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Projeto corporativo de escritórios Apresentação Uma informação importante no momento de projetar edificações e espaços arquitetônicos diz respeito ao tipo de edificação que se pretende elaborar, bem como ao seu uso. Ao considerar os usos específicos da futura edificação, diferentes estratégias são criadas para que ela funcione da melhor maneira possível e de acordo com essas necessidades. Portanto, o uso da edificação influencia diretamente a forma como ela é pensada. Assim, ao pensar em projetos específicos para escritórios, fatores singulares devem ser considerados, como, por exemplo, flexibilidade de alterações de divisórias, sistemas e leiautes, possibilidade de atender a variados programas de necessidade em um mesmo espaço, locais específicos de acordo com a cultura da empresa, entre outros. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar questões relacionadas ao projeto corporativo de escritórios, percebendo as diferentes características desse tipo de edificação. Você também verá exemplos de edifícios de escritórios projetados para distintas necessidades por meio de diagrama e de desenhos. Por fim, vai entender quais são os principais condicionantes para esse tipo de projeto. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar as características dos prédios corporativos.• Diferenciar os programas de acordo com a natureza das empresas.• Reconhecer as condicionantes dos projetos corporativos em geral.• Infográfico Ao elaborar um projeto corporativo para escritórios, o profissional arquiteto deve considerar vários aspectos que influenciarão diretamente o funcionamento da edificação. Entre eles, podem-se citar o bem-estar do usuário, questões mercadológicas e de meio ambiente. Existem outros elementos que devem ser considerados no momento da projetação, como as tecnologias, os mobiliários, a setorização, entre outros. Neste Infográfico, veja um pouco mais sobre o que se deve considerar no momento de projetar edificações corporativas para escritórios. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/3c5be6d5-fa42-4c0d-ab34-a813f19cdc9f/66314036-98dc-422a-9276-855e8a630b3d.jpg Conteúdo do livro O leiaute adotado por algumas empresas depende de determinadas questões, como proximidade e instalações dos equipamentos. No trecho da obra Manual do arquiteto: planejamento, dimensionamento e projeto, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai saber mais sobre a compartimentação e o leiaute de mobiliários. Boa leitura. TERCEIRA EDIÇÃO MANUAL DO ARQUITETO PLANEJAMENTO, DIMENSIONAMENTO E PROJETO DAVID LITTLEFIELD M ANUAL DO ARQUITETO PLANEJAM ENTO, DIM ENSIONAM ENTO E PROJETO TERCEIRA EDIÇÃO ARQUITETURA/CONSTRUÇÃO Fruto de um trabalho considerável por parte de um grande número de arquitetos, engenheiros e acadêmicos, Manual do Arquiteto apresenta os princípios e dados dimensionais para o projeto de arquitetura das mais variadas tipologias de edifi cação. Esta terceira edição está completamente atualizada e inclui mudanças recentes em regulamentação e prática, como a crescente ênfase nas questões ambientais, de forma a atender às necessidades de estudantes e profi ssionais de arquitetura, urbanismo, engenharia civil e construção. Um guia completo, Manual do Arquiteto aborda os principais tipos de edifi cações, como aeroportos, hospitais, escolas, equipamentos industriais e esportivos, templos religiosos, bibliotecas, museus, hotéis e restaurantes. Para todos os casos, são fornecidos os requisitos básicos para os estudos preliminares do projeto de arquitetura, além de informações sobre planejamento e projetos complementares. Também são tratados aspectos como materiais, acústica, iluminação e espaços necessários para circulação e equipamentos. Entre os diferenciais que fazem desta uma obra única no mercado brasileiro estão capítulos que tratam dos seguintes temas: • A administração do escritório de arquitetura • Custo de capital e custo de vida útil das edifi cações • Planejamento e desenho urbano • Acessibilidade e inclusão • Terminais de transporte e pontos de conexão • Estúdios de gravação de som e imagem • Projeto de arquitetura em zonas tropicais • Instalações prediais • Materiais de construção DAVID LITTLEFIELD TERCEIRA EDIÇÃO 95379 Manual do Arquiteto.indd 1 28/3/2011 10:45:58 L778m Littlefield, David. Manual do arquiteto [recurso eletrônico]: planejamento, dimensionamento e projeto / David Littlefield ; tradução: Alexandre Salvaterra ; revisão técnica: James Miyamoto, Silvio Dias, José Barki. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Bookman, 2011. Editado também como livro impresso em 2011 ISBN 978-85-7780-558-7 1. Arquitetura. 2. Arquitetura – manual. I. Título. CDU 72(035) Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052 184 Manual do Arquiteto: Planejamento, Dimensionamento e Projeto 7 COMPARTIMENTAÇÃO E LEIAUTE DE MOBILIÁRIO 7.01 O leiaute adotado por uma organização depende de questões de proximidade e localização de equipamentos – algumas áreas, por exemplo, não devem ficar muito perto do conjunto de salas dos di- retores. Em 12.15 há um quadro de relações utilizado para projetar a distribuição de espaço. 7.02 A compartimentação e o leiaute de mobiliário de uma área de tra- balho devem ser extremamente flexíveis (12.16 a 12.22). Além dis- so, elas são as áreas com maior facilidade de aquisição e com maior rotatividade. O mobiliário é uma ferramenta muito acessível, que pode valorizar o desempenho, ou seja, transformar o mínimo em máximo. 7.03 Características fundamentais • Redução das mesas de trabalho para uso individual em tempo integral • Mobiliário, recursos e espaço para grupos ou equipes de proje- to devem ser compartilhados o tempo todo • Móveis devem suportar o uso intensivo e variado de tecnologia da informação • Capacidade de apoio a diferentes usuários ao longo do tempo 7.04 Os leiautes devem equilibrar a busca pela compartimentação (co- mum em escritórios alemães e escandinavos) e a necessidade de se economizar e aumentar o valor, utilizando padrões de trabalho in- terativos em locais de planta livre. As áreas livres devem ser proje- tadas e administradas de forma a permitir um ambiente de trabalho silencioso e tranquilo, além do uso flexível de espaço em diferentes momentos. O uso da tecnologia da informação para possibilitar a mobilidade dentro do escritório sugere novas maneiras de se plane- jar um espaço. Deve-se buscar o equilíbrio entre: Dinamizar a comunicação e A necessidade de trabalho em grupo / equipe / projeto e A disponibilização de áreas abertas e para trabalho em grupo Proporcionar um ambiente silencioso e tranquilo Confidencialidade e trabalho individual e o Acesso à iluminação, orienta- ção solar e ventilação naturais 7.05 Em 12.23 a 12.38 encontram-se dimensões relevantes de esta- ções de trabalho típicas para funcionários de escritório. Dimen- sões padronizadas para espaços onde há uso de computadores podem ser encontradas no Capítulo 2. Atualmente, os escritórios de projeto consistem, em sua maioria, em estações de trabalho CAD (projeto assistido por computador), mas mesas de desenho ainda são utilizadas. 12.39 a 12.42 indicam as dimensões neces- sárias. 7.06 Salas e espaços de reunião São as áreas principais em qualquer organização. 12.43 a 12.45 apresentam diferentes configurações. Às vezes, é preciso equipa- mento para comunicação televisual com áreas remotas. 7.07 Sistema de instalações Há três maneiras de levar instalações elétricas e de comunicação a cada estação de trabalho e espaços de reunião: • Em pisos elevados (12.46) Esse arranjo é bastante popular entre os empreendedores – o que é surpreendente, pois se trata do mais caro. Exceto se um teto absurdamente baixo for construído, o pé-direito será obri- gatoriamenteaumentado pela profundidade do piso elevado. As tomadas de energia elétrica e telecomunicação ficam em caixas de tomadas embutidas no piso, com tampas com dobra- diças. A capacidade dessas caixas é limitada pelo tamanho, e geralmente só tem espaço para três tomadas elétricas e uma valor 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 indesejável indiferente a média satisfaz importante particularmente importante absolutamente necessário proximidade importância contatos pessoais tarefas feitas em conjunto barulho número de visitantes conveniência supervisão movimento de papéis uso de produtos recursos compartilhados código razão razão ra zõ es q u e d et er m in am o v al o r d a p ro xi m id ad e c at eg o ri a d e p ro xi m id ad e presidente diretor sênior diretor financeiro diretor de vendas diretor de produção compras vendas gerais e escritório administrativo contabilidade planejamento de produção processamento de dados correspondência e almoxarifado recepção banheiro masculino banheiro feminino porta frontal porta dos fundos 20 19 18 17 16 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 A 9 A 5 O 5 O 5 O 5 E 4 E 4 E 7 O 5 O 5 O 8 O 7 I 7 O 7 E 6 O 6 E 4O 4 X 3 E 6 E 6,2A 6 I 2 O 6O 1 O 1 O 1 O 1 O 1 I 2 I 1 I 1 I 1 A 1 I 8 E 7 O 5 I 5 I 4 I 7 I 5,7 U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U U UU U U U U U U O 5 A E I O U X 12.15 Quadro de relações para uma empresa pequena. Littlefield_12.indd 184 12/01/11 14:24 12 Escritórios 185 planta livre divisórias acústicas divisórias e móveis estrutura linhas fixas compartimentos 12.16 Comparação de diferentes leiautes, que variam com: grau de fechamento, densidade de pessoas, distribuição de espaço. 3,7 22,5 3 .7 0 0 3.700 12.17 Planta livre. tomada dupla para telefone. Colocar mais caixas ou mudar a posição das existentes é difícil e sai caro. Assim, os leiautes de móveis e divisórias costumam ser fixos em relação a elas. Às vezes, as caixas são colocadas em rotas de circulação intensa, onde causam acidentes. • Em tetos falsos (12.47) Em geral, os tetos falsos ficam apenas parcialmente preenchi- dos com dutos de condicionamento de ar ou ventilação; logo, o aumento da altura necessário para a acomodação dos cabos é mínima. As tomadas de energia elétrica e telecomunicação podem ser acomodadas em barras com instalações, que tem capacidade de acomodar até 20 tomadas diversas. Eles podem ser colocados em praticamente qualquer posição e são fáceis de mover, pois o que os mantêm no lugar é o fato de estarem simplesmente pendurados entre o forro e a face inferior da laje do pavimento de cima. Há, porém, uma desvantagem: várias barras com instalações, localizadas de maneira aparentemente aleatória, podem ter má aparência. Littlefield_12.indd 185 12/01/11 14:24 186 Manual do Arquiteto: Planejamento, Dimensionamento e Projeto 7,5 22,5 4.700 4 .2 0 0 4,2 12.18 Planta livre estruturada. 5,5 1,5 1,5 5,4 12.19 Espaços agrupados. 4,5 7,5 7,5 22,5 12.20 Sistema híbrido com compartimentação central. Littlefield_12.indd 186 12/01/11 14:24 12 Escritórios 187 2,9 m 4 m 14 12.21 Sistema híbrido com compartimentação lateral. 5,5 1,5 4,5 5,4 2,7 4 .5 0 0 2.700 12.22 Compartimentado. 1.000 6 0 0 12.25 Com espaço para papéis na lateral. 1.200 6 0 0 12.26 Com espaço para papéis em ambos os lados. 12.23 Alcance médio de pessoa sentada à mesa de trabalho. Para alcançar mais longe, usuário tem de se curvar, mas não levantar. 12.24 Espaço básico para escrever e digitar. Littlefield_12.indd 187 12/01/11 14:24 188 Manual do Arquiteto: Planejamento, Dimensionamento e Projeto 1.200 7 5 0 12.27 Espaço para papéis, canetas e telefone. 1.200 8 5 0 12.28 Espaço generoso para papéis. 1.500 8 5 0 12.29 Espaço para papéis e área para se abrir pastas e livros. corredor 1.000 gaveta aberta 1.600 5 0 0 600550450 12.30 Espaço necessário para arquivo com gavetas. corredor 750 a 900 9 0 0 – 1 .0 0 0 1.200 750 450 450450 12.31 Dimensões necessárias para arquivos alinhados. 1.300 a 1.500 1 .0 0 0 1.500 1.200 1.500 mínimo 1.500 1.100 2.000 2 .0 0 0 1 .4 0 0 1 .5 0 0 1 .0 0 0 600 750 450 700 400 450 900 600700 600 600 12.32 Dimensões recomendadas para arquivos e outros equipamentos de escritório e circulação. Littlefield_12.indd 188 12/01/11 14:24 12 Escritórios 189 mesa 1.500 × 750 corredor mesa 1.200 × 750 a rq u iv o 7 0 0 × 4 5 0 a rq u iv o 7 0 0 × 4 5 0 1 .6 5 0 2.400 2.850 2.100 2.550 1 .6 5 0 900 9 0 0 900 9 0 0 12.33 Espaços e leiaute para mesa e arquivo. a rq u iv o 7 0 0 × 4 5 0 a rq u iv o 7 0 0 × 4 5 0 corredor escrivaninha 1.500 × 750 escrivaninha 1.500 × 750 escrivaninha 1.200 × 750 escrivaninha 1.200 × 750 mesa 1.200 × 750 mesa 1.200 × 750 mesa 1.500 × 750 mesa 1.500 × 750 corredor corredorcorredor 2100 2.550 2.400 2.850 2 .4 0 0 .2 .4 0 900900 900900 12.34 Escrivaninha com mesa, arquivo e cadeira, espaço e leiaute. corredor corredor mesa 1.500 × 750 mesa 1.200 × 750 a rq u iv o 7 0 0 × 4 5 0 a rq u iv o escrivaninha 1.500 × 750 escrivaninha 1.200 × 750 3.3003.600 1 .6 5 0 1 .6 5 0 900900 9 0 0 9 0 0 12.37 Escrivaninha, mesa e arquivo, espaços livres e leiaute. corredor corredor escrivaninha 1.500 × 750 escrivaninha 1.200 × 750 mesa 1.500 × 750 mesa 1.200 × 750 1 .6 5 0 3150 1 .6 5 0 2.850 900 9 0 0 900 9 0 0 12.35 Escrivaninha com mesa adjacente, espaços livres e leiaute. corredor corredor escrivaninha 1.500 × 750 escrivaninha 1.200 × 750 m e s a d e u s o c o m u m 1 .5 0 0 × 7 5 0 m e s a d e u s o c o m u m 1 .2 0 0 × 7 5 0 2.475 2.775 1 .6 5 0 1 .6 5 0 900 9 0 0 6 0 0 900 12.36 Escrivaninha com mesa de uso comum, espaços livres e leiaute. Littlefield_12.indd 189 12/01/11 14:24 190 Manual do Arquiteto: Planejamento, Dimensionamento e Projeto escrivaninha 1.200 × 750 m e s a d e u s o c o m u m 1 .2 0 0 × 7 5 0 a rq u iv o a rq u iv o a rq u iv o a rq u iv o m e s a d e u s o c o m u m 1 .5 0 0 × 7 5 0 escrivaninha 1.500 × 750 corredor 1 .6 5 0 3.225 1 .6 5 0 2.925 900 9 0 0 900 9 0 0 12.38 Escrivaninha, mesa de uso comum e arquivo, espaços livres e leiaute. mesa de desenho mesa de apoio metade do corredor 1.500 1.500 1 .8 0 0 3.900 900 12.39 Mesa de desenho com mesa de apoio contígua: área 7,0 m². mesa de desenho mesa de apoio metade do corredor 1.500 2.400 2 .7 5 0 900 12.40 Mesa de desenho com mesa de apoio por trás: área 6,6 m². mesa de desenho mesa de apoio metade do corredor 1.500 3.300 2 .1 5 0 900900 12.41 Mesa de desenho com mesa de apoio lateral: área 7,1 m². mesa de desenho mesa de desenho de apoio meio- corredor mesa se move para permitir entrada unidade para armazenamento próxima mesa de desenho 1.100 1 .8 0 0 3.350 900750 150150 300 12.42 Mesa de desenho de apoio com rodízios: área 6,0 m² (projeto Building Design Partnership). 2.700 2.200 3.000 3.000 3 .0 0 0 3.000 2 .5 0 0 1 .5 5 0 2.450 3 .1 5 0 3.500 3.100 3 .6 0 0 3 .6 0 03.150 3.650 3100 4.000 5 .2 5 0 3.100 8 .1 0 0 3.100 3.1006 .1 0 0 3.100 3.100 5 .1 0 0 3.100 4 .1 0 0 7 .1 0 0 4.500 3 .3 0 0 12.43 Necessidades espaciais para reuniões informais. Littlefield_12.indd 190 12/01/11 14:24 12Escritórios 191 • Dutos perimetrais conectados a sistema de cabeamento dentro de móveis e divisórias (12.48) Esse sistema é particularmente adequado para escritórios com ventilação natural, sem tetos falsos. No entanto, ele dificulta o deslocamento de móveis e divisórias, e pode inibir a movimen- tação entre áreas de trabalho. Dois outros métodos eram utilizados no passado, mas deixa- ram de ser recomendáveis. Dutos embutidos na laje de piso exigem tomadas logo acima do nível do piso, sempre adjacentes ao posicio- namento dos dutos. Esse método limita totalmente a distribuição de móveis e as rotas de circulação. Um sistema pior ainda consiste na colocação de cabos no teto falso abaixo do pavimento em questão. Isso significa que, se mudanças tiverem de ser feitas, as obras ocor- rerão em um pavimento diferente – que pode estar sendo ocupado por outra organização! 4.200 4.800 6.300 7 .2 0 0 5 .7 0 0 4 .8 0 0 12.44 Necessidades espaciais para reuniões formais. 12.45 Móveis modulados projetados para permitir configurações alter- nativas. laje de piso de concreto duto do condicionamento de ar teto falso piso elevado cabos caixa de tomadas no piso laje de piso de concreto 12.46 Instalações elétricas e de telecomunicações sob pisos elevados. laje de piso de concreto duto do condicionamento de ar teto falso eletroduto barra com instalações laje de piso de concreto 12.47 Instalações elétricas e de telecomunicações através de teto falso. Littlefield_12.indd 191 12/01/11 14:24 Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Dica do professor Um projeto corporativo está voltado para atividades de administração e deve acompanhar as mudanças e o desenvolvimento das tecnologias relacionadas a essa área para ser capaz de garantir espaços bem aproveitados, funcionais e confortáveis. Nesta Dica do Professor, veja um pouco mais sobre as características dos edifícios de escritórios e as regras atuais para esses espaços. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/9c864cb70539d3b586c8218d3abcdf70 Na prática Os edifícios corporativos contemplam aspectos que devem ser pensados de forma individual e, portanto, divididos de acordo com a sua vida útil e a sua necessidade de alteração/transformação ao longo do tempo a fim de permitir que essas edificações sejam funcionais, considerando as mudanças do mercado. Neste Na Prática, conheça um pouco mais sobre esses aspectos. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Ambientes de trabalho compartilhados: o desafio de projetar espaços de coworking Uma tendência que vem se destacando no cenário corporativo diz respeito à utilização compartilhada de espaços de trabalho. Neste artigo, saiba mais sobre o projeto desse tipo de espaço de trabalho. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Arquitetura e qualidade de vida no ambiente de trabalho: estudo preliminar de um coworking em Maceió Os locais de trabalho influenciam de forma direta a produtividade e a qualidade de vida dos funcionários. Veja mais sobre o assunto neste estudo de caso. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Evolução dos espaços de trabalho ao longo dos anos Os espaços de arquitetura se desenvolvem e sofrem alterações conforme os acontecimentos e as tendências da sociedade. É também assim com os espaços corporativos. Leia este artigo e saiba mais sobre a evolução desses espaços. https://periodicos.ifsul.edu.br/index.php/poliedro/article/view/1065/1007 https://periodicos.set.edu.br/fitshumanas/article/view/9244/4560 Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://cic.unifio.edu.br/anaisCIC/anais2019/pdf/03.24.pdf Projeto de interiores e acabamentos construtivos Apresentação Parte significativa do trabalho do profissional que trabalha com arquitetura de interiores é selecionar os materiais mais adequados para a sua proposta. Além do efeito estético, da aparência do material, critérios como manutenção, resistência ao fogo e acessibilidade pesam na seleção e combinação de opções. Além dos materiais em si, a relação deles com os outros que vão compor a proposta deve ser pensada, tendo em mente a harmonia entre os elementos e os encontros e encaixes entre eles. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai reconhecer os principais materiais utilizados em projetos de arquitetura de interiores e as suas características. Além disso, você vai ver alguns cuidados que devem ser tomados na sua indicação e instalação. Por fim, você vai perceber como o projeto é a ferramenta de compatibilização por excelência e quais são os caminhos que o profissional pode adotar para garantir o sucesso de sua proposta. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever os principais elementos de acabamentos em interiores.• Explicar os cuidados necessários na aplicação de tais acabamentos.• Aplicar a compatibilização dos elementos de acabamentos em interiores.• Infográfico O uso ao qual um ambiente se destina é um dos fatores que mais influenciam a escolha dos materiais de acabamento. As áreas molhadas necessitam de atenção especial, uma vez que os revestimentos devem ser resistentes à umidade e pouco escorregadios. Atualmente, é bastante ampla a gama de opções oferecidas pelo mercado. Neste Infográfico, você vai conhecer os principais materiais de acabamento que podem ser utilizados em pisos de áreas molhadas, como cozinhas, lavanderias e banheiros. Você vai verificar as principais vantagens e desvantagens de cada um. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/2ee75b1a-2803-451a-9987-209affb614bb/666b382b-bc21-41dc-a4ee-019e344e5498.jpg Conteúdo do livro As pessoas passam boa parte de suas vidas dentro de edifícios. Casa, trabalho, instituições de ensino, comércio, salas de eventos são o pano de fundo sobre o qual decorre a vida humana. Isso, por si só, constitui um motivo significativo para a preocupação com a qualidade desses espaços. Sabendo disso, é fundamental reconhecer como diferentes materiais alteram a percepção desses espaços e a necessidade de o projetista conhecer suas características e limitações. No capítulo Projeto de interiores e acabamentos construtivos, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar as principais opções de materiais que arquitetos, designers e demais projetistas podem utilizar na hora de compor e combinar os elementos constituintes de suas criações. Você também vai aprender as propriedades e os cuidados necessários no emprego desses materiais. Além disso, você vai verificar o papel do projeto como instrumento de compatibilização por excelência, a ferramenta que torna possível a realização de propostas complexas, integrando o trabalho de profissionais de diversas áreas. Boa leitura. ARQUITETURA DE INTERIORES OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM > Descrever os principais elementos de acabamentos em interiores. > Explicar os cuidados necessários na aplicação de acabamentos em interiores. > Aplicar a compatibilização dos elementos de acabamentos em interiores. Introdução A maneira como percebemos os espaços internos está intimamente relacionada com os revestimentos e acabamentos de suas superfícies. A escolha entre um material e outro pode alterar significativamente um espaço; além disso, a falta de planejamento na especificação desses materiais pode extrapolar orçamentos e comprometer a utilizaçãodos ambientes no longo prazo. Um projetista, portanto, deve conhecer as características, vantagens e desvantagens das principais opções a sua disposição. Neste capítulo, vamos apresentar as principais opções disponíveis para ma- teriais de revestimento, os cuidados que devemos ter quando de sua utilização e as ferramentas utilizadas na combinação desses materiais. Projeto de interiores e acabamentos construtivos Gabriel Lima Giambastiani Acabamentos em projetos de arquitetura de interiores A principal função das edifi cações é servir de abrigo e de suporte para as ati- vidades humanas. A sensação de proteção que temos quando ingressamos em uma construção depende da delimitação resultante das relações entre os planos de pisos, paredes e tetos, pois são esses os elementos que defi nem os limites físicos dos recintos (CHING; BINGGELI, 2019). Também é verdade que os materiais utilizados nos revestimentos desses elementos podem alterar signi- fi cativamente a percepção do espaço. Podemos validar essa hipótese com um simples exercício de pensamento. Imagine que você ingressa em um quarto de hotel onde todas as superfícies são homogêneas e pintadas com branco. Mobiliário, cortinas, louças e metais seguem um padrão. Agora, imagine que você deixa o primeiro quarto e ingressa em outro, com iguais geometria e configuração. Esse segundo ambiente tem forro e piso em madeira, paredes revestidas com pedra, mobiliário variado, cortinas de linho, metais cromados. Dificilmente poderíamos sustentar que estamos falando de ambientes iguais. Essa diferença de percepção que a materialidade e o aspecto físico de algo provocam no usuário corresponde ao conceito de caráter imediato (MAHFUZ, 1995). Considerando dimensões e volumetria iguais, a percepção do usuário será diferente se a materialidade do objeto for diferente. Sabendo disso, o projetista pode promover certas sensações e percepções variando os materiais de revestimento de suas propostas. Observe, na Figura 1, como essa variação influencia a percepção dos espaços internos. Figura 1. Estudo de materiais em sala de estar. Projeto de interiores e acabamentos construtivos2 O par de imagens da Figura 1 faz parte de uma apresentação cujo objetivo era validar, junto ao cliente, algumas alternativas de materiais. A imagem da esquerda mostra a laje em concreto aparente, ou seja, sem forro, e o piso em réguas de madeira; a imagem à direita mostra o piso com forro pintado de branco e o piso Silestone em placas. Utilizar o mesmo ponto de vista, variando apenas os materiais, é uma técnica interessante para demonstrar a diferença de percepção provocada por essas variações. Agora que você sabe como a variação dos materiais de revestimento pode alterar a percepção de um espaço, vamos estudar as principais categorias de revestimentos utilizados em projetos de arquitetura de interiores. Também veremos como o mesmo material pode ser utilizado tanto em superfícies horizontais quanto em superfícies verticais, e vamos estudá-las de acordo com a natureza do material. Madeira A madeira foi um dos primeiros materiais empregados na construção de abrigos humanos e, curiosamente, chega aos tempos atuais como uma das tecnologias construtivas mais promissoras e versáteis — prova de que, apesar de ser antigo, o potencial de uso desse material está longe de ser esgotado. Proveniente da extração de árvores, trata-se de um material resistente e flexível. O desenvolvimento da indústria da construção civil, somado a pre- ocupações ambientais, estimulou o desenvolvimento de subprodutos desse material, que acabam, assim, sendo mais comuns nas construções atuais. Alguns subprodutos da madeira incluem o MDF (medium density fiberboard), ou placa de fibra de média densidade, uma placa aglo- merada derivada da madeira; o MDP (medium density particleboard), ou painel de partícula de média densidade, que, diferentemente do MDF (feito com fibras), é feito com partículas de madeira; e o CLT (cross-laminated timber), ou madeira laminada cruzada, um material estrutural de madeira composto de várias cama- das orientadas perpendicularmente umas as outras (essa alternância entre a orientação das chapas resulta em um componente que resiste melhor à tração e à compressão). Nos projetos de arquitetura de interiores, a forma mais comum de utilizar a madeira é no revestimento de pisos, na fabricação de painéis e na marcenaria. Entre as opções de piso, existem: Projeto de interiores e acabamentos construtivos 3 os de madeira maciça, compostos por réguas inteiras de madeira natural; os multistratos, compostos de lamelas de 5 mm de espessura de ma- deiras de alta densidade, com base composta por recortes de madeira maciça cruzados de modo a formar uma espécie de mosaico; os multiestruturados, com base composta de lâminas de madeira de reflorestamento e com uma lamela superior de 3 a 4 mm de madeira nobre, que determina o aspecto do produto final; os multilaminados, semelhantes aos multiestruturados, mas com uma camada de acabamento mais fina, o que determina a impossibilidade de restaurar esse tipo de piso; os do tipo deck, piso de madeira maciça normalmente utilizado para ambientes expostos ao tempo. Para a marcenaria, o tipo de madeira mais comum é o MDF com revesti- mento melamínico, que consiste na colagem de uma placa na superfície do material para dar acabamento, ou com lâminas de madeira natural, quando o revestimento dessas placas é composto por uma camada muito fina de madeira. Observe, na Figura 2, um exemplo do uso de madeira em um projeto de arquitetura de interiores em que o MDF com lâminas de madeira natural foi utilizado para fazer o acabamento de um painel de divisória. Figura 2. MDF revestido com lâmina de madeira natural em painel de divisória. Projeto de interiores e acabamentos construtivos4 Alvenaria A palavra alvenaria deriva do árabe alvaner (ou alvanel) e diz respeito àquele que trabalha com pedra, cimento ou cal: ou seja, o pedreiro. Chamamos de alvenaria o tipo de construção composto por unidades unidas ou não por ar- gamassa. Esse tipo de sistema de vedação constitui a maioria das construções do dia a dia, sejam paredes de tijolos de barro, blocos cerâmicos, blocos de concreto, pedra. Além dos blocos, é comum a aplicação de uma camada de revestimento de argamassa (mistura homogênea composta, basicamente, por agregados miúdos, cimento e água). A esse revestimento, normalmente são aplicados outros, como a pintura e o revestimento cerâmico, por exemplo. Veja a Figura 3. Figura 3. Casas rebocadas e caiadas na ilha de Santorini, Grécia. Fonte: Greece Moments ([20--], documento on-line). Popularmente, o revestimento das paredes de alvenaria é chamado de reboco. No entanto, esse tipo de revestimento é composto por várias camadas, que desempenham diferentes funções. O chapisco, por exemplo, é a camada inicial de argamassa, que serve para aumentar a aderência das demais camadas à parede. Já o emboço é a camada aplicada após o chapisco e ajuda a corrigir as irregularidades da superfície na qual o revestimento é aplicado. Por fim, o reboco, propriamente dito, é a camada final e serve para dar acabamento ao revestimento. Projeto de interiores e acabamentos construtivos 5 Gesso O gesso também é um material amplamente utilizado na arquitetura de interiores, seja na forma de divisórias (portanto, contrapondo-se à alvenaria como alternativa mais ágil para a construção de paredes), seja na construção de forros (isto é, como acabamento para as superfícies do teto de um recinto). Podemos distinguir entre dois tipos principais de soluções em gesso: o gesso em placas e o gesso acartonado. O gesso em placas, como o nome sugere, é composto por placas do mate- rial (normalmente medindo 60 × 60 cm), que são instaladas por meio de um sistema de encaixe conhecido como macho-fêmea. Sua sustentação ocorre por meio de arames ou pinos entre as placas e a laje ou o elemento de fixaçãosuperior. O acabamento desse material é feito lixando a superfície acabada, processo que gera quantidade considerável de pó e cuja viabilidade, portanto, deve ser bem avaliada, principalmente em áreas já ocupadas. Como vantagem desse tipo de acabamento, pode-se citar a flexibilidade na proposição de soluções. O projetista pode propor desenhos que vão de soluções minimalistas a superfícies bastante rebuscadas. O gesso acartonado, por sua vez, refere-se a um sistema de construção a seco composto por placas de gesso revestidas por papel acartonado, que são fixadas a uma estrutura reticulada geralmente metálica. Em relação ao gesso em placas, a execução do gesso acartonado é mais rápida e mais limpa, além de ter menor quantidade de resíduos; para tanto, exige mão de obra mais qualificada. Como vantagem adicional, existem, no mercado, diferentes tipos de placas de gesso acartonado. Além das placas convencionadas (standard ST), existem as placas resistentes à umidade RU (verde) e as resistentes à fogo RF (rosa). Antes de especificar, é importante consultar o catálogo do fornecedor para escolher o tipo de placa mais adequado. Quando esse sistema é utilizado para a construção de divisórias, é chamado de drywall. Observe, na Figura 4, a utilização do sistema de gesso acartonado tanto na construção do forro quanto nas paredes de um espaço interno. Projeto de interiores e acabamentos construtivos6 Figura 4. Gesso acartonado aplicado em forro e em paredes divisórias. Fonte: Bannafarsai_Stock/Shutterstock.com. Cerâmicas e porcelanatos Por cerâmicas, entendemos pequenas unidades modulares de argila ou de porcelana (CHING; BINGGELI, 2019). O azulejo é um tipo de cerâmica, uma peça de pouca espessura em que uma das faces é vidrada, resultado da aplicação de uma camada denominada esmalte. O porcelanato, classificado como produto cerâmico pela NBR ISO 10545-3 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2020), diferencia-se de cerâmicas como o azulejo porque não há a divisão entre a massa de cerâmica queimada (também conhecida como “biscoito”) e a camada superficial, esmalte. A aparência do porcelanato pode depender da aplicação de uma camada superficial, porcelanato esmaltado, ou ser simplesmente o resultado da mistura que o compõe, porcelanato técnico. Essa diferenciação também tem consequências para outras propriedades desse revestimento, como a absorção de água. Rosso, Cunha e Rojas-Ramírez (2005, documento on-line) apresenta a seguinte distinção: “O porcelanato é classificado como esmal- tado ou técnico (polido ou não), sendo que para o esmaltado admite-se uma absorção de água até 0,5%. Porém, para o porcelanato técnico, esta absorção deve ser menor ou igual a 0,1%”. Projeto de interiores e acabamentos construtivos 7 Atualmente, o porcelanato é um dos materiais mais comuns para o revesti- mento de áreas molhadas (cozinhas, banheiros, etc.). Uma vantagem adicional do material é a ampla gama de opções no que diz respeito a tonalidades e texturas, que o tornam uma opção bastante versátil. Na Figura 5, você pode observar a aplicação de um piso de porcelanato em uma sala de estar. Figura 5. Piso de porcelanato em uma sala de estar. Pinturas Vimos que o reboco é uma das formas de revestir paredes de alvenaria. Difi cilmente superfícies rebocadas ou, até mesmo, compostas por placas, como as de gesso, são deixadas cruas. A pintura é um dos revestimentos mais comuns nesses casos, que pode ser do tipo cal, esmalte, acrílico ou PVA (acetato de polivinila), os dois últimos os tipos mais comuns. A diferença entre a tinta acrílica e a PVA é o tipo de resina utilizada, sendo a primeira indicada para ambientes externos e, a segunda, para os internos. Com relação à aparência, as tintas se classificam em foscas, acetinadas e semibrilho. Pense nessa classificação como uma escala que vai da ausência total de brilho (tinta fosca) até a mais brilhosa delas (semibrilho). As tintas acetinadas são uma alternativa intermediária entre as outras duas categorias. Não se pretende, com essas categorias, fornecer um rol exaustivo de opções de revestimentos para projetos de arquitetura de interiores. Como você viu no caso da madeira, até mesmo materiais muito antigos podem ser transformados e melhorados para atender a necessidades atuais. Além disso, o Projeto de interiores e acabamentos construtivos8 uso de materiais em contextos diferentes pode resultar em experiências inte- ressantes. Observe, na Figura 6, uma imagem da exposição “Onion Skin”, como o uso de superfícies iluminadas pode criar espaço ricos em espacialidade. Figura 6. Exposição “Onion Skin”, de Olivier Ratsi, em Oaxaca, México. Fonte: Ratsi (2013, documento on-line). De modo geral, fique atento aos tipos de revestimentos utilizados nos projetos que lhe chamam a atenção e observe a maneira como são empregados e o efeito que causam. Depois, tente aplicar o que aprendeu em seus projetos. Agora que já vimos os principais tipos de revestimento, vamos ver os principais cuidados necessários ao emprego desses materiais. Cuidados necessários na aplicação de materiais de revestimento Antes de estudarmos os principais cuidados relacionados com as categorias de materiais apresentadas, é importante ressaltar que o processo de seleção de um revestimento deve levar em conta várias propriedades, além do efeito estético esperado. Um dos critérios mais cobrados dos projetistas diz respeito à manutenção, que vai de preocupações relativas à facilidade de limpeza e de restauro a preocupações com a vida útil do material. Pense no exemplo de uma casa de veraneio. Como esse tipo de imóvel é usado com menos frequência, Projeto de interiores e acabamentos construtivos 9 é compreensível que seu cliente opte por materiais que demandem menos reparos. A facilidade de montagem também é uma questão importante. Na maioria das vezes, projetistas não dispõem de prazos indeterminados para entregarem suas obras. Em função disso, algumas alternativas são preferíveis a outras em função da facilidade ou da rapidez de montagem. As divisórias de gesso acartonado são um bom exemplo: sua execução é bem mais rápida que a construção de uma parede em alvenaria convencional. Seguindo o exemplo das paredes, as preocupações quanto ao isolamento acústico são comuns, sobretudo em ambientes residenciais. O mesmo se aplica à resistência ao fogo. Como já vimos, existem materiais (como as placas de gesso resistentes a fogo) que buscam responder a esse tipo de preocupação. Por sua vez, a acessibilidade é um desdobramento do critério da manutenção e está relacionada à facilidade de acesso aos demais sistemas do projeto de arquitetura de interiores. Como exemplo, podemos citar a presença de alçapões em forros para facilitar a manutenção em fios, instalações elétricas ou sanitárias. Tente se informar, portanto, a respeito das principais características dos revestimentos propostos para seus projetos. Consulte as informações disponíveis nos catálogo dos fabricantes, muitos deles disponíveis on-line. Além disso, converse com vendedores e colegas sobre experiências que tiveram no emprego dos revestimentos. Esse tipo de cuidado pode lhe aju- dar a especificar materiais que, além de proporcionarem um efeito estético agradável, facilitem a vida dos usuários de seus projetos. Vamos, agora, examinar alguns cuidados que devemos ter com os principais tipos de revestimentos. Madeira Os principais cuidados em relação a revestimentos de madeira estão rela- cionados à sensibilidade do material. Sobretudo quando estamos lidando com lâminas naturais, esses revestimentos costumam ser muito sensíveis à exposição à luz natural e à abrasão. Logo, os elementos de madeira, como o mobiliário sob medida, são um dos últimos itens a serem instalados. Quanto àqueles que devem ser instalados antes ou mantidos, como é o caso de pisos existentes, devem ser protegidos com outros materiais. Observe, na Figura 7, como uma camada de papelão protegeum piso de parquet preexistente. Projeto de interiores e acabamentos construtivos10 Figura 7. Piso de madeira protegido com papelão. Além da fragilidade, o projetista deve ficar atento a variações de tonali- dade nas lâminas de madeira. Suponha que você tenha projetado um móvel para uma sala de estar há três anos. É bem provável que, caso você queira fazer um complemento para o móvel original, não consiga produzir uma peça que fique com a mesma tonalidade que o anterior, mesmo utilizando a mesma lâmina. Isso ocorre em função da exposição da lâmina original à luz do Sol. Uma alternativa, nesse caso, seria variar o material, estudando uma composição cromática alternativa, ou relaminar todo o móvel. Gesso Dependendo do tipo de revestimento de gesso escolhido, devemos tomar algumas precauções. Tratando-se do gesso convencional, é preciso fi car atento à quantidade de pó produzida nas etapas fi nais da instalação, quando a superfície é lixada para receber a tinta de cobertura. Quando trabalhamos com reformas, é necessário cobrir ou isolar outros ambientes para que esses resíduos não impregnem móveis e equipamentos. Projeto de interiores e acabamentos construtivos 11 Quando usamos gesso acartonado, o sistema em que placas de gesso são presas a montantes metálicos, a atenção do projetista deve se voltar para a integração entre esse sistema e outras demandas da obra. As placas de gesso não são tão resistentes quanto as paredes de alvenaria, então é preciso prever reforços em paredes em que se pretende instalar equipamentos, como televisores, ou móveis, como prateleiras. No forro, é necessário paginar os montantes para que não entrem em conflito com pontos de iluminação ou sistemas de automação. Observe. na Figura 8, a quantidade de pontos que ficará escondida sobre o forro. Para evitar conflitos, foi necessário, além mapear os pontos de iluminação e de sistemas de som, prever a posição dos montantes do forro de gesso acartonado. Lembre-se do critério da acessibili- dade: independentemente da escolha por gesso acartonado ou convencional, é necessário prever alçapões para eventuais reparos. Figura 8. Teto de imóvel residencial com sistemas de automação: necessidade de paginar os pontos e os montantes do forro de gesso acartonado. Alvenaria A construção de divisórias em alvenaria é uma das técnicas construtivas mais antigas da humanidade. Por ser um revestimento resistente e confi ável, boa parte das construções que compõem nosso ambiente construído fazem uso de paredes de tijolos, blocos cerâmicos ou de concreto. Também é verdade que boa parte das instalações das edifi cações está embutida nessas divisórias. Quando lidamos com preexistências antigas, isto é, que foram projetadas e Projeto de interiores e acabamentos construtivos12 executadas antes do advento do desenho em computador e da consequente documentação em arquivos digitais, nem sempre temos o projeto disponível para consulta. Antigos proprietários, arquivos municipais, quando muito, têm os documentos de aprovação, mas raramente a documentação completa. Essa ausência de documentação cria um problema para o projetista, que deve inferir o posicionamento de tubulações, fi ações e demais instalações. Sabendo disso, uma boa prática, quando usamos paredes de alvenaria, é fotografá-las após a execução das instalações e antes do fechamento com outro revestimento, como o reboco (Figura 9). Esse material pode ser arquivado e entregue aos proprietários, de modo que, em uma eventual reforma ou reparo, seja possível estimar, com maior precisão, o local dessas instalações e evitar danos. Essa preocupação não dispensa, porém, a existência de um projeto detalhado ou, ainda, um projeto as built, que serve para documentar o projeto pós-execução, com intuito de contemplar eventuais desvios do projeto original. Figura 9. Reboco de parede de banheiro: fotografia feita para documentar a posição da tubulação de água. Cerâmica Revestimentos cerâmicos são amplamente utilizados em áreas externas e inter- nas, pisos, paredes, cozinhas, áreas de serviço, salas de estar, enfi m, em quase todos os ambientes residenciais e comerciais. A popularidade desse tipo de Projeto de interiores e acabamentos construtivos 13 revestimento faz com que existam inúmeras opções de tamanhos, tonalidades e texturas no mercado. Quando trabalhamos com esse tipo de revestimento, precisamos ter cuidados tanto na etapa de projeto quanto na de execução. Durante a fase final do projeto, o projeto executivo, é fundamental que o projetista faça a paginação do revestimento, prevendo o ponto a partir do qual o operário deve começar a instalação e onde e como deve fazer o recorte nas peças. Paginar um revestimento significa representá-lo com as dimensões reais nas superfícies na qual ele será instalada. Isso é feito dese- nhando a peça com seu tamanho real e justapondo outras a seu redor. Com esse método, é possível prever os cortes que a mão de obra precisará realizar para adequar as peças à geometria do recinto na qual serão instaladas. Isso deve ser feito para paredes, pisos e qualquer outra superfície para a qual esteja previsto revestimento cerâmico. Durante esse processo de recorte, algumas peças acabam se perdendo. Chamamos isso de “quebra”. Portanto, a quantidade de revestimento comprada deve ser superior à àrea de superfície a ser revestida. Revestimentos em formatos maiores (acima de 90 cm) têm quebras maiores que revestimentos em formato menor (abaixo de 60 cm), porque, uma vez inviabilizado o uso da peça, a área perdida é maior. Imagine que, em função de um recorte, um operário perca uma peça quadrada de um metro de lado. Nessa operação, perdeu-se 1 m²; se a peça tivesse 30 cm, o prejuízo seria de 0,09 m². Além dos cuidados relacionados ao projeto, é preciso ficar atento a ca- racterísticas relativas à natureza do material. Revestimentos cerâmicos são agrupados por classes de acordo com sua resistência à abrasão, sua absorção de água e suas variações dimensionais. Os revestimentos Classe A apresentam variações dimensionais mínimas, de modo que podemos contar que suas dimen- sões sejam regulares. De qualquer forma, é necessário o uso de espaçadores, normalmente peças plásticas, para garantir um afastamento uniforme entre as peças. No que diz respeito à tonalidade, mesmo materiais com a mesma especificação costumam apresentar pequenas variações se forem de lotes diferentes. Por isso, é comum indicar a compra de algumas caixas excedentes para armazenar peças que foram produzidas dentro de um mesmo lote. Desse modo, garantimos a possibilidade de substituir alguma peça no futuro. Pintura Com relação ao uso de tintas e cores, existe uma preocupação muito impor- tante, que diz respeito à maneira como percebemos as cores. Geralmente, quando especificamos uma cor para um projeto de arquitetura de interiores, Projeto de interiores e acabamentos construtivos14 a escolhemos a partir de um catálogo de algum fornecedor. Porém, é preciso lembrar que a iluminação e os outros elementos presentes nos ambientes alteram nossa percepção da cor. Dito de outra maneira, uma coisa é ver uma cor impressa em um catálogo de papel, outra é vê-la aplicada diretamente na superfície real. Em função disso, é comum comprar amostras das opções escolhidas e pintar pequenos trechos de parede para possibilitar uma tomada de decisão mais bem informada (Figura 10). Além disso, é uma boa prática levar outros revestimentos, como as lâminas escolhidas para os móveis, para conferir se a harmonia imaginada durante o projeto se confi rma na realidade. Figura 10. Teste de cores em parede de apartamento: verificação das tonalidades escolhidas. Um segundo cuidado relativo ao uso de pintura como revestimento está relacionado à manutenção. É mais fácil retocar superfícies nas quais foram aplicadas tintas foscas. Isto é, caso seja necessário repintar uma parte dessa superfície, as emendas serão imperceptíveis. Do contrário,será necessário pintar toda a superfície para que não seja possível identificar o que é a pintura original e o que é intervenção posterior. Perceba como vários fatores influenciam a escolha de revestimentos. Um bom projetista deve ser capaz de especificar o revestimento mais adequado para cada situação, contemplando todos eles. Para tanto, é preciso se manter informado e estudar as principais diferenças entre eles. Agora que você já conhece algumas delas, vamos falar de alguns cuidados que devemos ter nos encontros e nas interações entre diferentes tipos de revestimentos. Projeto de interiores e acabamentos construtivos 15 Compatibilização entre acabamentos Parte signifi cativa do sucesso de um projeto de arquitetura de interiores é atribuída à atenção ao encontro entre diferentes materiais. Forros e tetos se encontram com paredes, que se encontram com pisos, que têm desníveis ou perfurações para aberturas, circulações verticais etc. Enfi m, uma infi nidade de encontros e encaixes que o projetista deve prever e solucionar já na etapa de projeto, minimizando a necessidade de pensar nessas soluções durante a execução, quando o tempo para tomar decisões é mais escasso. Observe, na Figura 11, a foto de uma cozinha integrada com a sala de estar. Nesse exemplo, temos muitos dos revestimentos estudados antes: forro em gesso, painéis de madeira, piso e bancada em porcelanato e pedra. Além disso, há equipamentos como pias, metais, luminárias, coifa e fogão. Agora, imagine que cada um desses serviços foi executado por um profissional diferente. Isso torna evidente o papel integrador que o profissional da arquitetura tem na execução de um projeto: é ele que tem a visão do todo e que deve garantir, portanto, que a concepção original seja executada de maneira satisfatória. Figura 11. Integração entre sala de estar e cozinha, encontro entre diferentes tipos de revestimentos. Projeto de interiores e acabamentos construtivos16 A principal ferramenta para garantir a integração entre todos os elementos que compõem a construção é o projeto. Para Vittorio Gregotti (2010, p. 12), o projeto é “[...] o modo através do qual vêm organizados e fixados arquite- tonicamente os elementos de um determinado problema”. Isso significa que ele serve tanto como instrumento de validação da proposta apresentada quanto documentação do que deve ser executado. O mesmo autor adverte (GREGOTTI, 2010) que o projeto ainda não é arquitetura, mas um conjunto de símbolos (plantas, elevações, detalhes) por meio dos quais o projetista tenta comunicar sua intenção. Veja, na Figura 12, uma planta da cozinha apresentada na Figura 11. Nessa imagem, podemos perceber o dimensionamento dos nichos de marcenaria para o refrigerador, armários embaixo da bancada, poltronas, portas de armário, etc. Os símbolos com letras indicam seções, que mostram cortes do conjunto. Essa documentação é enviada para os fornecedores, de modo que cada um saiba o que é esperado de si e conheça a interferência que seu trabalho terá no dos outros fornecedores. Figura 12. Planta com detalhamento da cozinha da Figura 11. Projeto de interiores e acabamentos construtivos 17 Com o desenvolvimento das ferramentas de desenho assistido por com- putador (CAD) e de modelagem da informação da construção (BIM) é possível simular com bastante fidelidade tanto o dimensionamento quanto a aparên- cia dos materiais. Uma das técnicas utilizadas para antecipar o resultado da construção é a produção de imagens renderizadas, que consistem em simulações fotorrealistas do projeto e dos materiais. A Figura 13 ilustra essa técnica com o projeto de um estúdio de fotografia. A imagem à esquerda é uma imagem renderizada que ilustra a cor da pintura na parede, o uso de fotografias como elementos decorativos, o revestimento dos móveis, a cor do piso e a iluminação. À direita, o resultado. Como você pode perceber, embora os elementos não sejam exatamente os mesmos, como as cadeiras, o resultado não se afasta muito daquilo que foi proposto. Podemos afirmar que esse tipo de representação cumpre um duplo papel: informar o cliente, que nem sempre tem a habilidade de ler a documentação do projeto, e servir como documentação para validar, com todos os envolvidos (cliente, demais projetistas e mão de obra), o resultado esperado com o projeto. Figura 13. Estúdio de fotografia: à esquerda, simulação feita por computador; à direita, foto do local. Como lembra Gregotti (2010), cada um dos desenhos produzidos são abs- trações parciais, isto é, representam uma parte de um todo. Para dar conta da execução de um projeto de arquitetura de interiores, é necessária uma vasta documentação, que contemple a especificação dos materiais escolhidos, a paginação e os recortes de peças modulares, os encontros com demais componentes, como louças e metais, os detalhes e os encontros e encaixes Projeto de interiores e acabamentos construtivos18 entre os elementos. A produção dessa documentação é, normalmente, feita nas últimas etapas de projeto, projeto executivo e detalhamento, mas a cons- ciência construtiva, ou seja, propor soluções que sejam viáveis econômica e tecnicamente, deve pautar a produção de um projetista comprometido com o resultado de seu trabalho. A Figura 14 ilustra a documentação de um banheiro. Além da planta, com indicação dos materiais usados no revestimento das superfícies, a prancha compreende uma série de elevações, vistas frontais das paredes, com ano- tações sobre o posicionamento dos equipamentos, louças, metais, além de anotações e instruções sobre essas instalações. Figura 14. Detalhamento de banheiro. Como você pode perceber, existe uma série de opções de revestimentos que pode ser utilizada na composição de seus projetos de interiores. Além do efeito estético, é necessário conhecer as propriedades desses materiais no que diz respeito a outras categorias, como o nível de manutenção exigido. Em projetos de arquitetura de interiores, o mais comum é que exista uma série de materiais e de soluções de acabamentos a serem integrados e compatibilizados, e a principal ferramenta para isso é o projeto. De posse dessas informações, tente aprimorar seus conhecimentos sobre as soluções que mais lhe agradam sem deixar de investigar novas técnicas e materiais. Uma das características que torna interes- sante a profissão do arquiteto é a ausência de fórmulas para se chegar a um bom resultado. Curiosidade e dedicação são apostas mais seguras. Projeto de interiores e acabamentos construtivos 19 Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR ISO 10545: placas cerâ- micas –parte 3: determinação da absorção de água, porosidade aparente, densidade relativa aparente e densidade aparente. Rio de Janeiro: ABNT, 2020. CHING, F. D. K.; BINGGELI, C. Arquitetura de interiores ilustrada. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2019. GREECE MOMENTS. 11 wichtige Infos für deinen Santorini Urlaub. [Santorini], [20--]. Disponível em: https://greece-moments.com/santorini-urlaub/. Acesso em: 7 fev. 2021. GREGOTTI, V. Território da arquitetura. São Paulo: Perspectiva, 2010. MAHFUZ, E. C. De la actualidad de los conceptos de composición y caracter. Summa +, Buenos Aires, n. 15, p. 65-73, 1995. RATSI, O. Temporary installations, lighting. Oxaca, 2013. Disponível em: https://www. archdaily.com/445102/onion-skin-olivier-ratsi/527695c2e8e44ef4c20007eb-onion- skin-olivier-ratsi-photo. Acesso em: 7 fev. 2021. ROSSO, J.; CUNHA, E. S.; ROJAS-RAMÍREZ, R. A. Características técnicas e polimento de porcellanatos. Cerâmica Industrial, São Paulo, v. 10, n. 4, 2005. Disponível em: https:// www.ceramicaindustrial.org.br/article/587657247f8c9d6e028b46d7. Acesso em: 7 fev. 2021. Leituras recomendadas COLES, J.; HOUSE, N. Fundamentos de arquitectura de interiores. Barcelona: Promopress, 2008. KARLEN, M. Planejamento de espaços internos. Porto Alegre: Bookman, 2010. NEFF, L.; NEUFERT, P. Casa. Apartamento. Jardim: projetar com conhecimento,construir corretamente. Barcelona: Gustavo Gili, 2007. Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Projeto de interiores e acabamentos construtivos20 Dica do professor Você sabe o que é um projeto de paginação? Tão importante quanto especificar corretamente os materiais de um projeto de interiores é representar de forma adequada a sua instalação. O assentamento de revestimentos em superfícies horizontais, como os pisos e forros, e verticais, como as paredes, deve ser planejado de antemão. Nesta Dica do Professor, você vai conhecer as principais formas de paginar uma superfície, as características de cada tipo de paginação e os cuidados que devem ser tomados em projeto para evitar erros de execução e perdas de material. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/eaeced0b63e392028d43e0c59113ac88 Na prática Em projetos de reforma de interiores, os encontros e acabamentos devem ser planejados em conjunto com a obra civil, já que muitos detalhes necessitam de esperas e encaixes previamente executados. Compatibilizar o projeto de interiores com o projeto de obra civil é fundamental para garantir a fiel execução do projeto tal qual ele foi planejado, desenhado e aprovado pelo cliente. Neste Na Prática, você vai conhecer como o arquiteto Mauro abordou uma das principais premissas de um projeto de ampliação: a integração total de ambientes internos e externos. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/b9a4d412-72a3-4923-a92b-35aed2038d42/eb5d9f01-15f2-45d9-8a94-1de2a3f12d6b.jpg Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Madeira laminada cruzada Aprenda um pouco mais sobre esse material, que tem ótimas propriedades estruturais. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Como é feito o porcelanato? Neste vídeo, você vai poder conhecer o processo de fabricação de um dos materiais mais utilizados para revestimento de pisos. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Um mestre dos acabamentos Mies Van der Rohe utilizava diversos tipos de acabamentos com refino de detalhes. Neste vídeo, você poderá conferir alguns deles. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.archdaily.com.br/br/922665/a-madeira-laminada-cruzada-clt-e-o-concreto-do-futuro?ad_source=search&ad_medium=search_result_all https://www.youtube.com/embed/DngLAWj7iws https://www.archdaily.com.br/br/782312/mies-van-der-rohe-arquitetura-como-linguagem?ad_medium=widget&ad_name=recommendation Projeto de interiores e projeto estrutural Apresentação Um projeto de interiores se refere à composição global de um espaço interno, incluindo toda a volumetria que define o ambiente, os materiais, a organização, os fluxos, o melhor aproveitamento, a estrutura, entre outros elementos. Ao realizar o projeto de um espaço interno, é imprescindível realizar análises completas para que a proposta final esteja de acordo com o objetivo do projeto e as necessidades do cliente. Nesse sentido, os elementos da estrutura devem ser considerados em todo o processo, podendo ser incluídos na proposta como itens importantes ou disfarçados. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai compreender como o projeto estrutural se relaciona e influencia um projeto de interiores. Por meio desse entendimento, você vai conseguir identificar algumas maneiras de intervenção no sistema estrutural de edifícios existentes e alternativas para adequações estruturais em projetos de novas edificações. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever a relação entre projeto de interiores e sistema estrutural.• Identificar as formas de intervenção no sistema estrutural de edifícios existentes.• Reconhecer as adequações estruturais necessárias em projetos de interiores de edifícios novos. • Infográfico Os elementos estruturais de uma edificação são os responsáveis por delimitar o ambiente interno. Quando estão alinhados com os planos verticais, eles acabam sendo disfarçados, mas são fundamentais para a execução de uma edificação. Neste Infográfico, você vai ver alguns dos principais elementos estruturais que influenciam um projeto de interiores. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/63b9c46f-c0e4-4a8b-afb0-c20cbb93dc46/14a9c56e-1ba0-408d-9bb0-25314f2529c5.jpg Conteúdo do livro Os sistemas estruturais de uma edificação são compostos, basicamente, por pilares, vigas e lajes. São esses elementos que definem um espaço interno e devem ser analisados na realização de um projeto de interiores, para que permaneçam seguros, a fim de garantir a sustentação da edificação. Muitas vezes, quando esses sistemas estão aparentes, parece que a proposta de interiores não vai ficar adequada. Mas, com conhecimento, referências e empenho, é possível utilizar esses elementos como partes importantes para a composição de cada proposta. No capítulo Projeto de interiores e projeto estrutural, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai conseguir entender como esses elementos se comportam e qual é a sua relação com o ambiente interno. Você também vai verificar algumas ideias para destacar ou disfarçar esses elementos, entendendo como avaliar qual é a melhor alternativa para cada projeto. Boa leitura. ARQUITETURA DE INTERIORES OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM > Descrever a relação entre projeto de interiores e sistema estrutural. > Identificar as formas de intervenção no sistema estrutural de edifícios exis- tentes. > Reconhecer as adequações estruturais necessárias em projetos de interiores de edifícios novos. Introdução Ao pensar em um projeto de interiores, é fundamental que o profissional arquiteto analise todos os aspectos, dentre eles o objetivo do projeto, o programa de neces- sidades, o estilo e o gosto do cliente, bem como o contexto, as especificidades do ambiente, suas características e também todo o seu sistema estrutural. Quando pensamos no sistema estrutural, na maioria das vezes achamos que ele causa um grande empecilho no projeto de interiores. De fato, se houver a possibilidade de deixá-lo menos evidente, sem que prejudique a funcionalidade e o leiaute do espaço, melhor. No entanto, nem sempre podemos disfarçá-lo, portando, ter referências e saber tirar partido desses elementos permite a criação de boas propostas. Independentemente de os elementos estruturais ficarem evidentes ou disfar- çados, o profissional arquiteto de interiores deve ter embasamento para justificar essas alternativas e criar projetos adequados a cada necessidade e contexto. Projeto de interiores e projeto estrutural Vanessa Scopel Neste capítulo, você vai ver qual é a relação entre o projeto de interiores e todo o sistema estrutural, a fim de entender sua importância para a definição dos espaços. Você vai identificar como os elementos da estrutura podem compor os projetos de interiores e conferir algumas alternativas para trabalhar com esses elementos de acordo com cada estilo e necessidade. Relação entre projeto de interiores e sistema estrutural Quando se fala em projeto de interiores, uma das primeiras coisas queas pessoas pensam é na decoração, nos móveis, nas cores e nas luminárias. A grande maioria das pessoas não tem o conhecimento da abrangência e complexidade de um projeto de interiores, tendo a ideia, muitas vezes, de que este tipo de projeto se refere apenas a um embelezamento de um espaço, com alternativas superficiais e simples, voltadas única e exclusivamente para a estética. Brandão (2000, p. 2) expõe que “[...] a atividade mental de conceber é metáfora da atividade agrícola de colher algo que é oferecido pelo mundo e apropriado pelo espírito ou pela nossa vida prática [...]”. Isso significa que um projeto de interiores é uma criação que requer um conhecimento de diversos aspectos, é uma concepção que deve analisar o ambiente como um todo, percebendo seus detalhes, sua estrutura, seus acabamentos e suas possibilidades de intervenção. Diante dessa explanação, é importante compreender que ao pensar em um projeto de interiores, é inevitável considerar todos os planos e linhas, verticais e horizontais, os quais dão forma a esse espaço. Ching e Binggeli (2019) denominam esses elementos como geométricos, que, segundo o autor, podem ser dispostos de modo a definirem os espaços. Os elementos lineares são os pilares e as vigas, e os elementos planos são as paredes, o piso e o forro ou cobertura. Caracterizamos esses elementos como o sistema estrutural, que é composto por (Figura 1): � paredes, em algumas vezes com a função apenas de vedação, as quais não são consideradas elementos estruturais, e, em outras, com função estrutural; � lajes de piso e de cobertura; � vigas e pilares, que, em alguns casos estão escondidos nos planos e, em outros, estão aparentes. Projeto de interiores e projeto estrutural2 Um pilar marca um ponto no espaço e o torna visível em três dimensões. Dois pilares definem uma membrana espacial através da qual podemos passar. Apoiando uma viga, os pilares delineiam as bordas de um plano transparente. Uma parede, um plano opaco, marca uma porção de espaço amorfo e separa o “aqui” e o “ali”. Um piso define um campo espacial com limites territoriais. Uma cobertura abriga o volume espacial sob ela (CHING; BINGGELI, 2019, p. 3). Figura 1. Elementos estruturais. Fonte: Ching e Binggeli (2019, p. 3). Compreendendo que esses elementos são os formadores do espaço, ao projetar um ambiente interno, é fundamental que a proposta os considere, e não os ignore, afinal, eles são os formadores da arquitetura e, conforme des- taca Ching e Binggeli (2019), são definidores dos espaços. Além de considerá- -los, é importante interpretá-los, para que essa estrutura esteja condizente com o estilo e a funcionalidade do futuro projeto. Sobre o sistema estrutural de uma edificação, o qual é responsável por delimitar os espaços, Ching e Binggeli (2019) expõe algumas considerações, listadas a seguir. � A superestrutura é a extensão vertical do sistema de fundação e consiste em pilares, vigas e paredes portantes que sustentam as estruturas de piso e cobertura. Projeto de interiores e projeto estrutural 3 � O sistema de fundação é a subestrutura que forma a base de uma edificação, ancora-a firmemente ao solo e sustenta os elementos construtivos e os es- paços acima. Esses sistemas devem trabalhar em conjunto para sustentar os seguintes tipos de cargas (Figura 2), que podem ser denominadas cargas mortas, cargas vivas e cargas dinâmicas. � O modo como uma edificação é construída determina sua carga morta, que é carga vertical estática que abrange o peso de seus componentes estruturais e não estruturais, incluindo todos os equipamentos permanentemente fixos à estrutura. � O modo como uma edificação é utilizada determina sua carga viva, a qual é carga móvel ou que pode ser removida e que compreende o peso de seus usuários e de equipamentos e acessórios móveis. Em climas frios ou úmidos, a água e a neve acumuladas representam uma carga viva adicional a uma edificação. � O local onde uma edificação se localiza determina sua capacidade de resis- tência a uma carga dinâmica. Esse tipo de solicitação pode mudar repenti- namente em razão da ação do vento ou de um terremoto. Figura 2. O sistema estrutural e as cargas da edificação. Fonte: Ching e Binggeli (2019, p. 8). Projeto de interiores e projeto estrutural4 Ching e Binggeli (2019, p. 6) acrescenta que “[...] pisos, paredes e tetos fazem mais do que delimitar uma simples quantidade de espaço. Suas formas, configurações e padrões de aberturas de janelas e portas também imprimem no recinto certas características arquitetônicas e espaciais [...]”. Essas características podem ser percebidas por meio da análise desses elementos; por exemplo: uma cobertura arredondada traz uma ideia de uma arquitetura mais clássica, um plano vertical envidraçado está relacionado ao conceito moderno e a uma arquitetura mais leve. Além disso, uma janela é capaz de emoldurar uma vista e é um elemento que influencia diretamente na organização do ambiente interno, assim como as escalas de pilares e vigas, por exemplo, que geram diferentes sensações no espaço (Figura 3). Figura 3. Exemplos de elementos estruturais que influenciam o projeto interno. Fonte: Ching e Binggeli (2019, p. 6). Ao realizar essas análises e entender de fato todos esses elementos estru- turais que compõem o ambiente, o profissional arquiteto tem a capacidade, por meio do conceito do espaço, dos objetivos da proposta e do programa de necessidades, de avaliar de que forma esses elementos vão compor o projeto de interiores, se eles farão parte de mobiliários, se eles serão destacados ou disfarçados. Ao planejar o leiaute, o mobiliário e o enriquecimento do espaço, o arquiteto de interiores deve estar muito consciente de seu caráter na arquitetura, assim como de seu potencial de modificação e melhoria. O projeto de espaços internos requer, portanto, uma compreensão de como eles são formados por meio dos sistemas construtivos da estrutura e das vedações. Com tal entendimento, o arquiteto de interiores pode efetivamente escolher entre desenvolver, continuar ou mesmo apresentar um contraponto às características essenciais de um espaço na arqui- tetura (CHING; BINGGELI, 2019, p. 7). Projeto de interiores e projeto estrutural 5 Pode-se dizer que, ao considerar todos esses elementos, o profissional que desenvolve o projeto de interiores consegue humanizar o espaço (Figura 4), potencializando-o, por meio das estratégias mais adequadas que gerem conforto, funcionalidade e harmonia. Figura 4. Fases de melhoramento de um ambiente interno. Fonte: Ching e Binggeli (2019, p. 7). Nesse sentido, um projeto de interiores não existe se não houver um sistema estrutural, o qual definirá o espaço a ser trabalhado. Da mesma forma, a proposta para esse espaço interno só será completa se considerar esses elementos e souber tirar vantagem deles para agregá-los nas ideias, tornando o projeto mais completo e condizente com cada contexto específico. Formas de intervenção no sistema estrutural de edifícios existentes Ao pensar em projetos de interiores para edifi cações existentes, é sempre fundamental ter muito claros o uso de cada espaço, o perfi l do usuário e o objetivo principal do projeto. Ao realizar o levantamento do local, deve-se analisar profundamente todas as questões de estrutura existentes (Figura 5), a fi m de que o projeto não prejudique esses elementos ou proponha alguma intervenção que resulte em problemas futuros. Segundo Cury, Delgado e Pimenta (2016), é necessário identificar todas as limitações em relação às vedações, aos fechamentos e às aberturas, conside- rando a ventilação e a iluminação natural do espaço e a existência de pilares, vigas e desníveis que poderão interferir na organização, no funcionamento e no aproveitamento do ambiente. “Essas análises indicarão as principais defi- ciências e as principais qualidades estruturais do espaço que será trabalhado, exigindo decisões que podem ser de ordem funcional,de ordem compositiva e plástica, ou de ordem técnica [...]” (CURY; DELGADO; PIMENTA, 2016, p. 135). Projeto de interiores e projeto estrutural6 Figura 5. Elementos estruturais aparentes no ambiente interno. Fonte: Dezeen (2020, documento on-line). Quando se trabalha com edificações muito antigas, inicialmente é impor- tante analisar se a estrutura existente é suficiente e se está em bom estado de conservação. É preciso garantir que essa estrutura se mantenha conservada ao longo do tempo ou então avaliar se será melhor executar um reforço. Caso essa estrutura existente precisar de reforço pelo seu estado atual, uma boa alternativa é o uso de estruturas metálicas, as quais são leves, de menores dimensões e resolvem de forma positiva essas questões. Considerando que a estrutura existente esteja em boas condições, pode-se tirar partido da estrutura, utilizando esses elementos aparentes no projeto, caso essa solução tenha a ver com o estilo do projeto, ou tentar escondê-la, evitando a realização de alterações estruturais. No exemplo da Figura 6, a estrutura que suporta o telhado está aparente. Nesse espaço, poderia ser utilizado um forro de gesso, por exemplo, caso o estilo do projeto exigisse. Mas considerando que o estilo da proposta era algo mais confortável e natural, o profissional optou por manter a estrutura aparente, a qual compõe perfeitamente com o todo do ambiente. A utilização de cores claras e tons de bege e marron nos mobiliários e tapete fazem portas e a estrutura amadeirada do forro se destacarem. Esse é um exemplo no qual aproveitou-se o elemento estrutural, mantendo-o aparente. Projeto de interiores e projeto estrutural 7 Figura 6. Tesouras que estruturam a cobertura aparentes no projeto. Fonte: Renner Sayerlack S.A. (2020, documento on-line). Na Figura 7, é possível identificar perfis amadeirados usados para susten- tação do telhado. Nesse caso, considerando que foi necessário incluir um pilar no meio do ambiente, o profissional arquiteto optou por deixá-lo aparente. No exemplo, a parte estrutural ficou evidente e destacada, sendo considerada um ponto importante também de composição do projeto. Em muitos casos, quando é muito difícil de esconder a estrutura, o mais interessante é usar esse elemento e deixá-lo compor com a proposta, não negá-lo ou disfarçá-lo. Figura 7. Elementos estruturais inseridos no ambiente, mantidos em destaque. Fonte: Oliveira (2020, documento on-line). Projeto de interiores e projeto estrutural8 Outro exemplo é quando há vigas de concreto aparentes no ambiente (Figura 8). Em muitos casos, executar um forro, seja de gesso, de madeira ou até mesmo de PVC, para esconder as vigas se torna inviável porque acaba prejudicando a altura livre do ambiente, muitas vezes causando até um efeito de achatamento. Nesse sentido, por meio de análises, é possível entender qual é a melhor solução para cada caso especifico. No exemplo da Figura 7 pode-se perceber que o profissional utilizou as vigas aparentes como um elemento de destaque no projeto, tendo, ainda, realizado sua composição com uma parede, dando o aspecto do concreto também nesse plano vertical. Nesse caso, essa ideia mais despojada tem a ver com o conceito da proposta e também com o estilo do cliente, que é muito importante. Mesmo assim, se o cliente tivesse um perfil mais tradicional, as vigas poderiam ser pintadas de cores claras, revestidas com madeira, ou pintadas da mesma cor do teto. Figura 8. Vigas de concreto e o uso do concreto no plano da parede. Fonte: Arkpad (2020, documento on-line). Neste cenário de edificações existentes, há ainda a intenção de integrar ambientes. Nesses casos, deve-se verificar se as paredes da edificação têm função estrutural ou se são apenas paredes de vedação. Se elas são estru- turais, ou seja, colaboram para a edificação ficar em pé, pode-se abrir vãos, mas deve-se prever reforços estruturais (Figura 9). Caso a função seja apenas de vedação, é possível retirar os planos, cuidando sempre para não prejudicar as vigas e os possíveis pilares embutidos nessas paredes. Projeto de interiores e projeto estrutural 9 Figura 9. Exemplo de reforço estrutural na abertura de vãos de edificações existentes. Fonte: Elisabeth (2020, documento on-line). Por meio desses exemplos pode-se perceber que a parte estrutural nunca deve ser vista como um problema do ambiente. Por meio de exemplos, re- ferências, estudos de caso e ideias criativas é muito possível utilizar esses elementos como partes da composição da proposta, destacando e integrand- -os na ideia, quando essa alternativa for viável e estiver de acordo com todos os objetivos determinados inicialmente. Adequações estruturais necessárias em projetos de interiores de edifícios novos Ao projetar espaços de interiores para edifícios novos, é possível propor alterações estruturais a fi m de que o projeto se torne mais adequado a cada necessidade. Em um projeto de interiores é imprescindível entender que “[...] ao contratar um arquiteto, o cliente busca um projeto personalizado e único. Neste caso os detalhes fazem a diferença. Graças a essa singularidade, cada projeto demanda muita atenção tanto do projetista quanto do executor, e um processo de execução quase artesanal [...]” (CUNHA, 2017, p. 17). Projeto de interiores e projeto estrutural10 Nesse sentido, pensar na altura do pé-direito, propor uma posição de pilar que não prejudique o fluxo do ambiente e indicar elementos estruturais que permitam maior flexibilidade são alternativas para que os projetos de interiores dessas edificações se tornem singulares, sem tanta interferência do aspecto estrutural. Quando a edificação ainda está em fase de projeto, ou no início da execu- ção, é muito mais fácil propor essas alterações, garantindo que a execução continue segura, adequada e dentro dos valores pré-estabelecidos. Quando se realiza a análise estrutural dessas novas edificações, é sempre muito importante atentar-se para que os pilares sejam da mesma espessura das paredes de vedação, dessa forma evita-se cantos desnecessários que futura- mente podem impactar no projeto de interiores e também no aproveitamento dos espaços. Da mesma forma, pés direitos mais altos possibilitam esconder as vigas e trabalhar um forro com mais detalhes, sem prejudicar a altura do ambiente ou deixá-lo achatado. Ainda, nesse quesito, é possível trabalhar com vigas deitadas ou uma estrutura metálica que permite vãos livres maiores. Em projetos de interiores atuais, em razão de uma diminuição de área, com ten- dência para espaços mais compactos, quanto mais amplos eles parecerem, mais bem aproveitados serão. Para isso, evitar pilares soltos nos espaços facilita e colabora para o resultado do projeto de interiores (Figura 10). Figura 10. Espaços amplos e livres. Fonte: Viva Decora (2019, documento on-line). Projeto de interiores e projeto estrutural 11 Em situações em que não é possível retirar os pilares e deixar um vão livre maior, é muito importante que eles estejam locados em partes onde seja possível sua utilização junto ao projeto de interiores. Dessa forma, esses elementos estruturais podem servir como um apoio aos mobiliários, como é o caso do exemplo da Figura 11, em que o pilar é uma parte das prateleiras propostas para o projeto, fazendo composição com o projeto, sem destaque e com uma função. Figura 11. Pilar incorporado ao mobiliário. Fonte: Parattus Arquitetura (2020, documento on-line). Quando não for possível realizar pilares nas espessuras das paredes ou retirá-los do centro dos ambientes, no momento da compatibilização é possível prever mobiliários que possam disfarçar essas saliências (Figura 12). Nas etapas inicias, por meio da análise dos elementos estruturais e de uma proposição prévia do projeto de interiores, caso esta seja a alternativa mais Projeto de interiores e projeto estrutural12 interessante, pode-se prever sistemas elétricos para esses locais a fim de que futuramente
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