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TCC - Daniela Machado Silva

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA 
 
 
 
DANIELA MACHADO SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
AS MUDANÇAS CLIMATICAS E UM COMPARATIVO 
ENTRE O PROTOCOLO DE QUIOTO E O ACORDO DE PARIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Florianópolis 
2019 
 
 
DANIELA MACHADO SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AS MUDANÇAS CLIMATICAS E UM COMPARATIVO 
ENTRE O PROTOCOLO DE QUIOTO E O ACORDO DE PARIS 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao Curso de Relações 
Internacionais da Universidade do Sul de 
Santa Catarina como requisito parcial à 
obtenção do título de Bacharel. 
 
 
 
Orientador: Prof. Rafael de Miranda Santos, Dr. 
 
 
 
 
 
Florianópolis 
2019 
 
 
DANIELA MACHADO SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AS MUDANÇAS CLIMATICAS E UM COMPARATIVO 
ENTRE O PROTOCOLO DE QUIOTO E O ACORDO DE PARIS 
 
 
 
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi 
julgado adequado à obtenção do título de 
Bacharel e aprovado em sua forma final 
pelo Curso de Relações Internacionais da 
Universidade do Sul de Santa Catarina. 
 
 
 
Florianópolis, 07 de outubro de 2019. 
 
 
______________________________________________________ 
Professor e Orientador Prof. Rafael de Miranda Santos, Dr. 
 Universidade do Sul de Santa Catarina 
 
______________________________________________________ 
Prof. Jonatan Carvalho de Borba, Ms. 
Universidade Federal de Santa Catarina 
 
______________________________________________________ 
Prof. João Geraldo C. Campos, Msc. 
Universidade do Sul de Santa Catarina 
 
______________________________________________________ 
Matheus Luiz Puppe Magalhães, M.A., LL.M. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aos meus pais, Edenir e Ivana, que 
sempre estiveram ao meu lado e são os 
meus maiores exemplos de vida. A minha 
vitória também é de vocês. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Primeiramente gostaria de agradecer ao meu professor orientador, Rafael de 
Miranda Santos, pela dedicação, pela competência e pelo suporte a mim dirigidos para 
a conclusão deste trabalho, e também a todos os outros professores, pelos 
ensinamentos repassados nesta caminhada acadêmica. 
Aos meus pais, Edenir e Ivana, por todo o apoio que sempre me deram, 
principalmente na reta final para a conclusão do curso, e por sempre terem acreditado 
em mim, mesmo quando eu dava indícios de querer abandonar essa trajetória. 
À minha irmã, Eduarda, que sempre esteve ao meu lado. 
A todos os meus colegas e, principalmente, aos amigos Amanda, Bruna, Heitor, 
Lisandra, Roberta, Thayse, Vitor e Victoria, que me incentivaram, deram forças e 
ânimo para que fosse possível a efetivação deste trabalho, e que se mostraram 
sempre disponíveis para qualquer coisa. Também aos amigos Dinan, Wilter e Alicia, 
que não poderiam ser esquecidos, principalmente por terem vivenciado a COP23 
comigo e ajudado a descobrir o amor pelo tema. 
Ao Geraldo e à Eloisa, por todos os encontros quinzenais que tivemos neste 
ano, pelas conversas e ensinamentos, que sem dúvida levarei para a vida toda. 
Agradeço a Deus, que sem dúvida esteve comigo durante todo esse longo 
percurso. E, por fim, gostaria de agradecer também a todos que direta ou 
indiretamente fizeram parte não só da minha formação acadêmica, mas da minha vida. 
 
 
RESUMO 
Este trabalho tem como objetivo destacar e analisar a crescente importância do 
enfrentamento às mudanças climáticas, debruçando-se especialmente sobre as 
principais conferências do clima, seus acordos e conclusões na esfera internacional 
desde a ECO-92, considerada o marco inicial para as discussões sobre o tema. 
Discute-se a relevância do Protocolo de Quioto e do Acordo de Paris, quando foram 
adotados tratados com o objetivo de reforçar e incentivar respostas globais às 
ameaças das mudanças do clima e seus respectivos impactos, e relaciona-se o meio 
ambiente, a sustentabilidade e a globalização. 
 
Palavras-chave: Mudanças climáticas. Conferências internacionais. Relações 
internacionais. Protocolo de Quioto. Acordo de Paris. 
 
 
ABSTRACT 
This work aims to highlight and analyze the growing importance of climate change, 
main climate conferences, their international agreements and conclusions since ECO-
92, which is considered as the initial “tiptoe” for discussions. on tackling climate 
change. It also discusses the relevance of the Kyoto Treaty and the Paris Agreement, 
where agreements have been adopted to strengthen and encourage global responses 
to climate change threats and their impacts. Also relating the environment, 
sustainability and globalization. 
 
Keywords: Climate change. International conferences. International relations. Kyoto 
Protocol. Paris Agreement. 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
Figura 1 - Fridays For Future ........................................ Erro! Indicador não definido. 
Figura 2 - Diferenças entre 1,5 ºC e 2 ºC de aquecimento ........................................ 30 
file:///C:/Users/Daniela%20Silva/Desktop/TCC%20DANI.docx%23_Toc19027241
 
 
 LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 - Acordo de Paris X Tratado de Quioto ....................................................... 36 
 
 
 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
CMMAD – Comissão Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 
CNUMAD – Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e 
Desenvolvimento 
COP – Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre 
Mudanças Climáticas 
ECO-92 – Convenção das Nações Unidas sobre Meio Ambiente 
GEE – Gases de Efeito Estufa 
INC – Comitê Intergovernamental de Negociação 
INDC – Pretendida Contribuição Nacionalmente Determinada 
IPCC – Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas 
NDC – Contribuição Nacionalmente Determinada 
OMM – Organização Meteorológica Mundial 
ONG – Organização Não Governamental 
ONU – Organização das Nações Unidas 
PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
UNFCCC – Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas 
WCC – World Climate Conference 
WRI – World Resources Institute 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 11 
2 MEIO AMBIENTE, GLOBALIZAÇÃO E SUSTENTABILIDADE ......................... 14 
3 SOCIEDADE CIVIL .............................................................................................. 17 
4 ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS ................................................................ 20 
5 CONFERÊNCIAS INTERNACIONAIS SOBRE O CLIMA ................................... 22 
5.1 ECO-92 .............................................................................................................. 22 
5.2 COP3 ................................................................................................................. 24 
5.2.1 O Protocolo de Quioto .................................................................................. 24 
5.3 COP21 ............................................................................................................... 26 
5.3.1 O Acordo de Paris ......................................................................................... 27 
5.4 DISCUTINDO O PROTOCOLO DE QUIOTO E O ACORDO DE PARIS .......... 35 
6 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 39 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 42 
11 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
As mudanças climáticas são discutidas de fato desde meados dos anos 1990, 
e podemos considerar como principais marcos a criação do Painel Intergovernamental 
sobre Mudanças Climáticas (Intergovernmental Panel on Climate Change – IPCC), a 
Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, ECO-92, o Protocolo 
de Quioto e o Acordo de Paris. 
O desenvolvimento sustentável tem ganhado ainda mais relevância nos últimos 
anos e, por isso, vem cada vezmais sendo debatido não só entre diversos países, 
como também entre importantes atores globais. 
A participação em fóruns internacionais sobre questões ambientais e mudanças 
climáticas está cada vez mais presente no dia a dia dos Estados. A preocupação com 
o meio ambiente, as mudanças climáticas e o massivo aquecimento global são 
questões que devem ser repensadas para que haja um futuro mais próspero. 
Para se realizarem estudos sobre o enfrentamento às mudanças climáticas de 
forma a manter o planeta viável, organizações foram criadas para monitorar e auxiliar 
os Estados. Entre as principais instituições que abordam as mudanças climáticas 
podemos citar o The Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), que estuda 
e analisa as mudanças no clima mediante pesquisas e relatórios esporádicos, e o 
United Nations Framework Convention on Climate Change (UNFCCC), órgão Quadro 
das Nações Unidas que trata das mudanças climáticas. 
Atualmente, a concepção mais aceita é a de que mudanças climáticas são 
fenômenos referentes a alterações da temperatura média global, o que traz diversas 
consequências para o planeta, como aumento do nível do mar, secas duradouras, 
extinção de faunas e floras, e tempestades de intensidades altas. 
Esse massivo aumento na temperatura global, juntamente com as mudanças 
climáticas, ocorre devido ao aumento dos gases causadores do efeito estufa (dióxido 
de carbono, óxido nitroso e metano), entre outros motivos. 
A Comissão Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) 
define desenvolvimento sustentável como aquele que atende às necessidades do 
presente sem comprometer que as gerações futuras tenham também suas 
necessidades atendidas. 
12 
 
 
 
 Há muito tempo se vêm discutindo opções viáveis para alcançarmos a 
sustentabilidade global. Nessa direção, são inúmeras conferências e fóruns lançados 
para que sejam discutidas as opções. Entre os vários problemas que estamos 
enfrentando está o aquecimento global, que preocupa cada vez mais. 
No entanto, não bastam somente os tratados internacionais para que possamos 
alcançar os objetivos propostos. Muitos pontos dos processos para um mundo mais 
sustentável precisam ser analisados, como a relação entre a crescente globalização 
e o meio ambiente e, principalmente, a conscientização do ser humano. 
Em meio às opções de mecanismos de preservação ambiental, foi sediada no 
Brasil a primeira conferência internacional com foco somente no meio ambiente, a 
ECO-92. Trata-se de um marco na história sobre a discussão da redução de gases de 
efeito estufa (GEE), quando diversos objetivos foram traçados para um mundo mais 
sustentável. Nesse encontro alguns importantes documentos foram assinados, como 
o Protocolo de Quioto, em que se estipula a diminuição da emissão de gases 
causadores do efeito estufa, a Convenção do Clima e, o mais importante deles, a 
Agenda 21. 
Ainda para se buscarem alternativas mais atuais, foram feitas outras 
conferências internacionais sobre mudanças climáticas, tendo sido destaques a 
Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças 
Climáticas de Quioto (COP3) e a de Paris (COP21). 
A COP3, que aconteceu em 1997, na cidade de Quioto, no Japão, objetivava 
negociar, redigir e aprovar termos do Protocolo de Quioto, que entraria em vigor 
somente em 2005, o qual ficou conhecido como um dos mais importantes marcos 
desde a criação dessa convenção no combate às mudanças climáticas. 
Porém, devido ao fracasso obtido com o Protocolo, em 2011, na COP17, na 
África do Sul, foi criada a Plataforma de Durban, com o objetivo de negociar um 
instrumento jurídico que regesse as medidas de mitigação das mudanças climáticas 
a partir de 2020, agenda que abriu caminho para o Acordo de Paris. 
A Conferência de Paris, COP21, em 2015, teve certo êxito, se comparada ao 
fracasso de Quioto. Na capital francesa foram obtidas valiosas promessas para tornar 
o mundo mais sustentável, com projeções para um período a partir de 2020. 
Com a crescente evolução das tecnologias e a rápida globalização, os 
problemas climáticos e ambientais não são mais tratados apenas como regionais, em 
13 
 
 
 
que basta que cada Estado aplique as ações individuais. Os problemas ambientais, 
sobretudo as mudanças climáticas, precisam e devem ser discutidos em âmbito 
global, com medidas para que cada administração territorial cumpra sua parte, para 
aumentar a possibilidade de manter o planeta sustentável e com menos efeitos 
negativos na biodiversidade. 
A importância deste trabalho é justificada pela relevância e pelo impacto do 
estudo para a sociedade, uma vez que todos são diretamente afetados pelas 
mudanças negativas que o mundo tem passado. Caso essas mudanças se agravem, 
todos sofreremos. É imprescindível tratar desse tema no meio acadêmico, mediante 
estudos mais aprofundados, para que a sociedade possa compreender e interagir 
melhor com os problemas climáticos que estão afetando cada vez mais a Terra. 
Na academia, em relações internacionais, o tema meio ambiente e mudanças 
climáticas tem sido cada vez mais discutido, e este trabalho mostra a importância de 
se criar uma ponte entre os estudiosos do meio ambiente e a sociedade civil. 
Para a autora do presente trabalho, o tema se justifica ainda pela crescente 
importância que os fóruns internacionais vêm adquirindo. Além da paixão e do 
interesse pelo meio ambiente, entende-se necessária a compreensão sobre clima, 
meio ambiente e suas mudanças. 
Logo, este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo geral demonstrar 
o valor do meio ambiente, analisar a crescente importância do enfrentamento das 
mudanças climáticas e das conferências do clima, seus acordos e conclusões, na 
esfera internacional, desde a ECO-92. 
Como objetivos específicos, destaca-se a importância do meio ambiente e da 
sustentabilidade nas relações internacionais, à luz da ECO-92, analisam-se as mais 
significativas conferências internacionais sobre o clima, como a ECO-92, a COP3 e a 
COP21, e, por fim, discute-se a relevância do Protocolo de Quioto e do Acordo de 
Paris. 
O trabalho visa refletir a seguinte pergunta: “Qual é a importância das 
conferências internacionais do clima nas relações internacionais contemporâneas, 
especialmente as conferências que ocorreram entre a ECO-92 e a COP24?”. 
14 
 
 
 
2 MEIO AMBIENTE, GLOBALIZAÇÃO E SUSTENTABILIDADE 
De acordo com Helena Ribeiro Sobral (1997), a questão ambiental é 
emblemática para se estudar o processo de globalização. 
Um exemplo da globalização e da preocupação com o meio ambiente é a 
Agenda 21, documento de suma importância, fruto da reunião de diversos países na 
Conferência das Nações Unidas em 1992, no Rio de Janeiro. 
A ECO-92, com os objetivos de atingir um crescimento sustentável, pela 
integração dos conceitos de meio ambiente e desenvolvimento; de lutar pelo 
fortalecimento de um mundo com qualidade, pelo combate à pobreza e pela proteção 
da saúde humana; de tornar o mundo habitável, em questões de suprimento de água 
e administração de rejeitos sólidos; de encorajar o eficiente uso dos recursos e a 
conservação da biodiversidade; de proteger recursos regionais e globais; e de 
propiciar um efetivo gerenciamento dos resíduos químicos e dos resíduos nucleares. 
Foi a partir dessa conferência que a sustentabilidade ganhou foco e passou a 
ser uma das principais questões da política ambiental. 
Segundo o Relatório de Brundtland, elaborado pela Comissão Mundial do Meio 
Ambiente e Desenvolvimento, o termo “sustentável” deriva do latim, sustentare, que 
significa sustentar, defender, favorecer, apoiar, conservar, cuidar. Esse documento foi 
intitulado como Nosso Futuro Comum, e nele se apresenta o conceito sobre 
sustentabilidade como “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, 
sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias 
necessidades”1(UNITED NATIONS, 1987, tradução nossa). 
O documento enfatiza problemas ambientais, como a destruição da camada de 
ozônio e o aquecimento global; e, a todo momento foca em três componentes 
principais que devem estar interligados: o desenvolvimento econômico; a 
sustentabilidade; e o meio ambiente. Unidos, formam o tripé sobre o qual o mundo 
está, e, se não prosperarem juntos, poderemos sofrer graves consequências no 
futuro: 
 
 
 
 
1 Texto original: “[...] to ensure that it meets the needs of the present without compromising the ability 
of future generations to meet their own needs - The concept of sustainable development”. 
15 
 
 
 
 
Se o desenvolvimento econômico aumenta a vulnerabilidade às crises, ele é 
insustentável. Uma seca pode obrigar os agricultores a sacrificarem animais 
que seriam necessários para manter a produção nos anos seguintes. Uma 
queda nos preços pode levar os agricultores e outros produtores a explorarem 
excessivamente os recursos naturais, a fim de manter rendas. Mas pode-se 
reduzir a vulnerabilidade usando tecnologias que diminuam os riscos de 
produção, dando preferência a opções institucionais que reduzam flutuações 
de mercado e acumulando reservas, sobretudo de alimentos e divisas. Mas 
não basta ampliar a gama das variáveis econômicas a serem consideradas. 
Para haver sustentabilidade, é preciso uma visão das necessidades e do 
bem-estar humano que incorpora variáveis não econômicas como educação 
e saúde, água e ar puros e a proteção das belezas naturais. Também, é 
preciso eliminar as limitações dos grupos menos favorecidos, muitos dos 
quais vivem em áreas ecologicamente vulneráveis.2 (NOSSO FUTURO 
COMUM, 1987, p. 64, tradução nossa). 
 
Souza (2007) entende que o crescimento da atividade industrial e populacional 
no mundo, associado à falta de medidas que objetivem o desenvolvimento 
sustentável, indica a incapacidade de se produzir sem a geração de impactos 
negativos ao ambiente. Além de criar produtos, os processos produtivos geram 
poluentes danosos à saúde humana, animal e vegetal, com gastos monetários e perda 
de bem-estar à sociedade, o que torna todo o processo insustentável. 
Para Furtado (1974) e Leis (1999), trabalhar com o padrão de consumo adotado 
pelos países afluentes jamais poderia ser estendido às demais sociedades, pela 
própria impossibilidade de o meio ambiente naturalmente absorver os impactos 
advindos dessa adoção. 
Defender a generalização das formas de consumo que prevalecem nos países 
cêntricos não tem cabimento. “O custo, em termos de depredação do mundo físico, 
 
 
 
 
2 Texto original: Economic development is unsustainable if it increases vulnerability to crises. A 
drought may force farmers to slaughter animals needed for sustaining production in future years. A 
drop in prices may cause farmers or other producers to overexploit natural resources to maintain 
incomes. But vulnerability can be reduced by using technologies that lower production risks, by 
choosing institutional options that reduce market fluctuations, and by building up reserves, especially 
of food and foreign exchange. A development path that combines growth with reduced vulnerability 
is more sustainable than one that does not. Yet it is not enough to broaden the range of economic 
variables taken into account. Sustainability requires views of human needs and well-being that 
incorporate such non-economic variables as education and health enjoyed for their own sak~, clean 
air and water, and the protection of natural beauty. It must also work to remove disabilities from 
disadvantaged groups, many of whom live in ecologically vulnerable areas. 
16 
 
 
 
desse estilo de vida é de tal forma elevado que toda tentativa de o generalizar levaria 
inexoravelmente ao colapso da civilização atual [...]” (FURTADO, 1974, p. 75). 
O conceito mais aceito nos últimos anos para sustentabilidade envolve a 
definição mais concreta do objetivo de desenvolvimento atual (a melhoria da qualidade 
de vida de todos os habitantes da Terra) e, ao mesmo tempo, distingue o fator que 
limita tal desenvolvimento e pode prejudicar as gerações futuras (o uso de recursos 
naturais além da capacidade do planeta). (MIKHAILOVA, 2006). 
Como lembra Tomlinson (2015), o meio ambiente vem sofrendo uma série de 
problemas, principalmente as mudanças do clima, por conta da globalização 
crescente, das ações e das decisões de diferentes atores internacionais, desde 
indivíduos até grandes corporações e Estados. Esses problemas não têm apenas um 
culpado, por isso os indivíduos não devem esperar a ação dos Estados, mas devem, 
sim, começar a tomar medidas, por menores que sejam, para evitar que a situação se 
agrave. Como não esperam pelos “grandes” para causar os problemas, não devem 
esperar por eles para solucioná-los. 
17 
 
 
 
3 SOCIEDADE CIVIL 
Como mencionado no capitulo anterior, a sociedade civil também deve se 
preocupar e ter voz ativa sobre as mudanças climáticas, tema de importância que 
pode direta e indiretamente afetar as vidas na terra. 
Alguns movimentos contemporâneos vêm crescendo e repercutindo pelo 
mundo, como por exemplo, de uma menina sueca, de 16 anos, chamada Greta 
Thunberg, que criou o “Fridays For Future” ou o “Climate Strike”. Durante três 
semanas no mês de agosto de 2018, ela se recusou a ir para a escola e ficou sentada 
em frente ao Parlamento Sueco para protestar contra a falta de ações sobre a crise 
climática no seu país (#FRIDAYSFORFUTURE, 2019) Exemplificando os estudos de 
Tomlinson (2015). 
Segundo #Fridaysforfuture (2019) o movimento acabou tendo mais 
repercussão do que o esperado, e Greta Thunberg decidiu continuar protestando no 
mês seguinte, porém, dessa vez, somente nas sextas-feiras, até que as políticas 
suecas apresentassem um caminho seguro para o meio ambiente. 
Inspirados por este movimento, estudantes e adultos de outros países 
começaram a protestar em frente a seus governos e parlamentos, seguindo a menina, 
que então nomeou esse movimento de Fridays For Future ou, em português, Sextas-
feiras pelo Futuro. (#FRIDAYSFORFUTURE, 2019) 
A Figura 1 mostra o crescimento do movimento intitulado Fridays for Future no 
mundo. 
18 
 
 
 
Figura 1 – Fridays For Future 
 
Fonte: 
#FRIDAYSFORFUTURE. Events Graph. Sweden, 02 set. 2019 disponível em: 
https://www.fridaysforfuture.org/events/graph. Acesso em: 02 set. 2019 
 
Pode-se observar que a linha vermelha, registra o número de países onde 
aconteceu o movimento; as cidades em verde; o número de eventos em roxo; e, por 
último, em azul o número de pessoas que participaram por semana3 e o total individual 
de pessoas que pelo menos uma vez participaram ou aderiram ao movimento. 
Assim como Greta Thunberg, podemos citar Severn Suzuki, uma menina de 13 
anos, que ficou conhecida internacionalmente por ter “calado o mundo”, que em 1992 
com seu discurso na ECO-92, muito aplaudido, a menina canadense conseguiu 
provocar lágrimas em inúmeras pessoas, sendo uma pioneira deste tipo de 
movimento. Severn representava um grupo ambientalista (Environmental Children’s 
 
 
 
 
3 Uma mesma pessoa pode contabilizar toda a semana. 
https://www.fridaysforfuture.org/events/graph
19 
 
 
 
Organization) formado por ela e mais três meninas (Vanessa Sultie, Morgan Geisler e 
Michelle Quigg), com a intenção de trazer o foco para as questões ambientais e “pedir 
para que os adultos mudem o seu modo de agir”. (SUZUKI, 1992). 
Além das duas meninas, temos outros exemplos espalhados pelo mundo, como 
alguns artistas que aproveitam seu status de “celebridade” e sua influencia para apoiar 
a defesa das mudanças climáticas e junto criar uma possível conscientização. Entre 
esses podemos citar Morgan Freeman, Leonardo DiCaprio, Bradd Pitt e Cameron 
Diaz. 
20 
 
 
 
4 ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS 
As organizações internacionais podem ser definidas como “associações 
voluntárias de Estados, constituindo uma sociedade,criada por um tratado, com a 
finalidade de buscar interesses comuns por meio de uma permanente cooperação 
entre seus membros” (SEINTENFUS, 2013, p. 92). 
A organização internacional mais conhecida é a Organização das Nações 
Unidas (ONU), que tem por finalidade manter a paz e a segurança no mundo, fomentar 
relações cordiais entre as nações e promover progresso social, melhores padrões de 
vida e direitos humanos. De acordo com o site oficial da ONU, 
 
A Organização das Nações Unidas, também conhecida pela sigla ONU, é 
uma organização internacional formada por países que se reuniram 
voluntariamente para trabalhar pela paz e o desenvolvimento mundial. 
(NAÇÕES UNIDAS, 2019). 
 
Existem muitas organizações internacionais, em diversos setores, que atuam 
ao redor do globo. Entre elas, destacamos algumas organizações internacionais 
ligadas ao sistema ONU e ao clima, como o Painel Intergovernamental sobre 
Mudanças Climáticas ou, em inglês, The Intergovernmental Panel on Climate Change 
(IPCC), o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e a 
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em inglês, 
United Nations Framework Convention on Climate Change (UNFCCC). 
O PNUMA, estabelecido em 1972, dispõe de uma rede de escritórios regionais 
para apoiar instituições e processos de governança ambiental. Tem como objetivos 
manter o estado do meio ambiente global sob contínuo monitoramento, alertar povos 
e nações sobre problemas e ameaças ao meio ambiente e recomendar medidas para 
melhorar a qualidade de vida da população sem comprometer os recursos e serviços 
ambientais das gerações futuras (ONU MEIO AMBIENTE, 2019). 
 
A ONU Meio Ambiente, principal autoridade global em meio ambiente, é a 
agência do Sistema das Nações Unidas responsável por promover a 
conservação do meio ambiente e o uso eficiente de recursos no contexto do 
desenvolvimento sustentável. (ONU MEIO AMBIENTE, 2019). 
 
O IPCC foi fundado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e pelo 
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), em 1988, para prover 
21 
 
 
 
ao mundo uma visão científica mais clara sobre o atual estado das mudanças 
climáticas e seus potenciais impactos ambientais e socioeconômicos. Ele divulga 
relatórios periódicos em que demonstra as mudanças climáticas que o mundo vem 
sofrendo. É formado por um grupo de cientistas de diversas nacionalidades, que, além 
de divulgarem os relatórios, propõem metas que devem ser seguidas para que o 
aquecimento global seja minimizado. O financiamento para as pesquisas ocorre de 
forma voluntária pelos países-membros, e também com contribuições regulares do 
PNUMA e da UNFCCC (IPCC, 2019). 
A UNFCCC, ratificada por 196 países, surgiu em 1992 durante a ECO-92 e foi 
uma das três adotadas na “Cúpula da Terra do Rio”, só tendo entrado em vigor dois 
anos depois, em 1994. Seu principal objetivo é prevenir a interferência humana 
“perigosa” e lidar com quaisquer impactos negativos ao sistema climático, além de 
tomar decisões necessárias para promover a efetiva implementação das ações para 
a redução das mudanças do clima e de quaisquer instrumentos jurídicos que a COP 
possa adotar. Ela reconheceu a existência de um grande problema em um momento 
em que as informações disponíveis sobre mudança climática eram bem menores do 
que as que temos hoje, o que foi notável (UNITED NATIONS CLIMATE CHANGE, 
2019b). 
22 
 
 
 
5 CONFERÊNCIAS INTERNACIONAIS SOBRE O CLIMA 
Já foram realizadas inúmeras conferências sobre o clima, sendo a pioneira, em 
1972, a Conferência de Estocolmo. A essência dessa conferência das Nações Unidas 
foi sobre o meio ambiente humano, um tema amplo, que vai muito além das mudanças 
climáticas, mas que representou o início das discussões sobre o assunto em âmbito 
internacional (UNITED NATIONS CLIMATE CHANGE, 2019c). 
Já em 1979 aconteceu a World Climate Conference (WCC), a primeira 
conferência que realmente teve foco nas mudanças do clima. A seguinte ocorreu 
somente onze anos depois, junto com o lançamento do primeiro relatório do IPCC, em 
1990, quando realmente começaram a se realizar conferências com mais frequência. 
Um ano depois, houve em Nova York o primeiro encontro do Comitê 
Intergovernamental de Negociação (INC) (UNITED NATIONS CLIMATE CHANGE, 
2019c). 
Em 1992 acontece a ECO-92, no Rio de Janeiro, onde finalmente o clima 
começa a ter destaque no cenário internacional. E em 1995 realiza-se a primeira 
Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças 
Climáticas (COP1), dando abertura às próximas COP (UNITED NATIONS CLIMATE 
CHANGE, 2019c). 
5.1 ECO-92 
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento 
(CNUMAD), também conhecida como Cúpula da Terra, ECO-92 ou RIO-92, é 
considerada uma conferência internacional de destaque e de grande importância, pois 
foi a primeira a se preocupar com o equilíbrio entre a proteção ambiental e o 
desenvolvimento econômico, e pela primeira vez os países participantes 
reconheceram a necessidade de tomar iniciativa para prevenir danos futuros, além de 
ter sido o berço das primeiras manifestações do que viria a se tornar o Protocolo de 
Quioto. 
A conferência aconteceu no Rio de Janeiro, em junho de 1992, vinte anos após 
a Conferência de Estocolmo, e resultou na adoção de normas fundamentais para o 
direito internacional do meio ambiente, como a Carta da Terra, a Agenda 21 e as 
23 
 
 
 
chamadas “convenções irmãs do Rio”, a Convenção-Quadro das Nações Unidas 
sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) e suas outras duas “irmãs”, a Convenção das 
Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (Convenção da Biodiversidade) e a 
Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (AMORIM, 2015). 
Segundo André Lago (2007), a ECO-92 foi diferente de todas as conferências 
anteriores na área e teve caráter especial por ter reunido mais de 100 países para a 
busca de um desenvolvimento igualitário e sem agressão ao meio ambiente. Também 
buscou uma forma de desenvolvimento sustentável, com preservação dos recursos 
naturais do planeta Terra, demonstrando, assim, a evolução do tema meio ambiente 
na agenda internacional dos países. Ocorreu paralelamente à conferência um fórum 
global, organizado por inúmeras ONG. 
O documento que ganhou destaque foi a Agenda 21, pois pela primeira vez 
houve uma reflexão sobre a importância do comprometimento individual de cada país 
a respeito da forma pela qual seus governos, empresas e todos os atores de sua 
sociedade poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas 
socioambientais (BRASIL, 2019). 
A Agenda 21 foi vista como uma agenda de ações para o século XXI, com 
assuntos que vão desde dimensões sociais e econômicas (tal como o combate à 
pobreza e a mudança nos padrões de consumo e desenvolvimento sustentável), 
passando pela gestão dos recursos para o desenvolvimento (como a proteção da 
atmosfera e a conservação da diversidade biológica) e indo até a importância do 
fortalecimento do papel das crianças e da juventude no desenvolvimento sustentável 
e da promoção do ensino e da conscientização ambiental (BRASIL, 2019). 
No decorrer da conferência, ficou acordado que os países em desenvolvimento 
deveriam receber apoio financeiro e tecnológico para alcançarem outro modelo de 
desenvolvimento, que fosse sustentável, inclusive com a redução dos padrões de 
consumo, especialmente de combustíveis fósseis (petróleo e carvão mineral). Com 
essa decisão, a possível união entre meio ambiente e desenvolvimento avançou, 
superando parte dos conflitos registrados nas poucas reuniões anteriores 
(CONFERÊNCIA RIO-92 SOBRE O MEIO AMBIENTE DO PLANETA, 2019). 
24 
 
 
 
5.2 COP3 
A terceira Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas 
sobre Mudanças Climáticas, COP3 ou Cimeira de Quioto, aconteceu em 1997, no 
Japão. Tornou-se um dos eventos mais extraordináriose notáveis da diplomacia 
ambiental internacional, tendo reunido em torno de 2.200 delegados de 158 Estados-
Partes da Convenção e de 6 Estados observadores, cerca de 4.000 observadores de 
ONG e mais de 3.700 representantes da mídia (OBERTHUR; OTT, 1999, p.77). 
Para resolverem todas as questões pendentes sobre meio ambiente, a reunião 
em Quioto foi dividida em três partes. Antes do início da COP, o Grupo de Trabalho 
de Biblioteconomia Médica retomou sua oitava sessão por um dia, para fazer um 
balanço do estado das discussões e apresentar quaisquer novas conclusões para a 
conferência (OBERTHUR; OTT, 1999, p.80). 
A própria COP foi então dividida em duas fases. Durante a primeira semana, 
as Partes tentaram estabelecer o máximo de conclusões comuns possíveis, a fim de 
permitir que o acordo final fosse alcançado durante o segmento ministerial de três dias 
da conferência, que ocorreu durante a segunda semana da reunião (OBERTHUR; 
OTT, 1999, p.80). 
5.2.1 O Protocolo de Quioto 
Como já mencionado, o Protocolo de Quioto teve parte de sua origem na ECO-
92, mas foi criado oficialmente em dezembro de 1997 e entrou em vigor somente em 
fevereiro de 2005, logo após o atendimento a certas condições, que exigiam a 
ratificação de no mínimo 55% do total de países-membros da Convenção, e também 
por países que representavam pelo menos 55% do total das emissões globais de 
dióxido de carbono em 1990 (SISTER, 2007, p.9). 
 
Os países signatários foram divididos em dois grupos, de acordo com seu 
nível de industrialização. Cada grupo tem obrigações distintas em relação ao 
Protocolo. 
• Anexo I – reúne os países desenvolvidos; 
• Não Anexo I – grupo dos países em desenvolvimento. 
Reconhecendo que os países desenvolvidos são os principais responsáveis 
pelos atuais níveis elevados de emissões de GEE na atmosfera como 
resultado da mais de 150 anos de atividade industrial, o protocolo impõe uma 
grande tarefa às as nações desenvolvidas sob o princípio de 
“Responsabilidades comuns, porém diferenciadas”. 
25 
 
 
 
Desta forma, os países desenvolvidos que ratificaram o tratado têm o 
compromisso de diminuir suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) 
numa média de 5,2% em relação aos níveis que emitiam em 1990. E têm um 
prazo final para cumprir a meta: entre 2008 e 2012. 
Já os países do Não Anexo I não têm metas obrigatórias, mas devem auxiliar 
na redução de emissão desses gases por meio de ações nacionais e também 
através de projetos previstos no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. 
(BRASIL, 2010) 
 
Para Victor (2001), o Protocolo de Quioto foi negociado com muita pressa, e a 
maior parte do acordo foi redigida em apenas dois meses antes da sessão de 
negociação final. Com esse processo de negociação acelerado, quase não deram 
atenção a como os compromissos seriam implementados, e assim os negociadores 
essencialmente ignoraram as imensas implicações, não só financeiras, do sistema 
que estavam criando. 
Além disso, os negociadores dos países industrializados queriam um acordo 
que desse a impressão de que seus governos estavam levando o aquecimento global 
a sério. Inicialmente concordaram em criar um sistema de comércio de emissões de 
gases, no entanto a linguagem jurídica usada no Protocolo de Quioto não requeria a 
criação de tal sistema. 
Ainda segundo Victor (2001), diplomatas de alguns países deixaram Quioto 
com a suposição de que o comércio de emissões era parte integrante do protocolo e 
adiaram o máximo possível qualquer esforço para estabelecer as regras que 
governariam esse sistema. 
Na prática, poucas nações seriam capazes de cumprir as rígidas metas de 
Quioto de maneira econômica, a menos que concordassem em negociar baixas taxas 
para as emissões. 
Seguindo as palavras de Victor (2001), mesmo estando de acordo com o 
objetivo máximo da UNFCCC, a sessão de Quioto criou um acordo altamente 
ambicioso, que exige uma forma completamente nova de negociação financeira 
internacional para que tenha sucesso, mas sem nenhum consenso sobre como 
implementar esse esquema. 
Por conta da pressa, da rápida negociação e do pouco interesse por parte dos 
diplomatas, o protocolo acabou sendo de certa forma ineficiente e difícil de ser 
aplicado, especialmente por ter sido escrito de modo muito genérico e sem 
especificidades de como teriam de ocorrer as negociações financeiras sobre o 
comércio de carbono. 
26 
 
 
 
5.3 COP21 
A vigésima primeira Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações 
Unidas sobre Mudanças Climáticas, ou COP21, aconteceu em dezembro de 2015, em 
Paris. 
Teve como principal objetivo incorporar um novo acordo entre todos os 
Estados-partes da UNFCCC para diminuir as emissões de GEE, limitar o aumento da 
temperatura global em menos que 2 ºC até o final deste século e, consequentemente, 
retrogradar o aquecimento global (INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL, 2019). 
Segundo Barbosa (2015) “há pelo menos um motivo para apostar que algo de 
bom possa sair desse novo encontro – nunca antes tantos chefes de Estado e 
governos estiveram reunidos em um mesmo lugar para discutir soluções em conjunto”. 
O objetivo da COP21 foi claro: chegar a um ambicioso e amplo acordo com o 
máximo de Estados possível, senão todos, para frear os efeitos das mudanças 
climáticas e garantir o futuro das próximas gerações, o que já haviam tentado fazer 
na COP3, com o Protocolo de Quioto, mas que acabou não atendendo às 
expectativas. A diferença é que dessa vez decidiram deixar o tema do acordo mais 
amplo, não focando somente na redução de emissão de GEE, e antes do encontro na 
COP encorajaram os governos a submeter a Pretendida Contribuição Nacionalmente 
Determinada ou, em inglês, Intended Nationally Determined Contributions (INDC) 
(SALAWITCH; CANTY; HOPE; TRIBETT; BENNETT, 2017, p.118). 
O foco das INDCS é refletir as ambições de cada país para contribuir com a 
redução de emissões domésticas de gases. Juntar as INDC de todos os países era 
fundamental para a determinação do Acordo de Paris. A data final para a submissão 
individual das INDCS foi 1º de outubro de 2015. Cada país da convenção devia 
apresentar, no contexto de suas prioridades nacionais, circunstâncias e capacidades, 
contribuições que fossem compatíveis com o objetivo final de limitar o aumento da 
temperatura global a um máximo de 2 ºC até o final do século – teto que os cientistas 
colocaram como necessário na época para evitar mudanças catastróficas. 
Posteriormente, esse quantificador passaria de INDC para NDC, sem o “i” de 
“Intended” (em português, “Pretendida”), uma vez que, com o Acordo em vigor, os 
países não teriam mais contribuições pretendidas e, sim, contribuições a serem 
cumpridas. (O QUE SÃO INDCS, 2015) 
27 
 
 
 
Além das INDCS, foi decidido que seria aberto um grupo para “consultas 
informais”, intitulado Comitê de Paris, liderado pelo presidente da COP21, Laurent 
Fabius, com o objetivo de acelerar e facilitar o compromisso sobre o Acordo e a 
propagação das decisões tomadas durante a conferência (UNITED NATIONS 
CLIMATE CHANGE, 2019a). 
Após a COP21, de certo modo, todas as COP foram focadas no Acordo de 
Paris, sendo a de Marraqueche a primeira delas, onde começaram as discussões. Já 
a COP23, sob a presidência de Fiji, aconteceu em Bonn, pois aquele país não possuía 
estruturas suficientes para receber um evento internacional de tamanho porte. Em 
Katowice aconteceu a COP24, e a próxima será sediada pelo Chile (UNITED 
NATIONS CLIMATE CHANGE, 2019d). 
5.3.1 O Acordo de Paris 
O Acordo de Paris é o esforço multilateral mais recente para a construção sólida 
de um projeto de regulação internacional no contexto das mudanças climáticas, que 
devia ter entrado em vigor em 2016, após 55 países responsáveis por mais de 55% 
das emissões de GEE o ratificarem. Porém, como sua ratificação aconteceu mais 
rápido do que o esperado, foi acordado que só funcionaria efetivamente após o livro 
de regrasestar pronto, em 2020, depois da COP26. 
Até 2020, os signatários terão tempo para fazer acordos, tomar decisões, 
aprofundar-se nos temas que acharem necessários e, principalmente, esboçar o texto 
final do Acordo, com as futuras metas e ações que entenderem ser necessárias para 
alcançar os objetivos. O Acordo foi adotado por consenso, e o documento assinado 
por 195 países-partes da UNFCCC mais União Europeia. Até 2020, qualquer país 
poderá assinar e/ou ratificar o Acordo, assim como há a opção de desistência 
(NAÇÕES UNIDAS BRASIL, 2019). 
Apesar de ter sido adotado por consenso, esse Acordo não foi unânime. Alguns 
países, como Rússia, Turquia, Líbano, Iraque e Angola, só o assinaram, e não o 
ratificaram. Outros países, como Omã e Suriname, ratificaram o tratado somente em 
2019. O Brasil assinou-o e ratificou-o em 2016 (UNITED NATIONS TREATY 
COLLECTION, 2019). 
28 
 
 
 
Em junho de 2017, os Estados Unidos da América declararam oficialmente sua 
intenção de saída, após uma declaração de Donald Trump que termina com as 
seguintes palavras: 
 
4[...] Como presidente, tenho uma obrigação, e essa obrigação é para o povo 
americano. O Acordo de Paris minaria nossa economia, restringiria nossos 
trabalhadores, enfraqueceria nossa soberania, imporia riscos legais 
inaceitáveis e nos colocaria em permanente desvantagem para os outros 
países do mundo. É hora de sair do Acordo de Paris e é hora de buscar um 
novo acordo que proteja o meio ambiente, nossas empresas, nossos 
cidadãos e nosso país. É hora de colocar Youngstown, Ohio, Detroit, 
Michigan e Pittsburgh, Pensilvânia - junto com muitos outros locais em nosso 
grande país - antes de Paris, França. É hora de tornar a América ótima 
novamente. Obrigado. Obrigado. Muito obrigado. (TRUMP, 2017, tradução 
nossa) 
 
Após 2020, imagina-se que mais nenhum país “entre” no Acordo e tampouco 
opte pela saída. 
O Acordo é tão amplo que “reflete o avanço em todas as áreas possíveis de 
combate ao aquecimento global, a promoção e a preservação do meio ambiente e 
também o desenvolvimento sustentável sob o viés de ações globais” (RODRIGUES; 
FROZZA; FRAGA, 2017, p. 7). Entretanto, apesar de amplo, possui metas bem 
específicas para limitar o aquecimento global em relação à linha da base pré-industrial. 
Ele busca reduzir a emissão cumulativa de GEE, de modo que o aumento da 
temperatura média da superfície da terra esteja abaixo de 2 ºC, e atualmente busca 
esforços para limitar a temperatura a 1,5 ºC, pois novas pesquisas já comprovaram 
que ainda poderemos sofrer muitos danos se a temperatura máxima chegar a 2 ºC. 
Esses números podem ser interpretados como “a meta de Paris”, de 1,5 ºC de 
aquecimento da Terra, com limite máximo de 2 ºC, pois reconheceram que meio grau 
a menos pode reduzir significativamente alguns impactos das mudanças climáticas e 
 
 
 
 
4 [...] As President, I have one obligation, and that obligation is to the American people. The Paris 
Accord would undermine our economy, hamstring our workers, weaken our sovereignty, impose 
unacceptable legal risks, and put us at a permanent disadvantage to the other countries of the world. 
It is time to exit the Paris Accord and time to pursue a new deal that protects the environment, our 
companies, our citizens, and our country. It is time to put Youngstown, Ohio, Detroit, Michigan, and 
Pittsburgh, Pennsylvania — along with many, many other locations within our great country — before 
Paris, France. It is time to make America great again. Thank you. Thank you. Thank you very much. 
29 
 
 
 
outros possíveis riscos (SALAWITCH; CANTY; HOPE; TRIBETT; BENNETT, 2017, 
p.118) 
A Figura 2, a seguir, do Instituto WRI Brasil, que faz parte do grupo World 
Resources Institute, instituição global de pesquisa com atuação em mais de 50 países, 
atuante no desenvolvimento de estudos e na implementação de soluções sustentáveis 
em clima, florestas e cidades, mostra, de acordo com o IPCC, a diferença dos danos 
que o planeta deverá sofrer se alcançarmos o nível máximo de temperatura de 1,5 ºC 
ou de 2 ºC, para o fim de tentar conscientizar as pessoas de que meio grau de 
aquecimento faz diferença e muitas coisas podem sofrer alterações por conta desse 
meio grau. O Instituto deixa claro seu apoio à redução do nível máximo de temperatura 
da Terra para 1,5 ºC (WRI BRASIL, 2019). 
 
30 
 
 
 
Figura 2 – Diferenças entre 1,5 ºC e 2 ºC de aquecimento 
 
Fonte: 8 COISAS que você precisa saber sobre o relatório de mudanças climáticas do IPCC. In: WRI 
BRASIL, São Paulo, 9 out. 2018. Disponivel em: https://wribrasil.org.br/pt/blog/2018/10/oito-coisas-que-
voce-precisa-saber-sobre-o-relatorio-de-mudancas-climaticas-do-ipcc. Acesso em: 25 jun. 2019. 
31 
 
 
 
 
Hoje, o nível máximo de aquecimento do planeta tem gerado muitas discussões 
nas conferências sobre o clima, principalmente em plenárias, quando são tomadas as 
principais decisões. 
A grande abrangência do Acordo inclui assuntos como agricultura, saúde, 
direitos humanos e oceanos, além de possuir artigos específicos sobre transferência 
e desenvolvimento tecnológico, perdas e danos, adaptação e mitigação do clima e 
financiamento climático (PARIS AGREEMENT, 2015). 
De acordo com Klein et al. (2007), o artigo 7º do acordo5 trata da adaptação do 
clima e de um ciclo de ações para fortalecer regularmente os esforços de adaptação. 
 
 
 
 
5 Article 7 1. Parties hereby establish the global goal on adaptation of enhancing adaptive capacity, 
strengthening resilience and reducing vulnerability to climate change, with a view to contributing to 
sustainable development and ensuring an adequate adaptation response in the context of the 
temperature goal referred to in Article 2. 2. Parties recognize that adaptation is a global challenge 
faced by all with local, subnational, national, regional and international dimensions, and that it is a 
key component of and makes a contribution to the long-term global response to climate change to 
protect people, livelihoods and ecosystems, taking into account the urgent and immediate needs of 
those developing country Parties that are particularly vulnerable to the adverse effects of climate 
change. 3. The adaptation efforts of developing country Parties shall be recognized, in accordance 
with the modalities to be adopted by the Conference of the Parties serving as the meeting of the 
Parties to this Agreement at its first session. 4. Parties recognize that the current need for adaptation 
is significant and that greater levels of mitigation can reduce the need for additional adaptation efforts, 
and that greater adaptation needs can involve greater adaptation costs. 5. Parties acknowledge that 
adaptation action should follow a country-driven, gender responsive, participatory and fully 
transparent approach, taking into consideration vulnerable groups, communities and ecosystems, 
and should be based on and guided by the best available science and, as appropriate, traditional 
knowledge, knowledge of indigenous peoples and local knowledge systems, with a view to 
integrating adaptation into relevant socioeconomic and environmental policies and actions, where 
appropriate. 6. Parties recognize the importance of support for and international cooperation on 
adaptation efforts and the importance of taking into account the needs of developing country Parties, 
especially those that are particularly vulnerable to the adverse effects of climate change. 7. Parties 
should strengthen their cooperation on enhancing action on adaptation, taking into account the 
Cancun Adaptation Framework, including with regard to: (a) Sharing information, good practices, 
experiences and lessons learned, including, as appropriate, as these relate to science, planning, 
policies and implementation in relation to adaptation actions; (b) Strengthening institutional 
arrangements, including those under the Convention that serve this Agreement, to support the 
synthesisof relevant information and knowledge, and the provision of technical support and guidance 
to Parties; (c) Strengthening scientific knowledge on climate, including research, systematic 
observation of the climate system and early warning systems, in a manner that informs climate 
services and supports decision-making; (d) Assisting developing country Parties in identifying 
effective adaptation practices, adaptation needs, priorities, support provided and received for 
adaptation actions and efforts, and challenges and gaps, in a manner consistent with encouraging 
good practices; and (e) Improving the effectiveness and durability of adaptation actions. 8. United 
Nations specialized organizations and agencies are encouraged to support the efforts of Parties to 
implement the actions referred to in paragraph 7 of this Article, taking into account the provisions of 
paragraph 5 of this Article. 9. Each Party shall, as appropriate, engage in adaptation planning 
32 
 
 
 
O artigo 8º abrange o tema de perdas e danos associados aos efeitos das mudanças 
climáticas,6 através de áreas de cooperação e de facilitação que possam melhorar a 
compreensão, e de algumas ações sobre o tema que atualmente são tratados pela 
UNFCCC, junto com o Mecanismo Internacional para Perdas e Danos de Varsóvia. 
Na sequência, o artigo 9º trata do financiamento climático,7 que é a peça central da 
 
 
 
 
processes and the implementation of actions, including the development or enhancement of relevant 
plans, policies and/or contributions, which may include: (a) The implementation of adaptation actions, 
undertakings and/or efforts; (b) The process to formulate and implement national adaptation plans; 
(c) The assessment of climate change impacts and vulnerability, with a view to formulating nationally 
determined prioritized actions, taking into account vulnerable people, places and ecosystems; (d) 
Monitoring and evaluating and learning from adaptation plans, policies, programmes and actions; 
and (e) Building the resilience of socioeconomic and ecological systems, including through economic 
diversification and sustainable management of natural resources. 10. Each Party should, as 
appropriate, submit and update periodically an adaptation communication, which may include its 
priorities, implementation and support needs, plans and actions, without creating any additional 
burden for developing country Parties. 11. The adaptation communication referred to in paragraph 
10 of this Article shall be, as appropriate, submitted and updated periodically, as a component of or 
in conjunction with other communications or documents, including a national adaptation plan, a 
nationally determined contribution as referred to in Article 4, paragraph 2, and/or a national 
communication. 12. The adaptation communications referred to in paragraph 10 of this Article shall 
be recorded in a public registry maintained by the secretariat. 13. Continuous and enhanced 
international support shall be provided to developing country Parties for the implementation of 
paragraphs 7, 9, 10 and 11 of this Article, in accordance with the provisions of Articles 9, 10 and 11. 
14. The global stocktake referred to in Article 14 shall, inter alia: (a) Recognize adaptation efforts of 
developing country Parties; (b) Enhance the implementation of adaptation action taking into account 
the adaptation communication referred to in paragraph 10 of this Article; (c) Review the adequacy 
and effectiveness of adaptation and support provided for adaptation; and (d) Review the overall 
progress made in achieving the global goal on adaptation referred to in paragraph 1 of this Article. 
6 Article 8 1. Parties recognize the importance of averting, minimizing and addressing loss and damage 
associated with the adverse effects of climate change, including extreme weather events and slow 
onset events, and the role of sustainable development in reducing the risk of loss and damage. 2. 
The Warsaw International Mechanism for Loss and Damage associated with Climate Change 
Impacts shall be subject to the authority and guidance of the Conference of the Parties serving as 
the meeting of the Parties to this Agreement and may be enhanced and strengthened, as determined 
by the Conference of the Parties serving as the meeting of the Parties to this Agreement. 3. Parties 
should enhance understanding, action and support, including through the Warsaw International 
Mechanism, as appropriate, on a cooperative and facilitative basis with respect to loss and damage 
associated with the adverse effects of climate change. 4. Accordingly, areas of cooperation and 
facilitation to enhance understanding, action and support may include: (a) Early warning systems; 
(b) Emergency preparedness; (c) Slow onset events; (d) Events that may involve irreversible and 
permanent loss and damage; (e) Comprehensive risk assessment and management; (f) Risk 
insurance facilities, climate risk pooling and other insurance solutions; (g) Non-economic losses; and 
(h) Resilience of communities, livelihoods and ecosystems. 5. The Warsaw International Mechanism 
shall collaborate with existing bodies and expert groups under the Agreement, as well as relevant 
organizations and expert bodies outside the Agreement. 
7 Article 9 1. Developed country Parties shall provide financial resources to assist developing country 
Parties with respect to both mitigation and adaptation in continuation of their existing obligations 
under the Convention. 2. Other Parties are encouraged to provide or continue to provide such support 
voluntarily. 3. As part of a global effort, developed country Parties should continue to take the lead 
in mobilizing climate finance from a wide variety of sources, instruments and channels, noting the 
33 
 
 
 
arquitetura internacional de mudanças do clima e está sendo determinante para 
alcançar o Acordo de Paris. Ainda, as obrigações para o fornecimento do 
financiamento climático foram divididas em diferentes disposições dentro do artigo, 
incluindo alavancar os fluxos financeiros privados por meio de intervenções públicas 
para atender às necessidades dos países em desenvolvimento, bem como os 
esforços de todas as partes para canalizar seus próprios recursos financeiros 
domésticos e alavancar os fluxos financeiros privados domésticos em seus próprios 
países. 
A transferência e o desenvolvimento tecnológico aparecem no artigo 10,8 com 
o objetivo de ajudar os países em desenvolvimento a melhorar a resiliência às 
 
 
 
 
significant role of public funds, through a variety of actions, including supporting country-driven 
strategies, and taking into account the needs and priorities of developing country Parties. Such 
mobilization of climate finance should represent a progression beyond previous efforts. 4. The 
provision of scaled-up financial resources should aim to achieve a balance between adaptation and 
mitigation, taking into account country-driven strategies, and the priorities and needs of developing 
country Parties, especially those that are particularly vulnerable to the adverse effects of climate 
change and have significant capacity constraints, such as the least developed countries and small 
island developing States, considering the need for public and grant-based resources for adaptation. 
5. Developed country Parties shall biennially communicate indicative quantitative and qualitative 
information related to paragraphs 1 and 3 of this Article, as applicable, including, as available, 
projected levels of public financial resources to be provided to developing country Parties. Other 
Parties providing resources are encouraged to communicate biennially such information on a 
voluntary basis. 6. The global stocktake referred to in Article 14 shall take into account the relevant 
information provided by developed country Parties and/or Agreement bodies on efforts related to 
climate finance. 7. Developed country Parties shall provide transparentand consistent information 
on support for developing country Parties provided and mobilized through public interventions 
biennially in accordance with the modalities, procedures and guidelines to be adopted by the 
Conference of the Parties serving as the meeting of the Parties to this Agreement, at its 9 first 
session, as stipulated in Article 13, paragraph 13. Other Parties are encouraged to do so. 8. The 
Financial Mechanism of the Convention, including its operating entities, shall serve as the financial 
mechanism of this Agreement. 9. The institutions serving this Agreement, including the operating 
entities of the Financial Mechanism of the Convention, shall aim to ensure efficient access to financial 
resources through simplified approval procedures and enhanced readiness support for developing 
country Parties, in particular for the least developed countries and small island developing States, in 
the context of their national climate strategies and plans. 
8 Article 10 1. Parties share a long-term vision on the importance of fully realizing technology 
development and transfer in order to improve resilience to climate change and to reduce greenhouse 
gas emissions. 2. Parties, noting the importance of technology for the implementation of mitigation 
and adaptation actions under this Agreement and recognizing existing technology deployment and 
dissemination efforts, shall strengthen cooperative action on technology development and transfer. 
3. The Technology Mechanism established under the Convention shall serve this Agreement. 4. A 
technology framework is hereby established to provide overarching guidance to the work of the 
Technology Mechanism in promoting and facilitating enhanced action on technology development 
and transfer in order to support the implementation of this Agreement, in pursuit of the long-term 
vision referred to in paragraph 1 of this Article. 5. Accelerating, encouraging and enabling innovation 
is critical for an effective, longterm global response to climate change and promoting economic 
34 
 
 
 
mudanças climáticas e a reduzir as emissões de GEE, além de acelerar e aumentar a 
eficácia das ações que os países tomarão no longo prazo (KLEIN et al., 2007, p. 258-
267). 
No preambulo do Acordo é reconhecido que a mudança do clima é uma 
preocupação comum de todas os atores, logo estes deverão, ao adotar medidas para 
enfrentar a mudança climática, respeitar, considerar e promover suas respectivas 
obrigações considerando os direitos humanos, o direito à saúde e dos povos 
indígenas, crianças e pessoas em situação de vulnerabilidade, e o direito ao 
desenvolvimento, bem como a igualdade de gênero e o empoderamento feminino. 
Sempre deverá ser observada a importância de assegurar a integridade dos 
ecossistemas, incluindo os oceanos, e a proteção da biodiversidade (PARIS 
AGREEMENT, 2015). 
Ban Kin-moon, 8º Secretário-Geral da ONU, tem sua fala destacada em matéria 
das Nações Unidas Brasil (2015), em que diz acreditar que o Acordo marca um 
momento decisivo para o enfrentamento às mudanças do clima: “Pela primeira vez, 
cada país do mundo se compromete a reduzir as emissões, fortalecer a resiliência e 
se unir em uma causa comum para combater a mudança do clima. O que já foi 
impensável se tornou um caminho sem volta”. Ainda na matéria, Kin-moon afirma que 
o Acordo de Paris deve preparar o terreno para o progresso na erradicação da 
pobreza, para o fortalecimento da paz e para a garantia de uma vida de dignidade e 
oportunidade para todos (NAÇÕES UNIDAS BRASIL, 2015). 
 
 
 
 
growth and sustainable development. Such effort shall be, as appropriate, supported, including by 
the Technology Mechanism and, through financial means, by the Financial Mechanism of the 
Convention, for collaborative approaches to research and development, and facilitating access to 
technology, in particular for early stages of the technology cycle, to developing country Parties. 6. 
Support, including financial support, shall be provided to developing country Parties for the 
implementation of this Article, including for strengthening cooperative action on technology 
development and transfer at different stages of the technology cycle, with a view to achieving a 
balance between support for mitigation and adaptation. The global stocktake referred to in Article 14 
shall take into account available information on efforts related to support on technology development 
and transfer for developing country Parties. 
35 
 
 
 
5.4 DISCUTINDO O PROTOCOLO DE QUIOTO E O ACORDO DE PARIS 
O Protocolo e o Acordo se diferem em muitos fatores. Deve ser observado que 
o Acordo de Paris veio não só para tentar alcançar os objetivos do Protocolo de Quioto 
(que foi um enorme fracasso – ao invés de reduzir as emissões de gases, acabou 
aumentando em cerca de 16%), mas para ir além. 
Claramente, não só a estrutura, mas os comprometimentos do Acordo de Paris 
são distintos dos do Protocolo de Quioto. Se em ambos foi estabelecido que todas as 
ações são voluntárias, o Acordo sugere que a cada cinco anos os governos 
comuniquem os mecanismos usados para a revisão de suas contribuições, a 
avaliação do andamento das metas e a disponibilidade de ajuda para os signatários 
que não conquistaram avanços. 
Além disso, enquanto o Protocolo de Quioto focava somente no compromisso 
dos países desenvolvidos, o Acordo de Paris exige que todos os países (que fazem 
parte do Acordo) façam sua parte. Ainda, no Protocolo, os países não sofrem 
penalidades por não atingirem algum objetivo proposto; exige-se apenas a geração 
de relatórios e o monitoramento e a reavaliação das metas coletivas e individuais com 
o passar dos anos. 
Outro erro do Protocolo foi o caso de ter feito metas diferentes para países 
desenvolvidos e subdesenvolvidos (países do Anexo I e do Não Anexo I), pois com a 
globalização é preciso ter conhecimento de que o mundo está em constante evolução. 
 
Deste modo, se os grandes emissores de GEEs ao longo da história 
desempenharam um papel fundamental até agora para as mudanças 
climáticas, novos poluidores passam a contribuir, substantivamente, para a 
determinação do clima do planeta no futuro. (SOUZA; CORAZZA, 2017, p. 
66). 
 
No caso do Acordo de Paris, não existem grupos, e cada país tem suas próprias 
metas e compromissos, de acordo com suas INDCS. Portanto, embora o Protocolo de 
Quioto tenha sido o primeiro importante passo para um regime global de redução de 
emissões de GEE, era preciso avançar, ir além, e é justamente nesse sentido que se 
iniciaram as negociações na COP21 para o Acordo de Paris, que até 2020 deve definir 
quais serão os deveres e metas incorporados ao Acordo que as partes devem cumprir. 
36 
 
 
 
O que já se tem certeza sobre o Acordo é que ele não será restrito à diminuição 
dos GEE, como foi o Protocolo de Quioto. Abrangerá uma diversidade de temas 
relacionados às mudanças climáticas e terá foco na diminuição do aumento da 
temperatura global. Para isso, o tempo de reflexão é um ponto que deve ser bem 
observado e discutido. Em Quioto tudo aconteceu muito rápido, e as decisões foram 
imediatas, fazendo com que o Protocolo não ficasse com uma redação apropriada e 
apta para ser praticada. Já Paris aparentemente está sendo mais negociado, discutido 
e escrito com cautela, há exatos quatro anos, e ainda dispõe de mais um ano a 
apresentação de uma proposta de texto final. 
A partir da análise dos tratados observou-se que existem possíveis relações 
entre os tratados conforme o quadro 1. 
 
Tabela 1 - Acordo de Paris X Tratado de Quioto 
Tema Acordo de Paris Tratado de Quioto 
Gases de 
efeito estufa 
Reconhecendo a importância 
da conservação e melhoria, 
conforme apropriado, dos 
sumidouros e reservatórios 
dos gases de efeito estufa 
mencionados na Convenção. 
Cada Parte incluída no Anexo I, ao cumprir 
seus compromissos quantificados de 
limitação e redução de emissões assumidos 
sobo Artigo 3, a fim de promover o 
desenvolvimento sustentável, deve 
implementar e/ou aprimorar políticas e 
medidas de acordo com suas circunstâncias 
nacionais. 
Fome Reconhecer a prioridade 
fundamental de salvaguardar 
a segurança alimentar e 
acabar com a fome. 
 
 _ 
Saúde e 
bem-estar 
As Partes devem, ao adotar 
medidas para lidar com as 
mudanças climáticas, 
respeitar, promover e 
considerar suas respectivas 
obrigações [...] direito à 
saúde [...]. 
 
 
 _ 
Temperatura 
global 
Manter o aumento da 
temperatura média global 
bem abaixo de 2 ° C acima 
dos níveis pré-industriais e 
prosseguir esforços para 
limitar o aumento de 
temperatura a 1,5 ° C acima 
dos níveis pré-industriais, 
reconhecendo que isso 
reduziria significativamente 
os riscos e impactos das 
mudanças climáticas. 
 
 
 
 
 
 _ 
37 
 
 
 
Educação de 
qualidade 
Afirmando a importância da 
educação, treinamento, 
conscientização, participação 
e acesso público à 
informação e cooperação em 
todos os níveis nos assuntos 
abordados neste Acordo. 
Cooperar e promover em nível internacional 
e, conforme o caso, por meio de organismos 
existentes, a elaboração e a execução de 
programas de educação e treinamento, 
incluindo o fortalecimento da capacitação 
nacional, em particular a capacitação 
humana e institucional e o intercâmbio ou 
cessão de pessoal para treinar especialistas 
nessas áreas, em particular para os países 
em desenvolvimento, e facilitar em nível 
nacional a conscientização pública e o 
acesso público a informações sobre a 
mudança do clima. 
Igualdade de 
gênero 
As Partes devem, ao adotar 
medidas para lidar com as 
mudanças climáticas, 
respeitar, promover e 
considerar suas respectivas 
obrigações com [...] a 
igualdade de gênero e o 
empoderamento das 
mulheres. 
 
 
 
 _ 
Energia 
limpa 
 
 
 _ 
A pesquisa, a promoção, o desenvolvimento 
e o aumento do uso de formas novas e 
renováveis de energia, de tecnologias de 
sequestro de dióxido de carbono e de 
tecnologias ambientalmente seguras, que 
sejam avançadas e inovadoras 
Trabalho 
descente 
Levando em conta os 
imperativos de uma transição 
justa da força de trabalho, a 
criação de trabalho decente e 
empregos de qualidade, de 
acordo com as prioridades 
das indc. 
 
 
 _ 
38 
 
 
 
Industria e 
inovação 
Levando em consideração as 
necessidades específicas e 
situações especiais dos 
países menos desenvolvidos 
no que se refere ao 
financiamento e transferência 
de tecnologia. 
Tais programas envolveriam, entre outros, os 
setores de energia, transporte e indústria, 
bem como os de agricultura, florestas e 
tratamento de resíduos. Além disso, 
tecnologias e métodos de adaptação para 
aperfeiçoar o planejamento espacial 
melhorariam a adaptação à mudança do 
clima; 
Cooperar na promoção de modalidades 
efetivas para o desenvolvimento, a aplicação 
e a difusão, e tomar todas as medidas 
possíveis para promover, facilitar e financiar, 
conforme o caso, a transferência ou o acesso 
a tecnologias, know-how, práticas e 
processos ambientalmente seguros relativos 
à mudança do clima, em particular para os 
países em desenvolvimento, incluindo a 
formulação de políticas e programas para a 
transferência efetiva de tecnologias 
ambientalmente seguras que sejam de 
propriedade pública ou de domínio público e 
a criação, no setor privado, de um ambiente 
propício para promover e melhorar a 
transferência de tecnologias ambientalmente 
seguras e o acesso a elas; 
Cooperar nas pesquisas científicas e 
técnicas e promover a manutenção e o 
desenvolvimento de sistemas de observação 
sistemática e o desenvolvimento de arquivos 
de dados para reduzir as incertezas 
relacionadas ao sistema climático, os efeitos 
adversos da mudança do clima e as 
consequências econômicas e sociais [...] 
Redução das 
desigualdade
s 
As partes devem [...] 
respeitar, promover e 
considerar suas respectivas 
obrigações com [...] direitos 
dos povos indígenas, 
comunidades locais, 
migrantes, crianças, pessoas 
com deficiência e pessoas 
em situações vulneráveis e o 
direito ao desenvolvimento, 
bem como a igualdade de 
gênero e o empoderamento 
das mulheres. 
 
 
 
 
 
 _ 
Oceanos Garantir a integridade de 
todos os ecossistemas, 
incluindo oceanos [...] 
 _ 
39 
 
 
 
Vida terrestre Observando a importância de 
garantir a integridade de 
todos os ecossistemas, e a 
[...] proteção da 
biodiversidade, reconhecida 
por algumas culturas como 
Mãe Terra, e notando a 
importância de parte do 
conceito de "justiça 
climática", ao tomar medidas 
para abordar das Alterações 
Climáticas. 
 
 
 
 
 
 _ 
Fonte: elaborado pela autora 
40 
 
 
 
6 CONCLUSÃO 
Como pôde ser observado, ao longo dos anos têm sido realizadas diversas 
conferências internacionais para tentar obter êxito em relação ao enfrentamento às 
mudanças climáticas e à proteção do meio ambiente. Nessas reuniões, houve tanto 
resultados positivos quanto negativos. A escassez de matérias-primas, as mudanças 
climáticas, as catástrofes naturais e outros fatores levam os países a tomarem 
decisões cada vez mais importantes para frear o aquecimento global e, 
consequentemente, para barrar o avanço descontrolado da industrialização. 
Entre as ações que trouxeram grandes avanços nos últimos anos para frear o 
aquecimento global está a Agenda 21, descrita na seção 4.1, que foi o meio 
encontrado pelos participantes da ECO-92 para tentar mobilizar os países 
participantes a transformar intenções em práticas, com a sugestão de várias 
alternativas para que os Estados pudessem atingir um nível de desenvolvimento 
sustentável aceitável para os padrões da época sem comprometer as gerações 
futuras. 
Também foram destacados neste trabalho o Protocolo do Quioto, explicitado 
na seção 4.2.1, através da COP3, que constituiu um tratado internacional com 
compromissos mais rígidos para a redução da emissão dos gases que agravam o 
efeito estufa, considerados como causa antropogênica do aquecimento global, e o 
Acordo de Paris, discutido na seção 4.3.1, com a COP21, que pretende implementar 
um novo tratado internacional, mais amplo, claro, fácil e possível de ser aplicado. 
Deve-se pontuar que o Acordo de Paris ainda possui um ano de negociações 
pela frente e, por isso, são relevantes novas pesquisas, principalmente após a COP26, 
de 2020, pois o Acordo estará assinado e os países começarão a colocá-lo em prática, 
o que certamente provocará, novamente, muita discussão sobre o assunto. 
Retomando a discussão desenvolvida da seção 4.4, fica visível o desarranjo do 
Protocolo de Quioto e as expectativas e possibilidades que o Acordo de Paris 
apresenta para gerar incríveis resultados, pelo principal fato de se estar estruturando 
o Acordo desde 2015, com ajustes quanto às divergências, para não repetir os erros 
do Protocolo de Quioto nesse aspecto. 
Conclui-se que as conferências internacionais do clima têm grande importância 
não só nas relações internacionais contemporâneas, mas para um futuro mais 
41 
 
 
 
próspero e tranquilo para toda a humanidade. Percebe-se que atualmente esse tem 
sido o único meio que possibilita o encontro de muitos atores internacionais para 
discutir, analisar, propor e aprender sobre as mudanças climáticas, especialmente por 
fomentar espaços específicos para reuniões, sessões e discussões, para em conjunto 
se pensar em alternativas viáveis para frear as mudanças climáticas e se comprometer 
mediante acordos e tratados. 
 
 
42 
 
 
 
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