Buscar

GO - Exames Complementares em Mastologia

Prévia do material em texto

MAMOGRAFIA 
Método mais eficiente para diagnosticar tumores 
mamários pequenos, em fase pré-clínica, 
frequentemente abaixo de 1 cm de diâmetro. É 
utilizado como rastreio pois é o único método capaz 
de alterar a história natural da doença e reduz a 
mortalidade por câncer de mama em até 20-30%. 
O EXAME 
Composto por 2 caches mamográficos em cada 
mama, com incidência crânio-caudal e oblíquo-
médio-lateral. Consiste em exposição à raio-x no 
tecido mamário comprimido. A dose de radiação 
utilizada é a mínima possível sem comprometer a 
qualidade do exame. Não há evidências de que essa 
exposição, quando iniciada aos 40 anos, esteja 
associada ao aumento de risco de neoplasia. 
Entretanto, ainda é incerto se em mulheres com 
mutação em BRCA1 e BRCA2 possam ter o risco 
maior de oncogênese induzida pela radiação devido 
à falhas nos mecanismos de reparo do DNA. 
Em pacientes com prótese de silicone, o exame é 
realizado com a manobra de Eklund, para 
deslocamento da prótese. 
INDICAÇÕES 
● Anormalidade suspeita no exame físico 
● Rastreamento de câncer de mama 
● Seguimento de lesões mamárias após 
cirurgia conservadora e radioterapia 
● Avaliação prévia e após mamoplastia 
Rastreamento do câncer de mama 
A sensibilidade varia conforme a densidade 
mamária, sendo de 95% em mamas adiposas (mais 
velhas) e 55% em mamas densas (mais jovens, 
abaixo de 40 anos). 
Por ser um exame sensível, possui alto índice de 
falsos-negativos (10-30%). Isso se deve à mamas 
densas, mamografia que não inclui toda a mama, 
presença de carcinoma lobular invasor, baixa 
qualidade do exame, erro de interpretação e 
ausência de estudos prévios para comparação. 
Na imagem, o câncer aparece na maioria das vezes 
como nódulo espiculado ou esferóide, com margens 
irregulares, sem calcificações. Em demais casos 
pode ser um nódulo com calcificação ou mesmo 
apenas calcificação sem nódulo. O carcinoma in situ 
traduz como presença de microcalcificações. 
Recomendações Sociedade Brasileira 
de Mastologia e FEBRASGO 
● Entre 35-40 anos: mamografia de base 
● Entre 40-49 anos: mamografia anual 
acompanhada de exame físico 
● Acima de 50 anos: mamografia anual 
acompanhada de exame físico 
● Não há limite superior para realização de 
mamografia 
● Mulheres de alto risco: início aos 25 anos ou 
5-10 anos mais cedo da idade de diagnóstico 
do familiar acometido. 
● Alto risco inclui: pacientes com história 
familiar em parente de 1º grau, com mutação 
nos genes BRCA1 e BRCA2. 
Recomendações Ministério da Saúde e 
INCA 
● Entre 50 a 69 anos, a cada dois anos 
● Controverso com relação ao rastreamento 
em pacientes de alto risco. 
● Mais informações: 
https://www.scielo.br/pdf/csp/v34n6/1678-
4464-csp-34-06-e00074817.pdf 
OBJETIVOS 
● Identificar e caracterizar lesões palpáveis e 
não palpáveis 
● Definir a extensão do tumor 
● Localizar o tumor 
● Identificar lesões multifocais ou 
multicêntricas 
● Determinar a necessidade de re-excisão 
Mamografia de rastreio vs. diagnóstica 
A mamografia de rastreamento ou screening é 
aquela realizada em mulheres assintomáticas sem 
achados clínicos. O objetivo é detectar lesões em 
estágio precoce pré-clínico com chance de 
tratamento e assim reduzir morbidade e mortalidade. 
A mamografia diagnóstica é realizada em pacientes 
com sintomas mamários ou anormalidades no 
exame clínico das mamas e em mulheres com 
mamografia de rastreio alterada, como massas, 
calcificações, distorção de arquitetura ou assimetria. 
É sempre supervisionada por médico radiologista. 
ACHADOS MAMOGRÁFICOS 
Achados sugestivos de malignidade 
Nódulos: forma arredondada, oval, lobulada ou 
irregular, com densidade variável e margens 
circunscritas, microlobuladas, obscurecidas, 
indistintas e espiculadas. A massa focal espiculada 
é o sinal mais específico de malignidade. 
A presença de microcalcificações agrupadas ou 
lineares também é indicativo de malignidade. Por 
outro lado, calcificações na pele e vasculares e 
Exames 
Complementares em 
Mastologia 
grosseiras, redondas ou ovaladas são consideradas 
benignas. 
Distorção de arquitetura, aparecimento de 
densidade assimétrica, espessamento da pele, 
retração mamária, linfonodos axilares aumentados e 
densos. 
O carcinoma invasor geralmente apresenta uma 
massa densa central com espículas radiantes 
circundando a lesão. Essa lesão estrelar deve ser 
diferenciada de algumas lesões benignas como 
esteatonecrose ou necrose gordurosa traumática, 
cicatriz radial e tumor de células granulosas. O 
carcinoma ductal in situ se apresenta como 
calcificações lineares ramificadas. 
CLASSIFICAÇÃO BIRADS ® 
MAMOGRÁFICO 
A classificação Breast Imaging Reporting and Data 
System é útil para padronizar os termos utilizados na 
interpretação de mamografias. As categorias 
positivas são aquelas que requerem maior 
investigação, como BIRADS 0, 4 ou 5. 
o Categoria 0: avaliação incompleta 
Achados: inespecíficos, informação não suficiente 
para conclusão. 
Conduta: necessário realizar incidências adicionais 
ou outros procedimentos para complementação 
diagnóstica. 
o Categoria 1: negativo/normal 
Achados: exame normal, sem qualquer achados. 
Conduta: seguir rotina de rastreamento. 
o Categoria 2: achados benignos 
Achados: achados benignos como fibroadenomas, 
calcificações vasculares ou parenquimatosas 
benignas, sem risco de malignidade. 
Conduta: seguir rotina de rastreamento. 
o Categoria 3: achados provavelmente 
benignos 
Achados: achados sem características benignas 
mas com chance de malignidade menor de 2%. Inclui 
assimetrias no parênquima, calcificações, nódulo 
sem características benignas clássicas. 
Conduta: sugere controle com intervalo mais curto, 
em geral 6 meses por 1-2 anos para avaliar a 
estabilidade. A lesão pode ser reclassificada para 
BIRADS 2 ou 4 conforme a evolução. 
o Categoria 4: achado suspeito 
Achados: lesões suspeitas de malignidade, com 
chance de 2-94%. 
Subdividido em: 4A - baixa suspeita (risco de 2-
9%); 4B - suspeita intermediária (risco de 10-49%); 
4C - sugestivo de malignidade (risco de 50-94%). 
Conduta: considerar biópsia (core biopsy). 
o Categoria 5: achado altamente suspeito 
Achados: lesões muito suspeitas com achados 
clássicos como espículas, calcificações pleomórficas 
e retração de pele, com risco de malignidade de 95-
100%. 
Conduta: biópsia e investigação. 
o Categoria 6: malignidade presente já 
confirmada 
Achados: inclui aquelas lesões com biópsia com 
comprovação de malignidade, para 
acompanhamento pós-operatório ou de terapia 
neoadjuvante ou mesmo uma segunda opinião. 
Conduta: conforme os achados. 
ULTRASSONOGRAFIA DE 
MAMAS 
É considerada o método de complementação de 
imagem mais importante para diagnóstico em 
mastologia, sendo o método preferencial em 
pacientes com menos de 35 anos, pela maior 
densidade mamária. Entretanto, porém de todos é 
mais operador-dependente e não tem boa acurácia 
na detecção de microcalcificações. 
Não é utilizado como exame de rastreamento para 
câncer de mama, embora seja útil na detecção de 
lesões não palpáveis em mulheres mais jovens com 
mamas densas, pois pode ter risco de falso-positivo 
e gerar ansiedade e biópsias desnecessárias. 
O EXAME 
É realizado com transdutor linear de alta frequência 
(>7-10MHz). 
ACHADOS ULTRASSONOGRÁFICOS 
São indicativos de malignidade: 
● Nódulo hipoecóico 
● Contorno microlobulado 
● Textura heterogênea 
● Sombra acústica posterior 
● Relação comprimento/altura < 1 
● Microcalcificações 
INDICAÇÕES 
● Avaliação de cistos mamários e 
anormalidades palpáveis 
● Avaliação de lesões sólidas não totalmente 
delimitáveis no tecido mamário denso 
● Achados mamográficos ambíguos 
● Comprovação de carcinoma em tecido 
mamário denso 
● Marcação pré-operatória de lesões não 
palpáveis 
● Guia de procedimentos invasivos (punção 
aspirativa, core biopsy, mamotomia e 
ductografia) 
● Avaliação de nódulos palpáveis em pacientes 
jovens, gestantes e lactantes 
●Detecção de abscessos e sua extensão 
● Avaliação de mamas densas do ponto de 
vista radiológico 
● Diferenciação de nódulos císticos e sólidos 
● Avaliação da integridade de implantes de 
silicone 
● Seguimento de pacientes com câncer de 
mama em tratamento neoadjuvante 
● Avaliação de multifocalidade ou 
multicentralidade de neoplasias mamárias 
CLASSIFICAÇÃO BIRADS ® 
ULTRASSONOGRÁFICO 
Segue as regras similares ao BIRADS mamográfico. 
Categoria 0: avaliação incompleta 
Achados: inespecíficos, informação não suficiente 
para conclusão. 
Conduta: necessário realizar outros exames de 
imagem ou procedimentos para complementação 
diagnóstica. 
o Categoria 1: negativo/normal 
Achados: exame normal, sem qualquer achados. 
Conduta: seguir rotina de rastreamento. 
o Categoria 2: achados benignos 
Achados: achados benignos como fibroadenomas, 
cistos simples, linfonodos intramamários, implantes, 
alterações pós-operatórias, nódulos sólidos 
benignos e estáveis por 2 anos. 
Conduta: seguir rotina de rastreamento. 
o Categoria 3: achados provavelmente 
benignos 
Achados: achados sem características benignas 
mas com chance de malignidade menor de 2%. Inclui 
nódulos circunscritos, ovalados e horizontais 
sugestivos de fibroadenomas, cistos complexos e 
agrupados. Risco de malignidade de até 2%. 
Conduta: controle com intervalo mais curto, 
inicialmente 6 meses e após em 12, 24 e 36 meses. 
A lesão pode ser reclassificada para BIRADS 2 ou 4 
conforme a evolução. 
o Categoria 4: achado suspeito 
Achados: lesões suspeitas de malignidade, com 
chance de 3-94%, como nódulos sólidos sem 
características de benignidade. 
Subdividido em: 4A - baixa suspeita (risco de 2-9%); 
4B - suspeita intermediária (risco de 10-49%); 4C - 
sugestivo de malignidade (risco de 50-94%). 
Conduta: considerar biópsia com diagnóstico cito ou 
histopatológico. 
o Categoria 5: achado altamente suspeito 
Achados: nódulos com todas as características 
ecográficas de suspeição, como forma irregular, 
margens não circunscritas, orientação vertical, halo 
ecogênico e sombra acústica posterior, entre outras. 
Conduta: biópsia para diagnóstico histopatológico e 
tratamento definitivo. 
o Categoria 6: malignidade presente já 
confirmada 
Achados: inclui aquelas lesões com biópsia com 
comprovação de malignidade, para 
acompanhamento pré ou pós-operatório ou de 
seguimento de terapia neoadjuvante ou mesmo uma 
segunda opinião. 
Conduta: conforme os achados. 
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA 
É um exame muito utilizado para detecção de câncer 
de mama e avaliação da integridade de próteses de 
silicone. 
Considerado um exame de alta sensibilidade e útil 
na detecção de comprometimento linfonodal e não 
sofre interferência da densidade mamária. 
Entretanto é um exame caro, com baixa 
especificidade e alto índice de falso-positivo e não é 
indicado como exame habitual de rastreamento. 
INDICAÇÕES 
● Carcinoma oculto 
● Carcinoma lobular 
● Detecção de recidivas e diferencial com 
cicatriz radial 
● Avaliação de multifocalidade e 
multicentralidade do tumor 
● Determinação da extensão da doença 
● Detecção de tumor residual após cirurgia 
conservadora com margens acometidas 
● Bilateralidade da lesão 
● Monitoramento da resposta à terapia 
neoadjuvante 
● Rastreamento de pacientes com alto risco 
(>25%) de câncer de mama (conforme 
estudos europeus) 
Implantes mamários de silicone 
É considerado um método excelente na avaliação de 
integridade de implantes mamários de silicone. Sua 
sensibilidade e especificidade é maior de 90% para 
rupturas intra e extra capsulares. 
Tumores malignos da mama 
Os tumores malignos se apresentam com realce 
precoce e intenso, no primeiro e terceiro minutos 
após injeção com gadolíneo e têm washout precoce 
quando comparado à tumores benignos. Isso tem 
relação com a vascularização dos tumores malignos. 
Outros sinais são impregnação focal seguindo 
trajetória de ducto e impregnação periférica da lesão 
tumoral. 
DESVANTAGENS 
- Baixa especificidade 
- Não detectar microcalcificações 
PET-SCAN 
INDICAÇÕES 
● Doença localmente avançada 
● Investigação de metástase oculta 
Monitoramento de resposta terapêutica de 
metástases

Continue navegando