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Portfólio, ultima alteração 22 de junho

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINASSAU TERESINA- REDENÇÃO
BACHARELADO EM FISIOTERAPIA
P2:
Antonio Gabriel da Silva Sousa
Beathriz da Silva Farias
Bruna Vynícia Costa de Sousa
Camille Daysiele Alves da Silva
Ian Victor Cavalcante Coelho
PORTFÓLIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I
TERESINA
2023
PORTFÓLIO: REGISTROS E EXPERIÊNCIAS DE ESTÁGIO EM CASO DE LESÃO POR MECANISMO TRAUMÁTICO 
Antonio Gabriel da Silva Sousa¹
Beathriz da Silva Farias²
Bruna Vynícia Costa de Sousa³
Camille Daysiele Alves da Silva⁴
Ian Victor Cavalcante Coelho⁵
RESUMO: Este texto debate sobre um estudo de caso apresentado durante o Estágio Supervisionado I na construção da sua prática docente. Partimos do objetivo de registrar experiências de alunos do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Uninassau Teresina, de forma a se debater técnicas e condutas realizada diante o quadro da disfunção, caracterizado por lesão por mecanismo traumático em MMSS, bem como mencionar evoluções e destacar os benefícios propostos mediante tratamento fisioterapêutico.
PALAVRAS-CHAVE: Portfólio; Estágio; Lesão 
INTRODUÇÃO
Conforme às diversas discussões no âmbito acadêmico educacional executadas durante a prática de Estágio Supervisionado no curso de Fisioterapia, é notório que as buscas por tratamentos fisioterapêuticos vêm crescendo e se aprimorando. Portanto, um dos principais pontos na pauta desse registro se dá pela avaliação no que tange as disfunções apresentadas, bem como relatar a positividade e agregação da fisioterapia diante desta.
Neste texto, objetivamos demonstrar as abordagens de tratamento executadas durante a prática docente, além da discussão do mecanismo traumático, bem como a contextualização das condutas determinantes para o avanço no tratamento da patologia. Infere-se também, que o portfólio registra como fonte lesões que englobam disfunções anatômicas a nível de MMSS e MMII, tendo como objetivo descrever as condutas tomadas durante o decorrer dos atendimentos, assim como, realizar comparativos às condições de funcionalidade anteriormente presentes no caso.
DESCRIÇÃO
Em primeira instância, destaca-se que o caso decorre de paciente R.V.S, sexo masculino, 73 anos de idade, trabalhava como lavrador e atualmente apresenta-se aposentado. Chegou à avaliação com queixa principal referida de lesão em MMSS, caracterizada por rigidez da articulação de mãos e punhos e flacidez em antebraço, desencadeada por mecanismo traumático em decorrência de acidente com queda em ônibus há 10 anos. Conforme mencionado, infere-se também que, o paciente apresentou durante anamnese exame complementar que identificaram através de ressonância magnética (RM): espondilose cervical, discopatia degenerativa cervical, abaulamento global dos discos intervertebrais C3-C4 e C4-C5, uncoartrose e artrose interapofisária bilateral.
Mediante coleta de informação durante anamnese, foi informado pelo paciente a presença de demais patologias, sendo elas asma, pneumonia crônica e hipertensão arterial sistêmica, identificadas no decorrer da senescência, sem especificação de datas de surgimento.
Ademais, diante das lesões apresentadas foi realizado exame físico, com o fito de identificar possíveis limitações e alterações de funcionalidade.  Primeiramente, foi analisado durante a palpação e inspeção: rigidez em região de trapézio, flacidez em antebraço e braço e espasticidade das articulações de punho e mão (radioulnar, interfalangeanas, radiocarpal e metacarpofalangeanas), promovendo padrão flexor das articulações supracitadas. Outrossim, também foi identificado durante realização de teste de força muscular utilizando-se da Escala de Força Muscular de Oxford, grau 4 para bíceps (flexão de ombro e radio-ulnar). Através da análise postural foi reconhecido: escoliose em S, hiperlordose lombar, desalinhamento dos ombros (esquerdo mais elevado, em relação ao direito), anteriorização da cervical e encurtamento da musculatura do peitoral em lado esquerdo.
De acordo com os achados foi efetuado o exame cinesiológico funcional, sendo reconhecido: espasticidade nos músculos flexores de dedos, redução da ADM para articulações metacarpofalangeanas e articulações atlanto-occipitais, além de diminuição de equilíbrio corporal, que de forma concomitante gerou alterações de marcha.
METODOLOGIA
Mediante as disfunções supracitadas, foi iniciado o plano terapêutico, a fim de devolver a funcionalidade e promover melhora das atividades de vida diária (AVD’s). A priori, conforme a 1ª sessão de terapia foi utilizado de recurso eletrotermofototerapêutico, com o infravermelho em região de antebraço. Além disso, também foi realizado a técnica de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) em MMSS com movimentos de flexão, abdução e rotação externa de articulação de ombro e flexão e extensão de punho de forma ativo-assistido. O equilíbrio humano depende da interação do sistema visual, somatossensorial, vestibular e cerebelar, os quais influenciam diretamente o controle postural em condições estáticas e dinâmicas (Gribblle, Hertel, Plisky, 2012). Nesse sentido, o método de facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) tem por finalidade melhorar a capacidade de controle dos movimentos, facilitando então a recuperação da funcionalidade por meio de técnicas específicas (Kim, Park, 2016).
Outrossim, foi executado terapia manual para liberação miofascial com técnica de deslizamento profundo nos músculos extensores do punho. Também foi realizado treino de equilíbrio e descarga de peso com o uso do jump e realização de treino de marcha na rampa.
Posteriormente, durante a 4ª sessão de terapia, foi utilizado de mobilização articular grau 2 em articulações radioulnar, radiocarpal, interfalangeanas e metacarpofalangeanas. Ademais, foi acrescentado a técnica tapping de pressão, juntamente com o método Kabat com movimentos de flexão de ombro bilateralmente. A estimulação tátil no sentido proximal para distal em um membro pode estimular uma variedade de receptores nos estados anatômicos, desde os mais externos até os proprioceptores articulares que interagem com a inervação recíproca, efeito pós descarga, irradiação, indução sucessiva resultando em relaxamento muscular (DA SILVA et al, 2013). Conforme as disfunções apresentadas a nível de MMII, também foi executado treino de marcha com o uso de escada funcional de forma frontal e lateral.
Durante a 7ª sessão de terapia, foi utilizado dos recursos hidroterápicos, iniciando-se com exercícios de “subir e descer” com auxílio de estepe aquático e de barra fixa para apoio de membros superiores, com fito de promover fortalecimento. Além disso, foi realizado treino de deambulação com uso de bastão aquático de forma frontal e lateral, a fim de gerar ganho de equilíbrio corporal em posição ortostática. Por fim, durante a sessão foi trabalhado exercícios de abdução e flexão de ombro com uso de halter aquático para fortalecimento.
RESULTADO
	Por intermédio das condutadas realizadas durante a prática de estágio no que tange ao caso, foi possível identificar evolução do quadro funcional e regressão das disfunções apresentadas, possibilitando em destaque melhora da amplitude de movimentação do ombro, ganho de equilíbrio ortostático, ganho de mobilidade para extensão do cotovelo, diminuição da espasticidade das articulações de mão e punho, concomitantemente gerando aumento da ADM, além da apresentação de diminuição de flacidez em região de antebraço.
	Portanto, o uso de técnicas como FNP, Kabat e tapping foram capazes de gerar uma melhora de padrão de resposta, haja vista que os estímulos são capazes de trabalhar a resistência do paciente e utilizá-las no tratamento, sendo possível estimular os receptores de articulações, tendões e músculos para corrigir a função motora. 
Albany (1997) e Le Guillet (1998) citam que a cinesioterapia é uma modalidade terapêutica muito usada para o controle da espasticidade em todas as fases do quadro clínico, sendo a base para a reabilitação, atuando para a prevenção de incapacidades secundárias e na reeducação neuromotora. Destarte,é fato que, os métodos utilizados foram fundamentais tanto para a promoção de resposta funcional, quanto demonstraram positividade nas demais técnicas realizadas, como exercícios com foco em fortalecimento, haja vista que o ganho de força muscular e a inibição de padrões parafuncionais, corroborou para uma melhor aplicação e consequentemente melhora da resposta musculoesquelética.
Mediante a utilização de hidroterapia, uma técnica terapêutica que utiliza a imersão do membro a ser tratado em água, foi possível identificar melhora do equilíbrio corporal e da deambulação, tendo-se em vista que a propriedades físicas dispostas pela água, possibilitaram melhora da base de apoio, relaxamento dos músculos, ganho de força muscular e diminuição do impacto corporal. Segundo Ruoti et al (2000), a atração molecular no meio líquido, quando posta em movimento, gera uma resistência (viscosidade), que é responsável pelo suporte oferecido aos idosos durante a hidroterapia. Isso sugere uma melhora do equilíbrio dentro da água, o que reflete em uma melhora em solo.
Ademais o uso de hidroterapia, também foi fundamental para a diminuição da espasticidade da musculatura de mão e punho, aumento da mobilidade de ombro, e diminuição da flacidez do antebraço, tendo em vista que baseado nos princípios físicos da água por meio do empuxo, viscosidade, pressão hidrostática, flutuação e densidade, a terapia foi capaz de promover ganho de força muscular, aumento de mobilidade e diminuição de flacidez do tônus do antebraço.
CONCLUSÃO
Desta forma, é possível concluir que o uso de terapia conservadora com fisioterapia é capaz de retardar as disfunções causadas por mecanismos traumáticos e gerar funcionalidade aos indivíduos lesados, possibilitando retorno as AVD’s e independência. Destarte, infere-se também o paciente gozou de forma contínua das atividades oferecidas, logo, corroborando para a evolução do mesmo, haja vista que é necessário manutenção das atividades trabalhadas, com fito de gerar estímulo corporal e regredir as disfunções apresentadas.
	Considerando-se a queixa principal de lesão em antebraço, mão e punho, as demais partes lesadas também necessitaram ser trabalhadas, tendo em vista que é preciso alcançar a homeostase para que as partes se interliguem, sendo assim, foi imprescindível a utilização das técnicas em conjunto.
REFERÊNCIAS
ALBANY, K. Physical and occupational therapy considerations in adult patients receiving botulinum toxin injections for spasticity. Muscle & Nerve, v. 6, p. 221-231, 1997
DA SILVA José Cláudio, E SILVA, Maria do Desterro Costa, TEIXEIRA, Geraldo Magella, DOS ANJOS, Clarissa Cotrim, FILHO, Euclides Maurício Trindade. Tapping de Deslizamento Sobre o Tônus e o Recrutamento Muscular Após Acidente Vascular Cerebral. Revista Neurociência, v. 21, n. 4, p. 542-548, 2013. DE CARVALHO, Mari
Gribblle, P.A.; Hertel, J.; Plisky, P. Using the star excursion balance test to assess dynamic postural-control deficits and outcomes in lower extremity injury: a literature and systematic review. Journal of Athletic Training. Vol.47. Num.3. 2012. p.339–357.
Kim, J.; Park, S. Immediate effects of the trunk stabilizing exercise on static balance parameters in double-leg and one-leg stances. Journal of Physical Therapy Science. Vol.28. Num. 6. 2016. p.1673–75.
Ruoti R, Morris D, Cole A. Reabilitação aquática. São Paulo: Manole; 2000

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