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Termodinâmica QUÍMICA A - QUI09677 Aula 9 José Guilherme Aquino Rodrigues Prof. Dr. Zeca 14/06/2023 1 Introdução O estudo da energia e de suas transformações é conhecido como termodinâmica (do grego: thérme-, “calor”; dy’namis, “poder”); Esse campo de estudo surgiu durante a Revolução Industrial, quando foram desenvolvidas as relações entre calor, trabalho e combustíveis em motores a vapor; Examinaremos as relações existentes entre as reações químicas e as variações de energia que envolvem calor. Essa parte da termodinâmica é chamada de termoquímica; 2 Energia é a capacidade de realizar trabalho ou transferir calor; A energia não tem massa e nem podemos segurá-la em nossas mãos, mas seus efeitos podem ser observados e medidos; 3 Energia Trabalho é a energia utilizada para fazer com que um objeto se mova contra uma força, e calor é a energia utilizada para provocar um aumento na temperatura de um objeto; 4 Energia Objetos, sejam eles bolas de beisebol ou moléculas, podem possuir energia cinética (Ec), a energia do movimento; Na Química, estamos interessados na energia cinética dos átomos e das moléculas. Embora sejam muito pequenas para serem vistas, essas partículas têm massa e estão em movimento, portanto, possuem energia cinética; Ec= 1 2 m v2 v = velocidade m = massa 5 Energia Todos os outros tipos de energia são energia potencial. Um objeto tem energia potencial em virtude da sua posição em relação a outros objetos; Energia potencial é, em essência, a energia “armazenada” que surge a partir de atrações e repulsões que um objeto sofre em relação a outros; 6 Energia As energias potencial e cinética são intercambiáveis; Uma das formas mais importantes de energia potencial na química é a energia potencial eletrostática (Eel), que decorre das interações entre partículas carregadas; Eel = k d Q1 Q2 Q1 e Q2 = cargas das partículas k = constante (8,99 × 109 J m C−2) d = distância entre os centros 7 Energia A Química busca também relacionar as variações de energia vistas no mundo macroscópico com a energia cinética ou potencial das substâncias em nível molecular; Muitas substâncias (combustíveis, por exemplo) liberam energia quando reagem, dessa forma, a energia química de um combustível resulta da energia potencial armazenada no arranjo de seus átomos; 8 Energia A unidade SI para energia é o joule (J) em homenagem a James Joule (1818-1889), um cientista britânico que estudou o trabalho e o calor: 1 J = 1 kg m2 s−2; Já variações de energia que acompanham reações químicas costumam ser expressas em calorias, uma unidade que não pertence ao SI; Uma caloria (cal) foi originalmente definida como a quantidade de energia necessária para elevar a temperatura de 1 g de água de 14,5 a 15,5 °C; 9 Energia 1 cal = 4,184 J (exatamente) 10 Energia Energia Ao analisar variações de energia, devemos nos concentrar em uma parte limitada e bem definida do universo para acompanhar as variações de energia que ocorrem;; A parte selecionada para o estudo é chamada de sistema; sendo que todo o restante ao seu redor representa a vizinhança; 11 Em uma reação química em um laboratório, os reagentes e os produtos constituem o sistema. Já o recipiente e todo o restante são considerados como sendo a vizinhança; vizinhança s is te m a 12 Energia Os sistemas podem ser abertos, fechados ou isolados. Um sistema aberto é aquele em que a matéria e a energia podem ser trocadas com a vizinhança; Sistemas fechados são aqueles que podem trocar energia, mas que não trocam matéria com a vizinhança. A energia pode ser trocada na forma de trabalho e calor; Um sistema isolado é aquele em que nem energia e nem matéria podem ser trocadas com a vizinhança; 13 Energia Energia pode entrar ou sair do sistema conforme o calor é trocado com a vizinhança ou o trabalho realizado no pistão Uma mistura de H2 e O2 em um cilindro ilustra um sistema fechado: Vizinhança (cilindro, pistão e todo o resto) Matéria não pode entrar ou sair do sistema = O2(g) = H2(g) Sistema 2H2(g) + O2(g) 2H2O(g) + energia 14 Energia Energia Variações de energia se manifestam na forma de trabalho e na forma de calor; O calor (q) é a energia transferida de um objeto mais quente para um mais frio; Definimos trabalho (w) como a energia transferida quando uma força (F) move um objeto por uma distância (d): Uma força representa todo e qualquer ato de empurrar ou puxar exercido sobre um objeto; w = F × d 15 A primeira lei da termodinâmica A primeira lei da termodinâmica resulta de uma das observações mais importantes da ciência: Mas como definir quantitativamente a energia de um sistema? Qualquer energia que é perdida por um sistema será adquirida pela vizinhança, e vice-versa; “A energia não pode ser criada nem destruída” 16 A primeira lei da termodinâmica A energia interna (U) de um sistema é a soma de todas as energias cinéticas e potenciais dos componentes do sistema; Geralmente, não sabemos o valor numérico da energia interna de um sistema. Em termodinâmica, a principal preocupação é a variação da energia (ΔU), que acompanha uma transformação no sistema: ΔU = Ufinal − Uinicial 17 A primeira lei da termodinâmica A energia interna (U) de um sistema é a soma de todas as energias cinéticas e potenciais dos componentes do sistema; Um valor positivo de ΔU (ΔU > 0) indica que o sistema ganhou energia da vizinhança. Um valor negativo de ΔU (ΔU < 0) indica que o sistema perdeu energia para a vizinhança. Ou seja, o ponto de vista é o do sistema; ΔU = Ufinal − Uinicial 18 A primeira lei da termodinâmica Em uma reação química, o estado inicial do sistema refere-se aos reagentes e o estado final, aos produtos; Em um sistema reacional em que há perda de energia para a vizinhança, a energia interna dos produtos (estado final) passa a ser menor que a dos reagentes (estado inicial), e o ∆U do processo é negativo; 19 A primeira lei da termodinâmica Em um sistema reacional em que há perda de energia para a vizinhança, a energia interna dos produtos (estado final) passa a ser menor que a dos reagentes (estado inicial), e o ∆U do processo é negativo; E n e rg ia i n te rn a ( U ) Uinicial Uinicial UfinalEstado final do sistema Estado inicial do sistema Ufinal Estado final do sistema Perda de energia para a vizinhança representa que a energia interna do sistema diminui, logo ΔU é negativo Energia adquirida pelo sistema representa que a energia interna do sistema aumenta, então ΔU é positivo 20 A primeira lei da termodinâmica É possível representar esse processo em um diagrama de energia. Por exemplo, considere uma reação entre os gases hidrogênio (H2) e oxigênio (O2): E n e rg ia i n te rn a ( U ) H2(g) ,O2(g)Estado inicial H2O(l) Estado final Uinicial é superior a Ufinal. Isso significa que a energia é liberada do sistema para a vizinhança durante a reação, e que ΔU < 0 21 A primeira lei da termodinâmica A energia interna de um sistema muda de magnitude conforme calor é adicionado ou removido do sistema, ou conforme trabalho é realizado no sistema ou pelo sistema; Quando um sistema sofre qualquer transformação física ou química, a variação que acompanha a energia interna (ΔU) representa a soma do calor adicionado ou liberado do sistema (q) e o trabalho realizado sobre ou pelo sistema (w): ΔU = q + w 22 A primeira lei da termodinâmica Quando calor é adicionado a um sistema ou trabalho é realizado no sistema, sua energia interna aumenta; ΔU > 0 Sistema Vizinhança Calor (q) > 0 Trabalho (w) > 0 23 A primeira lei da termodinâmica 24 A primeira lei da termodinâmica Quando ocorre um processo no qual o sistema absorve calor, o processo é chamado de endotérmico (endo- significa “para dentro”). Duranteum processo endotérmico, o calor flui para o sistema a partir da vizinhança; Em contrapartida, um processo no qual o sistema perde calor é chamado de exotérmico (exo- significa “para fora”). Durante um processo exotérmico, o calor sai ou flui do sistema para a vizinhança; 25 A primeira lei da termodinâmica 26 A primeira lei da termodinâmica Embora normalmente não tenhamos como saber o valor exato da energia interna de um sistema ela possui um valor fixo para determinado conjunto de condições. A energia interna é afetada por condições de temperatura e pressão; A energia interna é um exemplo de uma função de estado, propriedade de um sistema determinada pela especificação da condição do sistema, ou estado (em termos de temperatura, pressão e assim por diante); 27 A primeira lei da termodinâmica O valor de uma função de estado depende apenas do estado atual do sistema, e não do caminho que o sistema percorreu para chegar a esse estado; AquecimentoResfriamento 28 Entalpia Portanto, ao explorar certas transformações, é útil ter uma função termodinâmica que seja uma função de estado e esteja relacionada principalmente ao fluxo de calor; Sob condições de pressão (P) constante, uma quantidade termodinâmica chamada entalpia (do grego enthalpein, “aquecer”), H, representa tal função; H = U + PV 29 Entalpia Assim como a energia interna U, P e V também são funções de estado que dependem apenas do estado atual do sistema e não do caminho percorrido para se atingir tal estado; H = U + PV 30 Entalpia Quando ocorre uma transformação à pressão (P) constante, a variação de entalpia (ΔH) é dada pela relação; Mais comumente, o único tipo de trabalho produzido por transformações químicas ou físicas que ocorrem na atmosfera é o trabalho mecânico associado a uma variação de volume (ΔV); ΔH = (U + PV)Δ ΔH = ΔU + PΔV 31 Entalpia O sinal e a magnitude do trabalho envolvido na expansão ou na compressão de gases, chamado de trabalho pressão-volume (ou trabalho PV), quando a pressão é constante em um processo, são dados por: w = − P ΔV 32 Entalpia Estado inicial Gás confinado dentro do cilindro P = F A Área transversal (A = π r2) 33 Entalpia Estado final P = F A ΔhΔV = A × Δh Gás confinado dentro do cilindro Área transversal (A = π r2) Variação de volume (ΔV) O sistema realiza trabalho w = −PΔV na vizinhança conforme o gás se expande, empurrando o pistão para cima a uma altura Δh 34 Entalpia Assim: O subscrito “p” em “q” indica que o processo ocorre a uma pressão constante. Assim, a variação de entalpia é igual ao calor qp ganho ou perdido a uma pressão constante; ΔH = ΔU + PΔV ΔH = (qp + w) + (−w) = qpΔH 35 𝑾 de expansão d𝑈 = 𝑑𝑞 + 𝑑𝑊 d𝑤 = −𝐹𝑑ℎ A Energia Interna do sistema que efetua trabalho diminui O que o sinal nos indica o sinal negativo? 𝐹 𝐴 = 𝑃𝑒𝑥𝑡 𝐹 = 𝑃𝑒𝑥𝑡𝐴 𝑃𝐴ℎ = 𝑃𝑒𝑥𝑡V 𝑑𝑊 = −𝑃𝑒𝑥𝑡𝑑𝑉 𝑑𝑊 = −න 𝑣𝑖 𝑣𝑓 𝑃𝑒𝑥𝑡𝑑𝑉 36 Δ𝑈 = 𝑞 +𝑊 𝑊 de expansão livre O que acontece neste caso? Quando a expansão é realizada contra uma força nula 𝑃𝑒𝑥𝑡 = 0 𝑊 = 0 𝑊 de expansão a pressão constante O que acontece neste caso? Quando a expansão é realizada contra uma força nula 𝑃𝑒𝑥𝑡 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑊 = −𝑃𝑒𝑥𝑡න 𝑣𝑖 𝑣𝑓 𝑑𝑉 37 𝑊 = −𝑃𝑒𝑥𝑡(𝑣𝑓 − 𝑣𝑓) 𝑊 = −𝑃𝑒𝑥𝑡(𝑣𝑓 − 𝑣𝑓) 𝑊 = −𝑃𝑒𝑥𝑡∆𝑉 𝑊 de expansão reversível Transformação que pode ser revertida pela modificação infinitesimal de uma variável Transformação reversível 38 dw= −𝑃𝑒𝑥𝑡𝑑𝑉 dw= −𝑃𝑒𝑥𝑡𝑑𝑉 = −𝑝𝑑𝑉 𝑊 = −𝑝න 𝑣𝑖 𝑣𝑓 𝑑𝑉 A transformação isotérmica reversível de um gás perfeito. Esta é expansão é isotérmica graças ao contato térmico entre os sistema e suas vizinhanças P = 𝑛𝑅𝑇 𝑉 𝑊 = −𝑛𝑅𝑇න 𝑣𝑖 𝑣𝑓 1 𝑉 𝑑𝑉 Entalpia Quando ΔH é positivo (isto é, quando qp é positivo), o sistema ganha calor da vizinhança, isso significa que o processo é endotérmico. Quando ΔH é negativo, o sistema libera calor para a vizinhança, e o processo é exotérmico; (a) Reação endotérmica (b) Reação exotérmica Pressão constante mantida no sistema ΔH é a quantidade de calor que flui para dentro ou para fora do sistema sob pressão constante 39 Entalpias de reação A variação de entalpia que acompanha uma reação é chamada de entalpia de reação ou de calor de reação: O sinal negativo de ΔH indica que a reação é exotérmica; já o positivo, endotérmica; ΔH = Hprodutos − Hreagentes 40 Entalpias de reação O ΔH é apresentado no final de uma equação balanceada, que não especifica explicitamente as quantidades de substâncias químicas envolvidas; Equações químicas balanceadas que mostram a variação de entalpia associada são chamadas de equações termoquímicas; 2H2(g) + O2(g) 2H2O(g) ΔH = −483,6 kJ 41 Entalpias de reação Essa variação também pode ser representada por diagramas de energia; 2H2(g) + O2(g) 2H2O(g) E n ta lp ia 2H2(g) + O2(g) 2H2O(g) ΔH < 0 (exotérmica) 42 Entalpias de reação Algumas diretrizes são úteis quando se utilizam equações termoquímicas e diagramas de entalpia: 1. A entalpia é uma propriedade extensiva. A magnitude de ΔH é proporcional à quantidade de reagente consumido no processo; CH4(g) + 2O2(g) 2H2O(g) ΔH = −890 kJCO2(g) + Gramas de CH4 (fornecido) Mols de CH4 kJ do calor (desconhecido) Massa molar de CH4 16,0 g mol−1 ΔH = −890 kJ mol−1 43 Entalpias de reação CH4(g) + 2O2(g) 2H2O(g) ΔH = −890 kJCO2(g) + Gramas de CH4 (fornecido) Mols de CH4 kJ do calor (desconhecido) Massa molar de CH4 16,0 g mol−1 ΔH = −890 kJ mol−1 Qual quantidade de calor é liberada quando 4,50 g de gás metano(CH4) são queimados em um sistema à pressão constante? Calor = (4,50 g CH4) 1 mol de CH4 16 g de CH4 × −890 kJ 1 mol de CH4 × = −250kJ 44 Entalpias de reação CO2(g) + 2H2O(g) 2O2(g) ΔH = 890 kJCH4(g) + 2. A variação de entalpia de uma reação é igual em magnitude, mas apresenta sinal oposto ao ΔH da reação inversa; E n ta lp ia CH4(g) + 2O2(g) CO2(g) ΔH1 = −890 kJ + 2H2O(g) ΔH1 = 890 kJ 45 Entalpias de reação 3. A variação de entalpia de uma reação depende dos estados físicos de reagentes e produtos; Se o produto da combustão do metano fosse H2O gasoso em vez de líquido, o ΔH seria −802 kJ no lugar de −890 kJ; Menos calor estaria disponível para ser transferido para a vizinhança porque a entalpia de H2O(g) é maior que a de H2O(l): 2H2O(l) 2H2O(g) ΔH = +88 kJ 46 Calorimetria Geralmente, pode-se determinar a magnitude do fluxo de calor por meio da medida da magnitude da variação de temperatura que este fluxo de calor produz; A medição do fluxo de calor é denominada calorimetria; e o aparelho utilizado para medir o fluxo de calor chama-se calorímetro; 47 Calorimetria A variação de temperatura de um objeto quando ele absorve uma quantidade de calor é determinada por sua capacidade calorífica (C); Quanto maior a capacidade calorífica, maior será o calor necessário para produzir um dado aumento de temperatura; A capacidade calorífica de um mol de uma substância é chamada de capacidade calorífica molar (Cm); 48 Calorimetria A capacidade calorífica de um grama de uma substância é chamada de capacidade calorífica específica, ou apenas calor específico (Ce); Ce = q m ΔT m = gramas da substância q = quantidade de calor transferido ΔT = variação da temperatura 49 Calorimetria 1,000 g H2O(l) T = 14,5 °C 1,000 g H2O(l) T = 15,5 °C +4,184 J (1cal) de calor 50 Calorimetria Um tipo importante de reação estudada que utiliza a calorimetria é a combustão, na qual um composto reage completamente com oxigênio em excesso; Reações de combustão são estudadas com maior precisão quando se utiliza uma bomba calorimétrica; CH4(g) + 2O2(g) 2H2O(g) ΔH = −890 kJCO2(g) + 51 Calorimetria 52 Calorimetria Já que as reações em uma bomba calorimétrica ocorrem a volume constante, o calor transferido corresponde à variação de energia interna (ΔU) em vez da variação de entalpia (ΔH); No entanto, para a maioria das reações a diferença entre ΔU e ΔH é muito pequena; 53 A energia necessária para quebrar uma ligação é dada pela entalpia de ligação. São sempre valores positivos então a dissociação de uma ligação é sempre um processo endotérmico. Entalpia de ligação 54 “variação de entalpia (condições padrão) na quebra de ligação de um mol de gás” - Quebra de ligação: sempre positiva (endotérmica) A-B(g) → A(g) + B(g) Hr 0 Hr 0 > 0 (sempre) - Formação de ligação: sempre negativa (exotérmica) A(g) + B(g) → A-B(g) Hr 0 < 0 (sempre) 55 Entalpia de ligação o Estado padrão de um elemento ou composto, é definido como a forma mais estável de uma substância à pressão de 1 atm (Obs: normalmente os valores reportados são em 25oC) 1 bar 0.987 atm Variação de Entalpia Padrão de Reação (rH o) 56 Lei de Hess Como a entalpia é uma função de estado, a variação de entalpia (∆H) associada a todo e qualquer processo químico depende apenas da quantidade de matéria que passa por uma transformação, da natureza do estado inicial dos reagentes e do estado final dos produtos; A lei de Hess afirma que se uma reação é realizada em uma série de etapas, o ∆H para a reação global é igual à soma das variações de entalpia das etapas individuais; A variação de entalpia global para o processo independe do número de etapas e do caminho da reação; 57 Ex: oxidação de enxofre a trióxido de enxofre “a variação de entalpia de um processo é a soma das entalpias de suas etapas individuais” Lei de Hess 58 Entalpias de formação A variação de entalpia associada à formação de um composto a partir de seus elementos constituintes é chamada de entalpia de formação (ou calor de formação), ∆Hf; Para comparar entalpias de reações diferentes, precisamos definir um conjunto de condições (temperatura, pressão e estado físico de reagentes e produtos), chamado de estado padrão; O estado padrão de uma substância é a sua forma pura, à pressão atmosférica (1 atm) e à temperatura de interesse, que costuma ser 298 K (25 °C); 59 Entalpias de formação A variação de entalpia padrão (∆H°) de uma reação é definida como a variação de entalpia quando todos os reagentes e os produtos se encontram nos seus estados padrão; A entalpia padrão de formação (∆H°) de um composto, representa a variação de entalpia da reação que produz um mol de composto a partir de seus elementos, estando todas as substâncias em seus estados padrão. Alguns exemplos a 298 K: f 60 A entalpia padrão de formação (∆H°) de um composto, representa a variação de entalpia da reação que produz um mol de composto a partir de seus elementos, estando todas as substâncias em seus estados padrão. Alguns exemplos a 298 K: f Entalpias de formação 61 Entalpias de formação Por definição, a entalpia padrão de formação da forma mais estável de qualquer substância simples é zero, porque não há reação de formação necessária quando o elemento já está em seu estado padrão; 62 Entalpias de formação o símbolo ∑ (sigma) significa “o somatório de” e n e m são os coeficientes estequiométricos da equação química em questão; Podemos usar a lei de Hess e as tabelas que contêm valores de ∆H° para calcular a variação de entalpia padrão para toda e qualquer reação cujos valores de ∆H° de todos os reagentes e produtos sejam conhecidos; f f ΔH°r = ∑ ΔH°(produtos)fn −∑ ΔH°(reagentes)fm 63 Entalpias de formação E n ta lp ia 3C(grafite) + 4H2(g) + 5O2(g) C3H8(g)+ 5O2(g) 3CO2(g) + 4H2(g) + 2O2(g) 3CO2(g) + 4H2O(l) Produtos Reagentes Elementos ΔH° = −2220 kJr ΔH1 = +103,85 kJ ΔH2 = −1181 kJ ΔH3 = −1143 kJ Alimentos e combustíveis A maioria das reações químicas utilizadas para a produção de calor são reações de combustão; A energia liberada, quando um grama de qualquer substância é queimado, representa o poder calorífico da substância, que pode ser medido por calorimetria. É possível medir o poder calorífico dos alimentos: 65 Alimentos e combustíveis A energia liberada, quando um grama de qualquer substância é queimado, representa o poder calorífico da substância, que pode ser medido por calorimetria. É possível medir o poder calorífico dos alimentos: 66 Alimentos e combustíveis 67 Alimentos e combustíveis Na combustão completa de combustíveis, o carbono é convertido em CO2 e o hidrogênio, em H2O, e ambos os compostos apresentam elevadas entalpias negativas de formação; Consequentemente, quanto maior a percentagem de carbono e hidrogênio em um combustível, maior será seu poder calorífico; 68 Alimentos e combustíveis Consequentemente, quanto maior a percentagem de carbono e hidrogênio em um combustível, maior será seu poder calorífico; 69 Alimentos e combustíveis C6H12O6(s) 2C2H5OH(l) + 2CO2(g) ∆H = −15,8 kJ 70 Alimentos e combustíveis 2C2H5OH(l) + 3O2(g) 2CO2(g) + 3H2O(l) ∆H = −1365 kJ 71 2ª Lei da termodinâmica ¨Algumas coisas acontecem outras não...¨ Espontaneidade Espontaneidade ≠ velocidade ¨Algumas coisas acontecem mesmo que para nós pareçam que não¨ ¨O seu acontecimento não visível ou mensurável na nossa escala de tempo¨ 72 ¨Uma coisa que acontece espontaneamente está associada à dispersão de energia¨ ¨A força motriz de algo Espontâneo é a dispersão de energia¨ 73 2ª Lei da termodinâmica ¨espontâneo ou não espontâneo eis a questão¨ 74 2ª Lei da termodinâmica Conclusões ¨matéria tende em dispersar...¨ ¨Energia tende em dispersar...¨ Desordem... 75 75 2ª Lei da termodinâmica ¨para quantificar o grau de dispersão de energia e matéria temos a entropia ¨ ¨ A entropia de um sistema isolado tende a aumentar¨ - Segunda Lei Sistema isolado é o sistema que temos interesse, reator, célula biológica, organelo e a sua vizinhança. Os dois juntos formam o universo 76 2ª Lei da termodinâmica ¨Uma coisa que acontece espontaneamente está associada ao fato de ocorrer uma dispersão de energia¨ ¨A variação de entropia é definida por: ∆𝑆 = 𝑞𝑟𝑒𝑣 𝑇 ¨A variação de entropia de um sistema é igual á energia transferida para ocorrer a reversibilidade desse sistema à temperatura a que essa transferência ocorre¨ 77 2ª Lei da termodinâmica ¨A entropia é uma função de estado, neste sentido ela mede o grau de dispersão de energia ou matéria do sistema¨ 78 2ª Lei da termodinâmica O que acontece à entropia durante um aquecimento? 𝑆 = 𝐶∆𝑇 𝑇 ∆U = w+ q Quando uma substancia é aquecida a sua alteração na temperatura depende da sua capacidade calorifica (Jk-1 JC-1) ∆𝑆 = 𝑞𝑟𝑒𝑣 𝑇 𝑆 = න 𝑡𝑖 𝑡𝑓 𝐶𝑑𝑇 𝑇 𝑆 = 𝐶න 𝑡𝑖 𝑡𝑓 𝑑𝑇 𝑇 𝑆 = 𝐶 𝑙𝑛 𝑡𝑓 𝑡𝑓𝑖 𝑆 = 𝐶𝑑𝑇 𝑇 79 2ª Lei da termodinâmica q = C∆𝑇 ∆U = q O que acontece à entropia da vizinhança? Se o sistema sofre uma variação de entropia então a vizinhança do sistema irá sofrer a mesma varação de entropia mas com o sinal oposto ∆𝑆 = 𝑞𝑟𝑒𝑣 𝑇 ∆𝑆𝑣𝑖𝑧 = 𝑞𝑣𝑖𝑧,𝑟𝑒𝑣 𝑇 ∆𝐻 = 𝑞𝑝 ∆𝑆𝑣𝑖𝑧 = − ∆𝐻 𝑇 𝑞𝑟𝑒𝑣 = −𝑞𝑣𝑖𝑧,𝑟𝑒𝑣 𝑞 = −𝑞𝑣𝑖𝑧 −𝑞𝑟𝑒𝑣= 𝑞𝑣𝑖𝑧,𝑟𝑒𝑣 −𝑞 = 𝑞𝑣𝑖𝑧 1 z Sistema vizinhança 80 2ª Lei da termodinâmica 3ª Lei da termodinâmica Entropias absolutas e a terceira lei da termodinâmica? Esta lei diz-nos que as entropias de todas as substancias cristalinas a T=0 são iguais. Por conveniência e como base no facto de a entropia ser uma forma de medir a desordem definiu-se este valor com zero. A entropia de uma substancia depende igualmente da pressão. Por definição, estabeleceu-se que as entropias padrão são estimadas a 298,15 K 81 ∆𝑟𝑆 0 =𝑛𝑆𝑚 0 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 −𝑛𝑆𝑚 0 (𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠) Variação de entropia em reações químicas. 82 ∆𝑆𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = ∆𝑆𝑠𝑖𝑠 + ∆𝑆𝑣𝑖𝑧Variação de entropia O que acontece à entropia da vizinhança? Se o processo em questão for espontâneo então a variação total da entropia será sempre maior que zero 1 z Sistema vizinhança A pressão constante e a T constante ∆𝑆 = ∆𝐻 𝑇 ∆𝑆𝑣𝑖𝑧 = − ∆𝐻 𝑇 83 ∆𝑆𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = ∆𝑆𝑠𝑖𝑠 + ∆𝑆𝑣𝑖𝑧 A grande vantagem desta expressão é relacionar a variação total da entropia dos sistema e vizinhança em termos de propriedades do sistema 1 2 Sistema vizinhança A pressão constante e a T constante ∆𝑆 = ∆𝐻 𝑇 ∆𝑆𝑣𝑖𝑧 = − ∆𝐻 𝑇 ∆𝑆𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = ∆𝑆𝑠𝑖𝑠 +− ∆𝐻 𝑇 84 Variação de entropia ∆𝑆𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = ∆𝑆𝑠𝑖𝑠 +− ∆𝐻 𝑇 85 Variação de entropia Multiplicando tudo por (–T) e invertendo o sinal −𝑇∆𝑆𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = −𝑇∆𝑆𝑠𝑖𝑠 + ∆𝐻 𝑠𝑖𝑠 ∆𝐺 = ∆𝐻 − 𝑇∆𝑆 86 Energia livre de Gibbs Condições de equilíbrio e espontaneidade a T e p constantes: Processo espontâneo ∆𝑮 < 𝟎 Processo não é espontâneo ∆𝑮 > 𝟎 Sistema está em equilíbrio ∆𝑮 > = 𝟎 ∆𝐺 = ∆𝐻 − 𝑇∆𝑆 87 Equilíbrio Químico e Energia livre de Gibbs • Obrigado 88 19.2 19.24 19.42 Slide 1: Termodinâmica Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44 Slide 45 Slide 46 Slide 47 Slide 48 Slide 49 Slide 50 Slide 51 Slide 52 Slide 53 Slide 54 Slide 55 Slide 56 Slide 57 Slide 58 Slide 59 Slide 60 Slide 61 Slide 62 Slide 63 Slide 64 Slide 65 Slide 66 Slide 67 Slide 68 Slide 69 Slide 70 Slide 71 Slide 72 Slide 73 Slide 74 Slide 75 Slide 76 Slide 77 Slide 78 Slide 79 Slide 80 Slide 81 Slide 82 Slide 83 Slide 84 Slide 85 Slide 86 Slide 87 Slide 88