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Se os indivíduos existem independentemente da sociedade, por que escolhem viver nela? ESTADO DE NATUREZA Os indivíduos seriam completamente livres, viveriam independentes, ou seja, agiriam de acordo com suas próprias regras, executariam suas atividades da forma que quisessem, e, julgariam conforme seus interesses próprios. As únicas limitações existentes seriam aquelas impostas pela natureza (tempestades, terremotos, enchentes etc.). A tendência é a de que os mais fortes oprimissem os mais fracos. SOCIEDADES POLÍTICAS OU O ESTADO CIVIL SURGEM BASEADAS EM UM CONTRATO SOCIAL. Sem um controle, os indivíduos tenderiam a um confronto eterno, o que reduziria suas liberdades e seus direitos. Para garantir esses direitos, eles apresentam a ideia de que os homens escolheriam abandonar o estado de natureza para constituírem uma sociedade politicamente organizada. Os indivíduos aceitam viver em sociedade para sua própria proteção, segurança ou potencializar suas liberdades. Advém daí a percepção de que algo externo e ao mesmo tempo comum aos homens deveria estabelecer regras que garantisse a vida e a liberdade de todos. Em “Leviatã” afirma-se que o homem é naturalmente egoísta e que, para entrar no estado de sociedade, ele deve renunciar seu estado de natureza primário. Defende a monarquia como regime político capaz de combater o estado de natureza humano. Para garantir sua sobrevivência, o homem abre mão de parte de sua liberdade em troca da criação e manutenção de um governo capaz de prover segurança e dignidade a todos que o compõem. E para que isso seja possível é preciso eleger um soberano para guiar e comandar tal governo. Esse soberano, que pode ser uma pessoa ou uma assembleia democrática, precisa ter plenos poderes para proteger e também coibir seus cidadãos. Esse governo soberano é o Leviatã. • Os indivíduos como detentores de direitos naturais (fundamentais) invioláveis; • Se violados, colocaríamos a vida humana em risco; • Princípios das doutrinas liberais que, alinhadas ao desenvolvimento do modo de produção capitalista — com a emergência da classe burguesa —, nos fornecem o quadro político e econômico das sociedades contemporâneas. CONTRATUALISTAS “eu tenho direitos trabalhistas” “Sou livre para votar em quem eu quiser” “com o meu dinheiro compro o que eu quiser” Ouvimos atualmente na sociedades dos dias atuais e que, por sua vez, são reguladas pelas noções de liberdade e direitos. Dificilmente ouviríamos essas palavras de um homem da Antiguidade ou do período medieval. Não há como falarmos de uma separação entre indivíduo e sociedade, justamente porque acredita numa relação de interdependência, processo de influência mútua. Indivíduo=sujeito de direito = regulado por um Estado. Sociedade Contemporânea é uma Sociedade de Indivíduos Quando tratamos de sociedade contemporânea, nos referimos a um movimento acelerado de mudanças nas esferas: Políticas Econômicas Culturais, e Tecnológicas que modificaram a estrutura social e o modo do homem compreender o mundo. Essas transformações são resultado do desenvolvimento do capitalismo, especialmente a partir do século XIX, com o avanço da ciência, o crescimento da indústria, a expansão do comércio e da vida urbana, as modificações das práticas culturais, a as relações com o trabalho etc. Na mesma proporção, a aceleração do tempo e de ritmo de vida do homem devolveu em resposta uma paisagem social trágica: aumento das desigualdades sociais, empobrecimento da população, exploração do trabalho e miséria. Revoltas populares por melhores condições de vida, movimentos operários reivindicando por participação política (sufrágio universal, por exemplo) expandiram-se por toda a Europa do século XIX. Sociologia = Auguste Comte (1798-1857), filósofo francês que formulou a doutrina do Positivismo, quem primeiro a toma como ciência, buscando compreender o funcionamento da nova sociedade para prevenir que as desigualdades sociais não desestruturem a ordem social. SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA • Um produto, resultado das condições históricas e políticas, fabricado pela ascensão da burguesia e o novo modo de produção capitalista no final do século XVIII e início do século XIX. São essas condições que modificam as relações sociais e concebem um homem, cidadão do mundo. Antigos laços sociais = sociedades antigas e medievais possuíam estruturas assentadas em pertencimentos locais — cidade, vila — ou religiosos — o cristão, o islâmico, o judeu —, ou ainda por profissão — agricultor, padre, nobre. Karl Marx (1818-1883) Modo como a produção da vida material = os bens materiais que necessitamos para sobreviver, como, por exemplo, mesa, cadeira, roupas etc. Determina uma nova relação de produção no sistema capitalista: um grupo social – a burguesia – passa a dominar outro grupo social – o proletariado. Classes sociais estabelecem necessariamente as desigualdades entre os homens através da exploração do trabalho. O capital e o lucro são produtos dessa relação e, ao mesmo tempo, motores da sociedade contemporânea. História de ruptura de uma velha ordem social. E é exatamente essa nova ordem social – burguesa – a geradora das mudanças nos hábitos, costumes, relações familiares, concepções de vida etc. • Classe social (Karl Marx - 1818-1883-) • Fato social (Émile Durkheim -1858-1917-) • Ação social (Max Weber - 1864-1920-) Impactos sociais sobre a vida do homem relação indivíduo-sociedade ESTRUTURA SOCIAL FORMAÇÃO POLÍTICA FORMAÇÃO JURÍDICA FORMAÇÃO INSTITUCIONAL DO ESTADO É o Estado liberal quem dá a identidade sociopolítica do que chamamos de sociedade contemporânea. Um conjunto de princípios baseados na defesa da liberdade, da igualdade jurídica e da propriedade privada Formam grande parte das nossas ideias sobre direitos, deveres, justiça, bens etc = arcabouço jurídico, — a Constituição — do nosso Estado = garantem esses direitos aos seus cidadãos. COMO CHEGAMOS, AFINAL, AO ESTADO? A ascensão do que chamamos de Estado é produto de um contexto de guerras e revoluções que, por sua vez, modelaram o desenvolvimento econômico, político, social e tecnológico de sociedades do chamado Antigo Regime. Estado é o guardião da sociedade e do conjunto de indivíduos que habitam um território, possuidores de direitos que devem ser protegidos constantemente das ameaças. Ou ainda que essa função de proteger caberia a um poder comum, que fosse independente ou relativamente neutro, tanto em relação aos governados quanto aos governantes. Devemos conceber o Estado contemporâneo como uma comunidade humana que, dentro dos limites de determinado território — a noção de território corresponde a um dos elementos essenciais do Estado — reivindica o monopólio do uso legítimo da violência física. (WEBER, 1997, p. 56). O aprofundamento deste processo de centralização política e formação de unidades territoriais assume novos contornos a partir da aparição, nos séculos XV e XVI, dos chamados Estados Nacionais, os primeiros surgidos em territórios que conhecemos atualmente como Itália, Espanha, Inglaterra e Portugal. A expansão do poder político, integrado a um único domínio territorial, mais amplo que as unidades feudais. E, consequentemente, concentrando em torno de si, as relações políticas e comerciais. Feudos — sob domínio da nobreza (os senhores feudais) Estrutura de poder centralizada em torno das cidades (Motivada pela expansão comercial da burguesia). Forma o cenário propício para a configuração do aparelho estatal e de uma nova ordem social. Substituição das diversas unidades políticas • Nicolau Maquiavel (1469-1527) fala sobre um príncipe que deseja manter seu estado, ele se refere à posição social do príncipe e seus poderes. Ou seja, manter o estado, nessa frase, significa manter a posição de poder como governante. • No conceito moderno de Estado = Conservar o Estado significa proteger o reino de ameaças, manter a unidade territorial, dentre outras funções, e, com isso, manter o governo sobre o Estado. Logo, o estado era como uma circunstância inerente ao governante e, depois, no conceito moderno, como algo externo ao governante, que deve ser protegido e que temporariamente está sob seu controle. A autonomia política e o monopólio financeiro do Estado substituíram as diferentes moedas e tributos que existiam durante o período feudal, no qual os senhores locais instituíam formas diversas de taxação e cobranças. Com as unificações territoriais, onde antes existiam pequenos principados, passou a existir um reino unificado sob o controle de um só rei. A formação do Estado moderno não se deu por um gesto benevolente dos seus fundadores para a proteção aos indivíduos com leis que lhe assegurassem direitos e por preocupação com o bem- estar da população em geral. Ela esteve intimamente ligada às disputas territoriais no continente europeu, e, mais que isso, à busca incessante pelo monopólio da violência, como nos lembra a definição weberiana. A modernização (racionalização) destas estruturas políticas teve íntima relação com a expansão dos Estados Absolutos. E a ideia de legitimação? Os reis, para manterem-se no controle dos territórios, afastar as ameaças externas e formar seus exércitos, eram tensionados a fazer concessões à burguesia — que, em troca, lhes dava dinheiro, em forma de empréstimo ou de pagamento de impostos – para custear os gastos da coroa. Algumas destas concessões, por exemplo, vinham em forma de leis para o estímulo do comércio e das atividades manufatureiras e, consequentemente, da flexibilização de sua atuação sobre economia. Uma classe em plena ascensão: a burguesia. A negociação de interesses através das leis funcionava como um meio de impor limites sobre o poder monárquico ao mesmo tempo que o autorizava a exercer o controle do Estado. A legitimidade tem a ver com o consentimento: o poder exercido por alguém é legítimo quando é aceito por aqueles que se submetem a ele. REVOLUÇÃO FRANCESA, ESTADO MODERNO E MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA • marcou o declínio das grandes monarquias absolutistas na Europa. O movimento de proporções continentais destituiu os privilégios da nobreza e do clero na França. • A insatisfação de setores populares e da ascendente burguesia com o governo de Luís XVI • As instabilidades políticas duraram aproximadamente uma década até a ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder, em 1799. • Estava imbuída de ideais do movimento filosófico conhecido como Iluminismo. Para os iluministas, a razão passa ocupar lugar de destaque, assim como o homem, reduzindo a importância das religiões. Este homem era visto como um indivíduo portador de direitos universais, como nas doutrinas dos direitos naturais. Unem-se às ideias iluministas, as expectativas da classe burguesa, motivada pelos interesses econômicos e políticos sobre o Estado. • O final do longo processo revolucionário é, justamente, a queda do absolutismo na França e, consequentemente, a ascensão da classe burguesa ao poder. Os privilégios da nobreza são suprimidos, a influência do clero é reduzida e inaugura-se a Primeira República francesa, cujas bases políticas e legais assentam-se na constituição, simbolizadas pelo lema da liberdade, igualdade e fraternidade. As leis criadas por representantes eleitos emanariam da vontade do povo. Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão É um documento originário da Revolução Francesa. Seus dezessetes artigos são os primeiros na história a sintetizar os ideais liberais (baseados nas doutrinas jusnaturalistas) e iluministas como direitos universais do homem. Quadro síntese do que consideramos Estado moderno O Estado Moderno deriva da união dos diversos feudos existentes no continente europeu. Sua formação é dividida em quatro fases: Estado Moderno; Estado Liberal; Crise no Estado Liberal e Estado Democrático Liberal. Estado Moderno = 3 séculos para se estabelecer. Ele se dividiu em fases, começando pelo Absolutismo Monárquico, com centralização do poder, criação do exército nacional, estrutura jurídica única e a sistematização da cobrança de impostos. Podemos resumir o Estado Moderno da seguinte forma: •Poder único; •Um só exército; •Autoridade soberana do rei para todo o território; •Administração e justiça unificadas; •Criação do sistema burocrático. Karl Marx entende a Revolução Francesa como uma revolução burguesa, a inauguração do modo de produção capitalista na França. O novo Estado é elemento essencial para a exploração do proletariado. Esta forma de analisar o novo regime exclui a autonomia do político, analisando o Estado como uma conformação da luta de classes (burguesia x proletariado). Max Weber dá ênfase a essa inovação institucional. A secularização do estado, ou seja, separação entre política e religião, criação de instituições representativas, além da importância da constituição como lei máxima da sociedade. Revolução Francesa + interpretações histórico- filosóficas e sociológicas + influências REVOLUÇÃO FRANCESA, ESTADO MODERNO E MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA O produto das nossas discussões nos convida a pensar que as características e a nova forma de organização do Estado, alcançadas com a chegada da burguesia ao poder, erige o que chamamos de Estado liberal. Revolução Francesa lançou bases para o conceito de Estado de Direito, mas não o realizou. Criado tendo em vista a defesa de nosso Estado Democrático de Direito, pois nossos representantes são eleitos por meio do voto, com exceção do Poder Judiciário. Além disso, o voto é um direito de todos os brasileiros, maiores de 16 anos, sem qualquer restrição de renda, gênero, classe, raça ou religião. Os problemas tratados pelos filósofos e teóricos que vimos neste e nos outros módulos são distintos de nossa atualidade. Temos uma democracia consolidada na qual os direitos e liberdades são garantidos por uma Constituição e leis que limitam a atuação dos detentores do poder. Ainda assim, quando olhamos para história, constatamos que esta situação é bem recente. institucionalização dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Discutimos a proposição clássica de Montesquieu e analisamos o que os federalistas propunham para o país recém-criado Estados Unidos da América. A partir dos mecanismos de separação e equilíbrio dos poderes, identificamos a sua presença na estrutura política brasileira dos dias atuais. Assim, reconhecemos os mecanismos que nossas instituições têm com o objetivo defender o Estado Democrático de Direito contra a concentração de poderes de um ator ou grupo político. ADI Linha do Tempo Delegação, Concentração e Separação dos Poderes.
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