Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 20 09 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VO LU M E I 1 AS REFORMAS CRISTÃS DO SÉCULO XVI: RELIGIÃO E PLURALIDADE CULTURAL Rosiana Caldonazzo Rosa1 Orientador: Maurício de Aquino2 RESUMO O processo de ensino aprendizagem contextualizado é um importante meio de suscitar a histórica da religião e permite o entendimento de diferentes conflitos e comportamentos em escala mundial. Estudos sobre a Reforma Religiosa envolve diferentes faces da sociedade: família, política, educação, filosofia entre outras. A origem histórica dos acontecimentos não pode estar desligada da realidade cotidiana dos alunos. Tais estudos permitem uma visão mais ampla da origem no tempo e no espaço, de questões equivocadas e conflitantes, que, em muitos casos, geram a intolerância, desrespeito e preconceitos, podendo até, em alguns casos, ser comparada ao Bullying, conceituado como: conjunto de atitudes agressivas intencionais, repetitivas e sem razão aparente cometida por um aluno (ou grupo), que causa sofrimento a outro(s). Este Projeto pretende levantar discussões que envolvem aspectos culturais e sociais relacionados ao tema Reformas Religiosas com o título: O Cristianismo sua implantação e rupturas, tendo como principal objetivo conhecer a História, os Conceitos, os Dogmas, a Reforma e Contrarreforma religiosas e, ao mesmo tempo promover, nos alunos, mudanças de atitudes com relação ao preconceito, discriminação e intolerância, principalmente nas questões de crenças e religiosidades. O Trabalho será realizado a partir de pesquisa bibliográfica, baseada em obras de autores como Luzzieto (1998), Corbin (2009), Marques (2005), Aquino (2010) entre outros. Palavras chave: Cristianismo, Reformas Religiosas, preconceitos ABSTRACT The process of teaching and learning in religious context is an important means of bringing about the historic religion and allows the understanding of different behaviors and conflicts worldwide. Studies on religious reform involves many different facets of society: family, politics, education, philosophy, among others. The historical origin of the events can not be disconnected from the daily reality of students. Such studies allow a broader view of the origin in time and space, wrong questions and 1 Graduação em História pela Universidade do Oeste Paulista (1993) e graduação em Química pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Cornélio Procópio (1984). Atualmente professora qpm – Secretaria de Estado da Educação (bambam@seed.pr.gov.br). 2 Licenciado e especialista em História pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Jacarezinho (FAFIJA), PR. 2 contradictory , which in many cases, lead to intolerance, disrespect and prejudice, and may even, in some cases be compared to Bullying, conceptualized as: set of attitudes aggressive intentional, repetitive and unexplained committed by a student (or group), which causes suffering to other (s). This project aims to raise in discussions surrounding cultural and social aspects related to the topic with the title Religious Reformation: Christianity and its implementation breaks, with the primary objective of knowing the history, concepts, the Dogmas, the Reformation and counter reforms and religious at the same time to promote, in students, changes in attitudes toward prejudice, discrimination and intolerance, especially in matters of belief and religiosity. Made from literature, based on works by authors such Luzzieto (1998), Corbin (2009), Marques (2005), Aquinas (2010) among others. Keywords: Christianity, Religious Reformation, prejudices INTRODUÇÃO Como importante fenômeno histórico mundial, a Reforma Religiosa deve contemplar diferentes princípios, ultrapassando os limites econômicos e políticos, bem como resgatar as interferências sofridas pela sociedade. Dentro de uma abordagem ampla o ensino pode exercer papel fundamental dentro da discussão de questões relacionadas à área das ciências humanas. Ir para além do aparente, indica a necessidade de uma abordagem que respeite os valores culturais em toda sua complexidade, que conduzem a religião para além de uma doutrina. As manifestações culturais ao longo dos anos conseguem traduzir e representar muito o modelo de uma comunidade, de um povo e de uma nação. Os cultos cerimoniais, ritos, oferendas, auxilia por deveras no entendimento das manifestações, das ações, das decisões e das mudanças históricas, como necessidade, inclusive, de adaptação. As manifestações culturais permitem também estabelecer os parâmetros de análise das rupturas, continuidades e descontinuidade de uma determinada “crença”. A religião para além de uma crença pode ser significada como uma necessidade social inclusive de aceitação para determinados grupos, atuando como elementos de identificação do indivíduo dentro da sociedade. Porém no decorrer dos tempos a perspectiva de sofrer grandes mudanças e seu papel dentro da condição humana também. As transformações e rupturas 3 desembocam no fenômeno da Reforma Religiosa e que está para além de uma análise fragmentada (LUIZETTO, 1998). O estudo de fatos históricos permite que o aluno tenha uma visão mais ampla da origem no tempo e no espaço, de questões equivocadas e conflitantes, que, em muitos casos, geram a intolerância, desrespeito e preconceitos, podendo até, em alguns casos, ser comparada ao Bullying, conceituado como: conjunto de atitudes agressivas intencionais, repetitivas e sem razão aparente cometida por um aluno (ou grupo), que causa sofrimento a outro(s). A proposta da temática, como poderá ser observado no decorrer deste trabalho, levantará questões sobre a história do nascimento, evolução e rupturas do Cristianismo e sua influência na sociedade contemporânea, de modos a levar o aluno a refletir sobre pluralidade cultural e social presentes no meio em que vive. O debate em torno da trajetória histórica da religião permite o entendimento de diferentes conflitos e comportamentos em escala mundial. O debate em torno da Reforma Religiosa captura detalhes que envolvem diferentes faces da sociedade: família, política, educação, filosofia entre outras. O Cristianismo implantado de forma lenta e que se alastra em escala mundial é fortemente questionado, com o movimento da Reforma Religiosa. Seus questionamentos estão para além das atitudes e dos dogmas da Igreja Católica. Este questionamento deve ser compreendido dentro de um quadro de transformações sociais e culturais que ocorreram nas transições históricas que fazem parte do cotidiano. O presente trabalho foi elaborado a partir de pesquisa bibliográfica, baseada em obras de autores como Luzzieto, Corbin, Marques entre outros. A pesquisa tem por objetivo levantar aspectos da origem e evolução do Cristianismo, desde a implantação, nas raízes do catolicismo, o apogeu da Igreja Católica como a única cristã no mundo, e os fatos que o sucederam e culminaram com os Movimentos da Reforma e Contrarreforma Religiosa. 4 2 REFORMA RELIGIOSA 2.1 ORIGEM DA IGREJA CATÓLICA A palavra Católica tem origem na língua grega e é resultado da junção de dois termos: Cath – atingir e Holon – o todo; o universal – o conjunto das partes, ou seja, a Igreja Católica, invoca a ideia de que desde o princípio é universal, aberta aos gentios e a todos os povos. Invoca também a ideia de que estes novos convertidos não estavam mais obrigados a obedecer ao rigorismo da antiga Lei de Moisés, conforme ficou definido no ano 49 da Era Cristã, no Concílio de Jerusalém, o primeiro concílio cristão (At. 15). A origem do catolicismofoi em razão do desvio doutrinário das igrejas primitivas. Após a morte de Cristo, fundador da Igreja, seus discípulos ficaram vulneráveis aos ataques dos adversários. Por incrível que pareça, as perseguições dos inimigos colaboraram para o surgimento de outras igrejas. O livro de Atos diz “Mas os que andavam dispersos iam por toda a parte, anunciando a palavra” (Atos 8:4) Do ponto de vista bíblico, fundada por Jesus Cristo, as raízes do catolicismo está alicerçada no Apóstolo Pedro, a quem Cristo prometeu o Primado sobre os demais apóstolos. Os fundamentos dessa teoria podem ser encontrados nas passagens bíblicas de Mateus, capítulo 16, versículos 17/20: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus, e as portas do inferno não prevalecerão sobre ela”; e de João, Capítulo 21, Versículos 15/17: "E depois da ressurreição disse Jesus: Pedro, apascenta as minhas ovelhas. Confirma a fé dos irmãos". Na época, o catolicismo original contava com cinco patriarcados, ou igrejas assim distribuídas em: Jerusalém, Roma, Constantinopla, Antioquia e Alexandria. Estas cinco igrejas brigavam entre si para ver qual delas teria a primazia sobre as demais. Esse quadro começou a mudar com o advento do islamismo. A nova religião praticamente destruiu a importância de três patriarcados: Jerusalém, Antioquia e Alexandria. Isso polarizou o catolicismo em duas grandes correntes. A corrente grega reunia sobre sua autoridade as igrejas do Oriente e foram lideradas pela igreja de 5 Constantinopla. Já a corrente latina reunia sobre a sua autoridade as igrejas do ocidente e foram lideradas pela igreja de Roma. Essas duas igrejas foram rivais até o século IX. Nesse tempo o catolicismo se dividiu (STEFANO, 2011). O período equivalente aos primeiros anos do século X, foi marcado pela venda de cargos eclesiásticos e de indulgências, a diminuição do prestígio do papado pela influência dos soberanos que efetivamente influíam diretamente em decisões regionalizadas da Igreja criaram um ambiente favorável para a difusão do movimento separatista protestante. Paralelamente, o forte espírito de independência já nos fins da Idade Média, desenvolveu-se em vários países, cujo nacionalismo crescente punha de lado qualquer interferência do Papa, considerado como estrangeiro. Os príncipes e monarcas habilmente exploraram esse nacionalismo, interessados em aumentar seu poder, intencionando colocar a Igreja numa situação de dependência. Deve-se considerar também o patrimônio da Igreja, que despertou a cobiça de reis e nobres, desejosos de anexarem às suas terras às propriedades dos bispados e mosteiros, adquiridos, durante séculos, pelas doações dos fiéis e que constituíam um terço do território alemão e um quinto da França. A isenção de impostos sobre estes domínios por certo aguçava o interesse das classes dominantes (SOUTO MAIOR, 1995). Os motivos religiosos que completaram o conjunto de causas da Reforma haviam sido provocados, de certa forma, pela influência do espírito crítico do humanismo. A contestação de dogmas e a crítica radical à hierarquia e estrutura da Igreja, basearam-se numa reação contra o pensamento de São Tomás de Aquino, sobretudo quanto ao livre arbítrio e os Sacramentos. O pensamento dos reformadores orientava-se, de certa maneira, de acordo com uma teoria na qual o livre arbítrio era sensivelmente prejudicado pela concepção do homem como um ser totalmente depravado, cuja salvação dependia da vontade divina. Outro fator importante era o grande número de padres que, sem nenhuma vocação religiosa, prejudicavam de maneira contundente o primado espiritual e a organização da Igreja. A soma de todos esses fatores motivou a chamada Reformas Religiosas OLIVEIRA, 2010). A grande crise religiosa do século XVI, conhecida por protestantismo, foi um dos movimentos que mais tipicamente definiu a insubordinação dentro de setores da Igreja. É certo que existia a ignorância e a corrupção nos diversos setores e membros do clero. Entretanto, na época de São Francisco de Assis não foi diferente, 6 mas sua atitude de fidelidade ao Papa e à Igreja, fizeram com que seu nome fosse respeitado e venerado no mundo inteiro. Nessa época surge Martim Lutero deixando clara a sua intenção orgulhosa em afrontar a hierarquia da Igreja. A propagação de suas ideias acarretou uma grande cisão religiosa e consequentemente uma verdadeira avalanche política na Europa. A contestação dos dogmas e o ataque à organização da Igreja repousavam no desprestígio do papado diante da crescente influência dos soberanos europeus que, por questões meramente políticas, influíam nas decisões regionais do clero, tendo a corrupção moral tomado conta de diversos setores da Igreja. Além disto, tornou-se difícil a interferência direta do Papa em tais questões, principalmente, por causa das distâncias. Como nos fins da Idade Média o espírito de independência desenvolveu-se em vários países, onde o nacionalismo crescente se ressentia de qualquer influência exterior, notadamente do Papa, os príncipes e monarcas interessados em aumentar seu poder, tinham a intenção de colocar a Igreja numa posição dependente (IBID). A Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional (LDB, Lei n° 9.475/97- art. 33) coloca em pauta de forma mais crítica a discussão sobre o Ensino Religioso nas escolas. O estabelecimento de uma linha que ultrapasse o caráter dogmático e evidencie a trajetória histórica da religião é fundamental no sentido de que, o conhecimento e o aprendizado, propicie um melhor convívio familiar, escolar, social e seja, efetivamente, um instrumento real de julgamento de valores culturais e religiosos. Uma nova roupagem no ensino religioso permite a contextualização de temas relacionados ao assunto e uma possibilidade de envolver o aluno no debate contemporâneo. O rompimento com o caráter catequizador, introduzido pelo Estado Novo, dá abertura para a apresentação de um Ensino Religioso voltado para as relações políticas e sociais de sua trajetória. A religião necessita ser devidamente contextualizada (GIUMBELLI, 2010). Através do ensino sobre o fenômeno religioso, de um ponto de vista sociológico, os alunos poderão conhecer a história das religiões, seus princípios e valores universais. O objetivo deste modelo é instrumentar os alunos a entenderem os diversos fenômenos religiosos que os rodeiam possibilitando o respeito à diversidade humana. (GIUMBELLI, 2000, p12). No Paraná o Ensino Religioso foi regulamentado em 9 de agosto de 2002, através da indicação n°. 03/02 da Câmara de Legislação e Normas do Conselho 7 Estadual de Educação e pela Instrução n°. 001/02 do Departamento de Ensino Fundamental/Secretaria da Educação em 12/11/2002 do mesmo ano para ser colocada em prática no ano de 2003 (PROJETO, 2009). Nos últimos cem anos, o território dos estudos históricos ganhou dimensão mais ampliada. A possibilidade de multiplicidade de abordagem lançou desafios para a análise das religiões. Por vezes, se buscou enfocar a religião em conexão com as estruturas sociais. Em outras, isso pouco importou, embora presente de maneira implícita. alguns estudos buscam abordar a religião em um contexto maior. Outros trabalham aspecto como a morte, a feitiçaria ou o medo, entre outros, constituindo o que é chamado impropriamente de fracionamento do objeto. Assim, as abordagens históricas das religiões se ancoram, de um lado, na história cultural e, de outro lado na história do imaginário (ALBUQUERQUE, 2010). Assim, pode-se entender que a História,os conceitos, enfim, o estudo das religiões não deve se restringir apenas a disciplina de História ou fazer parte do Ensino Religioso nas escolas. Trata-se de um tema abrangente cujos aspectos históricos são bem importantes e podem ser explorados em disciplinas como, Português, Geografia e outras, pois são textos interessantes que acontecem em diferentes espaços físicos, temporais e culturais, que compõe da Historia da Humanidade. Entender a origem dos preceitos religiosos é importante para que os alunos, efetivamente, criem atitudes de respeito às diferentes culturas e crenças religiosas. Assim, na composição do referencial teórico serão apontados aspectos como: o processo de implantação do Cristianismo no Mundo Antigo e sua propagação; principais movimentos reformadores e conceitos importantes como: Cisma, Dogmas, Reforma Religiosa e Contrarreforma, bem como, as principais diferenças entre a Igreja Católica, a Igreja Luterana e a Igreja Calvinista, para dar aos alunos noções da pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, em classes sociais, em crenças, ou outras diferenças individuais e sociais destacando as diferentes opiniões entre cristãos e não cristãos, crentes e não crentes. O debate em torno da trajetória histórica da religião permite o entendimento de diferentes conflitos e comportamentos em escala mundial. O debate em torno da reforma religiosa captura detalhes que envolvem diferentes faces da sociedade: 8 família, política, educação, filosofia entre outras. O Cristianismo implantado de forma lenta e que se alastra em escala mundial é fortemente questionado com o movimento de Reforma Religiosa. Seus questionamentos estão para além das atitudes e dos dogmas da Igreja Católica. Este questionamento deve ser compreendido dentro de um quadro de transformações sociais e culturais que ocorreram nas transições históricas que fazem parte de nosso cotidiano. Há muito as questões religiosas são objetos de exaustivos debates e polêmicas. Intolerâncias, conflitos, mortes, guerras, contestações e debates se pautam em supostos dogmas religiosos. Ir para além dos dogmas de interesses classistas e individuais é uma obrigação do ensino de qualidade. Ampliar o debate sobre os passos históricos do Cristianismo, seus avanços e recuos, pode ser a possibilidade do aluno conhecer as questões de religiosidade, instigando-lhe o exercício da cidadania. 2.2 AS RAIZES DO CRISTIANISMO O Cristianismo, a maior religião do mundo, teve suas raízes na incorporação da crença na ressurreição dos mortos pelos judeus durante o cativeiro babilônico e na profecia de Miquéias sobre um libertador de Israel do jugo assírio. A história de seu surgimento remonta de mais 2000 anos atrás, com preceitos baseados no monoteismo e na crença de Jesus Cristo, seus doze apóstolos e a Santíssima Trindade, com variáves dogmáticas de acordo com as diferentes dissidências religiosas cristãs (FREITAS, 2010). Os mais renomados seguidores da ideologia Cristã foram os apóstolos que após a morte de Cristo propagaram a sua doutrina. O cristianismo apresentou-se como uma nova possibilidade de compreenssão divina e absolvição dos pecados. A apresentação de um ser divino dotado de uma força invisível, tornou-se uma esperança de tranformação espirutal e de redenção. Os seguidores da palavra de Cristo trabalhavam com a imagem de um ser benevolente e abnegado, que merececia ser seguida e idolatrada. Alias a idolatria apresenta-se como crucial uma vez que o próprio Cristo não deixou, pelo menos que seja de domínio público, nenhuma palavra escrita. Dada tamanha idolatria é fundamental um estudo racional 9 da divindade não permitido a obliteração da racionalidade. A doutrina cristã firma-se dentro de uma divindade em que o principal representante é o filho de “Deus Pai”. Muitos discutem a influência do cristianismo nas várias estratégias de colonização, nas práticas humanitárias, a bioética, o choque de culturas e as peripécias que marcaram sua história, das etapas da sua adaptação ao mundo. As principais fontes da história de Jesus de Nazaré são indiretas e múltiplas, portanto, as verdades absolutas são pouco numerosas (CORBIM, 2009). 2.3 JESUS HISTÓRICO É, de certa forma, irônico constatar que o personagem mais influente da história humana também seja um dos mais misteriosos. Jesus de Nazaré não tem data de nascimento ou morte registrada com segurança e não deixou nada escrito de seu próprio punho. A herança descritiva de seus seguidores que datam de duas e seis décadas após a morte na cruz, falam com riqueza de detalhes de um período curtíssimo de sua vida adulta, elencando seus atos e ensinamentos, mas sem muitos detalhes sobre a maior parte de sua infância e adolescência, suas angústias pessoais e seu relacionamento com amigos e familiares. Um historiador que queira escrever sobre Jesus de Nazaré tem como única fonte de pesquisa escrita os textos dos Evangelhos segundo Mateus, Marcos, Lucas e João (LOPES, 2011). Jesus Histórico é uma figura humilde, que põe sua mensagem - o anúncio da chegada do Reino de Deus - acima de qualquer preocupação com sua própria importância. Não se comporta como uma entidade superpoderosa ou onisciente. E coloca em primeiro lugar a história e o destino do povo de Israel, ao qual pertence. É um Jesus que pode ajudar os cristãos a repensarem a origem de sua própria fé - mas dificilmente é uma ameaça a ela. Achados de arqueólogos e de pesquisadores, como inscrições e túmulos reacendem esperanças de solucionar a incógnita sobre esse misterioso personagem. Em 2002, o chamado Ossuário de Tiago, uma caixa de pedra, feita originalmente para conter o esqueleto de um homem que morreu em Jerusalém no século I, com inscrição em aramaico, com os dizeres: “Tiago, filho de José, irmão de Jesus”. O ossuário, afirmavam alguns especialistas, teria pertencido a Tiago, irmão ou primo de 10 Jesus que liderou a Igreja Cristã de Jerusalém até o ano 62 d.C. Mas análises mais detalhadas comprovaram que o pedaço crucial da inscrição (“irmão de Jesus”) foi adicionado por um falsificador do século XXI. Em 2006, novas análises de outros ossuários de Jerusalém, originalmente desenterrados nos anos 1980, num mesmo jazigo familiar estavam enterrados “Jesus, filho de José”, Maria (a mãe dele?), Mariamne (supostamente, Maria Madalena) e outras pessoas cujos nomes lembram os de personagens do Novo Testamento. Um documentário produzido por James Cameron defendeu que os ossuários eram a prova de que Jesus tinha se casado com Maria Madalena. Os defensores da tese argumentam que seria muito improvável a ocorrência conjunta desses nomes na Jerusalém do século I d.C. sem que houvesse uma ligação com Jesus de Nazaré. Mas, nenhum estudioso sério do Jesus Histórico dispôs-se a aceitar a ideia – calcula- se que, nessa época, só na Cidade Santa, teriam vivido mais de mil “Jesus, filhos de Josés”. O historiador André Leonardo Chevitarese, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), afirma que Jesus e quase toda sua primeira e a segunda geração podem ser “invisíveis” para a arqueologia, por se tratar de pessoas simples, periféricas, de origem rural. Romanos e judeus de classe alta construíam palácios e tinham selos (carimbos) pessoais feitos com metal ou pedra preciosos; carpinteiros e pescadores da Galiléia (a terra natal de Jesus, no norte de Israel), por outro lado,podiam passar a vida inteira usando apenas materiais perecíveis. O pesquisador é cético até em relação à idéia de um enterro formal para Jesus. Em todo o mundo romano, o costume era abandonar o cadáver na cruz, para ser comido por abutres ou cães”, [...] [...] é suspeita a figura de José de Arimatéia, judeu rico e simpatizante secreto de Jesus que teria obtido seu corpo e organizado seu sepultamento, segundo os Evangelhos. Camponeses como os seguidores de Jesus não teriam como se dirigir a Pilatos para exigir o corpo. Assim, os evangelistas enfrentam o problema de explicar o sepultamento de Jesus e usam a figura de José de Arimatéia, que praticamente cai de pára-quedas na narrativa”, diz. Por outro lado, há pelo menos um registro de crucificado judeu que teve um sepultamento digno – Yehohanan (João), filho de Hagakol, cujo ossuário foi descoberto por arqueólogos israelenses em 1968. O osso do calcanhar de Yehohanan ainda continha o cravo usado para pregá-lo na cruz (CHEVITARESE, 2010, p. 02). O máximo que a arqueologia pode fazer é iluminar a vida cotidiana no tempo 11 de Jesus (indicando em que tipo de casa ele vivia ou que modelo de taça ele teria usado para beber vinho com seus discípulos) ou como era a religião judaica naquela época. Esse provavelmente é o caso de um misterioso texto do século I a.C., pintado numa pedra e analisado por Israel Knohl, da Universidade Hebraica de Jerusalém. Em julho passado, Knohl apresentou sua interpretação do texto (o qual não está inteiramente legível e, por isso, tem de ser reconstruído hipoteticamente): ele mencionaria a morte e ressurreição de um Messias décadas antes do nascimento de Jesus. Ainda que a interpretação esteja correta, é difícil ver como ela mudaria nossa compreensão sobre as origens do cristianismo: afinal, um dos grandes argumentos dos seguidores de Jesus é justamente que seu retorno dos mortos já tinha sido previsto nas profecias judaicas (LOPES, 2011). 2.3.1 Abordagem científica A Revolução Científica dos séculos XVIII e XIX só fez acentuar ainda mais o abismo que se havia estabelecido entre clero e laicato, religião e ciência, fé e razão. O método científico foi aperfeiçoado, em oposição à igreja, o homem seria o salvador do próprio homem. É nesse contexto de crescente descrédito teológico-eclesiástico que surge a Teologia Liberal, na procura pelo resgate de Jesus, de forma que não mais se pudesse questioná-lo, isso ocasionou a necessidade de distinção entre Jesus e o Cristo da fé, pelo menos naquele contexto. Ora, a ciência jamais poderia legitimar aspectos como a pré-existência, o nascimento virginal, os milagres, a ressurreição, a ascensão e a divindade de Jesus. Assim, a teologia liberal não negou tais aspectos, mas os distanciou da pesquisa histórica sobre a pessoa de Jesus e os remeteu ao Cristo da fé, considerando que se tratavam de elementos de fé, de forma que, mesmo um cientista ateu que, por conseguinte, não acreditasse no Cristo ou em Deus, por serem grandes abstrações místicas, tivesse ao menos que reconhecer a inegável existência e o extraordinário legado do Nazareno. Assim, não é que os estudiosos do Jesus Histórico negassem, necessariamente, a natureza sobrenatural da experiência de Jesus. Apesar de defenderem que as imagens do Cristo geralmente deturpavam uma visão mais clara de quem de fato fora o Jesus Histórico, houve muitos entre eles que simplesmente não se detiveram a essa discussão, considerando que ela não 12 pertencia ao âmbito da ciência, mas única e exclusivamente da fé, enquanto que a busca pelo Jesus Histórico se constituía em um esforço secularizado (laico) e científico, nada fácil inclusive, pois seu objeto de estudo datava de mais de dois milênios e boa parte de suas fontes de informação (textos bíblicos), apesar de serem válidas para as questões de fé, não tinham credibilidade histórica do ponto de vista científico (discrepâncias históricas e divergência mesmo entre diferentes tradições e textos bíblicos). Isso, para as comunidades de fé que entendem que as sagradas escrituras não são relatos feitos por historiadores preocupados com a exatidão histórica de suas informações, mediante método científico (este consolidado somente no século XIX), mas de um relato de fé, não constituiu problema algum. Antes continuou servindo, como antes, à edificação dos cristãos. O problema é que existem pouquíssimas fontes extra-bíblicas de informação sobre Jesus para, através da convergência de dados, se resgatar satisfatoriamente o Jesus Histórico. Daí a necessidade de ler, criticamente, o texto sagrado, tentando identificar quando se fala do Nazareno de forma não marcada pela teologia cristã posterior e quando se fala das interpretações posteriores que as comunidades cristãs construíram sobre ele (RODRIGUES, 2011). Surgiram as primeiras investidas nessa empreitada. Aspectos como o elemento humano em Jesus, a mediação político-ideológica da comunidade eclesial às informações transmitidas sobre Jesus, e a marca teológica dos evangelhos enquanto histórias de Jesus, foram enfatizados ao longo de três principais tendências consecutivas de busca pelo Jesus histórico: a) A primeira onda: Investigação sobre a vida de Jesus, levada a cabo por representantes da teologia liberal do séc. XIX; b) A segunda onda: Nova busca do Jesus histórico entre os anos 1950-1980, levada a efeito, principalmente, pelos discípulos de Bultmann, ao tempo que a discussão se insere em ciclos teológicos de orientação católica. Dá-se aqui, também, uma revalorização do Cristo só que melhor contextualizado no séc. I; c) A terceira onda: mais aberta, ecumênico e interdisciplinar, privilegiando a chave sociológica e antropológico-cultural, e fortemente marcada por uma conotação anti-dogmática e anti-eclesial. A busca pelo Jesus Histórico se secularizava, se laicizava. Pôde-se observar diversos problemas iniciais nessa pesquisa: criticou-se o que se chamou de mera ruptura com dogmas eclesiais para a construção de infinitos dogmas seculares. Outro 13 problema identificado foi que, à margem eclesial, construíram-se projeções sobre Jesus dos ideais de cada autor. Mesmo com o retorno ao “quérigma eclesial” através da teologia dialética permaneceu o abismo entre o Jesus “histórico” e o Cristo da fé, ao que alguns discípulos de Bultmann, tentaram resolver construindo algumas pontes. A rejeição conservadora ao Jesus Histórico também foi outro problema com o qual esse esforço teve que lidar. Para Tillich apud Fontana (2011), a busca do Jesus Histórico foi uma tentativa de descobrir um mínimo de fatos confiáveis sobre o ser humano Jesus de Nazaré, para que pudessem proporcionar um fundamento seguro à fé cristã. Essa tentativa fracassou. A pesquisa histórica apenas forneceu probabilidades maiores ou menores sobre Jesus. À base dessas probabilidades, esboçaram-se algumas ‘Vidas de Jesus’. Mas eram mais romances do que biografias e certamente não podiam conferir um fundamento sólido à fé cristã. O cristianismo não se baseia na aceitação de um romance histórico, mas no testemunho sobre o caráter messiânco de Jesus dado por pessoas que não tinham o menor interesse em uma biografia. No entanto, torna-se difícil, atualmente, negar o valor de importantes descobertas feitas a partir da busca pelo Jesus “histórico”, acerca do contexto onde ele nasceu e viveu, e que certamente exerceram toda uma influência cultural sobre seu discurso, bem como do significado de conceitos e práticas enfatizados por ele como o Reino de Deus, o amor, sua própria ideia de Deus, sua própria autoridade, carisma e coerência de vida, sua predileção pelos pobres e excluídos e sua radical e misteriosa submissão a Deus(RODRIGUES, 2011). Hoje, o cristianismo conta com três ramos: os católicos, os protestantes e os ortodoxos, é ainda a religião que reúne maior número de adeptos, cerca de 34% espalhados pelo mundo. Os católicos formam o grupo mais numeroso entre os cristãos, com cerca de 51% seguidos pelos protestantes com cerca de 35% e os ortodoxos com cerca de 24%. Embora a religião católica já tenha sido a crença com maior número de adeptos do mundo, isso não acontece mais, pois os muçulmanos tomaram o primeiro lugar dos católicos (COTRIM, 2007). A análise da implantação do cristianismo é necessária para se chegar ao movimento da Reforma Religiosa, assim como dos movimentos pré-reformadores. 14 2.5 CONCEITO DE REFORMA RELIGIOSA Segundo Dreher (1996), o movimento da Reforma Religiosa é um acontecimento que não pode ser explicada a partir de um único fato ou a partir de uma única pessoa, Idealizadores e ideias despertaram o que culminou com queda da unidade religiosa, criou as condições e os pressupostos para o clamor por uma Reforma. . A Reforma religiosa foi um movimento responsável pela quebra definitiva do monopólio da Igreja Católica sobre o mundo cristão ocidental, pois antes desse movimento essa Igreja já havia passado por várias oscilações, que em alguns momentos já haviam causado rupturas nessa unidade. Esse movimento faz parte de um quadro maior de transformações, que teve como características a transição feudo capitalista. Durante a Baixa Idade Média, a Europa passou por um conjunto de transformações sociais econômicas e políticas, que permitiram a uma nova sociedade, questionar o comportamento do clero e a doutrina da Igreja (BRASIL, 2010). Os principais fatores que originaram o movimento foram: a crise interna da Igreja; ascensão da burguesia; ascensão do poder real e o movimento renascentista que refletiu no desenvolvimento de uma nova mentalidade, caracterizada pelo individualismo e pelo racionalismo e ao mesmo tempo permitiu o desenvolvimento do senso crítico, impensável até então, determinando um conjunto de críticas ao comportamento do clero (BRASIL, 2010). 2.6 O INÍCIO DO MOVIMENTO O movimento da reforma religiosa tem como um de seus idealizadores Martinho Lutero. A Igreja como vinha se constituindo e se difundido já estava desconectada da ideia benevolente em que foi fundado o cristianismo. A prática da simonia já vinha desagradando a, muitas pessoas influentes e acarretando fortes crises de interesses. A compra de cargos clericais como forma de status e poder, assim como a venda de indulgências, alcançava proporções avassaladoras. A 15 caridade e a abdicação são substituídas por uma torrente de ganância e dominação pela força. Assim como Lutero outras pessoas questionaram o comportamento da Igreja Católica, seus dogmas e suas práticas. Entre eles podemos citar Wycliffe e Huss. Ambos passaram por um processo de julgamento pela Igreja Católica, Wycliffe conseguiu sair vivo, mas Huss não teve a mesma sorte, foi condenado pelo Tribunal da Inquisição a morrer queimado na fogueira como herege. Nem sempre este Tribunal dava o devido direito de defesa ao acusado, tornando o mesmo culpado antes mesmo de ser julgado, para servir de exemplo. Durante o processo era ponto crucial, destacar que o acusado era um herege (ARMESTO E WILSON, 1996). A esse respeito os autores esclarecem: Constatamos, por meio de registros fragmentados e preconceituosos, que, em vida, Huss foi um entusiasta sincero, sem ambições pessoais e sem programa político. Depois de morto, tornou-se um herói... Ele ainda é homenageado com um feriado público anual na República Tcheca [...] (ARMESTO E WILSON, 1996, p. 312). Nem todos os interlocutores de Huss eram especialistas em tortura psicológica. Nenhum deles tinha formação para atuar como inquisidor... Condenando Huss, praticamente sem direito a defesa por sustentar opiniões heréticas, algumas das quais ele certamente não defendia, tornaram difícil para ele fazer uma renúncia clara. (ARMESTO e WILSON, 1996). 2.7 O LUTERANISMO A Reforma Religiosa deve ser entendida dentro de um processo de transformações que ocorreram nos finais da Idade Média e início da Idade Moderna. Transformações essas de cunho político, econômico e social na Europa Ocidental. Com a centralização política começa uma desavença entre autoridades da Igreja e alguns governantes das monarquias europeias, que viam na autoridade do papa uma barreira para o fortalecimento da economia de seu país e o fortalecimento de seus poderes. 16 Para algumas monarquias o fim do domínio da Igreja Católica seria a solução tanto para problemas políticos como econômicos. Assim, muitos reis, apoiaram e até lideraram os protestos contra essa instituição. Alguns comerciantes ficaram divididos entre a busca do lucro e as obrigações morais, uma vez que a Igreja Católica condenava a usura, defendendo o preço justo... este fato suscitou a ideia de uma nova doutrina religiosa, que se adequasse ao espírito capitalista, que vinha crescendo cada vez mais, seria a solução para a burguesia crescer economicamente sem cometer “pecados”. Muitos burgueses apoiaram a “nova ética protestante”, que não via o lucro como um pecado. Nesse contexto, Lutero passou a criticar o alto clero católico, através de discursos e de suas 95 teses, que afixou na porta de Igreja de Wittenberg, onde protestava contra as atitudes da Igreja Católica e expunha alguns elementos de sua doutrina. Porém, antes de se tornar um crítico da Igreja Católica, Lutero se tornou doutor em filosofia e frequentou o curso de direito. Mas sua inquietação religiosa continuava a persegui-lo. Então Lutero buscou o isolamento em um mosteiro, para resolver suas inquietações, apesar dos protestos de sua família e amigos. Tornou-se monge agostiniano, não desejando outra coisa naquele momento do que seguir os mandamentos e as regras da Igreja Católica. Mas o monge continuava angustiado, e após dez anos de zelo e cumprimento da regrada vida monástica, ele começou a questionar se realmente aquela maneira de pregar a palavra de Deus era a correta. Assim, Lutero, torna-se líder de uma nova doutrina cristã, que tem como principais pontos : a questão da salvação - para ele bastava ter fé para alcançar a salvação; a livre interpretação da bíblia; não aceitava o culto dos santos e negavam a autoridade do papa. As autoridades católicas, não aceitaram a intervenção de Lutero, querendo que ele se retrate perante elas. Mas Lutero não volta atrás e é excomungado em 1520. Lutero queimou em praça pública a bula papal, que o condenava. O monge agostiniano conseguiu o apoio do príncipe da Saxônia, conseguindo, com isso, escapar do Tribunal da Inquisição, fundando assim, definitivamente, uma nova doutrina cristã, o Luteranismo. Como comenta Luizetto (1998) Apesar de demonstrar diligência na observância dos regulamentos da Ordem e exemplar cumprimento da doutrina da Igreja, não conseguia encontrar a 17 tão procurada paz de espírito. As lições que recebia, a leitura dos textos doutrinários, os sermões dos seus superiores revelavam-lhe um Deus terrível, vingador, um juiz severo e disposto a ser implacável com os pecadores. Ele era um deles, e por mais que se esforçasse, não se sentia merecedor da justiça de Deus. 2.8 O CALVINISMO Dentro do movimento da Reforma Religiosa houveram outras teorias além da de Lutero, entre elas a teoria da predestinação do Francês João Calvino. Segundo esta teoria, Deus escolhia as pessoas que seriam salvas, e as pessoas que seriam amaldiçoadas eternamente. Segundo Luizetto, A doutrinada predestinação é a marca distintiva do pensamento religioso de Calvino. Também é o ponto em que as suas idéias mais se distanciam tanto da doutrina católica das boas obras como da doutrina da justificação pela fé do luteranismo (1998, p. 45). Essa era a principal diferença entre o calvinismo com o catolicismo e o luteranismo. Além disso, o Calvinismo condenava o jogo, o culto às imagens de santos e o uso de roupas luxuosas. Era uma doutrina com grande grau de intolerância, pois pessoas que a descumpriam eram duramente castigadas, ou até mesmo condenadas à morte. Apesar das condenações propostas, as idéias de Calvino iam de encontro com os interesses dos burgueses, que o apoiaram, pois embora o luxo fosse condenado, a acumulação de riquezas e o lucro não eram pecados. Esta corrente espalhou-se pela França, Inglaterra, Escócia e Holanda 18 2.9 O ANGLICANISMO Outro destaque do movimento da Reforma Religiosa foi o Anglicanismo, que ocorreu na Inglaterra, sob a liderança de rei Henrique VIII, que levava o título de defensor da fé. Os principais motivos que levaram Henrique VIII a romper com a Igreja Católica foram de cunho político, econômico, social e dinástica. O rei pretendia diminuir ou eliminar a influência da Igreja Católica dentro da Inglaterra, e também se apossar das terras e bens dessa instituição que também detinha o monopólio do comércio das relíquias sagradas. Além desses motivos Henrique VIII queria anular o seu casamento com Catarina de Aragão, para se casar com Ana Bolena, pois a primeira não havia lhe dado um filho homem para herdar o trono. Com a negação de seu pedido pela Igreja Católica, o rei rompa com a mesma, e em 1534 o Parlamento inglês votou o Ato de Supremacia, pelo qual Henrique VIII tornou-se o chefe supremo da Igreja da Inglaterra. Apesar de ser uma doutrina nova, não houve grandes modificações em relação ao culto da Igreja Católica. No decorrer de outros reinados, houve tentativas de implantação do calvinismo e o retorno do catolicismo, mas somente no reinado de Elizabeth I, que a Igreja Anglicana consolidou-se, incluindo elementos do catolicismo e do protestantismo. Como comenta Corbin Ainda que ligada a fatores sociais, econômicos e, evidentemente, religiosos, a origem da Reforma Anglicana é, antes de tudo, dinástica. O rei Henrique VIII considerou indispensável fortalecer a jovem dinastia dos Tudor dando- lhe um sucessor masculino. Mas só teve uma filha de seu casamento com Catarina de Aragão e não conseguiu obter do papa a anulação da união. Henrique decidiu então, em 1534, ao fim de um longo trabalho sobre o complicado caso de direito matrimonial, trazer seu “grande caso”, como se dizia então, para a Igreja da Inglaterra, da qual se tornava, depôs de Cristo, o chefe supremo. (2009, p. 290). Entretanto, a coroa inglesa, tinha se mostrado como uma das mais interessadas na defesa da fé romana contestada por Lutero e seus seguidores. 19 2.10 A REFORMA CATÓLICA Depois de iniciado o grande movimento da Reforma, um extremo levante foi também erguido pela Igreja de Roma no tocante a recuperar o terreno perdido na Europa pelo Protestantismo que espalhava até então. A Contrarreforma, foi levantada adiante pelos clérigos de classe superior e pelo papado. Desenvolveram novas ordens monásticas, tais como a dos Jesuítas, que levaram o cristianismo às Américas e até mesmo ao extremo Oriente. Criaram comissões de moralidades a fim de coibir excessos entre os clérigos, reafirmaram sua teologia no Concilio de Trento, expulsaram totalmente da Espanha os muçulmanos, construíram Igrejas Barrocas de notável beleza, desenvolveram novas formas musicais como a Polifonia e também instituíram a inquisição a fim de perseguir os oponentes (CAIRNS,2010). Quando Lutero iniciou suas pregações, a Igreja Católica não permitiu que o fato fosse dimensionado como ameaçador para sua hegemonia, encarou a situação como um movimento isolado e enfraquecido, como outros ocorridos anteriormente. Porém a idéia do movimento encabeçado por Lutero agrega cada vez mais seguidores e já deixa de ser encarado como um movimento “passageiro”. A Igreja Católica, sente-se ameaçada e temerosa de perder sua unidade como única igreja cristã do mundo, pois até então muitas questões abalaram essa unidade, mas nenhuma havia conseguido de fato, fundar uma nova igreja cristã. Para combater esse crescimento protestante a Igreja Católica passou a adotar algumas medidas, entre elas punir os líderes dos reformadores. A Igreja Católica abriu um processo contra Lutero, mas essa atitude não foi o suficiente para frear o avanço do protestantismo. Então outras atitudes foram tomadas, pois, a luta agora não era contra Lutero, mas contra o avanço do protestantismo. As medidas tomadas pela Igreja Católica ficaram conhecidas como Contrarreforma. Entre as principais providências tomadas por esse movimento encontram-se: - A criação da ordem dos jesuítas, em 1534, pelo religioso católico espanhol Inácio de Loyola, também conhecida como Companhia de Jesus. Em 1540, o papa Paulo III aprovou a criação dessa ordem e seus estatutos. - O restabelecimento da Inquisição sob a forma do Santo Ofício, para conter as heresias. 20 - Confirmação das bases do pensamento heterodoxo, revigoramento e confirmação da doutrina católica. - A criação do Index librorum prohibitorum. Luizetto (1998) diz que, no final da Idade Média e início dos Tempos Modernos, a cristandade viveu o impacto de dois importantes eventos: a Reforma e a Contrarreforma. Estudar esses assuntos significa, aparentemente, estudar matéria de natureza exclusivamente religiosa. Mas só aparentemente, porque a história espiritual da Europa no século XVI não pode ser examinada isoladamente da história social, política e econômica da época... A Igreja Romana não assistiu ao processo que tirava das suas mãos o controle exclusivo da doutrina cristã. O movimento de Contra-Reforma tentou reverter a situação. Para tanto, Roma utilizou-se de vários recursos: intolerância, perseguições, suplícios; persuasão, educação, evangelização. (LUIZETTO 1998, p. 9-11). Outra medida importante ordenada pela Igreja Católica para deter o avanço reformista foi a elaboração do Índex, catálogo de livros proibidos aos católicos. Obras renascentistas, humanistas ou reformistas eram queimadas em praça pública e; se possível, com o autor junto. O tribunal do Santo Ofício, também chamado de Inquisição, criado na Idade Média, tinha como tarefa julgar e combater toda e qualquer manifestação anticatólica (MARQUES ET AL, 2004). 3 MATERIAIS E METODOS Visando a melhoria da qualidade do relacionamento interpessoal e da qualidade do ensino dos alunos do Ensino Médio do Colégio Estadual Joaquim Maria Machado de Assis de Santa Mariana PR, através do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) foi possível desenvolver o projeto com a temática: “O cristianismo, sua implantação e suas rupturas. A elaboração de uma proposta pedagógica, com uma seleção de atividades diversificadas proporcionou aos alunos o entendimento 21 sobre as Reformas cristãs do século XVI: religião, pluralidade cultural os meios para uma reflexão, com vistas a mudanças de atitudes negativas com relação aos problemas como indiscriminação, preconceito, atitudes agressivas, em alguns casos podendo ser até comparadas com Bulying. O desenvolvimento do projeto obedeceu a ordem cronológica das ações propostas e aceitas pela direção, equipe técnico/pedagógica e alunos do primeiro ano do Ensino Médio. As atividades foram desenvolvidas em grupo ou individualmente, em sintonia com a equipe de apoio para avaliação e discussão das ações de trabalho dos alunos,ou seja, as resoluções de atividades, discussões, intervenções, em sala de aula, no pátio e na comunidade. Procurou-se formas e métodos que proporcionaram interesse e prazer dos participantes em adquirir informações sobre o assunto. 4 RESULTADOS O projeto foi desenvolvido por meio de estratégias motivadoras, procurando valorizar aspectos já previstos no currículo de História possibilitando oportunidades de amadurecimento das discussões e percepções do fator cultural e social embutido no conteúdo desenvolvido. A partir das atividades elaboradas e de intervenções produzidas pelos educandos, abriu-se um diálogo com a comunidade escolar, sobre atitudes preconceituosas principalmente com respeito a religiosidade, uma vez que o Art. 208 do Código Penal afirma ser crime contra o sentimento religioso, "escarnecer de alguém, publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso". A liberdade de crença e de culto é, de fato, garantida na Constituição (Art. 5º, Inc. VI). Diante das leituras de textos, das resoluções de atividades proposta e outras experiências vivenciadas, notou-se a receptividade ao tema proposto, onde os alunos participantes, por meio de material diversificado (textos, vídeos, atividades, pesquisas) puderam adquirir conhecimentos sobre: a) Os principais movimentos prerreformadores; 22 b) As principais diferenças entre a Igreja Católica, a Igreja Luterana e a Igreja Calvinista; c) As principais causas que levaram ao questionamento sobre os dogmas da Igreja Católica por Lutero e o seu rompimento com os mesmos. d) A pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, ou outras diferenças individuais e sociais. e) E ainda elaborar questões variadas, envolvendo o Movimento da Reforma Religiosa e a Contrarreforma; Todo o projeto foi desenvolvido buscando a compreensão das raízes do Cristianismo, desde o início, até o apogeu da Igreja Católica como a única cristã no mundo, buscando o entendimento das ideias teológico-filosóficas de Lutero, que o levaram a um rompimento definitivo com a Igreja Católica, fundando outra Igreja Cristã, pondo fim à unidade da Igreja Católica. 5 DISCUSSÃO As atividades foram desenvolvidas obedecendo a uma sequência planejada no Caderno de Atividades. No primeiro momento foi realizado um debate, onde foram colocados vários questionamentos sobre religiosidade. Foi constatado que os alunos possuíam noções de alguns conceitos e muitas dúvidas sobre outros. Durante o debate as dúvidas foram sendo desfeitas pelo próprio grupo, pois o conhecimento de uns completavam o de outros. Ao final, muitos alunos demonstraram entendimento sobre noções de respeito às diferenças, de liberdade de escolha, e da fé nos rituais religiosos. Foi uma atividade muito produtiva, os alunos participaram expressando opiniões mesmo correndo o risco de não estarem certos. Percebi que, apesar das diferenças de crenças houve respeito pelas ideias dos colegas e pelo direcionamento da professora. O segundo momento foi marcado pela apresentação de textos, com ênfase aos prerreformadores, Jonh Wycliffe e a Jan Huss. Os alunos pareceram mais interessados, buscaram na biblioteca as bibliografias indicadas. Após se juntarem 23 em equipes composta de cinco alunos comprometidos com a colaboração no desenvolvimento do trabalho, cada uma nomeou um relator. Ao final do trabalho cada relator expôs o resultado da pesquisa para toda a classe. Notou-se que os alunos foram além da pesquisa, pois, os mesmos compararam o pensamento e a época de Huss com a época de outros reformadores. Em momento algum houve questionamento sobre a maneira como Huss morreu, mas sim o contexto histórico que pertencia. No terceiro momento foi trabalhado um texto sobre Lutero. O trabalho foi realizado de forma individual. Neste momento ficou bastante evidenciado o avanço de conhecimento a respeito do tema estudado, até então. Os alunos já estavam familiarizados com os nomes, épocas e principais e acontecimentos importantes relacionados a Reforma Religiosa do século XVI, diferentemente do início do trabalho quando, a maioria, estava completamente alheia. Assim posso afirmar que a atividade proposta (palavras cruzadas) foi realizada com aceitação e aproveitamento de 100%. No quarto momento foi trabalhado um texto sobre o Anglicanismo e o Calvinismo, apesar de poucas informações os alunos faziam relação com o movimento das reformas religiosas. O Trabalho desenvolveu-se com leitura e projeção de algumas imagens relacionadas a época como: Pintura sobre arquitetura das igrejas, imagens de Calvino, tipo de vestuário e outras. Os textos foram lidos, primeiro de forma individual, em seguida de forma coletiva. A teoria da Predestinação de Calvino chamou bastante a atenção dos alunos, que puderam expressar suas opiniões o que enriqueceu ainda mais o debate. Para o desenvolvimento dessa atividade foi feito um círculo e houve participação de todos. No quinto momento o texto em questão abordou o tema: A Reformas da Igreja Católica ou Contrarrefoma. Já bem familiarizados, os alunos faziam associações e alguns entenderam esse movimento como uma “revanche”. O tema foi bem discutido em debate aberto quando houve um confronto de opiniões uns a favor e outros contra o movimento. Essa foi uma deixa para a mediadora fazer a divisão de turmas. Cada turma incumbiu-se de levantar os nomes, os fatos e momentos importantes desse movimento religioso. Após a leitura do texto, foram levantadas e questionadas as dúvidas e percebi que alguns alunos já expressavam o que haviam entendido do texto, enriquecendo o debate com opiniões críticas e próprias. No final os alunos se agruparam em turmas de quatro ou cinco e responderam algumas perguntas 24 escritas. Foi um momento bem proveitoso, apesar da simplicidade das respostas de alguns grupos, pode se notar que as argumentações respondiam as perguntas demonstrando que houve entendimento e aprendizagem. O sexto e último momento foi aproveitado para uma espécie de avaliação conclusiva, mas sem atribuição de notas, apenas, como um complemento das atividades. Foram atividades leves, descontraídas, de certa forma, lúdicas, onde os alunos puderam expressar, sem consultar os textos, o que haviam aprendido. Houve entre as equipes algumas discussões, pois às vezes um membro não concordava com as ideias de outro. Neste momento era feita a intervenção da professora que encaminhava o grupo para o caminho correto. Apesar de ser uma atividade sem consulta, foi bem proveitosa, dada a descontração e certeza dos alunos com o não comprometimento com a avaliação formal. Assim, posso concluir que a abordagem do tema “As Reformas Cristãs do século XVI: Religião e Pluralidade Cultural” foi bem receptiva, deu margem ao entendimento de diferentes culturas religiosas e houve um ótimo aproveitamento tanto dos alunos, quanto do professor. 6 CONCLUSÕES É papel da escola construir uma comunidade voltada para o respeito à forma de cultura, raça e religiosidade de todos. Cabe ao professor trabalhar os conteúdos aproveitando as oportunidades para inserir questões relacionadas à boa convivência social de seus alunos como forma de evitar conflitos principalmente ao que diz respeito ao preconceito que às vezes gera discórdia e violência, podendo em alguns casos, ser atéconsiderado bullying. A proposta de estudo sobre o tema Reforma Religiosa despertou nos envolvidos um novo olhar e contribuiu para minimizar, visivelmente o uso de determinadas brincadeiras de mau gosto, apelidos, preconceito e todos os tipos de intolerância comuns em boa porcentagem dos alunos do Colégio Estadual Joaquim Maria Machado de Assis e da comunidade jovem de forma geral que, em muitos casos, geradores de agressões verbais e físicas. Assim, diante dos resultados, pode- se considerar que o trabalho teve ótimo aproveitamento, tanto no fator social quanto educacional. Percebeu-se o envolvimento, afinidade, troca de ideias, discussões e 25 interesse por outros assuntos correlacionados com a temática proposta e principalmente, a mudança de atitude de alguns alunos em relação à diversidade de crenças culturais e religiosas. 10 REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, Eduardo Bastos de. Historiografia e religião. Disponível em http://www.pucsp.br/revistanures/revista5/nures5_eduardo.pdf. Acesso em 02/03/2010. AQUINO, Maurício. Le Goff, Jacques. O Deus da Idade Média: conversas com Jean-Luc Pouthier. Tradução de Marcos de Castro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007. 126p. ISBN: 9788520006979. Disponível em http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/pdf1/ R02%20 Mauricio%20de%20Aquino.pdf. Acesso em 03/03/2010. ———————. A relevância da atual proposta de ensino religioso. Disponível em http://www.gper.com.br/documentos/00124_relevancia.pdf. Acesso em 03/03/2010. ———————. Santo Antônio no tempo de Vieira. Disponível em. http://www.espaco academico.com.br/095/95aquino.htm. Acesso em ARAUJO, Adriene Pereira de. A reforma religiosa e contra reforma. Disponível em http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/adrienearaujo/historia021.asp.Acesso em 04/04/2009. ARMESTO, Felipe Fernández; WILSON, Derek. Reforma o cristianismo e o mundo 1500 – 2000. Tradução – Celina Cavalcante Falck . Rio de Janeiro. São Paulo: Record, 1996. BAPTISTA, Walter Santos. Educação religiosa: refletido sobre seus benefícios. Disponível em http://ensinodominical.wordpress.com/2007/09/23/educacao-religiosa- refletindo-sobr-seus - beneficios/. Acesso 07/04/2009. BRASIL, Ministério da Educação Lei das Diretrizes e Base – N. 9.475/97, Ensino Religioso, disponível em http://www.soleis.adv.br/diretrizesbaseeducação.htm. Acesso em: 30/09/09. —————. Portal Brasil. A reforma religiosa – história da reforma religiosa. Disponível em http://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/a-reforma- religiosa.htm. Acesso em 12/03/2010. 26 CAIRNS, Earli Edwin. A reforma protestante e a contra reforma. Disponível em http://pt.shvoong.com/books/mythology-ancient-literature/1956436-reforma- protestante-contra-reforma/. Acesso em 17/1/2010. CHARTIER, Roger. O Mundo como Representações. Est.av[online]. 1991, vol. n 11, pp. 173-191. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ea/v5n 11 a 10. Acesso em: 06 ago. 2009. CHAUNU, Pierre. O tempo das reformas (1250-1550). Portugal: Edições 70, 2 V, 1975. CORBIN, Alain (org.). História do Cristianismo para compreender melhor nosso tempo. Tradução Eduardo Brandão. São Paulo WMF Martins Fontes ltda., 2009. COTRIM, Gilberto. História global Brasil e Geral. 4ª. edição. São Paulo: Saraiva, 2007. DANTON, G. Manual de Redação Científica. São Paulo: Virtual Books, 2000. DREHER, MARTIN N. A Crise e a Renovação da Igreja no Período da Reforma. São Leopoldo: Sinodal, 1996. 134 p. (Coleção Historia da Igreja; v. 3). FREITAS, João. A origem do cristianismo e o domínio do mundo. Disponível em http://www.joaodefreitas.com.br/origem-do-cristianismo.htm. Acesso em 12/12/2010. FONTANA, Júlio. Paul Tillich e a busca pelo Jesus histórico. Artigo publicado pelo Portal da Universidade Metodista de São Paulo. Disponível em: http://www.metodista.br /ppc/]correlatiocorrelatio10/paul-tillich-e-a-busca-pelo- jesus-historico/?searchterm=analisados. Acesso em: 25/02/2011. GIUMBELLI, Emerson. Religião nas escolas públicas: questões nacionais e a situação no Rio de Janeiro O Rio de volta à Idade Média. Jornal O Globo, 9/10/2000: São Paulo. 2000. JÚNIOR, Maurício. História do cristianismo I. Disponível em www.luzdoespiritismo .com/.../Historia_do_cristianismo_mauricio_junior.doc – Acesso em 09/12/2009. LEITE, Leonardo Queiroz. Conflito religioso e a globalização do ódio. Disponível em http://www.demolayfranca.org.br/ArtigoDet.asp?area=16&artigo=391. Acesso em 05/04/2009. LIMA, Marceline. LEMOS, Maria de Fátima. ANAYA, Viviane. Currículo Escolar e Construção Cultural: uma análise prática. In. Dialógica. V.5.p.145-151,2006. LOPES, Reinaldo José. Pesquisa sobre 'Jesus histórico' retrata Cristo mais humano,mas não ameaça fé. Disponível em http://elucubracoescristas.blogspot.com/2011/03/pesquisa-sobre-jesus-historico- retrata.html. Acesso em 02/03/2011. 27 LUZINETTO, Flávio. Reformas religiosas. 4ª. edição. São Paulo: Contexto, 1998. MAIOR, Armando Souto. História Geral: para o ensino de 2º grau e vestibulares. 23. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1981. MARQUES, Adhemar Martins; BERUTTI, Flavio costa, FARIA, Ricardo de Souza. História Moderna Através de Textos: 11 ed. Contexto: São Paul, 2005. OLIVEIRA, José Silveira de. Como surgiu o protestantismo numa visão histórica. Disponível em http://www.artigonal.com/religiao-artigos/como-surgiu-o-protestantismo- numa-visao-historica -4029285. Acesso em 12/12/2010. PROJETO Político Pedagógico - Colégio Estadual Joaquim Maria Machado de Assis. Ensino Fundamental e Médio. Santa Mariana – Paraná. (2009) RODRIGUES, Antonio Paiva. A reforma religiosa. Disponível em http://www. artigonal.com/literatura-artigo/a-reforma-religiosa-452555.html. Acesso em 06/04/2009. RODRIGUEZ, Jeyson Messias. Considerações sobre a busca pelo Jesus histórico. disponível em http://historiadocristianismosetbal.blogspot.com/2010/03/contexto-do- inicio-da-busca-pelo-jesus.html ROUSSEL B; VOUGLER, B. Reforma. In BURGUIERE, André (org.). Dicionário das ciências históricas. (trad.) Henrique mesquita. Rio de Janeiro. Imago 1993. SALVADOR, A. D. Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica: elaboração de trabalho científico. 9. ed. Porto Alegre: Sulena, 1978. STEFANO, Gilberto. Católicos e protestantes. Disponível em htt.p://solascriptura- tt.org/ IgrejasNosSeculos/CatolicosEProtestantes-GilbertoStefano.htm. Acesso em 15/02/2011. SEFFNER, Fernando Da Reforma a Contra-Reforma. São Paulo: Atual, 2008. SITES DISPONIBILIZADOS http://www.almedina.net/catalag/autores.php?autores_id=608 HTTP://200.189.89/expressomaill_2/index.php
Compartilhar