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1www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Direitos e Deveres Individuais e Coletivos V DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS V INVIOLABILIDADE DE SIGILOS XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das co- municações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; • É importante lembrar da inexistência de direito absoluto. É necessário observar que não existe direito absoluto para a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Todos os direitos podem ser relativizados quando há colisão. Exemplo: uma situação hipotética é quando se despacha uma correspondência para os Correios. Eles podem abri-la, se considerarem que a correspondência é suspeita. Ainda pensando na relativização, o diretor de um presídio poderia ler uma carta escrita por um preso, por exemplo. A Emenda n. 115, de 2022, determinou a proteção de dados como direito fundamental, ampliando o artigo 5º da Constituição Federal. Nesse sentido, percebe-se que a cláusula pétrea pode ser modificada para aperfeiçoar, nunca para retirar ou abolir. O incisivo LXXIX traz proteção de dados, inclusive digitais, como direito fundamental. • Os sigilos podem ser quebrados, desde que de forma fundamentada. • A quebra é sempre uma medida excepcional. São considerados dados: dados bancários, fiscais e telefônicos. É importante ressaltar que dados telefônicos e comunicação telefônica são coisas diferentes. Comunicações telefônicas: são escuta ou grampo. Dados telefônicos são: o extrato da conta, informações, por exemplo, para quem a pessoa ligou ou quem ligou para ela. Dados telefônicos têm, portanto, menos proteção do que comunicações telefônicas (intercepta- ções). Mesmo por ordem judicial, as interceptações só são possíveis para instrução pro- cessual penal (fase judicial) ou investigação criminal (fase da delegacia). As interceptações telefônicas não são usadas para dívida civil, como o não pagamento de alimentos, ação de improbidade administrativa e outros. 5m www.grancursosonline.com.br 2www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Direitos e Deveres Individuais e Coletivos V DIREITO CONSTITUCIONAL A menção à “ordem judicial” envolve a cláusula de reserva de jurisdição. Ou seja, somente o Poder Judiciário pode fazê-lo. O inciso menciona “nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer”, o que, hoje, se relaciona com a Lei n. 9.296/1996. Entre 1988 e 1996, mesmo com ordem judicial, não era possível a interceptação, porque precisava da regulamentação. Nesse intervalo, era uma norma de eficácia limitada, pois precisava do complemento legislativo para poder fazer a quebra. Quebra de Sigilos - CPI • CPI pode quebrar todos os sigilos, exceto o das comunicações telefônicas (inter- ceptação, escuta, grampo). Ou seja, todas, menos quando envolve cláusula de reserva de jurisdição. De acordo com o artigo 58, § 3º, da Constituição Federal, a CPI possui poderes de investigação pró- prios das autoridades judiciais. Ainda assim, quando envolver cláusula de reserva de jurisdi- ção, não pode. • CPIs ESTADUAIS/DISTRITAIS também podem quebrar, pois têm os mesmos poderes das autoridades judiciais. • CPIs MUNICIPAIS não podem quebrar sigilo, porque não há judiciário no município. Isso ocorre, porque são poderes próprios de investigação da autoridade judicial e no município não há juiz – não existe Poder Judiciário. • A quebra deve ser fundamentada e observando o princípio da colegialidade. Quebra de Sigilos – Ministério Público • Prevalece a orientação de que o Ministério Público não pode quebrar sigilos, devendo requerer a providência ao Poder Judiciário. ATENÇÃO O MP poderia ter acesso às contas da Prefeitura, independentemente de autorização judi- cial, já que, nesse caso, o poder público seria o titular da conta. O órgão público é regido pelo princípio da publicidade e da transparência. As questões pessoais do prefeito, por exemplo, somente com autorização judicial. Mas o extrato da conta do município, não. 10m www.grancursosonline.com.br 3www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Direitos e Deveres Individuais e Coletivos V DIREITO CONSTITUCIONAL Quebra de Sigilos – Tribunal de Contas • Embora existam os chamados poderes implícitos, os TCs não podem quebrar sigilos, devendo requerer a providência ao Poder Judiciário. ATENÇÃO Caso envolvendo empréstimo do BNDES ao grupo JBS/FRIBOI – possibilidade de requisi- ção de informações pelo TCU. Nesse caso, houve uma negativa diante da requisição do Tribunal de Contas do contrato de empréstimo. A negativa, por parte do BNDES, deu-se na alegação do sigilo bancário. A missão do TCU, no entanto, é fiscalizar onde existe dinheiro público. Então, o STF infor- mou que o TCU não pode quebrar sigilo; o que pode é acessar e requisitar informações constantes em contatos no qual haja dinheiro público envolvido. Assim, atente-se aos termos trazidos na prova. . Quebra de Sigilos – Receita Federal • Transferência de sigilos e a LC n. 105/01. A Receita Federal não pode fazer quebra, mas pode efetuar transferência de sigilo. Pode haver, segundo o STF, o compartilhamento de dados: a instituição financeira compartilha com o COAF (ou Unidade de Inteligência Fiscal), que compartilha com a receita, que comparti- lha com o MP. Isso ocorre em caso de movimentação atípica, quando o COAF é alertado. . Nesse caso, o dado continua sendo sigiloso, não houve quebra. ABIN / SISBIN ABIN é a Agência Brasileira de Inteligência e o SISBIN é o Sistema Brasileiro de Inte- ligência. O SISBIN é formado por diversos órgãos que ficam compartilhando dados sensí- veis. Chegou ao Supremo Tribunal Federal uma questão sobre o compartilhamento de dados desses órgãos com a ABIN. O Supremo entendeu que o compartilhamento com esses órgãos pode ser feito, mas a primeira premissa é a comprovação de interesse público, porque não pode ser usado aparelho estatal contra rivais. É necessário ser justificado por escrito para ficar registrado no sistema. 15m 20m www.grancursosonline.com.br 4www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Direitos e Deveres Individuais e Coletivos V DIREITO CONSTITUCIONAL Quando envolver dado que tenha cláusula de reserva de jurisdição, o Judiciário precisa ser chamado. Covid e IBGE Por medida provisória e tendo a covid-19 como argumento, foi proposto que o IBGE cole- tasse dados a partir do compartilhamento das empresas de telefonia. O Supremo Tribunal Federal não permitiu. . Sigilo das Comunicações Telefônicas • Prazo: Lei x jurisprudência – renovações sucessivas? A Lei determina que os prazos previstos são: 15 dias, podendo ser prorrogado uma vez em igual período. Pela Lei, portanto, somente 30 dias. Pela jurisprudência, no entanto, é per- mitido que haja renovações sucessivas (+ 15 + 15). Houve um caso que chegou ao Supremo Tribunal Federal sobre uma escuta por mais de dois anos. O Supremo, pacificando a situação, determinou que não existe limite de tempo, vale enquanto for necessário, desde que haja fundamentação e necessidade. Sobre o juiz determinar a renovação em 30 + 30 + 30, em vez de 15 + 15 + 15, o Supremo compreendeu que é possível. Não tem limite de tempo, mas é ilegal a escuta que usar modelos genéricos ou estiver lastreada em motivação padronizada sem relação com o caso concreto. . • Incidência do Fenômeno da Serendipidade Serendipidade vem de encontro fortuito. O encontro fortuito de provas, também, é cha- mado de crime achado. Um exemplo disso é: tendo autorização para interceptar dois trafican-tes, esbarra-se em um terceiro. Nesse caso, é possível utilizar as provas encontradas contra os três, entendendo-se que a autorização se estende, ou seja, aumentou o número de inves- tigados. Também é possível aumentar o número de crimes: a quebra de sigilo de traficantes, por exemplo, apresenta provas de outros crimes. 25m 30m www.grancursosonline.com.br 5www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Direitos e Deveres Individuais e Coletivos V DIREITO CONSTITUCIONAL Quando o juiz encontra uma autoridade com foro especial na interceptação, a prova colhida, até aquele momento, é válida. A prova é remetida para o foro especial. Assim, verifi- ca-se quem tem foro e quem não tem, para que haja a divisão das partes. . • Degravação dos Diálogos: Integral x Parcial Uma mídia é entregue para a defesa com todos os diálogos, mas a degravação é parcial, somente com aquilo que interessa à investigação. WhatsApp Extrair as conversas sem autorização judicial não é permitido. Fazer o espelhamento do celular (WhatsApp Web, por exemplo) não é possível, também, por conta da criptografia – não é possível saber se quem escreveu a mensagem foi a pessoa ou a polícia. Para se ter acesso ao celular, hoje, é necessário que se tenha autorização judicial. Em 2012, o Supremo Tribunal Federal entendia que, para ter acesso aos dados do celular, não precisaria de autorização judicial. Hoje, entende-se que é preciso. Habilitar chip da polícia, também, não pode. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. O tribunal de contas possui os chamados poderes implícitos, dentre os quais a decre- tação de quebra do sigilo bancário e fiscal dentro de sua atuação quando envolver a destinação de recursos públicos. COMENTÁRIO Não pode fazer essa quebra de sigilo. GABARITO 1. E 35m 40m ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Aragonê Nunes Fernandes. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. www.grancursosonline.com.br
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