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GAU Arquitetura Corporativa e de Interiores

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Prévia do material em texto

Projeto corporativo de escritórios
Apresentação
Uma informação importante no momento de projetar edificações e espaços arquitetônicos diz 
respeito ao tipo de edificação que se pretende elaborar, bem como ao seu uso. Ao considerar os 
usos específicos da futura edificação, diferentes estratégias são criadas para que ela funcione da 
melhor maneira possível e de acordo com essas necessidades. Portanto, o uso da edificação 
influencia diretamente a forma como ela é pensada.
Assim, ao pensar em projetos específicos para escritórios, fatores singulares devem ser 
considerados, como, por exemplo, flexibilidade de alterações de divisórias, sistemas e leiautes, 
possibilidade de atender a variados programas de necessidade em um mesmo espaço, locais 
específicos de acordo com a cultura da empresa, entre outros.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar questões relacionadas ao projeto corporativo de 
escritórios, percebendo as diferentes características desse tipo de edificação. Você também verá 
exemplos de edifícios de escritórios projetados para distintas necessidades por meio de diagrama e 
de desenhos. Por fim, vai entender quais são os principais condicionantes para esse tipo de projeto.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar as características dos prédios corporativos.•
Diferenciar os programas de acordo com a natureza das empresas.•
Reconhecer as condicionantes dos projetos corporativos em geral.•
Infográfico
Ao elaborar um projeto corporativo para escritórios, o profissional arquiteto deve considerar vários 
aspectos que influenciarão diretamente o funcionamento da edificação. Entre eles, podem-se citar 
o bem-estar do usuário, questões mercadológicas e de meio ambiente.
Existem outros elementos que devem ser considerados no momento da projetação, como as 
tecnologias, os mobiliários, a setorização, entre outros.
Neste Infográfico, veja um pouco mais sobre o que se deve considerar no momento de projetar 
edificações corporativas para escritórios.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/3c5be6d5-fa42-4c0d-ab34-a813f19cdc9f/66314036-98dc-422a-9276-855e8a630b3d.jpg
Conteúdo do livro
O leiaute adotado por algumas empresas depende de determinadas questões, como proximidade e 
instalações dos equipamentos.
No trecho da obra Manual do arquiteto: planejamento, dimensionamento e projeto, base teórica 
desta Unidade de Aprendizagem, você vai saber mais sobre a compartimentação e o leiaute de 
mobiliários.
Boa leitura.
TERCEIRA EDIÇÃO
MANUAL 
DO 
ARQUITETO
PLANEJAMENTO, 
DIMENSIONAMENTO 
E PROJETO
DAVID LITTLEFIELD
M
ANUAL DO ARQUITETO
PLANEJAM
ENTO, DIM
ENSIONAM
ENTO E PROJETO
TERCEIRA EDIÇÃO
ARQUITETURA/CONSTRUÇÃO
Fruto de um trabalho considerável por parte de um grande número de arquitetos, engenheiros 
e acadêmicos, Manual do Arquiteto apresenta os princípios e dados dimensionais para o 
projeto de arquitetura das mais variadas tipologias de edifi cação. Esta terceira edição está 
completamente atualizada e inclui mudanças recentes em regulamentação e prática, como a 
crescente ênfase nas questões ambientais, de forma a atender às necessidades de estudantes 
e profi ssionais de arquitetura, urbanismo, engenharia civil e construção.
Um guia completo, Manual do Arquiteto aborda os principais tipos de edifi cações, como 
aeroportos, hospitais, escolas, equipamentos industriais e esportivos, templos religiosos, 
bibliotecas, museus, hotéis e restaurantes. Para todos os casos, são fornecidos os requisitos 
básicos para os estudos preliminares do projeto de arquitetura, além de informações sobre 
planejamento e projetos complementares. Também são tratados aspectos como materiais, 
acústica, iluminação e espaços necessários para circulação e equipamentos.
Entre os diferenciais que fazem desta uma obra única no mercado brasileiro estão capítulos 
que tratam dos seguintes temas:
• A administração do escritório de arquitetura
• Custo de capital e custo de vida útil das edifi cações
• Planejamento e desenho urbano
• Acessibilidade e inclusão
• Terminais de transporte e pontos de conexão
• Estúdios de gravação de som e imagem
• Projeto de arquitetura em zonas tropicais
• Instalações prediais
• Materiais de construção
DAVID LITTLEFIELD
TERCEIRA EDIÇÃO
95379 Manual do Arquiteto.indd 1 28/3/2011 10:45:58
L778m Littlefield, David. 
 Manual do arquiteto [recurso eletrônico]: planejamento, 
 dimensionamento e projeto / David Littlefield ; tradução: 
 Alexandre Salvaterra ; revisão técnica: James Miyamoto, 
 Silvio Dias, José Barki. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : 
 Bookman, 2011.
 Editado também como livro impresso em 2011
 ISBN 978-85-7780-558-7
 1. Arquitetura. 2. Arquitetura – manual. I. Título.
CDU 72(035)
Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052
184 Manual do Arquiteto: Planejamento, Dimensionamento e Projeto
7 COMPARTIMENTAÇÃO E LEIAUTE DE MOBILIÁRIO
7.01
O leiaute adotado por uma organização depende de questões de 
proximidade e localização de equipamentos – algumas áreas, por 
exemplo, não devem ficar muito perto do conjunto de salas dos di-
retores. Em 12.15 há um quadro de relações utilizado para projetar 
a distribuição de espaço.
7.02
A compartimentação e o leiaute de mobiliário de uma área de tra-
balho devem ser extremamente flexíveis (12.16 a 12.22). Além dis-
so, elas são as áreas com maior facilidade de aquisição e com maior 
rotatividade. O mobiliário é uma ferramenta muito acessível, que 
pode valorizar o desempenho, ou seja, transformar o mínimo em 
máximo.
7.03 Características fundamentais
• Redução das mesas de trabalho para uso individual em tempo
integral
• Mobiliário, recursos e espaço para grupos ou equipes de proje-
to devem ser compartilhados o tempo todo
• Móveis devem suportar o uso intensivo e variado de tecnologia 
da informação
• Capacidade de apoio a diferentes usuários ao longo do tempo
7.04
Os leiautes devem equilibrar a busca pela compartimentação (co-
mum em escritórios alemães e escandinavos) e a necessidade de se 
economizar e aumentar o valor, utilizando padrões de trabalho in-
terativos em locais de planta livre. As áreas livres devem ser proje-
tadas e administradas de forma a permitir um ambiente de trabalho 
silencioso e tranquilo, além do uso flexível de espaço em diferentes 
momentos. O uso da tecnologia da informação para possibilitar a 
mobilidade dentro do escritório sugere novas maneiras de se plane-
jar um espaço.
Deve-se buscar o equilíbrio entre:
Dinamizar a comunicação e
A necessidade de trabalho em 
grupo / equipe / projeto e
A disponibilização de áreas 
abertas e para trabalho 
em grupo
Proporcionar um ambiente 
silencioso e tranquilo
Confidencialidade e
trabalho individual e o
Acesso à iluminação, orienta-
ção solar e ventilação naturais
7.05
Em 12.23 a 12.38 encontram-se dimensões relevantes de esta-
ções de trabalho típicas para funcionários de escritório. Dimen-
sões padronizadas para espaços onde há uso de computadores 
podem ser encontradas no Capítulo 2. Atualmente, os escritórios 
de projeto consistem, em sua maioria, em estações de trabalho 
CAD (projeto assistido por computador), mas mesas de desenho 
ainda são utilizadas. 12.39 a 12.42 indicam as dimensões neces-
sárias.
7.06 Salas e espaços de reunião
São as áreas principais em qualquer organização. 12.43 a 12.45 
apresentam diferentes configurações. Às vezes, é preciso equipa-
mento para comunicação televisual com áreas remotas.
7.07 Sistema de instalações
Há três maneiras de levar instalações elétricas e de comunicação a 
cada estação de trabalho e espaços de reunião:
• Em pisos elevados (12.46)
Esse arranjo é bastante popular entre os empreendedores – o
que é surpreendente, pois se trata do mais caro. Exceto se um
teto absurdamente baixo for construído, o pé-direito será obri-
gatoriamenteaumentado pela profundidade do piso elevado.
As tomadas de energia elétrica e telecomunicação ficam em
caixas de tomadas embutidas no piso, com tampas com dobra-
diças. A capacidade dessas caixas é limitada pelo tamanho, e
geralmente só tem espaço para três tomadas elétricas e uma
valor
1
2
3
4
5
6
7
8
9
1
2
3
4
5
6
7
8
9
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11
12
13
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18
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20
1
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3
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5
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8
9
10
11
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13
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15
16
17
18
19
20
indesejável
indiferente
a média satisfaz
importante
particularmente importante
absolutamente necessário
proximidade
importância
contatos pessoais
tarefas feitas em conjunto
barulho
número de visitantes
conveniência
supervisão
movimento de papéis
uso de produtos
recursos compartilhados
código razão
razão
ra
zõ
es
 q
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d
et
er
m
in
am
 o
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o
ri
a 
d
e 
p
ro
xi
m
id
ad
e
presidente
diretor sênior
diretor 
financeiro
diretor de 
vendas
diretor de 
produção
compras
vendas gerais e 
escritório administrativo
contabilidade
planejamento 
de produção
processamento de 
dados
correspondência 
e almoxarifado
recepção
banheiro 
masculino
banheiro 
feminino
porta frontal
porta dos fundos
20
 
19
 
 18
 
17
 
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 13
 
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 7
 
 6
 
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 4
 
 3
 
 2
 
 1
 
A
9
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5
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5
O
5
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4
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5
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5
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8
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7
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O
6
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4O
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3
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6
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6
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2
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1
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1
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1
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1
O
1
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2
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1
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1
I
1
A
1
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7
I
5,7
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O
5
A
E
I
O
U
X
12.15 Quadro de relações para uma empresa pequena.
Littlefield_12.indd 184 12/01/11 14:24
12 Escritórios 185
planta livre divisórias acústicas
divisórias 
e móveis
estrutura
linhas fixas compartimentos
12.16 Comparação de diferentes leiautes, que variam com: grau de fechamento, densidade de pessoas, distribuição de espaço.
3,7
22,5
3
.7
0
0
3.700
12.17 Planta livre.
tomada dupla para telefone. Colocar mais caixas ou mudar a 
posição das existentes é difícil e sai caro. Assim, os leiautes de 
móveis e divisórias costumam ser fixos em relação a elas. Às 
vezes, as caixas são colocadas em rotas de circulação intensa, 
onde causam acidentes.
• Em tetos falsos (12.47)
Em geral, os tetos falsos ficam apenas parcialmente preenchi-
dos com dutos de condicionamento de ar ou ventilação; logo, 
o aumento da altura necessário para a acomodação dos cabos 
é mínima. As tomadas de energia elétrica e telecomunicação 
podem ser acomodadas em barras com instalações, que tem 
capacidade de acomodar até 20 tomadas diversas. Eles podem 
ser colocados em praticamente qualquer posição e são fáceis 
de mover, pois o que os mantêm no lugar é o fato de estarem 
simplesmente pendurados entre o forro e a face inferior da laje 
do pavimento de cima. Há, porém, uma desvantagem: várias 
barras com instalações, localizadas de maneira aparentemente 
aleatória, podem ter má aparência.
Littlefield_12.indd 185 12/01/11 14:24
186 Manual do Arquiteto: Planejamento, Dimensionamento e Projeto
7,5
22,5
4.700
4
.2
0
0
4,2
12.18 Planta livre estruturada.
5,5
1,5
1,5
5,4
12.19 Espaços agrupados.
4,5
7,5
7,5
22,5
12.20 Sistema híbrido com compartimentação central.
Littlefield_12.indd 186 12/01/11 14:24
12 Escritórios 187
2,9 m
4
 m
14
12.21 Sistema híbrido com compartimentação lateral.
5,5
1,5
4,5
5,4 2,7
4
.5
0
0
2.700
12.22 Compartimentado.
1.000
6
0
0
12.25 Com espaço para papéis na lateral.
1.200
6
0
0
12.26 Com espaço para papéis em ambos os lados.
12.23 Alcance médio de pessoa sentada à mesa de trabalho. Para alcançar 
mais longe, usuário tem de se curvar, mas não levantar.
12.24 Espaço básico para escrever e digitar.
Littlefield_12.indd 187 12/01/11 14:24
188 Manual do Arquiteto: Planejamento, Dimensionamento e Projeto
1.200
7
5
0
12.27 Espaço para papéis, canetas e telefone.
1.200
8
5
0
12.28 Espaço generoso para papéis.
1.500
8
5
0
12.29 Espaço para papéis e área para se abrir pastas e livros.
corredor 1.000
gaveta 
aberta
1.600
5
0
0
600550450
12.30 Espaço necessário para arquivo com gavetas.
corredor
750 a 
900
9
0
0
 –
 1
.0
0
0
1.200
750 450
450450
12.31 Dimensões necessárias para arquivos alinhados.
1.300 a 1.500
1
.0
0
0
1.500 1.200 1.500 mínimo
1.500
1.100 2.000
2
.0
0
0
1
.4
0
0
1
.5
0
0
1
.0
0
0
600 750 450 700 400
450 900 600700 600 600
12.32 Dimensões recomendadas para arquivos e outros equipamentos de escritório e circulação.
Littlefield_12.indd 188 12/01/11 14:24
12 Escritórios 189
mesa 
1.500 × 750 corredor
mesa 
1.200 × 750
a
rq
u
iv
o
 
7
0
0
 ×
 4
5
0
a
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u
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o
 
7
0
0
 ×
 4
5
0
1
.6
5
0
2.400
2.850
2.100
2.550
1
.6
5
0
900
9
0
0
900
9
0
0
12.33 Espaços e leiaute para mesa e arquivo.
a
rq
u
iv
o
 
7
0
0
 ×
 4
5
0
a
rq
u
iv
o
 
7
0
0
 ×
 4
5
0
corredor
escrivaninha
1.500 × 750
escrivaninha
1.500 × 750
escrivaninha
1.200 × 750
escrivaninha
1.200 × 750
mesa
1.200 × 750
mesa
1.200 × 750
mesa
1.500 × 750
mesa
1.500 × 750
corredor
corredorcorredor
2100 2.550
2.400 2.850
2
.4
0
0
.2
.4
0
900900
900900
12.34 Escrivaninha com mesa, arquivo e cadeira, espaço e leiaute.
corredor corredor
mesa
1.500 
× 750
mesa
1.200 
× 750
a
rq
u
iv
o
7
0
0
 ×
 4
5
0
a
rq
u
iv
o
escrivaninha
1.500 × 750
escrivaninha
1.200 × 750
3.3003.600
1
.6
5
0
1
.6
5
0
900900
9
0
0
9
0
0
12.37 Escrivaninha, mesa e arquivo, espaços livres e leiaute.
corredor
corredor
escrivaninha
1.500 × 750
escrivaninha
1.200 × 750
mesa
1.500 
× 750
mesa
1.200 
× 750
1
.6
5
0
3150
1
.6
5
0
2.850
900
9
0
0
900
9
0
0
12.35 Escrivaninha com mesa adjacente, espaços livres e leiaute.
corredor
corredor
escrivaninha
1.500 × 750
escrivaninha
1.200 × 750
m
e
s
a
 d
e
 u
s
o
 c
o
m
u
m
 
1
.5
0
0
 ×
 7
5
0
m
e
s
a
 d
e
 u
s
o
 
c
o
m
u
m
 
1
.2
0
0
 ×
 7
5
0
2.475
2.775
1
.6
5
0
1
.6
5
0
900
9
0
0
6
0
0
900
12.36 Escrivaninha com mesa de uso comum, espaços livres e leiaute.
Littlefield_12.indd 189 12/01/11 14:24
190 Manual do Arquiteto: Planejamento, Dimensionamento e Projeto
escrivaninha
1.200 × 750
m
e
s
a
 d
e
 u
s
o
 
c
o
m
u
m
1
.2
0
0
 ×
 7
5
0
a
rq
u
iv
o
a
rq
u
iv
o
a
rq
u
iv
o
a
rq
u
iv
o
m
e
s
a
 d
e
 u
s
o
 
c
o
m
u
m
1
.5
0
0
 ×
 7
5
0
escrivaninha
1.500 × 750
corredor
1
.6
5
0
3.225
1
.6
5
0
2.925
900
9
0
0
900
9
0
0
12.38 Escrivaninha, mesa de uso comum e arquivo, espaços livres e leiaute.
mesa de 
desenho
mesa de apoio
metade 
do 
corredor
1.500 1.500
1
.8
0
0
3.900
900
12.39 Mesa de desenho com mesa de apoio contígua: área 7,0 m².
mesa de 
desenho
mesa de apoio
metade do 
corredor
1.500
2.400
2
.7
5
0
900
12.40 Mesa de desenho com mesa de apoio por trás: área 6,6 m².
mesa de 
desenho
mesa de 
apoio
metade 
do 
corredor
1.500
3.300
2
.1
5
0
900900
12.41 Mesa de desenho com mesa de apoio lateral: área 7,1 m².
mesa de 
desenho
mesa de 
desenho 
de apoio
meio-
corredor
mesa se move para 
permitir entrada
unidade para 
armazenamento
próxima mesa 
de desenho
1.100
1
.8
0
0
3.350
900750
150150
300
12.42 Mesa de desenho de apoio com rodízios: área 6,0 m² (projeto Building 
Design Partnership).
2.700 2.200 3.000 3.000
3
.0
0
0
3.000
2
.5
0
0
1
.5
5
0
2.450
3
.1
5
0
3.500 3.100
3
.6
0
0
3
.6
0
03.150
3.650
3100
4.000
5
.2
5
0
3.100
8
.1
0
0
3.100
3.1006
.1
0
0
3.100
3.100
5
.1
0
0
3.100
4
.1
0
0
7
.1
0
0
4.500
3
.3
0
0
12.43 Necessidades espaciais para reuniões informais.
Littlefield_12.indd 190 12/01/11 14:24
12Escritórios 191
• Dutos perimetrais conectados a sistema de cabeamento dentro 
de móveis e divisórias (12.48)
Esse sistema é particularmente adequado para escritórios com
ventilação natural, sem tetos falsos. No entanto, ele dificulta o
deslocamento de móveis e divisórias, e pode inibir a movimen-
tação entre áreas de trabalho.
Dois outros métodos eram utilizados no passado, mas deixa-
ram de ser recomendáveis. Dutos embutidos na laje de piso exigem 
tomadas logo acima do nível do piso, sempre adjacentes ao posicio-
namento dos dutos. Esse método limita totalmente a distribuição de 
móveis e as rotas de circulação. Um sistema pior ainda consiste na 
colocação de cabos no teto falso abaixo do pavimento em questão. 
Isso significa que, se mudanças tiverem de ser feitas, as obras ocor-
rerão em um pavimento diferente – que pode estar sendo ocupado 
por outra organização!
4.200 4.800 6.300
7
.2
0
0
5
.7
0
0
4
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0
0
12.44 Necessidades espaciais para reuniões formais.
12.45 Móveis modulados projetados para permitir configurações alter-
nativas.
laje de piso de concreto
duto do condicionamento de ar
teto falso
piso elevado
cabos caixa de tomadas no piso
laje de piso de concreto
12.46 Instalações elétricas e de telecomunicações sob pisos elevados.
laje de piso 
de concreto
duto do condicionamento de ar
teto falso
eletroduto
barra com instalações
laje de piso 
de concreto
12.47 Instalações elétricas e de telecomunicações através de teto falso.
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esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Dica do professor
Um projeto corporativo está voltado para atividades de administração e deve acompanhar as 
mudanças e o desenvolvimento das tecnologias relacionadas a essa área para ser capaz de garantir 
espaços bem aproveitados, funcionais e confortáveis.
Nesta Dica do Professor, veja um pouco mais sobre as características dos edifícios de escritórios e 
as regras atuais para esses espaços.
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Na prática
Os edifícios corporativos contemplam aspectos que devem ser pensados de forma individual e, 
portanto, divididos de acordo com a sua vida útil e a sua necessidade de alteração/transformação 
ao longo do tempo a fim de permitir que essas edificações sejam funcionais, considerando as 
mudanças do mercado.
Neste Na Prática, conheça um pouco mais sobre esses aspectos. 
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Ambientes de trabalho compartilhados: o desafio de projetar 
espaços de coworking
Uma tendência que vem se destacando no cenário corporativo diz respeito à utilização 
compartilhada de espaços de trabalho. Neste artigo, saiba mais sobre o projeto desse tipo de 
espaço de trabalho.
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Arquitetura e qualidade de vida no ambiente de trabalho: 
estudo preliminar de um coworking em Maceió
Os locais de trabalho influenciam de forma direta a produtividade e a qualidade de vida dos 
funcionários. Veja mais sobre o assunto neste estudo de caso.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Evolução dos espaços de trabalho ao longo dos anos
Os espaços de arquitetura se desenvolvem e sofrem alterações conforme os acontecimentos e as 
tendências da sociedade. É também assim com os espaços corporativos. Leia este artigo e saiba 
mais sobre a evolução desses espaços.
https://periodicos.ifsul.edu.br/index.php/poliedro/article/view/1065/1007
https://periodicos.set.edu.br/fitshumanas/article/view/9244/4560
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://cic.unifio.edu.br/anaisCIC/anais2019/pdf/03.24.pdf
Projeto de interiores e acabamentos 
construtivos
Apresentação
Parte significativa do trabalho do profissional que trabalha com arquitetura de interiores é 
selecionar os materiais mais adequados para a sua proposta. Além do efeito estético, da aparência 
do material, critérios como manutenção, resistência ao fogo e acessibilidade pesam na seleção e 
combinação de opções. Além dos materiais em si, a relação deles com os outros que vão compor a 
proposta deve ser pensada, tendo em mente a harmonia entre os elementos e os encontros e 
encaixes entre eles.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai reconhecer os principais materiais utilizados em projetos 
de arquitetura de interiores e as suas características. Além disso, você vai ver alguns cuidados que 
devem ser tomados na sua indicação e instalação. Por fim, você vai perceber como o projeto é a 
ferramenta de compatibilização por excelência e quais são os caminhos que o profissional pode 
adotar para garantir o sucesso de sua proposta.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Descrever os principais elementos de acabamentos em interiores.•
Explicar os cuidados necessários na aplicação de tais acabamentos.•
Aplicar a compatibilização dos elementos de acabamentos em interiores.•
Infográfico
O uso ao qual um ambiente se destina é um dos fatores que mais influenciam a escolha dos 
materiais de acabamento. As áreas molhadas necessitam de atenção especial, uma vez que os 
revestimentos devem ser resistentes à umidade e pouco escorregadios. Atualmente, é bastante 
ampla a gama de opções oferecidas pelo mercado.
Neste Infográfico, você vai conhecer os principais materiais de acabamento que podem ser 
utilizados em pisos de áreas molhadas, como cozinhas, lavanderias e banheiros. Você vai verificar as 
principais vantagens e desvantagens de cada um.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/2ee75b1a-2803-451a-9987-209affb614bb/666b382b-bc21-41dc-a4ee-019e344e5498.jpg
Conteúdo do livro
As pessoas passam boa parte de suas vidas dentro de edifícios. Casa, trabalho, instituições de 
ensino, comércio, salas de eventos são o pano de fundo sobre o qual decorre a vida humana. Isso, 
por si só, constitui um motivo significativo para a preocupação com a qualidade desses espaços. 
Sabendo disso, é fundamental reconhecer como diferentes materiais alteram a percepção desses 
espaços e a necessidade de o projetista conhecer suas características e limitações.
No capítulo Projeto de interiores e acabamentos construtivos, base teórica desta Unidade de 
Aprendizagem, você vai estudar as principais opções de materiais que arquitetos, designers e 
demais projetistas podem utilizar na hora de compor e combinar os elementos constituintes de suas 
criações. Você também vai aprender as propriedades e os cuidados necessários no emprego desses 
materiais. Além disso, você vai verificar o papel do projeto como instrumento de compatibilização 
por excelência, a ferramenta que torna possível a realização de propostas complexas, integrando o 
trabalho de profissionais de diversas áreas.
Boa leitura. 
ARQUITETURA DE 
INTERIORES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Descrever os principais elementos de acabamentos em interiores.
 > Explicar os cuidados necessários na aplicação de acabamentos em interiores.
 > Aplicar a compatibilização dos elementos de acabamentos em interiores.
Introdução
A maneira como percebemos os espaços internos está intimamente relacionada 
com os revestimentos e acabamentos de suas superfícies. A escolha entre um 
material e outro pode alterar significativamente um espaço; além disso, a falta de 
planejamento na especificação desses materiais pode extrapolar orçamentos e 
comprometer a utilizaçãodos ambientes no longo prazo. Um projetista, portanto, 
deve conhecer as características, vantagens e desvantagens das principais opções 
a sua disposição. 
Neste capítulo, vamos apresentar as principais opções disponíveis para ma-
teriais de revestimento, os cuidados que devemos ter quando de sua utilização e 
as ferramentas utilizadas na combinação desses materiais.
Projeto de interiores 
e acabamentos 
construtivos
Gabriel Lima Giambastiani
Acabamentos em projetos de arquitetura 
de interiores
A principal função das edifi cações é servir de abrigo e de suporte para as ati-
vidades humanas. A sensação de proteção que temos quando ingressamos 
em uma construção depende da delimitação resultante das relações entre os 
planos de pisos, paredes e tetos, pois são esses os elementos que defi nem os 
limites físicos dos recintos (CHING; BINGGELI, 2019). Também é verdade que os 
materiais utilizados nos revestimentos desses elementos podem alterar signi-
fi cativamente a percepção do espaço. Podemos validar essa hipótese com um 
simples exercício de pensamento. 
Imagine que você ingressa em um quarto de hotel onde todas as superfícies 
são homogêneas e pintadas com branco. Mobiliário, cortinas, louças e metais 
seguem um padrão. Agora, imagine que você deixa o primeiro quarto e ingressa 
em outro, com iguais geometria e configuração. Esse segundo ambiente tem forro 
e piso em madeira, paredes revestidas com pedra, mobiliário variado, cortinas 
de linho, metais cromados. Dificilmente poderíamos sustentar que estamos 
falando de ambientes iguais. Essa diferença de percepção que a materialidade 
e o aspecto físico de algo provocam no usuário corresponde ao conceito de 
caráter imediato (MAHFUZ, 1995). Considerando dimensões e volumetria iguais, a 
percepção do usuário será diferente se a materialidade do objeto for diferente.
Sabendo disso, o projetista pode promover certas sensações e percepções 
variando os materiais de revestimento de suas propostas. Observe, na Figura 1, 
como essa variação influencia a percepção dos espaços internos.
Figura 1. Estudo de materiais em sala de estar.
Projeto de interiores e acabamentos construtivos2
O par de imagens da Figura 1 faz parte de uma apresentação cujo objetivo 
era validar, junto ao cliente, algumas alternativas de materiais. A imagem da 
esquerda mostra a laje em concreto aparente, ou seja, sem forro, e o piso 
em réguas de madeira; a imagem à direita mostra o piso com forro pintado 
de branco e o piso Silestone em placas. Utilizar o mesmo ponto de vista, 
variando apenas os materiais, é uma técnica interessante para demonstrar 
a diferença de percepção provocada por essas variações. 
Agora que você sabe como a variação dos materiais de revestimento pode 
alterar a percepção de um espaço, vamos estudar as principais categorias de 
revestimentos utilizados em projetos de arquitetura de interiores. Também 
veremos como o mesmo material pode ser utilizado tanto em superfícies 
horizontais quanto em superfícies verticais, e vamos estudá-las de acordo 
com a natureza do material.
Madeira
A madeira foi um dos primeiros materiais empregados na construção de 
abrigos humanos e, curiosamente, chega aos tempos atuais como uma das 
tecnologias construtivas mais promissoras e versáteis — prova de que, apesar 
de ser antigo, o potencial de uso desse material está longe de ser esgotado. 
Proveniente da extração de árvores, trata-se de um material resistente e 
flexível. O desenvolvimento da indústria da construção civil, somado a pre-
ocupações ambientais, estimulou o desenvolvimento de subprodutos desse 
material, que acabam, assim, sendo mais comuns nas construções atuais.
Alguns subprodutos da madeira incluem o MDF (medium density 
fiberboard), ou placa de fibra de média densidade, uma placa aglo-
merada derivada da madeira; o MDP (medium density particleboard), ou painel 
de partícula de média densidade, que, diferentemente do MDF (feito com fibras), 
é feito com partículas de madeira; e o CLT (cross-laminated timber), ou madeira 
laminada cruzada, um material estrutural de madeira composto de várias cama-
das orientadas perpendicularmente umas as outras (essa alternância entre a 
orientação das chapas resulta em um componente que resiste melhor à tração 
e à compressão).
Nos projetos de arquitetura de interiores, a forma mais comum de utilizar a 
madeira é no revestimento de pisos, na fabricação de painéis e na marcenaria. 
Entre as opções de piso, existem:
Projeto de interiores e acabamentos construtivos 3
  os de madeira maciça, compostos por réguas inteiras de madeira natural;
  os multistratos, compostos de lamelas de 5 mm de espessura de ma-
deiras de alta densidade, com base composta por recortes de madeira 
maciça cruzados de modo a formar uma espécie de mosaico; 
  os multiestruturados, com base composta de lâminas de madeira de 
reflorestamento e com uma lamela superior de 3 a 4 mm de madeira 
nobre, que determina o aspecto do produto final; 
  os multilaminados, semelhantes aos multiestruturados, mas com uma 
camada de acabamento mais fina, o que determina a impossibilidade 
de restaurar esse tipo de piso; 
  os do tipo deck, piso de madeira maciça normalmente utilizado para 
ambientes expostos ao tempo. 
Para a marcenaria, o tipo de madeira mais comum é o MDF com revesti-
mento melamínico, que consiste na colagem de uma placa na superfície do 
material para dar acabamento, ou com lâminas de madeira natural, quando 
o revestimento dessas placas é composto por uma camada muito fina de 
madeira. Observe, na Figura 2, um exemplo do uso de madeira em um projeto 
de arquitetura de interiores em que o MDF com lâminas de madeira natural 
foi utilizado para fazer o acabamento de um painel de divisória.
Figura 2. MDF revestido com lâmina de madeira natural em painel de divisória.
Projeto de interiores e acabamentos construtivos4
Alvenaria
A palavra alvenaria deriva do árabe alvaner (ou alvanel) e diz respeito àquele 
que trabalha com pedra, cimento ou cal: ou seja, o pedreiro. Chamamos de 
alvenaria o tipo de construção composto por unidades unidas ou não por ar-
gamassa. Esse tipo de sistema de vedação constitui a maioria das construções 
do dia a dia, sejam paredes de tijolos de barro, blocos cerâmicos, blocos de 
concreto, pedra. Além dos blocos, é comum a aplicação de uma camada de 
revestimento de argamassa (mistura homogênea composta, basicamente, por 
agregados miúdos, cimento e água). A esse revestimento, normalmente são 
aplicados outros, como a pintura e o revestimento cerâmico, por exemplo. 
Veja a Figura 3.
Figura 3. Casas rebocadas e caiadas na ilha de Santorini, Grécia.
Fonte: Greece Moments ([20--], documento on-line).
Popularmente, o revestimento das paredes de alvenaria é chamado 
de reboco. No entanto, esse tipo de revestimento é composto por 
várias camadas, que desempenham diferentes funções. O chapisco, por exemplo, 
é a camada inicial de argamassa, que serve para aumentar a aderência das 
demais camadas à parede. Já o emboço é a camada aplicada após o chapisco 
e ajuda a corrigir as irregularidades da superfície na qual o revestimento é 
aplicado. Por fim, o reboco, propriamente dito, é a camada final e serve para 
dar acabamento ao revestimento.
Projeto de interiores e acabamentos construtivos 5
Gesso
O gesso também é um material amplamente utilizado na arquitetura de 
interiores, seja na forma de divisórias (portanto, contrapondo-se à alvenaria 
como alternativa mais ágil para a construção de paredes), seja na construção 
de forros (isto é, como acabamento para as superfícies do teto de um recinto). 
Podemos distinguir entre dois tipos principais de soluções em gesso: o gesso 
em placas e o gesso acartonado. 
O gesso em placas, como o nome sugere, é composto por placas do mate-
rial (normalmente medindo 60 × 60 cm), que são instaladas por meio de um 
sistema de encaixe conhecido como macho-fêmea. Sua sustentação ocorre 
por meio de arames ou pinos entre as placas e a laje ou o elemento de fixaçãosuperior. O acabamento desse material é feito lixando a superfície acabada, 
processo que gera quantidade considerável de pó e cuja viabilidade, portanto, 
deve ser bem avaliada, principalmente em áreas já ocupadas. Como vantagem 
desse tipo de acabamento, pode-se citar a flexibilidade na proposição de 
soluções. O projetista pode propor desenhos que vão de soluções minimalistas 
a superfícies bastante rebuscadas.
O gesso acartonado, por sua vez, refere-se a um sistema de construção 
a seco composto por placas de gesso revestidas por papel acartonado, que 
são fixadas a uma estrutura reticulada geralmente metálica. Em relação 
ao gesso em placas, a execução do gesso acartonado é mais rápida e mais 
limpa, além de ter menor quantidade de resíduos; para tanto, exige mão de 
obra mais qualificada.
Como vantagem adicional, existem, no mercado, diferentes tipos de placas 
de gesso acartonado. Além das placas convencionadas (standard ST), existem 
as placas resistentes à umidade RU (verde) e as resistentes à fogo RF (rosa). 
Antes de especificar, é importante consultar o catálogo do fornecedor para 
escolher o tipo de placa mais adequado.
Quando esse sistema é utilizado para a construção de divisórias, é chamado 
de drywall. Observe, na Figura 4, a utilização do sistema de gesso acartonado 
tanto na construção do forro quanto nas paredes de um espaço interno.
Projeto de interiores e acabamentos construtivos6
Figura 4. Gesso acartonado aplicado em forro e em paredes divisórias.
Fonte: Bannafarsai_Stock/Shutterstock.com.
Cerâmicas e porcelanatos
Por cerâmicas, entendemos pequenas unidades modulares de argila ou de 
porcelana (CHING; BINGGELI, 2019). O azulejo é um tipo de cerâmica, uma 
peça de pouca espessura em que uma das faces é vidrada, resultado da 
aplicação de uma camada denominada esmalte. O porcelanato, classificado 
como produto cerâmico pela NBR ISO 10545-3 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE 
NORMAS TÉCNICAS, 2020), diferencia-se de cerâmicas como o azulejo porque 
não há a divisão entre a massa de cerâmica queimada (também conhecida 
como “biscoito”) e a camada superficial, esmalte. 
A aparência do porcelanato pode depender da aplicação de uma camada 
superficial, porcelanato esmaltado, ou ser simplesmente o resultado da 
mistura que o compõe, porcelanato técnico. Essa diferenciação também 
tem consequências para outras propriedades desse revestimento, como a 
absorção de água. Rosso, Cunha e Rojas-Ramírez (2005, documento on-line) 
apresenta a seguinte distinção: “O porcelanato é classificado como esmal-
tado ou técnico (polido ou não), sendo que para o esmaltado admite-se uma 
absorção de água até 0,5%. Porém, para o porcelanato técnico, esta absorção 
deve ser menor ou igual a 0,1%”.
Projeto de interiores e acabamentos construtivos 7
Atualmente, o porcelanato é um dos materiais mais comuns para o revesti-
mento de áreas molhadas (cozinhas, banheiros, etc.). Uma vantagem adicional 
do material é a ampla gama de opções no que diz respeito a tonalidades e 
texturas, que o tornam uma opção bastante versátil. Na Figura 5, você pode 
observar a aplicação de um piso de porcelanato em uma sala de estar.
Figura 5. Piso de porcelanato em uma sala de estar.
Pinturas
Vimos que o reboco é uma das formas de revestir paredes de alvenaria. 
Difi cilmente superfícies rebocadas ou, até mesmo, compostas por placas, 
como as de gesso, são deixadas cruas. A pintura é um dos revestimentos 
mais comuns nesses casos, que pode ser do tipo cal, esmalte, acrílico ou PVA 
(acetato de polivinila), os dois últimos os tipos mais comuns. A diferença entre 
a tinta acrílica e a PVA é o tipo de resina utilizada, sendo a primeira indicada 
para ambientes externos e, a segunda, para os internos.
Com relação à aparência, as tintas se classificam em foscas, acetinadas e 
semibrilho. Pense nessa classificação como uma escala que vai da ausência 
total de brilho (tinta fosca) até a mais brilhosa delas (semibrilho). As tintas 
acetinadas são uma alternativa intermediária entre as outras duas categorias.
Não se pretende, com essas categorias, fornecer um rol exaustivo de 
opções de revestimentos para projetos de arquitetura de interiores. Como 
você viu no caso da madeira, até mesmo materiais muito antigos podem ser 
transformados e melhorados para atender a necessidades atuais. Além disso, o 
Projeto de interiores e acabamentos construtivos8
uso de materiais em contextos diferentes pode resultar em experiências inte-
ressantes. Observe, na Figura 6, uma imagem da exposição “Onion Skin”, como 
o uso de superfícies iluminadas pode criar espaço ricos em espacialidade.
Figura 6. Exposição “Onion Skin”, de Olivier Ratsi, em Oaxaca, México.
Fonte: Ratsi (2013, documento on-line).
De modo geral, fique atento aos tipos de revestimentos utilizados nos 
projetos que lhe chamam a atenção e observe a maneira como são empregados 
e o efeito que causam. Depois, tente aplicar o que aprendeu em seus projetos. 
Agora que já vimos os principais tipos de revestimento, vamos ver os 
principais cuidados necessários ao emprego desses materiais.
Cuidados necessários na aplicação 
de materiais de revestimento
Antes de estudarmos os principais cuidados relacionados com as categorias 
de materiais apresentadas, é importante ressaltar que o processo de seleção 
de um revestimento deve levar em conta várias propriedades, além do efeito 
estético esperado. Um dos critérios mais cobrados dos projetistas diz respeito 
à manutenção, que vai de preocupações relativas à facilidade de limpeza e de 
restauro a preocupações com a vida útil do material. Pense no exemplo de uma 
casa de veraneio. Como esse tipo de imóvel é usado com menos frequência, 
Projeto de interiores e acabamentos construtivos 9
é compreensível que seu cliente opte por materiais que demandem menos 
reparos. A facilidade de montagem também é uma questão importante. Na 
maioria das vezes, projetistas não dispõem de prazos indeterminados para 
entregarem suas obras. Em função disso, algumas alternativas são preferíveis 
a outras em função da facilidade ou da rapidez de montagem. As divisórias 
de gesso acartonado são um bom exemplo: sua execução é bem mais rápida 
que a construção de uma parede em alvenaria convencional. 
Seguindo o exemplo das paredes, as preocupações quanto ao isolamento 
acústico são comuns, sobretudo em ambientes residenciais. O mesmo se aplica 
à resistência ao fogo. Como já vimos, existem materiais (como as placas de 
gesso resistentes a fogo) que buscam responder a esse tipo de preocupação. 
Por sua vez, a acessibilidade é um desdobramento do critério da manutenção 
e está relacionada à facilidade de acesso aos demais sistemas do projeto 
de arquitetura de interiores. Como exemplo, podemos citar a presença de 
alçapões em forros para facilitar a manutenção em fios, instalações elétricas 
ou sanitárias.
Tente se informar, portanto, a respeito das principais características 
dos revestimentos propostos para seus projetos. Consulte as informações 
disponíveis nos catálogo dos fabricantes, muitos deles disponíveis on-line. 
Além disso, converse com vendedores e colegas sobre experiências que 
tiveram no emprego dos revestimentos. Esse tipo de cuidado pode lhe aju-
dar a especificar materiais que, além de proporcionarem um efeito estético 
agradável, facilitem a vida dos usuários de seus projetos. 
Vamos, agora, examinar alguns cuidados que devemos ter com os principais 
tipos de revestimentos.
Madeira
Os principais cuidados em relação a revestimentos de madeira estão rela-
cionados à sensibilidade do material. Sobretudo quando estamos lidando 
com lâminas naturais, esses revestimentos costumam ser muito sensíveis à 
exposição à luz natural e à abrasão. Logo, os elementos de madeira, como o 
mobiliário sob medida, são um dos últimos itens a serem instalados. Quanto 
àqueles que devem ser instalados antes ou mantidos, como é o caso de pisos 
existentes, devem ser protegidos com outros materiais. Observe, na Figura 7, 
como uma camada de papelão protegeum piso de parquet preexistente.
Projeto de interiores e acabamentos construtivos10
Figura 7. Piso de madeira protegido com papelão.
Além da fragilidade, o projetista deve ficar atento a variações de tonali-
dade nas lâminas de madeira. Suponha que você tenha projetado um móvel 
para uma sala de estar há três anos. É bem provável que, caso você queira 
fazer um complemento para o móvel original, não consiga produzir uma 
peça que fique com a mesma tonalidade que o anterior, mesmo utilizando a 
mesma lâmina. Isso ocorre em função da exposição da lâmina original à luz 
do Sol. Uma alternativa, nesse caso, seria variar o material, estudando uma 
composição cromática alternativa, ou relaminar todo o móvel.
Gesso
Dependendo do tipo de revestimento de gesso escolhido, devemos tomar 
algumas precauções. Tratando-se do gesso convencional, é preciso fi car 
atento à quantidade de pó produzida nas etapas fi nais da instalação, quando 
a superfície é lixada para receber a tinta de cobertura. Quando trabalhamos 
com reformas, é necessário cobrir ou isolar outros ambientes para que esses 
resíduos não impregnem móveis e equipamentos. 
Projeto de interiores e acabamentos construtivos 11
Quando usamos gesso acartonado, o sistema em que placas de gesso são 
presas a montantes metálicos, a atenção do projetista deve se voltar para 
a integração entre esse sistema e outras demandas da obra. As placas de 
gesso não são tão resistentes quanto as paredes de alvenaria, então é preciso 
prever reforços em paredes em que se pretende instalar equipamentos, como 
televisores, ou móveis, como prateleiras. No forro, é necessário paginar os 
montantes para que não entrem em conflito com pontos de iluminação ou 
sistemas de automação. Observe. na Figura 8, a quantidade de pontos que 
ficará escondida sobre o forro. Para evitar conflitos, foi necessário, além 
mapear os pontos de iluminação e de sistemas de som, prever a posição dos 
montantes do forro de gesso acartonado. Lembre-se do critério da acessibili-
dade: independentemente da escolha por gesso acartonado ou convencional, 
é necessário prever alçapões para eventuais reparos.
Figura 8. Teto de imóvel residencial com sistemas de automação: necessidade de paginar os 
pontos e os montantes do forro de gesso acartonado.
Alvenaria 
A construção de divisórias em alvenaria é uma das técnicas construtivas mais 
antigas da humanidade. Por ser um revestimento resistente e confi ável, boa 
parte das construções que compõem nosso ambiente construído fazem uso de 
paredes de tijolos, blocos cerâmicos ou de concreto. Também é verdade que 
boa parte das instalações das edifi cações está embutida nessas divisórias. 
Quando lidamos com preexistências antigas, isto é, que foram projetadas e 
Projeto de interiores e acabamentos construtivos12
executadas antes do advento do desenho em computador e da consequente 
documentação em arquivos digitais, nem sempre temos o projeto disponível 
para consulta. Antigos proprietários, arquivos municipais, quando muito, têm 
os documentos de aprovação, mas raramente a documentação completa. 
Essa ausência de documentação cria um problema para o projetista, que 
deve inferir o posicionamento de tubulações, fi ações e demais instalações. 
Sabendo disso, uma boa prática, quando usamos paredes de alvenaria, é 
fotografá-las após a execução das instalações e antes do fechamento com outro 
revestimento, como o reboco (Figura 9). Esse material pode ser arquivado e 
entregue aos proprietários, de modo que, em uma eventual reforma ou reparo, 
seja possível estimar, com maior precisão, o local dessas instalações e evitar 
danos. Essa preocupação não dispensa, porém, a existência de um projeto 
detalhado ou, ainda, um projeto as built, que serve para documentar o projeto 
pós-execução, com intuito de contemplar eventuais desvios do projeto original.
Figura 9. Reboco de parede de banheiro: fotografia feita para documentar a posição da 
tubulação de água.
Cerâmica
Revestimentos cerâmicos são amplamente utilizados em áreas externas e inter-
nas, pisos, paredes, cozinhas, áreas de serviço, salas de estar, enfi m, em quase 
todos os ambientes residenciais e comerciais. A popularidade desse tipo de 
Projeto de interiores e acabamentos construtivos 13
revestimento faz com que existam inúmeras opções de tamanhos, tonalidades 
e texturas no mercado. Quando trabalhamos com esse tipo de revestimento, 
precisamos ter cuidados tanto na etapa de projeto quanto na de execução.
Durante a fase final do projeto, o projeto executivo, é fundamental que o 
projetista faça a paginação do revestimento, prevendo o ponto a partir do qual o 
operário deve começar a instalação e onde e como deve fazer o recorte nas peças.
Paginar um revestimento significa representá-lo com as dimensões 
reais nas superfícies na qual ele será instalada. Isso é feito dese-
nhando a peça com seu tamanho real e justapondo outras a seu redor. Com 
esse método, é possível prever os cortes que a mão de obra precisará realizar 
para adequar as peças à geometria do recinto na qual serão instaladas. Isso 
deve ser feito para paredes, pisos e qualquer outra superfície para a qual esteja 
previsto revestimento cerâmico.
Durante esse processo de recorte, algumas peças acabam se perdendo. 
Chamamos isso de “quebra”. Portanto, a quantidade de revestimento comprada 
deve ser superior à àrea de superfície a ser revestida. Revestimentos em formatos 
maiores (acima de 90 cm) têm quebras maiores que revestimentos em formato 
menor (abaixo de 60 cm), porque, uma vez inviabilizado o uso da peça, a área 
perdida é maior. Imagine que, em função de um recorte, um operário perca uma 
peça quadrada de um metro de lado. Nessa operação, perdeu-se 1 m²; se a peça 
tivesse 30 cm, o prejuízo seria de 0,09 m².
Além dos cuidados relacionados ao projeto, é preciso ficar atento a ca-
racterísticas relativas à natureza do material. Revestimentos cerâmicos são 
agrupados por classes de acordo com sua resistência à abrasão, sua absorção 
de água e suas variações dimensionais. Os revestimentos Classe A apresentam 
variações dimensionais mínimas, de modo que podemos contar que suas dimen-
sões sejam regulares. De qualquer forma, é necessário o uso de espaçadores, 
normalmente peças plásticas, para garantir um afastamento uniforme entre 
as peças. No que diz respeito à tonalidade, mesmo materiais com a mesma 
especificação costumam apresentar pequenas variações se forem de lotes 
diferentes. Por isso, é comum indicar a compra de algumas caixas excedentes 
para armazenar peças que foram produzidas dentro de um mesmo lote. Desse 
modo, garantimos a possibilidade de substituir alguma peça no futuro.
Pintura
Com relação ao uso de tintas e cores, existe uma preocupação muito impor-
tante, que diz respeito à maneira como percebemos as cores. Geralmente, 
quando especificamos uma cor para um projeto de arquitetura de interiores, 
Projeto de interiores e acabamentos construtivos14
a escolhemos a partir de um catálogo de algum fornecedor. Porém, é preciso 
lembrar que a iluminação e os outros elementos presentes nos ambientes 
alteram nossa percepção da cor. Dito de outra maneira, uma coisa é ver uma 
cor impressa em um catálogo de papel, outra é vê-la aplicada diretamente 
na superfície real. Em função disso, é comum comprar amostras das opções 
escolhidas e pintar pequenos trechos de parede para possibilitar uma tomada 
de decisão mais bem informada (Figura 10). Além disso, é uma boa prática 
levar outros revestimentos, como as lâminas escolhidas para os móveis, para 
conferir se a harmonia imaginada durante o projeto se confi rma na realidade.
Figura 10. Teste de cores em parede de apartamento: verificação das tonalidades escolhidas.
Um segundo cuidado relativo ao uso de pintura como revestimento está 
relacionado à manutenção. É mais fácil retocar superfícies nas quais foram 
aplicadas tintas foscas. Isto é, caso seja necessário repintar uma parte dessa 
superfície, as emendas serão imperceptíveis. Do contrário,será necessário 
pintar toda a superfície para que não seja possível identificar o que é a pintura 
original e o que é intervenção posterior.
Perceba como vários fatores influenciam a escolha de revestimentos. Um 
bom projetista deve ser capaz de especificar o revestimento mais adequado 
para cada situação, contemplando todos eles. Para tanto, é preciso se manter 
informado e estudar as principais diferenças entre eles. Agora que você já 
conhece algumas delas, vamos falar de alguns cuidados que devemos ter nos 
encontros e nas interações entre diferentes tipos de revestimentos.
Projeto de interiores e acabamentos construtivos 15
Compatibilização entre acabamentos
Parte signifi cativa do sucesso de um projeto de arquitetura de interiores é 
atribuída à atenção ao encontro entre diferentes materiais. Forros e tetos se 
encontram com paredes, que se encontram com pisos, que têm desníveis ou 
perfurações para aberturas, circulações verticais etc. Enfi m, uma infi nidade 
de encontros e encaixes que o projetista deve prever e solucionar já na etapa 
de projeto, minimizando a necessidade de pensar nessas soluções durante a 
execução, quando o tempo para tomar decisões é mais escasso. 
Observe, na Figura 11, a foto de uma cozinha integrada com a sala de estar. 
Nesse exemplo, temos muitos dos revestimentos estudados antes: forro em 
gesso, painéis de madeira, piso e bancada em porcelanato e pedra. Além disso, 
há equipamentos como pias, metais, luminárias, coifa e fogão. Agora, imagine 
que cada um desses serviços foi executado por um profissional diferente. Isso 
torna evidente o papel integrador que o profissional da arquitetura tem na 
execução de um projeto: é ele que tem a visão do todo e que deve garantir, 
portanto, que a concepção original seja executada de maneira satisfatória.
Figura 11. Integração entre sala de estar e cozinha, encontro entre diferentes tipos de 
revestimentos.
Projeto de interiores e acabamentos construtivos16
A principal ferramenta para garantir a integração entre todos os elementos 
que compõem a construção é o projeto. Para Vittorio Gregotti (2010, p. 12), 
o projeto é “[...] o modo através do qual vêm organizados e fixados arquite-
tonicamente os elementos de um determinado problema”. Isso significa que 
ele serve tanto como instrumento de validação da proposta apresentada 
quanto documentação do que deve ser executado. O mesmo autor adverte 
(GREGOTTI, 2010) que o projeto ainda não é arquitetura, mas um conjunto de 
símbolos (plantas, elevações, detalhes) por meio dos quais o projetista tenta 
comunicar sua intenção. 
Veja, na Figura 12, uma planta da cozinha apresentada na Figura 11. Nessa 
imagem, podemos perceber o dimensionamento dos nichos de marcenaria 
para o refrigerador, armários embaixo da bancada, poltronas, portas de 
armário, etc. Os símbolos com letras indicam seções, que mostram cortes 
do conjunto. Essa documentação é enviada para os fornecedores, de modo 
que cada um saiba o que é esperado de si e conheça a interferência que seu 
trabalho terá no dos outros fornecedores.
Figura 12. Planta com detalhamento da cozinha da Figura 11.
Projeto de interiores e acabamentos construtivos 17
Com o desenvolvimento das ferramentas de desenho assistido por com-
putador (CAD) e de modelagem da informação da construção (BIM) é possível 
simular com bastante fidelidade tanto o dimensionamento quanto a aparên-
cia dos materiais. Uma das técnicas utilizadas para antecipar o resultado 
da construção é a produção de imagens renderizadas, que consistem em 
simulações fotorrealistas do projeto e dos materiais. A Figura 13 ilustra essa 
técnica com o projeto de um estúdio de fotografia. A imagem à esquerda é 
uma imagem renderizada que ilustra a cor da pintura na parede, o uso de 
fotografias como elementos decorativos, o revestimento dos móveis, a cor 
do piso e a iluminação. À direita, o resultado. Como você pode perceber, 
embora os elementos não sejam exatamente os mesmos, como as cadeiras, 
o resultado não se afasta muito daquilo que foi proposto. Podemos afirmar 
que esse tipo de representação cumpre um duplo papel: informar o cliente, 
que nem sempre tem a habilidade de ler a documentação do projeto, e servir 
como documentação para validar, com todos os envolvidos (cliente, demais 
projetistas e mão de obra), o resultado esperado com o projeto.
Figura 13. Estúdio de fotografia: à esquerda, simulação feita por computador; à direita, foto 
do local.
Como lembra Gregotti (2010), cada um dos desenhos produzidos são abs-
trações parciais, isto é, representam uma parte de um todo. Para dar conta 
da execução de um projeto de arquitetura de interiores, é necessária uma 
vasta documentação, que contemple a especificação dos materiais escolhidos, 
a paginação e os recortes de peças modulares, os encontros com demais 
componentes, como louças e metais, os detalhes e os encontros e encaixes 
Projeto de interiores e acabamentos construtivos18
entre os elementos. A produção dessa documentação é, normalmente, feita 
nas últimas etapas de projeto, projeto executivo e detalhamento, mas a cons-
ciência construtiva, ou seja, propor soluções que sejam viáveis econômica e 
tecnicamente, deve pautar a produção de um projetista comprometido com 
o resultado de seu trabalho. 
A Figura 14 ilustra a documentação de um banheiro. Além da planta, com 
indicação dos materiais usados no revestimento das superfícies, a prancha 
compreende uma série de elevações, vistas frontais das paredes, com ano-
tações sobre o posicionamento dos equipamentos, louças, metais, além de 
anotações e instruções sobre essas instalações.
Figura 14. Detalhamento de banheiro.
Como você pode perceber, existe uma série de opções de revestimentos que 
pode ser utilizada na composição de seus projetos de interiores. Além do efeito 
estético, é necessário conhecer as propriedades desses materiais no que diz 
respeito a outras categorias, como o nível de manutenção exigido. Em projetos 
de arquitetura de interiores, o mais comum é que exista uma série de materiais e 
de soluções de acabamentos a serem integrados e compatibilizados, e a principal 
ferramenta para isso é o projeto. De posse dessas informações, tente aprimorar 
seus conhecimentos sobre as soluções que mais lhe agradam sem deixar de 
investigar novas técnicas e materiais. Uma das características que torna interes-
sante a profissão do arquiteto é a ausência de fórmulas para se chegar a um bom 
resultado. Curiosidade e dedicação são apostas mais seguras.
Projeto de interiores e acabamentos construtivos 19
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR ISO 10545: placas cerâ-
micas –parte 3: determinação da absorção de água, porosidade aparente, densidade 
relativa aparente e densidade aparente. Rio de Janeiro: ABNT, 2020.
CHING, F. D. K.; BINGGELI, C. Arquitetura de interiores ilustrada. 4. ed. Porto Alegre: 
Bookman, 2019.
GREECE MOMENTS. 11 wichtige Infos für deinen Santorini Urlaub. [Santorini], [20--]. 
Disponível em: https://greece-moments.com/santorini-urlaub/. Acesso em: 7 fev. 2021.
GREGOTTI, V. Território da arquitetura. São Paulo: Perspectiva, 2010.
MAHFUZ, E. C. De la actualidad de los conceptos de composición y caracter. Summa +, 
Buenos Aires, n. 15, p. 65-73, 1995.
RATSI, O. Temporary installations, lighting. Oxaca, 2013. Disponível em: https://www.
archdaily.com/445102/onion-skin-olivier-ratsi/527695c2e8e44ef4c20007eb-onion-
skin-olivier-ratsi-photo. Acesso em: 7 fev. 2021.
ROSSO, J.; CUNHA, E. S.; ROJAS-RAMÍREZ, R. A. Características técnicas e polimento de 
porcellanatos. Cerâmica Industrial, São Paulo, v. 10, n. 4, 2005. Disponível em: https://
www.ceramicaindustrial.org.br/article/587657247f8c9d6e028b46d7. Acesso em: 7 fev. 
2021.
Leituras recomendadas
COLES, J.; HOUSE, N. Fundamentos de arquitectura de interiores. Barcelona: Promopress, 
2008.
KARLEN, M. Planejamento de espaços internos. Porto Alegre: Bookman, 2010.
NEFF, L.; NEUFERT, P. Casa. Apartamento. Jardim: projetar com conhecimento,construir 
corretamente. Barcelona: Gustavo Gili, 2007.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos 
testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da 
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas 
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores 
declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou 
integralidade das informações referidas em tais links.
Projeto de interiores e acabamentos construtivos20
Dica do professor
Você sabe o que é um projeto de paginação? Tão importante quanto especificar corretamente os 
materiais de um projeto de interiores é representar de forma adequada a sua instalação. O 
assentamento de revestimentos em superfícies horizontais, como os pisos e forros, e verticais, 
como as paredes, deve ser planejado de antemão. 
Nesta Dica do Professor, você vai conhecer as principais formas de paginar uma superfície, as 
características de cada tipo de paginação e os cuidados que devem ser tomados em projeto para 
evitar erros de execução e perdas de material.
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Na prática
Em projetos de reforma de interiores, os encontros e acabamentos devem ser planejados em 
conjunto com a obra civil, já que muitos detalhes necessitam de esperas e encaixes previamente 
executados. Compatibilizar o projeto de interiores com o projeto de obra civil é fundamental para 
garantir a fiel execução do projeto tal qual ele foi planejado, desenhado e aprovado pelo cliente.
Neste Na Prática, você vai conhecer como o arquiteto Mauro abordou uma das principais premissas 
de um projeto de ampliação: a integração total de ambientes internos e externos.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/b9a4d412-72a3-4923-a92b-35aed2038d42/eb5d9f01-15f2-45d9-8a94-1de2a3f12d6b.jpg
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Madeira laminada cruzada
Aprenda um pouco mais sobre esse material, que tem ótimas propriedades estruturais.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Como é feito o porcelanato?
Neste vídeo, você vai poder conhecer o processo de fabricação de um dos materiais mais utilizados 
para revestimento de pisos.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Um mestre dos acabamentos
Mies Van der Rohe utilizava diversos tipos de acabamentos com refino de detalhes. Neste vídeo, 
você poderá conferir alguns deles.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://www.archdaily.com.br/br/922665/a-madeira-laminada-cruzada-clt-e-o-concreto-do-futuro?ad_source=search&ad_medium=search_result_all
https://www.youtube.com/embed/DngLAWj7iws
https://www.archdaily.com.br/br/782312/mies-van-der-rohe-arquitetura-como-linguagem?ad_medium=widget&ad_name=recommendation
Projeto de interiores e projeto 
estrutural
Apresentação
Um projeto de interiores se refere à composição global de um espaço interno, incluindo toda a 
volumetria que define o ambiente, os materiais, a organização, os fluxos, o melhor aproveitamento, 
a estrutura, entre outros elementos. Ao realizar o projeto de um espaço interno, é imprescindível 
realizar análises completas para que a proposta final esteja de acordo com o objetivo do projeto e 
as necessidades do cliente. Nesse sentido, os elementos da estrutura devem ser considerados em 
todo o processo, podendo ser incluídos na proposta como itens importantes ou disfarçados. 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai compreender como o projeto estrutural se relaciona e 
influencia um projeto de interiores. Por meio desse entendimento, você vai conseguir identificar 
algumas maneiras de intervenção no sistema estrutural de edifícios existentes e alternativas para 
adequações estruturais em projetos de novas edificações.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Descrever a relação entre projeto de interiores e sistema estrutural.•
Identificar as formas de intervenção no sistema estrutural de edifícios existentes.•
Reconhecer as adequações estruturais necessárias em projetos de interiores de edifícios 
novos.
•
Infográfico
Os elementos estruturais de uma edificação são os responsáveis por delimitar o ambiente interno. 
Quando estão alinhados com os planos verticais, eles acabam sendo disfarçados, mas são 
fundamentais para a execução de uma edificação.
Neste Infográfico, você vai ver alguns dos principais elementos estruturais que influenciam um 
projeto de interiores.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/63b9c46f-c0e4-4a8b-afb0-c20cbb93dc46/14a9c56e-1ba0-408d-9bb0-25314f2529c5.jpg
 
Conteúdo do livro
Os sistemas estruturais de uma edificação são compostos, basicamente, por pilares, vigas e lajes. 
São esses elementos que definem um espaço interno e devem ser analisados na realização de um 
projeto de interiores, para que permaneçam seguros, a fim de garantir a sustentação da edificação.
Muitas vezes, quando esses sistemas estão aparentes, parece que a proposta de interiores não vai 
ficar adequada. Mas, com conhecimento, referências e empenho, é possível utilizar esses elementos 
como partes importantes para a composição de cada proposta.
No capítulo Projeto de interiores e projeto estrutural, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, 
você vai conseguir entender como esses elementos se comportam e qual é a sua relação com o 
ambiente interno. Você também vai verificar algumas ideias para destacar ou disfarçar esses 
elementos, entendendo como avaliar qual é a melhor alternativa para cada projeto.
Boa leitura.
ARQUITETURA DE 
INTERIORES 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Descrever a relação entre projeto de interiores e sistema estrutural.
 > Identificar as formas de intervenção no sistema estrutural de edifícios exis-
tentes.
 > Reconhecer as adequações estruturais necessárias em projetos de interiores 
de edifícios novos.
Introdução
Ao pensar em um projeto de interiores, é fundamental que o profissional arquiteto 
analise todos os aspectos, dentre eles o objetivo do projeto, o programa de neces-
sidades, o estilo e o gosto do cliente, bem como o contexto, as especificidades do 
ambiente, suas características e também todo o seu sistema estrutural. Quando 
pensamos no sistema estrutural, na maioria das vezes achamos que ele causa um 
grande empecilho no projeto de interiores. De fato, se houver a possibilidade de 
deixá-lo menos evidente, sem que prejudique a funcionalidade e o leiaute do espaço, 
melhor. No entanto, nem sempre podemos disfarçá-lo, portando, ter referências e 
saber tirar partido desses elementos permite a criação de boas propostas.
Independentemente de os elementos estruturais ficarem evidentes ou disfar-
çados, o profissional arquiteto de interiores deve ter embasamento para justificar 
essas alternativas e criar projetos adequados a cada necessidade e contexto. 
Projeto de interiores 
e projeto estrutural
Vanessa Scopel
Neste capítulo, você vai ver qual é a relação entre o projeto de interiores e 
todo o sistema estrutural, a fim de entender sua importância para a definição dos 
espaços. Você vai identificar como os elementos da estrutura podem compor os 
projetos de interiores e conferir algumas alternativas para trabalhar com esses 
elementos de acordo com cada estilo e necessidade. 
Relação entre projeto de interiores 
e sistema estrutural 
Quando se fala em projeto de interiores, uma das primeiras coisas queas 
pessoas pensam é na decoração, nos móveis, nas cores e nas luminárias. 
A grande maioria das pessoas não tem o conhecimento da abrangência e 
complexidade de um projeto de interiores, tendo a ideia, muitas vezes, de 
que este tipo de projeto se refere apenas a um embelezamento de um espaço, 
com alternativas superficiais e simples, voltadas única e exclusivamente 
para a estética. 
Brandão (2000, p. 2) expõe que “[...] a atividade mental de conceber é 
metáfora da atividade agrícola de colher algo que é oferecido pelo mundo 
e apropriado pelo espírito ou pela nossa vida prática [...]”. Isso significa que 
um projeto de interiores é uma criação que requer um conhecimento de 
diversos aspectos, é uma concepção que deve analisar o ambiente como um 
todo, percebendo seus detalhes, sua estrutura, seus acabamentos e suas 
possibilidades de intervenção.
Diante dessa explanação, é importante compreender que ao pensar em 
um projeto de interiores, é inevitável considerar todos os planos e linhas, 
verticais e horizontais, os quais dão forma a esse espaço. Ching e Binggeli 
(2019) denominam esses elementos como geométricos, que, segundo o autor, 
podem ser dispostos de modo a definirem os espaços. Os elementos lineares 
são os pilares e as vigas, e os elementos planos são as paredes, o piso e o forro 
ou cobertura. Caracterizamos esses elementos como o sistema estrutural, 
que é composto por (Figura 1):
 � paredes, em algumas vezes com a função apenas de vedação, as quais 
não são consideradas elementos estruturais, e, em outras, com função 
estrutural;
 � lajes de piso e de cobertura;
 � vigas e pilares, que, em alguns casos estão escondidos nos planos e, 
em outros, estão aparentes.
Projeto de interiores e projeto estrutural2
Um pilar marca um ponto no espaço e o torna visível em três dimensões. Dois pilares 
definem uma membrana espacial através da qual podemos passar. Apoiando uma 
viga, os pilares delineiam as bordas de um plano transparente. Uma parede, um 
plano opaco, marca uma porção de espaço amorfo e separa o “aqui” e o “ali”. Um 
piso define um campo espacial com limites territoriais. Uma cobertura abriga o 
volume espacial sob ela (CHING; BINGGELI, 2019, p. 3).
Figura 1. Elementos estruturais.
Fonte: Ching e Binggeli (2019, p. 3).
Compreendendo que esses elementos são os formadores do espaço, ao 
projetar um ambiente interno, é fundamental que a proposta os considere, e 
não os ignore, afinal, eles são os formadores da arquitetura e, conforme des-
taca Ching e Binggeli (2019), são definidores dos espaços. Além de considerá-
-los, é importante interpretá-los, para que essa estrutura esteja condizente 
com o estilo e a funcionalidade do futuro projeto. 
Sobre o sistema estrutural de uma edificação, o qual é responsável 
por delimitar os espaços, Ching e Binggeli (2019) expõe algumas 
considerações, listadas a seguir.
 � A superestrutura é a extensão vertical do sistema de fundação e consiste 
em pilares, vigas e paredes portantes que sustentam as estruturas de piso 
e cobertura.
Projeto de interiores e projeto estrutural 3
 � O sistema de fundação é a subestrutura que forma a base de uma edificação, 
ancora-a firmemente ao solo e sustenta os elementos construtivos e os es-
paços acima. Esses sistemas devem trabalhar em conjunto para sustentar 
os seguintes tipos de cargas (Figura 2), que podem ser denominadas cargas 
mortas, cargas vivas e cargas dinâmicas.
 � O modo como uma edificação é construída determina sua carga morta, que é 
carga vertical estática que abrange o peso de seus componentes estruturais e não 
estruturais, incluindo todos os equipamentos permanentemente fixos à estrutura. 
 � O modo como uma edificação é utilizada determina sua carga viva, a qual é carga 
móvel ou que pode ser removida e que compreende o peso de seus usuários 
e de equipamentos e acessórios móveis. Em climas frios ou úmidos, a água e 
a neve acumuladas representam uma carga viva adicional a uma edificação.
 � O local onde uma edificação se localiza determina sua capacidade de resis-
tência a uma carga dinâmica. Esse tipo de solicitação pode mudar repenti-
namente em razão da ação do vento ou de um terremoto.
Figura 2. O sistema estrutural e as cargas da edificação.
Fonte: Ching e Binggeli (2019, p. 8).
Projeto de interiores e projeto estrutural4
Ching e Binggeli (2019, p. 6) acrescenta que “[...] pisos, paredes e tetos 
fazem mais do que delimitar uma simples quantidade de espaço. Suas formas, 
configurações e padrões de aberturas de janelas e portas também imprimem 
no recinto certas características arquitetônicas e espaciais [...]”.
Essas características podem ser percebidas por meio da análise desses 
elementos; por exemplo: uma cobertura arredondada traz uma ideia de uma 
arquitetura mais clássica, um plano vertical envidraçado está relacionado ao 
conceito moderno e a uma arquitetura mais leve. Além disso, uma janela é 
capaz de emoldurar uma vista e é um elemento que influencia diretamente na 
organização do ambiente interno, assim como as escalas de pilares e vigas, 
por exemplo, que geram diferentes sensações no espaço (Figura 3).
Figura 3. Exemplos de elementos estruturais que influenciam o projeto interno.
Fonte: Ching e Binggeli (2019, p. 6).
Ao realizar essas análises e entender de fato todos esses elementos estru-
turais que compõem o ambiente, o profissional arquiteto tem a capacidade, 
por meio do conceito do espaço, dos objetivos da proposta e do programa de 
necessidades, de avaliar de que forma esses elementos vão compor o projeto 
de interiores, se eles farão parte de mobiliários, se eles serão destacados 
ou disfarçados. 
Ao planejar o leiaute, o mobiliário e o enriquecimento do espaço, o arquiteto de 
interiores deve estar muito consciente de seu caráter na arquitetura, assim como 
de seu potencial de modificação e melhoria. O projeto de espaços internos requer, 
portanto, uma compreensão de como eles são formados por meio dos sistemas 
construtivos da estrutura e das vedações. Com tal entendimento, o arquiteto de 
interiores pode efetivamente escolher entre desenvolver, continuar ou mesmo 
apresentar um contraponto às características essenciais de um espaço na arqui-
tetura (CHING; BINGGELI, 2019, p. 7).
Projeto de interiores e projeto estrutural 5
Pode-se dizer que, ao considerar todos esses elementos, o profissional que 
desenvolve o projeto de interiores consegue humanizar o espaço (Figura 4), 
potencializando-o, por meio das estratégias mais adequadas que gerem 
conforto, funcionalidade e harmonia. 
Figura 4. Fases de melhoramento de um ambiente interno.
Fonte: Ching e Binggeli (2019, p. 7).
Nesse sentido, um projeto de interiores não existe se não houver um 
sistema estrutural, o qual definirá o espaço a ser trabalhado. Da mesma 
forma, a proposta para esse espaço interno só será completa se considerar 
esses elementos e souber tirar vantagem deles para agregá-los nas ideias, 
tornando o projeto mais completo e condizente com cada contexto específico.
Formas de intervenção no sistema 
estrutural de edifícios existentes 
Ao pensar em projetos de interiores para edifi cações existentes, é sempre 
fundamental ter muito claros o uso de cada espaço, o perfi l do usuário e o 
objetivo principal do projeto. Ao realizar o levantamento do local, deve-se 
analisar profundamente todas as questões de estrutura existentes (Figura 5), 
a fi m de que o projeto não prejudique esses elementos ou proponha alguma 
intervenção que resulte em problemas futuros.
Segundo Cury, Delgado e Pimenta (2016), é necessário identificar todas as 
limitações em relação às vedações, aos fechamentos e às aberturas, conside-
rando a ventilação e a iluminação natural do espaço e a existência de pilares, 
vigas e desníveis que poderão interferir na organização, no funcionamento e 
no aproveitamento do ambiente. “Essas análises indicarão as principais defi-
ciências e as principais qualidades estruturais do espaço que será trabalhado, 
exigindo decisões que podem ser de ordem funcional,de ordem compositiva 
e plástica, ou de ordem técnica [...]” (CURY; DELGADO; PIMENTA, 2016, p. 135).
Projeto de interiores e projeto estrutural6
Figura 5. Elementos estruturais aparentes no ambiente interno.
Fonte: Dezeen (2020, documento on-line).
Quando se trabalha com edificações muito antigas, inicialmente é impor-
tante analisar se a estrutura existente é suficiente e se está em bom estado de 
conservação. É preciso garantir que essa estrutura se mantenha conservada 
ao longo do tempo ou então avaliar se será melhor executar um reforço. Caso 
essa estrutura existente precisar de reforço pelo seu estado atual, uma boa 
alternativa é o uso de estruturas metálicas, as quais são leves, de menores 
dimensões e resolvem de forma positiva essas questões. 
Considerando que a estrutura existente esteja em boas condições, pode-se 
tirar partido da estrutura, utilizando esses elementos aparentes no projeto, 
caso essa solução tenha a ver com o estilo do projeto, ou tentar escondê-la, 
evitando a realização de alterações estruturais. 
No exemplo da Figura 6, a estrutura que suporta o telhado está aparente. 
Nesse espaço, poderia ser utilizado um forro de gesso, por exemplo, caso o 
estilo do projeto exigisse. Mas considerando que o estilo da proposta era 
algo mais confortável e natural, o profissional optou por manter a estrutura 
aparente, a qual compõe perfeitamente com o todo do ambiente. A utilização 
de cores claras e tons de bege e marron nos mobiliários e tapete fazem portas 
e a estrutura amadeirada do forro se destacarem. Esse é um exemplo no qual 
aproveitou-se o elemento estrutural, mantendo-o aparente.
Projeto de interiores e projeto estrutural 7
Figura 6. Tesouras que estruturam a cobertura aparentes no projeto.
Fonte: Renner Sayerlack S.A. (2020, documento on-line).
Na Figura 7, é possível identificar perfis amadeirados usados para susten-
tação do telhado. Nesse caso, considerando que foi necessário incluir um pilar 
no meio do ambiente, o profissional arquiteto optou por deixá-lo aparente. 
No exemplo, a parte estrutural ficou evidente e destacada, sendo considerada 
um ponto importante também de composição do projeto. Em muitos casos, 
quando é muito difícil de esconder a estrutura, o mais interessante é usar 
esse elemento e deixá-lo compor com a proposta, não negá-lo ou disfarçá-lo. 
Figura 7. Elementos estruturais inseridos no ambiente, mantidos em destaque. 
Fonte: Oliveira (2020, documento on-line).
Projeto de interiores e projeto estrutural8
Outro exemplo é quando há vigas de concreto aparentes no ambiente 
(Figura 8). Em muitos casos, executar um forro, seja de gesso, de madeira ou 
até mesmo de PVC, para esconder as vigas se torna inviável porque acaba 
prejudicando a altura livre do ambiente, muitas vezes causando até um efeito 
de achatamento. Nesse sentido, por meio de análises, é possível entender 
qual é a melhor solução para cada caso especifico. No exemplo da Figura 7 
pode-se perceber que o profissional utilizou as vigas aparentes como um 
elemento de destaque no projeto, tendo, ainda, realizado sua composição 
com uma parede, dando o aspecto do concreto também nesse plano vertical. 
Nesse caso, essa ideia mais despojada tem a ver com o conceito da proposta 
e também com o estilo do cliente, que é muito importante. Mesmo assim, se 
o cliente tivesse um perfil mais tradicional, as vigas poderiam ser pintadas 
de cores claras, revestidas com madeira, ou pintadas da mesma cor do teto.
Figura 8. Vigas de concreto e o uso do concreto no plano da parede.
Fonte: Arkpad (2020, documento on-line).
Neste cenário de edificações existentes, há ainda a intenção de integrar 
ambientes. Nesses casos, deve-se verificar se as paredes da edificação têm 
função estrutural ou se são apenas paredes de vedação. Se elas são estru-
turais, ou seja, colaboram para a edificação ficar em pé, pode-se abrir vãos, 
mas deve-se prever reforços estruturais (Figura 9). Caso a função seja apenas 
de vedação, é possível retirar os planos, cuidando sempre para não prejudicar 
as vigas e os possíveis pilares embutidos nessas paredes.
Projeto de interiores e projeto estrutural 9
Figura 9. Exemplo de reforço estrutural na abertura de vãos de edificações existentes.
Fonte: Elisabeth (2020, documento on-line).
Por meio desses exemplos pode-se perceber que a parte estrutural nunca 
deve ser vista como um problema do ambiente. Por meio de exemplos, re-
ferências, estudos de caso e ideias criativas é muito possível utilizar esses 
elementos como partes da composição da proposta, destacando e integrand-
-os na ideia, quando essa alternativa for viável e estiver de acordo com todos 
os objetivos determinados inicialmente. 
Adequações estruturais necessárias em 
projetos de interiores de edifícios novos
Ao projetar espaços de interiores para edifícios novos, é possível propor 
alterações estruturais a fi m de que o projeto se torne mais adequado a cada 
necessidade. Em um projeto de interiores é imprescindível entender que “[...] 
ao contratar um arquiteto, o cliente busca um projeto personalizado e único. 
Neste caso os detalhes fazem a diferença. Graças a essa singularidade, cada 
projeto demanda muita atenção tanto do projetista quanto do executor, e um 
processo de execução quase artesanal [...]” (CUNHA, 2017, p. 17).
Projeto de interiores e projeto estrutural10
Nesse sentido, pensar na altura do pé-direito, propor uma posição de 
pilar que não prejudique o fluxo do ambiente e indicar elementos estruturais 
que permitam maior flexibilidade são alternativas para que os projetos de 
interiores dessas edificações se tornem singulares, sem tanta interferência 
do aspecto estrutural.
Quando a edificação ainda está em fase de projeto, ou no início da execu-
ção, é muito mais fácil propor essas alterações, garantindo que a execução 
continue segura, adequada e dentro dos valores pré-estabelecidos. Quando 
se realiza a análise estrutural dessas novas edificações, é sempre muito 
importante atentar-se para que os pilares sejam da mesma espessura das 
paredes de vedação, dessa forma evita-se cantos desnecessários que futura-
mente podem impactar no projeto de interiores e também no aproveitamento 
dos espaços.
Da mesma forma, pés direitos mais altos possibilitam esconder as vigas e 
trabalhar um forro com mais detalhes, sem prejudicar a altura do ambiente 
ou deixá-lo achatado. Ainda, nesse quesito, é possível trabalhar com vigas 
deitadas ou uma estrutura metálica que permite vãos livres maiores. Em 
projetos de interiores atuais, em razão de uma diminuição de área, com ten-
dência para espaços mais compactos, quanto mais amplos eles parecerem, 
mais bem aproveitados serão. Para isso, evitar pilares soltos nos espaços 
facilita e colabora para o resultado do projeto de interiores (Figura 10).
Figura 10. Espaços amplos e livres.
Fonte: Viva Decora (2019, documento on-line).
Projeto de interiores e projeto estrutural 11
Em situações em que não é possível retirar os pilares e deixar um vão 
livre maior, é muito importante que eles estejam locados em partes onde 
seja possível sua utilização junto ao projeto de interiores. Dessa forma, esses 
elementos estruturais podem servir como um apoio aos mobiliários, como é 
o caso do exemplo da Figura 11, em que o pilar é uma parte das prateleiras 
propostas para o projeto, fazendo composição com o projeto, sem destaque 
e com uma função.
Figura 11. Pilar incorporado ao mobiliário.
Fonte: Parattus Arquitetura (2020, documento on-line).
Quando não for possível realizar pilares nas espessuras das paredes 
ou retirá-los do centro dos ambientes, no momento da compatibilização é 
possível prever mobiliários que possam disfarçar essas saliências (Figura 12). 
Nas etapas inicias, por meio da análise dos elementos estruturais e de uma 
proposição prévia do projeto de interiores, caso esta seja a alternativa mais 
Projeto de interiores e projeto estrutural12
interessante, pode-se prever sistemas elétricos para esses locais a fim de 
que futuramente

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