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eBook completo_Organizacao e Legislacao da Educacao_Telesapien V2(versao digital)

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PO
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gente criando o futuro
ORGANIZAÇÃO E 
LEGISLAÇÃO DA 
EDUCAÇÃO
O
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Maria Paula Almeida Maria Paula Almeida
ORGANIZAÇÃO E 
LEGISLAÇÃO DA 
EDUCAÇÃO
Organização e Legislação da
Educação
© by Editora Telesapiens
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá 
ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer 
outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação 
ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão 
de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora 
Telesapiens.
A447o Almeida, Maria Paula.
Organização e legislação da educação [recurso eletrônico]/ 
Maria Paula Almeida. – Recife: Telesapiens, 2020.
184 p.: pdf
ISBN: 978-65-86073-06-5
1. Educação I. Título.
CDU 37.046
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Bibliotecário responsável: Nelson Oliveira da Silva – CRB 10/854)
Fundador e Presidente do Conselho de Administração: 
Janguê Diniz 
Diretor-Presidente: 
Jânyo Diniz 
Diretor de Inovação e Serviços:
Joaldo Diniz 
Diretoria Executiva de Ensino:
Adriano Azevedo
Diretoria de Ensino a Distância:
Enzo Moreira
Créditos Institucionais
Todos os direitos reservados
©2022 by Telesapiens
Organização e Legislação da
Educação
A AUTORA
MARIA PAULA ALMEIDA
Olá, aluno(a). Meu nome é Maria Paula Almeida, sou 
formada em Administração de Empresas e em Pedagogia. 
Possuo mestrado em Gestão da Educação, com experiência 
técnico-profissional na área de gestão de mais de 10 anos. Sou 
apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência 
de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, 
fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de 
autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você 
nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Esses ícones que irão aparecer em sua trilha de aprendizagem 
significam:
OBJETIVO
Breve descrição do objetivo 
de aprendizagem;
OBSERVAÇÃO
Uma nota explicativa 
sobre o que acaba de 
ser dito;
CITAÇÃO
Parte retirada de um texto;
RESUMINDO
Uma síntese das 
últimas abordagens;
TESTANDO
Sugestão de práticas ou 
exercícios para fixação do 
conteúdo;
DEFINIÇÃO
Definição de um 
conceito;
IMPORTANTE
O conteúdo em destaque 
precisa ser priorizado;
ACESSE
Links úteis para 
fixação do conteúdo;
DICA
Um atalho para resolver 
algo que foi introduzido no 
conteúdo;
SAIBA MAIS
Informações adicionais 
sobre o conteúdo e 
temas afins;
EXPLICANDO 
DIFERENTE
Um jeito diferente e mais 
simples de explicar o que 
acaba de ser explicado;
SOLUÇÃO
Resolução passo a 
passo de um problema 
ou exercício;
EXEMPLO
Explicação do conteúdo ou 
conceito partindo de um 
caso prático;
CURIOSIDADE
Indicação de curiosidades 
e fatos para reflexão sobre 
o tema em estudo;
PALAVRA DO AUTOR
Uma opinião pessoal e 
particular do autor da obra;
REFLITA
O texto destacado deve 
ser alvo de reflexão.
SUMÁRIO
UNIDADE 01
Compreendendo os significados dos termos lei, diretrizes, 
bases e a estrutura de ensino................................................12
A educação e a Constituição Federal Brasileira........................12
Analisando os princípios e fins da educação nacional – 
artigos 2º e 3º da Lei 9.394/1996...........................................19
Princípios e fins da educação brasileira....................................19
Identificando os aspectos do sistema escolar brasileiro e a 
administração do sistema nacional de ensino.......................26
Sistema escolar brasileiro.........................................................26
Estrutura do sistema escolar brasileiro.....................................28
Conselhos de Educação no Brasil.....................................30
Diretrizes Curriculares Nacionais.....................................31
Referenciais Curriculares Nacionais para Educação 
Infantil..............................................................................33
Parâmetros Curriculares Nacionais...................................35
Plano Nacional de Educação: objetivos e metas.......................36
O Plano Nacional......................................................................36
Metas................................................................................39
UNIDADE 02
Apresentando os objetivos, duração e organização da 
Educação Infantil....................................................................48
A Lei de Diretrizes e Bases e a Educação Infantil....................48
Objetivos da Educação Infantil.................................................52
Duração da Educação Infantil...................................................56
Organização da Educação Infantil............................................56
Analisando o Ensino Fundamental de 9 anos e seus objetivos, 
duração, organização e obrigatoriedade...............................64
Objetivos, Duração, Organização e Obrigatoriedade do Ensino 
Fundamental.............................................................................64
Ensino Médio: Finalidade, Duração, Modalidades e 
Organização..........................................................................79
Área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias....................84
Área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas ......................85
Educação de Jovens e Adultos..................................................88
Educação Especial...................................................................90
UNIDADE 03
Compreendendo os conceitos, histórico e evolução do 
currículo e a verificação do rendimento escolar...................98
Conceito do currículo................................................................98
Currículo: Histórico, Evolução e a Verificação da 
Aprendizagem........................................................................105
Os PCNS – Parâmetros Curriculares Nacionais................116
Definição e Objetivos dos Parâmetros Curriculares Nacionais..117
A Formação dos Profissionais de Educação: Agências 
Formadoras e Tipos de Profissionais..................................126
Formação de Profissionais de Educação e a qualidade da 
educação.................................................................................127
Agências Formadoras e a Educação Continuada....................134
Os Recursos Financeiros para a Escola: As responsabilidades 
do Estado, União e Municípios..............................................137
Recursos financeiros e a Educação.........................................137
UNIDADE 04
Compreendendo a educação em direitos humanos - Resolução 
001/2012.................................................................................148
Educação em Direitos Humanos – Resolução 001/2012........148
Identificando o que é e o que não é educação em direitos 
humanos................................................................................154
O que é e o que não é educação em direitos humanos............154
Observando porque educar para os direitos humanos e a 
cidadania..............................................................................160
Por que educar para os direitos humanos e a cidadania?........160
Analisando o novo marco para a relação étnico-racial no 
Brasil: uma responsabilidade coletiva.................................166
A relação étnico-racial no Brasil.............................................166
UNIDADE
01
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
Organização e Legislação da Educação10
INTRODUÇÃO
A área de organização e legislação da educação norteia 
o sistema educacional brasileiro por meio de leis, diretrizes e 
estatutos. É por meio de tais instrumentos que visamos garantir 
o direito de educação para todos.
Nessa disciplina, aprenderemos que a história da educação 
é também uma luta contra a desigualdade social e econômica.
O Brasil deve desenvolver práticas pedagógicas por meio 
de políticas públicas que reconheçam asdiferenças geográficas e 
econômicas de cada região, que visem garantir uma educação de 
qualidade, capaz de promover a autonomia do educando.
Enquanto educadores, temos um papel crucial na formação 
e implementação de políticas públicas, pois, reconhecendo nossa 
estrutura educacional e onde pretendemos chegar, podemos 
efetivar na prática o que já está garantido na Constituição 
Federal de 1988 — e reafirmado pela Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional (Lei 9.394/1995 – LDB): a educação 
como um direito de todos.
Ao longo desta unidade letiva você mergulhará neste 
universo!
Organização e Legislação da Educação 11
OBJETIVOS
Olá, estudante. Seja muito bem-vindo(a) a nossa Unidade 
1 – Fundamentação legal da educação brasileira. Nesta unidade, 
o nosso objetivo é auxiliá-lo no desenvolvimento de algumas 
competências profissionais.
Compreender a legislação, diretrizes, bases e a 
estrutura de ensino disposta na Lei 9.394/1996 (LDB).
Analisar os princípios e fins da educação nacional — 
artigos 2º e 3º da LDB.
Identificar os aspectos do sistema escolar brasileiro e 
a administração do sistema nacional de ensino.
Entender o Plano Nacional de Educação: objetivos e 
metas.
1
2
3
4
Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo 
ao conhecimento? Ao trabalho!
Organização e Legislação da Educação12
Compreendendo os significados dos termos 
lei, diretrizes, bases e a estrutura de ensino
A Constituição Federal de 1988 assegura, a todos os 
cidadãos, enquanto garantia fundamental, a educação como um 
direito social.
Ao longo desta aula, discorreremos sobre os aspectos 
desse direito e a sua importância, apresentando as estruturas 
e competências relativas à organização da educação em nosso 
país.
Dúvidas? Não se preocupe. Recorra ao fórum de dúvidas e 
discussões para socializar o seu conhecimento e esclarecer todas 
as suas inquietações quanto ao conteúdo aqui disposto.
Nós estaremos a sua disposição em caso de dificuldades!
A educação e a Constituição Federal 
Brasileira
A Constituição Federal de 1988 foi elaborada com intensa 
participação democrática e popular. É resultado da interlocução 
entre políticos, sociedade civil e movimentos sociais. Essa ampla 
participação promoveu a garantia de diversos direitos socias, 
entre eles a educação. No artigo 205 da Constituição Federal de 
1988 encontramos:
art. 205. A educação, direito de todos e dever do 
Estado e da família, será promovida e incentivada 
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o 
exercício da cidadania e sua qualificação para o 
trabalho. (BRASIL, 1988).
A Constituição Federal de 1988, norma máxima do nosso 
Organização e Legislação da Educação 13
país, aborda a educação como um direito de todos, que deve 
ser suprido pelo Estado e pela família, sendo que a sociedade 
também tem o papel de incentivar o cumprimento desse dever, 
colaborando para que os jovens estejam nas escolas, tenham 
acesso à cultura etc.
SAIBA MAIS
Art. 6º: são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, 
o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a 
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a 
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. 
(BRASIL, 1988).
Figura 1 — Constituição Federal.
Fonte: Wikipedia
Organização e Legislação da Educação14
Atualmente, a educação realizada em casa, sob a supervisão dos 
pais e/ou responsáveis — atitude a que assistimos em outros 
países —, é pauta de alguns debates no espaço público. Dê uma 
olhada no texto da LDB, disponível no site do Planalto: https://
bit.ly/1d40CY4 e reflita sobre a necessidade — ou não — de 
regulamentação desse formato.
REFLITA
No início do seu texto, a Constituição apresenta a educação 
como um direito social (art. 6º) e aborda outros aspectos, como 
a gratuidade do ensino e a qualidade da educação. Ademais, a 
palavra “educação” aparece 59 vezes no texto constitucional, em 
diversos artigos.
De acordo com a Constituição Federal de 1988, não 
adianta apenas oferecer vaga nas escolas, esse serviço deve(ria) 
ser garantido como um ensino gratuito e de qualidade.
A Constituição Federal de 1988 também determina que 
o aluno deve ter condições de acesso e de permanência na 
escola. Ou seja: deve-se levar em consideração o meio em que 
o educando está inserido, promovendo práticas pedagógicas que 
estimulem esse aluno a permanecer na escola.
Neste momento, alunos(as), cabe refletirmos: será que 
nossas escolas estão preparadas para se tornarem um ambiente 
no qual o aluno se sinta parte e tenha prazer em frequentar? Que 
mudanças/ações seriam necessárias para que a aluno se sinta 
pertencente ao ambiente escolar? “Abrir” a escola para que a 
comunidade escolar possa fazer parte da proposta pedagógica e 
das decisões pode auxiliar a contornar essa situação?
Organização e Legislação da Educação 15
Quanto ao Estado, ele precisa desenhar e implementar 
políticas públicas para contribuir com a retenção desse aluno 
no ambiente escolar, considerando, entre outros, a oferta de 
transporte público, de ensino em turnos contrários e no regime 
integral, além de material e organização curricular adequados às 
condições do estudante.
Em busca de enfrentar esses desafios, e visando diminuir 
a evasão escolar, as escolas controlam a permanência dos 
alunos. Quando o aluno começa a ter faltas excessivas, a escola 
comunica aos pais e, caso o problema persista, o Conselho 
Tutelar é acionado para tomar as medidas cabíveis por lei.
SAIBA MAIS
Artigo “Das Políticas de Acesso e Permanência na Escola 
ao Direito à Educação Básica de Qualidade Social: Avanço 
Possível”. Disponível em: https://bit.ly/2FiHuOX. Acesso em: 
29 abr. 2019
No Brasil, a garantia constitucional de acesso universal 
à escola é uma grande conquista, visto que na nossa história 
o acesso ao ensino era privilégio de uma pequena parcela da 
população. Entretanto, tal garantia não é sinônimo de matrículas 
e frequência. Temos observado que não é 100% das crianças que 
frequentam a escola, e que a conclusão da Educação Básica e o 
acesso ao Ensino Superior ainda representam grandes desafios.
A oferta do ensino é realizada em instituições públicas e 
privadas que, independentemente das suas estruturas, devem 
obedecer aos princípios previstos na lei (a serem analisados 
mais à frente, no ponto 2). Dessa forma, compreendemos que as 
Organização e Legislação da Educação16
instituições privadas devem seguir os mesmos preceitos da lei 
que as instituições públicas.
A Constituição Federal de 1988 determina que criança, 
jovem e adolescente têm direito, entre outros, à vida, à 
alimentação, à educação e ao lazer, conforme observamos no 
artigo 227:
art. 227. É dever da família, da sociedade e do 
Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao 
jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, 
à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao 
respeito, à liberdade e à convivência familiar e 
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda 
forma de negligência, discriminação, exploração, 
violência, crueldade e opressão.(BRASIL, 1988).
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no seu 
artigo 53, reforça as determinações constitucionais ao ratificar 
que a educação é um direito da criança e do adolescente.
art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, 
visando ao pleno desenvolvimento da sua pessoa, preparo 
para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, 
assegurando-lhes:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência 
na escola;
II – direito de ser respeitado por seus educadores;
III – direito de contestar critérios avaliativos, podendo 
recorrer às instâncias escolares superiores;
IV – direito de organização e participação em entidades 
estudantis;
V – acesso à escola pública e gratuita próxima a sua 
residência, garantindo-se vagas no mesmo estabelecimento a 
Organização e Legislação da Educação17
irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da 
educação básica. (BRASIL, 1990).
Figura 2 — Crianças na escola.
Fonte: Pixabay.
O ECA é importante pois assegura os direitos das crianças 
e dos adolescentes presentes na Constituição, dessa forma, 
busca-se garantir que os direitos sejam respeitados.
SAIBA MAIS
O Estatuto pode ser lido na íntegra em: https://bit.ly/IUTp5S. 
É importante que o educador o conheça minimamente.
O ECA classifica um sujeito com até 12 anos incompletos 
como criança, e um entre 12 e 18 anos incompletos como 
adolescentes. Essa classificação permite que se apliquem 
medidas cabíveis em caso de descumprimento da lei pela criança 
ou adolescente, conforme demonstramos abaixo:
Organização e Legislação da Educação18
 ■ Advertência (art. 115 do ECA): é uma repreensão 
judicial, que visa sensibilizar e esclarecer ao adolescente as 
consequências de uma reincidência infracional.
 ■ Obrigação de reparar o dano (art. 116 do ECA): 
o ressarcimento, por parte do jovem, do dano ou prejuízo 
econômico causado à vítima.
 ■ Prestação de serviços à comunidade (art. 117 do 
ECA): realização de tarefas gratuitas à comunidade no período 
de seis meses, durante oito horas semanais.
 ■ Liberdade assistida (art. 118 do ECA): 
acompanhamento, auxílio e orientação do jovem em conflito 
com a lei por equipes multidisciplinares no período mínimo de 
seis meses.
 ■ Semiliberdade (art. 120 do ECA): restrição de 
liberdade do jovem, que poderá permanecer com a família aos 
finais de semana.
 ■ Internação (arts. 121 e 125 do ECA): a internação 
pode ser em caráter provisório ou definitivo.
SAIBA MAIS
Revista Eca. Disponível em: https://bit.ly/2L7fl0W. Acesso em: 
29 abr. 2019.
Analisando os artigos 60 e 227 da Constituição Federal de 
1988, fica clara a inexistência — no texto constitucional — de 
uma fórmula para que os direitos ali postos sejam efetivados. 
Faz-se, assim, necessária a criação de estatutos, diretrizes e 
bases para o desenvolvimento de um plano nacional com a união 
de diversos setores da sociedade civil, a fim de promover um 
diagnóstico da realidade educacional e estratégias que amplie o 
Organização e Legislação da Educação 19
acesso, a permanência e a construção de um processo de ensino-
aprendizado significativo ao educando. E é desse contexto que 
emerge a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 
1996.
Analisando os princípios e fins da educação 
nacional – artigos 2º e 3º da Lei 9.394/1996
Nesta aula analisaremos e refletiremos sobre os artigos 
2º e 3º da LDB (Lei 9.394/1996), identificado quem são os 
responsáveis pela educação e quais os princípios que norteiam a 
educação brasileira.
Vamos juntos promover essa reflexão?
Princípios e fins da educação brasileira
A LDB foi promulgada em 20 de dezembro de 1996, no 
governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995- 2002). 
Esta é uma lei que regulamenta o sistema educacional público e 
privado no Brasil, da Educação Básica ao Ensino Superior.
A LDB estabelece: deveres dos Estados, do DF e dos 
municípios para a efetivação do direito à educação; os princípios 
da educação; e as responsabilidades entre os municípios, Estados 
e o Distrito Federal, reafirmando o direito à educação garantido 
pela Constituição Federal e abordado no ECA.
ACESSE
“20 anos da LDB: como a lei mudou a Educação”. Disponível 
em: https://bit.ly/2iaUKqI. Acesso em: 29 abr. 2019.
Organização e Legislação da Educação20
A partir da LDB, a escolarização passou a ter um espaço 
importante no debate sobre a educação brasileira, tornando 
o Ensino Básico pauta da política nacional e desencadeando 
algumas políticas públicas, como os Parâmetros Curriculares 
Nacionais (PCN), Referênciais Curriculares Nacionais (RCN), 
Política de Financiamento da Educação Básica (Fundeb), Sistema 
de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e Exame Nacional 
do Ensino Médio (Enem), políticas essas que estudaremos no 
decorrer do curso.
ACESSE
LDB atualizada. Disponível em: https://bit.ly/1rTiGTn. Acesso 
em: 29 abr. 2019.
A LDB estrutura a Educação Básica por etapas e 
modalidades de ensino:
Tabela 1 — Etapas de ensino da Educação Básica.
Educação Infantil
 ■Crianças de 0 (zero) a 5 (cinco) 
anos.
 ■Frequência não obrigatória até os 3 
(três) anos.
 ■Dividida em: Creches – 0 (zero) a 
3 (três) anos.
 ■Pré-Escola – 4 (quatro) a 5 (cinco) 
anos.
 ■Principal função: formação integral 
do aluno.
Organização e Legislação da Educação 21
Ensino Fundamental
Ensino Fundamental
 ■Crianças a partir dos 6 (seis) anos 
(completos) até Março do ano 
vigente.
 ■Duração: 9 (Nove) anos.
 ■Principal função: oferecer 
conteúdo mínimo para a criança se 
desenvolver.
 ■Duração mínima: 3 (três) anos, 
podendo chegar a 5 (cinco) anos 
no caso da modalidade Educação 
Profissional de Nível Médio.
 ■Principal função: oferecer 
qualificação para ensinos posteriores.
Fonte: Elaborado pela autora, 2019.
Modalidades de Ensino da Educação Básica:
 ■ Educação Regular;
 ■ Educação de Pessoas com Necessidades Especiais;
 ■ Educação de Jovens e Adultos;
 ■ Educação Escolar Indígena;
 ■ Educação Profissional e Tecnológica;
 ■ Educação a Distância;
 ■ Educação do Campo.
Organização e Legislação da Educação22
Figura 3 — Estudante indígena.
Fonte: Pixabay.
A Lei 9.394/1994 representou uma evolução pelo fato de 
incluir as crianças de zero a cinco anos no processo educativo, 
algo que antes não acontecia, uma vez que se acreditava que 
essas crianças deveriam ser assistidas pela área de assistência 
social.
A LDB reforça determinações da Constituição Federal de 
1988 e do art. 2º do ECA:
art. 2º. A educação, dever da família e do Estado, 
inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais 
de solidariedade humana, tem por finalidade o 
pleno desenvolvimento do educando, seu preparo 
para o exercício da cidadania e sua qualificação 
para o trabalho. (BRASIL, 1996).
O artigo ressalta o dever da família e do Estado em 
relação à educação. Devemos compreender que a família em 
conjunto com o Estado são os principais responsáveis pelo 
processo educacional, sendo o papel da escola e dos professores 
complementar a ação da família, não o contrário.
Organização e Legislação da Educação 23
REFLITA
Percebemos, em nossas escolas, que muitos pais e responsáveis 
transferem para os educadores toda a responsabilidade em relação 
à educação das crianças. No entanto, conforme estudamos, 
a lei é clara ao determinar que essa responsabilidade deve ser 
compartilhada. De que forma podemos modificar esse cenário?
Observamos também que a educação deve favorecer 
a liberdade do educando, desenvolvendo seu lado crítico, 
proporcionando uma formação adequada, para que, além do 
aluno se inserir no mercado de trabalho, ele possa ser agente de 
transformação dentro da sua sociedade. Dessa forma, entendemos 
que uma educação de qualidade não deve ser focada apenas em 
conteúdo, mas em práticas que promovam o senso crítico e a 
reflexão desse aluno frente aos seus problemas sociais, para que 
ele possa contribuir e realizar mudanças visando à melhoria da 
sociedade.
Nos incisos do artigo 3º da LDB, estão dispostos os 
princípios que devem ser garantidos na educação:
art. 3º. O ensino será ministrado com base nos seguintes 
princípios:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência 
na escola;
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a 
cultura, o pensamento, a arte e o saber;
III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
IV – respeito à liberdade e apreço à tolerância;
Organização e Legislação da Educação24
V – coexistência de instituições públicas e privadas de 
ensino;
VI – gratuidade do ensino público em estabelecimentos 
oficiais;
VII – valorização do profissional da educação escolar;
VIII – gestão democrática do ensino público, na forma 
desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;
IX – garantia de padrão de qualidade;
X – valorização da experiência extraescolar;
XII – vinculação entre a educaçãoescolar, o trabalho e as 
práticas sociais. (BRASIL, 1996).
De acordo com o inciso 1º do art. 3 da LDB, todos devem 
ter condições de acesso e permanência na escola, ou seja, 
independentemente da classe social, todas as pessoas têm direito 
a uma educação de qualidade.
Importante ressaltar que a lei trata de condições de 
acesso, e não de igualdade de direito de acesso. Desse modo, 
compreendemos que a escola deve oferecer equidade de condições 
de acesso, levando em consideração as particularidades e 
necessidades do educando. A escola só terá condições de garantir 
ensino de qualidade para todos, se levar em consideração as 
condições iniciais desses educandos, contribuindo para que as 
diferenças sejam supridas e todos alcancem os mesmos objetivos
SAIBA MAIS
“Direito à educação: direito à igualdade, direito à diferença”. 
Disponível em: https://bit.ly/2OK9xJ4. Acesso em: 15 maio 
2019.
Organização e Legislação da Educação 25
Figura 4 — Direito à Educação.
Fonte: Editorial Telesapiens.
A educação tem o dever de desenvolver cidadãos críticos, 
livres e tolerantes, capazes de compreender a realidade que os 
cerca e contribuir com a sociedade na qual está inserida.
A escola deve promover práticas pedagógicas que 
valorizem as experiências extraescolares, promovendo o interesse 
e despertando um aprendizado significativo nos alunos. Paulo 
Freire dizia que não podemos considerar o aluno uma tábua rasa, 
vazia e sem conteúdo. Nós, enquanto educadores, precisamos 
criar práticas pedagógicas que levem em consideração as 
experiências trazidas pelos alunos para o contexto escolar, 
tornando a educação mais significativa e prazerosa ao educando, 
enquanto a gestão da escola deve ser realizada de forma 
democrática, com a participação de toda a comunidade escolar.
A Lei 9.394/1996 ressalta a importância da valorização 
dos profissionais que atuam na educação, para que isso possa 
refletir em uma educação de qualidade.
Nos nossos estudos, pudemos observar a importância da 
LDB para a educação brasileira, pois as práticas pedagógicas 
passaram a ser estruturadas buscando promover uma educação 
de qualidade.
Organização e Legislação da Educação26
A igualdade de acesso à educação é importante e foi uma 
grande conquista, pois, tempos atrás, o ensino era apenas para 
uma pequena parcela da população, a classe minoritária não 
tinha acesso à escola.
Atualmente, todos passaram a ter o direito ao acesso 
à escola, e a LDB veio para assegurar as condições de ensino 
promovendo, assim, um ensino de qualidade, buscando a 
formação integral do aluno.
ACESSE
Entrevista Gestão Democrática na Escola. Disponível em: 
https://bit.ly/31MB7Ng.
Identificando os aspectos do sistema escolar 
brasileiro e a administração do sistema 
nacional de ensino
Nesta aula estudaremos o sistema escolar brasileiro, sua 
composição e seu funcionamento, conhecendo o debate que 
existe sobre o assunto no âmbito acadêmico.
Convido você, aluno(a), a realizar esse estudo e refletir 
sobre os caminhos que a educação brasileira ainda necessita 
trilhar, na busca de oferecer um serviço de qualidade e 
significativo para o educando.
Bons estudos!
Sistema escolar brasileiro
A história do sistema educacional brasileiro foi marcada 
por seu caráter excludente, que favorecia a minoria, permitindo 
o acesso à educação apenas para a elite.
Organização e Legislação da Educação 27
A implantação da LDB garantiu mudanças e reorientação do 
sistema educativo, possibilitando o acesso de todos a uma educação 
de qualidade; assim, foi necessário reestruturar o sistema escolar 
para que este permitisse que a escola fosse de fato acessível a todos.
O Brasil é constituído por desigualdades econômicas e 
sociais, e quando se pretende reestruturar a educação deve-se levar 
em consideração essa complexidade, para que se possa atingir 
uma educação universal e democrática. Conforme corrobora: “A 
compreensão do sistema educacional brasileiro exige que não se 
perca de vista a totalidade social da qual o sistema educativo faz 
parte.” (Saviani, 1987, p. 48).
De acordo com Saviani, a educação deve estar voltada 
para além dos livros, tendo como foco a sociedade em que esse 
educando está inserido.
O sistema educacional brasileiro apresenta falhas na 
qualidade do que está sendo ministrado, percebemos que muitas 
das propostas para a educação não ocorrem no interior da escola.
Assim, as propostas para a educação devem ser planejadas 
para atender o interesse da sociedade, de forma que seja possível 
o seu cumprimento para que realmente atinja seus objetivos.
Percebemos que o nosso sistema educacional apresentou 
mudanças, mas este ainda precisa evoluir, proporcionando o 
desenvolvimento de estudantes críticos e que possam contribuir 
para a sociedade de que fazem parte, provendo o desenvolvimento 
emocional, cultural e social.
SAIBA MAIS
“Desafios da Construção de um Sistema Nacional Articulado de 
Educação”. Disponível em: https://bit.ly/2x4RiHQ.
Organização e Legislação da Educação28
Estrutura do sistema escolar brasileiro
O sistema brasileiro de ensino é dividido de acordo com 
dois níveis, conforme o art. 21 da LDB:
 ■ Educação Básica: composta pela Educação Infantil, 
Ensino Fundamental e Médio;
 ■ Ensino Superior: composto pelos cursos de graduação, 
programas de mestrado e doutorado, cursos de especialização e 
pós-graduação.
Segundo a Constituição de 1988 e a LDB, a educação 
brasileira é composta por sistemas de ensino que serão 
organizados de modo colaborativo entre a União, os Estados e 
o Distrito Federal, ademais, no Brasil encontramos problemas 
na articulação entre esses órgãos em relação à organização do 
sistema, refletindo em problemas na educação.
Sabemos que cada órgão é responsável por uma área do 
ensino, no entanto, a responsabilidade deve ser pensada levando 
em conta o bem-estar do educando, e não apenas no que tange 
à responsabilidade do órgão, dessa forma, esses órgãos devem 
estabelecer parcerias para que de fato esse aluno tenha suas 
necessidades atendidas.
O sistema federal é composto pelo Ministério da Educação 
(MEC) e pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), algumas 
de suas atribuições são:
1. organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições 
oficiais do sistema federal;
2. elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração 
com os Estados e municípios;
3. assegurar o processo nacional de avaliação do 
rendimento escolar no Ensino Fundamental, Médio e Superior, 
em colaboração com os sistemas de ensino, definindo prioridades 
e a melhoria da qualidade;
Organização e Legislação da Educação 29
4. autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e 
avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de educação 
superior.
O sistema estadual é constituído pela Secretaria de 
Educação (SEE), Conselho Estadual de Educação (CEE), 
Delegacia Regional de Educação (DRE) ou Subsecretaria de 
Educação; algumas de suas responsabilidades são:
1. organizar, manter e desenvolver os órgãos do seu sistema 
de ensino;
2. assegurar o Ensino Fundamental e oferecer o Ensino 
Médio com prioridade;
3. assumir o transporte escolar dos alunos da rede estadual.
O sistema municipal é formado pela Secretaria Municipal 
de Educação (SME) e o Conselho Municipal de Educação 
(CME), algumas de suas atribuições são:
1. oferecer a Educação Infantil em creches e pré-escolas 
e, com prioridade, o Ensino Fundamental, atuar atendendo a 
outras áreas apenas quando tiver sanado suas necessidades na 
totalidade;
2. assumir o transporte escolar dos alunos da rede 
municipal.
Segundo Saviani (2010), o Brasil não tem um sistema de 
educação, e sim uma estrutura educacional, pois, para ter um 
sistema, teria que desenvolver um profundo conhecimento da 
realidade e das dificuldades de cada região do país, porém, devido 
às diferenças de cada região brasileira em termos econômicos e 
culturais, isso se torna difícil.
Além disso, deve ter conhecimento da realidade das 
estruturas e dos recursos disponíveis,bem como do capital 
humano acessível para implementar políticas públicas que visem 
equalizar as diversas regiões diante das suas diferenças.
Organização e Legislação da Educação30
A educação brasileira deve compartilhar todo o 
conhecimento teórico sobre a educação, não apenas diretrizes ou 
currículos, mas conhecimentos que possam ser compartilhados 
com diferentes regiões independentemente das distâncias física 
ou econômica.
Saviani (2010) acredita que até hoje o Brasil construiu 
uma estrutura educacional marcada por leis e programas, como 
a Constituição Federal e a LDB, mas ainda não foi desenvolvida 
uma unidade educacional que buscasse a garantia de direito de 
oportunidades, e não apenas de igualdade.
O direito de oportunidade será efetivado quando se 
desenvolver um sistema educacional que busque reconhecer as 
diferenças de cada educando e que, diante dessas diferenças, 
promova uma educação de qualidade para todos.
Conselhos de Educação no Brasil
Os Conselhos de Educação no Brasil exercem a função de 
organização e planejamento, e são divididos de acordo com a 
dependência político-administrativa.
Conselho Nacional de Educação (CNE)
Foi criado em 24 de dezembro de 1995 por meio da Lei 
9.131, e é constituído pela Câmara de Educação Básica e a 
Câmara de Educação Superior; é composto por 24 membros, 
sendo 12 indicados por associações científicas e profissionais, e 
os outros nomeados pelo presidente da República.
O CNE atua auxiliando o Ministério da Educação, sendo 
uma forma de participação da sociedade nos processos decisórios 
da educação brasileira.
Conselho Estadual de Educação
O Conselho Estadual de Educação atua no sistema de ensino 
estadual. Dentre as suas atribuições está manter o intercâmbio com 
Organização e Legislação da Educação 31
o CNE e com os demais Conselhos Estaduais e Municipais de 
educação, tendo como objetivo atingir os resultados planejados.
Conselho Municipal de Educação
O Conselho Municipal de Educação é composto por 
representantes das instituições educacionais, sociedade e da 
Câmara de Vereadores dos municípios. Essa composição visa à 
participação de diversos segmentos da sociedade nos processos 
de políticas públicas relacionadas à educação.
A principal finalidade do Conselho Municipal é a criação 
dos planos municipais de educação bem como a fiscalização, 
avaliação e o acompanhamento da execução desses planos.
Diretrizes Curriculares Nacionais
As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) são normas 
discutidas e fixadas pelo CNE que orientam o planejamento 
curricular das escolas e dos sistemas de ensino da Educação 
Básica. Segundo a definição do CNE: Diretrizes Curriculares 
Nacionais são o conjunto de definições doutrinárias sobre 
princípios, fundamentos e procedimentos na Educação Básica, 
expressas pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional 
de Educação, que orientarão as escolas brasileiras dos sistemas 
de ensino, na organização, na articulação, no desenvolvimento 
e na avaliação de suas propostas pedagógicas. (BRASIL, 1998)
ACESSE
“A era das diretrizes: a disputa pelo projeto de educação dos 
mais pobres”. Disponível em: https://bit.ly/2Ux9cgH.
Organização e Legislação da Educação32
A origem das DCNs está na Lei 9.384/1996, quando trata 
ser a finalidade da União estabelecer diretrizes que nortearão os 
currículos da Educação Básica.
art. 8º. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
organizarão, em regime de colaboração, os respectivos sistemas 
de ensino.
IV – estabelecer, em colaboração com os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes para 
a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que 
nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a 
assegurar formação básica comum. (BRASIL, 1996).
A criação dessas diretrizes é importante por conta da 
necessidade de criação de políticas educacionais, que garantam 
o direito de todo brasileiro ter acesso a uma formação humana e 
cidadã dentro do ambiente escolar, conforme a Lei 9.394/1996. 
Observemos os objetivos das Diretrizes:
I – sistematizar os princípios e diretrizes gerais da Educação 
Básica contidos na Constituição, na LDB e demais dispositivos 
legais, traduzindo-os em orientações que contribuam para 
assegurar a formação básica comum nacional, tendo como foco 
os sujeitos que dão vida ao currículo e à escola;
II – estimular a reflexão crítica e propositiva que deve 
subsidiar a formulação, execução e avaliação do projeto político-
pedagógico da escola de Educação Básica;
III – orientar os cursos de formação inicial e continuada de 
profissionais – docentes, técnicos, funcionários – da Educação 
Básica, os sistemas educativos dos diferentes entes federados 
e as escolas que os integram, indistintamente da rede a que 
pertençam. (BRASIL, 2013).
Com isso compreendemos que as DCNs são leis que 
regulamentam a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(Lei 9.394/1996). Nessas constam os objetivos e as metas para 
Organização e Legislação da Educação 33
a educação, permitindo que cada instituição de ensino tenha sua 
autonomia incentivando a criação de currículos de acordo com 
as competências elencadas nas diretrizes.
As Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para Educação 
Básica estabelecem bases para a Educação Infantil, o Ensino 
Fundamental e o Ensino Médio, pelas quais os sistemas federais, 
estaduais e municipais se orientarão para promover um currículo 
integralizado.
1. princípios éticos: autonomia, responsabilidade e respeito;
2. princípios políticos: direito e cidadania;
3. estético: criatividade, sensibilidade e variadas formas 
artísticas.
A educação brasileira é composta por modalidades e 
cada uma tem sua diretriz estabelecida. Após as DCNs, foram 
elaborados os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e os 
Referenciais Curriculares Nacionais (RCN); esses documentos 
abordam o currículo indicado pelas DCNs.
As Diretrizes Curriculares para Educação Infantil constam 
da Resolução n. 5, de 17 de dezembro de 2009, que apresenta a 
orientação pedagógica para a educação infantil.
A organização curricular brasileira visa garantir a 
Constituição Federal, promovendo educação de qualidade para 
todos.
Referenciais Curriculares Nacionais para Educação 
Infantil
Em 1998, visando atender as questões da Lei 9.394/1996, 
foram criados os Referenciais Curriculares Nacionais (RCNEI), 
com o objetivo de apontar metas de qualidade e ressaltar o 
desenvolvimento integral da criança, reconhecendo os direitos e 
deveres dos alunos dessa faixa etária.
Organização e Legislação da Educação34
O RCNEI foi desenvolvido por meio da mobilização 
social num amplo debate nacional, e visou sedimentar os 
direitos da Constituição Federal de 1988, superando o caráter 
assistencialista para as crianças.
O RCNEI tem o objetivo de ser um guia de orientações 
pedagógicas aos profissionais de Educação Infantil. Esse 
documento é constituído por três volumes.
O volume 1, Introdução, apresenta uma reflexão sobre 
creches e pré-escolas, trazendo uma concepção sobre criança, 
educação, instituição e educador.
ACESSE
ACESSE
Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil Vol. 1. 
Disponível em: https://bit.ly/1BJo4N5.
Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil Vol. 2. 
Disponível em: https://bit.ly/3EJPx4N.
O volume 2, Formação Pessoal e Social, trabalha-se a 
autonomia e a construção de identidade da criança.
Organização e Legislação da Educação 35
ACESSE
Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil Vol. 3. 
Disponível em: https://bit.ly/3MvJymU.
O volume 3, Conhecimento do Mundo, aborda a 
importância das experiências e o conhecimento que a criança 
tem do mundo, a construção de linguagens e suas relações.
Parâmetros Curriculares Nacionais
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) referem-
se às séries iniciais do Ensino Fundamental e visam auxiliar 
o trabalho pedagógico de modo que as crianças desenvolvam 
os conhecimentos formais deque necessitam para se tornarem 
cidadãos plenos.
ACESSE
Parâmetros Curriculares Nacionais. Disponível em: 
https://bit.ly/1WzpeV0.
A aprovação dos PCN foi realizada pelo MEC com o 
objetivo de desenvolver metas de qualidade e objetivos que 
visavam à formação de cidadãos participativos na sociedade, 
que reconhecem seus direitos e deveres.
Em 2017 surge a Base Nacional Comum Curriculares 
(BNCC), que visa, de modo geral, definir o que deve ser ensinado 
para cada estudante em cada ano de estudo da Educação Infantil 
até o Ensino Médio.
Organização e Legislação da Educação36
A partir da implementação da BNCC, o Brasil passa a ter 
uma referência curricular nacional obrigatória, na qual as escolas 
deverão se apoiar para desenvolver seus currículos.
Segundo o documento, os currículos devem ser elaborados, 
respeitando a diversidade, particularidades e o contexto em que 
a escola está inserida.
A criação da BNCC visa contribuir para diminuir a 
desigualdade de oportunidades entre os estudantes brasileiros, 
devendo cada instituição seguir uma base comum de ensino e 
incluir uma base diversificada de acordo com as especificidades 
de cada localidade onde a escola está inserida.
Plano Nacional de Educação: objetivos e 
metas
Como já pudemos estudar nos capítulos anteriores da 
nossa disciplina, o Brasil definiu leis e estatutos que garantem o 
direito das crianças em relação à educação.
Porém, ainda se observa que na prática não conseguiu 
estabelecer o que diz a lei. Dessa forma, foram desenvolvidas
20 metas para a educação que visam uma educação de 
qualidade para todos.
Convido vocês a estudarem essas metas e seus objetivos 
para que, como educadores, possamos contribuir para a 
efetivação do direito à educação.
O Plano Nacional
Em 25 de junho de 2014, a então presidenta, Dilma 
Rousseff sancionou a Lei 13.005/2014, que aprovou o novo Plano 
Nacional de Educação (PNE), com vigência até 25 de junho de 
2024, visando cumprir o disposto no artigo 214 da Constituição 
Federal de 1988:
Organização e Legislação da Educação 37
art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de 
duração decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional 
de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, 
objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar 
a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos 
níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas 
dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que 
conduzam a:
I – erradicação do analfabetismo;
II – universalização do atendimento escolar; III - melhoria 
da qualidade do ensino;
III – formação para o trabalho;
IV – promoção humanística, científica e tecnológica do 
País;
V – estabelecimento de meta de aplicação de recursos 
públicos em educação como proporção do produto interno bruto. 
(BRASIL, 1988).
O PNE surge respaldado pela Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional como um instrumento para a evolução 
da educação brasileira. Ele apresenta, no seu artigo 2º, dez 
diretrizes que devem pautar a educação no Brasil:
I – erradicação do analfabetismo;
II – universalização do atendimento escolar;
III – superação das desigualdades educacionais, com 
ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as 
formas de discriminação;
IV – melhoria da qualidade da educação;
V – formação para o trabalho e para a cidadania, com 
ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta a 
sociedade;
Organização e Legislação da Educação38
VI – promoção do princípio da gestão democrática da 
educação pública;
VII – promoção humanística, científica, cultural e 
tecnológica do País;
VIII – estabelecimento de meta de aplicação de recursos 
públicos em educação como proporção do Produto Interno Bruto 
– PIB, que assegure atendimento às necessidades de expansão, 
com padrão de qualidade e equidade;
IX – valorização dos(as) profissionais da educação;
X – promoção dos princípios do respeito aos direitos 
humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental. 
(BRASIL, 2014).
Notem que cinco desses objetivos já estavam sendo 
contemplados na Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988), 
no art. 214.
“erradicação do analfabetismo; universalização do 
atendimento educacional; melhoria da qualidade 
da educação; promoção humanística e tecnológica 
do País, e estabelecimento de meta de aplicação de 
recursos públicos em educação como proporção 
do produto interno bruto.”
Metas
PNE possui 20 metas, cada uma delas seguida de estratégias, 
que abrangem todos os níveis de formação — desde a Educação 
Infantil até o Ensino Superior —, cuja fiscalização quanto ao 
cumprimento ficou a cargo do Instituto Nacional de Estudos e 
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), juntamente com 
o Congresso Nacional e o Fórum Nacional de Educação.
Organização e Legislação da Educação 39
SAIBA MAIS
A situação das metas dos planos de educação pode ser conhecida 
aqui: https://bit.ly/2Lf8Mtt.
 ■ Meta 1
Universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola 
para as crianças de quatro a cinco anos de idade e ampliar a 
oferta de educação infantil em creches de forma a atender, no 
mínimo, 50% das crianças de até três anos até o final da vigência 
deste PNE.
 ■ Meta 2
Universalizar o ensino fundamental de nove anos para 
toda a população de seis a 14 anos e garantir que pelo menos 
95% dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até 
o último ano de vigência deste PNE.
 ■ Meta 3
Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda 
a população de 15 a 17 anos e elevar, até o final do período 
de vigência deste PNE, a taxa líquida de matrículas no ensino 
médio para 85%.
 ■ Meta 4
Universalizar, para a população de quatro a 17 anos, o 
atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtornos 
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação 
na rede regular de ensino.
 ■ Meta 5
Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até os oito anos 
de idade, durante os primeiros cinco anos de vigência do plano; 
no máximo, até os sete anos de idade, do sexto ao nono ano de 
Organização e Legislação da Educação40
vigência do plano; e até o final dos seis anos de idade, a partir do 
décimo ano de vigência do plano.
 ■ Meta 6
Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 
50% das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% 
dos alunos da educação básica.
 ■ Meta 7
Fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas 
e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem 
de modo a atingir as seguintes médias nacionais para o Ideb:
IDEB
Anos iniciais do Ensino 
Fundamental
Anos finais do Ensino 
Fundamental
Ensino Médio
2015
5,2
4,7
4,3
2017
5,5
5,0
4,7
2019
5,7
5,2
5,0
2021
6,0
5,5
5,2
 ■ Meta 8
Elevar a escolaridade média da população de 18 a 29 anos, 
de modo a alcançar no mínimo 12 anos de estudo no último ano 
de vigência deste Plano, para as populações do campo, da região 
de menor escolaridade no País e dos 25% mais pobres, e igualar 
a escolaridade média entre negros e não negros declarados à 
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE.)
 ■ Meta 9
Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos 
ou mais para 93,5% até 2015 e, até o final da vigência deste 
PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a 
taxa de analfabetismo funcional.
Organização e Legislação da Educação 41
 ■ Meta 10
Oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de educação de 
jovens e adultos, na forma integrada à educação profissional, 
nos ensinos fundamental e médio.
 ■ Meta 11
Triplicar as matrículas da educação profissional técnica de 
nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 
50% de gratuidade na expansão de vagas.
 ■ Meta 12
Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 
50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, 
assegurando a qualidade da oferta.
 ■ Meta 13
Elevar a qualidade da educação superior e ampliar a 
proporçãode mestres e doutores do corpo docente em efetivo 
exercício no conjunto do sistema de educação superior para 
75%, sendo, do total, no mínimo, 35% de doutores.
 ■ Meta 14
Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-
graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de 
60 mil mestres e 25 mil doutores.
 ■ Meta 15
Garantir, em regime de colaboração entre a União, os estados, 
o Distrito Federal e os municípios, no prazo de um ano de vigência 
deste PNE, política nacional de formação dos profissionais da 
educação de que tratam os incisos I, II e III do art. 61 da Lei 
nº 9.394/1996, assegurando-lhes a devida formação inicial, nos 
termos da legislação, e formação continuada em nível superior 
de graduação e pós-graduação, gratuita e na respectiva área de 
atuação.
Organização e Legislação da Educação42
 ■ Meta 16
Formar, até o último ano de vigência deste PNE, 50% 
dos professores que atuam na educação básica em curso de 
pós-graduação stricto ou lato sensu em sua área de atuação, e 
garantir que os profissionais da educação básica tenham acesso à 
formação continuada, considerando as necessidades e contextos 
dos vários sistemas de ensino.
 ■ Meta 17
Valorizar os profissionais do magistério das redes públicas 
de educação básica de forma a equiparar seu rendimento médio 
ao dos demais profissionais com escolaridade equivalente, até o 
final do sexto ano de vigência deste PNE.
 ■ Meta 18
Assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos 
de carreira para os profissionais da educação básica e superior 
pública de todos os sistemas de ensino e, para o plano de carreira 
dos profissionais da educação básica pública, tomar como 
referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei 
federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição 
Federal.
 ■ Meta 19
Garantir, em leis específicas aprovadas no âmbito da União, 
dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, a efetivação 
da gestão democrática na educação básica e superior pública, 
informada pela prevalência de decisões colegiadas nos órgãos 
dos sistemas de ensino e nas instituições de educação, e forma de 
acesso às funções de direção que conjuguem mérito e desempenho 
à participação das comunidades escolar e acadêmica, observada 
a autonomia federativa e das universidades.
 ■ Meta 20
Ampliar o investimento público em educação de forma a 
atingir, no mínimo, o patamar de 7% do Produto Interno Bruto 
Organização e Legislação da Educação 43
ACESSE
Observatório das Metas do Plano Nacional de Educação.
Disponível em: https://bit.ly/28Wrx3y.
Após análise das metas e objetivos, percebemos que o 
Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer em relação à 
educação. As metas são audaciosas, mas imprescindíveis para 
que a educação, no Brasil, seja capaz de promover as mudanças 
sociais, individuais e econômicas que a nossa sociedade 
necessita.
(PIB) do País no quinto ano de vigência desta Lei e, no mínimo, 
o equivalente a 10% do PIB no final do decênio.
Organização e Legislação da Educação44
UNIDADE
02
ORGANIZAÇÃO E LEGISLAÇÃO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
Organização e Legislação da Educação46
INTRODUÇÃO
A educação brasileira apresenta um conjunto de leis, 
diretrizes e planos de base para se organizar. A lei de diretrizes 
e bases (LDB) 9394/96 trata da divisão da educação básica 
brasileira em três etapas: Educação Infantil, Ensino Fundamental 
e Ensino Médio.
Nesta unidade iremos aprender sobre cada etapa da educação 
básica, suas características, objetivos e particularidades, além de 
entender como está organizada a Educação de Jovens e Adultos 
(EJA) e a Educação Especial.
O Brasil desenvolve práticas pedagógicas por meio de 
políticas públicas democráticas que reconhecem as diferenças 
geográficas e econômicas de cada região, e que visem garantir 
uma educação significativa e de qualidade ao educando.
Enquanto educadores temos um papel crucial, pois 
reconhecendo nossa estrutura educacional e onde se pretende 
chegar, podemos efetivar na prática o que já está garantido na 
Constituição de 1988 e reafirmado na LDB 9394/96, a educação 
como um direito de todos.
Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste 
universo!
Organização e Legislação da Educação 47
OBJETIVOS
Olá, estudante, seja muito bem-vindo(a) a nossa unidade 
2, nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento de 
determinadas competências profissionais até o término desta 
etapa de estudos.
Apresentar os objetivos, a duração e a organização da 
Educação Infantil.
Analisar o Ensino Fundamental de 9 anos e seus 
objetivos, duração, organização e obrigatoriedade.
Observar a finalidade, duração, modalidade e 
organização do Ensino Médio.
Compreender a Educação de Jovens e Adultos (EJA) 
e a Educação Especial.
1
2
3
4
Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo 
ao conhecimento? Ao trabalho!
Organização e Legislação da Educação48
Apresentando os objetivos, duração e 
organização da Educação Infantil
A Lei de diretrizes e bases 9394/96 favoreceu para que 
a escolarização ocupasse um espaço importante nos debates da 
sociedade, repensando os objetivos, estrutura e a organização 
do ensino. Assim, ao longo desta aula iremos discorrer sobre a 
educação infantil, seus objetivos, duração e organização.
A Lei de Diretrizes e Bases e a Educação 
Infantil
Figura 1 — Educação Infantil.
Fonte: Pixabay.
Na época da colonização as crianças eram vistas como 
“mini adultos”, não era considerado os pensamentos, desejos ou 
necessidades particulares da infância.
Após a revolução industrial, com a necessidade crescente 
de urbanização e mão de obra, as mulheres foram inseridas no 
mercado de trabalho. De forma que passou a existir a necessidade 
de um lugar para se deixar os filhos, então surgiram as creches.
Organização e Legislação da Educação 49
Kishimoto (2001) relata que com a urbanização e a 
industrialização, a criança foi esquecida, tornando-se um precoce 
aprendiz.
Diante dessa crença, as instituições foram criadas com um 
caráter assistencialista, tendo como objetivo apenas o cuidar, 
enquanto pais e responsáveis estavam no trabalho.
Assim, a Constituição Federal de 1988 foi importante por 
tornar as creches um lugar de direito das famílias e de dever do 
estado. Ademais, a educação como um direito para as crianças 
de 0 a 6 anos já estava assegurado pela Constituição Federal de 
1988 e pelo Estatuto da Criança e Adolescente de 1990. Contudo, 
a transformação desse direito em diretrizes e bases promoveu 
um movimento de transformação para a educação brasileira.
A educação infantil passou a integrar a primeira etapa da 
educação básica, finalizando, dessa forma, a visão retórica do 
assistencialismo. A partir desse momento a criança começa a ser 
vista como um “ser de direito”, que precisa de uma educação 
de qualidade desde seus primeiros anos de vida, para que se 
desenvolva em um ser humano capaz de exercer a sua cidadania.
Reconhecer a criança como um “ser de direito” significa 
considerá-la como um ser humano que faz parte do processo 
educativo e que deve ser respeitado o seu falar, brincar, construir, 
aprender, observar, questionar e experimentar.
Conforme visto no artigo 22 da LDB 9394/96.
Art. 22. A educação básica tem por finalidades 
desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação 
comum indispensável para o exercício da cidadania 
e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em 
estudos posteriores. (BRASIL, 1996)
Com a Lei de Diretrizes e bases, a criança passou a ser vista 
como um ser humano com cultura própria, capaz de criar e se 
desenvolver, necessitando de muito mais do que apenas o cuidado.
Organização e Legislação da Educação50
Em 1998 o ministério da Educação publicou o Referencial 
Curricular Nacional da Educação Infantil como parte dos 
Parâmetros Curriculares Nacionais. Em 1999 o Conselho 
Nacional de Educação (CNE) publicou as Diretrizes Curriculares 
Nacionais para a Educação Infantil (DCNs).
Esses documentos orientam os trabalhosna educação 
infantil e ressaltam que o educar e o brincar devem ser 
simultâneos, favorecendo o desenvolvimento infantil.
Figura 2 — Estudar e brincar.
Fonte: Pixabay.
Ao considerar a criança como um ser cultural não podemos 
desconsiderar o ato de brincar, pois, por meio da brincadeira 
a criança aprende, se desenvolve e se relaciona. Segundo 
Kishimoto (2001), a escola deve se preocupar com ambientes 
que valorizem o brincar já que a sociedade: busca ascensão 
social e diminuição da desigualdade por meio da educação; busca 
introduzir a criança em um ambiente que acelere o aprendizado 
e desconsidere o desenvolvimento e interesses próprios de uma 
determinada faixa etária, o brincar é um desses interesses que 
acabam sendo desprezados.
Organização e Legislação da Educação 51
ACESSE
Para saber mais sobre a importância do brincar na educação 
infantil. Leia A LDB e as Instituições de Educação Infantil: 
Desafios e Perspectivas. Disponível em: https://bit.ly/30fcHdF.
Quando a criança brinca ela desenvolve a imaginação, 
Vygotsky afirma que a imaginação contribui para o 
desenvolvimento do pensamento lógico da criança.
Os primeiros anos de vida da criança contribuem 
para o desenvolvimento do seu pensamento lógico 
e também de sua imaginação, os quais caminham 
juntos: a imaginação é um momento totalmente 
necessário, inseparável do pensamento realista, 
na imaginação a direção da consciência tende a se 
afastar da realidade. (VYGOTSKY, 1989, p. 75)
Percebemos que o entendimento sobre as crianças tem se 
modificado com o passar dos anos. Até o século XVII não havia 
essa preocupação com as crianças como atualmente. Um fator a 
ser analisado são os números de mortalidade infantil na época, 
que eram visto com naturalidade, pois não havia saúde pública 
preocupada em reduzir esses números.
Atualmente existe o conceito de que as crianças são 
símbolos do futuro e investir nelas é, consequentemente, investir 
no futuro. Essa visão é nova e ainda hoje temos que desenvolver 
pensamentos sobre isso.
Assim, a preocupação com as crianças e a ideia de que 
elas são o futuro da nossa sociedade são conceitos novos que 
foram progredindo conforme o desenvolvimento da sociedade. 
A criança passa a ser vista como um sujeito de direitos e deveres 
Organização e Legislação da Educação52
a serem preservados, detentores de culturas próprias que devem 
ser consideradas.
Com essa nova concepção, a escola e o trabalho do 
docente precisaram ser repensados. Os Referenciais Curriculares 
Nacionais visam a organização de instituições educacionais e 
da prática docente, para que se promova um desenvolvimento 
efetivo das crianças.
ACESSE
Para conhecer os Referenciais Curriculares Nacionais. Leia o 
RCN disponível em https://bit.ly/1viAzMv.
Objetivos da Educação Infantil
A Lei de Diretrizes e Bases 9394/96, ao determinar que a 
educação infantil é a primeira etapa da educação básica, por meio 
do documento de Referencial Curriculares Nacional da Educação 
Básica, visa auxiliar o trabalho para a educação das crianças.
O Referencial Curricular busca determinar metas de 
qualidade que contribuam para o desenvolvimento integral da 
criança.
O referencial pretende apontar metas de qualidade 
que contribuam para que as crianças tenham um 
desenvolvimento integral de suas identidades, 
capazes de crescerem como cidadãos cujos direitos 
das crianças à infância são reconhecidos (BRASIL, 
1996).
A prática da educação Infantil deve ser organizada de 
modo que promova o desenvolvimento das crianças através de 
alguns aspectos.
Organização e Legislação da Educação 53
 ■ Desenvolver uma imagem positiva de si; atuar de forma 
independente, com confiança; e perceber suas limitações.
 ■ Descobrir e conhecer seu próprio corpo, suas 
potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando 
hábitos de cuidado com a própria saúde e bem-estar.
 ■ Estabelecer vínculos afetivos e de troca com 
adultos e crianças, fortalecendo sua autoestima e ampliando 
gradativamente suas possibilidades de comunicação e interação 
social.
 ■ Observar e explorar o ambiente com atitudes de 
curiosidade, percebendo-se cada vez mais como integrante 
dependente e agente transformador do meio ambiente, 
valorizando atitudes que contribuam para sua conservação.
 ■ Brincar e expressar emoções, sentimentos, pensamentos, 
desejos e necessidades.
 ■ Utilizar diferentes linguagens — corporal, musical, 
plástica, oral e escrita —, ajustadas às diferentes intenções 
e situações de comunicação. De forma a compreender e ser 
compreendido, expressar suas ideias, sentimentos, necessidades, 
desejos e avançar em seu processo de construção de significados, 
enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva.
 ■ Conhecer algumas manifestações culturais, 
demonstrando atitudes de interesse, respeito e participação 
frente a elas, valorizando a diversidade.
O professor deve desenvolver atividades que promovam 
a independência do aluno, estimulem a confiança e promovam 
a percepção de suas limitações, visando que o educando supere 
seus limites.
O trabalho na educação infantil deve ter atividades voltadas 
para que a criança conheça seu próprio corpo, bem como hábitos 
saudáveis que contribuam com cuidados para a própria saúde.
Organização e Legislação da Educação54
Figura 3 — Conhecendo o próprio corpo.
Fonte: Pixabay.
Além disso, são necessárias atividades que valorizem a 
interação entre crianças e adultos, pois por meio da interação 
social as crianças aprendem e se desenvolvem. A criança, 
por meio da exploração e observação, deve ser estimulada a 
descobrir: o novo e atitudes de conservação do meio ambiente.
Figura 4 — A escola estimulando a descoberta do novo.
Fonte: Pixabay.
Organização e Legislação da Educação 55
O brincar é a forma que a criança tem para se comunicar, 
interagir com os outros e com o meio onde está inserida, portanto, 
o educador deve promover momentos de brincadeiras e faz de 
conta, para que a criança desenvolva emoções, sentimentos e 
pensamentos.
Também é fundamental apresentar aos alunos as 
diferentes formas de se comunicar e as diferentes formas de 
arte, estimulando situações para que eles possam expressar 
suas ideias, sentimentos e desejos, para que enriqueçam suas 
capacidades de se expressarem.
Figura 5 — Comunicação pela arte.
Fonte: Pixabay.
Conhecendo esses objetivos, concluímos a importância 
que a educação infantil tem frente ao desenvolvimento do 
aluno. Por meio da educação infantil, a criança tem acesso ao 
desenvolvimento da sua autonomia e independência, pode 
conhecer o próprio corpo, desenvolver vínculos afetivos, 
relações sociais, explorar ambientes, diferentes linguagens, 
manifestações culturais e o brincar.
O educador deve conhecer o mundo da criança, utilizando 
o lúdico e a brincadeira para desenvolver as habilidades típicas 
Organização e Legislação da Educação56
dessa faixa etária, não acelerando o processo de aprendizado, 
mas sim respeitando o desenvolvimento de cada fase infantil.
Duração da Educação Infantil
A Lei de diretrizes e bases determina que a educação 
infantil é a primeira etapa da educação básica e contempla as 
crianças de 0 anos até 5 anos de idade.
A educação infantil, segundo a LDB, tem a finalidade do 
desenvolvimento físico, psicológico, intelectual e social dos 
alunos, suas ações devem complementar as ações da família e 
da comunidade.
Esse assunto é muito questionado dentro das instituições 
de ensino, pois, alguns pais transferem para a escola a 
responsabilidade pela formação, educação e cuidado com as 
crianças.
No entanto, ao analisar as diretrizes, verificamos que a 
família continua com a sua responsabilidade em relação aos seus 
filhos e que a função da escola é apenas completar o trabalho 
iniciado pelos pais.
ACESSE
Para saber mais sobre a Lei de diretrizes e Bases da Educação 
Infantil. Leia a LDB. Disponível em: https://bit.ly/2JgDD4H.
Organização da Educação Infantil
A educação infantil deverá ser oferecida de uma 
determinadaforma.
 ■ Creches: o atendimento será para crianças de até 3 anos 
de idade;
Organização e Legislação da Educação 57
 ■ Pré-Escola: o atendimento será para crianças de 4 a 5 
anos de idade.
A matrícula na Educação Infantil é obrigatória a partir dos 
4 anos de idade, dessa forma, o estado deve oferecer vaga de 
acesso à todas as crianças a partir dessa idade, caso o responsável 
não efetue a matrícula da criança, poderá ser enquadrado pelo 
código penal por abandono intelectual.
Conforme o artigo 246 do código penal, o responsável que 
deixar sem justa causa de prover o acesso da criança a escola 
poderá ser multado ou sofrer detenção de 15 (quinze) dias a 1 
mês.
ACESSE
Para saber mais sobre o artigo 246 do código penal. Leia o 
código penal disponível em: https://bit.ly/2LCTEWO.
Em alguns sistemas jurídicos, como o norte americano por 
exemplo, permite-se o ensino em casa. O direito brasileiro não 
permite, ainda, essa modalidade de ensino.
Segundo a LDB 9394/96, a educação infantil será 
organizada seguindo as seguintes regras:
 ■ a avaliação deve ser realizada mediante acompanhamento 
e registro do desenvolvimento das crianças, essa avaliação não 
tem caráter classificatório para acesso ao ensino fundamental;
 ■ a carga horária mínima anual deve ser de 800 horas, 
distribuídas por um mínimo de 200 dias de trabalho educacional;
 ■ atendimento às crianças de, no mínimo, 4 horas diárias 
para o turno parcial e 7 horas para a jornada integral;
Organização e Legislação da Educação58
 ■ frequência mínima de 60% do total de horas, sendo 
controlada pela instituição de ensino;
 ■ expedir documentação que comprove os processos de 
desenvolvimento das crianças.
Uma avaliação é um fator importante para se ressaltar 
na educação infantil, deve ser um instrumento norteador da 
aprendizagem, além de promover ação reflexiva do educador 
sobre sua prática. Ao avaliar, o professor deve considerar as 
mudanças e transformações do educando frente ao processo 
educativo.
Contudo, a avaliação na educação infantil não pode ter o 
caráter classificatório, nem de promoção para continuação dos 
estudos, assim, ela deve ser um instrumento de identificação de 
conhecimentos para nortear o trabalho do professor.
ACESSE
Para saber mais sobre a avaliação na educação infantil. Leia 
Avaliação da Aprendizagem na Educação Infantil: Recurso para 
prática pedagógica. Disponível em: https://bit.ly/2Ph7NLE.
A fim de garantir a qualidade na educação infantil foram 
instituídos documentos, entre eles o Referencial Curricular 
Nacional Educação Infantil (RCNEI) que é um guia que auxilia 
a compreensão e a qualidade da educação infantil, oferecendo 
objetivos e orientações para o trabalho com as crianças.
O RCNEI está organizado por volumes.
 ■ Volume 1 Introdução: apresenta uma reflexão sobre as 
creches e pré-escolas, apresentando concepções sobre criança, 
educação, trabalho docente. 
Organização e Legislação da Educação 59
 ■ Volume 2 Formação Pessoal e Social: aborda a 
importância do trabalho de construção da identidade e autonomia 
das crianças.
 ■ Volume 3 Conhecimento do Mundo: trata da 
importância da experiência e do conhecimento de mundo por 
meio da música, artes visuais, linguagem oral e escrita, natureza 
e sociedade e matemática.
Outro documento importante são as Diretrizes Curriculares 
Nacionais da Educação Infantil (DCNEI), o qual visa garantir o 
proposto na LDB 9394/96 que prioriza a criança como o centro 
do processo de aprendizado.
1.1 Esta norma tem por objetivo estabelecer 
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação 
Infantil a serem observadas na organização de 
propostas pedagógicas na educação infantil 
(BRASIL, 2010, p. 13).
A Base Nacional Comum Curricular na Educação 
Infantil (BNCC) apresenta um conjunto de orientações sobre a 
elaboração do currículo pela escola, reforçando que a criança 
seja a protagonista do processo ensino aprendizado.
A BNCC é composta por 5 campos de experiências e
6 direitos de aprendizagem. Os direitos de aprendizagem 
na Educação Infantil visam assegurar que as crianças aprendam 
em situações diversas, sendo agente ativo no processo de 
aprendizagem em ambientes que as estimulem a vivenciar e 
superar desafios.
Tendo em vista os eixos estruturantes das práticas 
pedagógicas e as competências gerais da Educação 
Básica propostas pelo BNCC, seis direitos de 
aprendizagem e desenvolvimento asseguram, 
na Educação Infantil, as condições para que as 
crianças aprendam em situações nas quais possam 
Organização e Legislação da Educação60
desempenhar um papel ativo em ambientes que 
as convidem a vivenciar desafios e a sentirem-se 
provocadas a resolvê-los, nas quais possam construir 
significados sobre si, os outros e o mundo social e 
natural (BRASIL, 1996).
ACESSE
Para conhecer a Base Nacional de Educação. Leia BNCC. 
Disponível em: https://bit.ly/2HH3dhC.
Segundo a BNCC, na Educação Infantil são direitos de 
aprendizagem:
 ■ CONVIVER: convívio com outras crianças e adultos 
utilizando diferentes linguagens, ampliando conhecimentos 
sobre si e do outro, em relação a cultura e a diferença entre as 
pessoas.
 ■ BRINCAR: promoção do brincar diariamente em 
diversas formas e espaços, entre crianças e adultos, ampliando 
o acesso às produções culturais, imaginação, criatividade e 
experiências emocionais, corporais, sensoriais e cognitivas.
 ■ PARTICIPAR: a participação ativa de adultos e crianças 
no planejamento da gestão da escola em atividades propostas, na 
escolha das brincadeiras, materiais, ambientes e elaboração de 
conhecimentos.
 ■ EXPLORAR: a exploração de movimentos, gestos, 
sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções e transformações, 
bem como de relacionamentos, histórias, objetos, elementos da 
natureza na escola ou fora dela. Assim, ampliando saberes sobre 
a cultura.
Organização e Legislação da Educação 61
 ■ EXPRESSAR: como sujeito criativo, dialógico e sensível, 
suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses e 
descobertas por meio de diferentes linguagens.
 ■ CONHECER-SE: construir sua identidade pessoal, 
social e cultural sobre si e seus grupos de pertencimentos, nas 
diversas experiências de cuidado, interações, brincadeiras e 
linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto 
familiar e comunitário.
O documento aborda que as atividades na Educação Infantil 
devem ser planejadas de acordo com a intencionalidade educativa, 
para que desenvolva na criança a observação, o questionamento, 
o levantamento de hipóteses, o julgamento e a construção dos 
conhecimentos.
A educação infantil, segundo a BNCC, deve ter como eixo 
a brincadeira e a interação, assim, os campos de experiências são 
estruturas curriculares que interligam as experiências concretas 
da vida da criança com os conhecimentos que fazem parte do 
patrimônio cultural.
Os campos de experiência baseiam-se nas Diretrizes 
Curriculares Nacionais da Educação Infantil. São organizados 
da seguinte forma:
 ■ O eu, o outro e o nós: é na interação com adultos e 
crianças que estas vão construindo seu modo de agir, sentir e 
pensar. Nessas experiências elas podem ampliar o modo de 
perceber a si mesmas e ao outro, valorizando sua identidade, 
respeitando os outros e reconhecendo as diferenças.
 ■ Corpos, gestos e movimentos: na educação infantil 
o corpo ganha o centro do processo, dessa forma, devem ser 
estimuladas experiências que as crianças possam, por meio da 
ludicidade e interação com o outro, explorar e vivenciar um 
amplo repertório de movimentos, gestos, olhares e sons.
Organização e Legislação da Educação62
 ■ Traços, sons, cores e formas: a educação infantil deve 
promover a participação da criança em tempo de espaço para 
produção, manifestação e apreciação artística, favorecendo o 
desenvolvimento da sensibilidade, criatividade e expressão 
pessoal da criança.
Figura 6 — Desenvolvimento da criatividade.
Fonte: Pixabay.
 ■ Escuta, fala, pensamento e imaginação: a escola deve 
promover experiênciasque possibilitem a criança a falar e a 
ouvir, pois, por meio da comunicação, a criança se desenvolve 
como sujeito ativo e pertencente a um grupo social.
Figura 7 — Escuta, fala, pensamento e imaginação.
Fonte: Pixabay.
Organização e Legislação da Educação 63
 ■ Espaço, tempos, quantidades, relações e 
transformações: a educação infantil deve promover 
experiências que possibilitem que as crianças observem, 
manipulem, investiguem e explorem o meio que estão inseridas, 
levantando hipóteses e resolvendo problemas, ampliando seus 
conhecimentos do mundo físico e sociocultural.
Figura 8 — Conhecendo espaços.
Fonte: Pixabay.
A Base Nacional Comum Curricular orienta que a escola 
deve estar atenta para a transição da Educação Infantil para o 
Ensino Fundamental, para que haja continuidade do processo 
educativo que respeite as mediações e conhecimentos de cada 
fase.
Organização e Legislação da Educação64
Analisando o Ensino Fundamental de 9 
anos e seus objetivos, duração, organização 
e obrigatoriedade
Nessa aula iremos analisar e refletir sobre o Ensino 
Fundamental de 9 anos e seus objetivos, duração, obrigatoriedade 
e como deve ser a sua organização.
A LDB 9394/96 considera o ensino fundamental um nível 
da educação básica que atende as crianças a partir dos 6 anos de 
idade, um dos principais objetivos do ensino fundamental é a 
formação básica do cidadão.
Além da LDB, existem documentos como Diretrizes 
Curriculares Nacionais, Plano Nacional de Educação e Base 
Nacional Comum Curricular que norteiam o trabalho desse nível 
da educação básica.
Ao longo deste capítulo, vamos conhecer esses documentos 
e suas relações com o ensino fundamental.
Objetivos, Duração, Organização e 
Obrigatoriedade do Ensino Fundamental
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação divide a educação 
brasileira em níveis: educação básica e ensino superior.
A educação básica é subdividida em:
 ■ Educação Infantil: creches e pré-escolas;
 ■ Ensino Fundamental: anos iniciais (do 1º ao 5º ano) e 
anos finais (do 6º ao 9º ano);
 ■ Ensino médio: do 1º ao 3º ano.
Como podemos observar, o Ensino fundamental é 
a continuação da Educação infantil, para essa transição é 
Organização e Legislação da Educação 65
importante, além do equilíbrio entre as mudanças, o acolhimento 
afetivo do aluno ao ser introduzido nesse novo nível. Assim, 
evitando a fragmentação do processo de ensino e aprendizagem 
e favorecendo a continuidade da aprendizagem.
Visando minimizar esses problemas, a Base Nacional 
Comum Curricular orienta que o Ensino Fundamental – Anos 
Iniciais valorize as situações lúdicas de aprendizagem e a 
articulação com as experiências vividas na Educação Infantil.
O trabalho da escola deve prever uma progressiva 
sistematização dessa experiência e o desenvolvimento de novas 
formas de relação com o mundo dos educandos.
Os primeiros anos do Ensino Fundamental devem 
estar focados na alfabetização, garantido oportunidade de 
conhecimento da escrita e práticas de letramento.
Figura 9 — Alfabetização Infantil.
Fonte: Pixabay.
A BNCC apresenta competências e habilidades envolvidas 
no processo de alfabetização que a criança necessita desenvolver, 
são elas:
 ■ compreender diferenças entre escrita e outras formas 
gráficas (outros sistemas de representação);
Organização e Legislação da Educação66
 ■ dominar as convenções gráficas (letras maiúsculas e 
minúsculas, cursiva e script);
 ■ conhecer o alfabeto;
 ■ compreender a natureza alfabética do nosso sistema de 
escrita;
 ■ dominar as relações entre grafemas e fonemas;
 ■ saber decodificar palavras e textos escritos;
 ■ saber ler, reconhecendo globalmente as palavras;
 ■ ampliar a sacada do olhar para porções maiores de texto 
que meras palavras, desenvolvendo fluência e rapidez de leitura 
(fatiamento).
ACESSE
Para aprimorar seus conhecimento sobre a Base Nacional Comum 
Curricular, leia a BNCC. Disponível em: https://bit. ly/2skbCls.
Segundo orientação da Base Nacional Comum Curricular 
(2017), os anos finais do ensino fundamental devem propor 
atividades que promovam a progressão do conhecimento por 
meio da consolidação das aprendizagens anteriores e a ampliação 
das práticas de linguagens e experiências, com desafios mais 
complexos que permitem ressignificar o conteúdo aprendido.
O conteúdo que será desenvolvido no ensino fundamental 
será dividido em 5 áreas do conhecimento com componentes 
curriculares próprios a serem trabalhados, são eles:
ÁREA DE LINGUAGENS
Componentes curriculares: Língua Portuguesa, Arte, 
Educação Física, Língua Inglesa (ensino fundamental anos finais).
Organização e Legislação da Educação 67
Competências:
1. Compreender as linguagens como construção humana, 
histórica, social e cultural, de natureza dinâmica, reconhecendo- 
as e valorizando-as como formas de significação da realidade e 
expressão de subjetividades e identidades sociais e culturais.
2. Conhecer e explorar diversas práticas de linguagem 
(artísticas, corporais e linguísticas) em diferentes campos da 
atividade humana para continuar aprendendo, ampliar suas 
possibilidades de participação na vida social e colaborar para a 
construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva.
3. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual- 
motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital 
—, para se expressar e partilhar informações, experiências, 
ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos 
que levem ao diálogo, à resolução de conflitos e à cooperação.
4. Utilizar diferentes linguagens para defender pontos de 
vista que respeitem o outro e promovam os direitos humanos, a 
consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito 
local, regional e global, atuando criticamente frente a questões 
do mundo contemporâneo.
5. Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e 
respeitar as diversas manifestações artísticas e culturais, das 
locais às mundiais, inclusive aquelas pertencentes ao patrimônio 
cultural da humanidade, bem como participar de práticas 
diversificadas, individuais e coletivas, da produção artístico- 
cultural, com respeito à diversidade de saberes, identidades e 
culturas.
6. Compreender e utilizar tecnologias digitais de informação 
e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética 
nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares), para se 
comunicar por meio das diferentes linguagens e mídias, produzir 
conhecimentos, resolver problemas e desenvolver projetos 
autorais e coletivos. (BRASIL, 2017).
Organização e Legislação da Educação68
ÁREA DE MATEMÁTICA
Componente curricular: Matemática.
Competências:
1. Reconhecer que a Matemática é uma ciência humana, 
fruto das necessidades e preocupações de diferentes culturas, 
em diferentes momentos históricos, e é uma ciência viva, que 
contribui para solucionar problemas científicos e tecnológicos e 
para alicerçar descobertas e construções, inclusive com impactos 
no mundo do trabalho.
2. Desenvolver o raciocínio lógico, o espírito de investigação 
e a capacidade de produzir argumentos convincentes, recorrendo 
aos conhecimentos matemáticos para compreender e atuar no 
mundo.
3. Compreender as relações entre conceitos e procedimentos 
dos diferentes campos da Matemática (Aritmética, Álgebra, 
Geometria, Estatística e Probabilidade) e de outras áreas do 
conhecimento, sentindo segurança quanto à própria capacidade de 
construir e aplicar conhecimentos matemáticos, desenvolvendo 
a autoestima e a perseverança na busca de soluções.
4. Fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos 
e qualitativos presentes nas práticas sociais e culturais, de modo 
a investigar, organizar, representar e comunicar informações 
relevantes, para interpretá-las e avaliá-las crítica e eticamente, 
produzindo argumentos convincentes.
5. Utilizar processos e ferramentas matemáticas, inclusive 
tecnologias digitais disponíveis, para modelar e resolver 
problemas cotidianos, sociais e de outras áreas

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