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Unidade 7 - Inovação tecnológica em processamento de materiais

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TECNOLOGIAS DE 
PRODUÇÃO
Bruna Karine dos Santos
Inovação tecnológica em 
processamento de materiais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Enumerar as novas tecnologias de processamento de materiais.
 � Identificar as vantagens das novas tecnologias de processamento 
de materiais.
 � Descrever as limitações e possibilidades dos processos inovadores de 
processamento de materiais.
Introdução
Com o desenvolvimento de novas tecnologias e sistemas de informação, 
o processamento de materiais evolui de forma que os novos processos 
apresentem características distintas e inovadoras, comparadas aos pro-
cessos convencionais de fabricação. O surgimento de novos programas ou 
máquinas acabam quebrando paradigmas do nosso cotidiano, permitindo 
melhorias significativas na eficiência e qualidade dos produtos utilizados, 
da mesma maneira que possibilitam uma melhora na qualidade de vida 
das pessoas.
Desta maneira, neste capítulo, você vai conhecer algumas tecnologias 
inovadoras, as quais são resultados diretos das constantes evoluções ocor-
ridas desde a Revolução Industrial e como essas mudanças afetam nossa 
indústria. Atualmente, máquinas convencionais vêm sendo substituídas 
por máquinas operadas por um computador, seja na manufatura de 
peças ou no transporte de materiais, possibilitando ganho de qualidade, 
eficiência do processo produtivo e redução dos custos. Programas são 
criados a todo momento de forma a facilitar a comunicação entre as 
pessoas, pessoa e máquina, ou até mesmo máquina e máquina. Pro-
cessos de fabricação, como no caso da manufatura aditiva, permitem 
que produtos complexos sejam realizados em um único processo de 
produção, sem que seja preciso movimentar o produto de lugar. Ao 
fim deste capítulo, você também vai conhecer a questão envolvendo a 
nanotecnologia, que, por mais que seja uma tecnologia nova, promete 
ser bastante promissora, pois possibilitará a modificação de estruturas 
nanométricas dos materiais, as quais influenciam diretamente nas super-
fícies macroscópicas dos produtos.
Utilização de tecnologias no processamento 
de materiais
A partir da Revolução Industrial, que teve início na Inglaterra, no século 
XVIII, diversos sistemas de produção executados manualmente foram subs-
tituídos por sistemas mecanizados de produção. Esse marco na história da 
humanidade permitiu um crescimento acentuado na produção, resultando 
também em menores custos produtivos. Se, por um lado, a máquina acabou 
substituindo a mão de obra humana, por outro lado, permitiu que os preços 
das mercadorias baixassem, em razão do acelerado ritmo de produção. Além 
disso, as máquinas a vapor utilizadas também permitiram que as pessoas se 
locomovessem com maior rapidez, reduzindo as fronteiras geográficas para 
a época (CAPELLI, 2013).
Desde a revolução industrial até o século XXI, a fabricação de produtos foi 
dominada pelos princípios de produção em massa, ou seja, por meio da utili-
zação de projetos padronizados, processos repetitivos e rigorosos. Isso acaba 
inviabilizando a manufatura de produtos customizados, ou seja, a variedade 
de produtos acaba sendo baixa. Com o desenvolvimento de novas tecnologias, 
o processamento, o transporte ou o armazenamento de materiais acabam se 
tornando mais eficientes, ao mesmo tempo que acabam permitindo maior 
nível de customização (SLACK; BRANDON-JONES; JOHNSTON, 2018).
Neste contexto, é importante salientar que o processamento de materiais 
pode ser realizado por meio da utilização de máquinas comando numérico 
computadorizado (CNC), sistemas gráficos Computer-aided Design, Compu-
ter-aided Engineering e Computer-aided Manufacturing (CAD/CAE/CAM), 
manufatura aditiva, robôs e nanotecnologia, os quais serão abordados ao 
longo deste trabalho.
Máquinas CNC
Este tipo de máquina se caracteriza pela utilização de um computador, o qual 
é responsável por interagir e controlar a máquina operatriz. Neste caso, as 
Inovação tecnológica em processamento de materiais2
movimentações dos eixos ocorrem de acordo com o formato da peça a ser 
usinada, permitindo tolerâncias precisas e elevada capacidade produtiva. 
As pesquisas para o desenvolvimento do CNC tiveram início na Segunda 
Guerra Mundial, em razão da necessidade de produzir peças de precisão, em 
curtos intervalos de tempo e em grandes lotes de produção. No entanto, somente 
em 1953 ocorreu a primeira demonstração prática desse tipo de equipamento, 
que passou a ser amplamente utilizado pelas principais fabricantes de aviões. 
A partir de 1960, as máquinas começaram a ser aperfeiçoadas e, com o sur-
gimento de novos circuitos integrados, elas passaram a ser produzidas de 
maneira mais compacta e com maior versatilidade (CAPELLI, 2013).
Nos equipamentos CNC, qualquer alteração no programa da peça pode ser 
realizada apenas com a modificação do programa na própria máquina, não 
sendo necessário o desenvolvimento de um novo programa para pequenas 
alterações nas dimensões e geometrias da peça. Essa característica torna o 
equipamento CNC adequado também para pequenos e médios lotes de peças, 
tornando-se uma alternativa economicamente viável em relação a outras 
técnicas de automação (SOUZA; ULBRICH, 2009).
Como pode ser observado na Figura 1a, um torno convencional está sendo 
operado de maneira manual, em que o operador é responsável pelas dimensões 
e características superficiais da peça. Já na Figura 1b, é possível identificar 
o operador de um torno CNC, em que o operador é responsável apenas pelo 
acionamento inicial da máquina, ou seja, ele não tem relação com as dimensões 
ou características superficiais da peça a ser manufaturada. 
Figura 1. (a) Operador de torno convencional e (b) operador de torno CNC.
Fonte: Sergey RyzhovShutterstock.com; Dmitry Kalinovsky/Shutterstock.com. 
(a) (b)
3Inovação tecnológica em processamento de materiais
Computer-aided design/drafting
O acrônimo CAD deriva do inglês Computer-aided design/drafting e está 
relacionado à aplicação de desenhos computacionais a fim de auxiliar as etapas 
envolvendo desenhos e projetos. No entanto, Souza e Ulbrich (2009) explicam 
que a sigla CAD pode representar duas definições principais, as quais muitas 
vezes são empregadas de maneira errada:
1. Computer-aided design: a palavra design pode ser traduzida como 
projeto ou desenho industrial, o que acaba representando maior ver-
satilidade desses sistemas, normalmente envolvendo modelamento 
geométrico tridimensional.
2. Computer-aided drafting: neste caso, a palavra drafting representa um 
desenho técnico, ou seja, está relacionado à utilização de vistas em duas 
dimensões para representar um objeto tridimensional.
Os sistemas de CAD permitem a criação e a modificação de desenhos de 
peças ou elementos, por meio da utilização de pontos, linhas, arcos, círculos, 
textos e da inclusão das mais variadas formas geométricas, como pode ser 
observado na Figura 2. A partir do momento em que o desenho é realizado, 
é possível realizar a sua movimentação, copiar ou aumentar o zoom para 
observar de maneira mais detalhada as características do desenho realizado. 
Os projetos assim criados podem ser arquivados na memória do sistema e 
acessados sempre que houver necessidade, permitindo que seja elaborada 
uma biblioteca de desenhos padronizados de peças e demais componentes. 
É importante destacar que alguns programas permitem apenas a modelagem 
em duas dimensões, enquanto outros permitem a realização de desenhos 
tanto em duas quanto em três dimensões (SLACK; BRANDON-JONES; 
JOHNSTON, 2018).
Computer-aided engineering
O software de CAE se baseia em um conjunto de técnicas que permitem a 
avaliação das características de um determinado produto. Após desenvolver 
o modelo de um produto em software CAD, são realizadas simulações de 
fenômenos físicos, por meios de métodos numéricos aproximados. A análise 
dos elementos finitos divide o modelo de CAD em pequenas partes, nas quais 
são aplicadas umconjunto de equações algébricas proporcionando os resultados 
desejados, em função dos tipos de cargas e das condições de contorno aplicadas 
Inovação tecnológica em processamento de materiais4
(ALVES FILHO, 2012). Dessa maneira, ao desenvolver um componente em 
software CAD, este pode ser simulado, em situações diversas, por meio da 
utilização de um software CAE.
É importante destacar que existem programas CAE específicos em função 
do tipo de simulação a ser realizada. Por exemplo, o software Ansys e Nastran 
são mais utilizados para simular solicitações mecânicas, estáticas e dinâmicas, 
enquanto o Magmasoft e o Moldflow são utilizados para simular processos de 
obtenção de produtos plásticos e não metálicos. Além disso, a qualidade do 
resultado obtido está diretamente ligada com o algoritmo matemático utilizado, 
a geometria da peça, as solicitações mecânicas e os materiais envolvidos 
(SOUZA; ULBRICH, 2009).
Computer-aided manufacturing
O software CAM é o responsável por controlar as ferramentas da máquina 
e/ou o equipamento relacionado ao processo de fabricação utilizado. Além 
disso, o CAM também pode se referir ao controle das operações em uma 
planta industrial, colaborando no planejamento, na gestão, no transporte e no 
armazenamento de matéria-prima. Esse software tem como principal objetivo 
a criação de um processo de produção mais rápido e mais preciso. O CAM 
trata-se de um processo posterior ao CAD e, em algumas vezes, posterior ao 
CAE. Ou seja, um modelo é gerado em CAD, passa por uma simulação em 
CAE e, por fim, é utilizado como a entrada para o software CAM, que controla 
a máquina-ferramenta (SALDANHA, 2017).
Figura 2. (a) Máquina CNC usinando uma peça enquanto interpreta os dados da progra-
mação; (b) modelo de programação utilizado em fresadora CNC.
Fonte: Pixel BShutterstock.com; ROMI ([2015]).
(a) (b)
5Inovação tecnológica em processamento de materiais
Esse tipo de software também é amplamente utilizado para a geração de 
programas CNC, calculando as trajetórias da ferramenta que irá realizar a 
usinagem, além de simular a movimentação da máquina para certificação 
e geração desses programas, que serão utilizados para a fabricação da peça 
(SOUZA; ULBRICH, 2009).
Como você já deve ter percebido, CAD/CAE/CAM podem ser facilmente confundidos. 
Dessa maneira, o vídeo a seguir tem como objetivo distinguir esses programas, a fim 
de evitar que você se confunda quando houver necessidade de identificá-los ou 
distingui-los.
https://qrgo.page.link/BU5Fc
Manufatura aditiva
A manufatura aditiva se caracteriza pela utilização de equipamentos capazes 
de fabricar objetos por meio da adição de material, camada por camada, 
a partir de um modelo em três dimensões, normalmente obtido por meio de um 
sistema CAD. Dessa maneira, o conceito de produção por adição de material 
encontra-se de maneira oposta à produção por métodos convencionais, em que 
a peça é obtida mediante a remoção de material, como no caso da usinagem 
(RODRIGUES et al., 2017).
Inicialmente, os equipamentos de manufatura aditiva eram conhecidos 
como máquinas de prototipagem rápida (rapid prototyping), as quais surgiram 
a partir da década de 1980. A expressão prototipagem rápida teve origem em 
função da rapidez com que a máquina produzia os protótipos tridimensionais 
(CAMPBELL; BOURELL; GIBSON, 2012). No final dos anos 80, as evolu-
ções das máquinas de prototipagem rápida proporcionaram o surgimento da 
expressão manufatura aditiva, em que era possível desenvolver produtos ou 
componentes definitivos, ao invés de somente protótipos (SOUZA; ULBRICH, 
2009). 
Inovação tecnológica em processamento de materiais6
Como pode ser observado na Figura 3, o produto vai sendo manufaturado 
de acordo com a movimentação tridimensional do injetor de material, no qual 
o material vai sendo depositado de acordo com o modelo da peça desenvolvida 
em software CAD.
Figura 3. Impressora 3D com tecnologia de automação robótica.
Fonte: asharkyu
Este vídeo sobre manufatura aditiva explica mais detalhadamente o seu funcionamento 
e as três principais técnicas utilizadas no desenvolvimento de produtos industriais, 
próteses, entre outros. Para saber mais, acesse o link a seguir.
https://qrgo.page.link/W4frh
7Inovação tecnológica em processamento de materiais
Robótica
Durante a Segunda Guerra Mundial, foi necessário desenvolver equipamentos 
que permitissem a manipulação de urânio e outros materiais, a fim de evitar 
o contato nocivo com seres humanos. Esse robô foi desenvolvido para trans-
portar as barras radioativas por meio de mecanismos motorizados acionados 
remotamente (SANTOS; GORGULHO JÚNIOR, 2015).
Nas últimas décadas, a área da robótica avançou de maneira significativa, 
em função do desenvolvimento de novos hardware e software. Em relação 
ao hardware, ele passou a ser miniaturizado, resultando na redução de seu 
custo e peso, o que acaba impactando em menor consumo de energia para a 
realização das suas atividades. Além disso, ele tem se tornado mais preciso, 
robusto e com maior autonomia. Isso está diretamente ligado ao desenvolvi-
mento de novos programas, pois quanto maior a quantidade e precisão das 
informações coletadas, maior será a quantidade de algoritmos nas áreas de 
controle, tomada de decisão, processamento de imagens, reconhecimento de 
voz, entre outros (ROMERO et al., 2017).
Para Santos e Gorgulho Júnior (2015), o estado da arte de robôs industriais 
implica em tarefas que correspondem a movimentação, medição e manipulação 
de ferramentas.
Até agora, você leu sobre a evolução da robótica e quais são as tarefas que podem ser 
realizadas por robôs. Você recorda que Santos e Gorgulho Júnior (2015), afirmaram em 
seus estudos que as tarefas básicas de um robô industrial consistem em movimentação, 
medição e manipulação de ferramentas? Vejamos, a seguir essa classificação das tarefas.
 � Movimentação: realiza atividades como armazenagem, carga e descarga e 
paletização. 
 � Medição: incorpora atividades como inspeção de objetos e detecção de falhas 
na manufatura.
 � Manipulação: efetua atividades de manuseio básico, como soldagem, pintura, 
usinagem, corte a laser, montagem e parafusamento. 
Inovação tecnológica em processamento de materiais8
A utilização de robôs na indústria tende a aumentar cada vez mais em razão de suas 
características relacionadas ao alto grau de eficiência e organização. O vídeo a seguir 
trata da movimentação de materiais em um centro de distribuição da Amazon, podendo 
ser observado o sincronismo entre os robôs ao longo do transporte dos produto.
https://qrgo.page.link/SUQwZ
Nanotecnologia
O conceito de realizar ciência e engenharia em nanoescala teve início em 1959, 
quando o físico Richard Frenman realizou uma palestra intitulada Há muito 
espaço lá embaixo. A partir desse momento, esforços foram conduzidos em 
busca do desenvolvimento de nanofabricação e obtenção de imagens atômicas 
(SHACKELFORD, 2008). No entanto, somente nos anos 80, com a invenção 
de novas técnicas de microscopia, foi possível visualizar partículas nanomé-
tricas, por meio da utilização de microscópios de varredura por tunelamento 
(SOUSA et al., 2018).
Porém, mesmo nos dias de hoje, partículas nanométricas são difíceis de 
serem detectadas, exigindo a utilização de equipamentos específicos e de custo 
elevado. A nanotecnologia vai muito além da observação das características 
nanométricas dos materiais e busca controlar essas características em um 
projeto de engenharia funcional, de maneira que as características mecânicas, 
elétricas e térmicas do material sejam melhoradas (SHACKELFORD, 2008). 
Em relação aos processos de fabricação realizados em escalas nanométricas, 
estes dividem-se em duas categorias básicas. Veja a seguir a perspectiva de 
Groover (2014).
1. Abordagem micronano: ocorre “de cima para baixo”, ou seja, envol-
vem processos de remoção de material para a obtenção de geometrias 
desejadas.
2. Abordagem pico-nano: é realizado “de baixo para cima”,por meio da 
manipulação de átomos e moléculas que, quando combinados, resultam 
em estruturas maiores. Essa abordagem também pode ser descrita 
como processo aditivo, pois constrói o objeto em nanoescala, a partir 
de componentes ainda menores.
9Inovação tecnológica em processamento de materiais
Vantagens das tecnologias de processamento 
de materiais
Vantagens das máquinas CNC
Barrios, Pivetta e Yoshikawa (2011) destaca que diversos são os benefícios 
obtidos por meio da utilização de máquinas-ferramenta CNC, dentre os quais 
podem ser citados:
 � rapidez na fabricação de peças de geometria variada, com precisão e 
com bom acabamento superficial;
 � execução de usinagens com tolerâncias dimensionais e geométricas 
mais precisas;
 � redução de custos e do inventário no processo;
 � melhor repetibilidade na geometria e dimensões das peças produzidas;
 � melhor gerenciamento da produção, por meio do monitoramento remoto 
do status de cada máquina.
Além destas vantagens, as máquinas CNC também proporcionam redução 
de tempo não produtivo, aumento da flexibilidade de fabricação e redução do 
erro humano (GROOVER, 2014).
Vantagens de CAD/CAE/CAM
Estes sistemas permitem que os produtos sejam testados, simulados e validados 
sem a necessidade de produzir um protótipo fisicamente. Dessa maneira, a 
empresa acaba diminuindo custos de produção, além de permitir que o projeto 
do produto seja realizado em menos tempo, pois situações desfavoráveis 
podem ser identificadas logo no início do projeto, evitando retrabalho e perda 
de capital investido (BACK et al., 2008).
Vantagens da manufatura aditiva
As características básicas desse tipo de processamento de materiais são a 
redução do número de etapas e processos na fabricação de um objeto, assim 
como a economia de material utilizado. Ao produzir uma única peça de ge-
ometria complexa por meios convencionais, pode ser necessária a utilização 
Inovação tecnológica em processamento de materiais10
de diversas máquinas, ferramentas específicas e de diversos processos de 
usinagem e de acabamento até o produto final. Por outro lado, uma máquina 
de manufatura aditiva pode produzir a peça em uma única etapa ou em um 
número significativamente menor de etapas. Outro fato de destaque está rela-
cionado à deposição de material, camada por camada, evitando o desperdício 
de materiais (cavaco). Dessa forma, a manufatura aditiva serve como meio de 
produção rápido e de geometrias complexas (GUO; LEU, 2013).
Além das vantagens já citadas, Volpato (2017) destaca sobre esse tipo de 
processamento de material:
 � não necessita de dispositivos de fixação;
 � não existe troca de ferramentas durante o processo, como no caso do 
CNC; durante o processamento, o material é utilizado do início ao fim 
do processo;
 � o planejamento do processo é simplificado, pois utiliza cálculos simples 
para as trajetórias da ferramenta;
 � é ideal para fabricação de baixa quantidade de componentes ou aplica-
ções altamente customizadas, em razão da sua rapidez;
 � algumas tecnologias permitem misturar materiais diferentes, ou até 
mesmo alterar a densidade do material durante o processamento, re-
sultando em uma variação das propriedades ao longo da peça.
Vantagens da robótica
Se analisarmos a execução de tarefas realizadas por robôs, notamos que tarefas 
simples e fáceis para um ser humano realizar apresentam um elevado grau de 
complexidade para robôs. Nesse caso, vamos utilizar os seguintes exemplos: 
abrir uma porta, subir/descer uma escada, recolher a roupa do varal, lavar 
louça, etc. Por outro lado, os robôs conseguem desenvolver tarefas extrema-
mente difíceis para os seres humanos, de uma maneira muito simples. Para 
essa situação, é possível citar os seguintes exemplos: operações matemáticas, 
controle e precisão de ferramentas (robôs cirurgiões), busca por informações 
de maneira rápida e eficaz, desativação de bombas (robôs militares), entre 
outras tarefas.
No entanto, Santos e Gorgulho Júnior (2015) salientam que, ao compararmos 
a realização de tarefas entre homens e robôs, é importante destacar algumas 
vantagens que os robôs apresentam:
11Inovação tecnológica em processamento de materiais
 � não se cansam;
 � não necessitam de salário;
 � podem manter ritmo e qualidade uniforme na produção;
 � não necessitam de condições ambientais especiais, tais como ar-con-
dicionado, luz, silêncio, etc.
Vantagens da nanotecnologia
As partículas manométricas se caracterizam pela sua estrutura, podendo 
apresentar características supercondutoras ou semicondutoras, no que diz 
respeito tanto a energia elétrica quanto à energia térmica. Outra vantagem da 
utilização desse tipo de tecnologia está relacionada a sua eficiência em relação 
à condutividade elétrica, pois os nanotubos metálicos apresentam poucos 
defeitos nas suas ligações químicas, evitando o aquecimento, e sua respectiva 
dissipação ao meio ambiente, em razão da passagem dos elétrons. Em relação as 
suas características mecânicas, os nanotubos apresentam densidade seis vezes 
menor se comparados aos aços comumente utilizados na indústria, enquanto 
seu módulo de elasticidade é cinco vezes maior e sua resistência à tração seja 
100 vezes superior. Além disso, sua aplicação se destaca na medicina, sendo 
que as nanomoléculas têm diversos pontos de ligação, permitindo tratamento 
especial de diversas doenças por meio da utilização de medicamentos espe-
cíficos, assim como pode estar presente em pomadas para queimaduras e na 
realização de diagnósticos por imagem (GROOVER, 2014). 
Três leis da robótica, criadas pelo escritor russo-americano Isaac Asimov (Santos e 
Gorgulho Júnior, 2015):
 � 1ª lei: um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um 
humano seja ferido.
 � 2ª lei: um robô deve obedecer às ordens dadas por humanos, exceto quando isso 
conflitar com a primeira lei;
 � 3ª lei: um robô deve proteger sua própria existência, a menos que isso conflite com 
a primeira ou a segunda lei.
Inovação tecnológica em processamento de materiais12
Limitações dos processos utilizados no 
processamento de materiais
Limitações das máquinas CNC
Como limitações, essas máquinas apresentam investimento inicial elevado, 
além de exigir operadores devidamente treinados e manutenção especializada. 
A utilização destas máquinas também está diretamente relacionada a produção 
em massa, sendo que para pequenos lotes de peças sua aquisição acaba se 
tornando inviável, devido ao elevado custo de produção das peças (BARRIOS; 
PIVETTA; YOSHIKAWA, 2011).
Limitações de CAD/CAE/CAM
De acordo com Figueira (2002/2003), em relação a software gráfico, este 
apresenta praticamente as mesmas limitações, tendo em vista que o seu de-
senvolvimento apresenta características similares entre si:
 � custo inicial do equipamento elevado;
 � custo da aquisição do software elevado;
 � o manuseio do software exige treinamento de seus operadores, sendo 
necessário investimentos na capacitação dos profissionais.
Limitações da manufatura aditiva
Por mais que esse tipo de processamento de material apresente características 
promissoras, Volpato (2017) destaca algumas restrições ou deficiências da 
manufatura aditiva como processo de fabricação:
 � como a fabricação é obtida por camadas, o material apresenta caracte-
rísticas anisotrópicas, resultando em algumas limitações na aplicação 
de peças por esse processo;
 � a precisão e o acabamento superficial são inferiores às peças obtidas 
por meio dos processos convencionais;
13Inovação tecnológica em processamento de materiais
 � há limitação quanto à escolha de materiais que podem ser empregados, 
sendo que muitos materiais são desenvolvidos especificamente para 
essa dada tecnologia;
 � a nível industrial, o custo envolvido é elevado, principalmente pela 
aquisição e operação do equipamento, além do material e de demais 
insumos do processo;
 � há problemas como distorções e empenamento, em virtude da natureza 
térmica/química do processo;
 � a produçãoem grandes lotes é lenta e tem custo mais elevado, se com-
parado aos processos tradicionais.
Limitações da robótica
O principal fator que impede a adoção em massa de robôs nas indústrias está 
relacionado ao seu o elevado custo de aquisição. Ou seja, dependendo da área 
em que o robô será utilizado, o tempo necessário para recuperar o investimento 
inicial (custos de compra, instalação e manutenção) pode ser a longo, invia-
bilizando a sua aquisição. É importante salientar que esse tempo não é fixo 
e depende do tipo de fábrica em que o robô será instalado e da sua aplicação 
(SANTOS; GORGULHO JÚNIOR, 2015). O autor ainda complementa que, 
ao adquirir um robô, os seguintes fatores devem ser considerados:
 � número de empregados substituídos pelo robô;
 � número de turnos por dia;
 � acréscimos na produtividade;
 � custo de projeto;
 � custo dos equipamentos periféricos;
 � custo de manutenção.
Limitações da nanotecnologia
Em razão da sua escala métrica ser extremamente pequena, os processos 
de fabricação desse tipo de processamento são bastante limitados, além de 
apresentar custos elevados e de difícil obtenção. Por se tratar de uma tecno-
logia “nova”, espera-se que num curto e médio espaço de tempo esteja mais 
difundida no mercado, de forma que seja possível aplicar esse processo de 
uma forma mais ampla, seja na utilização industrial, medicinal ou militar.
Inovação tecnológica em processamento de materiais14
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