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Funções típicas do legislativo

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Funções típicas do legislativo: 
· Função legislativa: Integra todas as espécies normativas previstas no art. 59 da CF/88, à exceção das medidas provisórias e das delegadas.
· Função fiscalizadora: Atuando no campo da fiscalização das atividades dos outros Poderes, sobretudo do Executivo, seja mediante as Comissões Parlamentares de Inquérito – CPIs – seja pela fiscalização contábil, financeira, orçamentária e patrimonial prevista no arts. 70 a 75 da CF/88, auxiliando o Tribunal de Contas da União.
· Função de fiscal da constitucionalidade dos atos normativos: Desempenhada pelo Senado Federal quando suspende a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional em decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal (art. 52, X, da CF/88).
	Funções atípicas do legislativo: 
· Função administrativa: Desempenhada pelo Legislativo ao dispor acerca de sua organização, polícia, provendo cargos e serviços, concedendo férias aos seus servidores etc. (art. 51, IV e art. 52, XIII, da CF/88).
· Função de julgar: A ser exercida pelo Senado Federal, nos crimes de responsabilidade, o presidente da República e o vice-presidente da República, além dos ministros de Estado em crimes conexos, o ministro do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional do Ministério Público e do Conselho Nacional de Justiça, o advogado-geral da União e o Procurador Geral da República (art. 52, I e II, da CF/88).
	Funções típicas do executivo:
· Função de chefe de Governo: Refere-se à representação interna e à gerência dos negócios internos, tanto de natureza política (participação no processo legislativo), como de natureza predominantemente administrativa, além de desempenhar a liderança da política nacional. Nessa função, nomeia e exonera ministros; sanciona, veta promulga e faz publicar as leis; decreta estado de defesa, estado de sítio e intervenção federal, dentre outros. (A título de exemplo: art. 84, I, III, IV, V, IX, XXIII e XXIV).
· Função de chefe de Estado: Engloba o papel de representar o país nas relações internacionais, mantendo relações com Estados estrangeiros e acreditando seus diplomatas; celebrando tratados, convenções; exercendo o comando supremo das forças armadas; celebrando a paz e declarando guerra no caso de agressão estrangeira, dentre outros. (A título de exemplo: art. 84, VII, VIII, XIX, XXI e XXII da CF/88).
· Função de chefe da Administração: Corresponde à gerência dos atos internos de cunho administrativo. Exerce ainda, com o auxílio dos ministros de Estado, a direção superior da administração federal. Mediante decreto, pode dispor sobre organização e funcionamento da administração pública, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos. Nessa função, provê e extingue cargos públicos na forma da lei. (A título de exemplo: art. 84, II, VI e XXV, da CF/88).
	Funções atípicas do executivo: 
· Função legislativa: Ao editar medidas provisórias e as leis delegadas (arts. 62 e 68 da CF/88).
· Função de julgar: Quando decide contencioso administrativo.
O Poder Judiciário, ao lado do Legislativo e Executivo, compõe o clássico princípio da tripartição de Poderes
	Funções típicas do judiciário: É a judicial, caracterizada por aplicar o direito aos casos concretos, de modo imparcial, através de processo, substituindo a vontade das partes na resolução de conflitos. Nessa função, o Judiciário ainda protege os direitos fundamentais e defende a normatividade da constituição.
	Funções atípicas do judiciário:
· Função administrativa: Quando o Judiciário concede férias, licenças aos seus membros e serventuários ou ainda quando procede ao provimento de cargos dos juízes. É o denominado autogoverno dos tribunais. Nessa função, o próprio poder judiciário exerce seus órgãos diretivos. (ex.: art. 96, I, “f” e “c”, da CF/88).
· Função legislativa: Exercida pelo Judiciário, ao criar seus regimentos internos, disciplinando acerca da competência e o funcionamento de seus órgãos jurisdicionais e administrativos (ex.: art. 96, I, “a”, da CF/88).
	Autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o presidente e o vice-presidente da República e os ministros de Estado. Nesse caso, a Casa do povo faz o juízo de admissibilidade das acusações contra o presidente da República, seja em razão de crime comum ou de responsabilidade (art. 86 da CF/88).
	Proceder à tomada de contas do presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa. Este dispositivo está em conformidade ao art. 84, XXIV da CF/88 que obriga o presidente da República à prestação de contas.
	Elaborar seu regimento interno. Cada uma das Casas, dentro da estrutura de sua autonomia, poderá se auto-organizar, sem intromissão uma da outra, ou de outro âmbito de do poder.
	Dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. Essa matéria é também fruto da autonomia da Casa Legislativa.
	Eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII da CF/88.
	Processar e julgar o presidente e o vice-presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os ministros de Estado e os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles. Vale notar que os ministros de Estado e comandantes das Forças Armadas somente serão processados e julgados pelo Senado Federal caso estejam envolvidos nos mesmos atos praticados pelo presidente da República, pois, caso não haja conexão, serão julgados pelo STF, nos termos do art. 102, I, c da CF/88.
	Processar e julgar os ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o procurador-geral da República e o advogado-geral da União nos crimes de responsabilidade. Esse dispositivo foi inserido pela EC 45/2004.
	Aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de: i) magistrados, nos casos estabelecidos na Constituição; ii) ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo presidente da República; iii) governador de território; iv) presidente e diretores do Banco Central; v) procurador-geral da República; vi) titulares de outros cargos que a lei determinar. O rol não é taxativo, assim, é permitida a ampliação acerca da nomeação de outros cargos na esfera federal.
	Aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente. Nota-se que a atribuição é para nomeação de embaixadores, responsáveis pelas embaixadas. Os demais agentes diplomáticos são nomeados sem a necessidade desta formalidade.
	Autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos territórios e dos municípios. Este dispositivo contempla empréstimos, financiamentos, acordos financeiros, sem necessidade de ouvir o presidente da República.
	Fixar, por proposta do presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Dívida consolidada tem o mesmo fundamento de “dívida fundada”, isto é, o compromisso de exigibilidade que ultrapasse doze meses, em contraposição às operações de crédito por antecipação da receita, que são de curto prazo.
	Dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público Federal; dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno e estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Nesses dispositivos,o legislador conferiu ao Senado Federal a fiscalização das operações financeiras das demais unidades da federação.
	Elaborar seu regimento interno; dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. Cada uma das Casas, como já estudado, dentro da estrutura de sua autonomia, poderá se auto-organizar, sem ingerência uma da outra, ou de outra esfera do poder.
	Suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal.
	Eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII da CRFB/88.
	Aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do procurador-geral da República antes do término de seu mandato. A exoneração de ofício não demanda justificada uma vez que denota somente da confiança, diante da natureza da função de nomeação.
	Avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
	Autorizar quebra de sigilo de dados bancário, telefônico e fiscal dos indiciados. Nesse ponto, é importante o “sigilo das comunicações telefônicas” e o sigilo dos dados telefônicos. O primeiro refere-se à captação e gravação de conversas telefônicas de um indivíduo (conhecida como interceptação telefônica ou “grampo”, a qual depende de ordem judicial). Já a quebra do sigilo de dados telefônicos constitui o acesso ao histórico de chamadas, data, horário, duração, enfim, ao extrato impresso da conta telefônica de um indivíduo, o qual pode ser quebrado pela CPI.
	Requisitar aos órgãos públicos documentos e informações necessárias para a investigação.
	Ouvir testemunhas, sob pena de condução coercitiva. As testemunhas prestarão compromisso de dizer a verdade, sob pena de falso testemunho. A elas é também garantida a prerrogativa contra a autoincriminação, garantindo-se o direito ao silêncio, ou quando deva guardar sigilo em razão de função, ministério, ofício ou profissão, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho (arts. 207 do CPP e art. 388, II, do CPC/2015 — cf. HC 79.598/STF).
	Ouvir investigados ou indiciados. A CPI, contudo, deverá respeitar o direito ao silêncio do investigado ou indiciado, que poderá deixar de responder às perguntas que possam incriminá-lo (HC 80.584-PA, Rel. Min. Néri da Silveira, 08.03.2001).
	Convocação de autoridades como ministros de Estado para prestar esclarecimentos, a teor do art. 50 da CF/88.
	1) Realizar atos de natureza cautelar
Como exemplos, podem ser citados: arresto, sequestro, proibição de se ausentar da comarca ou do país, indisponibilidade de bens; ambos necessitam de ordem judicial.
	2) Determinar a interceptação telefônica
Os “grampos” apenas podem ser autorizados por ordem judicial, a teor do art. 5º, XII, da CF/88.
	3) Determinar busca e apreensão de documentos com violação domiciliar
Somente a autoridade judicial poderá determinar a violação de um domicílio (desde que durante o dia), sendo essa, outro caso de matéria sujeita à reserva do Poder Judiciário.
	4) Decretar a prisão do investigado
Salvo no caso de flagrante delito, no entanto, não tem autoridade para determinar prisão definitiva ou provisória (temporária, preventiva).
	Desaparece uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante, procurador ou mandatário (art. 22).
	Processo de decretação de ausência inicia a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público ao Juiz.
 
	Sucessão provisória
	Curador é nomeado (cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos ou, caso não haja cônjuge, pais e descendentes, nessa ordem). Não havendo nenhum desses interessados, juiz nomeia curador (arts. 24 a 25).
	Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão (art. 26).
	Sentença (só produz efeitos 180 dias depois da publicação);
Abre-se testamento (se houver), inventário e partilha de bens. (art. 28).
	1- Legitimados para a abertura da sucessão:
1.a- Cônjuge; 1.b-os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários; 1.c-os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte e credores (art. 27). Caso estes não o façam, o Ministério Público o fará (art. 28, §2º);
2- os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos (art. 30);
3- Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente (art. 30, §2º).
	Regras quanto aos bens no processo de declaração de ausência:
Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína (art. 31); 
Sucessores provisórios são os representantes para as ações (art. 32);
Frutos e rendimentos pertencem ao descendente, ascendente ou cônjuge sucessores provisórios; os outros sucessores, porém, deverão capitalizar metade desses frutos e rendimentos (art. 33).
	Quanto tempo para requerer a sucessão definitiva?
Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória (art. 37) ou provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele (art. 38).
E se, por acaso, o ausente retorna?
Se retornam o ausente ou algum de seus descendentes ou ascendentes nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva:
Terão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo (art. 39).
E se ninguém requerer a sucessão definitiva no tempo de dez anos do trânsito em julgado da sentença e o ausente não regressar?
Os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União quando situados em território federal (art. 39, parágrafo único).
	Sucessão definitiva
	O registro tem natureza constitutiva, e não meramente declaratória, e, mesmo quando estivermos considerando um empresário rural ou sociedade empresária rural, o registro manterá a natureza desta natureza, conforme preleciona o enunciado 202 do Conselho da Justiça Federal: “o registro do empresário ou sociedade rural na Junta Comercial é facultativo e de natureza constitutiva, sujeitando-o ao regime jurídico empresarial. É inaplicável esse regime ao empresário ou sociedade rural que não exercer tal opção”.
	Levando-se em conta o princípio da empresarialidade responsável, como será feita a administração da pessoa jurídica, no que tange ao quórum para tomada de decisões?
Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso (CC, art. 48).
	E se algum administrador violar a lei ou estatuto, ou a decisão estiver eivada de erro, dolo, simulação e fraude?
Nessa hipótese, o legislador conferiu ao interessado o prazo decadência de três anos para que se anulem as decisões tomadas com esses vícios (CC, art. 48, parágrafo único).
Caso a administração da pessoa jurídica venha a faltar, por qualquer motivo, para que não fique a pessoa jurídica sem este importante órgão, o juiz poderá nomear administrador provisório (CC, art. 49).

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