não coloquem em 
desvantagem as gerações futuras.
O modelo econômico atual aponta para o crescimento e não para o 
desenvolvimento como premissa para o alcance da sustentabilidade. Segundo 
a autora, é importante destacar que, para atingir a sustentabilidade econômica, 
é imprescindível a igualdade na distribuição dos recursos, revendo a estrutura 
econômica vigente, ou seja, uma sociedade onde todos os seus membros 
estivessem em situação de igualdade.
DICAS
Acesse o link <http://www.ufcg.edu.br/~edufcg/filestodownload/revistas/
E&DS_Ano_1_N_0_Junho_2007.pdf> para ter acesso à revista eletrônica Economia e 
Desenvolvimento Sustentável.
LEITURA COMPLEMENTAR
PIB E BEM-ESTAR
Fernando de Aquino Fonseca Neto
A definição mais aceita de economia há muitas décadas seria de "ciência 
do bem-estar", o que já estabelece o seu objetivo mais consensual. Ao mesmo 
tempo, a estatística mais valorizada pelos economistas tem sido o Produto 
Interno Bruto (PIB), não faltando quem defenda as suas propriedades enquanto 
indicador de bem-estar. De fato, altos níveis de PIB per capita estão associados a 
padrões de vida mais satisfatórios para a população em geral, embora, em vários 
casos, como em grande parte dos países árabes, na Índia e no Brasil, os padrões 
de vida da maioria da população não cheguem a acompanhar os níveis de PIB per 
capita observados.
FONTE: Marchesin (2010)
FONTE: Justino (2010)
TÓPICO 1 | AS DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE
101
Contudo, se em termos de níveis essa associação com o bem-estar é 
deficiente, ela fica ainda maior quando se fala em termos de crescimento. O 
crescimento do PIB é apropriado por parcelas maiores ou menores da população, 
embora quanto maiores essas expansões, mais fácil para a política econômica 
disseminar os ganhos.
Mesmo assim, é inegável que uma mesma taxa de crescimento agregado 
possa gerar benefícios totalmente diferentes - pode se concentrar no aumento 
dos lucros dos bancos, na produção de bens de luxo com limitada geração de 
empregos, na produção de commodities intensivas em recursos naturais para 
o entesouramento de divisas ou se concentrar em obras de infraestrutura, 
na produção de bens de consumo popular com alta geração de empregos, na 
expansão da agricultura familiar. Quanto ao argumento de que é melhor esperar 
o bolo crescer, ou seja, sacrificar as gerações presentes em benefício das futuras, 
várias experiências nessa linha sequer garantiram as próprias promessas.
Certamente, os casos de níveis ou elevações de bem-estar mais restritos 
decorreriam de distribuições menos favoráveis da renda gerada. Sobre tal 
questão, são impressionantes os resultados relatados por André Lara Resende, 
em seu artigo “Desigualdade e Bem-Estar”, publicado neste jornal, no caderno Eu 
& Fim de Semana, em 27.01.2011: 
O ponto crucial do argumento é que, independentemente do nível de 
renda, a pobreza relativa contribui para a perda de bem-estar. [...] A 
evidência dos estudos feitos nas últimas décadas, em universidades 
e institutos de pesquisa por toda parte no mundo, sugere que todos 
os possíveis indicadores de bem-estar, sejam relativos tanto à saúde, 
física e mental, quanto a questões sociais, como delinquência juvenil, 
gravidez adolescente, desempenho escolar, criminalidade, entre 
muitos outros, estão invariavelmente correlacionados com o nível de 
desigualdade social.
O próprio autor reconhece que “não há como pretender declarar vitória 
incontestável, com base exclusivamente na evidência empírica”. De qualquer 
modo, não se podem desprezar essas evidências de que as desigualdades 
importam, sobretudo nos níveis que persistem no Brasil, para quaisquer fluxos 
absolutos de renda. Por outro lado, fatores como justiça, meritocracia e estímulos 
à eficiência, que dependem, em grande medida, de resultados de escolhas, 
habilidades e empenhos individuais, não podem ser negligenciados.
Assim, em função das dificuldades de se identificar um padrão de 
distribuição de renda adequado, partiu-se para indicadores mais diretos de 
bem-estar. Nessa linha despontou o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), 
elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), 
contemplando as dimensões de renda, saúde e educação. Observe-se que o IDH, 
ainda que mais abrangente que o PIB per capita como indicador de bem-estar, na 
dimensão renda permanece sem considerar a sua distribuição, e na dimensão 
educação não é sensível à sua qualidade, considerando apenas os anos de estudo.
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
102
A ênfase na distribuição de oportunidades, em detrimento da distribuição 
de resultados, mantendo-se uma rede de proteção social mínima, vem obtendo 
crescente aceitação no debate público. Nesse sentido, indicadores que revelem a 
geração de oportunidades seriam bastante proveitosos.
Mesmo expressando também resultados, os candidatos mais adequados 
no país hoje seriam os empregos formais, compilados pelo Ministério do Trabalho 
e Emprego (MTE) em suas bases de dados da Rais e do Cadastro Geral de 
Empregados e Desempregados (Caged),recentemente harmonizadas. Tais bases 
permitem a montagem de séries mensais de empregos regidos pela CLT, com 
dados censitários, abrangência nacional e possibilidade de diversas aberturas, 
geográficas, setoriais e outras.
Não se trata, contudo, de menosprezar a busca pelo crescimento do PIB, 
que deve ser um objetivo prioritário, mas por meio da viabilização e estímulo 
aos investimentos, tanto em capital físico quanto humano. Para tanto, seriam 
condições necessárias mercados, instituições e disponibilidade de recursos, locais 
ou importáveis, satisfatórios para iniciar o processo. Entretanto, importa ressaltar 
que, mesmo tais condições não garantiriam fluxos vigorosos e duradouros de 
investimentos. Fator crucial seria empreendedores dispostos a enfrentar as 
incertezas dos retornos futuros, ainda maiores em um país com peculiaridades 
que podem fazer a diferença, positiva ou negativamente. Vale ponderar, também, 
que políticas públicas que visem apenas incrementar a agregação de valor em sua 
geração, mesmo pretendendo redistribuí-lo por meio de políticas adicionais em um 
segundo momento, correm o risco de não lograr essa pretendida disseminação de 
bem-estar, o que levaria a um processo de "indianização" da economia brasileira.
Políticas macroeconômicas que resultem em crescimentos da demanda 
agregada superiores à capacidade produtiva corrente favorecem a elevação e 
descontrole da inflação, que é, ao mesmo tempo, um imposto regressivo e um 
inibidor do crédito ao consumidor e dos investimentos. Portanto, se o objetivo final 
é, de fato, a maximização do bem-estar, o mais sensato seria ajustar a demanda 
agregada aos níveis de utilização adequados da capacidade produtiva, observada 
ainda a redução das desigualdades, ao menos para o caso do Brasil, assim como a 
sustentabilidade ambiental, procurando gerar o máximo de empregos de melhor 
qualidade, como os formais, tanto imediatos quanto oriundos de desdobramentos 
de cadeias produtivas com tal potencialidade.
FONTE: <http://www.cofecon.org.br/index.php?option=com_
content&task=view&id=2335&Itemid=99>. Acesso em: 8 ago. 2011.
TÓPICO 1 | AS DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE
103
5 AS DIMENSÕES POLÍTICAS 
No debate contemporâneo sobre a proteção da natureza devemos 
resgatar a dimensão cultural e política que está submersa na ideia de 
sustentabilidade, visto que a sustentabilidade ambiental está estreitamente 
relacionada com a democracia e a justiça e sua realização irá exigir a construção 
de uma cultura política que promova justamente tais valores, sob uma base 
ecológica. O conceito de desenvolvimento sustentável não apenas pressupõe 
a existência de necessidades fundamentais para o ser humano, como também 
eleva essas necessidades à condição de princípio normativo para a sua visão de 
justiça, ou seja, uma sociedade justa seria aquela que satisfaz as necessidades 
humanas básicas. Portanto, um desafio fundamental para o século XXI é 
a construção de novas relações entre pessoas comuns e as instituições – 
especialmente as de governo – que influenciam diretamente as suas vidas.
Ao analisar estes conceitos, Acselrad e Leroy (1999 apud SILVA; SHIMBO, 
2004 p. 3) destacam as definições para o desenvolvimento sustentável dentro do 
debate sobre as novas premissas da sustentabilidade democrática:
Sustentabilidade tende a ser entendida como o processo pelo qual as 
sociedades administram as condições materiais de sua reprodução, 
redefinindo os princípios éticos e sociopolíticos que orientam a 
distribuição de seus recursos ambientais... Observam-se as dimensões 
política e social, quando a sustentabilidade é construída através de 
sujeitos políticos atuantes em seu ambiente socioeconômico-cultural, 
recebendo do poder público possibilidades no controle de recursos 
para decisões políticas.
As seguintes estratégias capazes de garantir uma sustentabilidade 
comprometida com a justiça social, nos seus aspectos distributivos e espaciais: 
• o resgate das funções sociais do Estado para garantir o direito à cidade 
(atendimento aos direitos básicos, a construção da cidadania e combate à 
especulação e privatização dos bens naturais e das ações públicas a partir da 
construção de políticas públicas e de sua democratização); 
• a defesa pelos atores em considerar o espaço como instância social onde 
se possam construir novos modelos de desenvolvimento, baseados no 
planejamento sociopolítico que favoreçam a distribuição de renda, justiça 
social e mecanismos que garantam acesso menos desigual aos recursos 
naturais e ambientais que integram a variedade de meios construídos do 
espaço urbano brasileiro; 
• a gestão democrática em todos os níveis da federação para possibilitar a 
participação da população no planejamento, na operação e governo das 
cidades, das metrópoles e no desenvolvimento da política urbana nacional.
FONTE: Lenzi (2010)
FONTE: Grazia et al. (2004 apud SILVA; SHIMBO, 2004)
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
104
Durante a Rio 92 foi formalizado um ambicioso plano de ações e 
implementação das estratégias do desenvolvimento sustentável, intitulado 
Agenda 21. Este documento pode ser considerado um compromisso 
internacional de alta cúpula governamental e não governamental que assumiu 
o desafio de incorporar nos países participantes, em suas políticas públicas, 
princípios, que desde já, os colocavam a caminho deste novo modelo de 
desenvolvimento.
FIGURA 44 – LOGOTIPO DA ONU PARA A AGENDA 21
FONTE: <http://www.suapesquisa.com/ecologiasaude/agenda21.htm> Acesso em: 31 jul. 2011. 
Ao longo de sua negociação, a Agenda 21 global incorporou algumas 
características que permitiram, depois de 1992, que fosse interpretada como 
“um produto de processo participativo de planejamento das ações e políticas 
para a transformação do padrão de desenvolvimento e governança dos 
interesses e conflitos humanos, lastreado no diálogo e pactuação entre atores 
sociais, com base no ideário da sustentabilidade. A Agenda 21 é a mais ampla 
experiência de planejamento participativo desenvolvida no país no período 
posterior à Constituição Federal de 1988.
 
Embora não se neguem os esforços realizados para tornar realidade 
a criação de agendas 21, a sua visibilidade ficou parcialmente ofuscada pelos 
acordos hard law (que criam obrigações jurídicas para as partes) – Convenção 
sobre Mudanças Climáticas e Convenção sobre Biodiversidade – e também, 
parcialmente, pelos outros dois produtos soft law da Rio 92 – Declaração do 
Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento e Declaração das Florestas. Em 
1997, quando uma Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas 
– conhecida como Rio+5 – foi realizada para revisar a implementação da 
Agenda 21 uma série de lacunas foram identificadas, particularmente com 
relação às dificuldades para alcançar equidade social e reduzir a pobreza. Com 
isso, em dezembro de 2000, a Assembleia Geral das Nações Unidas resolveu 
realizar, em 2002, a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável em 
FONTE: Talon (2009)
TÓPICO 1 | AS DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE
105
Johanesburgo, na África do Sul. Na mesma oportunidade, a Resolução da 
Assembleia Geral incumbiu a Comissão de Desenvolvimento Sustentável de 
organizar a Cúpula e coordenar uma ampla revisão dos progressos alcançados 
na implementação da Agenda 21, desde sua aprovação, em 1992. A Resolução 
estipulava, ainda, que a revisão deveria focar-se nas realizações e nas áreas que 
requerem esforços adicionais para implementar a Agenda 21. Tais medidas 
parecem ter resultados, visto que após 2002, um grande número de novas 
agendas está sendo formulado e/ou implementado.
DICAS
Para saber mais sobre a Agenda 21, acesse <http://www.mma.gov.br/sitio/index.
php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=18&idConteudo=597> e <http://pt.wikipedia.org/wiki/
Agenda_21>.
A legislação brasileira atual, especificamente, o Estatuto da Cidade (Lei 
nº 10.257 de julho de 2001) estabelece em suas Diretrizes Gerais, Capítulo I, 
Artigo 2º. “a garantia do direito a cidadessustentáveis, entendido como o direito 
à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, 
ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer para as presentes 
e futuras gerações”, sendo este o conceito legal central de sustentabilidade em 
vigor no Brasil. A busca pela justiça social e equidade representa um ponto em 
comum entre as políticas urbanas, sociais e ambientais, sendo o Estatuto da 
Cidade um excelente exemplo de confluências desses fatores e que assumiu 
uma articulação entre as preocupações urbanísticas e ambientais através de 
instrumentos como o Estudo de Impacto de Vizinhança, além de reforçar 
outros instrumentos de mensuração e avaliação de impacto já consolidados 
pela área ambiental como o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório 
de Impacto Ambiental (RIMA).
A sustentabilidade deve ser vista como um conceito normativo que 
se interliga com a construção do futuro, indicando que os valores políticos 
modernos precisam ser rearticulados a partir das exigências de uma época que 
anseia por um novo olhar e uma nova política para o planeta. Sustentabilidade 
ambiental é um conceito que prescreve como o futuro deveria ser e se projeta 
como uma parte integrante e fundamental de qualquer utopia que se possa 
acalentar nos dias de hoje. 
FONTE: Adaptado de: Talon (2009)
FONTE: Adaptado de: Pereira et al. (2010)
FONTE: Adaptado de Lenzi (2010)
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
106
QUADRO 7 – OS TREZE PRINCÍPIOS DE UMA COMUNIDADE SUSTENTÁVEL
1. Não desperdiça recursos e produz pouco lixo.
2. Limita a poluição de forma que possa ser absorvida pelos sistemas naturais.
3. Valoriza e protege a natureza.
4. Atende às necessidades locais localmente, sempre que possível.
5. Provê casa, comida e água limpa para todos.
6. Dá oportunidades para que todos tenham um trabalho do qual gostem.
7. Valoriza o trabalho doméstico.
8. Protege a saúde de seus habitantes, enfatizando a higiene e a prevenção.
9. Provê meios de transporte acessíveis para todos.
10. Dá segurança para que todos vivam sem medo de crimes ou perseguições.
11. Dá a todos acesso igual às oportunidades.
12. Permite que todos tenham acesso ao processo de decisão.
13. Dá a todos oportunidades de cultura, lazer e recreação.
FONTE: <http://www.cidade.usp.br/projetos/dicionario/verb12/0012/>. Acesso em: 31 jul. 2011.
107
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, vimos que:
• O desenvolvimento sustentável deve satisfazer as necessidades da geração 
presente sem comprometer as necessidades das gerações futuras. 
• O conceito de Triple Bottom Line enfatiza que a sustentabilidade provém da 
integração dos três componentes do desenvolvimento sustentável – crescimento 
econômico, equidade social e proteção ao meio ambiente e a integração entre 
os aspectos de curto e longo prazo.
• A sustentabilidade social está baseada num processo de melhoria na qualidade 
de vida da sociedade, pela redução das discrepâncias entre a opulência e a 
miséria, por meio de diversos mecanismos, como nivelamento do padrão de 
renda, acesso à educação, moradia, alimentação, entre outros.
• Planejar o desenvolvimento social requer um olhar para os ecossistemas nos 
quais se está inserido, levando sempre em consideração o manejo das atividades 
produtivas.
• Os aspectos culturais e educacionais desempenham um papel fundamental 
para a sustentabilidade, pois incorporam os princípios básicos da sociedade e 
a sua forma de vida. 
• É fundamental encarar o desafio da diversidade cultural como forma de 
enriquecimento coletivo, salvaguardando especificidades culturais ao mesmo 
tempo em que se constroem sentimentos maiores e mais abrangentes com que 
os indivíduos se possam identificar. 
• Falar em sustentabilidade significa pensar nela incluindo o ponto de vista 
ecológico, sendo fundamental perceber como se processa a vida sob todos os 
aspectos, reconhecendo sua importância e o significado de cada ser, bem como 
nossa responsabilidade para a manutenção da mesma.
• Embora o meio ambiente seja o principal motivador dos conceitos de 
sustentabilidade, ele não é o único, dependendo de todas as ações vinculadas 
nas outras dimensões.
• Sustentabilidade espacial é voltada a uma configuração rural-urbana mais 
equilibrada e a uma melhor distribuição territorial de assentamentos humanos 
e atividades econômicas.
108
• A concentração populacional em torno das grandes cidades tem grande 
responsabilidade nos problemas ambientais, e tratar dessas questões significa 
considerar que o processo de urbanização traz consigo a necessidade do 
planejamento para atender às demandas dos assentamentos humanos, que se 
instalam nas metrópoles e em seu entorno.
• A dimensão econômica inclui não só a economia formal, como também as 
atividades informais que proveem serviços para os indivíduos e grupos e 
aumentam, assim, a renda monetária e o padrão de vida dos indivíduos. 
• Para atingir a sustentabilidade econômica, é imprescindível a igualdade na 
distribuição dos recursos, revendo a estrutura econômica vigente, ou seja, uma 
sociedade onde todos os seus membros estivessem em situação de igualdade. 
• A sustentabilidade ambiental está estreitamente relacionada com a democracia 
e a justiça e sua realização irá exigir a construção de uma cultura política que 
promova justamente tais valores, sob uma base ecológica. 
• O conceito de desenvolvimento sustentável não apenas pressupõe a existência 
de necessidades fundamentais para o ser humano, como também eleva essas 
necessidades à condição de princípio normativo para a sua visão de justiça, ou 
seja, uma sociedade justa seria aquela que satisfaz as necessidades humanas 
básicas.
• A Agenda 21 pode ser considerada um compromisso internacional de alta 
cúpula governamental e não governamental que assumiu o desafio de 
incorporar nos países participantes, em suas políticas públicas, princípios, que 
desde já, os colocavam a caminho deste novo modelo de desenvolvimento.
• O Estatuto da Cidade estabelece a garantia do direito a cidades sustentáveis, 
entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, 
à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao 
lazer para as presentes e futuras gerações. 
• A sustentabilidade ambiental é um conceito que prescreve como o futuro 
deveria ser e se projeta como uma parte integrante e fundamental de qualquer 
utopia que se possa acalentar nos dias de hoje. 
109
AUTOATIVIDADE
1 Ao considerar todas as dimensões da sustentabilidade, percebemos a 
complexidade deste assunto, e como a humanidade ainda está longe de 
alcançar este modelo ideal de desenvolvimento. Porém atitudes locais 
podem, aos poucos, fortalecer esta nova política, a começar pela sua empresa 
ou pela sua comunidade. Pensando nisso, como você poderia inserir estas 
dimensões dentro da sua realidade profissional ou em sua comunidade?
2 Segundo Sachs (1995), o conceito de sustentabilidade seria formado por 
cinco componentes. Quais são eles?
a) A sustentabilidade social, a sustentabilidade econômica, a sustentabilidade 
ecológica, a sustentabilidade espacial, e a sustentabilidade cultural.
b) A sustentabilidade social, a sustentabilidade astronômica, a sustentabilidade 
ecológica, a sustentabilidade espacial, e a sustentabilidade cultural.
c) A sustentabilidade social, a sustentabilidade econômica, a sustentabilidade 
ecológica, a sustentabilidade biológica, e a sustentabilidade cultural.
d) A sustentabilidade social, a sustentabilidade astronômica, a sustentabilidade 
ecológica, a sustentabilidade biológica, e a sustentabilidade cultural.
3 Assinale a alternativa que não contenha uma “Alavanca de incrementação 
da dimensão ecológica:
a) Aumento da capacidade de carga da Espaçonave Terra por meio da 
engenhosidade ou, em outras palavras, intensificação do uso dos recursos 
potenciais dos vários ecossistemas - com um mínimo de dano aos sistemas 
de sustentação da vida - para propósitos socialmente válidos.
b) Reduçãodo volume de resíduos e de poluição, por meio da conservação e 
reciclagem de energia e recursos.
c) Intensificação da pesquisa de tecnologias limpas e que utilizem de modo 
mais eficiente os recursos para a promoção do desenvolvimento urbano, 
rural e industrial.
d) Limitação do consumo de combustíveis renováveis, substituindo-os por 
combustíveis fósseis.
110
4 Segundo os princípios das dimensões da sustentabilidade, são metas da 
Declaração do Milênio:
I– Erradicar a extrema pobreza e fome. 
II– Atingir o ensino básico universal.
III– Promover a igualdade de gênero e a autonomia das mulheres.
IV– Reduzir a mortalidade infantil.
V– Melhorar a saúde materna.
VI– Combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças.
VII– Garantir a sustentabilidade ambiental. 
VIII– Estabelecer parceria mundial para o desenvolvimento.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) As afirmativas I, II e III estão corretas.
b) Todas as afirmativas estão corretas.
c) As afirmativas I, II, IV, VI, VII e VIII estão corretas.
d) As afirmativas I, III, V, VI, VII e VIII estão corretas.
5 Assinale a alternativa que contenha um exemplo de patrimônio cultural 
imaterial:
a) A mata nativa.
b) Os rios.
c) A capoeira.
d) As igrejas.
6 A sustentabilidade ecológica só pode ser alcançada por sociedades que 
desenvolvam comportamentos economicamente sustentáveis, sendo que 
seus princípios residem, entre outros, no(a):
a) Uso eficaz dos recursos.
b) Garantia de todos os serviços econômicos serem produzidos de forma 
transparente e tendo em conta algumas despesas.
c) Fato de os impostos pagos por cidadãos e empresas não serem orientados 
para a sua capacidade de pagamento.
d) Negociação de pactos intergerações injustos, que coloquem em desvantagem 
as gerações futuras.
111
TÓPICO 2
A SOCIEDADE MODERNA E SEU PAPEL NA 
SUSTENTABILIDADE
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Vivemos hoje em um mundo de modismos arraigados por conceitos 
estereotipados de feio e belo, de divisão em seres com inteligência superior 
e inferior e tantas outras subjetividades criadas para afirmar o poder do 
capitalismo. Essas características tornaram-se mais evidentes com o advento da 
globalização, impulsionada pelo desenvolvimento tecnológico, favorecendo a 
igualdade de costumes, hábitos e atitudes, entre outras que, ao padronizar 
estilos de vida, leva à desconsideração dos saberes e manifestações tradicionais 
do conteúdo local por não atenderem à necessidade de produção massificada. 
Além da perda cultural que isto significa, tem-se uma celebração ao 
consumismo, visto que todos querem ter ou ser como os modelos impostos pela 
sociedade de consumo. Desvalorizam-se as tradições e direcionam o consumidor 
para as novidades, o modismo, que tem como consequência o aumento da geração 
de lixo. Num mundo que está prestes a atingir 7 bilhões de habitantes, isto gera 
consequências danosas ao meio ambiente.
DICAS
Para uma interessante aula sobre as consequências do consumismo, assista 
ao vídeo “A História das Coisas”, de Annie Leonard neste link: <http://video.google.com/
videoplay?docid=-7568664880564855303>. 
Para ter acesso aos outros vídeos de temas semelhantes, acesse o link <http://www.
storyofstuff.com/> (em inglês).
FONTE: Justino (2010)
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
112
FIGURA 45 – GERAÇÃO DE POLUENTES NO CICLO PRODUTIVO
FONTE: Adaptado de: <http://www.storyofstuff.com>. Acesso em: 2 ago. 2011.
O ser humano tem um imenso impacto na Terra. Há tantos de nós, 
e cada indivíduo usa tanta energia e tantos recursos, que nossas atividades 
influenciam virtualmente tudo na natureza. A maior parte da superfície 
terrestre e, crescentemente, dos oceanos, tem passado ao controle direto da 
humanidade.
Porém, este cenário não é novo, está se formando desde o início de nossa 
história. A primeira responsável, especificamente no Brasil, pela degradação 
ambiental foi a expansão colonial, criando aqui um espaço de exploração 
ecológica e humana. Depois disto, seguiu-se uma série de ciclos econômicos que 
se revezaram no uso inadequado dos recursos naturais, conforme o quadro a 
seguir.
QUADRO 8 – CICLOS ECONÔMICOS BRASILEIROS
Ciclo Econômico: exploração do pau-brasil, com extração de uma única espécie, 
com pouco desmatamento da cobertura vegetal. Quase levou à extinção desta 
espécie.
Ciclo da Cana-de-açúcar: em SP (São Vicente) e em Pernambuco sob o comando 
de Duarte Coelho, destruição da Mata Atlântica, além da queima da floresta 
para as caldeiras.
Ciclo do Gado: ampliou a colonização do Brasil, penetrando inicialmente pelo 
Rio São Francisco e depois se espalhando pelo país todo. Uso de pastagens 
nativas e desmatamento de áreas florestadas para expansão das pastagens.
Ciclo do Ouro: final dos séculos XVII e Séc. XVIII. A economia colonial 
brasileira esteve centrada na extração deste metal, nas minas descobertas pelos 
bandeirantes paulistas nos sertões de Minas Gerais.
Extração Produção Distribuição Consumo Descarte
FONTE: Ricklefs (2003)
TÓPICO 2 | A SOCIEDADE MODERNA E SEU PAPEL NA SUSTENTABILIDADE
113
Ciclo do Café: final do século XIX. Foi plantado inicialmente na Amazônia, 
mas se adaptou melhor no Sudeste. Usou-se a mesma lógica predatória de 
eliminar florestas para se fazer a lavoura e, assim que a terra dava sinais de 
esgotamento, eliminar mais florestas. A contribuição que o ciclo do café deu 
ao país foi que, a partir de sua riqueza, se processou o acúmulo de capitais 
necessários para o próximo ciclo: a industrialização.
Ciclo da Industrialização: Aberturas de novas estradas e consumo cada vez 
maior dos recursos da natureza e início dos processos de poluição. Grande 
consumo de madeira para abastecer as caldeiras das máquinas a vapor, 
queimadas causadas pela passagem dos trens (perda de brasas pelo caminho).
Ciclo da Tecnologia: o rápido avanço tecnológico gera uma quantidade 
gigantesca de lixo eletrônico, em uma velocidade condizente com modismos e 
consumismo desenfreado.
FONTE: Adaptado de: Souza (2003)
Qual é o cenário atual do desenvolvimento humano e econômico, e quais 
as suas consequências? É o que veremos nos itens a seguir.
2 CENÁRIO DEMOGRÁFICO DA SOCIEDADE MODERNA
Desde que a espécie humana começou a compreender o rápido 
aumento em seus próprios números, o crescimento populacional humano 
tem sido causa de grandes preocupações, o que levou ao desenvolvimento de 
técnicas matemáticas para prever o crescimento de populações – a disciplina 
da demografia, o estudo de populações. 
A população humana ultrapassou a marca de 6 bilhões em 12 de 
outubro de 1999. O crescimento da população humana durante os últimos dez 
mil anos, desde o advento da agricultura, tem sido um dos desenvolvimentos 
ecológicos mais significativos da história da Terra. Ele se compara como os 
maciços deslocamentos causados pela glaciação durante o último milhão 
de anos e com as extinções globais causadas pelo impacto de um cometa 
há 65 milhões de anos. Um dos mais marcantes aspectos do crescimento 
da população humana é que sua taxa continuou a crescer mesmo quando a 
população se tornou amontoada. O crescimento da população foi muito lento 
até o desenvolvimento da agricultura, quando então deveria ser de 3-5 milhões. 
A abundância de alimentos produzidos pela agricultura removeu um fator 
limitante, que então aumentou cem vezes até o início do século dezoito, mesmo 
com eventuais quedas, como as causadas pela peste bubônica. A Revolução 
Industrial, que começou por volta de 1700, proporcionou outro ímpeto para o 
crescimento da população humana, particularmente com melhorias na saúde 
pública e na medicina, e aumento no bem-estar material. Durante os 300 
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
114
anos de industrialização, os humanos cresceram de talvez 300 milhões para 6 
bilhões em 1999, aproximadamente um aumento de vinte vezes, ou uma taxa 
de crescimento exponencial média de quase 100% por século (1% por ano). 
Essa duplicação da população de 3 para 6 bilhões de pessoas levou apenas 40 
anos e apenas 12 para alcançar7 bilhões em 2011. 
FIGURA 46 – TAXA DE CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO MUNDIAL
FONTE: <http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/566517-o-impressionante-crescimento-da-
populacao-humana-atraves-da-historia.> Acesso em: 9 jun. 2019.
As mudanças populacionais variam muito, tanto em ritmo como em 
direção. Em muitos países pobres, o número de habitantes aumenta mais 
de 4% ao ano, enquanto em muitos países ricos ele cresce menos de 1%. A 
população pode também diminuir, como acontece em regiões que enfrentam 
graves crises de saúde pública como a África, por exemplo.
FIGURA 47 – VARIAÇÃO DO CRESCIMENTO POPULACIONAL
FONTE: < https://www.ecodebate.com.br/2018/07/16/o-crescimento-populacional-dos-
continentes-1950-2100-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/.> Acesso em: 9 jun. 2019.
FONTE: Ricklefs (2003)
FONTE: Veiga e Zatz (2008)
TÓPICO 2 | A SOCIEDADE MODERNA E SEU PAPEL NA SUSTENTABILIDADE
115
Nos anos 1960, havia muito temor de que as populações dos países 
pobres continuassem a se multiplicar com rapidez, porém logo se percebeu que 
bastava uma população atingir níveis de vida razoáveis para que despencasse 
o ritmo de novos nascimentos, especialmente com a adoção de métodos 
eficientes de controle de natalidade.
Entretanto, embora as taxas de crescimento da população estejam 
começando a diminuir em algumas partes do mundo onde a economia está 
melhorando, o crescimento global, ainda assim, continua aumentando. Isso se 
deve ao tamanho bruto da população global neste momento, a fatores como 
aumento na expectativa de vida e um acentuado declínio na incidência de 
doenças anteriormente muito difundidas (ex.: sarampo e rubéola).
A taxa atual de crescimento do tamanho da população mundial 
é insustentável, pois em um espaço finito e com recursos finitos, nenhuma 
população pode continuar crescendo para sempre, sendo importante saber 
com que tamanho a população humana poderia ser sustentada sobre a Terra, 
ou seja, qual é a sua capacidade de suporte global.
É importante lembrar que os 7 bilhões de seres humanos de hoje 
consomem recursos e geram lixo de forma bem desigual. Em média cada 
cidadão dos principais polos econômicos mundiais – América do Norte, 
Europa Ocidental e Japão – consome 32 vezes mais e gera 32 vezes mais lixo 
do que a imensa maioria dos habitantes dos países pobres. É natural e justo 
que as populações pobres de todos os países queiram também desfrutar dos 
benefícios de um padrão de vida mais confortável, no entanto, se hoje se 
considera que os seres humanos estão usando mais recursos do que a Terra 
tem capacidade de repor, o problema tende a piorar em um planeta muito 
mais populoso e com maior consumo. Mais gente requer mais comida, espaço, 
água, energia e muitos outros recursos. Por isso, não se pode negar que um 
crescimento vertiginoso da população aumente a pressão sobre a natureza.
FONTE: Veiga e Zatz (2008)
FONTE: Hutchison (2000)
FONTE: Townsend et al. (2010)
FONTE: Adaptado de: Veiga e Zatz (2008)
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
116
DICAS
Para saber mais sobre crescimento populacional, acesse o link <http://
pt.wikipedia.org/wiki/Popula%C3%A7%C3%A3o_mundial>.
Outros fatores também têm impacto sobre a incapacidade do planeta 
de suportar aumentos constantes na população humana. São eles: 
• Degradação do solo e das terras cultiváveis.
• Escassez de água potável e própria para o uso na agricultura.
• Degradação das comunidades florestais e dos mananciais de água. 
• Destruição da camada de ozônio.
• Escassez de recursos e extinção de espécies. 
São muitas as questões e variáveis que mostram a dificuldade de 
se chegar a um acordo, quando se pergunta em que patamar a população 
mundial tenderá a se estabilizar e quantos anos serão necessários para que 
ele seja alcançado, pois tudo dependerá dos ritmos e direções das mudanças 
populacionais, combinadas às inovações tecnológicas que possam reduzir os 
impactos ambientais causados por cada indivíduo.
LEITURA COMPLEMENTAR
A CRISE AMBIENTAL – CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO
Segundo Miller (1985, apud BRAGA et al. 2007), nosso planeta pode ser 
comparado a uma astronave, deslocando-se a cem mil quilômetros por hora pelo 
espaço sideral, sem possibilidade de parada para reabastecimento, mas dispondo 
de um eficiente sistema de aproveitamento de energia solar e de reciclagem 
de matéria. Há, atualmente, na astronave, ar, água e comida suficientes para 
manter seus passageiros. Tendo em vista o progressivo aumento do número de 
passageiros, em forma exponencial, e a ausência de pontos para reabastecimento, 
podem-se vislumbrar, em médio e longo prazos, problemas sérios para a 
manutenção de sua população. 
FONTE: Hutchison (2000)
FONTE: Adaptado de: Veiga e Zatz (2008)
TÓPICO 2 | A SOCIEDADE MODERNA E SEU PAPEL NA SUSTENTABILIDADE
117
O equilíbrio entre população, recursos naturais e poluição influenciará no 
nível de qualidade de vida no planeta. 
POPULAÇÃO
POLUIÇÃORECURSOS NATURAIS
A população mundial cresceu de 2,5 bilhões em 1950 para 6, 2 bilhões 
no ano de 2002 e, atualmente, a taxa de crescimento se aproxima de 1,13% ao 
ano. De acordo com a analogia da astronave, isso significa que, a cada ano, 74 
milhões de passageiros embarcam, atingindo 7 bilhões de habitantes em outubro 
de 2011. Esses passageiros estão divididos em 227 nações, nos cinco continentes, 
poucas das quais pertencem aos chamados países desenvolvidos, com 19% da 
população mundial. As demais são os chamados países em desenvolvimento 
ou subdesenvolvidos, com os restantes 81% da população. Novamente usando 
a analogia com a astronave, é como se os habitantes dos países desenvolvidos 
fossem passageiros de primeira classe, enquanto os demais viajam no porão. 
Em decorrência das altas taxas de crescimento populacional que hoje somente 
ocorrem nos países menos desenvolvidos, essa situação de desequilíbrio tende 
a se agravar ainda mais: em 1950, os países desenvolvidos tinham 31,5% da 
população mundial; em 2002, apenas 19,3%; e, em 2050, terão 13,7%.
Dentro dessa perspectiva de crescimento, cabe questionar até quando os 
recursos naturais serão suficientes para sustentar os passageiros da astronave 
Terra.
3 O CONSUMISMO E SEUS IMPACTOS 
O Capitalismo é um modo de produção pelo qual a economia se dá 
em unidades chamadas empresas, que são de propriedade privada, embora 
algumas possam ter o governo como proprietário. Em linhas gerais, esta é a 
forma de organização das atividades produtivas (econômicas) da sociedade 
baseada no princípio de que os indivíduos podem exercer domínio sobre 
os recursos, com o intuito de transformá-los em bens e serviços, agregando 
sempre um novo valor. Essa ação se perpetua por meio de uma cadeia, cujo 
eixo norteador é o acúmulo privado de capital, justificado na máxima do 
crescimento econômico. 
FONTE: Braga et al. (2007)
FONTE: Adaptado de: Justino (2010)
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
118
FIGURA 48 – CONSUMO CONSCIENTE?
FONTE: <http://aprendizagemcompa2.pbworks.com/w/page/13491178/Adolescentes-X-
Consumismo:-An%C3%A1lises-de-Pesquisas>. Acesso em: 5 ago. 2011.
DICAS
Consulte o capítulo 12 de Braga et al. (2007) para um interessante texto sobre a 
questão ambiental no âmbito da economia.
Porém, em meio a esta recente crise econômica, que tem preocupado 
a população e os governos mundiais, as pessoas ainda não se deram conta 
de que estão perdendo mais dinheiro com o desaparecimento das florestas 
do que com a atual crise financeira global, segundo conclusões de um estudo 
encomendado pela União Europeia, realizada por um economista do Deutsche 
Bank, que calculou que os desperdícios anuais com o desmatamento variam 
em uma faixa de US$ 2 trilhões a US$ 5 trilhões. A humanidade herdou um 
acúmulo de 3,8 bilhões de anos de capital natural: mantendo-se os padrões 
atuais de uso e degradação, muito pouco há de restar até o fim do século XXI.
Para se chegar a esses números, é necessário saber que os serviços de 
armazenamento de água e da regulação do ciclo de carbono, entre outros, 
realizadosgratuitamente pela natureza, criam condição para um meio 
ambiente saudável, oferecendo não só água e ar limpos, chuvas, produtividade 
oceânica, solo fértil e elasticidade das bacias fluviais, como também certas 
funções menos valorizadas, mas imprescindíveis para a manutenção da 
sustentabilidade, tais como: a) o processamento de resíduos (naturais e 
industriais); b) a proteção contra os extremos do clima; e c) a regeneração 
atmosférica. Contudo, nas últimas três décadas se consumiu um terço dos 
TÓPICO 2 | A SOCIEDADE MODERNA E SEU PAPEL NA SUSTENTABILIDADE
119
recursos da Terra, ou seja, de sua riqueza natural. É sabido que ecossistema 
é um sistema aberto integrado por todos os organismos vivos, inclusive o 
homem, e os elementos não viventes de um setor ambiental definido no tempo 
e no espaço. Suas propriedades globais de funcionamento (fluxo de energia e 
ciclagem da matéria) e autorregulação (controle) derivam das relações entre 
todos os seus componentes, tanto pertencentes aos sistemas naturais, quanto 
aos criados ou modificados pelo Homem.
A destruição da natureza em decorrência do desenvolvimento 
econômico vem ocorrendo de maneira cada vez mais intensa, principalmente 
neste último século. As evidências deste processo encontram-se na escassez 
dos recursos não renováveis, nos níveis de aquecimento planetário, nos 
efeitos catastróficos dos dejetos industriais e poluentes diversos, na produção 
incessante de mercadorias descartáveis, numa demonstração inconteste 
de que o modo de produção capitalista não exerce um domínio adequado 
e planejado da natureza, revelando uma contradição crescente entre as 
necessidades de expansão da produção e as condições do planeta para prover 
esse desenvolvimento. 
Esse comportamento “é resultado de uma estratégia usada pelo modelo 
capitalista que criou o consumismo obsoletista, em que um produto já é 
lançado tendo o seu sucessor mais moderno na prateleira para ser apresentado 
em pouco mais de seis meses ou um ano”. 
Uma verdade, que poucos se dão conta, é que nos dias atuais, de toda 
a produção mundial, apenas 1% tem vida útil superior a seis meses e, em 
nossa euforia de consumo, devido ao desconhecimento do ciclo de vida dos 
produtos, não damos conta que é o meio ambiente que estará sendo afetado. 
Não podemos esquecer que a primeira etapa da fabricação de um produto 
se dá com a extração de recursos naturais, cuja exploração está se dando de 
forma exagerada e desordenada, e o seu destino final também será em um 
determinado local do ambiente.
A humanidade tem sido seduzida pelos apelos midiáticos de consumo, 
ao ponto de transformar os desejos em necessidades básicas à sobrevivência 
humana. Isto porque ao longo de sua evolução, o ser humano passou a querer 
suprir mais do que sua necessidade de sobrevivência, pois, à medida que foram 
FONTE: Souza e Silva (2008)
FONTE: Silva (2010)
FONTE: Souza; Silva (2008)
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
120
surgindo os avanços tecnológicos, outros objetivos passaram a ser perseguidos, 
como, por exemplo, espiritualidade, longevidade, prazer, conforto, beleza e 
convivência. E é aí que entra em pauta o modelo econômico vigente, ou seja, o 
capitalismo, cujo crescimento está alicerçado nos pilares do consumo.
DICAS
Acesse o link <http://dinheirama.com/blog/2010/03/11/impactos-sociais-e-
ambientais-do-consumo/> para ler um interessante artigo sobre Consumo Consciente, de 
Costa (2010).
Ao subordinar a produção aos imperativos da acumulação, o capitalismo 
não pode sustentar-se indefinidamente, sem que os avanços tecnológicos 
e científicos por este obtidos resultem em crescente destruição, visto que o 
incremento da produtividade do capital o faz senhor e voraz devorador dos 
recursos humanos e materiais do planeta para, a seguir, retorná-los como 
mercadorias de consumo de massa, cada vez mais descartáveis.
Os reflexos, geralmente desastrosos, podem ser observados, por 
exemplo, nas atividades agropecuárias e florestais, particularmente quando 
praticadas de forma extensiva, causando profundas alterações na paisagem, 
em nível mundial.
DICAS
Acesse o link <http://www.environmentteam.com/2010/04/11/the-animals-
save-the-planet-watch-all-11-cartoons/> e assista aos vídeos criados pelo Animal Planet 
sobre os impactos ambientais causados por atitudes não sustentáveis.
FONTE: Justino (2010)
FONTE: Silva (2010)
FONTE: Souza; Silva (2008)
TÓPICO 2 | A SOCIEDADE MODERNA E SEU PAPEL NA SUSTENTABILIDADE
121
FIGURA 49 – OS VÍDEOS “THE ANIMALS SAVE THE PLANET”, DO CANAL ANIMAL PLANET, SÃO 
EXCELENTES FERRAMENTAS PARA REFLEXÃO SOBRE OS PROBLEMAS AMBIENTAIS CAUSADOS 
PELO CONSUMISMO
FONTE: <http://karinalthuon.wordpress.com/2008/12/04/the-animals-save-the-planet/>. Acesso 
em: 5 ago. 2011.
Assim, é evidente a necessidade de encontrarmos um ponto de equilíbrio 
entre o desenvolvimento econômico, uso de recursos naturais e a conservação 
ambiental, visto que a sobrevivência de todos os seres vivos e a qualidade de vida 
democrática depende disto. 
Cabe lembrar que, de acordo com Sachs (2009), o conceito de recurso é 
cultural e histórico, sendo o conhecimento, pela sociedade, do potencial do seu 
meio ambiente. Segundo o autor, “o que hoje é recurso, ontem não o era, e alguns 
dos recursos dos quais somos dependentes hoje, serão descartados amanhã; assim 
caminha o progresso técnico, então deveríamos confiar o máximo possível no 
fluxo de renovação dos recursos”. Entretanto, relembra o autor, a capacidade de 
renovação dos recursos – significando este termo o suporte básico da vida, água, 
solo e clima – requer uma gestão ecológica prudente, pois não se trata de um 
atributo concedido de uma única vez, para sempre, ou seja, precisamos aprender 
como fazer um aproveitamento sensato da natureza para construirmos uma boa 
sociedade. 
DICAS
Para ler uma interessante entrevista com Helio Mattar, do Instituto Akatu, 
sobre consumo consciente, acesse o link <http://www.cntdespoluir.org.br/Lists/Contedos/
DispForm.aspx?ID=2425>.
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
122
4 DESENVOLVIMENTO INCLUDENTE 
Ao relembrarmos o que aprendemos até agora, podemos considerar 
que o crescimento da população humana causou dois grandes problemas: 
impacto nos sistemas naturais, com interrupção de processos ecológicos e a 
exterminação de espécies; e a constante deterioração do próprio ambiente da 
espécie humana à medida que pressionamos os limites dos sistemas ecológicos 
que podem nos sustentar. 
Lembre-se de que sem o uso responsável dos recursos naturais, não há como 
manter uma sociedade sustentável por um longo período.
ATENCAO
O que observamos como resultado destas duas observações é que, quando 
feito de modo inadequado, essa exploração de recursos resulta na maioria das 
vezes em pobreza para as comunidades locais, mesmo após um breve período 
de progresso econômico. Isso é constatado em áreas de mineração ou exploração 
florestal, por exemplo. Outra consequência deste tipo de exploração é a forma 
socialmente desigual da distribuição das riquezas e da renda gerada. Essa retórica 
faz com que se criem verdadeiros bolsões de pobreza, onde reina a fome e a miséria 
absoluta de um lado e, do outro, acúmulo de riqueza gerando ostentação e luxo. 
FIGURA 50 – NA DÉCADA DE 1980 MILHARES DE MINERADORES INVADIRAM SERRA PELADA/
PA EM BUSCA DE OURO. A EXPLORAÇÃO INADEQUADA TROUXE APENAS POBREZA E 
DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
FONTE: <http://www.brasilescola.com/brasil/serra-pelada.htm>. Acesso em: 5 ago. 2011.
FONTE: Ricklefs (2003)
FONTE: Justino (2010)
TÓPICO 2 | A SOCIEDADE MODERNA E SEU PAPEL NA SUSTENTABILIDADE
123
Existe uma pressão diferenciada exercida pelos consumidores sobre os 
ecossistemas, ou seja, as populações dos países ricos são responsáveis pela 
apropriação de 80% dos recursos naturais e de energia, sendo que representam 
menos de 20% da população global.
Os aspectos de homogeneização são marcantes para instauração do 
quadro de desigualdades sociais vigentes no planeta, oriundas da concentraçãode 
renda gerada pelo propósito da acumulação de capital, sendo fundamental, para 
o desenvolvimento sustentável, considerar aspectos que permitam a formatação 
de uma sociedade justa e igualitária.
O desenvolvimento sustentável é uma proposta alternativa ao modelo 
de desenvolvimento com viés puramente econômico. O novo modelo de 
desenvolvimento procura ultrapassar a perspectiva puramente econômica, e 
considera outras questões como: sociais, políticas, institucionais, tecnológicas, 
culturais e ambientais. 
Combater a pobreza e proporcionar uma existência digna de vida 
dos cidadãos passa a ser o objetivo principal de toda administração pública 
comprometida com o bem-estar social. Adotar a perspectiva sustentável do 
desenvolvimento é tentar superar a tradição de enfrentamento da pobreza através 
de duas maneiras: somente pela via do crescimento econômico, sem considerar 
a contento as questões sociais; ou pela via das políticas compensatórias, muitas 
vezes assistencialistas, capazes até de aliviar os sofrimentos dos excluídos, 
mas não de resolver os seus problemas definitivamente. O procedimento mais 
adequado para o alcance dos objetivos da sustentabilidade é integrar também 
as ações práticas, ou seja, proporcionar a interconexão entre áreas estratégicas, 
tais como educação, saúde, assistência social, geração de emprego e renda, 
infraestrutura urbana, habitação, conservação ambiental, esporte, cultura 
e lazer. Tudo isso permeado por um planejamento apto a qualificar uma 
intervenção eficiente e eficaz com a populações-alvo e a consolidar um padrão 
de vida mais digno e humano para estas.
É importante garantir que, efetivamente, a população local receba uma 
fatia dos benefícios resultantes do aproveitamento de seus saberes e dos recursos 
genéticos por ela coletados. Segundo o autor, o ecodesenvolvimento requer 
o planejamento local e participativo, no nível micro, das autoridades locais, 
comunidades e associações de cidadãos envolvidas. Por fim, o desenvolvimento 
deve ser visto em seu sentido amplo, valorizando o crescimento com efetiva 
distribuição de renda, com superação significativa dos problemas sociais e sem 
FONTE: Souza; Silva (2008)
FONTE: Oliveira (2006)
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
124
comprometimento ambiental, o que só pode ocorrer com profundas mudanças 
nas estruturas e processos econômicos, sociais, políticos e culturais de uma 
determinada sociedade.
UNI
Leia trechos da palestra “O tripé do desenvolvimento includente”, de Ignacy 
Sachs (2007). A transcrição completa da palestra pode ser consultada no link <http://www.
wattpad.com/27893-o-tripe%CC%81-do-desenvolvimento-includente-por-ignacy?p=1>.
FONTE: Melo; Silva (2003)
TÓPICO 2 | A SOCIEDADE MODERNA E SEU PAPEL NA SUSTENTABILIDADE
125
LEITURA COMPLEMENTAR
O desenvolvimento includente requer uma estratégia tridimensional: a 
consolidação e expansão do núcleo modernizador, condição para o crescimento 
sustentado, deve ser suplementada pela identificação de todas as oportunidades 
de crescimento puxado pelo emprego e pela promoção de instrumentos de ação 
direta sobre o bem-estar das populações, sob a forma de redes públicas de serviços 
de base, educação, saúde, saneamento e habitação que, diga-se de passagem, 
são geradoras de numerosos empregos. A sua importância deve-se ao fato de 
que estes serviços permitem efetivação dos direitos humanos fundamentais. O 
desenvolvimento, em última instância, consiste precisamente na universalização 
destes direitos. O conceito de crescimento puxado pelo emprego abrange todos os 
ramos da economia onde ainda é possível avançar com métodos intensivos em mão 
de obra sem perder de vista que o aumento da produtividade é um objeto universal 
que inclui também as atividades de baixa intensidade de capital. Mesmo aí, nós 
temos que ter presente o objetivo de aumentar esta baixíssima produtividade. Mas 
até certo ponto, a baixa produtividade que predomina no oceano constitui uma 
oportunidade para avanços rápidos com tecnologias conhecidas. É o problema 
da inovação e não da invenção de tecnologias novas. Queremos é maximizar o 
emprego decente combinando atividades de diferentes níveis de produtividade, 
em vez de buscar maior produtividade possível do trabalho às custas do emprego. 
Ao lado do artesanato e das indústrias naturalmente intensivas em mão de obra, 
as maiores margens de liberdade existem na produção de bens e serviços não 
comerciáveis, os non-tradables não submetidos à concorrência estrangeira, ou seja, 
à produção de serviços sociais, técnicos e pessoais, à construção civil e às obras 
públicas. A estes podemos acrescentar os empregos relacionados com a redução 
do desperdício no uso dos recursos naturais como a conservação de energia, a 
conservação de água, a reciclagem, os empregos ligados a uma manutenção mais 
cuidadosa do patrimônio já existente, de infraestruturas, equipamentos e parque 
imobiliário, além de uma maneira de prorrogar a sua vida útil e reduzir desta 
forma a demanda pelo capital de reposição. Essas duas atividades a que acabo de 
me referir na conceituação da teoria do crescimento de Kalecki são as fontes de 
crescimento que não exigem investimento. E, portanto, é uma área extremamente 
importante, esta é para mim e para os planejadores do desenvolvimento a principal 
mensagem do conceito do desenvolvimento ambientalmente sustentável. 
Como melhorar a produtividade dos recursos e não somente a produtividade 
do trabalho? Como aumentar a produtividade dos recursos e a vida útil do 
patrimônio já existente através do trabalho? Eu acho que é por aí que engrenamos 
o debate sobre o desenvolvimento ambientalmente sustentável e, ao mesmo 
temo, socialmente includente. As obras públicas, em particular aquelas que não 
têm o componente de importação e se caracterizam por uma maturação rápida, 
merecem uma atenção especial. Segundo o último relatório da OIT, programas 
infraestruturais baseados em métodos intensivos em mão de obra, realizados 
em uma dezena de países, mostraram-se de 10% a 30% mais baratos em termos 
financeiros, reduziram o conteúdo de importação em 50% a 60% e geraram de 
3 a 5 vezes mais empregos do que teria sido o caso ao recorrer-se a métodos 
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
126
mais intensivos em capital. [...] É hora de caminhar da civilização do petróleo 
à civilização da biomassa, valorizando de maneira ecologicamente correta os 
recursos renováveis, construindo um diversificado complexo bioindustrial e 
transformando, assim, em vantagem permanente a condição de país tropical. 
DICAS
O livro “Colapso, como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso”, 
de Jared Diamond (Editora Record), faz um interessante relato de várias sociedades que 
desapareceram ao longo da história por ter exaurido seus recursos naturais.
127
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, vimos que:
• A exaltação atual de conceitos estereotipados desvaloriza saberes e 
manifestações tradicionais por não atenderem aos anseios massificados de 
consumo. 
• Os ciclos econômicos brasileiros se revezaram no uso inadequado dos recursos 
naturais, sendo a causa de muitos dos problemas atuais.
• As preocupações com o crescimento populacional levou ao desenvolvimento 
da disciplina da demografia. 
• O crescimento da população foi muito lento até o desenvolvimento da 
agricultura, quando então deveria ser de 3-5 milhões. 
• A Revolução Industrial proporcionou outro ímpeto para o crescimento da 
população humana e durante os 300 anos de industrialização, os humanos 
cresceram de talvez 300 milhões para 6 bilhões em 1999.
• Essa duplicação da população de 3 para 6 bilhões de pessoas levou apenas 40 
anos e apenas 12 para alcançar 7 bilhões em 2011. 
• As mudanças populacionais variam muito, tanto em ritmo como em direção. A 
população pode também diminuir, como acontece em regiões que enfrentam 
graves crises de saúde pública.
• Quando uma população atingir níveis de vida razoáveis de desenvolvimento 
cai o ritmo de novos nascimentos, coma adoção de métodos de controle de 
natalidade.
• O crescimento global da população continua aumentando devido a fatores 
como aumento na expectativa de vida e um acentuado declínio na incidência 
de doenças. 
• A taxa atual de crescimento do tamanho da população mundial é insustentável, 
pois em um espaço finito e com recursos finitos, nenhuma população pode 
continuar crescendo para sempre. 
• É justo que as populações pobres queiram também desfrutar dos benefícios de 
um padrão de vida mais confortável, no entanto, se hoje se considera que os 
seres humanos estão usando mais recursos do que a Terra tem capacidade de 
repor, o problema tende a piorar em um planeta muito mais populoso e com 
maior consumo. 
128
• Outros fatores que têm impacto sobre a incapacidade do planeta de suportar 
aumentos constantes na população humana são a degradação do solo e das terras 
cultiváveis, a escassez de água potável e própria para o uso na agricultura, a 
degradação das comunidades florestais e dos mananciais de água, a destruição 
da camada de ozônio e a escassez de recursos e extinção de espécies. 
• Ainda há dúvidas sobre em que patamar a população mundial tenderá a se 
estabilizar e quantos anos serão necessários para que ele seja alcançado.
• O Capitalismo é um modo de produção pelo qual a economia se dá em unidades 
chamadas empresas, que são de propriedade privada, embora algumas possam 
ter o governo como proprietário. 
• O modelo capitalista criou o consumismo obsoletista, onde um produto já é 
lançado tendo o seu sucessor mais moderno na prateleira para ser apresentado 
em pouco mais de seis meses ou um ano. 
• Ao longo de sua evolução, a humanidade passou a querer suprir mais do 
que sua necessidade de sobrevivência, pois à medida que foram surgindo os 
avanços tecnológicos, outros objetivos passaram a ser perseguidos.
• É evidente a necessidade de encontrarmos um ponto de equilíbrio entre 
o desenvolvimento econômico, uso de recursos naturais e a conservação 
ambiental, visto que a sobrevivência de todos os seres vivos e a qualidade de 
vida democrática depende disto. 
• A capacidade de renovação dos recursos requer uma gestão ecológica prudente, 
pois precisamos aprender como fazer um aproveitamento sensato da natureza 
para construirmos uma boa sociedade. 
• Sem o uso responsável dos recursos naturais, não há como manter uma 
sociedade sustentável por um longo período.
• Quando feito de modo inadequado, a exploração de recursos resulta em 
pobreza para as comunidades locais, mesmo após um breve período de 
progresso econômico. 
• Os países ricos são responsáveis pela apropriação de 80% dos recursos naturais 
e energia, sendo que representam menos de 20% da população global. 
• O desenvolvimento sustentável tenta ir além da perspectiva puramente 
econômica, considerando outros pilares que sustentam a vida humana, ou seja, 
questões sociais, políticas, institucionais, tecnológicas, culturais e ambientais 
também integram o alicerce que fundamenta o desenvolvimento sustentável.
• É importante garantir que a população local receba uma fatia dos benefícios 
resultantes do aproveitamento de seus saberes e dos recursos genéticos por ela 
coletados.
129
• O ecodesenvolvimento requer o planejamento local e participativo, no 
nível micro, das autoridades locais, comunidades e associações de cidadãos 
envolvidas.
130
AUTOATIVIDADE
1 O crescimento populacional, o consumismo inconsequente e a escassez de 
recursos naturais estão afetando todas as esferas da economia. Observa-se 
inclusive a proliferação de pacotes turísticos massificados que exploram 
sempre os mesmos atrativos. Dentro deste universo, existem consumidores 
que ainda valorizam as experiências personalizadas, buscando roteiros 
alternativos. Assim, sugerimos uma pesquisa na oferta destes roteiros, pois 
a maioria deles está atrelada a atividades com comunidades tradicionais 
que buscam no turismo uma alternativa sustentável. Use este material para 
futuras pesquisas de mercado.
2 Qual o número atual aproximado de seres humanos habitando nosso 
planeta? 
a) 700 milhões.
b) 7 bilhões.
c) 4,5 bilhões.
d) 70 bilhões.
3 Segundo Hutchison (2000), outros fatores também têm impacto sobre a 
incapacidade do planeta de suportar aumentos constantes na população 
humana. Assinale a alternativa que não contenha um destes fatores: 
a) Degradação do solo e das terras cultiváveis.
b) Escassez de água potável e própria para o uso na agricultura.
c) Recuperação das comunidades florestais e dos mananciais de água. 
d) Destruição da camada de ozônio.
4 O desenvolvimento sustentável tenta ir além da perspectiva puramente 
econômica, considerando outros pilares que sustentam a vida humana.
 Assinale a alternativa que não contém questões que integram o alicerce que 
fundamenta o desenvolvimento sustentável:
a) Questões sociais. 
b) Questões culturais.
c) Questões ambientais. 
d) Questões burocráticas.
131
5 Os países ricos são responsáveis pela apropriação de um determinado 
percentual dos recursos naturais e energia, sendo que representam menos de 
outro percentual da população global. Assinale a alternativa que contenha 
respectivamente os percentuais corretos:
a) 80% e 20%. 
b) 30% e 70%.
c) 70% e 30%.
d) 20% e 80%.
6 As preocupações com o crescimento populacional levou ao desenvolvimento 
de uma nova disciplina:
a) Geografia.
b) Demografia.
c) Biologia.
d) Zoologia.
132
133
TÓPICO 3
TURISMO E PLANEJAMENTO 
SUSTENTÁVEL
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Como vimos nos tópicos anteriores, a sustentabilidade tem dimensões 
variadas, sendo influenciada pelo crescimento da população e pelo consumismo 
desenfreado. Da mesma forma, o turismo sustentável tem dimensões políticas 
e culturais, o que nos remete a uma preocupação com o presente e o futuro das 
sociedades locais, com a produção e consumo dos serviços, a conservação e 
preservação dos ecossistemas e com o resgate da sua cultura.
Um destino turístico pode ser criado num processo de geração 
espontânea, gradual, não planejada, ou pode resultar de um processo 
intencional, planejado, sendo imperativo que se faça um planejamento 
de longo prazo e que beneficie principalmente a população local. Existem 
diversos exemplos destas duas citações no Brasil e no mundo, com bons e 
maus resultados. 
O planejamento é importante para qualquer atividade econômica, 
visto que orienta a destinação de recursos e investimentos. Entretanto, quando 
falamos em turismo sustentável, é imprescindível que haja planejamento e 
definição de metas e objetivos, pois sem isso, corre-se o risco de se perder a 
sustentabilidade econômica, social e ambiental ao longo do tempo. Lembrando 
que o equilíbrio entre o turismo e o meio ambiente, em que o segundo se 
constitui a matéria-prima para o primeiro, precisa ser regulado e disciplinado 
para que haja entre ambos um relacionamento harmonioso. 
FONTE: Macedo (2010)
134
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
FIGURA 51 – O PLANEJAMENTO FAZ PARTE DE UM PROCESSO
Preparar
Acompanhar
Revisar
Planejar
FONTE: <http://unirp.blogspot.com/2011/01/planejamento-estrategico-nosso-de-cada.html>. 
Acesso em: 5 ago. 2011.
Assim, após compreender a importância da sustentabilidade ao longo dos 
tópicos anteriores, convidamos você a conhecer sua aplicação dentro do segmento 
turístico.
2 PLANEJAMENTO E GESTÃO DO TURISMO
No mundo contemporâneo, o turismo tem-se destacado como um 
fenômeno social e como uma das atividades econômicas mais importantes, 
recebendo a cada dia maior atenção e seriedade no tratamento científico 
e técnico a ele dispensado. Entretanto, os bons resultados desta atividade 
dependem do bom planejamento e gestão, em todos os níveis hierárquicos. 
O planejamento da atividade turística é uma tarefa bastante complexa, já 
que abrange aspectos relativos à ocupação territorial, à economia, à sociologia e 
à cultura dos núcleos receptores, e ainda às características dos locais emissores 
e à consequente heterogeneidade dos turistas. (RUSCHMANN, 2002).Ou, sob 
outra perspectiva, Henry e Saink (1990, apud RUSCHMANN, 2006 p. 83) adotam 
o seguinte conceito:
O planejamento é uma atividade que envolve a intenção de estabelecer 
condições favoráveis para alcançar objetivos propostos. Ele tem 
por objetivo o aprovisionamento de facilidades e serviços para que 
uma comunidade atenda seus desejos e necessidades ou, então, o 
desenvolvimento de estratégias que permitam a uma organização 
comercial visualizar oportunidades de lucro em determinados 
segmentos de mercado.
O planejamento pode ser classificado em vários tipos, obedecendo a 
diferentes abordagens:
FONTE: Adaptado de: Magalhães (2002)
TÓPICO 3 | TURISMO E PLANEJAMENTO SUSTENTÁVEL
135
QUADRO 9 – ABORDAGENS DO PLANEJAMENTO TURÍSTICO
ASPECTOS CLASSIFICAÇÃO SUBCLASSIFICAÇÃO
Temporal Curto prazo
Médio prazo
Longo prazo
Geográfico Mundial, continental, 
nacional, estadual, 
regional, multirregional, 
microrregional, municipal (ou 
local)
Rural
Urbano
Econômico Macroeconômico
Microeconômico
Administrativo Público (normativo)
Privado (indicativo)
Central
Descentralizado
Intencional ou teleológico Estratégico
Tático
Agregativo Global
Setorial
Local
FONTE: Barreto (2001)
A escolha da abordagem adequada vai depender de quais objetivos 
se deseja alcançar. Genericamente, os objetivos do planejamento conduzem 
a mudanças estruturais de realidades existentes, visando, geralmente, ao 
crescimento econômico acelerado. 
Os objetivos básicos indicam “aonde” se quer chegar e são expressos 
em termos qualitativos, sendo que, no planejamento econômico, e muitas 
vezes no turístico, os planos sofrem grande influência política. Os objetivos 
do planejamento turístico podem envolver localidades, regiões, países e até 
continentes, e envolvem tanto órgãos públicos e empresas privadas desse 
ramo de atividade, como também fatores influenciadores em todos os níveis.
O planejamento de turismo pode dividir-se em vários níveis, 
obedecendo a um critério de complexidade crescente:
• Planejamento de primeiro nível – eventos, excursões, viagens.
• Planejamento de segundo nível – transformação de cidades em núcleos 
turísticos, ativação de núcleos turísticos preexistentes, criação de complexos 
ou cidades turísticas (construção de equipamentos turísticos).
• Planejamento de terceiro nível – políticas nacionais para incentivar a 
atividade turística no país e organizá-la, abrangendo os outros dois níveis.
FONTE: Ruschmann (2006)
FONTE: Bound-Bovi; Lawson (1977, apud RUSCHMANN, 2006).
FONTE: Barreto (2001)
136
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
Após a decisão política de organizar turisticamente uma região, três 
linhas de ação devem acompanhar o desenrolar das atividades implantadas 
no local: das decisões, de planejamento e de recursos financeiros e técnicos. 
Ruschmann (2002, p. 37), afirma que: 
[...] o planejamento dos espaços como potencial turístico é tarefa 
do Estado que, para desenvolvê-los, se vê diante de dois objetivos 
conflitantes: o primeiro, que é o de prover a oportunidade e o 
acesso a esses locais para o maior número de pessoas possível, se 
contrapondo ao segundo, de proteger e evitar a descaracterização dos 
locais privilegiados pela natureza e a cultura original da população 
receptora.
NOTA
O planejamento se apresenta como fundamento para o desenvolvimento turístico 
equilibrado e em harmonia com os recursos físicos, culturais e sociais das regiões receptoras, 
evitando-se, assim, que o turismo destrua as bases que o fazem existir. (RUSCHMANN 2002).
O plano de desenvolvimento turístico é entendido como o conjunto 
de medidas, tarefas e atividades por meio das quais se pretende atingir as 
metas, o detalhamento e os requisitos necessários para o aproveitamento de 
áreas com potencialidade turística. O processo de elaboração do plano deve 
considerar as características e as singularidades regionais que exigem a adoção 
de metodologia e de técnicas adequadas a cada caso. Basicamente, as etapas 
para a elaboração de planos turísticos são as seguintes:
• Identificação clara do problema, definindo a meta final e os objetivos.
• Caracterização geral. 
• Aspectos turísticos.
• Turismo receptivo.
• Análise e avaliação da oferta e da demanda, da imagem e da vocação turística 
da destinação.
• Diagnóstico da situação atual da destinação turística.
• Prognóstico prevendo comportamento turístico esperado.
• Diretrizes básicas para o desenvolvimento ou recuperação do turismo.
• Prazos e prioridades para implantação.
• Responsabilidades de cada setor.
• Instrumentos necessários para viabilizar as diretrizes propostas.
FONTE: Adaptado de: Oliveira (2001)
FONTE: Ruschmann (2006)
TÓPICO 3 | TURISMO E PLANEJAMENTO SUSTENTÁVEL
137
Os estudos relativos ao planejamento turístico têm se concentrado tanto 
no levantamento dos aspectos físicos quanto nas considerações econômicas 
do fenômeno, mas sempre com enfoques parciais, destacando-se: enfoque 
urbanístico, da política econômica, enfoque Pasolf (products, analysis, sequence 
for outdoor or seisure planning), modelos de simulação, planejamento estratégico 
visão integrada. Segundo a autora, para que o levantamento de dados, que 
fundamenta um processo de planejamento turístico, possa ser realizado 
adequadamente, é preciso que se tenha a visão mais abrangente possível e com 
grande profundidade do fato e do fenômeno turístico. A utilização do Sistur 
(planejamento integrado do desenvolvimento turístico) vem sendo proposto 
por diversos autores, cujo modelo referencial proposto sugere a análise e o 
estudo da integração dos seguintes conjuntos:
• Relações ambientais que envolvem os seguintes subtemas: ecológico, social, 
econômico e cultural.
• Organização estrutural, que envolve a superestrutura e a infraestrutura.
• Ações operacionais que envolvem, no mercado, a oferta e a demanda 
relacionadas com a produção e o consumo, respectivamente, do sistema de 
distribuição.
DICAS
Para mais informações sobre o Sistur, acesse o link <http://turismofaibi2010.
blogspot.com/2010/05/sistema-de-turismo-sistur_16.html>.
Antes de se iniciar qualquer projeto turístico em uma localidade, o 
planejador deve responder às seguintes questões:
1. O turismo é importante para impulsionar a economia da região?
2. Quais são as tendências do mercado, os estilos de vida, as necessidades e as 
preferências dos turistas?
3. Quais estratégias e investimentos devem ser feitos para que a localidade 
seja competitiva na indústria turística?
4. O que é preciso fazer para que um local estabeleça um nicho no setor de 
turismo?
5. Quais são os riscos que o turismo produz?
6. Quais as formas de comunicação mais eficientes na tarefa de atrair e de 
manter os turistas?
FONTE: Ruschmann (2002)
138
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
QUADRO 10 – ESQUEMA METODOLÓGICO PARA FORMULAÇÃO DE UM PLANO DE 
ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE TURÍSTICA NUMA LOCALIDADE
1. Análise do território
 Levantamento dos recursos turísticos naturais (análise física do espaço 
territorial).
 Levantamento dos recursos turísticos humanos (análise da atividade 
humana).
2. Análise do mercado turístico
 Análise da demanda.
 Análise da oferta.
3. Formulação da imagem da oferta turística
 Análise de sua repercussão no território.
 Análise de sua repercussão na atividade turística.
4. Formulação da política de desenvolvimento
 Determinação da oferta.
 Determinação da demanda: nacional ou internacional.
5. Requisitos para a exploração da atividade turística
 Básicos.
 Complementares.
6. Cronograma de realização
 Projetos.
Após analisar as respostas obtidas e considerando que a localidade 
possui potencial para o desenvolvimento turístico o planejamento seja feito 
conforme o esquema metodológico apresentado no quadro a seguir.
FONTE: Oliveira (2001, p. 175)
Com um planejamento bem alinhado e definido, com prazos executáveis 
e dentro de um universo viável de recursos, fica muito mais fácil alcançar um 
desenvolvimento sustentável para uma região turística. O planejamento permiteprojetar ações futuras com segurança, conquistando confiança e participação 
da comunidade que, obviamente, deverá ser inserida neste contexto, conforme 
veremos no item seguinte. 
FONTE: Oliveira (2001)
TÓPICO 3 | TURISMO E PLANEJAMENTO SUSTENTÁVEL
139
DICAS
Para um conhecimento mais profundo sobre planejamento e organização do 
turismo, leia Barreto (2001), Oliveira (2001) e Ruschmann (2006).
Por fim, cabe destacar a reflexão de Melo e Silva (2003, p. 24) sobre um dos 
resultados do planejamento: a territorialização turística:
A territorialização turística permitirá que os lugares e regiões 
transformem suas vantagens comparativas, proporcionadas pelo seu 
capital natural e cultural, em vantagens competitivas, assegurando 
a continuidade do dinamismo e contribuindo para promover, 
com uma determinada autonomia, um efetivo desenvolvimento 
socioeconômico. Assim, a dinâmica do desenvolvimento dependerá 
muito mais da capacidade de organização social e política dos 
territórios, valorizando os laços de coesão e de solidariedade, do que 
de outros aspectos externos, de pequena influência local e regional.
3 ATORES DO TURISMO SUSTENTÁVEL
Falar em desenvolvimento sustentável leva em conta não apenas a questão 
ambiental, mas também a social. Afinal, como vimos até aqui, o ser humano 
é o responsável por todas as ações positivas e negativas que recaem sobre o 
meio ambiente. Com o turismo não poderia ser diferente, ainda mais quando 
consideramos que o homem também é gerador de atrativos turísticos e culturais, 
históricos, artísticos, arquitetônicos, técnico-científicos, religiosos etc.
Neste item, vamos conhecer os atores do turismo sustentável sob a 
perspectiva de Swarbrooke (2000, p. vii-viii), que considera:
1. Que o turismo sustentável não é apenas proteção ao meio ambiente; ele 
também está ligado à viabilidade econômica a longo prazo e à justiça social.
2. Iniciativas planejadas para alcançar o turismo sustentável trazem benefícios 
a algumas pessoas e prejuízos a outras. É, portanto, um campo altamente 
político, e não apenas tecnocrático.
3. O turismo sustentável não pode ser separado do debate mais amplo sobre 
desenvolvimento sustentável em geral.
140
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
UNI
A abordagem sobre os atores do turismo sustentável apresentada neste item 
é baseada em Swarbrooke (2000). Sugerimos a leitura desta obra para informações mais 
detalhadas sobre o tema.
• O SETOR PÚBLICO
Setor público refere-se àqueles órgãos destinados a representar a 
comunidade e o interesse público como um todo, e que supostamente agem 
em nome da totalidade da população, gastando a renda obtida com impostos 
para implementar políticas e projetos, em benefício de toda a população sobre 
a qual a autoridade tem jurisdição.
O setor público deve desempenhar um papel de liderança na tentativa 
de desenvolver formas de turismo mais sustentáveis porque, geralmente, tem 
poder para representar toda a população, não apenas grupos ou indivíduos 
interessados. É considerado imparcial, sem nenhuma ação comercial, 
sem nenhum interesse a ser protegido e, por não estar limitado a objetivos 
financeiros de curto prazo, é capaz de adotar uma visão de longo prazo.
Meios pelos quais o setor público influencia o turismo sustentável:
Legislação e regulamentação - Muitos governos nacionais têm 
políticas relativas à sustentabilidade e ao turismo sustentável, porém poucos 
deles produziram uma legislação que as tornem realidade, direcionando a 
legislação para o controle e desenvolvimento da construção em geral e sobre 
certas questões ambientais, como a poluição. Muitos órgãos públicos preferem 
confiar na autorregulamentação da indústria do turismo, acreditando que seja 
melhor educar o turista a comportar-se com maior responsabilidade.
Financiamento e incentivos fiscais - O setor público pode fornecer 
concessões, empréstimos sem juros e outros incentivos fiscais para projetos 
de turismo sustentável, arrecadar impostos incidentes sobre atividades 
menos sustentáveis e introduzir impostos sobre o turismo que representem 
uma quantia fixa a ser paga pelos turistas, como a taxa de visitação turística 
praticada em várias localidades.
TÓPICO 3 | TURISMO E PLANEJAMENTO SUSTENTÁVEL
141
Planejamento de uso do solo - Em termos de turismo sustentável, a fase 
de análise sobre o planejamento deve incluir uma avaliação do desenvolvimento 
corrente, em termos de conflitos no uso do solo, da capacidade de infraestrutura 
e transporte da área, das possíveis ameaças e oportunidades no futuro e dos 
recursos da área e do setor público. A maior parte dos planos de uso do solo 
baseia-se no conceito de zoneamento – em outras palavras, a alocação de áreas 
específicas, com a finalidade de projetar usos separados que poderiam criar 
conflito, caso existissem juntos numa mesma área.
Fornecimento de infraestrutura - Os órgãos do setor público são 
os principais fornecedores e operadores da infraestrutura da indústria do 
turismo, como as estradas, aeroportos e as estações de tratamento de esgoto. 
Exemplo como ator atuante na indústria do turismo - O setor público 
também pode dar um bom exemplo, valendo-se de seu papel de parte atuante 
na indústria do turismo, em termos de atrações turísticas de propriedade 
do Estado, como museus e edifícios históricos, linhas aéreas e ferrovias de 
propriedade do Estado e o papel desempenhado pelos órgãos turísticos 
nacionais e regionais. Pode desempenhar também um papel positivo, 
designando áreas onde as paisagens e/ou comunidades sejam protegidas do 
turismo e de outras ameaças potenciais, como unidades de conservação e áreas 
de conservação de edifícios.
Padrões oficiais - Outro papel valioso do setor público é o estabelecimento 
de padrões oficiais para sustentabilidade que permitam aos turistas identificar 
os produtos mais propícios e sustentáveis do ponto de vista do meio ambiente.
Controle do governo sobre o número de turistas - Muitas localidades 
gostariam de estar na posição de controlar a qualidade e a quantidade de 
turistas que recebem, sendo que a maioria delas deseja um número moderado 
de turistas com alto poder aquisitivo e uniformemente distribuído ao longo do 
ano. No entanto, há poucas localidades em situação de controlar seu turismo 
com esse alcance. De certa forma, isso pode aumentar o custo dos serviços, 
favorecendo a exclusividade, elitismo e contrariando o conceito de igualdade 
que deveria estar implícito no turismo sustentável.
O turismo tem poderosos interesses envolvidos, como as operadoras 
de transporte e os hoteleiros, que tentam influenciar o processo político, que 
podem se opor a medidas que tornem o turismo mais sustentável. Entretanto, 
frequentemente as comunidades e os governos locais tomam decisões sobre 
o turismo obedecendo a razões políticas ao invés de se basearem apenas nos 
méritos da questão, sob o ponto de vista do turismo.
FONTE: Adaptado de: Swarbrooke (2000)
142
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
DICAS
Para saber mais sobre o papel do setor público no turismo sustentável, leia o 
Capítulo 8 (Parte 3) de Swarbrooke (2000).
• A INDÚSTRIA DO TURISMO
O setor turístico deve ter um papel fundamental na tentativa de criar 
formas mais sustentáveis para si. Frequentemente, a indústria turística é 
criticada em relação ao turismo sustentável em termos de como ela desenvolve 
os elementos físicos, tangíveis de seu produto, como novos hotéis e aeroportos 
e como ela opera desde o consumo de energia até políticas, de padrões salariais 
e condições de trabalho até exploração da vida selvagem.
Em termos gerais, a crítica focaliza as acusações de que a indústria 
turística:
• está excessivamente interessada nos lucros a curto prazo e não na 
sustentabilidade a longo prazo;
• está mais interessada em explorar o meio ambiente e as populações locais 
que em conservá-las;
• é relativamente livre e demonstra pouco compromisso com determinadas 
destinações;
• está cada vez mais controlada por grandes corporações transnacionaisque 
não se interessam por determinadas destinações;
• não está fazendo o suficiente para aumentar a percepção dos turistas em 
prol da sustentabilidade;
• somente sobe no “palanque” do turismo sustentável, quando há perspectiva 
de obter boa publicidade e de reduzir custos.
Porém já se observa em alguns setores turísticos algumas ações 
voluntárias em direção ao turismo sustentável:
• No setor hoteleiro, a ação tendeu a focalizar o meio ambiente e as questões 
operacionais que também podem ajudar a reduzir custos, como redução no 
consumo de energia, reciclagem de lixo e controle do desperdício.
• As operadoras de viagens quanto às companhias aéreas em geral obedecem 
a obrigações estatuárias de reduzir ao mínimo as poluições do ar e sonora, e 
o desperdício de combustíveis.
TÓPICO 3 | TURISMO E PLANEJAMENTO SUSTENTÁVEL
143
O setor turístico tenta provar que pode regulamentar seu próprio 
comportamento, através da autorregulamentação voluntária, sendo esta 
preferível pelo setor à ação imposta. Algumas entidades levaram mais adiante 
o conceito de autorregulamentação, projetando códigos de conduta voluntários 
para a indústria como um todo, ou em setores específicos.
Outra questão interessante é o interesse do segmento turístico em 
conscientizar os turistas sobre as questões ambientais e motivá-los a se 
comportarem de modo mais sustentável nas suas férias. Porém, se ela for muito 
crítica em relação aos impactos do turismo, poderá perder negócios, ou seja, 
a meta agora é tentar diminuir os impactos negativos do comportamento dos 
turistas, dando-lhes a oportunidade de sentir-se bem ao participarem destas 
novas práticas.
Atitudes sustentáveis fazem sentido comercialmente por protegerem os 
recursos ou ativos dos quais o turismo depende, não só hoje, como também no 
futuro, e pode ajudar a melhorar o desempenho financeiro de uma organização 
a curto prazo, reduzindo seus custos.
Ao mesmo tempo, observa Swarbrooke (2000, p. 57): 
[...] existe uma visão, em algumas organizações, de que o turismo 
sustentável possa realmente ajudá-las a conseguir uma vantagem 
competitiva na praça ou fazê-las parecer mais éticas, simplesmente 
por causa do maior preço que os turistas podem estar dispostos a 
pagar por um produto mais sustentável.
Por fim, chama atenção o fato de que a globalização tem contribuído 
para que os lugares estejam se tornando cada vez mais semelhantes devido a 
este processo, e os turistas que querem visitar algo diferente poderão virar as 
costas para os lugares onde esta tendência esteja mais acentuada. Portanto, 
essas destinações poderão perder receitas e empregos, tornando-se menos 
sustentáveis como comunidades.
DICAS
Para saber mais sobre o papel do segmento turístico no turismo sustentável, leia 
o Capítulo 9 (Parte 3) de Swarbrooke, (2000).
FONTE: Adaptado de: Swarbrooke (2000)
144
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
• O SETOR VOLUNTÁRIO
No contexto turístico, o setor voluntário consiste em grupos de pressão 
públicos, entidades profissionais, grupos de pressão e trustes voluntários - 
grupos privados de cidadãos que se reúnem para atingir uma determinada 
finalidade, sem que nenhum de seus indivíduos obtenha lucro de suas 
atividades.
Os grupos de pressão, que operam independente da indústria do 
turismo, podem ser classificados em:
• grupos especificamente enfocados em turismo, cujo alvo principal é o 
turismo sustentável;
• grupos que focalizam o meio ambiente em geral, e que também se interessam 
por turismo;
• grupos especialmente preocupados com os impactos sociais do turismo;
• organizações dedicadas a determinados países ou regiões do mundo, 
interessados nas questões turísticas de cada país.
Os grupos de pressão ajudam o curso do turismo sustentável, 
aumentando a conscientização sobre as questões e fazendo campanhas em 
prol de mudanças. Geralmente são compostos por pessoas que moram fora da 
destinação em questão e existem dúvidas acerca do direito destes de tentarem 
influenciar o que acontece numa determinada área. Entretanto, o autor também 
argumenta que, onde os povos locais têm pouco ou nenhum poder político, 
essas influências externas podem ser muito importantes.
Além desses, existem ainda os grupos de pressão compostos por 
representantes da indústria turística, como o World Travel and Tourism Council 
(WTTC), que tem o apoio das principais companhias de turismo e exerce 
pressão organizada em nome dos interesses da indústria do turismo.
Os trustes voluntários podem ter um papel positivo no desenvolvimento 
de formas mais sustentáveis de turismo. Sua contribuição pode incluir:
• O fornecimento de mão de obra voluntária para ajudar em projetos de 
conservação do meio ambiente.
• Conservação de locais valiosos de herança, desenvolvendo-os como atrações 
para os turistas, utilizando a receita gerada para prosseguir seu trabalho de 
conservação do meio ambiente local.
• Coleta de dinheiro para apoiar projetos locais de preservação ambiental.
FONTE: Adaptado de: Swarbrooke (2000)
TÓPICO 3 | TURISMO E PLANEJAMENTO SUSTENTÁVEL
145
DICAS
Para saber mais sobre o papel do setor voluntário no turismo sustentável, leia o 
Capítulo 10 (Parte 3) de Swarbrooke (2000).
• A COMUNIDADE LOCAL
Uma das pedras fundamentais do turismo sustentável é a ideia de que 
a comunidade local deve participar ativamente no planejamento do turismo e, 
talvez, controlar a indústria do turismo local e suas atividades. No entanto, a 
ideia de comunidade local é um conceito de difícil definição. Mais difícil ainda 
é achar mecanismos efetivos para conseguir a participação da comunidade 
como um todo, no processo de desenvolvimento do turismo, sugerindo que 
a comunidade local seja composta de todas as pessoas que vivem numa 
destinação turística. 
Moralmente, a principal influência deva estar nas mãos daqueles que 
nasceram e foram criados numa comunidade. Porém, em muitas comunidades, 
geralmente, os críticos mais clamorosos do turismo podem estar entre aqueles 
que se mudaram para a comunidade. 
Há ainda pessoas que, embora não morem numa determinada área, 
poderiam legitimamente afirmar que têm o direito de opinar sobre o que 
acontece ali, como proprietários de áreas, donos de empresas locais, nativos 
que moram em outras localidades.
Há uma ideia implícita no conceito de participação da comunidade de 
que as populações locais tendam a ter um jogo de interesses compartilhados. 
No entanto, dentro de qualquer comunidade, é provável que haja uma série 
de grupos com interesses muito diferentes, que terão posições diversas sobre 
a questão do turismo, como proprietários de empresas de turismo e outras, 
empregados ou não da indústria turística etc.
DICAS
Em WWF Brasil (2003), você vai encontrar um manual para planejamento de 
ecoturismo com base comunitária.
FONTE: Adaptado de: Swarbrooke (2000)
146
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
Nem sempre há um consenso de propósitos dentro de uma comunidade, 
que geralmente pode estar dividida em:
• elites e o restante da população;
• residentes nativos e imigrantes;
• os que atuam na indústria do turismo e os que não atuam na mesma;
• proprietários e arrendadores de imóveis;
• pessoas mais jovens e pessoas mais idosas;
• empregadores e empregados ou os autônomos;
• os que possuem carros particulares e os que dependem do transporte 
público;
• residentes que estão “bem de vida” e os menos prósperos;
• comunidades majoritárias e comunidades étnicas minoritárias.
Essas diferenças criam diferentes grupos de interesse e algumas delas 
implicam um conflito interno, sendo que o consenso somente existirá como 
um conceito imposto artificialmente, no qual há uma elite dominante que 
pode impor sua vontade sobre os demais.
IMPORTANT
E
Os responsáveis pela elaboração dessas políticas precisam considerar 
corretamente em que situações a comunidade pode envolver-se com turismo, e de que 
forma isso se dará, de forma a evitar a geração de conflitos que descaracterizem a comunidade 
local.
DICAS
Para saber mais sobreo papel da comunidade local no turismo sustentável, leia 
o Capítulo 11 (Parte 3) de Swarbrooke (2000).
FONTE: Adaptado de: Swarbrooke (2000)
TÓPICO 3 | TURISMO E PLANEJAMENTO SUSTENTÁVEL
147
• A MÍDIA
A mídia tem um papel significativo tanto na formação do comportamento 
dos turistas, quanto na criação de uma consciência sobre as questões relativas 
ao turismo sustentável. A mídia relevante pode ser dividida em dois tipos:
• mídia de viagens, criada para influenciar ou aconselhar diretamente o 
turista;
• mídia que não trata de viagens, mas que influencia ou aconselha 
indiretamente o turista, pois esse não é seu propósito real.
A mídia de difusão de viagens pode prejudicar os princípios da 
sustentabilidade quando criam no turista o desejo de visitar novos locais, 
ampliando impactos negativos em novas localidades, promovendo destinações 
com regimes políticos opressivos, e divulgando matérias pagas. Poucos 
programas olham o turismo sob o ponto de vista da comunidade local e ainda 
podem saturar um destino que tenha se tornado famoso por meio de guias de 
viagens.
Por outro lado, a mídia que não trata especificamente de viagens pode 
ter impactos negativos no turismo sustentável ao divulgar problemas políticos 
e desastres naturais (que vão desmotivar viagens a estes destinos), programas 
de vida selvagem que estimulem visitação a ecossistemas frágeis e estimular 
turismo de massa em destinos divulgados em filmes ou livros de sucesso que 
ainda não estão preparados para a atividade.
Desde o início da década de 1990, a mídia vem mostrando cada vez 
mais interesse no conceito do turismo sustentável, porém a ênfase é colocada 
no turista e no meio ambiente, não nas questões sociais e econômicas nem na 
comunidade local. 
Ao voltarmos nossa atenção aos guias turísticos tradicionais, podemos 
observar que estes sempre apresentam a tendência de enfocar exclusivamente 
as questões diretamente relacionadas com a própria experiência de férias do 
turista, inclusive acomodação em hotéis, restaurantes e locais de interesse 
cultural e paisagens naturais. Em todos os casos, invariavelmente, eles se 
ocuparam das áreas que estavam tipicamente no “mapa do turista”. 
FONTE: Adaptado de: Swarbrooke (2000)
148
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
FIGURA 52 – O GUIA 4 RODAS, DA EDITORA ABRIL, É O MAIS CONHECIDO E CONSULTADO 
NO BRASIL
FONTE: <http://viajeaqui.abril.com.br/noticias/guia-quatro-rodas-brasil-2011-chega-bancas-
outubro-novidades-261454_comentarios.shtml?6978313> Acesso em: 10 ago. 2011.
É perceptível que nos últimos anos houve um crescimento de ‘guias 
alternativos’, que diferem do guia tradicional especialmente por cobrirem a 
maior parte de um país, não apenas os pontos turísticos estabelecidos estão 
dispostos a elogiar e a criticar e chamam a atenção do turista para questões 
éticas, como as políticas locais de preservação do meio ambiente ou os registros 
de direitos humanos.
Outro aspecto interessante percebido é a influência exercida pelas locações 
onde os filmes são rodados e onde são realizados programas populares de televisão, 
atraindo o interesse das localidades em trazer empresas cinematográficas e de 
televisão para a sua região. Isso pode levar a um aumento repentino de turistas, 
sem tempo de preparação para oferecer os serviços que eles irão exigir.
Paralelo a isto, o sucesso dos programas de televisão sobre a vida 
selvagem nos países desenvolvidos pode ter um papel importante no crescimento 
do ecoturismo, sendo sugerido que esses programas, e quem os elabora, devem 
reconhecer sua influência e responsabilidade ao divulgar ambientes frágeis. 
Os turistas querem viagens de baixo custo, mas não aceitam os 
problemas decorrentes dessas férias. Ele quer ficar isolado das realidades da 
vida nessas destinações, o que é incompatível com a ideia de sustentabilidade. 
Portanto, a mídia poderia desempenhar um papel fundamental 
no desenvolvimento de formas mais sustentáveis de turismo, pois não há 
dúvida de que a mídia de viagens, em especial, tem grande influência sobre o 
comportamento dos turistas. É correto falar sobre a adoção, pela mídia, de uma 
abordagem mais ética para sua cobertura das questões do turismo, ou seja, ela 
deve desviar-se da indústria do turismo e do turista e mostrar mais interesse 
pelos direitos da população local e na fragilidade dos ambientes visitados.
FONTE: Adaptado de: Swarbrooke (2000)
TÓPICO 3 | TURISMO E PLANEJAMENTO SUSTENTÁVEL
149
DICAS
Para saber mais sobre o papel da mídia no turismo sustentável, leia o Capítulo 12 
(Parte 3) de Swarbrooke (2000).
• O TURISTA
Swarbrooke (2000, p. 89) observa que:
geralmente, a única menção ao turista na literatura do turismo 
sustentável é a de ser a causa do “problema”, em termos de impactos 
ambientais, econômicos e sociais de suas atividades, um intruso 
indesejável e não um hóspede convidado que gasta o dinheiro de seu 
trabalho para visitar uma localidade. 
Para desenvolver formas mais sustentáveis de turismo, deve-se colocar 
mais ênfase no papel do turista e adotar uma atitude mais imparcial em relação 
a ele, oferecendo experiências que possibilitem uma sensação de “bem-estar”, 
que reflitam as tendências dos valores sociais e preferências do consumidor 
e que, ao mesmo tempo, aumentem os benefícios ao máximo e reduzam os 
custos do turismo.
FIGURA 53 – O LIXO É UM DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS CAUSADOS PELO TURISMO MAL 
PLANEJADO, IMPACTANDO O AMBIENTE E PRINCIPALMENTE A FAUNA LOCAL
FONTE: <http://www.essaseoutras.com.br/o-risco-que-o-lixo-no-mar-oferece-aos-animais-
poluicao-morte-fotos>. Acesso em: 10 ago. 2011.
FONTE: Adaptado de: Swarbrooke (2000)
150
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
As responsabilidades que os turistas poderiam ter podem ser divididas 
em dois grupos:
• responsabilidades básicas, que devemos esperar de qualquer residente de 
outro país, por mais temporário que seja;
• responsabilidades mais controversas, especificamente relativas ao turismo 
sustentável. 
Além das responsabilidades, dentro do conceito de sustentabilidade, 
particularmente em relação à sua ideia implícita de equidade e justiça social, 
entende-se que os turistas também devam ter um conjunto de direitos. Para o 
autor, esses direitos implicam responsabilidades para com o turista, por parte 
da comunidade local, dos órgãos do governo e da indústria turística. 
Muitos turistas encaram suas férias como uma fuga das 
responsabilidades do dia a dia, uma época de despreocupação, o que pode 
transformá-las em uma antítese da ideia de turismo responsável. 
DICAS
Em ABETA (2010), você vai encontrar informações interessantes sobre o desejo 
do turista que busca ambientes naturais durante seus momentos de lazer.
Talvez tudo o que possamos fazer seja aumentarmos a conscientização 
do turista sobre as questões ambientais, deixando que decidam por eles 
mesmos o que devem fazer em relação ao turismo sustentável, em termos de 
seu comportamento como turistas, e envolver-se com grupos de pressão e com 
processos turísticos.
Lembre-se de que, em um mercado relativamente livre, aberto, competitivo 
como o do turismo, temos que satisfazer o turista porque, caso contrário, nenhuma empresa 
sem destinação será sustentável.
ATENCAO
FONTE: Adaptado de: Swarbrooke (2000)
FONTE: Adaptado de: Swarbrooke (2000)
TÓPICO 3 | TURISMO E PLANEJAMENTO SUSTENTÁVEL
151
Então, o desenvolvimento de formas mais sustentáveis de turismo 
significa criar novos produtos e conhecimentos que intensifiquem a experiência 
do turista e, ao mesmo tempo, cumpram os critérios de sustentabilidade. 
DICAS
Para saber mais sobre o papel do turista no turismo sustentável, leia o Capítulo 
13 (Parte 3) de Swarbrooke (2000).
FONTE: Adaptado de: Swarbrooke (2000)
152
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico vimos que:
• O turismo sustentável tem dimensões políticas e culturais, remetendo a uma 
preocupação com o presente e o futuro das sociedades locais.
• O planejamento é importante para qualquer atividade econômica, visto que 
orientaa destinação de recursos e investimentos. 
• O planejamento da atividade turística constitui uma tarefa bastante complexa, 
pois envolve aspectos relativos à ocupação territorial, economia, sociologia e à 
cultura dos núcleos receptores, bem como às características dos locais emissores 
e à consequente heterogeneidade dos turistas. 
• Os objetivos do planejamento turístico podem envolver localidades, regiões, 
países e até continentes, e envolvem tanto órgãos públicos e empresas privadas 
desse ramo de atividade, como também fatores influenciadores em todos os 
níveis.
• Linhas de ação que devem acompanhar o desenrolar das atividades implantadas 
no local: das decisões, de planejamento e de recursos financeiros e técnicos. 
• O plano de desenvolvimento turístico é entendido como o conjunto de 
medidas, tarefas e atividades por meio das quais se pretende atingir as metas, 
o detalhamento e os requisitos necessários para o aproveitamento de áreas com 
potencialidade turística.
• Para que o levantamento de dados, que fundamenta um processo de 
planejamento turístico, possa ser realizado adequadamente, é preciso que se 
tenha a visão mais abrangente possível e com grande profundidade do fato e 
do fenômeno turístico. 
• O planejamento permite projetar ações futuras com segurança, conquistando 
confiança e participação da comunidade que, obviamente, deverá ser inserida 
neste contexto, conforme veremos no item seguinte. 
• O ser humano é o responsável por todas as ações positivas e negativas que 
recaem sobre o meio ambiente. 
• O setor público refere-se àqueles órgãos destinados a representar a comunidade 
e o interesse público como um todo, e que supostamente agem em nome 
da totalidade da população, gastando a renda obtida com impostos para 
implementar políticas e projetos, em benefício de toda a população sobre a 
qual a autoridade tem jurisdição.
153
• A indústria do turismo tem um papel fundamental na tentativa de criar formas 
mais sustentáveis de turismo.
• Atitudes sustentáveis fazem sentido comercialmente por protegerem os 
recursos ou ativos dos quais o turismo depende, não só hoje, como também no 
futuro, e pode ajudar a melhorar o desempenho financeiro de uma organização 
a curto prazo, reduzindo seus custos. 
• O setor voluntário consiste em grupos de pressão públicos, entidades 
profissionais, grupos de pressão e trustes voluntários - grupos privados de 
cidadãos que se reúnem para atingir uma determinada finalidade, sem que 
nenhum de seus indivíduos obtenha lucro de suas atividades.
• Uma das pedras fundamentais do turismo sustentável é a ideia de que a 
comunidade local deve participar ativamente no planejamento do turismo e, 
talvez, controlar a indústria do turismo local e suas atividades. 
• O desafio é achar mecanismos efetivos para conseguir a participação da 
comunidade como um todo, no processo de desenvolvimento do turismo, 
sugerindo que a comunidade local seja composta de todas as pessoas que 
vivem numa destinação turística. 
• A mídia tem um papel significativo tanto na formação do comportamento dos 
turistas, quanto na criação de uma consciência sobre as questões relativas ao 
turismo sustentável devendo contribuir para o desenvolvimento de formas 
mais sustentáveis de turismo.
• Geralmente, a única menção ao turista na literatura do turismo sustentável é a 
de ser a causa do “problema”, em termos de impactos ambientais, econômicos e 
sociais de suas atividades, um intruso indesejável e não um hóspede convidado 
que gasta o dinheiro de seu trabalho para visitar uma localidade. 
• Para desenvolver formas mais sustentáveis de turismo, deve-se colocar mais 
ênfase no papel do turista e adotar uma atitude mais imparcial em relação a 
ele, oferecendo experiências que possibilitem uma sensação de “bem-estar”, 
que reflitam as tendências dos valores sociais e preferências do consumidor 
e que, ao mesmo tempo, aumentem os benefícios ao máximo e reduzam os 
custos do turismo.
154
1 Identifique os principais atores do turismo sustentável em sua comunidade 
e tente imaginar como eles poderiam interagir em prol do desenvolvimento 
turístico local.
2 Segundo Barreto (2001), o planejamento de turismo pode dividir-se em 
vários níveis, obedecendo a um critério de complexidade crescente. Assinale 
a alternativa que não contenha um nível correto:
a) Planejamento de primeiro nível – eventos, excursões, viagens.
b) Planejamento de segundo nível – transformação de cidades em núcleos 
turísticos, ativação de núcleos turísticos preexistentes, criação de complexos 
ou cidades turísticas (construção de equipamentos turísticos).
c) Planejamento de terceiro nível – políticas nacionais para incentivar a 
atividade turística no país e organizá-la, abrangendo os outros dois níveis.
d) Planejamento de quarto nível – políticas internacionais para estabilizar a 
atividade turística no mundo e organizá-la.
3 Assinale a alternativa que não contenha uma etapa para a elaboração de 
planos turísticos:
a) Identificação clara do problema, definindo a meta final e os objetivos.
b) Análise e avaliação da oferta e da demanda, da imagem e da vocação 
turística da destinação.
c) Diagnóstico da economia local.
d) Diretrizes básicas para o desenvolvimento ou recuperação do turismo.
4 Swarbrooke (2000), considera atores do turismo sustentável, exceto:
a) Que o turismo sustentável não é apenas proteção ao meio ambiente; ele 
também está ligado à viabilidade econômica a longo prazo e à justiça social.
b) Iniciativas planejadas para alcançar o turismo sustentável trazem benefícios 
a algumas pessoas e prejuízos a outras. É, portanto, um campo altamente 
político, e não apenas tecnocrático.
c) O turismo sustentável não pode ser separado do debate mais amplo sobre 
desenvolvimento sustentável em geral.
d) Turismo sustentável considera unicamente a sustentabilidade econômica. 
AUTOATIVIDADE
155
5 Classifique as seguintes sentenças em V verdadeiras ou F falsas:
( ) Para desenvolver formas mais sustentáveis de turismo, deve-se colocar 
mais ênfase no papel do turista e adotar uma atitude mais imparcial em 
relação a ele, oferecendo experiências que possibilitem uma sensação de 
bem-estar, que reflitam as tendências dos valores sociais e preferências do 
consumidor e que, ao mesmo tempo, aumentem os benefícios ao máximo 
e reduzam os custos do turismo.
( ) O setor voluntário consiste em grupos de pressão públicos, entidades 
profissionais, grupos de pressão e trustes voluntários - grupos privados de 
cidadãos que se reúnem para atingir uma determinada finalidade, sem que 
nenhum de seus indivíduos obtenha lucro de suas atividades.
( ) Uma das pedras fundamentais do turismo sustentável é a ideia de que a 
comunidade local deve participar ativamente no planejamento do turismo 
e, talvez, controlar a indústria do turismo local e suas atividades. 
( ) O desafio é achar mecanismos efetivos para conseguir a participação da 
comunidade como um todo, no processo de desenvolvimento do turismo, 
sugerindo que a comunidade local seja composta de todas as pessoas que 
vivem numa destinação turística. 
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V - V - V - V.
b) ( ) F - F - F - F. 
c) ( ) V - F - V - F. 
d) ( ) F - V - F - V. 
6 Considerando o turismo sustentável, de que maneira a comunidade local 
deve participar no planejamento do turismo?
a) Moderadamente.
b) Ativamente.
c) Participa apenas como mão de obra.
d) Não deve participar.
156
157
TÓPICO 4
CAPACIDADE DE CARGA NO TURISMO
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Como vimos nos tópicos anteriores, o desenvolvimento econômico do 
turismo pode ser viável em muitas localidades, sendo o objetivo da maioria dos 
planos em níveis local, regional e nacional, no entanto, seus impactos ambientais e 
sociais são virtualmente inevitáveis. Toda a atividade humana causa um impacto no 
ambiente, e, portanto, é necessário adotar medidas capazes de atenuar tal impacto.
O desenvolvimento rápido e descontroladodo turismo em localidades 
com recursos naturais de excepcional beleza, muitas vezes únicos, provoca 
excesso de demanda e superdimensionamento da oferta, que descaracterizam 
a paisagem e fazem a destinação perder as características que deram origem a 
atratividades. (RUSCHMANN, 2006). Segundo Ruschmann (2006, p. 117):
Por isso, torna-se necessário empreender planos de desenvolvimento 
do turismo que estabeleçam a capacidade de carga das destinações, 
considerando o equilíbrio entre os efeitos econômicos, sociais e 
culturais e o equilíbrio dos recursos naturais da atividade. Além disso, 
é preciso considerar também a qualidade da experiência de férias dos 
turistas, que geralmente depende da quantidade de outros turistas na 
mesma localidade e dos equipamentos receptivos disponíveis.
Assim, quando pretendemos criar ou implantar novo um empreendimento 
turístico, Ruschmann (2002, p. 113) considera que:
O planejamento das facilidades e equipamentos a serem implantados 
nos espaços naturais requer não apenas estudos que avaliem todos os 
aspectos da demanda atual e futura, como também o estabelecimento 
de parâmetros de ocupação, baseados na determinação dos limites da 
capacidade de utilização desses espaços e de seus recursos.
Estamos na era do conhecimento, e o avanço tecnológico tem 
proporcionado a criação de mecanismos que contribuem para intervenções 
menos impactantes no ambiente, que são, em alguns momentos, negligenciadas 
em função dos custos de implantação ou manutenção, ou, até mesmo, por 
falha do sistema, quando as agências reguladoras não realizam a fiscalização 
necessária. Assim, o grau de intervenção e o impacto que estas ações vão causar 
é questão de escolha dos empreendedores, muitas vezes pensada apenas sob 
a perspectiva econômica. 
FONTE: Justino (2010)
158
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
É importante que, em cada intervenção, se verifiquem os cuidados 
necessários, bem como as formas de compensação para danos inevitáveis. 
Também é preciso adotar o conceito de capacidade de carga para o planejamento 
do turismo, considerando que se trata de uma noção que reconhece que tanto os 
recursos naturais como os construídos pelo homem têm um limite para absorver 
visitantes; esse limite, quando ultrapassado, provoca sua deterioração.
Assim, neste tópico vamos entender o que é Capacidade de Carga 
Turística e como esta pode ser calculada para diminuir os impactos ambientais 
nos ambientes visitados. Este é um fator fundamental quando pensamos em 
sustentabilidade do turismo, visto que, ao descaracterizar ou mesmo destruirmos 
definitivamente um atrativo, estaremos “matando a galinha dos ovos de ouro”.
2 CONCEITUAÇÃO E UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE DE 
CARGA
A capacidade de suportar o crescimento populacional de uma região 
sem deterioração ambiental é um método aceito para o estabelecimento dos 
limites de visitação de uma área e identificação da utilização dos recursos 
turísticos. Este estudo deve:
• Fornecer diretrizes para a implementação de estratégias de ecoturismo.
• Sugerir diretrizes que sejam aplicáveis em nível regional, de comunidade e 
áreas.
• Influenciar a relação entre os limites dessa capacidade e as projeções de 
mercado.
• Fornecer diretrizes para áreas não desenvolvidas, assim como aquelas áreas 
que já recebem turistas.
Ruschmann (2006, p. 116) adota o seguinte conceito para Capacidade de 
Carga Turística:
número máximo de visitantes (por dia/mês/ano) que uma área pode 
suportar, antes que ocorram alterações nos meios físico e social. [...] 
Essa capacidade, porém, depende do tipo e do tamanho da área, 
do solo, da topografia, dos hábitos das pessoas e da vida selvagem 
(animais), bem como do número e da qualidade dos equipamentos 
instalados para atender aos turistas. Quanto maior o desenvolvimento 
turístico das atrações, maior a probabilidade de elas ultrapassarem 
sua capacidade de carga. Entretanto, não existe um limite claramente 
definido para ela, uma vez que a capacidade de um atrativo, de uma 
área ou de um local depende de elementos culturais e naturais, que 
variam tanto espacial como temporalmente.
FONTE: Moraes (2000)
TÓPICO 4 | CAPACIDADE DE CARGA NO TURISMO
159
Van Houts (1991 apud RUSCHMANN, 2006, p. 117) chama atenção para 
os diversos impactos negativos que a ultrapassagem da capacidade de carga 
pode provocar no ambiente físico, nas atitudes psicológicas dos turistas, no nível 
de aceitação social da comunidade receptora e na economia das localidades. 
Os limites físicos envolvem: a capacidade máxima de pessoas em 
determinada área e a deterioração que seu excesso provoca no meio 
natural da destinação, assim como nos recursos turísticos construídos 
pelo homem. A saturação psicológica se manifesta pelo desconforto 
que os turistas passam a sentir com o excesso de outros visitantes na 
mesma área ou no mesmo recurso. Quando esse limite é ultrapassado, 
os turistas começam a procurar outros locais para suas férias ou 
atividades recreativas. Trata-se do componente comportamental, que 
reflete a qualidade da experiência turística. 
Ruschmann (2006, p. 117) complementa observando que “a capacidade de 
carga social da comunidade receptora estará ultrapassada quando os moradores 
da localidade já não aceitarem os turistas e passarem a hostilizá-los”.
Considerando que a visão moderna do turismo ambiental não separa a 
natureza do homem, mas tenta estimular sua integração harmoniosa a fim de 
prover a experiência turística aos cidadãos, protegendo os recursos naturais, 
as necessidades de espaço de que as pessoas necessitam mudam de acordo 
com as atividades turísticas e recreacionais praticadas e o local onde ocorrem. 
Assim, a determinação da capacidade de carga não pode ser utilizada 
como um limite absoluto para o uso ou a visitação e áreas turísticas. Trata-
se, porém, de um instrumento indispensável para identificar situações críticas 
que necessitam de cuidados e medidas especiais para saná-las, para prevenir 
problemas a partir da aplicação de controles prévios e para promover o 
desenvolvimento sustentável do turismo. Deste modo, vamos conhecer alguns 
métodos para determinação da capacidade de carga no próximo capítulo.
3 DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE DE CARGA TURÍSTICA 
Operacionalizar a determinação da capacidade de carga das destinações 
turísticas (e recreativas) é uma tarefa muito complexa, pois resulta de um grande 
número de componentes que determinam a sua qualidade. Segundo Ruschmann 
(2006, p. 118): 
É preciso determinar a tipologia da frequência e as modalidades da 
intervenção sobre o espaço (semanal, sazonal ou permanente) e do 
tipo de lazeres praticados (passeios, turismo educativo, esportivo, 
familiar, jovem etc.). Dependerá, também, do comportamento dos 
indivíduos, muitas vezes irracional e condicionado, com maior ou 
menor intensidade, ao seu ambiente cultural. Encontram-se também 
FONTE: Adaptado de: Ruschmann (2006).
160
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
dificuldades na determinação da quantidade ideal de turistas e na sua 
distribuição no tempo e no espaço, dos meios disponíveis para conter os 
excessos, e na escolha de modelos de desenvolvimento a implantar etc.
Como os impactos ambientais advindos da atividade turística são inevitáveis, 
Justino (2011) atribui alguns parâmetros para valoração destes impactos (quadro a 
seguir). Estes elementos são absolutamente necessários para definir medidas de 
redução e de compensação dos impactos da intervenção humana.
QUADRO 11 – CONCEITUAÇÃO DOS ATRIBUTOS E DEFINIÇÃO DOS PARÂMETROS DE 
VALORAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS
Atributos Parâmetros de valoração
Caráter: expressa a alteração ou modificação gerada 
por uma ação.
Benéfico: quando for positivo.
Adverso: quando for negativo.
Magnitude: extensão do impacto num dado componente 
do fator ambiental afetado.
Pequena, média, grande.
Importância: o quanto cada impacto é relevante na sua 
relação de interferência com o meio ambiente ou quando 
comparado com outros impactos.
Não significativa, moderada,significativa.
Duração: tempo de permanência do impacto depois da 
ação que o gerou.
Curta, média, longa.
Ordem: relação entre a ação e o impacto. Direta, indireta.
Reversibilidade: delimita a possibilidade de retorno 
ou não ao estado original com o fim de determinada 
intervenção ambiental.
Reversível, irreversível.
Temporalidade: interinidade da intervenção ambiental. Temporário, cíclico, permanente.
Escala: grandeza do impacto com relação à área de 
abrangência.
Local, regional.
FONTE: Justino (2011)
Cabe observar que a percepção do resultado destes impactos nem 
sempre é compartilhada, em sua magnitude, pelos atores envolvidos no 
processo. Por exemplo, enquanto os moradores de uma localidade acham 
que o número de turistas é excessivo, os economistas preveem um número 
muito maior de visitantes para viabilizar financeiramente os equipamentos e 
a infraestrutura básica instalada. Assim, se conceitualmente se deve calcular 
o número de turistas em determinada área, é recomendada a consideração 
das seguintes variáveis, para que não haja desvios muito acentuados na 
delimitação de sua capacidade de carga:
• Duração da estada dos visitantes.
• Dispersão ou distribuição dos turistas dentro da área.
• Características do local visitado.
• Características dos turistas.
• Época do ano em que ocorre a visita.
FONTE: Haywood (1991 apud RUSCHMANN, 2006)
TÓPICO 4 | CAPACIDADE DE CARGA NO TURISMO
161
Nesse sentido, as legislações municipais, estaduais e federais fornecem o 
suporte legal para ações que impeçam a entrada ou o acesso de visitantes além 
do número previamente determinado como suportável para a área ou localidade, 
e também para a restrição da construção de equipamentos turísticos ou de casas 
de veraneio.
Os estudos relacionados com a determinação da capacidade de carga 
em espaços turísticos têm se concentrado mais nas áreas litorâneas, em virtude 
do fluxo crescente de turistas nas praias e os consequentes impactos que sua 
presença e os equipamentos construídos para atendê-los causam ao meio 
ambiente. 
Bound Bovy e Lawson (1977 apud RUSCHAMANN, 2006, p. 121) 
determinam os padrões médios para a ocupação de praias, aplicáveis a seus 
diversos tipos, e de equipamentos instalados:
Consideram a largura da praia como sendo de 50 metros, maior do 
que a faixa de areia, pois inclui vegetação, áreas verdes, quiosques e 
terraços utilizados pelos visitantes. Além do número ideal de pessoas 
para os diversos tipos de praias, determinaram também a quantidade 
de pessoas nas praias de resorts, definindo-os como os equipamentos 
instalados para a estada de turistas, oferecendo-lhes facilidades 
múltiplas: – alojamento, lazer, locação de iates e veleiros, esportes etc. 
– supondo que, geralmente, de 40 a 70% dos hóspedes estão na praia 
ao mesmo tempo.
DICAS
No link <http://revistas.univerciencia.org/turismo/index.php/rbtur/article/
viewFile/102/101> você vai encontrar um exemplo de estudo de capacidade de carga em 
ambiente litorâneo.
FONTE: Ruschmann (2006)
162
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
Nos parques nacionais e nas diversas áreas florestais consideram-se 
outros fatores que influenciam a sua visitação pelos turistas: o clima, a altitude 
e sua localização nas diferentes latitudes do planeta, que podem dificultar seu 
acesso no inverno, por causa da neve e de seus riscos, ou estimular a frequência 
nos esportes típico da estação, que também devem ter controlado o número 
de praticantes. Richez (1992 apud RUSCHMANN, 2006, p. 123) cita quatro 
dimensões que devem ser consideradas para definir a capacidade de carga do 
que chama de “espaços-parques”:
• A capacidade de carga ecológica – trata-se do limite biológico e físico de 
qualquer espaço aberto às atividades recreativas. Sua determinação depende 
dos elementos que constituem os diversos espaços e ou ecossistemas e 
suas inter-relações e envolvem a utilização de conhecimentos de uma 
série de disciplinas relacionadas com a geologia, climatologia, hidrologia, 
geomorfologia, botânica, zoologia, ecologia etc.
• A capacidade de cargas social e psicológica – trata-se do nível de impacto 
humano que, se ultrapassado, ocasiona a deterioração da qualidade da 
experiência do repouso ao ar livre (RICHEZ, 2002 apud RUSCHMANN, 
2006). Para sua determinação será preciso considerar que as pessoas que 
visitam os parques nacionais e outras áreas florestais têm atividades, 
expectativas e percepções diferentes de um mesmo ecossistema ou espaço 
natural, e que estas dependem de seu nível cultural, de suas características 
sociais, de suas motivações conscientes ou inconscientes, do número de 
pessoas que participam da visita etc.
• Os equipamentos instalados na área – trata-se aqui de estabelecer o número 
ideal e o tipo de equipamento adequado para atender às necessidades 
e expectativas dos visitantes. Se a política do órgão responsável está 
direcionada para proporcionar oportunidades de lazer diversificado aos 
visitantes e para as comunidades vizinhas, os equipamentos deverão 
obedecer a critérios, regulamentos e padrões arquitetônicos específicos, e 
deverão ser submetidos a controles rigorosos e frequentes.
• A compatibilidade entre os diversos usos do espaço natural – a 
diversificação das atividades que podem ser praticadas dentro dos parques 
nacionais e das áreas florestais é muito ampla e, se algumas necessitam de 
equipamentos simples que não agridem o meio natural, tais como mirantes 
ou trilhas ecológicas, outras já provocam danos tanto à paisagem como aos 
ecossistemas, como, por exemplo, os teleféricos, restaurantes “panorâmicos” 
etc.
FONTE: Ruschmann (2006)
TÓPICO 4 | CAPACIDADE DE CARGA NO TURISMO
163
DICAS
No link <http://www.physis.org.br/ecouc/Artigos/Artigo4.pdf>, você vai 
encontrar um exemplo de estudo de capacidade de carga em trilhas dentro de uma Unidade 
de Conservação.
Talvez as unidades de conservação sejam os locais onde mais se 
encontram trabalhos relativos a estudos de capacidade de carga, visto que esta é 
uma condicionante dos Planos de Manejo exigido para tais áreas (ver Tópico 2 da 
Unidade 3). Porém, muitas regiões turísticas já manejam seus atrativos de acordo 
com estes estudos, como é o caso do município de Bonito/MS.
DICAS
Para ter acesso a outros estudos sobre capacidade de carga, consulte os 
Anais dos Congressos de Unidades de Conservação no link <http://www.redeprouc.org.br/
produtos.asp>.
Cabe lembrar que os estudos de capacidade de carga não se aplicam 
apenas a atrativos naturais. Regiões com atrativos histórico-culturais também 
necessitam destes parâmetros, especialmente, quando se trata de patrimônio 
frágil. Neste caso, os métodos utilizados são diferenciados.
DICAS
Para conhecer um estudo de capacidade de carga de atrativo histórico-
cultural, acesse o link <http://www.cet.unb.br/portal/attachments/1207_An%C3%A1lise%20
Econ%C3%B4mica.PDF>.
164
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
LEITURA COMPLEMENTAR
PRESERVAÇÃO DOS PONTOS DE ATRAÇÃO TURÍSTICA
ATRAVÉS DA METODOLOGIA DO CÁLCULO DE CARGA
João Eduardo Di Pietro Filho
João Eduardo Di Pietro
Resumo
Este trabalho tem como objetivo principal avaliar e melhorar a 
distribuição dos turistas no tempo e no espaço, proporcionando estadas mais 
longas, reduzindo o impacto ambiental e fazendo com que o visitante estimule o 
orgulho e o sentimento de propriedade com as comunidades locais, enriquecendo 
sua experiência. Com isso aumenta-se a possibilidade deste turista retornar, 
promovendo uma maior consciência ecológica na população local e fazendo com 
que o visitante compreenda a importância da preservação da natureza.
Palavras-chave: Capacidade de carga; desenvolvimento sustentável; 
turismo.
1. Introdução
A determinação da Capacidade de Carga foi aplicada primeiramente na 
pecuária, visando saber se as pastagens eram suficientes para que o gado tivesse 
uma boa alimentação, e os pastos cresciam para alimentar o ciclo seguinte. Já nos 
anos 50, nos EUA, verificou-se uma grande demanda por áreas de conservação. 
Naquelemomento, considerava-se apenas o visitante que o local poderia receber, 
mas nas décadas seguintes a preocupação com o desenvolvimento exagerado do 
turismo chegou a preocupar, e é até hoje amplamente divulgada pela mídia. 
A revista National Geographic citava que Acapulco seria destruída pelo 
próprio turismo. Nesse período, as praias do Mediterrâneo recebiam um enorme 
número de turistas e, nessa mesma época, ocorreu o apogeu da caça predatória 
na África.
Nos anos 80 e 90, houve uma revisão dos conceitos existentes, surgindo 
assim metodologias de controle de visitantes.
O princípio de capacidade de carga turística, que se refere ao conjunto de 
métodos e procedimentos criados para discutir as questões referentes à demanda 
turística e sua inserção sobre os recursos turísticos tornou-se, assim, importante.
A metodologia Carrying Capacity (Capacidade de Carga) é apenas uma 
das propostas no campo da avaliação, monitoramento e manejo de visitantes.
TÓPICO 4 | CAPACIDADE DE CARGA NO TURISMO
165
O manejo de visitantes, independentemente da metodologia empregada 
pelo planejador, é um instrumento do turismo moderno e sustentável e que tem 
como objetivos:
- Com relação ao turista:
Enriquecer a experiência.
Aumentar a possibilidade de retorno.
Estimular gastos mais elevados.
Promover e fazer o visitante compreender a importância da conservação 
da natureza.
- Com relação ao local de destino:
Distribuir melhor os turistas no tempo e no espaço.
Estimular estadas mais longas.
Reduzir o impacto ambiental.
Estimular o orgulho e o sentimento de propriedade com a comunidade 
local.
2. Capacidade de Carga
O conceito de Capacidade de Carga é entendido como o equilíbrio entre 
as atividades econômicas em relação à área ou região e à ocupação humana ou 
ao nível de exploração que os recursos naturais podem suportar, assegurando 
a satisfação dos visitantes e o mínimo efeito sobre o meio ambiente. Estes são 
conceitos que pressupõem a conservação e não a proteção. São estabelecidos 
limites para o desenvolvimento de uma atividade turística equilibrada. 
(LIMDBERG, 2001).
Ruchsmann (1997) entende a capacidade de carga de um recurso turístico 
como o número máximo de visitantes que uma área pode suportar, antes que 
ocorram alterações nos meios físico e social.
Cerro (1993) conceitua capacidade de carga pela saturação do equipamento 
turístico, degradação do meio ambiente e pela diminuição da qualidade da 
experiência turística.
Boullón (1994) define a Capacidade de Carga em: capacidade material, 
capacidade psicológica e capacidade ecológica.
A capacidade material refere-se às condições da superfície da água ou da 
terra; a capacidade psicológica refere-se ao número de visitantes simultâneos que 
uma área pode acolher de modo satisfatório; a capacidade ecológica é medida 
pela quantidade de dias por ano, pelo número de visitantes simultâneos e pela 
rotatividade diária que uma área pode absorver, sem que se altere o seu equilíbrio 
ecológico.
166
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
A medição da capacidade ecológica de uma área indicada para o 
aproveitamento turístico requer estudo de profissionais especializados, a fim de 
garantir a diluição de impactos ambientais decorrentes da exploração. Segundo 
Boullón (1994), mesmo abandonando a defesa da ecologia, deve haver controle 
no número máximo de pessoas que possam ocupar um espaço simultaneamente.
É necessário ter presente que as vertentes ecológica e social do ambiente 
constituem os principais ativos do setor turístico regional, e que, se os limites 
de sustentabilidade forem ignorados, as atividades turísticas poderão estar 
comprometidas, e o próprio destino seriamente desvalorizado.
O conhecimento e respeito pelos limiares de utilização, em termos de 
capacidade de carga dos recursos e das infraestruturas, é condição fundamental 
para a manutenção das condições propícias às atividades turísticas. Nesta 
perspectiva, o Plano de Ordenamento Turístico (POT) e os Planos de Ordenamento 
da Orla Costeira (POOC), em elaboração, deverão constituir instrumentos 
importantes para equacionar os problemas antevistos com o crescimento da 
oferta turística na região e apontar soluções.
Assim, é fundamental implementar uma política de desenvolvimento 
turístico que minimize o turismo de "massas" e a consequente degradação do 
destino, definindo os destinos "das praias" e “as trilhas”, em conformidade com 
as exigências de um desenvolvimento sustentável, melhorando a qualidade do 
produto turístico regional e a sua competitividade.
Como já foi citado anteriormente, todo e qualquer espaço relacionado ao 
desenvolvimento do turismo deve ser conciliado à proteção do meio ambiente, 
pois a questão “natureza” é fonte principal do produto turístico. Por isso, o tema 
altamente discutido nos meios acadêmicos é a sustentabilidade.
Esta discussão não condiz somente ao meio ambiente natural, mas a todos 
aqueles fatores que de certa forma possam alterar seu estado natural, em primeira 
instância; a sustentabilidade se relaciona muito com o respeito por aquilo que se 
usufrui, e depende da preservação da viabilidade de seus recursos de base, e do 
equilíbrio entre os interesses econômicos que o turismo estimula. Em suma, o 
desenvolvimento sustentável deve ter alta prioridade no planejamento para que 
gerações futuras possam aproveitar o mesmo recurso que o turismo proporcionou 
tempos atrás.
O planejamento turístico deve também, ser conciliado a segmentos afins 
do meio, e deve trabalhar de forma integrada com o poder público e população 
autóctone, para que obtenha o resultado pretendido.
Segundo Beni (1987), esta integração também considera os conjuntos de 
relações ambientais que envolvem os subsistemas ecológico, social, econômico 
e cultural; a organização estrutural da comunidade e as ações operacionais que 
envolvem o mercado, bem como a oferta e a demanda, optando sempre pelo 
melhor modo de distribuição.
TÓPICO 4 | CAPACIDADE DE CARGA NO TURISMO
167
O planejamento turístico deve, da mesma forma, considerar as características 
e singularidades regionais, a fim de adotar medidas apropriadas a cada caso. No 
turismo, o plano de desenvolvimento constitui o instrumento fundamental na 
determinação e seleção das prioridades para a evolução harmoniosa da atividade, 
determinando suas dimensões ideais, para que, a partir daí, possa-se estimular, 
regular ou restringir, sua evolução, levando em consideração também o ciclo de 
vida da destinação em estudo e o perfil psicográfico do turista que se pretende 
atingir.
No entanto, sua maior importância está relacionada à aceitação e 
participação da comunidade, que deverá buscar o turismo não somente como 
fonte de renda temporária, como acontece em muitas cidades litorâneas desse 
nosso país, mas tornar a atividade um novo conceito de economia, cultura, lazer 
e progresso. Deve ser bom e duradouro, trabalhar com ética e responsabilidade, 
buscar profissionais capacitados, e inserir o planejamento em todos os setores da 
atividade. “O turismo somente será bom para o município se antes for bom para 
a comunidade”. (BENI, 2001).
3. Metodologia
A proposta mais difundida é a da Capacidade de Carga de Miguel 
Cifuentes. Este procedimento foi aplicado em 1984, no Parque Nacional de 
Galápagos, no Equador, como parte da revisão do Plano de Manejo do Parque. 
Em 1990, o procedimento metodológico foi revisado na Reserva Biológica Carara, 
na Costa Rica, e deu origem ao clássico manual “Determinación de La Capacidade 
de Carga Turística em áreas protegidas”, de 1992, e é hoje a referência para a 
aplicação da metodologia em atrativos naturais, podendo ser adaptada para 
qualquer atrativo, seja ele protegido por lei ou não.
Este manual indica que a metodologia aplicada é a mais fácil, compreensível 
e útil para a determinação da Capacidade de Carga Turística, considerando que os 
atrativos mais belos do mundo estão localizados nos países em desenvolvimento, 
e que nestes locais há falta de pessoal qualificado e faltade tecnologia para 
estudos mais complexos.
O autor ressalta que a Capacidade de Carga Turística não tem um fim 
em si mesma, e não é a solução dos problemas de visitação a uma unidade de 
conservação. É uma ferramenta de planejamento que sustenta e requer decisões 
de manejo.
Este cálculo deve se basear nos objetivos da unidade de conservação, 
quando for o caso, e na legislação local em vigor, e cada um dos locais deve ter 
sua própria Capacidade de Carga Turística calculada.
168
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
4. Cálculo de Capacidade de Carga Turística
No cálculo da Capacidade de Carga Turística, deve-se considerar, caso 
existam, as “variáveis críticas”, isto é, que possam restringir significativamente 
o potencial de uso da área. Escassez de água, inexistência de pontos de apoio, 
precariedade do serviço de salvamento, falta de estacionamento e outras variáveis 
semelhantes devem ser avaliadas.
A Capacidade de Carga em si é definida em três níveis:
- Capacidade de Carga Física (CCF) que é uma relação simples entre espaço e 
necessidade de espaço por pessoa.
- Capacidade de Carga Real (CCR), em que a CCF é submetida a Fatores de 
Correção (FC) particulares a cada local, de acordo com suas características.
- Capacidade de Carga Efetiva (CCE), que restringe a CCR em função da 
capacidade de manejo da área.
A Capacidade de Carga Física (CCF), interpretada como o limite máximo 
de visitas que pode acontecer em uma área em um tempo determinado, é expressa 
pela fórmula:
 
 CCF = ST . TT
SV TV
ST – Superfície total da área.
SV – Superfície ocupada por um visitante.
TT – Tempo total diário de abertura da área à visitação.
TV – Tempo requerido para uma visita.
A Capacidade de Carga Real é obtida através da multiplicação da CCF 
pelos diferentes Fatores de Correção considerados, conforme a seguir:
 CCR = CCF × FC1 × FC2 × ... × FCn
Os Fatores de Correção podem ser biofísicos, ambientais ou de manejo. 
Quanto maior o número de FC considerados, maior a restrição imposta à 
Capacidade de Carga. Por esse motivo, deve-se buscar selecionar apenas aqueles 
fatores que realmente implicam uma redução da visitação. São considerados 
entre quatro a sete FC. Os mais usados são:
F Fator de Correção Social (FCsoc).
Busca proporcionar uma experiência de qualidade ao visitante, oferecendo 
não apenas o espaço efetivamente ocupado, mas também aquele que conduz a 
um conforto desejado:
TÓPICO 4 | CAPACIDADE DE CARGA NO TURISMO
169
 FCSOC = SV
SC
SV – Superfície ocupada por um visitante.
SC – Superfície que confere o conforto desejado ao visitante.
F Fator de Erosão (FCero).
Fator de Correção que funciona como indicador de fragilidade ambiental. 
Considerar áreas sujeitas a este fenômeno:
 FCero =1 – SEST
SE – Superfície erodida ou sujeita à erosão.
ST – Superfície total da área.
F Fator de Alagamento (FCala).
Outro fator que indica a fragilidade ambiental. Também são consideradas 
as áreas com evidências de alagamento e/ou sujeitas a esse tipo de ocorrência:
 FCala = 1 – SAST
SA – Superfície alagada ou sujeita ao alagamento.
ST – Superfície total da área.
F Fator de Acessibilidade (FCace).
Mede o grau de dificuldade que teriam os visitantes para se deslocarem 
na área. É dado pela inclinação (acima de 20% são consideradas de difícil acesso 
multiplicadas por 1,5, de 10% e 20% são consideradas medianas sendo assim 
ponderadas por 1). As inclinações abaixo de 10% são desconsideradas:
 FCace =1 – 1,5 SD + SMST
SD – Superfície de difícil acesso (inclinação superior a 20%).
SD – Superfície de dificuldade de acesso mediana (inclinação entre 10% e 20%).
ST – Superfície total da área.
F Fator de precipitação (FCpre).
É um fator que impede a visitação normal, pois a maioria das pessoas não 
está disposta a visitar ambientes naturais sob chuva. Deve-se considerar a média 
de horas de chuva diária nos meses em que a precipitação é significativa:
170
UNIDADE 2 | SUSTENTABILIDADE
 FCpre = 1 – TPTA
TP – Tempo total anual de precipitação nos períodos de visitação aberta.
TA – Tempo total anual de possível abertura da área à visitação.
F Fator de Insolação (FCins).
Em alguns locais, o brilho solar é demasiadamente forte em algumas horas 
do dia, restringindo a visitação. Aplicado somente a superfícies descobertas:
 FCins = 1 – TI . SSTA ST
TI – Tempo total anual de insolação excessiva nos períodos de visitação aberta.
TA – Tempo total anual de possível abertura da área à visitação.
SS – Superfície exposta ao Sol.
ST – Superfície total da área.
F Fator de fechamento temporário (FCfec).
Fechamentos da visitação para manutenção da área por períodos de 
reprodução de animais. Devem ser considerados como fatores de correção:
 FCfec = 1 – TFTA
TF – Tempo total anual de fechamentos temporários nas visitações.
TA – Tempo total anual de possível abertura da área à visitação.
F Fator de Capacidade de Manejo.
A Capacidade de Carga Efetiva é obtida através da multiplicação da CCR 
pelo Fator de Capacidade de Manejo (FM).
 CCE = CCR × FM
5. Conclusão
A proposta apresentada para determinação da Capacidade de Carga 
Turística é hoje um referencial, em todo mundo, para se buscar a preservação, 
tanto do patrimônio natural como do histórico.
Com esta metodologia aplicada, podem-se tomar medidas com relação à 
proteção do patrimônio ambiental, começando com campanhas de conscientização 
da população, abrangendo principalmente os municípios, a fim de se obter um 
consenso nacional sobre a importância do patrimônio a ser protegido.
TÓPICO 4 | CAPACIDADE DE CARGA NO TURISMO
171
Sabe-se também que a Capacidade de Carga Turística não tem um fim 
em si mesma, e não é a solução dos problemas de visitação a uma unidade de 
conservação, mas, com ela, pode-se não somente atrair turistas aficionados, mas 
também visitantes que não se caracterizam como turistas convencionais e que 
não buscam as altas temporadas, mas sim o sossego das baixas temporadas, em 
que o objetivo é somente estar em contato direto com a natureza, e não com os 
problemas ocasionados pelos outros turistas.
Este cálculo deve se basear nos objetivos da unidade de conservação, 
além de ser uma ferramenta de planejamento que sustenta e requer decisões de 
manejo. Quando isso acontecer, a legislação local em vigor deverá ter sua própria 
Capacidade de Carga Turística calculada.
É preciso despertar a consciência ecológica para que as futuras gerações 
possam usufruir e preservar nossas belezas naturais.
FONTE: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2006_TR450301_6757.pdf>. Acesso em: 
8 ago. 2011.
172
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, vimos que:
• Toda ação antrópica desencadeia um impacto no ambiente e, a partir desse 
pressuposto, é necessário adotar medidas capazes de mitigá-lo.
• É necessário empreender planos de desenvolvimento do turismo que 
estabeleçam a capacidade de carga das destinações, considerando o equilíbrio 
entre os efeitos econômicos, sociais e culturais e o equilíbrio dos recursos 
naturais da atividade. 
• O planejamento das facilidades e equipamentos a serem implantados nos 
espaços naturais requer o estabelecimento de parâmetros de ocupação, 
baseados na determinação dos limites da capacidade de utilização desses 
espaços e de seus recursos. 
• É importante que, em cada intervenção, se verifiquem os cuidados necessários, 
bem como as formas de compensação para danos inevitáveis. 
• A capacidade de suportar o crescimento populacional de uma região sem 
deterioração ambiental é um método aceito para o estabelecimento dos limites 
de visitação de uma área e identificação da utilização dos recursos turísticos. 
• Entende-se a capacidade de carga de um recurso turístico como o número 
máximo de visitantes (por dia/mês/ano) que uma área pode suportar, antes 
que ocorram alterações nos meios físico e social. 
• A ultrapassagem da capacidade de carga pode provocar diversos impactos 
negativos no ambiente físico,nas atitudes psicológicas dos turistas, no nível de 
aceitação social da comunidade receptora e na economia das localidades. 
• A capacidade de carga social da comunidade receptora estará ultrapassada 
quando os moradores da localidade já não aceitarem os turistas e passarem a 
hostilizá-los.
• A determinação da capacidade de carga é um instrumento indispensável para 
identificar situações críticas que necessitam de cuidados e medidas especiais 
para saná-las, para prevenir problemas a partir da aplicação de controles 
prévios e para promover o desenvolvimento sustentável do turismo. 
• Operacionalizar a determinação da capacidade de carga das destinações 
turísticas (e recreativas) é uma tarefa muito complexa, pois resulta de um 
grande número de componentes que determinam a sua qualidade. 
173
• As legislações municipais, estaduais e federais fornecem o suporte legal 
para ações que impeçam a entrada ou o acesso de visitantes além do número 
previamente determinado como suportável para a área ou localidade, e 
também para a restrição da construção de equipamentos turísticos ou de casas 
de veraneio.
• Os estudos relacionados com a determinação da capacidade de carga em 
espaços turísticos têm se concentrado mais nas áreas litorâneas, em virtude 
do fluxo crescente de turistas nas praias e os consequentes impactos que sua 
presença e os equipamentos construídos para atendê-los causam ao meio 
ambiente. 
• Nos parques nacionais e nas diversas áreas florestais consideram-se outros 
fatores que influenciam a sua visitação pelos turistas: o clima, a altitude e sua 
localização nas diferentes latitudes do planeta, que podem dificultar seu acesso 
no inverno, por causa da neve e de seus riscos, ou estimular a frequência nos 
esportes típico da estação, que também devem ter controlado o número de 
praticantes.
174
1 Quantos atrativos turísticos em sua região possuem estudos de capacidade 
de carga? Tente descobrir se estes estudos estão sendo aplicados na visitação 
turística.
2 Segundo Moraes (2000), a capacidade de suportar o crescimento 
populacional de uma região sem deterioração ambiental é um método aceito 
para o estabelecimento dos limites de visitação de uma área e identificação 
da utilização dos recursos turísticos. Este estudo deve obedecer alguns 
critérios. Assinale a alternativa que não apresente um critério adequado:
a) Fornecer diretrizes para a implementação de estratégias de ecoturismo.
b) Sugerir diretrizes que sejam aplicáveis em nível regional, de comunidade e 
áreas.
c) Não influenciar a relação entre os limites dessa capacidade e as projeções de 
mercado.
d) Fornecer diretrizes para áreas não desenvolvidas, assim como aquelas áreas 
que já recebem turistas.
3 Richez (1992 apud RUSCHMANN, 2006, p. 123) cita quatro dimensões que 
devem ser consideradas para definir a capacidade de carga do que chama de 
“espaços-parques”. Assinale a alternativa que não contenha uma dimensão 
correta:
a) A capacidade de carga ecológica. 
b) A capacidade de cargas social e psicológica. 
c) Os equipamentos instalados na área. 
d) A incompatibilidade entre os diversos usos do espaço natural. 
4 O que é a capacidade de carga de um recurso turístico?
a) É o número máximo de visitantes (por dia/mês/ano) que uma área pode 
suportar, antes que ocorram alterações nos meios físico e social.
b) É o número mínimo de visitantes (por dia/mês/ano) que uma área pode 
suportar, antes que ocorram alterações nos meios físico e social.
c) É o número máximo de visitantes (por dia/mês/ano) que uma área pode 
suportar, depois que ocorrem alterações nos meios físico e social.
d) É o número mínimo de visitantes (por dia/mês/ano) que uma área pode 
suportar, depois que ocorrem alterações nos meios físico e social.
AUTOATIVIDADE
175
5 Classifique as seguintes sentenças em V verdadeiras ou F falsas:
( ) A determinação da capacidade de carga é um instrumento indispensável 
para identificar situações críticas que necessitam de cuidados e medidas 
especiais para saná-las, para prevenir problemas a partir da aplicação 
de controles prévios e para promover o desenvolvimento sustentável do 
turismo. 
( ) Operacionalizar a determinação da capacidade de carga das destinações 
turísticas (e recreativas) é uma tarefa muito complexa, pois resulta de um 
grande número de componentes que determinam a sua qualidade. 
( ) As legislações municipais, estaduais e federais fornecem o suporte legal 
para ações que impeçam a entrada ou o acesso de visitantes além do número 
previamente determinado como suportável para a área ou localidade, e 
também para a restrição da construção de equipamentos turísticos ou de 
casas de veraneio.
( ) Os estudos relacionados com a determinação da capacidade de carga em 
espaços turísticos não têm se concentrado mais nas áreas litorâneas, em 
virtude do fluxo crescente de turistas nas praias e os frequentes impactos 
que sua presença e os equipamentos construídos para atendê-los causam 
ao meio ambiente. 
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: 
a) ( ) V - V - V - V.
b) ( ) V - V - F - V. 
c) ( ) V - V - V - F. 
d) ( ) V - F - V - V. 
6 Leia e complete a seguinte sentença:
 A ultrapassagem da ____________ pode provocar diversos impactos 
____________ no ambiente físico, nas atitudes ____________ dos turistas, no 
nível de aceitação ____________ da comunidade receptora e na economia 
das localidades. 
Agora, assinale a alternativa CORRETA:
a) capacidade de suporte - negativos - sociais - social.
b) capacidade de carga - positivos - sociais - psicológica.
c) capacidade de suporte - positivos - psicológicas - social.
d) capacidade de carga - negativos - psicológicas - social.
176
177
UNIDADE 3
MODALIDADES TURÍSTICAS NO 
ESPAÇO NATURAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade você será capaz de:
• conhecer as diferenças entre o ecoturismo e o turismo de aventura;
• compreender a relação e a importância do turismo de aventura no merca-
do turístico;
• entender a importância das Unidades de Conservação e seu potencial 
como atrativo turístico;
• conhecer os potenciais impactos da atividade turística no ambiente natu-
ral e nas culturas tradicionais.
Esta Unidade está organizada em quatro tópicos, sendo que, em cada 
um deles, você encontrará atividades para uma maior compreensão das 
informações apresentadas.
TÓPICO 1 – ECOTURISMO E TURISMO DE AVENTURA
TÓPICO 2 – TURISMO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
TÓPICO 3 – TURISMO DE EXPERIÊNCIA 
TÓPICO 4 – O IMPACTO AMBIENTAL DA ATIVIDADE TURÍSTICA
178
179
TÓPICO 1
ECOTURISMO E TURISMO DE 
AVENTURA
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Agora que já aprendemos sobre o meio ambiente e a sustentabilidade no 
turismo, nesta unidade, vamos estudar um pouco das relações entre o turista 
e o ambiente natural. Especificamente neste tópico, vamos abordar com mais 
detalhes o turismo contemplativo e o de aventura.
Nem sempre é consenso entre os estudiosos do turismo a clara separação 
entre o ecoturismo e o turismo de aventura, sendo que algumas atividades 
praticadas em ambientes naturais e de baixo impacto ambiental são consideradas 
por estes modalidades de ecoturismo.
Todas as atividades de lazer e recreação praticadas em áreas naturais 
são de caráter altamente dinâmico, alternando-se principalmente de acordo 
com a flutuação e a motivação da demanda turística, não sendo raro o 
aparecimento de novas modalidades. 
Observe o quadro a seguir:
QUADRO 12 – ALGUMAS ATIVIDADES TURÍSTICAS EM AMBIENTES NATURAIS
ATIVIDADES / 
INTERESSES CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS NECESSIDADES ESPECIAIS
Boia-cross 
(Acquaraid).
Percorrer rios de corredeiras por meio 
de boias infláveis. 
O equipamento pode ser uma câmara 
de pneu de caminhão ou equipamentos 
específicos, melhor elaborados e 
resistentes.
Equipamentos como capacete e 
salva-vidas, além de saber nadar 
e conhecer o percurso.
Asa-delta, 
paraquedismo, 
parapente, paraglyder, 
bolonismo.
Práticas aéreas que permitem umavisualização das paisagens de forma 
panorâmica e sem muitos impactos 
na fauna e flora.
Treinamento especializado 
e autorização de voo. Os 
equipamentos são caros e quase 
sempre importados. Necessita 
também de apoio por terra.
FONTE: WWF (2003)
UNIDADE 3 | MODALIDADES TURÍSTICAS NO ESPAÇO NATURAL
180
Acampamento 
(Camping)
Forma mais econômica de hospedar-se 
próximo à natureza.
As barracas estão mais leves 
e mais baratas hoje em dia. 
Campings regular izados , 
com um mínimo de estrutura, 
e v i t a n d o - s e o c a m p i n g 
selvagem.
Cannyoning / 
Cachoeirismo 
(Cascading)
Explorar e percorrer rios de vale, 
driblando os acidentes naturais como 
cânions, gargantas e cachoeiras. A 
variante “cascading” é conhecida 
como rappel de cachoeira.
Bons equipamentos, equipes 
treinadas, preparo e experiência.
Canoagem (Canoeing, 
cayaking) e Rafting
Passeios de canoas e caiaques 
realizados em lagoas, lagos, rios com 
ou sem corredeiras, baías, mangues 
etc. Rafting é a descida de rios com 
corredeiras e pequenas cachoeiras com 
botes infláveis de estrutura reforçada.
N ã o n e c e s s i t a t é c n i c a 
especializada, mas apenas 
acompanhamento e saber nadar, 
além de coletes salva-vidas e 
capacete. Canoas e caiaques 
não são baratos, mas produtos 
nacionais são bons e acessíveis.
Ciclismo / Mountain 
Biking
Passeios de bicicleta adaptadas a 
terrenos irregulares por roteiros 
predeterminados. Podem-se alcançar 
lugares mais distantes do que as 
caminhadas e com menor esforço 
físico.
Exige-se preparo f ís ico e 
equipamentos de segurança 
como capacetes e joelheiras.
Caminhadas e 
Travessias (Hikking /
Trekking)
Caminhadas simples de até 3-4 km 
não exigem preparo físico, apenas a 
definição de paradas para descanso e 
lazer. Trekking são caminhadas mais 
longas, de até um dia. Distâncias, entre 
duas regiões de interesse e podem 
durar de 1 a 4 dias.
Para a prát ica de longas 
caminhadas e travessias não 
basta disposição. Tem que ter 
um roteiro bem definido e um 
mínimo de estrutura logística 
(equipamento e vestuário), além 
de preparo físico.
Mergulho livre e 
autônomo (Diving) /
flutuação (Snorkelling)
O mergulho em áreas marinhas 
costeiras e em águas interiores é 
prática já bem desenvolvida no Brasil, 
porém pouco explorada pelo turismo. 
A flutuação é realizada em rios e mares 
de águas cristalinas, equipado apenas 
com máscara, snorkell e pé de pato.
Saber nadar. Equipamentos de 
mergulho livre e de flutuação 
são baratos. O de mergulho 
autônomo nem tanto e necessita 
de cursos especializados.
Montanhismo Caminhadas em ambiente serranos 
e montanhosos, que podem ou não 
incluir atividades de escalada simples 
ou vertical.
Atividades com elevados graus 
de dificuldade podem exigir 
treinamento, equipamento e 
acompanhamento específicos.
Observação 
astronômica
Observar e conhecer planetas, estrelas 
e constelações. Melhor realizado longe 
de centros urbanos e em locais de 
amplos horizontes. Cartas celestes 
auxiliam na observação e podem 
ensinar as noções básicas de orientação 
geográfica.
Pode ser realizada mesmo a 
olho nu, porém binóculos e 
telescópios amadores, assim 
como instrutores especializados, 
podem enriquecer a experiência.
TÓPICO 1 | ECOTURISMO E TURISMO DE AVENTURA
181
Observação da 
fauna/ flora / Safári 
fotográfico
Realizadas em todo e qualquer 
passeio, seja de barco, cavalo ou a pé, 
ou em equipamentos especializados, 
como torres de observação. Exigem-se 
técnicas de interpretação ambiental 
com guias naturalistas especializados 
ou guias mateiros treinados.
Especialmente para a fauna, 
pode-se precisar de roupas 
c a m u f l a d a s , t é c n i c a s d e 
c a m i n h a d a s , l i v r o s d e 
identificação de animais e de 
pegadas e equipamentos como 
binóculos, torres de observação 
e canopy walkway.
Observação de aves 
(Birdwatching)
Observar, identificar e estudar aves 
em seu ambiente natural. Trilhas 
específicas para esta atividade podem 
ser implantadas. As aves podem ter 
hábitos muito diferentes entre as 
diversas famílias e devem-se conhecer 
as melhores épocas e os horários 
específicos pra observá-los.
Necessita de equipamentos 
como binóculos e bons livros 
de identificação de avifauna. 
T é c n i c a s o u s a d a s , g u i a s 
treinados e equipamentos 
como torres de observação e 
passarelas suspensas (canopy 
walk) permitem maiores chances 
de observação.
Passeio equestre / 
Enduro equestre
Passeios em cavalos treinados para 
visitantes de "primeira cavalgada", 
de poucas horas ou de até um dia, 
formando típicas comitivas. O cavalo 
é resistente a longas caminhadas e 
proporciona uma maior interação 
com a paisagem. Enduro equestre é o 
deslocamento por roteiros mais longos 
e acidentados, exigindo animais mais 
robustos e treinados.
No caso do passeio equestre, não 
há necessidade de experiência 
prévia, apenas de orientações 
gerais do guia e de proteção do 
sol. O enduro equestre é para 
visitantes mais experientes. 
Neste caso é preciso também 
equipamentos em conhecimento 
do roteiro.
Pescaria amadora / 
Esportiva
Muito popular em vários países, 
ganhando muitos adeptos no Brasil. 
A prática da soltura do peixe após sua 
captura (pesque e solte) também está 
crescendo. Equipamentos simples e 
baratos são suficientes para uma boa 
pescaria.
Utilizar anzóis sem farpas 
machucam menos os peixes. 
Obedeça a legislação local e 
federal, e obtenha a licença 
de pesca. Há restrições para a 
época de reprodução (novembro 
a março) e para o tamanho 
máximo de captura de algumas 
espécies. Devem-se evitar as 
áreas de pesca de subsistência 
das comunidades locais.
Visita em Cavernas / 
Espeleomergulho
A visita em cavidades naturais 
permite conhecer um ambiente único, 
frágil e inóspito. Algumas cavernas 
apresentam graus de dificuldade 
e só devem ser exploradas com 
acompanhamento por especialistas, 
pois possuem abismos, travessias 
de rios e lagos internos e até quedas 
d'água.
O I B A M A e x i g e p l a n o 
de manejo da visitação e 
acompanhamento especializado. 
A fauna é extremamente 
sensível às alterações ambientais 
provocadas pela visitação. 
Os espeleotemas são frágeis. 
Exigem-se certo esforço físico e 
equipamentos, alguns não tão 
baratos.
UNIDADE 3 | MODALIDADES TURÍSTICAS NO ESPAÇO NATURAL
182
Visitas às 
comunidades locais / 
tradicionais
Atividades que proporcionam ao 
visitante trocas de conhecimentos, 
vivências e experiências culturais. 
R e g i o n a l i s m o s e m a r c a s d e 
miscigenação racial. Possuem grande 
interesse turístico, tais como a 
gastronomia, a arquitetura, a música, 
o artesanato e as vestimentas. Modos 
de vida, tais como atividades de lida 
com o gado, de pesca, de fabricação de 
medicamentos e cosméticos naturais 
entre outros, agregam valor cultural 
ao roteiro ecológico.
Estudos antropológicos e 
socioambientais são necessários 
para se conhecer as fragilidades 
culturais de alguns povos, 
principalmente indígenas e 
quilombolas. Ações de resgate 
e valorização cultural podem 
ser necessárias se receber 
visitantes de diferentes culturas. 
Planejamento participativo 
contr ibui no preparo da 
comunidade e para ampliar os 
benefícios.
FONTE: WWF BRASIL (2003)
DICAS
Visite o site do Clube de Observadores de Aves do Vale Europeu – COAVE para 
conhecer a atividade e seus potenciais: <www.coave.org.br>. 
Independente do grau de adrenalina que uma atividade possa liberar, 
temos que ter como foco todos os princípios do ecoturismo, já discutidos no 
Tópico 3 da Unidade 1. A partir deste entendimento, vamos agora compreender 
o que diferencia o ecoturismo contemplativo daquele que se caracteriza como 
turismo de aventura.
2 ENVOLVIMENTO COM A NATUREZA
Como vimos na Unidade 1, o ser humano tem uma relação direta com 
o meio ambiente desde o início de sua história, visto que nossa sobrevivência 
depende dele. Desde o ar que respiramos, nossos alimentos e utensílios, tudo 
vem de matérias-primas animal, vegetal oumineral.
Por causa disso, inconscientemente temos uma ligação muito forte com a 
natureza, que se manifesta de várias formas. Como já vimos antes, essa ligação 
recebe o nome de biofilia, ou seja, um amor ou atração por vida, uma tendência 
natural do ser humano de voltar sua atenção às coisas vivas. 
Esse sentimento pode se expressar de várias formas. Pode ser na afinidade 
com animais domésticos, manutenção de vasos de plantas ou jardins, prazer em 
frequentar parques, praças, praias e clubes de campo. Também encontramos 
exemplos na predileção por atividades em ambiente natural como pesca, 
caminhadas em trilhas, fins de semana em sítios, fazendas e outras áreas, prática 
de ecoturismo e turismo de aventura.
TÓPICO 1 | ECOTURISMO E TURISMO DE AVENTURA
183
Todos os seres humanos, em algum instante da vida, já sentiram 
necessidade de procurar por ambientes selvagens, terras pouco maculadas 
pela ocupação humana, mesmo que inconscientemente, em uma tentativa 
de resgatar a natureza. O resultado desse encontro é um sentimento de paz 
interior, geralmente perdida no cotidiano. 
De acordo com Milena (2010), a biofilia gera o que chamamos de Valor de 
Amenidade:
Uma espécie tem valor de amenidade quando o simples fato de existir 
proporciona alguma experiência não material na vida humana. Dentre 
os exemplos dessa condição estão o ecoturismo, a pesca, observação 
de aves ou fotografia de natureza – todas essas atividades trazem, 
além de um valor de mercado, estímulos emocionais e estéticos.
DICAS
Para saber mais sobre Valor de Amenidade, acesse <http://www.advivo.com.br/
materia-artigo/visao-extra-economicista-ajuda-na-conservacao>.
Em atividades de turismo de natureza, observamos esse fenômeno com 
frequência. Os turistas chegam todos os dias de suas cidades apenas para observar 
aves, macacos e outros animais. Alegram-se ao sentir o cheiro da terra molhada 
e do aroma das flores. Emocionam-se com o pôr do sol e com os sons da mata. 
Querem extravasar o stress escalando paredões de pedra ou explorando cavernas. 
Relaxar enquanto mergulham em águas cristalinas. Testar limites pendurando-se 
em cordas ao lado de cachoeiras. Pagam para ter um contato com a natureza que 
os centros urbanos já não permitem. 
A procura por roteiros e destinos cujo foco principal é a natureza tem 
crescido anualmente no Brasil, conforme já discutido na Unidade 1. Se de início 
bastava um fim de semana no sítio ou na casa da praia, hoje o consumidor procura 
por produtos cada vez mais elaborados e que possibilitem oportunidades de 
contato com a natureza, privilegiando experiências diferenciadas conforme o 
gosto e o interesse do turista. A experiência procurada pode ser desde um dia 
de sol em frente ao mar até dias de caminhada por trilhas íngremes até o topo de 
uma montanha. A emoção buscada pode ser a fotografia de uma espécie rara de 
borboleta até o mergulho mais profundo em uma caverna inundada. 
FONTE: Milena (2010)
UNIDADE 3 | MODALIDADES TURÍSTICAS NO ESPAÇO NATURAL
184
FIGURA 54 – O DESEJO DE ESTAR PRÓXIMO À FAUNA É UM DOS PRINCIPAIS MOTIVADORES 
DO ECOTURISMO
FONTE: http://wroteiro.blogspot.com/2011/04/fazenda-san-francisco-pantanal.html>. Acesso 
em: 18 ago. 2011.
O conjunto das incursões na natureza relacionado ao ecoturismo como 
aventura esportiva resulta do cruzamento de duas tendências contemporâneas: 
por um lado, a expansão dos esportes de aventura e, por outro, a valorização 
do consumo de cenários naturais. 
Portanto, não importa qual seja o grau de adrenalina que o turista procura, 
o que importa é que ela seja alcançada em ambientes naturais. E aí cabe aos 
operadores de turismo saberem identificar qual é a atividade que mais se adéqua 
ao perfil do turista e recomendar os destinos que possam atender a este desejo.
DICAS
Para conhecer destinos de ecoturismo no Brasil, acesse o link <http://ambientes.
ambientebrasil.com.br/ecoturismo/destinos.html>.
3 TURISMO CONTEMPLATIVO
Embora alguns autores considerem que turismo contemplativo é sinônimo 
de ecoturismo, Mamede e Alho (2005, p. 1) tratam como um ramo do ecoturismo:
que tem como um de seus instrumentos a interpretação ambiental, 
envolvendo a satisfação, o interesse e compreensão do meio ambiente, 
assim como a permissão humana de viver e sentir a essência da natureza, 
usufruindo-se de seus recursos de forma harmônica e sustentável. 
FONTE: Jesus (2003)
TÓPICO 1 | ECOTURISMO E TURISMO DE AVENTURA
185
Inúmeros atrativos podem ser elementos de contemplação na natureza, 
tais como paisagens, sons, cores, formas, grupos vegetais e os mais diversos 
grupos animais.
A contemplação da paisagem pode ser praticada nos mais diversos 
locais, porém é clara a preferência do público por lugares altos, de visão ampla, 
transmitindo sensação de liberdade. Neste quesito, o ápice da experiência se dá nos 
pontos que permitam uma visão privilegiada da alvorada e do pôr do sol. Praias, 
cume de montanhas, mirantes e paisagens abertas são os exemplos favoritos.
FIGURA 55 – NÃO IMPORTA O LUGAR, O PÔR DO SOL É SEMPRE VALORIZADO PELOS 
TURISTAS
FONTE: <http://kew-sousa.blogspot.com/2011/03/por-do-sol.html>. Acesso em: 18 ago. 2011.
Outro ramo interessante que vem ganhando adeptos é a contemplação 
da paisagem sonora, ou seja, o conjunto de sons característicos de uma área ou 
região. 
Em ambientes naturais, a paisagem sonora pode ser composta pelo 
canto das aves, o som do vento nas folhas das árvores, o barulho da água caindo 
da cachoeira, o bater das ondas na praia, o estrondo do trovão quando uma 
tempestade se aproxima. Pode ser de silêncio também, como o mundo subaquático 
ou totalmente silencioso, como o interior de uma caverna.
A paisagem sonora é parte inseparável de um ambiente. Quando 
vemos notícias sobre desmatamento e extinção de espécies animais, geralmente 
lamentamos que jamais será possível ver aquela paisagem ou observar aquele 
bicho novamente. Mas poucos se dão conta que, neste aspecto, os sons naturais 
também se vão, ou seja, a eliminação de um pedaço de mata ou campo leva 
embora a paisagem sonora daquele local. 
FONTE: Mamede; Alho (2005)
UNIDADE 3 | MODALIDADES TURÍSTICAS NO ESPAÇO NATURAL
186
Por fim, talvez o turismo contemplativo que mais possui adeptos no mundo 
é o turismo de observação de fauna. De acordo com Duffus e Dearden (1990, p. 
215), as relações entre os seres humanos e os animais podem ser classificadas 
como de alto, baixo ou sem consumo:
• Interação de alto consumo: atividades como caça e pesca.
• Interação de baixo consumo: visita a zoológicos, oceanários e outros 
ambientes que mantêm os animais em cativeiro. 
• Interação sem consumo: atividades que possibilitam a observação da vida 
selvagem em seus ambientes naturais, como a observação de aves, de baleias 
e os safáris. 
Segundo esta classificação, o turismo contemplativo de fauna, ou 
observação de vida silvestre, pode ser considerado como uma interação sem 
consumo, ou seja, que não necessita consumir o animal como alimento ou troféu 
(caça e pesca), retirar o animal de seu ambiente natural ou mantê-lo em cativeiro. 
Nosso foco é a observação da vida livre, testemunhando as relações naturais 
destes seres com o mínimo de interferência. 
A observação de vida silvestre pode ser generalista, ou seja, quando todos 
os animais são interessantes (mergulho, safári), ou específico, quando apenas 
um grupo é foco do interesse. A observação de aves, de grandes mamíferos e 
mergulho em bancos de corais certamente são os segmentos mais difundidos, 
porém podemos encontrar no Brasil e no mundo muitas outras variações, 
conforme Tapper (2006, p. 14):
• Borboletas. Ex.: migração das borboletas-monarcas no México, Estados 
Unidos e Canadá.
• Vaga-lumes. Ex.: Austrália, Pantanal.
• Conchas e caramujos. Ex.: Migração do caramujo-vermelho no Oceano 
Índico.
• Recife de corais. Ex.: Caribe, Costa Brasileira, Austrália.
• Tubarões. Ex.: Ilhas Caiman, Maldivas, África do Sul, Austrália.
• Arraias. Ex.: Ilhas Caiman, Maldivas, Austrália,Pantanal.
• Salamandras. Ex.: Estados Unidos.
• Dragão-de-Komodo. Ex.: Ilha de Komodo.
• Serpentes. Ex.: Pítons na Índia, sucuris no Pantanal.
• Jacarés e crocodilos. Ex.: Jamaica, Austrália, Estados Unidos, Pantanal, 
Amazônia, África.
• Tartarugas, cágados, jabutis. Ex.: Litoral brasileiro, México, Sri Lanka, 
Indonésia, Galápagos.
• Aves. Ex.: Inglaterra, Espanha, Costa Rica, Patagônia, Estados Unidos, 
Brasil, Índia, África.
• Pinguins. Ex.: Antártida, Patagônia, Austrália.
• Grandes mamíferos. Ex.: África, Índia.
• Tigres. Ex.: Nepal, Índia.
TÓPICO 1 | ECOTURISMO E TURISMO DE AVENTURA
187
• Gorilas e orangotangos. Ex.: África e Borneo.
• Ursos polares. Ex.: Canadá e Groelândia.
• Morcegos. Ex.: Texas, Austrália.
• Peixe-boi. Ex.: Caribe, Amazônia, Nordeste brasileiro.
• Golfinhos e botos. Ex.: Egito, Austrália, Fernando de Noronha, Santa 
Catarina, Amazônia.
• Baleias. Ex.: Patagônia, Nova Zelândia, México, África, Ilhas Canárias, 
Brasil.
• Migrações de grandes mamíferos. Ex.: África, América do Norte.
• Mamíferos marinhos. Ex.: Patagônia, Estados Unidos, Galápagos, África.
DICAS
Para saber mais sobre segmentos da observação de vida silvestre, acesse <http://
www.cms.int/publications/pdf/CMS_WildlifeWatching.pdf>.
De acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas de 
Ecoturismo e Turismo de Aventura - ABETA, a observação de vida selvagem é 
a quinta atividade mais praticada pelos ecoturistas (22%). Entretanto, segundo 
dados desta mesma pesquisa, 61% dos ecoturistas desejam observar fauna, 
sendo a terceira atividade mais desejada entre as 24 citadas. Estes dados 
permitem confirmar, portanto, que dentre as diferentes possibilidades de 
turismo contemplativo, a observação de vida silvestre é a mais atrativa para 
os ecoturistas.
Observe que atualmente temos dois públicos interessados em turismo 
contemplativo: o turista que busca relaxamento e prazer com belas paisagens e observação 
de fauna, e aquele que busca as mesmas sensações, porém com foco na produção de 
filmagens e fotografias. Isto significa que o operador deve estar atento às necessidades 
específicas de cada grupo.
ATENCAO
FONTE: Adaptado de: ABETA (2010)
UNIDADE 3 | MODALIDADES TURÍSTICAS NO ESPAÇO NATURAL
188
4 TURISMO DE AVENTURA
A Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de 
Aventura – ABETA (2010, p. 13), considera a seguinte definição para o segmento 
de Turismo de Aventura:
 
Turismo de Aventura compreende os movimentos turísticos 
decorrentes da prática de atividades de aventura de caráter recreativo 
e não competitivo. [...] Os movimentos turísticos são entendidos 
como “os deslocamentos e estadas que pressupõem a efetivação de 
atividades consideradas turísticas”. As “práticas de aventura de caráter 
recreativo e não competitivo” pressupõem “determinado esforço 
e riscos controláveis, e que podem variar de intensidade conforme 
a exigência de cada atividade e a capacidade física e psicológica do 
turista”.
ABETA (2010, p. 13) cita também a definição da Associação Brasileira de 
Normas Técnicas - ABNT, engajada no processo de normalização do turismo de 
aventura no Brasil:
Atividades oferecidas comercialmente, usualmente adaptadas das 
atividades de Turismo de Aventura, que tenham ao mesmo tempo 
o caráter recreativo e envolvam riscos avaliados, controlados e 
assumidos. Assim, fica evidenciado que o turista de aventura deve ser 
um comprador de atividades comercialmente oferecidas.
Entretanto, não se pode ignorar o fato de que muitos praticantes destas 
atividades não buscam operadoras de turismo, praticando de forma autônoma e 
independente. 
As atividades de aventura abrangem hoje um incontável conjunto de 
vivências realizadas em cenário natural, possibilitadas pelo avanço tecnológico 
e impulsionadas pela ideologia de consumo da natureza.
Jesus (2003, p. 78) considera ainda que a busca contemporânea de aventura 
e contato com a natureza, aliada às novas possibilidades tecnológicas, promoveu 
o surgimento de novas práticas esportivas, muitas resultantes de adaptações de 
modalidades tradicionais: 
O snowboarding deriva do esqui, o mountain bike do ciclismo, o rafting da 
canoagem (todos claros exemplos do uso de novos materiais e busca 
de novos cenários/desafios); e do surfe derivam diversas inovações 
(body board, body surf etc.). Outras modalidades surgem beneficiadas 
pelas mesmas condições de avanço tecnológico e busca da aventura na 
natureza sem, entretanto, derivar diretamente de esportes tradicionais: 
o parapente (ou paragliding) e a asa-delta, por exemplo, ou ainda o 
boia-cross. E há também aquelas práticas resultantes de técnicas de 
trabalho de campo: do avento de equipamentos mais seguros para as 
investigações espeleológicas (aliado à já comentada valorização das 
sensações de risco) derivaram o rapel, o canyoning e o caving.
FONTE: Jesus (2003)
TÓPICO 1 | ECOTURISMO E TURISMO DE AVENTURA
189
A ABETA (2010, p. 72) considera que o total de modalidades de aventura 
é superior a 25 possibilidades, citando como principais:
QUADRO 13 – PRINCIPAIS MODALIDADES DE TURISMO DE AVENTURA, SEGUNDO ABETA
Aqua Ride
Arvorismo
Asa Delta
Bugue
Caminhada
Caminhada de longo curso
Canionismo e Cachoeirismo
Canoagem
Cavalgada
Cicloturismo
Escalada
Espeleoturismo
Flutuação
Kitesurf
Mergulho
Montanhismo
Observação da vida selvagem
Parapente
Rafting
Rapel e Tirolesa
Turismo fora de estrada
Windsu
FONTE: <http://www.abeta.com.br/pt-br/atividades-turismo-de-aventura.asp>. Acesso em: 18 
ago. 2011.
NOTA
Note que observação de vida selvagem é citada pela ABETA como turismo 
de aventura. No entanto, para muitos autores, esta atividade se enquadra como turismo 
contemplativo, conforme foi adotado nesta disciplina.
O turismo de aventura tende, por definição, a buscar áreas praticamente 
intocadas: picos elevados, vertentes íngremes, cavernas, ambientes submarinos, 
vales em garganta, corredeiras e cachoeiras. O território brasileiro, neste 
aspecto, oferece múltiplas possibilidades devido à diversidade de paisagens e 
o clima ameno (o que facilita a aventura em ambientes aquáticos, por exemplo).
Segundo Jesus (2003, p. 79), devido a estas características, as atividades 
de aventura tendem a buscar novas localidades, de preferência inédita e longe de 
roteiros turísticos tradicionais, sendo que, inicialmente:
Tendem a apresentar uma territorialidade provisória, leviana, 
completamente diferente daquela realizada pelas modalidades 
tradicionais, as que se materializam em grandes e duráveis instalações 
fixas na paisagem. Podemos sugerir que esportes de aventura 
rascunham uma nova “geografia” do efêmero uso dos lugares, pois 
aqui é fundamental o desconhecimento do espaço aonde vai se realizar 
a prática, fato gerador de motivação para superar os desafios previstos. 
FONTE: Adaptado de: Jesus (2003)
UNIDADE 3 | MODALIDADES TURÍSTICAS NO ESPAÇO NATURAL
190
Essa busca por novos destinos tem como tendência pequenas 
localidades, geralmente em áreas de relevo acidentado e próximas às grandes 
metrópoles. Um exemplo claro desta observação é o município de Brotas/SP.
FIGURA 56 – BROTAS/SP É UMA DAS PRINCIPAIS REFERÊNCIAS EM TURISMO DE AVENTURA 
NO BRASIL
FONTE: <http://www.espacoturismo.com/blog/wp-content/gallery/brotas/rafting-em-brotas-1.
jpg>. Acesso em: 18 ago. 2011.
Outro fator importante a se observar em turismo de aventura é a mudança 
do perfil dos empresários responsáveis por este segmento turístico. Se no início 
o perfil dos gestores era informal e amador, atualmente observa-se uma clara 
profissionalização da atividade, com organização e capacitação técnica. Esta 
mudança de perfil pode ser observada na adoção quase generalizada de normas 
técnicas, padronização rigorosa de procedimentos e certificação. Um dos 
principais resultados foi a redução do número de acidentes fatais associados 
a estas atividades, que antigamente era notícia comum entre os praticantes do 
turismo de aventura. 
DICAS
Visite o site <www.abeta.com.br> e <www.aventurasegura.com.br>para 
conhecer um pouco mais sobre certificação de segurança no turismo de aventura e no 
ecoturismo.
FONTE: Jesus (2003)
TÓPICO 1 | ECOTURISMO E TURISMO DE AVENTURA
191
LEITURA COMPLEMENTAR
A acessibilidade no turismo, de forma geral, vem se tornando cada vez 
mais inserida no planejamento e organização de roteiros, especialmente em 
atividades ecoturísticas. O texto a seguir comenta o Manual de Boas Práticas de 
Acessibilidade em Ecoturismo e Turismo de Aventura, elaborado pela ABETA.
A Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de 
Aventura – ABETA, elaborou o 11º Manual de Boas Práticas – Acessibilidade em 
Ecoturismo e Turismo de Aventura, disponibilizado em versão digital e também 
em impresso.
Finalizado em dezembro de 2010, o manual tem como objetivo apresentar 
aos empresários e profissionais do Ecoturismo e do Turismo de Aventura 
informações e perspectivas sobre a acessibilidade nesses segmentos, oferecendo-
lhes condições para tomar decisões sobre como preparar suas empresas e seus 
produtos para acessar esse mercado.
A acessibilidade é um tema que está cada vez mais em evidência no Brasil. 
São notáveis os avanços da legislação específica sobre os direitos das pessoas com 
deficiência ou mobilidade reduzida na última década e têm crescido os esforços 
para garantir o acesso dessas pessoas a todos os bens e serviços com segurança e 
autonomia, em todos os aspectos da vida social. Embora haja ainda muito a ser 
feito para que a legislação vigente seja de fato implementada, essas mudanças 
indicam um amadurecimento da sociedade brasileira sobre o tema, além – é claro 
– de ser o resultado da luta das pessoas com deficiência por seus direitos.
Devemos lembrar que pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida 
devem ser respeitadas em suas particularidades e compreender que algumas de 
suas necessidades podem – e frequentemente são – diferentes das necessidades 
de pessoas que não estão nessas condições. É por isso que dizemos que se não 
promovemos a acessibilidade, estamos perpetuando a discriminação.
Os segmentos de Turismo de Aventura e Ecoturismo devem estar abertos 
aos avanços da legislação e a essa demanda crescente, incorporando em suas 
atividades as questões relativas à acessibilidade. E existem duas fortes razões 
para investir nesse tipo de negócio: a possibilidade de acessar um mercado de 
grande potencial e ainda pouco explorado e o cumprimento de uma importante 
função social, promovendo a dignidade da pessoa humana, disseminando a não 
discriminação e incentivando o respeito à diversidade.
Mas para isso é necessário se informar sobre o tema, adequar produtos 
e ambientes, assegurar as condições adequadas de segurança, promover a 
qualificação profissional de funcionários e colaboradores e aprender a atender a 
esse público específico.
UNIDADE 3 | MODALIDADES TURÍSTICAS NO ESPAÇO NATURAL
192
Este manual foi desenvolvido com o intuito de apresentar aos empresários 
e profissionais do Ecoturismo e do Turismo de Aventura informações e 
perspectivas sobre a acessibilidade nesses segmentos, oferecendo-lhes condições 
para tomar decisões sobre como preparar suas empresas e seus produtos para 
acessar esse mercado.
Acreditamos que em Turismo de Aventura e Ecoturismo as pessoas com 
deficiência ou mobilidade reduzida também podem ser importantes clientes 
e merecem ter voz e vez. Queremos destacar seu potencial de consumo dos 
produtos nesses segmentos e oferecer algumas ideias de como este público pode 
ser acessado e como proporcionar a essas pessoas serviços de qualidade, com 
respeito e, principalmente, segurança.
FONTE: SHIMOSAKAI (2011)
DICAS
Acesse o link <http://turismoadaptado.files.wordpress.com/2011/05/manual-
de-boas-prc3a1ticas-acessibilidade-em-ecoturismo-e-turismo-de-aventura.pdf> para ter 
acesso ao Manual de Boas Práticas – Acessibilidade em Ecoturismo e Turismo de Aventura.
193
Neste tópico, vimos que:
• O ser humano tem uma ligação muito forte com a natureza (biofilia), que se 
manifesta de várias formas, como a predileção por atividades em ambiente 
natural.
• Uma espécie tem valor de amenidade quando o simples fato de existir 
proporciona alguma experiência não material na vida humana. 
• A procura por roteiros e destinos cujo foco principal é a natureza tem crescido 
anualmente no Brasil. 
• Não importa qual seja o grau de adrenalina que o turista procura, o que importa 
é que ela seja alcançada em ambientes naturais. 
• Turismo contemplativo é um ramo do ecoturismo que tem como um de seus 
instrumentos a interpretação ambiental, envolvendo a satisfação, o interesse 
e compreensão do meio ambiente, assim como a permissão humana de viver 
e sentir a essência da natureza, usufruindo-se de seus recursos de forma 
harmônica e sustentável.
• Inúmeros atrativos podem ser elementos de contemplação na natureza, tais 
como paisagens, sons, cores, formas, grupos vegetais e os mais diversos grupos 
animais. 
• A contemplação da paisagem pode ser praticada nos mais diversos locais, 
porém é clara a preferência do público por lugares altos, de visão ampla, 
transmitindo sensação de liberdade. 
• A paisagem sonora é o conjunto de sons característicos de uma área ou região. 
• O turismo de observação de vida silvestre tem como foco a observação da 
vida livre, testemunhando as relações naturais destes seres com o mínimo de 
interferência. 
• A observação de vida silvestre pode ser generalista, ou seja, quando todos os 
animais são interessantes (mergulho, safári), ou específico, quando apenas um 
grupo é foco do interesse. 
RESUMO DO TÓPICO 1
194
• Turismo de Aventura compreende os movimentos turísticos decorrentes da 
prática de atividades de aventura de caráter recreativo e não competitivo, sendo 
oferecidas comercialmente, usualmente adaptadas das atividades de Turismo 
de Aventura, que tenham ao mesmo tempo o caráter recreativo e envolvam 
riscos avaliados, controlados e assumidos. 
• A busca contemporânea de aventura e contato com a natureza, aliada às 
novas possibilidades tecnológicas, promoveu o surgimento de novas práticas 
esportivas, muitas resultantes de adaptações de modalidades tradicionais. 
• O turismo de aventura tende a buscar áreas praticamente intocadas: picos 
elevados, vertentes íngremes, cavernas, ambientes submarinos, vales em 
garganta, corredeiras e cachoeiras. 
• A busca por novos destinos tem como tendência pequenas localidades, 
geralmente em áreas de relevo acidentado e próximas às grandes metrópoles. 
• A mudança do perfil dos empresários responsáveis pelo turismo de aventura 
resultou na profissionalização do segmento e na redução do número de 
acidentes fatais associados a estas atividades. 
• A acessibilidade no turismo, de forma geral, vem se tornando cada vez 
mais inserida no planejamento e organização de roteiros, especialmente em 
atividades ecoturísticas. 
195
1 Quais as atividades de turismo contemplativo e de aventura são realizados 
em sua localidade? Quais poderiam ser introduzidos?
2 Pode ser considerada atividade turística em ambientes naturais:
a) Rafting: descida de rios com corredeiras e pequenas cachoeiras com botes 
infláveis de estrutura reforçada.
b) Observação de aves: observar, identificar e estudar aves em seu ambiente 
natural.
c) Montanhismo: caminhada em ambiente serranos e montanhosos, que 
podem ou não incluir atividades de escalada simples ou vertical.
d) Todas as alternativas anteriores.
3 Qual a definição de Turismo de Aventura, segundo a Associação Brasileira 
das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura – ABETA?
a) Movimentos turísticos decorrentes da prática de atividades de aventura de 
caráter recreativo e não competitivo.
b) Atividades oferecidas comercialmente, usualmente adaptadas das 
atividades de Turismo de Aventura, que tenham ao mesmo tempo o caráter 
recreativo e envolvam riscos avaliados, controlados e assumidos.
c) Todas as alternativas anteriores.
d) Nenhuma das alternativas anteriores.
4 Classifique as seguintessentenças em V verdadeiras ou F falsas:
( ) Turismo contemplativo é um ramo do ecoturismo que tem como um de 
seus instrumentos a interpretação ambiental, envolvendo a satisfação, 
o interesse e compreensão do meio ambiente, assim como a permissão 
humana de viver e sentir a essência da natureza, usufruindo-se de seus 
recursos de forma harmônica e sustentável.
( ) Inúmeros atrativos podem ser elementos de contemplação na natureza, 
tais como paisagens, sons, cores, formas, grupos vegetais e os mais diversos 
grupos animais. 
( ) A contemplação da paisagem pode ser praticada nos mais diversos locais, 
porém é clara a preferência do público por lugares altos, de visão ampla, 
transmitindo sensação de liberdade. 
( ) A paisagem sonora é o conjunto de sons característicos de uma área ou 
região. 
AUTOATIVIDADE
196
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V - V - V - V.
b) ( ) F - F - F - F. 
c) ( ) V - F - V - F. 
d) ( ) F - V - F - V. 
5 Leia e complete a seguinte sentença:
 Turismo de Aventura compreende os movimentos ____________ decorrentes 
da prática de atividades de ____________ de caráter recreativo e não 
____________, sendo oferecidas comercialmente, usualmente adaptadas das 
atividades de Turismo de Aventura, que tenham ao mesmo tempo o caráter 
____________ e envolvam riscos avaliados, controlados e ____________.
Agora, assinale a alternativa CORRETA:
a) turísticos - turismo - recreativo - educativo - não controlados.
b) de massa - aventura - recreativo - recreativo - não controlados.
c) turísticos - aventura - competitivo - recreativo - assumidos.
d) de massa - turismo - competitivo - educativo - assumidos.
6 Classifique as seguintes sentenças em V verdadeiras ou F falsas:
( ) O turismo de aventura tende a buscar áreas praticamente intocadas: picos 
elevados, vertentes íngremes, cavernas, ambientes submarinos, vales em 
garganta, corredeiras e cachoeiras. 
( ) A busca por novos destinos tem como tendência pequenas localidades, 
geralmente em áreas de relevo acidentado e próximas às grandes 
metrópoles. 
( ) A mudança do perfil dos empresários responsáveis pelo turismo de 
aventura resultou na profissionalização do segmento e na redução do 
número de acidentes fatais associados a estas atividades. 
( ) A acessibilidade no turismo, de forma geral, vem se tornando cada vez 
mais inserida no planejamento e organização de roteiros, especialmente 
em atividades ecoturísticas. 
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V - V - V - V.
b) ( ) F - F - F - F. 
c) ( ) V - F - V - F. 
d) ( ) F - V - F - V. 
197
TÓPICO 2
TURISMO EM UNIDADES DE 
CONSERVAÇÃO
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Embora algumas iniciativas para conservação de áreas naturais já 
tenham ocorrido antes desta data, o dia 1º de março de 1872 é considerado 
um marco na história das unidades de conservação, visto ser esta a data em 
que o Congresso Nacional Americano decretou a criação do primeiro Parque 
Nacional do mundo, o Yellowstone National Park.
FONTE: Costa (2002b)
FIGURA 57 – O PARQUE NACIONAL DE YELLOWSTONE É CONSIDERADO A MAIS ANTIGA 
UNIDADE DE CONSERVAÇÃO OFICIAL DO MUNDO
FONTE: <http://www.destination360.com/north-america/us/wyoming/yellowstone-national-park/old-
faithful>. Acesso em: 18 ago. 2011.
Mas afinal, o que é uma Unidade de Conservação? De acordo com a 
União Internacional para Conservação da Natureza - IUCN (1980 apud Costa 
2002b, p. 12), uma área natural protegida, é uma “Superfície de terra ou mar 
consagrada à proteção e manutenção da diversidade biológica, assim como dos 
recursos naturais e dos recursos culturais associados, e manejada por meio de 
meios jurídicos e outros eficazes.”
De acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Lei nº 
9.985/2000, Cap. 1 Art. 2º), uma Unidade de Conservação: 
198
UNIDADE 3 | MODALIDADES TURÍSTICAS NO ESPAÇO NATURAL
É o espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas 
jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente 
instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites 
definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam 
garantias adequadas de proteção. 
Resumidamente, as unidades de conservação são áreas nas quais se 
aplicam medidas restritivas de uso do solo, com a função de proteger certa 
feição natural ou histórica presente no local. Elas surgiram com a criação 
dos primeiros parques nacionais, com objetivo de uso público, através 
especialmente de lazer e turismo. Contudo, desde o início, a intenção de alguns 
países na instituição dessas áreas era usá-las como mecanismo de conservação 
dos recursos naturais, meta que acabou por predominar no mundo todo.
Após a criação do Parque Nacional de Yellowstone, outros países também 
adotaram esta prática. Veja o quadro a seguir.
QUADRO 14 – PRIMEIROS PARQUES NACIONAIS DO MUNDO
País Parque Nacional Ano de Criação
Estados Unidos Parque Nacional de Yellowstone 1872
Austrália Parque Nacional Royal 1879
Canadá Parque Nacional Banff 1885
Nova Zelândia Parque Nacional Egmont 1894
África do Sul Parque Nacional Kruger 1898
México Parque Nacional 1899
Argentina Parque Nacional Nahuel Huapi 1903
Chile Parque Nacional 1926
Equador Parque Nacional Galápagos 1934
Venezuela Parque Nacional 1937
Brasil Parque Nacional Itatiaia 1937
FONTE: Costa (2002b)
Embora a criação da primeira unidade de conservação no Brasil tenha 
se dado apenas em 1937 com o Parque Nacional de Itatiaia, observamos que 
desde a época da colonização já haviam sido decretadas áreas de preservação, 
como hortos e jardins botânicos, criados a partir da instalação da família real 
portuguesa no país. Porém, apenas a partir da década de 1930 a legislação 
brasileira começou a avançar nos cuidados com o ambiente natural, sendo que 
nas décadas seguintes foram criados diversos parques nacionais. 
FONTE: Morsello (2001)
FONTE: Costa (2002b)
TÓPICO 2 | TURISMO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
199
FIGURA 58 – O PARQUE NACIONAL DE ITATIAIA/RJ É O MAIS ANTIGO PARQUE BRASILEIRO
FONTE: <http://etrilhas.com/roteiros/parques-nacionais-e-estaduais/parque-nacional-do-
itatiaia/>. Acesso em: 18 ago. 2011.
Com a oficialização do Código Florestal Brasileiro (Lei nº 4.771/1965), 
houve uma separação das áreas que permitiam exploração dos recursos 
naturais (Florestas Nacionais, Estaduais e Municipais) das que proibiam 
qualquer forma de exploração dos recursos naturais (Parques Nacionais, 
Estaduais, Municipais e Reservas Biológicas) e, em 1967, é criado o Instituto 
Brasileiro de Desenvolvimento Florestal/IBDF, que foi por muito tempo o 
mentor das unidades de conservação no país. 
O IBDF foi posteriormente extinto, dando lugar ao Instituto Brasileiro do 
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis /IBAMA em 1989 que, em 
2007, deu origem ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade/
ICMBio, que atualmente é o órgão responsável pela gestão das unidades de 
conservação brasileiras. 
Atualmente, as Unidades de Conservação brasileiras são geridas pelo 
Sistema Nacional de Unidades de Conservação/SNUC (BRASIL, 2000), tema de 
nosso próximo item.
DICAS
Para conhecer o cadastro nacional das unidades de conservação brasileiras, acesse 
o link <http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=119>.
FONTE: Costa (2002b)
200
UNIDADE 3 | MODALIDADES TURÍSTICAS NO ESPAÇO NATURAL
2 SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO – 
SNUC
A Constituição Brasileira de 1988 declara que todos têm direito a um 
meio ambiente ecologicamente equilibrado, cabendo ao Poder Público o dever 
de defendê-lo, preservá-lo e de criar áreas para garantir a conservação do meio 
ambiente. 
A partir dessa base constitucional, o país concebeu um Sistema Nacional 
de Unidades de Conservação (SNUC), num processo de elaboração e negociação 
durou mais de dez anos e significou um avanço importante na construção de 
um sistema efetivo de áreas protegidas no país. (ISA,2011). Segundo este autor, 
uma das dificuldades era definir as categorias de manejo, excluindo figuras 
equivalentes e criando novos tipos de unidades onde foram identificadas 
lacunas. O anteprojeto foi aprovado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente 
(CONAMA) e em maio de 1992, já na qualidade de Projeto de Lei foi encaminhado 
ao Congresso Nacional. Em 1994 e 1995 o Projeto de Lei do SNUC recebeu 
substitutivos com alterações polêmicas e, apenas em 2000 seu texto foi aprovado 
pelo Congresso Nacional. (ISA 2011). 
De acordo com o SNUC, os objetivos desta lei são (BRASIL, 2000):
• contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos 
no território nacional e nas águas jurisdicionais;
• proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional;
• contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas 
naturais;
• promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;
• promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no 
processo de desenvolvimento;
• proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;
• proteger as características de natureza geológica, geomorfológica, espeleológica, 
paleontológica e cultural;
• proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;
• recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;
• proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos 
e monitoramento ambiental;
• valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;
• favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a 
recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico;
• proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações 
tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e 
promovendo-as social e economicamente.
TÓPICO 2 | TURISMO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
201
DICAS
Para conhecer o texto integral do SNUC e sua regulamentação, acesse o link 
<http://www.rbma.org.br/rbma/pdf/Caderno_18_2ed.pdf>.
As unidades de conservação são divididas em duas categorias: Unidades 
de Conservação Integral e Unidades de Uso Sustentável. Veja o quadro a seguir 
(BRASIL, 2000):
QUADRO 15 – CATEGORIAS DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO BRASILEIRAS, SEGUNDO O SNUC
Unidades de Conservação Integral
Têm como objetivo básico a preservação da natureza, sendo admitido o uso indireto dos seus 
recursos naturais, com exceção dos casos previstos na Lei do SNUC.
Estação Ecológica Tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de 
pesquisas científicas. É proibida a visitação pública, exceto com objetivo 
educacional e a pesquisa científica depende de autorização prévia do 
órgão responsável.
Reserva Biológica Tem como objetivo a preservação integral da biota e demais atributos 
naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta 
ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação 
de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para 
recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os 
processos ecológicos.
Parque Nacional Tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de 
grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização 
de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação 
e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de 
turismo ecológico.
Monumento Natural Tem como objetivo básico preservar sítios naturais raros, singulares ou 
de grande beleza cênica.
Refúgio de Vida 
Silvestre
Tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram 
condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades 
da flora local e da fauna residente ou migratória.
Unidades de uso sustentável
As unidades de uso sustentável têm como objetivo básico compatibilizar a conservação da natureza 
com o uso direto de parcela dos seus recursos naturais, ou seja, é aquele que permite a exploração 
do ambiente, porém mantendo a biodiversidade do local e os seus recursos renováveis.
Área de Proteção 
Ambiental
É uma área em geral extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada 
de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente 
importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações 
humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, 
disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso 
dos recursos naturais.
202
UNIDADE 3 | MODALIDADES TURÍSTICAS NO ESPAÇO NATURAL
Área de Relevante 
Interesse Ecológico
É uma área em geral de pequena extensão, com pouca ou nenhuma 
ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que 
abriga exemplares raros da biota regional, e tem como objetivo manter 
os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso 
admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de 
conservação da natureza.
Floresta Nacional É uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente 
nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos 
florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração 
sustentável de florestas NATIVAS.
Reserva Extrativista É uma área utilizada por populações locais, cuja subsistência baseia-se 
no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência 
e na criação de animais de pequeno porte, e tem como objetivos básicos 
proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o 
uso sustentável dos recursos naturais da unidade.
Reserva de Fauna É uma área natural com populações animais de espécies nativas, terrestres 
ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-
científicos sobre o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos.
Reserva de 
Desenvolvimento 
Sustentável
Conforme definição do SNUC, é uma área natural que abriga populações 
tradicionais, cuja existência se baseia em sistemas sustentáveis de 
exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e 
adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um papel 
fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade 
biológica.
Reserva Particular do 
Patrimônio Natural - 
RPPN
É uma área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de 
conservar a diversidade biológica.
FONTE: BRASIL (2000)
As Reservas Indígenas não fazem parte do SNUC, sendo que seu manejo 
é feito por meio de outras bases. 
DICAS
Para saber mais sobre Reservas Indígenas, acesse o link <http://pt.wikipedia.org/
wiki/Reserva_ind%C3%ADgena>.
Algumas categorias de unidades de conservação, como a Estação 
Ecológica, não permitem visitação turística, porém aquelas que permitem, como 
Parques Nacionais, Monumentos Naturais e RPPNs, podem se tornar importantes 
atrativos turísticos para uma região, sendo inclusive responsáveis pelo seu 
desenvolvimento econômico. Entretanto, essa visitação deve estar subordinada às 
orientações e regras contidas no Plano de Manejo da unidade, para evitar impactos 
negativos advindos desta atividade, conforme veremos no capítulo seguinte. 
TÓPICO 2 | TURISMO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
203
Para saber o que é um plano de manejo, leia o texto a seguir:
LEITURA COMPLEMENTAR
PLANO DE MANEJO
O manejo e gestão adequados de uma Unidade de Conservação devem 
estar embasados não só no conhecimento dos elementos que conformam o espaço 
em questão, mas também numa interpretação da interação destes elementos.
Para tanto, é essencial conhecer os ecossistemas, os processos naturais 
e as interferências antrópicas positivas ou negativas que os influenciam ou os 
definem, considerando os usos que o homem faz do território, analisando os 
aspectos pretéritos e os impactos atuais ou futuros de forma a elaborar meios 
para conciliar o uso dos espaços com os objetivos de criação da Unidade de 
Conservação.
Desta forma, o manejo de uma Unidade de Conservação implica elaborar 
e compreendero conjunto de ações necessárias para a gestão e uso sustentável 
dos recursos naturais em qualquer atividade no interior e em áreas do entorno 
dela de modo a conciliar, de maneira adequada e em espaços apropriados, os 
diferentes tipos de usos com a conservação da biodiversidade.
A Lei nº 9.985/2000 que estabelece o Sistema Nacional de Unidades de 
Conservação define o Plano de Manejo como um documento técnico mediante o 
qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma Unidade de Conservação, se 
estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o 
manejo dos recursos naturais.
Todas as unidades de conservação devem dispor de um Plano de Manejo, 
que deve abranger a área da Unidade de Conservação, sua zona de amortecimento 
e os corredores ecológicos, incluindo medidas com o fim de promover sua 
integração à vida econômica social das comunidades vizinhas (Art. 27, §1º).
O Plano de Manejo visa levar a Unidade de Conservação a cumprir com 
os objetivos estabelecidos na sua criação; definir objetivos específicos de manejo, 
orientando a gestão da Unidade de Conservação; promover o manejo da Unidade 
de Conservação, orientado pelo conhecimento disponível e/ou gerado.
Ele estabelece a diferenciação e intensidade de uso mediante zoneamento, 
visando à proteção de seus recursos naturais e culturais; destaca a representatividade 
da Unidade de Conservação no SNUC frente aos atributos de valorização dos 
seus recursos como: biomas, convenções e certificações internacionais; estabelece 
normas específicas regulamentando a ocupação e o uso dos recursos da Unidade 
204
UNIDADE 3 | MODALIDADES TURÍSTICAS NO ESPAÇO NATURAL
de Conservação, zona de amortecimento e dos corredores ecológicos; reconhece 
a valorização e o respeito à diversidade socioambiental e cultural das populações 
tradicionais e seus sistemas de organização e de representação social.
A elaboração de Planos de Manejo, não se resume apenas à produção do 
documento técnico. O processo de planejamento e o produto Plano de Manejo 
são ferramentas fundamentais, reconhecidas internacionalmente para a gestão da 
Unidade de Conservação.
O processo de elaboração de Planos de Manejo é um ciclo contínuo de 
consulta e tomada de decisão com base no entendimento das questões ambientais, 
socioeconômicas, históricas e culturais que caracterizam uma Unidade de 
Conservação e a região onde esta se insere.
O Plano de Manejo é elaborado sob um enfoque multidisciplinar, com 
características particulares diante de cada objeto específico de estudo. Ele deve 
refletir um processo lógico de diagnóstico e planejamento. Ao longo do processo 
devem ser analisadas informações de diferentes naturezas, tais como dados 
bióticos e abióticos, socioeconômicos, históricos e culturais de interesse sobre a 
Unidade de Conservação e como estes se relacionam.
A interpretação do diagnóstico se relacionará com a definição de objetivos 
específicos de manejo, definições de zonas para as diferentes modalidades de usos, 
normas gerais e programas de manejo. Nesse contexto, o Instituto dispõe de uma 
coordenação responsável pelo processo de elaboração, revisão e monitoramento 
de Planos de Manejo, cuja equipe vem trabalhando ativamente na organização e 
reestruturação do processo de planejamento.
Cabe aos técnicos o papel de supervisionar e orientar as equipes de 
planejamento das Unidades de Conservação, além de, muitas das vezes, coordenar 
ativamente todo o processo de planejamento.
FONTE: <http://www.icmbio.gov.br/biodiversidade/unidades-de-conservacao/planos-de-
manejo>. Acesso em: 8 ago. 2011.
NOTA
Algumas categorias de manejo permitem criação de unidades estaduais e 
municipais, como parque, monumento natural, área de proteção ambiental, floresta e RPPN, 
entre outras.
TÓPICO 2 | TURISMO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
205
O objetivo principal de uma unidade de conservação está explícito em seu 
próprio nome: conservar, proteger a biodiversidade da área em questão. Quanto 
maior o grau de fragilidade, maiores as restrições de uso do local. 
Portanto, quando se fala em ecoturismo em unidades de conservação, 
essa questão precisa estar muito bem alinhada com as atividades que se 
pretendem para a área, bem como demais detalhes que deverão estar presentes 
no plano de manejo, conforme já exposto anteriormente. Nem todas as unidades 
permitem visitação turística e, quando esta é permitida, deve estar subordinada 
a condicionantes específicas, conforme pode ser observado no quadro a seguir:
QUADRO 16 – USO TURÍSTICO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO BRASILEIRAS, SEGUNDO O SNUC
Categoria Domínio Uso Turístico
Estação Ecológica Público É proibida a visitação pública, exceto quando com 
objetivo educacional, de acordo com o que dispuser 
o Plano de Manejo da unidade ou regulamento 
específico.
Reserva Biológica Público É proibida a visitação pública, exceto aquela com 
objetivo educacional, de acordo com regulamento 
específico.
Parque Nacional Público A visitação pública está sujeita às normas e restrições 
estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às 
normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua 
administração, e àquelas previstas em regulamento.
Monumento 
Natural
Público-Privado A visitação pública está sujeita às condições e 
restrições estabelecidas no Plano de Manejo da 
unidade, às normas estabelecidas pelo órgão 
responsável por sua administração e àquelas 
previstas em regulamento.
Refúgio de Vida 
Silvestre
Público-Privado A visitação pública está sujeita às normas e restrições 
estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às 
normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua 
administração, e àquelas previstas em regulamento.
Área de Proteção 
Ambiental
Público-Privado Nas áreas sob propriedade privada, cabe ao 
proprietário estabelecer as condições para pesquisa 
e visitação pelo público, observadas as exigências e 
restrições legais.
Área de Relevante 
Interesse Ecológico
Público-Privado Nas áreas sob propriedade privada, cabe ao 
proprietário estabelecer as condições para pesquisa 
e visitação pelo público, observadas as exigências e 
restrições legais.
Floresta Nacional Público A visitação pública é permitida, condicionada às 
normas estabelecidas para o manejo da unidade pelo 
órgão responsável por sua administração.
Reserva Extrativista Público, com 
uso concedido 
às populações 
extrativistas
A visitação pública é permitida, desde que compatível 
com os interesses locais e de acordo com o disposto 
no Plano de Manejo da área.
206
UNIDADE 3 | MODALIDADES TURÍSTICAS NO ESPAÇO NATURAL
Reserva de Fauna Público A visitação pública pode ser permitida, desde que 
compatível com o manejo da unidade e de acordo 
com as normas estabelecidas pelo órgão responsável 
por sua administração.
Reserva de 
Desenvolvimento 
Sustentável
Público, com uso 
das populações 
tradicionais
É permitida e incentivada a visitação pública, desde 
que compatível com os interesses locais e de acordo 
com o disposto no Plano de Manejo da área. 
Reserva Particular 
do Patrimônio 
Natural - RPPN
Privada Visitação com objetivos turísticos, recreativos e 
educacionais.
As Reservas Particulares do Patrimônio Natural/RPPN e as Áreas de 
Proteção Ambiental/APA são – com os Parques – as categorias de Unidade de 
Conservação mais importantes para o incremento do turismo, em seu segmento 
ecoturismo, porém é importante notar que as RPPNs são particulares, o que 
requer e depende de interesses privados para o desenvolvimento turístico 
nessas áreas.
FONTE: BRASIL (2000)
Estas restrições visam à conservação, mas também podem ser importantes 
para ordenar o uso turístico. Como já foi discutido anteriormente durante esta 
disciplina, o turismo pode ser causador de impactos negativos quando não são 
observadas práticas sustentáveis de visitação. Estes impactos podem ser muito 
danosos quando ocorrem em áreas destinadas à conservação ambiental, como é 
o caso das unidades de conservação. Vamos falar sobre isto no próximo capítulo.
3 OSEFEITOS DO TURISMO NAS UNIDADES DE 
CONSERVAÇÃO
Como já vimos anteriormente, o crescente interesse por atividades 
ligadas à natureza, especialmente a partir da década de 80, fez com que o 
ecoturismo se tornasse um representativo segmento turístico. No entanto, nem 
sempre a atividade tendo como base o meio natural gera benefícios para este, 
sendo que muitas vezes os prejuízos suplantam os poucos benefícios gerados 
pela atividade.
A associação das unidades de conservação com a atividade turística, em 
especial o ecoturismo, possibilitou a difusão desta atividade em áreas protegidas, 
tornando diversas unidades de conservação no mundo importantes destinos 
ecoturísticos, como por exemplo, as Ilhas Galápagos, as reservas e parques 
nacionais do Quênia e da Tanzânia, entre outras destinações.
FONTE: Costa (2002b)
FONTE: Soares (2002)
TÓPICO 2 | TURISMO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
207
DICAS
Acesse o link <http://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2011/06/08/70932-
unidades-de-conservacao-podem-render-cerca-de-r-6-bilhoes-por-ano.html> para ter 
informações sobre o uso econômico de Unidades de Conservação.
Sendo o Brasil um dos países mais ricos em biodiversidade, naturalmente 
algumas de suas unidades de conservação também se tornaram importantes 
destinos turísticos, sendo que esta atividade está contemplada no SNUC, 
conforme vimos anteriormente.
FIGURA 59 – O PARQUE NACIONAL SERRA DA CANASTRA/MG, ALÉM DE SER MUITO 
PROCURADO PELOS TURISTAS, PROTEGE O PATO-MERGULHÃO, UMA DAS ESPÉCIES MAIS 
AMEAÇADAS DO MUNDO
FONTE: <http://twixar.me/0XNn >. Acesso em: 03 jun. 2019.
Apesar de as unidades de conservação serem locais destinados à 
conservação ambiental, exercício da educação ambiental, pesquisa científica e 
contemplação da natureza em seu estado original ou mais próximo deste, a prática 
da atividade turística muitas vezes não atende a esses princípios. (SOARES, 2002). 
Segundo Furlan (1999, apud SOARES 2002, p. 3), isso é ocasionado pelo fato de:
 
o turismo ter se tornado uma importante fonte de captação de renda 
para as unidades de conservação, que geralmente contam com recursos 
exíguos para suas atividades, especialmente no Brasil e nos países 
em desenvolvimento, portanto desencadeando a mercantilização do 
ecoturismo.
Para Soares (2002, p. 3), “esse fato faz com que os planos de manejo 
de muitas unidades de conservação sejam feitos simplesmente para atender à 
demanda turística e consequentemente podem comprometer a manutenção 
208
UNIDADE 3 | MODALIDADES TURÍSTICAS NO ESPAÇO NATURAL
dos ambientes naturais contemplados por estas unidades”, gerando impactos 
negativos muitas vezes irreversíveis. Conforme Serrano (2001 apud SOARES, 
2002), “mesmo que a exploração turística das unidades de conservação se faça 
de acordo com os critérios previstos nos seus planos de manejo, ela dificilmente 
deixará de provocar impactos negativos”. Soares (2002, p. 3) apresenta os 
impactos mais comuns ocasionados pelo turismo em unidades de conservação, 
citados a seguir:
• mudanças no comportamento dos animais ocasionados pelo número 
excessivo de visitantes em uma determinada área;
• erosão, distúrbios no comportamento dos animais, perda de hábitat da 
fauna e comprometimento da qualidade visual da paisagem em função da 
construção de infraestrutura, de áreas para descanso e da abertura de trilhas 
e acessos;
• alterações no comportamento dos animais e empobrecimento de sua dieta, 
ocasionados pelo hábito dos visitantes de alimentar os animais;
• interferência no ambiente sonoro, visual e olfativo típico da área, resultantes 
do barulho, excesso de cores e odores estranhos dos visitantes;
• poluição do solo, dos cursos d’água e interferência na alimentação dos 
animais, ocasionados pela deposição inadequada do lixo;
• destruição da vegetação, morte de animais e empobrecimento do solo, 
ocasionados pelos incêndios;
• remoção de atrativos naturais (pedras, vegetais, pequenos animais) para 
servirem de souvenirs para os visitantes.
Por outro lado, Serrano (2001 apud SOARES, 2002, p. 4), se bem planejado, o 
ecoturismo pode ser positivo e trazer benefícios para as unidades de conservação, 
para a comunidade local e os visitantes:
• difusão de informação ambiental por meio de programas de educação 
ambiental;
• integração das UCs com as comunidades locais e com a sociedade;
• geração de recursos, oriundos das taxas de visitação, que podem ser 
importantes na manutenção e no financiamento de programas dentro das 
UCs;
• aumento da oferta de espaços de recreação e lazer em ambientes naturais.
Soares (2002, p. 4) lembra que “existem inúmeros casos em que o 
ecoturismo foi o grande responsável ou contribuiu de forma considerável para 
a manutenção de uma determinada área natural, como no Quênia e nas Ilhas 
Galápagos”. Assim, Soares (2002, p. 6) considera que: 
a partir do momento em que a atividade ecoturística for planejada 
e praticada seguindo os princípios básicos de educação ambiental, 
conservação da natureza, valorização das manifestações culturais 
locais e envolvimento das comunidades locais, os impactos negativos 
gerados por essa atividade provavelmente serão mínimos ou até 
mesmo eliminados e seus impactos positivos serão potencializados. 
TÓPICO 2 | TURISMO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
209
Portanto, fica evidente que, para garantir que os impactos sejam 
sempre positivos em Unidades de Conservação, devemos basear a visitação 
turística no planejamento adequado da atividade, dentro das recomendações 
do Plano de Manejo. A oferta de infraestrutura mínima é condição essencial 
para o atendimento a necessidades da demanda turística. A satisfação desse 
item engloba também a necessidade de um planejamento com mínimo impacto 
ambiental e total integração entre os grupos sociais envolvidos.
DICAS
Acesse o link <http://www.sbe.com.br/ptpc/ptpc_v1_n1.pdf#page=69> para 
conhecer um trabalho sobre a percepção de impactos socioambientais sob a ótica dos 
ecoturistas.
4 SUSTENTABILIDADE EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 
Como já citamos anteriormente, o Brasil é um dos países mais ricos 
em biodiversidade no mundo, despertando interesse de pesquisadores, 
estudantes, aventureiros e ecoturistas que, a cada ano aumentam a demanda 
por atividades em áreas naturais. Porém, faltam em diversas Unidades de 
Conservação, estudos limitantes de áreas e das possibilidades de exploração 
turística, principalmente porque a maioria dos Parques – federais, estaduais 
e municipais – não possuem plano de manejo, o que pode comprometer a 
qualidade no atendimento ao visitante de tais áreas e a consequente dificuldade 
de gestão do turismo.
Para muitos países ricos em biodiversidade, o ecoturismo representa 
importante fator de rentabilidade econômica, principalmente quando praticado 
em parques. No Brasil, com exceção dos Parques Nacionais do Iguaçu/PR, Itatiaia 
e Tijuca/RJ, as unidades de conservação ainda não apresentam uma rentabilidade 
derivada da prática turística, demandando recursos do governo para sua 
manutenção.
O crescimento do interesse turístico nas unidades de conservação nem 
sempre acompanha os investimentos para conservação e manutenção destas 
áreas. Costa (2002a, p. 65) chama atenção para a pressão já existente nestas áreas, 
FONTE: Costa (2002a)
FONTE: Costa (2002b)
210
UNIDADE 3 | MODALIDADES TURÍSTICAS NO ESPAÇO NATURAL
especialmente nas estaduais e municipais, que tem como causas claras a falta 
de planejamento nas áreas de seu entorno, os fatores políticos e a ausência de 
aplicação dos princípios de sustentabilidade. Conforme a autora:
O desenvolvimento sustentável é norteado tanto por necessidades 
essenciais, presentes e futuras, como pela noção de limitação, posto 
que, sem a imposição de limites, dificilmente a sustentabilidade 
ocorreria. O uso turístico dos recursos naturais, dentro dos princípios 
expostos, deve enfatizar sob um prisma diferenciado o ser humano, 
separando em lados diversos a população e o turista. Essa ótica se 
faz necessária paraque os diferentes aspectos, tanto de planejamento 
como de gestão – no caso das unidades de conservação – atendam 
adequadamente à proposta de desenvolvimento sustentável, em que 
todos saem lucrando: ambiente natural, população local e turista.
O Plano de Manejo, como já foi exposto anteriormente, é a principal 
ferramenta para gestão e uso sustentável de uma unidade de conservação. Além 
do conhecimento sobre os aspectos socioambientais da área e seu entorno, que 
balizam sua administração e gestão dos recursos, outro fator importante é o 
conhecimento de sua capacidade de suporte para visitação turística. 
Além da Capacidade de Carga, muitos outros métodos foram 
desenvolvidos, especialmente para os parques norte-americanos, com objetivo 
de monitorar os impactos advindos de visitação turística.
DICAS
Visite o site <http://leopold.wilderness.net/> para ter acesso a vários trabalhos 
sobre o uso turístico em unidades de conservação nos Estados Unidos.
Todos os estudos sobre capacidade de carga turística em unidades de 
conservação acabam por levar em conta os fatores a seguir:
• Tamanho da área e espaço utilizável pelo turista.
• Fragilidade do ecossistema a ser visitado.
• Recursos naturais: número, diversidade e distribuição das espécies vegetais 
e animais.
• Topografia, relevo e hidrografia.
• Sensibilidade e mudanças de comportamento de espécies animais diante 
dos visitantes.
• Percepção ambiental dos turistas.
• Disponibilidade de infraestrutura e facilidades.
• Oportunidades existentes para que os visitantes desfrutem dos recursos.
FONTE: Costa (2002a)
TÓPICO 2 | TURISMO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
211
Dois importantes métodos para o controle do uso turístico em Unidades 
de Conservação são Limite Aceitável de Câmbio (LAC) e o Monitoramento de 
Impactos dos Visitantes (VIM).
A partir do conceito de capacidade de carga, o LAC observa 
essencialmente as condições desejáveis para uma área receber visitantes, com 
base em quatro etapas:
1. Especificação das condições aceitáveis e realizáveis para os recursos e 
aspectos sociais.
2. Análise entre as relações existentes e as mudanças aceitáveis.
3. Identificação das ações de manejo necessárias.
4. Criação e execução de um programa de monitoramento e evolução do 
manejo.
Tanto a metodologia VIM quanto a LAC não tem por objetivo estabelecer 
uma capacidade de carga ou suporte, apesar de fornecerem subsídios para o 
cálculo de um número ideal de visitantes.
DICAS
Em Lobo e Simões (2010), você vai encontrar um excelente manual de 
monitoramento de impactos em Unidades de Conservação, e em Takahashi (1997) vai poder 
conhecer com detalhes a metodologia LAC.
Costa (2002a, p. 72) observa ainda que:
 
o controle da demanda e a limitação do uso turístico auxiliam não 
só na manutenção das características ambientais das unidades de 
conservação, mas também no ganho social advindo do melhor 
aproveitamento do tempo de estada do visitante na área natural 
protegida. [...] Para um estudo pormenorizado, visando a estabelecer 
um patamar ótimo de uso da UC, deverão ser utilizadas as metodologias 
citadas, o que facilitará em muito a proposição de soluções para os 
efeitos do turismo detectados. Porém, deve-se ter claro em mente que 
essas fórmulas são extremamente úteis como instrumentos geradores 
de dados, mas que necessitam ser avaliados, também, levando em 
conta os diferenciais existentes em cada caso estudado.
FONTE: Costa (2002a)
212
UNIDADE 3 | MODALIDADES TURÍSTICAS NO ESPAÇO NATURAL
O Zoneamento Ambiental de Unidades de Conservação é a definição 
de setores ou zonas em uma unidade de conservação com objetivos de manejo 
e normas específicos e com propósito de oferecer condições para que todos 
os objetivos da unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz. 
Ela gera a divisão da área natural protegida em sete zonas com uso e funções 
definidos para cada uma delas:
1. Zona Intangível: primitividade natural intacta. Dedicada à proteção integral.
2. Zona Primitiva: pequena ou mínima intervenção humana.
3. Zona de Uso Extensivo: área natural, podendo apresentar alguma alteração.
4. Zona de Uso Intensivo: área natural ou alterada pelo homem.
5. Zona Histórico-Cultural: visa a proteger sítios históricos.
6. Zona de Recuperação: áreas naturais consideravelmente alteradas pelo 
homem.
7. Zona de Uso Especial: é a que contém as áreas necessárias à administração.
NOTA
Algumas categoa É importante lembrar que, para garantir a sustentabilidade do 
uso turístico de uma unidade de conservação, o planejamento ambiental requer sempre a 
utilização de diversos instrumentos de manejo, como o estabelecimento de zonas, a criação 
de planos de ação e a constante avaliação das atividades ocorrentes em cada área. rias de 
manejo permitem criação de unidades estaduais e municipais, como parque, monumento 
natural, área de proteção ambiental, floresta e RPPN, entre outras.
Assim, concluímos que existem diversas ferramentas, tanto sociais como 
ambientais, que buscam utilizar Unidades de Conservação de maneira sustentável. 
Cabe ao poder público a utilização das mesmas e também à sociedade cobrar o 
correto manejo destas áreas de importância na conservação da biodiversidade e 
na economia.
FONTE: Costa (2002b)
213
Neste tópico, vimos que:
• Uma Unidade de Conservação é o espaço territorial e seus recursos ambientais, 
incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, 
legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e 
limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam 
garantias adequadas de proteção. 
• Com a oficialização do Código Florestal Brasileiro houve uma separação 
das áreas que permitiam exploração dos recursos naturais das que proibiam 
qualquer forma de exploração dos recursos naturais. 
• O IBDF, criado em 1967, deu lugar ao IBAMA em 1989 que, em 2007, deu origem 
ao ICMBio, que atualmente é o órgão responsável pela gestão das Unidades de 
Conservação Brasileiras. 
• Atualmente, as Unidades de Conservação Brasileiras são geridas pelo Sistema 
Nacional de Unidades de Conservação/SNUC.
• A Constituição Brasileira de 1988 declara que todos têm direito a um meio 
ambiente ecologicamente equilibrado, cabendo ao Poder Público o dever de 
defendê-lo, preservá-lo e de criar áreas para garantir a conservação do meio 
ambiente. 
• As unidades de conservação são divididas em duas categorias: Unidades de 
Conservação Integral e Unidades de Uso Sustentável. 
• As Reservas Indígenas não fazem parte do SNUC, sendo que seu manejo é feito 
por meio de outras bases. 
• Algumas categorias de unidades de conservação, como a Estação Ecológica, 
não permitem visitação turística, porém aquelas que permitem, como Parques 
Nacionais, Monumentos Naturais e RPPNs, podem se tornar importantes 
atrativos turísticos para uma região, sendo inclusive responsáveis pelo 
desenvolvimento econômico da região. 
• A visitação turística em Unidades de Conservação deve estar subordinada 
às orientações e regras contidas no Plano de Manejo da unidade, para evitar 
impactos negativos advindos desta atividade, conforme veremos no capítulo 
seguinte. 
RESUMO DO TÓPICO 2
214
• As Reservas Particulares do Patrimônio Natural/RPPN e as Áreas de Proteção 
Ambiental/APA são – com os Parques – as categorias de Unidade de Conservação 
mais importantes para o incremento do turismo.
• A associação das unidades de conservação com a atividade turística, em especial 
o ecoturismo, possibilitou a difusão desta atividade em áreas protegidas, 
tornando diversas unidades de conservação no mundo importantes destinos 
ecoturísticos.
• O turismo se tornou uma importante fonte de captação de renda para as 
unidades de conservação, que geralmente contam com recursos exíguos para 
suas atividades, especialmente no Brasil e nos países em desenvolvimento.
• Mesmo que a exploração turística das unidades de conservação se faça de 
acordo com os critérios previstos nos seus planos de manejo,ela dificilmente 
deixará de provocar impactos negativos. 
• Se bem planejado, o ecoturismo pode ser positivo e trazer benefícios para as 
unidades de conservação, para a comunidade local e os visitantes, conforme 
Serrano (2001).
• A partir do momento em que a atividade ecoturística for planejada e praticada, 
seguindo os princípios básicos de educação ambiental, conservação da 
natureza, valorização das manifestações culturais locais e envolvimento 
das comunidades locais, os impactos negativos gerados por essa atividade 
provavelmente serão mínimos ou até mesmo eliminados e seus impactos 
positivos serão potencializados. 
• A oferta de infraestrutura mínima é condição essencial para o atendimento a 
necessidades da demanda turística. 
• O crescimento do interesse turístico nas unidades de conservação nem sempre 
acompanha os investimentos para conservação e manutenção destas áreas, 
aumentando a pressão já existente nestas áreas.
• O desenvolvimento sustentável é norteado tanto por necessidades essenciais, 
presentes e futuras, como pela noção de limitação, posto que, sem a imposição 
de limites, dificilmente a sustentabilidade ocorreria. 
• Além do conhecimento sobre os aspectos socioambientais da área e seu entorno, 
que balizam sua administração e gestão dos recursos, outro fator importante é 
o conhecimento de sua capacidade de suporte para visitação turística. 
• Dois importantes métodos para o controle do uso turístico em Unidades de 
Conservação são Limite Aceitável de Câmbio (LAC) e o Monitoramento de 
Impactos dos Visitantes (VIM). 
215
• O controle da demanda e a limitação do uso turístico auxiliam não só na 
manutenção das características ambientais das unidades de conservação, mas 
também no ganho social advindo do melhor aproveitamento do tempo de 
estada do visitante na área natural protegida.
• O Zoneamento Ambiental de Unidades de Conservação é a definição de setores 
ou zonas em uma unidade de conservação com objetivos de manejo e normas 
específicos e com propósito de oferecer condições para que todos os objetivos 
da unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz. 
216
AUTOATIVIDADE
1 Existem unidades de conservação em sua região? Quantas possuem 
visitação turística? Destas, quais são orientadas por um plano de manejo?
2 Assinale a alternativa que descreve o objetivo de um Parque Nacional:
a) Tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas 
científicas. É proibida a visitação pública, exceto com objetivo educacional 
e a pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável.
b) Tem como objetivo a preservação integral da biota e demais atributos 
naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou 
modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de 
seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar 
e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos 
ecológicos.
c) Tem como objetivo básico preservar sítios naturais raros, singulares ou de 
grande beleza cênica.
d) Tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande 
relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas 
científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação 
ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.
3 Qual foi o primeiro Parque Nacional do mundo?
a) Parque Nacional Banff – Canadá.
b) Parque Nacional Royal – Austrália.
c) Parque Nacional de Yellowstone - Estados Unidos. 
d) Parque Nacional Egmont – Nova Zelândia
4 Qual foi o primeiro Parque Nacional do Brasil?
a) Parque Nacional de Ubajara.
b) Parque Nacional do Itatiaia.
c) Parque Nacional do Iguaçu.
d) Parque Nacional da Serra dos Órgãos.
5 De acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Lei nº 
9.985/2000, Cap. 1, Art. 2º), o que é uma Unidade de Conservação? 
a) É o espaço territorial e seus recursos econômicos, incluindo as águas 
jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído 
pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob 
regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas 
de proteção.
217
b) É o espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas 
jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído 
pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob 
regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas 
de proteção.
c) É o espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas 
jurisdicionais, com características econômicas relevantes, legalmente 
instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites 
definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias 
adequadas de proteção.
d) É o espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas 
jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído 
pela iniciativa privada, com objetivos de conservação e limites definidos, sob 
regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas 
de proteção.
6 O Projeto de Lei do SNUC recebeu substitutivos com alterações polêmicas e, 
apenas em 2000 seu texto foi aprovado pelo Congresso Nacional. De acordo 
com o SNUC, os objetivos desta lei são:
• contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos 
genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais;
• proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional;
• contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas 
naturais;
• promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;
• promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza 
no processo de desenvolvimento;
• proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;
• proteger as características de natureza geológica, geomorfológica, 
espeleológica, paleontológica e cultural;
• proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;
• recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;
• proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, 
estudos e monitoramento ambiental;
• valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;
• favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a 
recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico;
• proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações 
tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e 
promovendo-as social e economicamente.
Considerando os objetivos apontados, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Todos os objetivos estão incorretos.
b) ( ) Todos os objetivos estão corretos.
c) ( ) Apenas o primeiro objetivo está correto.
d) ( ) Apenas o último objetivo está correto.
218
219
TÓPICO 3
TURISMO DE EXPERIÊNCIA
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
O stress da vida moderna e o distanciamento das antigas tradições e da 
natureza, que antigamente eram mais próximas ao cotidiano das pessoas, têm 
despertado no viajante o desejo de reviver antigas memórias ou, na maioria dos 
casos, conhecer realidades diferentes do seu dia a dia. O turista não quer mais ser 
um sujeito meramente contemplativo, mas sim o ator de sua própria experiência 
e, portanto, o protagonista de seus sonhos no destino que escolheu para sonhar. 
Esta é a base para o desenvolvimento do Programa Economia da Experiência, 
uma parceria entre o Ministério do Turismo, o Instituto Marca Brasil e o SEBRAE.
DICAS
Para conhecer o Programa Economia da Experiência, acesse o link <http://www.
tourdaexperiencia.com/>.
De acordo com as informações disponíveis no site do Programa, este 
trabalho foi desenvolvido e implementado de forma pioneira no Brasil a partir de 
2006, em 8 municípios da Região Uva e Vinho - RS, como apoio local do Sindicato 
dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares – SHRBS Região

Mais conteúdos dessa disciplina