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63 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 CONTABILIDADE GERAL E DE CUSTO Unidade II 3 CONTABILIDADE Segundo Marion (2003), “contabilidade é a ciência que estuda, registra, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades com fins lucrativos ou não.” A contabilidade tem como finalidade assegurar o controle do patrimônio administrado e fornecer informações sobre a composição e as variações patrimoniais, bem como o resultado das atividades econômicas desenvolvidas pela entidade para alcançar seus fins, que podem ser lucrativos ou meramente ideais. O patrimônio das entidades é autônomo em relação aos demais patrimônios, podendo a entidade dispor dele livremente dentro do ordenamento jurídico e racionalidade econômica e administrativa. Existem outras ciências que têm como seu objeto o patrimônio, porém a contabilidade se interessa sob o aspecto qualitativo e quantitativo. Qualitativamente, o patrimônio é analisado pela natureza de seus elementos, como caixa, valores a receber e a pagar expressos monetariamente (moeda), máquinas, estoques de materiais ou mercadorias, participações societárias etc. No entanto, interessa à Contabilidade a particularização e a individualização de cada componente, devendo-se decompor os termos coletivos, como máquinas, por exemplo, pois é objeto da Contabilidade o acompanhamento individual de cada um dos componentes de elementos coletivos. Assim, dentro do elemento máquinas podemos ter a máquina X, e esta terá um acompanhamento de sua evolução contábil, enquanto fizer parte do patrimônio da Entidade com valor econômico, mesmo que venha a ser, contabilmente, depreciada integralmente. Já o aspecto quantitativo refere-se à expressão dos componentes patrimoniais em termos de valores econômicos ou monetários. Observação Um determinado bem pode não representar valor econômico para uma determinada entidade e ser extremamente útil à outra. 64 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 Unidade II Objetivo (Meio) Controlar o patrimônio Objetivo (Matéria) Contalbilidade Ciência Patrimônio Finalidade (Fim) Fornecer informações Figura 5 – Objetivo da contabilidade Conforme a figura, o objetivo da contabilidade é controlar o patrimônio da organização e sua finalidade é fornecer informações aos interessados por zelar o patrimônio da empresa. De maneira geral, o que interessa às entidades é o aspecto valorativo ou monetário de modo que os bens possam servir de meio à consecução dos objetivos sociais, quer diretamente, quer por meio de investimentos, quando então produzirão resultados acessórios. Dessa forma, se a entidade trocar mercadorias por dinheiro, houve apenas uma variação qualitativa no patrimônio, mas se dessa troca resultar uma diferença (lucro ou prejuízo), a variação terá sido qualitativa e quantitativa. Ressalta-se que tanto as variações qualitativas quanto as quantitativas devem ser registradas pela contabilidade. 3.1 História da contabilidade A história da contabilidade é tão antiga quanto a própria história da civilização. Sua origem está ligada à necessidade de registros do comércio. Há indícios de que as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios, onde a prática do comércio não era exclusiva deles, sendo exercida nas principais cidades da Antiguidade. O desenvolvimento do papiro (papel) e do cálamo (pena de escrever) no Egito Antigo facilitou extraordinariamente o registro de informações sobre negócios. No período medieval, diversas inovações na contabilidade foram introduzidas por governos locais e pela igreja, mas é somente na Itália que surge o termo Contabilitá. Podemos resumir a evolução da ciência contábil da seguinte forma: Quadro 16 – Evolução da contabilidade Contabilidade do Mundo Antigo Período que se inicia com as primeiras civilizações e vai até 1202 da Era Cristã, quando apareceu o Liber Abaci, de autoria de Leonardo Fibonaci, o Pisano. Contabilidade do Mundo Medieval Período que vai de 1202 da Era Cristã até 1494, quando apareceu o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas), de Frei Luca Paciolo, publicado em 1494, obra que contribuiu para inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano. Contabilidade do Mundo Moderno Período que vai de 1494 até 1840, com o aparecimento da obra La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche, da autoria de Francesco Villa, premiada pelo governo da Áustria. Obra marcante na história da contabilidade. 65 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 CONTABILIDADE GERAL E DE CUSTO Período Moderno O período moderno foi a fase da pré-ciência. A introdução da técnica contábil nos negócios privados foi uma contribuição de comerciantes italianos do séc. XIII. O aparecimento da obra de Frei Luca Pacioli, contemporâneo de Leonardo da Vinci, que viveu na Toscana, no século XV, marca o início da fase moderna da contabilidade. Período Cientifico O Período Científico apresenta, nos seus primórdios, dois grandes autores consagrados: Francesco Villa, escritor milanês e contabilista. Nessa época, na Itália, a contabilidade já chegara à universidade. Ela começou a ser lecionada com a aula de comércio da corte, em 1809. A obra de Francesco Villa foi escrita para participar de um concurso sobre contabilidade promovido pelo governo da Áustria, que reconquistara a Lombarda, terra natal do autor. A partir de 1920, aproximadamente, inicia-se a fase de predominância norte-americana dentro da contabilidade. Escola Norte Americana O surgimento do American Institut of Certield Public Accountants foi de extrema importância no desenvolvimento da Contabilidade e dos princípios contábeis; várias associações empreenderam muitos esforços e grandes somas em pesquisas nos Estados Unidos. Nos inícios do século atual, com o surgimento das gigantescas corporações, aliado ao formidável desenvolvimento do mercado de capitais e ao extraordinário ritmo de desenvolvimento que os Estados Unidos da América experimentaram e ainda experimentam, constitui um campo fértil para o avanço das teorias e práticas contábeis. Adaptado de: Neves e Viceconti (2003). Observação Frei Luca Pacioli foi matemático, teólogo, contabilista entre outras profissões. Como já mencionado, escreveu Tratactus de Computis et Scripturis, publicado em 1494, enfatizando que a teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos. O método das Partidas Dobradas já era utilizado na Itália, principalmente na Toscana, desde o Século XIV. Sua obra marca o início da fase moderna da Contabilidade, pois não só sistematizou a contabilidade, como também abriu precedente para que novas obras pudessem ser escritas sobre o assunto. É compreensível que a formalização da contabilidade tenha ocorrido na Itália, afinal, neste período instaurou-se a mercantilização, sendo as cidades italianas os principais interpostos do comércio mundial. Foi a Itália o primeiro país a fazer restrições à prática da contabilidade por um indivíduo qualquer. 3.2 Técnicas contábeis Para atingir sua finalidade, a contabilidade se utiliza das seguintes técnicas: Escrituração É o registro de todos os fatos que ocorrem no patrimônio. O profissional de contabilidade está diretamente ligado com todos os atos jurídicos ocorridos nas organizações, bem como suas consequências. Isso exige conhecimento de vários aspectos do direito. 66 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 Unidade II Demonstraçõesfinanceiras As informações contábeis são organizadas utilizando-se demonstrativos, que permitem, por meio de suas análises, avaliar a situação econômica e financeira das entidades. As demonstrações contábeis são sistemas de informações integradas referentes a um período em determinada gestão administrativa. Análise das demonstrações financeiras Seu objetivo é o conhecimento da situação econômico-financeira das organizações por meio da decomposição dos elementos patrimoniais e do estabelecimento das relações entre eles, gerando indicadores que reflitam a “saúde financeira” da instituição. Auditoria É a técnica contábil que consiste no conjunto de procedimentos técnicos que têm como objetivo avaliar se as demonstrações contábeis de uma entidade econômico-administrativa retratam sua real situação patrimonial, e se estas demonstrações foram elaboradas conforme os Princípios de Contabilidade e de acordo com determinações legais. Observação Direito é o ramo das ciências sociais aplicadas que estuda as normas coercitivas que regulamentam as relações sociais. Os usuários da contabilidade são os agentes que necessitam de informações a respeito da empresa e tanto podem ser internos como externos e, ainda, com interesses diversificados. Os usuários internos incluem os níveis, que usualmente se valem de informações mais aprofundadas e específicas acerca da instituição. Já os usuários externos concentram suas atenções, de forma geral, em aspectos mais genéricos expressos nas demonstrações contábeis. A seguir, vêm elencados os principais usuários da contabilidade: Quadro 17 – Usuários da contabilidade Principais usuários da contabilidade Sócios Institutos de Pesquisa Acionistas Sindicatos Clientes Proprietários 67 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 CONTABILIDADE GERAL E DE CUSTO Fisco Associações Instituições Financeiras Executivos Empregados Diretores Fornecedores Órgãos Governamentais Fonte: Neves e Viceconti (2003, p. 15). 3.3 Princípios de Contabilidade Visando à uniformização de procedimentos no desenvolvimento de suas atividades profissionais, os contabilistas observam regras, critérios e normas de procedimentos que constituem as diretrizes básicas do processo contábil. Os Princípios de Contabilidade valem para todos os patrimônios, independentemente das entidades a que pertencem, das finalidades para as quais são usados, da forma jurídica com a qual estão revestidos, sua localização, expressividade e quaisquer outros qualificativos, desde que gozem da condição de autonomia em relação aos demais patrimônios existentes. Em termos de conteúdo, os princípios dizem respeito à caracterização da entidade e o patrimônio, à avaliação dos componentes deste e ao reconhecimento das mutações e dos seus efeitos diante do patrimônio líquido. Como os princípios alcançam o patrimônio na sua globalidade, sua observância nos procedimentos aplicados resultará automaticamente em informações de utilidade para decisões sobre os objetivos pragmáticos da contabilidade, características da palavra “informação” A Resolução nº 750 do Conselho Federal de Contabilidade, de 29 de dezembro de 1993, estabeleceu a obrigatoriedade no exercício da profissão contábil da observância dos Princípios de Contabilidade (PC). Esses PCs representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominantemente no universo científico profissional de nosso País. Assim, de acordo com a Resolução nº 750 do CFC, os Princípios de Contabilidade são os seguintes: 1. Da Entidade 4. Do Registro pelo valor original 2. Da Continuidade 5. Da Competência 3. Da Oportunidade 6. Da Prudência Figura 6 - Os 6 princípios da Contabilidade Princípio da Entidade: reconhece o patrimônio da organização como objeto da contabilidade, afirmando a autonomia patrimonial, bem como a necessidade de diferenciar o patrimônio da pessoa física do patrimônio da pessoa jurídica, sem considerar se a finalidade é ou não a obtenção de lucro. Assim, o patrimônio de uma pessoa física não pode ser confundido nem misturado com o patrimônio da pessoa jurídica em que fizer parte. Na prática, como exemplo: despesas particulares de pessoas físicas 68 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 Unidade II (administradores, funcionários e terceiros) não devem ser consideradas como despesas da empresa; bens particulares de administradores não devem ser confundidos ou registrados na empresa. Art. 4º – O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. Parágrafo único. O Patrimônio pertence à Entidade, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova Entidade, mas numa unidade de natureza econômico- contábil (CFC, 1993, p. 2-3). Princípio da Continuidade: diz que a continuidade ou não de uma organização, assim como a sua vida estabelecida ou provável, são consideradas quando da classificação e avaliação das variações patrimoniais. Essa continuidade influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor e o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da sociedade tem prazo determinado, previsto ou previsível. Art. 5º – O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância (CFC, 1993, p. 3). Princípio da Oportunidade: refere-se ao momento em que devem ser registradas as variações patrimoniais. Devem ser feitas imediatamente e de forma integral, independentemente das causas que as originaram, contemplando os aspectos físicos e monetários. Quando se tratar de um fato futuro, o registro deverá ser feito, desde que tecnicamente estimável, mesmo existindo razoável certeza de sua ocorrência. São os casos de provisões para férias, para contingências etc. Art. 6º – O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação (CFC, 1993, p. 4). Princípio do Registro pelo Valor Original (ou Custo Como Base de Valor): as variações do patrimônio devem ser registradas pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos em valor presente e na moeda do País. Esses valores serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, quando configurarem agregações ou decomposições no interior da empresa. 69 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 CONTABILIDADE GERAL E DE CUSTO Art. 7º – O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. §1º – As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentesformas: I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; e II – Variação do custo histórico. Uma vez integrados ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores: a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis; b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade; c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade; d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e 70 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 Unidade II e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. §2º – São resultantes da adoção da atualização monetária: I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do Patrimônio Líquido; e III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período (CFC, 1993, p. 5-6). Princípio da Competência: estabelece que as receitas e as despesas precisam ser incluídas na apuração do resultado do período em que foram geradas, sempre simultaneamente quando se correlacionarem (Princípio da Confrontação das Despesas com as Receitas). Não importa se tratar de recebimento ou pagamento. Prevalece sempre o período em que os fatos ocorreram. As receitas são consideradas realizadas (ocorridas): • Nas vendas de bens ou serviços a terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem o compromisso firme de efetivá-lo, seja pela investidura na propriedade do bem vendido, que pelo usufruto do serviço prestado. • Quando, por qualquer que seja o motivo, ocorrer o desaparecimento parcial ou total de um passivo. • Independente da intervenção de terceiros, quando ocorrer a geração natural de novos ativos. As Despesas são consideradas incorridas: • Quando, por transferência de sua propriedade para terceiro, deixar de existir o correspondente valor ativo. • Pela diminuição ou extinção do valor econômico do ativo. • Pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo. Art. 9º – O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. 71 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 CONTABILIDADE GERAL E DE CUSTO Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas (CFC, 1993, p. 8). Princípio da Prudência: determina o emprego do menor valor para os componentes do ativo e do maior valor para os componentes do passivo, sempre que se apresentarem alternativas igualmente válidas para a quantificação das variações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido (PL). Impõe a escolha da hipótese de que resulte menor PL, sempre que se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais PFCs. Baseia-se na premissa de “nunca antecipar lucros e sempre prever possíveis prejuízos”. Art. 10º – O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor para os componentes do Ativo e do maior para os do Passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais (CFC, 1993, p. 8). Dentro da ampla margem de liberdade que os princípios permitem ao contador, no registro das operações, as convenções vêm restringir, limitar ou mesmo modificar parcialmente os conteúdos dos princípios, definindo mais precisamente seu significado. 3.4 Convenções contábeis As convenções contábeis foram criadas a partir da grande margem de liberdade que os Princípios Contábeis permitem ao contador no registro das operações (escrituração dos fatos contábeis). Elas são mais objetivas e indicam a conduta adequada que deve ser observada no exercício profissional da contabilidade. São elas: 1. A convenção da consistência 3. A convenção do conservadorismo 2. A convenção da materialidade 4. A convenção da objetividade Figura 7 – Convenções contábeis 72 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 Unidade II A Convenção da Consistência Assim, a Convenção da Consistência nos diz que, uma vez adotado determinado processo, dentre os vários possíveis que podem atender a um mesmo princípio geral, ele não deverá ser mudado com demasiada frequência, pois assim estaria sendo prejudicada a comparabilidade dos relatórios contábeis. Se, por exemplo, for adotado o método PEPS para avaliação de estoques, em lugar do UEPS (ambos atendem ao mesmo princípio geral, isto é, “Custo Como Base de Valor”), deverá ser usado sempre o mesmo método nos outros períodos. E se houver a necessidade inadiável de se adotar outro critério, esta adoção e seus efeitos no resultado devem ser declarados como nota de rodapé dos relatórios, de maneira a cientificar o leitor. Aceitamos como perfeitamente válida esta convenção, pois sua finalidade é reduzir a área de inconsistência entre relatórios de uma mesma empresa, contribuindo, de certa forma, para um progresso mais rápido rumo à padronizaçãoe unificação contábeis, dentro do mesmo setor de atividade. A Convenção do Conservadorismo Esta convenção consiste em que, por motivos de precaução, sempre que o contador se defrontar com alternativas igualmente válidas de atribuir valores diferentes a um elemento do ativo (ou do passivo), deverá optar pelo mais baixo para o ativo e pelo mais alto para o passivo. Se, por exemplo, o valor de mercado do inventário final de mercadorias for inferior ao valor de custo, deverá ser escolhido o valor de mercado, por ser o mais baixo. Esta é uma convenção que modifica o princípio geral do Custo Como Base de Valor (adotada também pela nossa atual lei das S/A). A regra “Custo ou Mercado, o mais baixo” está intimamente ligada ao conservadorismo. Em outras palavras, o custo é a base de valor para a contabilidade, mas, se o valor de mercado for inferior ao de custo, adotaremos o valor de mercado. Embora certa dose de conservadorismo, no bom sentido do termo, não seja de todo desprezível, a adoção irrestrita dessa convenção em todas as situações pode torna-se um meio seguro de impedir o progresso da teoria contábil, criando problemas para as empresas, pois, ao se reverterem as causas que deram origem à aplicação do conservadorismo sem abandonar a convenção, perde-se o controle de seus impactos nos resultados. A Convenção da Materialidade Esta Convenção reza que, a fim de evitar desperdício de tempo e de dinheiro, deve-se registrar na Contabilidade apenas os eventos dignos de atenção e na ocasião oportuna. Por exemplo: sempre que os empregados do escritório utilizam papéis e impressões da firma, registra-se uma diminuição do ativo da empresa, diminuição esta que poderia, teoricamente, ser lançada nos registros contábeis à medida de sua ocorrência. Entretanto, isso não é feito pela irrelevância da operação, e a despesa só é apurada no fim do período por diferença de estoques. 73 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 CONTABILIDADE GERAL E DE CUSTO O julgamento quanto à materialidade também se relaciona com qual informação devemos evidenciar, cuja exclusão dos relatórios publicados poderia levar o leitor a conclusões inadequadas sobre resultados e as tendências da empresa. Normalmente, materialidade e relevância andam juntas. Entretanto, algo pode ser imaterial, mas, ainda assim, relevante. Por exemplo: se todo mês descobrimos uma diferença de cerca de $1,00 no Balancete de Verificação do Livro Razão, o fato em si pode ser imaterial, mas, pela repetição pode ser relevante no sentido de apontar eventuais problemas no sistema contábil. O fato de a diferença ter sido pequena pode dever-se ao caso. A Convenção da Objetividade Esta convenção pode ser explicada da melhor forma possível através do exemplo que, a seguir, será relatado. Suponha-se que o contador, para a avaliação de certo bem, dispusesse de duas fontes, a saber: a fatura relativa à compra do bem e o laudo do maior especialista mundial em avaliação. Deverá escolher, como o valor de registro, o indicado na fatura. Entre um critério subjetivo de valor, mesmo ponderável, e outro objetivo, o contador deverá optar pela hipótese mais objetiva. A finalidade desta convenção é eliminar ou restringir áreas de excessivo liberalismo na escolha de critérios, principalmente de valor. Em tese, é uma convenção que contém seus méritos. Entretanto, seria necessário definir de forma mais precisa o que vem ser objetividade. 3.5 Regimes contábeis São normas que orientam o controle e o registro dos fatos patrimoniais. São elas: • Regime de Caixa: considera no registro contábil do pagamento ou recebimento no momento de sua efetivação, não importando a que período se refere o fato. • Regime de Competência: determina que as receitas e as despesas serão incluídas na apuração do resultado do período em que elas ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, não importando se é recebimento ou pagamento. Quadro 18 – Sinótico do Regime de Competência Ocorrência À Vista A Prazo Demonstrações Despesa Atual Despesas A Caixa DespesasA Despesa a Pagar Resultado do Exercício Receita Atual Caixa A Receita Receitas a Recebera Receitas Resultado do Exercício Despesa Futura Despesas AntecipadasA Caixa Despesa Antecipada a Despesa a Pagar Balanço Patrimonial Receita Futura Caixa A Receita Antecipada Valores a Receber a Receita Antecipada Balanço Patrimonial • Regime Misto: consiste no registro das despesas quando incorridas, independentemente de estarem pagas ou não, e o registro das receitas somente quando efetivamente recebidas. 74 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 Unidade II 3.6 Livros de escrituração Na escrituração dos livros contábeis algumas formalidades devem ser observadas, estas formalidades se subdividem em dois tipos: Formalidades Extrínsecas: são as formalidades relacionadas à apresentação ou aparência dos livros. Esta formalidade exige, por exemplo, que os livros sejam encadernados, que tenham suas folhas numeradas tipograficamente, possuam termo de abertura e de encerramento, em que conste, entre outras informações, a assinatura do responsável, a identificação da empresa e do livro, espécie de livro, número de páginas e número de ordem etc. Formalidades intrínsecas: são as formalidades relacionadas à escrituração propriamente dita. Segundo as formalidades intrínsecas, os livros de escrituração devem obedecer a um método de escrituração mercantil uniforme, em língua e moeda nacionais, com individualização e clareza, ser escriturado em rigorosa ordem cronológica, não conter rasuras, emendas, entrelinhas, borrões ou raspaduras, espaços em branco, observações ou escritas à margem. 3.6.1 Livros contábeis Livro Razão Registra todos os fatos, mas dando ênfase às contas que compõem o patrimônio. É esse livro que permite conhecer a movimentação de débito e crédito de cada elemento que compõe o patrimônio da empresa. A sua escrituração deve ser individualizada e obedecer à ordem cronológica das operações, sendo dispensável o registro ou autenticação do livro ou fichas, e o seu preenchimento deve obedecer ao método das Partidas Dobradas. O lançamento no Livro Razão é muito importante para as empresas, pois, com a totalização individual das contas, possibilita saber a qualquer momento, o saldo de cada uma delas. Com esses dados fornecidos por meio da escrituração do Livro Razão, temos o controle do patrimônio e essas informações trazem resultados positivos para melhor administrar as organizações empresariais. Livro Diário O Livro Diário registra todos os fatos que afetam o patrimônio, em ordem cronológica de dia, mês e ano, podendo contar com livros auxiliares para registrar operações específicas ou a movimentação de determinadas contas. Ao contrário do Razão, deve ser autenticado e é de uso obrigatório. O Livro Diário deverá conter o termo de abertura e encerramento, a ser submetido ao órgão competente do Registro do Comércio dentro do prazo previsto na legislação, sob pena de multa prevista no Imposto de Renda. 75 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 CONTABILIDADE GERAL E DE CUSTO Livros auxiliares Algumas entidades empresariais adotam outros livros, que são considerados extras contábeis, que são conhecidos como fiscais sociais e administrativos. Livros Sociais, exigidos para as sociedades que se enquadram na Lei nº 6.404/76, são: • Registro de Atas de Assembleias Gerais. • Registro de Presença de Acionistas. • Registro de Atas de Reuniões da Diretoria. • Registro das Ações Normativas. • Registro de Transferência das Ações Normativas. • Registro de PartesBeneficiárias. • Registro de Debêntures etc. Livros Fiscais, exigidos pela legislação fiscal, são: • Inventário. • Apuração de Lucro Real. • Razão Auxiliar. • Registro de Entrada de Mercadorias. • Registro de Saída de Mercadorias. • Registro de Controle de Produção e Estoque. • Registro de Impressão de Documentos Fiscais. • Registro de Apuração de ICMS. • Registro de Apuração de IPI. • Registro de Apuração de ISS etc. 76 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 Unidade II 3.7 Variações patrimoniais São todas as alterações sofridas pelo patrimônio na sua composição qualitativa e/ou quantitativa, em virtude de atos praticados pela administração ou fatos vinculados às atividades da entidade ou resultantes de fatos totalmente imprevistos ou fortuitos. 3.8 Atos e fatos contábeis O Ato Administrativo é uma ação praticada pela administração que não provoca (podendo vir a provocar) alteração qualitativa e/ou quantitativa no patrimônio da entidade, portanto, não interessa à contabilidade. Exemplo: avalizar uma compra. O ato administrativo não altera o patrimônio. Já o Fato Administrativo é uma ação praticada pela administração que provoca alteração qualitativa e/ou quantitativa no patrimônio da entidade, portanto, interessa à contabilidade. Exemplo: pagar o aval de uma compra. O fato administrativo é um fato contábil, pois altera o patrimônio. Fatos contábeis são as ocorrências havidas no patrimônio, trazendo-lhe variações qualitativas e/ou quantitativas. Quase sempre (e não obrigatoriamente) provêm de uma ação da gestão. Observação Todo fato administrativo é um fato contábil. Nem todo fato contábil é um fato administrativo. Os fatos contábeis podem ser classificados da seguinte forma (ACE AUDITORIA, 2011): • Fato contábil permutativo (ou compensativo): os que não provocam alterações no valor do Patrimônio Líquido (PL) ou na Situação Líquida (SL), mas podem modificar a composição dos demais elementos patrimoniais, determinando uma variação específica do patrimônio (variação patrimonial qualitativa). • Fato contábil modificativo: os que provocam alterações no valor do Patrimônio Líquido (PL) ou Situação Líquida (SL), determinando uma variação quantitativa do patrimônio (variação patrimonial quantitativa). • Fato contábil misto (ou composto): os que combinam fatos permutativos com fatos modificativos, determinando variação qualitativa e quantitativa do patrimônio, ou VARIAÇÃO PATRIMONIAL MISTA. 77 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 CONTABILIDADE GERAL E DE CUSTO 4 BALANÇO PATRIMONIAL (BP) O balanço patrimonial é a demonstração que mostra todos os bens, direitos e obrigações da empresa em determinada data. Mostra apenas os fatos registráveis, conforme os princípios contábeis, ou seja, os fatos objetivamente mensuráveis em dinheiro (MATARAZZO, 1993). O balanço reflete a situação financeira/econômica em determinado período, normalmente no fim do ano, de uma empresa. E abarca o resultado obtido na demonstração do resultado (MARION, 2003; IUDÍCIBUS; MARION, 2004). Pode-se definir o balanço patrimonial como uma fotografia da empresa tirada numa certa data em que aparecem os valores: • de todos os bens e direitos (Ativo); • de todas as dívidas e compromissos a pagar (Passivo); • do total de recursos pertencentes aos proprietários (Patrimônio Líquido). O patrimônio é dividido em três partes, conforme demonstra o a seguir: Quadro 19 – Representação do Balanço Patrimonial Patrimônio 1a Parte Ativo (A) + 2a Parte Passivo (B) (-) Bens Exigível – Obrigações (PE) Direitos 3a Parte PL/SL TOTAL TOTAL Na primeira parte, encontra-se o Ativo (A), que é a parte positiva, composta de bens e direitos. Na segunda, o Passivo Exigível (PE), que é a parte negativa, composta das obrigações com terceiros. Por fim, na terceira parte, encontra-se o Patrimônio Líquido (PL) ou a Situação Líquida (SL), que é a parte diferencial entre o ativo e o passivo exigível. O patrimônio líquido representa as obrigações da entidade para com os sócios ou acionistas (proprietários) e indica a diferença entre o valor dos bens e direitos (ativo) e o valor das obrigações com terceiros (passivo exigível). Essa parte diferencial (PL/SL) é que vai medir ou avaliar a situação ou condição da organização, sendo, portanto, considerado como Passivo Não Exigível. O Balanço Patrimonial constitui a representação gráfica da situação patrimonial de uma empresa em determinado momento. Representa, portanto, uma situação estática, e não dinâmica. 78 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 Unidade II É a demonstração que tem por objetivo expressar os elementos financeiros e patrimoniais de uma empresa, por meio da apresentação ordenada de suas aplicações de recursos (Ativo) e das origens desses recursos (Passivo Exigível). Equação Fundamental do Patrimônio: PL/SL = A - PE Em que, PL = Patrimônio Líquido. SL = Situação Líquida. A = Ativo. PE = Passivo Exigível. O Patrimônio Líquido, portanto, é a medida exata da riqueza patrimonial à disposição dos seus acionistas ou quotistas. As três situações possíveis de existência de Patrimônio Líquido podem ser representadas pelas seguintes equações: Quadro 20 – Equação de representação de situações patrimoniais Bens + Direitos > Obrigações Exigíveis = Patrimônio Líquido Positivo Bens + Direitos = Obrigações Exigíveis = Patrimônio Líquido Neutro Bens + Direitos < Obrigações Exigíveis = Patrimônio Líquido Negativo ou Passivo a Descoberto 4.1 Situações ou estados patrimoniais Situação Líquida ou Estados Patrimoniais correspondem às várias situações em que podem se apresentar o balanço patrimonial da organização e que servirão de elementos para analisar a tomada de decisão. Quadro 21 – Situações ou Estados Patrimoniais Situação favorável Ocorre quando A > PE, determinando PL > 0. Assim, A = PE + PL. Situação plena ou propriedade total dos ativos Ocorre quando A > PE e PE = 0, determinando PL > 0. Assim, A = PL. 79 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 CONTABILIDADE GERAL E DE CUSTO Situação nula ou de equilíbrio aparente Ocorre quando A = PE, determinando PL = 0. Assim, A = PE. Inexistência de ativos Ocorre quando PE > A e A = 0, determinando PL < 0. Assim, PE = (PL). Situação desfavorável Ocorre quando A < PE, determinando PL < 0. Tabela 4 – Situação Líquida Positiva BALANÇO PATRIMONIAL Ativo (A) Passivo (P) Bens e Direitos 150,00 Obrigações Exigíveis 100,00 Patrimônio Líquido (PL) 50,00 Total do Ativo 150,00 Total do Passivo 150,00 Tabela 5 – Situação Líquida Negativa (Passivo a Descoberto): BALANÇO PATRIMONIAL Ativo (A) Passivo (P) Bens e Direitos 100,00 Obrigações 150,00 Patrimônio Líquido (PL) (50,00) Total do Ativo 100,00 Total do Passivo 100,00 Tabela 6 – Situação Líquida Neutra ou Nula BALANÇO PATRIMONIAL Ativo (A) Passivo (P) Bens e Direitos 150,00 Obrigações 150,00 Patrimônio Líquido (PL) 0,00 Total do Ativo 150,00 Total do Passivo 150,00 Por convenção, o balanço patrimonial é constituído de duas colunas: • Coluna do lado esquerdo: é denominada Ativo (A) e representa as aplicações de recursos na empresa. • Coluna do lado direito: é denominada Passivo (P) e Patrimônio Líquido (PL) – registram todas as entradas (origens) de recursos na empresa. 80 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 Unidade II Ativo (A) – todos os bense direitos de propriedade da empresa (ou aplicados na empresa ou o bem sobre o qual ela tem domínio), mensurável monetariamente, que representam benefícios presentes ou futuros para a empresa. Ativo é somente o que for de propriedade da empresa. Suas contas devem ser agrupadas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nela registrados. Passivo (P) – evidencia toda a obrigação (dívida) que a empresa tem com terceiros. É uma obrigação exigível, ou seja, será exigida a liquidação da dívida no vencimento. Por esta razão, é também denominado Passivo Exigível. Representa as fontes de recursos que se acham investidas no ativo. Patrimônio Líquido (PL) – trata dos recursos dos proprietários aplicados no empreendimento, sendo o investimento inicial dos proprietários denominado Capital. Se houver outras aplicações por parte do proprietários, teremos acréscimo de capital. O Patrimônio Líquido é a diferença resultante entre ativo e passivo. Ele evidencia o capital investido pelos proprietários da empresa. Estes recursos podem ser trazidos com os novos investimentos dos proprietários ou por meio dos rendimentos resultantes do capital aplicado, resultando o que chamamos de lucro. O acréscimo de capital ocorre se houver outras aplicações por parte dos proprietários. Apresentamos a seguir a estrutura básica legal do Balanço Patrimonial contendo os principais grupos de contas, fornecida por Marion (2003, p. 76): Quadro 22 – Balanço Patrimonial (Em R$ mil) Ativo Passivo e PL X2 X1 X2 X1 Circulante Circulante (normalmente até 365 dias) (normalmente até 365 dias) Realizável em Longo Prazo Exigível em Longo Prazo (normalmente após 365 dias) (normalmente após 365 dias) Não Circulante Patrimônio líquido Investimentos Capital Imobilizado Lucros Acumulados 4.1.1 Aspectos patrimoniais O patrimônio, como visto, é um conjunto de bens, direitos e obrigações, avaliáveis em dinheiro e pertencentes a uma pessoa física ou jurídica com fins lucrativos ou não. Pela relação com terceiros, movimentação e avaliação de recursos, o patrimônio é estudado sob diversos aspectos: Aspectos Qualitativos: os elementos patrimoniais são considerados sob um aspecto homogêneo, formando, por assim dizer, um fundo de valores, representados de um lado por valores positivos (Ativo – bens e direitos) e de outro, valores negativos (Passivo – obrigações). 81 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 CONTABILIDADE GERAL E DE CUSTO Quadro 23 – Aspectos patrimoniais Patrimônio Bens Direitos Obrigações • Dinheiro • Veículos • Máquinas • Duplicatas a Rec. • Clientes • Promissórias Rec. • Duplicatas a Pg. • Salários • Empréstimos Aspecto quantitativo: consiste em atribuir valores a esses bens, diretos e obrigações. Tabela 7 – Aspecto quantitativo Patrimônio Bens • Dinheiro • Veículos • Máquinas R$ 150.000,00 R$ 110.000,00 R$ 100.000,00 Direitos • Duplicatas a Receber • Clientes • Promissórias a Receber R$ 20.000,00 R$ 25.000,00 R$ 30.000,00 Obrigações • Duplicatas a Pagar • Salários • Empréstimos R$ 58.000,00 R$ 36.000,00 R$ 80.000,00 Lembrete Exercício Social: espaço de tempo de 12 meses, findo o qual as pessoas jurídicas apuram o resultado do exercício. Considerando que a utilização de uma terminologia homogênea simplifica o entendimento e facilita a comunicação, definiremos a seguir alguns termos contábeis. Quadro 24 – Termos contábeis Termos Definição Gasto Sacrifício financeiro com o qual a entidade arca para a obtenção de um produto ou serviço qualquer, sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente em dinheiro). Desembolso Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço. Pode ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada, portanto defasada ou não do gasto. 82 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 Unidade II Investimento Gasto ativado em função da vida útil do bem adquirido ou dos benefícios que poderá gerar no futuro. Despesa Bem ou serviço consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de receitas. Classificam-se em operacionais e não operacionais. Despesas Operacionais São os gastos necessários à manutenção da atividade da empresa. Despesas Não Operacionais São decorrentes das transações não incluídas nas atividades principais ou acessórias da empresa. Receita Entrada de elementos para o ativo sob a forma de dinheiro ou de direitos a receber, correspondente normalmente à venda de bens ou serviços. Classificam-se em operacionais e não operacionais. Receitas Operacionais São as receitas provenientes do objeto de exploração da empresa e classificam- se em: Receita da Atividade Técnica ou Principal e Receita Acessória ou Complementar. • Receita Técnica ou Principal: diz respeito à atividade principal da empresa como, por exemplo, a venda produtos, mercadorias ou serviços. • Receita Acessória ou Complementar: normalmente, decorrem da receita da atividade principal e representam rendimentos complementares. Receitas Não Operacionais São ingressos provenientes de transações (atípicas ou extraordinárias) não incluídas nas atividades principais ou acessórias da empresa. Perda Consumo de bens ou serviços de forma anormal e/ou involuntária. Pode, também, ser entendida como o resultado líquido desfavorável resultante de transações ou eventos não relacionados as operações normais da empresa. Ganho Resultado líquido favorável resultante de transações ou eventos não relacionados às operações normais da entidade. Lucro/Prejuízo Diferença positiva/negativa entre receita e despesa, ganhos e perdas. Custeio Métodos para a apropriação dos custos ao produto. Custo Gasto relativo a bem ou serviço utilizado (consumido) na produção de outros bens ou serviços. Fonte: Iudícibus e Marion (2004, p. 126). 4.1.2 Critérios de Classificação quanto a prazos São classificados como curto prazo os bens, direitos e obrigações com prazo de vencimento ou realização de um ano, ou seja, durante o curso do exercício social seguinte; como as contas do Ativo Circulante e do Passivo Circulante. Já os bens, direitos e obrigações de longo prazo são aqueles com prazo de vencimento ou realização superior a um ano, ou seja, após o término do exercício social seguinte; como as contas do Ativo Realizável a Longo Prazo e do Passivo Exigível a Longo Prazo. Observação Na empresa em que o ciclo operacional tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou no longo prazo terá por base o prazo deste ciclo. 83 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 CONTABILIDADE GERAL E DE CUSTO O ciclo operacional representa a aplicação de recursos na atividade da entidade até a formação dos estoques que, mediante venda, voltarão a ser valores disponíveis. O ciclo operacional de longo prazo somente ocorrerá nas entidades nas quais o processo produtivo é demorado, como construção civil pesada, construção naval, construção de equipamentos de grande porte etc. Ativo Realizável a Longo Prazo (ARLP): direitos realizáveis após o término do exercício social subsequente, assim como, também, os direitos derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituam negócios usuais no objeto da exploração da companhia. Obs: independentemente do prazo. Permanente (AP) – Não Circulante: agrega os bens da manutenção da empresa, bem como os bens de uso futuro e as despesas diferidas. Subdivide-se em: • Investimento (APInv): ações,quotas de outras empresas adquiridas com a intenção de permanência, os bens de uso futuro e os direitos de qualquer natureza não classificáveis no Ativo Circulante ou no Realizável a Longo Prazo, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia, ou seja, bens ou direitos sem os quais a companhia poderia existir. • Imobilizado (APImob): bens e direitos da manutenção, ou seja, necessários à atividade principal da empresa. Quadro 25 – Classificação de contas contábeis Passivo: são os valores negativos (obrigações) do patrimônio e subdivide-se em: Passivo Circulante (PC) Agrupa as obrigações vencíveis no exercício seguinte. Exigível a Longo Prazo (PELP) - Agrupa as obrigações com vencimento após o término do exercício seguinte. Resultados de Exercícios Futuros (REF) Agrupa as receitas de exercícios futuros que correspondem a valores recebidos antecipadamente, diminuídos de seus custos e despesas correspondentes, desde que essas receitas antecipadas não impliquem ao recebedor a devolução dos valores recebidos caso haja o distrato da operação. Patrimônio Líquido (PL) Representa as obrigações para com os sócios, acrescidas das reservas e dos lucros (auferidos) ou prejuízos (suportados). Subdivide-se em: • Capital Social (CS): representa os bens ou direitos entregues ou a entregar pelos sócios à empresa. Pode ser: Capital Social Subscrito, Capital Social Realizado, Capital Social a Realizar. • Reservas de Capital (RC): valores com os quais se aumentará o capital social ou se absorverão os prejuízos, conforme dispõe a lei das S/A. • Reservas de Reavaliação (RR): representam aumento de valor do ativo permanente em virtude de novas avaliações. • Reservas de Lucros (RL): formadas pela retenção de lucros por parte da empresa. Podem ser: Reserva Legal (obrigatória), Reserva Estatutária, Reserva Para Contingência, Reserva de Retenção de Lucros, Reserva de Lucros a Realizar. • Lucros Acumulados: são a parte de lucro que a empresa ainda não deu destinação. • Prejuízos Acumulados (PAC): são os prejuízos suportados pela empresa e ainda não absorvidos. • Despesas Antecipadas Incorridas: significa dizer que já se concretizou, materializou, formalizou. • Despesas Diferidas: despesa adiada, postergada, levada para o futuro. 84 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 Unidade II 4.2 Plano de contas Plano de contas (ou elenco de contas) é o conjunto de contas previamente estabelecido que direciona os trabalhos contábeis de registro de fatos e atos ocorridos na entidade, além de servir de parâmetro para a elaboração das demonstrações contábeis. Atenção: a montagem de um plano de contas deve atender individualmente às necessidades de cada organização inclusive as hospitalares, já que os usuários de informações podem necessitar detalhamentos específicos, que um modelo de plano de contas geral pode não compreender. Constitui então, na verdade, um conjunto de normas do qual deve fazer parte, ainda, a descrição do funcionamento de cada conta, o chamado “Manual de Contas”, que contém comentários e indicações gerais sobre a aplicação e o uso de cada uma das contas (para que serve, o que deve conter e outras informações sobre critérios gerais de contabilização). Seu principal objetivo é estabelecer normas de conduta para o registro das operações da organização e, na sua montagem, devem ser levados em conta três objetivos: • atender às necessidades de informação da administração da empresa; • observar formato compatível com os princípios de contabilidade e com a norma legal de elaboração do balanço patrimonial e das demais demonstrações contábeis (Lei nº 6.404/76, a chamada “Lei das S/A”); • adaptar-se tanto quanto possível às exigências dos agentes externos, principalmente às da legislação do Imposto de Renda. 4.2.1 Contas do balanço patrimonial A empresa deve manter escrituração contábil com base na legislação comercial e com observância das Normas Brasileiras de Contabilidade. O balanço patrimonial é uma das demonstrações contábeis que visa evidenciar, de forma sintética, a situação patrimonial da empresa e dos atos e fatos consignados na escrituração contábil. Essa demonstração deve ser estruturada de acordo com os preceitos da Lei nº 6.404/76 (chamada “Lei das S/A”) e segundo os Princípios de Contabilidade. Para efeitos didáticos, é aconselhável que o plano de contas contenha, no mínimo, 4 (quatro) níveis: • Nível 1: Ativo, Passivo, Patrimônio Líquido, Receitas, Custos e Despesas. • Nível 2: Ativo: Circulante, Não Circulante / Passivo e Patrimônio Líquido: Circulante, Não Circulante e Patrimônio Líquido. / Receitas: Receita Bruta, Deduções da Receita Bruta, Outras Receitas Operacionais / Custos e Despesas Operacionais. 85 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 CONTABILIDADE GERAL E DE CUSTO • Nível 3: contas que evidenciem os grupos a que se referem, como: — Nível 1 – Ativo — Nível 2 – Ativo Circulante — Nível 3 – Bancos Conta Movimento • Nível 4: subcontas que evidenciem o tipo de registro contabilizado, como: — Nível 1 – Ativo — Nível 2 – Ativo Circulante — Nível 3 – Bancos Conta Movimento — Nível 4 – Banco A Segue um exemplo bem simples de estrutura de plano de contas em quatro níveis: 1 ATIVO 1.1 ATIVO CIRCULANTE 1.1.1 Caixa 1.1.1.01 Caixa Geral 1.1.2 Bancos C/Movimento 1.1.2.01 Banco Alfa 1.1.3 Contas a Receber 1.1.3.01 Clientes 1.1.3.02 Outras Contas a Receber 1.1.3.09(-) Duplicatas Descontadas 1.1.4 Estoques 1.1.4.01 Mercadorias 1.1.4.02 Produtos Acabados 1.1.4.03 Insumos 1.1.4.04 Outros 1.2 NÃO CIRCULANTE 1.2.1 Contas a Receber 1.2.1.01 Clientes 1.2.1.02 Outras Contas 1.2.2 INVESTIMENTOS 1.2.2.01 Participações Societárias 1.2.3 IMOBILIZADO 1.2.3.01 Terrenos 1.2.3.02 Construções e Benfeitorias 86 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 Unidade II 1.2.3.03 Máquinas e Ferramentas 1.2.3.04 Veículos 1.2.3.05 Móveis 1.2.3.98 (-) Depreciação Acumulada 1.2.3.99 (-) Amortização Acumulada 1.2.4 INTANGÍVEL 1.2.4.01 Marcas 1.2.4.02 Softwares 1.2.4.99 (-) Amortização Acumulada 2 PASSIVO 2.1 CIRCULANTE 2.1.1 Impostos e Contribuições a Recolher 2.1.1.01 Simples a Recolher 2.1.1.02 INSS 2.1.1.03 FGTS 2.1.2 Contas a Pagar 2.1.2.01 Fornecedores 2.1.2.02 Outras Contas 2.1.3 Empréstimos Bancários 2.1.3.01 Banco A – Operação X 2.2 NÃO CIRCULANTE 2.2.1 Empréstimos Bancários 2.2.1.01 Banco A – Operação X 2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 2.3.1 Capital Social 2.3.2.01 Capital Social Subscrito 2.3.2.02 Capital Social a Realizar 2.3.2. Reservas 2.3.2.01 Reservas de Capital 2.3.2.02 Reservas de Lucros 2.3.3 Prejuízos Acumulados 2.3.3.01 Prejuízos Acumulados de Exercícios Anteriores 2.3.3.02 Prejuízos do Exercício Atual 3 CUSTOS E DESPESAS 3.1 Custos dos Produtos Vendidos 3.1.1 Custos dos Materiais 3.1.1.01 Custos dos Materiais Aplicados 3.1.2 Custos da Mão de Obra 3.1.2.01 Salários 3.1.2.02 Encargos Sociais 87 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 CONTABILIDADE GERAL E DE CUSTO 3.2 Custo das Mercadorias Vendidas 3.2.1 Custo das Mercadorias 3.2.1.01 Custo das Mercadorias Vendidas 3.3 Custo dos Serviços Prestados 3.3.1 Custo dos Serviços 3.3.1.01 Materiais Aplicados 3.3.1.02 Mão de Obra 3.3.1.03 Encargos Sociais 3.4 Despesas Operacionais 3.4.1 Despesas Gerais 3. 4.1.01 Mão de Obra 3.4.1.02 Encargos Sociais 3.4.1.03 Aluguéis 3.5 Perdas de Capital 3.5.1 Baixa de Bens do Ativo Não Circulante 3.5.1.01 Custos de Alienação de Investimentos 3.5.1.02 Custos de Alienação do Imobilizado4 RECEITAS 4.1 Receita Líquida 4.1.1 Receita Bruta de Vendas 4.1.1.01 De Mercadorias 4.1.1.02 De Produtos 4.1.1.03 De Serviços Prestados 4.1.2 Deduções da Receita Bruta 4.1.2.01 Devoluções 4.1.2.02 Serviços Cancelados 4.2 Outras Receitas Operacionais 4.2.1 Vendas de Ativos Não Circulantes 4.2.1.01 Receitas de Alienação de Investimentos 4.2.1.02 Receitas de Alienação do Imobilizado 4.3.2 Teoria das contas Na Teoria Personalista, cada conta assume o papel de uma pessoa no seu relacionamento com a empresa ou entidade. Assim, Caixa, Bancos, Duplicatas a Receber, Fornecedores, Capital, Receitas e Despesas, representam pessoas com as quais a entidade mantém relacionamento de débito e crédito. Assim, podemos concluir que as obrigações (PE) e o Patrimônio Líquido (PL) são pessoas credoras (representam aquelas pessoas que têm a receber da sociedade), já os bens e direitos são pessoas devedoras em relação à sociedade. 88 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 Unidade II Nessa teoria, as contas podem ser classificadas como: • Agentes Consignatários: valores materiais e imateriais (são os bens da sociedade). • Agentes Correspondentes: representam os direitos e obrigações. • Proprietário: as contas do PL e suas variações, inclusive receitas e despesas. A Teoria Patrimonialista entende que o patrimônio é o objeto a ser administrado; dessa forma, essa teoria separa as contas que representam a situação estática (patrimônio ou A = PE + PL) das contas, que representam a dinâmica da situação (receitas e despesas): • Contas Patrimoniais: representam a situação estática, ou seja, o patrimônio (os elementos ativos e passivos), que são os bens, direitos, obrigações com terceiros (PE) e o Patrimônio Líquido (PL). • Contas de Resultado: representam a situação dinâmica, as variações patrimoniais, ou seja, as contas que alteram o Patrimônio Líquido (PL), receitas e despesas e demonstram o resultado do exercício. 4.2.2 Termos técnicos das contas São diversos os termos técnicos utilizados no uso das contas, entre os quais podemos citar: Quadro 26 – Termos técnicos das contas 1 Título da conta É a denominação da conta, o nome da conta. 2 Abrir uma conta Significa iniciar a sua escrituração. 3 Debitar uma conta Significa registrar determinado valor em seu débito. 4 Creditar uma conta Significa registrar determinado valor em seu crédito. 5 Conferir ou verificar uma conta Significa examinar a sua exatidão. 6 Tirar o saldo de uma conta Balancear: é a diferença entre a soma do débito e a do crédito; se o débito for maior, o saldo será devedor. Se o crédito for maior, o saldo será credor. 7 Reabrir uma conta Significa reiniciar a sua escrituração quando ela se acha encerrada, por não apresentar saldo. 8 Transferir uma conta Significa levar o seu saldo a débito ou a crédito de outra conta. Fonte: Padoveze (2003, p. 46). Lembrete A organização e definição do plano de contas é organização realizada em conjunto com o responsável pela contabilidade da organização e o gestor. Participar desse processo é conhecer ainda mais a empresa. 89 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 CONTABILIDADE GERAL E DE CUSTO 4.3 Escrituração contábil Para registrar suas operações, a contabilidade adota o Método das Partidas Dobradas, que consiste no registro de qualquer operação em que um débito em uma ou mais contas deve corresponder a um crédito equivalente em uma ou mais contas, de forma que a soma dos valores debitados seja sempre igual à soma dos valores creditados ou simplificando: não há débito sem crédito correspondente. Contas representam os registros de débito e crédito da mesma natureza ou espécie identificadas por um título que qualifica os elementos do patrimônio (bem, direito, obrigação ou situação líquida) ou uma variação patrimonial (receitas e despesas). As contas possuem função de representar graficamente o patrimônio e suas variações. A representação é feita por meio dos chamados Razonetes ou contas em forma de T, conforme abaixo demonstrado. Quadro 27 – Representação de Razonete Valores escriturados a débito Valores escriturados a crédito Saldo devedor Saldo credor Débito, crédito e saldo Débito de uma conta é uma situação de dívida de responsabilidade da conta. As contas que representam: bens, direitos, despesas e custos têm saldo devedor. Crédito de uma conta é a situação de direito de haver da conta. As contas que representam: obrigações (PE), Patrimônio Líquido (PL) e receitas têm saldo credor. O saldo de uma conta representa a diferença entre o valor do débito e do crédito. Os saldo podem ser: devedor, credor ou nulo: • Devedor: quando o valor do débito for superior ao do crédito (D > C). • Credor: quando o valor do crédito for superior ao do débito (D < C). • Nulo: quando o valor do débito for igual ao do crédito (D = C). 4.3.1 Lançamento Contábil: mecanismo do débito e do crédito Lançamento é o registro dos fatos contábeis (aqueles que provocam mudanças na composição do patrimônio da entidade), efetuados de acordo com o método das partidas dobradas. É feito em ordem cronológica e obedecendo a determinada técnica. O lançamento é feito nas contas Patrimoniais, pertencentes ao grupo do Ativo, Passivo Exigível e Patrimônio Líquido, e nas contas de Resultado, representadas pelas Receitas e Despesas 90 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 Unidade II As contas de Ativo, por terem saldo devedor, são aumentadas de valor por débito e diminuídas por crédito. As contas de Passivo Exigível e de Patrimônio Líquido, por apresentarem saldo credor, são aumentadas de valor por crédito e diminuídas por débito. As contas relativas às Receitas e Despesas, por afetarem diretamente o PL, são, respectivamente, creditadas (porque aumentam o PL) e debitadas (porque diminuem o PL). Quadro 28 – Natureza das contas Natureza Para o saldo Das Contas Do Saldo Aumentar Diminuir Ativo = Bens e Direitos D D C Passivo = Obrigações C C D Patrimônio Líquido C C D Receitas C C D Despesas e Custos D D C Contas Retificadoras do Ativo C C D Contas Retificadoras do Passivo D D C Fonte: Padoveze (2003, p. 34). A fórmula é a maneira pela qual se faz o registro das operações mercantis pelo método das partidas dobradas no livro Diário. São 4 (quatro) as fórmulas de lançamento: • Primeira fórmula: uma conta devedora contra uma credora. • Segunda fórmula: uma conta devedora contra várias credoras. • Terceira fórmula: aparecem várias contas debitadas e apenas uma creditada. • Quarta fórmula: aparecem várias contas debitadas e várias outras creditadas. Esta fórmula de lançamento é pouco usada, tendo caído praticamente em desuso. Passos para se efetuar um lançamento Dado um fato contábil, devemos seguir alguns passos para efetuar seu devido lançamento. Exemplo: compra de uma ambulância à vista, em dinheiro, no valor total de R$ 100.000,00: 1o passo: Identificar as contas envolvidas no fato: • Caixa (valor em dinheiro). 91 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 CONTABILIDADE GERAL E DE CUSTO • Veículo (bem). 2o passo: Identificar a natureza das contas, ou seja, a que grupos pertencem: Ativo (A); Passivo (PE); Patrimônio Líquido (PL); Receitas (R); ou Despesas (D): • Caixa – conta do Ativo (A). • Veículo – conta do Ativo (A). 3o passo: Identificar o que o fato provoca sobre o saldo das contas, ou seja, se o saldo aumentará ou diminuirá. No caso: • Caixa (A) – o saldo diminuirá (-). • Veículo (A) – o saldo aumentará(+). 4o passo: Efetuar o lançamento contábil segundo o método das partidas dobradas, com a utilização do quadro- resumo do mecanismo do débito e crédito, da seguinte forma: DÉBITO = APLICAÇÃO DE RECURSO CRÉDITO = ORIGEM DO RECURSO Erros de escrituração e suas correções O processo técnico de correção de erros de escrituração é denominado de retificação de lançamento. São formas de retificação: • Estorno: consiste em efetuar um lançamento inverso àquele feito erroneamente, anulando-o totalmente ou parcialmente. • Transferência: o lançamento que promove a regularização da conta indevidamente debitada ou creditada, por meio da transposição do valor para a conta adequada. • Complementação: utilizado para complementar um lançamento feito com valor menor. • Ressalva: consiste no lançamento de correção usando-se as expressões, como “digo”, “aliás”, “em tempo”, “ou melhor”, “isto é” etc. 92 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 Unidade II Observe, no quadro a seguir, alguns códigos e nomenclaturas de erros de lançamentos contábeis. Quadro 29 – Código e nomenclaturas de erros de lançamentos contábeis Código Erro Correção 3.7.1 Valor lançado a maior Lançamento inverso estornando a diferença. 3.7.2 Valor lançado a menor Lançamento complementar. 3.7.3 Inversão de contas Dois lançamentos: o 1 o para cancelar o lançamento errado, e o 2o para efetuar o lançamento correto. 3.7.4 Troca de contas Lançamento de acerto. 3.7.5 Erro no histórico Quando o erro é descoberto a tempo, usa-se uma palavra apropriada para a ressalva. 3.7.6 Omissão de lançamento Fazer o lançamento o mais rápido possível, mencionando no histórico a data em que o fato ocorreu. 3.7.7 Duplicidade de lançamento Estorno do último lançamento efetuado. 4.4 Elaboração do Balanço Patrimonial Ao término do exercício, como se faz em todos os meses, procede-se ao levantamento do balancete de verificação, com o objetivo de conhecer os saldos das contas do Razão e conferir sua exatidão. No balancete, são relacionadas todas as contas utilizadas pela empresa, quer patrimoniais, quer de resultado, demonstrando seus débitos, créditos e saldos. As contas do balancete, no fim do exercício, sejam patrimoniais ou de resultado, nem sempre representam, entretanto, os valores reais do patrimônio naquela data, nem as variações patrimoniais do exercício, porque os registros contábeis não acompanham a dinâmica patrimonial no mesmo ritmo em que ela se desenvolve. Dessa forma, muitos dos componentes patrimoniais aumentam ou diminuem de valor, sem que a contabilidade registre tais variações, bem como muitas das receitas e despesas, recebidas ou pagas durante o exercício, não correspondem realmente aos ingressos e ao custo do período. Daí a necessidade de se proceder ao ajuste das contas patrimoniais e de resultado, na data do levantamento do balanço, para que elas representem, em realidade, os componentes do patrimônio nessa data, bem como suas variações no exercício. Balancete de verificação É o demonstrativo que relaciona cada conta com o respectivo saldo devedor ou credor, de tal forma que, se os lançamentos foram corretamente efetuados, de acordo com o Método das Partidas Dobradas, o total da coluna dos saldos devedores é igual ao total da coluna dos saldos credores e serve para testar se o método das partidas dobradas foi respeitado, evidenciando as contas de acordo com seus respectivos saldos e verificando a igualdade entre a soma dos saldos devedores e credores. 93 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 CONTABILIDADE GERAL E DE CUSTO Saiba mais Amplie seus conhecimentos e veja a importância de manter em dia a contabilidade da organização, assistindo ao filme: OS INTOCÁVEIS. Dir. Brian de Palma. EUA: Paramount Pictures, 1987. 119 min. 4.5 Controladoria nas unidades hospitalares O entendimento da controladoria hospitalar como uma unidade do processo de controle de gestão está firmada em uma visão ampla, do processo de gestão, com bases sólidas no sistema de informações gerenciais, contábeis e técnico-operacionais da assistência. A controladoria tem, no modelo de gestão de entidade hospitalar ou de saúde, uma concepção de interface lógica e operativa sobre uma mesma base de conceituação de integralidade organizacional. O modelo de gestão de uma unidade hospitalar, em suma, expressa, na prática, o caminho objetivo de concretizar sua missão, visão e valores, que se configuram de forma muito clara e abrangente, através do emprego do Balanced Scorecard (BSC), o qual somente é possível com a estruturação de um modelo de gestão que possa ser acompanhado e controlado por um excelente e eficaz processo de controladoria hospitalar. Observação Balanced Scorecard (BSC) é uma metodologia que proporciona às organizações um status de crescimento e melhoria, levando sempre em consideração o desempenho das unidades de negócios. Todos os aspectos e procedimentos na forma de planejar, executar e avaliar a entidade, dentro dessa abordagem de BSC, passam por esse processo de gestão estruturada, por meio da controladoria hospitalar, e com isso, o “estar no mundo da gestão hospitalar”, dando respostas às resiliências da entidade, envolve sistematicamente: • A existência de um planejamento estratégico com realinhamento de mercado e da própria organização. • A qualidade ou excelência das decisões (proativiadade). • Grau de participação e de autonomia dos gestores no processo decisório. • Critérios de avaliação e desempenho. • Estilo gerencial: papéis e posturas. 94 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 Unidade II A Controladoria Hospitalar, no modelo de gestão, tem ainda um papel fundamental no sentido de promover a aprendizagem e, consequentemente, o aperfeiçoamento do próprio modelo, do processo e das pessoas. Com isso, definido o modelo de gestão e adotado o estilo gerencial mais adequado, deve- se estabelecer o processo de gestão com base nos elementos de planejamento, execução, controle e avaliação, levando-se para uma convergência do modelo decisório, definindo e traçando o caminho da decisão, bem como os instrumentos para aferição de sua performance. O processo de gestão, dentro desse contexto de controladoria, deve levar ao processo de tomada de decisão visando à eficiência, à eficácia e à efetividade, não sendo apenas um processo de metas e medidas de resultados de base contábil, mas onde a efetividade no hospital também está relacionada ao grau de satisfação do cliente usuário dos serviços, refletindo na qualidade percebida, no valor intangível dos serviços, sob a ótica do cliente. O resultado econômico, certamente, deve ser um tradutor da eficácia gerencial dentro desse processo decisório, que tem por excelência o fluxo de caixa, que atua como instrumento de aferição da gestão eficaz, e o Valor Econômico Adicionado (EVA), como um tradutor da eficácia organizacional. Entretanto, essa análise não deve ser apenas na perspectiva financeira, mas no todo holístico da organização, em perfeita interconexão com as outras perspectivas do BSC, incluindo a perspectiva social, do cliente, de processos e de aprendizado. O núcleo ou unidade de controladoria deve gerenciar esse conjunto holístico de instrumentos, indicadores e métricas de avaliação e, para isso, necessita envolver-se em todo o processo, participando desde do planejamento estratégico, plano de ações, programas e demais instrumentos em que se estabeleçam os objetivos e metas a serem atingidos. Observação Valor Econômico Adicionado (EVA) é o valor adicional que adquirem os bens e serviços ao serem transformados duranteo processo produtivo. A controladoria colabora no sentido de que cada unidade organizacional estabeleça o seu caminho de forma integrada ao planejamento e orçamentos do hospital. O orçamento do hospital representa a vontade, a intenção que deverá ser materializada, e a controladoria cuida disso, em todas as unidades da organização e no conjunto todo. Portanto, o orçamento representa a diretriz do melhor caminho e a controladoria funciona como navegador do processo para uma gestão com norte e equilibrada, sem turbulências. Obviamente, o planejamento e orçamentos são peças de concepção desse caminho, mas a efetividade se dá através da execução e esta implica envolvimento e participação, bem como o emprego de métodos quantitativos e operacionais no processo de fazer acontecer. Portanto, envolve a questão de comando, de coordenação do processo em si, e, para isso, a controladoria, com seus instrumentos, sinaliza para o gestor as melhores rotas. O controle é a fase do processo de gestão em que se exerce todo o acompanhamento, sinalizando os desvios, as melhores rotas, os acertos e os erros para que possam ser imediatamente corrigidos, com o próprio processo em desenvolvimento. Cada unidade funcional tem seu próprio processo operacional que se integra ao sistema da unidade maior e o controle gerencial deve alcançar todas essas etapas e fases do processo. 95 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 CONTABILIDADE GERAL E DE CUSTO Saiba mais O conceito de BSC pode ser melhor aprofundado pela leitura das obras: BORBA, V. R. Estratégia e ação: BSC na gestão em saúde. Rio de Janeiro: Doc Content, 2011. BORBA, V. R.; LISBOA, T. C.; UCHÔA, W. M. M. Gestão administrativa e financeira de hospitais. São Paulo: Atlas, 2009. LISBOA, T. C.; BORBA, V. R. Do planejamento ao controle de gestão hospitalar: instrumento para o desenvolvimento empresarial e técnico. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006. OLIVA, F. A.; BORBA, V. R. BSC: ferramenta gerencial para organizações hospitalares. São Paulo: Iátria, 2004. Resumo A Contabilidade é a ciência que estuda, registra, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades com fins lucrativos ou não. Teve início com a obra Contabilidade por Partidas Dobradas, de Frei Luca Paciolo, publicada em 1494. Para atingir sua finalidade, a contabilidade se utiliza das seguintes técnicas: escrituração, que é o registro de todos os fatos que ocorrem no patrimônio; demonstrações financeiras onde as informações contábeis são organizadas utilizando-se demonstrativos que permitem avaliar a situação econômica e financeira das entidades; análise das demonstrações financeiras cujo objetivo é o conhecimento da situação econômico-financeira das organizações por meio da decomposição dos elementos patrimoniais; auditoria, como a técnica contábil que consiste no conjunto de procedimentos técnicos onde o objetivo é avaliar se as demonstrações contábeis de uma entidade econômico-administrativa retratam sua real situação patrimonial, e se as demonstrações foram elaboradas de acordo com determinações legais e conforme os Princípios de Contabilidade. Os Princípios de Contabilidade são: Princípio da Entidade, Princípio da Continuidade, Princípio da Oportunidade, Princípio do Registro pelo Valor Original, Princípio da Competência e Princípio da Prudência. 96 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 Unidade II Também estudamos as convenções contábeis: Convenção da Consistência, Convenção do Conservadorismo, Convenção da Materialidade e Convenção da Objetividade, que permitem ao contador a escrituração dos fatos contábeis. Existem dois regimes contábeis: Regime de Caixa, que considera no registro contábil do pagamento ou recebimento no momento de sua efetivação, e Regime de Competência que determina que as receitas e as despesas serão incluídas na apuração do resultado do período em que elas ocorrerem. A escrituação contábil é feita pelos livros de escrituração Livro Razão, Livro Diário e livros auxiliares, cujas formlidades podem ser extrínsecas, relacionadas à apresentação ou aparência dos livros, e intrínsecas, relacionadas à escrituração propriamente dita. As ações da contabilidade se apresentam por meio dos atos administrativos, uma ação praticada pela gestão que não provoca alteração no patrimônio da organização, e dos fatos administrativo, onde uma ação praticada pela administração que provoca alteração no patrimônio da entidade. O Balanço Patrimonial é a demonstração que mostra todos os bens, direitos e obrigações da empresa em determinada data, conforme os princípios contábeis, ou seja, os fatos objetivamente mensuráveis em dinheiro. Suas situações líquidas podem ser ativas, passivas ou nulas. Juntamente com a contabilidade, o gestor irá definir o plano de contas (conjunto de contas previamente estabelecido que direciona os trabalhos contábeis de registro de fatos e atos ocorridos na entidade) que melhor retrata a realidade da empresa. A controladoria nas unidades hospitalares tem, no modelo de gestão de entidade hospitalar ou de saúde, uma concepção de interface lógica e operativa sobre uma mesma base de conceituação de integralidade organizacional. Exercícios Questão 1. A observância dos Princípios de Contabilidade emanadas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) é obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade. A Norma Contábil que determina a inclusão das receitas e despesas na apuração do resultado do período a que pertencerem, de forma simultânea quando se correlacionarem, independentemente de ter havido recebimento, no caso de receita, ou pagamento, no caso de despesa, está contida no Princípio de Contabilidade da: 97 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 CONTABILIDADE GERAL E DE CUSTO A) Competência. B) Continuidade. C) Oportunidade. D) Tempestividade. E) Uniformidade. Resposta correta: alternativa A. Análise das alternativas A) Alternativa correta. Justificativa: o sincronismo entre os períodos de ocorrências de receitas e de despesas é tratado pelo princípio da competência. B) Alternativa incorreta. Justificativa: o princípio da continuidade estabelece que a empresa tem duração ilimitada, independentemente de seus sócios ou acionistas. C) Alternativa incorreta. Justificativa: o princípio da oportunidade considera que os valores devem ser contabilizados nos momentos em que ocorrem os eventos ou fatos econômicos. D) Alternativa incorreta. Justificativa: o princípio da tempestividade se refere ao processo de imediato reconhecimento dos ativos e dos passivos contábeis. E) Alternativa incorreta. Justificativa: o princípio da uniformidade considera a manutenção de determinado critério ou princípio nos processos executados em vários períodos, de forma a permitir a comparação entre valores e resultados. Questão 2. O departamento responsável pelo controle de tributos da Cia. Amazônia, ao final do exercício de 2005, elabora um relatório contendo os dados constantes na tabela a seguir: 98 Re vi sã o: R os e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 3/ 06 /1 6 Unidade II Tabela 8 Contas Valores Capital Social R$100.000,00 Reserva de Reavaliação R$50.000,00 Reserva Especial Artigo 460 RIR R$10.000,00 Lucros Acumulados até 2004 R$22.000,00 Lucro Líquido do Ano de 2005 (ajustado para cálculo do limite) R$13.000,00 TJLP no Ano 5% Com base nas informações, considerando que não será efetuado nenhum ajuste
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