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Período Regencial, as Regências Unas e as Revoltas Regenciais

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Período Regencial
As facções políticas pós-abdicação
Disputando o controle do país, logo após a abdicação de D. Pedro I, três correntes políticas se enfrentaram.
Os liberais moderados ou chimangos, formados por grandes proprietários rurais, defendiam a não participação política das camadas populares, defendendo o voto censitário, a manutenção de um país agroexportador e sem alterações nos privilégios.
Os liberais exaltados ou farroupilhas, defendiam a descentralização administrativa, maior liberdade para as províncias, a extensão do direito ao voto a todos e o fim do Poder Moderador.
Os restauradores ou caramuru, pequena parcela da população, defendiam o retorno de D. Pedro I.
Em 1834, com a morte de D. Pedro, os Restauradores perderam a sua função.
Regência Trina Provisória (de abril a junho de 1831)
Em abril, mês da abdicação, os parlamentares estavam em recesso. Aqueles que se encontravam na cidade do Rio de Janeiro, reuniram-se para eleger uma Regência Provisória.
Composta por Campos Vergueiro, Marquês de Caravelas e Francisco de Lima e Silva, a Regência Trina Provisória tomou algumas medidas consideradas “liberais”:
Readmitiu o ministério deposto por D. Pedro I;
Concedeu anistia a presos políticos;
Expulsou os estrangeiros do Exército.
Regência Trina Permanente (1831-1835)
Os regentes escolhidos foram José da Costa Carvalho, representante do Sul, Braúlio Muniz, representante do Nordeste, e o brigadeiro Francisco de Lima e Silva.
O padre Diogo Antonio Feijó foi nomeado ministro da Justiça e se tornou o homem-forte da Regência Trina Permanente.
Os regentes passaram a sofrer oposição dos Exaltados, que exigiam maior liberdade provincial, e dos Restauradores, que defendiam o retorno de D. Pedro I. O Exército, em vez de reprimir as rebeliões, também se revoltava, exigindo melhores salários, reformas políticas e o afastamento de oficiais portugueses.
Em 1831, o ministro da Justiça criou a Guarda Nacional com vistas a manter a ordem, pois o Exército não inspirava confiança aos senhores do poder. Foi um órgão de repressão nas mãos do governo, uma vez que era formada por homens com direito ao voto e integrante das elites ou a elas ligados. 
Ao adquirirem poder militar em suas regiões de origem, muitos desses homens recebiam o título de “coronel”.
Guarda Nacional
Suas unidades militares tornaram-se mais importantes que o próprio Exército brasileiro.
Outra importante realização da Regência Trina Permanente foi a suspensão do Poder Moderador.
Em 1834, foi promovida uma reforma na Constituição de 1824 por meio do Ato Adicional que estabeleceu:
Maior autonomia às províncias, com a instalação de Assembleias Legislativas;
A substituição da Regência Trina pela Uma, sendo o regente escolhido pelo voto dos eleitores, para um mandato de quatro anos.
O Ato Adicional ainda extinguiu o Conselho de Estado, que havia sido criado por D. Pedro I.
As Regências Unas e as Revoltas Sociais
Regência Una de Feijó (1835-1837)
Padre Feijó foi eleito o primeiro regente uno do Império, com mandato de quatro anos, a contar de 1835.
Tão logo assumiu o poder, explodiu a Cabanagen (Paraná) e a Farroupilha (Rio Grande do Sul.
Sem conseguir manter a ordem e sem o apoio político na Assembleia-Geral, composta em sua maioria de conservadores, Feijó renunciou ao cargo dois anos após a posse, já estando com a saúde debilitada.
Padre Diogo Antonio Feijó
Regência Uma de Araújo Lima (1837-1840)
Representante dos conservadores, Araújo Lima anulou as reformas liberais da regência anterior e organizou o ministério das Capacidades.
Em 1840, a Lei Interpretativa do Ato Adicional limitou a autonomia provincial e ampliou a autoridade central.
Os vários movimentos rebeldes ameaçavam a união brasileira: havia republicanos, separatistas, abolicionistas, monarquistas.
As várias revoltas nas províncias brasileiras colocavam em xeque a autoridade do Rio de Janeiro e a dos regentes. 
As revoltas regenciais contaram com grande participação popular, o que assustou as elites fundiárias, que temerosas de perderem seus privilégios, apoiaram os violentos massacres sobre os rebeldes por tropas de governo. 
Cabanagem (Pará, 1835-1840)
O nome dessa revolta tem origem nas habitações miseráveis dos rebeldes. Exigiam melhores condições de vida e de trabalho. Composta das populações marginalizadas, viviam na extrema pobreza, sobrevivendo da extração de produtos nativos florestais (drogas do sertão) e da borracha.
Participaram também dessa revolta fazendeiros e comerciantes que exigiam a expulsão dos portugueses que controlavam o comércio.
Os escravos também aderiram à revolta, exigindo a abolição da escravidão.
Em janeiro de 1835, os rebeldes liderados por Clemente Malcher, tomaram o poder e instalaram o primeiro governo cabano.
Ao assumir o controle político, Malcher, temendo as pretensões populares, aproximou-se do governo central e iniciou a repressão sobre seus antigos companheiros. 
Considerado um traidor, foi deposto e executado em seguida (fevereiro de 1835).
Francisco Vinagre assumiu o posto após a queda de Malcher, dando início ao segundo governo cabano. Assim como seu antecessor, o novo governo declarou-se fiel ao Rio de Janeiro e indispôs-se com as lideranças populares do movimento.
O governo regencial enviou um forte contingente militar sob o comando do almirante Taylor, mercenário inglês, que retomou a capital. Os rebeldes fugiram para o interior (agosto de 1835).
Sob a liderança de Eduardo Angelim e Antonio Vinagre, os rebeldes se reorganizaram e retomaram o poder provincial, dando início ao terceiro governo cabano.
Nos combates, Antonio Vinagre foi morto.
Em abril de 1836, o governo central iniciou a repressão, atacando os cabanos por mar e terra. As tropas oficiais, em terra, contaram com o apoio dos proprietários de terras da região, que temiam perder seus privilégios e os escravos se houvesse a vitória dos cabanos.
Derrotados, os rebeldes partiram para o interior, onde a luta prosseguiu.
Perseguidos como animais na floresta, os rebeldes eram barbaramente torturados: suas orelhas eram cortadas, dispostas em forma de colar e exibidas como troféus; eram açoitados até a morte, no tronco; eram trancafiados em porões de navios e queimados com cal.
A violenta repressão empregada sobre os cabanos deixou mais de 30 mil mortos.
Cabanagem
Guerra dos Farrapos (Rio Grande do Sul e Santa Catarina, 1835-1845)
Foi diferente das demais revoltas regenciais porque os rebeldes eram fazendeiros de gado e grandes comerciantes de charque, ou seja, pertenciam à classe dominante gaúcha.
O Rio Grande do Sul desempenhava dois papéis importantes: de um lado, defendia nossas fronteiras na região platina; de outro, abastecia o charque, carne salgada. 
A posição geográfica do Rio Grande do Sul colocava a província em contato direto com as repúblicas platinas do Paraguai, Uruguai e Argentina, as quais influenciavam a população que era a mais ardente defensora da descentralização administrativa e da liberdade provincial.
Gaúchos exigiam a redução do preço do sal, matéria-prima para a produção do charque, e o fim dos impostos cobrados sobre o produto nas alfândegas brasileiras.
Em 1834, graças ao Ato Adicional, houve eleições para a Assembleia Legislativa Provincial, com ampla vitória dos farroupilhas que passaram a defender as reivindicações gaúchas e se propuseram a derrubar os altos impostos e a baixar o preço do sal.
O encarecimento do charque rio-grandense facilitava a entrada do charque uruguaio, que recebia incentivos e isenção de impostos, barateando o produto e ocupando o espaço do charque brasileiro.
Em 1835, o Rio Grande do Sul se recusou a aceitar a nomeação do presidente da província, Antonio Fernandes Braga, considerado inimigo dos fazendeiros.
No confronto, Bento Gonçalves, liderando a rebelião, dominou Porto Alegre, apoiou a proclamação da República Rio-Grandense feita pelo general Antonio de Souza Netto.
A repressão foi imediata e Bento Gonçalves foi preso e levado à Bahia.
Com a ajudados rebeldes da Sabinada, Bento Gonçalves conseguiu fugir e retornar ao sul, onde reassumiu a revolta e a presidência da República Rio-Grandense (1837).
Nesse mesmo ano, os revolucionários ganharam a adesão de Giuseppe Garibaldi, que havia chegado ao Rio de Janeiro em 1835, fugindo de uma tentativa fracassada de unificar os vários Estados da península Itálica sob um único governo.
A função de Garibaldi era interceptar os navios do governo central que se dirigiam ao sul para reprimir os farroupilhas. Em um dos combates, seu navio naufragou em Laguna, Santa Catarina, e nesta cidade ele conheceu Anita, que se tornou sua esposa e companheira de luta até o fim de sua vida.
Garibaldi e Davi Canabarro expandiram o movimento farroupilha em Santa Catarina e proclamaram, em Laguna, a República Catarinense.
A partir de 1840, os liberais conseguiram, no Rio de Janeiro, dar o Golpe da Maioridade, antecipando a emancipação de D. Pedro de Alcântara, que, aos 14 anos de idade, assumiu o trono.
A revolução começou a perder sua força.
Em 1842, o imperador destacou Luís Alves de Lima e Silva, futuro duque de Caxias, para negociar com os revoltosos gaúchos.
Finalmente, em 1845, foi assinada a paz entre os rebeldes e o governo. Para evitar uma divisão da classe dominante brasileira, o governo negociou e atendeu a várias reivindicações farroupilhas:
Anistia aos participantes;
Direito de eleger o presidente da província;
Imposto de 25% sobre o charque uruguaio;
Incorporação dos soldados rebeldes ao Exército Imperial com as mesmas patentes, exceto a de general;
Devolução das terras confiscadas pelo governo durante a repressão;
Guerra dos Farrapos e Bento Gonçalves
Revolta dos Malês (Bahia, 1835)
As revoltas de escravos na Bahia, eram frequentes, especialmente nas áreas urbanas.
Os negros muçulmanos sempre estiveram na liderança dessas revoltas. Esses negros eram conhecidos como malês, palavra que designava o negro islamizado, não importando a tribo. Eram monoteístas, tinham Alá como único Deus e Maomé era seu profeta. Eram alfabetizados em árabe, liam o Alcorão e, na visão dos brancos eram criadores de problemas pois resistiam a cristianização e à escravidão.
Liderando as revoltas negras, eles propunham alterar a situação vigente.
Na África, os negros, divididos em várias tribos rivais, envolviam-se em constantes guerras. Escravizados e trazidos para o Brasil, os senhores escravocratas aproveitavam essa rivalidade para impor seu domínio e enfraquecer a união negra.
Em 1835, explodiu na Bahia, a Revolta dos Malês, reunindo várias tribos africanas rivais na maior revolta escrava do Brasil.
A revolta estava marcada para o dia 25 de janeiro, na comemoração das festividades de Nossa Senhora da Guia, um domingo e dia de festa, quando a vigilância estaria relaxada.
O plano era atacar e tomar a cidade de Salvador de surpresa. Entretanto o movimento foi traído por negros forros que denunciaram o plano aos seus ex-donos.
Alertados, os brancos passaram à repressão, e os negros rebeldes ainda resistiram como puderam, mas foram derrotados e violentamente reprimidos: execuções, fuzilamentos, torturas, açoites no tronco e banimento para a África foram os castigos sofridos pelos sobreviventes ao massacre.
Revolta dos Malês
Sabinada (Bahia, 1837-1838)
Os rebeldes exigiam mais autonomia provincial e representavam as camadas médias urbanas, compostas de jornalistas, profissionais liberais, intelectuais. A Sabinada recebeu a adesão de militares que protestavam contra os baixos soldos e o recrutamento para lutarem no Rio Grande do Sul contra os Farroupilhas.
A capital, Salvador, foi tomada e os rebeldes proclamaram a República Bahiense, com duração prevista até a maioridade do príncipe herdeiro.
A repressão foi rápida e violenta: muitos foram atirados vivos às chamas dos edifícios e muitos foram aprisionados.
Sabinada
Balaiada (Maranhão, 1838-1841)
O Maranhão apresentava péssimas condições de sobrevivência.
No século XIX, a região sobrevivia da cultura de algodão, que perdia cada vez mais mercado para a concorrência norte-americana que produzia um algodão mais barato e de melhor qualidade.
Mesmo decadentes, as plantations de algodão exigiam muitos escravos, os quais estavam descontentes com os desmandos dessa aristocracia, que estava em declínio.
Participaram da revolta outros setores das camadas populares, como os artesãos, liderados por Manuel dos Anjos, o “Balaio”, e os vaqueiros, liderados por Raimundo Gomes, o “Cara Preta”.
Aproveitando o momento, milhares de escravos escaparam das fazendas e formaram quilombos na região. O líder dos escravos fugitivos foi o “Negro Cosme”.
Em 1839, os “balaios” tomaram Caxias, a segunda maior cidade maranhense, e instalaram uma Junta Provisória para governar a cidade.
Para a repressão, foi enviado Luís Alves de Lima e Silva como comandante militar e presidente da província.
Sob o comando de Lima e Silva, a cidade de Caxias foi retomada e os balaios foram massacrados.
Os líderes, perseguidos até o fim, acabaram todos mortos.
O controle da região deu a Luís Alves de Lima e Silva seu primeiro título de nobreza, concedido pelo imperador D. Pedro II: barão de Caxias.
Caxias foi ascendendo na escada nobiliárquica, a cada revolta esmagada, até ficar conhecido como duque de Caxias.
Balaiada
O Golpe da Maioridade
O Período Regencial (1831-1840) foi marcado por intensas agitações políticas e revoltas em vários locais do país. A classe dirigente se dividia na discussão sobre centralização e descentralização político-administrativa.
Em 1834, o Ato Adicional criou as Assembleias Provinciais, dando maior autonomia às províncias, mas as agitações políticas continuaram a crescer.
O centralismo voltou a ser encarado como o único meio para solucionar essas revoltas e agitações que abalavam o Brasil.
Dessa forma, os conservadores (ou regressistas), apoiados por liberais moderados, fortaleceram-se e ocuparam o governo, tendo a frente Araujo Lima, como regente uno. Nesse governo, foi assinada a Lei de Interpretação do Ato Adicional, promovendo a centralização política.
Isso acirrou novamente os ânimos entre liberais, que defendiam a descentralização, e conservadores, que defendiam a centralização, agravando as críticas sobre a falta de legitimidade das regências perante a nação.
Os liberais se organizaram, em 1840, e fundaram o Clube da Maioridade, presidido por Antonio Carlos de Andrada e Silva.
Passaram a defender a antecipação da maioridade do príncipe herdeiro como a única alternativa para liquidar as agitações políticas, instalar a ordem e afastar a ameaça de desintegração territorial.
Apesar de fundado por liberais, o Clube da Maioridade recebeu a adesão dos conservadores, que temiam o crescimento das rebeliões populares que ameaçava, seu status quo. 
Confiavam na obediência do povo ao imperador e no prestígio que a sua figura e seu cargo representavam como elemento para promover a unidade nacional.
Em junho de 1840, a Assembleia-Geral aprovou o projeto de antecipação da maioridade do herdeiro, que contava, com quase 15 anos de idade.
Em 23 de julho de 1840, D. Pedro de Alcântara foi aclamado como D. Pedro II, pondo fim ao Período Regencial e inaugurando o Segundo Reinado (1840-1889).

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