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AS REFORMAS CRISTÃS DO SÉCULO XVI RELIGIÃO E

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS
DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
20
09
Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4
Cadernos PDE
VO
LU
M
E I
1
AS REFORMAS CRISTÃS DO SÉCULO XVI: RELIGIÃO E 
PLURALIDADE CULTURAL
Rosiana Caldonazzo Rosa1
Orientador: Maurício de Aquino2
RESUMO
O processo de ensino aprendizagem contextualizado é um importante meio de 
suscitar a histórica da religião e permite o entendimento de diferentes conflitos e 
comportamentos em escala mundial. Estudos sobre a Reforma Religiosa envolve 
diferentes faces da sociedade: família, política, educação, filosofia entre outras. A 
origem histórica dos acontecimentos não pode estar desligada da realidade cotidiana 
dos alunos. Tais estudos permitem uma visão mais ampla da origem no tempo e no 
espaço, de questões equivocadas e conflitantes, que, em muitos casos, geram a 
intolerância, desrespeito e preconceitos, podendo até, em alguns casos, ser 
comparada ao Bullying, conceituado como: conjunto de atitudes agressivas 
intencionais, repetitivas e sem razão aparente cometida por um aluno (ou grupo), que 
causa sofrimento a outro(s). Este Projeto pretende levantar discussões que envolvem 
aspectos culturais e sociais relacionados ao tema Reformas Religiosas com o título: O 
Cristianismo sua implantação e rupturas, tendo como principal objetivo conhecer a 
História, os Conceitos, os Dogmas, a Reforma e Contrarreforma religiosas e, ao 
mesmo tempo promover, nos alunos, mudanças de atitudes com relação ao 
preconceito, discriminação e intolerância, principalmente nas questões de crenças e 
religiosidades. O Trabalho será realizado a partir de pesquisa bibliográfica, baseada 
em obras de autores como Luzzieto (1998), Corbin (2009), Marques (2005), Aquino 
(2010) entre outros. 
Palavras chave: Cristianismo, Reformas Religiosas, preconceitos
ABSTRACT
The process of teaching and learning in religious context is an important means of 
bringing about the historic religion and allows the understanding of different behaviors 
and conflicts worldwide. Studies on religious reform involves many different facets of 
society: family, politics, education, philosophy, among others. The historical origin of 
the events can not be disconnected from the daily reality of students. Such studies 
allow a broader view of the origin in time and space, wrong questions and 
1 Graduação em História pela Universidade do Oeste Paulista (1993) e graduação em Química pela 
Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Cornélio Procópio (1984). Atualmente professora qpm – 
Secretaria de Estado da Educação (bambam@seed.pr.gov.br). 
2 Licenciado e especialista em História pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Jacarezinho 
(FAFIJA), PR.
2
contradictory , which in many cases, lead to intolerance, disrespect and prejudice, and 
may even, in some cases be compared to Bullying, conceptualized as: set of attitudes 
aggressive intentional, repetitive and unexplained committed by a student (or group), 
which causes suffering to other (s). This project aims to raise in discussions 
surrounding cultural and social aspects related to the topic with the title Religious 
Reformation: Christianity and its implementation breaks, with the primary objective of 
knowing the history, concepts, the Dogmas, the Reformation and counter reforms and 
religious at the same time to promote, in students, changes in attitudes toward 
prejudice, discrimination and intolerance, especially in matters of belief and religiosity. 
Made from literature, based on works by authors such Luzzieto (1998), Corbin (2009), 
Marques (2005), Aquinas (2010) among others.
Keywords: Christianity, Religious Reformation, prejudices
INTRODUÇÃO
Como importante fenômeno histórico mundial, a Reforma Religiosa deve 
contemplar diferentes princípios, ultrapassando os limites econômicos e políticos, bem 
como resgatar as interferências sofridas pela sociedade. Dentro de uma abordagem 
ampla o ensino pode exercer papel fundamental dentro da discussão de questões 
relacionadas à área das ciências humanas. Ir para além do aparente, indica a 
necessidade de uma abordagem que respeite os valores culturais em toda sua 
complexidade, que conduzem a religião para além de uma doutrina. 
As manifestações culturais ao longo dos anos conseguem traduzir e 
representar muito o modelo de uma comunidade, de um povo e de uma nação. Os 
cultos cerimoniais, ritos, oferendas, auxilia por deveras no entendimento das 
manifestações, das ações, das decisões e das mudanças históricas, como 
necessidade, inclusive, de adaptação. As manifestações culturais permitem também 
estabelecer os parâmetros de análise das rupturas, continuidades e descontinuidade 
de uma determinada “crença”. A religião para além de uma crença pode ser 
significada como uma necessidade social inclusive de aceitação para determinados 
grupos, atuando como elementos de identificação do indivíduo dentro da sociedade. 
Porém no decorrer dos tempos a perspectiva de sofrer grandes mudanças e seu 
papel dentro da condição humana também. As transformações e rupturas 
3
desembocam no fenômeno da Reforma Religiosa e que está para além de uma 
análise fragmentada (LUIZETTO, 1998).
O estudo de fatos históricos permite que o aluno tenha uma visão mais ampla 
da origem no tempo e no espaço, de questões equivocadas e conflitantes, que, em 
muitos casos, geram a intolerância, desrespeito e preconceitos, podendo até, em 
alguns casos, ser comparada ao Bullying, conceituado como: conjunto de atitudes 
agressivas intencionais, repetitivas e sem razão aparente cometida por um aluno (ou 
grupo), que causa sofrimento a outro(s). 
A proposta da temática, como poderá ser observado no decorrer deste 
trabalho, levantará questões sobre a história do nascimento, evolução e rupturas do 
Cristianismo e sua influência na sociedade contemporânea, de modos a levar o aluno 
a refletir sobre pluralidade cultural e social presentes no meio em que vive. 
O debate em torno da trajetória histórica da religião permite o entendimento de 
diferentes conflitos e comportamentos em escala mundial. O debate em torno da 
Reforma Religiosa captura detalhes que envolvem diferentes faces da sociedade: 
família, política, educação, filosofia entre outras. O Cristianismo implantado de forma 
lenta e que se alastra em escala mundial é fortemente questionado, com o movimento 
da Reforma Religiosa. Seus questionamentos estão para além das atitudes e dos 
dogmas da Igreja Católica. Este questionamento deve ser compreendido dentro de 
um quadro de transformações sociais e culturais que ocorreram nas transições 
históricas que fazem parte do cotidiano. 
O presente trabalho foi elaborado a partir de pesquisa bibliográfica, baseada 
em obras de autores como Luzzieto, Corbin, Marques entre outros. A pesquisa tem 
por objetivo levantar aspectos da origem e evolução do Cristianismo, desde a 
implantação, nas raízes do catolicismo, o apogeu da Igreja Católica como a única 
cristã no mundo, e os fatos que o sucederam e culminaram com os Movimentos da 
Reforma e Contrarreforma Religiosa.
4
2 REFORMA RELIGIOSA
2.1 ORIGEM DA IGREJA CATÓLICA
A palavra Católica tem origem na língua grega e é resultado da junção de dois 
termos: Cath – atingir e Holon – o todo; o universal – o conjunto das partes, ou seja, a 
Igreja Católica, invoca a ideia de que desde o princípio é universal, aberta aos 
gentios e a todos os povos. Invoca também a ideia de que estes novos 
convertidos não estavam mais obrigados a obedecer ao rigorismo da antiga Lei de 
Moisés, conforme ficou definido no ano 49 da Era Cristã, no Concílio de Jerusalém, o 
primeiro concílio cristão (At. 15).
A origem do catolicismofoi em razão do desvio doutrinário das igrejas 
primitivas. Após a morte de Cristo, fundador da Igreja, seus discípulos ficaram 
vulneráveis aos ataques dos adversários. Por incrível que pareça, as perseguições 
dos inimigos colaboraram para o surgimento de outras igrejas. O livro de Atos diz 
“Mas os que andavam dispersos iam por toda a parte, anunciando a palavra” (Atos 
8:4)
Do ponto de vista bíblico, fundada por Jesus Cristo, as raízes do catolicismo 
está alicerçada no Apóstolo Pedro, a quem Cristo prometeu o Primado sobre os 
demais apóstolos. Os fundamentos dessa teoria podem ser encontrados nas 
passagens bíblicas de Mateus, capítulo 16, versículos 17/20: “Tu és Pedro e sobre 
esta pedra edificarei a minha igreja. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus, e as 
portas do inferno não prevalecerão sobre ela”; e de João, Capítulo 21, Versículos 
15/17: "E depois da ressurreição disse Jesus: Pedro, apascenta as minhas ovelhas. 
Confirma a fé dos irmãos".
Na época, o catolicismo original contava com cinco patriarcados, ou igrejas 
assim distribuídas em: Jerusalém, Roma, Constantinopla, Antioquia e Alexandria. 
Estas cinco igrejas brigavam entre si para ver qual delas teria a primazia sobre as 
demais. Esse quadro começou a mudar com o advento do islamismo. A nova religião 
praticamente destruiu a importância de três patriarcados: Jerusalém, Antioquia e 
Alexandria. Isso polarizou o catolicismo em duas grandes correntes. A corrente grega 
reunia sobre sua autoridade as igrejas do Oriente e foram lideradas pela igreja de 
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Constantinopla. Já a corrente latina reunia sobre a sua autoridade as igrejas do 
ocidente e foram lideradas pela igreja de Roma. Essas duas igrejas foram rivais até o 
século IX. Nesse tempo o catolicismo se dividiu (STEFANO, 2011). 
O período equivalente aos primeiros anos do século X, foi marcado pela venda 
de cargos eclesiásticos e de indulgências, a diminuição do prestígio do papado pela 
influência dos soberanos que efetivamente influíam diretamente em decisões 
regionalizadas da Igreja criaram um ambiente favorável para a difusão do movimento 
separatista protestante. Paralelamente, o forte espírito de independência já nos fins 
da Idade Média, desenvolveu-se em vários países, cujo nacionalismo crescente 
punha de lado qualquer interferência do Papa, considerado como estrangeiro. Os 
príncipes e monarcas habilmente exploraram esse nacionalismo, interessados em 
aumentar seu poder, intencionando colocar a Igreja numa situação de dependência. 
Deve-se considerar também o patrimônio da Igreja, que despertou a cobiça de reis e 
nobres, desejosos de anexarem às suas terras às propriedades dos bispados e 
mosteiros, adquiridos, durante séculos, pelas doações dos fiéis e que constituíam um 
terço do território alemão e um quinto da França. A isenção de impostos sobre estes 
domínios por certo aguçava o interesse das classes dominantes (SOUTO MAIOR, 
1995).
Os motivos religiosos que completaram o conjunto de causas da Reforma 
haviam sido provocados, de certa forma, pela influência do espírito crítico do 
humanismo. A contestação de dogmas e a crítica radical à hierarquia e estrutura da 
Igreja, basearam-se numa reação contra o pensamento de São Tomás de Aquino, 
sobretudo quanto ao livre arbítrio e os Sacramentos. O pensamento dos 
reformadores orientava-se, de certa maneira, de acordo com uma teoria na qual o 
livre arbítrio era sensivelmente prejudicado pela concepção do homem como um ser 
totalmente depravado, cuja salvação dependia da vontade divina. Outro fator 
importante era o grande número de padres que, sem nenhuma vocação religiosa, 
prejudicavam de maneira contundente o primado espiritual e a organização da 
Igreja. A soma de todos esses fatores motivou a chamada Reformas Religiosas 
OLIVEIRA, 2010).
A grande crise religiosa do século XVI, conhecida por protestantismo, foi um 
dos movimentos que mais tipicamente definiu a insubordinação dentro de setores da 
Igreja. É certo que existia a ignorância e a corrupção nos diversos setores e 
membros do clero. Entretanto, na época de São Francisco de Assis não foi diferente, 
6
mas sua atitude de fidelidade ao Papa e à Igreja, fizeram com que seu nome fosse 
respeitado e venerado no mundo inteiro. Nessa época surge Martim Lutero deixando 
clara a sua intenção orgulhosa em afrontar a hierarquia da Igreja. A propagação de 
suas ideias acarretou uma grande cisão religiosa e consequentemente uma 
verdadeira avalanche política na Europa. A contestação dos dogmas e o ataque à 
organização da Igreja repousavam no desprestígio do papado diante da crescente 
influência dos soberanos europeus que, por questões meramente políticas, influíam 
nas decisões regionais do clero, tendo a corrupção moral tomado conta de diversos 
setores da Igreja. Além disto, tornou-se difícil a interferência direta do Papa em tais 
questões, principalmente, por causa das distâncias. Como nos fins da Idade Média o 
espírito de independência desenvolveu-se em vários países, onde o nacionalismo 
crescente se ressentia de qualquer influência exterior, notadamente do Papa, os 
príncipes e monarcas interessados em aumentar seu poder, tinham a intenção de 
colocar a Igreja numa posição dependente (IBID).
A Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional (LDB, Lei n° 9.475/97- art. 
33) coloca em pauta de forma mais crítica a discussão sobre o Ensino Religioso nas 
escolas. O estabelecimento de uma linha que ultrapasse o caráter dogmático e 
evidencie a trajetória histórica da religião é fundamental no sentido de que, o 
conhecimento e o aprendizado, propicie um melhor convívio familiar, escolar, social e 
seja, efetivamente, um instrumento real de julgamento de valores culturais e 
religiosos. Uma nova roupagem no ensino religioso permite a contextualização de 
temas relacionados ao assunto e uma possibilidade de envolver o aluno no debate 
contemporâneo. O rompimento com o caráter catequizador, introduzido pelo Estado 
Novo, dá abertura para a apresentação de um Ensino Religioso voltado para as 
relações políticas e sociais de sua trajetória. A religião necessita ser devidamente 
contextualizada (GIUMBELLI, 2010). 
Através do ensino sobre o fenômeno religioso, de um ponto de vista 
sociológico, os alunos poderão conhecer a história das religiões, seus 
princípios e valores universais. O objetivo deste modelo é instrumentar os 
alunos a entenderem os diversos fenômenos religiosos que os rodeiam 
possibilitando o respeito à diversidade humana. (GIUMBELLI, 2000, p12).
 
No Paraná o Ensino Religioso foi regulamentado em 9 de agosto de 2002, 
através da indicação n°. 03/02 da Câmara de Legislação e Normas do Conselho 
7
Estadual de Educação e pela Instrução n°. 001/02 do Departamento de Ensino 
Fundamental/Secretaria da Educação em 12/11/2002 do mesmo ano para ser 
colocada em prática no ano de 2003 (PROJETO, 2009).
Nos últimos cem anos, o território dos estudos históricos ganhou dimensão 
mais ampliada. A possibilidade de multiplicidade de abordagem lançou desafios para 
a análise das religiões. Por vezes, se buscou enfocar a religião em conexão com as 
estruturas sociais. Em outras, isso pouco importou, embora presente de maneira 
implícita. alguns estudos buscam abordar a religião em um contexto maior. Outros 
trabalham aspecto como a morte, a feitiçaria ou o medo, entre outros, constituindo o 
que é chamado impropriamente de fracionamento do objeto. Assim, as abordagens 
históricas das religiões se ancoram, de um lado, na história cultural e, de outro lado 
na história do imaginário (ALBUQUERQUE, 2010).
Assim, pode-se entender que a História,os conceitos, enfim, o estudo das 
religiões não deve se restringir apenas a disciplina de História ou fazer parte do 
Ensino Religioso nas escolas. Trata-se de um tema abrangente cujos aspectos 
históricos são bem importantes e podem ser explorados em disciplinas como, 
Português, Geografia e outras, pois são textos interessantes que acontecem em 
diferentes espaços físicos, temporais e culturais, que compõe da Historia da 
Humanidade. 
Entender a origem dos preceitos religiosos é importante para que os alunos, 
efetivamente, criem atitudes de respeito às diferentes culturas e crenças religiosas. 
Assim, na composição do referencial teórico serão apontados aspectos como: o 
processo de implantação do Cristianismo no Mundo Antigo e sua propagação; 
principais movimentos reformadores e conceitos importantes como: Cisma, Dogmas, 
Reforma Religiosa e Contrarreforma, bem como, as principais diferenças entre a 
Igreja Católica, a Igreja Luterana e a Igreja Calvinista, para dar aos alunos noções da 
pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como de outros povos e 
nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças 
culturais, em classes sociais, em crenças, ou outras diferenças individuais e sociais 
destacando as diferentes opiniões entre cristãos e não cristãos, crentes e não 
crentes.
O debate em torno da trajetória histórica da religião permite o entendimento de 
diferentes conflitos e comportamentos em escala mundial. O debate em torno da 
reforma religiosa captura detalhes que envolvem diferentes faces da sociedade: 
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família, política, educação, filosofia entre outras. O Cristianismo implantado de forma 
lenta e que se alastra em escala mundial é fortemente questionado com o movimento 
de Reforma Religiosa. Seus questionamentos estão para além das atitudes e dos 
dogmas da Igreja Católica. Este questionamento deve ser compreendido dentro de 
um quadro de transformações sociais e culturais que ocorreram nas transições 
históricas que fazem parte de nosso cotidiano.
Há muito as questões religiosas são objetos de exaustivos debates e 
polêmicas. Intolerâncias, conflitos, mortes, guerras, contestações e debates se 
pautam em supostos dogmas religiosos. Ir para além dos dogmas de interesses 
classistas e individuais é uma obrigação do ensino de qualidade. Ampliar o debate 
sobre os passos históricos do Cristianismo, seus avanços e recuos, pode ser a 
possibilidade do aluno conhecer as questões de religiosidade, instigando-lhe o 
exercício da cidadania.
2.2 AS RAIZES DO CRISTIANISMO
O Cristianismo, a maior religião do mundo, teve suas raízes na incorporação da 
crença na ressurreição dos mortos pelos judeus durante o cativeiro babilônico e na 
profecia de Miquéias sobre um libertador de Israel do jugo assírio. A história de seu 
surgimento remonta de mais 2000 anos atrás, com preceitos baseados no 
monoteismo e na crença de Jesus Cristo, seus doze apóstolos e a Santíssima 
Trindade, com variáves dogmáticas de acordo com as diferentes dissidências 
religiosas cristãs (FREITAS, 2010).
Os mais renomados seguidores da ideologia Cristã foram os apóstolos que 
após a morte de Cristo propagaram a sua doutrina. O cristianismo apresentou-se 
como uma nova possibilidade de compreenssão divina e absolvição dos pecados. A 
apresentação de um ser divino dotado de uma força invisível, tornou-se uma 
esperança de tranformação espirutal e de redenção. Os seguidores da palavra de 
Cristo trabalhavam com a imagem de um ser benevolente e abnegado, que 
merececia ser seguida e idolatrada. Alias a idolatria apresenta-se como crucial uma 
vez que o próprio Cristo não deixou, pelo menos que seja de domínio público, 
nenhuma palavra escrita. Dada tamanha idolatria é fundamental um estudo racional 
9
da divindade não permitido a obliteração da racionalidade. A doutrina cristã firma-se 
dentro de uma divindade em que o principal representante é o filho de “Deus Pai”. 
Muitos discutem a influência do cristianismo nas várias estratégias de colonização, 
nas práticas humanitárias, a bioética, o choque de culturas e as peripécias que 
marcaram sua história, das etapas da sua adaptação ao mundo. As principais fontes 
da história de Jesus de Nazaré são indiretas e múltiplas, portanto, as verdades 
absolutas são pouco numerosas (CORBIM, 2009).
2.3 JESUS HISTÓRICO
É, de certa forma, irônico constatar que o personagem mais influente da 
história humana também seja um dos mais misteriosos. Jesus de Nazaré não tem 
data de nascimento ou morte registrada com segurança e não deixou nada escrito de 
seu próprio punho. A herança descritiva de seus seguidores que datam de duas e seis 
décadas após a morte na cruz, falam com riqueza de detalhes de um período 
curtíssimo de sua vida adulta, elencando seus atos e ensinamentos, mas sem muitos 
detalhes sobre a maior parte de sua infância e adolescência, suas angústias pessoais 
e seu relacionamento com amigos e familiares. Um historiador que queira escrever 
sobre Jesus de Nazaré tem como única fonte de pesquisa escrita os textos dos 
Evangelhos segundo Mateus, Marcos, Lucas e João (LOPES, 2011). 
Jesus Histórico é uma figura humilde, que põe sua mensagem - o anúncio da 
chegada do Reino de Deus - acima de qualquer preocupação com sua própria 
importância. Não se comporta como uma entidade superpoderosa ou onisciente. E 
coloca em primeiro lugar a história e o destino do povo de Israel, ao qual pertence. É 
um Jesus que pode ajudar os cristãos a repensarem a origem de sua própria fé - mas 
dificilmente é uma ameaça a ela.
Achados de arqueólogos e de pesquisadores, como inscrições e túmulos 
reacendem esperanças de solucionar a incógnita sobre esse misterioso personagem. 
Em 2002, o chamado Ossuário de Tiago, uma caixa de pedra, feita originalmente para 
conter o esqueleto de um homem que morreu em Jerusalém no século I, com 
inscrição em aramaico, com os dizeres: “Tiago, filho de José, irmão de Jesus”. O 
ossuário, afirmavam alguns especialistas, teria pertencido a Tiago, irmão ou primo de 
10
Jesus que liderou a Igreja Cristã de Jerusalém até o ano 62 d.C. Mas análises mais 
detalhadas comprovaram que o pedaço crucial da inscrição (“irmão de Jesus”) foi 
adicionado por um falsificador do século XXI.
Em 2006, novas análises de outros ossuários de Jerusalém, originalmente 
desenterrados nos anos 1980, num mesmo jazigo familiar estavam enterrados “Jesus, 
filho de José”, Maria (a mãe dele?), Mariamne (supostamente, Maria Madalena) e 
outras pessoas cujos nomes lembram os de personagens do Novo Testamento. Um 
documentário produzido por James Cameron defendeu que os ossuários eram a 
prova de que Jesus tinha se casado com Maria Madalena. Os defensores da tese 
argumentam que seria muito improvável a ocorrência conjunta desses nomes na 
Jerusalém do século I d.C. sem que houvesse uma ligação com Jesus de Nazaré. 
Mas, nenhum estudioso sério do Jesus Histórico dispôs-se a aceitar a ideia – calcula-
se que, nessa época, só na Cidade Santa, teriam vivido mais de mil “Jesus, filhos de 
Josés”.
O historiador André Leonardo Chevitarese, da Universidade Federal do Rio de 
Janeiro (UFRJ), afirma que Jesus e quase toda sua primeira e a segunda geração 
podem ser “invisíveis” para a arqueologia, por se tratar de pessoas simples, 
periféricas, de origem rural. Romanos e judeus de classe alta construíam palácios e 
tinham selos (carimbos) pessoais feitos com metal ou pedra preciosos; carpinteiros e 
pescadores da Galiléia (a terra natal de Jesus, no norte de Israel), por outro lado,podiam passar a vida inteira usando apenas materiais perecíveis. O pesquisador é 
cético até em relação à idéia de um enterro formal para Jesus.
Em todo o mundo romano, o costume era abandonar o cadáver na cruz, para 
ser comido por abutres ou cães”, [...] [...] é suspeita a figura de José de 
Arimatéia, judeu rico e simpatizante secreto de Jesus que teria obtido seu 
corpo e organizado seu sepultamento, segundo os Evangelhos.
Camponeses como os seguidores de Jesus não teriam como se dirigir a 
Pilatos para exigir o corpo. Assim, os evangelistas enfrentam o problema de 
explicar o sepultamento de Jesus e usam a figura de José de Arimatéia, que 
praticamente cai de pára-quedas na narrativa”, diz. Por outro lado, há pelo 
menos um registro de crucificado judeu que teve um sepultamento digno – 
Yehohanan (João), filho de Hagakol, cujo ossuário foi descoberto por 
arqueólogos israelenses em 1968. O osso do calcanhar de Yehohanan ainda 
continha o cravo usado para pregá-lo na cruz (CHEVITARESE, 2010, p. 02).
 O máximo que a arqueologia pode fazer é iluminar a vida cotidiana no tempo 
11
de Jesus (indicando em que tipo de casa ele vivia ou que modelo de taça ele teria 
usado para beber vinho com seus discípulos) ou como era a religião judaica naquela 
época. Esse provavelmente é o caso de um misterioso texto do século I a.C., pintado 
numa pedra e analisado por Israel Knohl, da Universidade Hebraica de Jerusalém. 
Em julho passado, Knohl apresentou sua interpretação do texto (o qual não está 
inteiramente legível e, por isso, tem de ser reconstruído hipoteticamente): ele 
mencionaria a morte e ressurreição de um Messias décadas antes do nascimento de 
Jesus. Ainda que a interpretação esteja correta, é difícil ver como ela mudaria nossa 
compreensão sobre as origens do cristianismo: afinal, um dos grandes argumentos 
dos seguidores de Jesus é justamente que seu retorno dos mortos já tinha sido 
previsto nas profecias judaicas (LOPES, 2011).
2.3.1 Abordagem científica
A Revolução Científica dos séculos XVIII e XIX só fez acentuar ainda mais o 
abismo que se havia estabelecido entre clero e laicato, religião e ciência, fé e razão. 
O método científico foi aperfeiçoado, em oposição à igreja, o homem seria o salvador 
do próprio homem. É nesse contexto de crescente descrédito teológico-eclesiástico 
que surge a Teologia Liberal, na procura pelo resgate de Jesus, de forma que não 
mais se pudesse questioná-lo, isso ocasionou a necessidade de distinção entre Jesus 
e o Cristo da fé, pelo menos naquele contexto. Ora, a ciência jamais poderia legitimar 
aspectos como a pré-existência, o nascimento virginal, os milagres, a ressurreição, a 
ascensão e a divindade de Jesus. Assim, a teologia liberal não negou tais aspectos, 
mas os distanciou da pesquisa histórica sobre a pessoa de Jesus e os remeteu ao 
Cristo da fé, considerando que se tratavam de elementos de fé, de forma que, mesmo 
um cientista ateu que, por conseguinte, não acreditasse no Cristo ou em Deus, por 
serem grandes abstrações místicas, tivesse ao menos que reconhecer a inegável 
existência e o extraordinário legado do Nazareno. Assim, não é que os estudiosos do 
Jesus Histórico negassem, necessariamente, a natureza sobrenatural da experiência 
de Jesus. Apesar de defenderem que as imagens do Cristo geralmente deturpavam 
uma visão mais clara de quem de fato fora o Jesus Histórico, houve muitos entre eles 
que simplesmente não se detiveram a essa discussão, considerando que ela não 
12
pertencia ao âmbito da ciência, mas única e exclusivamente da fé, enquanto que a 
busca pelo Jesus Histórico se constituía em um esforço secularizado (laico) e 
científico, nada fácil inclusive, pois seu objeto de estudo datava de mais de dois 
milênios e boa parte de suas fontes de informação (textos bíblicos), apesar de serem 
válidas para as questões de fé, não tinham credibilidade histórica do ponto de vista 
científico (discrepâncias históricas e divergência mesmo entre diferentes tradições e 
textos bíblicos). Isso, para as comunidades de fé que entendem que as sagradas 
escrituras não são relatos feitos por historiadores preocupados com a exatidão 
histórica de suas informações, mediante método científico (este consolidado somente 
no século XIX), mas de um relato de fé, não constituiu problema algum. Antes 
continuou servindo, como antes, à edificação dos cristãos. O problema é que existem 
pouquíssimas fontes extra-bíblicas de informação sobre Jesus para, através da 
convergência de dados, se resgatar satisfatoriamente o Jesus Histórico. Daí a 
necessidade de ler, criticamente, o texto sagrado, tentando identificar quando se fala 
do Nazareno de forma não marcada pela teologia cristã posterior e quando se fala 
das interpretações posteriores que as comunidades cristãs construíram sobre ele 
(RODRIGUES, 2011).
Surgiram as primeiras investidas nessa empreitada. Aspectos como o elemento 
humano em Jesus, a mediação político-ideológica da comunidade eclesial às 
informações transmitidas sobre Jesus, e a marca teológica dos evangelhos enquanto 
histórias de Jesus, foram enfatizados ao longo de três principais tendências 
consecutivas de busca pelo Jesus histórico: 
a) A primeira onda: Investigação sobre a vida de Jesus, levada a cabo por 
representantes da teologia liberal do séc. XIX; 
b) A segunda onda: Nova busca do Jesus histórico entre os anos 1950-1980, 
levada a efeito, principalmente, pelos discípulos de Bultmann, ao tempo que a 
discussão se insere em ciclos teológicos de orientação católica. Dá-se aqui, 
também, uma revalorização do Cristo só que melhor contextualizado no séc. I; 
c) A terceira onda: mais aberta, ecumênico e interdisciplinar, privilegiando a 
chave sociológica e antropológico-cultural, e fortemente marcada por uma 
conotação anti-dogmática e anti-eclesial. 
A busca pelo Jesus Histórico se secularizava, se laicizava. Pôde-se observar 
diversos problemas iniciais nessa pesquisa: criticou-se o que se chamou de mera 
ruptura com dogmas eclesiais para a construção de infinitos dogmas seculares. Outro 
13
problema identificado foi que, à margem eclesial, construíram-se projeções sobre 
Jesus dos ideais de cada autor. Mesmo com o retorno ao “quérigma eclesial” através 
da teologia dialética permaneceu o abismo entre o Jesus “histórico” e o Cristo da fé, 
ao que alguns discípulos de Bultmann, tentaram resolver construindo algumas pontes. 
A rejeição conservadora ao Jesus Histórico também foi outro problema com o qual 
esse esforço teve que lidar.
Para Tillich apud Fontana (2011), a busca do Jesus Histórico foi uma tentativa 
de descobrir um mínimo de fatos confiáveis sobre o ser humano Jesus de Nazaré, 
para que pudessem proporcionar um fundamento seguro à fé cristã. Essa tentativa 
fracassou. A pesquisa histórica apenas forneceu probabilidades maiores ou menores 
sobre Jesus. À base dessas probabilidades, esboçaram-se algumas ‘Vidas de Jesus’. 
Mas eram mais romances do que biografias e certamente não podiam conferir um 
fundamento sólido à fé cristã. O cristianismo não se baseia na aceitação de um 
romance histórico, mas no testemunho sobre o caráter messiânco de Jesus dado por 
pessoas que não tinham o menor interesse em uma biografia. No entanto, torna-se 
difícil, atualmente, negar o valor de importantes descobertas feitas a partir da busca 
pelo Jesus “histórico”, acerca do contexto onde ele nasceu e viveu, e que certamente 
exerceram toda uma influência cultural sobre seu discurso, bem como do significado 
de conceitos e práticas enfatizados por ele como o Reino de Deus, o amor, sua 
própria ideia de Deus, sua própria autoridade, carisma e coerência de vida, sua 
predileção pelos pobres e excluídos e sua radical e misteriosa submissão a Deus(RODRIGUES, 2011).
Hoje, o cristianismo conta com três ramos: os católicos, os protestantes e os 
ortodoxos, é ainda a religião que reúne maior número de adeptos, cerca de 34% 
espalhados pelo mundo. Os católicos formam o grupo mais numeroso entre os 
cristãos, com cerca de 51% seguidos pelos protestantes com cerca de 35% e os 
ortodoxos com cerca de 24%. Embora a religião católica já tenha sido a crença com 
maior número de adeptos do mundo, isso não acontece mais, pois os muçulmanos 
tomaram o primeiro lugar dos católicos (COTRIM, 2007).
A análise da implantação do cristianismo é necessária para se chegar ao 
movimento da Reforma Religiosa, assim como dos movimentos pré-reformadores.
14
 2.5 CONCEITO DE REFORMA RELIGIOSA
 Segundo Dreher (1996), o movimento da Reforma Religiosa é um 
acontecimento que não pode ser explicada a partir de um único fato ou a partir 
de uma única pessoa, Idealizadores e ideias despertaram o que culminou com queda 
da unidade religiosa, criou as condições e os pressupostos para o clamor por uma 
Reforma. 
. A Reforma religiosa foi um movimento responsável pela quebra definitiva do 
monopólio da Igreja Católica sobre o mundo cristão ocidental, pois antes desse 
movimento essa Igreja já havia passado por várias oscilações, que em alguns 
momentos já haviam causado rupturas nessa unidade. Esse movimento faz parte de 
um quadro maior de transformações, que teve como características a transição feudo 
capitalista. Durante a Baixa Idade Média, a Europa passou por um conjunto de 
transformações sociais econômicas e políticas, que permitiram a uma nova 
sociedade, questionar o comportamento do clero e a doutrina da Igreja (BRASIL, 
2010). 
Os principais fatores que originaram o movimento foram: a crise interna da 
Igreja; ascensão da burguesia; ascensão do poder real e o movimento renascentista 
que refletiu no desenvolvimento de uma nova mentalidade, caracterizada pelo 
individualismo e pelo racionalismo e ao mesmo tempo permitiu o desenvolvimento do 
senso crítico, impensável até então, determinando um conjunto de críticas ao 
comportamento do clero (BRASIL, 2010). 
2.6 O INÍCIO DO MOVIMENTO
O movimento da reforma religiosa tem como um de seus idealizadores 
Martinho Lutero. A Igreja como vinha se constituindo e se difundido já estava 
desconectada da ideia benevolente em que foi fundado o cristianismo. A prática da 
simonia já vinha desagradando a, muitas pessoas influentes e acarretando fortes 
crises de interesses. A compra de cargos clericais como forma de status e poder, 
assim como a venda de indulgências, alcançava proporções avassaladoras. A 
15
caridade e a abdicação são substituídas por uma torrente de ganância e dominação 
pela força. Assim como Lutero outras pessoas questionaram o comportamento da 
Igreja Católica, seus dogmas e suas práticas. Entre eles podemos citar Wycliffe e 
Huss. Ambos passaram por um processo de julgamento pela Igreja Católica, Wycliffe 
conseguiu sair vivo, mas Huss não teve a mesma sorte, foi condenado pelo Tribunal 
da Inquisição a morrer queimado na fogueira como herege. Nem sempre este Tribunal 
dava o devido direito de defesa ao acusado, tornando o mesmo culpado antes mesmo 
de ser julgado, para servir de exemplo. Durante o processo era ponto crucial, destacar 
que o acusado era um herege (ARMESTO E WILSON, 1996).
A esse respeito os autores esclarecem: 
Constatamos, por meio de registros fragmentados e preconceituosos, que, 
em vida, Huss foi um entusiasta sincero, sem ambições pessoais e sem 
programa político. Depois de morto, tornou-se um herói... Ele ainda é 
homenageado com um feriado público anual na República Tcheca [...] 
(ARMESTO E WILSON, 1996, p. 312).
Nem todos os interlocutores de Huss eram especialistas em tortura psicológica. 
Nenhum deles tinha formação para atuar como inquisidor... Condenando Huss, 
praticamente sem direito a defesa por sustentar opiniões heréticas, algumas das 
quais ele certamente não defendia, tornaram difícil para ele fazer uma renúncia clara. 
(ARMESTO e WILSON, 1996).
2.7 O LUTERANISMO
A Reforma Religiosa deve ser entendida dentro de um processo de 
transformações que ocorreram nos finais da Idade Média e início da Idade Moderna. 
Transformações essas de cunho político, econômico e social na Europa Ocidental. 
Com a centralização política começa uma desavença entre autoridades da 
Igreja e alguns governantes das monarquias europeias, que viam na autoridade do 
papa uma barreira para o fortalecimento da economia de seu país e o fortalecimento 
de seus poderes.
16
Para algumas monarquias o fim do domínio da Igreja Católica seria a solução 
tanto para problemas políticos como econômicos. Assim, muitos reis, apoiaram e até 
lideraram os protestos contra essa instituição. Alguns comerciantes ficaram divididos 
entre a busca do lucro e as obrigações morais, uma vez que a Igreja Católica 
condenava a usura, defendendo o preço justo... este fato suscitou a ideia de uma 
nova doutrina religiosa, que se adequasse ao espírito capitalista, que vinha crescendo 
cada vez mais, seria a solução para a burguesia crescer economicamente sem 
cometer “pecados”. Muitos burgueses apoiaram a “nova ética protestante”, que não 
via o lucro como um pecado.
Nesse contexto, Lutero passou a criticar o alto clero católico, através de 
discursos e de suas 95 teses, que afixou na porta de Igreja de Wittenberg, onde 
protestava contra as atitudes da Igreja Católica e expunha alguns elementos de sua 
doutrina. Porém, antes de se tornar um crítico da Igreja Católica, Lutero se tornou 
doutor em filosofia e frequentou o curso de direito. Mas sua inquietação religiosa 
continuava a persegui-lo. Então Lutero buscou o isolamento em um mosteiro, para 
resolver suas inquietações, apesar dos protestos de sua família e amigos. Tornou-se 
monge agostiniano, não desejando outra coisa naquele momento do que seguir os 
mandamentos e as regras da Igreja Católica.
Mas o monge continuava angustiado, e após dez anos de zelo e cumprimento 
da regrada vida monástica, ele começou a questionar se realmente aquela maneira 
de pregar a palavra de Deus era a correta. Assim, Lutero, torna-se líder de uma nova 
doutrina cristã, que tem como principais pontos : a questão da salvação - para ele 
bastava ter fé para alcançar a salvação; a livre interpretação da bíblia; não aceitava o 
culto dos santos e negavam a autoridade do papa.
As autoridades católicas, não aceitaram a intervenção de Lutero, querendo que 
ele se retrate perante elas. Mas Lutero não volta atrás e é excomungado em 1520. 
Lutero queimou em praça pública a bula papal, que o condenava. O monge 
agostiniano conseguiu o apoio do príncipe da Saxônia, conseguindo, com isso, 
escapar do Tribunal da Inquisição, fundando assim, definitivamente, uma nova 
doutrina cristã, o Luteranismo.
Como comenta Luizetto (1998)
Apesar de demonstrar diligência na observância dos regulamentos da Ordem 
e exemplar cumprimento da doutrina da Igreja, não conseguia encontrar a 
17
tão procurada paz de espírito. As lições que recebia, a leitura dos textos 
doutrinários, os sermões dos seus superiores revelavam-lhe um Deus 
terrível, vingador, um juiz severo e disposto a ser implacável com os 
pecadores. Ele era um deles, e por mais que se esforçasse, não se sentia 
merecedor da justiça de Deus.
2.8 O CALVINISMO
Dentro do movimento da Reforma Religiosa houveram outras teorias além da 
de Lutero, entre elas a teoria da predestinação do Francês João Calvino. Segundo 
esta teoria, Deus escolhia as pessoas que seriam salvas, e as pessoas que seriam 
amaldiçoadas eternamente. 
Segundo Luizetto, 
A doutrinada predestinação é a marca distintiva do pensamento religioso de 
Calvino. Também é o ponto em que as suas idéias mais se distanciam tanto 
da doutrina católica das boas obras como da doutrina da justificação pela fé 
do luteranismo (1998, p. 45).
Essa era a principal diferença entre o calvinismo com o catolicismo e o 
luteranismo. Além disso, o Calvinismo condenava o jogo, o culto às imagens de 
santos e o uso de roupas luxuosas. Era uma doutrina com grande grau de 
intolerância, pois pessoas que a descumpriam eram duramente castigadas, ou até 
mesmo condenadas à morte. 
Apesar das condenações propostas, as idéias de Calvino iam de encontro com 
os interesses dos burgueses, que o apoiaram, pois embora o luxo fosse condenado, a 
acumulação de riquezas e o lucro não eram pecados. Esta corrente espalhou-se pela 
França, Inglaterra, Escócia e Holanda
18
2.9 O ANGLICANISMO
Outro destaque do movimento da Reforma Religiosa foi o Anglicanismo, que 
ocorreu na Inglaterra, sob a liderança de rei Henrique VIII, que levava o título de 
defensor da fé. 
Os principais motivos que levaram Henrique VIII a romper com a Igreja Católica 
foram de cunho político, econômico, social e dinástica. O rei pretendia diminuir ou 
eliminar a influência da Igreja Católica dentro da Inglaterra, e também se apossar das 
terras e bens dessa instituição que também detinha o monopólio do comércio das 
relíquias sagradas. Além desses motivos Henrique VIII queria anular o seu casamento 
com Catarina de Aragão, para se casar com Ana Bolena, pois a primeira não havia 
lhe dado um filho homem para herdar o trono. Com a negação de seu pedido pela 
Igreja Católica, o rei rompa com a mesma, e em 1534 o Parlamento inglês votou o Ato 
de Supremacia, pelo qual Henrique VIII tornou-se o chefe supremo da Igreja da 
Inglaterra. Apesar de ser uma doutrina nova, não houve grandes modificações em 
relação ao culto da Igreja Católica.
No decorrer de outros reinados, houve tentativas de implantação do calvinismo 
e o retorno do catolicismo, mas somente no reinado de Elizabeth I, que a Igreja 
Anglicana consolidou-se, incluindo elementos do catolicismo e do protestantismo.
Como comenta Corbin
Ainda que ligada a fatores sociais, econômicos e, evidentemente, religiosos, 
a origem da Reforma Anglicana é, antes de tudo, dinástica. O rei Henrique 
VIII considerou indispensável fortalecer a jovem dinastia dos Tudor dando-
lhe um sucessor masculino. Mas só teve uma filha de seu casamento com 
Catarina de Aragão e não conseguiu obter do papa a anulação da união. 
Henrique decidiu então, em 1534, ao fim de um longo trabalho sobre o 
complicado caso de direito matrimonial, trazer seu “grande caso”, como se 
dizia então, para a Igreja da Inglaterra, da qual se tornava, depôs de Cristo, o 
chefe supremo. (2009, p. 290).
Entretanto, a coroa inglesa, tinha se mostrado como uma das mais 
interessadas na defesa da fé romana contestada por Lutero e seus seguidores.
19
2.10 A REFORMA CATÓLICA
Depois de iniciado o grande movimento da Reforma, um extremo levante foi 
também erguido pela Igreja de Roma no tocante a recuperar o terreno perdido na 
Europa pelo Protestantismo que espalhava até então. A Contrarreforma, foi levantada 
adiante pelos clérigos de classe superior e pelo papado. Desenvolveram novas 
ordens monásticas, tais como a dos Jesuítas, que levaram o cristianismo às Américas 
e até mesmo ao extremo Oriente. Criaram comissões de moralidades a fim de coibir 
excessos entre os clérigos, reafirmaram sua teologia no Concilio de Trento, 
expulsaram totalmente da Espanha os muçulmanos, construíram Igrejas Barrocas de 
notável beleza, desenvolveram novas formas musicais como a Polifonia e também 
instituíram a inquisição a fim de perseguir os oponentes (CAIRNS,2010). 
Quando Lutero iniciou suas pregações, a Igreja Católica não permitiu que o fato 
fosse dimensionado como ameaçador para sua hegemonia, encarou a situação como 
um movimento isolado e enfraquecido, como outros ocorridos anteriormente. 
Porém a idéia do movimento encabeçado por Lutero agrega cada vez mais 
seguidores e já deixa de ser encarado como um movimento “passageiro”. A Igreja 
Católica, sente-se ameaçada e temerosa de perder sua unidade como única igreja 
cristã do mundo, pois até então muitas questões abalaram essa unidade, mas 
nenhuma havia conseguido de fato, fundar uma nova igreja cristã. Para combater 
esse crescimento protestante a Igreja Católica passou a adotar algumas medidas, 
entre elas punir os líderes dos reformadores. A Igreja Católica abriu um processo 
contra Lutero, mas essa atitude não foi o suficiente para frear o avanço do 
protestantismo. Então outras atitudes foram tomadas, pois, a luta agora não era 
contra Lutero, mas contra o avanço do protestantismo. As medidas tomadas pela 
Igreja Católica ficaram conhecidas como Contrarreforma. Entre as principais 
providências tomadas por esse movimento encontram-se:
- A criação da ordem dos jesuítas, em 1534, pelo religioso católico espanhol 
Inácio de Loyola, também conhecida como Companhia de Jesus. Em 1540, 
o papa Paulo III aprovou a criação dessa ordem e seus estatutos. 
- O restabelecimento da Inquisição sob a forma do Santo Ofício, para conter 
as heresias.
20
- Confirmação das bases do pensamento heterodoxo, revigoramento e 
confirmação da doutrina católica.
 - A criação do Index librorum prohibitorum.
Luizetto (1998) diz que, no final da Idade Média e início dos Tempos Modernos, 
a cristandade viveu o impacto de dois importantes eventos: a Reforma e a 
Contrarreforma. Estudar esses assuntos significa, aparentemente, estudar matéria de 
natureza exclusivamente religiosa. Mas só aparentemente, porque a história espiritual 
da Europa no século XVI não pode ser examinada isoladamente da história social, 
política e econômica da época...
A Igreja Romana não assistiu ao processo que tirava das suas mãos o 
controle exclusivo da doutrina cristã. O movimento de Contra-Reforma tentou 
reverter a situação. Para tanto, Roma utilizou-se de vários recursos: 
intolerância, perseguições, suplícios; persuasão, educação, evangelização. 
(LUIZETTO 1998, p. 9-11). 
Outra medida importante ordenada pela Igreja Católica para deter o avanço 
reformista foi a elaboração do Índex, catálogo de livros proibidos aos católicos. Obras 
renascentistas, humanistas ou reformistas eram queimadas em praça pública e; se 
possível, com o autor junto. 
O tribunal do Santo Ofício, também chamado de Inquisição, criado na Idade Média, 
tinha como tarefa julgar e combater toda e qualquer manifestação anticatólica 
(MARQUES ET AL, 2004).
3 MATERIAIS E METODOS
Visando a melhoria da qualidade do relacionamento interpessoal e da 
qualidade do ensino dos alunos do Ensino Médio do Colégio Estadual Joaquim Maria 
Machado de Assis de Santa Mariana PR, através do Programa de Desenvolvimento 
Educacional (PDE) foi possível desenvolver o projeto com a temática: “O cristianismo, 
sua implantação e suas rupturas. A elaboração de uma proposta pedagógica, com 
uma seleção de atividades diversificadas proporcionou aos alunos o entendimento 
21
sobre as Reformas cristãs do século XVI: religião, pluralidade cultural os meios para 
uma reflexão, com vistas a mudanças de atitudes negativas com relação aos 
problemas como indiscriminação, preconceito, atitudes agressivas, em alguns casos 
podendo ser até comparadas com Bulying.
O desenvolvimento do projeto obedeceu a ordem cronológica das ações 
propostas e aceitas pela direção, equipe técnico/pedagógica e alunos do primeiro ano 
do Ensino Médio. As atividades foram desenvolvidas em grupo ou individualmente, 
em sintonia com a equipe de apoio para avaliação e discussão das ações de trabalho 
dos alunos,ou seja, as resoluções de atividades, discussões, intervenções, em sala 
de aula, no pátio e na comunidade. Procurou-se formas e métodos que 
proporcionaram interesse e prazer dos participantes em adquirir informações sobre o 
assunto.
4 RESULTADOS 
O projeto foi desenvolvido por meio de estratégias motivadoras, procurando 
valorizar aspectos já previstos no currículo de História possibilitando oportunidades de 
amadurecimento das discussões e percepções do fator cultural e social embutido no 
conteúdo desenvolvido. A partir das atividades elaboradas e de intervenções 
produzidas pelos educandos, abriu-se um diálogo com a comunidade escolar, sobre 
atitudes preconceituosas principalmente com respeito a religiosidade, uma vez que o 
Art. 208 do Código Penal afirma ser crime contra o sentimento religioso, "escarnecer 
de alguém, publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou 
perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou 
objeto de culto religioso". A liberdade de crença e de culto é, de fato, garantida na 
Constituição (Art. 5º, Inc. VI). 
 Diante das leituras de textos, das resoluções de atividades proposta e outras 
experiências vivenciadas, notou-se a receptividade ao tema proposto, onde os alunos 
participantes, por meio de material diversificado (textos, vídeos, atividades, 
pesquisas) puderam adquirir conhecimentos sobre: 
a) Os principais movimentos prerreformadores;
22
b) As principais diferenças entre a Igreja Católica, a Igreja Luterana e a Igreja 
Calvinista;
c) As principais causas que levaram ao questionamento sobre os dogmas da 
Igreja Católica por Lutero e o seu rompimento com os mesmos.
d) A pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como de outros povos 
e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em 
diferenças culturais, de classe social, de crenças, ou outras diferenças 
individuais e sociais. 
e) E ainda elaborar questões variadas, envolvendo o Movimento da Reforma 
Religiosa e a Contrarreforma;
Todo o projeto foi desenvolvido buscando a compreensão das raízes do 
Cristianismo, desde o início, até o apogeu da Igreja Católica como a única cristã no 
mundo, buscando o entendimento das ideias teológico-filosóficas de Lutero, que o 
levaram a um rompimento definitivo com a Igreja Católica, fundando outra Igreja 
Cristã, pondo fim à unidade da Igreja Católica. 
5 DISCUSSÃO 
As atividades foram desenvolvidas obedecendo a uma sequência planejada no 
Caderno de Atividades.
No primeiro momento foi realizado um debate, onde foram colocados vários 
questionamentos sobre religiosidade. Foi constatado que os alunos possuíam noções 
de alguns conceitos e muitas dúvidas sobre outros. Durante o debate as dúvidas 
foram sendo desfeitas pelo próprio grupo, pois o conhecimento de uns completavam o 
de outros. Ao final, muitos alunos demonstraram entendimento sobre noções de 
respeito às diferenças, de liberdade de escolha, e da fé nos rituais religiosos. Foi uma 
atividade muito produtiva, os alunos participaram expressando opiniões mesmo 
correndo o risco de não estarem certos. Percebi que, apesar das diferenças de 
crenças houve respeito pelas ideias dos colegas e pelo direcionamento da professora.
O segundo momento foi marcado pela apresentação de textos, com ênfase aos 
prerreformadores, Jonh Wycliffe e a Jan Huss. Os alunos pareceram mais 
interessados, buscaram na biblioteca as bibliografias indicadas. Após se juntarem 
23
em equipes composta de cinco alunos comprometidos com a colaboração no 
desenvolvimento do trabalho, cada uma nomeou um relator. Ao final do trabalho cada 
relator expôs o resultado da pesquisa para toda a classe. Notou-se que os alunos 
foram além da pesquisa, pois, os mesmos compararam o pensamento e a época de 
Huss com a época de outros reformadores. Em momento algum houve 
questionamento sobre a maneira como Huss morreu, mas sim o contexto histórico 
que pertencia.
No terceiro momento foi trabalhado um texto sobre Lutero. O trabalho foi 
realizado de forma individual. Neste momento ficou bastante evidenciado o avanço de 
conhecimento a respeito do tema estudado, até então. Os alunos já estavam 
familiarizados com os nomes, épocas e principais e acontecimentos importantes 
relacionados a Reforma Religiosa do século XVI, diferentemente do início do trabalho 
quando, a maioria, estava completamente alheia. Assim posso afirmar que a 
atividade proposta (palavras cruzadas) foi realizada com aceitação e aproveitamento 
de 100%.
No quarto momento foi trabalhado um texto sobre o Anglicanismo e o 
Calvinismo, apesar de poucas informações os alunos faziam relação com o 
movimento das reformas religiosas. O Trabalho desenvolveu-se com leitura e 
projeção de algumas imagens relacionadas a época como: Pintura sobre arquitetura 
das igrejas, imagens de Calvino, tipo de vestuário e outras. Os textos foram lidos, 
primeiro de forma individual, em seguida de forma coletiva. A teoria da Predestinação 
de Calvino chamou bastante a atenção dos alunos, que puderam expressar suas 
opiniões o que enriqueceu ainda mais o debate. Para o desenvolvimento dessa 
atividade foi feito um círculo e houve participação de todos. 
No quinto momento o texto em questão abordou o tema: A Reformas da Igreja 
Católica ou Contrarrefoma. Já bem familiarizados, os alunos faziam associações e 
alguns entenderam esse movimento como uma “revanche”. O tema foi bem discutido 
em debate aberto quando houve um confronto de opiniões uns a favor e outros 
contra o movimento. Essa foi uma deixa para a mediadora fazer a divisão de turmas. 
Cada turma incumbiu-se de levantar os nomes, os fatos e momentos importantes 
desse movimento religioso. Após a leitura do texto, foram levantadas e questionadas 
as dúvidas e percebi que alguns alunos já expressavam o que haviam entendido do 
texto, enriquecendo o debate com opiniões críticas e próprias. No final os alunos se 
agruparam em turmas de quatro ou cinco e responderam algumas perguntas 
24
escritas. Foi um momento bem proveitoso, apesar da simplicidade das respostas de 
alguns grupos, pode se notar que as argumentações respondiam as perguntas 
demonstrando que houve entendimento e aprendizagem.
O sexto e último momento foi aproveitado para uma espécie de avaliação 
conclusiva, mas sem atribuição de notas, apenas, como um complemento das 
atividades. Foram atividades leves, descontraídas, de certa forma, lúdicas, onde os 
alunos puderam expressar, sem consultar os textos, o que haviam aprendido. Houve 
entre as equipes algumas discussões, pois às vezes um membro não concordava 
com as ideias de outro. Neste momento era feita a intervenção da professora que 
encaminhava o grupo para o caminho correto. Apesar de ser uma atividade sem 
consulta, foi bem proveitosa, dada a descontração e certeza dos alunos com o não 
comprometimento com a avaliação formal. Assim, posso concluir que a abordagem do 
tema “As Reformas Cristãs do século XVI: Religião e Pluralidade Cultural” foi bem 
receptiva, deu margem ao entendimento de diferentes culturas religiosas e houve um 
ótimo aproveitamento tanto dos alunos, quanto do professor.
 
6 CONCLUSÕES
É papel da escola construir uma comunidade voltada para o respeito à forma 
de cultura, raça e religiosidade de todos. Cabe ao professor trabalhar os conteúdos 
aproveitando as oportunidades para inserir questões relacionadas à boa convivência 
social de seus alunos como forma de evitar conflitos principalmente ao que diz 
respeito ao preconceito que às vezes gera discórdia e violência, podendo em alguns 
casos, ser atéconsiderado bullying. 
A proposta de estudo sobre o tema Reforma Religiosa despertou nos 
envolvidos um novo olhar e contribuiu para minimizar, visivelmente o uso de 
determinadas brincadeiras de mau gosto, apelidos, preconceito e todos os tipos de 
intolerância comuns em boa porcentagem dos alunos do Colégio Estadual Joaquim 
Maria Machado de Assis e da comunidade jovem de forma geral que, em muitos 
casos, geradores de agressões verbais e físicas. Assim, diante dos resultados, pode-
se considerar que o trabalho teve ótimo aproveitamento, tanto no fator social quanto 
educacional. Percebeu-se o envolvimento, afinidade, troca de ideias, discussões e 
25
interesse por outros assuntos correlacionados com a temática proposta e 
principalmente, a mudança de atitude de alguns alunos em relação à diversidade de 
crenças culturais e religiosas.
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 SITES DISPONIBILIZADOS
http://www.almedina.net/catalag/autores.php?autores_id=608
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