Buscar

2 RELATÓRIO DE FARMACOLOGIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO
DISCIPLINA: FARMACOLOGIA
PROFESSORA:MARIA ZENAIDE DE LIMA CHAGAS MORENO FERNANDES E
FERNANDA REGINA DE CASTRO ALMEIDA
GIOVANNA ELLEN SILVA DE SOUSA
RELATÓRIO REFERENTE AOS EFEITOS DOS BLOQUEADORES
NEUROMUSCULARES
TERESINA
2023
GIOVANNA ELLEN SILVA DE SOUSA
RELATÓRIO REFERENTE AOS EFEITOS DOS BLOQUEADORES
NEUROMUSCULARES
Relatório apresentado à disciplina de
Farmacologia como requisito parcial para
obtenção de nota no componente prático da
disciplina.
Professoras:
Maria Zenaide de Lima e Fernanda Regina de
Castro Almeida
Monitoras:
Iara Maria Guimarães Rodrigues
TERESINA
2023
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO…………………………………………………………………. 3
2. METODOLOGIA ………………………………………………………………. 5
2.1. MÉTODOS …………………………………………………………………….. 5
3. RESULTADOS ………………………………………………………………….. 6
4. DISCUSSÃO……………………………………………………………………. 8
5. CONCLUSÃO………………………………………………………………….. 10
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ………………………………………….. 11
3
1. INTRODUÇÃO
A prática cirúrgica vem se ampliando cada vez mais no contexto atual, visto os
conhecimentos quanto ao quesito clínico intensificam-se a fim de garantir uma maior
adequação do quadro saúde e minimização das enfermidades, sendo a segurança do paciente
é posta como prioridade, assim como, a diminuição da possibilidade de possíveis danos
pós-cirúrgicos. Acerca disso, o estudo da farmacologia vem se ampliando para assegurar tais
quesitos citados, para tanto o estudo detalhado dos fármacos e seus mecanismos são
essenciais para esse contexto. Em suma, vale destacar a importância dos bloqueadores
neuromusculares tanto para o avanço técnico de cirurgias quanto para o cuidado dos pacientes
em terapia intensiva (ALMEIDA, 2004).
Em tese, os bloqueadores neuromusculares são amplamente utilizados em cirurgias,
visto que esse grupo de medicamentos garantem o relaxamento dos músculos, facilitando
assim, os procedimentos cirúrgicos que estão associados a anestésicos, a procedimentos
ortopédicos, a intubação endotraqueal, a respiração artificial, entre outros. Além disso, os
mesmo também auxiliam no que quesito de uma menor concentrações de anestésicos sejam
administradas. Esse grupo também pode ser denominado como substâncias curarizantes, pois
o mesmo é derivado do Curare, uma mistura de ervas feita pelos indígenas da Amazônia, que
apresenta sua ação paralisante sobre a sinapse neuromuscular (SILVA, 1945). Destaca-se que
ele era utilizado pelos índios como um veneno que imobiliza os animais de caça, sendo que
essa carne apresenta-se nenhum efeito tóxico para quem comesse.
Acerca disso, é válido destacar que a ação dos bloqueadores neuromusculares (BNMs)
é voltada para os receptores nicotínicos da junção neuromuscular, desse modo eles dificultam
a transmissão do impulso nervoso e como consequência, proporcionam o relaxamento da
musculatura, entretanto, destaca-se que os BNMs não asseguram o atenuação da dor, ou seja,
não possuem função amnésica. De acordo com Bustamante (2017) “antes do seu existência, a
intubação endotraqueal era uma exceção e se o relaxamento muscular fosse necessário, era
obtido aumentando a fração inspiratória dos anestésicos inalatórios, bem menos seguros que
os atuais e com risco evidente de depressão respiratória e cardiovascular.”, ou seja, os mesmos
facilitam a prática clínica. Além disso, os BNMs também podem ser classificados em
agonistas (bloqueadores neuromusculares despolarizantes) e antagonistas (bloqueadores
neuromusculares não despolarizantes ou adespolarizantes).
É válido destacar que o curare foi o primeiro fármaco conhecido capaz de bloquear a
junção neuromuscular, sendo amplamente utilizados pelos caçadores nativos da América do
Sul na região amazônica para paralisar a caça, assim como foi ressaltado anteriormente.
4
Posteriormente, se deu o desenvolvimento da tubocurarina, porém a mesma foi substituída por
outros fármacos que apresentassem menos efeitos adversos, garantindo assim uma maior
segurabilidade, sendo os principais o cisatracúrio, pancurônio, rocurônio e vecurônio
(WHALEN et al, 2016). Em suma, o grupo dos BNMs elevaram significativamente a
segurança da anestesia, visto que o mesmo perpassa a uma menor necessidade da dose
elevada dos anestésicos para a obtenção do relaxamento muscular, garantindo assim que o
paciente se recuperasse mais rápidamente e completamente após a cirurgia. Entretanto,
destaca-se que os BNMs não devem ser usados como substitutos de anestesia
inadequadamente profunda.
Os principais objetivos dessa pesquisa foi analisar e compreender os efeitos da
galamina e succinilcolina em pintos, assim como, os efeitos relaxantes muscular de galamina
e da succinilcolina, a ação do antagonista competitivo entre acetilcolina, preservada por
neostigmina e galamina, por último, observar os efeitos relaxantes de succinilcolina reforçada
por neostigmina, todos em camundongos.
5
2. METODOLOGIA
A aula prática foi realizada em uma plataforma audiovisual através de vídeos interativos
reproduzidos pela docente responsável, na qual os discentes, com a ajuda dos profissionais
presentes, assistiram e analisaram os dois vídeos trabalhados. O primeiro foi voltado para a
análise da ação do curare natural e sintético com ação sobre rã descerebradas e pintos, já o
segundo vídeo avaliou a ação dos bloqueadores neuromusculares e a ação da neostigmina em
pintos e camundongos, visão assim, compreender o mecanismo e os efeitos de tais fármacos,
com base no material teórico, para os procedimentos dessa prática em específico.
2.1 MÉTODOS
A prática foi demonstrada através de uma plataforma disponibilizada pela docente e a
por meio dos vídeos os discentes puderam analisar todos os pontos relevantes demarcados
pelos experimentos. Em suma, no primeiro experimento (disponibilizado na plataforma sigaa)
observou-se a contração do músculo gastrocnêmio em rãs descerebradas, em uma pata teve a
aplicação do curare no saco linfático dorsal do animal, mais especificamente na pata esquerda
(exposta a ação do curare), não obtendo contração do músculo gastrocnêmio.
Sequencialmente, na pata direita (com ligadura em massa de em que há o impedimento da
circulação sanguínea para a parte distal da pata) obteve-se contração do músculo
gastrocnêmio.
Para o experimento com pintos (Video 1) foi utilizado a Curarina (Curare Natural) e a
Succinilcolina, ambos amplificados em via subcutânea, mas especificamente na face interna
da asa, posteriormente observou-se os efeitos resultantes. Semelhantemente, no vídeo 2 foram
administrados a Galamina e Succinilcolina, do mesmo modo, analisou-se os efeitos dos dois
medicamentos nas aves.
O último experimento, foi realizado com camundongos, onde foram 5 animais e cada
um recebeu um fármaco específico ou a associação de dois fármacos, sendo que: o
camundongo 1 recebeu Galamina, o segundo recebeu galamina e neostigmina, o terceiro
recebeu succinilcolina, o quarto recebeu succinilcolina associado a neostigmina e o último
camundongo recebeu somente soro fisiológico como controle, para comparar os resultados.
Após a administração em cada camundongo, observou se o mesmo perdia ou não a força
muscular e os possíveis efeitos adversos.
6
3. RESULTADOS
Os resultados obtidos da aula prática estão dispostos nas tabelas, no qual é possível a
compreensão dos procedimentos de cada via, assim como, seus distintos resultados finais,
explanados durante a aula prática.
TABELA 1: Resultados do vídeo 1. Teresina-PI, 2023
EXPERIMENTO COM AVES: PINTOS
Classificação Dose administrada e tipo de
BNMs
Efeitos
Pinto 1 Curarina (Curare Natural) em
doses não relatadas.
Animal cambaleia e perde os
movimentos espontâneos;
Apresenta total relaxamento
muscular;
Morte por asfixia.
Pinto 2 Succinilcolina em
doses não relatadas
Sem equilíbrio;
Extensão das patas;
Contratura muscular;
Paralisia;
Morte por asfixia.
FONTE: Dados do autor, 2023.
TABELA 1: Resultados do vídeo2. Teresina-PI, 2023
EXPERIMENTO COM AVES: PINTOS
Classificação Dose administrada e
tipo de BNMs
Via de administração Efeitos
Pinto 1 1000 ug de Galamina Via subcutânea- face
interna da asa
Sem força muscular.
Pinto 2 300 ug de Succinilcolina Via subcutânea- face
interna da asa
Estiramento das patas;
Contração completa dos
músculos;
Estaticidade
EXPERIMENTO COMMAMÍFEROS: CAMUNDONGOS
Classificação Dose administrada e
tipo de BNMs
Via de administração Efeitos
Camundongo 1 0,5 de Galamina Via intraperitoneal Sem força muscular;
Não realiza a contração
muscular;
Não se agarra a plataforma
de teste.
Camundongo 2 0,5 de Galamina + 10 ug
de Neostigmina
Via intraperitoneal Tem a força muscular
reduzida;
Apresenta maior tensão.
7
Camundongo 3 150 ug de Succinilcolina Via intraperitoneal Sem força muscular;
Não realiza a contração
muscular;
Não se agarra a plataforma
de teste.
Camundongo 4 150 ug de Succinilcolina
+ 10 ug de Neostigmina
Via intraperitoneal Não há movimentos:
camundongo paralisado;
Parada cardíaca.
Camundongo 5 Soro Fisiológico Via intraperitoneal Apresenta força muscular;
Realiza a contração
muscular;
Agarra-se a plataforma de
teste.
FONTE: Dados do autor, 2023.
Observa-se que os efeitos foram distintos, no caso do vídeo 1 relacionado ao uso do
curare tanto natural quanto sintético, nos dois animais avaliados (Tabela 1). Inicialmente, o
animal que recebeu Curarina (Curare Natural), em doses não relatadas, em poucos minutos
ficou sem equilíbrio, em seguida, cambaleou e perdeu os movimentos espontâneos. Desse
modo, é possível afirmar que o mesmo apresentou total relaxamento muscular e como não
recebeu o procedimento de ventilação artificial, em razão da paralisia flácida, veio a óbito por
asfixia.
Por outro lado, o efeito da Succinilcolina, em doses não relatadas, na ave é bastante
contrastante ao caso do curare natural, visto que após a administração o mesmo perde o
equilíbrio e, posteriormente, ocorre um estiramento das patas e uma contratura da
musculatura (Tabela 1). Ou seja, no primeiro caso ocorre uma paralisia em contratura
muscular e no segundo há uma paralisia por relaxamento, mas que ambos podem
proporcionar óbito por asfixia. Semelhantemente, o vídeo 2 (Tabela 2) demonstra que
ocorrem os mesmos efeitos da administração da Succinilcolina no animal e no caso da
administração de Galamina ocorre efeitos semelhantes a da curarina, ou seja, a ausência de
força muscular.
No caso do experimento com mamíferos, observou-se que o uso da galamina
isoladamente apresentou efeitos semelhantes ao experimento anterior, porém a mesma
associada a Neostigmina teve seu efeito reduzido significativamente. Em sequência,
analisa-se que o uso da succinilcolina resultou na ausência da força muscular a partir do
bloqueio dos mesmo, mas tal fármaco associado a neostigmina teve sua ação potencializada.
8
4. DISCUSSÃO
De acordo com Morais et al. (2005) “a paralisia ou fraqueza muscular pós-operatória
decorrente da ausência ou incompleto antagonismo dos bloqueadores neuromusculares
competitivos”, ou seja, destaca-se a ação dos bloqueadores neuromusculares. Em primeira
análise, é relevante compreender o funcionamento das funções relevantes que vão desses ao
mecanismo de contração muscular até mesmo a influência dos fármacos nessa condição,
acerca disso, o experimento das rãs buscou evidenciar de modo simples esse mecanismo,em
rãs descerebradas, de contração do músculo gastrocnêmio. Em tese, foi possível analisar duas
condições que envolviam a estimulação no nervo motor, simultaneamente, ocorreu essa
estimulação. Observou-se que após a aplicação do curare no saco linfático dorsal do animal, a
pata esquerda (exposta a ação do curare) não obteve contração do músculo gastrocnêmio. Por
outro lado, a pata direita (com ligadura em massa de em que há o impedimento da circulação
sanguínea para a parte distal da pata) obteve contração do músculo gastrocnêmio. Em suma,
destaca-se que há as respostas de controle antes da aplicação de qualquer tipo de fármaco e
uma comparação após a aplicação do curare, por último, pontua-se que a pata direita
contrai-se, pois a mesma não sofre ação dos BNMS
Os bloqueadores neuromusculares (BNMs) são importantes fármacos utilizados na
área clínica, visto que os mesmos proporcionam uma melhor adequação das práticas
cirúrgicas, principalmente, no quesito de “facilitar a intubação, auxiliar na adaptação à
ventilação mecânica ou auxiliar no manejo da hipertensão intracraniana ou de espasmos
musculares tetânicos, somente em pacientes nos quais o uso de sedativos e analgésicos em
doses otimizadas foi insuficiente” (MIRANDA et al., 2013), ou seja, diminuem a necessidade
de dose tanto dos analgesicos quanto dos sedativos. Entretanto, seu uso deve ser controlado e
elucidado de modo a não ocorrer possíveis erros no momento da sua manipulação, ou seja, um
paciente que foi inadequadamente sedado pode apresentar alterações adrenérgicas pelo
estresse e transtornos de comportamento a longo prazo.
Em tese, é notório que tal grupo de fármacos é voltado para o bloqueio da função da
placa motora através de dois mecanismos básicos. Ou seja, pode ser pelo o bloqueio
farmacológico do agonista fisiológico acetilcolina, agentes bloqueadores neuromusculares
antagonistas, por exemplo., fármacos bloqueadores neuromusculares não despolarizantes,
impedem o acesso do transmissor a seu receptor e, portanto, a despolarização. Também há um
segundo tipo de bloqueio que pode ser produzido por um excesso de um agonista
despolarizante, como é o caso da acetilcolina (KATZUNG e TREVOR, 2017). No estudo
atual, observou-se que a succinilcolina é um bloqueador despolarizante da junção
9
neuromuscular, em razão disso, ocorre a paralisia por relaxamento dos músculos (Tabela 1).
Por outro lado, a Galamina é um bloqueadores neuromusculares competitivos ou não
despolarizantes, ou seja, ela impede que o transmissor se ligue a seu receptor,
consequentemente, observa-se uma paralisia em contratura muscular (Tabela 1).
Acerca disso, é importante ressaltar que os efeitos observados nos camundongos
(Tabela 2), em relação a Galamina, foi semelhantes ao experimento do vídeo 1, onde o
resultado final foi a ausência da força muscular, isso ocorreu pois a Galamina é um
bloqueador neuromuscular não-despolarizante, ou seja, ela inibe a transmissão neuromuscular
por competição com a acetilcolinesterase em termos de ocupação dos receptores colinérgicos
da placa motora (PEREIRA et al., 2020). Também é válido destacar que a mesma apresenta
uma atividade vagolítica (inibe a ação do nervo vago ou pneumogástrico). Em suma, no
camundongo 2 em que foi administrado a associação entre a galamina e a neostigmina,
observou-se uma reversão dos efeitos desse BNM.
Inevitavelmente, o Metilsulfato de neostigmina, pertencente ao grupo de
medicamentos chamados vagotônicos ou colinérgicos, tem a função de neutralizar o bloqueio
neuromuscular, sendo principalmente utilizado reverter o relaxamento neuromuscular no
pós-cirúrgico (FERREIRA et al, 2016). É possível afirmar que esse medicamento é
concomitantemente usado no panorama de várias doenças, essas atingem os músculos, mas
também é utilizado como antagonista de outras drogas que levam ao relaxamento muscular
excessivo, como é o caso da Galamina. Em razão disso, observa-se que o camundongo 2
poucos minutos após a administração da neostigmina realizou a contração muscular
normalmente, mesmo que reduzida, e apresentou força muscular para agarrar a plataforma de
pesquisa.
No caso da succinilcolina, seu efeito no camundongo 3 (Tabela 2) foi a ausência da
força muscular, isso porque tal fármaco consiste em duas moléculas de acetilcolina unidas, ou
seja, tal semelhança estrutural viabiliza uma melhor ligação a receptores nicotínicos,
consequentemente, há um potencial de ação a partir da abertura de canais de sódio (SILVA et
al., 2016). Nesse sentido, não há degradação pela aceticolinesterase, ou seja, a concentraçãoda succinilcolina se mantém elevada na fenda sináptica com despolarização prolongada da
placa motora e resulta no relaxamento. É válido ressaltar que a administração concomitante da
succinilcolina a outras drogas, como, por exemplo, neostigmina, também pode resultar em
redução da atividade da colinesterase plasmática, como ocorreu no caso do camundongo 4,
sequencialmente uma potencialização do efeito da succinilcolina.
10
5. CONCLUSÃO
Por fim, observa-se que os bloqueadores neuromusculares são grupos relevantes de
fármacos que são amplamente utilizados na área clínica, visto que os mesmos proporcionam
uma melhor adequação das práticas cirúrgicas. Para tanto, urge a necessidade de avaliação
sistematizada dos principais BNMs, assim como, a compreensão dos quesitos fisiológicos da
contração muscular associada a ação desses fármacos para que seu uso seja adequado e não
gere riscos para a saúde da população.
11
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Maria Cristina Simões de. O uso de bloqueadores neuromusculares no Brasil.
Revista Brasileira de Anestesiologia, v. 54, n. 05, p. 850-864, 2004.
BUSTAMANTE, Ricardo; BOZZO, Ricardo Bustamante. Historia de los bloqueadores
Neuromusculares. Rev Chil Anest, v. 46, n. 02, p. 116-130, 2017.
FERREIRA, Héctor Yuri de Souza; QUINTAO, Vinicius Caldeira; TRINDADE, Carlos
Alexandre de Freitas. Novos bloqueadores neuromusculares. Rev Med Minas Gerais, v. 26,
n. 04, p. 562-578, 2016;
KATZUNG, B. G.; TREVOR, A. J. Farmacologia básica e clínica. AMGH Editora Ltda.,
ed. 13, 2017.
MIRANDA, Marcos L.; BERSOT, Carlos DA; VILLELA, Nivaldo R. Sedação, analgesia e
bloqueio neuromuscular na unidade de terapia intensiva. Revista Hospital Universitário
Pedro Ernesto, v. 12, n. 3, p. 234- 256, 2013.
MORAIS, Bruno Salomé de et al. Bloqueio neuromuscular residual após o uso de rocurônio
ou cisatracúrio. Revista Brasileira de Anestesiologia, v. 55, n. 2, p. 622-630, 2005.
PEREIRA, Eduardo Lami e cols. Tratamento Precoce Previne as Complicações Excitatórias
da Injeção Inadvertida de Galamina na Raque?. Revista Brasileira de Anestesiologia , v. 36,
n. 2, pág. 133-134, 2020.
SILVA, Alysson Higino Gonçalves et al. Succinilcolina vs. rocurônio para indução em
sequência rápida. Rev Med Minas Gerais, v. 26, n. Supl 1, p. S82-S87, 2016.
SILVA JR, J. A. Aplicações do curare em neuro-psiquiatria. Arquivos de Neuro-Psiquiatria,
v. 3, p. 467-471, 1945.
WHALEN, K. et al. Farmacologia ilustrada. Artmed, ed. 6, 2016.

Continue navegando