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Universidade do Estado de Mato Grosso Campus Universitário de Tangará da Serra Faculdade de Ciências Biológicas, Agrária, Engenharia e da Saúde Curso de Engenharia Civil Disciplina: Laboratório de Física Geral III Prof. Dr. Emanuel Cardozo Diniz. RELATÓRIO DE LABORATÓRIO DE FÍSICA III Beatriz da Silva e Oliveira / 20220029415 Jorge David de Souza Rocha / 20220020590 Karen Luiza Araujo da Cruz / 20220020779 Kaue Chrystopher Antunes Santos / 20220012740 Tangará da Serra - MT 2023 RESUMO Este relatório descreve uma série de experimentos realizados na área de eletrostática. Inicialmente, ele explica os conceitos básicos da eletrostática, incluindo a Lei de Coulomb e os processos de eletrização por atrito, contato e indução. Em seguida, descreve os materiais e métodos utilizados para conduzir experimentos envolvendo a eletrização de uma barra de polipropileno e sua interação com diferentes objetos, como papel picado, uma esfera metálica, um eletroscópio e um filete de água. O relatório também descreve a utilização de um Gerador de Van de Graaff em experimentos relacionados à eletrização e ao comportamento das cargas elétricas. Estes experimentos envolvem a observação de descargas elétricas entre esferas, a repulsão de cabelos de voluntários, a rotação de um torniquete elétrico, o afastamento das extremidades de uma fita de alumínio e a influência de um campo elétrico na chama de uma vela. Além disso, o relatório descreve um experimento para observar as linhas de campo elétrico geradas pelo Gerador de Van de Graaff. Este experimento envolveu a utilização de óleo, sementes de gergelim e eletrodos de diferentes formas para visualizar as linhas de campo elétrico. Por fim, o relatório aborda experimentos relacionados ao potencial elétrico, a quantidade de carga acumulada no gerador de Van de Graaff e a extensão das centelhas geradas durante a descarga elétrica. Também são mencionados experimentos com superfícies equipotenciais, linhas de força e campos elétricos entre eletrodos planos e paralelos, bem como eletrodos puntiformes. No geral, o relatório fornece uma visão abrangente dos experimentos realizados na área de eletrostática, explorando uma variedade de conceitos e fenômenos relacionados à eletricidade estática. Palavras-chave: Eletrostática, Gerador de Van de Graaff, Eletrização. Sumário 1. INTRODUÇÃO 2. ELETROSTÁTICA: PROCESSOS DE ELETRIZAÇÃO 2.1. Objetivo 2.2. Materiais e Métodos 2.3. Resultados e Discussões 3. GERADOR DE VAN DE GRAAFF 3.1. Objetivo 3.2. Materiais e Métodos 3.3. Resultados e Discussões 4. OBTENÇÃO DE LINHAS DE CAMPO ELÉTRICO 4.1. Objetivo 4.2. Materiais e Métodos 4.3. Resultados e Discussões 5. A EXTENSÃO DA CENTELHA NO GERADOR DE VAN DE GRAAF E A RIGIDEZ DIELÉTRICA 5.1. Objetivo 5.2. Materiais e Métodos 5.3. Resultados e Discussões 6. SUPERFÍCIES EQUIPOTENCIAIS, LINHA DE FORÇA E VETOR, CAMPO ELÉTRICO ENTRE ELETRODOS PLANOS E PARALELOS E ELETRODOS PUNTIFORMES 6.1. Objetivo 6.2. Materiais e Métodos 6.3. Resultados e Discussões 7. CONCLUSÃO 8. REFERÊNCIAS 1. INTRODUÇÃO A eletrostática é a área da Física que consiste em estudos das cargas elétricas que estão em repouso (estáticas). Os variados fenômenos que a envolvem surgem a partir da ocorrência da força de atração e repulsão que as cargas elétricas envolvem entre si. A Lei de Coulomb retrata exatamente o que acontece com essas cargas, pois, segundo David Halliday (2016, p. 15): “Uma partícula carregada exerce uma força eletrostática sobre outra partícula carregada. A direção da força é a da reta que liga as partículas, mas o sentido depende do sinal das cargas.”. Um corpo em seu estado de equilíbrio possui a mesma quantidade de cargas positivas e negativas, onde elas se anulam, deixando-o neutro. Caso alguma ação cause uma diferença em alguma de suas cargas, esse processo é chamado de eletrização. Diz-se então que este corpo está eletricamente carregado, seja qual for o sinal de sua carga. Esses processos são variados, sendo possível através de eletrização por atrito, contato ou por indução. O campo elétrico pode ser compreendido como um produto vetorial que mede a quantidade de influência que uma carga energizada (positivamente ou negativamente) vai gerar em um determinado espaço. Um corpo carregado positivamente pode gerar um campo elétrico em qualquer localidade ao seu redor, logo um ponto P qualquer - localizado próximo ao corpo -, irá sofrer influência desse campo elétrico, mesmo que nesse ponto não haja presença de carga. Para Young e Freedman (2009, p. 33), “Para verificar se existe campo elétrico em um dado ponto, colocamos no referido ponto um corpo carregado, chamado de carga de teste.”, por consequência, caso essa carga sofra influência de uma força elétrica, há naquele ponto, um campo elétrico. 2. ELETROSTÁTICA: PROCESSOS DE ELETRIZAÇÃO 2.1 OBJETIVO Os experimentos a seguir têm como finalidade aprofundar o entendimento sobre cargas elétricas e suas distribuições. Durante esses experimentos, examina-se a presença de cargas negativas e positivas em materiais específicos. Ao analisar as cargas quando são geradas, pode-se observar como elas interagem, sendo capazes de se repelem ou se atraem quando entram em contato com os materiais de estudo. 2.2 MATERIAIS E MÉTODOS Para os experimentos de eletrostática, foram utilizados os seguintes materiais: ● Pedaços de papel picado ou isopor. ● Meias finas. ● Esfera metálica. ● Barra de polipropileno (tubo de caneta ou cano pvc). ● Água. ● Eletroscópio ou “balança elétrica”. ● Suporte para pêndulo. Figura 1- Imagem da esfera metálica. Fonte: Arquivo pessoal. Figura 2- Eletroscópio Fonte: Arquivo pessoal. Os métodos seguidos para executar este experimento foram: picotar uma folha de papel ou bolas de isopor, atritar a barra de polipropileno e movê-la na direção do papel/isopor. Já para o segundo procedimento, foi utilizado o eletroscópio de folha descarregado, em seguida, movendo a barra de polipropileno carregada em direção da ponteira do eletroscópio sem toca-la. No terceiro procedimento, seus métodos de execução foram os seguintes: mover a barra de polipropileno atritada para a parte superior do eletroscópio e toca-la na base que se encontra na parte superior e logo em seguida, a afastando. Para o quarto procedimento foi utilizado uma torneira com o intuito de obter um filete de água, e em seguida aproximando a barra de polipropileno atritada do filete e observando o que ocorre. No quinto e último procedimento, amarre um canudo na ponta de uma linha e atrite-o, em seguida, aproxime outro canudo atritado deste canudo e observe o que ocorre. Neste primeiro experimento, foi possível observar os efeitos eletrostáticos produzidos pelos diferentes processos de eletrização, como o atrito, o contato e a indução. Os resultados obtidos serão demonstrados e discutidos durante todos os procedimentos, que foram seguidos (dispostos no tópico 2), a seguir. Primeiramente, a barra de polipropileno foi carregada através do atrito entre a barra e as meias finas utilizadas. Após a barra ser carregada, a barra foi movida na direção dos pedaços de papéis dispostos sobre a bancada e posteriormente, foi carregada novamente e movimentada até a esfera de aço que estava posicionada em um suporte. Após esses procedimentos, é possível identificar os fenômenos ocorridos em cada etapa: Barra de polipropileno antes de atritá-la Barra de polipropileno depois de atritá-la Ao aproximar dos papeizinhos Ao aproximar da esfera metálica Tabela 1: Representações de cada etapa descrita. Com base nos processos de eletrização de cada uma das etapas: Barra de polipropileno antes de atritá-la: o corpo está no seu estado normal, ou seja, possui a mesma quantidade de cargas positivas e negativas (estão em equilíbrio eletrostático, elas se anulam). Barra de polipropileno depois de atritá-la: o trabalho mecânico desfaz esse equilíbrio, transferindo carga entre os corpos; a barra depolipropileno passa a ter mais cargas negativas, enquanto o tecido, mais cargas positivas. Ao aproximar os papeizinhos: ocorre uma eletrização por indução eletrostática, onde consiste em atribuir carga elétrica a um corpo utilizando outro corpo carregado (neste caso, a barra de polipropileno carregada negativamente) sem que haja contato entre eles; a indução eletrostática é caracterizada pelo fenômeno da mudança no posicionamento das cargas elétricas ou na orientação dos dipolos elétricos de um corpo, portanto, é o que acontece com os papeizinhos quando a barra de polipropileno carregada se aproxima, ela atrai os dipolos positivos contidos neste corpo. Figura 3- Barra de polipropileno atraindo papéis. Fonte: Arquivo pessoal. Ao aproximar da esfera metálica: Ocorre a mesma indução eletrostática do caso anterior, porém por se tratar de uma esfera de material condutor, ela acaba conduzindo as cargas negativas que “sobram” da barra carregada até si próprio, gerando uma descarga elétrica/corrente elétrica (podendo ser observada, onde ao longo do percurso ioniza o ar e cria um pequeno plasma que emite radiação eletromagnética, em parte, sob forma de luz); assemelha-se com o que acontece com o trovão ou raio (descargas atmosféricas), porém, neste caso, com uma intensidade muito maior. Figura 4- Barra de polipropileno próximo à esfera. Fonte: Arquivo pessoal. No segundo procedimento, foi utilizado o eletroscópio de folhas (conforme descrito no tópico 2). A barra de polipropileno foi novamente carregada através do atrito gerado e posteriormente disposta próximo à direção do ponteiro do eletroscópio, porém sem tocá-lo. O terceiro procedimento foi basicamente o mesmo, porém dessa vez, a barra carregada foi encostada na parte superior do eletroscópio. Com isso, foi possível verificar os fenômenos gerados por essa interação. Ao encostarmos a barra carregada negativamente na parte superior do eletroscópio, essa carga é transferida para o sistema em questão, já que todo seu sistema é composto por material condutor, onde no ponto em que os pólos estavam juntos (a fita de papel alumínio com as duas extremidades próximas) elas se separam imediatamente ao realizar esse contato. Esse fenômeno acontece visto que os dois lados do papel alumínio recebem carga do mesmo dipolo (negativo) e resulta em uma repulsão entre ambas as partes. Figura 5- Barra de polipropileno próximo ao eletroscópio. Fonte: Arquivo pessoal. Posteriormente, foi verificado o fenômeno que ocorre ao aproximar a barra carregada negativamente em relação a um filete de água contínua. Ao aproximar a barra de polipropileno eletrizada, o filete de água desvia sobre ele (como podemos observar na imagem). Isso acontece porque a indução eletrostática que ocorre na água faz com que os dipolos negativos ficam dispostos a barra eletrizada, também negativamente, gerando uma repulsão entre os campos elétricos das cargas do mesmo dipolo. Figura 6- Barra de polipropileno carregada próxima ao filete de água corrente. Fonte: Arquivo pessoal. Após os fenômenos relacionados à barra de polipropileno, foram utilizados dois canudos para ser possível observar a interação entre dois corpos compostos pelo mesmo material carregados através do atrito. Como os canudos são semelhantes (compostos pelo mesmo material), ao eletrizá-los, são carregados com a mesma carga (mesmo dipolo), que neste caso é o mesmo da barra de polipropileno dos procedimentos anteriores, ou seja, os canudos ficam carregados negativamente. Ao aproximá-los, ocorre semelhantemente com o que aconteceu no procedimento 4; por serem do mesmo dipolo, os dois corpos tendem a se repelir como pode ser observado na imagem a seguir. Figura 7- Canudos carregados ao se aproximarem. Fonte: Arquivo pessoal. 3. GERADOR DE VAN DE GRAAFF 3.1.OBJETIVO O seguinte experimento tem como objetivo investigar diversos conceitos ligados à eletricidade e à eletrostática, com o propósito de demonstrar como os objetos adquirem carga elétrica quando são atritados entre si. Além disso, buscam-se explicar os fenômenos de atração e repulsão entre cargas elétricas, bem como as interações envolvendo essas cargas. 3.2. MATERIAIS E MÉTODOS Para os experimentos usando o gerador de Van de Graaff foram utilizados: ● Gerador de Van de Graaff. ● Torniquete elétrico. ● Eletrodo com ponta. ● Uma esfera auxiliar de descarga. ● Conexões elétricas com pinos de pressão. ● Eletrodo com gancho e fita de alumínio. ● Vela. ● Voluntários. Os métodos que foram utilizados para realizar este experimento foram: conectar o gerador de Van de Graaff à energia elétrica e deixá-lo funcionar por alguns instantes, em seguida, aproximar a esfera menor do gerador e observar o que ocorre no cabelo de um voluntário. Para o segundo procedimento, insira um eletrodo com ponta na esfera e sobre o gerador, o torniquete elétrico e ligue o gerador. No procedimento 03, insira o eletrodo com gancho e fita de alumínio no gerador e ligue-o, observe o que ocorre. Para o quarto e último procedimento, ligue o gerador de Van de Graaff, acenda uma vela, aproxime a vela, e observe o resultado. Figura 8- Gerador de Van de Graaf e da esfera auxiliar de descarga. Fonte: Arquivo pessoal. Figura 9- Gerador de Van de Graaff e do eletrodo com gancho e fita de alumínio. Fonte: Arquivo pessoal. 3.3. RESULTADO E DISCUSSÕES Com este experimento é possível observar o comportamento de um campo elétrico através da eletrização por atrito e transferências de cargas contidas no gerador de Van de Graaff. Ao ligar o gerador, observa-se que o atrito da correia começa a carregar todo o sistema (através da eletrização por atrito da correia) com as diferenças de potenciais elétricos, tirando assim o sistema do seu estado de equilíbrio. Ao aproximar a esfera menor da “cabeça” do gerador, é possível observar alguns pequenos raios/faiscamento (descargas elétricas) entre as duas esferas, além de um nítido estalo. Isso ocorre, visto que as esferas estão carregadas por polos diferentes, onde essa diferença de potencial gera uma grande atração entre elas, onde ao longo do percurso ioniza o ar e cria um pequeno plasma que emite radiação eletromagnética, em parte, sob forma de luz e outra parte em forma de som. Figura 10- Momento de uma descarga elétrica ao aproximar o torniquete do gerador. Fonte: Arquivo pessoal. Em seguida, foi colocado uma pessoa com o cabelo próximo ao gerador, é possível observar que os fios começaram a se repelir, pois o gerador acaba transferindo sua carga que está em acesso para o corpo que está próximo (cabelo, neste caso), onde o mesmo ficam inteiramente carregado com cargas iguais, causando o efeito de repelir. Após essa etapa, foi inserido um torniquete elétrico na parte superior do gerador. Ao ligá-lo foi visto que o torniquete começou a girar em sentido horário. Isso acontece porque há uma transferência do excesso de carga da superfície da esfera do gerador até o torniquete, onde em um condutor elétrico eletrizado as cargas tendem a se concentrar nas suas pontas/extremidades (assim como acontece na esfera, todas as cargas concentram-se nas extremidades e no centro não há nenhuma carga), com isso o campo elétrico fica inteiramente nas regiões externas, onde resulta em um aumento na força de repulsão elétrica entre as cargas (já que todo o torniquete está carregado com o mesmo pólo de carga), fazendo com que as cargas elétricas se “empurrem”, gerando assim a rotação em seu eixo. Figura 11- Torniquete elétrico em rotação no sentido horário. Fonte: Arquivo pessoal. Em seguida, foi retirado o torniquete e inserido um eletrodo com o gancho e uma fita de alumínio nele. Ao ligar o gerador, foi visível que as extremidades se distanciaram entre si. Isso acontece, pois a condução por contato faz com que todo o sistema, inclusive o alumínio, adquira o mesmo carregamento de carga do gerador; como foi dito no procedimento anterior, as cargas tendem a saírem para asextremidades do corpo em que estão, com isso elas são direcionadas para as pontas da tira do papel de alumínio. Como a carga nas duas pontas possuem o mesmo polo, elas se repelem, causando o afastamento instantâneo das extremidades. Figura 12- Fita de alumínio se repelindo, adquirindo a carga do gerador. Fonte: Arquivo pessoal. Fonte: Arquivo pessoal. No último procedimento, foi acesa uma vela e exposta próxima ao gerador. Ao aproximar cada vez mais da esfera do gerador, é perceptível que a chama da vela mudou de direção e à medida que aproxima cada vez mais, mais altera a intensidade desse “desvio” da direção da chama da vela, até mesmo conseguindo apagar caso se aproxime muito. Isso acontece visto que o campo elétrico gerado ao redor da esfera do gerador de Van de Graaf possui direção e ioniza o ar em todo o redor de acordo com as condições e correntes de elétrons. Figura 13- A chama da vela muda de direção ao se aproximar do gerador Fonte: Arquivo pessoal. 4. OBTENÇÃO DE LINHAS DE CAMPO ELÉTRICO 4.1. OBJETIVO O propósito do experimento a seguir é mapear as linhas de força que se formam entre eletrodos de diferentes geometrias e, a partir dessa análise das linhas de força, interpretar o comportamento do campo elétrico nas proximidades de dois eletrodos com formatos distintos. 4.2. MATERIAIS E MÉTODOS Para obter as linhas de campo elétrico, foram utilizados no experimento os seguintes materiais: ● Gerador de Van de Graaff. ● Uma mesa projetável com fixadores e bornes. ● Uma esfera auxiliar de descarga. ● Uma conexão elétrica preta com pinos de pressão. a. Um conjunto de eletrodos com: i. Um eletrodo em forma de anel. ii. Dois eletrodos retos. iii. Pó de algum material bem leve. iv. Óleo de cozinha ou outro tipo de material isolante. ● Voluntários. Primeiramente, foi executada a montagem do experimento conforme o roteiro, após isto, utilizamos o gerador Van de Graaff possuindo a capacidade de eletrização de cargas negativas e positivas nos eletrodos do experimento, no que esses são conectados a base e ao topo do gerador, o qual a base possui excesso de cargas negativas e o topo excesso de cargas positivas. Seguidamente, conecta-se os cabos sobre o gerador, logo após despejamos uma pequena quantidade de óleo na base de petri. Em seguida, posicionamos os eletrodos sobre a base de forma que ficassem paralelos e ligamos o gerador. Os métodos utilizados para executar este experimento foram os seguintes: para o procedimento 01, primeiramente, disponha todos os materiais supracitados sobre a mesa e monte-os de acordo com a próxima imagem. Figura 14-Experimento montado. Em seguida, posicione a cuba cilíndrica sobre a parte central da mesa, afastando-a das extensões articuláveis, após isto, posicione os eletrodos no centro na cuba a uma distância de 30~40 mm um do outro e encoste os eletrodos pontuais sobre os eletrodos retos/circulares e fixe-os nos contatos magnéticos (assim como na figura 10). Após este passo, coloque óleo de cozinha na cuba até submergir os eletrodos espalhe o material em forma de pó escolhido (no caso deste experimento foi utilizado as sementes de gergelim), ligue o gerador o observe. Repita o procedimento, porém, desta vez utilizando eletrodos circulares. 4.3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Neste experimento, é perceptível observar que a obtenção das linhas de campo elétrico desempenham a tarefa fundamental na visualização e análise das propriedades das cargas elétricas e um espaço que se comportam em três dimensões (altura, largura e profundidade). Inicialmente, o primeiro procedimento foi utilizando apenas os eletrodos energizados pelo gerador, assim, cada eletrodo continha uma carga própria. Após o gerador ser ligado, a placa de petri continha cargas positivas e negativas em excesso, e sequencialmente, jogando sementes de linhaça (sementes leves) em cima da placa, a visualização das linhas de campo foram possíveis. Visualmente, o comportamento das linhas de campo examinadas teve o seguinte comportamento: Figura 15 - Representação vetorial de duas cargas com sinais opostos. Fonte: Brasil Escola. Isso ocorre devido aos sinais contrários das cargas contidas nos polos da placa de petri, sendo que cargas positivas geram linhas de campo elétrico (ou linhas de força) apontando para dentro da carga, enquanto as linhas de força da carga positiva apontam para fora. Desse modo, pode-se deduzir que um sistema formado por duas cargas elétricas de sinais opostos, as linhas de força partem sempre da carga de sinal positivo para a de sinal negativo, assim também podemos concluir que as linhas de força que partem do sinal positivo são maiores do que o número de linhas de força que chegam no sinal negativo, logo, em módulo a carga de sinal positivo será maior que a do sinal contrário, como mostra a figura 15. Utilizando eletrodos retos e paralelos, a visualização das linhas de campo elétrico se deram de maneira diferente, ou seja, a geometria curva vista na situação anterior não foi vista na nova situação, por causa do posicionamento dos eletrodos ao redor da placa. Conforme a imagem, podemos observar que as linhas de força são alinhadas, constantes e perpendiculares à superfície dos eletrodos. Figura 16 - Linhas de força formadas em eletrodos retos e paralelos. Fonte: Arquivo pessoal. Ao fim, o último procedimento foi utilizado eletrodos circulares de mesmo centro, sendo o círculo interno energizado com carga negativa e o externo com carga positiva. Conclui-se que houve um alinhamento interno e o externo, ficou com formato de uma curva, devido às linhas de força estarem apontando para fora da carga, devido a presença de dois eletrodos de tamanhos diferentes, porém contidos no mesmo centro. Ao observar a imagem a seguir, é possível notar que a forma alinhada das linhas de força interna, isso também se dá ao fato de que os círculos estão muito próximos um dos outros, logo, as linhas de campo do eletrodo positivo chegavam de maneira perpendicular ao círculo, nas linhas dos eletrodos negativos. Figura 17- Linhas de força formadas em eletrodos circulares concêntricos. Fonte: Arquivo pessoal. 5. A EXTENSÃO DA CENTELHA NO GERADOR DE VAN DE GRAAF E A RIGIDEZ DIELÉTRICA 5.1. OBJETIVO O objetivo do experimento é avaliar a capacidade de um material isolante, conhecido como dielétrico, em suportar uma tensão elétrica antes de perder sua capacidade de isolamento. 5.2. MATERIAIS E MÉTODOS Os experimentos foram feitos com o intuito de observar a extensão da centelha a partir do gerador de Van de Graaff. ● Gerador de Van de Graaff ● Cabeça esférica ● Esfera de carga ● Uma trena Para realizar este experimento, ligue o gerador de Van de Graaff e deixe-o acumular carga, em seguida, aproxime lentamente a esfera de carga do gerador, no momento em que ocorrer a descarga elétrica, pare de aproximar a esfera e a mantenha no mesmo lugar e meça a distância do gerador à esfera. No início do primeiro experimento, calculamos a extensão da circunferência da esfera do gerador, em torno da sua linha equatorial. Para calcularmos o raio do gerador utilizamos a seguinte equação: C = 2πr Em seguida calculamos o potencial máximo que é determinado pelo trabalho realizado por uma força elétrica para deslocar uma carga de um campo elétrico. Empregando a expressão: Vmáx= R . Emáx Após isso é determinado a quantidade de carga que está na superfície do gerador, utilizando a seguinte fórmula: Q = Vmáx . R / V Em seguida calculamos a área da esfera usando : A0-1 = 4.π.r2 Posteriormente, calculamos a diferença entre as duas esferas, levando em consideração a informação fornecida de que A1 (calota menor) corresponde a 8,8% de A0 (calota maior). 5.3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Neste primeiro experimento, é visto que o ar contém vestígios de moléculas ionizadas, que podem se tornar condutivas quando submetidas a campos elétricos intensos. Sob a influência desses potenciais elétricos elevados, as moléculas de aradquirem energia cinética e colidem umas com as outras. Como resultado dessas colisões, as moléculas podem perder elétrons, gerando assim elétrons livres. Sendo assim, formando um fulgor de luz. Figura 18- Rigidez dielétrica Fonte: Arquivo Pessoal. Seguindo o segundo experimento, utilizando as mesmas informações cálculos obtidos no primeiro experimento, ao encontrar o valor de carga elétrica acumulada no gerador, é possível discutir sobre a densidade superficial do gerador, sobre a razão entre a quantidade de carga elétrica acumulada e área da superfície do gerador. Partindo disso, existem fatores atmosféricos que influenciam diretamente, tais como: umidade, temperatura e pressão atmosférica. Referente a umidade, no ar por ter presença de água torna-se um excelente condutor de energia, comparado com ar mais seco, logo em ambientes úmidos facilita o centelhamento. Por outro lado, a temperatura mais baixa afeta a condução de transporte de energia elétrica, diferente das mais elevadas, que facilita a locomoção de energia elétrica. 6. SUPERFÍCIES EQUIPOTENCIAIS, LINHA DE FORÇA E VETOR, CAMPO ELÉTRICO ENTRE ELETRODOS PLANOS E PARALELOS E ELETRODOS PUNTIFORMES 6.1. OBJETIVO A análise do campo elétrico resultante de diferentes configurações de eletrodos é essencial para a compreensão do comportamento das cargas elétricas em sistemas eletrostáticos. Neste roteiro, abordaremos os resultados relativos às superfícies equipotenciais, às linhas de força e ao vetor campo elétrico em duas configurações distintas: eletrodos planos e paralelos, e eletrodos puntiformes. Eletrodos Planos e Paralelos: Em um sistema composto por eletrodos planos e paralelos, a distribuição de carga é uniforme e os eletrodos são mantidos a um potencial elétrico constante. Isso gera um campo elétrico uniforme entre os eletrodos. Eletrodos Puntiformes: No caso de eletrodos puntiformes, as cargas estão concentradas em pontos específicos do espaço. As superfícies equipotenciais formam-se como esferas concêntricas ao redor dos eletrodos, com os potenciais elétricos diminuindo à medida que nos afastamos do eletrodo carregado. As linhas de força irradiam dos eletrodos e se estendem radialmente em todas as direções. 6.2. MATERIAIS E MÉTODOS Para os experimentos envolvendo os eletrodos retos, foram utilizados os seguintes materiais: ● Cuba fundo plano. ● Escala quadrangular flexível e transparente. ● Ponteira. ● Eletrodo reto com ponto de conexão. ● Um cabo elétrico flexível, vermelho. ● Três cabos elétricos flexíveis, preto. ● Interruptor multiuso com três posições. ● Fonte de alimentação com saída ajustável de 0 a 30 VCC. ● Multímetro digital. ● Copo béquer de 250 mL. ● 300 mL de água. Figura 19 –Cuba e da malha quadrangular. Fonte: Arquivo pessoal. Figura 20 - Interruptor de três posições Fonte: Arquivo pessoal. Figura 21- Multímetro digital utilizado. Fonte: Arquivo pessoal. Já para o experimento com o eletrodo puntiforme, os materiais utilizados foram: ● Cuba fundo plano. ● Escala quadrangular flexível e transparente. ● Ponteira. ● Eletrodo puntiforme com ponto de conexão. ● Um cabo elétrico flexível, vermelho. ● Três cabos elétricos flexíveis, preto. ● Interruptor multiuso com três posições. ● Fonte de alimentação com saída ajustável de 0 a 30 VCC. ● Multímetro digital. ● Copo béquer de 250 mL. ● 300 mL de água. Para os experimentos envolvendo superfícies equipotenciais , primeiramente, disponha sobre a bancada todos os materiais, e em seguida, monte-os da seguinte forma. Logo após, posicione o multímetro na função de voltagem e em 20V e faça as medições utilizando a ponteira. 6.3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Partindo do experimento de linhas de campo elétrico, o experimento de superfícies equipotenciais tem como principal objetivo procurar pontos com o mesmo potencial elétrico, além de observar na prática que a mudança do valor do potencial elétrico está diretamente ligada às linhas de campo elétrico, logo, eletrodos de diferentes formatos podem interferir diretamente no mapeamento das linhas de mesmo potencial elétricos (equipotenciais). A seguir serão analisados dois casos. Pontos equipotenciais obtidos no experimento: Fonte: Arquivo pessoal. Na figura observa-se os pontos equipotenciais obtidos no laboratório. Como os eletrodos utilizados foram duas barras, e ambas as barras eram retas e paralelas, às linhas de campo formadas seguiam a mesma direção – do amarelo para o roxo como mostra a figura –, logo os pontos de mesmo potencial elétrico eram alinhados, assim podemos fazer a constatação óbvia que o campo elétrico gerado por esses eletrodos energizados, é uniforme. As marcações de tensões elétricas marcadas pelo multímetro em ordem crescente foram: Tabela 02 - Pontos Coletados com os eletrodos retos. Fonte: Arquivo Pessoal. Figura 22- Medição das diferenças de potencial. Fonte: Arquivo Pessoal Posteriormente, utilizando apenas um eletrodo circular carregado positivamente e outro uma barra carregada negativamente, os pontos equipotenciais mapeados foram completamente alterados, mesmo utilizando as mesmas tensões anteriores. Figura 23- Experimento com os eletrodos puntiformes montado. Volts (V) X (mm) Y (mm) Volts (V) X (mm) Y (mm) Volts (V) X (mm) Y (mm) 3V -3 -31 5V -66 -59 8V -70 -93 -43 -30 -25 -60 -31 -92 -45 -31 4 -58 10 -91 -70 -31 41 -57 38 -90 -84 -32 86 -59 75 -92 Fonte: Arquivo Pessoal. Pontos equipotenciais utilizando um círculo como eletrodo. Fonte: Arquivo pessoal. Para mapear os pontos equipotenciais, a diferença é ocasionada pelo formato do eletrodo, as linhas de campo não seguem mais o movimento em formato retilíneo, agora a geometria dessas linhas de campo é em formato de curvas. A parte toda pintada de roxo mostrada na figura, mostra a região dentro do eletrodo circular, tal região possui linhas de campo constante, logo os potenciais elétricos contidos naquela área serão todos iguais. Tabela 03 - Pontos Coletados com os eletrodos cilíndricos. Volts (V) X (mm) Y (mm) Volts (V) X (mm) Y (mm) Volts (V) X (mm) Y (mm) 3V -88 -27 5V -65 -65 8V -35 -90 -63 -39 -40 -63 -26 -75 -19 -34 2 -62 3 67 34 -34 31 -60 27 -106 52 -13 67 -58 39 -117 Fonte: Arquivo Pessoal. 7. CONCLUSÃO Analisando de forma geral, os experimentos apresentaram resultados justos, com cada um reagindo na prática adequadamente de acordo com a teoria, os efeitos eletrostáticos puderam ser observados facilmente em cada atividade. Em relação às cargas, existe sempre atração entre cargas opostas, bem como repulsão entre cargas carregadas eletricamente iguais. Assim sendo, o campo elétrico só existe se esse fluxo das cargas opostas ocorre, independentemente se for entre cargas pontuais ou puntiformes. De forma prática tem-se que ao atritar um objeto, este por sua vez, é carregado negativamente, ou seja, ganha elétrons e dessa forma se torna uma carga negativa que atrai as demais, como visto na primeira atividade com os papéis, e até mesmo a água que ainda sendo dipolo, sua parte positiva é atraída. Ainda, as interações entre cargas opostas geram um campo elétrico, ou seja, a ação entre as cargas elétricas, e dentro desse campo as cargas elétricas estão sujeitas às forças de interação entre as cargas. Como visto na atividade 3 não existe campo elétrico em uma esfera maciça uma vez que as cargas ficam na superfície externa da mesma, além disso as linhas de campo ficam orientadas da mesma maneira que as cargas se atraem, do polo positivo para o polo negativo. 8. REFERÊNCIAS: GOUVEIA, Rosimar. Carga elétrica. Toda matéria. Rio de Janeiro: 2013. Disponível em: Carga Elétrica - Toda Matéria (todamateria.com.br). Acesso em: 19 set. 2023. HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; KRANE, Kenneth. Física 3. 4ª Edição. Rio de Janeiro. 1996. HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física - Eletromagnetismo - Volume 3. [s.l: s.n.]. LAGE, Eduardo. Eletrostática. Revista de Ciência Elementar, v. 9, n. 1, 2021. Disponívelem: https://rce.casadasciencias.org/rceapp/art/2021/015/. Acesso em: 12 set. 2023. MELO, Pâmella Raphaella. "Série triboelétrica"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/serie-triboeletrica.htm. Acesso em: 19 de setembro de 2023. Ruptura dielétrica. [s.l: s.n.]. Disponível em: https://www.ifi.unicamp.br/~lunazzi/F530_F590_F690_F809_F895/F809/F809_sem1_2010at e100715/FredericoC-Monica-Ref2.pdf. SEARS, Francis. ZEMANSKY, Mark. YOUNG, Hugh. Física 3 Eletricidade e Magnetismo. 2ª Edição. Rio de Janeiro. 1984. FERRAZ NETTO, Luiz. Feira de Ciência. Gerador eletrostático de Van de Graaff. Disponível em: https://www.ifsc.usp.br/~strontium/Teaching/Material2010-2%20FFI0106%20LabFisicaIII/App 01b%20Eletrostatica.pdf . Acesso em 13 set 2023. FREEDMAN, Roger A.; YOUNG, Hugh D. Física III. 14. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. Contribuição dos integrantes do grupo. O integrante Jorge David contribuiu na coleta de dados e na execução dos resultados e discussões. O integrante Kaue contribuiu com a escrita, coleta de dados e descrição dos materiais e métodos. A integrante Beatriz contribuiu na coleta de dados, conclusão, resumo e revisão do relatório. A integrante Karen Luiza contribuiu na coleta de dados e execução dos resultados e discussões.
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