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CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 1 Na aula de hoje, focalizaremos a relação existente entre as orações que compõem o período. Nessa relação, as conjunções têm um papel importante. Será preciso lançar mão de conceitos sobre oração e período. Lembra-se de que na aula anterior iniciei minhas explicações esclarecendo o que é uma oração e o que é um período? Se você ainda tem dúvidas de reconhecê-los, deve reler a aula 4. Se precisar, utilize também outros recursos didáticos (livros, apostilas, resumos etc.). Você perceberá que a Cesgranrio (como a maioria das bancas examinadoras) não está dando ênfase às nomenclaturas das orações, mas sim ao valor semântico delas em relação ao período. Tenho notado que muitos alunos sentem dificuldades de responder às questões de provas sobre orações porque desconhecem suas conjunções características e classificações. Sou contra aquele tipo de “decoreba” a que normalmente nos sujeitamos durante os tempos escolares. Você se deparará – só para dar um exemplo – com casos em que uma conjunção tipicamente adversativa introduz uma oração de valor semântico aditivo, e vice-versa. Admito, porém, que há significativa importância nos estudos “cartezianos” das orações. Alguns professores tornam esse assunto mais difícil de ser compreendido porque partem do princípio de que seus alunos já vão para a sala de aula sabendo classificar cada oração, reconhecendo suas características e valores semânticos. Não pretendo incorrer em equívoco semelhante, por isso iniciarei explicando cada uma delas separada e detalhadamente. De início, você deve observar que as orações surgem organizadas em períodos. Um período pode ser classificado em simples ou composto. Será simples quando contiver apenas uma oração (um verbo ou uma locução verbal), caso em que a oração será dita oração absoluta. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 2 Vive-se um momento social delicado. Os alunos continuam estudando. Será composto quando nele houver mais de uma oração, caso em que as orações estarão articuladas em uma relação de igualdade (coordenação) ou dependência (subordinação) sintáticas. Eu vou à escola; você, à praia. A primeira observação a ser feita sobre o exemplo acima é que o verbo da segunda oração – “você, à praia” – foi substituído pela vírgula, já que esta é uma das funções desse sinal de pontuação. A segunda, perceba, é que as orações se equivalem sintaticamente, o que caracteriza a coordenação entre elas. Note que na palavra “coordenação” existe o elemento “co”, que traduz a ideia de igualdade, nivelamento. Em outras palavras, não há o exercício de uma função sintática (sujeito, objeto, adjunto adnominal etc.) por qualquer das orações do período. É necessário que vocês estudem. A respeito da frase anterior, podemos dividi-la em duas orações: “É necessário” e “que vocês estudem”. Alguém já deve ter percebido que o a primeira oração é constituída por um verbo de ligação (SER) e por um termo (“necessário”) que confere um atributo ao sujeito desse verbo. Mas onde está o sujeito dele? Se você percebeu que o sujeito é a segunda oração (“que vocês estudem”) está de parabéns! Caso contrário, sugiro que coloque a frase na ordem direta: Que vocês estudem é necessário. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 3 Ficou melhor? Não?! Tente usar um velho e bom artifício: substitua a oração “Que vocês estudem” pelo pronome ISSO, assim: Isso é necessário. Notou agora a função sintática de sujeito sendo exercida pela oração “Que vocês estudem”? Pois é, quando uma oração desempenha alguma função sintática na outra, dizemos que a relação entre elas é de subordinação. Note que no vocábulo “subordinação” existe o prefixo “sub”, tradutor da noção de posição abaixo, dependência. Vezes há em que, em um mesmo período, as orações que o compõem articulam-se de forma coordenada e, também, subordinada. Eu disse que trabalho e estudo. As duas últimas orações (“que trabalho e estudo”) subordinam-se sintaticamente à primeira (“Eu disse”), complementando o significado do verbo “disse” (o que?), exercendo a função sintática de objeto direto (isso). Não obstante, entre si mesmas, as duas últimas orações estabelecem uma relação sintática coordenada. A terceira oração soma-se à segunda para, juntas, indicarem o que foi dito. Logo, o período é misto, ou seja, composto por subordinação e coordenação ao mesmo tempo. Bem, já que falamos na relação coordenada entre orações, precisamos agora estudar as classificações e os valores semânticos de cada uma delas. Além disso, devemos notar se essa articulação coordenada se dá por meio de um conectivo ou não. Sendo a resposta afirmativa, teremos uma coordenação sindética (o vocábulo síndeto significa conjunção) entre orações. Caso a resposta seja negativa, estaremos de uma coordenação assindética (sem conjunção). Averiguemos! CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 4 ORAÇÕES COORDENADAS ASSINDÉTICAS E SINDÉTICAS As orações coordenadas que se ligam uma às outras sem conjunção são chamadas assindéticas. Diferentemente, as orações coordenadas sindéticas são conectadas por uma conjunção que recebe nome semelhante ao da oração. Lá estava, lá fiquei. (coordenada assindética, sem conjunção) Sentou e olhou ao redor. (coordenada sindética, com conjunção) Estudou, mas não passou. (coordenada sindética, com conjunção) ATENÇÃO! 1 – Costuma-se chamar coordenada inicial a primeira oração de um período composto por coordenação. 2 – O mesmo período pode ser composto por orações coordenadas assindéticas e sindéticas. “Vi, vim e venci.” (a segunda oração – “vim” – coordena-se à primeira sem conjunção; a terceira – “e venci” – articula-se por meio da conjunção “e”). • CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS a) Aditivas – indicam fatos sequenciais, dando a ideia de soma. Ela falava, e eu ouvia. Nossas crianças não fumam nem bebem. Ele não só passou no concurso, mas também tirou o primeiro lugar. (esta é uma estrutura aditiva enfática) CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 5 1. (Cesgranrio/ANP/Analista Administrativo/2008) Os períodos abaixo contêm duas idéias contrastantes, SALVO (A) “...o Brasil deixou de ser um colônia fechada e atrasada para se tornar uma país independente.” (l. 5-7) (B) “... o balanço que a maioria dos estudiosos faz de D. João VI tende a ser positivo, apesar de todas as fraquezas pessoais do rei.” (l. 7-9) (C) “Não só pelo fato de elevar o Brasil a reino, mas também, e sobretudo, por lhe dar [...] as estruturas de uma nação propriamente dita.” (l. 16- 19) (D) “Apesar da relutância em fazer conjecturas, boa parte dos historiadores concorda que o país simplesmente não existiria na sua forma atual.” (l. 23-25) (E) “...a Independência e a República teriam vindo mais cedo, mas a antiga colônia portuguesa se fragmentaria em um retalho de pequenos países autônomos,” (l. 25-28) Comentário – Nas alternativas B, D e E, as ideias contrastantes saltam aos olhos por causa da utilização dos conectivos apesar de e mas, cujos valores semânticos são de adversidade, oposição. Na alternativa A, mesmo sem a presença de conectivos semelhantes, o sentido contrastante é mantido em virtude da comparação entre a situação anterior e a atual do país. O par correlato não só... mas (ou como) também... exprime adição de ideias. Resposta– C b) Adversativas – exprimem fatos opostos ao que se declara na oração coordenada anterior; ideia de contraste. Apressou-se, contudo não chegou a tempo. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 6 Principais conjunções e locuções: mas, porém, todavia, entretanto, no entanto, não obstante. (...) As visitas no hospital acontecem em média duas vezes por mês, mas o grupo pretende expandir a 35 periodicidade das visitas. “Nós temos um carinho muito grande pelo Vital Brazil e já está em fase de discussão estabelecer um “plantão” aqui, para que possamos mar- car presença com mais frequência no HMVB”, expli- ca Lúcio. (Adaptado) Disponível em: http://www.plox.com.br/caderno/ci%C3%AAncia-esa% C3%BAde/terapia-do-humor-em-hospital-com-doutores-do-riso 2. (Cesgranrio/Sec. Administ.-TO/Assistente Social/2009) Em “As visitas no hospital acontecem em média duas vezes por mês, mas o grupo pretende expandir a periodicidade das visitas.” (l. 33-35), o conectivo destacado só NÃO pode ser substituído, devido a alterar o sentido original, por: (A) não obstante. (B) no entanto. (C) todavia. (D) contudo. (E) porquanto. Comentário – Com exceção de porquanto, todas as outras integram orações de valor semântico adversativo. Elas denotam ideias contrárias. Estabelecem uma oposição ou ressalva entre a oração anterior e a posterior. As orações articuladas pela conjunção porquanto classificam-se como coordenadas explicativas (Estudem, porquanto a CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 7 concorrência será acirrada), ou subordinadas causais (O concurso foi anulado porquanto o gabarito fora vendido). Uma explicação é posterior ao fato que a gerou; uma causa é sempre anterior à consequência gerada. Além disso, as orações explicativas normalmente aparecem após frases imperativas ou optativas. Fica aqui uma dica: porquanto = porque (subordinativa causal ou coordenativa explicativa) não deve ser trocada por conquanto (subordinativa concessiva). Parece bobagem, mas os examinadores gostam de explorar essas diferenças em provas. Falar de si Falar mal do outro parece fácil de entender. Mais que fazer uma crítica negativa, é intensificar a crítica ao ponto de, por meio dela, destruir o objeto criticado. Porém aquele que fala, mal ou bem, sempre fala de si 5 mesmo. (...) TIBURI, Márcia. Revista vida simples. dez. 2008, pp.62-63. (Fragmento). 3. (Cesgranrio/Fafen Energia S.A./Téc. de Administração/2009) “Porém aquele que fala, mal ou bem, sempre fala de si mesmo.” (l. 4-5). Por qual conector a conjunção destacada acima pode ser substituída sem que haja alteração de sentido? (A) Logo. (B) Pois. (C) Entretanto. (D) Porquanto. (E) Quando. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 8 Comentário – O conector (ou conjunção) destacado introduz segmento de valor semântico adversativo e integra o mesmo conjunto que as conjunções entretanto, mas, todavia, no entanto, contudo. A conjunção logo introduz oração conclusiva, assim como: portanto, por isso, por conseguinte. Pois pode dentar conclusão ou explicação, mas nunca contrariedade. Terá valor conclusivo quando surgir depois do verbo da oração que integra, destacada pela pontuação: Estudou intensamente; tirou, pois, o primeiro lugar. Seu valor explicativo será ressaltado quando surgir antes do verbo, ligado a ele sem a interferência da vírgula: Precisava tirar o primeiro lugar, pois estudou intensamente. Cuidado também com o conectivo porquanto. Pode ele designar uma explicação: A criança devia estar doente, porquanto chorava bastante. ou uma causa: Não foi premiado, porquanto a isso não fez jus. A resposta correta dependerá do período sob análise. A conjunção subordinativa adverbial quando exprime circunstância de tempo: Quando ele chegou, ela já tinha ido embora. Resposta – C c) Alternativas – exprimem fatos que se alternam ou se excluem mutuamente. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 9 Ora respondia, ora ficava mudo. Estarei lá, quer você permita, quer você não permita. ATENÇÃO! Embora a conjunção apareça na oração coordenada inicial, ela não é classificada como sindética alternativa. Principais conjunções: ou... ou...; ora... ora...; já... já...; quer... quer...; seja... seja... d) Conclusivas – expressam uma conclusão lógica que é obtida a partir dos fatos expressos na oração anterior. Ele estuda; passará, pois. ATENÇÃO! A conjunção pois tem valor semântico conclusivo quando aparecer após o verbo da oração em que surge. Antes dele, porém, ela integrará oração de cunho explicativo. Principais conjunções e locuções: logo, pois, portanto, por conseguinte, por isso, de modo que, em vista disso. e) Explicativa – expressam a justificativa de uma ordem, suposição ou sugestão. Fique calmo, pois ele já vem. Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas. ATENÇÃO! Não devemos confundir explicação com causa, isto é, orações coordenadas sindéticas explicativas com orações subordinadas adverbiais causais. Uma explicação é sempre posterior ao fato que a gerou; uma causa CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 10 é sempre anterior à consequência gerada. Além disso, as orações explicativas normalmente aparecem após frases imperativas ou optativas. Principais conjunções: que, porque, porquanto, pois (antes do verbo da oração explicativa) WILLY. Tribuna da Imprensa (RJ), 02 abr. 05. 4. (Cesgranrio/Funasa/Administrador/2009) A primeira frase do personagem pode ser lida como uma hipótese formulada a partir da fala que faz a seguir. Apesar de não estarem ligadas por um conectivo, pode-se perceber a relação estabelecida entre as duas orações. O conectivo que deve ser usado para unir essas duas orações, mantendo o sentido, é (A) embora. (B) entretanto. (C) logo. (D) se. (E) pois. Comentário – A frase final do personagem (“É o pais que mais faz economia em saúde, educação, habitação...”) serve como motivo ou justificativa para a suposição formulada anteriormente. Unindo os dois segmentos em apenas um período, a conjunção adequada para que a relação entre elas seja mantida é “pois”. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 11 Embora e entretanto denotam relações contrastantes, conflituosas. A primeira surge com frequência nas orações subordinadas adverbiais concessivas; a segunda, nas coordenadas adversativas. Logo integra segmento de valor semântico conclusivo, isto é, denota o desfecho natural de um fato. Se estabelece a condição para que algo se concretize. O emprego dessas conjunções não preservaria a coerência argumentativa original. Resposta – E 5. (ESAF/Pref. de Natal-RN/Auditor do Tesouro/2008- adaptada) Julgue a proposição seguinte a respeito do emprego das estruturas lingüísticas no texto. A linguagem da mídia é uma das mais constantes formas de comunicação a que as pessoas têm acesso. Com os avanços da tecnologia, a produção de notícias escritas e faladas invade nosso cotidiano. O noticiário 5 tem um papel social e político, assim como educacional: ao estarmos expostos a ele fazemos conexões e tentamos entender e explicar como acontecimentos relatados na mídia se relacionam com nossas vidas e com a sociedade como um todo. Entretanto, notícias 10 são relatos de fatose não o fato em si. (...) (Carmen Rosa Caldas-Coulthard. A imprensa britânica e a representação da América Latina: recontextualização textual e prática social) O sinal de dois-pontos depois de “educacional” (l.5) introduz uma explicação; por isso poderia ser substituído por uma vírgula seguida de porque. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 12 Comentário – É verdade o que se afirma. O segmento após os dois-pontos serve de explicação do que foi declarado antes, por isso a substituição proposta pode muito bem ser feita. A conjunção porque, como indiquei acima, pode introduzir oração de valor explicativo, a qual vem separada por vírgula. Resposta – Item certo (...) 6. (Cesgranrio/Bacen/Analista/2010) As duas orações enunciadas estão ligadas por conectivo adequado ao sentido expresso no texto em: (A) Acredito na existência de vida em outros planetas, mas tenho três adolescentes em casa. (B) Acredito na existência de vida em outros planetas, pois tenho três adolescentes em casa. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 13 (C) Acredito na existência de vida em outros planetas, posto que tenho três adolescentes em casa. (D) Acredito na existência de vida em outros planetas, porém tenho três adolescentes em casa. (E) Acredito na existência de vida em outros planetas, não obstante ter três adolescentes em casa. Comentário – Aqui, temos dois períodos distintos e, em cada um deles, uma oração absoluta: “Acredito na existência de vida em outros planetas. Tenho dois adolescentes em casa”. Caso se queira unir as duas orações no mesmo período, a conjunção adequada é a que introduz valor semântico de explicação, pois a oração “Tenho três adolescentes em casa” justifica a crença que a personagem diz ter. Sendo assim, é a conjunção pois (letra B) que deve ser empregada. Mas, porém e não obstante traduzem noção de adversidade, contraste, oposição, ressalva; posto que (como se verá adiante, quando tratarmos das subordinadas adverbiais) tem valor semântico concessivo. Resposta – E OBSERVAÇÕES: 1 – “Não se deve classificar uma oração considerando apenas a conjunção que a introduz. Pediu-lhe a filha em casamento, e logo se arrependeu. Apesar da conjunção ‘e’ ser normalmente aditiva, percebe-se que a segunda oração é coordenada sindética adversativa; pois, nesse contexto, a conjunção ‘e’ apresenta valor de contraste, de oposição.” (João Domingues Maia) CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 14 2 – “Para a Nomenclatura Gramatical Brasileira, no entanto, vale a forma. A conjunção ‘e’ é aditiva e fim. (...) felizmente, essa visão limitada já está fora de moda. A classificação leva em conta o sentido efetivo.” (Ulisses Infante e Pasquale Cipro Neto) 3 – “Há orações coordenadas assindéticas que possuem claramente valor de sindéticas, porque apresentam um conectivo subentendido. Fiz o possível para previnir-lhes o perigo; ninguém me ouviu. Fale baixo: não sou surdo. A terceira oração do primeiro período (‘ninguém me ouviu’) e a segunda do segundo período (‘não sou surdo’), apesar de formalmente assindéticas, já que não apresentam conjunção, têm sentidos bem marcados: a primeira tem valor semântico adversativo (equivale a ‘mas ninguém me ouviu’); a segunda, explicativo (equivale a ‘pois não sou surdo’). Por isso convém insistir em que você se preocupe mais com o uso efetivo das estruturas linguísticas do que com discussões às vezes intermináveis sobre questões de mera nomenclatura.” (Ulisses Infante e Pasquale Cipro Neto, com adaptçaões) Antes de passar adiante e tratar das orações subordinadas, quero exemplificar o que foi dito anteriormente com uma questão de concurso público. Marque a alternativa em que se observa a mesma relação de sentido de adição que se verifica entre as orações coordenadas em “Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”. a) Tem olhos, e não vê. Tem boca, e não fala. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 15 b) — Você pode viajar sozinha, mas apenas por uma semana. c) Qualquer passo em falso, e você colocará tudo a perder! d) A nova secretária era competente, mas principalmente responsável. Comentário – Na alternativa A, as orações coordenadas introduzidas pela conjunção “e” possuem claro valor semântico adversativo. Em B, a oração “mas apenas por uma semana” expressa a condição para que o fato mencionado anteriormente seja levado a efeito. A terceira alternativa apresenta oração coordenada que traduz a consequência imediata da realização do fato mencionado antes. Finalmente, é na última alternativa em que encontramos oração coordenada (“mas principalmente responsável”) com a mesma relação de sentido aditivo existente também na oração “mas livrai-nos do mal”, no comando da questão. Resposta – D Como você pode perceber, não devemos nos limitar à análise fria e tradicional das conjunções durante o processo de classificação das orações. É fundamental, antes, perceber a relação semântica existente entre elas. Caso você ainda não esteja convencido, analise a questão seguinte. (...) A OMS adverte que esse problema duplo não é simplesmente de países ricos ou pobres, mas está 30 ligado ao grau de desenvolvimento de cada nação. O Globo,14 mar. 2006. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 16 7. (Cesgranrio/Funasa/Agente Administrativo/2009) Conjunções são importantes mecanismos para estabelecer a coesão dos textos, indicando a relação de sentido entre duas orações, por exemplo. No último período do Texto I, a conjunção “mas” (l. 29) estabelece uma relação de sentido com a oração imediatamente anterior, expressando uma ideia de (A) adição. (B) causa. (C) finalidade. (D) proporção. (E) consequência. Comentário – Esta questão vem consagrar o emprego da conjunção MAS com valor semântico de ADIÇÃO. Muito cuidado com casos semelhantes! No período “A OMS adverte que esse problema duplo não é simplesmente de países ricos ou pobres, mas está ligado ao grau de desenvolvimento de cada nação.” o conectivo MAS não confronta o que foi dito anteriormente, não exprime ressalva; e sim acrescenta ou adiciona um “fato ou pensamento”. Resposta – A A partir de agora, trataremos das orações subordinadas, que podem exercer funções típicas de substantivos, advérbios e adjetivos. Antes de estudarmos suas características e valores semânticos, apresentarei um quadro-resumo delas. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 17 ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS São aquelas que desempenham funções típicas de substantivos no período simples. Elas podem surgir em duas formas: 1. desenvolvidas ligam-se à oração principal por meio das conjunções subordinativas integrantes que e se, ou ainda por meio de um pronome ou advérbio interrogativo. É importante que estudemos com afinco. (conjunção integrante) Perguntamos se voltará hoje. (conjunção integrante) Ele quer saber que horas são. (pronome interrogativo) Ele indagou quando será a prova. (advérbio interrogativo) Orações Subordinadas Substantivas 1 – Subjetiva 2 – Predicativa 3 – Objetiva Direta 4 – Objetiva Indireta 5 – Completiva Nominal 6 - Apositiva Adverbiais 1 – Causal 2 – Consecutiva 3 – Condicional 4 – Concessiva 5 – Comparativa 6 –Conformativa 7 – Temporal 8 – Proporcional 9 – Final Adjetivas 1 – Explicativa 2 – Restritiva CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 18 2. reduzidas apresentam verbo no infinitivo e podem ser introduzidas por preposição. É importante estudar com afinco. Pensou em omitir o fato, mas se arrependeu. • Subjetiva (equivale-se ao sujeito da oração principal) É fundamental a sua opinião sobre o assunto. É fundamental que você opine sobre o assunto. É fundamental você opinar sobre o assunto. O primeiro exemplo constitui-se de período simples. Nele há apenas uma oração (um só verbo), cujo sujeito é a expressão a sua opinião sobre o assunto. Colocando-se a frase na ordem direta, é mais fácil perceber isso: A sua opinião sobre o assunto é fundamental. Nos dois últimos exemplos, há períodos compostos, pois a expressão inicial foi transformada em duas orações: uma na forma desenvolvida (com a conjunção integrante que); outra na forma reduzida (verbo opinar no infinitivo). ATENÇÃO! Quando ocorre oração subordinada substantiva subjetiva, o verbo da oração principal sempre fica na terceira pessoa do singular. Estruturas típicas da oração principal nesse caso são: 1. verbo de ligação + predicativo é bom...; é conveniente...; é claro...; está comprovado...; parece certo ...; fica evidente... etc. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 19 É preciso que se adotem providências eficazes.. Parece estar provado que soluções mágicas não funcionam.. 2. verbo na voz passiva sintética ou analítica sabe-se...; soube-se...; comenta-se...; dir-se-ia...; foi anunciando...; foi dito... etc. Sabe-se que a prova está próxima. Foi dito que a prova será adiada. 3. verbos como cumprir, convir, acontecer, importar, ocorrer, suceder, parecer, constar, urgir etc. conjugados na terceira pessoa do singular. Convém estarmos aqui. Urge que tomemos uma decisão. • Objetiva Direta Complementa o valor semântico do verbo transitivo direto da oração principal, articulando-se com ela sem o intermédio de preposição obrigatória. Ressalte-se que, nas frases interrogativas indiretas, as orações subordinadas substantivas objetivas diretas podem ser introduzidas pelas conjunções subordinativas integrantes se ou que e, ainda, por pronomes ou advérbios interrogativos. Tome cuidado porque as bancas examinadoras podem perguntar, por exemplo, se “as palavras em destaque nos trechos abaixo possuem a mesma classificação gramatical” e sublinhar, maliciosamente, dois vocábulos introdutores de orações subordinadas substantivas objetivas diretas. Partindo da ideia comum de que elas são iniciadas por conjunções CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 20 integrantes, é possível que algum candidato mais afoito diga “sim”, sem se dar conta de que pode estar diante de uma conjunção integrante e um pronome interrogativo. Todos sabemos que ele aceitará o convite. como as coisas funcionam aqui. onde fica a farmácia. quanto custa o remédio. quando acabam as aulas. qual é a matéria da prova. ATENÇÃO! Com os verbos deixar, mandar fazer (causativos), ver, sentir e ouvir (sensitivos), ocorre um tipo especial de oração subordinada substantiva objetiva direta: Ouvi-os bater. Deixe-me entrar. As orações em destaque são reduzidas de infinitivo. E o mais interessante é que os pronomes oblíquos átonos os e me são os sujeitos dos verbos no infinitivo. Na Língua Portuguesa, esse é o único caso em que tais pronomes desempenham tal função sintática. • Objetiva Indireta Completa o sentido de um verbo transitivo indireto da oração principal. Normalmente vem introduzida por preposição, mas esta pode ser omitida. Lembro-me de que fizemos muitas visitas. (Mário Donato) CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 21 adjetivo advérbio substantivo Meu Deus, só agora me lembrei que a gente morre. (Clarice Lispector) • Completiva Nominal Liga-se a um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) da oração principal completando seu significado. É introduzida por preposição (como todo complemento nominal). Aqui, o emprego da preposição não é facultativo. A omissão dela implica erro de regência e revela falta de coesão. Tenho a impressão de estar sempre no mesmo lugar. A nova metodologia é útil para diminuir a margem de erro. Está perto de fazermos a prova. 8. (ESAF/MF/Processo Seletivo Interno/2008 – adaptada) Analise a opção abaixo a respeito das estruturas lingüísticas do texto. Construída uma ciência ou uma teoria científica, mesmo com os maiores cuidados para garantir a sua objetividade, existe sempre o risco de que esse conhecimento científico possa ser usado de maneira 5 ideologicamente implementada. (...) (Adaptado de Carlos Lungarzo. O que é ciência, p. 83-84) CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 22 Preserva-se a correção textual ao se retirar a conjunção “que”(l.3), e flexionar a forma verbal “possa”(l.4) no infinitivo. Comentário – Vá ao texto e faça a modificação sugerida pela banca: “... existe sempre o risco de (?) esse conhecimento científico poder ser usado de maneira ideologicamente implementada.” Notou que, em outras palavras, a ESAF quis que você transformasse uma oração desenvolvida em oração reduzida (de infinitivo)? Bastou a retirada da conjunção integrante e a flexão do verbo indicado no infinitivo para que a transformação se concretizasse. Resposta – Item certo. • Predicativa Funciona como um predicativo do sujeito da oração principal; seu valor semântico caracteriza, especifica, determina o sujeito dela. É de se notar também a presença de um verbo de ligação na oração principal. Nosso desejo era encontrares o teu caminho. O triste é que não era uma planta qualquer. • Apositiva Atua como aposto de um termo da oração principal e é marcada pela pontuação (vírgula, dois pontos). Seu significado amplia, explica, desenvolve, resume o conteúdo da oração principal. O boato, de que o presidente renunciaria, espalhou-se rapidamente. Só resta uma alternativa: encontrar o culpado. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 23 ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS Características I. Têm valor semântico de advérbio (causa, tempo, condição, finalidadde etc.) e exercem função de adjunto adverbial em relação à oração principal; II. Desenvolvidas: possuem verbo no modo indicativo ou subjuntivo e são introduzidas por conjunção; III. Reduzidas: possuem verbo na forma nominal (infinitivo, gerúndio, particípio). Classificações I. Causal: expressa a causa do que se diz na oração principal. Como não haviam combinado, uns cantavam em inglês e outros em português. (Clarice Lispector) (...) Até o nosso presidente, diante dessa crise financeira atual, está-nos aconselhando a consumir 15 mais, já que isso significa mais emprego. (...) TRANCOSO, Alfeu, JB Ecológico, dez. 2008. (Adaptado) 9. (Cesgranrio/Decea/Técnico em Informações Aeronáuticas/2009) Na oração “já que isso significa mais emprego.” (l. 15), o termo destacado é substituível, sem alteração de sentido, por CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 24 (A) embora. (B) não obstante. (C) porém. (D) vistoque. (E) para que. Comentário – A locução conjuntiva já que integra orações denotativas de causa, a exemplo do que pode acontecer com visto que, como, porque, porquanto etc. Embora, porém e não obstante exprimem oposição ou contraste, impedimento ou obstáculo: Embora o Brasil seja um país de grandes riquezas, o padrão de vida do seu povo é um dos mais baixos do mundo. O Brasil é um país de grandes riquezas, porém o padrão de vida do seu povo é um dos mais baixos do mundo. A locução para que indica a finalidade ou o objetivo do que se declara anteriormente: Estudemos com afinco para que sejamos aprovados. Resposta – D 10. (ESAF/ANA/Analista e Especialista/2009 – adaptada) Em relação ao texto abaixo, analise as proposições a seguir. O tratamento de esgotos é fundamental para qualquer programa de despoluição das águas. Em grande parte das situações, a viabilidade econômica das estações de tratamento de esgotos (ETE) é reconhecidamente reduzida, em razão dos altos investimentos iniciais 5 necessários à sua construção e, em alguns casos, dos altos custos CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 25 operacionais. Por esses motivos que mesmo os países desenvolvidos têm incentivado financeiramente os investimentos de Prestadores de Serviços em ETE, como os Estados Unidos e países da Comunidade Europeia. No Brasil, o problema de viabilidade econômica do 10 investimento público torna-se ainda mais agudo, devido à elevada parcela de população de baixa renda. No entanto, vale ressaltar que a água de qualidade também é um fator de exclusão social, uma vez que a população de baixa renda dificilmente tem condições de comprar água de qualidade para beber ou até mesmo de pagar 15 assistência médica para remediar as doenças de veiculação hídrica, decorrentes da ausência de saneamento básico. (http://www.ana.gov.br/prodes/prodes.asp) (A) Mantém-se a correção gramatical do período se a conjunção “No entanto” (ℓ. 11) for substituída por qualquer uma das seguintes: Porém, Todavia, Entretanto, Contudo. (B) Estaria gramaticalmente correta a substituição de “uma vez que” (ℓ. 12 e 13) por porquanto. Comentário – A conjunção “No entanto” inicia oração de valor semântico adversativo. A substituição dela pelas conjunções sugeridas pelo examinador preserva a correção gramatical do período. A oração principiada pela locução conjuntiva “uma vez que” exprime a causa ou o motivo de a água de qualidade também ser um fator de exclusão social. Porquanto também pode ser usada para substituir àquela locução sem que a correção gramatical seja prejudicada. Cuidado apenas com o fato de que porquanto pode, ainda, integrar oração coordenada sindética explicativa. Resposta – As duas proposições estão corretas. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 26 II. Consecutiva: apresenta a consequência do que se diz na oração principal. Fiquei tão alegre com esta ideia que ainda agora me treme a pena na mão. (Machado de Assis) 11. (ESAF/SEFAZ-SP/APOFP/2009 – adaptada) Julgue a opção abaixo, que transcreve informações sobre o folclore paulista, quanto à correção gramatical e construção sintático-semântica coerente e coesa. Encontro de Folia de Reis. É tão expressiva a presença das Folias de Reis no Norte e Noroeste paulista em que muitos dos municípios da região realizam grandes Encontros de Folias de Reis e chegam a mobilizar acima de 50 grupos em cada um, afluxo de devotos e fartura de comezainas. Comentário – Há problema de coesão. A presença do advérbio de intensidade “tão” cria a expectativa da consequência do fato inicialmente anunciado (A presença das Folias de Reis no Norte e Noroeste paulista é tão expressiva que...). Essa consequência deve ser introduzida pela conjunção subordinativa adverbial consecutiva que, e não por “em que” (preposição + pronome relativo, que transmite ideia de lugar). Seja retirada, portanto, a preposição “em”, para que fique clara a noção de consequência. Resposta – Item errado. III. Condicional: estabelece uma condição para que o fato expresso na oração principal se realize. Eu cantarei, se as Musas me ajudarem, a verdadeira história de Elpenor. (Augusto Meyer) CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 27 (...) Atividades de recreação e lazer estimulam o imaginário e a criatividade, facilitam a socialização e 15 nos ajudam a combater o estresse. Mas, se tudo isso for o objetivo, perde a graça, deixa de ser brincadeira. Vira mais uma atividade produtiva a cumprir na agenda. Você só brinca de verdade (ainda que de mentirinha) pelo prazer de brincar. E só. Como escreveu 20 Rubem Alves, quem brinca não quer chegar a lugar nenhum – já chegou. QUINTANILHA, Leandro Disponível em: http://www.vidasimples.abril.com.br/edicoes/073/pe _no_chao/conteudo_399675.shtml 12. (Cesgranrio/Sec. Administ.-TO/Assistente Social/2009) Em, “Mas, se tudo isso for o objetivo, perde a graça, deixa de ser brincadeira.” (l. 15- 16), o conectivo destacado estabelece, entre a ideia que introduz e a anterior, uma relação de (A) causa. (B) condição. (C) conclusão. (D) conformidade. (E) oposição. Comentário – O “se” indicado no comando da questão tem valor semântico de condição. A oração que esse conectivo introduz estabelece a condição para que “a graça” seja perdida e a “brincadeira” não mais seja vista como tal. É sempre importante lembrar que a conjunção “caso”, também condicional, exige mudança da forma verbal: “Mas, caso tudo isso fosse [pretérito imperfeito do subjuntivo] o objetivo...”. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 28 Resposta – B 13. (Cesgranrio/Bacen/Técnico/2010) No fragmento "O novo acordo precisa ir muito além de Kyoto, se a meta for impedir que o aumento da temperatura média da atmosfera ultrapasse 2 °C de aquecimento neste século, como recomenda a maioria dos climatologistas." (L. 15-19), o termo "se" tem o sentido equivalente ao de (A) logo que. (B) à medida que. (C) no caso de. (D) apesar de. (E) uma vez que. Comentário – Para que o novo acordo vá muito além de Kyoto, é preciso uma condição. Qual? A meta tem que impedir que o aumento da temperatura média da atmosfera ultrapasse 2 ºC de aquecimento neste século. Notou o valor condicional expresso pelo enunciado introduzido pela conjunção “se”? Lembre-se de que as conjunções condicionais se e caso são equivalentes, havendo necessidade de algumas adaptações, conforme a situação. Na alternativa A, a locução conjuntiva exprime ideia de temporalidade: Começou a chover logo que cheguei. Na alternativa B, a locução conjuntiva tem valor semântico de proporcionalidade: Aprendo à medida que estudo. Na alternativa D, a expressão traz ideia de ressalva, contraste, concessão: Apesar de não ter estudado muito, passou no concurso. Na alternativa E, “uma vez que” exprime circunstância de causa: Partiu de madrugada, uma vez que precisava chegar cedo. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 29 Resposta – C IV. Concessiva: expressa um fato que deveria impedir o acontecimento do que se declara na oração principal. (...) descobri-me, embora estivessem muitas pessoas na sala. (Graciliano Ramos) (...) A resposta, segundo o corredor e biólogo Bernd Heinrich, está na natureza. Correr pode parecer su- pérfluo para a humanidade hoje, depois que domesti- 20 camos o cavalo e inventamosa bicicleta e o motor a explosão. Mas durante muito tempo a corrida foi fun- damental para a sobrevivência humana, e essa habili- dade continua inscrita em nosso código genético. “So- mos todos corredores naturais, apesar de boa parte 25 de nós ter se esquecido desse fato”, diz Heinrich (...). (...) PAIVA, Uilson. In: Superinteressante, abr. 2003. 14. (Cesgranrio/Fafen Energia S.A./Téc. de Administração/2009) Indique a opção em que a reescritura do período “ ‘Somos todos corredores naturais, apesar de boa parte de nós ter se esquecido desse fato,’ ” (l. 23-25) NÃO mantém o mesmo sentido com que ocorre no texto. (A) Somos todos corredores naturais, embora boa parte de nós tenha se esquecido desse fato. (B) Somos todos corredores naturais, mesmo que boa parte de nós tenha se esquecido desse fato. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 30 (C) Somos todos corredores naturais, já que boa parte de nós se esqueceu desse fato. (D) Somos todos corredores naturais, mas boa parte de nós se esqueceu desse fato. (E) Somos todos corredores naturais, porém boa parte de nós se esqueceu desse fato. Comentário – No fragmento sob análise, o emprego da locução “apesar de” faz surgir entre as orações que articula a ideia de empecilho, óbice, contraste, concessão. Preserva-se a coerência textual substituindo a referida locução pelas conjunções ou locuções conjuntivas “embora” (A), “mesmo que” (B), “mas” (D) e “porém” (E). A expressão “já que” (C) é portadora de valor semântico causal e não guarda a mesma relação de sentido do que as outras. Veja você o quanto o emprego de uma ou de outra conjunção pode acarretar desvio semântico à mensagem original. Resposta – C 15. (ESAF/CGU/AFC/2008 – adaptada) Em relação ao texto, julgue a assertiva abaixo. (...) O desaquecimento da economia americana é a causa mais óbvia que apontam de um menor crescimento das compras no Brasil. O favoritismo do Partido Democrata também é 10 citado por alguns exportadores como um fator que pode dificultar as exportações brasileiras, CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 31 pois os democratas são considerados mais conservadores do que seus rivais republicanos em matéria de comércio exterior — o que, 15 ressalve-se, nem sempre foi comprovado na prática. (...) (O Estado de S. Paulo, 13/01/2008, Editorial) O termo “pois”(ℓ.12) pode, sem prejuízo para a correção gramatical, ser substituído por porque, porquanto ou conquanto. Comentário – A conjunção “pois”, de valor explicativo, pode ser substituído por porque e porquanto, que conservam o mesmo valor semântico. Mas não é possível substituí-la por conquanto, que tem valor semântico concessivo. Fique muito atento aos valores dessas conjunções, pois elas costumam confundir muitos candidatos. Resposta – Item errado V. Comparativa: indica o segundo elemento de uma comparação. Ele saiu da vida como quem sai de uma festa. (Cassiano Ricardo) Atenção! Muitas vezes, o verbo da oração subordinada adverbial comparativa está oculto. As ideias marinhavam-lhe no cérebro, como em hora de temporal (...). (Machado de Assis) Além disso, a oração à qual se subordina a oração comparativa pode apresentar expressões como: mais, menos, pior, tal, tanto. VI. Conformativa: a ideia expressa nela está de acordo com a que é dita na oração principal. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 32 Conforme nos mandara o sargento, ficamos passando um pelo outro. (Mário Donato) VII. Proporcional: expressa um fato que se realiza proporcionalmente ao que se diz na oração principal. Quanto mais uma civilização é artista, mais ela se afasta da natureza. (Graça Aranha) 16. (ESAF/MPOG/EPPGG/2009 – adaptada) Julgue a proposição abaixo a respeito das estruturas linguísticas do seguinte texto. (...) 14 Publicistas foram ‘ilustres homens públicos’, difusores de grandes propostas de mudanças. 16 Grandes persuasores de ideias avançadas e emancipatórias, faziam uso da sua capacidade de 18 falar, de escrever, de publicar para liderar grandes mudanças de governos, de regimes políticos, etc. (Discutindo Língua Portuguesa, ano 2, n. 14, com adaptações) As relações de coesão do segundo parágrafo do texto, focalizando “Publicistas” (l.14), permitem iniciar o último período sintático do texto com um conectivo, escrevendo Ao passo que grandes persuasores... Comentário – A locução conjuntiva ao passo que exprime circunstância de proporcionalidade, ideia que não está presente no segmento indicado pela ESAF. “Grandes persuasores de ideias avançadas e emancipatórias” designa ainda “Publicistas”. Resposta – Item errado CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 33 VIII. Final: indica a finalidade do que se diz na oração principal. O fuzil foi passado de mão em mão, para que todos aprendessem os quatro movimentos. IX. Temporal: expressa o tempo em que ocorre o que se diz na oração principal. Quando o semáforo abriu, ele tentou arrancar na bicicleta (...). (Lourenço Diaféria) Observe que as três orações subordinadas abaixo apresentam estruturas diferentes das anteriores. Nelas não há verbos desenvolvidos (conjugados no modo indicativo ou subjuntivo) nem conjunções. Agora, os verbos assumem uma das formas nominais (gerúndio, infinitivo e particípio). Ao abrir o semáforo, ele tentou arrancar na bicicleta. (infinitivo) Aberto o semáforo, ele tentou arrancar na bicicleta. (particípio) Abrindo o semáforo, ele tentou arrancar na bicicleta. (gerúndio) Elas são orações reduzidas. (...) 10 A audácia é exigida dos tomadores de decisões face à situação social brasileira que, vista a partir das grandes maiorias, é desalentadora. Muito se tem feito no atual Governo, mas é pouco face à chaga histórica que extenua os pobres. Nunca se fez uma revolução 15 na educação e na saúde, alavancas imprescindíveis para transformações estruturais. Um povo ignorante e doente jamais dará um salto para frente. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 34 Algo semelhante ocorre com a política mundial face à escassez de água potável e ao aquecimento 20 global do planeta. Audácia é aquela coragem de to- mar decisões e pôr em prática iniciativas que res- pondem efetivamente aos problemas em questão. O que vemos, especialmente no âmbito do G-8, do FMI, do BM e da OMC diante dos problemas referi- 25 dos, são medidas tímidas que mal protelam catas- trofes anunciadas. No Brasil a busca da estabilidade macroeconômica inibe a audácia que os problemas sociais exigem. Dever-se-ia ir tão longe na audácia que um passo além seria insensatez. Só assim evitar-se-ia 30 que as crises, nacional e mundial, se transformassem em drama coletivo de grandes proporções. A segunda virtude é a prudência. Ela equilibra a audácia. A prudência é aquela capacidade de esco- lher o caminho que melhor soluciona os problemas e 35 mais pessoas favorece. Por isso a prudência é a arte de congregar mais e mais agentes e de mobilizar mais vontades coletivas para garantir um objetivo bom para o maior número possível de cidadãos. Como em todas as virtudes, tanto a audácia quan- 40 to a prudência podem conhecer excessos. O excesso de audácia é a insensatez. A pessoa vai tão longe que acaba se isolando dos outros ficando sozinha como um Dom Quixote. O excesso da prudência é o imobilismo. A pessoa é tão prudente queacaba morrendo de ajui- 45 zada. Engessa procedimentos ou chega tarde demais na compreensão e solução das questões. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 35 Há uma virtude que é o meio termo entre a audá- cia e a prudência: a temperança. Em condições nor mais significa a justa medida, o ótimo relativo, o equilí- 50 brio entre o mais e o menos. Ela é a lógica do universo que assegura o equilíbrio entre a desordem originária do big bang (caos) e a ordem produzida pela expan- são/evolução (cosmos). Mas em situações de alto caos social como é o nosso caso, a temperança assume a 55 forma de sabedoria política. A sabedoria implica levar tão longe a audácia até aquele ponto para além do qual não se poderá ir sem provocar uma grande instabilida- de. O efeito é uma solução sábia que resolve as quês- toes das pessoas mais injustiçadas, quer dizer, traz-lhes 60 sabor à existência (donde vem sabedoria). Ninguém expressou melhor esse equilíbrio sutil entre audácia corajosa e prudência sábia que Dom Pedro Casaldáliga ao escrever: “Saber esperar, sa- bendo ao mesmo tempo forçar as horas daquela ur- 65 gência que não permite esperar”. BOFF, Leonardo. Disponível em: http://jbonline.terra.com.br/jb/papel/colunas/boff/ 17. (Cesgranrio/Decea/Tradutor e Intérprete/2009) Assinale a relação INCORRETA entre a oração e a ideia colocada ao lado. (A) “mas é pouco face à chaga histórica...” (l. 13) Conclusão (B) “Por isso a prudência é a arte...” (l. 35) Explicação (C) “...para garantir um objetivo bom...” (l. 37) Finalidade (D) ...ou chega tarde demais...” (l. 45) Alternância CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 36 (E) “...Dom Pedro Casaldáliga ao escrever:” (l. 62-63) Tempo Comentário – A conjunção “mas” introduz oração com valor semântico de adversidade. Caso mais raro, porém real, é o emprego dela para indicar adição de ideias: “e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal...” (Evangelho segundo Mateus, capítulo 6, verso 13). Seu emprego como conjunção conclusiva é descabido. Chamo sua atenção para o emprego de “Por isso” em construção de valor semântico explicativo. Normalmente os livros a relacionam entre as que compõem o grupo das conclusivas. Contudo, devemos interpretar o sentido expresso pelo segmento em que ela ocorre (e isso vale para outras conjunções também). Em “A prudência é aquela capacidade de escolher o caminho que melhor soluciona os problemas e mais pessoas favorece. Por isso a prudência é a arte de congregar mais e mais agentes e de mobilizar mais vontades coletivas para garantir um objetivo bom para o maior número possível de cidadãos.” (l. 33-38), é possível que o período iniciado por “Por isso” justifique a ideia anterior. E foi assim que a banca entendeu a opção B. Resposta – A Uma vez estudadas as características e os valores semânticos das orações subordinadas adverbiais, convém agora apontar as principais conjunções que fazem a articulação entre elas e sua principal. Causais Porque; como; que; pois; porquanto; visto que; dado que; já que; uma vez que; na medida em que; etc. Consecutivas Que, de forma que, de maneira que, de modo que etc. Comparativas Que; (do) que; quanto; como; assim como; bem como; CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 37 etc. Concessivas Ainda que; embora; mesmo que; posto que; por mais que; se bem que; por pouco que; nem que; conquanto etc. Condicionais Se; caso; sem que; contanto que; salvo se; desde que; a menos que; a não ser que; que; etc. Conformativas Conforme; como; segundo; consoante; etc. Finais Para que; a fim de que; que; etc. Proporcionais À medida que; à proporção que; ao passo que; quanto mais... mais; quanto menos... menos; quanto maior... maior; etc. Tempo Quando; enquanto; antes que; depois que; desde que; logo que; assim que; até que; que; apenas; mal; sempre que; tanto que; etc. Dizem que se conselho fosse bom ninguém daria, mesmo assim eu arrisco um: não confunda as locuções conjuntivas à medida que e na medida em que. A primeira introduz oração subordinada tradutora de valor semântico de proporcionalidade; a segunda inicia oração subordinada que expressa a causa de um fato. Já vi muito candidato bom “derrapar” por falta de atenção a esse detalhe. 18. (ESAF/MPOG/EPPG/2009 – adaptada) Julgue a proposição abaixo a respeito do uso das estruturas linguísticas na organização das ideias do texto. Exatamente na medida em que não mais podemos 2 identificar um paradigma dominante em nosso contexto de pensamento – referência básica para nossos CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 38 4 projetos científicos, políticos, éticos, pedagógicos e mesmo estéticos – é que nos caracterizamos como 6 vivendo uma crise de paradigmas, e até mesmo uma crise da própria necessidade e possibilidade 8 de um paradigma hegemônico. (...) (Danilo Marcondes, A crise de paradigmas e o surgimento da Modernidade. In: Zaia Brandão (org.), A crise dos paradigmas e a educação. São Paulo: Cortez, 1994, p.28-29, com adaptações) A retirada da preposição “em”, antes do pronome “que”(l.1), preservaria o respeito às regras gramaticais, coma vantagem de tornar o texto mais objetivo e simplificaras relações semânticas. Comentário – Não existe na Língua a locução na media que, como sugere o examinador. Existem a que consta no texto (“na media em que”), indicativa de causa, e a que exprime proporcionalidade: à medida que. O resto é pegadinha. Resposta – Item errado Quer outro conselho? Não confunda oração subordinada adverbial causal com oração coordenada sindética explicativa! Em alguns momentos, elas podem apresentar semelhanças que dificultam a análise correta. Por exemplo, ambas admitem as conjunções pois, que, porque, porquanto. Porém, um pouco de atenção para os aspectos que vou assinalar pode ser de grande utilidade: [Ele pegou a doença] [porque andava descalço.] [Não ande descalço,] [porque você vai pegar uma doença.] 1. Há uma relação de causa e consequência entre as duas orações. 1. Não há relação de causa e consequência: apenas é dado o motivo para que não se ande CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 39 descalço. 2. A conjunção que introduz a oração causal não pode ser eliminada. 2. Pode-se eliminar a conjunção coordenativa explicativa: Não ande descalço, você vai pegar uma doença. 3. A oração adverbial pode ser transformada em oração reduzida de infinitivo: Ele pegou a doença por andar descalço. 3. Não se pode transformar a oração coordenada em oração reduzida. 4. O verbo da oração principal não expressa dúvida ou hipótese. 4. A oração anterior à explicativa geralmente possui verbo no imperativo ou tem caráter hipotético. De outro modo, poderíamos dizer: Ele dever ter andado descalço, pois pegou uma doença. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS As orações subordinadas adjetivas podem equivaler-se, semanticamente, a adjetivos, ou seja, caracterizar um substantivo, atribuindo-lhe qualidade, estado ou modo de ser. Sintaticamente, podem exercer a função de adjunto adnominal de um termo da oração principal. Observem: Deve-se investir em soluções definitivas. Deve-se investir em soluções que resolvam definitivamente os problemas. Comparando os dois exemplos acima, é fácil perceber que, no segundo, a oração “que resolvam definitivamente os problemas”CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 40 Oraç. Subord. Adj. Restritivas Oraç. Subord. Adj. Explicativas discrimina o substantivo “soluções” e restringe o seu alcance semântico. Além disso, exerce função idêntica à do adjetivo “definitivas” no primeiro exemplo: ambas as expressões são adjuntos adnominais do substantivo “soluções”, que é núcleo do objeto indireto. • ORAÇÕES ADJETIVAS RESTRITIVAS E EXPLICATIVAS Na relação que estabelecem com o termo a que se referem, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas maneiras distintas: restringindo e individualizando esse termo ou simplesmente explicando, realçando, amplificando uma informação sobre ele. O jovem que estuda passa. O homem que luta vence. O homem, que é mortal, almeja a vida eterna. Cristo, que é filho de Deus, morreu por nós. No primeiro caso, as orações adjetivas equiparam-se a verdadeiros adjetivos restritivos (aqueles cujos valores semânticos não constituem um atributo inerente a todo e qualquer ser de mesma natureza): nem todo jovem passa (apenas o que estuda); nem todo homem vence (somente o que luta). Elas funcionam como adjuntos adnominais e não podem ser separadas do substantivo por vírgulas. No segundo caso, as orações adjetivas têm valor semântico explicativo, pois expressam uma característica intrínseca, essencial ao termo a que se referem: todo homem é mortal; Cristo é filho de Deus. Por não influenciarem o significado do termo a que se referem, podem ser retiradas da frase ou ficarem separadas do substantivo pela pontuação sem implicar alteração semântica. Sendo assim, elas assemelham-se a um aposto explicativo. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 41 sujeito sujeito Note que as conexões entre as orações subordinadas adjetivas apresentadas até aqui e suas orações principais são feitas pelo pronome relativo que. Esse pronome, além de conectar (ou relacionar – daí o nome relativo) os dois tipos de orações, também desempenha uma função sintática na oração subordinada que introduz. No desempenho dessa função, o pronome relativo ocupa o papel que seria exercido pelo termo que ele substitui (o antecedente). Deve-se investir em soluções. Essas soluções devem resolver definitivamente os problemas. Deve-se investir em soluções [que resolvam definitivamente os problemas.] Quando as orações subordinadas adjetivas são introduzidas por um pronome relativo e apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo (forma finita), elas são chamadas de desenvolvidas. E quando não são introduzidas por um pronome relativo (podem ser introduzidas por preposição) e apresentam verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio e particípio), elas são chamadas de reduzidas. Essas são as ideias tão valorizadas por ele. Via-se um cartaz comunicando a falência. Nosso argumento foi o primeiro a cair. 19. (Cesgranrio/MEC/Professor/2009) O valor gramatical do vocábulo que, no trecho “Há maníacos pela propriedade que colocam tiras de papel no CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 42 interior da caneta com seu nome.” (l. 36-37), é o mesmo que ele apresenta em (A) “É moda dizer que o socialismo fracassou devido à natureza humana.” (l. 1-2) (B) “Não há nada mais comunista do que a caneta Bic.” (l. 12-13) (C) “você não comprou nem 5% das Bics que usou em sua vida.” (l. 19-20) (D) “São socializadas e ninguém se desespera ao ver que sua Bic sumiu” (l. 22-23) (E) “pois tem certeza de que, em meia hora, outra estará caindo em suas mãos.” (l. 24-25) Comentário – Em A, o vocábulo “que” introduz oração subordinada substantiva objetiva direta (= dizer isso) e classifica-se como conjunção integrante. Em B, ele integra oração subordinada adverbial comparativa e classifica-se como conjunção subordinativa. Em D, surge outra oração subordinada substantiva objetiva direta (= ver isso) com conjunção integrante. Em E, temos oração subordinada substantiva completiva nominal (não confundir com as objetivas indiretas). O segmento “que (...) outra estará caindo em suas mãos” completa o substantivo abstrato “certeza”, e não o verbo “tem”; o vocábulo “que” é também conjunção integrante. Restou-nos a terceira opção. Nela, a exemplo do que ocorre no enunciado da questão, encontramos um pronome relativo dando origem a orações subordinadas adjetivas. No primeiro caso, o “que” se refere ao substantivo “maníacos”; no segundo, a “Bics”. Resposta – C 20. (Cesgrnario/Bacen/Analista/2011) "Vemos incontáveis estrelas, emitindo sua radiação eletromagnética, perfeitamente indiferentes às CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 43 atribulações humanas." (L. 14-16) No período acima, encontram-se uma oração (A) principal e outra subordinada reduzida de infinitivo. (B) principal e outra subordinada adjetiva reduzida de gerúndio. (C) principal e outra subordinada adjetiva reduzida de particípio. (D) coordenada e outra subordinada adjetiva restritiva. (E) coordenada e outra subordinada reduzida de gerúndio. Comentário – Só temos dois verbos no período: “Vemos” e “emitindo”, o primeiro no modo indicativo e o segundo no gerúndio. Portanto, elime as alternativas A e C. Agora, preste bastante atenção nas alternativas D e E. Ora, se uma oração é subordinada, a outra tem que ser a sua principal, não é verdade? Mas o examinador disse “coordenada e outra subordinada”. Estão fora! O que sobrou? A letra B, que corresponde à resposta correta. A oração principal é a seguinte: Vemos incontáveis estrelas perfeitamente indiferentes às atribulações humanas. A oração reduzida de gerúndio emitindo sua radiação eletromagnética pode ser desenvolvida e reescrita assim: que emitem sua radiação eletromagnética. A prova de que o vocábulo que é um pronome relativo é o fato de ele poder ser substituído pelo pronome relativo as quais. O fato de a oração adjetiva vir entre vírgulas corrobora seu valor explicativo. Resposta – B Por hoje é só, prezado aluno. Sugiro que intensifique os estudos. Não esmoreça por causa dessa ou daquela disciplina. Sempre haverá dificuldades a serem superadas em qualquer área de nossas vidas, principalmente quando estivermos diante de grandes conquistas. Meu CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 44 conselho é que você esteja realmente decidido a se tornar funcionário do Banco Central e, por isso mesmo, faça a sua parte. O que muda a nossa história é o que decidimos e fazemos, e não o que pensamos e falamos. Se você quer mesmo trabalhar naquela autarquia, vá em frente! Bons estudos e que Deus o abençoe! Professor Albert Iglésia CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 45 QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS 1. (Cesgranrio/ANP/Analista Administrativo/2008) Os períodos abaixo contêm duas idéias contrastantes, SALVO (A) “...o Brasil deixou de ser um colônia fechada e atrasada para se tornar uma país independente.” (l. 5-7) (B) “... o balanço que a maioria dos estudiosos faz de D. João VI tende a ser positivo, apesar de todas as fraquezas pessoais do rei.” (l. 7-9) (C) “Não só pelo fato de elevar o Brasil a reino, mas também, e sobretudo, por lhe dar [...] as estruturas de uma nação propriamente dita.” (l. 16- 19) (D) “Apesar da relutância em fazer conjecturas, boa parte dos historiadores concorda que o país simplesmentenão existiria na sua forma atual.” (l. 23-25) (E) “...a Independência e a República teriam vindo mais cedo, mas a antiga colônia portuguesa se fragmentaria em um retalho de pequenos países autônomos,” (l. 25-28) (...) As visitas no hospital acontecem em média duas vezes por mês, mas o grupo pretende expandir a 35 periodicidade das visitas. “Nós temos um carinho muito grande pelo Vital Brazil e já está em fase de discussão estabelecer um “plantão” aqui, para que possamos mar- car presença com mais frequência no HMVB”, expli- ca Lúcio. (Adaptado) Disponível em: http://www.plox.com.br/caderno/ci%C3%AAncia-esa% C3%BAde/terapia-do-humor-em-hospital-com-doutores-do-riso CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 46 2. (Cesgranrio/Sec. Administ.-TO/Assistente Social/2009) Em “As visitas no hospital acontecem em média duas vezes por mês, mas o grupo pretende expandir a periodicidade das visitas.” (l. 33-35), o conectivo destacado só NÃO pode ser substituído, devido a alterar o sentido original, por: (A) não obstante. (B) no entanto. (C) todavia. (D) contudo. (E) porquanto. Falar de si Falar mal do outro parece fácil de entender. Mais que fazer uma crítica negativa, é intensificar a crítica ao ponto de, por meio dela, destruir o objeto criticado. Porém aquele que fala, mal ou bem, sempre fala de si 5 mesmo. (...) TIBURI, Márcia. Revista vida simples. dez. 2008, pp.62-63. (Fragmento). 3. (Cesgranrio/Fafen Energia S.A./Téc. de Administração/2009) “Porém aquele que fala, mal ou bem, sempre fala de si mesmo.” (l. 4-5). Por qual conector a conjunção destacada acima pode ser substituída sem que haja alteração de sentido? (A) Logo. (B) Pois. (C) Entretanto. (D) Porquanto. (E) Quando. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 47 WILLY. Tribuna da Imprensa (RJ), 02 abr. 05. 4. (Cesgranrio/Funasa/Administrador/2009) A primeira frase do personagem pode ser lida como uma hipótese formulada a partir da fala que faz a seguir. Apesar de não estarem ligadas por um conectivo, pode-se perceber a relação estabelecida entre as duas orações. O conectivo que deve ser usado para unir essas duas orações, mantendo o sentido, é (A) embora. (B) entretanto. (C) logo. (D) se. (E) pois. 5. (ESAF/Pref. de Natal-RN/Auditor do Tesouro/2008- adaptada) Julgue a proposição seguinte a respeito do emprego das estruturas lingüísticas no texto. A linguagem da mídia é uma das mais constantes formas de comunicação a que as pessoas têm acesso. Com os avanços da tecnologia, a produção de notícias escritas e faladas invade nosso cotidiano. O noticiário 5 tem um papel social e político, assim como educacional: ao estarmos expostos a ele fazemos conexões e CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 48 tentamos entender e explicar como acontecimentos relatados na mídia se relacionam com nossas vidas e com a sociedade como um todo. Entretanto, notícias 10 são relatos de fatos e não o fato em si. (...) (Carmen Rosa Caldas-Coulthard. A imprensa britânica e a representação da América Latina: recontextualização textual e prática social) O sinal de dois-pontos depois de “educacional” (l.5) introduz uma explicação; por isso poderia ser substituído por uma vírgula seguida de porque. (...) 6. (Cesgranrio/Bacen/Analista/2010) As duas orações enunciadas estão ligadas por conectivo adequado ao sentido expresso no texto em: (A) Acredito na existência de vida em outros planetas, mas tenho três adolescentes em casa. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 49 (B) Acredito na existência de vida em outros planetas, pois tenho três adolescentes em casa. (C) Acredito na existência de vida em outros planetas, posto que tenho três adolescentes em casa. (D) Acredito na existência de vida em outros planetas, porém tenho três adolescentes em casa. (E) Acredito na existência de vida em outros planetas, não obstante ter três adolescentes em casa. (...) A OMS adverte que esse problema duplo não é simplesmente de países ricos ou pobres, mas está 30 ligado ao grau de desenvolvimento de cada nação. O Globo,14 mar. 2006. 7. (Cesgranrio/Funasa/Agente Administrativo/2009) Conjunções são importantes mecanismos para estabelecer a coesão dos textos, indicando a relação de sentido entre duas orações, por exemplo. No último período do Texto I, a conjunção “mas” (l. 29) estabelece uma relação de sentido com a oração imediatamente anterior, expressando uma ideia de (A) adição. (B) causa. (C) finalidade. (D) proporção. (E) consequência. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 50 8. (ESAF/MF/Processo Seletivo Interno/2008 – adaptada) Analise a opção abaixo a respeito das estruturas lingüísticas do texto. Construída uma ciência ou uma teoria científica, mesmo com os maiores cuidados para garantir a sua objetividade, existe sempre o risco de que esse conhecimento científico possa ser usado de maneira 5 ideologicamente implementada. (...) (Adaptado de Carlos Lungarzo. O que é ciência, p. 83-84) Preserva-se a correção textual ao se retirar a conjunção “que”(l.3), e flexionar a forma verbal “possa”(l.4) no infinitivo. (...) Até o nosso presidente, diante dessa crise financeira atual, está-nos aconselhando a consumir 15 mais, já que isso significa mais emprego. (...) TRANCOSO, Alfeu, JB Ecológico, dez. 2008. (Adaptado) 9. (Cesgranrio/Decea/Técnico em Informações Aeronáuticas/2009) Na oração “já que isso significa mais emprego.” (l. 15), o termo destacado é substituível, sem alteração de sentido, por (A) embora. (B) não obstante. (C) porém. (D) visto que. (E) para que. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 51 10. (ESAF/ANA/Analista e Especialista/2009 – adaptada) Em relação ao texto abaixo, analise as proposições a seguir. O tratamento de esgotos é fundamental para qualquer programa de despoluição das águas. Em grande parte das situações, a viabilidade econômica das estações de tratamento de esgotos (ETE) é reconhecidamente reduzida, em razão dos altos investimentos iniciais 5 necessários à sua construção e, em alguns casos, dos altos custos operacionais. Por esses motivos que mesmo os países desenvolvidos têm incentivado financeiramente os investimentos de Prestadores de Serviços em ETE, como os Estados Unidos e países da Comunidade Europeia. No Brasil, o problema de viabilidade econômica do 10 investimento público torna-se ainda mais agudo, devido à elevada parcela de população de baixa renda. No entanto, vale ressaltar que a água de qualidade também é um fator de exclusão social, uma vez que a população de baixa renda dificilmente tem condições de comprar água de qualidade para beber ou até mesmo de pagar 15 assistência médica para remediar as doenças de veiculação hídrica, decorrentes da ausência de saneamento básico. (http://www.ana.gov.br/prodes/prodes.asp) (A) Mantém-se a correção gramatical do período se a conjunção “No entanto” (ℓ. 11) for substituída por qualquer uma das seguintes: Porém, Todavia, Entretanto, Contudo. (B) Estaria gramaticalmente correta a substituição de “uma vez que” (ℓ. 12 e 13) por porquanto. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br52 11. (ESAF/SEFAZ-SP/APOFP/2009 – adaptada) Julgue a opção abaixo, que transcreve informações sobre o folclore paulista, quanto à correção gramatical e construção sintático-semântica coerente e coesa. Encontro de Folia de Reis. É tão expressiva a presença das Folias de Reis no Norte e Noroeste paulista em que muitos dos municípios da região realizam grandes Encontros de Folias de Reis e chegam a mobilizar acima de 50 grupos em cada um, afluxo de devotos e fartura de comezainas. (...) Atividades de recreação e lazer estimulam o imaginário e a criatividade, facilitam a socialização e 15 nos ajudam a combater o estresse. Mas, se tudo isso for o objetivo, perde a graça, deixa de ser brincadeira. Vira mais uma atividade produtiva a cumprir na agenda. Você só brinca de verdade (ainda que de mentirinha) pelo prazer de brincar. E só. Como escreveu 20 Rubem Alves, quem brinca não quer chegar a lugar nenhum – já chegou. QUINTANILHA, Leandro Disponível em: http://www.vidasimples.abril.com.br/edicoes/073/pe _no_chao/conteudo_399675.shtml 12. (Cesgranrio/Sec. Administ.-TO/Assistente Social/2009) Em, “Mas, se tudo isso for o objetivo, perde a graça, deixa de ser brincadeira.” (l. 15- 16), o conectivo destacado estabelece, entre a ideia que introduz e a anterior, uma relação de (A) causa. (B) condição. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 53 (C) conclusão. (D) conformidade. (E) oposição. 13. (Cesgranrio/Bacen/Técnico/2010) No fragmento "O novo acordo precisa ir muito além de Kyoto, se a meta for impedir que o aumento da temperatura média da atmosfera ultrapasse 2 °C de aquecimento neste século, como recomenda a maioria dos climatologistas." (L. 15-19), o termo "se" tem o sentido equivalente ao de (A) logo que. (B) à medida que. (C) no caso de. (D) apesar de. (E) uma vez que. (...) A resposta, segundo o corredor e biólogo Bernd Heinrich, está na natureza. Correr pode parecer su- pérfluo para a humanidade hoje, depois que domesti- 20 camos o cavalo e inventamos a bicicleta e o motor a explosão. Mas durante muito tempo a corrida foi fun- damental para a sobrevivência humana, e essa habili- dade continua inscrita em nosso código genético. “So- mos todos corredores naturais, apesar de boa parte 25 de nós ter se esquecido desse fato”, diz Heinrich (...). (...) PAIVA, Uilson. In: Superinteressante, abr. 2003. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 54 14. (Cesgranrio/Fafen Energia S.A./Téc. de Administração/2009) Indique a opção em que a reescritura do período “ ‘Somos todos corredores naturais, apesar de boa parte de nós ter se esquecido desse fato,’ ” (l. 23-25) NÃO mantém o mesmo sentido com que ocorre no texto. (A) Somos todos corredores naturais, embora boa parte de nós tenha se esquecido desse fato. (B) Somos todos corredores naturais, mesmo que boa parte de nós tenha se esquecido desse fato. (C) Somos todos corredores naturais, já que boa parte de nós se esqueceu desse fato. (D) Somos todos corredores naturais, mas boa parte de nós se esqueceu desse fato. (E) Somos todos corredores naturais, porém boa parte de nós se esqueceu desse fato. 15. (ESAF/CGU/AFC/2008 – adaptada) Em relação ao texto, julgue a assertiva abaixo. (...) O desaquecimento da economia americana é a causa mais óbvia que apontam de um menor crescimento das compras no Brasil. O favoritismo do Partido Democrata também é 10 citado por alguns exportadores como um fator que pode dificultar as exportações brasileiras, pois os democratas são considerados mais conservadores do que seus rivais republicanos em matéria de comércio exterior — o que, CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 55 15 ressalve-se, nem sempre foi comprovado na prática. (...) (O Estado de S. Paulo, 13/01/2008, Editorial) O termo “pois”(ℓ.12) pode, sem prejuízo para a correção gramatical, ser substituído por porque, porquanto ou conquanto. 16. (ESAF/MPOG/EPPGG/2009 – adaptada) Julgue a proposição abaixo a respeito das estruturas linguísticas do seguinte texto. (...) 14 Publicistas foram ‘ilustres homens públicos’, difusores de grandes propostas de mudanças. 16 Grandes persuasores de ideias avançadas e emancipatórias, faziam uso da sua capacidade de 18 falar, de escrever, de publicar para liderar grandes mudanças de governos, de regimes políticos, etc. (Discutindo Língua Portuguesa, ano 2, n. 14, com adaptações) As relações de coesão do segundo parágrafo do texto, focalizando “Publicistas” (l.14), permitem iniciar o último período sintático do texto com um conectivo, escrevendo Ao passo que grandes persuasores... (...) 10 A audácia é exigida dos tomadores de decisões face à situação social brasileira que, vista a partir das grandes maiorias, é desalentadora. Muito se tem feito no atual Governo, mas é pouco face à chaga histórica que extenua os pobres. Nunca se fez uma revolução 15 na educação e na saúde, alavancas imprescindíveis CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 56 para transformações estruturais. Um povo ignorante e doente jamais dará um salto para frente. Algo semelhante ocorre com a política mundial face à escassez de água potável e ao aquecimento 20 global do planeta. Audácia é aquela coragem de to- mar decisões e pôr em prática iniciativas que res- pondem efetivamente aos problemas em questão. O que vemos, especialmente no âmbito do G-8, do FMI, do BM e da OMC diante dos problemas referi- 25 dos, são medidas tímidas que mal protelam catas- trofes anunciadas. No Brasil a busca da estabilidade macroeconômica inibe a audácia que os problemas sociais exigem. Dever-se-ia ir tão longe na audácia que um passo além seria insensatez. Só assim evitar-se-ia 30 que as crises, nacional e mundial, se transformassem em drama coletivo de grandes proporções. A segunda virtude é a prudência. Ela equilibra a audácia. A prudência é aquela capacidade de esco- lher o caminho que melhor soluciona os problemas e 35 mais pessoas favorece. Por isso a prudência é a arte de congregar mais e mais agentes e de mobilizar mais vontades coletivas para garantir um objetivo bom para o maior número possível de cidadãos. Como em todas as virtudes, tanto a audácia quan- 40 to a prudência podem conhecer excessos. O excesso de audácia é a insensatez. A pessoa vai tão longe que acaba se isolando dos outros ficando sozinha como um Dom Quixote. O excesso da prudência é o imobilismo. A pessoa é tão prudente que acaba morrendo de ajui- CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O BACEN TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 5 www.pontodosconcursos.com.br 57 45 zada. Engessa procedimentos ou chega tarde demais na compreensão e solução das questões. Há uma virtude que é o meio termo entre a audá- cia e a prudência: a temperança. Em condições nor mais significa a justa medida, o ótimo relativo, o equilí- 50 brio entre o mais e o menos. Ela é a lógica do universo que assegura o equilíbrio entre a desordem originária do big bang (caos) e a ordem produzida pela expan- são/evolução (cosmos). Mas em situações de alto caos social como é o nosso caso, a temperança assume a 55 forma de sabedoria política. A sabedoria implica levar tão longe a audácia até aquele ponto para além do qual não se poderá ir sem provocar uma grande instabilida- de. O efeito é uma solução sábia que resolve as quês- toes das pessoas mais injustiçadas, quer dizer, traz-lhes 60 sabor à existência
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