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APOSTILA-COMPLETA-METODOLOGIA-DO-ENSINO-DE-GEOGRAFIA

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Prévia do material em texto

METODOLOGIA DO ENSINO 
DE GEOGRAFIA 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Prezado aluno, 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da 
sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se 
levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que 
seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a 
pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a 
mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao 
protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe 
convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e 
prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
METODOLOGIA 
DO ENSINO DE 
GEOGRAFIA 
 
 
 
 
 
Jhonatan dos Santos Dantas 
Geografia e 
características naturais 
 
 
Objetivos de aprendizagem 
 
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: 
 
◼ Caracterizar a astronomia e a geologia. 
 
◼ Analisar características da climatologia e da geomorfologia. 
 
◼ Nomear aspectos dos recursos hídricos e do relevo. 
 
 
Introdução 
 
A ciência geográfica interpreta o espaço associando os diversos fenôme-
nos e agentes que interferem na sua configuração. Para isso, a utilização 
dos estudos da natureza é fundamental, pois o espaço é formado por uma 
série de elementos naturais que interagem constantemente. Assim, 
é necessário que a interpretação do espaço geográfico englobe 
os múl-tiplos fenômenos da natureza e relacione-os para 
compreender as suas diversas conformações e características. 
Neste capítulo, você vai aprender a caracterizar a astronomia e a 
geologia enquanto áreas da ciência importantes para a interpretação 
geográfica. Você também vai ver como a climatologia e a geomorfologia 
são importantes para a compreensão do relevo terrestre, bem como 
estudar os diversos tipos de clima e os conteúdos principais relaciona-dos 
a esses temas. Além disso, você vai conhecer os tipos de relevo e os 
diversos aspectos dos recursos hídricos. Dessa forma, você vai estar apto 
a realizar uma análise integrada das características naturais e da sua 
relação com a geografia. 
2 Geografia e características naturais 
 
A astronomia e a geografia 
 
Na Antiguidade, a geografia era fundamental para os viajantes, reis e 
impera-dores que tinham interesse em explorar o planeta. Desvendar os 
segredos da Terra e da natureza também foi tarefa de grandes cientistas e 
filósofos desde a Antiguidade. Estudiosos como Eratóstenes e Ptolomeu, por 
exemplo, tinham essa preocupação. 
Apesar dos estudos de Ptolomeu, Estrabão, Eratóstenes e outros que apre-
sentaram teorias opostas ao geocentrismo (a Terra como centro do universo), o 
pensamento geocêntrico perdurou por muito tempo. Além disso, a noção de que 
a Terra seria plana teve força durante a Idade Antiga e a Idade Média. Foi 
apenas com as grandes navegações que a ideia de globo terrestre começou a ser 
aceita e a se difundir entre a população (ANDRADE, 1987). 
 
O período das grandes navegações foi fundamental para o desenvolvimento 
da cartografia e de técnicas que permitiram um novo mapeamento do planeta. 
Junto a isso, as noções heliocêntricas começaram ser discutidas, rompendo com 
o paradigma religioso e dogmático predominante até a época segundo o qual a 
Terra constituía o centro do universo. 
Nicolau Copérnico e Galileu Galilei foram cientistas que marcaram a 
histó-ria afirmando a configuração heliocêntrica do universo. Essa teoria 
enfrentou forte resistência na época, principalmente pela cultura dogmática e 
religiosa que predominava. Os amplos estudos que foram desenvolvidos 
após o século XVII, principalmente sobre astronomia, física e química, é 
que permitiram o rompimento de diversos paradigmas e uma compreensão 
profunda sobre a dinâmica da natureza e sobre as leis gerais do universo. 
A astronomia é um campo da ciência que estuda os corpos celestes e os 
diversos fenômenos que ocorrem fora da Terra. Portanto, a sua importância 
para a geografia é notória, visto que todo o conhecimento relacionado às 
orientações cartográficas, às coordenadas geográficas e à estrutura terrestre 
foi influenciado pelos estudos dessa disciplina (CAVALCANTE, 2012). Por 
isso, é importante você conhecer alguns conceitos básicos que mostram a 
relevância da astronomia para a compreensão da dinâmica da natureza e para 
a formação do espaço terrestre. Em primeiro lugar, você deve entender a 
posição da Terra na Via Láctea (nome da galáxia na qual o planeta se 
encontra). Posteriormente, deve conhecer os movimentos da Terra e os seus 
satélites naturais. 
Geografia e características naturais 3 
 
 
 
A Terra é o terceiro planeta no Sistema Solar (Figura 1) e o único com 
condições propícias para o desenvolvimento da vida animal e vegetal. A sua 
posição permite um clima equilibrado para o desenvolvimento de diversos 
ecossistemas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1. O sistema solar. 
 
Fonte: Adaptada de Christos Georghiou/Shutterstock.com. 
 
 
 
Além da posição da Terra no sistema solar, o movimento que o planeta 
faz também garante o equilíbrio térmico necessário para a sobrevivência de 
espécies de plantas e animais. O movimento de rotação é aquele em que a 
Terra gira em torno do seu próprio eixo. Esse movimento, que dura 24 
horas, é responsável pelos dias e noites e pela ilusão do movimento do Sol. 
Já o movimento de translação (Figura 2) é aquele em que a Terra gira em 
torno do Sol. Esse movimento dura 365 dias e 6 horas. Devido à sobra de 
horas, a cada 4 anos o calendário passa a vigorar por 366 dias — é o 
chamado ano bissexto. O movimento de translação é importante para a 
definição das estações do ano. 
É importante você notar que, devido à inclinação do planeta e ao movi-
mento de translação, as estações do ano nos Hemisférios Norte e Sul são 
opostas: quando é verão no Hemisfério Norte, é inverno no Hemisfério Sul e 
vice-versa. 
4 Geografia e características naturais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2. Movimento de translação. 
 
Fonte: Adaptada de Freitas (2019). 
 
 
 
 
 
 
 
 
O solstício é caracterizado pela máxima incidência de raios solares em 
um hemis-fério. Consequentemente, no hemisfério oposto haverá o menor 
tempo da taxa de incidência de raios solares. No dia 21 de dezembro, 
ocorre o solstício de verão no Hemisfério Sul e o de inverno no Hemisfério 
Norte. No dia 21 de junho, ocorre o contrário. Por sua vez, o equinócio é 
caracterizado pela distribuição igualitária de raios solares em ambos os 
hemisférios. Os equinócios ocorrem em 23 de setembro e 21 de março. 
 
 
Outra questão importante nos estudos da astronomia se refere aos 
satélites naturais. A Lua, satélite natural da Terra, por exemplo, exerce 
ampla influência nas marés dos oceanos. Vale lembrar que existem as marés 
cheias e vazias graças à força gravitacional que a Lua exerce sobre as águas, 
atuando como uma espécie de ímã que provoca agitação nos mares de 
acordo com a fase lunar (Figura 3) e o horário do dia. 
Geografia e características naturais 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3. Fases da Lua. 
 
Fonte: Gouveia (2019c). 
 
 
 
A relação existente entre os astros também é importante para você com-
preender diversos fenômenos naturais, entre eles os eclipses. O eclipse lunar 
(Figura 4) ocorre quando a Terra está alinhada com a Lua e com o Sol, 
impe-dindo que os raios solares iluminem a Lua.Figura 4. Eclipse lunar. 
 
Fonte: Gouveia (2019a). 
6 Geografia e características naturais 
 
 
Já o eclipse solar (Figura 5) ocorre quando o alinhamento entre a Terra, a 
Lua e o Sol acontece de modo que a Lua impede que os raios solares ilumi-
nem a Terra por algumas horas. Esses eclipses podem ser totais ou parciais, 
dependendo do alinhamento entre os astros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5. Eclipse solar. 
 
Fonte: Gouveia (2019b). 
 
 
 
 
 
 
 
Você sabia que os eclipses foram fundamentais para o desenvolvimento da teoria 
geral da relatividade de Albert Einstein? Graças aos eclipses e às fotos desses 
eventos feitas pelos astrônomos, foi possível comprovar a teoria geral, hoje 
amplamente estudada pelos físicos. Esse conceito foi fundamental para revolucionar 
a teoria da gravidade e desenvolver as ideias sobre a curvatura do espaço. 
 
 
 
Os estudos da astronomia, nesse sentido, são fundamentais para a 
compre-ensão de alguns temas da geografia. É o caso dos fusos horários, 
que existem graças ao movimento de rotação, fazendo com que o Sol 
apareça no sentido leste-oeste — nesse caso, os 24 fusos horários definidos 
fazem com que haja uma diferença de um dia entre o fuso +12 e o fuso –12. 
Aspectos como orientação espacial, pontos cardeais e colaterais também 
sofrem influência direta dos eventos que ocorrem fora da Terra. É comum, 
Geografia e características naturais 7 
 
 
 
em sala de aula, ensinar pontos cardeais apontando o braço direito para o 
leste (nascer do sol) e então definindo a orientação dos demais pontos. Ou 
seja, a utilização da astronomia na geografia escolar também é importante, 
inclusive para o aluno relacionar conhecimentos e temas e aprender de 
maneira mais dinâmica vários assuntos, como orientação, coordenadas, entre 
outros. 
Outra questão importante é referente às zonas climáticas da Terra — a 
compreensão do formato da Terra, atrelada aos estudos da incidência da 
radiação solar, permite explicar a existência de zonas térmicas no planeta 
(Figura 6). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6. Zonas térmicas da Terra. 
 
Fonte: Polon (2018). 
 
 
 
Como você pode ver na Figura 6, a porção equatorial do planeta recebe 
maior incidência de radiação solar, o que permite o maior aquecimento 
dessa área em relação às zonas polares. Assim, devido ao formato do planeta 
e à inclinação existente, a distribuição de calor ocorre irregularmente, sendo 
que as áreas centrais (intertropicais) são as áreas mais aquecidas do globo 
(CONTI; FURLAN, 2005). Além disso, o relação das zonas climáticas com 
as estações do ano reforça a importância da astronomia para os estudos 
geográficos. 
Durante o século XX, a descoberta de vários elementos químicos e o 
aperfeiçoamento de leis gerais do universo, como as teorias em torno da 
relatividade, da gravidade, entre outras, permitiram expandir a ciência de 
8 Geografia e características naturais 
 
 
modo significativo. Isso contribuiu para o desenvolvimento dos estudos 
acerca da estrutura terrestre, da sua composição química e da origem das 
rochas e materiais geológicos. 
Os estudos cosmológicos sobre a origem do universo e a relação entre 
esses temas e a formação do planeta Terra também contribuíram signifi-
cativamente para os estudos geológicos e geomorfológicos, como você vai 
ver adiante. 
 
 
A geologia e a geomorfologia 
 
A geologia é o campo científico responsável por estudar a formação da 
crosta terrestre, bem como os materiais que compõem a estrutura da Terra. 
Já a geomorfologia é o campo da ciência que estuda as formas da superfície 
ter-restre, bem como o seu processo de formação e transformação, 
identificando fenômenos e causas que originam e transformam os diversos 
tipos de relevo (ROSS, 2005). Nas Figuras 7 e 8, você pode observar como 
se constitui a estrutura terrestre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7. Estrutura terrestre. 
 
Fonte: Gandini ([2019]). 
Geografia e características naturais 9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8. Camadas do interior da Terra. 
 
Fonte: Camadas... (2014). 
 
 
Como você pode perceber, a crosta terrestre corresponde à camada 
externa da litosfera, sendo menos espessa que as outras camadas da Terra. 
Essa com-preensão é relevante para o entendimento da teoria da deriva 
continental, da formação do relevo terrestre e dos vários processos que 
envolvem atividades sísmicas, como vulcanismo e tectonismo (LOBLER; 
SIMÕES, 2016). A seguir, você pode conhecer melhor esses elementos. 
 
◼ Deriva continental: é uma teoria proposta por Alfred Wegener no 
início do século XX que afirma que os continentes eram unificados e, 
no decorrer de milhões de anos, houve um processo de separação 
devido ao movimento continental que ocorre lentamente. 
 
◼ Vulcanismo: é um fenômeno que envolve materiais advindos do interior da 
Terra, que se movimentam e podem entrar em contato com a superfície 
terrestre. O vulcanismo está atrelado à movimentação de lavas presente no 
interior do planeta, concentradas na região do manto terrestre, e é responsável 
pela formação do relevo ao solidificar-se na superfície. 
 
◼ Tectonismo: é o processo de movimento das placas tectônicas. A 
movi-mentação ocorre devido às pressões existentes no interior da 
Terra, que causam o deslocamento de enormes placas continentais. 
Esse processo pode ser responsável por uma série de atividades 
sísmicas e causa, no longo prazo, a modificação do relevo terrestre. 
10 Geografia e características naturais 
 
 
Para compreender como ocorreu a formação da estrutura terrestre, você 
precisa conhecer os agentes que atuam na formação e na alteração da super-
fície do planeta. Esses agentes podem ser endógenos ou exógenos. Os 
agentes endógenos agem no interior da Terra e causam a formação de 
relevo, rochas e minerais. Já os agentes exógenos provocam a modelagem da 
superfície de diversas formas (LOBLER; SIMÕES, 2016). 
 
Os agentes formadores do relevo 
 
O relevo é formado por agentes internos e agentes externos. Compreender o 
papel desses agentes é fundamental para entender a dinâmica geomorfológica da 
Terra. Entre os agentes internos, há o vulcanismo e o tectonismo. 
O vulcanismo (Figura 9) é o processo de erupção do material magmático 
que chega à superfície. Ele age diretamente na formação do relevo e das 
rochas. O resfriamento das lavas vulcânicas forma as rochas ígneas, 
denominadas também rochas magmáticas. Essa formação dá origem aos 
escudos cristalinos, grandes áreas formadas por rochas cristalinas 
(LOBLER; SIMÕES, 2016; CHRISTOPHER; BIRKELAND, 2017). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 9. Vulcanismo. 
 
Fonte: Adaptada de Estrutura... (2013). 
Geografia e características naturais 11 
 
 
 
Na Figura 9, você pode observar que a atividade vulcânica encontra em 
pontos específicos uma “válvula de escape” — nesses locais, ocorrem as 
erupções vulcânicas ou o derramamento de lavas. O processo de vulcanismo 
também influencia diretamente a formação de ilhas vulcânicas. Um exemplo 
de ilhas vulcânicas é o estado do Havaí, pertencente aos Estados Unidos, um 
arquipélago de ilhas localizado no Oceano Pacífico e originado pela 
atividade vulcânica constante na região. 
Outro processo que age constantemente na formação do relevo terrestre 
é o tectonismo (Figura 10). Assim, a movimentação de placas tectônicas 
causa um grande processo de transformação no formato da superfície 
(ROSS, 2005). O movimento das placas tectônicas dá origem às grandes 
cordilheiras e falhas geológicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 10. Placas tectônicas. 
 
Fonte: Adaptada de Peter Hermes Furian/Shutterstock.com. 
 
 
 
Elevados planaltos também foram formados em tempos mais antigos pelos 
processos de vulcanismo e tectonismo. Hoje, são áreas que não sofrem mais 
interferência dos agentes internos.Esses agentes atuam por meio da força 
advinda do interior da Terra, que pressiona a superfície (crosta da Terra), 
provocando vários deslocamentos e remodelagens. Os agentes externos também 
exercem ampla influência na modelagem e na configuração geomorfológica da 
superfície, sendo responsáveis pela formação das bacias e rochas sedimentares. 
12 Geografia e características naturais 
 
 
Entre os agentes externos, você pode considerar o intemperismo e a erosão 
(CHRISTOPHER; BIRKELAND, 2017). 
O intemperismo é entendido como todo desgaste, desintegração ou de-
composição provocada nas rochas e solos pelos agentes intempéricos. 
Assim, há diversas formas de intemperismo. O processo de intemperismo 
pode ser: físico, químico ou biológico (ROSS, 2005). Veja a seguir. 
 
◼ Intemperismo físico: é o processo de desgaste e desagregação das 
rochas que ocorre pela força mecânica, ou seja, pelo contato físico. O 
principal fator que causa o intemperismo físico é a ação constante dos 
ventos, da água e da temperatura na rocha. 
 
◼ Intemperismo biológico: é provocado pelas plantas e animais. Esses 
agentes acabam causando o desgaste e a desagregação das rochas por 
meio de seu contato direto. 
 
◼ Intemperismo químico: é provocado em grande parte pela ação cons-
tante da água. A ação da água provoca a desagregação dos materiais que 
compõem a rocha, podendo diluir os minerais que a formam. 
 
O processo de intemperismo causa uma alteração enorme na paisagem, 
pois promove a remodelagem da superfície terrestre. Esse processo de des-
gaste pode formar as rochas sedimentares, que são constituídas a partir do 
desgaste de outras rochas. As partículas, misturadas e compactas por um 
longo período de tempo, formam as bacias sedimentares, áreas nas quais se 
encontra uma formação rochosa sedimentar, geralmente um tipo de rocha 
mais frágil que dá origem a um solo mais arenoso, com maiores propensões 
à erosão (ROSS, 2005). 
Outro agente externo que age na modelagem da superfície é a erosão. A 
erosão do solo é um processo de retirada do solo que ocorre por meio do 
transporte de sedimentos provocado pela ação das águas da chuva, dos rios, dos 
mares, etc. A erosão do solo pode provocar inúmeros danos ambientais em áreas 
rurais e urbanas (ROSS, 2005). Ela pode causar deslizamento de terras em áreas 
urbanas, pode provocar a perda de áreas agricultáveis, danificar canais fluviais e 
intensificar os processos de assoreamento. As erosões mais graves são 
denominadas voçorocas. Essas erosões chegam a uma profundidade tão grande 
que podem atingir os lençóis freáticos, sendo um processo quase irreversível. 
 
Sem dúvida, a erosão e o intemperismo são agentes poderosos na 
remode-lagem e na configuração do relevo terrestre. Essa superfície, porém, 
adquire diferentes formas, podendo ser classificada de acordo com o seu 
formato (ROSS, 2005). 
Geografia e características naturais 13 
 
 
 
Os diferentes relevos e os recursos hídricos da Terra 
 
A superfície da Terra adquire diferentes formatos devido aos vários processos 
que ocorrem na configuração e na formatação do relevo. Esses diferentes 
formatos recebem denominações variadas, como você pode ver a seguir. 
 
◼ Montanha: forma de relevo que apresenta elevadas altitudes e 
terrenos bastante irregulares. O conjunto de montanhas forma 
cordilheiras. O ponto mais elevado do planeta é o pico Everest, 
localizado na cordilheira do Himalaia, com 8.848 metros de altitude. 
 
◼ Serra: forma de relevo que apresenta altitudes elevadas, porém 
inferio-res às das montanhas. Algumas serras constituíram grandes 
montanhas em tempos passados e sofreram um rebaixamento devido 
aos agentes externos. A altitude ultrapassa 1.000 metros. 
 
◼ Planalto: forma de relevo com altitudes médias que variam de 200 a 
aproximadamente 1.000 metros. Apesar dos desníveis desse tipo de 
relevo, ele é propenso à ocupação e ao desenvolvimento de atividades 
humanas. Esse perfil de relevo é favorável à existência de rios enca-
choeirados, o que viabiliza, em alguns terrenos, a construção de 
usinas hidrelétricas. 
 
◼ Planície: forma de relevo que apresenta terrenos baixos, além de 
apre-sentar uniformidade e poucos desníveis. As planícies geralmente 
são bastante exploradas para o desenvolvimento de atividades 
agrícolas e também para a ocupação e a construção de cidades. Esses 
terrenos podem ser propensos a inundações. Geralmente, os rios de 
planícies são navegáveis, o que permite o deslocamento de pessoas e 
mercadorias por vias fluviais. 
 
◼ Depressão: forma de relevo em que os terrenos apresentam uma va-
riação altimétrica negativa em relação aos terrenos do entorno. Ou 
seja, as depressões são caracterizadas pela queda brusca de altitude 
em determinados pontos. Algumas depressões podem chegar a uma 
altitude negativa em relação ao nível do mar. 
 
◼ Escarpa: forma de relevo na qual ocorre uma ampliação brusca de 
altitude de determinada superfície e um desnível significativo entre 
dois pontos. As escarpas geralmente são associadas a penhascos. 
Grande parte dos cânions apresentam escarpas na forma do relevo. 
 
As formas variadas do relevo são influenciadas diretamente por fatores da 
natureza, como a dinâmica climática, a interação entre os diversos biomas, a 
14 Geografia e características naturais 
 
 
hidrografia, entre outros (NASCIMENTO; SAMPAIO, 2004). A hidrografia 
e as águas que compõem a superfície causam uma modificação enorme no 
formato do relevo terrestre. Por conseguinte, o relevo, atrelado ao tipo de 
clima, determina a distribuição dos recursos hídricos pelo planeta. 
Um exemplo disso é a formação de bacias hidrográficas. As bacias hidro-
gráficas são delimitadas pelo relevo ou divisor de águas. Ou seja, toda água 
drenada dentro daquela área delimitada pelo divisor constitui uma bacia hi-
drográfica (Figura 11). Toda bacia hidrográfica é formada por um rio 
principal e um conjunto de afluentes. Quanto mais afluentes houver e quanto 
maior for a área de drenagem, maior será a bacia hidrográfica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11. Bacia hidrográfica. 
 
Fonte: Adaptada de Bacias... (2015). 
 
 
Os rios nascem na parte elevada dos relevos e deságuam (foz do rio) nas 
áreas baixas. Os rios de relevos íngremes (como planaltos, montanhas e serras) 
podem apresentar cachoeiras, e a velocidade da água no leito é maior. Já rios de 
planície geralmente são lentos, os canais fluviais são mais largos e as planícies 
de inundação são áreas extensas (LOBLER; SIMÕES, 2016). 
Rios de planície também são favoráveis para o transporte e para a pesca. 
Já os rios de relevo elevado e íngreme são propensos à construção de usinas 
hidrelétricas. Os rios que apresentam rápida vazão em seu leito 
Geografia e características naturais 15 
 
 
 
também podem acentuar os processos erosivos devido à retirada do solo nas 
margens. 
Os rios podem ser perenes, intermitentes ou efêmeros. Os perenes são rios 
com fluxo de água constante. Já os intermitentes são rios que secam durante um 
período do ano, geralmente o período de secas. Por sua vez, os rios efêmeros são 
constituídos apenas pelo canal fluvial, de modo que só ocorre fluxo de água no 
momento das chuvas torrenciais; caso contrário, o rio permanece seco. 
 
Mas os recursos hídricos não estão apenas nos rios. Os lençóis freáticos, 
aquíferos e lagos também representam formas de acúmulo desses recursos. 
Os lençóis freáticos e aquíferos são áreas em que a retenção da água 
encontra--se no subsolo. Já nos lagos e lagoas, as águas encontram-se na 
superfície, mas não há um canal de escoamento, de modo que se constituem 
pequenas depressões. As áreas ao redor acabam drenando as águas para 
esses corpos de água fechados existentes na superfície. 
As águas existentes no planeta são utilizadas para a agricultura, para a 
geração de energia, para a higiene da população e também para beber. Porisso, como você sabe, a gestão dos recursos hídricos é fundamental para 
garantir a qualidade de vida dos habitantes. A proteção das áreas de 
manancial, a qualidade das águas e os estudos climáticos são elementos 
importantes para um bom desenvolvimento da sociedade. 
 
 
A climatologia e a geografia 
 
A climatologia é o ramo da ciência que se dedica a compreender a dinâmica 
climática da atmosfera, de modo a identificar o perfil climático de lugares e regiões. 
A climatologia é extremamente necessária para a geografia, pois é um dos princi-pais 
elementos que permite compreender os geossistemas (BERTRAND, 2004). 
 
O geossistema é a aplicação de teorias gerais que explicam fenômenos 
naturais que ocorrem na superfície terrestre — esse método também analisa 
a correlação entre os fenômenos da natureza. Ou seja, os estudos 
geossistêmicos compreendem o clima, a vegetação, o relevo e a hidrografia 
como sistemas interligados que influenciam um ao outro. Logo, os estudos 
climáticos são de grande valia para a compreensão de inúmeros processos de 
transformação do espaço e da superfície terrestre (BERTRAND, 2004). 
Assim, o clima é o comportamento atmosférico padrão determinado pelos 
conjuntos de variações de tempos atmosféricos que dão uma característica 
climática a determinada área. Já o tempo (atmosférico) é uma referência ao 
comportamento momentâneo da atmosfera (CONTI; FURLAN, 2005). 
16 Geografia e características naturais 
 
 
 
 
 
 
É possível classificar o clima. Por exemplo, no sul do Brasil, o clima é 
subtropical, enquanto, no sudeste, ele é tropical. Essa classificação de clima é 
determinada pelo conjunto de variações atmosféricas que dão um padrão de 
comportamento temporal à atmosfera. Já o tempo é o estado momentâneo da 
atmosfera. Por exemplo, o tempo está chuvoso ou o tempo está ensolarado. 
 
 
A energia solar e a incidência de radiação na Terra são fundamentais para a 
determinação dos tipos de clima. Como você viu na Figura 6, a distribuição de 
calor no planeta ocorre de modo diferenciado. Essa distribuição de calor é um 
dos principais fatores que influenciam a dinâmica climática. 
Na Figura 12, a seguir, você pode verificar que os tipos de clima mais 
quentes encontram-se nas áreas centrais do planeta. Já os climas frios e po-
lares encontram-se nas regiões de latitudes elevadas. Isso ocorre devido à 
distribuição irregular de calor e radiação solar na Terra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12. Tipos de clima. 
 
Fonte: Tipos... (2017). 
Geografia e características naturais 17 
 
 
 
Além desses fatores, a altitude, a continentalidade, a maritimidade, as 
correntes marítimas e as massas de ar também interferem diretamente na 
dinâmica climática (CONTI; FURLAN, 2005). Nas altitudes elevadas, o ar é 
mais rarefeito, o calor não é absorvido da mesma maneira do que nas baixas 
altitudes. Então, quanto maior for a elevação do terreno, mais fria será a tempe-
ratura. No topo de uma montanha, por exemplo, mesmo que ela seja localizada 
em faixas equatoriais ou nos trópicos, o ar apresenta baixas temperaturas. 
 
A continentalidade está associada à absorção de calor pelo continente. 
Assim, quanto mais distante dos oceanos for um espaço, maior será a influ-ência 
da continentalidade. A absorção de calor ocorre durante o dia, devido à radiação 
solar. Durante a noite, ocorrem quedas bruscas de temperatura devido 
à perda do calor retido no continente. Assim, a amplitude térmica de áreas 
afastadas dos oceanos com pouca presença de água é bastante significativa. 
A maritimidade é a influência da água dos mares e oceanos no clima. 
Por-tanto, nas áreas litorâneas, a amplitude térmica é relativamente pequena, 
pois a água demora para ganhar calor e também demora a perdê-lo, 
contribuindo para a pouca variação de temperatura ao longo do dia. 
As correntes marítimas estão associadas ao movimento das águas oceânicas. 
Esse deslocamento das águas do oceano faz com que elas elevem as tempera-
turas de seu local de origem, interferindo diretamente na dinâmica climática. 
 
 
 
 
 
 
Um exemplo da influência das correntes marítimas é o caso de Nova Iorque, 
nos Estados Unidos. Durante o inverno, as águas do polo norte se deslocam em 
direção ao litoral leste do país, provocando um frio intenso. Durante o inverno, 
as águas do oceano chegam a temperaturas tão baixas que congelam. 
 
 
As massas de ar são um dos principais fatores que influenciam a 
dinâmica do clima. Uma massa de ar é um volume de ar com pressão 
atmosférica, temperatura e umidade relativa do ar homogêneas 
internamente. Ela se des-loca na atmosfera e leva as características de seu 
local de origem. Assim, as massas de ar geralmente recebem influência das 
zonas térmicas, bem como de características locais. Por exemplo, as massas 
de ar formadas em desertos são secas, já as formadas em florestas tropicais 
são úmidas, e as formadas em regiões polares são frias. 
18 Geografia e características naturais 
 
 
As massas de ar podem apresentar baixa pressão atmosférica ou alta 
pressão atmosférica. A pressão nada mais é do que a densidade do ar, ou 
seja, a força que o ar exerce na superfície. Em geral, as massas de alta 
pressão são frias e as de baixa pressão são quentes. 
 
 
 
 
 
 
 
Os furacões e tufões são formados em águas oceânicas e recebem influência 
das massas de baixa pressão atmosférica. Geralmente, eles se originam na 
região dos trópicos e necessitam de um aquecimento das águas, já que o 
processo de evaporação contribui para a sua formação. Os furacões, quando 
atingem as porções continentais, causam enormes estragos. Eles podem ser 
classificados de f1 até f5, de acordo com a intensidade da tempestade tropical. 
Quanto maior for a classificação, maior será a intensidade do fenômeno. 
 
 
 
Todos esses fatores originam diferentes tipos de clima no planeta. Os 
principais estão listados a seguir. 
 
◼ Equatorial: tipo de clima que favorece o estabelecimento de florestas 
pluviais e apresenta elevada umidade relativa do ar e elevadas tempe-
raturas o ano todo. 
 
◼ Tropical: tipo de clima que apresenta uma estação chuvosa e outra 
mais seca e temperaturas elevadas o ano todo. 
 
◼ Polar: clima presente nas regiões polares. Praticamente todo o ano as 
temperaturas encontram-se abaixo de 0 ºC. 
 
◼ Frio de montanha: clima que apresenta sempre baixas temperaturas 
devido à altitude. Ocorre apenas em locais com terrenos elevados. 
 
◼ Desértico: caracterizado pela baixa umidade relativa do ar durante 
todo o ano. Os desertos nem sempre são quentes, mas em geral 
apresentam grande amplitude térmica. 
 
◼ Semiárido: clima com escassez de chuva e baixa umidade relativa do 
ar. Apesar de a umidade relativa do ar ser baixa na maior parte do 
ano, existe geralmente uma estação em que a umidade do ar se 
amplia, podendo inclusive ocasionar chuvas esporádicas. 
 
◼ Temperado: clima de transição que geralmente ocorre nas zonas 
térmi-cas temperadas. Esse clima apresenta estações do ano bem 
definidas; os verões são quentes e os invernos bastante rigorosos. 
Geografia e características naturais 19 
 
 
 
Como você sabe, o uso irresponsável da natureza e dos seus recursos tem 
provocado inúmeras catástrofes ambientais, algumas com efeitos diretos na 
dinâmica climática. Problemas como chuvas ácidas, poluição do ar e 
ampliação do efeito estufa são resultados de um modelo de desen-
volvimento urbano-industrial que promove danos graves ao meio ambiente 
(ROSS, 2005). 
 
 
 
 
 
 
 
Você sabia que o efeito estufa é natural e garante o equilíbrio da temperatura na 
Terra, permitindo o desenvolvimento de diversos tipos de vida? Porém, a poluição do 
ar e a emissão de gases poluentes têm intensificado o efeito estufa. Esse processo 
tem gerado inúmeras discussões a respeito do aquecimento global. 
 
 
 
A contribuição da climatologia vai além da correlação existente entreos 
elementos naturais que compõem a superfície terrestre. A climatologia auxilia na 
compreensão de diversos aspectos, como o estabelecimento e o desenvolvimento 
de lavouras agrícolas atreladas à dinâmica climática de regiões produtoras. Além 
disso, ela auxilia no entendimento das formas de ocupação do solo. Considere, 
por exemplo, que as regiões mais densamente povoadas tendem a ser áreas com 
climas mais agradáveis para a sobrevivência humana. Ou seja, o clima é um 
elemento fundamental para a compreensão da dinâmica da natureza, de diversas 
atividades econômicas e da formação do espaço geográfico. 
 
 
 
 
 
 
 
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v. 8, 2004. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/raega/article/view/3389/2718. Acesso 
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20 Geografia e características naturais 
 
 
 
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Geografia e características naturais 21 
 
 
 
Leituras recomendadas 
 
COLANGELO, A. C. Geografia física, pesquisa e ciência geográfica. GEOUSP – 
espaço e tempo, v. 16, 2004. Disponível em: 
http://www.revistas.usp.br/geousp/article/ view/73952. Acesso em: 14 mar. 2019. 
 
LEFF, E. Ecologia, capital e cultura: a territorialização da racionalidade ambiental. Rio de 
Janeiro: Vozes, 2009. 
 
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes curriculares da educação básica 
geografia. Paraná: SEEP, 2008. Disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov. 
br/arquivos/File/diretrizes/dce_geo.pdf. Acesso em: 14 mar. 2019. 
 
VITTE, A. C. Da metafísica da natureza à gênese da geografia física 
moderna. Revista GEOgraphia, 2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20/40 
 
METODOLOGIA 
DO ENSINO DE 
GEOGRAFIA 
 
 
 
 
 
Mait Bertollo 
Geografia e 
educação ambiental 
 
 
Objetivos de aprendizagem 
 
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: 
 
◼ Reconhecer a educação ambiental como instrumento de 
análise da realidade ambiental. 
 
◼ Identificar os conceitos de meio ambiente natural e cultural. 
 
◼ Explicar a importância da educação ambiental e a sua 
necessária articulação com o poder local e com a comunidade. 
 
 
Introdução 
 
A geografia é uma ciência que se relaciona diretamente com a educação 
ambiental. As noções de espaço geográfico, de escala e de representa-
ções do meio ambiente e suas variáveis são importantes para se pensar a 
problemática ambiental em conjunto com a sociedade, de modo que seja 
possível interpretar e compreender a realidade. 
As questões socioambientais devem considerar as diversas 
percepções sobre a natureza existentes nas diferentes sociedades, 
grupos e indivíduos. Como você deve imaginar, percepções distintas 
podem gerar disputas, geralmente promovidas pela redução do meio 
ambiente como recurso natural ou como bem econômico. Nesse sentido, 
as relações entre o ser humano e a natureza variam de acordo com o 
grupo social e com o momento histórico em que se faz a análise. 
Neste capítulo, você vai verificar como a educação ambiental, 
junto à ciência geográfica, pode ser um instrumento de análise. Ela é 
importante para a compreensão dos impactos das atividades 
humanas, dos proble-mas ligados à preservação do meio ambiente, 
bem como das disputas entre o poder local e a comunidade. 
2 Geografia e educação ambiental 
 
A educação ambiental como instrumento 
de análise da realidade ambiental 
 
A educação ambiental é multidisciplinar. A geografia, por sua vez, permite o 
estudo do meio ambiente com base nas relações do ser humano com o 
espaço. Com isso em mente, você deve considerar que a compreensão dos 
problemas socioambientais, que envolvem a relação da sociedade com o 
meio ambiente, demanda o entendimento dos impactos em escala global e 
local. Além disso, tal compreensão exige uma abordagem que identifique as 
características naturais, culturais e econômicas da área estudada. 
Um dos objetivos da ciência geográfica é compreender as dinâmicas ambien-tais 
por meio da relação do ser humano com a natureza e da interferência humana no 
ambiente (SUESTEGARAY, 2012). Além disso, o tipo de articulação do poder local 
com a comunidade também é importante para se conhecerem as causas e 
consequências das ações humanas e dos fenômenos naturais sobre o espaço. 
 
Como você sabe, ao longo da história humana, a relação da sociedade 
com o espaço provocou sucessivas transformações. As necessidades sociais 
e o desenvolvimento tecnológico demandam cada vez mais intensamente os 
recur-sos naturais, aumentando gradativamente a área de abrangência dos 
impactos (LANDIM; SILVA; ALMEIDA, 2011). Por sua vez, os impactos 
ambientais têm efeito direto nas atividades sociais e econômicas. A 
compreensão dessa dinâmica é essencial para a criação de propostas parapreservar e utilizar de forma racional os recursos naturais, evitando a 
degradação e os resultados nocivos à sociedade e ao meio ambiente. 
A maneira como os recursos naturais são utilizados e o fato de serem ou não 
preservados impactam na vida de todos. Afinal, há uma ligação direta entre a 
natureza modificada e o funcionamento da vida cotidiana próxima ou até distante da 
área que sofre transformações. A sociedade utiliza os recursos naturais para a sua 
sobrevivência e o seu desenvolvimento. Isso ocorre por meio da exploração da 
vegetação, de minerais e dos recursos hídricos, por exemplo, que fornecem alimentos 
e elementos para transformação, como madeira e minérios. 
 
O uso imprudente e não sustentável desses recursos ameaça de extinção a fauna e 
a flora de vários tipos de formação vegetal no Brasil e no mundo. A prática de 
queimadas para o cultivo de monoculturas, como a de soja, e para a pecuária 
extensiva, como no caso da criação de gado, é um exemplo de problema ambiental 
que afeta muitas escalas da vida humana e do meio ambiente. Além disso, o 
desmatamento, a degradação do solo em áreas de vegetação nativa e a morte de 
numerosos exemplares da fauna impactam a fertilidade do solo para plantio, o clima 
local e também a qualidade da água que abastece a população 
Geografia e educação ambiental 3 
 
 
 
que vive próxima de um rio. Tal impacto é potencializado quando há uso de 
agrotóxicos ou substâncias químicas para recompor a produtividade do solo. 
 
 
 
 
 
 
 
Os impactos ambientais são resultado das ações humanas sobre o meio. 
Eles podem alterar profunda e permanentemente as formações vegetais, 
as fontes hídricas, como rios e águas subterrâneas, o solo e a fauna. 
 
 
Assim, o meio ambiente é composto dos elementos naturais e sociais. Além 
disso, existe uma relação direta entre esses elementos e os ecossistemas. A 
educação ambiental busca conhecer as variáveis desses elementos e verificar 
como as ações humanas impactam o meio ambiente ao longo do tempo. Como 
exemplo do impacto da ação humana sobre o meio ambiente, considere o quase 
total desaparecimento da mata Atlântica no território brasileiro. A Figura 1, a 
seguir, compara a área da mata Atlântica no século XVI e no século XXI. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1. Mapa da área de mata Atlântica no Brasil no 
século XVI e no século XXI. 
 
Fonte: SOS Mata Atlântica (2019, documento on-line). 
 
 
Os problemas ambientais atingem tanto o espaço rural quanto o espaço 
urbano. Nesses espaços, estão presentes o meio físico característico e também os 
elementos humanos, as suas construções e as transformações do meio. A 
4 Geografia e educação ambiental 
 
 
geografia tem como objetivo compreender a relação entre a sociedade e as 
modificações que ela causa no meio ambiente. Portanto, a educação ambiental, 
sob a óptica geográfica, é um instrumento importante de conservação e utili-
zação dos recursos de maneira racional e sustentável. A promoção de debates e 
reflexões educativas sobre as atividades humanas que resultam em impactos 
irreversíveis ao meio ambiente é imprescindível para a busca de alternativas e 
soluções nesse contexto (SUESTEGARAY, 2012). 
 
 
 
 
 
 
 
Um ecossistema é um conjunto composto de comunidades de organismos vivos, seus ambientes 
e as relações que eles mantêm entre si. Esses organismos são a fauna, a flora e os 
microrganismos. Por sua vez, o ambiente é formado pela atmosfera, pelo solo e pela água. 
 
 
O meio ambiente natural e cultural 
 
Ao longo da história, ao interagir com o meio ambiente, o ser humano sempre teve a 
intenção de obter meios para a sua sobrevivência, desde a primária obtenção de 
alimentos até a confecção de produtos para o seu uso. Assim, a partir da coleta de 
vegetais e do cultivo de plantas mais resistentes em locais mais próximos das 
moradias, nasceu a agricultura. Além disso, a partir da domesticação de animais para 
reproduzi-los com o objetivo de servirem de alimento, criou-se a pecuária. Dessa 
forma, ao longo do tempo, houve transformações profundas no modo como o ser 
humano modifica o meio em que vive, configurando o espaço de acordo com suas 
ações e práticas cotidianas. Essas transformações ocorreram e ocorrem em todos os 
lugares habitados do planeta. 
 
A agricultura e a criação animal garantem até hoje a obtenção constante de 
alimentos. É comum a prática de desmatamento para a abertura de áreas de 
plantação, para pasto e para retirada de madeira. Logo, essas atividades estão 
intimamente relacionadas ao desmatamento. Além da dimensão natural da degra-
dação, é importante você considerar a dimensão social do espaço e a sua dinâmica, 
pois o espaço geográfico é o produto da transformação da natureza pelos seres 
humanos. Sua alteração se dá por meio dos instrumentos de cada época, segundo as 
características culturais e interesses políticos e econômicos vigentes. 
 
As transformações impostas à natureza pelo ser humano causam impactos 
que precisam ser quantificados, pois apresentam variações que podem ser 
Geografia e educação ambiental 5 
 
 
 
grandes, pequenas, profundas ou superficiais (LANDIM; SILVA; ALMEIDA, 
2011). A avaliação das consequências de algumas ações é importante para se 
determinar se um ambiente pode ou não comportar seus impactos. A ciência e a 
tecnologia, quando aplicadas de forma responsável, podem contribuir para que o 
impacto das ações humanas seja menos danoso ao meio ambiente e às 
populações locais, considerando que as alterações podem modificar práticas 
ecológicas, sociais e econômicas (SUESTEGARAY, 2012). 
Os recursos naturais que o ser humano explora têm um valor econômico, 
pois podem ser comercializados. Esse aspecto está associado a conflitos em 
relação ao uso, à posse e à alteração de áreas onde a natureza foi pouco 
transformada e onde prevalecem as suas características originais. Em lugares 
como a Amazônia, há muitos conflitos entre as comunidades indígenas e os 
agentes que querem explorar os recursos naturais. É o que você pode notar 
na Figura 2, que mostra o índice de desmatamento na Região Amazônica. 
Além disso, considere que o avanço da agropecuária causa desmatamento e 
queimadas, com graves consequências para a flora, a fauna, os solos e os 
rios. Em acréscimo, há os efeitos sobre a população local, como a expulsão 
dos indígenas de suas terras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2. Área de desmatamento na Amazônia brasileira. 
 
Fonte: Oliveira et al. (2010, documento on-line). 
6 Geografia e educação ambiental 
 
 
A abordagem do meio ambiente natural ou cultural deve fazer referência 
às ações da sociedade sobre o espaço. Um espaço rural e uma área de reflo-
restamento, por exemplo, não podem ser considerados meios naturais, pois 
já possuem modificações e diferenças em relação à sua paisagem original. O 
meio que possui qualquer fator social e cultural e que passou por 
transforma-ções devido à ação do homem é produto da sua interação com 
determinada comunidade humana, que possui certas preferências culturais e 
vive sob um conjunto de circunstâncias naturais. A geografia revela que, 
ainda que os elementos naturais sejam predominantes, esse meio tem alguma 
transformação humana e, assim, não é mais natural. 
As transformações humanas, quando resultam em impacto ambiental, 
significam que o resultado das ações modifica o ambiente e produz danos, 
muitas vezes irreversíveis. Quando se trata do território brasileiro, os exemplos 
de perda da biodiversidade podem ser vistos também no cerrado. O garimpo em 
várias regiões do País causa, por exemplo, o desbarrancamento de margens de 
rios, a contaminação da água e do solo por mercúrio (produto utilizado nesse 
tipo de exploração), além da perda da biodiversidade local. 
 
 
 
 
 
 
 
O modelo econômico contemporâneo demanda um acelerado processo de produção 
devido à crescente pressãopelo consumo. Essa dinâmica já provocou e ainda 
provoca grandes problemas ambientais e sociais pela necessidade de intensa 
exploração dos recursos naturais (LANDIM; SILVA; ALMEIDA, 2011). 
 
 
A educação ambiental e a sua articulação 
com o poder local e a comunidade 
 
Para que o meio ambiente, em seus variados aspectos, seja preservado e para 
que os recursos sejam usados de forma racional e sustentável, todos os tipos 
de ecossistemas brasileiros abrigam Unidades de Conservação (UCs). Uma 
unidade de conservação é uma área com características naturais relevantes 
instituída pelo poder público para a preservação e a manutenção da 
diversidade biológica. 
Geografia e educação ambiental 7 
 
 
 
As unidades de conservação podem ser classificadas como de proteção 
integral ou de uso sustentável (Quadro 1). A unidade de proteção integral tem 
como finalidade preservar a natureza mediante o uso indireto dos recursos 
naturais, como por meio de visitas para atividades educacionais, científicas e 
recreativas. É o caso do ecoturismo. Nesse tipo de unidade de proteção, a 
extração e a comercialização de recursos naturais são proibidas. Por sua vez, a 
unidade de uso sustentável concilia o uso de parte dos recursos com a 
conservação da natureza. São permitidas a extração e a comercialização dos 
recursos de maneira sustentável, por meio de um plano de manejo. 
 
 
 
Quadro 1. Grupos de unidades de conservação da natureza 
 
Unidades de proteção integral Unidades de uso sustentável 
 
Estação ecológica Área de proteção ambiental 
 
Reserva biológica Área de relevante interesse ecológico 
 
Parque nacional Reserva extrativista 
 
Parque estadual Reserva de fauna 
 
Parque municipal Reserva de desenvolvimento sustentável 
 
Refúgio de vida silvestre Reserva particular do patrimônio natural 
 
Monumento natural Floresta (nacional, estadual e municipal) 
 
 
Fonte: Adaptado de Brasil (2010). 
 
 
 
Além de protegerem a biodiversidade e o patrimônio ambiental, essas 
unidades são importantes para a população indígena e as comunidades ribei-
rinhas, de pescadores, artesãos, seringueiros, etc. Isso ocorre pois o modo de 
vida desses grupos depende intimamente dos recursos da natureza, e o 
conhecimento da fauna, da flora, do solo e dos recursos hídricos contribui 
para a sua preservaç ã o. Logo, essas unidades de conservação são espaços 
naturais protegidos por lei e possuem características particulares 
relacionadas com a fauna e a flora do local. As unidades de conservação 
fazem parte do patrimônio natural e cultural do País. Portanto, têm 
importância ecológica (OLIVEIRA et al., 2010). 
8 Geografia e educação ambiental 
 
 
 
 
 
 
A população indígena que habita a Amazônia possui um conhecimento profundo e 
importante sobre o uso medicinal das espécies nativas da floresta. Recentemente, a indús-
tria farmacêutica global passou a investir em pesquisas e na extração de conhecimento 
para produzir medicamentos com base em plantas das florestas tropicais e equatoriais. 
 
 
 
Para que seja garantida a conservação desses ecossistemas, existem leis ambien-
tais. Contudo, elas não são suficientes para a preservação do patrimônio natural, pois 
a fiscalização e o combate ao desmatamento ilegal feitos pelas unidades de 
conservação geralmente são atividades que envolvem constante monitoramento de 
áreas isoladas e de difícil acesso. Assim, nem sempre são eficientes. 
 
Um instrumento que pode auxiliar na preservação é a certificação florestal. 
Ela é concedida a empresas que seguem padrões de qualidade e sustentabilidade 
na extração e na produção, por exemplo, da madeira. Nesse caso, a madeira 
recebe um selo que indica de onde ela provém. Os produtos com tal certificação 
não degradam o meio ambiente e colaboram para o desenvolvimento social e 
econômico das comunidades florestais onde são produzidos. Assim, o processo 
de certificação garante a manutenção da floresta e das atividades econômicas 
que ela proporciona (OLIVEIRA et al., 2010). Outra prática de preservação 
ambiental é o ecoturismo. Nele, a atividade turística está ligada à conservação da 
biodiversidade e ao desenvolvimento econô mico das populaç õ es locais, com a 
diminuição dos impactos da sociedade no meio ambiente, gerando empregos 
para quem vive na região. 
 
O combate ao desmatamento e as ações de preservação devem ser feitos por 
todos. Proteger o meio ambiente implica comprar objetos de madeira ou móveis 
de comércio legal, conscientizar as pessoas da importância da preservação da 
fauna, da flora, da água, do solo e da atmosfera, além de não colocar fogo em 
áreas de vegetação. As mudanças de atitudes individuais e coletivas são impor-
tantes. Nesse contexto, a educação ambiental pode conscientizar a população 
sobre os problemas ambientais e sociais consequentes das atividades humanas. 
Geografia e educação ambiental 9 
 
 
 
 
 
 
BRASIL. Ministério do Turismo. Secretaria Nacional de Políticas de Turismo. Departa-
mento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico. Coordenação-Geral de 
Segmentação. Ecoturismo: orientações básicas. 2. ed. Brasília: Ministério do Turismo, 
2010. Disponível em: http://www.turismo.gov.br/sites/default/turismo/o_ministerio/ 
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