Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Texto: A prática educativa: unidades de análise ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar, Porto Alegre: Artmed, 1998 (Capítulo 1, pp. 13-25) Prof. Dr. João Mianutti, jmianutti@uems.br Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Matemática – Mestrado Profissional, UEMS. Curso de Ciências Biológicas – Licenciatura, Unidade de Dourados O desempenho profissional depende de conhecimento e experiência: “conhecimento das variáveis que intervêm na prática e a experiência para dominá-las”. Apontamentos para orientar a apresentação e discussão do texto: Como avaliar o desempenho docente, a sua prática profissional? Que critérios podem ser utilizados? O critério pode ser os resultados, as aprendizagens dos estudantes? Deve-se considerar o ponto de partida dos estudantes? ... Se aceitamos a ideia que analisar a prática, refletir sobre o trabalho realizado com os estudantes, é algo importante para aprimorar o desempenho docente, pergunta-se: isso é uma prática comum entre os professores? Se não, quais são os limites? ... Os profissionais da educação, especificamente os professores, dispõem de referenciais teóricos validados na prática, que possam fundamentar a proposição, descrição e explicação da prática educativa? Para desenvolver a docência é necessário dispor de modelos ou marcos interpretativos? Se partimos da premissa que o processo de ensino/aprendizagem é uma atividade complexa, para melhorar o desempenho profissional é imprescindível conhecimento e controle das variáveis que influenciam a prática educativa. E, destaca-se, é importante que os professores tenham referenciais teóricos para interpretar o que acontece na “aula”. Os referenciais são necessários para planejar, aplicar e a avaliar o processo educativo. As dificuldades para o uso consciente de referenciais teóricos na prática educativa pode ser associada ao modelo de formação? AS VARIÁVEIS QUE CONFIGURAM A PRÁTICA EDUCATIVA A prática tem múltiplas determinações: parâmetros institucionais, organizacionais, tradições metodológicas, formação dos professores, infraestrutura, recursos didáticos, etc. Portanto, “Entender a intervenção pedagógica exige situar-se num modelo em que a aula se configura como um microssistema definido por determinados espaços, uma organização social, certas relações interativas, uma forma de distribuir o tempo, um determinado uso de recursos didáticos, etc., onde os processos educativos se explicam como elementos estreitamente integrados nesse sistema.” (p.16-7) Numa perspectiva dinâmica, a intervenção pedagógica tem um antes (planejamento) e um depois (avaliação), sendo elementos essenciais de toda prática educacional. PLANEJAMENTO APLICAÇÃO AVALIAÇÃO Atividade ou tarefa: uma das unidades mais elementares que constituem os processos de ensino/aprendizagem Exemplos: uma exposição, um debate, uma leitura, uma pesquisa bibliográfica, uma observação, uma aplicação, um exercício, etc. As atividades ou tarefas são unidades básicas do processo ensino / aprendizagem (pode-se identificar, nas tarefas e atividades, as diversas variáveis que configuram a prática educativa), mas quando consideramos que as atividades são organizadas em sequências, em função dos objetivos educacionais pretendidos, emerge uma nova unidade análise: as sequências de atividade ou sequências didáticas. AS SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS A forma de configurar as sequências de atividades determina as características distintivas da prática educativa. Por exemplo, no “modelo tradicional de aula magistral”, é comum a sequência: exposição, estudos sobre apontamentos ou manual, prova, qualificação. Sequência didáticas “são um conjunto de atividades ordenadas, estruturadas e articuladas para realização de certos objetivos educacionais [...]” No texto, não há distinção no uso dos seguintes termos: Unidade Didática, Unidade de Programação e Unidade de Intervenção Pedagógica. É importante ressaltar que numa unidade intervenção pedagógica pode-se identificar e analisar as variáveis metodológicas separadamente, mas é imprescindível que a avaliação considere o sistema como um todo. Unidades Didáticas (UD) ou Unidades de Intervenção Pedagógica (UIP) – unidades preferenciais de análise da prática educativa. AS VARIÁVEIS METODOLÓGICAS DA INTERVENÇÃO NA AULA As sequências de atividades de ensino/aprendizagem ou sequências didáticas – maneira de encadear e articular as diferentes atividades em UD, tendo como referência determinados objetivos educativos. O papel dos professores e dos alunos – as relações que se produzem entre professor e alunos, entre alunos e alunos, implica o grau de comunicação e os vínculos afetivos que se estabelecem. Organização social da aula – a forma de estruturar os alunos e a dinâmica grupal para realização de trabalho coletivo A utilização dos espaços e do tempo A maneira de organizar os conteúdos A existência, as características e o uso de materiais curriculares e outros recursos didáticos O sentido e o papel da avaliação, tanto no que diz respeito ao controle dos resultados de aprendizagem dos estudantes quanto ao processo ensino /aprendizagem. OS REFERENCIAIS PARA ANÁLISE DA PRÁTICA Para escolha de referenciais teóricos, recomenda-se considerar a função social do ensino e o conhecimento de como se aprende. Em linhas gerais, tem-se as seguintes fontes: sociológica ou sócio-antropológica, epistemológica, psicológica e didática. Sociológica Psicológica Epistemológica Didática Estas fontes não estão num mesmo plano Para que educar? Para que ensinar? A função do saber, dos conhecimentos... Como se dá a aprendizagem ... Como ensinar ... É importante destacar que há no contexto educacional “[...] uma série de condicionantes que impedem, dificultam ou delimitam o desenvolvimento ideal segundo o modelo teórico. Os espaços e a estrutura da escola, as características dos alunos e a sua proporção por aula, as pressões sociais, os recursos disponíveis, a trajetória profissional dos professores, as ajudas externas, etc., são condicionantes que incidem na aula de tal maneira que dificultam, quando não impossibilitam, a realização dos objetivos estabelecidos no modelo teórico. (ZABALA, 1998, p. 22) Na sua trajetória, como aluno e futuro licenciado, você se deparou com situações colocadas neste excerto? Os estudos sobre a organização do trabalho didático apresenta novos elementos para análise dessa situação?
Compartilhar