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08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 1/37 Autoria: Dra. Symara Rodrigues Antunes Revisão técnica: Ma. Lisiane da Silva Vaz ANALISES TOXICOLÓGICAS E AMBIENTAIS MEDICAMENTOS E DROGAS 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 2/37 Introdução A toxicologia é uma área de estudos que se correlaciona com várias outras. Nesse sentido, ao longo desta unidade, iremos aprender que as bases da toxicologia são as farmacológicas, com diversos conceitos correlacionados. Aliás, provavelmente você já se perguntou o porquê de algumas pessoas tomarem determinados medicamentos e acabarem se viciando nele, não é? Ou, então, já parou para pensar no porquê de o mesmo medicamento que salva uma pessoa de certa doença ser o que pode matá-la se mudarmos a dose? Além disso, em uma situação dessas, qual seria o tratamento mais adequado? Para respondermos e entendermos esses questionamentos, precisamos, inicialmente, entender alguns conceitos importantes. Por exemplo, já descobrimos que a substância tóxica pode ser chamada de toxicante, agente tóxico ou xenobiótico. Trata-se de uma substância química capaz de agir de maneira nociva no organismo humano — assim como no animal —, provocando alterações morfofuncionais ao ser introduzida. Assim, devemos compreender que não há remédios livres de efeitos colaterais ou integralmente seguros. Sendo uma substância exógena ao nosso corpo, esta gerará, consequentemente, uma modi�cação em nossas estruturas e nosso funcionamento. Neste material, portanto, chegaremos à conclusão de que precisamos ter informações acerca de como determinada substância realizará essas mudanças para manejarmos da melhor maneira seus efeitos colaterais e, principalmente, sabermos qual dose de tratamento deve ser considerada. É justamente nisso que a toxicologia atua: de�nindo qual a dose tóxica que irá impor riscos à saúde que não compensam os benefícios. Por �m, compreenderemos que um toxicante pode ter características de efeitos dependendo da dose, da disposição individual (sensibilidade e tolerância do indivíduo) e frequência de exposição. Aprenderemos as bases para a identi�cação dessas características, a toxicidade de medicamentos e a de drogas de abuso. Bons estudos! Tempo estimado de leitura: 57 minutos. 2.1 Fundamentos da toxicologiamedicamentosa 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 3/37 Hoje, indiscutivelmente, sabemos que uma mesma substância pode ser considerada um medicamento e um tóxico, dependendo unicamente de sua dosagem. Desse modo, estudos de toxicologia se misturam aos estudos de farmacologia, tanto do ponto de vista técnico quanto do ponto de vista teórico. Conforme Whalen, Finkel e Panavelil (2016), a de�nição de que determinada substância deve ser considerada um tóxico ou um fármaco, na maioria das vezes, está relacionada à sua dosagem. Não podemos ignorar que algumas substâncias são essencialmente tóxicas, sem haver vantagem farmacológica conhecida. Os medicamentos têm uma faixa de concentração considerada de atuação farmacológica, em que há a resposta corporal favorável. Em outras palavras, uma faixa de concentração em que os benefícios de seu uso superam os malefícios. Extrapolar tal faixa signi�ca que a substância passa a ser considerada um tóxico, com respostas corpóreas que resultarão em malefícios ao organismo e que, a depender da dosagem, podem ser imprevisíveis. Paracelsus já nos dizia que “somente a dose diferencia um veneno de um remédio”. 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 4/37 Figura 1 - Uma substância pode ser um tóxico ou um fármaco Fonte: totojang1977, Shutterstock, 2021. #PraCegoVer Na figura, temos a fotografia de substâncias químicas em vidros de diferentes tamanhos. Alguns estão em organizados em um compartimento (à esquerda), enquanto outros estão em cima da mesa. Nesse sentido, reside a importância de estudos de toxicocinética e toxicodinâmica. Podemos de�nir, resumidamente, que a toxicocinética é o estudo de como o organismo irá se comportar frente à presença da substância química, enquanto a toxicodinâmica será o que o tóxico fará com o organismo (OLSON, 2013). O envenenamento por uma substância que é considerada um medicamento traz consigo alguns desa�os. Apesar de conhecermos a farmacocinética da substância quando em sua dose de tratamento, seu comportamento pode diferir quando se excedem as dosagens seguras. As mudanças podem di�cultar o tratamento ao envenenamento e tornar o prognóstico imprevisível. Dessa maneira, a toxicocinética e toxicodinâmica de uma mesma substância podem diferir da sua farmacocinética e farmacodinâmica (WHALEN; FINKEL; PANAVELIL, 2016). 2.1.1 Aspectos toxicocinéticos e toxicodinâmicos 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 5/37 Os estudos de toxicocinética se centram em descrever a absorção, a distribuição, o metabolismo e a excreção (eliminação) da substância em questão. A absorção de uma substância tem importância muito grande na forma como ela irá atuar no organismo. Não podemos nos esquecer de que qualquer substância que adentre o organismo terá que passar por membranas. Estas, a nível celular, compartimentalizam a célula e o seu interior — recorde que temos inúmeras organelas membranosas nas células eucarióticas! Assim, a absorção de determinada substância estará atrelada ao modo como ela conseguirá adentrar as células para desempenhar um efeito (WHALEN; FINKEL; PANAVELIL, 2016). A natureza lipofílica dessas membranas permite que substâncias lipídicas e pequenas moléculas apolares sejam mais facilmente absorvidas. Outras substâncias, no entanto, precisarão de transportadores para que consigam adentrar as células. Toxicologicamente, as vias de absorção ambientais de toxicantes mais importantes se dão pelos tratos respiratório, cutâneo e gastrointestinal. Os modelos animais experimentais, entretanto, trazem outros modelos a serem A absorção é a entrada da substância no organismo. A substância será distribuída pelo corpo, seja por via linfática, seja por via hematológica. Com a distribuição da substância, ela acumulará em tecidos e órgãos. A eliminação, por sua vez, é a remoção do organismo do xenobiótico, que irá se subdividir em biotransformação (metabolismo com consequência formação de metabólitos) e excreção. Absorç ão Distrib uição Metab olismo Excreç ão 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 6/37 considerados, como administração via intravenosa, intraperitoneal ou intramuscular. Uma vez que devemos sempre pensar que a natureza química da substância irá in�uenciar na sua absorção, conhecer a via de administração se faz necessário. Isso porque determinada substância pode não ser absorvida ou ser parcialmente absorvida por certa via, o que gera uma resposta toxica diversa se ela for administrada em outra via para ser totalmente absorvida. A quantidade de substância absorvida, o tempo de contato e o número de doses, também têm papel importante nas consequências �siológicas. A concentração plasmática irá diferir de acordo com as mudanças nessas variáveis, gerando respostas distintas. Prever quando ocorrerá a concentração plasmática máxima poderá incorrer em mudanças na abordagem clínica de atendimento do paciente em casos de intoxicação. Também iráditar a forma como o organismo responderá à agressão, pois ele poderá ter tempo para metabolizar e eliminar os metabólicos resultantes, diminuindo o impacto no organismo (OLSON, 2013). Shakespeare era um importante escritor anglo-saxão que escreveu inúmeras peças, as quais falavam de paixões ardentes, amores proibidos, traições e uso de poções mágicas e venenos poderosos. Com o advento de análises toxicológicas mais modernas e a ampliação dos conhecimentos acerca das substâncias, a leitura das obras do autor trouxeram dúvidas e questionamentos sobre a origem e ação real das substâncias químicas descritas. No texto Shakespeare Lives nas Ciências - Venenos, Poções e Drogas: as Receitas Shakespearianas Funcionam na Vida Real?, há uma análise detalhada dos possíveis venenos e substâncias químicas que poderiam ser, de fato, usadas pelos personagens das obras shakespearianas. Para saber mais, acesse: https://www.britishcouncil.org.br/atividades/shakespeare- lives/venenos-pocoes-drogas/ (https://www.britishcouncil.org.br/atividades/shakespeare-lives/venenos- pocoes-drogas/). VOCÊ SABIA? https://www.britishcouncil.org.br/atividades/shakespeare-lives/venenos-pocoes-drogas/ 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 7/37 Dois modelos tentam explicar como ocorre a concentração e distribuição de substâncias em nosso organismo, a saber: monocompartimento ou modelo de compartimento único e modelo de dois compartimentos. O modelo de monocompartimento simpli�ca o ser humano como um único compartimento bem homogeneizado. Nesse caso, as concentrações do plasma seriam iguais às concentrações em tecidos e órgãos. No entanto, há um modelo mais complexo, que é o de dois compartimentos, em que existiria um compartimento central (plasma) e os compartimentos periféricos seriam o agrupamento dos tecidos e órgãos. Esses compartimentos periféricos só receberiam a substância pela distribuição a partir do compartimento central. Ainda no modelo de dois compartimentos, pode ocorrer uma redistribuição do xenobiótico, caso ele �que represado em um compartimento e, depois, seja reconduzido ao compartimento central e redistribuído. A eliminação de substâncias químicas é subdividida em dois processos, como já mencionados: biotransformação e excreção. Tais substâncias, após serem absorvidas e distribuídas, ao passarem pelo fígado, sofrem transformações químicas que as converterão em resíduos metabolitos da substância original. Entender em qual dos grupos está o composto químico em questão é crucial para se traçar um plano de tratamento e suporte ao paciente. Alguns compostos químicos só se tornam tóxicos quando bioconvertidos, pois sua toxicidade está relacionada aos resíduos de seu metabolismo. Outros compostos, por sua vez, aumentam sua toxicidade pela produção de resíduos devido à bioconversão, que potencializará seus danos ao organismo. Temos, também, alguns compostos químicos que perdem seu potencial tóxico ao serem bioconvertidos. 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 8/37 A bioconversão somente é possível se o organismo dispuser de enzimas que realizem as reações químicas necessárias. Caso o organismo não tenha uma enzima para realizar o processo ou tenha em pouca quantidade, pode resultar em um quadro de envenenamento prolongado ou, até mesmo, irreversível. Aliás, esse processo de bioconversão é feito principalmente no fígado, que possui enzimas especí�cas para este �m, como o citocromo P450. Figura 2 - O fígado é o principal centro da bioconversão Fonte: Natali _ Mis, Shutterstock, 2021. #PraCegoVer Na figura, temos a fotografia de um médico com as duas mãos estendidas e aproximadas, com as palmas para cima, em formato de concha. Dentro, encontramos uma ilustração digital de um fígado saudável. A grande maioria dos compostos precisam ser bioconvertidos em produtos químicos para que possam ser excretados pelo organismo. Normalmente, eles são convertidos em moléculas menores, que podem ser �ltradas pelos rins, excretadas pelas fezes ou até pela expiração ou transpiração. O organismo ainda pode lançar mão de re�exos �siopatológicos protetores, a �m de eliminar o mais rapidamente possível potenciais tóxicos que causarão danos. O principal exemplo é o vômito. Olson (2013) nos explica que, no caso de intoxicação por bebida alcoólica, por exemplo, o corpo procura eliminar as 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 9/37 grandes quantidades de álcool que estejam presentes no interior do estômago, evitando que seja absorvido, diminuindo a carga de substância que será necessária processar. Quando o toxicante entra em contato com o organismo e é absorvido, ele é entregue ou distribuído pelo corpo. Assim, pode executar duas ações ao mesmo tempo: interação com uma molécula-alvo e modi�cação do ambiente biológico do organismo, causando disfunções. Tais alterações podem ocorrer a nível molecular ou nível sistêmico. O mecanismo de toxicidade ainda pode ser devido a um defeito no processo de reparo, que leva ao acúmulo do toxicante no organismo, gerando lesões. O toxicante causará o efeito de toxicidade interagindo com uma molécula-alvo. Esta pode ser qualquer uma presente no organismo. A função que ela desempenha indicará quais os efeitos do agente tóxico. Podemos agrupar as moléculas-alvo em dois grandes grupos: moléculas de regulação celular, as quais realizam a sinalização; e moléculas de manutenção celular (KLAASSEN; WATKINS III, 2012). Pela descrição dos dois grupos, já podemos imaginar que modi�cações neles podem acarretar desregulação de expressão gênica, de sinalização celular e comunicação interna, alteração da manutenção interna e/ou externa de células, tecidos e órgãos, resultando em alterações na homeostase corpórea. O artigo Interação Medicamentosa: um Agravo à Saúde Fragilizada, escrito por Kledson Lopes Barbosaa e Karina Crislane da Silva de Medeiros, trabalha um tema muito importante para a sociedade: o risco da interação medicamentosa. De forma geral, os medicamentos são testados quanto à toxicidade isolada e pouco se sabe acerca de combinações entre eles, especialmente as feitas sem orientação adequada. Para se aprofundar no assunto, clique no botão abaixo e leia o texto! Acesse (https://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_ciencias_saude/article/view/5 290/pdf) VOCÊ QUER LER? https://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_ciencias_saude/article/view/5290/pdf 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 10/37 Como podemos perceber, então, os efeitos esperados dos xenobióticos no organismo dependem de inúmeros fatores, como dose, mecanismo de absorção, molécula-alvo, mecanismos de bioconversão e eliminação. Como já mencionado, o que difere uma substância de exercer um papel bené�co ou nocivo ao corpo é a dose. Contudo, algumas substâncias fogem à regra, exercendo, basicamente, uma ação destrutiva quando em contato com os sistemas orgânicos. Assim, a toxicologia social é um ramo da toxicologia que estuda como nós, seres humanos, lidamos com as substâncias químicas. 2.1.2 Aspectos sociais O fígado é o principal órgão associado ao papel de bioconversão. Nele, há inúmeras enzimas com funções para processar xenobióticos que, porventura, sejam inseridos no organismo. Diante disso, realize uma pesquisa sobre quais são as principais enzimas presentes no fígado, responsáveis por essa função de bioconversão, e quais moléculas elas são responsáveis por converter. Depois, compartilhe seus resultados com seus colegas e debata sobre o assunto! VAMOS PRATICAR?08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 11/37 São várias as substâncias químicas que diariamente entramos em contato, sendo que poderíamos quase a�rmar que todas têm potencial de nos causar danos devido à sua toxicidade. Algumas são os medicamentos que usamos com o intuito de melhorar a saúde; outras são substâncias legalizadas, cujo consumo é liberado sob determinadas circunstâncias e para determinado grupo, mas que causam agressão e prejuízos à saúde. As substâncias ilícitas, não liberadas para consumo, constituem um grupo à parte, cujos mecanismos de danos nem sempre estão completamente elucidados e causam diversos malefícios ao organismo, não trazendo, na maioria dos casos, benefício farmacológico. As políticas públicas de saúde devem dispor de mecanismos de conscientização dos riscos do abuso de substâncias químicas, sejam elas quais forem. Os medicamentos, contudo, quase sempre são ignorados nessas políticas. Muitos causam dependência química nos usuários e devem, logicamente, serem utilizados com cautela e sob orientação de pro�ssionais habilitados. Os mecanismos que levam a essa dependência estão associados ao sistema de recompensa do cérebro. De forma simpli�cada, as substâncias geram, de alguma maneira, um bem-estar no indivíduo, cujo cérebro passa a buscar cada vez mais daquela sensação a que ele foi submetido. Nesse sistema de recompensa, é liberada a dopamina, um neurotransmissor relacionado ao bem-estar. O artigo Análise dos Óbitos Decorrentes de Intoxicação Ocorridos no Brasil de 2010 a 2015 com Base no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), de Rosany Bochner e Marina Moreira Freire, nos traz uma análise dos óbitos brasileiros devido a intoxicações registradas no Sistema de Informação de Mortalidade. Vale a pena conferir e observar os casos para entender melhor quanto ao tema. Clique no botão abaixo e leia o conteúdo na íntegra! Acesse (https://www.scielo.br/j/csc/a/Rd9Rj5YhWFTKCkfCxx9nqqk/? format=pdf&lang=pt) VOCÊ QUER LER? https://www.scielo.br/j/csc/a/Rd9Rj5YhWFTKCkfCxx9nqqk/?format=pdf&lang=pt 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 12/37 Figura 3 - A molécula de dopamina Fonte: Zerbor, Shutterstock, 2021. #PraCegoVer Na figura, temos a representação química da molécula de dopamina, cuja constituição é de oito átomos de carbono, 11 átomos de hidrogênio, um de nitrogênio e dois átomos de oxigênio. A liberação de dopamina causa prazer, euforia e bem-estar. Estes �cam condicionados a certa substância, muitas vezes um remédio que foi indicado para o tratamento de uma condição patológica especí�ca, porém que tem seu uso interrompido com a melhora do quadro. A interrupção abrupta, sem manejo, pode levar a uma queda drástica de dopamina no indivíduo, resultando em depressão e tristeza. A pessoa passa, com isso, a buscar novamente por aquela substância, a qual o corpo reconhece como fornecedora do que é necessário para as sensações positivas (WHALEN; FINKEL; PANAVELIL, 2016). 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 13/37 Whalen, Finkel e Panavelil (2016) nos trazem que alguns sistemas de farmacodependência foram descobertos ao longo dos anos. Os benzodiazepínicos, por exemplo, ao elevarem a secreção de GABA, deprimem o chamado “sistema de punição”, levando a um alívio do estresse, da ansiedade, das frustrações e do medo. O indivíduo, então, atinge um estágio de paraíso arti�cial, que também causa dependência. Contudo, esses mecanismos, por si só, não explicam o porquê de certas pessoas terem maior probabilidade de se tornarem dependentes de medicamentos que outras. Questões de fragilidade social, psicológicas individuais, fatores ambientais e fatores biológicos devem ser levados em consideração. Os efeitos indesejáveis de determinados fármacos nem sempre podem ser considerados nocivos ao ser humano. Vamos relembrar, aqui, o caso do citrato de sildena�la, vendido comercialmente sob o nome de Viagra. O medicamento foi pensando primariamente para ser usado em tratamentos de angina, uma doença cardíaca, porém, nos testes clínicos, um efeito foi reportado insistentemente: os homens relataram que houve uma melhora na disfunção erétil. Isso ocorria devido ao remédio aumentar a irrigação sanguínea no pênis. A descoberta fez com que a produção e indicação do medicamento fosse redirecionado, sendo descoberto o primeiro remédio para tratar a disfunção erétil. 2.1.3 Aspectos clínicos James Old (1922-1976) foi um psicólogo e Peter Milner (1918-2018) foi um neurocientista, autores de um estudo que revelou ao mundo o sistema de recompensa no cérebro, publicado em 1954. Na época, Old estava fazendo seu pós-doutorado na Universidade de McGill, no Canadá, e é considerado o “pai” da neurociência moderna. Sua descoberta proporcionou um maior entendimento dos processos de farmacodependência. VOCÊ O CONHECE? 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 14/37 Figura 4 - O citrato de sildenafila foi o primeiro remédio para disfunção erétil Fonte: nito, Shutterstock, 2021. #PraCegoVer Na figura, temos a fotografia de um médico com a mão estendida a um paciente. Ele tem na palma um medicamento azul. Entretanto, alguns efeitos colaterais dos medicamentos podem ser nocivos aos indivíduos, também conhecidos como efeitos adversos ou tóxicos. Estes acabaram por ser um alvo de estudo da toxicologia. Uma reação de hipersensibilidade a uma substância química, a chamada alergia química, por exemplo, pode ocorrer por uma sensibilização prévia do indivíduo, resultando em uma reação adversa quando houver uma nova exposição. Essa reação adversa é, muitas vezes, considerada grave e potencialmente fatal. Há, ainda, uma variabilidade de respostas dependendo da dose a que foi exposta e das características do próprio indivíduo. Já as chamadas reações idiossincráticas são causadas devido a mutações genéticas que o indivíduo apresenta e que o faz processar de maneira distinta determinado fármaco. Diferentemente da alergia química, há certa semelhança nas reações entre os indivíduos com a mesma modi�cação. Elas podem ser desde a sensibilidade a baixas concentrações do fármaco à insensibilidade extrema quando em contato com altas concentrações. 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 15/37 Devemos, ainda, observar as respostas à exposição a um fármaco causando uma toxicidade imediata ou tardia. Normalmente, usos de doses acima do recomendado para determinado remédio causam reações tóxicas imediatas, mas alguns poucos causam uma reação toxica tardia ou retardada. Os efeitos desencadeados podem ser reversíveis ou irreversíveis. A característica de efeito tóxico está intimamente ligada à capacidade de renovação e regeneração do tecido atingido. Além disso, deve ser observada se a toxicidade é local ou sistêmica. Há uma dependência da quantidade absorvida e da via de administração para se distinguir entre as exposições de apresentações clínicas. A toxicologia tem por intuito analisar como determinada substância causa efeitos nocivos ao organismo. Muitas delas também são utilizadas como medicamentos, tendo efeito bené�co quando introduzidas de forma correta e na dosagem recomendada. Nesse sentido, no vídeo Como o seu Corpo Processa o Remédio?, vemos como nosso corpo processa os medicamentos, o que pode ser a chave para entendermos de que modo ocorrem disfunções se houver aumento da absorção fora dos limites seguros.Clique no botão abaixo e ative a legenda em português! Acesse (https://www.youtube.com/watch?v=uOcpsXMJcJk) VOCÊ QUER VER? https://www.youtube.com/watch?v=uOcpsXMJcJk 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 16/37 Por último, mas não menos importante, devemos nos atentar às interações medicamentosas. Muitas vezes, um medicamento isolado não tem o potencial de toxicidade, porém, quando combinado a outro, pode ter a sua toxicidade potencializada. Desse modo, pode-se perceber que há diferentes apresentações clínicas das reações toxicológicas dos medicamentos. A toxicologia precisa se basear em análises de resposta malé�cas ao organismo que determinada substância pode provocar. Dessa forma, todo fármaco, quando em fase de testes, necessita passar por diversas análises para que ocorra a avaliação de risco quanto à sua utilização. 2.1.4 Aspectos analíticos HRF, sexo feminino, 25 anos, sofreu um pequeno acidente doméstico e fraturou a tíbia. Precisou de uma intervenção cirúrgica, que foi bem- sucedida. Foi encaminhada para casa, para realizar o restante do tratamento após três dias da cirurgia. Como ela relatou apresentar alergia à Dipirona e seus derivados, foi receitado que ela tomasse Paracetamol para o controle de dor. Após um dia em casa, ela passou a sentir muitas dores na perna fraturada e usou o Paracetamol. Seguindo a prescrição médica, HRF ingeriu o medicamento com a dosagem máxima e o espaçamento de tempo mínimo entre as doses, mas a dor não abrandava. No segundo dia em casa, devido às intensas dores, ela resolveu duplicar a dose prescrita e assim manteve até o terceiro dia em casa. No quarto dia, passou a apresentar a pele amarelada, hipotensão e bradicardia. Sua mãe a levou ao serviço de emergência, sendo notado que ela já começava a apresentar um tom amarelado na pele e nas escleras. Feitos os exames iniciais e após a escuta da história clínica, foi constatado que a paciente teve um quadro de intoxicação por paracetamol. A paciente foi tratada com carvão ativado e n-acetilcisteína. Gradualmente, os sinais de lesão hepática foram desaparecendo. Importante mencionar que a dose considerada tóxica para adultos é de uso superior a 150 mg/Kg ou uso de 10 g/dia durante dois dias. ESTUDO DE CASO 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 17/37 As primeiras avaliações e os testes analíticos devem ser realizados nos estudos acerca da estrutura e composição química do fármaco. Tais estudos são facilitados atualmente pelo acúmulo de informações sobre inúmeras substâncias e avanço dos modelos computacionais de testes de possíveis interações entre o fármaco e as estruturas biológicas. As análises podem poupar anos de pesquisas e muito dinheiro na testagem em modelos animais. Os testes in vitro de curta duração complementam essas avaliações computacionais. Eles conseguem mimetizar alguns microambientes biológicos que permitem realizar previsões de como será o comportamento in vivo. Figura 5 - Os testes in vitro preveem comportamentos in vivo Fonte: Kzenon, Shutterstock, 2021. #PraCegoVer Na figura, temos a fotografia de um equipamento microscópico para análise de um teste in vitro. Há um recipiente com uma gota de substância dentro. Em seguida, podem-se ser executados testes em animais. Estes são mais complexos e requerem uma excelente estruturação, bem como análises éticas para não in�igir sofrimento desnecessário. A etapa não é obrigatória, pois muitos testes in vitro já substituem satisfatoriamente os testes em animais, com resultados de toxicidade mais precisos que aqueles feitos em seres vivos. 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 18/37 Devemos ter em mente que a extrapolação dos resultados obtidos com os testes em modelos animais pode ser feita para humanos quando executados de maneira propriamente quali�cada. Por exemplo, nem sempre os xenobióticos que causam câncer em animais irão causar em humanos, mas eles são classi�cados como potencialmente carcinogênicos para nós. Outro ponto que deve ser observado é que os animais utilizados para testes recebem altas doses do produto, a �m de validar o estudo, pois os efeitos tóxicos de fármacos estão associados ao aumento de dose acima da dose de efeito farmacológico. Diante disso, vale ressaltar que o uso de elevadas doses nos testes de toxicidade em animais é necessário e válido. Com isso, os testes de toxicidade têm por objetivo principal saber quais são os efeitos tóxicos que determinado fármaco apresenta, uma vez que xenobióticos de maneira geral sempre irão apresentar efeitos adversos. Figura 6 - Testes laboratoriais para avaliação da toxicidade de medicamentos Fonte: eldar nurkovic, Shutterstock, 2021. #PraCegoVer Na figura, temos a fotografia de três mulheres em um laboratório, realizando avaliações laboratoriais de substâncias. Elas estão vestindo roupas brancas, toucas, luvas, máscaras e óculos de proteção. 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 19/37 Infelizmente, não há um conjunto pré-de�nido de testes que devem ser feitos em todos os produtos químicos que queiram adentrar o mercado para consumo humano, mas cada produto deve ser testado de acordo com a natureza química e as possíveis reações adversas que possam produzir devido ao produto em si e seus subprodutos de degradação. O teste de letalidade aguda, em geral, é realizado como primeiro teste em muitas avaliações de produtos químicos. É feito como uma aplicação de dose da substância a ser testada a partir de qualquer via de administração previamente estabelecida. O modelo animal a ser utilizado pode ser variado, misturando-se espécies para melhor avaliação de resultados. Os animais são testados e avaliados diariamente, com anotação de quantos vão ao óbito até o período de 14 dias. A concentração aguda é calculada para uma estimativa de letalidade de 50% de mortalidade dos animais intoxicados. Figura 7 - Curva dose resposta mostrando a DL 50 Fonte: Elaborada pela autora, 2021. #PraCegoVer Na figura, temos um gráfico de dose-resposta. No eixo Y, apresenta-se a porcentagem de animais respondendo à dose, sendo que 50% dos animais foram a óbito, representados no eixo X. Os resultados obtidos com esse teste de letalidade aguda são capazes de identi�car alguns pontos interessantes. Vejamos a seguir! 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 20/37 Veri�cam-se os sintomas da intoxicação aguda. São analisados os órgãos-alvos afetados em uma intoxicação aguda. Analisa-se a susceptibilidade de diferentes espécies. Estabelecem parâmetros de possíveis formas de reversibilidade. Estabelecem uma dose de intoxicação aguda que orientará os demais testes. Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 21/37 As questões éticas discutíveis em relação a esse tipo de teste são inúmeras, uma vez que há variáveis envolvidas no processo de identi�cação da letalidade do produto químico, sendo imprescindível que sejam feitos em modelos animais. De fato, os estudos prévios diminuem o número de cobaias utilizadas, e muitos esforços estão sendo feitos para que se estabeleçam novos testes com a mesma e�cácia, sem o uso de animais. Como são vários os fatores que podem in�uenciar no teste (idade do animal, peso,tipo de alimentação, entre outros), considera-se somente a testagem para se descobrir a letalidade aguda que acabe por levar a óbito de 50% da população aplicada, em uma escala entre 5 a 50 mg/kg, 50 a 500 mg/kg, e assim por diante. Temos, também, o teste de Draize ou teste de irritação dérmica e ocular, o qual já tem sido satisfatoriamente substituído, em muitos casos, por modelos de culturas de células que oferecem dados acerca da toxicidade do produto químico para a pele e os olhos. No teste com animais, normalmente é utilizado o coelho como modelo experimental. A aplicação ocorre em um olho, e o outro é utilizado como controle negativo. Na pele, o produto é aplicado em uma área intacta e em duas áreas escari�cadas, �cando cobertas por quatro horas. São avaliados vermelhidão, edema, formação de cicatriz e ação corrosiva. 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 22/37 Figura 8 - Teste de reações tóxicas intradérmicas executadas em coelho Fonte: unoL, Shutterstock, 2021. #PraCegoVer Na figura, temos a fotografia de um coelho sendo testado. Ele tem sua cabeça segura por um acrílico, enquanto o profissional injeta um produto em suas orelhas. Há outros coelhos na mesma situação atrás. Os testes de sensibilização, por outro lado, são feitos com porquinhos da índia, que recebem uma dose aplicada em via dérmica. Após duas a três semanas do primeiro contato, os animais são expostos a doses não irritantes do produto testado, sendo avaliado o surgimento de reações de eritema. Os ensaios subagudos também podem ser realizados em busca de informações de toxicidade de determinado produto com doses repetidas, assim como ser executado para se testar quais são as doses para o teste subcrônico. Os ensaios subcrônicos tem duração de cerca de 90 dias e buscam estabelecer o LOAEL (Lowest Observed Adverse Effect Level), a menor dose com efeito detectável; e o NOAEL (No Observed Adverse Effect Level), a maior dose que não apresenta efeito adverso identi�cável. São feitas três doses: uma de alta toxicidade, mas que não cause mais que 10% de morte dentro da população; uma dose baixa; 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 23/37 Os animais são avaliados diariamente com relação a quaisquer sinais de efeitos tóxicos a níveis clínico e laboratorial. A �m de garantir resultados con�áveis e preservar eticamente os animais em experiência, quaisquer sintomas de sofrimento devem levar ao encaminhamento do animal ao sacrifício, tanto para preservar os tecidos para futuras análises quanto para poupar o animal de maior sofrimento. Os ensaios crônicos têm uma duração mais elevada, com período de exposição entre seis meses e dois anos. O objetivo é avaliar o potencial carcinogênico do produto químico testado e a toxicidade cumulativa. As regulamentações de vários países indicam que a dose do produto seja a chamada dose máxima tolerável. São aplicadas, comumente, duas outras doses, com 50% da dose inicial e outra com 25%. As avaliações se baseiam na busca de formações tumorais (tanto malignas quanto benignas), reportadas para análise. Agora, antes de prosseguirmos com o conteúdo, vamos realizar uma atividade para testar os conhecimentos adquiridos? Acompanhe a proposta a seguir! uma dose intermediária. A avaliação de toxicidade de um xenobiótico é planejada para caracterizar que tipo de efeito tóxico uma substância química produz no organismo. Dessa forma, inúmeros testes laboratoriais podem ser empregados para a testagem das (ATIVIDADE NÃO PONTUADA) TESTE SEUS CONHECIMENTOS 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 24/37 Retomando nossos estudos, mais recentemente surgiram testes de toxicologia molecular, que avaliam a interação do tóxico com genes e outras moléculas intracelulares, sendo a bioinformática uma importante aliada nessas análises. Tais testes visam garantir a segurança dos produtos químicos e medicamentos de forma geral. Aliás, importante mencionar que a comunidade cientí�ca tem se esforçado para encontrar substitutos satisfatórios dos testes in vivo que não diversas substâncias que entramos em contato diariamente. O objetivo não é avaliar se a substância é segura, mas os efeitos tóxicos que ela causa e em quais dosagens. Diante disso, com base em nossos estudos a respeito do assunto, marque a alternativa correta quanto à tal avaliação. a. Os testes de avaliação de toxicidade são planejados para demonstrar que um xenobiótico é seguro para utilização. b. Nos testes toxicológicos, podem ser utilizados animais ou testes in vitro, sendo estes empregados para diminuir a mortalidade animal observada no desenvolvimento dos testes. c. Nas avaliações de toxicidade animais, devem ser utilizados ao menos um de espécie não roedora, permitindo melhor análise e caracterização toxicológica do xenobiótico. d. O estabelecimento da dose de não observação de efeito (NOEL) é desenvolvido nos testes de toxicidade aguda, mais propriamente no teste de dose �xa. e. Os testes de toxicidade podem ser feitos integralmente sem a utilização de animais, mas a indústria farmacêutica é resistente a essa modi�cação. VERIFICAR 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 25/37 necessitem da utilização de animais, minimizando o sofrimento. A toxicologia tem inúmeras áreas de atuação. Uma delas é a toxicologia social. Seu foco de estudo e análise são os usos não medicinais de drogas e fármacos que causam prejuízos ao indivíduo que faz uso dessas substâncias, assim como 2.2 Fundamentos da toxicologia social O uso de animais em testes toxicológicos é alvo de críticas por parte da sociedade. Não por menos, inúmeras ações de resgate de animais são feitas em laboratórios sob a justi�cativa de que estão sofrendo maus tratos. Entretanto, no Brasil, há uma rígida legislação que deve ser seguida para se realizar trabalhos com animais, inclusive testagens toxicológicas. Assim, pesquise quais são as regulamentações que regem as pesquisas e testagens com animais no país e compartilhe seus achados com os colegas para que possam discutir sobre o tema! VAMOS PRATICAR? 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 26/37 a própria sociedade. Olson (2013) cita que, hoje, temos um vasto catálogo de substâncias que podem ser utilizadas nesse �m, muitas com aprovação de uso para outros motivos e algumas até ilegais. A sociedade sente os impactos desses abusos. Não é difícil conhecermos histórias ou vermos reportagens sobre o impacto que o abuso de substâncias químicas causa na vida das pessoas. É um problema de saúde pública que necessita de empenho dos governos para implementação de complexos programas de recuperação de usuários e famílias (KLAASSEN; WATKINS III, 2012). Devemos dividir o foco em dois grupos de substâncias: as substâncias de uso médico e as substâncias de uso não médico. Para melhor compreendemos os fundamentos da toxicologia social, nos próximos itens estudaremos sobre aspectos moleculares, principais drogas de abuso, antídotos e tratamentos. Con�ra o conteúdo! Você provavelmente já escutou uma história de algum conhecido em que, para determinado remédio fazer efeito, é necessário aumentar a dosagem de tanto que já tomou. O fenômeno é chamado de tolerância, quando é necessária uma dose maior do fármaco ou da substância de abuso para produzir uma resposta. Sub stân cias de uso méd ico 1 Sub stân cias de uso não méd ico 2 2.2.1Aspectos moleculares da dependência e adicção 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 27/37 Há a tolerância inata, em que o indivíduo apresenta naturalmente uma resistência ao tóxico desde a primeira vez que entra em contato com ela, necessitando de doses mais elevadas que o usual. As variações entre indivíduos podem se dar devido a polimor�smos genéticos em genes que codi�cam os receptores que serão utilizados pelo xenobiótico no corpo ou em genes envolvidos em quaisquer uma das etapas de absorção, metabolização ou excreção. Tomemos como exemplo a sensibilidade ao álcool: existem pessoas que, com um ou dois drinques, já sentem os efeitos agradáveis do álcool ou até sedação, enquanto outros necessitam de mais drinques para terem o mesmo efeito. Nesse contexto, especialistas alertam que, adultos jovens naturalmente apresentam tolerância mais elevada ao álcool, com mais chances de desenvolverem um quadro de alcoolismo no futuro (KATZUNG; MASTERS; TREVOR, 2014). Figura 9 - Tolerância ao álcool e chances de alcoolismo Fonte: Oksana_Slepko, Shutterstock, 2021. #PraCegoVer Na figura, temos a fotografia de alguns copos de drinques do lado direito. Tratam-se de drinques coloridos em copos de vidro pequenos. A tolerância adquirida é desenvolvida com o passar do tempo. O primeiro mecanismo relacionado é o aumento da expressão de enzimas associadas com o metabolismo da substância, tornando o metabolismo a esta mais acelerado. 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 28/37 Muitas vezes, a aceleração é atribuída a um aumento do citocromo P450. Nesses casos, a concentração plasmática da droga diminui rapidamente frente a qualquer dosagem (WHALEN; FINKEL; PANAVELIL, 2016). O segundo — e talvez mais importante — mecanismo é o que envolve alteração na interação droga-receptor. As alterações podem envolver diminuição da expressão do receptor ou modi�cações na via de transdução de sinal. A curto prazo, pode haver inativação de receptores por fosforilação. A longo prazo, a inativação pode ser por uma regulação da expressão gênica desses receptores (OLSON, 2013). Klaassen e Watkins III (2012) nos explicam que a tolerância aprendida não tem relação com efeitos biológicos, mas com alterações do padrão de comportamento para esconder os efeitos da toxicidade da droga utilizada. Podemos citar como exemplo uma pessoa embriagada que consegue modi�car seu comportamento para não aparentar a embriaguez. Devemos ter um olhar atento na relação entre tolerância e dependência. Mencionamos anteriormente que a tolerância pode levar a adaptações farmacodinâmicas, com alterações de vias de transdução de sinais e podendo levar, a longo prazo, à supressão de expressão de genes que fazem a transdução de sinal. Quando a droga que causou a adaptação é retirada, o corpo terá menor quantidade daquelas moléculas de transdução de sinal, levando a uma subestimulação (KATZUNG; MASTERS; TREVOR, 2014). Como já citado, temos inúmeras classes de drogas de abuso. Os opioides, por exemplo, dizem respeito a uma classe que engloba a mor�na, codeína e oxicodona, utilizados como analgésicos; e a heroína, que é uma droga ilícita. 2.2.2 Principais drogas de abuso Os mecanismos de tolerância estão associados aos mecanismos de dependência física. Dessa maneira, o corpo necessita da droga para o seu “funcionamento normal”. Quando não há a droga, o indivíduo passa a apresentar sintomas de abstinência. VOCÊ SABIA? 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 29/37 Katzung, Masters e Trevor (2014) citam que essa classe utiliza o receptor µ- opióide de ação agonista, causando de maneira geral euforia imediata com posterior sedação e depressão respiratória. Figura 10 - Oxicodona: exemplo de droga com função farmacológica Fonte: Steve Heap, Shutterstock, 2021. #PraCegoVer Na figura, temos a fotografia de três frascos de oxicodona com pílulas sobre a mesa. Um dos frascos está mais à frente, deitado. Os benzodiazepínicos e barbitúricos utilizam o GABA como receptor, causando sedação e depressão respiratória. Estão no primeiro grupo o triazolam, lorazepam e diazepam; enquanto no segundo grupo encontramos fenobarbitol e pentobarbitol. São comumente usados como ansiolíticos e antidepressivos. O álcool e a nicotina são drogas legalizadas na maioria dos países, com restrições de quem pode usar e comprar. O álcool (etanol) também utiliza o receptor GABA com ação modulatória e o antagonista NMDA. Pode causar intoxicação, sedação e perda de memória. A nicotina, por outro lado, presente no tabaco, utiliza os receptores nicotínicos de acetilcolina com ação agonista. Causa sinais clínicos de alerta e relaxamento muscular (KATZUNG; MASTERS; TREVOR, 2014). A A 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 30/37 A cafeína não é considerada uma droga e di�cilmente se comenta que cause adicção, mas o exagero no uso pode resultar em tremores e estado de alerta. Os psicoestimulantes, como a cocaína e anfetamina, utilizam receptores de dopamina, adrenérgico e serotonina (inibidor da recaptação). Causam um estado de euforia, hipertensão e paranoia. O crack é resultado da mistura da cocaína com bicarbonato de sódio ou amônia. Os sintomas clínicos do uso são os mesmos, modi�cando a forma de utilização. Enquanto a cocaína é consumida na forma de pó aspirado ou diluída e injetada; o crack tem a apresentação em forma de “pedras” e é fumado em cachimbos rudimentares (KLAASSEN; WATKINS III, 2012). Os canabinóides, que incluem a maconha, causam divisão de opiniões. Há inúmeros estudos atualmente acerca da utilização medicinal e produção de compostos farmacológicos, com aplicações clínicas de sucesso em controle de quadros graves de epilepsia e convulsões. Seu uso tem sido legalizado em diversos países. O abuso causa alterações do humor, fome e instabilidade. O grande problema do consumo desses compostos canabinóides, quando não legalizados, principalmente, é a qualidade apresentada. Como há várias variedades da planta, a Cannabis sativa, com concentrações variadas dos canabinóides, pode ser misturada com outras substâncias desconhecidas do usuário (KLAASSEN; WATKINS III, 2012). Temos, também, os agentes psicodélicos, que incluem o LSD, DMT e psilocibina, os quais causam alucinações. Olson (2013) menciona que esses agentes utilizam o receptor agonista parcial 5-HT . Os inalantes como tolueno, nitrato de amila e óxido nitroso causam tontura e intoxicação. 2 Mitch Zeller é o diretor do Centro de Produtos de Tabaco do FDA (U.S. Food and Drug Administration), uma agência de regulação de alimentos e medicamentos americana. No vídeo The Past, Present and Future of Nicotine Addiction, ele comenta sobre o passado, presente e futuro da adicção em nicotina, uma droga legalmente aprovada em vários países. Clique no botão abaixo e ative a legenda! Acesse (https://www.youtube.com/watch?v=yfLp_vueUxY) VOCÊ QUER VER? https://www.youtube.com/watch?v=yfLp_vueUxY 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 31/37 As drogas supracitadas são as mais comuns fora da sua ação farmacológica (quando há). Como já mencionado, constituem um problema de saúde pública que necessita de campanhas de conscientização de seus riscos, bem como controle de venda e acompanhamento médico criterioso dos pacientes que precisam fazer uso com �nalidade farmacológica (BRUNTON; CHABNER; KNOLLMANN, 2012). Figura 11 - Drogasde abuso Fonte: Monika Gruszewicz, Shutterstock, 2021. #PraCegoVer Na figura, temos a fotografia de uma mesa com diversos comprimidos espalhados por cima, de diferentes formatos, cores e tamanhos. Desde os anos de 1980, vemos a chegada no mercado de narcóticos das chamadas designer drugs, que são drogas sintéticas desenhadas especi�camente para burlar a legislação vigente. Entre as mais conhecidas dessas drogas, temos o LSD e as metanfetaminas. Hoje em dia, essas drogas sintetizadas arti�cialmente são idealizadas e formuladas em laboratórios clandestinos e com o único intuito de causar dependência no indivíduo ao desencadear efeitos psicoativos. Normalmente, essas drogas geram desinibição, aumento da comunicabilidade e empatia. Além dos riscos óbvios de causar dependência e gerar deterioração do corpo do usuário, elas são difíceis de serem rastreadas e identi�cadas nos usuários. Anualmente, várias dessas drogas sintéticas chegam ao mercado. 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 32/37 Quando há a situação de um indivíduo com suspeita de intoxicação a qualquer produto químico, farmacológico ou não, a pessoa deve ser encaminhada a um serviço de atendimento imediatamente, preferencialmente com o frasco da substância ingerida ou que entrou em contato. Infelizmente, muitos tóxicos não têm um antidoto conhecido. Nesses casos, são tomadas algumas providências de tratamento de suporte, baseados tanto na avaliação clínica quanto nos resultados de exames laboratoriais. São feitas dosagens séricas do xenobiótico, análise de marcadores renais (ureia e creatinina), marcadores hepáticos (TGO, TGP, gama GT, fosfatase alcalina, entre outros), solicitação de gasometria para análise de eletrólitos, análises hematológicas para avaliar acometimento das células do sangue etc. (OLSON, 2013). Deve-se imediatamente ser analisado se há como retardar a absorção posterior do tóxico. Lavar o paciente para retirar o excesso de agente tóxico da pele ou das mucosas (caso seja absorção cutânea) e retirar roupas e vestimentas contaminadas. Indução de vômitos, lavagem gástrica e administração de carvão ativado podem ser ações que diminuem a absorção via gastrointestinal (KLAASSEN; WATKINS III, 2012). Antes de �nalizarmos, vamos realizar mais uma atividade? Acompanhe a seguir! 2.2.3 Antídotos e tratamentos A cocaína é extraída da folha da espécie Erytroxylum coca Lam., sendo sua plantação permitida por �ns culturais em alguns países da América Latina, não sendo permitido o seu re�namento. A cocaína é considerada uma droga ilícita e teve (ATIVIDADE NÃO PONTUADA) TESTE SEUS CONHECIMENTOS 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 33/37 seu consumo registrado desde a década de 1930, contudo, no Brasil, seu consumo desenfreado ocorreu no início da década de 1980, quando foi modi�cando seu padrão de uso. Quanto à essa droga de abuso, analise as a�rmativas a seguir. I. Para utilização da droga, a via oral é a mais empregada devido à sua facilidade de acesso e ao aproveitamento do xenobiótico. II. A variante da cocaína, o crack, é uma das formas mais usadas como droga de abuso. Por volatilizar quando aquecida, é fumada em cachimbos rudimentares. III. As denominadas “drogas de rua” têm vários aditivos utilizados para adulterar e “diluir” a droga original. IV. A cocaína é utilizada para acalmar o indivíduo, que busca uma sensação de calma e relaxamento. Está correto o que se a�rma em: a. I, III e IV. b. II e IV. c. I, II e IV. d. I e III. e. II e III. VERIFICAR 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 34/37 Retomando o conteúdo sobre antídotos e tratamentos, pode ser feito, também, um aumento da eliminação do agente toxico. Alcalinização da urina, hemodiálise e hemo�ltração são possibilidades de tratamento. O aumento do pH urinário auxilia na ionização de ácidos fracos e evita a reabsorção tubular da molécula. As técnicas de diálise — como a hemodiálise — servem como uma �ltração externa do sangue e retirada do agente tóxico por membranas �ltrantes. A hemo�ltração tem o mesmo princípio da diálise, com a diferença que o sangue não é passado por uma membrana �ltrante, mas é colocado em contato com uma substância para absorção — como o carvão ativado. Klaassen e Watkins III (2012) complementam que o uso de antídotos é bem limitado. Não há uma grande quantidade disponível no mercado. Por isso, as medidas de suporte ao paciente devem ser feitas, assim como ações que visem melhorar o quadro geral do paciente. CONCLUSÃO O abuso de uso de drogas é um problema de saúde público muito sério e precisa de empenho de inúmeras frentes de campanha, que envolvem vários segmentos da sociedade. Assim, pesquise quais são os principais problemas de abuso de drogas na sua cidade ou região. Com base nos dados levantados, quais são os prováveis impactos para a saúde dos usuários? VAMOS PRATICAR? 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 35/37 Chegamos ao �m de mais uma unidade de estudos. Aqui, aprendemos que a toxicologia envolve o estudo de efeitos tóxicos que podem estar relacionados aos medicamentos e às drogas de abuso. O vício pode vir de uso excessivo de substâncias que tem uso farmacológico, mas que podem causar uma resposta de adicção por parte do usuário. Nesta unidade, você teve a oportunidade de: entender quais são os fundamentos da toxicologia medicamentosa; aprender que os aspectos toxicocinéticos e toxicodinâmicos são semelhantes aos aspectos farmacocinéticos e farmacodinâmicos; aprender que normalmente o efeito tóxico é dose- dependente; compreender que as drogas de abuso podem ser substâncias com função farmacológica ou não; identi�car que nem sempre há um antidoto para combater uma intoxicação e que se deve utilizar mecanismos para diminuir os efeitos tóxicos. Clique para baixar conteúdo deste tema. Referências 08/11/2022 20:54 Analises Toxicológicas e Ambientais https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=pIQAXKdszFiX7noG031lEw%3d%3d&l=Hn3qMEOjdteqqc8WJWWQeA%3d%3d&cd=RKvA72pR2G… 36/37 BARBOSA, K. L.; MEDEIROS, K. C. da S. Interação medicamentosa: um agravo à saúde fragilizada. Revista de Atenção à Saúde, São Caetano do Sul, v. 16, n. 58, p. 84-92, out./dez. 2018. 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