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Aulas - NP1

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24/03/2022
1
Proteção Penal ao Patrimônio
Professor:
Cesar Oliveira Janoti
cesarjanoti@gmail.com
GRADUAÇÃO EM DIREITO
- Básica:
1) JESUS, Damásio. Direito penal. São Paulo: Saraiva,
2007. v. 2.
2) MIRABETE, Júlio Fabrini. Manual de direito penal. São
Paulo: Atlas, 2007. v. 2.
3) NORONHA, Edgar Magalhães. Direito penal. São Paulo:
Saraiva. 2003. v. 2.
Bibliografia
24/03/2022
2
- Complementar:
1) BRUNO, Anibal. Direito penal. Rio de Janeiro: Forense, 2005.
2) CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal. São Paulo: Saraiva, 2008. v. 2.
3) DELMANTO, Celso. Código penal comentado. 7ª ed. São Paulo: Renovar,
2007.
4) FRANCO, Alberto Silva. Código penal e sua interpretação
jurisprudencial. 8ª ed. São Paulo: RT, 2007.
5) JESUS, Damásio. Código penal anotado. 18ª ed. São Paulo: Saraiva,
2007.
6) MIRABETE, Júlio Fabrini. Código penal interpretado. São Paulo: Atlas,
2007.
Bibliografia
CP – Art. 155
24/03/2022
3
- Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para
outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e
multa.
- Furto
- Bem jurídico:
1ª) somente a propriedade (Hungria);
2ª) a propriedade e a posse (Nucci; Greco; Masson);
3ª) propriedade, posse e detenção (Mirabete;
Delmanto; Bitencourt).
• Propriedade é o direito de usar, gozar e dispor de uma coisa
(dir. civil); patrimonialidade (constitucional).
• Posse é o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes
inerentes à propriedade. Exemplo: locação.
• Detenção é aquela situação em que alguém conserva a posse
em nome de outro e em cumprimento às suas ordens e
instruções. Exemplo: caseiro em relação ao imóvel de que
cuida.
24/03/2022
4
- Furto
- Sujeitos:
1) Sujeito ativo: qualquer pessoa pode figurar como
sujeito ativo de furto, salvo o proprietário.
Atenção!
CP, Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos
crimes previstos neste título, em prejuízo:
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou
ilegítimo, seja civil ou natural.
- Servidor público???
- Furto
- Sujeitos:
2) Sujeito passivo: proprietário, o possuidor ou
detentor legítimo da coisa, a depender da corrente
adotada em relação ao bem jurídico.
Atenção!
No caso de crime contra o patrimônio em que o ofendido
seja índio não integrado ou comunidade indígena, a pena
será agravada de um terço (art. 59 da Lei nº 6.001/73).
24/03/2022
5
- Furto
- Tipo objetivo:
1) Núcleo do tipo:
- Subtrair significa retirar a coisa da posse da vítima,
passando ao poder do agente. Pode ocorrer por
apoderamento direto, quando o agente apreende a
coisa manualmente, ou por apoderamento indireto,
na hipótese de o agente utilizar-se de terceiros ou de
animal.
- Coisa é tudo aquilo que existe, podendo tratar-se
de objetos inanimados ou de semoventes.
- Furto
- Tipo objetivo:
- Valor afetivo ou sentimental: divergência!
Para Hungria (Comentários ao Código Penal, vol. VII,
p. 23), "a coisa subtraída deve representar para o
dono, senão um valor reduzível a dinheiro, pelo
menos uma utilidade (valor de uso), seja qual for, de
modo que possa ser considerada como integrante do
seu patrimônio". No mesmo sentido: STF, RE 100103,
Rel Min. Francisco Rezek, 27/04/1984), e HC
107.615, Rel. Min. Dias Toffoli, 06/09/2011 (furto de
disco de ouro do cantor Milton Nascimento.
Em sentido contrário (ex. Nucci), deve haver
subtração apenas de coisa com valor patrimonial.
24/03/2022
6
- Furto
- Tipo objetivo:
- Transplante ou remoção de tecidos, órgãos ou
partes do corpo de pessoa ou cadáver em
desacordo com as disposições da Lei nº 9.434/97,
configura o crime descrito no art. 14 da referida
legislação.
- Cadáver: pode caracterizar crime de furto, como,
por exemplo, quando pertencer a um museu ou na
hipótese de ser utilizado para a finalidade científica,
pois nestes casos passa a integrar o patrimônio de
alguém. Caso contrário, pode configurar o crime de
subtração de cadáver (CP, art. 211).
- Furto
- Tipo objetivo:
- Alheia é toda coisa que pertence a outrem.
Coisas abandonadas (res derelicta) e coisas que não
pertençam a ninguém (res nullius) não podem ser
objeto do crime de furto, uma vez que não integram o
patrimônio de outrem.
Coisas perdidas (res deperdita) e coisa esquecida
também não podem ser objeto de furto, pois há tipo
específico para esse caso, que é a apropriação (art.
169, II, CP)
24/03/2022
7
- Furto
- Móvel é a coisa que se desloca de um lugar para outro.
Trata-se do sentido real, e não jurídico (ex. navio).
- Coisa móvel por equiparação (CP, art. 155, § 3°):
energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.
- Exposição de Motivos da Parte Especial do CP:
“56 (...) Para afastar qualquer dúvida, é expressamente
equiparada à coisa móvel e, compatibilizar, reconhecida como
possível objeto de furto a "energia elétrica ou suscetível de
incidir no poder de disposição material e exclusiva de um
indivíduo (como, por exemplo, a eletricidade, a
radioatividade, a energia genética dos reprodutores, etc.)
pode ser incluída, mesmo do ponto de vista técnico, entre as
coisas móveis, a cuja regulamentação jurídica, portanto, deve
ficar sujeita.”
- Furto
- Ocorre o crime de furto nos casos de ligação
clandestina de energia elétrica, de telefone, de água e
de sêmen de semovente reprodutor.
- Adulteração do medidor de energia elétrica:
divergência - furto mediante fraude (STF, HC 72467,
j. 31/10/1995) ou estelionato (STJ, HC 67 .829, j.
02/08/2007).
- Sinal de TV a cabo: Para o STF, é atípica a
conduta de realizar ligação clandestina de TV a cabo
(HC 97.261/RS, j. 12/4/2011). O STJ já decidiu que
há furto na hipótese (RHC 30.847/RJ, 5ª T., j.
20/08/2013; REsp 1076287, 5ª T., j. 02/06/2009;
REsp 1123747, j. 16/12/2010).
24/03/2022
8
- Furto
- Tipo Subjetivo
Dolo e elemento subjetivo especial
Exige-se o dolo, não existindo a forma culposa.
Além do dolo, consistente na consciência e vontade de
subtrair coisa alheia móvel (animus furandi), o tipo contém
o elemento subjetivo especial "para si ou para outrem",
que revela o fim de assenhoreamento definitivo (animus
rem sibi habendi).
- Atenção!
Subtrair coisa do devedor com o fim de quitação da dívida
configura exercício arbitrário das próprias razões (art. 345
do CP) ou, conforme a hipótese, erro de proibição (art. 21
do CP).
- Furto
- Furto de uso
Será atípica, por ausência do elemento subjetivo especial
do tipo (para si ou para outrem), a subtração de coisa
alheia móvel quando o agente não possuir a intenção de
assenhoreamento.
De acordo com a doutrina e jurisprudência, para
caracterizar furto de uso são necessários alguns requisitos:
a) subtração de coisa infungível;
b) intenção de uso momentâneo;
c) devolução imediata da coisa após o uso e sem qualquer
dano;
d) a vítima não pode ter percebido a subtração.
24/03/2022
9
- Furto
- Furto famélico
A jurisprudência tem reconhecido o estado de necessidade
(art. 24 do CP), desde que presentes os seguintes
requisitos (ônus da defesa):
a) que o fato seja praticado para mitigar a fome;
b) que seja o único e derradeiro recurso do agente
(inevitabilidade do comportamento lesivo);
c) que haja a subtração de coisa capaz de diretamente
contornar a emergência;
d) a insuficiência dos recursos adquiridos pelo agente com
o trabalho ou a impossibilidade de trabalhar.
- Furto
- Consumação: divergência!
a) contrectatio (tocar): consuma-se no momento em que o
agente toca a coisa, ou seja, basta o contato com a mão.
b) amotio (remover) ou apprehensio (apreender): a
consumação ocorre no momento em que o agente remove a
coisa, passando para seu poder, mesmo sem retirá-la da
esfera de proteção da vítima. Assim, se o autor entra na
residência da vítima e retira um objeto do armário, ocorre a
consumação, mesmo que a coisa não seja retirada da casa do
ofendido.
* Atenção! Alguns autores diferenciam amotio de
apprehensio. Para a teoria da amotio, a consumação ocorreria
com o deslocamento da coisa, ao passo que, para a teoria da
apprehensio, bastaria o agente segurara coisa, mesmo sem
deslocamento.
24/03/2022
10
- Furto
- Consumação: divergência!
c) ablatio (tirar): além da apreensão e da remoção,
a coisa deve ser retirada da esfera de proteção da
vítima.
d) illatio (transportar ou trazer): além de ser
removida do lugar e retirada da esfera de proteção da
vítima, a coisa deve ser levada para local seguro.
- Furto
- Consumação: divergência!
Nossa legislação adotou a teoria da amotio, ou seja, a
consumação da subtração se dá com a posse da coisa pelo
agente. Mesmo assim, não há consenso acerca do exato
momento da posse. Os dois principais posicionamentos são:
1°) entende-se consumado o furto no momento em que a coisa
sai da esfera de vigilância ou disponibilidade da vítima. Alguns
doutrinadores acrescentam que o agente deve ter a posse
tranquila da coisa.
2°) consuma-se no momento em que o agente obtém a posse da
coisa, ainda que por curto espaço de tempo, sendo
desnecessário falar-se em posse tranquila e no critério de saída
da coisa da chamada "esfera de vigilância da vítima". Basta que,
cessada a clandestinidade, o agente tenha tido a posse da res
furtiva, ainda que retomada, em seguida, pela perseguição
imediata.
24/03/2022
11
- Furto
- Consumação: divergência!
STF: "Para a consumação do furto, é suficiente que se
efetive a inversão da posse, ainda que a coisa
subtraída venha a ser retomada em momento
imediatamente posterior. Jurisprudência consolidada
do Supremo Tribunal Federal" (HC 114329/RS, j.
01/10/2013).
- Furto
- Consumação: divergência!
STJ: "(. .. ) 2. O Plenário do Supremo Tribunal Federal,
superando a controvérsia em torno do tema, consolidou a
adoção da teoria da apprehensio (ou amotio), segundo a qual
se considera consumado o delito de furto quando, cessada a
clandestinidade, o agente detenha a posse de fato sobre o
bem, ainda que seja possível à vitima retomá-lo, por ato seu
ou de terceiro, em virtude de perseguição imediata. Desde
então, o tema encontra-se pacificado na jurisprudência dos
Tribunais Superiores. 3. Delimitada a tese jurídica para os fins
do art. 543-C do CPC, nos seguintes termos: Consuma-se o
crime de furto com a posse de fato da res furtiva, ainda que
por breve espaço de tempo e seguida de perseguição ao
agente, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou
desvigiada" (REsp 1524450/RJ, 3ª Seção, j. 14/10/2015).
24/03/2022
12
- Furto
- Furto majorado ou furto noturno
“Art. 155, § 1º - A pena aumenta-se de um terço, se
o crime é praticado durante o repouso noturno.”
- Repouso noturno é o período em que as pessoas se
recolhem para dormir. Deve ser analisado de acordo com os
costumes e hábitos do local do crime. Neste período o agente
possui maior facilidade para a prática da conduta,
considerando que a vigilância da vítima, ou mesmo de
terceiros, é reduzida.
- Furto
- Furto privilegiado ou mínimo
“Art. 155, § 2º - Se o criminoso é primário, e é de
pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a
pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um
a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.”
- Primariedade:
1ª) equivale ao não reincidente, ainda que tenha no
passado várias condenações (CP, arts. 63 e 64);
2ª) na data da sentença, não ostenta qualquer
condenação irrecorrível.
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13
- Furto
- Furto privilegiado ou mínimo
“Art. 155, § 2º - Se o criminoso é primário, e é de
pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a
pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um
a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.”
- Coisa de pequeno valor: é aquela que não
ultrapassa a importância de um salário mínimo,
predominando o entendimento de que deve ser
analisado o valor do objeto por ocasião da subtração.
- Furto
- Furto privilegiado ou mínimo
“Art. 155, § 2º - Se o criminoso é primário, e é de
pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a
pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um
a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.”
- Atenção! O pequeno valor da coisa (requisito do furto
privilegiado) não se confunde com o princípio da
insignificância (que exclui a tipicidade material se a coisa for
de valor ínfimo e houver baixo desvalor da conduta).
- Vetores: (a) mínima ofensividade da conduta do agente;
(b) nenhuma periculosidade social da ação; (c)
reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento; e
(d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada.
24/03/2022
14
- Furto
- Furto qualificado
Art. 155 (...)
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e
multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à
subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude,
escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
- Furto
- Furto qualificado
- Obstáculo que protege a coisa (exterior à coisa);
- O ato de violência não é contra a pessoa;
- “destruição” - demolir ou desfazer;
- “rompimento” – quebrar ou rasgar sem perda da
individualidade;
- a violência deve ser empregada antes da
consumação do furto (se depois, pode configurar
crime autônomo de dano - art. 163 do CP).
- Atenção! Rompimento do vidro do automóvel???
EREsp n° 1.079.847/SP
24/03/2022
15
- Furto
- Furto qualificado
- Perícia: por ser infração que deixa vestígios, é
necessária a perícia para a caracterização da
materialidade da circunstância (art. 171 do CPP),
salvo em caso de ausência de vestígios, quando a
prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta (arts. 158
e 167 do CPP).
- Princípio da insignificância: predomina o
entendimento pela impossibilidade de aplicação, em
razão da maior ofensividade e reprovabilidade da
conduta (STF, HC 121.760, e STJ, HC 330.359).
- Furto
- Furto qualificado
- Abuso de confiança: especial vínculo de lealdade
ou de fidelidade entre a vítima e o agente, sendo
irrelevante, por si só, a simples relação de emprego
ou de hospitalidade.
Atenção! A coisa deve ingressar na esfera de
disponibilidade do agente em face da facilidade
decorrente da confiança nele depositada. Se, apesar
da relação de confiança, o agente pratica o furto de
uma maneira que qualquer outra pessoa poderia tê-lo
cometido, não haverá esta qualificadora.
24/03/2022
16
- Furto
- Furto qualificado
- Fraude: meio enganoso capaz de iludir a vigilância
do ofendido e permitir maior facilidade na subtração
do objeto material.
- Exemplos:
1) utilização de “fantasia” de funcionário da
companhia provedora de internet para ingressar na
residência da vítima e subtrair-lhe bens;
2) dois sujeitos que entram num estabelecimento
comercial, sendo que, enquanto um distrai o
ofendido, o outro lhe subtrai mercadorias.
- Furto
- Furto qualificado
- Escalada: uso de via anormal para ingressar no
local em que se encontra a coisa visada, exigindo-se,
ainda, que a escalada seja fruto de um esforço fora
do comum por parte do agente.
- Atenção! Não implica, necessariamente, subida,
mas a utilização de qualquer meio incomum.
- Exemplos:
1) penetração via subterrânea (túnel);
2) Utilização de cordas ou escada para transpor um
muro alto.
24/03/2022
17
- Furto
- Furto qualificado
- Destreza: excepcional habilidade física ou manual
para a subtração do objeto que estava em poder da
vítima, de modo a impedir qualquer percepção.
- Chave falsa: qualquer instrumento, com ou sem
forma de chave, que o agente utiliza para abrir
fechaduras ou mecanismo material de segurança.
Exemplos: chave mestra, alfinete, prego, chave de
fenda, tesoura etc.
- Atenção! Ligação direta em automóvel: não incide
a qualificadora, pois o agente não utiliza instrumento
ou objeto na ignição, mas sim liga os fios.
- Furto
- Furto qualificado
- Concurso de pessoas: são necessárias, no
mínimo, duas pessoas.
Atenção! Participação de inimputáveis???
24/03/2022
18
- Furto
- Furto qualificado
Art. 155 (...)
§ 4º-A. A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10
(dez) anos e multa, se houver emprego de explosivo
ou de artefato análogo que cause perigo comum.
Atenção!
1) Art. 251 – Explosão: incide o princípioda
especialidade;
2) Art. 16, § 1º, III, da Lei n.º 10.826/03: crime
hediondo e pena de reclusão de 3 (três) a 6 (seis)
anos, e multa.
- Furto
- Furto qualificado
Art. 155 (...)
§ 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito)
anos, e multa, se o furto mediante fraude é cometido por
meio de dispositivo eletrônico ou informático, conectado ou
não à rede de computadores, com ou sem a violação de
mecanismo de segurança ou a utilização de programa
malicioso, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo.
(Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
- Exemplos: invadir determinado sistema informático para
desativar um alarme ou para interromper um
videomonitoramento e, na sequência, apreender
fisicamente o objeto alheio até então protegido.
24/03/2022
19
- Furto
- Furto qualificado
Art. 155 (...)
§ 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste artigo, considerada a
relevância do resultado gravoso: (Incluído pela Lei nº
14.155, de 2021)
I – aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o
crime é praticado mediante a utilização de servidor mantido
fora do território nacional; (Incluído pela Lei nº 14.155, de
2021)
- Sofisticação delitiva, transnacionalidade e dificuldade
investigativa.
II – aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é
praticado contra idoso ou vulnerável. (Incluído pela Lei nº
14.155, de 2021)
- Maior fragilidade da vítima.
- Furto
- Furto qualificado
Art. 155 (...)
§ 5º A pena é de reclusão de três a oito anos, se a
subtração for de veículo automotor que venha a ser
transportado para outro Estado ou para o exterior.
- VEÍCULO AUTOMOTOR (anexo I da Lei n.º 9.503/97) -
todo veículo a motor de propulsão que circule por seus próprios
meios, e que serve normalmente para o transporte viário de
pessoas e coisas, ou para a tração viária de veículos utilizados
para o transporte de pessoas e coisas. O termo compreende os
veículos conectados a uma linha elétrica e que não circulam
sobre trilhos (ônibus elétrico).
24/03/2022
20
- Furto
- Furto qualificado
Art. 155 (...)
§ 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a
subtração for de semovente domesticável de produção, ainda
que abatido ou dividido em partes no local da subtração.
- Abigeato: subtração de animais do campo e das fazendas
(boi, ovelha, porco, cavalo etc.).
- Bitencourt: “semovente domesticável de produção é de
uma ambiguidade terrível, (...) só é domesticável o que
não doméstico”.
- Não são objeto material dessa figura qualificada os
animais domésticos (cão, gato etc.).
- Furto
- Furto qualificado
Art. 155 (...)
§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez)
anos e multa, se a subtração for de substâncias
explosivas ou de acessórios que, conjunta ou
isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem
ou emprego.”
24/03/2022
21
- Furto
- Questões importantes:
1) É possível furto privilegiado (§ 2.º) qualificado (§
4.º)?
a) Súmula 511 do STJ;
b) Só há privilégio para o caput.
2) Furto qualificado e princípio da insignificância?
a) Não é possível, em razão da maior reprovabilidade na
hipótese de furto qualificado (STJ);
b) a incidência da qualificadora, por si só, não impede o
reconhecimento da insignificância.
- Furto de coisa comum
Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou
sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente
a detém, a coisa comum:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou
multa.
§ 1º - Somente se procede mediante representação.
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum
fungível, cujo valor não excede a quota a que tem
direito o agente.
24/03/2022
22
CP – Art. 157
ROUBO
- Roubo
BENS JURÍDICOS:
- A propriedade, posse, a detenção e a
integridade física e psíquica.
- Trata-se de crime pluriofensivo (ocorre
ofensa a bens jurídicos diversos).
ROUBO = FURTO + CONSTRANGIMENTO ILEGAL
(157) (155) (146)
24/03/2022
23
- Roubo
- Sujeitos:
1) Sujeito ativo: qualquer pessoa, salvo o
proprietário.
2) Sujeito passivo: é o proprietário, possuidor ou o
mero detentor da coisa, bem como a pessoa contra
quem se dirige a violência ou grave ameaça, ainda
que desligada da lesão patrimonial.
- Roubo
Roubo próprio
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia,
para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois
de havê-la, por qualquer meio, reduzido
à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e
multa.
24/03/2022
24
- Roubo
- Tipo objetivo: subtração mediante (a) violência, (b) grave
ameaça ou (c) qualquer outro meio capaz de impossibilitar a
vítima de resistir ou defender-se.
- Violência: é a violência própria (vis absoluta), a força bruta,
consistente em agressão física. Pode resultar lesão corporal ou
não.
- Grave ameaça: consiste na violência moral, que se dá por
meio de intimidação (vis relativa). A grave ameaça pode ser
velada, como na hipótese de um indivíduo bem mais forte
fisicamente chegar para uma pessoa franzina e pedir que lhe
entregue a carteira.
- Haver, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência: trata-se de violência imprópria. O agente retira da
vítima o seu poder de resistência (ex.: ingestão de drogas).
- Roubo
- Tipo Subjetivo: é o dolo, consistente na
consciência e vontade de subtrair coisa alheia. É
previsto ainda o elemento subjetivo especial do tipo,
qual seja, "para si ou para outrem", que revela o fim
de assenhoreamento definitivo (animus furandi).
24/03/2022
25
- Roubo
- Consumação:
• 1ª corrente (STF e STJ): consuma-se no momento
em que, cessada a violência, o agente obtém a posse
da coisa, ainda que por curto espaço de tempo, sendo
desnecessário falar-se no critério de saída da coisa da
chamada "esfera de vigilância da vítima" e posse
tranquila.
- Roubo
- Consumação:
• 1ª corrente (STF e STJ): "É firme a jurisprudência da
Corte no sentido de que à consumação do crime de
roubo é suficiente a verificação de que, cessada a
clandestinidade ou a violência, tenha o agente tido a
posse da coisa subtraída, ainda que retomada logo em
seguida“ (STF, HC 114.328/SP).
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- Roubo
- Consumação:
• 2ª corrente: consuma-se no momento em que, após
a violência ou grave ameaça, o agente retira a coisa
da "esfera de vigilância da vítima".
- Roubo
- Tentativa: no roubo próprio é admissível. Ocorre
quando o sujeito, mesmo com o emprego de violência
ou grave ameaça, não consegue a posse da coisa.
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- Roubo
- Atenção!
Uma vítima e patrimônios diversos:
"Ainda que atingidos patrimônios distintos, não há
falar em concurso formal de crimes, mas em crime
único de roubo, se a violência ou grave ameaça se
voltou contra uma pessoa que, sozinha, exercia a
posse de bens de sua propriedade e de terceiros"
(STJ, HC 204.316).
- Roubo
- Atenção!
Mais de uma vítima e patrimônios diversos: “É
uníssono o entendimento deste Superior Tribunal de
Justiça, no sentido de que o roubo perpetrado com
violação de patrimônios de diferentes vítimas, ainda que
num único evento, configura a literalidade do concurso
formal de crimes, é não apenas de crime único.
Especialmente no crime de roubo, que se caracteriza pelo
emprego de violência ou grave ameaça na investida do
agente contra o patrimônio alheio, tal entendimento se
justifica e se evidencia, porque diversificada também é a
constrição das vítimas, e não somente seu patrimônio
(AgRg no REsp 984.371/RS).
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- Roubo
- Atenção!
Intenção de subtrair um único patrimônio, mas com
violência ou grave ameaça contra mais de uma
pessoa: "1. No delito de roubo, se a intenção do agente é
direcionada à subtração de um único patrimônio, estará
configurado um único crime, ainda que, no modus
operandi, seja utilizada violência ou grave ameaça contra
mais de uma pessoa. 2. Se o agente utiliza grave ameaça
ou violência (própria ou imprópria) simultaneamente
contra duas ou mais pessoas, mas subtrai bens
pertencentes a apenas uma delas, responde por um só
crime de roubo ( .. .)" (STJ, AgRg no REsp 1490894/DF).
- Roubo
Roubo impróprioArt. 157, § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo
depois de subtraída a coisa, emprega violência contra
pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a
impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou
para terceiro.
- Atenção! No roubo impróprio o tipo penal não descreve
como seu elemento a violência imprópria (eliminar, sem
violência física ou grave ameaça, a capacidade de
resistência da vítima). Assim, se o agente subtrai e depois
emprega violência imprópria, não responde por roubo
impróprio, mas sim pelo delito de furto.
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- Roubo
Roubo impróprio
Tipo Subjetivo: é o dolo, consistente na consciência
e vontade de subtrair coisa alheia. São previsto ainda
os elementos subjetivos especiais do tipo, quais
sejam, "para si ou para outrem", que revela o fim de
assenhoreamento definitivo (animus furandi) e "a fim
de assegurar a impunidade do crime ou detenção da
coisa para si ou para terceiro".
- Roubo
Roubo impróprio
- Consumação: ocorre quando o agente, logo depois
da subtração da coisa, emprega violência contra
pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a
impunidade do crime ou a detenção da coisa para si
ou para terceiro.
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- Roubo
Roubo impróprio
- Roubo de uso?
- Princípio da insignificância?
- Roubo
Roubo impróprio
- Tentativa: divergência.
1ª corrente: predomina ser inadmissível. Segundo
Hungria (Comentários, v. VII, p. 61-2), "já no caso
de violência subsequente à subtração, o momento
consumativo é o do emprego da violência; e não há
falar-se em tentativa: ou a violência é empregada, e
tem-se a consumação, ou não é empregada, e o que
se apresenta é o crime de furto". No mesmo sentido:
Damásio e Capez, bem como o STJ: HC 120.574, j.
12/04/2011; REsp 1155927, j. 18/05/2010.
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- Roubo
Roubo impróprio
- Tentativa: divergência.
2ª corrente: é admissível. Conforme acentua Fragoso
(Lições, vol. 1, p. 327): "A tentativa de roubo
impróprio é possível e se verifica sempre que o
agente, tendo completado a subtração, é preso após
tentar o emprego da violência ou da ameaça para
assegurar a posse da coisa ou a impunidade. Há
também tentativa se o agente é surpreendido após
ter completado a subtração e emprega violência,
mas se vê forçado a abandonar a coisa, fugindo".
- Roubo
Roubo majorado ou circunstanciado
Art. 157, § 2º: A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:
I – (revogado);
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal
circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para
outro Estado ou para o exterior;
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta
ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego.
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca;
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- Roubo
Roubo majorado ou circunstanciado
Art. 157, § 2º: A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:
I – (revogado);
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
Vide observações feitas no estudo do crime de furto!
- Roubo
Roubo majorado ou circunstanciado
Art. 157, § 2º: A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente
conhece tal circunstância.
- Atividade específica: exercício de "serviço específico" de transporte de
valores, como ocorre no transporte de dinheiro em carro-forte, e não um
transporte eventual de valores.
- Valores: dinheiro, joias, títulos e outras coisas que representam
quantidade de dinheiro.
- Elemento subjetivo: o agente deve ter conhecimento de que a vítima está
em serviço de transporte de valores.
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- Roubo
Roubo majorado ou circunstanciado
Art. 157, § 2º: A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado
para outro Estado ou para o exterior;
Vide observações feitas no estudo do crime de furto!
- Roubo
Roubo majorado ou circunstanciado
Art. 157, § 2º: A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
- Atenção!
a) ocorre a restrição da liberdade por poucos instantes no momento da
execução do crime: não incide a majorante;
b) ocorre a restrição da liberdade, por tempo juridicamente relevante, no
âmbito da execução do crime de roubo ou para evitar a ação policial: incide a
majorante. Exemplo: a vítima ficou presa no banco traseiro do veículo
subtraído durante 30 minutos;
c) ocorre a restrição da liberdade, por tempo juridicamente relevante, sem
qualquer relação com a execução do crime ou garantia de fuga: não incide a
majorante, mas haverá concurso entre os crimes de roubo e sequestro (art.
148 do CP).
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- Roubo
Roubo majorado ou circunstanciado
Art. 157, § 2º: A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que,
conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou
emprego. VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego
de arma branca.
Vide observações feitas no estudo do crime de furto!
- Roubo
Roubo majorado ou circunstanciado
Art. 157, § 2º: A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma
branca.
Atenção!
Denomina-se arma própria o instrumento fabricado com a finalidade
de ataque ou defesa (arma de fogo, espada, lança); arma imprópria é
aquela que não possui a destinação de ataque ou defesa, mas pode
ser utilizada para esse fim (faca de cozinha, martelo, tesoura, taco de
beisebol, chave de fenda, pedaço de pau, uso de animais).
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- Roubo
Roubo majorado ou circunstanciado
Art. 157, § 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;
(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de
explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. (Incluído pela
Lei nº 13.654, de 2018)
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de
fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
- Roubo
Roubo majorado ou circunstanciado
Art. 157, § 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;
(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
Atenção!
- Anexo III do DECRETO Nº 10.030, DE 30 DE SETEMBRO DE 2019 - Arma de fogo: arma
que arremessa projéteis empregando a força expansiva dos gases, gerados pela
combustão de um propelente confinado em uma câmara, normalmente solidária a um
cano, que tem a função de dar continuidade à combustão do propelente, além de
direção e estabilidade ao projétil.
- Arma de pressão: arma cujo princípio de funcionamento é o emprego de gases
comprimidos para impulsão de projétil, os quais podem estar previamente
armazenados em uma câmara ou ser produzidos por ação de um mecanismo, tal como
um êmbolo solidário a uma mola.
- Arma de brinquedo (simulacro), arma descarregada ou arma de fogo sem a
possibilidade do disparo?
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- Roubo
Roubo majorado ou circunstanciado
Art. 157, § 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de
explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.
Vide observações feitas no estudo do crime de furto!
- Roubo
Roubo majorado ou circunstanciado
Art. 157, § 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo
de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
- Art. 3º do Anexo I do DECRETO Nº 10.030, DE 30 DE SETEMBRO DE 2019
II - arma de fogo de uso restrito - as armas de fogo automáticas, dequalquer tipo ou calibre,
semiautomáticas ou de repetição que sejam: (Incluído pelo Decreto nº 10.627, de 2021)
a) não portáteis; (Incluído pelo Decreto nº 10.627, de 2021)
b) de porte, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, atinja, na saída do
cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte
joules; ou (Incluído pelo Decreto nº 10.627, de 2021) c) portáteis de alma raiada, cujo
calibre nominal, com a utilização de munição comum, atinja, na saída do cano de prova,
energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules; (Incluído
pelo Decreto nº 10.627, de 2021)
III - arma de fogo de uso proibido: (Incluído pelo Decreto nº 10.627, de 2021) a) as armas
de fogo classificadas como de uso proibido em acordos ou tratados internacionais dos quais
a República Federativa do Brasil seja signatária; e (Incluído pelo Decreto nº 10.627, de 2021)
b) as armas de fogo dissimuladas, com aparência de objetos inofensivos; (Incluído pelo
Decreto nº 10.627, de 2021)
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- Roubo
Roubo qualificado
Art. 157, § 3º Se da violência resulta:
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito)
anos, e multa; (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
- Art. 129, §§ 1º e 2º do CP.
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.
(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
- Morte em decorrência da "violência“: a morte deve resultar da violência empregada
durante a execução e em razão do roubo. Se o agente, durante a execução do crime de
roubo, percebe que a vítima é seu antigo inimigo e resolve matá-la por motivos alheios ao
roubo, não haverá latrocínio, mas roubo em concurso com homicídio.
- Morte em decorrência da "grave ameaça“: se a morte decorrer da grave ameaça, não
haverá latrocínio. Nesse caso, poderá haver concurso de crimes de roubo e homicídio,
doloso ou culposo, dependendo das circunstancias (Bitencourt, Nucci e Capez). Existe
entendimento contrário, no sentido de que a morte pode decorrer da grave ameaça, pois a
"violência" descrita no art. 157 § 3° deve ser interpretada no sentido de abranger a violência
física e a violência moral (grave ameaça).

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