REVISÃO PSICANALISE I

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REVISÃO PSICANÁLISE
NEUROSE E PSICOSE
O termo NEUROSE foi criado pelo escocês William Cullen em 1769 para se referir a
doenças nervosas que geravam distúrbios na personalidade.
Outros estudiosos que trabalhavam com esse termo: o francês Philippe Pinel e Jean
Charcot.
A concepção de Freud é que a NEUROSE é um distúrbio psíquico em que a sua causa é o
RECALQUE IMPERFEITO de desejos que foram censurados. Esses desejos aprisionados
no inconsciente procuram meios de se manifestar. E esses meios acabam sendo os
sintomas neuróticos.
Isso acontece porque o EGO é incapaz de lidar com esses desejos reprimidos sem sofrer.
Então, quando fragmentos desses desejos conseguem driblar o recalque e voltar à
consciência, eles precisam ser mascarados com outra coisa: o sintoma neurótico.
#Recalque = mecanismo que remete para o inconsciente emoções, pulsões e afetos que
são considerados repugnantes para o indivíduo.
Desejos reprimidos - Freud percebeu que seus pacientes neuróticos sempre traziam a
tona a lembrança de abusos sexuais sofridos na infância. Então desenvolveu a TEORIA DA
SEDUÇÃO, em que afirmava que as raízes das neuroses se encontravam nas experiências
sexuais na infância.
Na medida que Freud evoluiu em suas pesquisas, percebeu que aquelas lembranças eram
na verdade fantasias. Seus pacientes não tinham sido abusados. Estavam trazendo
novamente à consciência os seus próprios desejos sexuais infantis que tinham sido
recalcados por medo, culpa e vergonha.
Por terem sido recalcados, esses desejos reapareciam distorcidos ao longo da terapia.
Como se fossem experiências traumáticas nas quais o paciente se percebia como vítima de
um abuso.
O termo SEXUALIDADE na psicanálise não se refere apenas ao ato sexual, mas também
ao universo dos AFETOS. Desejos sexuais incluem: prazeres genitais, desejo de ser
amado, reconhecimento e o amor fraternal.
A sexualidade infantil, por exemplo, envolve uma gama de sensações, afetos , descobertas
e fantasias. Por isso, um desejo sexual infantil reprimido não é obrigatoriamente um desejo
relacionado ao ato sexual em si, mas a um universo de anseios mais abrangentes.
A NEUROSE portanto é resultado de DESEJOS infantis que foram interditados,
esquecidos e mais tarde se manifestam através de alguns sintomas. Cada conjunto de
sintomas caracterizam um tipo diferente de neurose:
NEUROSE HISTÉRICA - inicialmente acreditava-se que apenas as mulheres poderiam ser
histéricas, pois seria uma doença do útero. Contudo, Chacot e Freud perceberam que os
sintomas da histeria aparecia tanto em mulheres quanto em homens.
Um sentimento ou desejo permanece reprimido no inconsciente mas mesmo não sendo
mais lembrado, provoca sintomas físicos como dores corporais, paralisias, cegueira e
surdez.
NEUROSE OBSESSIVA - o pensamento ou desejo recalcado permanece no inconsciente
mas a emoção atrelada a ele escapa para o consciente. Essa emoção será atrelada a
outras ideias que então se tornam obsessivas. E será repetir exaustivamente essas ideias
na tentativa vã de satisfazer o desejo original recalcado. É comum que o neurótico tenha
apego a certos rituais que ele não consegue deixar de manter.
NEUROSE FÓBICA - O desenvolvimento de medos irracionais. O desejo é transferido para
outro objeto causando embaraço ao sujeito por este saber RACIONALMENTE não haver
motivos para tal. Mas não consegue controlar as reações de medo.
NEUROSE ATUAL - relacionadas a problemas na vida sexual adulta, e não em desejos
infantis reprimidos. Tipos:
1. NEURASTEMIA - desenvolve comportamentos intolerantes a estímulos, que
normalmente deveriam ser tolerados facilmente. Cólera e indignação.
2. NEUROSE DE ANGÚSTIA - os sintomas costumam ser taquicardia, dores de cabeça,
desarranjos intestinais, sensação de opressão no peito ou pescoço e de angústia e medo.
Como se fosse morrer ou enlouquecer (O que hoje chamamos de PÂNICO).
3. HIPOCONDRIA - convicção de que uma doença grave se desenvolve em seu corpo de
forma silenciosa. Mesmo sem identificação médica. Tem certeza que está doente.
Freud reformulou as Neuroses Atuais, pois percebeu que certos casos os sintomas estavam
se relacionando a outras neuroses. A mescla de sintomas dificulta o diagnóstico.
A TEORIA DA SEXUALIDADE
As zonas erógenas
De acordo com Freud essa expressão remete incialmente à possibilidade que certas partes
do corpo têm de se tornarem a sede para excitações do tipo sexual dependendo das
vivências pelas quais o indivíduo passou.
Certas regiões do corpo já vem com essa disposição (boca, ânus, mamilos, uretro-genial,
etc), enquanto outras podem se converter em zonas erógenas (o polegar para muitos
bebês).
Fixações em zonas erógenas normalmente trazem problemas no desenvolvimento da
personalidade. Em termos históricos, Freud detalhou pela primeira vez a expressão numa
carta enviada a Fliess em 1896.
PULSÕES - são pressões ou necessidades que nos dirigem a um determinado fim. Toda
pulsão tem uma FONTE (necessidade), UMA FINALIDADE, UMA PRESSÃO
(quantidade de energia que é empregada e um OBJETO (tudo o que se faz para
satisfazer).
A Pulsão é uma necessidade psíquica e orgânica, fronteira entre o mental e o físico.
Freud organizou em 2 tipos básicos:
PULSÃO DE VIDA - toda demanda interna que nos leva a buscar prazer, criar, realizar
projetos.
PULSÃO DE MORTE - demanda que nos conduz a busca do isolamento, da
estagnação e a atos de destruição e morte.
Existem em todos nós um conflito permanente e não resolvido. E a maior parte dos nossos
pensamentos e ações é resultado de uma combinação dessas forças.