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Livro-Texto Unidade III (6)

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99
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
Unidade III
7 METODOLOGIAS ÁGEIS E A TI
7.1 Introdução a metodologias ágeis
O mundo está sofrendo constantes transformações, que estão cada vez mais rápidas e recorrentes 
em nosso cotidiano. As grandes mudanças que afetaram diretamente a vida da maioria dos seres 
humanos começaram a ocorrer após a Revolução Industrial, época em que as transformações ocorriam 
de forma contínua e gradual, o que possibilitava às empresas daquele período gerir as tomadas de 
decisão em etapas e com tempo para adaptar‑se às novidades. 
O caráter das transformações muda a partir da segunda metade do século XVIII, com a saída da população 
dos campos rumo às cidades em busca de trabalho nas novas fábricas, que iniciavam um processo de 
produção em massa dos mais diversos produtos. Surge, então, o capital industrial e os primeiros passos do 
mercado consumidor como conhecemos nos dias atuais.
Porém, nos últimos anos, a velocidade, a incerteza e as movimentações sociais aumentaram em 
níveis jamais imaginados. Temos vários exemplos: desde a globalização, que fez surgir os blocos 
econômicos como a União Europeia (que conseguiu unificar nações sob uma mesma moeda, o euro), 
até o surgimento e a expansão da internet, fato que reduziu fronteiras e aproximou as pessoas das 
informações, dos negócios e dos produtos e serviços ofertados. Por essa razão, uma empresa nacional 
agora tem como competidor qualquer outra empresa mundial cujos produtos podem ser vendidos via 
internet ou quaisquer lojas que abrigam diversos fornecedores – os chamados marketplaces. 
Consequentemente, a agilidade precisa fazer parte do planejamento e dos processos empresariais 
para que se identifiquem todas alterações – tanto as do mundo exterior quanto as dentro das 
organizações – em tempo hábil para encontrar respostas de forma rápida e eficaz, visando a satisfação 
dos clientes e a permanência da empresa no mercado. A agilidade é, portanto, um dos principais pilares 
para a sobrevivência das organizações.
Para exemplificar a diferença da agilidade nos negócios, podemos avaliar a figura a seguir:
100
Unidade III
Quanto tempo leva para atingir 50 milhões de usuários?
O impacto da mudança para o digital e o poder dos efeitos de rede
Na era digital, empresas conseguem 
atrair milhões de usuários em uma 
velocidade sem precedentes. Isso 
é possível por meio dos efeitos de 
rede, da comunicação instantânea e 
da natureza dos próprios produtos.
Alcançando 
50 milhões de 
usuários
2 usuários 
= 
1 conexão
4 usuários 
= 
6 conexões
Linhas aéreas 
Automóveis
Telefone
Eletricidade
Cartões de crédito 
Televisão
Caixas eletrônicos 
Computadores
Celulares
Internet
Facebook
WeChat 
Pokémon GO 
O menor tempo para chegar à 
marca dos 50 milhões de usuários é 
do jogo para celulares Pokémon GO, 
que levou apenas 19 dias.
Será que a próxima febre mundial 
atingirá a meta em poucas horas?
68
 an
os
3 anos1 ano
19 dias
28
 an
os
22
 an
os
18 anos
14 anos
12 anos
7 anos
46 anos
50 anos
62
 a
no
s
8 usuários 
= 
28 conexões
Figura 9 – Tempo para atingir 50 milhões de usuários
Adaptada de: Desjardins (2018).
101
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
A figura 9 mostra que os telefones levaram cerca de 50 anos para atingir 50 milhões de usuários, mas 
os computadores conseguiram o mesmo feito em apenas 14 anos, a internet em 7 anos e o conhecido 
jogo Pokémon GO em apenas 19 dias.
Nesse período de alterações rápidas e sensíveis houve um aumento significativo da participação de 
algumas empresas em todos os cantos do globo, agigantando e empoderando algumas corporações. 
Conforme as empresas – principalmente as focadas em tecnologia – cresciam exponencialmente, o 
mundo também se transformava, inclusive com a participação ativa delas nos processos de mudança. 
É interessante observar seu grau de crescimento: muitas têm uma avaliação de mercado maior do 
que o PIB de diversas nações. A Apple, por exemplo, foi avaliada no início de 2022 em US$ 3 trilhões, que 
é mais do que o dobro do PIB do Brasil (APPLE…, 2022). Por esse motivo, a empresa demanda decisões e 
processos ágeis para satisfazer as necessidades dos novos consumidores, criando vantagem competitiva 
e seguindo as tendências de um mercado dinâmico. 
Fica evidente, dessa forma, que a ideia da metodologia ágil é equiparar a velocidade, o dinamismo 
de projetos, os processos e os planejamentos internos das empresas à rapidez do mundo externo. 
A metodologia ágil foca muito em projetos de software, área que é também o berço dessa lógica.
A gestão de projetos nas empresas pode ser efetuada por meio de guias de conhecimento e das 
certificações dos chamados PMP (do inglês project management professional, ou profissional de 
gerenciamento de projetos). Porém, essa visão considerada tradicional – ou seja, a “primeira onda 
da gestão de projetos” (CARVALHO; RABECHINI JR., 2018, p. 367) – não atendia plenamente a alguns 
projetos de desenvolvimento de softwares, visto que muitas pontas ficavam soltas e eram necessários 
diversos ajustes para que os projetos fossem satisfeitos plenamente, causando inúmeros problemas.
Com isso, em 2001 surge o Manifesto ágil, “fruto de grandes pensadores da área de software, 
frustrados com os resultados ruins nos projetos a nível global” (DUARTE, 2021, p. 18). Dentre esses 
pensadores, podemos destacar Jeff Sutherland, conhecido como um dos “pais” do Scrum (que 
detalharemos mais adiante).
Este manifesto é composto por quatro valores (ou pilares) e 12 princípios, que norteiam o 
desenvolvimento de projetos em uma empresa. Os quatro valores são:
• Indivíduos e interações mais que processos e ferramentas: aqui já encontramos uma mudança 
do foco tradicional para a metodologia ágil pela preocupação com os indivíduos, “ressaltando o 
trabalho em equipe e o envolvimento dos stakeholders” (CARVALHO; RABECHINI JR., 2018, p. 367).
• Software em funcionamento mais que documentação abrangente: este valor deixa claro 
que o resultado satisfatório do projeto é mais importante do que a documentação a ser emitida 
e controlada.
102
Unidade III
• Colaboração com o cliente mais que negociação de contratos: o grupo que elaborou o 
manifesto se posiciona de forma clara sobre a importância de ouvir, entender e se relacionar de 
forma transparente com o cliente, na busca de um processo de colaboração entre as partes.
• Responder a mudanças mais que seguir um plano: neste ponto, ressalta‑se o ideal de entender 
que os projetos são dinâmicos e mutáveis, sendo imprescindível para seu sucesso a flexibilidade e 
a adaptabilidade de suas etapas.
Com esses quatro valores bem definidos já se entende que a metodologia ágil vai além do ambiente 
do desenvolvimento de softwares e abarca, rapidamente, outras áreas importantes na empresa, podendo 
esses valores ser incorporados pela gestão das organizações em todo o funcionamento corporativo.
Além dos quatro valores do Manifesto ágil, há os 12 princípios que nos auxiliam a ampliar o 
entendimento das metodologias ágeis. São eles:
1) Nossa maior prioridade é satisfazer o cliente através da entrega contínua 
e adiantada de software com valor agregado.
2) Mudanças nos requisitos são bem‑vindas, mesmo tardiamente no 
desenvolvimento. Processos ágeis tiram vantagem das mudanças visando 
vantagem competitiva para o cliente.
3) Entregar frequentemente software funcionando, de poucas semanas a 
poucos meses, com preferência à menor escala de tempo.
4) Pessoas de negócio e desenvolvedores devem trabalhar diariamente em 
conjunto por todo o projeto.
5) Construa projetos em torno de indivíduos motivados. Dê a eles o ambiente 
e o suporte necessário e confie neles para fazer o trabalho.
6) O método mais eficiente e eficaz de transmitir informações para e entre 
uma equipe de desenvolvimento é através de conversa face a face.
7) Software funcionando é a medida primária de progresso.
8) Os processos ágeis promovem desenvolvimento sustentável. Os 
patrocinadores, desenvolvedores e usuários devemser capazes de manter 
um ritmo constante indefinidamente.
9) Contínua atenção à excelência técnica e bom design aumenta a agilidade.
10) Simplicidade – a arte de maximizar a quantidade de trabalho não 
realizado – é essencial.
103
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
11) As melhores arquiteturas, requisitos e designs emergem de equipes 
auto‑organizáveis.
12) Em intervalos regulares, a equipe reflete sobre como se tornar 
mais eficaz e então refina e ajusta seu comportamento de acordo 
(CUNNINGHAM et. al., 2001).
Conclui‑se que a metodologia ágil considera o ambiente dinâmico, disruptivo e incerto, sendo 
necessário atentar aos processos inovadores – considerando que o escopo pode ser a variável do projeto, 
tentando, desta forma, manter intactos os recursos e os prazos para que a entrega seja feita de forma 
rápida, prática e eficiente.
7.1.1 Principais metodologias ágeis
Com o Manifesto ágil, influenciado pelas novas dinâmicas no mundo das organizações, as 
metodologias ágeis começam a surgir em vários pontos e em variadas formas, todas com o intuito de 
atender os clientes com excelência e precisão em um ambiente colaborativo.
Uma vez que a visão sobre o escopo, os recursos e o prazo dos projetos a serem entregues sofrem 
alteração de prioridade e flexibilização durante o processo, as metodologias ágeis têm como um de seus 
conceitos principias os curtos ciclos de desenvolvimento, sendo o cliente sempre informado de cada 
passo do projeto, pensando no valor agregado ao produto ou serviço a ser executado, e elevando ao 
máximo a sua utilidade e o seu valor final.
Assim, as metodologias ágeis ganharam espaço nas organizações por apresentarem vantagens 
consideráveis, tais como:
• Adaptabilidade: a moldagem do escopo do projeto durante a sua execução é mais simples.
• Comunicação: a troca de ideias entre os membros da equipe e a participação muitas vezes direta 
do cliente no processo auxiliam o resultado final, evitando dúvidas sobre o que está sendo feito.
• Produtividade: o ambiente mais flexível e menos burocrático possibilita mais produtividade com 
maior dinamismo e precisão.
• Trabalho em equipe: o envolvimento de times multidisciplinares torna o ambiente mais motivador 
para alcançar os resultados esperados.
Como temos alguns tipos de metodologias ágeis, vamos citar algumas de maior destaque. São elas:
• Scrum: metodologia ágil com iterações curtas e rápidas (os sprints), que aumentam a produtividade 
e facilitam a inovação e a visão mais abrangente do processo. Um dos pontos cruciais desta 
metodologia ágil é a responsabilidade criada pela organização para a entrega de valor ao cliente. 
Esta metodologia será estudada mais profundamente mais adiante.
104
Unidade III
• Kanban: metodologia ágil que tem como inspiração o sistema Toyota de produção. Kanban 
significa cartão na língua japonesa, e pode ser apresentada como uma produção puxada, com 
várias características bem particulares, como a adequação à demanda e à quantidade de estoque.
• Extreme Programming (XP): metodologia ágil baseada em cinco importantes valores: 
comunicação, coragem, respeito, retorno e simplicidade. Conforme descrito por Carvalho e 
Rabechini Jr. (2018, p. 375), “o XP foi idealizado para situações em que falta clareza sobre a 
solução e sobre os objetivos, reforçando a vocação do pensamento ágil”.
• Lean (Enxuta): metodologia ágil mais aplicada nas startups, uma vez que são projetos mais 
reduzidos que minimizam desperdícios. Assim, este método tem como um de seus pontos principais 
“a busca por simplicidade de modo a incorporar as práticas de mapeamento de valor e de fluxo no dia 
a dia” (CARVALHO; RABECHINI JR., 2018, p. 391). Há uma outra metodologia conhecida como ágil 
(ou agile), que são bem próximas e muitas vezes confundidas ou trabalhadas em conjunto.
• Smart: criada por Peter Drucker, esta metodologia tem como principal ponto a definição clara dos 
objetivos e das metas a serem alcançadas. Smart é uma sigla, sendo:
— S de específico (specific em inglês): facilmente compreendido por qualquer pessoa.
— M de mensurável (measure em inglês): objetivos e metas que sejam mensuráveis.
— A de alcançável (achievable em inglês): objetivos e metas que sejam factíveis, ou seja, estejam 
dentro da realidade de execução da empresa.
— R de relevante (relevant em inglês): objetivos e metas que tenham importância, para que o 
esforço para os alcançar seja satisfatório.
— T de tempo (time‑based em inglês): que todos os objetivos e metas tenham um prazo final para 
sua verificação e alcance.
• FDD (Feature driven‑development): metodologia criada para organizar o desenvolvimento do 
projeto conforme ele progride, usando os recursos e o tempo disponíveis para este fim.
7.2 Framework Scrum aplicado à gestão
Como já vimos, o Scrum é um dos métodos ágeis mais conhecidos e mais utilizados pelas empresas, 
que recebeu forte influência das ações adotadas nos meios de produção da Toyota. 
O nome Scrum surge por associação a “uma típica formação do evento esportivo rugby denominada 
scrum” (SBROCCO, 2012, p. 159), em que os jogadores ficam reunidos para reiniciar o jogo após um 
incidente ou após a saída da bola do campo.
105
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
Figura 10 – Formação Scrum no Rugby
Fonte: https://cutt.ly/R76H0fg. Acesso em: 19 abr. 2023.
O início do framework Scrum ocorreu nos primeiros anos da década de 1990, quando Jeff 
Sutherland – hoje conhecido como o pai do Scrum, com uma série de livros publicados sobre framework, 
além de ter participado do Manifesto ágil –, junto de Ken Schwaber na empresa EA Corporation, susteve 
como principal objetivo a ideia de alterar o método de desenvolvimento de um software, uma vez 
que acreditava que os métodos utilizados na época, baseados em desenvolvimento de projetos, não 
atendiam a algumas situações que ocorriam durante as etapas do projeto.
 Observação
A palavra framework pode ser traduzida como estrutura Dessa forma, o 
Scrum também é definido como “uma caixa de ferramentas, uma estrutura 
básica na qual você constrói algo em cima” (DUARTE, 2021, p. 30).
Ken Schwaber e Jeff Sutherland definem o que é o framework Scrum como “um framework leve 
que ajuda pessoas, times e organizações a gerar valor por meio de soluções adaptativas para problemas 
complexos” (SCHWABER; SUTHERLAND, 2020, p. 4).
Outros autores também dão maiores detalhes para definir este método ágil tão bem‑sucedido 
nas empresas:
Scrum é um processo empírico, baseado pura e simplesmente nas 
experiências passadas de seus criadores que desde o início da década de 
90 aplicam Scrum em projetos de software com sucesso, já sendo uma das 
metodologias ágeis mais usadas no mundo. E uma vez que você se torna 
adepto do Scrum, o empirismo passa a fazer com que você respeite o processo 
cada vez mais e adicione novos processos e artefatos complementares 
baseados nas suas experiências (DUARTE, 2021, p. 31).
106
Unidade III
Assim, o framework Scrum é um método que apresenta um tempo de evolução e de melhoria 
que acompanha a equipe que o implanta e participa das etapas, considerando os seguintes pilares: 
transparência, inspeção e adaptação.
Scrum como atualmente difundido descreve práticas de gestão 
e acompanhamento do desenvolvimento de software. O desenvolvimento é 
dividido em iterações curtas, conhecidas como sprints, tipicamente de duas 
semanas (RIES, 2012, p. 125).
Algumas definições tentam explicar melhor as etapas e os processos do framework Scrum, uma vez 
que ele é um método muito empírico, ou seja, totalmente baseado na experiência durante o processo e 
na observação diária das atividades.
Além disso, o Scrum é um método simples, que se completa conforme é implementado nas 
organizações. Ao mesmo tempo, é um método que requer bastante atenção por ser baseado na 
coletividade – tanto na experiência individual como na do grupo de trabalho, o que torna importante 
eleger uma liderança motivadora, inovadora e eficaz na equipe.
Inicialmente concebido para a produção de software,o Scrum passa a ser utilizado para diversos 
projetos em outras áreas das organizações, uma vez que é um método simples e de construção das 
etapas junto com a equipe. Como explicado no guia do Scrum, elaborado por Sutherland (2014, p. 3), 
“esse sistema pode ajudá‑lo a revolucionar a forma como as empresas funcionam em praticamente 
todos os setores”.
O Scrum tem uma forma de implantação que se baseia majoritariamente na iteração – que 
nada mais é do que a repetição de uma ou mais seções de um processo, por exemplo – e em sua 
incrementação gradual, avançando conforme as etapas surgem, trabalhando o espírito de equipe 
para que a experiência e a vivência de cada um dos participantes contribua para o sucesso do 
trabalho. Portanto, é um método que “exige prática e atenção, mas também um esforço contínuo 
para chegar a um novo estado no qual as coisas apenas fluem para que todo o resto aconteça 
(SUTHERLAND, 2014, p. 16).
Já vimos que há três pilares empíricos no Scrum, mas é interessante se aprofundar em cada um 
deles, visto que serão estes que sustentarão as equipes para que elas desenvolvam os trabalhos:
• Transparência: todo o processo e as etapas que o envolvem devem ser visíveis e comunicados 
a todos os seus participantes, “tanto para quem executa o trabalho, quanto para quem recebe o 
trabalho” (SCHWABER; SUTHERLAND, 2020, p. 5). Essa transparência auxilia a tomada de decisões, 
até porque muitas decisões tomadas com base em dados não percebidos podem levar a erros e 
retrabalhos que serão mais custosos no geral, tanto financeiramente quanto para o rendimento 
da equipe. Portanto, a transparência é pilar fundamental que sustenta o segundo pilar: a inspeção.
107
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
• Inspeção: todos os artefatos (ou etapas) devem ser inspecionados com determinada frequência 
com o intuito de garantir que o projeto evolua. Durante as inspeções é possível identificar 
variações que ocorrem naturalmente durante o caminho do projeto, bem como verificar quais são 
os problemas encontrados ou que podem surgir. Este pilar é, portanto, o que possibilita o terceiro: 
a adaptação.
• Adaptação: todo projeto necessitará de alguma adaptação durante as suas etapas. Essas mudanças 
serão mais fáceis, simples e rápidas de serem implantadas e aceitas se houver uma inspeção 
verificando e alinhando cada item, bem como se as equipes envolvidas forem autogerenciadas e 
tiverem liberdade e empoderamento (empowerment) para tal.
Como explicado por Sutherland (2014, p. 11), a ideia no framework Scrum é que:
[…] ao começar um projeto, por que não fazer paradas regulares para verificar 
se o que está sendo feito está seguindo na direção certa, e se, na verdade, os 
resultados são os que as pessoas desejam? E verificar se existem maneiras de 
aprimorar a forma como se está trabalhando para obter resultados melhores 
e executados mais rapidamente, e quais seriam os obstáculos que impedem 
as pessoas de obtê‑los. Isso é chamado de ciclo de “Inspeção e Adaptação”. 
De tempos em tempos, pare de fazer o que está fazendo, revise o que já fez 
e verifique se ainda deveria estar fazendo aquilo e como você pode fazê‑lo 
melhor. É uma ideia simples, mas executá‑la exige reflexão, introspecção, 
honestidade e disciplina.
Portanto, vemos que o método depende totalmente de uma equipe preparada, em uma empresa 
que mantenha uma cultura organizacional focada em ter colaboradores ativos, participativos 
e inovadores. O Scrum será implementado com sucesso se estiver focado nestes cinco valores 
básicos: compromisso (toda a equipe e a empresa devem ter comprometimento para atingir os 
objetivos estabelecidos), foco (concentração em cada etapa do processo, não somente para que o 
prazo seja cumprido, mas também para que todas as inspeções encontrem os problemas, apontem 
os ajustes necessários e tragam os resultados esperados), abertura (a equipe estar ciente e aberta 
para aprendizados adquiridos e para ajustes a serem efetuados, sem se preocupar em encontrar 
culpados, mas sim em buscar melhorias contínuas), respeito (para que as equipes cresçam em 
conjunto, respeitando os limites e as funcionalidades de cada membro, dando flexibilidade até para a 
organização perceber o que deve ser efetuado) e coragem (de conduzir os trabalhos da forma correta, 
buscando as melhores alternativas e soluções para os problemas mais difíceis que serão encontrados, 
aprendendo e melhorando ao longo do processo para atingir o sucesso ao final do projeto).
Por fim, é possível perceber que o Scrum pode ser utilizado para uma série de projetos, que podem ser: 
elaborar um novo produto ou serviço a ser ofertado pela empresa; gerenciar equipes de vendas; construir 
projetos de engenharia; planejar processos de recrutamento e seleção etc. Para compreendermos melhor 
como o framework Scrum pode ser aplicado nos mais variados setores e processos em uma organização, 
vamos ver com maiores detalhes o princípio, os artefatos, os eventos e os papéis deste método.
108
Unidade III
7.2.1 Princípio Scrum
Já vimos que este método é dominado pelo empirismo, pela flexibilidade e pelo trabalho determinado 
da equipe envolvida. Com isso resolvido, podemos falar sobre as diretrizes fundamentais deste método 
para maximizar os resultados e alcançar o sucesso. São elas:
• Controle empírico: todo o processo deste método deve estar baseado na capacidade técnica e no 
conhecimento individual de cada membro da equipe, que juntos trarão as inovações e as soluções 
para caminhar com o projeto, sempre com base nos três pilares que já vimos: transparência, 
inspeção e adaptação.
• Auto‑organização: a equipe deve ser autogerida, incentivando engajamento com muito mais 
responsabilidades tanto individuais como em equipe para criar um ambiente inovador e que 
sempre busca a melhoria contínua.
• Colaboração: todos da equipe devem participar ativamente do processo, colaborando no 
cumprimento das etapas e, também, nas interações necessárias para o desenvolvimento do 
projeto, com vistas a entregar o melhor resultando para o cliente.
• Valor: a prioridade máxima da equipe é a entrega do melhor valor durante todas as etapas 
do projeto.
• Prazo: também conhecido pela expressão em inglês time‑boxing, considera o tempo um fator 
limitador, que deve ser utilizado de forma crucial no passo a passo do projeto. Seus elementos 
principais são os sprints, as reuniões e as revisões.
• Iteratividade: tarefas repetitivas levam a equipe a buscar gerar maior valor continuamente, 
satisfazendo o cliente nas entregas parciais e na entrega final.
O Scrum carrega, em sua essência, a possibilidade de ser implantado em vários setores e em vários 
tipos de projetos e situações, uma vez que dispõe de uma estruturação simples que é muito semelhante 
ao Kanban no que diz respeito aos passos fundamentais das etapas, dividindo seu fluxo em “por fazer”, 
“fazendo” e “feito”. Para cada uma dessas partes da estrutura, existem eventos sendo executados com uma 
ou mais pessoas da equipe desempenhando papéis com atividades e responsabilidades bem definidas, 
bem como seus três artefatos.
109
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
Papéis
Dono do produto
Scrum master
Time de 
desenvolvimento
Lista de requisitos 
do produto
Lista de requisitos 
do sprint
Incremento
Artefatos
O sprint
Planejamento de 
sprint
Reunião diária
Revisão de sprint
Retrospectiva 
de sprint
Cerimônias
Figura 11 – Papéis, artefatos e eventos (cerimônias) do Scrum
Adaptado de: Lerche‑Jensen (2019).
Vamos agora definir cada evento, verificando detalhadamente os papéis envolvidos em cada um 
deles, bem como a explicação mais aprofundada dos seus artefatos.
7.2.2 Eventos Scrum
É importante ter clareza dos eventos do Scrum durante todo o método. Esses eventos estão 
totalmente alinhados com a metodologia ágil e com os 12 princípios do Manifesto ágil, uma vez que 
um dos seus criadores (e maior incentivador do método), Jeff Sutherland, também foi participante ativo 
do Manifesto.
Esses eventos têm a função deregular o processo para que não sejam necessárias reuniões que não 
estão previstas, bem como para evitar ao máximo os atrasos e tentar antecipar problemas, sempre com 
total transparência das informações, comunicadas no que chamamos de quadro Scrum que, basicamente, 
apresenta as três etapas: “por fazer”, “fazendo” e “feito”. Assim, “cada evento no Scrum é uma oportunidade 
formal para inspecionar e adaptar os artefatos do Scrum” (SCHWABER; SUTHERLAND, 2020, p. 8).
Todos os envolvidos no processo participarão para que todos os eventos sejam feitos dentro do 
tempo estabelecido, cada um deles com suas responsabilidades e seus papéis definidos previamente. 
Assim, para que entendamos de maneira simples cada um dos eventos do Scrum, precisamos saber quais 
os artefatos e quais os papéis que existem nesta metodologia ágil.
Quando falamos de artefatos Scrum, temos que ter em mente que o princípio do Scrum é a sua 
característica empírica e de lean thinking (concentração no essencial ou, em tradução direta, pensamento 
enxuto), e que o aprendizado que ocorre dentro do próprio projeto “é pautado por pequenos passos de 
110
Unidade III
desenvolvimento (incrementos), seguidos da inspeção do produto resultante e da eficácia das atividades de 
adaptação aos objetivos do produto e aos processos utilizados” (CARVALHO; RABECHINI JR., 2018, p. 378).
Os artefatos seguem a linha ideal de andamento de qualquer processo, baseando‑se na sequência 
lógica de entrada‑procedimento‑saída, prezando pela simplicidade no tratamento das operações a serem 
desenvolvidas pelos membros da equipe. Temos três artefatos que deverão, então, ser seguidos em uma 
sequência específica e que trarão maior valor ao cliente. Essa sequência pode ser vista na figura a seguir:
Backlog do sprint
Entrada do sprint Saída do sprint
IncrementoSprintBacklog 
do produto
Figura 12 – Artefatos Scrum
Adaptado de: Carvalho e Rabechini (2018, p. 378).
Agora que conhecemos esses três artefatos, vamos estudá‑los de forma detalhada.
Lista de requisitos do produto (backlog do produto)
Este artefato, na maioria das vezes, tem o “formato de lista ordenada ou painel visual de 
tudo que se sabe ser necessário no produto, em um dado momento do ciclo de vida do projeto” 
(CARVALHO; RABECHINI JR., 2018, p. 378), funcionando como um documento vivo que deve ser 
periodicamente atualizado pelo dono do produto, responsável pelo gerenciamento de seus requisitos. 
Sem uma lista de requisitos do produto bem detalhada, com todos os itens bem especificados, o projeto 
não correrá da forma prevista, causando empecilhos, problemas e, consequentemente, atrasos em todas 
as etapas e no prazo programado.
A lista de requisitos será “a única fonte de trabalho realizado pelo Scrum team” 
(SCHWABER; SUTHERLAND, 2020, p. 12), pois nela está o que denomina‑se “meta do produto”, que nada 
mais é do que o compromisso de todos os envolvidos no projeto com as entregas parciais e a entrega 
final – ainda que haja refinamentos da lista durante as iterações, tais como maiores detalhamentos 
do produto não especificados anteriormente, estimativas mais realistas após os primeiros passos do 
projeto, alterações efetuadas durante as inspeções e adaptações.
Há um rol de atividades mais comuns durante o processo de refinamento do backlog do produto que 
envolvem: pedir por mais informações ao dono do produto, verificar as histórias de maior prioridade 
para entender o que deve ser entregue, redefinir os critérios de aceitação das etapas e do produto final, 
refinar a lista de informações para preparar os sprints que ocorrerão na próxima etapa do método etc.
111
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
Com este artefato já gerenciado, partimos para o segundo artefato, que é um planejamento 
extremamente detalhado de todas as atividades que serão realizadas nos sprints.
Lista de requisitos do sprint (backlog do sprint)
Este artefato tem uma composição que deve ser seguida e é apresentada de forma clara, prática, 
eficaz e visível, ocorrendo sempre em tempo real. A composição é formada pela “meta do sprint (por 
que), o conjunto de itens do product backlog selecionados para o sprint (o que), bem como um plano de 
ação para entregar o incremento (como)” (SCHWABER; SUTHERLAND, 2020, p. 12). Na verdade, a meta do 
sprint é o único objetivo para que ele ocorra. Para que entendamos a importância deste artefato, é preciso 
compreender que o sprint é coração do método Scrum, e que a lista de requisitos do sprint acaba se 
tornando um complemento do backlog do produto, pois apresentará os detalhes do que deve ser efetuado 
nos sprints, nas reuniões diárias e nas revisões necessárias para o replanejamento dos sprints sucessivos.
Assim, a lista de requisito do sprint pode ser vista como um planejamento eficiente, que dará à equipe 
os detalhes necessários e cruciais para o progresso do projeto, deixando espaço para as eventuais alterações 
que podem surgir como resultado das reuniões diárias dos sprints. É um artefato totalmente dinâmico e 
mutante, uma vez que “vai sendo modificado pelo time de desenvolvimento ao longo do sprint, em um 
processo de aprendizagem em que alguns elementos do plano são inseridos e alguns podem ser excluídos, 
gerando novas estimativas de trabalho a ser realizado” (CARAVALHO; RABECHINI JR., 2018, p. 380).
Mais uma vez, temos um artefato que, comumente, é apresentado em forma de quadro com uma 
informação e comunicação fácil e visível para todos os participantes, em que são apresentadas todas as 
tarefas durante o sprint com os devidos status sempre em tempo real. Uma das formas de apresentação é 
um gráfico de evolução que aponte os os problemas, obstáculos, impedimentos e avaliações encontrados 
ao longo dos sprints e a evolução até o próximo – e último – artefato do framework Scrum.
Evolução do sprint
Es
fo
rç
o 
re
st
an
te
Dia
Ideal
Restante
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
xx
x
x
x
x
x
x
x
x
xx
x
x
x
xx
x
x
x
x
x
x
x
x
x
xx
x
x
x
Figura 13 – Exemplo de gráfico de evolução do sprint com dados como evolução, 
esforço restante e ideal
Adaptada de: Lerche‑Jensen (2019).
O último artefato é o que chamamos de incremento. 
112
Unidade III
Incremento
O incremento é o resultado final de um sprint, que é considerado o artefato mais importante do método 
e é incorporado aos demais incrementos gerados durante o processo, garantindo sua funcionalidade e sua 
aplicabilidade. Em resumo, “vários incrementos podem ser criados em um sprint. A soma dos incrementos 
é apresentada no sprint review, apoiando assim o empirismo” (SCHWABER; SUTHERLAND, 2020, p. 12). 
O  sprint review são as revisões dos sprints, importantes para chegar à definição de pronto (ou definição de 
conclusão). A definição de conclusão, portanto, exige o conhecimento de todos os participantes do projeto 
do que cada equipe envolvida necessita entregar, garantindo um nível de qualidade total do trabalho e a 
transparência das informações para que os objetivos sejam alcançados. Portanto, a definição de conclusão, 
também conhecida como definição de pronto, “é uma descrição formal do estado do incremento quando 
ele atende às medidas de qualidade exigidas para o produto” (SCHWABER; SUTHERLAND, 2020, p. 13).
Já sabemos dos três artefatos importantes da metodologia Scrum, mas, para que cada evento Scrum 
seja analisado em detalhes, é preciso apresentar os papéis da metodologia ágil e as principais funções 
de cada um deles. 
Seguem as definições dos papéis no Scrum:
• Dono do produto (product owner): é o responsável direto pelo gerenciamento da lista 
de requisitos do produto, e é tido como um representante do cliente dentro da metodologia. 
Carvalho e Rabechini Jr. (2018, p. 377) definem o conceito da seguinte forma: 
É a pessoa com responsabilidade pela visão do produto e gestão de seu 
desenvolvimento, constituindo, portanto, o nexo de conexão entre o time 
de desenvolvimento e os clientes e usuários. Ele deve prezar pela clareza,visibilidade e transparência necessárias, visando a melhor forma de 
se alcançar os resultados em conjunto com a equipe Scrum. O dono do 
produto tem papel fundamental na gestão do produto, decidindo quais as 
características e funcionalidades do produto e em qual ordem elas serão 
desenvolvidas e validadas.
Portanto, ele deve entender completamente as necessidades do cliente, bem como das equipes 
envolvidas no projeto, sendo responsável por vários itens que vão desde a visão do produto até a garantia 
da entrega do produto ou serviço planejado, passando pela criação das tarefas e da lista de requisitos 
dos sprints, a implantação das entregas de todos os sprints e de seus incrementos, e o gerenciamento 
eficaz dos recursos financeiros durante todo o projeto.
• Scrum master: tem a função básica de ser um facilitador de todos os eventos, bem como de 
conduzir os ensinamentos e aprendizagens de todos os membros da equipe. Em definição direta, 
“o Scrum master é responsável por estabelecer o Scrum conforme definido no Guia do Scrum” 
(SCHWABER; SUTHERLAND, 2020, p. 7), uma vez que atenderá os demais papéis que participam 
desta metodologia. Para o dono do produto, ele será o auxiliar para encontrar as melhores técnicas 
para os artefatos do Scrum, ajudando no processo empírico de aprendizagem do projeto para 
113
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
atender aos objetivos, ainda que em um ambiente complexo, inovador e de melhoria contínua. 
Para o time de desenvolvimento (que veremos a seguir), o Scrum master será o treinador e 
orientador dos membros para o autogerenciamento durante todas as etapas do projeto, além de 
acompanhar os eventos Scrum para que os prazos estabelecidos sejam cumpridos (time‑boxing).
• Time de desenvolvimento: grupo de pessoas com características multifuncionais (programadores, 
especialistas, testadores, entre outros) que participam ativamente do projeto, efetuando e criando 
os sprints, além de fazer a documentação necessária e a identificação das etapas e dos riscos e 
problemas encontrados e solucionados nas fases. “O time de desenvolvimento é composto por 
profissionais que realizam o trabalho para alcançar um incremento potencialmente entregável do 
produto ‘realizado’ ao final de cada sprint” (CARVALHO; RABECHINI JR., 2018, p. 377). 
Agora que já conhecemos os papéis e os artefatos do Scrum, podemos ampliar a nossa visão, 
estudando os eventos Scrum. É fundamental salientar a importância do tempo de cada evento (duração 
máxima controlada), na tentativa de reduzir ou eliminar a necessidade de reuniões não programadas, e 
para o processo de aprendizado contínuo da equipe durante a metodologia.
Os eventos Scrum são:
• Sprint: foram definidos por Sutherland (2014, p. 38) como “corridas de velocidade de curta distância”, 
que no Scrum remete aos ciclos de aprendizagem e de etapas dentro da metodologia. Dessa forma, 
“o sprint tem duração fixa (time‑boxed), não podendo ser reduzido ou aumentado. Um projeto é 
dividido em vários sprints de mesma duração, um começando imediatamente após seu predecessor, 
como eventos em série em uma rede” (CARVALHO; RABECHINI JR., 2018, p. 381). No  sprint, a 
equipe envolvida será responsável por efetuar todo o planejamento, respeitando os backlogs 
do produto e do próprio sprint, realizando os demais eventos do Scrum conforme estabelecido, 
sempre garantindo que os eventos tenham uma duração fixa e que sigam uma sequência lógica e 
contínua (sempre que um sprint é concluído, um novo começa imediatamente após sua conclusão). 
Durante o sprint, a equipe, em conjunto com o dono do produto e o Scrum master, deve seguir os 
passos sem que qualquer alteração que afete a meta do sprint ocorra – o refinamento do escopo, 
entretanto, pode ser negociado com o dono do produto, fazendo parte integrante do aprendizado 
empírico, princípio fundamental do Scrum. É importante saber que somente o dono do produto tem 
poder para cancelar um sprint, e sempre em circunstâncias muito específicas, como uma mudança 
nas condições do mercado relativas ao produto que está sendo trabalhado naquele projeto, por 
exemplo. Então, “cada sprint pode ser visto como um “miniprojeto”, uma vez que tem um objetivo 
de trabalho a ser cumprido e um plano que irá orientar o desenvolvimento dos trabalhos” 
(CARVALHO; RABECHINI JR., 2018, p. 382).
• Planejamento do sprint (sprint planning): neste evento, temos a reunião de planejamento 
que vai determinar o plano de trabalho. Como orientação, deve ter uma “duração predefinida 
de até oito horas para um sprint típico de um mês” (CARVALHO; RABECHINI JR., 2018, p. 383). 
Esses planejamentos devem abordar alguns temas essenciais para o desenvolvimento do projeto, 
tais como: a importância daquele sprint, (orientada pelo dono do produto que apresenta a meta), 
114
Unidade III
o que será executado naquele sprint, e como o trabalho será conduzido para que seja atingida a 
meta de cada uma das sprints do projeto.
• Reunião diária (daily Scrum): este evento Scrum ocorre para que possam ser efetuadas as 
inspeções necessárias para o progresso do sprint em busca da meta já estabelecida. As reuniões têm 
uma curtíssima duração (15 minutos) para o planejamento diário (portanto, via de regra, ocorrem 
logo pela manhã, no início dos trabalhos). Como explicado por Carvalho e Rabechini (2018, p. 383): 
O objetivo desta reunião diária é melhorar a comunicação, colaboração 
e transparência das informações, além de fazer parte do processo de 
aprendizagem, pois de forma muito objetiva se inspeciona o trabalho 
realizado no dia anterior e se prospecta o trabalho do próximo dia, sem 
focar em resolver problemas, mas sim identificando os obstáculos ao 
desenvolvimento do trabalho e endereçando‑os.
• Revisão do sprint (sprint review): este evento normalmente ocorre ao final de cada sprint 
para que sejam efetuadas as inspeções nos resultados alcançados e as adaptações que serão 
necessárias dentro do projeto. As revisões devem durar no máximo quatro horas e devem incluir 
alguns pontos fundamentais para o sucesso do projeto: devem ser efetuadas com a participação 
do time de desenvolvimento e demais interessados, que podem ser convidados pelo dono do 
produto; o dono do produto aproveitará a revisão para explicar o que foi executado no sprint 
(inclusive suas possíveis alterações); quais são os próximos passos a serem executados por todos 
os participantes da equipe para a melhora contínua e de maior valor para o planejamento; e serão 
apresentados itens relacionados ao cronograma, o orçamento e os recursos a serem utilizados nos 
demais passos do projeto.
• Retrospectiva do sprint (sprint retrospective): o principal intuito deste evento Scrum é efetuar 
um planejamento eficiente para o aumento da qualidade e da eficácia do projeto, tendo como foco 
principal o trabalho da equipe envolvida, as pessoas e a dinâmica de seus trabalhos. Como todos 
os eventos do Scrum, a retrospectiva do sprint é uma reunião com prazo e planejamento definido 
que “ocorre entre a revisão do sprint e a reunião de planejamento do próximo sprint, com duração 
máxima de três horas para um sprint típico de um mês” (CARVALHO; RABECHINI JR., 2018, p. 384).
Por fim, o Scrum apresenta uma visão integrada de aprendizado com ciclos iterativos (sprints) que 
buscam uma melhoria contínua, e tem uma relação muito estreita com o ciclo PDCA, já que os sprints 
servem exatamente para que sejam inspecionadas (item C do PDCA) e adaptadas (item A do PDCA) 
as etapas com a intenção de replanejar (item P do PDCA) os próximos sprints que serão executadas 
(item D do PDCA) por toda a equipe.
115
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
 Observação
O PDCA é um método qualitativo com foco na melhoria contínua e pode 
ser usado no controle de processos e solução de problemas (CAMPOS, 1999; 
MARTINS; LAUGENI, 2005). Sua aplicação consiste em quatro fases:
• P (plan, planejar): seleção de um processo, atividade ou máquina que 
necessite de melhoria e elaboração de medidas claras e executáveis,sempre voltadas para obtenção dos resultados esperados.
• D (do, fazer): implementação do plano elaborado e acompanhamento 
de seu progresso.
• C (check, verificar): análise dos resultados obtidos com a execução do 
plano e, se necessário, reavaliação do plano.
• A (act, agir): caso tenha obtido sucesso, o novo processo é documentado 
e se transforma em um novo padrão.
7.2.3 Aplicações Scrum na área de negócios
Por ser uma metodologia ágil, altamente alinhada com a velocidade constante de alterações e 
inovações cada vez mais rápidas no mundo disruptivo em que vivemos, o Scrum é muito utilizado pelas 
organizações nas mais variadas áreas de negócios.
No livro Scrum: a arte de fazer o dobro de trabalho na metade do tempo, Sutherland (2014) nos 
apresenta uma série de exemplos de aplicação Scrum, que vão desde a introdução desse framework 
em instituições como o FBI (Federal Bureau of Investigation, nos Estados Unidos) até a sua aplicação em 
instituições financeiras depois da crise americana de 2008.
Por ter sido criada para ser uma ferramenta que auxiliasse o desenvolvimento de projetos de 
software nessa área de negócios, a metodologia Scrum é facilmente encontrada em praticamente quase 
todas as empresas que lidam com tecnologia – desde as atuais startups até a gigantesca Microsoft. 
Mas, por ser de fácil entendimento e direcionada para o gerenciamento de qualquer tipo de projeto, 
hoje é vista nas empresas espalhadas pelos mais diversos tipos de segmentos. O próprio Guia do Scrum 
(SCHWABER; SUTHERLAND, 2020) apresenta algumas empresas que utilizaram esta metodologia ágil, 
tias como: Individual Inc., Newspage, Fidelity Investments e IDX (atualmente GE Medical).
Até mesmo órgãos da administração pública já assumiram essa metodologia para alguns de seus 
projetos (como, por exemplo, o Banco Central do Brasil, em vários projetos que envolvem a criação e a 
elaboração de pregões eletrônicos).
116
Unidade III
Por fim, o Scrum é encontrado em vários segmentos, dependendo de um aprimoramento da estrutura 
organizacional e da cultura interna da empresa.
 Saiba mais
Aprenda mais sobre a metodologia Scrum em:
CARVALHO, M. M.; RABECHINI JR., R. Gestão ágil e lean de projetos. 
In: CARVALHO, M. M.; RABECHINI JR., R. Fundamentos em gestão de 
projetos: construindo competências para gerenciar projetos. 5. ed. 
Rio de Janeiro: GEN/Atlas, 2018. p. 367‑395.
SCHWABER, K.; SUTHERLAND, J. O guia do Scrum: o guia definitivo para o 
Scrum: as regras do jogo. [s. l.]: [s. n.], 2020. Disponível em: https://cutt.ly/44R1BfK. 
Acesso em: 23 mar. 2023.
8 PLANILHA ELETRÔNICA EXCEL
8.1 Prática em laboratório: planilha eletrônica do Microsoft Excel
8.1.1 Conceitos básicos do Excel
O Excel é um programa de planilha eletrônica desenvolvido pela Microsoft e incluído no Pacote Office 
para Windows, que pode ser utilizado para calcular, armazenar e trabalhar com lista de dados, fazer 
relatórios e gráficos, e é recomendado para planejamentos, previsões, análises estatísticas e financeiras, 
simulações e manipulação numérica em geral.
 Observação
O Office 365 é um serviço de assinatura que oferece as ferramentas 
mais recentes da Microsoft, para uso pessoal, empresas e entidades sem 
fins lucrativos.
Por ser um programa desenvolvido para Windows, tem acesso a todas as funções que o ambiente 
proporciona – por exemplo, a troca de dados entre aplicativos (Word, PowerPoint etc.). A planilha 
eletrônica é um conjunto de colunas e linhas, cuja intersecção é chamada de célula. Cada célula tem um 
endereço ou referência únicos.
Com esse programa é possível formatar e desenvolver planilhas, com custos de implantação de 
projetos, demonstração de despesas, análise de gráficos, entre muitas outras funções disponíveis. 
117
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
O principal propósito do Excel é criar fórmulas e inserir cálculos, além de ser possível organizar os dados 
e configurar diversos tipos de gráficos.
Barra de ferramentas padrão
Botões de rolagem horizontal
Guia de planilha
Célula
Barra de fórmulas
Painel de tarefasCabeçalho 
de linhas Cabeçalho 
de colunas
Botões de rolagem 
vertical
Barra de formatação
Barra de menu
Barra de título
Figura 14 – Tela de entrada
Na figura 14, consta um arquivo do Excel com três guias de planilha. Essas guias permitem que um 
único arquivo armazene mais de uma planilha. Ao final da Plan3, o ícone Inserir planilha permite criar 
uma nova planilha.
Com o Excel é possível fazer, entre outras coisas:
• Orçamento: criação de um plano de marketing.
• Contabilidade: uso dos recursos de cálculo e demonstrativos de contabilidade, como fluxo de 
caixa e lucros.
• Relatórios: mensuração de desempenho de um projeto.
• Cobrança e vendas: criação de formulários adequados às necessidades específicas.
• Planejamento: pesquisa de marketing.
118
Unidade III
8.1.2 Operações básicas do Excel
Criar uma tabela
Clique na opção Arquivo e, em seguida, selecione Novo; surge um menu lateral informando os 
modelos disponíveis. Clique em Pasta de trabalho em branco. Você notará que o documento apresenta 
uma planilha, mas, ao clicar com o mouse no sinal +, é possível inserir quantas planilhas forem necessárias.
Figura 15 – Seleção de uma célula no Excel
Movimentar uma planilha
Para selecionar uma célula ou torná‑la ativa, basta movimentar o cursor de seleção para a posição 
desejada. A movimentação poderá ser feita com o mouse ou o teclado. Para selecionar uma célula 
com o mouse, basta dar um clique em cima dela. Observe que a célula na qual você clicou é mostrada 
como referência na barra de fórmulas. Se você precisar selecionar mais de uma célula, basta manter 
pressionado o mouse e arrastar, selecionando as células em sequência. Se precisar selecionar células 
alternadamente, clique sobre a primeira célula a ser selecionada, pressione Ctrl e vá clicando nas que 
você quer selecionar. Para movimentar com o teclado, usamos a combinação das setas com a tecla Shift.
119
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
Formatar uma planilha
Pode‑se formatar uma planilha com as seguintes características:
• Bordas: primeiro, selecione a célula, clique na opção Fonte (localizada no menu superior), e depois 
na opção Bordas; agora, é só selecionar o estilo desejado.
Figura 16 
• Cor: selecione a célula desejada e o texto que pretende alterar. Vá até a opção Fonte, clique em 
Cor da fonte e, na sequência, em Cores do tema.
Figura 17 
120
Unidade III
• Alinhamento: selecione as células com o texto, clique na opção Página inicial, seguido pelo 
grupo Alinhamento.
Figura 18 
• Sombreamento: selecione a célula que deseja modificar, vá até o menu superior e clique em Fonte 
e, depois, em Cor de preenchimento. Abra a opção Cores do tema e escolha a cor de preferência.
Figura 19 
Inserir textos e números
Na área de trabalho do Excel, podem ser digitados caracteres, números e fórmulas. Ao finalizar a 
digitação de dados, você pode pressionar a tecla Enter ou, com as setas, mudar de célula; esse recurso 
somente não será válido quando se estiver efetuando um cálculo. Caso precise alterar o conteúdo de 
uma célula sem precisar redigitar tudo novamente, clique sobre ela e pressione F2, faça a alteração 
e pressione Enter.
121
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
Salvar e abrir arquivos
Para salvar uma planilha, o processo é igual ao do Microsoft Word. Clique no botão Arquivo e 
depois em Salvar. Dê um nome ao arquivo, defina o local onde ele deverá ser salvo e clique em Salvar. 
Para abrir um arquivo existente, clique no botão Arquivo e depois em Abrir; localize o arquivo, clique 
sobre ele e o Excel o abrirá automaticamente.
8.2 Formatação e configuração de páginas
Guia Layout da página
Ao clicar nessa guia, novos painéis são exibidos com inúmeros botões de comando e opções com 
finalidades afins, distribuídos em seus respectivos grupos.
Figura 20 – Guia Layout da página
Área de impressão
É possível marcar uma área específica da planilha para impressão. Defina a área de impressão 
selecionando ascélulas a serem impressas, posteriormente, clique em Arquivo para exibir as opções 
de impressão.
Figura 21 
122
Unidade III
Plano de fundo
Permite definir uma imagem a ser exibida como plano de fundo da planilha. Clique no ícone Inserir 
imagens para abrir a caixa de diálogo. Clique no botão Browse (ou Busca) para encontrar a imagem que 
deseja inserir.
Figura 22 
Inserção de linhas e colunas
Para adicionar ou remover linhas e colunas no Excel é simples. Para adicionar, basta clicar com 
o botão direito do mouse em uma linha e depois clicar em Inserir; a linha será adicionada acima da 
selecionada; no caso a coluna será adicionada à esquerda. Para excluir uma linha ou uma coluna, basta 
clicar com o botão direito na linha ou coluna a ser excluída. Esse processo pode ser feito também pelo 
grupo Células que está na aba Página inicial. Você também pode excluir linhas da mesma forma.
Colagem especial de células
Ao copiar o conteúdo de uma célula, podemos definir como ela será colada em outra planilha. No 
grupo Área de transferência, temos o botão Colar; ao clicar na seta dessa opção, temos as opções de 
Colar, Colar fórmulas, Colar valores e Colar transpor.
123
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
 Observação
A partir da versão 2013, o Microsoft Excel permite a criação de planilhas 
“ilimitadas”, em suas pastas de trabalho. Lembrando que a quantidade 
de planilhas criadas dependerá das configurações do computador utilizado 
pelo usuário.
8.3 Inserindo dados qualitativos e quantitativos em planilhas eletrônicas
A flexibilidade de inserção e organização dos dados é uma das grandes vantagens oferecidas pelas 
planilhas eletrônicas. Essa facilidade de organização leva os usuários a adotarem a forma de entrada 
e apresentação dos dados que melhor lhes convenha, geralmente mais semelhantes aos formulários de 
coleta de dados ou do relatório que desejam elaborar ao final do trabalho.
Contudo, muitas vezes essa forma de organização dos dados pode não utilizar as ferramentas da 
planilha eletrônica para a análise mais eficaz e eficiente.
Aqui nos propomos a compartilhar alguns conhecimentos a respeito da organização, tratamento 
e análise descritiva de bases de dados utilizando planilhas eletrônicas, em especial a planilha 
eletrônica Excel.
Operadores
Operadores são símbolos matemáticos que permitem fazer cálculos e comparações entre as células. 
Os operadores são:
• Sinais de operação:
+ soma
‑ subtração
* multiplicação
/ divisão
% porcentagem
= igualdade
124
Unidade III
• Sinais para condição:
> maior que
< menor que
<> diferente
>= maior e igual a
<= menor e igual a
 Saiba mais
Conheça mais detalhes sobre o Excel acessando o site de Suporte 
da Microsoft:
MICROSOFT. Treinamento em vídeo do Excel. Microsoft, Redmond, c2023. 
Disponível em: https://cutt.ly/676C8oR. Acesso em: 19 abr. 2023.
Toda inserção de fórmulas no Excel inicia‑se pelo sinal de igual (=), ou seja, para todas as funções de 
cálculos matemáticos, financeiros e estatísticos, é necessário sempre iniciar com esse sinal.
Congelar intervalos com $
Uma das vantagens em usar o Excel em vez de uma planilha de papel é poder escrever uma conta 
matemática, por exemplo, que queremos fazer com uma variedade de valores apenas uma vez e depois 
simplesmente arrastar ou copiar a célula onde escrevemos tal fórmula.
Se você já tentou fazer isso, deve ter reparado que nem sempre funciona como esperamos, pois 
queremos que uma ou algumas das células que fazem parte da fórmula sejam fixas e, assim que copiamos 
ou arrastamos a fórmula, ela mexe todas as suas referências. Para isso existe o sinal de $ no Excel.
Ao copiar uma fórmula, automaticamente são alteradas as referências. Isso ocorre pois trabalhamos 
até o momento com valores relativos. Porém, vamos inserir em uma planilha mais uma coluna para 
calcular a porcentagem que cada produto representa no valor total. O cálculo ficaria para o primeiro 
produto (tijolo) =B2/B10 e depois bastaria aplicar a formatação de porcentagem e acrescentar duas 
casas decimais. Porém, se utilizarmos o conceito aprendido de copiar a célula C2 para resolver os demais 
cálculos na célula C3, a fórmula ficará =B3/B11, mas o correto seria ficar =B3/B10, pois a célula B10 é a 
célula com o valor total, ou seja, esta é a célula comum a todos os cálculos a serem feitos, por isso não 
podemos copiar a fórmula, pelo menos não como está. Uma solução seria fazer uma a uma, mas a ideia 
de uma planilha é justamente ganhar tempo. A célula B10 então é um valor absoluto, ele não muda e 
125
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
é também chamado de valor constante. A solução é então travar a célula dentro da fórmula. Para isso, 
usamos o símbolo do cifrão ($). Clique sobre a célula em que fizemos o cálculo, depois clique na barra 
de fórmulas sobre a referência da célula B10. Será então adicionado o símbolo de cifrão antes da letra B 
e antes do número 10. $B$10. Pressione Enter e agora você poderá copiar a célula. Existem casos em que 
será necessário travar somente a linha ou a coluna. Na figura a seguir, existe uma lista de materiais de 
construção vendidos por uma empresa e a quantidade vendida de cada um no último mês.
Na terceira coluna, pretende‑se calcular quanto a venda de cada um dos materiais representa no 
total. Será preciso dividir a venda de cada material pela venda total geral. Na célula C2, consta a fórmula 
necessária =B2/B10. Ou seja, a célula C2 irá mostrar o resultado da divisão do valor que está na célula B2 
pelo valor que está na célula B10.
Figura 23 – Planilha sem $
Agora, veja o que aconteceu quando arrastamos ou copiamos esta fórmula para todos os outros 
materiais. A fórmula continua pegando corretamente a célula que contém o valor vendido e cada valor 
individual, porém também desce uma célula na linha onde está o total da venda.
126
Unidade III
 Observação
O Excel mostra o erro #DIV/0! quando um número é dividido por zero. 
Isso acontece quando você insere uma fórmula simples, como = 5/0, ou 
quando uma fórmula se refere a uma célula que contém 0 ou está vazia.
Uma forma de arrumar isso seria ajustando as fórmulas uma a uma, mas imagine se tivéssemos uma 
tabela muito grande, isso seria inviável. Para resolver usamos o $. O sinal $ serve para congelar linhas ou 
colunas nas fórmulas e funções do Excel.
A referência a uma célula pode ser feita de quatro maneiras diferentes:
• =C2: referência relativa, ao arrastar ou copiar a fórmula em linhas e em colunas, tanto a linha de 
referência quanto a coluna de referência irão mudar.
• =$C3: referência de coluna absoluta e linha relativa, ao arrastar ou copiar a fórmula em linhas e 
em colunas, a referência à coluna não mudará, mas à linha sim.
• =C$2: referência de coluna relativa e linha absoluta, ao arrastar ou copiar a fórmula em linhas e 
em colunas, a referência à linha não mudará, mas à coluna sim.
• =$C$2: referência de coluna e linha absolutas, ao arrastar ou copiar a fórmula em linhas e em 
colunas, nada é alterado.
Exemplo: ao escrever =B2/$B$10 na célula A2 e depois copiar para célula C3, teremos =B3/$B$10. 
Andamos 1 linha e 1 coluna, porém a fórmula permaneceu inalterada.
Voltando ao exemplo dos materiais de construção, é preciso manter a linha absoluta para o divisor, já 
que se pretende arrastar a fórmula para baixo sem que a linha da referência mude. Nesse caso, deve‑se 
utilizar $B10, para não mudar a coluna, já que se vai arrastar a fórmula apenas na mesma coluna, ou, 
melhor ainda, utilizar $B$10.
127
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
Figura 24 – Colocando o sinal $
Essa configuração de referência absoluta ou relativa é válida para qualquer função ou fórmula do 
Excel, sem exceções.
 Observação
O principal motivo de o erro #NOME? ser exibido se deve a um erro de 
digitação no nome da fórmula.
8.4 Entrada de textos e números
Como vimos anteriormente, na área de trabalho do Excel, podem ser digitados caracteres (letras ou 
sinais), números e fórmulas. Ao finalizar a digitação de seus dados, vocêpode pressionar a tecla Enter 
ou, com as setas, mudar de célula. Esse recurso somente não será válido quando estiver efetuando um 
cálculo. Caso precise alterar o conteúdo de uma célula sem precisar redigitar tudo novamente, clique 
sobre ela e pressione F2, faça sua alteração e pressione Enter.
128
Unidade III
8.4.1 Inserção de fórmulas
Soma (ou adição)
A função Soma realiza a operação de adição em um intervalo de células mediante a condição 
estabelecida. Por exemplo: na função Soma, =SOMA (B2:B4) seria o mesmo que (B2+B3+B4); com a 
função, o processo passa a ser mais fácil.
Veja como efetuar a soma de múltiplas linhas no exemplo a seguir:
Figura 25 – Operação de soma
O mesmo exemplo de números, calculando colunas:
Figura 26 – Função Soma (múltiplas colunas)
129
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
Veja agora como fica a função Soma para linhas e colunas:
Figura 27 – Função Soma (linhas e colunas)
Veja agora como fica a operação de soma utilizando linhas e colunas alternadamente:
Figura 28 – Operação de soma (linhas e colunas alternadamente)
130
Unidade III
No caso, somamos os gastos de água que estão nas células A4 e C4, com a fórmula =A4+C4 e 
somamos os gastos de luz, que estão nas células B4 e D4, com a fórmula =B4+D4.
 Observação
O Excel 2013 dispõe de 1.048.576 linhas e 16.384 colunas. É possível digitar 
32.767 caracteres por célula, atingindo um total de 562.932.773.552.128 
caracteres.
Multiplicação
Multiplicar é essencial para planilhas simples, em que, por exemplo, temos uma conta que envolve o 
cálculo de juros ou de porcentagem etc. Essas são duas aplicações muito utilizadas no Excel e requerem 
a operação de multiplicação.
Na figura a seguir, temos uma multiplicação de dois números em células diferentes. Aplicando a 
fórmula =A1*B1, temos em C1 o resultado da operação.
Figura 29 – Multiplicação simples
Na figura a seguir, temos a soma dos elementos e depois a multiplicação por 5. A fórmula 
de multiplicação não foi inserida dentro da fórmula =SOMA(), apenas o sinal * após o parêntese que 
fechou a soma. A soma resulta em 110, que, multiplicado por 5, resulta em 550.
131
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
Figura 30 – Soma e multiplicação
Na figura a seguir, temos o valor de R$ 1.000,00 e desejamos saber quanto corresponde 5% desse 
valor, o que resulta em R$ 50,00.
Figura 31 – Cálculo de porcentagem
132
Unidade III
Divisão
Na figura a seguir, queremos calcular quanto é 1.000 dividido por 40, que resulta em 25:
Figura 32 – Cálculo de divisão
 Observação
Se durante a digitação de uma fórmula aparecer #REF!, significa uma 
mostra de erro quando uma fórmula se refere a uma célula que não é válida.
Subtração
Na figura a seguir, vejamos o exemplo em que subtraímos 40 de 1.000, o que resulta em 960:
Figura 33 – Cálculo de subtração
133
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
O Excel faz os cálculos corretamente levando em conta duas regras básicas de matemática:
• Ordem das operações: primeiro resolve a multiplicação e a divisão, depois resolve a soma e 
a subtração.
• Ordem dos parênteses: o cálculo de “dentro para fora” dos parênteses; em outras palavras, o que 
está dentro dos parênteses é resolvido primeiro.
8.5 Trabalhando com funções
A função é um método utilizado para tornar mais fácil e rápida a montagem de fórmulas que 
envolvem cálculos mais complexos e vários valores. A quantidade de argumentos empregados em uma 
função depende do tipo de função a ser utilizada. Os argumentos podem ser números, textos, valores 
lógicos, referências etc.
 Observação
O Excel oferece ajustes na interface com o usuário, em relação às mais 
primitivas planilhas eletrônicas; as células são organizadas em linhas e 
colunas, e contêm dados ou fórmulas com referências relativas ou absolutas 
às outras células.
Figura 34 – Inserir função
134
Unidade III
Ao se clicar na opção Inserir função, abre‑se a tela de mesmo nome. Pode‑se digitar uma descrição 
do que se gostaria de calcular, buscar por categoria, como Financeira, Data e hora etc. Ao se escolher 
uma categoria, na caixa central serão mostradas todas as funções relativas a essa categoria.
Figura 35 – Escolher uma categoria de função
Vamos supor que você deseje saber o valor máximo de uma faixa de células (linhas e/ou colunas). No 
exemplo, desejamos saber a maior idade das pessoas de determinado grupo em uma tabela de dados. 
Nesse caso, iniciamos a fórmula com o sinal de igual, seguido pela palavra máximo e entre parênteses 
onde vamos buscar a informação.
A fórmula utilizada é: =MÁXIMO(coluna e linha:coluna e linha).
Vejamos o exemplo a seguir:
135
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
Figura 36 – Função Máximo
Vamos supor que você deseje saber o valor mínimo de uma faixa de células (linhas e/ou colunas). No 
exemplo, desejamos saber a menor idade das pessoas de determinado grupo em uma tabela de dados. 
Nesse caso, iniciamos a fórmula com o sinal de igual, seguido pela palavra mínimo e entre parênteses 
onde vamos buscar a informação.
A fórmula utilizada é: =MÍNIMO(coluna e linha:coluna e linha).
Vejamos o exemplo a seguir:
136
Unidade III
Figura 37 – Função Mínimo
Agora, você deseja saber o valor médio de uma faixa de células (linhas e/ou colunas). No exemplo, 
desejamos saber a média de idade das pessoas de determinado grupo em uma tabela de dados. Vejamos 
o exemplo a seguir:
137
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
Figura 38 – Função Média
Exemplo de aplicação
Relação de compra e venda
Tabela 1 
Valor de 
compra total
Quantidade 
comprada
Valor 
unitário
Valor de 
venda
Quantidade 
vendida Total
Lucro 
total
R$ 350 70 R$ 9 10
R$ 350 70 R$ 9 35
R$ 610 80 R$ 12 40
R$ 810 90 R$ 14 50
R$ 460 90 R$ 15 35
R$ 63 50 R$ 12 28
138
Unidade III
1. Digite a planilha acima no Excel.
2. Salve a planilha com o nome “Relação de compra e venda”.
3. Efetue os seguintes cálculos:
Valor unitário: Valor de compra Total / Quantidade comprada
Total: Valor de venda * Quantidade vendida
Lucro total: Total – Valor de compra total 
 Observação
#NUM!
O Excel mostra esse erro quando uma fórmula ou função contém 
valores numéricos que não são válidos.
8.6 Autoformatação
Um fato interessante de qualquer editor de planilha eletrônica é que nenhum deles tem por padrão 
exibir bordas nas planilhas, ou seja, aqueles quadrados pontilhados que vemos não são impressos na 
folha, eles só aparecem na tela como um guia. As bordas e o sombreamento da célula ficam por conta 
do usuário. Veremos a seguir alguns conceitos de bordas e sombreamento:
• Sombreamento: o sombreamento, também conhecido como preenchimento, padrão ou cor de 
célula, é a cor que fica no fundo da célula, atrás do texto. Cada célula de uma planilha pode ter 
uma cor diferente, porém o ideal é usar cores mais fortes para títulos e cores mais suaves para o 
conteúdo em geral. Deve‑se levar em conta também que as cores do sombreamento são impressas. 
Por isso, para economizar na hora da impressão, o ideal é ter o menos possível de sombreamento 
ou simplesmente não tê‑lo.
• Bordas: são o contorno de uma célula. Podemos classificar as bordas como internas e externas. 
As bordas externas estão ao redor de determinado intervalo de células; as internas são as linhas 
divisórias de um intervalo de células. As bordas podem ser mais grossas, mais finas, ter cores e 
formatos diferentes.
139
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
Figura 39 – Formatação das bordas de células
Clique no menu Página inicial > grupo Fonte > botão Formatar > opção Cor da borda, ou, ainda, no 
Estilo da borda das células. Nas abas disponíveis, é possível escolher o tipo de borda e a cor delas.
8.6.1 Formatação condicional
A formatação condicional permite aplicar uma formatação à célula selecionada de acordo com o 
conteúdo dela. Por exemplo, em um controle de alunos podemos configurar que, se o aluno estiver com 
menos de 5 pontos, esse resultado seja mostrado na cor vermelha e, se estiver com mais de 5, na cor azul.
Você já deve ter montado uma planilha e mexido em cores, fontes, bordas,entre outras mudanças 
visuais, para melhorar a aparência e apresentação de seus dados. Mas que tal fazer essas alterações de 
forma automática com base no que é exibido na célula?
É para isso que existe a formatação condicional, que você vai aprender agora.
Todas as configurações possíveis para a formatação condicional são acessadas pelo menu 
Página inicial > Tabelas > Formatação condicional.
140
Unidade III
Figura 40 – Tabela‑base para a formatação condicional
Como exemplo, vamos utilizar os dados apresentados na figura anterior, que traz uma lista de notas 
médias de determinados alunos, com uma pontuação que poderia variar de 0 a 10 pontos.
Formatação condicional pré‑configurada
No Excel, algumas formatações condicionais vêm pré‑configuradas, sem que seja necessário 
configurar o modo como a formatação deve funcionar.
Para nosso exemplo, a primeira configuração que faremos é pintar de verde a situação de todos os 
alunos que foram aprovados. O Excel tem essa formatação condicional pré‑configurada.
Ao clicar no botão Formatação condicional, teremos alguns modelos de condição para facilitar o uso. 
Em nosso exemplo, quando a condição for classificada, ela deve ficar na cor verde.
O que temos que fazer é selecionar a área que receberá a formatação > clicar no botão Formatação 
condicional > opção Realçar regras das células > opção É igual a… > e definir as cores para preenchimento 
da situação de classificado ou de reprovado.
141
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
Figura 41 – Formatação condicional
O Excel automaticamente verificou a situação do aluno e pintou de verde aqueles que estavam na 
condição de classificado e de vermelho aqueles que estão na condição de reprovado.
 Lembrete
O objetivo dessa opção de formatação condicional é realçar a regra das 
células. Basicamente, seleciona‑se a área, escolhe‑se a opção e ajusta‑se 
um ou outro parâmetro.
Para criar uma regra de formatação condicional, selecione a área que receberá a formatação > clique 
no botão Formatação condicional > opção Nova regra > janela Nova regra de formatação.
142
Unidade III
8.7 Funções
Uma função é uma fórmula especial, predefinida, que toma um ou mais valores (chamados de 
parâmetros), executa uma operação e produz um valor (ou valores). As funções podem ser usadas 
isoladamente ou como bloco de construção de outras fórmulas.
8.7.1 Funções de data e hora e de contagem
Funções de data e hora
Podemos trabalhar com diversas funções que se baseiam na data e na hora do computador. 
As principais são:
• =HOJE(): retorna a data atual.
• =MÊS(HOJE()): retorna o mês atual.
• =ANO(HOJE()): retorna o ano atual.
• =DIA(HOJE()): retorna o dia atual.
• =HORA(AGORA()): retorna a hora atual.
• =MINUTO(AGORA()): retorna o minuto atual.
• =SEGUNDO(AGORA()): retorna o segundo atual.
• =AGORA(): retorna a data e a hora atuais.
• =DIA.DA.SEMANA(HOJE()): retorna o dia da semana atual em número.
 Observação
Nunca deixe espaço na construção de uma fórmula, senão, em vez do 
resultado, aparecerá a expressão #NOME?, que é exibida quando o Excel 
identifica algum erro na fórmula.
143
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
Figura 42 – Função Dia da semana em número
Em 7/9/2019, às 03:24 (utilizando a função Agora), o sistema indica o dia 7, ou seja, sábado.
Calcular a idade em anos acumulados, meses e dias
Você também pode calcular a idade ou o tempo de serviço de alguém. O resultado pode ser algo 
parecido com “dois anos, quatro meses, cinco dias”. O Excel é repleto de funções que usamos para nos 
organizar financeiramente, calcular juros, rendimentos, estudar, trabalhar etc. O que poucos sabem é 
que com um pouquinho de criatividade essas mesmas fórmulas podem ser usadas para coisas bacanas 
e bastante interessantes, como calcular uma idade completa, com anos, meses e dias. A função usada 
para isso é a =DATADIF(). Ela possui apenas três argumentos:
=DATADIF(data_início;data_fim;formato), sendo:
• Data_início: no primeiro argumento, informe a data mais antiga, por exemplo, data de nascimento.
• Data_fim: no segundo argumento, informe a data mais recente, por exemplo, o dia atual.
• Formato: o formato determina se o resultado mostrará anos, meses ou dias. Apesar de a função 
estar traduzida, esse argumento precisa ser informado em inglês, ou seja, “d”, para dia (day), “m” 
para mês (month) e “y” para ano (year).
144
Unidade III
Figura 43 – Calcular a idade em anos acumulados
 Observação
Na figura 43, indicamos o tempo em anos (y = year). Ele também pode 
ser indicado em dias (d = day) ou meses (m = month).
8.8 Função Cont.
É comum ter que contar algo em uma planilha, mas nem sempre é uma tarefa simples. Às vezes é 
preciso contar quantas vezes algo se repete em uma base, mas ela é tão grande que se torna uma tarefa 
difícil e demorada. Ou às vezes é preciso contar quantas vezes alguma coisa e outra aconteceram juntas. 
Por exemplo, quantas vezes o produto X foi vendido pelo vendedor Y, ou quantas vezes o cliente Z 
comprou em um mesmo mês. Para esses e outros problemas que envolvem contagem, existem algumas 
funções para auxiliar no processo.
No Excel, as principais funções Cont. são:
• =CONT.NÚM: conta as células de um intervalo que contenham números.
• =CONT.VALORES: conta as células de um intervalo que não estão vazias.
• =CONTAR.VAZIO: conta as células de um intervalo que estão vazias.
145
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
• =CONT.SE: conta as células de um intervalo com base em um critério.
• =CONT.SES: conta as células de um intervalo com base em um ou mais critérios.
Cont.Núm
A função Cont.Núm é uma das mais simples dessa lista. Possui apenas um argumento, que são as 
células ou o intervalo de células que se deseja analisar. Assim, se quisermos contar quantas células 
contêm números entre as células B1 e B5, temos duas possibilidades:
• informar à função célula a célula; ou
• informar o intervalo inteiro à função.
No primeiro caso, ficaria assim: =CONT.NÚM(B1;B2;B3;B4;B5). E, no segundo caso, assim: 
=CONT.NÚM(B1:B5). Os dois têm o mesmo efeito, mas é mais fácil utilizar o segundo método. 
Imagine se o intervalo de análise fosse da célula A1 até a A1000. Não seria viável digitar uma a uma 
(A1;A2;A3 … A1000), e sim informar o intervalo (A1:A1000). Vejamos um exemplo:
Figura 44 – Contando células com números usando a função Cont.Núm
146
Unidade III
Queremos saber quantas células têm números. Nesse caso, inserimos na célula B11 a fórmula: 
=CONT.NÚM(B2:B10). O resultado que aparece na célula é 8, ou seja, são oito células que contêm números.
Cont.Valores
Olhando os argumentos da função acima, você deve ter percebido que são exatamente os mesmos 
da função que vimos anteriormente. E realmente são e funcionam da mesma maneira.
Temos que informar somente as células ou intervalos de célula que queremos analisar, e o Excel 
informará quantas das células indicadas contêm algum dado inserido nelas.
Figura 45 – Contando células não vazias usando a função Cont.Valores
Na figura 46, na célula B11, temos a função Cont.Valores, e nela inserimos o intervalo de análise B2:B10. 
A função retorna como resultado o número 7, pois, no intervalo selecionado, que contém 9 células, duas 
delas estão vazias, ou seja, sem nenhum dado, e por isso não são contadas na função.
Contar.Vazio
Essa função tem uma diferença em relação às duas anteriores, que está em seu argumento. Não há 
a opção de selecionar célula a célula. Somente é possível selecionar um intervalo único, enquanto nas 
funções anteriores é possível inserir vários intervalos ao mesmo tempo (por exemplo, A1:A10;B3:H3).
147
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
Basta indicar um único intervalo de células e o Excel automaticamente dirá quantas delas não 
contêm dados inseridos. Veja o exemplo a seguir:
Figura 46 – Contando células vazias usando a função Contar.Vazio
Na célula B11, está a função Contar.Vazio, com o intervalo B2:B10 informado. Ao contrário da 
função Cont.Valores, ela retorna como resultado o número 2, visto que, no intervalo B2:B10,somente 
duas células não têm qualquer dado inserido, as células B3 e B5.
Cont.Se
Chegamos às funções de contagem mais relevantes e importantes.
A função Cont.Se sozinha conseguiria substituir completamente as duas funções anteriores 
(Contar.Vazio e Cont.Valores), pois, como vimos no início, esta é uma função que leva em consideração 
algum critério para fazer a contagem das células. Porém, se formos parar para pensar, as duas funções 
que vimos anteriormente também usam um critério para contar. A Cont.Valores usa o critério de a célula 
conter algum dado, e a Contar.Vazio usa o critério de a célula não conter dados.
148
Unidade III
A Cont.Se também consegue substituir a função Cont.Núm, mas não completamente, somente se o 
usuário quiser contar células que tenham números maiores, menores ou iguais a determinado número.
Vamos entender melhor a função.
=CONT.SE(intervalo;critério) 
Em que:
• Intervalo: é o intervalo de células que queremos analisar.
• Critério: é o que será levado em consideração para a função contar ou não a célula.
O critério pode ser tanto algo em texto como em número. Vamos dizer que o critério seja o número 50 
e queiramos analisar o intervalo A1:A20. Nesse caso, as possibilidades para montar a função são:
• =CONT.SE(A1:A20;50): contar, no intervalo de A1:A20, quantas células iguais a 50.
• =CONT.SE(A1:A20;“<>50”): contar, no intervalo de A1:A20, quantas células diferentes de 50.
• =CONT.SE(A1:A20;“>50”): contar, no intervalo de A1:A20, quantas células maiores que 50.
• =CONT.SE(A1:A20;“<50”): contar, no intervalo de A1:A20, quantas células menores que 50.
• =CONT.SE(A1:A20;“>=50”): contar, no intervalo de A1:A20, quantas células maiores ou 
iguais a 50.
• =CONT.SE(A1:A20;“<=50”): contar, no intervalo de A1:A20, quantas células menores ou 
iguais a 50.
Quando o critério é um texto (não um número), as possibilidades são apenas duas. Digamos agora 
que nosso critério sejam as palavras “Função Excel”. As possibilidades são:
• =CONT.SE(A1:A20;“Função Excel”): contar, no intervalo A1:A20, quantas células são iguais a 
“Função Excel”.
• =CONT.SE(A1:A20;“<>”&“Função Excel”): contar, no intervalo A1:A20, quantas células são 
diferentes de “Função Excel”. 
Ao usar um número sem nenhum caractere especial, não se deve colocá‑lo entre aspas. Isso faria 
o Excel interpretá‑lo como texto e não número. No caso de texto, sempre se deve colocar aspas. 
Caso contrário, o Excel tentará identificá‑lo como número.
149
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
A função Cont.Se consegue substituir as funções Cont.Valores e Contar.Vazio e, parcialmente, 
a Cont.Núm. Veja como, adotando o intervalo de células A1:A20 para exemplo:
• Cont.Valores =CONT.SE(A1:A20;“<>”&“”): como a Cont.Valores conta as células que 
são diferentes de células vazias, seria o mesmo que usar a Cont.Se informando que o critério é ser 
diferente de vazio. Por isso, inserimos os termos <>, que indicam “diferente de” e as aspas “”, que 
indicam “vazio”.
• Contar.Vazio =CONT.SE(A1:A20;“”): como a Contar.Vazio conta as células que não contêm 
dados ou vazias, seria o mesmo que usar a Cont.Se informando que o critério é ser igual a “vazio”. 
Por isso, inserimos somente as aspas “”, que indicam “vazio”.
• Cont.Núm =CONT.SE(A1:A20;“>=0”): a Cont.Se não consegue substituir completamente a 
Cont.Núm, mas caso o usuário saiba que, no intervalo, existam números, serão sempre maiores ou 
iguais a 0 (zero) (por exemplo), então conseguimos usar a função dessa maneira.
Exemplo prático da função Cont.Se:
Em uma instituição de ensino, queremos saber quantos cursos passaram de 200 matrículas na 
primeira semana de abertura. Nesse caso, conforme a figura a seguir, inserimos na célula B13 a seguinte 
fórmula: =CONT.SE(E2:E10;“>=200”).
Figura 47 – Contando com base em um critério usando a função Cont.Se
150
Unidade III
E2:E10 é o intervalo onde estão os dados de novas matrículas que queremos contar. B13 é onde 
está o critério, ou seja, maior (>) ou igual (=) a 200. Utilizamos a célula B13 para facilitar a visualização 
do critério.
Cont.Ses
Essa função é uma extensão da Cont.Se. Em vez de usar um único critério, pode‑se usar vários. 
Essa função é capaz de substituir todas as demais que vimos (parcialmente a Cont.Núm, assim como a 
Cont.Se faz).
A fórmula da função Cont.Ses é a seguinte:
=CONT.SES(intervalo_critério1;critério1…). 
Em que:
• Intervalo_critério1: é o primeiro intervalo de células que será analisado.
• Critério1: é o critério referente ao intervalo_critério1. 
No Excel, essa função abrirá outros argumentos, seguindo a lógica:
intervalo_critério1;critério1;intervalo_critério2;critério2;intervalo_critério3;critério3…
Os tipos de critério funcionam exatamente da mesma forma que na função Cont.Se e como nas 
demais funções do Excel. Vamos a um exemplo (figura a seguir):
151
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
Figura 48 – Contando com base em um critério usando a função Cont.Ses
Aqui, utilizamos três critérios. Queremos definir quantas vezes o cliente Francisco comprou soja 
antes do dia 08/10/2019.
A função foi inserida na célula B4 da seguinte maneira:
• Intervalo_critério1 (A7:A17): primeiro intervalo de células que queremos analisar, onde está o 
nome do cliente.
• Critério1 (B1): critério referente ao intervalo_critério1, a célula onde está o nome do cliente. 
Poderíamos ter escrito “Francisco” em vez de ter feito referência a uma célula. O efeito é o mesmo, 
mas usando outra célula podemos entender rapidamente a função e alterá‑la para o nome de 
outro cliente, se necessário.
• Intervalo_critério2 (B7:B17): intervalo onde estão as datas de compra dos clientes.
152
Unidade III
• Critério2 (“<”&B3): menor que a célula onde está a data, ou seja, menor que 08/10/2019, pois 
queremos apenas as compras que aconteceram antes dessa data. Poderíamos ter utilizado também 
“<”&“08/10/2019” com o mesmo efeito.
• Intervalo_critério3 (C7:C17): intervalo onde estão os nomes dos produtos comprados.
• Critério3 (B2): célula onde está o nome do produto comprado. Poderíamos ter escrito “Arroz” e 
teríamos o mesmo efeito. 
Com a função Cont.Ses, foi possível calcular quantas vezes o cliente Francisco (que aparece no 
intervalo A7:A17) comprou o produto arroz (que aparece no intervalo B7:B17) antes do dia 08/10/2019 
(que aparece no intervalo B7:B17). A fórmula ficou assim: 
=CONT.SES(A7:A17;B1;B7:B17;“<”&B3;C7:C17;B2).
8.9 Funções lógicas SE, SE(E), SE(OU)
Função SE
A função SE é do tipo lógica. Ela analisa um dado e o compara com alguma condição. Caso essa 
condição seja verdadeira, a função retornará um dado; caso seja falsa, retornará outro.
Argumentos da função SE:
=SE(teste_lógico;[valor_se_verdadeiro];[valor_se_falso])
Em que:
• Teste_lógico: o teste que o usuário faz para determinar se é verdadeiro ou se é falso.
• [Valor_se_verdadeiro]: o dado que a função exibirá caso o teste_lógico seja verdadeiro.
• [Valor_se_falso]: o dado que a função exibirá caso o teste_lógico seja falso.
Os testes lógicos que podem ser feitos são sempre comparando alguma coisa à outra. Por exemplo, 
ao comparar os dados na célula A1 com os da A2, temos as seguintes opções:
• A1=A2: testar se o dado que está na célula A1 é igual ao da A2.
• A1<>A2: testar se o dado que está na célula A1 é diferente do da A2.
• A1<A2: testar se o dado que está na célula A1 é menor do que o da A2.
• A1>A2: testar se o dado que está na célula A1 é maior do que o da A2.
153
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
• A1<=A2: testar se o dado que está na célula A1 é menor ou igual do que o da A2.
• A1>=A2: testar se o dado que está na célula A1 é maior ou igual do que o da A2. A resposta 
para qualquer uma das funções anteriores será verdadeiro ou falso.
Vamos usar um exemplo. Na figura a seguir, estão os nomes dos participantes de uma competição e 
os pontos que cada um obteve.
Figura 49 – Pontuação dos participantes da competição
Aquele que conseguir mais de 15 pontos estaria automaticamente classificado para a próxima etapa. 
Para determinar

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