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Fundamentos da Biologia Celular - Alberts et al - 2017 - 4 Edicao-772

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Respostas 745
crição poderia substituir a DNA-primase. No entanto, se pen-
sarmos melhor, existem alguns fortes impedimentos. (1) A RNA-
-polimerase usada para a produção do iniciador requer iniciação 
de síntese em intervalos de algumas centenas de bases, o que é 
muito mais frequente do que o espaçamento comum de promo-
tores sobre o DNA. A iniciação deveria, portanto, proceder de 
forma independente de promotores, ou seriam necessários mui-
to mais promotores sobre o DNA; em ambos os casos, haveria 
problemas para o controle da transcrição. (2) Na mesma linha, os 
iniciadores de RNA usados na replicação de DNA são muito mais 
curtos do que os mRNAs. Como consequência, a RNA-polimera-
se teria de proceder a terminações com muito mais frequência 
do que durante uma transcrição. A terminação teria de ocorrer 
espontaneamente, ou seja, sem a necessidade de uma sequência 
terminadora sobre o DNA, ou então muitos terminadores deve-
riam estar presentes. Mais uma vez, ambos os cenários seriam 
problemáticos no que diz respeito ao controle da transcrição. 
 Apesar de ser potencialmente possível superar esses problemas 
pela ligação de proteínas controladoras especiais à RNA-polime-
rase durante a replicação, o problema já foi resolvido durante 
a evolução pelo uso de enzimas diferentes com propriedades 
especializadas. Alguns pequenos vírus de DNA, no entanto, utili-
zam a RNA-polimerase do hospedeiro para a síntese de iniciado-
res de DNA para sua própria replicação.
RESPOSTA 7-4 Esse experimento demonstra que o ribossomo 
não controla nem fiscaliza qual aminoácido está conectado a um 
tRNA. Após o acoplamento de um aminoácido a um tRNA, o ri-
bossomo incorporará “cegamente” esse aminoácido na posição 
indicada pelo pareamento entre códon e anticódon. Podemos, 
portanto, concluir que uma parcela significativa da correção de 
leitura do código genético, isto é, a correlação do códon em 
um mRNA e do seu aminoácido correto, é responsabilidade das 
enzimas sintetases que associam corretamente os tRNAs e os 
aminoácidos.
RESPOSTA 7-5 O mRNA terá uma polaridade 5’-para-3’ oposta 
à polaridade da fita de DNA que funcionou como molde. Assim, 
a sequência de mRNA será 5’– GAAAAAAGCCGUUAA-3’. O 
aminoácido N-terminal codificado por GAA é um ácido glutâ-
mico. UAA especifica um códon de terminação; portanto, o ami-
noácido C-terminal é codificado por CGU e corresponde a uma 
arginina. Observe que a convenção na escrita de uma sequência 
de um gene é fornecer a sequência da fita de DNA que não é 
utilizada como molde para a síntese do RNA; essa sequência é 
idêntica à do transcrito de RNA, excetuando-se os Ts escritos 
nos locais onde no RNA estarão Us.
RESPOSTA 7-6 A primeira afirmativa é provavelmente correta: 
acredita-se que o RNA tenha sido o primeiro catalisador de au-
torreplicação e, nas células modernas, ele não é mais autorrepli-
cativo. No entanto, podemos discutir se isso representa um “re-
baixamento”. Atualmente, o RNA desempenha diversos papéis 
na célula: como mensageiro, como adaptador para a síntese de 
proteínas, como iniciador para a replicação do DNA e como ca-
talisador de algumas das reações mais fundamentais, sobretudo 
no splicing do RNA e na síntese proteica.
RESPOSTA 7-7
 A. Falsa. Os ribossomos podem produzir qualquer proteína 
que seja especificada por um dado mRNA que esteja sendo 
traduzido. Após a tradução, os ribossomos são liberados do 
mRNA e podem iniciar a tradução de um mRNA diferente. 
É verdade, entretanto, que um ribossomo só pode fazer um 
tipo de proteína de cada vez.
 B. Falsa. Os mRNAs são traduzidos como polímeros lineares; 
não existe a necessidade de assumirem qualquer estrutura 
dobrada em particular. A formação de tais estruturas sobre 
o mRNA pode inibir a tradução, pois o ribossomo terá de 
desdobrar o mRNA para ter acesso à sua mensagem.
 C. Falsa. As subunidades ribossomais trocam de parceiro após 
cada ciclo de tradução. Quando um ribossomo é liberado 
do mRNA, suas duas subunidades se dissociam e se inserem 
no conjunto de subunidades pequenas e grandes disponí-
veis a partir do qual novos ribossomos são formados para a 
tradução de um novo mRNA.
 D. Falsa. Os ribossomos são organelas citoplasmáticas, mas 
não estão individualmente delimitados por membrana.
 E. Falsa. A posição do promotor determina o sentido no qual 
ocorre a transcrição e qual das fitas de DNA será usada 
como molde. A transcrição rumo ao sentido oposto daria 
origem a um mRNA com uma sequência completamente di-
ferente (e provavelmente sem significado algum).
 F. Falsa. O RNA contém uracila, mas não timina.
 G. Falsa. O nível de uma proteína depende da taxa de sua sín-
tese e degradação, mas não de sua atividade catalítica.
RESPOSTA 7-8 Visto que a deleção no mRNA Lacheinmal é 
interna, é provável que ela seja originária de um defeito no spli-
cing do mRNA. A interpretação mais simples é que o gene La-
cheinmal contém um éxon de tamanho igual a 173 nucleotídeos 
(identificado como “E2” na Figura R7-8), e que esse éxon seja 
perdido durante o processamento de um precursor do mRNA 
(pré-mRNA) mutante. Isso poderia ocorrer, por exemplo, se a 
mutação alterasse o sítio de splicing 3’ no íntron precedente 
(“I1”) de tal forma que ele não mais fosse reconhecido pela ma-
quinaria de splicing (uma alteração na sequência CAG mostrada 
na Figura 7-19 poderia fazê-lo). O snRNP iria procurar o próximo 
sítio de splicing 3’ disponível, que se encontra na extremidade 
3’ do próximo íntron (“I2”), e a consequente reação de splicing 
removeria E2 juntamente com I1 e I2, resultando em um mRNA 
menor. O mRNA seria então traduzido em uma proteína defei-
tuosa, levando à deficiência de Lacheinmal.
Visto que 173 nucleotídeos não constituem um número 
completo de códons, a ausência deste éxon do mRNA irá deslo-
car a fase de leitura na junção de splicing. Portanto, a proteína 
Lacheinmal seria produzida corretamente apenas até o final do 
éxon E1. À medida que o ribossomo começasse a traduzir a se-
quência do éxon E3, ele entraria em uma fase de leitura diferente 
e, por conseguinte, produziria uma sequência proteica não mais 
relacionada à sequência Lacheinmal normalmente codificada 
pelo éxon E3. Provavelmente, o ribossomo logo encontraria um 
códon de terminação, o qual, em sequências de RNA que não 
codificam proteína, ocorre, em média, uma vez a cada 21 códons 
(existem três códons de terminação em 64 códons possíveis no 
código genético).
RESPOSTA 7-9 Tanto a sequência 1 quanto a sequência 4 codi-
ficam o peptídeo Arg-Gly-Asp. Visto que o código genético é re-
dundante, diferentes sequências nucleotídicas podem codificar 
a mesma sequência de aminoácidos.
RESPOSTA 7-10
 A. Incorreta. As ligações são não covalentes, e sua formação 
não exige gasto de energia.
 B. Correta. O aminoacil-tRNA entra no ribossomo, no sítio A, e 
forma ligações de hidrogênio com o códon no mRNA.
 C. Correta. O ribossomo se move ao longo do mRNA, e os 
tRNAs que já doaram seu aminoácido para a cadeia poli-
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