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gente criando o futuro CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA Organizadora Andréia Cuesta CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA Organizadora Andréia Cuesta Contabilidade Interm ediária GRUPO SER EDUCACIONAL C M Y CM MY CY CMY K Contabilidade Intermediária eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 1eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 1 09/04/2020 17:13:2609/04/2020 17:13:26 © by Editora Telesapiens Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora Telesapiens. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Bibliotecário responsável: Nelson Oliveira da Silva – CRB 10/854) C965c Cuesta, Andréia. Contabilidade intermediária [recurso eletrônico]/ Andréia Cuesta. – Recife: Telesapiens, 2019. 160 p. : pdf ISBN: 978-85-54921-31-6 1. Contabilidade I. Título. CDU 657 eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 2eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 2 09/04/2020 17:13:2609/04/2020 17:13:26 Todos os direitos reservados 2019 by Telesapiens Contabilidade Intermediária Fundador e Presidente do Conselho de Administração: Janguê Diniz Diretor-Presidente: Jânyo Diniz Diretor de Inovação e Serviços: Joaldo Diniz Diretoria Executiva de Ensino: Adriano Azevedo Diretoria de Ensino a Distância: Enzo Moreira Créditos Institucionais eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 3eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 3 09/04/2020 17:13:2609/04/2020 17:13:26 Olá. Meu nome é Andréia Cuesta. Sou formada em Ciências Contábeis, pela Universidade Estadual de Londrina - UEL, e em Pedagogia pela Faculdade de Paraíso do Norte (FAPAN), especialista em Controladoria e Finanças (PUC/ PR), Logística Empresarial (UNOPAR) e Docência no Ensino Superior (UNOPAR). Sou estudante especial do curso de Mestrado em Metodologias para o Ensino de Linguagens e suas Tecnologias da UNOPAR, com uma experiência técnico- profissional na área de docência do ensino superior, presencial e EAD de mais de 12 anos. Passei por empresas com a Lorenzetti S.A, Elevadores Atlas Schindler e a Construtora Plaenge, na área Contábil e Fiscal. Hoje integro o quadro docente do Grupo Kroton Educacional, ao qual faço parte desde 2008. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! A AUTORA ANDRÉIA CUESTA eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 4eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 4 09/04/2020 17:13:2709/04/2020 17:13:27 ICONOGRÁFICOS Esses ícones que irão aparecer em sua trilha de aprendizagem significam: OBJETIVO Breve descrição do objetivo de aprendizagem; + OBSERVAÇÃO Uma nota explicativa sobre o que acaba de ser dito; CITAÇÃO Parte retirada de um texto; RESUMINDO Uma síntese das últimas abordagens; TESTANDO Sugestão de práticas ou exercícios para fixação do conteúdo; DEFINIÇÃO Definição de um conceito; IMPORTANTE O conteúdo em destaque precisa ser priorizado; ACESSE Links úteis para fixação do conteúdo; DICA Um atalho para resolver algo que foi introduzido no conteúdo; SAIBA MAIS Informações adicionais sobre o conteúdo e temas afins; +++ EXPLICANDO DIFERENTE Um jeito diferente e mais simples de explicar o que acaba de ser explicado; SOLUÇÃO Resolução passo a passo de um problema ou exercício; EXEMPLO Explicação do conteúdo ou conceito partindo de um caso prático; CURIOSIDADE Indicação de curiosidades e fatos para reflexão sobre o tema em estudo; PALAVRA DO AUTOR Uma opinião pessoal e particular do autor da obra; REFLITA O texto destacado deve ser alvo de reflexão. eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 5eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 5 09/04/2020 17:13:2709/04/2020 17:13:27 SUMÁRIO UNIDADE 01 Fundamentos Contábeis .......................................................17 Objetivos da contabilidade ......................................................17 Usuários da Contabilidade ...............................................18 Relatórios Contábeis ...............................................................19 Principais Características da Informação Contábil .................24 Elementos Contábeis .......................................................25 Classificação dos Elementos do Balanço Patrimonial ............26 Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC .........................30 CPC 03 – Demonstração de Fluxos de Caixa .........................30 Caixa e Equivalentes de Caixa ................................................33 Objetivos da Demonstração dos Fluxos de Caixa ...................34 Benefícios das Informações dos Fluxos de Caixa ...................35 Classificação dos Elementos do Fluxo de Caixa .....................36 Casos Especiais ...............................................................38 Parâmetros Gerais do demonstrativo de Fluxos de Caixa ......41 Formas de Apresentação da DFC ........................................45 DFC versus DOAR .................................................................45 Métodos de Divulgação da DFC .............................................46 Modelo de Fluxo de Caixa – método direto ........................48 Modelo de Fluxo de Caixa – método indireto ........................50 Exemplo Prático ......................................................................51 eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 6eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 6 09/04/2020 17:13:2709/04/2020 17:13:27 Contabilidade Intermediária 7 UNIDADE 02 Conhecendo o CPC 09 – Demonstração do Valor Adicionado (DVA) ......................................................................................60 Conceito e Objetivo ................................................................60 Vantagens da Apresentação da DVA .......................................63 Preparando a DVA ...................................................................63 Construindo a DVA ...............................................................66 Composição Dos itens da DVA ...............................................66 Cálculo do Valor Agregado .............................................66 A forma da distribuição do valor agregado .....................67 Modelo geral de DVA ............................................................68 Instruções de preenchimento ...................................................70 O Balanço Social ...................................................................79 Conceito e Objetivo ................................................................80 Fontes de informações e indicadores do Balanço Social ........85 Tipos de Indicadores .......................................................86 Modelo Balanço Social ...........................................................88 UNIDADE 03 Conhecendo a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)..................................................................100 Conceito, Objetivo e Obrigatoriedade ..................................101 Forma de Apresentação da DMPL ........................................104 Caso Prático ..........................................................................108Conhecendo a Demonstração do Lucro ou Prejuízo Acumulado (DLPA) ............................................................ 112 eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 7eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 7 09/04/2020 17:13:2709/04/2020 17:13:27 Contabilidade Intermediária8 Conceito, Objetivo e Obrigatoriedade .................................. 112 Forma de Apresentação da DLPA ......................................... 114 Modelo geral da DMPL e DLPA ........................................ 115 Exemplos .............................................................................. 116 Passo a passo das Demonstrações ......................................... 119 UNIDADE 04 Reorganização Societária ...................................................128 Sociedade Anônima ..............................................................128 Tipos de Sociedade Anônima ........................................130 Sociedade Limitada ...............................................................130 Diferenças entre S.A e LTDA. ..............................................131 Fragmentação das Sociedades ...............................................132 Liquidação Societária ............................................................134 Reorganização Societária ......................................................138 Cisão, Fusão e Incorporação ..............................................142 Cisão .....................................................................................142 Fusão .....................................................................................145 Incorporação .........................................................................145 Aspectos Legais ..................................................................147 Movimentação do Período e Saldos Ajustados .................154 eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 8eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 8 09/04/2020 17:13:2709/04/2020 17:13:27 Contabilidade Intermediária 9 UNIDADE 01 eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 9eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 9 09/04/2020 17:13:2709/04/2020 17:13:27 Contabilidade Intermediária10 Você sabia que a Contabilidade é um dos instrumentos mais importantes para o gestor das organizações empresariais, pois ela fornece dados de forma organizada e de fácil entendimento, para que as decisões sejam tomadas de forma correta e rápida? Você deve ter notado as diversas modificações que a contabilidade brasileira vem sofrendo. O primeiro motivo para estas mudanças é a revolução tecnológica, responsável pela utilização em larga escala dos ERPs (Enterprise Resource Planning ou Planejamento dos Recursos da Empresa), que são sistemas integrados de gestão e cuidam das atividades diárias de uma empresa, desde a aquisição dos estoques, até a emissão das Demonstrações Contábeis de apresentação obrigatória. Não importa o tamanho da empresa, seja ela pequena, média ou grande, estará sujeita a apresentar informações ao Fisco, que atualmente é feita de forma eletrônica (on-line), nos âmbitos municipal, estadual e federal. O segundo motivo para as mudanças advém da necessidade de adequar-se às Normas Internacionais de Contabilidade - IFRS (International Financial Reporting Standards), que é um conjunto de Pronunciamentos Contábeis internacionais, publicados e revisados pelo IASB (International Accounting standards Board). Essa parametrização das normas contábeis surgiu pela necessidade de as organizações internacionais falarem a mesma língua, facilitando o entendimento. No Brasil, essas normas estão sendo adaptadas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e são regidas pela Lei 11.638 de 28 de dezembro de 2007. Além de fornecer informações ao Fisco, a Contabilidade também fornece informações a outros interessados, tais como bancos, sócios, acionistas, fornecedores, clientes e colaboradores, daí a necessidade de apresentar informações de fácil entendimento para especialistas ou leigos. Segundo o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2014), de cada dez empresas que são abertas no Brasil, seis INTRODUÇÃO eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 10eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 10 09/04/2020 17:13:2709/04/2020 17:13:27 Contabilidade Intermediária 11 não sobrevivem após 5 anos de atividade. Isso mesmo. Mais da metade das empresas fecham as portas antes de completar 5 anos! E em grande parte, o fracasso vem da má administração dos recursos. Entendeu a importância da contabilidade? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo, e compreender melhor essa ferramenta maravilhosa! eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 11eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 11 09/04/2020 17:13:2709/04/2020 17:13:27 Contabilidade Intermediária12 1 2 3 4 Olá. Seja muito bem-vindo a nossa Unidade 1. Nesta unidade, o nosso objetivo é auxiliá-lo no desenvolvimento das seguintes competências profissionais: OBJETIVOS Recapitular e consolidar tópicos importantes de Contabilidade Geral; Conhecer o CPC 03 e os conceitos de Demonstração dos Fluxos de Caixa e Equivalentes de Caixa; Verificar os aspectos legais da DFC (Demonstração do Fluxo de Caixa), seus objetivos, alcance e transações que a integram; Identificar as principais diferenças entre DFC (Demonstração do Fluxo de Caixa) e DOAR (Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos). Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 12eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 12 09/04/2020 17:13:2709/04/2020 17:13:27 Contabilidade Intermediária 13 Fundamentos Contábeis Objetivos da contabilidade Após os processos de convergência que o Brasil vem adotando desde a promulgação das Leis nº 11.638/2007 e nº 11.941/2009, permitiram as mudanças nas normas contábeis brasileira em direção às IFRS, e foram implantadas em 2010 para todas a empresas. As demonstrações financeiras elaboradas nesse novo molde apresentam melhores condições para a tomada de decisão. Dessa forma, o Pronunciamento Conceitual Básico (R1) – Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-financeiro estabelece como objetivo da contabilidade: OB2. O objetivo do relatório contábil-financeiro de propósito geral é fornecer informações contábil- financeiras acerca da entidade que reporta essa informação (reporting entity) que sejam úteis a investidores existentes e em potencial, a credores por empréstimos e a outros credores, quando da tomada de decisão ligada ao fornecimento de OBJETIVO Ao término deste capítulo você terá recapitulado os fundamentos da contabilidade aprendidos em unidades anteriores. É fundamental resgatar esses conhecimentos para dar continuidade aos estudos, e também para o exercício de sua profissão. Estudar contabilidade é um processo cumulativo de aprendizado. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 13eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 13 09/04/2020 17:13:2709/04/2020 17:13:27 Contabilidade Intermediária14 recursos para a entidade. Essas decisões envolvem comprar, vender ou manter participações em instrumentos patrimoniais e em instrumentos de dívida, e a oferecer ou disponibilizar empréstimos ou outras formas de crédito. Na sequência, o Pronunciamento estabelece quais os tipos de informações que acontabilidade deve fornecer: OB12. Relatórios contábil-financeiros de propósito geral fornecem informação acerca da posição patrimonial e financeira da entidade que reporta a informação, a qual representa informação sobre os recursos econômicos da entidade e reivindicações contra a entidade que reporta a informação. Relatórios contábil-financeiros também fornecem informação sobre os efeitos de transações e outros eventos que alteram os recursos econômicos da entidade que reporta a informação e reivindicações contra ela. Ambos os tipos de informação fornecem dados de entrada úteis para decisões ligadas ao fornecimento de recursos para a entidade. Usuários da Contabilidade A contabilidade fornece informações a diversos usuários, tais como fornecedores, clientes, bancos, investidores, acionistas, colaboradores e o público em geral. Alguns usuários internos ou externos das informações contábeis podem necessitar de informações específicas, porém existe orientação relacionada apenas às informações básicas que atendam ao maior número de usuários. Acerca dessas informações, o Pronunciamento Conceitual Básico (R1) orienta: OB6. Entretanto, relatórios contábil-financeiros de propósito geral não atendem e não podem atender a eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 14eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 14 09/04/2020 17:13:2709/04/2020 17:13:27 Contabilidade Intermediária 15 todas as informações de que investidores, credores por empréstimo e outros credores, existentes e em potencial, necessitam. Esses usuários precisam considerar informação pertinente de outras fontes, como, por exemplo, condições econômicas gerais e expectativas, eventos políticos e clima político, e perspectivas e panorama para a indústria e para a entidade. OB8. Usuários primários individuais têm diferentes, e possivelmente conflitantes, desejos e necessidades de informação. Este Comitê de Pronunciamentos Contábeis, ao levar à frente o processo de produção de suas normas, irá procurar proporcionar um conjunto de informações que atenda às necessidades do número máximo de usuários primários. Contudo, a concentração em necessidades comuns de informação não impede que a entidade que reporta a informação preste informações adicionais que sejam mais úteis a um subconjunto particular de usuários primários. Em outras palavras, a cabe ao usuário das informações, utilizar-se dos relatórios básicos gerados pela contabilidade, e delas extrair dados conforme a sua necessidade. Porém, o Pronunciamento não proíbe que as empresas forneçam dados mais específicos espontaneamente, ou por imposição de normas de órgãos reguladores externos. Relatórios Contábeis A contabilidade utiliza-se de Relatórios produzidos por meio de suas informações contabilizadas diariamente. Esses relatórios apresentam os dados de forma organizada e sistematizada (de acordo com os princípios e as convenções contábeis) para que os usuários da contabilidade possam compreender a situação real em que a empresa se encontra, sem eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 15eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 15 09/04/2020 17:13:2709/04/2020 17:13:27 Contabilidade Intermediária16 necessitar ser expert no assunto. É importante que todos que tenham acesso a esses relatórios consigam entender o que está sendo demonstrado. O Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) – Apresentação das Demonstrações Contábeis – relaciona em seu item 10 quais as demonstrações contábeis que devem ser apresentadas pelas organizações. Figura 1 – A importância da informação contábil de qualidade. Fonte: pixabay 1. Balanço patrimonial (BP) Apresenta a posição patrimonial e financeira (qualitativa e quantitativa) da entidade em dado momento (demonstração estática). O controle dos recursos econômicos efetuado pela apresentação o BP fornece informações comparadas, que possibilitam prever a capacidade de gerar caixa no futuro, necessidades de financiamentos, e também de que forma os lucros futuros serão distribuídos ou reinvestidos. Pelo BP a empresa terá informações sobre liquidez e a solvência e prever a capacidade de honrar os compromissos. Embasamento legal: o artigo 176 da Lei 6.404/76 e alterações Lei 11.638/2007. eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 16eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 16 09/04/2020 17:13:2709/04/2020 17:13:27 Contabilidade Intermediária 17 2. Demonstração do resultado do exercício (DRE) Evidencia as operações efetuadas pela empresa durante um período de tempo (demonstração dinâmica), durante um exercício social, durante um mês, durante uma quinzena, etc., e detalha a composição do resultado líquido (lucro ou prejuízo) daquele período. A DRE fornece informações referente aos fluxos de caixa, e ajuda a avaliar a eficácia com que os recursos estão sendo utilizados na empresa, possibilitando mudanças benéficas para o negócio. Embasamento legal: o artigo 176 da Lei 6.404/76 e alterações Lei 11.638/2007. 3. Demonstração do resultado abrangente (DRA) A DRA passou a ser exigida no rol de relatórios contábeis obrigatórios por orientação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) com o objetivo de aproximar as normas brasileiras do padrão internacional. Esse demonstrativo evidencia a soma do resultado do período aos demais resultados abrangentes. Embasamento legal: Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) - Apresentação das demonstrações contábeis. 4. Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL) Essa demonstração apresenta uma comparação de todas as contas do grupo do Patrimônio Líquido, com as contas do mesmo grupo do ano imediatamente anterior, verificando a variação e a consistência das movimentações sofridas por seus recursos próprios. Embasamento legal: o artigo 186 da Lei 6.404/76 e alterações Lei 11.638/2007. 5. Demonstração dos fluxos de caixa (DFC) A DFC mostra as alterações ocorridas no caixa e equivalentes de caixa (movimentações monetárias) em eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 17eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 17 09/04/2020 17:13:2709/04/2020 17:13:27 Contabilidade Intermediária18 determinado período, se comparadas ao período imediatamente anterior. Evidencia todas as entradas e saídas de dinheiro da organização (operações, investimentos e financiamentos). Essas informações são úteis para avaliar futuros investimentos ou financiamentos. Embasamento legal: o artigo 188 da Lei 6.404/76 e alterações Lei 11.638/2007. 6. Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados (DLPA) Evidencia as alterações ocorridas no saldo da conta de lucros ou prejuízos acumulados no grupo do Patrimônio Líquido (deverá conter saldos do início do período, ajustes dos exercícios anteriores, reversões de reservas, lucro líquido do exercício, transferências para reserva, dividendos, parcela dos lucros incorporada ao capital e saldo final). É obrigatória a apresentação desta demonstração para as empresas obrigatória para as sociedades limitadas e outros tipos de empresas, conforme a legislação do Imposto de Renda (art. 274 do RIR/99), podendo ser substituída pela apresentação da DMPL (artigo 186, § 2º, da Lei nº 6.404/1976). Embasamento legal: o artigo 186 da Lei 6.404/76. 7. E para algumas entidades, a Demonstração do valor adicionado (DVA) Essa demonstração tem o objetivo de apresentar a origem e a evolução da riqueza produzida pela empresa (receita de vendas menos custos dos recursos de terceiros) e sua distribuição durante o período analisado, nos elementos de produção, determina a parcela de contribuição que a entidade tem na formação do PIB (Produto Interno Bruto) do país. Por meio da DVA é possível verificar quanto é agregado de valoraos insumos adquiridos de terceiro, que são vendidos ou consumidos no período e como é distribuído esse valor adicionado entre governo, investidores, pessoal e financiadores. A DVA é extraída a partir dos saldos das eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 18eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 18 09/04/2020 17:13:2709/04/2020 17:13:27 Contabilidade Intermediária 19 contas de resultado. É obrigatória apenas para as companhias abertas, e para outras que a lei exigir. Embasamento legal: Item 3 da NBC TG 09, aprovada pela Resolução CFC n.º 1.138/08 e alterada pela Resolução CFC n.º 1.162/09. 8. Devem ser apresentadas também, notas explicativas com objetivo de fornecer maiores detalhes às demonstrações contábeis e financeiras apresentadas. Embasamento legal: Art. 176 da Lei 6.404/76 § 5o As notas explicativas devem: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). As Notas Explicativas devem ser elementos que facilitem a compreensão das demonstrações apresentadas, dando destaque, no mínimo: a. os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos e dos ajustes para atender às perdas prováveis na realização de elementos ativos; b. os investimentos em outras sociedades, quando estes forem relevantes; c. o aumento de valor de elementos do ativo resultantes de novas avaliações; d. os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; e. a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações; f. as opções de compras de ações outorgadas e exercidas no exercício; eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 19eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 19 09/04/2020 17:13:2709/04/2020 17:13:27 Contabilidade Intermediária20 g. o número, as espécies e as classes das ações de capital social; h. os ajustes de exercícios anteriores; i. eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e sobre os resultados futuros da empresa. Principais Características da Informação Contábil O Pronunciamento Conceitual Básico (R1) apresenta, no Capítulo 3, quais são as características imprescindíveis para que uma informação contábil seja, de fato, útil aos seus usuários: I. Características qualitativas fundamentais: relevância (será relevante se fizer diferença nas decisões tomadas pelo usuário, deve ter valor preditivo ou confirmatório e materialidade) e representação fidedigna (será fidedigna se for completa, neutra e livre de erros); II. Características qualitativas de melhoria fundamentais: comparabilidade (se for comparável a informação similar de outra entidade), verificabilidade (se observadores diversos puderem chegar a um consenso sobre a mesma informação), SAIBA MAIS Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento - Comitê de Pronunciamentos Contábeis – Pronunciamentos acessível pelo link: https://bit.ly/2MYcTdO eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 20eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 20 09/04/2020 17:13:2709/04/2020 17:13:27 Contabilidade Intermediária 21 tempestividade (se disponibilizada no momento adequado para a tomada de decisão) e compreensibilidade (se for clara e concisa). Elementos Contábeis a. Conta Contábil é o nome técnico dado a cada um dos componentes do Patrimônio da empresa (Bens, Direitos, Obrigações e Patrimônio Líquido) ou um dos componentes dos grupos de Resultado (Despesas ou Receitas). b. Plano de Contas é um conjunto de contas que padroniza e direciona os registros contábeis, dando a eles uniformidade. Cada empresa elabora seu Plano de Contas observando o que dita a Lei 6.404/1976. Cada conta deve conter código numérico, título, função, natureza contábil. c. Bens e Direitos são representados no Balanço Patrimonial em dois grupos principais: Ativo Circulante e Ativo não Circulante (Ativo Realizável a Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível). d. Obrigações e Patrimônio Líquido são representados no Passivo nos três grupos principais: Passivo Circulante, Passivo não Circulante e Patrimônio Líquido (Capital Social, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação Patrimonial, Reservas de Lucros, Ações em Tesouraria e Prejuízos Acumulados). e. Livros Contábeis são livros utilizados para escrituração contábil dos fatos administrativos, e atos administrativos relevantes. São obrigatórios: Livro Diário, Livro Razão, Livro Registro de Inventário e Livro Registro de Prestação de Serviços. f. Livros Fiscais são livros exigidos pelo fisco (federal, estadual e municipal). eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 21eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 21 09/04/2020 17:13:2709/04/2020 17:13:27 Contabilidade Intermediária22 Tabela 1: Natureza das Contas Contábeis Fonte: Lei 6.404/1976, adaptado. Classificação dos Elementos do Balanço Patrimonial Todos os elementos que compõem o Balanço Patrimonial devem ser apresentados de acordo com os critérios definidos na Lei nº 6.404/1976 e alterações posteriores. Esses critérios são aplicados a todos os tipos de empresa, e não apenas às Sociedades por Ações. a. ATIVO: Representa os recursos controlados pela empresa dos quais se esperam futuros benefícios, as contas estão dispostas em ordem decrescente do grau de liquidez (os elementos que apresentam maior facilidade de conversão em recursos financeiros são os primeiros). Ativo circulante são os bens e direitos realizados ou utilizados dentro do ciclo operacional da empresa ou no período de 12 meses da data do balanço, o que for maior (Lei nº 6.404/1976). Ativo não circulante divide-se em: Realizável a longo prazo (Bens e direitos realizáveis após 12 meses da data do balanço ou em período maior do que o Conta Contábil Natureza Aumento Diminuição Ativo Devedora D C Passivo Credora C D Despesa Devedora D C Receita Credora C D Patrimônio Líquido Credora C D eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 22eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 22 09/04/2020 17:13:2709/04/2020 17:13:27 Contabilidade Intermediária 23 ciclo operacional da empresa ou Bens e direitos oriundos de negócios não operacionais realizados com empresas coligadas ou controladas, acionistas e diretores); � Investimentos (participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante e no realizável a longo prazo, e que não destinados à manutenção da atividade da companhia); � Imobilizado (bens corpóreos utilizados para a atividades da empresa ou com essa finalidade, inclusive os benefícios, riscos e controle desses bens. � Intangível (bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade). Embasamento Legal: O Pronunciamento Conceitual Básico (R1) item 4.4. b. PASSIVO: E o conjunto das obrigações da entidade, derivadas de eventos ocorridos no passado, as contas estão dispostas em ordem decrescente de exigibilidade. São contas originadas de recursos de terceiros, e tem sua classificação dentro do Plano de Contas da empresa, tendo como base os seus vencimentos, ou seja, primeiro aparecem as que têm de ser liquidadas mais rapidamente. Passivo circulante são obrigações da entidade cujos vencimentos estão no período de 12 meses contados da data do balanço ou dentro do ciclo operacional. Passivo não circulante são obrigações da entidade que são exigíveisapós 12 meses, ou em período que seja maior que o período do ciclo operacional da empresa. Patrimônio líquido também denominado Capital de Terceiros, pode ser entendido como um passivo não exigível imediatamente, sendo composto pelos recursos dos proprietários, ou seja, capital próprio. Esse grupo é composto pelas contas Capital Social, Reservas, Ajustes de avaliação patrimonial, Ações em Tesouraria, e Prejuízo Acumulado. eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 23eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 23 09/04/2020 17:13:2709/04/2020 17:13:27 Contabilidade Intermediária24 Embasamento Legal: O Pronunciamento Conceitual Básico (R1) item 4.4. Tabela 2: Balanço Patrimonial Fonte: Lei 6.404/1976, adaptado. SAIBA MAIS Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: Demonstrações Contábeis: Adequação às novas Normas Contábeis. (CRCRS, s.d.), acessível pelo link: https://bit.ly/31WgYmQ. eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 24eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 24 09/04/2020 17:13:2709/04/2020 17:13:27 Contabilidade Intermediária 25 RESUMINDO E então? Gostou do que lhe mostramos? Relembrou mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente lembrou dos conteúdos que resgatamos neste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você reviu os Objetivos da Contabilidade, quais são seus principais usuários e aprendeu sobre o Pronunciamento Conceitual Básico (R1) – Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil que direciona os trabalhos contábeis quanto à estrutura e a forma de divulgação dos Relatórios Contábeis, de acordo com as Normas Internacionais de Contabilidade. Você lembrou quais são os principais Relatórios Contábeis, seus elementos e a sua obrigatoriedade. Pudemos rever também, quais são as Características da Informação Contábil e sobre a importância de apresentar dados relevantes. Nova viagem a nossa memória nos levou através dos Elementos Contábeis e as suas Classificações dentro do Balanço Patrimonial. Parece muita informação, não é? Mas temos muito mais pela frente! Vamos lá? Vamos ao próximo capítulo? eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 25eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 25 09/04/2020 17:13:2709/04/2020 17:13:27 Contabilidade Intermediária26 Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC CPC 03 – Demonstração de Fluxos de Caixa A DFC é uma demonstração dinâmica que evidencia a geração de caixa, verificando a qual grupo de classificação (investimentos, financiamento ou operacional) ela se originou e, de que forma foram utilizados os recursos originados. O objetivo fundamental é destacar o resultado financeiro em determinado período. OBJETIVO Ao término deste capítulo você será capaz de compreender e elaborar a Demonstração do Fluxo de Caixa. Você estará apto a diferenciar elementos de Caixa e de Equivalentes de Caixa. É fundamental que você conheça o CPC 03 – DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA, que regula esta demonstração imprescindível para acompanhar o resultado financeiro das empresas e auxiliar no controle de gastos desnecessários ou eventuais desperdícios. A DFC veio a substituir a antiga Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos - DOAR, cuja apresentação não é mais obrigatória desde 01 de janeiro de 2008. Dessa forma é possível manter a saúde econômico- financeira da entidade. E então? Está curioso para saber mais sobre essa ferramenta tão importante? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Venha comigo! eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 26eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 26 09/04/2020 17:13:2709/04/2020 17:13:27 Contabilidade Intermediária 27 Apesar de dinâmica, a DFC demonstra os fatos administrativos que abrangem os fluxos de dinheiro que ocorreram durante determinado tempo, de forma sintética e que estejam devidamente registrados: as entradas de dinheiro serão registradas a debito, e as saídas de dinheiro serão registradas a crédito, da conta Caixa. A importância deste demonstrativo está na necessidade de os gestores entenderem a geração do resultado financeiro da companhia, visto que, nem sempre lucro financeiro e lucro contábil são coincidentes no final do período após apurados, pois no processo de apuração do resultado contábil, são considerados também, fatos econômicos, além dos fatos financeiros. Essa divergência entre resultado econômico e resultado financeiro se dá, por exemplo, em caso de fatos acontecidos no final de um período, e cujo recebimento se dará no decorrer do período financeiro seguinte. Nesse caso, o regime de competência obriga a contabilidade a reconhecer a receita no período em que se originou o fato, mas financeiramente falando, ele só será reconhecido quando houver o ingresso de dinheiro. REFLITA Supondo que a empresa Vem Que Tem realizou uma venda em dezembro de 2018, no valor de R$ 200 milhões. O pagamento deverá se feito da seguinte forma: 50% 2019 e 50% 2020. eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 27eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 27 09/04/2020 17:13:2709/04/2020 17:13:27 Contabilidade Intermediária28 O lançamento contábil do reconhecimento dessa venda seria em dezembro 2018: Débito: Clientes (não circulante) Crédito: Receita com vendas ........................200 milhões. Agindo desta forma, a Vem Que Tem está aumentando seu lucro contábil em 200 milhões. Financeiramente, no entanto, não haveria nenhum lançamento, pois o recebimento dessas vendas se dará apenas nos períodos financeiros seguintes. Então, para a visão financeira, o lucro será zero. A visão financeira fornecida ao usuário é estática e não transmite a ideia da variação do caixa e dos equivalentes de caixa, trazendo assim uma divergência entre lucro contábil e lucro financeiro. Com a utilização da DFC, será possível para o usuário da informação, enxergar essa movimentação financeira, e entender o porquê da divergência nos lucros. O Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, no ano de 2008, emitiu o pronunciamento técnico CPC 03, com o objetivo de inserir na legislação brasileira o equivalente à norma internacional IAS 7 (Statement of Cash Flows), que trata da apresentação dos Fluxos de Caixa. Em 2010, esse pronunciamento foi revisado por duas vezes dando origem ao CPC 03 (R2), e que resultou na Resolução CFC – Conselho Federal de Contabilidade nº 1.296 de 17 de setembro de 2010 – NBC TG 03 e na Deliberação CVM – Comissão de Valores Mobiliários nº 641 de 07 de outubro de 2010. Companhias de capital fechado cujo Patrimônio Líquido seja inferior a R$ 2 milhões estão desobrigadas de elaborar e apresentar a DFC, em conformidade com a Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/1976). eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 28eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 28 09/04/2020 17:13:2709/04/2020 17:13:27 Contabilidade Intermediária 29 Caixa e Equivalentes de Caixa Os Equivalentes de Caixa, segundo a NBC TG 03, devem ser mantidos na empresa, especificamente, com o objetivo de atender aos compromissos de curto prazo, e não para investimentos ou outros fins. As Normas Brasileiras de Contabilidade Profissionais se estruturam conforme segue: I. Geral - NBC PG - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas indistintamente a todos os profissionais de Contabilidade; DEFINIÇÃO Segundo o item 6 do NBC TG 03, aprovada pela Resolução CFC n. 1296/2010, Caixa são os numerários em espécie e os depósitos bancários que estiverem disponíveis. Em outras palavras,corresponde à soma do Caixa propriamente dito (recursos mantidos na tesouraria da empresa), assim como os depósitos bancários em conta corrente (Bancos Conta Movimento). Como Equivalentes de Caixa devemos considerar as aplicações financeiras de curto prazo (com vencimento de até três meses a contar da data da aquisição), de liquidez imediata e facilmente transformados em dinheiro em espécie, sem que sofram modificações consideráveis em seu valor original. Tanto Caixa, quanto Equivalentes de Caixa integram o grupo das Disponibilidades no Ativo Circulante, dentro do Balanço Patrimonial. eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 29eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 29 09/04/2020 17:13:2709/04/2020 17:13:27 Contabilidade Intermediária30 II. Do Auditor Independente - NBC PA - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas, especificamente, aos contadores que atuam como auditores independentes; III. Do Auditor Interno - NBC PI - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas especificamente aos contadores que atuam como auditores internos; IV. Do Perito - NBC PP - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas especificamente aos contadores que atuam como peritos contábeis. NBC TG - são as Normas Brasileiras de Contabilidade convergentes com as normas internacionais emitidas pelo International Accounting Standards Board (Iasb) e compreendem as normas editadas pelo CFC a partir dos documentos emitidos pelo CPC que estão convergentes com as normas do Iasb, numeradas de 00 a 999. Objetivos da Demonstração dos Fluxos de Caixa A DFC tem como objetivo básico disponibilizar as informações de forma clara, acerca das entradas e saídas de numerários, considerando um determinado período de tempo. Essas informações associadas às disponibilizadas por outros demonstrativos, são capazes de direcionar e balizar as ações tomadas pelos seus usuários (administradores, investidores, credores e outros). Por meio da DFC é possível avaliar a geração de caixa destinada ao pagamento de obrigações (despesas correntes), dividendos, lucros e outras despesas diárias. Também é possível identificar necessidades de financiamentos, compreender divergências entre o fluxo de caixa líquido das operações e o resultado financeiro, com o que foi projetado. Ao estudar e analisar esse demonstrativo, o administrador será capaz de elaborar um planejamento eficaz e adequado às suas necessidades, evitando a falta de recursos em determinado momento. eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 30eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 30 09/04/2020 17:13:2709/04/2020 17:13:27 Contabilidade Intermediária 31 É pelo conhecimento do que ocorreu no passado, que o gestor é capaz de fazer uma projeção assertiva do fluxo de caixa para o futuro. E, por meio de comparação, após os períodos acontecidos, entre o projetado (orçado) e o ocorrido de fato, poderá aperfeiçoar futuras projeções e diminuir as margens de erro. Benefícios das Informações dos Fluxos de Caixa A DFC quando apresentada em conjunto com as demais demonstrações contábeis, proporciona informações que possibilitam aos usuários a avaliar as mudanças ocorridas nos ativos líquidos, estrutura financeira (liquidez e solvência), capacidade de alterar valores e prazos adaptando-os às mudanças, conforme a oportunidade e as circunstâncias. Em outras palavras, dão aos usuários uma visão global da capacidade da empresa em gerar recursos, desenvolver modelos comparativos entre períodos, e apontar alterações a serem feitas para o futuro. Figura 2 – Fluxos de Caixa e Equivalentes de Caixa Fonte: Andréia Cuesta, 2019 eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 31eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 31 09/04/2020 17:13:2809/04/2020 17:13:28 Contabilidade Intermediária32 Classificação dos Elementos do Fluxo de Caixa O NBC TG 03 em consonância com o Artigo 188, inciso I da Lei n° 6.404/76, orienta que, as transações relativas às entradas e as saídas de caixa sejam segregadas em 3 grupos demonstrados a seguir: a. Atividades Operacionais: constituídas pelas entradas e saídas em dinheiro, ou equivalentes relacionadas às atividades de produção e vendados bens e serviços produzidos pela entidade. São as principais fontes geradoras de receitas; b. Atividades de Investimentos: decorrentes das compras e vendas de ativo financeiros de curto prazo, e de bens e direitos que tenham caráter permanente na sociedade; c. Atividades de financiamentos: resultantes da mudança na composição e no tamanho do capital próprio e capital de terceiros na entidade. eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 32eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 32 09/04/2020 17:13:2809/04/2020 17:13:28 Contabilidade Intermediária 33 Figura 3 – Grupos dos elementos do Fluxo de Caixa Fonte: Andréia Cuesta, 2019 É importante enfatizar que cuidados especiais precisam ser tomados no momento da classificação das transações em seus respectivos grupos de atividades. Alguns pagamentos ou recebimentos de caixa podem ter particularidades que a enquadre em mais de um dos grupos do Fluxo de Caixa. Alguns cuidados devem ser tomados, como indica o CPC 03 (R2): “a. recebimentos de caixa e pagamentos em caixa em favor ou em nome de clientes, quando os fluxos de caixa refletirem mais as atividades dos clientes do que as da própria entidade. Exemplos:(I) movimentação (depósitos e saques) em contas de depósitos à vista de banco; (II) recursos mantidos para clientes por entidade de investimento; e (III) aluguéis cobrados em nome de terceiros e pagos inteiramente aos proprietários dos imóveis. (CPC 03 (R2), item 23.) Atividades Operacionais Atividades de Investimento Atividades de financiamento As aquisições ou vendas de participações em outras empresas; Ativos utilizados na produção de bens ou na prestação de serviços do objeto social; Debêntures ou outros títulos emitidas por outras sociedades; Bens e direitos do Ativo Imobilizado e do Ativo Intangível. Captação de recursos dos acionistas ou cotistas; Retorno em forma de lucros ou dividendos; Captação de empréstimos ou outros recursos; Amortização e remuneração de empréstimos. Recebimentos de vendas ou serviços; Pagamentos de compras, fornecedores de serviços; Pagamento de despesas (energia elétrica, salários, aluguéis etc.); Recebimento de outras receitas (royalties, aluguéis, juros, etc.) eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 33eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 33 09/04/2020 17:13:2809/04/2020 17:13:28 Contabilidade Intermediária34 b. recebimentos de caixa e pagamentos em caixa referentes a itens cujo giro seja rápido, os montantes sejam expressivos e os vencimentos sejam de curto prazo. (CPC 03 (R2), item 22.) Exemplos: (I) pagamentos e recebimentos relativos a cartões de crédito de clientes; (II) compra e venda de investimentos; e (III) outros empréstimos tomados a curto prazo, como, por exemplo, os que têm vencimento em três meses ou menos, contados a partir da respectiva contratação. (CPC 03 (R2), item 23A.)” Dessa forma, os desembolsos que forem efetuados para pagamentos de fornecedores que decorram de financiamentos para bens destinados à produção ou à venda serão classificados como atividades operacionais. Desembolsos a fornecedores originários de aquisições de bens do Ativo não Circulante, serão classificados como Atividades de Investimento. Desembolsos para pagamentos relacionados a empréstimos para expansão do negócio serão classificados como Atividades de Financiamento. Casos Especiais a. Juros O IASBInternational Accounting Standards Board (quadro internacional de Normas Contábeis, entidade sem fins lucrativos que publica e atualiza normas internacionais) orienta que, os juros pagos que serão contabilizados juntamente ao valor de um ativo, sejam classificados no mesmo grupo no qual o ativo ao foi classificado. Então, quando os juros pagos forem capitalizados como parte do custo do imobilizado ou do intangível, deverão ser classificados no grupo das Atividades de investimentos, e quando capitalizados como parte do custo dos Estoques, deverão ser contabilizados como Atividades Operacionais. b. Dividendos Para as Instituições Financeiras, dividendos e os juros sobre o capital próprio recebidos devem ser classificados como fluxos eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 34eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 34 09/04/2020 17:13:2809/04/2020 17:13:28 Contabilidade Intermediária 35 de caixa operacionais. Para as outras entidades, devem seguir o padrão dos juros: dividendos e juros sobre o capital próprio recebidos - classificar como fluxos de caixa das atividades operacionais; dividendos e juros sobre o capital próprio pagos: classificar como fluxos das atividades de financiamento. O Pronunciamento Técnico CPC 03 (R2) determina que, se as classificações acima não forem seguidas, a empresa deve divulgar nota explicativa, evidenciando o critério utilizado. c. Investimento em coligadas, controlados ou empreendimento controlado em conjunto Empreendimentos que mantenham o critério contábil baseado no método da equivalência patrimonial ou no método de custo, a empresa investidora deverá apresentar apenas os Fluxos de Caixa entre ela e a entidade da qual participe. Quando a apresentação dos Fluxos de Caixa for efetuada em conjunto (controladas ou coligadas) e que utilizem o método da equivalência patrimonial, a empresa ao apresentar os Fluxos de Caixa deve incluir os fluxos que referenciem suas atividades de seus investimentos, e a distribuições de lucros, outros pagamentos e/ou recebimentos entre a entidade e o empreendimento controlado em conjunto. d. Imposto de Renda (IRPJ) e Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) Esses itens devem ser divulgados separadamente. Caso possível identificar se são impostos referentes a atividades de financiamentos ou investimentos, divulgar nesses grupos. Do contrário, devem ser divulgadas separadamente, mas como fluxo das atividades operacionais. e. Participações em controladas e em outros negócios que sofrerem alterações Quando houverem perdas ou obtenção de controle em controladas e em outros negócios, essas movimentações devem ser apresentadas separadamente, e classificadas como atividades eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 35eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 35 09/04/2020 17:13:2809/04/2020 17:13:28 Contabilidade Intermediária36 de investimento. Deve-se divulgar também, conforme item 40 do CPC 03 (R2): (a) o montante total pago para obtenção do controle ou o montante total recebido na perda do controle; (b) a parcela do montante total de compra paga ou de venda recebida em caixa e em equivalentes de caixa; (c) o montante de caixa e equivalentes de caixa de controladas ou de outros negócios sobre o qual o controle foi obtido ou perdido; e (d) o montante dos ativos e passivos, exceto caixa e equivalentes de caixa, das controladas e de outros negócios sobre o qual o controle foi obtido ou perdido, resumido pelas principais classificações. A entidade de investimento deverá divulgar, conforme exigência do CPC 36 – Demonstrações Consolidadas, em linhas especificas da demonstração, os seguintes itens: os efeitos dos fluxos de caixa resultantes da obtenção ou perda de controle de controladas ou de outros negócios; os montantes dos ativos e passivos adquiridos ou alienados. Desta forma, será possível identificar os fluxos de caixa dos fluxos provenientes de outras atividades. f. As transações que não afetem os Fluxos de Caixa (caixa e equivalentes de caixa) Essas movimentações que não afetem os Fluxos de Caixa devem ser excluídas do demonstrativo, mas divulgadas por meio de nota explicativas, conforme item 44 do CPC 03 (R2). São elas: (a) a aquisição de ativos, quer seja pela assunção direta do passivo respectivo, quer seja por meio de arrendamento financeiro; (b) a aquisição de entidade por meio de emissão de instrumentos patrimoniais; e (c) a conversão de dívida em instrumentos patrimoniais. eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 36eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 36 09/04/2020 17:13:2809/04/2020 17:13:28 Contabilidade Intermediária 37 Parâmetros Gerais do demonstrativo de Fluxos de Caixa A Lei 6.404/76, quando versa sobre a Demonstração dos Fluxos de Caixa, não definiu um modelo fixo que devesse ser seguido por todas as empresas que estivessem obrigadas a apresentá-la. Entretanto, em seu artigo 188, inciso I, estabelece como informações imprescindíveis a serem indicadas quando da sua elaboração as alterações ocorridas, durante o exercício analisado, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, separando essas alterações em três fluxos: 1. das operações; 2. dos financiamentos; 3. e dos investimentos. Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do art. 176 desta Lei indicarão, no mínimo: (Redação dada pela Lei no 11.638, de 2007) I – demonstração dos fluxos de caixa – as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos: (Redação dada pela Lei no 11.638, de 2007) a) das operações; (Redação dada pela Lei no 11.638, de 2007) b) dos financiamentos; e (Redação dada pela Lei no 11.638, de 2007) c) dos investimentos; (Redação dada pela Lei no 11.638, de 2007) eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 37eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 37 09/04/2020 17:13:2809/04/2020 17:13:28 Contabilidade Intermediária38 Quadro 1– Entradas e Saídas dos Fluxos de Caixa Fonte: RIOS & MARION, 2019. Adaptado eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 38eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 38 09/04/2020 17:13:2809/04/2020 17:13:28 Contabilidade Intermediária 39 Quadro 2– Ajustes dos itens dos Fluxos de Caixa *Obs.: Não fazem parte da despesa total, por não afetarem o caixa: Baixa ou doação de valores do ativo (ver item 4 deste Quadro) Resultado da equivalência patrimonial (ver item 4 deste Quadro) Variações monetárias de financiamentos (ver item 5 deste Quadro) 1. RECEBIMENTO DE VENDAS 2. PAGAMENTO DE COMPRAS (empresa mercantil) 3. PAGAMENTO DE DESPESAS 4. COMPRA/VENDA DE VALORES DO ATIVO NÃO CIRCULANTE Faturamento global (demonstração do resultado) (+/–) Variação do débito de clientes (ativo circulante) Custo da receita líquida (demonstração do resultado) (+/–) Variação dos estoques (ativo circulante) (=) Compras (+/–) Variação do crédito de fornecedores (passivo circulante) Despesas totais* (na demonstração do resultado → itens que possam representar saídas de caixa, inclusive imposto de renda e contribuição social) (+) Variação de despesas antecipadas (–) Provisões retificativas do ativo (quando incluídas nas despesas totais) (+/–) Variações de despesas a pagar (passivo circulante → inclusive das provisões para imposto de renda e contribuição social) Variação da conta representativa do valor (ativo não circulante) (+) Valor contábil do bem baixado ou doado (demonstração do resultado) (–) Valor contábil do lucro na venda (demonstração do resultado) (+) Valor contábil do prejuízo na venda (demonstração do resultado) (–) Resultadoda equivalência patrimonial (demonstração do resultado) eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 39eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 39 09/04/2020 17:13:2809/04/2020 17:13:28 Contabilidade Intermediária40 Fonte: RIOS & MARION, 2019. Adaptado. RESUMINDO E então? Gostou do que lhe mostramos? Compreendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente absorveu os conteúdos trabalhados neste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você estudou os conceitos dispostos no CPC 03 (R2) sobre a DFC, aprendeu os conceitos de Caixa e Equivalentes de Caixa, verificou quais os objetivos da DFC, e os benefícios de divulgar essa demonstração. Você verificou como são classificados os elementos do Fluxo de Caixa, qual o tratamento a ser aplicado aos casos especiais. Pudemos ver também, quais são os parâmetros gerais do demonstrativo dos fluxos de caixa. Quanta informação estudamos nesse capítulo, não é mesmo? Prepare-se, pois estamos ainda engatinhando. Mas temos muito mais pela frente! Vamos lá? Vamos ao próximo capítulo, aprender como elaborar um ótimo Fluxo de Caixa, trazendo assim, informações gerenciais importantes para sua empresa? 5. FINANCIAMENTOS (passíveis de correção cambial ou monetária) 6. DEPRECIAÇÃO (em caso de baixa ou doação de bem depreciado) Variação da conta representativa da dívida (passivo exigível) (+) Variação redutora da dívida (receita → demonstração do resultado) (–) Variação aumentativa da dívida (despesa → demonstração do resultado) Variação da conta Depreciação acumulada (ativo imobilizado) (+) Depreciação relativa ao bem doado ou baixado eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 40eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 40 09/04/2020 17:13:2809/04/2020 17:13:28 Contabilidade Intermediária 41 Formas de Apresentação da DFC DFC versus DOAR Antes de vermos os tipos de métodos de apresentação da Demonstração dos Fluxos de Caixa, é necessário fazer uma observação acerca da DOAR - Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos. Esta demonstração era exigida pela Lei Societária até 32/12/2007. Quando a DFC passou a ser obrigatória, a DOAR deixou de ser. Várias empresas publicavam ambas as demonstrações, seja para adequar-se às normas internacionais, ou apenas para complementar a informação. Embora não seja mais obrigatória a apresentação da DOAR, a empresa que deseje minuciar as informações das origens e aplicações de recursos de longo prazo, podem fazê-lo. A DOAR evidencia alterações sofridas no Capital Circulante Líquido (incluindo contas como duplicatas a receber, Ao término deste capítulo você será capaz de diferenciar as diferenças básicas entre a DOAR e a DFC. Vai descobrir as diferenças entre o método direto e o método indireto de apresentação da DFC, as exigências, permissões e proibições na apresentação dos demonstrativos, segundo a legislação brasileira. Será capaz de construir para apresentação, esta importante ferramenta de gestão que estudamos nesta unidade do seu livro! E então? Está pronto para mais este degrau no seu conhecimento? Então vamos lá. Avante! OBJETIVO eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 41eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 41 09/04/2020 17:13:2909/04/2020 17:13:29 Contabilidade Intermediária42 estoques, despesas antecipadas etc.) o que não representa, exatamente liquidez. Por outro lado, com a apresentação fluxo de caixa realizado na DFC, é possível evidenciar que determinada entidade, mesmo apresentando resultados positivos, não possui liquidez para saldar seus compromissos assumidos em curto ou em médio prazo, analisando as alterações sofridas no disponível da sociedade. Dessa forma, podemos dizer que a DOAR evidencia as origens e as aplicações de recursos que alteram o Capital Circulante Líquido, e a DFC evidencia as origens e aplicações de recursos que alteram o Disponível. Métodos de Divulgação da DFC Existem dois métodos para estruturar e apresentar a DFC: direto e indireto. Basicamente os dois métodos diferem apenas em relação à apresentação dos fluxos de caixas relacionados às atividades operacionais, sendo o resultado final idêntico. Nas atividades de investimentos e de financiamentos, as formas de apresentação são efetuadas da mesma forma, tanto no método direto, quanto no método indireto. Fluxos de caixa das atividades operacionais: a. Método Direto: as principais classes de recebimentos brutos e pagamentos brutos são divulgadas, método baseado no regime de caixa, ou seja, considera os pagamentos e recebimentos ocorridos no período, sem se preocupar com os seus reflexos (anteriores ou posteriores). Consiste em apresentar diretamente as entradas e saídas de caixa ou equivalentes de caixa (disponíveis) que sejam derivadas das atividades operacionais. Este método é permitido no Brasil somente se for apresentado juntamente com a conciliação com o Lucro Contábil. b. Método Indireto: também denominado Método da Reconciliação, o lucro líquido ou prejuízo (antes da tributação pela CSLL e pelo IR) é ajustado pelos efeitos das transações eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 42eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 42 09/04/2020 17:13:2909/04/2020 17:13:29 Contabilidade Intermediária 43 que não envolvem caixa (depreciação, provisões, tributos diferidos, ganhos e perdas cambiais não realizados e resultado de equivalência patrimonial); de quaisquer diferimentos ou outras apropriações por competência sobre recebimentos ou pagamentos operacionais passados ou futuros; e de itens de receita ou despesa associados com fluxos de caixa das atividades de investimento ou de financiamento. DFC DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA – Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo – CRC-SP. Acessível pelo link: https://bit.ly/36rRbqi . SAIBA MAIS eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 43eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 43 09/04/2020 17:13:2909/04/2020 17:13:29 Contabilidade Intermediária44 Modelo de Fluxo de Caixa – método direto Tabela 3 – Cia Vem Que Tem – DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA PELO MÉTODO DIRETO – Exercício Findo em: Descrição 2018 2017 1. Fluxos de caixa das atividades operacionais Valores recebidos de clientes Valores pagos a fornecedores e empregados Imposto de renda e contribuição social pagos Pagamentos de contingências Recebimentos por reembolso de seguros Recebimentos de lucros e dividendos de subsidiárias Outros recebimentos (pagamentos) líquidos (=) Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades operacionais 2. Fluxos de caixa das atividades de investimento (-) Compras de Investimentos (-) Compras do Imobilizado (-) Compras do Intangível (+) Recebimentos por vendas de Investimentos (+) Recebimentos por vendas do Imobilizado (+) Recebimento por vendas do Intangível (+) Recebimento de dividendos (=) Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades de investimento 3. Fluxos de caixa das atividades de financiamento (+) Integralização de capital (+) Empréstimos tomados (-) Pagamento de dividendos eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 44eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 44 09/04/2020 17:13:2909/04/2020 17:13:29 Contabilidade Intermediária 45 Fonte: Ribeiro, 2018 – Adaptado. Como vimos, segundo a alínea “a” do item 18 da NBC TG 03, a apresentação da DFC pelo método direto, no que tangem as atividades operacionais, será efetuada pelas principais classes de pagamentos e recebimentos brutos. Caso a empresa opte por divulgar seus dados pelo método direto, deverá apresentar tambémuma conciliação entre o lucro líquido e o fluxo de caixa líquido das atividades operacionais, contendo uma relação dos itens a serem conciliados, separadamente por categoria. (Item 20A da NBC TG 03) (-) Pagamento de Empréstimos (-) Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades de financiamento 4. Aumento (redução) nas disponibilidades (1+/-2+/-3) 5. Disponibilidades no início do período 6. Disponibilidades no final do período (4 +/- 5) eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 45eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 45 09/04/2020 17:13:2909/04/2020 17:13:29 Contabilidade Intermediária46 Modelo de Fluxo de Caixa – método indireto Tabela 4: Cia Vem Que Tem – DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA PELO MÉTODO INDIRETO | Fonte: Ribeiro, 2018 – Adaptado. – Exercício Findo em: Descrição 2018 2017 1. Fluxos de caixa das atividades operacionais Valores recebidos de clientes Valores pagos a fornecedores e empregados Imposto de renda e contribuição social pagos Pagamentos de contingências Recebimentos por reembolso de seguros Recebimentos de lucros e dividendos de subsidiárias Outros recebimentos (pagamentos) líquidos (=) Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades operacionais 2. Fluxos de caixa das atividades de investimento (-) Compras de Investimentos (-) Compras do Imobilizado (-) Compras do Intangível (+) Recebimentos por vendas de Investimentos (+) Recebimentos por vendas do Imobilizado (+) Recebimento por vendas do Intangível (+) Recebimento de dividendos (=) Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades de investimento 3. Fluxos de caixa das atividades de financiamento (+) Integralização de capital (+) Empréstimos tomados (-) Pagamento de dividendos eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 46eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 46 09/04/2020 17:13:2909/04/2020 17:13:29 Contabilidade Intermediária 47 Exemplo Prático Vamos praticar, através de um exemplo? A Cia Vem Que Tem realizou suas atividades durante dois períodos. Nossa missão é apresentar a Demonstração dos Fluxos de Caixa desses períodos, com os respectivos reflexos. Exemplo Período 2017 Fato 1:06/03/2017 Constituição da empresa para explorar o ramo de comércio de mesas de madeira, com capital de $ 150.000 integralizado em dinheiro. Fato 2:17/04/2017 Empréstimo tomado do banco Sicredi, a importância de $ 50.000. Fato 3:24/05/2017, compra de móveis para uso, no valor de $ 160.000, tendo pago em dinheiro. Veja como ficará a DFC da empresa de Ronaldo, considerando somente esses três fatos: Demonstração dos fluxos de caixa Período ano 2017 1. Fluxos de caixa das atividades operacionais 2. Fluxos de caixa das atividades de investimento (-) Compras do Imobilizado (160.000) (=) Disponibilidades líquidas aplicadas nas atividades de (160.000) 3. Fluxos de caixa das atividades de financiamento (+) Integralização de capital 150.000 (+) Empréstimos tomados 50.000 (=) Disponibilidades líquidas geradas pelas atividades de financiamento 200.000 4. Aumento (redução) nas disponibilidades (2 - 3) 40.000 eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 47eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 47 09/04/2020 17:13:2909/04/2020 17:13:29 Contabilidade Intermediária48 Período 2018 Fato 4:01/10/2018 compra à vista de um lote de mercadorias no valor de $ 40.000 Fato 5:10/10/2018 pagamento de despesas de aluguel, em dinheiro, no valor de $ 6.000. Fato 6:12/10/2018 venda todo o lote de mercadorias, à vista, por $ 59.000. Fato 7: 15/10/2018 pagamento de parcela do financiamento no valor de $ 6.000, com juros de $ 750. Fato 8:em 20 de dezembro, vendeu parte dos Móveis e Utensílios por $ 15.000, cujo custo de aquisição foi igual a 14.000. Antes de preparar o novo período na DFC, precisamos elaborar a Demonstração do Resultado do Exercício do período. Veja: 5. Disponibilidades no início do período 0 6. Disponibilidades no final do período (4 + 5) 40.000 Demonstração do resultado do exercício Período ano 2018 Receita Bruta de Vendas de Mercadorias 59.000 (-) Custo das mercadorias vendida (40.000) (-) Lucro Bruto 19.000 (-) Despesas de aluguel (6.000) (-) Despesas de Juros (750) (=) Lucro Operacional 12.250 (+) Outras receitas 1.000 (=) Resultado antes dos Tributos sobre o Lucro 13.250 eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 48eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 48 09/04/2020 17:13:2909/04/2020 17:13:29 Contabilidade Intermediária 49 Agora, vamos montar a DFC do segundo período: Fonte: Ribeiro, 2018 – Adaptado. Demonstração dos fluxos de caixa método indireto Período ano 2018 1. Fluxos de caixa das atividades operacionais Resultado do exercício do período 13.250 Ajustes para conciliar o resultado às disponibilidades geradas pelas atividades operacionais (-) Resultado na venda de Ativos Não Circulantes (1.000) (=) Disponibilidades líquidas geradas pelas atividades operacionais 12.250 3. Fluxos de caixa das atividades de financiamento (-) Pagamento de Empréstimos (6.000) (=) Disponibilidades líquidas aplicadas nas atividades de financiamento (6.000) 4. Aumento nas disponibilidades (1 + 2 + 3) 21.250 5. Disponibilidades no início do período 40.000 6. Disponibilidades no final do período (4 + 5) 61.250 eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 49eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 49 09/04/2020 17:13:2909/04/2020 17:13:29 Contabilidade Intermediária50 RESUMINDO E então? Está satisfeito com o que pôde estudar? Espero que tenha conseguido aprender tudo o que foi tratado neste capítulo? Agora, só para termos certeza de que você realmente absorveu os conteúdos trabalhados neste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você estudou as formas de apresentação da Demonstração dos Fluxos de Caixa, segundo o CPC 03, aprendeu a diferenças básica entre a DFC e a DOAR (hoje não mais obrigatória), verificou cada um dos métodos da DFC (método direto e método indireto, observando quais as diferenças básicas entre eles, e finalmente, você pode ver na prática como funciona a DFC, dentro do nosso exemplo prático. Realmente tivemos muita informação, mas na contabilidade é assim mesmo! Temos que estar sempre atentos, nunca parar, pois sempre temos coisas novas, e quem dorme no ponto perde o ônibus. Prepare-se, pois na próxima unidade, temos muito mais para estudar! Entendeu tudo? Comente lá no fórum as suas dúvidas! Chegamos ao fim desta unidade espero que você tenha gostado! eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 50eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 50 09/04/2020 17:13:2909/04/2020 17:13:29 Contabilidade Intermediária 51 UNIDADE 02 eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 51eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 51 09/04/2020 17:13:2909/04/2020 17:13:29 Contabilidade Intermediária52 Você sabia que na apresentação das Demonstrações Contábeis, a empresa demonstra a situação real em que se encontra, e pode esclarecer todos os pontos importantes acerca de seu patrimônio e sua capacidade financeira. A função primordial das demonstrações divulgadas é informar aos usuários da contabilidade (interessados na saúde financeira da entidade) um retrato fidedigno da condição e composição de seus ativos e passivos, para que tomem decisões embasadas nesses relatórios. Cada uma das demonstrações traz uma finalidade. Por este motivo, precisamos conhecer todas elas, e a partir disso, melhor utiliza-las. Na unidade 1 você pôde conhecer um pouco mais sobre a Demonstração de Fluxos de Caixa e asua grande utilidade de curto e médio prazo. Nesta unidade vamos conhecer a DVA – Demonstração do Valor Adicionado. Estamos em uma era globalizada e ouvimos muito falar sobre questões sociais, balanço social, sustentabilidade, governança corporativa, capital intelectual, balance score card, responsabilidade social. O cliente consumidor exige uma postura das organizações que de fato agregue ambiente ao que ela está inserida. Afinal, o lado social que a empresa representa, é muito importante para o desenvolvimento das comunidades circunvizinhas, pois gera empregos diretos e indiretos, traz incentivos e benefícios estruturais para a região que vai abranger. O grande mestre Iudícibus (2010, p. 9) nos ensina sobre a abordagem social que a contabilidade possui “é uma abordagem do tipo ‘bem- estar social’ no sentido de que os procedimentos contábeis e os relatórios emanados da Contabilidade deveriam atender a finalidades sociais mais amplas, inclusive relatar adequadamente ao público informações sobre a amplitude e a utilização dos poderes das grandes companhias”, de modo que a contabilidade deve ser capaz de ampliar a evidenciação contábil, incluindo informações como: nível de emprego (diretos e indiretos), INTRODUÇÃO eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 52eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 52 09/04/2020 17:13:2909/04/2020 17:13:29 Contabilidade Intermediária 53 treinamentos aplicados, benefícios à sociedade e demonstração de valor adicionado. Nesse cenário surge a figura da DVA - DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO, para apresentar todas estas informações. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 53eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 53 09/04/2020 17:13:2909/04/2020 17:13:29 Contabilidade Intermediária54 eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 54eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 54 09/04/2020 17:13:2909/04/2020 17:13:29 Contabilidade Intermediária 55 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: OBJETIVOS 1 Conhecer o CPC 09 - Demonstração do Valor Adicionado (DVA); 2 Aprender sobre o Conceito, Objetivos, Alcance e Forma de apresentação da DVA; 3 Identificar a importância da elaboração da DVA, com a evidência das riquezas criadas, distribuídas e sua representação gráfica; 4 Executar os procedimentos de composição da DVA e do Balanço Social, conforme as definições e características das informações desses demonstrativos. Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 55eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 55 09/04/2020 17:13:2909/04/2020 17:13:29 Contabilidade Intermediária56 Conhecendo o CPC 09 – Demonstração do Valor Adicionado (DVA) Ao término deste capítulo você será capaz de entender como funciona a Demonstração do Valor Adicionado – DVA segundo o Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC 09, seu alcance, conceitos e objetivos. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão. As companhias de Capital Aberto, e as que a Lei exigem (item 3 da NBC TG 09, aprovada pela Resolução CFC n.º 1.138/08 e alterada pela Resolução CFC n.º 1.162/09) são obrigadas a apresentar, entre outras demonstrações, a DVA, e sem a devida instrução para a sua confecção, podem sofrer sanções de ordem prática, nas relações da empresa com instituições financeiras ou em processos de licitações, quando da apresentação de dados equivocados, incompletos, ou a não apresentação. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! OBJETIVO Conceito e Objetivo A DVA é um demonstrativo criado para evidenciar o valor da riqueza agregada ao produto por uma determinada empresa, e também evidencia como esse valor agregado foi distribuído. Esse demonstrativo surgiu na Europa (Inglaterra, França e Alemanha), atualmente está em muitos países, devido a recomendação da ONU – Organização das Nações Unidas, por justamente tratar de questões sociais. Em países emergentes, como o Brasil, quando uma empresa multinacional deseja instalar-se no país, é imprescindível saber quanto essa empresa irá agregar à economia local onde será instalada, e quanto eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 56eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 56 09/04/2020 17:13:2909/04/2020 17:13:29 Contabilidade Intermediária 57 de riqueza será agregado pelos fatores de produção que vão impactar diretamente na formação do Produto Interno Bruto (PIB). A riqueza total de um país é representada pela soma de todos os valores agregados por pessoas físicas, jurídicas com fins lucrativos, associações, fundações, entidades sem fins lucrativos, governo e outros agentes econômicos. Em 1992 Comissão de Valores Mobiliários (CVM) emitiu um Parecer de Orientação CVM n. 24/92 incentivando a elaboração da DVA, fazendo com que as principais sociedades anônimas de capital aberto brasileiras elaborassem e divulgassem o demonstrativo. Em 2008, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) emitiu o Pronunciamento Técnico CPC 09, que trata da Demonstração do Valor Adicionado (DVA), tornou a demonstração obrigatória para as companhias de capital aberto brasileiras, em confluência com a Lei 11.638 de 2007. O pronunciamento foi avalizado pelas Resoluções CFC nº 1.138/2008 e 1.162/09 – NBC TG 09 – e pela Deliberação CVM nº 557/2008, que recomendam a utilização da DVA por todas as empresas que divulguem demonstrações contábeis. Podemos dizer que esse demonstrativo tem como objetivos básicos: informar o valor da riqueza criada e o valor e a natureza dos custos agregados pela empresa ao valor dos insumos adquiridos; informar a quem foi destinada essa riqueza criada (ou agregada) – empregados, investidores, governo, financiadores etc. IMPORTANTE O valor adicionado que deve constar na DVA é a diferença entre o valor da receita de vendas e os custos referentes aos recursos que foram adquiridos de terceiros. eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 57eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 57 09/04/2020 17:13:2909/04/2020 17:13:29 Contabilidade Intermediária58 Figura 1: Por que é necessário elaborar a DVA? Fonte: VICECONTI & NEVES, 2018. Adaptado. A apresentação da DVA evidenciando as riquezas e seu comportamento é uma ferramenta muito importante para usuários internos (gestores, empregados, auditores internos, etc.) e externos (administradores, fornecedores, clientes, acionistas, etc.), já que demonstra informações além das obtidas através das demonstrações financeiras tradicionais. Por este motivo, cresce a utilização da DVA em muitos países. Na DVA é demonstrado claramente o valor que pertence aos sócios e acionistas (capital próprio) e os demais capitais que financiam a empresa (capital de terceiros), a parte do governo e a parte dos empregados. Para o proprietário da empresa, o capital de terceiros (investidores, governo e empregados) quando esses valores são distribuídos a cada um deles, representam redução do lucro, e automaticamente também reduzem o valor das parcelas dos sócios proprietários. Por este motivo, a parte do capital de terceiros, na DVA é considerado como despesas ou custos. OBSERVAÇÃO + eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 58eBook Completo para Impressao - Contabilidade Intermediaria - Aberto.indd 58 09/04/2020 17:13:2909/04/2020 17:13:29 Contabilidade
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